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Curso Básico para 

Pregadores 

Arquidiocese de Maringá
Renovação Carismática Católica
Ministério de Pregação

Maringá – Paraná
2010
2

 Apresentação
A missão do Ministério de Pregação é a formação de pregadores da Renovação
Carismática Católica (RCC), conduzindo-os à unidade de fé e do conhecimento de Jesus Cristo,
a partir da vivência do Batismo no Espírito Santo, buscando a santidade, reavivando-lhes a
consciência de nossa identidade e capacitando-os para o eficaz exercício do ministério de
 pregação.
Este curso básico tem como base principal as diretrizes do Ministério de Pregação
da RCC Brasil (2008-2009), o Curso de Comunicadores da Mensagem Cristã, Cristã , da Editora
Pelicano, desenvolvido pela Evangelização 2000 e a apostila Curso de Pregadores elaborada
 pela Comunidade Atos. Outros textos serviram de fonte como  Anuncia-Me,
 Anuncia-Me, cujo objetivo é
despertar e reavivar os carismas da pregação e do ensino, bem como desenvolver o senso de
Evangelho.  Arautos da Salvação que visa capacitar os
responsabilidade pelo primeiro anúncio do Evangelho. Arautos
 pregadores a anunciarem o Evangelho utilizando o querigma. Oratória Sacra, Sacra, que tem como
objeti
objetivos
vos:: capaci
capacitar
tar os pregad
pregadore
oress e formad
formadore
oress a con
confec
feccio
cionar
narem
em roteir
roteiros
os com eficá
eficácia
cia e
segurança e dotar os pregadores e os formadores dos conhecimentos básicos e do treinamento
nece
necess
ssár
ário
io para
para rece
recebe
berem
rem a forma
formaçã
çãoo sobr
sobree comu
comuni
nica
caçã
çãoo gest
gestoo verb
verbal
al,, comu
comuninica
caçã
çãoo
interpessoal, organização do pensamento, noções de artes cênica e didática. Além disso, constam
neste manual as oficinas: Voz e Unção, Palavra Viva, Roteirização, Verbalização e TV . TV . Portanto,
os módulos da metodologia com poder do Espírito Santo propostos pela RCC que serão
abordados nesta apostila serão: I – Fundamental : Roteirização, Pregação, Voz e Unção e
Palavra Viva. II – Missão: Anuncia-me, Arautos da Salvação, Aprofundamento da Mensagem e
III – Bíblico : Onde buscar a mensagem bíblica.
Aprender a pregar não se limita a uma técnica de oratória, mas a seguir os passos
do mistério da encarnação, em que a palavra e acontecimento se unem indivisivelmente. Trata-se
de imitar o maior pregador da história, que não apenas chegou a ser o tema de pregação de
muitos, mas também muitos mártires deram suas vidas por ele (Salvador Gomes e José H. Prado
Flores, 1988).
Aprenda com Jesus! Aprenda com a Igreja! O pregador, por mais capaz que seja
não tem autoridade por si mesmo. Tem que ser enviado, quer dizer, unido aos pastores da Igreja.
“Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. ... Estes milagres
acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas,
manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos
aos enfermos e eles ficarão curados.” (Mc 16, 15-18).
Avante, caros arautos da salvação!
salvação! Marchemos para conquistar almas para o
Senhor!
“Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia!” (II Tim 4, 1-5).

Miguel Machinski Junior 


Coordenador do Ministério de Pregação – RCC Maringá
(Grupo de Oração Leão de Judá)

Revisão:
 Claudinéia Almeida da Silva Faustino (Grupo de Oração Rainha dos Anjos)
 Gustavo Cioli (Grupo de Oração Frutos da Aliança)
2

