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FLUTUAÇÕES DE TENSÃO & EFEITO

FLICKER
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

DEFINIÇÃO:
É A VARIAÇÃO ALEATÓRIA, REPETITIVA OU ESPORÁDICA DO
VALOR EFICAZ DA TENSÃO

- Aleatórias e repetitivas → cargas não-lineares;


- Esporádicas → manobras na rede.

Intervalo típico: ± 5%
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

É UM DOS PRINCIPAIS INDICADORES DA QUALIDADE DE


ENERGIA ELÉTRICA:

- CONSTÂNCIA DO VALOR EFICAZ;


- Cargas em tensão nominal constante;

DIFICULDADES:
- Cargas variáveis ou intermitentes;
- Quedas de tensão na linha;
- Tempo de resposta dos dispositivos de
controle de tensão.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

CAUSA:

CARGAS COM POTÊNCIA REATIVA VARIÁVEL NO TEMPO

→ CARGAS PERTURBADORAS OU ESPECIAIS

CÁLCULO APROXIMADO:

Vpac Qc arga


=
Vpac MVAcc
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

FATORES DETERMINANTES:

1) POTÊNCIA DE CURTO CIRCUITO


2) TAXA DE VARIAÇÃO DA CORRENTE
3) FREQUÊNCIA DA FLUTUAÇÃO
4) CARREGAMENTO DO SISTEMA
5) AÇÕES DE CONTROLE
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

FATORES DETERMINANTES:

1) POTÊNCIA DE CURTO CIRCUITO

Spac
 50
Scar
O nível de perturbação da uma dada carga variável varia com o
local de conexão, em função da capacidade de curto-circuito
disponível.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

FATORES DETERMINANTES:

2) TAXA DE VARIAÇÃO DE CORRENTE


Define a amplitude das flutuações de tensão;

3) FREQÜÊNCIA DA FLUTUAÇÃO
- 0,2 a 2Hz : Oscilações eletromecânicas
- Até 25Hz : Cintilação luminosa
- 15 a 30Hz : Ressonância subsíncrona
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

FATORES DETERMINANTES:

4) CARREGAMENTO DO SISTEMA
Limitar a operação de cargas variáveis de grande
porte nos horários de pico da demanda.

5) AÇÕES DE CONTROLE
Redução dos impactos causados pelas cargas
não-lineares e variáveis.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

CARGAS PERTURBADORAS:

- FORNOS A ARCO;

- PARTIDA DE MOTORES;

- MÁQUINAS DE SOLDA;

- LAMINADORES.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

TIPO – A: (IEC)

- Série repetitiva de
variações retangulares;
- Período definido;
- Usada na calibração de
instrumentos.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

TIPO – B: (IEC)

- Séries irregulares de
variações bruscas;
crescentes e decrescentes
- Período indefinido;
- Provocadas por
laminadoras.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

TIPO – C: (IEC)

- Séries irregulares de
variações de formas
diversas;
- Período indefinido;
- Provocadas operação
conjunta de várias cargas.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

TIPO – D: (IEC)

- Variações contínuas e
aleatórias;
- Período indefinido;
- Provocadas por fornos
a arco.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO
EFEITOS:

- Vibrações e afrouxamento de parafusos,


rebites e conexões;
- Perdas adicionais em motores devido a
vibração e atrito;
- Oscilações de torque em motores elétricos;
- Interferência na instrumentação eletrônica
e controle de processos, equipamentos de
processamento de dados.
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

EFEITOS:

- Queda de rendimento dos fornos a arco;


- Falhas no processo de soldagem;
- EFEITO FLICKER
- Incômodo visual provocado pela
variação do fluxo luminoso das
lâmpadas incandescentes
FLUTUAÇÕES DE TENSÃO

SEVERIDADE DO EFEITO FLICKER:

É A REPRESENTAÇÃO QUANTITATIVA DO
INCÔMODO VISUAL PERCEBIDO PELAS
PESSOAS EXPOSTAS AO FENÔMENO DE
CINTILAÇÃO

ÚNICO INDICADOR DISPONÍVEL PARA


AVALIAR A QUALIDADE DE ENERGIA
ELÉTRICA QUANTO A FLUTUAÇÕES DE
TENSÃO
Metodologia Internacional
UIE/IEC
Adaptação da Tensão de Entrada: normalizar a tensão medida pelo valor
obtido através de um processador de média móvel com tempo de
acomodação de 1 min

Isto significa que variações lentas, com tempo de acomodação maior que 1
minuto, não contribuem para o cálculo de flicker

Variações mais rápidas são expressas em termos percentuais da tensão da


referência móvel:

V − Vref V = tensão atual da rede,


V % = .100% Vref = tensão de referência do último minuto
Vref
Metodologia Internacional
Demodulação do Sinal Adaptado: Depois de normalizado pela referência móvel,
o sinal de tensão é demodulado para extrair o sinal modulante, responsável pelas
flutuações da tensão
Demodulação através de quadramento do sinal → o processo de conversão simula a
forma como são produzidas as variações do fluxo luminoso
Sinal Senoidal v( t ) = V p .cos(  p t )[ 1 + m.cos(  m t )]

V p2
Enquadramento do Sinal v (t)=
2
( 1 + cos( 2 p t )[ 1 + 2 m cos(  m t ) + m2 cos2 (  m t )]
2

Eliminando-se o nível médio e a dupla


freqüência da portadora através de filtragem

v f ( t ) = mV p2 cos(  m t )

Normalizado pela amplitude da portadora


vf (t )
 v( t ) = = mV p cos(  mt )
Vp
Variação de tensão (V) provocada pela modulação (m)
Metodologia Internacional
UIE/IEC
Ponderação em Freqüência: o sinal é ponderado através de um filtro que
representa a sensibilidade visual

A curva está normalizada para a


freqüência de maior sensibilidade (8,8Hz)
Sensibilidade

Para freqüências próximas de zero ou acima


de 30Hz os níveis de sensibilidade de flicker
tornam-se praticamente desprezíveis
Metodologia Internacional
UIE/IEC
Média Quadrática: para simular o processo de conversão das flutuações
de tensão em variação da energia luminosa percebida pelo olho
humano. O sinal resultante desta média é designado como Sensação
Instantânea de Flicker (Sf):
t +

 a 
1 2 T = constante de tempo para média móvel (t=300ms)
Sf = .  v( t ) dt af = ponderação em freqüência dependendo da lâmpada
 f
v(t)= flutuação normalizada de tensão
t

Tratamento Estatístico: obtenção do histograma dos níveis de ocorrência de Sf


Indicadores de longo e curto prazos
Quantificar as variações de tensão → dos níveis instantâneos de cintilação

Necessário estabelecer indicadores que possam ser usados para aferir os níveis
apurados durante um certo tempo de observação

Indicador de Longo Prazo (Plt)


Média cúbica de 12 valores de Pst consecutivos, o que corresponde a uma janela
de 2 horas de medição contínua.
Indicadores de Curto Prazo (Pst)
Tempo mínimo de observação para obtenção de histogramas representativos é
de 10 min.

Severidade de Flicker a Curto Prazo

Pi = Níveis de Sensação de Flicker ultrapassados durante i % do tempo (P50 representa o nível de Sf


que é violado durante 50% do tempo )
ai = coeficiente numérico definido de maneira que Pst=1pu

O valor de Sf resultante para uma flutuação de tensão depende da curva de ponderação em


freqüência usada e, portanto, da característica da lâmpada considerada.
Curva de Referência para Aferição
A curva de referência para Pst=1pu → depende da curva de ponderação usada

Na verdade Pst=1pu representa o limite tolerável de irritação visual


prevalece o limite
de variação da tensão
em regime permanente

Curva 1 - Limiar de percepção visual para modulação senoidal;


