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SECRETARIA DA

AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL E IRRIGAÇÃO

Secretaria da Agricultura e Emater divulgam


dados preliminares de pesquisa sobre
comunidades quilombolas
Atualmente existem 7.685 famílias em 130 comunidades
no Rio Grande do Sul

Comunidade Canta Galo, em São Lourenço do Sul. Foto: Fernando Dias/Seapdr

P O R D A R L E N E S I LV E I R A

No mê s da consciê ncia negra (novembro), a Secretaria da Agricultura, Pecuá ria e


Desenvolvimento Rural (Seapdr) e a Emater/RS-Ascar divulgaram dados
preliminares de â mbito estadual da pesquisa “Comunidades Remanescentes dos
Quilombos Certificadas do RS: Diagnó stico social, econô mico e produtivo”. Existem
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130 comunidades certificadas pela Fundaçã o Cultural Palmares (FCP), 113 sã o
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rurais (87%) e 17 estã o situadas em meio urbano.
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Segundo a coordenadora do estudo, soció loga e pesquisadora do Departamento de
Diagnó stico e Pesquisa Agropecuá ria (DDPA) da Seapdr, Denise Reif Kroeff, a ideia
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do trabalho é elaborar o diagnó stico social, econô mico e produtivo das
comunidades, alé m de criar uma base de dados sistematizada de cada uma delas,
subsidiar a elaboraçã o de políticas pú blicas voltadas a este pú blico e identificar bens
culturais das comunidades com vistas à sua valorizaçã o.   

Sobre a pesquisa 

O estudo foi coordenado pela Seapdr e executado pela Emater. Nos meses de março
e abril desse ano foi feita a pesquisa de campo, estruturada e coordenada por uma
equipe multidisciplinar de 10 pesquisadores (veteriná rio, agrô nomo, nutricionista,
cientista social, fotó grafo e cineasta). A coleta de dados foi realizada pelos té cnicos
da Emater em 67 municípios com ocorrê ncia de comunidades quilombolas.

Denise explica que usou como unidade de aná lise da pesquisa a “comunidade”, pois
as famílias quilombolas estã o sendo entrevistadas no â mbito do Censo, pelo IBGE.
“Buscamos informaçã o sobre disponibilidade de serviços de saú de e educaçã o à s
comunidades, bens culturais, organizaçã o comunitá ria, produçã o agropecuá ria e
comercializaçã o, entre outros aspectos”, destaca a soció loga.

Conforme o quilombola da Comunidade Armada, Quinto Distrito de Canguçu, vice-


presidente da Federaçã o das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio Grande
do Sul e coordenador executivo da Coordenaçã o Nacional de Articulaçã o de
Quilombos (Conaq), José Alex, a realizaçã o do diagnó stico era uma demanda das
comunidades. “Com os dados que foram levantados, podemos discutir as
necessidades de políticas pú blicas para as comunidades quilombolas”, acredita.
“Essa parceria com a Seapdr e com a Emater, de conseguirem um diagnó stico com
diversas lideranças e nos trazer é muito rica e vai servir para a elaboraçã o de
proposta que vai ajudar as comunidades quilombolas”.

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Comunidade quilombola em Mostardas. Foto: Fernando Dias/Seapdr
“Todos os dados foram fornecidos pelos pró prios quilombolas, sendo assim, foi
acatada a demanda dos representantes dos quilombolas e do movimento negro, de
que eles fossem ouvidos quando se pesquisasse sobre eles”, esclarece Denise.
“Foram entrevistadas em mé dia seis pessoas por comunidade, sendo um mínimo de
trê s. Ao todo, foram ouvidos 778 quilombolas”.

De acordo com a soció loga, nunca foi feita uma pesquisa quantitativa com todas as
comunidades certificadas do Rio Grande do Sul e com tã o amplo espectro de temas.
“A ú ltima sobre as vá rias comunidades negras rurais do Estado foi feita há 17 anos,
no â mbito do Programa RS Rural da Secretaria da Agricultura”, diz Denise.

O engenheiro agrô nomo Luiz Fernando Fleck, do Departamento de


Desenvolvimento Agrá rio, Pesqueiro, Aquícola, Indígenas e Quilombolas (DDAPA) da
Seapdr, conta que, para formular e executar políticas pú blicas, é fundamental ter
informaçõ es para subsidiar essas políticas, para que elas sejam bem focalizadas e
atendam ao pú blico e aos objetivos a que elas se propõ em.

