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Desenvolvimento MundialVol. 96, pp. 359–374, 2017

0305-750X/- 2017 Publicado por Elsevier Ltd.

www.elsevier.com/locate/worlddev
http://dx.doi.org/10.1016/j.worlddev.2017.03.020

A Eficácia dos Pagamentos por Serviços Ambientais

JAN BÖRNERa, KATHY BAYLISb, ESTEVE CORBERAc, DRISS EZZINE-DE-BLASd,
JORDI HONEY-ROSÉSe, U. MARTIN PERSONfe SVEN WUNDERg,*
aUniversidade
de Bonn, Alemanha
bUniversidade de Illinois, Urbana, Estados Unidos
cUniversitat Autònoma de Barcelona, Espanha
dCentre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (CIRAD),
Montpellier, França
eUniversity of British Columbia, Vancouver, Canadá
fChalmers University of Technology, Göteborg, Suécia
gCentro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR), Lima, Peru

Resumo. —Adotamos uma abordagem baseada em teoria para sintetizar a pesquisa sobre a eficácia dos pagamentos por serviços ambientais na consecução de objetivos ambientais e co-benefícios socioeconômicos em vários contextos. Nossa

teoria da mudança se baseia em modelos conceituais estabelecidos de caminhos de impacto e destaca o papel de (1) dimensões contextuais (por exemplo, condições políticas, institucionais e socioeconômicas, heterogeneidade espacial em

valores de serviços ambientais e custos de provisão e interações com pré- políticas existentes) e (2) desenho do esquema (por exemplo, tipo e nível de pagamento, duração do contrato, direcionamento e diferenciação de pagamentos) na

determinação dos resultados ambientais e socioeconômicos. Para lançar luz sobre a eficácia geral dos esquemas de pagamento e seus determinantes, revisamos avaliações empíricas baseadas em contrafactuais, análises comparativas de

estudos de caso e metanálises. Nossa revisão sugere que a eficácia do programa muitas vezes fica aquém das expectativas dos primeiros teóricos. No entanto, também descobrimos que a teoria avançou o suficiente para identificar as razões

comuns pelas quais os esquemas de pagamento falham ou são bem-sucedidos. Além disso, os esquemas de pagamento são muitas vezes implementados juntamente com outros instrumentos de política nas chamadas combinações de políticas.

Avanços na teoria e pesquisa de avaliação são necessários para melhorar nossa compreensão de como tais combinações de políticas interagem com os sistemas socioecológicos visados. os esquemas de pagamento são muitas vezes

implementados juntamente com outros instrumentos de política nas chamadas combinações de políticas. Avanços na teoria e pesquisa de avaliação são necessários para melhorar nossa compreensão de como tais combinações de políticas

interagem com os sistemas socioecológicos visados. os esquemas de pagamento são muitas vezes implementados juntamente com outros instrumentos de política nas chamadas combinações de políticas. Avanços na teoria e pesquisa de

avaliação são necessários para melhorar nossa compreensão de como tais combinações de políticas interagem com os sistemas socioecológicos visados.

- 2017 Publicado pela Elsevier Ltd.

Palavras-chave -pagamentos por serviços ecossistêmicos, eficácia ambiental, trade-offs, desenho de políticas, avaliação de impacto