Curva 2 - Limiar de percepção visual para modulação quadrada;
Curva 3 - Limite Pst=1pu para lâmpada 230V, 60W segundo IEC;
Curva 4 - Valores resultantes pelo método proposto pela IEC (valores efetivamente medidos)
Combinação Não Linear de Efeitos
Leva em consideração o efeito de cargas variáveis operando simultaneamente,
resultando em uma combinação não-linear de valores de Pst individuais, assim:

k=4 instalações multifornos, quando se deseja evitar o impacto causado por fusões simultâneas;
k=3 para a maioria dos tipos de variações de tensão e quando o risco de coincidência de distúrbios é baixa;
k=2 para superposição de ruído de fundo devido à coincidência estatística de diferentes fontes de flutuações;
k=1 quando há elevada coincidência entre as flutuações provocadas por fontes independentes

Diferentes experiências mostraram que para o caso geral deve-se utilizar:


IEC recomenda k=3
De tal forma que a equação seja definida por:
Pst eq = 3  ( Pst
i
i )3
Normas

• ONS
– PstD95%: valor do indicador Pst que foi superado em apenas
5% dos registros obtidos no período de 1 dia (24 horas);
– PltS95%: valor do indicador Plt que foi superado em apenas 5%
dos registros obtidos no período de uma semana, 7 (sete) dias
completos e consecutivos.
– Limites Globais Inferiores e Superiores:
• Controlar a qualidade da tensão numa rede quanto à flutuações de
tensão.
Normas

– Tensão secundária de distribuição: 220 [V]

Limite PstD95% PltS95%

Limite Global Inferior

Limite Global Superior


– Onde FT é o fator de Fator de Transferência aplicável
entre o barramento da Rede Básica sob avaliação e o
barramento da tensão secundária de distribuição
eletricamente mais próximo
Normas

– FT pode ser calculado pela relação entre o valor do


PltS95% do barramento da Rede Básica sob avaliação
e o valor do PltS95% do barramento da rede de
distribuição.
– No caso dos indicadores serem desconhecidos:

Barramento de Tensão Nominal ≥230 kV FT= 0,65

69 kV ≤Barramento de Tensão Nominal <230 kV FT= 0,8

Barramento de Tensão Nominal <69 kV FT= 1,0


Normas

– Os limites individuais de flutuação de tensão consideram


um nível de saturação igual a 80% dos Limites Globais
Inferiores

PstD95% PltS95%
Normas

• NRS
– Nível de compatibilidade
– Redes de BT e MT: Nível de compatibilidade para
flutuação (Plt) será de 1,0.
– Pst deve ser medido num período de 10 min,
enquanto Plt será calculado sobre um período de 2
horas.
– Os 95% maiores valores de Plt por cada período de
semana devem ser guardados.
Normas

• CIGRÉ
– Pst: período de 10 min;
– Plt: período de 2 horas;
– Níveis de compatibilidade:
• Pst=1,0 e Plt=0,8;
– Objetivos para MT: Pst=0,9 e Plt=0,7;
– Objetivos para AT e EAT: Pst=0,8 e Plt=0,6;
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Amenizar os problemas causados pelas flutuações de


tensão;
• Em geral, o custo das soluções é alto;
• O custo aumenta proporcionalmente ao tamanho da
carga variável;
• A solução mais simples pode ser a mais cara!
• A escolha das soluções é bem delicada, e tem-se que
considerar todos os fatores.
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Aumento da potência de curto circuito


– Capacidade de absorção das variações de carga
– Aumentando a potência de curto-circuito local,
ocorre uma diminuição da variação da tensão.
Rs Xs
Vpac Es

I carga
 Vpac
Es
I
Vpac

Vpac X S .Qcar Qcar


= 2
=
Es Es Qcc
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Como aumentar a potência de curto circuito?