 Apresentação
A missão do Ministério de Pregação é a formação de pregadores da Renovação
Carismática Católica (RCC), conduzindo-os à unidade de fé e do conhecimento de Jesus Cristo,
a partir da vivência do Batismo no Espírito Santo, buscando a santidade, reavivando-lhes a
consciência de nossa identidade e capacitando-os para o eficaz exercício do ministério de
 pregação.
Este curso básico tem como base principal as diretrizes do Ministério de Pregação
da RCC Brasil (2008-2009), o Curso de Comunicadores da Mensagem Cristã, Cristã , da Editora
Pelicano, desenvolvido pela Evangelização 2000 e a apostila Curso de Pregadores elaborada
 pela Comunidade Atos. Outros textos serviram de fonte como  Anuncia-Me,
 Anuncia-Me, cujo objetivo é
despertar e reavivar os carismas da pregação e do ensino, bem como desenvolver o senso de
Evangelho.  Arautos da Salvação que visa capacitar os
responsabilidade pelo primeiro anúncio do Evangelho. Arautos
 pregadores a anunciarem o Evangelho utilizando o querigma. Oratória Sacra, Sacra, que tem como
objeti
objetivos
vos:: capaci
capacitar
tar os pregad
pregadore
oress e formad
formadore
oress a con
confec
feccio
cionar
narem
em roteir
roteiros
os com eficá
eficácia
cia e
segurança e dotar os pregadores e os formadores dos conhecimentos básicos e do treinamento
nece
necess
ssár
ário
io para
para rece
recebe
berem
rem a forma
formaçã
çãoo sobr
sobree comu
comuni
nica
caçã
çãoo gest
gestoo verb
verbal
al,, comu
comuninica
caçã
çãoo
interpessoal, organização do pensamento, noções de artes cênica e didática. Além disso, constam
neste manual as oficinas: Voz e Unção, Palavra Viva, Roteirização, Verbalização e TV . TV . Portanto,
os módulos da metodologia com poder do Espírito Santo propostos pela RCC que serão
abordados nesta apostila serão: I – Fundamental : Roteirização, Pregação, Voz e Unção e
Palavra Viva. II – Missão: Anuncia-me, Arautos da Salvação, Aprofundamento da Mensagem e
III – Bíblico : Onde buscar a mensagem bíblica.
Aprender a pregar não se limita a uma técnica de oratória, mas a seguir os passos
do mistério da encarnação, em que a palavra e acontecimento se unem indivisivelmente. Trata-se
de imitar o maior pregador da história, que não apenas chegou a ser o tema de pregação de
muitos, mas também muitos mártires deram suas vidas por ele (Salvador Gomes e José H. Prado
Flores, 1988).
Aprenda com Jesus! Aprenda com a Igreja! O pregador, por mais capaz que seja
não tem autoridade por si mesmo. Tem que ser enviado, quer dizer, unido aos pastores da Igreja.
“Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. ... Estes milagres
acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas,
manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos
aos enfermos e eles ficarão curados.” (Mc 16, 15-18).
Avante, caros arautos da salvação!
salvação! Marchemos para conquistar almas para o
Senhor!
“Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia!” (II Tim 4, 1-5).

Miguel Machinski Junior 


Coordenador do Ministério de Pregação – RCC Maringá
(Grupo de Oração Leão de Judá)