1. INTRODUÇÃO A literatura sobre PES apresenta estudos de caso descritivos,

trabalho teórico sobre design de incentivos e respostas
Nas últimas duas décadas, um rico debate acadêmico surgiu comportamentais, revisões sistemáticas e uma quantidade pequena,
em torno da eficácia dos pagamentos por serviços ambientais mas crescente, de avaliações de impacto baseadas em contrafactuais.
ou ecossistêmicos (PSA) (Muradianae outros,2013; Pattanayak, Nos primeiros anos dos estudos de avaliação de PES (2003–11), os
Wunder e Ferraro, 2010). Dezenas de iniciativas de PES foram programas de PES ainda estavam sendo testados, projetados e
implementadas em comunidades, regiões ou países ao redor testados (Asquith, Vargas & Wunder, 2008; Engel, Pagiola & Wunder,
do mundo (Ezzine-de-Blas, Wunder, Ruiz-Pérez, & del Pilar 2008; Kosoy, Martinez-Tuna, Muradian, & Martinez-Alier, 2007; Wunder,
Moreno-Sanchez, 2016). Esses programas fornecem aos 2005). O conceito PES foi pioneiro na Costa Rica, onde um esquema de
usuários da terra um incentivo para proteger ou melhorar a pagamento nacional foi criado em 1997 para manter e melhorar a
prestação de serviços ecológicos ou ambientais (Diário, 1997). prestação de serviços ambientais no setor florestal (Pagiola, 2008). Nos
Exemplos bem estudados de programas de PSA incluem os países industrializados, programas baseados em incentivos em larga
programas nacionais da Costa Rica e do México para proteção escala também foram projetados anteriormente para proteger solos
florestal (Alix-Garcia, Shapiro, & Sims, 2012; Pagiola, 2008), agrícolas e retirar terras ambientalmente sensíveis. Um dos primeiros
políticas agroambientais nos EUA e na UE (Baylis, Peplow, esquemas de pagamento agrícola, o Conservation Reserve Program
Rausser e Simon, 2008) e o Programa Chinês de Conversão de nos Estados Unidos (iniciado em 1985), reduziu a erosão do solo nas
Solos em Declive (Bennet, 2008). fazendas participantes (Goodwin & Smith, 2003). Após as reformas
A literatura sobre PES tem crescido rapidamente. De acordo agrícolas da UE em 2001, vários programas da Política Agrícola Comum
com o Google Acadêmico,1uma média de 1.715 artigos por ano pagaram aos agricultores para adotarem medidas de conservação nas
foi publicada sobre o tema durante 2010–15. A literatura inicial fazendas, como a redução da intensidade do uso de insumos.
definiu provisoriamente o conceito de PES e documentou as
primeiras experiências de campo com este tipo de programa (
Ferraro & Kiss, 2002; Landell Mills & Porras, 2002; Muradian,
Corbera, Pascual, Kosoy, & May, 2010; Wunder, 2005). * Agradecemos a dois revisores anônimos pelos comentários valiosos para
Resumindo o debate sobre a definição de PSA,Wunder (2015) melhorar o artigo. Este trabalho foi financiado pela Fundação Robert Bosch,
Concluí que ''. . .PES pode ser definido como transações a Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento, o
voluntárias entre usuários de serviços e provedores de serviços Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, o
que são condicionadas a regras acordadas de gestão de Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa, o Ministério Federal
recursos naturais para geração de serviços externos” (Wunder, Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, e faz parte do Global
2015: pág. 241). Comparative do CIFOR Estudo sobre REDD+ e projeto KnowFor do CIFOR.
Revisão final aceita: 12 de março de 2017.
359
360 DESENVOLVIMENTO MUNDIAL
sidade e preservação do habitat (Baylise outros,2008). A China também foi
uma das primeiras a adotar o PES, introduzindo o programa de conversão
de terrenos inclinados em 2002, que pagou aos participantes para restaurar
grandes extensões de terras agrícolas marginais com árvores ou pastagens (
Xu, Bennett, Tao e Xu, 2004). Muitas pesquisas durante esse período inicial
se concentraram principalmente no desenvolvimento de indicadores de
monitoramento e na coleta de dados sobre os resultados para informar o
design do programa (Honey-Rosés, López-Garcı́a, Rendón-Salinas, Peralta-
Higuera, & Galindo-Leal, 2009).
À medida que o PES ganhou popularidade entre pesquisadores e
profissionais, um número crescente de estudos conceituais e empíricos
identificou possíveis desvantagens. Esquemas de pagamento foram
alegados para potencialmente reforçar compensações entre resultados
ambientais e sociais ou para induzir efeitos comportamentais adversos
(Corbera, Kosoy, & Martinez Tuna, 2007; Muradianae outros,2013;
Pascual, Muradian, Rodrí́guez e Duraiappah, 2010). Alguns estudos de
caso também destacaram que os PSA frequentemente fazem parte de
um mix de políticas, onde os instrumentos de políticas interagem,
deliberadamente ou não, na produção de resultados desejados e
indesejados (Howlett, 2004, 2009; Barton, Blumentrath e Rusch, 2013).
Claramente, quando os esquemas de pagamento estão inseridos em
sistemas socioecológicos complexos, os resultados podem ser o
resultado de múltiplos fatores interativos. Tal complexidade torna difícil
atribuir impacto de simples antes e/ou comparações com-sem. Para
entender o verdadeiro efeito dos programas de PES, os estudiosos
estão pressionando a literatura de PES para adotar abordagens de
avaliação baseadas em contrafactuais e construir uma base sistemática
de evidências, como em pesquisas médicas ou de desenvolvimento (
Baylise outros,2016; Ferraro, 2011; Pattanayake outros,2010).
Dado o interesse sustentado em PSA, muito tem sido escrito sobre
os potenciais benefícios e armadilhas das abordagens baseadas em
pagamento na governança ambiental (Muradianae outros, 2013;
Maravilha, 2013). No entanto, nem sempre ficou claro se os
argumentos se baseiam em considerações teóricas, evidências
anedóticas baseadas em estudos de caso, análises comparativas ou
avaliações de impacto contrafactuais (Córbera, 2015). Aqui
pretendemos lançar luz sobre essas questões, resumindo o que
sabemos até agora sobre as condições sob as quais os pagamentos
podem alcançar objetivos ambientais e co-benefícios socioeconômicos.
Seção2começa com um novo olhar sobre como PES é pensado para
induzir resultados ambientais e socioeconômicos positivos (ou seja,
uma teoria da mudança), destacando quais recursos de design PES e
contextos de implementação são fundamentais para tais resultados (
Branco, 2009). Embora seja muito cedo para tirar conclusões válidas
externamente a partir do número ainda pequeno de estudos de
avaliação de PES baseados em contrafactuais, a Seção3sintetiza as
descobertas atualmente disponíveis. Uma revisão global sistemática de
PES está além de nosso escopo, mas procuramos extrair as principais
lições de revisões anteriores. Seção4assim, revisa avaliações anteriores
de PES, tanto estudos de caso comparativos quanto meta-análises,
abrangendo vários contextos setoriais e nacionais. Seção5resume,
discute os principais insights e identifica necessidades futuras de
pesquisa.
2. UMA TEORIA DE MUDANÇA PARA PSA EFICAZ
RESULTADOS
Ao compensar diretamente os provedores de serviços ambientais pelos
custos de oportunidade da conservação, o PES foi originalmente concebido
como uma solução teoricamente econômica2instrumento para maximizar o
impacto dos escassos fundos de conservação (Ferraro & Kiss, 2002; Ferraro
& Simpson, 2002). Ainda assim, os programas de PSA – especialmente em
países de baixa renda – muitas vezes têm o
objetivos duplos de conservação e melhoria do bem-estar
econômico e social.3Aqui revisamos as previsões teóricas de
até que ponto um determinado programa de PES cumprirá
várias promessas. Avaliamos os fatores que determinam a
eficácia ambiental e as implicações de bem-estar dos
programas de PSA.
A eficácia ambiental é definida como a mudança na prestação de
serviços induzida pelo programa, comparada a um contrafactual sem
PSA. A eficácia será determinada por quatro fatores principais.
Primeiro, os custos do programa – ou seja, custos de transação e
implementação líquidos de transferências de PES – que determinam o
número de contratos que podem ser oferecidos para um determinado
orçamento de programa e nível de pagamento. Em segundo lugar, as
mudanças diretas no uso da terra/recursos entre os participantes
induzidas pelo programa, em comparação com uma linha de base "sem
PSA" (ou seja,adicionalidade). Em terceiro lugar, os efeitos indiretos
(positivos ou negativos) do programa no uso da terra/recursos e
prestação de serviço ambiental (SE) fora da terra contratada (
transbordamentos).Em quarto lugar, os efeitos que essas mudanças no
uso da terra/recursos entre participantes e não participantes têm sobre
a provisão real de serviços ambientais (por exemplo, o vínculo biofísico
entre mudanças comportamentais induzidas nas práticas e o SE
direcionado). Cada um desses fatores é, por sua vez, moldado pela
interação de recursos relacionados ao contexto, design e
implementação do PES (Engel e outros,2008; Persson & Alpizar, 2013)
que são discutidos abaixo. Verfigura 1para uma visão geral.
Assim como a eficácia ambiental, o impacto do PSA no bem-
estar será determinado por uma série de fatores socioeconômicos
e ambientais (consultefigura 1). Os mais importantes desses
fatores são destacados abaixo, terminando com uma discussão
sobre as possíveis compensações e sinergias entre resultados
ambientais e relacionados ao bem-estar em PSA.
(a)custos do programa PSA
Qualquer custo de implementação de PSA acima do pagamento
mínimo necessário para induzir a participação do proprietário no
programa de PSA reduzirá indiretamente a eficácia ambiental do
programa por meio de uma redução no número de contratos de PSA
que podem ser garantidos para um determinado orçamento (Ferraro,
2008). Este efeito não será captado pelas avaliações de impacto do PSA,
pois estas normalmente medem apenas o efeito dos contratos
efetivamente realizados.
Aluguéis de informação4capturados por provedores de ES podem
potencialmente reduzir significativamente a relação custo-benefício do
programa. Assim como a seleção adversa de participantes, as rendas de
informação resultam de uma assimetria de informação básica: os
compradores de ES não têm informações (perfeitas) sobre a oportunidade e
os custos de transação associados à inscrição no PES e, portanto, os
pagamentos tenderão a supercompensar os provedores de ES. Sob
pagamentos uniformes, haverá perdas de eficiência devido a rendas de
informação mesmo sob informações perfeitas sobre os custos de
oportunidade dos participantes (a menos que sejam perfeitamente
homogêneos). Reduzir os aluguéis de informações, portanto, requer
pagamentos diferenciados para melhor corresponder aos custos de
oportunidade dos provedores de ES (Engel, 2016). Isso pode ser alcançado,
por exemplo, com base em proxies para custos de oportunidade (por
exemplo, características biofísicas da terra), contratos de triagem ou leilões
de aquisição (Ferraro, 2008). Os ganhos de eficácia da diferenciação de
pagamento serão maiores quanto maior for a heterogeneidade nos custos
de oportunidade entre os potenciais participantes do PES (Engel, 2016;
Wünscher, Engel & Wunder, 2008). Ainda assim, os ganhos potenciais devem
ser ponderados em relação às perdas potenciais de eficácia decorrentes do
aumento dos custos de transação associados a pagamentos diferenciados,
bem como às implicações de bem-estar associadas.
 A EFICÁCIA DOS PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS 361

