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Artigo 1º
Denominação, sigla e símbolo
1 – A denominação do partido é “Futuro”, tendo como sigla “FUT”.
Artigo 2º
Definição e Objectivos
1. O Futuro é um projecto do colectivo activista “Grupo de Trabalho Assembleias de Cidadãos”,
o qual assume a forma jurídica de partido político e tem como objetivos:
2. O Futuro rege-se por uma visão onde a democracia representativa, pilar fundamental da
ordem constitucional da República Portuguesa, é complementada, a todos os níveis de
governação, pelo uso vigoroso e empoderado de assembleias de cidadãos (cf. Artigo 3).
a) promover, através dos seus representantes eleitos e quaisquer outros canais ao seu
dispor, a organização e institucionalização de assembleias de cidadãos, dotadas de
poderes de decisão, a todos os níveis de governação; e
b) eleger representantes cujas intervenções, sobre todas as outras matérias, serão
baseadas nas recomendações de assembleias de cidadãos organizadas pelo, ou em
colaboração com o, Futuro, tendo como única condicionante que essas recomendações
não poderão estar em conflito com os três valores listados no ponto seguinte.
5. O Futuro não se rege por nenhuma ideologia, princípios ou outros valores orientadores além
dos descritos no ponto prévio, considerando-se, relativamente a todos os temas excepto o
aprofundamento da democracia, exclusivamente um veículo para a expressão do interesse
público articulado por assembleias de cidadãos.
6. Fora do contexto eleitoral, o Futuro não se vê como um competidor face aos restantes
partidos políticos em Portugal, pois entende o seu papel como o de criar e dar voz a uma forma
alternativa de expressão democrática que ainda carece de existência institucional no nosso país.
Artigo 3º
Sobre as Assembleias de Cidadãos e a Sua Articulação com o Futuro
1. Uma assembleia de cidadãos (“AC”) é um processo de decisão colectiva no qual uma
amostra tendencialmente aleatória estratificada da população residente em Portugal e
titular de direitos políticos estuda uma questão política, escutando uma pluralidade de
contributos, delibera com a assistência de moderadores e, por fim, gera um conjunto de
recomendações que dá resposta a essa questão política.
2. As assembleias de cidadãos são já comummente utilizadas em múltiplos países,
existindo abundante literatura científica sobre as mesmas bem como orientações de
entidades como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE) sobre a sua correcta implementação.
3. O Futuro reconhece e preza o conhecimento já existente sobre assembleias de cidadãos
bem como a rede internacional de especialistas nesta área, procurando incorporar e
reflectir este conhecimento e competências externas em todos os aspectos da sua forma
de operar.
4. A organização de uma assembleia de cidadãos deve necessariamente nortear-se
por vários valores:
a. a neutralidade e transparência de todos os aspectos fundamentais do
processo, nomeadamente: a selecção dos participantes; a escolha dos
especialistas e outras fontes de informação; a moderação e condução da
deliberação; e a elaboração de todos os documentos formais que tenham
base nas recomendações geradas pela assembleia de cidadãos;
b. a informação disponibilizada aos participantes deve ser de alta qualidade e
representar um amplo espectro de pontos de vista
c. a deliberação deve dar tempo suficiente aos participantes para efectivamente
aprenderem sobre as questões relevantes e poderem discuti-las amplamente
entre si.
5. O Futuro assume que não existem processos perfeitos, mas para ser considerada
legítima uma assembleia de cidadãos deve, ainda assim, aproximar-se, tanto quanto
possível e dado o contexto político e institucional em que opera, do ideal descrito no
ponto anterior.
6. Fruto do seu compromisso democrático, o Futuro compromete-se a tornar
transparentes e permitir a avaliação externa de todos os elementos fundamentais da
organização das assembleias de cidadãos, com a ressalva de que a privacidade dos
participantes nas assembleias de cidadãos deverá ser preservada enquanto
trabalham.
7. O Futuro assume a dificuldade da tarefa que se propõe executar e tem consciência,
em particular, de que implementar assembleias de cidadãos em efectiva articulação
com as instituições políticas existentes em Portugal requer um trabalho de
adaptação, inovação e, em certas ocasiões, compromissos face ao ideal descrito
anteriormente neste artigo.