Revisão:
 Claudinéia Almeida da Silva Faustino (Grupo de Oração Rainha dos Anjos)
 Gustavo Cioli (Grupo de Oração Frutos da Aliança)
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Sumário 
 Apresentação ............
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 Sumário ...........
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1° Tema – Arautos da Salvação ............ .................. ...........
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1. Arautos
Arautos da Salvação
Salvação ............
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2. Quem pode ser pregador? .............. .................... ...........
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.......... 04
3. Exemplos
Exemplos de arautos arautos ............
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........ 05
4. O pregador
pregador ............
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..... 06
5. Obstáculos
Obstáculos do pregador pregador ............
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............ 06
6. Decálogo
Decálogo do orador orador sacro ............. ................... ...........
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.......... 06
2° Tema – Pregação ............
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1. Conceito
Conceito de pregação
pregação ............
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2. A necessidad
necessidadee da pregação pregação ................
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3. Objetivos
Objetivos da pregação
pregação ............
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..... 08
4. Anunciar
Anunciar a Boa Nova ........... .................
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3° Tema – Revelação para a pregação ........... ................. ............
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1. Bíblia Sagrada
Sagrada ...........
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2. Sagrada
Sagrada Tradição
Tradição ...........
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3. Magistério
Magistério da Igreja ........... .................
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4. Senso sobrenatural
sobrenatural da fé ........... .................
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5. Fontes compleme
complementare ntaress (Via cosmológica cosmológica e antropológ antropológica) ica) ..........
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4° Tema – Tipos de mensagem ........... .................
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1. Mensagem
Mensagem querigmátic
querigmáticaa ............ .............................
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2. Mensagem
Mensagem catequétic
catequéticaa ...........
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3. Mensagem
Mensagem de perseveranperseverança ça ............
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........ 26
5° Tema – Buscando a mensagem na Bíblia ............ ................. ...........
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1. Parábolas
Parábolas ...........
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2. Milagres
Milagres ...........
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3. Personagens
Personagens ............
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4. Guerras
Guerras ............
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5. Perguntas
Perguntas ............
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6. Diálogos
Diálogos ...........
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7. Discursos
Discursos ............
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8. Costumes,
Costumes, comidas
comidas e festas festas ...........
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9. Visões,
Visões, sonhos
sonhos e revelações
revelações ................
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10. Lugares
Lugares ............
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11. Objetos
Objetos ...........
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12. Orações
Orações ...........
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6° Tema – Técnicas para aprofundar a pregação ........... .............................
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1. Significado
Significado das palavras ou semântica semântica .............. ................... ...........
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2. Opostos,
Opostos, antônimos
antônimos ou contrários contrários ................
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3. Contexto
Contexto ............
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4. Comparação
Comparação de mensagens mensagens ........... ............................
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7° Tema – Como organizar a pregação (Roteirização) ............ .............................
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1. Roteiro proposto pelo livro  Formação de pregadores ...... ...............
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2. Roteiro proposto pela RCC Brasil ............. ................... ............
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8° Tema – Técnicas de pregação ............ ................. ...........
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1. Ruídos de comunicaçã
comunicaçãoo ........... .................
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2. Espécies
Espécies de técnicas
técnicas de pregação pregação ...............
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9° Tema – Oficinas de pregação ............ ................. ...........
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1. Voz e unção ............
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2. Palavra
Palavra viva ...........
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3. Roteirizaçã
Roteirizaçãoo ...........
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4. Verbalizaçã
Verbalizaçãoo ............
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5. A arte de falar na TV ........... .................
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 Referências ...........
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1° Tema – Arautos da Salvação1


1. Arautos da Salvação = Pregadores
 Nós fomos criados para a comunhão com Deus, criados para viver no jardim do Édem
(jardim das delícias), mas com o pecado fomos expulsos do paraíso e a porta ficou trancada e
guardada por um anjo de guerra. Só que com a morte de Cruz, Jesus abre a porta do paraíso, tira
o anjo de guerra e o véu do templo é rasgado. O lugar denominado “Santo do Santos” já não é
 proibido aos que estão no lugar dos “santos” no templo.
Jesus o Rei convoca os pregadores a serem os Arautos da Boa Notícia: “A porta do céu
está novamente aberta para a humanidade”.
Aprouve a Deus salvar o homem pela pregação. A palavra pregação usada pelo apóstolo
Paulo aos Coríntios deriva do termo grego kerys que quer dizer arauto. A pregação é o exercício
do trabalho do arauto do Rei.

2. Quem pode ser pregador?


1) Condições para ser anunciador:
A)  Experiência de salvação (testemunho pessoal) – É difícil anunciar o Evangelho sem
antes experimentá-lo. Para anunciar Jesus Cristo eficazmente é necessário primeiro experimentar 
o seu poder na própria história. Se o anunciador não tiver experiência de Salvação não terá
autoridade para anunciar. A principal condição para realizar bem o anúncio é que este seja
 baseado numa experiência de vida. "A experiência pessoal tornou-se uma condição essencial
 para a eficácia profunda da pregação, somos até certo ponto, responsáveis pelo avanço do
evangelho que nós proclamamos." (Evangelli nuntiandi – E.N. N 76).
°

B) Testemunho de vida (viver o que se prega) - A vida fala muito mais do que as
 palavras. O testemunho autenticamente cristão é o primeiro meio de evangelizar. São Pedro
exprimia isto muito bem quando evocava a singularidade de uma vida pura e respeitável, para
que, aqueles que "não obedecem a palavra, venham a ser conquistados sem palavras, pelo
 procedimento" (E.N. N 41). °

C)  Zelo pelo evangelho (ser apaixonado por Jesus) -  para que Cristo seja conhecido,
amado e servido por todos os homens. "O Senhor quer que nós, que um dia recebemos o anúncio
da palavra, não deixemos desaparecer o primeiro amor que nos leva a proclamar para todos o
amor com que Deus nos amou" (Ap 2,3-4). Faz parte do zelo, o cuidado para não disseminar 
confusão ao anunciar o evangelho. "Pregar, não as nossas próprias pessoas ou as nossas idéias
 pessoais, mas sim um evangelho do qual não somos senhores e proprietários absolutos" (E.N. N °

15).