Figura 1.Teoria da mudança para os fatores determinantes dos efeitos ambientais e de bem-estar de um programa de PSA. Os fatores são organizados com base em quatro
determinantes dos resultados ambientais: (1) custos do programa, que afetam o número de participantes de PSA para um determinado orçamento e, portanto, (2) o impacto direto que
o programa tem sobre os participantes. Os efeitos diretos podem, por sua vez, resultar em (3) efeitos indiretos ou indiretos. Os efeitos diretos e indiretos determinarão os resultados
ambientais por meio de (4) a ligação entre as condições do programa de PSA e as provisões reais dos serviços ecossistêmicos. Para cada um desses quatro fatores, bem como fatores
que moldam os impactos no bem-estar (5), distinguimos entre aqueles relacionados ao contexto (sombreamento claro), projeto (sombreamento médio) e implementação
(sombreamento escuro) do programa. É provável que os fatores destacados em negrito tenham eficácia ambiental e implicações de bem-estar.

(b)Impactos diretos do programa (adicionalidade)
A seleção adversa de participantes entre os provedores de ES é uma das
principais fontes de ineficácia na implementação de PSA. Beneficiários
potenciais que teriam cumprido as condições do programa mesmo na
ausência de pagamentos tendem a se auto-selecionar5em programas,
e reduzir a adicionalidade do PSA. A seleção adversa ocorre como resultado
de uma assimetria de informação básica: os implementadores do programa
normalmente não sabem se os possíveis participantes do PSA protegerão ou
melhorarão os serviços ecossistêmicos na ausência de pagamentos. Além
disso, os implementadores podem perseguir vários objetivos de política com
um esquema de PSA e, portanto, se
362 DESENVOLVIMENTO MUNDIAL

intencionalmente ou não, compensa a relação custo-eficácia com
outros objetivos, como o alívio da pobreza (Rosa da Conceição,
Börner, & Wunder, 2015).
É provável que a prevalência de seleção adversa em PES seja
especialmente severa em contextos onde a conformidade pré-
programa com as condições de pagamentos já é alta, onde os
pagamentos são insuficientes para cobrir os custos de conformidade
(ou seja, devido a baixos pagamentos e alta oportunidade e custos de
transação) e onde as taxas de aceitação do programa são baixas (
Persson & Alpizar, 2013). As taxas de aceitação dependem de uma série
de fatores que afetam a atratividade dos PSA, como a presença de
restrições de crédito ou outras imperfeições do mercado e atitudes
culturais (Groom & Palmer, 2010; Jayachandran, 2013), duração do
contrato e cronograma de pagamento (Engel, 2016), bem como
percepções de justiça e legitimidade (Corbera & Pascual, 2012).
As perdas na eficácia ambiental devido à seleção adversa podem ser
reduzidas ao direcionar os pagamentos, com base em informações
(imperfeitas) sobre as ameaças e benefícios da provisão SE (Engel, 2016
). Teoricamente, os ganhos para direcionar os pagamentos podem ser
substanciais (Alix-Garcia, de Janvry, & Sadoulet, 2008; Engel, 2016), mas
o tamanho desses ganhos depende de uma série de fatores de design
contextuais e complementares (Persson & Alpizar, 2013). Primeiro, os
ganhos da focalização serão naturalmente altos quando os
participantes potenciais do programa exibirem grande variabilidade no
resultado (por exemplo, ameaça de não conformidade, benefícios
ambientais ou custos de oportunidade) (Engel, 2016; Engele outros,
2008; Ferraro, 2008; Persson & Alpizar, 2013; Wünschere outros,2008).
Em segundo lugar, os ganhos serão maiores se os gerentes de
programa direcionarem os pagamentos com base em um
combinação de proxies para custos de ameaça, benefício e
oportunidade (ou seja, visando áreas onde o fornecimento de SE de
alto valor é substancialmente ameaçado por usos da terra com baixo
retorno econômico) (Newburn, Reed, Berck e Merenlender, 2005). Em
terceiro lugar, os ganhos da focalização serão maiores, quanto maior
for o risco de seleção adversa (por exemplo, alta adesão pré-programa
ou baixas taxas de aceitação esperadas no programa) (Persson &
Alpizar, 2013). Finalmente, os ganhos de adicionalidade da focalização
novamente precisam ser ponderados em relação ao aumento dos
custos administrativos, riscos de repercussões negativas e
compensações com impactos de equidade e bem-estar (ver abaixo).
A adicionalidade do PSA também pode ser comprometida pelo
descumprimento entre os participantes do programa (risco moral),
especialmente se o monitoramento for caro e o cumprimento acarretar altos
custos de oportunidade (Hanley & White, 2014; Hart & Latacz-Lohmann,
2005). A aplicação das condições do programa por meio de monitoramento
e sanção geralmente é necessária para atingir altos níveis de conformidade,
mas evidências experimentais também mostraram que o controle excessivo
ou a penalidade podem reduzir a motivação para o comportamento
cooperativo, ou seja, conformidade ou participação no caso de PES (Engel,
2016; Falk & Kosfeld, 2006; Vollan, 2008).
Por fim, observe que qualquer fator que aumente o pagamento mínimo
necessário para induzir a inscrição em PES, para um determinado orçamento
(fixo), prejudicará a adicionalidade, uma vez que significará a perda de provedores
marginais de ES que são precisamente aqueles com maior probabilidade de
oferecer conformidade adicional (Figura 2). Além dos custos de oportunidade e
transação dos provedores, o próprio programa de PSA pode reforçar ou corroer
motivações intrínsecas pré-existentes para conservação ou provisão de SE
(frequentemente denominado “crowding-in” e “crowding-out”, respectivamente).
Existem muitos potenciais

