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CAPÍTULO III
1. SUMÁRIO
1- Controle do Disparo
1.1 - Forma do Pulso de Disparo
12 - Controle de Freqüência
13 - Exercícios Resolvidos
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CAPÍTULO III
2. OBJETIVO
CAPÍTULO III
3. CONTEÚDO
1- Controle do Disparo
Uma das condições para que as válvulas comecem a conduzir é que as tensões do
ânodo e do gatilho sejam ambas positivas em relação ao cátodo.
Na prática, para o caso dos conversores, a condição do circuito que inicia o corte
de uma válvula é o disparo da válvula seguinte.
Tendo em vista que uma válvula, uma vez disparada, conduz até que seja
concluída a comutação com a próxima, teoricamente seria necessário somente um pulso
de pequena duração para dispara-la. Porém, como pode existir uma extinção prematura
da corrente devido a distúrbios no sistema, é aconselhável que, durante todo o período de
condução de uma válvula (120 o ), se repita sistematicamente o disparo.
Na prática, o que se tem, é a repetição do pulso de disparo por 10 vezes a
intervalos regulares de 10 us. Após o décimo disparo, e até que se conclua o período de
condução, novos disparos são produzidos a intervalos de 100 us, conforme mostrado na
figura abaixo :
Figura 1
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CAPÍTULO III
As válvulas que não devem conduzir, são bloqueadas pela aplicação contínua de
uma tensão negativa aos seus gatilhos. Caso uma proteção de conversor ou polo opere
e seja necessário interromper o processo de conversão, apenas os pulsos positivos serão
interrompidos, permanecendo a tensão negativa nos gatilhos de todas as válvulas.
Figura 2
Sendo 3
: Rc1 = Lcr
Rc2 = 3 Lci
Equação 1
CAPÍTULO III
ângulo entre o término da comutação e o instante em que não seria mais possível esta
comutação.
= –
= –
= – = –
I3 = Is2
Em = Tensão fase-neutro
Lc = Indutância de magnetização do
trafo conversor, por fase.
= Frequência do sistema AC
Figura 3
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A tensão ideal sem carga Udo (Udor para o retificador e Udoi para o inversor) é
diretamente proporcional a tensão alternada conectada ao terminal
correspondentes. Em alguns casos excepcionais a tensão alternada pode ser controlada
pela excitação do gerador, porém, normalmente ela é controlada pela mudança dos taps
dos transformadores dos conversores.
Façamos uma análise baseada nas características de regulação (Ud x Id) para um
ponto P genérico da linha, arbitrariamente fixado na saída do terminal retificador, supondo
uma ponte de 6 pulsos em cada terminal, por pólo (ver Figura 4).
CAPÍTULO III
Para o retificador, temos a equação de uma reta em que a interseção desta com o
eixo vertical se dá no ponto Udor.cos e a inclinação sendo dada por (- Rc1), negativa
portanto.
Para o inversor, temos a equação de uma reta em que a interseção desta com o
eixo vertical se dá no ponto Udoi.cos e a inclinação sendo dada por ( RL - Rc2 ), que
na prática é normalmente negativa ( Rc2 > RL ).
Ponto de Operação
Vejamos agora como o ponto de operação (N) é afetado por variações nas tensões
AC de alimentação dos conversores.
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CAPÍTULO III
CAPÍTULO III
Quanto às perdas por corona e fugas em isoladores, sabemos que são perdas
dependentes da tensão. Na prática, entretanto, estas perdas são bem menores que as
perdas ôhmicas.
Assim, sob o aspecto de perdas, é preferível a opção de tensão constante. Já sob
o aspecto da limitação de variação da corrente, a melhor opção seria a de corrente
constante.
CAPÍTULO III
- Valor da tensão o mais constante possível e igual ao seu valor nominal, para
minimizar as perdas para uma dada potência.
- Cuidados para que se evite falhas de disparo no retificador, provendo uma tensão
de ânodo suficiente antes da ignição.
O STHI utiliza 94 tiristores em série para cada válvula e se algum desses tiristores
falhar em sua ignição, toda a tensão da válvula será aplicada sobre o tiristor que falhou,
uma vez que todos os demais entraram em condução (funcionando como chave fechada).
A tensão excessiva irá danifica-lo permanente, colocando em curto as suas junções.