2) Os que tem os seguintes requisitos:


A) Decisão voluntária - (Mt 16,24) Se alguém quiser... Ser arauto de Cristo não pode ser 
encarado como obrigação, é necessário querer. E querer de todo coração. Está escrito que duas
 pessoas não poderão andar juntas se não houver acordo entre elas (Am 3,3). Ser arauto de Cristo
é estar em completa comunhão com Ele.
B) Determinação - (Mt 16,24) Renuncie a si mesmo... Uma pessoa determinada é alguém
que sabe aonde quer chegar, independente do que terá de enfrentar pelo caminho. O primeiro
homem a escalar o Everest, depois de várias tentativas sem conseguir êxito foi convidado para
uma conferência em uma Universidade. Ao subir ao palco, bem à suas costas haviam colocado
um enorme cartaz do Everest. Ele não se sentiu incomodado e logo disse olhando para o cartaz:
“Everest você já cresceu tudo o que tinha que crescer, eu estou apenas começando”. Ele foi o
 primeiro a escalar o Everest porque era determinado.
C) Consciência - (Mt 16,24) Tome sua cruz... Ao falar sobre a cruz, os discípulos de
Jesus sabiam muito bem o que isto significava. Os discípulos assumem as conseqüências da sua
1
Apostila Arautos da Salvação, RCC Brasil.
5
decisão, conscientemente. Tomar a cruz significa dedicação total. Significa viver para Deus. O
sofrimento é essencial para o ser humano (Papa João Paulo II).
D)  Disposição para o trabalho - (Mt 16,24) Siga-me... Disposição em seguir Jesus. No
 judaísmo, esta palavra (seguir) estava ligada diretamente ao relacionamento entre um aluno da
Torá e o rabino. O aluno subordinava-se a este rabino, seguia-o em todo lugar por onde ele
andasse, apreendendo dele e servindo-o. Ex. Expulsar espírito da preguiça é difícil porque ele se
esconde. Já viu alguém pedir oração porque está com muita preguiça?

3) Os que passam pelo teste do chamado


A) O arauto inconseqüente (Lc 9, 57-58). O primeiro homem narrado por Lucas
ofereceu-se espontaneamente para seguir Jesus. Atitude louvável! Contudo, decidiu sem pensar,
sem avaliar as conseqüências. A resposta dura de Jesus não visava desanimá-lo, mas instruí-lo,
 pois ele não conhecia a si próprio, ao Senhor e nem a extensão do discipulado.
B) O arauto Soft  (Lc 9, 59-60). Soft  em inglês significa suave, é o famoso “devagar”.
Cristo não aceita mercenários nem turistas no seu grande Reino, aqueles que valorizam conforto
e segurança acima dos interesses do Senhor não podem ser bons arautos.
C) O arauto indeciso (Lc 9, 61-62). Aquele que não renuncia à antiga vida e corre o risco
de ficar enraizado neste mundo. Por exemplo, Bartimeu em Mc 10, 46, enquanto estava na beira
do caminho, nas trevas, nem fora e nem no caminho; bem como, At 3, 2, o coxo sentado a porta
do templo.

4) Os que vencem as tentações


A) A tentação de querer ser agradável aos homens (I Tes 2,4). Em Jeremias 28, tanto
Ananias quanto Jeremias profetizam na casa do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o
 povo. Ananias afirma: “Assim fala o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: vou romper o jugo
do rei de Babilônia. Ainda exatamente mais dois anos, e farei voltar a este lugar todos os
objetos do templo...” nos versículos 15 e 16 Jeremias profetiza ao profeta Ananias: “Ouve bem,
 Ananias! Não te outorgou missão o Senhor. És tu que arrastas o povo a crer na mentira. Por 
isso, eis o que disse o Senhor: vou afastar-te da face da terra. Ainda neste ano morrerás, pois
que insuflaste a revolta contra o Senhor.” Muitos pregam evitando assuntos que incomodam,
alterando padrões morais da Bíblia, usando palavras lisonjeiras.
B) A tentação de agir com intuitos gananciosos (I Tes 2, 5). Paulo fala do seu trabalho dia
e noite (fazendo tendas) para não ser pesado aos fiéis. Mesmo eles que estavam prontos a
compartilharem suas próprias vidas.
C) A tentação de buscar glória de homens (I Tes 2, 6). Jesus disse em Lucas:  Ai de vós
quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas (Lc 6,
26).

