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IEPA

Igreja Evangélica Pentecostal em Angola


MINISTÉRIO MANASSÉS
Paixão, Serviço, Excelência
CENTRO ZOÉ

CURS
O
BÁSIC
O DE
MANUAL DE HOMILÉTICA
TEOLCOMO PREPARAR UM SERMÃO
OGIA

Por: MANUEL GONÇALVES


PRESBÓTERO
Edição, Fevereiro de 2022
SUMÁRIO

1. Introdução………………………………………………..…………………… 1

2. HOMILETICA. ……………………………………………………………… 2

2..1 Oratória. ……………………………………………………………………. 2

2.2. Quem pode ser um pregador………………………………………………… 3

2.2.1. O aperfeiçoamento pessoal ……………………………………………….. 4

2.3. Qualidades de um bom pregador …………………………………………… 4

2.4. O púlpito. …………………………………………………………………… 4

3. PREPARANDO O SERMÃO………………………………………………… 5

3.1. Motivação do tema. ………………………………………………………… 6

3.1.1. Internas. …………………………………………………………………... 6

3.1.2. Externas…………………………………………………………………… 6

3.2. Bases que sustentam a mensagem. ……………….………………………… 6

3.2.1. Teologia bíblica…………………………………………………………… 6

3.2.2. Teologia sistemática………………………………………………………. 6

3.2.3. Teologia pastoral………………………………………..………………… 6

4. A ESTRUTURA E DIVISÃO DO SERMÃO ………………………………... 7

5. TIPOS DE SERMÕES ………………………………………………………... 8

6. PREPARO E APRESENTAÇÃO DO SERMÃO ……………………………. 17

7. O QUE VOCÊ PRECISA SABER……………………………………………. 20

8. CONCLUSÃO ………………………………………………………………... 17
Manual de Homilética

INTRODUÇÃO

"Onde quer que encontremos, hoje em dia, uma congregação cheia de vida, encontraremos no
centro uma pregação cheia de vida". Helmut Thielicke

Desenvolvemos este material para auxiliá-lo no seu ministério de “pregador”, para


capacitá-lo como instrumento de Deus na comunicação da Sua Palavra. Desejamos que
você seja um especialista na ministração da Palavra de Deus. Nele você encontrará
exemplos e métodos de como montar uma ministração coerente e prática. Lembre-se,
que o inspirador da Palavra de Deus é o Espírito Santo. Você pode, sim, montar uma
boa pregação sozinho, mas com a orientação Dele ela será muita mais eficaz. Seja
sempre dependente Dele. Não retenha a glória pra si mesmo. Sempre glorifique a quem
deve ser glorificado, Jesus Cristo.
Seja cada vez mais abençoado!

“Leram o Livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando-o,


a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido... ... Então
todo o povo saiu para comer, beber, repartir com os que nada
tinham preparado e para comemorar com grande alegria, pois
agora compreendiam as palavras que lhes foram explicadas.”
Neemias 8:8,12

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Manual de Homilética

1. HOMILETICA

“É a ciência que trata da natureza, da classificação e composição do que vai ser


comunicado” J. Braga

"É a comunicação da verdade por um homem a outros homens." Phillips Brooks

"É a comunicação verbal da verdade divina com o propósito de persuadir." Harwood


Pattison

Homilética: palavra derivada do grego “homileo” (conversa, fala, em espírito de


camaradagem), que significa “o falar de Deus aos homens”: At 20:11.

"É a arte de pregar sermões", "a ciência da pregação", "arte de fala religiosa".

1.1. Objectivo da homilética


Ajudar na confecção de sermões para uma pregação mais eficiente. Isto porque
beneficia o pregador (torna mais fácil a pregação do sermão) e beneficia o auditório (um
sermão homileticamente preparado é mais assimilável).