No caso do inversor, para que não ocorra falha de comutação, o valor mínimo para
deve ser da ordem de 17º, resultando assim um fator de potência, entretanto, não tão
alto.
Este estudo será dividido em duas partes. Na primeira parte (ítens 6.1 a 6.4.), o
sistema de controle será abordado de forma didática, desvinculada do sistema de
controle real implementado no STHI. Na segunda parte (ítem 6.5.), indicaremos os
subsistemas que incorporam cada uma das funções apresentadas na parte anterior.
CAPÍTULO III
dispositivo deste no retificador e outro idêntico no inversor (um por pólo, na realidade).
Em condições normais, estará atuante somente o regulador de corrente do retificador.
Figura 7
Como funciona:
a- mede a corrente Id
Para o caso Id < Iref , deve ser reduzido para que a corrente seja aumentada.
CAPÍTULO III
Isto significa dizer que o ângulo deve, normalmente, ser mantido num valor
constante. Esta é uma imposição do nosso sistema de controle. Esse dispositivo de
controle, denominado C.E.A (Constant Extinction Angle), ao sentir que houve variação
no (por influência de Id ou Em), modificará o valor de convenientemente de modo a
retornar o ao seu valor nominal constante n.
Este valor de a ser utilizado pelo C. E.A, num dado instante é dado por
Para evitar que o ângulo assuma valores menores que min = 5º, utiliza-se um
dispositivo denominado C.I.A. (Constant Ignition Angle), que simplesmente impede os
disparos para < 5º, liberando-os, a seguir, quando for igual ou maior que 5º.
Assim, quando o ângulo , decrescendo de valor, atinge min, o C.I.A. inicia sua
atuação e o mantém constante nesse limite até que seja novamente aumentado,
ocasião em que esse controle (C.I.A) deixa de atuar.
O C.I.A. só atua no retificador. Para cumprir a sua tarefa, este modo de controle
poderia usar o método de medir a tensão sobre cada válvula e, enquanto estas forem
menor que , inibiria o disparo da válvula. Na realidade, não se deve utilizar
as tensões sobre as válvulas, mas sim as tensões secundárias de um transformador de
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CAPÍTULO III
Este é acionado sempre que o ângulo sai dos limites de determinada faixa, dita
nominal (10º a 20º).
Se < 10º, o comutador de taps será acionado de modo que a tensão DC seja
aumentada devido aumento da relação de transformação do trafo. Com isso, por ação
do regulador de corrente do retificador, o ângulo é trazido de volta para dentro da sua
faixa nominal.
Nota : Para o STHI esta faixa nominal é de 12,5º a 17,5º e sempre que o comutador de
taps atuar, fá-lo-á no sentido de retornar o ângulo ao valor central de 15º.
CAPÍTULO III
O modo de Controle de Potência será mostrado, com mais detalhes, na seção 11.
Também o CCA e o CFC serão estudados com mais detalhes.
Uma vez vistos os dispositivos básicos e suas funções, vejamos agora como eles
operam de forma integrada, ou seja, como o sistema de controle HVDC dos conversores
funciona no todo.
No retificador temos que, enquanto o ângulo puder ser variado pelo regulador de
corrente, estaremos no modo de operação descrito acima (condições normais). Ocorre
que existe um limite para no retificador, a partir do qual este ângulo não pode mais
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CAPÍTULO III
ser variado, e isto ocorre quando mínimo é atingido. Nesse momento o C.I.A passa a
atuar mantendo constante e igual a min, enquanto que o regulador de corrente estará
parado.
CAPÍTULO III
Nesta figura, a característica do retificador está amarrada ao valor de Iref que por
sua vez é função da potência. Já a característica do inversor está amarrada ao valor de
Udoi.cos ; como é constante, a posição exata fica dependente do valor da tensão AC.
CAPÍTULO III
Pela figura 11a, vemos que tal redução poderia acarretar na perda do ponto de
interseção, zerando a corrente Id e consequentemente também a transmissão da
potência.
Para contornar tal problema, o inversor é também equipado com um regulador de
corrente que, nessas circunstâncias, passa a ser atuante, regulando a corrente Id para o
valor (Iref – Id), onde Id é a “margem de corrente” e geralmente igual a 10% da
corrente nominal.
O regulador de corrente do inversor está representado na Figura 11b pelo
segmento AB.