3. Exemplos de arautos
1)  Moisés (Ex 5-11) vai ao faraó seguindo às ordens de Deus para a salvação do povo. A) Na
 primeira vez o faraó diz não (Ex 5, 2). B) Na segunda vez o faraó disse que adorassem dentro do
Egito (Ex 8, 25). C) Na terceira vez o faraó permitiu que fossem, porém não deveriam ir longe
(Ex 8, 28). D) Na quarta vez o faraó disse para não levarem os filhos (Ex 10, 9-11).

2)  Paulo (At 27, 13-44) salva os tripulantes de uma embarcação na tempestade. A) Paulo os
exorta e os leva a crer (vs. 21 – 25). B) Paulo os corrige e os encoraja (vs. 31 – 34). C) Paulo os
conduz são e salvos (vs. 44).

3) João Paulo II conduziu o rebanho de Deus entre lobos. Ex. Um repórter lhe perguntou se não
estava na hora de deixar de ser Papa em virtude de sua saúde e outras coisas. O Papa respondeu:
Jesus só desceu da cruz depois de morto.
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4. O Pregador
O pregador ou arauto da salvação é uma pessoa guiada pelo Espírito Santo, com o
objetivo único de conquistar as pessoas para Jesus. Ele é a voz que clama, é a seta que indica o
caminho. Mas não é, jamais, a  Palavra, o Caminho. Por isto é muito importante que o pregador 
do grupo de oração seja uma pessoa madura na fé, que conheça bem Jesus, que é o Verbo do Pai,
a Palavra verdadeira, o único caminho.
O perigo de um pregador imaturo é de que, não conhecendo a Verdade, ele desvie muitas
 pessoas do verdadeiro caminho. São Paulo orienta que para ser capaz de ensinar a pessoa “ não
 pode ser um recém-convertido, para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na
mesma condenação que o demônio. Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte
dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas (...) Antes
de poderem exercer o seu ninistério, sejam provados para que se tenha certeza de que são
irrepreensíveis” (I Tim. 3, 6-7, 10).
O que podemos entender por Verdade? A verdade é o próprio Jesus, conforme a Igreja
Católica Apostólica Romana ensina ( Declaração Dominus Iesus). Mas o que vem a ser um
 pregador maduro? Pergunta um tanto difícil de responder, tendo em vista que estamos falando de
fé, de conhecimentos sobrenaturais, de graça. Mas, como disse Jesus: são pelos frutos que
conhecereis a árvore. Assim, cabe à comunidade de fé, aos membros do grupo, em especial à
equipe de serviço, decidir sobre quem deve pregar no grupo de oração.

5. Obstáculos do pregador
a)  Ativismo - se o demônio não nos pega pela omissão (preguiça), poderá nos pegar pelo
excesso de atividades boas (religiosas). O ativista não tem tempo para a amizade com Jesus
(oração pessoal), como acontece com Pedro e Jesus em Jo 21, 15ss ( Pedro, tu me amas?).
 b)  A falta de pureza nas intenções - O homem vê o exterior, Deus perscruta as intenções do
coração (1Sm 16,7). Uma ação vale para Deus quanto vale a intenção com a qual é feita. O
Espírito Santo não pode agir na evangelização se o movente não é puro. Deus não se faz
cúmplice de mentira e não valoriza a vaidade.
c)  Falta de humildade - Não pregar a si mesmo: "De Fato, não nos pregamos a nós mesmos,
mas a Jesus Cristo, o Senhor" (2Cor 4,5). Não buscar a glória pessoal: "Eu não busco a minha
glória!" (Jo 8,50).
d)  Excesso de amor-próprio (a si mesmo) - Astúcias do amor próprio: "O ego quer ser admirado
e amado"; Ostentação de vaidade; Desejo de agradar aos outros para conseguir vantagens;
Desejo de tornar-se célebre (com muita fama); Centralizar-se em si mesmo. "Nem todo
aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não
 pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e
 fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: nunca vos conheci retirai-vos de mim,
operários maus!” (Mt 7,21-23).
e) Incredulidade.