Figura 2.Caso hipotético de oferta de serviços ambientais, onde a linha tracejada representa os custos de oportunidade de oferta de ES e a linha sólida representa o pagamento mínimo
aceitável pela participação no PSA. Este último é igual à soma de, inter alia, custos de oportunidade, custos de transação (incluindo prêmios de risco) e motivação intrínseca para
provisão de ES (para simplificar, assume-se aqui que os dois últimos são constantes entre provedores de ES). Para um determinado nível de pagamento de PES (linha amarela sólida e
clara), você obtém um determinado nível de adicionalidade (representado pela parcela de provedores de SE com um custo de oportunidade acima de zero). Qualquer fator que eleve o
nível de pagamento mínimo aceitável (linha pontilhada) afetará negativamente a adicionalidade do PSA. (Para interpretação das referências a
cor nesta legenda de figura, o leitor é encaminhado para a versão web deste artigo.)
 A EFICÁCIA DOS PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
razões para a aglomeração de motivação PES (Rode, Gómez-
Baggethun, & Krause, 2015); por exemplo, o crowding-in pode ocorrer
quando potenciais destinatários sentem que o PES é favorável, ao
passo que sua motivação pode diminuir se eles se sentirem
excessivamente controlados (Nordén, Persson, & Alpı́zar, 2013). A
exclusão reduziria a disposição dos provedores de aceitar pagamentos
de PSA, levando a uma menor adicionalidade (verFigura 2) e a uma
probabilidade reduzida de cumprimento continuado após o término
dos pagamentos (permanência).
(c)Impactos indiretos do programa (transbordamentos)
Spillovers referem-se a impactos ambientais, sociais ou econômicos
que ocorrem fora do escopo espacial e contratual de um esquema de
PSA, reduzindo ou aumentando seus impactos ambientais.6A maior
parte do trabalho se concentrou em transbordamentos ambientais e
geralmente usa outros rótulos para esses efeitos indiretos, incluindo
vazamento, deslizamento, rebote e feedback. Distinguimos entre
spillovers entre participantes e não participantes do programa. Pode-se
também pensar neles como dentro versus entre transbordamentos.
Spillovers entre os participantes do PES abrangem todas as ações
relevantes que não são reguladas por contratos de PES. Em primeiro lugar,
as terras pertencentes aos participantes, mas excluídas dos contratos de
PSA, podem receber pressão adicional para extração de recursos, à medida
que ocorre a substituição de atividades (vazamento na fazenda) (Alix-Garcia
e outros,2012). Em segundo lugar, o aumento da receita de PES pode levar
Figura 3.Cenários de vazamento de REDD alto vs baixo: prováveis fatores explicativos. Fonte:Wunder (2008a, 2008b). O risco de vazamento e a extensão potencial dependem
os fatores rotulados de (a) a (g).
363
aos padrões alterados de gastos das famílias, com implicações no uso
da terra (rebote).
A literatura se concentrou principalmente em transbordamentos para não
participantes, onde os PSA podem induzir um deslocamento de atividades
econômicas para terras fora da área de intervenção. Por exemplo, os
pagamentos pelo desmatamento evitado podem reduzir as oportunidades
de emprego para os trabalhadores rurais, que, em vez disso, se deslocam
para fora dos limites do projeto para colonizar e degradar ou converter
terras ali. Os efeitos do vazamento também podem atuar nos mercados de
produtos e insumos agrícolas, aumentando a demanda por atividades
econômicas em outros lugares. Por exemplo, o vazamento transfronteiriço
pode ocorrer quando um programa aumenta o preço internacional de
commodities extrativas de recursos, induzindo o aumento da atividade em
outros lugares (Sohngen & Brown, 2004). Por outro lado, um programa de
plantio de árvores de trabalho intensivo pode atrair a migração de
trabalhadores, diretamente ou por meio de salários mais altos, reduzindo a
atividade extrativa fora da terra contratada (efeitos magnéticos) (Wittemyer,
Elsen, Bean, Burton e Brashares, 2008).
Os efeitos do vazamento variam muito ao longo do contexto, como a
natureza da demanda por (e oferta de) serviços ou produtos ambientais e
atividades econômicas alternativas (Baylis, Fullerton e Shah, 2017). Por
exemplo, as restrições induzidas por PSA na expansão da cultura comercial
têm maior probabilidade de gerar vazamento no espaço do que aquelas que
restringem a agricultura de subsistência, uma vez que os mercados podem
transferir mais facilmente sinais de preços de maior escassez para os bens
comercializados.Figura 3descreve como fatores contextuais importantes
determinam se um estilo de PES (redutor de atividade)
364 DESENVOLVIMENTO MUNDIAL
O programa REDD para conservar as florestas provavelmente exibe vazamento baixo ou
alto.
Finalmente, a monetização da conservação pode alterar a motivação
dos participantes e não participantes, afetando os resultados da
conservação (Agrawal, Chhatre, & Gerber, 2015; Montarame outros,
2015). A aglomeração de motivação pode afetar as decisões de
provisão de SE de usuários da terra não contratados em um programa
de PSA. A evasão, levando a uma perda de provisão SE fora do
programa, é mais provável de acontecer se o programa for percebido
como injusto, o que pode ser o resultado de uma maior focalização
com base no risco de não conformidade para aumentar a
adicionalidade (Alpı́zar, Nordén, Pfaff, & Robalino, 2013) ou
diferenciação de pagamento. Por outro lado, os transbordamentos de
informações dos programas de PSA também podem induzir alguns
gestores de terras não elegíveis a adotar as práticas de conservação
direcionadas (Lewis, Barham e Robinson, 2011).
(d)Ligação entre as condições do programa e a provisão ES
A escolha entre pagar provedores de SE por certas ações (por
exemplo, não desmatar florestas) ou proxies observados para provisão
de SE (por exemplo, cobertura florestal mantida), em vez de resultados
reais em termos de provisão de SE (por exemplo, toneladas adicionais
de carbono armazenado) pode fortemente influenciar a eficácia do PSA
(Gibbons, Nicholson, Milner-Gulland, & Jones, 2011; Hanley & White,
2014; Zabel & Roe, 2009). Os benefícios de pagar por resultados em vez
de ações são maiores quanto mais incertas forem as ligações entre os
dois. Freqüentemente, os usuários da terra sabem melhor quais
opções alternativas de uso podem ser adotadas com o menor custo.
Nesses casos, pagar pelos resultados permite que os participantes do
programa escolham a atividade que aumenta o custo-benefício da
provisão ES (Hanley & White, 2014; Zabel & Roe, 2009). Além disso,
pagar pelos resultados também pode diminuir o risco de risco moral,
nos casos em que o monitoramento das ações dos participantes do
programa é caro (conforme discutido acima).
No entanto, as desvantagens percebidas de condicionar os pagamentos
aos resultados até agora excluíram amplamente essa opção de design: de