8. O modelo de operação das assembleias de cidadãos e da sua articulação com as
instituições será, sempre e necessariamente, um trabalho-em-curso, pelo que o
Futuro estará sempre aberto a colaborações com a sociedade civil, academia e
outros actores interessados com vista a melhorar o seu modelo de operação.
9. O modelo de operação, na sua versão mais actual, pode ser encontrado no site do
Futuro com o título “Guia de Operação e Articulação das Assembleias de Cidadãos”.
Artigo 4.º
Duração e extinção
1. O Futuro ambiciona a sua extinção e considera que a sua missão estará realizada
quando se encontrarem institucionalizadas em Portugal, a todos os níveis de governação,
assembleias de cidadãos dotadas de (i) efectivo poder de decisão política e de (ii) os
mecanismos de controlo necessários para assegurar o seu correcto e legítimo
funcionamento.
Artigo 5.º
Adesão de novos membros
1. Podem aderir ao Futuro todos os que subscrevam a visão definida no Artigo 2.º dos presentes
Estatutos e que estejam no pleno gozo dos seus direitos políticos, carecendo a adesão de
ratificação pelos orgão competentes.
2. A proposta de adesão de um novo membro tem de ser avalizada por um membro do Futuro
que abone da sua idoneidade.
4. A inscrição como membro caduca por renúncia pessoal expressa, óbito, ou por ausência de
Artigo 6.º
Direitos dos Membros
São direitos dos membros do Futuro:
b) Eleger e ser eleito para todos os órgãos e cargos definidos na estrutura do Futuro;
d) Obter resposta, no máximo de um mês, a perguntas dirigidas por escrito aos órgãos;
Artigo 7.º
Responsabilidades dos membros
b) Manter o seu compromisso com a visão expressa no Artigo 2.º dos presentes
Estatutos, nomeadamente zelando para que:
Artigo 8.º
Sanções
1 - Aos membros que violem os Estatutos, podem ser aplicadas, por ordem de gravidade, as
seguintes medidas disciplinares:
a) Advertência;
d) Exclusão.
3 - A nenhum membro pode ser imposta qualquer medida disciplinar sem lhe ter sido dada a
possibilidade de ser previamente ouvido.
8 - As sanções previstas neste artigo não são aplicáveis por motivo de diferenças de opinião
política no interior do Futuro.
Artigo 9.º
Órgãos
a) A Assembleia;
b) A Conselho de Jurisdição;
c) A Direcção Executiva.
Artigo 10.º
Assembleia
3 - A Assembleia elege uma Mesa da Assembleia para dirigir os seus trabalhos, delibera sobre
Estatutos, cabendo-lhe igualmente a eleição da Direcção Executiva e do Conselho de
Jurisdição.
6 - A Assembleia reúne-se com uma periodicidade anual, podendo uma reunião da mesma ser
convocada extraordinariamente por iniciativa da Direcção Executiva ou de dez por cento dos
membros.
Artigo 11.º
Conselho de Jurisdição
1 - O Conselho de Jurisdição é o órgão eleito pela Assembleia que tem como competências:
a) Zelar pela aplicação dos Estatutos a todos os níveis do Futuro;
Artigo 12.º
Direcção Executiva
3 - Qualquer moção política submetida à Direcção Executiva com a subscrição de 100 membros
é obrigatoriamente debatida e votada.
Artigo 13.º
Direito à Informação
Artigo 14.º
Sistema de Votação
1 - As deliberações no Futuro são tomadas por maioria simples de votos dos membros
presentes, desde que sejam membros do respetivo órgão.
2 - Nos casos de votação para cargos e órgãos do Futuro, a eleição será sempre por voto
secreto.
Artigo 15.º
Finanças
1 - As receitas do Futuro provêm das contribuições dos seus membros e simpatizantes, dos
subsídios e subvenções públicas, legados ou donativos que lhe sejam atribuídos e
expressamente aceites pelo Futuro, de iniciativas próprias, do rendimento de bens, fundo de
reservas ou verbas depositadas.
2 - As despesas do Futuro são as que resultam do exercício das suas atividades estatutárias e
das que lhe sejam impostas legalmente.
Artigo 16.º
Responsabilidades Sociais
Artigo 17.º
Casos Omissos
Os casos omissos nos presentes Estatutos são regulados por deliberação do Conselho de
Jurisdição que deverá apresentar tais decisões na Assembleia imediatamente posterior às
mesmas, a fim de serem ratificadas ou alteradas.