Pregação: a arte de comunicar verdades e princípios de Deus através do homem. Nós


somos “atalaias do reino” com a responsabilidade de comunicar a Palavra de Deus de
uma maneira verdadeira, refletindo a vontade do Pai.
 Somos um canal, a própria voz de Deus. Não comunicamos uma mera
mensagem, nem escrevemos uma mera composição literária para ser publicada,
lida, ouvida ou para nos retornar em elogios.
 As mensagens que recebemos devem ser resultado de muita intimidade com o
Espírito Santo, através da oração e de leitura bíblica, de onde vem a revelação e
a direção. Devem ser compreendidas sem dificuldade, incentivando que os
princípios bíblicos sejam aplicados no dia-a-dia, proporcionando o crescimento
rumo à perfeição. 2 Sm.11:22
 As mensagens necessitam de conteúdo, ou seja, o pregador precisa ler, estudar
e conhecer o assunto que está pregando. Jo. 5:39, 2 Tm. 3:16-17
 Ler a Palavra de Deus: é necessário passar maior tempo de estudo, meditação e
preparação para receber de Deus o que comunicar. Jo. 5:39

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 As mensagens precisam refletir quem eu sou em Deus. As experiências e


atitudes devem demonstrar que não sou mais eu que vivo. É Cristo que vive em
mim. Gl. 2:20
Em uma pregação devemos ser tocados também pelo exemplo de vida cristã do
pregador tanto quanto somos tocados pelas palavras que ele diz. O pregador deve dar de
si próprio aos outros. Lc 6:40

2.2 Oratória

Oratória é a arte de falar em público de forma estruturada e deliberada, com a intenção


de informar, influenciar, ou entreter os ouvintes. A oratória refere-se ao conjunto de
regras e técnicas adequadas para produzir e apresentar um discurso e apurar as
qualidades pessoais do orador.

Na oratória, como em qualquer forma de comunicação, existem cinco elementos básicos


a considerar, muitas vezes expressos como:
– Quem diz;
– O quê diz;
– A quem diz;
– Por que meio diz;
– Com que efeitos diz.

O propósito de falar em público pode variar, da simples transmissão de informações, à


necessidade de motivar as pessoas a agir ou, simplesmente, contar uma história. Os bons
oradores devem ser capazes de alterar as emoções dos seus ouvintes e não apenas
informá-los.

“Qualquer pessoa, física e mentalmente capacitada para falar, pode tornar-se orador
eficiente sem que para isso, necessite de dotes de eloquência. Basta aprender, pelo estudo e
pela prática, a desenvolver suas qualidades naturais e os recursos de saber e experiência. ”
Oratória Eficiente de Hoje.
Exegese
Exegese é o trabalho de exposição de um texto bíblico.
Visto que a Bíblia é um documento histórico e a igreja, a exegese é importante tanto
para compreender a mensagem bíblica como para determinar seu significado na
atualidade. Questões de data, significados linguísticos, autoria, antecedentes e

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circunstâncias são essenciais à tarefa de preparar sermões bíblicos. Quanto mais


conhecermos as condições político-religiosas e socioeconómicas sob as quais foi escrito
certo documento, tanto melhor poderemos compreender a mensagem do autor e aplicá-
la de acordo com isso.
 

DEZ PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE


 

1 - Leia o texto em voz alta, comparando com versões diferentes para maior
compreensão.
2 - Reproduza o texto com suas próprias palavras. (Fale sozinho)
3 - Observe o texto imediato e remoto.
4 - Verifique a linguagem do texto (história, milagre, ensino, parábola, profecia, etc.)
5 - Pesquise o significado exato das principais palavras;
6 - Faça anotações;
7 - Pesquise o contexto (época, país, costumes, tradição, etc.)
8 - Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por que?
9 - Organize o texto em seções principal e secundárias;
10 - Resuma com a seguinte frase: “O assunto mais importante deste texto é...”

O orador eficiente é o que tendo em vista determinado objetivo, seja informar, persuadir
ou deleitar, plenamente o consegue pela influência que exerce no auditório.

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.


Marcos 16:15

Todo cristão é chamado para ser um propagador das Boas Novas de Cristo. Seja para
evangelizar individualmente ou ministrar em grandes estádios. O início de todo
pregador é o mesmo: frio na barriga!

2.3.1. O aperfeiçoamento pessoal

“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as


Escrituras, nem o poder de Deus”. Mateus 22:29

2.4. Qualidades de um bom pregador

Jonh Wesley exigia que os pregadores metodistas dedicassem 5 horas diárias para o seu
preparo. Este preparo incluía tempo de oração e devoção, bom como tempo de esmerar-
se em estudos profundos de várias áreas do saber.

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Caráter; Satisfação; Coragem; Saúde; Oração; Dependência; Conhecimento de Jesus, da


Bíblia e da Natureza Humana.