– Trocar os condutores do alimentador;
– Elevar o nível de tensão para reduzir a corrente de linha;
– Introduzir compensação capacitiva série para reduzir a reatância
série;
– Instalar um compensador síncrono.
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Instalação de Reguladores de Tensão


– realimentação de erro;
– permite combinar técnicas de processamento
analógica e digital para obter sistemas de
compensação rápidos e precisos, a custos cada vez
mais acessíveis.
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Exemplos de reguladores de tensão:


– Capacitor Chaveado por Tiristores (CCT)
• Corrige também o fator de potência;
• Limitação na rapidez de resposta, para atenuar o transitório de
chaveamento de capacitores sob tensão variável;
• Não produz harmônicos nem transitórios.
– Reator Controlado por Tiristores (RCT):
• Tempo de resposta menor que meio ciclo;
• Introduz harmônicas características, que variam com o ângulo de
condução dos tiristores. Precisa de filtros;
• Característica indutiva, prejudica o fator de potência.
– Soluções Mistas:compensação série e paralela
• Aumento da eficácia do CCT e do RCT.
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Instalação de Reator de Núcleo Saturado


– Operação na região de saturação magnética do núcleo;
– Característica VxI quase plana da região de saturação: o RNS
pode acomodar grandes variações;
– Absorve as variações reativas da carga, confere uma boa
regulação à tensão terminal;
– Não requer malha de controle adicional: Auto-Regulação;
– Perdas ferromagnéticas elevadas;
– Geração de distorção harmônica;
– Baixo fator de potência.

• Instalação de Compensador Eletrônico


Objetivo Quando se aplica Vantagens Desvantagens
Aumentar a Alimentador próprio Fácil aplicação, Custo dos condutores
capacidade permite expansão
dos
condutores
Aumentar o nível Disponibilidade local Fácil execução, Custo de isolação
de tensão aumenta capacidade
Compensação Alimentador longo Ação eficaz Risco de ressonância
série e de sobretensões

Compensação Geração própria Aumenta a autonomia Custo de instalação,


síncrona operação e
manutenção

Capacitor Insuficiência de reativos Não produz distorções, Resposta lenta, risco


Chaveado por corrige fator de potência de ressonância
Tiristores

Reator Controlado Reativos disponíveis Atua com rapidez e Produz harmônicas e


por Tiristores precisão reduz o fator de
potência

Compensação Alimentador longo/ forno de Combina ação série Coordenar dois tipos
série/paralela grande capacidade eficaz com de compensação
capacidade shunt
reduzida
Reator de Núcleo Cargas de pequeno e médio Ação automática Perdas adicionais,
Saturado porte produz
harmônicas, baixa
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Usualmente as técnicas de mitigação são simplesmente


baseadas na compensação de cargas reativas usando
capacitores;
• A dificuldade é a rapidez detecção da carga reativa e
conexão do compensador;
• Uma metodologia é baseada na compensação da
demanda reativa durante o evento, usando um AVC
(Adaptative Var Compensator);
• Capacitores chaveados por tiristores;
Fatores de Atenuação e Mitigação

• Método muito usado: SVC (Static Var Compensator);


• Tempo de resposta longo;
• Capacidade de compensação limitada;
• Introduz harmônicos;

• Disponibilidade de componentes de chaveamento


forçado (Tiristores)
• STATCOM (Static Compensator), bem mais eficiente na
redução de flutuações de tensão;
Fatores de Atenuação e Mitigação

STATCOM compensando
um sistema de forno a arco
Poder de Compensação do STATCOM

STATCOM desligado STATCOM ligado


Sem compensação Com compensação
Vantagens do STATCOM frente ao SVC

• Excelente performance dinâmica;


• Tempo de resposta menor do que 10 [ms];
• Capacidade de manter toda corrente de saída capacitiva
em baixas tensões, o que proporciona uma maior
estabilidade;
Vantagens do STATCOM frente ao SVC

• Um STATCOM de 1 [MVAr] pode substituir um


SVC de 1,3 [MVAr];
• Maior confiabilidade em relação ao SVC;
• O tamanho de um STATCOM é igual metade do
tamanho do SVC, para uma mesma capacidade
de compensação;

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