longe, na maioria dos programas de PES existentes, a conformidade é
baseada em proxies de uso da terra e outras ações ou condições de
gerenciamento (consulte as revisões de PES na Seção3). Existem várias
razões para esta escolha do programa. Primeiro, medir a provisão de ES
pode ser mais caro do que medir ações (por exemplo, medir a conservação
da floresta é mais fácil do que estimar o carbono, a biodiversidade ou os
serviços hídricos fornecidos pelas florestas alvo). Em segundo lugar, se o
fornecimento do ES depende de fatores externos ao provedor (por exemplo,
ações dos vizinhos, clima), os contratos baseados em resultados aumentam
o risco para o provedor e podem diminuir a participação (Hanley & White,
2014; Zabel & Roe, 2009). Para compensar, os programas podem ter que
oferecer aos provedores um prêmio de risco (Hanley & White, 2014)
(diminuindo a adicionalidade; ver figura 1).
Se os pagamentos baseados em ações ou resultados são mais custo-
efetivos é, portanto, uma questão empírica, com pagamentos por resultados
tendendo a ser mais custo-efetivos quando: (a) as ações são mais caras de
monitorar do que os resultados (por exemplo, regras para restringir o uso
de fertilizantes preservar a qualidade da água pode ser mais caro monitorar
do que a própria qualidade da água); (b) o esforço necessário para aumentar
a provisão de ES é alto (por exemplo, reflorestamento ou esquemas de
florestamento); (c) a aversão ao risco entre os participantes é baixa (por
exemplo, provedores de ES não pobres); e (d) a provisão de SE é
predominantemente influenciada pelos participantes em oposição a fatores
externos, como o clima (gibõese outros,2011; Hanley & White, 2014; Zabel &
Roe, 2009). Também é possível desenvolver contratos que distribuem riscos
entre provedores e compradores de ES por meio de uma combinação de
condições baseadas em ação e resultado (Hanley & White, 2014).
(e)Impactos no bem-estar e seus vínculos com a eficácia ambiental
ness
Conforme observado, a literatura teórica que analisa os
determinantes dos resultados sociais dos programas de
PSA é escassa (a literatura empírica, revisada nas seções
subsequentes, no entanto, fornece algumas evidências).
Ainda assim, a partir da discussão acima, deve ser óbvio
que existem ligações entre os fatores que afetam os
resultados ambientais e o bem-estar: maximizar os
impactos ambientais requer um projeto que afete quem
recebe e quanto (por exemplo, direcionamento e
diferenciação de pagamentos). Como ''nem a comunidade
que protege totalmente seu meio ambiente, nem o
agricultor empobrecido, pobre demais para causar muitos
danos'' (Wunder, 2007: p. 53). Um segundo trade-off está
na determinação do tamanho do pagamento: do ponto de
vista da eficácia, o excedente do prestador de serviços
(pagamento menos os custos de provisão) deve ser
minimizado, mas isso também minimizaria os impactos da
redução da pobreza.
Existem bons argumentos para não tratar as metas ambientais e
de equidade como objetivos totalmente separados. Desconsiderar
totalmente os aspectos de equidade no projeto e implementação
de PSA, ou seja, focar apenas na eficácia ambiental, pode minar a
credibilidade dos esquemas de PSA e minar a provisão de SE no
longo prazo (Corbera & Pascual, 2012; pascual e outros,2014).
Como mostrado porAlpı́zare outros (2013), direcionar pagamentos
para adicionalidade máxima pode levar a repercussões
comportamentais negativas devido à percepção de injustiça entre
candidatos excluídos de PES. Por outro lado, apesar das
compensações demonstradas entre visar a redução da pobreza e
os resultados de conservação (Alix-Garcia, Sims, & Yañez-Pagans,
2015), projetar um esquema de PSA que não seja adicional, mas
legítimo e justo pode, eventualmente, agregar motivações de
conservação entre agricultores inscritos e não inscritos (Martin,
Gross-Camp, Kebede, McGuire e Munyarukaza, 2014). Portanto,
além da equidade nos resultados, a justiça processual no desenho
do PSA pode potencialmente promover sinergias entre a equidade
e os resultados ambientais resultantes do aumento da
legitimidade do programa, adesão local e conformidade (pascuale
outros, 2014).
3. EVIDÊNCIAS EMERGENTES DA AVALIAÇÃO DE PSA
ESTUDOS
Embora ainda em seus estágios iniciais, há uma crescente literatura
empírica sobre a eficácia dos programas de PSA (ver também,Samii,
Lisiecki, Kulkarni, Paler e Chavis, 2014). A literatura de avaliação de
impacto concentrou-se predominantemente em quão bem o PES
produziu resultados ambientais e cada vez mais adota métodos de
avaliação e estratégias empíricas mais sofisticados. A avaliação de
impacto distingue-se de outros tipos de avaliação na medida em que
visa medir os impactos do programa por meio da identificação de um
contrafactual, ou seja, o que teria acontecido na ausência do programa.
Os resultados avaliados são frequentemente representativos de
serviços ambientais reais, como a cobertura florestal, por meio dos
quais os programas visam a obtenção de serviços adicionais (por
exemplo, sequestro de carbono).
Se a inscrição no programa fosse aleatória entre os participantes
potencialmente interessados, os impactos do programa poderiam ser medidos
comparando os resultados nos grupos de tratamento e controle usando
procedimentos estatísticos padrão. No passado, porém, a maioria dos programas
de PSA era implementada com base em critérios administrativos,
 A EFICÁCIA DOS PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
critérios nacionais ou políticos, levando a diferenças sistemáticas entre
participantes e não participantes (ver seção anterior). Além disso, como
a participação é voluntária, é provável que os participantes e os não
participantes difiram em termos de características observáveis e não
observáveis, que, se correlacionadas com o comportamento ou
provisão de SE, influenciarão a estimativa do efeito do programa.
Existem várias técnicas estatísticas para corrigir o viés de seleção em
tais configurações de avaliação, sendo a correspondência uma das
abordagens mais usadas (Börnere outros, 2016).
Abaixo, revisamos estudos que usaram tais designs experimentais e
quase-experimentais.tabela 1resume esses estudos em termos de foco
regional, abordagem metodológica e conclusão principal. Como os
estudos usaram diferentes variáveis de resultado, os tamanhos de
efeito não são diretamente comparáveis. Além disso, grandes efeitos
não implicam necessariamente em grandes impactos. Por exemplo, o
impacto de uma redução de 50% no desmatamento pode ser bastante
pequeno se a perda florestal anual for inferior a 1% da cobertura
florestal. Poucos estudos fornecem informações suficientes para
calcular tamanhos de efeito padronizados. A última coluna emtabela 1
assim, fornece um julgamento qualitativo sobre o impacto real dos
programas avaliados.
(a)Estudos empíricos da eficácia do PSA