2. PREPARANDO O SERMÃO

“Somente pessoas que acreditam verdadeiramente na importância do sermão,


podem prepará-lo com eficiência e pregá-lo com eficácia”. Rev. Paulo Dias
Nogueira

3.1. Motivação do tema

Internas – o mundo interior do pregador:

– Humor
– Decepções
– Alegrias
– Relacionamentos

Externas - percepção do pregador com a sociedade:

– Liturgia

– Calendário civil

– Calendário denominacional

– Programa de pregação

TIPOS DE TEMAS:
           

Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão.


Ex.: Onde estás?  Que farei de Jesus?  Tenho uma arma o que fazer com ela?
Lógico: Explicativo.
Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus volta por outro
caminho.
Imperativos: Mandamento, uma ordem; caracteriza-se pelo verbo no modo imperativo.
Ex.: Enchei-vos do espírito; Não seja incrédulo; Não adores a um Deus morto.
Enfáticos; realçar um aspecto específico;
Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos; 
Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especificá-lo.
Ex.: Amor; fé, esperança
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3. A ESTRUTURA E DIVISÃO DO SERMÃO

As três divisões de um sermão são:

1. Introdução ou Exórdio

2. Corpo ou Exposição

3. Conclusão ou Epílogo

I. A introdução

Cícero, definiu a introdução como sendo a oração que prepara o ânimo do ouvinte para
bem receber o restante do discurso. É o cartão de visitas do orador. Apresenta-o ao
público, dizendo da sua competência e pretensões. Oratória sacra
É o nome do sermão, sua identidade. Deve ser criativo e interessante para chamar a
atenção dos ouvintes.

Na introdução o pregador prepara e desperta a mente dos ouvintes para o assunto a ser
abordado e introduz o assunto.

Em sua elaboração procure responder à esta pergunta que estará na mente dos ouvintes:
– O que este texto tem a ver com a minha vida, para que eu preste atenção nesta
mensagem?

II. Corpo ou Exposição

É o desenvolvimento em partes ou tópicos.

Visa comprovar a tese apresentada na introdução. O desenvolvimento é conhecido


também como corpo do sermão. Este corpo é organizado em pontos, também chamados
de tópicos. Em sua elaboração procure responder a esta pergunta que estará na mente
dos ouvintes: – Onde a Bíblia comprova ou soluciona a introdução apresentada?

Cria uma sequência lógica para assimilação da verdade.

III. Conclusão

Visa principalmente convencer os ouvintes a tomar uma decisão favorável à


mensagem. Na elaboração, deve procurar responder a esta pergunta que estará na
mente dos ouvintes:

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Por que é importante que eu mude a forma de pensar ou agir?

4. TIPOS DE SERMÕES

Os três tipos são:

a) Sermão tópico

b) Sermão textual

c) Sermão expositivo

a) SERMÃO TÓPICO, é aquele que parte de um tema para os tópicos,


independentemente de um texto bíblico, embora apoiadas em textos bíblicos. Se origina
na escolha de um tema.

As partes principais deste sermão consistem de ideias extraídas ou relacionadas ao tema


em análise. O sermão tópico não tem e nem exige um texto bíblico para base de sua
mensagem. Isso não é o mesmo que dizer que a sua mensagem não será bíblica. Assim,
para garantirmos um desenvolvimento bíblico para o sermão tópico, devemos escolher:

um ponto de partida um tópico bíblico; o tema e busca-se em qualquer parte da Bíblia,


textos que apoiem as ideias selecionadas.

É o tipo de sermão mais apropriado para os que estão iniciando no púlpito.

I. Como levantar os tópicos:

TEMA: pode ser qualquer “coisa”.


Exemplo 1: Copo de água mineral.
Procedimento: faça perguntas ao tema.
a) O que vem à mente quando você olha o objeto?
b) Anote tudo, ainda sem texto bíblico.
c) Selecione três tópicos imprescindíveis para a apresentação desse objeto. Para
expor e para que a pessoa tenha vontade de beber a água.
Na apresentação são abordados todos os pontos, mas é necessário coerência de
raciocínio, para que as pessoas entendam, precisa ter um começo, meio e fim.
Tópico 1 – Fonte (pureza)
Tópico 2 – Recipiente
Tópico 3 – Marca

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Ainda não foram usados textos bíblicos. Porém, no sermão, todos os temas são bíblicos.
Em todo assunto você encontra princípio bíblico. Pode ser para um funeral ou para uma
equipa de futebol (que precisa de motivação).