6. Decálogo do orador sacro 2


.a Docilidade ao Espírito Santo
.b Orar diariamente
.c Zelar pela própria santidade
.d Amar as pessoas
.e Aprender com os bons pregadores
.f Viver o que se prega
.g Simplicidade na exposição e profundidade nas idéias
.h Escolher cuidadosamente o tema e as idéias principais para compor o roteiro
.i Treinar exaustivamente
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Apostila Oratória Sacra – Verbalização, RCC Nacional.
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.j Começar a pregação com serenidade (os arroubos são para depois, se forem
necessários)

DINÂMICAS
1. Convide alguns participantes para irem à frente e testemunharem quem foi o seu arauto.
Citando quem foi, em que época, se ainda tem contato com ele ou não e outras
 particularidades que quiserem. Façam uma oração para estes arautos.
2. Chamar alguns participantes para irem a frente testemunhar seu primeiro (encontro com
Jesus ressuscitado) ou segundo (Batismo no Espírito Santo) toque de Deus.
3. Convidamos a todos que se coloquem de pé, em atitude de prontidão para acolherem o
chamado e o envio de nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de, também nós, nos tornarmos como
Ele, anunciadores da Boa Nova.

2° Tema – Pregação
1. Conceito de pregação 3
Pregação é o anúncio do Evangelho sob a unção do Espírito Santo, mediante o uso dos
recursos e métodos da oratória (arte de falar em público) e da retórica (estudo do uso persuasivo
da linguagem, em especial para o treinamento de oradores).
Oratória Sacra é um método de pregação que, com docilidade ao Espírito Santo e
dependendo de sua unção, anuncia o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo empregando as
técnicas e os recursos de comunicação ensinados pela retórica e utilizados pela oratória. Sua raiz
remota são as homilias feitas pelos primeiros cristãos; nasceu quando os pregadores cristãos
 perceberam que podiam usar a retórica grega ou a oratória romana. Uma das funções da oratória
é apresentar uma tese, sustentá-la e deixar os ouvintes em condições de decidir por ela. Cada
tema de pregação assemelha-se a uma tese.
A) Partes da Oratória:
 Invenção: planejamento estratégico (busca de idéias, provas, argumentos) = Acolhimento
da revelação para a pregação.
 Disposição: organização da forma mais didática possível.
 Elocução: exposição das idéias de forma estética e convincente.
 B) Eloquência
Habilidade de falar e exprimir-se com facilidade. É a arte e o talento de persuadir,
convencer, deleitar ou comover por meio da palavra. Em estudos da linguagem é a arte de falar 
 bem. Ex. Apolo.

2. A necessidade da pregação
A pregação é uma necessidade no plano de Deus – I Cor. 1, 21 e Rom. 10, 14 –   Porém,
como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram
 falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?
Ensina Lumen Gentium (L.G.) Nº 1338 e 1339: Impõe-se pois a todos os cristãos o dever 
luminoso de colaborar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e acolhida por 
todos os homens em toda a parte. (...) Para exercerem tal apostolado, o Espírito Santo – que
opera a santificação do povo de Deus através do ministério e dos sacramentos – confere ainda
dons peculiares aos fiéis (cf. I Cor. 12,7) “distribuindo-os a todos, um por um, conforme quer”
(I Cor. 12,11). (...) Da aceitação dos carismas, mesmo dos mais simples, nasce em favor de cada
um dos fiéis o direito e o dever de exercê-los para o bem dos homens e a edificação da Igreja,
dentro da Igreja e do mundo, na liberdade do Espírito Santo (...).