Sanchez-Azofeifa, Pfaff, Robalino e Boomhower (2007) publicou
uma das primeiras avaliações quantitativas do programa nacional
de PSA da Costa Rica com foco no setor florestal. Usando a análise
de regressão OLS, os autores encontraram pouco impacto do
programa e levantaram a hipótese de que a queda observada nas
taxas de desmatamento foi provavelmente devido a outras
iniciativas de conservação, não PES. Eles também sugeriram que a
seleção adversa levou ao registro de terras com baixos custos de
oportunidade de conservação em que o desmatamento era
improvável; uma noção que outros estudos sobre participantes do
programa confirmaram (Arriagada, Sills, Pattanayak, & Ferraro,
2009; Hartshorn, Ferraro, Spergel, & Sills, 2005; Robalino & Pfaff,
2013).
Alix-Garciae outros (2012)realizou uma avaliação de impacto baseada em
contrafactuais do programa nacional de PES no México. O programa de
Pagamento Nacional por Serviços Hidrológicos visava a conservação de
florestas em bacias hidrográficas hidrologicamente importantes. Os autores
quantificaram a redução do desmatamento na coorte do programa de 2004
com base em um pool de candidatos com excesso de inscrições do mesmo
ano que seus controles. Proprietários rejeitados do mesmo pool de
candidatos são sem dúvida semelhantes aos candidatos aprovados,
especialmente no que diz respeito à motivação, uma vez que ambos os
grupos de proprietários demonstraram um interesse semelhante em
participar do programa. O estudo constatou que as taxas de desmatamento
eram 50% menores nas parcelas cadastradas, mas que as taxas de
desmatamento eram geralmente baixas, o que sugeria que a adicionalidade
potencial era limitada para começar.
Durante este período inicial de avaliação de impacto de PES, vários
programas de pequena escala foram desenvolvidos em todo o mundo,
mas poucas iniciativas coletaram dados sobre as condições de pré-
tratamento e um grupo de controle relevante. Um programa de PSA de
pequena escala, projetado para proteger a cobertura florestal em
Veracruz, no México, é uma notável exceção. Com dados sobre
cobertura florestal antes e depois do programa, em parcelas
cadastradas e não cadastradas, Scullion, Thomas, Vogt, Pérez-Maqueo
e Logsdon (2011) avaliou os impactos do programa usando uma
abordagem de diferença em diferença. Seus resultados sugeriram uma
redução de 30% no desmatamento entre as comunidades participantes
do PES. No entanto, com base em avaliações qualitativas
complementares, o programa PES foi apenas um entre outros fatores
que afetam as decisões de uso da terra.
365
Apesar da baixa eficácia no nível do país, os esquemas de PSA
podem ser eficazes na escala local. Avaliando um programa de PSA de
biodiversidade no estado de Chiapas, no sul do México, onde a pressão
sobre os recursos florestais tem sido historicamente alta, Costedoate
outros (2015)constatou que durante 2007–13, os pagamentos evitaram
12–15% de perda de cobertura florestal nas comunidades PES
participantes. De forma similar,Honey-Rosés, Baylis e Ramı́rez (2011),
usando correspondência espacial e análise de diferenças em
diferenças, descobriu que as restrições de uso da floresta, juntamente
com um PSA para conservação da floresta na Reserva da Biosfera da
Borboleta Monarca, uma área com taxas de desmatamento
relativamente altas no centro do México, levam a uma perda e
degradação florestal significativamente menores. Descobertas
igualmente encorajadoras de PES eficazes no nível local foram
publicadas para o programa de PES da Costa Rica (Arriagada, Ferraro,
Sills, Pattanayak, & Cordero-Sancho, 2012).
O PES também demonstrou funcionar de forma eficaz em contextos
de países industrializados e outros países em desenvolvimento. Um
estudo correspondente porPufahl e Weiss (2009), por exemplo,
descobriu que o programa agroambiental europeu induziu os
agricultores alemães a reduzir significativamente a área cultivada e o
uso de agroquímicos. Estudos semelhantes foram conduzidos para o
Programa de Reserva de Conservação dos EUA, sugerindo níveis
variados de adicionalidade para práticas agrícolas elegíveis, por razões
relacionadas ao cumprimento da linha de base e seleção adversa (
Claassen, Duquette e Horowitz, 2013).
Jayachandran, de Laat, Lambin e Stanton (2016)conduziram a
primeira avaliação de impacto de um programa de PES usando um
estudo randomizado controlado. O estudo avaliou o impacto dos
contratos de conservação florestal em aldeias de tratamento e controle
selecionadas aleatoriamente no oeste de Uganda, onde o
desmatamento era historicamente alto. Após a implementação do
programa, a perda florestal estimada variou de 7% a 10% nas aldeias
controle e de 2% a 5% nas aldeias tratadas, uma redução de
aproximadamente 50%. As estimativas de custo do programa em US$
0,97 por tonelada de emissões de dióxido de carbono evitadas também
indicam que o PES tem sido uma opção econômica de mitigação da
mudança climática neste caso particular. Também na África,Hegde e
Bull (2011)usou a correspondência de escore de propensão para
estimar o impacto de um programa de PES agroflorestal de construção
de ativos em Moçambique e descobriu que as famílias participantes
exibiam rendimentos de colheita e extração de produtos florestais mais
baixos do que as famílias não participantes.
Uma preocupação comum sobre os programas de PSA é o impacto a
longo prazo quando os pagamentos são interrompidos.Pagiola, Honey-
Rosés e Freire-González (2016)examinou essa questão após o término de um
programa de PSA de quatro anos que pagava fazendeiros na Colômbia para
adotar práticas silvipastoris que traziam benefícios para a biodiversidade.
Eles descobriram que, embora os pagamentos tenham cessado anos atrás,
as mudanças positivas no uso da terra foram mantidas. Ao contrário dos
programas de PSA que pagam pela conservação, esse programa oferece
incentivos e, em alguns casos, assistência técnica para a adoção de novas
práticas, em vez de meramente conservar os usos existentes da terra,
restringindo o uso de recursos. Até onde sabemos, nenhuma avaliação de
longo prazo foi realizada em um contexto de perda evitada de serviços
ambientais, onde não esperaríamos, tudo o mais constante, permanência
sem pagamento. Claramente, mais evidências empíricas são necessárias
para entender os determinantes da permanência em programas de PSA.
Finalmente, as avaliações de impacto também reconheceram que os
PSA são apenas um de um conjunto de programas e políticas usados
para gerar benefícios de conservação. Assim, alguns estudos também
compararam PSA com outras ferramentas de política, como áreas
protegidas (Robalino, Sandoval, Barton, Chacon, & Pfaff, 2015; Sims &
Alix-Garcia, no prelo) e manejo florestal comunitário (Baylis, Honey-
Rosés, & Ramı́rez, 2012). Sims e Alix -
 366
Tabela 1.Resumo dos estudos de avaliação de impacto dos programas de PSA