Pegue cada palavra e pesquise seu significado. Quanto mais se pesquisa mais
conteúdo se tem para apresentar. Deste modo, o pregador acaba “viajando” devido a
quantidade de conteúdo.

Como pregador bíblico é necessário comprovar cada tópico com a Palavra de Deus. Mas
não podem ser textos soltos. Todo texto fora de contexto é pretexto. Tem que se ver o
contexto.

A maior dificuldade do sermão tópico é risco de se fugir do foco devido ao excesso de


ideias.

II. Esboço do sermão tópico:

TEMA: é uma frase curta e completa que revela a verdade ou o princípio bíblico que o
sermão pretende transmitir. É o assunto que o pregador se propõe a desenvolver, aplicar
ou explicar em seu sermão.

TEXTO: referência bíblica, texto bíblico básico.

TÍTULO: curto, relevante e interessante. Ao lado da introdução, deve despertar a


atenção dos ouvintes.

INTRODUÇÃO: é a parte do sermão na qual o pregador prepara e desperta o interesse


dos seus ouvintes à mensagem que irá proclamar.

DIVISÕES: é a parte mais importante da mensagem, exigindo raciocínio lógico e


clareza. É o desenvolvimento da mensagem. Nas divisões, em TÓPICOS, o
desenvolvimento se sucede dentro de um encadeamento para chegar à etapa final, ou
seja: à conclusão e à aplicação do tema exposto.

CONCLUSÃO: é a parte em que o princípio bíblico ou verdade bíblica é inculcado de


forma breve e veemente nos ouvintes. O propósito da conclusão, sem dúvida, é concluir
e não meramente parar. E essa conclusão pode ser feita com uma recapitulação dos
tópicos, de forma criativa, simples e objetiva, visando reforçar a ideia central do sermão
(tema). É importante, além da recapitulação, fazer a aplicação e o apelo.

APLICAÇÃO: com discernimento, o pregador escolhe uma ou mais verdades ou


princípios bíblicos que poderão ser aplicados no dia a dia dos seus ouvintes, de modo a

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persuadi-los a reagirem em conformidade com ela (s). É a maior responsabilidade do


pregador. O ouvinte tem que entender de que forma ele pode aplicar isso em sua vida.

Exemplo 2:

Relógio:

b) SERMÃO TEXTUAL: é aquele cuja divisão (ideias principais) é tirada do texto


bíblico, curto ou longo. Precisamos interpretar o texto lido. Qual é o assunto tratado? O
que o texto está dizendo? Os tópicos estão inseridos já dentro do próprio texto. Podemos
usar as mesmas palavras que estão no texto.

Exemplos 1: João 14:6

TEMA: Jesus
TEXTO: João 14:6
TÍTULO: Quem é Jesus Cristo?
INTRODUÇÃO:
DIVISÃO
Tópico 1: É o caminho

Tópico 2: É a verdade

Tópico 3: É a vida

Procedimentos: Neste sermão não se viaja nas ideias.

 Os textos anteriores mostram que estão falando os tópicos; Jesus, neste caso.
 São necessários outros textos que comprovem esses tópicos.

CONCLUSÃO:

Para elaboração deste sermão, deve se ler os textos anteriores e posteriores para saber o
assunto tratado neste capítulo.

Exemplo 2: 2 Timóteo 3:16-17

Exemplo 3: Lucas 9:23-26

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c) SERMÃO EXPOSITIVO: uma porção mais extensa das Escrituras é interpretada e


explicada em relação a um tema ou assunto, utilizando-se para toda a estrutura do
sermão as divisões e subdivisões naturais do próprio texto. Não é necessário comprovar
com outros textos aquilo que está sendo explicado. O objetivo é a narração da história.
É interessante ter o maior conhecimento do conteúdo da história e desenvolver a
mensagem contando história trazendo princípios bíblicos em cima deste texto.

Algumas observações importantes:

– “... uma porção mais extensa das Escrituras” – não há limites mínimos ou
máximos, desde que haja de fato uma “unidade expositiva” no texto escolhido.
Mesmo um texto de apenas dois versículos pode ser tratado expositivamente,
especialmente se for um texto rico em detalhes e que contenha uma ideia
independente.

– “... interpretada e explicada” – o alvo da exposição é demonstrar diante do povo


de Deus o significado e as implicações da Palavra de Deus.