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Apostila Oratória Sacra – Verbalização, RCC Nacional.
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1ª Necessidade – a fé: Através da pregação que recebemos a fé (Rm 10, 9-19) e a fé é
condição para a salvação: A) (vers. 9) se com tua boca... com suas palavras, com seu raciocínio
dêem razão de sua fé. Será salvo! B) (vers. 9) em teu coração... com suas ações, com seus
testemunhos viva a sua fé. Será salvo! C) (vers. 13) por que todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo! Então agora ficou muito simples a questão da salvação: para sermos salvos
 precisamos invocar com a boca e o coração o nome do Senhor. D) (vers. 14,) Como invocarão...
como poderá alguém invocar a salvação sendo que não crê porque não ouviu falar que Jesus é o
salvador. E) (vers. 14) e como ouvirá se ... muitos estão se perdendo por nossa causa, porque não
estamos falando. Não se espante o dia que entrar em um grupo de oração e ver uma pedra
falando (Lc 19, 40). Ex. A arte nasce da inspiração, a filosofia do raciocínio, a tecnologia do
cálculo e da experimentação. A fé é a única que nasce do ouvir (Pe. Ranierro Cantalamessa).
F) (vers. 18) Acaso não ouviram? A resposta foi sim. Sim, ouvimos! G) (vers. 19) Acaso não
compreenderam? A resposta foi sim. Sim, compreendemos. H) (Rm 11,1) Acaso rejeitou Deus o
seu povo? A resposta foi não. Deus não rejeita um povo que vive empunhado a arma que Ele deu
como sinal da vitória contra o mundo: a nossa fé (1 Jo 5,4) .
2ª Necessidade – a esperança: É através da pregação que se renova a esperança (Êx 14,
10-16). A) (vers. 10-12) invocaram o Senhor... O mundo está passando por uma crise de falta de
esperança. Pessoas com doenças não esperam solução por parte de médicos e hospitais. Pessoas
em dificuldades financeiras não esperam ajuda de bancos ou agências financeiras, pessoas sem
empregos não acreditam em empresários. B) (vers. 13) Não temais... nos momentos difíceis de
nossa vida, onde procuramos amigos para nos consolar, com certeza encontraremos nas
 pregações, na palavra de Deus não somente consolo, mas direção para caminhar no rumo certo.
Ex. em algumas traduções bíblicas há 365 citações dizendo “Não temais”. Uma reflexão: que
lindo, uma para cada dia do ano em nossa vida. C) (vers. 14) O Senhor ... Pela esperança é que
alcançamos a salvação, em esperar as maravilhas do céu. Ganhar o céu é esperar até o último
momento. D) (vers. 16) para que os israelitas... Diante do mar vermelho, Moisés se viu sem
esperança. De um lado o mar de outro o exército dos Egípcios. Nada humanamente poderia vir 
em auxílio do povo de Deus. Sem saída, sem armas e sem guerreiros, Moisés só tinha esperança
em uma promessa feita pelo Senhor dos exércitos; e agarrado a essa esperança ele e todo o povo
viu a vitória dos que esperam no Senhor. Jesus é nossa esperança! (1 Tm 1, 1). Vivemos pela
esperança: esperar morrer no lugar e na hora certa. Ex. Dimas o bom ladrão.
3ª Necessidade – o amor: Através da pregação é que progredimos no amor (1 Sm 1, 1-9).
A) (vers. 5) porção dupla... O esperado era que ele desse a Ana o mesmo que dava à Fenena,
mas o verdadeiro amor é dotado de generosidade e excede as expectativas. Se o esperado é lavar 
louça, enxugue também. Todos nós sabemos como é maravilhoso quando todas as nossas
expectativas são superadas. Não podemos deixar que o egoísmo mine a beleza do amor, mas a
cada dia devemos nos superar na doação e na entrega, porque progredir no amor é ir além do
esperado. B) (vers. 2) Ana, porém, não os tinha... Se progredir no amor é ir além do esperado,
também é certo que o verdadeiro amor permanece, mesmo quando recebemos aquém do
esperado. Elcana amava Ana mesmo ela não lhe dando o que esperava. Ana nesse sentido ficava
aquém das expectativas, mas isso não era motivo para que ele a amasse menos. Quero dizer algo
 para vocês: em alguns aspectos vocês estarão aquém das expectativas do outro, por melhor que
você seja. Por isso lembrem-se: mesmo que você vá além do esperado, não faça cobranças
naquilo em que suas expectativas forem frustradas. Não amem menos, pelo contrário, amem
mais, pois essa é a grandeza do amor. O amor não é troca, mas sim entrega e isso é progredir no
amor. C) (vers. 8) Não valho eu...  progredir no amor é ser para os outros melhor que o sonho
mais profundo de seus corações. Há um momento que Ana se desespera – quer filhos, mas eles
não vêm. O seu sonho maior não se realiza. Quem tem um grande sonho e não o vê realizado
sabe o que Ana sentiu. Elcana com convicção afirma para ela que ele vale dez vezes mais do que
o sonho maior de sua vida, ter um filho. Ser a realização dos sonhos do outro é dez vezes mais
 progredir no amor. D) (vers. 21-23) Ana, porém não foi... Mas Deus em sua misericórdia
concede o sonho do coração de Ana. É nesse momento que Elcana demonstra mais uma vez o
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que é o amor. Ele é solidário e compreensivo quando ela diz que não subirá com ele ao Santuário
enquanto a criança não estiver desmamada. Lendo o texto hoje, não compreendemos a riqueza
do que isso significa. Aquela era uma época patriarcal, os direitos do homem dentro da casa
eram absolutos. Uma mulher ter vontades e ser compreendida não era algo comum. Amar não é
apenas estar ao lado nos momentos fáceis, de calmaria, mas nos momentos de tempestades, e
isso é progredir no amor.