Autores Localização Variável de resultado Método Encontrando Impacto

Alix-Garcia et al. (2012) México cobertura florestal Coincidindo Perda de cobertura florestal 50% menor Pequeno

Arriagada, Sills, Pattanayak Costa Rica Renda e bem-estar Coincidindo Sem impacto Nenhum

eFerraro (2009) indicadores

Arriagada et ai. (2012) Sarapiquí, Costa Rica cobertura florestal Coincidindo PES aumenta a cobertura florestal em 11– Grande
Baylis et al. (2012) Monarch Reserve, México Cobertura florestal Coincidindo 17% PES melhora os resultados do Pequeno

manejo florestal e da proteção legal Alto

Claassen et ai. (2013) Estados Unidos Adoção de Coincidindo para práticas estruturais; modesto para o Grande
conservação manejo de nutrientes
práticas
Costedoat et ai. (2015) Chiapas, México cobertura florestal Coincidindo Conservação florestal adicional de 12 a Grande
14%
Hegde e Bull (2011) Moçambique Medidas de bem-estar Coincidindo Aumento da receita e do Pequeno

consumo de caixa

DESENVOLVIMENTO MUNDIAL
Honey-Rosés et al. (2011) Monarch Reserve, México cobertura florestal Coincidindo Protegido 200–710 ha de habitat de alta Pequeno

qualidade, mas menor efeito na redução do

desmatamento 0–200 ha
Jayachandran et al. (2016) Uganda cobertura florestal Randomizado 50% de redução na perda de cobertura florestal Grande
Teste controlado
(RCT)
Pagiola et al. (2016) Colômbia Ambiental OLS Ganhos ambientais permanentes anos após Médio (longo prazo)
índice de serviços o fim dos pagamentos de PES Aumento da
Pufahl e Weiss (2009) Alemanha Agrícola Coincidindo área de pastagem, redução da densidade de Médio
intensidade gado e produtos químicos agrícolas
comprados
Robalino e Pfaff (2013) Costa Rica cobertura florestal Coincidindo 0–0,2% de aumento anual na cobertura Pequeno

florestal
Robalino et ai. (2015) Costa Rica cobertura florestal Coincidindo Maior adicionalidade de PSA se Pequeno

implementado longe de áreas

protegidas
Scullion et ai. (2011) Veracruz, México cobertura florestal Diferença em Redução de 30% no desmatamento Grande
Diferença
Sanchez-Azofeifa et al. (2007) Costa Rica cobertura florestal Regressão Sem impacto Nenhum