Com isso, ao invés de correr-se riscos de perda total da corrente Id e da potência
transmitida, passamos a operar num ponto genérico N’ de potência um pouco menor que
a original (ponto N).
A figura 12 sintetiza tudo que foi abordado nesta seção, cabendo frisar que o ponto
de operação se dá, em condições normais, sobre o segmento vertical do retificador (
variável e constante).
Assim, cada conversor deve poder funcionar tanto como retificador como inversor.
Observar também, que o terminal retificador deve sempre ter uma tensão superior ao do
inversor (ver Figura 13).
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CAPÍTULO III
Vejamos agora a figura 13, onde se inverteu o sentido da potência, que agora flui
do conversor 2 para o conversor 1.
.
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CAPÍTULO III
Ud C – Capacitância da linha
T = C . Ud – Variação algébrica da tensão DC
Id
Id – Margem de corrente
CAPÍTULO III
CAPÍTULO III
O que irá acontecer a cada um dos sistemas durante súbitas variações de carga,
dependerá do “peso” de cada um deles e do modo como o link HVDC está configurado.
Observando a Figura 16, vamos analisar caso a caso.
Figura 16
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CAPÍTULO III
Caso 1 - Sistema AC1 (pesado) x Sistema AC2 (leve) : Neste caso, ao se fechar CH2,
a freqüência do sistema AC2 sofrerá uma redução proporcional ao déficit de potência. A
variação de freqüência pode ser medida e usada como Entrada Adicional para o Controle
de Potência dos pólos do inversor. Estes terão aumentadas a sua “Ordem de Potência”
e, em alguns milisegundos, o Sistema AC1 estará transferindo um excedente de energia
para o Sistema AC2, estabilizando-o. Por ser mais pesado, o Sistema AC1 não terá sua
freqüência modificada consideravelmente.
Caso 2 - Sistema AC1 (leve) x Sistema AC2 (pesado) : Neste caso, as entradas
adicionais deverão estar ligadas no retificador (lado AC1) e desligadas no inversor (lado
AC2), pois AC1 (leve) não pode regular AC2 (pesado). Com o fechamento de CH1, a
freqüência do Sistema AC1 será reduzida. As Entradas Adicionais do Controle de
Potência do retificador diminuirão rapidamente o valor da Potência Ordenada e, em
milisegundos, a potência que vinha sendo transferida para o Sistema AC2 será reduzida,
provocando um excedente de energia em AC1 que irá estabiliza-lo. O Sistema AC2
passa a receber uma potência menor, mas por ser mais pesado, não terá sua freqüência
modificada consideravelmente.
Caso 3 - Sistema AC1 e Sistema AC2 com mesmo peso : Neste caso, as entradas
adicionais deverão estar desligadas em ambos os lados. Esta é uma decisão a ser
tomada somente após criterioso estudo de estabilidade dos dois sistemas. Corre-se o
risco de que, uma oscilação de freqüência em um dos sistemas, leve o outro sistema
também a oscilar. Podemos dizer que este é o caso do STHI, onde a Itapu Binacional
somada ao sistema paraguaio (lado retificador), tem relativamente o mesmo peso do
sistema Sudeste brasileiro. No STHI, as Entradas Adicionais do Controle de Potência,
atualmente, estão ligados no lado retificador. Isto significa que o sistema brasileiro está
regulando o sistema paraguaio.
Deseja-se saber :
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CAPÍTULO III
Solução :
Substituindo, vem:
CAPÍTULO III
Ud = 2.Udor.cos - 2.Rcl.Id
p/ ponte p/ ponte
- Margem de corrente
- Tensão Uda :
Uda = 461,377 kV
Tensão Udb:
Udb = 423,177 kV
Tensão Udc :
Udc = 412,387 kV
PERGUNTAS:
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CAPÍTULO III
1- Suponha que num link Dc em operação normal, ocorre num dado instante, uma
redução na tensão AC do retificador. O regulador de corrente no retificador atua e leva
para 7º afim de proporcionar a adequada correção na corrente Id. Supondo um sistema
de controle conforme o descrito nesta apostila, o que ocorrerá nos comutadores de taps
do retificador e do inversor ?
Resposta : (b)
Resposta : (a)
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CAPÍTULO III
Bibliografia