– “... em relação a um tema ou assunto” – a necessidade absoluta de unidade não


pode estar ausente no sermão expositivo, ou ele se tornará uma colcha de retalhos
homiléticos, incapaz de fornecer orientação segura, tal a diversidade de ideias que
apresenta. É desnecessário dizer que o tema ou assunto deve ser parte do texto.
Não há como viajar nas ideias, com muitos assuntos, porque corre o risco de
fugira do tema principal.

– “... as divisões e subdivisões naturais do próprio texto” – em contraste com os


sermões tópicos (nos quais as divisões vinham de toda e qualquer parte da
revelação escrita) e com os sermões textuais (nos quais apenas as divisões
principais procediam do texto básico), não apenas o esboço em sua totalidade,
mas o “grosso”.
Exemplo 1:

TEMA: Vida de José

TEXTO: Gn 37 a 50 (texto extenso – escolher um texto principal como introdução;


ex: Gn 50:22)

TÍTULO: O sonhador

INTRODUÇÃO: Quero compartilhar com vocês a vida de José e de sua família e a


importância que esse homem teve como governo de Deus. 110 anos

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não é pra qualquer pessoa. Tempo fala de vida e vice-versa. Que


compartilhar a vida de tempo de José. Sua vida, realizações e
comprometimento com Deus. Quero iniciar dizendo que José era
sonhador. Tinha sonhos grandes. Deus tem sonhos grandes pra
você.

DIVISÃO:

Tópico 1: Sonho em casa (com sua família... alguns sonhos não podem ser
compartilhados até o cumprimento desse sonho... sofreu
consequências)
Tópico 2: Sonho na prisão (oportunidades de governo dentro da prisão... o
que é prisão? Limitação, falta de liberdade... mesmo assim
interpretou sonhos)

Tópico 3: Sonho no palácio (trouxe governo, trouxe influência. O maior


propósito foi a preservação do Egito e da sua família. Deus sonhou
grande com José)

CONCLUSÃO: Quero declarar sonhos grandes de Deus para você

Exemplo 2: 2 Reis 5

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6. PREPARO E APRESENTAÇÃO DO SERMÃO

1. SERMÃO só é sermão, quando sai do coração, vai para a mente do pregador e


dela para a mente do ouvinte e depois para o seu coração.

2. Não pregue sobre a volta de Cristo se você não está de todo coração querendo
que Ele volte,

3. Por isso, desde o preparo do sermão até a sua apresentação, temos de ter absoluta
consciência da presença do Espírito Santo e de uma comunhão com Cristo.

I. A escolha do assunto:

1. Quatro fatores devem ser levados em consideração para a escolha do assunto:


a) O interesse de pregador pelo assunto;
b) A competência do pregador para desenvolvê-lo;
c) O interesse do auditório pelo assunto;
d) A oportunidade do fato (condição da época).

2. Verificar a frequência com que o assunto tem sido pregado naquela congregação;
ou que ângulos do assunto têm sido abordados.
3. Buscar a aprovação de Deus para o assunto através da oração.
4. Defina o tema ou assunto.

II. Cuidados

1. Ore e medite para que haja desenvoltura na pregação do sermão.

2. Fazer um rascunho.

3. Utilize ilustrações.
a) Um sermão sem ilustrações é como um edifício sem janelas.
b) Deve-se evitar ilustrações longas, sarcásticas, histórias que ridicularizam ou
piadas.
c) As ilustrações explicam e iluminam:
– Despertam e aumentam o interesse.
– Ajudam a relembrar a pane prática do sermão.
– Fortalecem a ideia central do sermão.
– Provêm descanso mental.

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– Deleitam.
– Comovem os sentimentos.

Postura do pregador diante do auditório:

a) Suba à plataforma bem preparado, mas dependente do Espírito Santo.

b) Comece com calma.

c) Prossiga de modo modesto.

d) Não trema.

e) Fale com clareza, sem declamar.

f) Empregue frases curtas e bem claras.

g) Evite monotonia.

h) Seja sempre senhor da situação.

i) Não empregue sarcasmos, expressões maliciosas, nem provoque risos, pois o


pregador é representante de Deus e não de um circo.

j) Não ataque hostilmente.

k) Ande na plataforma com a devida dignidade.

l) Não ilustre com narrações longas.

m) Não se elogie a si mesmo.

n) Não se afaste do texto ou do tema.

o) Não canse os ouvintes com discursos extensos.

p) Procure suscitar interesse.

q) Fale com autoridade, mas não em tom de mando.

r) Fixe o olhar nos ouvintes.

s) Não crave os olhos nem no chão, nem no teto, nem tampouco em algum ouvinte
particular.

t) Quando for citar um texto bíblico, cite primeiro o livro, depois o capítulo e por
último o verso.
u) Exalte a Cristo.