3. Objetivos da pregação
O objetivo da pregação no grupo de oração é levar as pessoas a conhecerem Jesus. Haja
vista que, muitas, algumas, ou até mesmo uma, pode nunca ter ouvido falar Dele. Por ser aberto
a todas as pessoas, em cada reunião de oração deve-se anunciar a Boa Nova do Reino de Deus.
Este é o grande desafio do leigo carismático.
Sobre a missão de pregar o querigma ensina o documento L. G. N.º 1335: “Os leigos,
 por sua vez, participantes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, realizam
verdadeiramente apostolado quando se dedicam a evangelizar e santificar os homens e animar e
aperfeiçoar a ordem temporal com o espírito do Evangelho, de maneira a dar com a sua ação
neste campo claro testemunho de Cristo e a ajudar à salvação dos homens”.
A pregação tem dois objetivos que precisam ser alcançados. O cego descrito por Marcos
(8, 22-26) é o único a ser curado com dois toques de Jesus, enquanto todos os outros cegos foram
curados com apenas um toque. Assim como nossa pregação também necessita de dois toques.
 Primeiro toque - Experiência salvífica de Jesus Cristo. Em Lc 7, 18-23, Jesus disse: ide
anunciar a João o que tendes visto e ouvido: A) Os cegos vêem: cegueira espiritual. O pior cego
é o que não quer enxergar. A visão deste mundo cega os olhos da carne para ver a beleza das
coisas espirituais. B) Os coxos andam: os piores tipos de deficiências dos quais Jesus veio nos
libertar é a derrota; as cadeias do medo, da culpa, do desespero, do ódio, da depressão, pois todas
essas coisas cercam o Espírito. C) Os leprosos ficam limpos: a pior lepra que nos ataca hoje em
dia é o pecado (O mundo perdeu a noção do pecado – Papa Paulo VI). D) Os surdos ouvem: o
 pior tipo de surdez é escutar as mentiras de satanás, o pai da mentira. E) Os mortos ressuscitam:
temos quinze minutos no grupo de oração para ressuscitar os mortos. Morte no nosso íntimo – há
áreas de nossa vida que não foram tocadas pelo Espírito de Jesus, que não estão sob o senhorio
de Jesus e às quais ele quer levar vida. F) Aos pobres é anunciado o Evangelho: quem são os
 pobres? Podemos ser nós mesmos, pois a maior pobreza é não conhecer o Senhor. Pode haver 
milionários mergulhados em grande pobreza.
 Segundo toque - Experiência no Espírito Santo. Em At 1, 5-8, Jesus disse: vós sereis
 batizados no Espírito Santo. A) Daqui a poucos dias: em sua ascensão, Jesus marca o tempo para
o cumprimento da promessa feita pelos profetas Ezequiel e Joel. B) Ides restaurar o reino de
Israel: Jesus estava falando da promessa espiritual e os apóstolos preocupavam-se com a
 promessa material, pois sua visão ainda era a deste mundo. C) E vos dará força: temos também o
 poder (dínamus) para realizar sua obra nesse mundo através de seus dons, carismas e frutos.
* Dons – disposições permanentes dadas pelo Espírito Santo (CAT 1830): sabedoria, ciência,
entendimento, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus. * Carismas – são graças especiais
(CAT 798): profecia, palavra de sabedoria e ciência, fé, discernimento, dom de línguas e
interpretação. * Frutos – nossa resposta à ação do Espírito (CAT 1832): paciência, caridade, paz,
alegria, modéstia, bondade, castidade, mansidão ... (Gal 5). D) E sereis minhas testemunhas:
Testemunhas de minha encarnação, minha paixão, minha morte e minha ressurreição. E) Até os
confins do mundo: não temos limites para levar a Boa Nova. Em outras palavras, isso quer dizer 
que devemos anunciar por todos os lugares da Terra e durante toda a história da humanidade.

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