“A histó ria das comunidades quilombolas é marcada pela diá spora africana, quando
foi forçado o ‘esquecimento’ da sua cultura. Sendo assim, é importante para as
pró prias comunidades quilombolas e para a sociedade gaú cha reconhecer e dar
visibilidade à s características peculiares e à identidade dessas comunidades,
contribuindo para o seu respeito e valorizaçã o”, acredita a nutricionista da
Emater/RS-Ascar, Regina Miranda, responsável pela á rea quilombola da instituiçã o.

Resultados preliminares em âmbito estadual

As regiõ es que possuem mais comunidades sã o a Sudeste–rio-grandense, com 50


comunidades (38%), que envolve os municípios de Canguçu, Sã o Lourenço, Pelotas,
Piratini, entre outros; e a Metropolitana de Porto Alegre, com 33 comunidades
(25%). Nessas duas regiõ es do Estado estã o 64% das comunidades. Com relaçã o ao
nú mero de famílias, a posiçã o dessas regiõ es se inverte: a Regiã o Metropolitana tem
3.061 famílias (40%) e a Sudeste–rio-grandense tem 2.131 famílias (28%).

De todas as comunidades, 65% estã o no local há mais de 101 anos (sendo que 20%
estã o há mais de 201 anos). Quanto ao acesso, 37% estã o há mais de 30
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Apenas 49% das comunidades possuem rede de distribuiçã o de á gua. O
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abastecimento é feito de mais de uma forma, sendo as mais citadas pelos
quilombolas o poço (32%) e cacimba (25%). OTODOS
ACEITAR escoamento sanitá rio se dá de
formas diferentes. As mais citadas sã o fossa sé ptica (41%), fossa rudimentar (31%),
vala ou cé u aberto (22%).
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Quanto à organizaçã o das comunidades, 80% tê m associaçã o quilombola, sendo
ainda expressiva a participaçã o nos Conselhos Municipais (60%), especialmente da
Saú de, Igualdade Racial, Agricultura e Assistê ncia Social.

Abordando a produçã o agropecuá ria, na produçã o vegetal, em termos de


percentual sobre o total das comunidades, aparece a produçã o de hortaliça em 87%,
batata-doce em 83%, frutas em 83%, milho em 82%, feijã o em 80%, e mandioca em
77%, entre outras culturas.

Em relaçã o à produçã o animal, també m em termos de percentuais sobre o nú mero


total de comunidades, a de ovos alcança 82% das comunidades, aves de corte
aparecem em 81% delas, e de suínos em 79%.

“Ainda temos a manufatura de pã o em 80% das comunidades, geleia em 68% e


conservas em 58%, levando em conta o percentual sobre o nú mero de
comunidades”, destaca Fleck. “A produçã o das comunidades quilombolas é
essencialmente dedicada aos produtos alimentares, tanto no que se refere à
produçã o vegetal como à produçã o animal, alé m dos produtos processados. Parte
expressiva se destina ao autoconsumo das famílias, evidenciando sua importâ ncia
para a segurança e qualidade alimentar”.

Culiná ria tradicional (pã o na pedra). Quilombo Lichiguana, em Cerrito. Foto: Fernando
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Quando se foca na comercializaçã o da produçã o, 80% das comunidades
quilombolas tê m parte da produçã oACEITAR
das famílias comercializada, embora a maior
TODOS
importâ ncia seja dada ao autoconsumo familiar. Os canais de comercializaçã o mais
citados sã o: venda para conhecidos e vizinhos (85%); atravessador (34%); feiras
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(24%); comé rcio/indú stria (14%). “Apesar do destino dos alimentos ser
principalmente para o autoconsumo, é també m expressiva a produçã o destinada à
comercializaçã o, com a consequente geraçã o de parte das rendas auferidas pelas
famílias quilombolas”, destaca a soció loga.

Outro dado: em 80% das comunidades, há famílias que acessaram cré dito para
financiamento de atividades produtivas, com maior expressã o do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), seguido do Fundo
Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos
Rurais (Feaper).

Mais destaques: em 58% das comunidades quilombolas há sementes crioulas


(especialmente milho, feijã o, abó bora). “Portanto, essas comunidades preservam um
patrimô nio gené tico ú nico e diverso. Sã o guardiõ es de sementes”, salienta Denise.

A pesquisadora conta que em algumas comunidades a agricultura é feita com a fase


lunar. “Sã o sistemas simplificados de cultivo, na maioria das vezes sem o uso de
agrotó xicos, e com aproveitamento dos recursos locais e a comercializaçã o da
produçã o estabelecida em circuitos curtos, o que contribui para a sustentabilidade
ambiental”.

Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação

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