“O pregador que o povo mais ama é aquele que lhes dá ajuda para sua vida diária.”

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“As pessoas vêm à igreja esperando que o sermão chegue ao coração, satisfaça as
suas necessidades e modifique a sua vida.”.

7. O QUE VOCÊ PRECISA SABER:

1. Sobre o preparo do sermão

– É indispensável possuir os seguintes materiais: uma Bíblia, uma Concordância


(Chave Bíblica) e um Dicionário Bíblico.

– O estudo principal deve ser feito na Bíblia, mas há um importante material de


apoio nos livros do Espírito de Profecia e Comentários Bíblicos em geral.

– O ideal é montar seu próprio esboço evitando mensagens prontas; é mais difícil,
mas é a mensagem de maior poder.

– O sermão deve ser simples e claro para que todos compreendam a mensagem de
Deus.
2. Sobre o preparo pessoal

– O fator mais importante no preparo do sermão é o preparo do pregador.

– Conhecimento, técnicas ou talentos naturais não podem substituir um coração


fervoroso, humilde, consagrado e entregue à direção de Cristo.

– Só quem está em comunhão com Deus pode influenciar e inspirar os ouvintes e


levá-los ao crescimento espiritual.

– O Pregador deve ser uma pessoa de oração. O sermão deve ser resultado da
influência de Deus na mente do pregador em resposta às suas orações.

– Deve ser um habitual estudante da Bíblia e não apenas usá-la para preparar o
sermão.
3. Sobre os ouvintes

– A mensagem deve suprir a necessidade pessoal do ouvinte.

– As pessoas esperam que a mensagem traga solução para seus problemas.

– Todos tem dificuldades, a mensagem deve trazer alento e sugerir soluções, Por
ex.:
a) Para a Solidão.
b) Para o Sentimento de Culpa.

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c) Para as Dificuldades Financeiras.


d) Para o Medo do Futuro.
e) Para os Problemas Familiares.

4. Cuidados a tomar

1. Não usar títulos impróprios.

O título deve estar de acordo com a dignidade do púlpito, não deve ser
sensacionalista ou extravagante.

2. Não usar textos fora do contexto.

Não fazer uma aplicação indevida do texto bíblico, dizendo o que a Bíblia não diz.

3. Não preparar sermões longos.

4. Não fugir do assunto.

5. Não usar passagens bíblicas em excesso.

6. Não usar termos impróprios para o púlpito.


O púlpito não é um lugar para contar anedotas.

Considerações

Como pregadores, somos os porta-vozes de Deus diante dos homens. E como tais,
devemos ter a preocupação de representar a Voz Original, ou seja, a Voz de Deus.
Devemos pregar apenas aquilo que o Senhor disse, para ajudarmos as pessoas a
mudarem de vida.

Ao nos preocuparmos em preparar e pregar sermões capazes de transformar vidas,


passaremos a amar as pessoas e nos identificar com seus problemas. Este tipo de
mensagem só pode sair de uma mente em comunhão constante com Deus e Sua Palavra.
Se quisermos ajudar as pessoas a mudarem de vida, primeiro teremos que ir à Fonte das
soluções dos problemas da vida - Jesus Cristo. A Sua Palavra é vida.

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Manual de Homilética

Que sejamos homens de oração em busca de poder, homens da Palavra, para podermos

REFERÊNCIAS

<http://pt.slideshare.net/revpdn/como-preparar-e-apresentar-seu-sermo> Acesso: 20 – 01 – 2021

<http://www.webartigos.com/artigos/a-estrutura-de-um-sermao/22250/> Acesso: 20 – 01 – 2021

FATEMi: Pratica_Ministerial_GUIA_PRATICO_DE_COMO_PREPARAR_SERMOES.pdf

https://www.academia.edu/33655770/Homil%C3%A9tica_Arte_de_preparar_e_pregar_serm
%C3%B5es> Acesso: 09 – 01 – 2023

representar bem a Deus e seu caráter diante de nossos ouvintes.

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