Sims e Alix-Garcia (no prelo)
Uchida et ai. (2007)
México Cobertura florestal, Coincidindo Redução de 25% na perda de cobertura florestal Médio (cobertura florestal)
Alívio da pobreza Aumento de 10% no índice de redução da pobreza Pequeno (alívio da pobreza)
índice
China Renda, ativos Regressão Sem efeito significativo no resultado, Médio
efeitos positivos no patrimônio
 A EFICÁCIA DOS PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
Garcia comparou o PES com áreas protegidas em todo o México e
descobriu que ambas as intervenções reduziram a perda de cobertura
florestal em 20–25%, enquanto na Costa Rica, Robalino e colaboradores
descobriram que o PES tem pouca adição dentro e ao redor das áreas
protegidas. Baylis e colegas exploraram as interações entre as três
políticas em uma região relativamente pequena do México. O estudo
conclui que praticamente todos os benefícios do PES vêm de
comunidades que adotaram o manejo florestal anteriormente, ou seja,
os resultados do PES foram alavancados por meio do treinamento e
envolvimento da comunidade durante a implementação do manejo
florestal comunitário.
(b)Efeitos do PSA no bem-estar
Nos primeiros trabalhos sobre resultados de bem-estar de PSA,
Uchida, Xu, Xu e Rozelle (2007)avaliaram o efeito do programa de
conversão de terras da China sobre a renda e descobriram que o
programa, embora a participação nem sempre fosse estritamente
voluntária, teve um sucesso moderado em beneficiar os pobres,
principalmente por meio da renda de atividades pecuárias e
aumentos na posse de ativos (ver também,Liu, Lu e Yin, 2010).
Arriagada, Sills, Ferraro e Pattanayak (2015)examinou os impactos no
bem-estar do programa de PSA da Costa Rica usando um conjunto
subnacional de dados de pesquisas domiciliares. Eles não encontraram
efeito significativo sobre os indicadores de renda e bem-estar para as
famílias que participaram do programa PES durante o período de
1996-2005, talvez devido ao viés de seleção do programa para
participantes com um perfil socioeconômico comparativamente
favorável (Zbinden & Lee, 2005). Da mesma forma, no México,Sims e
Alix-Garcia (no prelo)constatou que os pagamentos do PSA tiveram
pequenos efeitos na redução da pobreza, embora os pagamentos não
sejam triviais em relação aos orçamentos familiares. No esquema de
PES moçambicano, no entanto,Hegde e Bull (2011) encontraram efeitos
significativos nas despesas de consumo das famílias e na renda em
dinheiro, especialmente entre as famílias pobres, ao passo queUchidae
outros (2007)encontraram efeitos positivos do programa Grain for
Green da China sobre a riqueza de ativos.
(c)Mensagens-chave
Ainda é muito cedo para tirar conclusões válidas
externamente do jovem campo de avaliação de impacto de
PSA: poucos estudos rigorosos foram realizados e, além
disso, estão muito concentrados em um pequeno número
de países (por exemplo, Costa Rica, México). No entanto, as
descobertas dos estudos revisados acima correspondem
amplamente às previsões teóricas identificadas na seção
anterior. As avaliações de PES em ambientes com altos
níveis de cumprimento da linha de base e potencial para
seleção adversa (por exemplo, programas nacionais no
México e na Costa Rica) exibem baixos níveis médios de
eficácia. Isso não impede que as iniciativas de PSA em
escala subnacional sejam eficazes, por exemplo, em
ambientes de alta pressão com baixo cumprimento da linha
de base (por exemplo, Chiapas, Reserva da Biosfera da
Borboleta Monarca).
4. LIÇÕES DAS AVALIAÇÕES PES
Esta seção sintetiza estudos revisados por pares que
documentam as lições dos programas de PES em escalas nacional,
regional e global. A natureza desta literatura de revisão mudou
367
ao longo do tempo, refletindo a evolução do debate teórico (ver Seção2
). Uma visão geral dos estudos discutidos abaixo é dada emmesa 2
destacando o escopo, a abordagem e as principais descobertas de cada
revisão. Até cerca de 2013, muitos autores usaram análises baseadas
em narrativas de programas de PSA com foco geográfico ou setorial
específico. Muitas dessas revisões iniciais se concentraram em
pagamentos por serviços de bacias hidrográficas em países em
desenvolvimento, com estudos ocasionais também analisando
pagamentos por silvicultura de carbono e conservação da
biodiversidade. Wunder, Engel e Pagiola (2008)ampliou o escopo para
abranger programas em países industrializados e em desenvolvimento
que promoveram vários tipos de ES. Desde 2013, as revisões têm cada
vez mais adotado análises comparativas quantitativas, incluindo
classificações multicritério para explorar questões identificadas na
literatura teórica de PSA, como eficácia ecológica e social de programas
e trade-offs eficácia-equidade (consulte a Seção2). No geral, essas
revisões oferecem informações importantes sobre como os fatores
contextuais e o desenho do programa podem determinar os resultados
em termos de desempenho ambiental, custo-efetividade e resultados
sociais.
(a)Evidências sobre a eficácia do PSA
As primeiras revisões de PES tendiam a se concentrar em programas
baseados em bacias hidrográficas, uma vez que estes dominavam o
portfólio de programas de PES nos países em desenvolvimento. Essas
revisões geralmente mostraram que a baixa disposição para pagar entre
usuários de serviços pobres, controle estatal de terras ambientalmente
sensíveis, altos custos de transação ou instituições fracas e capacidade
organizacional entre provedores de serviços (por exemplo, insegurança de
posse) e usuários (por exemplo, infraestrutura de monitoramento e
fiscalização ) são os principais obstáculos para a adoção e eficácia ambiental
de PSA (Ferraro, 2009; Huang, Upadhyaya, Jindal, & Kerr, 2009; Martin-
Ortega, Ojea, & Roux, 2013; Southgate & Wunder, 2009). Analisando 37
casos de pagamentos para projetos de conservação da biodiversidade em
países em desenvolvimento financiados por doadores internacionais,Milne e
Niesten (2009)enfatizou ainda a importância da participação local no
desenho do PSA, o reconhecimento dos valores culturais e a
responsabilidade social dos atores envolvidos. Eles também identificaram
várias condições que, se presentes, impedirão o desenvolvimento de PSA ou
limitarão sua eficácia futura, incluindo conflitos de posse de longa data,
provedores de serviços não identificáveis ou indisponíveis ou impactos
sociais inaceitáveis e altos riscos de implementação (consulte também,
Pagiola, Rios & Arcenas, 2008; Wunder, 2008a, 2008b).
Fazendo um balanço de um conjunto diversificado de experiências de PES
em países em desenvolvimento e industrializados, Wunder, Engel e Pagiola
(2008)observaram que o desenho e o desempenho do programa geralmente
diferem entre as iniciativas financiadas pelos usuários e as lideradas pelo
governo. Na época, apenas uma das iniciativas analisadas adotava uma
abordagem para medir a adicionalidade em comparação comex ante
cenários. Os programas financiados pelo usuário, caracterizados por uma
escala menor e um único foco de SE, adotaram com mais frequência
critérios de focalização e fortes regras de condicionalidade do que os
programas governamentais. Evidências preliminares também pareciam
sugerir maior eficácia para tais programas liderados por usuários. O estudo
observou ainda que muitos programas de PSA careciam de evidências sobre
o impacto das práticas de uso da terra nos serviços ecossistêmicos
desejados e muitas vezes foram estabelecidos em "base científica
instável" (pp. 846; ver tambémHuange outros (2009)).
Revisões mais recentes focaram diretamente na relação
entre os princípios de projeto de PSA e a eficácia ambiental.
Classificando 22 casos de PES na Alemanha e nos EUA de
acordo com critérios múltiplos,Sattler, Trampnau, Schomers,
Meyer e Matzdorf (2013)comprovou alguns dos adicionais
 Mesa 2.Resumo dos estudos de revisão de PES
Fonte (Ano) Objetivo e relevância
Wunder e outros. (2008) Comparar as experiências de PSA em países de baixa e alta
renda, distinguindo entre iniciativas governamentais e
financiadas pelo usuário Primeira análise comparativa que
vincula características de design com possíveis resultados
ambientais
Jindal et ai. (2008) Identificar desafios e riscos na implementação da
silvicultura de carbono, bem como sugerir
possíveis caminhos para melhoria e ampliação
Primeira análise comparativa de experiências de silvicultura
de carbono.
Milne e Niesten (2009) Identificar necessidades de design e desafios de
implementação de pagamentos para iniciativas de
conservação da biodiversidade em países de baixa renda
Primeira análise comparativa de pagamentos de
biodiversidade em países de baixa renda, com foco na
interação entre fatores de design e sucesso do projeto
Huang e outros. (2009) Revisar e caracterizar a implementação de pagamentos
por serviços de bacias hidrográficas na Ásia
Primeira análise comparativa de pagamentos por
serviços de bacias hidrográficas na Ásia e uma análise
das restrições de expansão
Ferraro (2009) Rever as iniciativas existentes de pagamentos por serviços
de bacias hidrográficas em África
Primeira análise comparativa, incluindo restrições de
expansão
Southgate e Wunder (2009) Visão geral dos pagamentos por serviços de bacias
hidrográficas na América Latina e análise aprofundada de
três iniciativas para identificar desafios de implementação
Primeira análise comparativa aprofundada de três iniciativas de
pagamentos de bacias hidrográficas na América Latina.
Métodos
Síntese narrativa de análises revisadas por pares das
experiências de PES
Síntese narrativa de dados secundários de 23
projetos florestais de carbono na África
Síntese narrativa de dados secundários de 37
projetos financiados pela Conservation International
Síntese narrativa de dados revisados por
pares e secundários de 15 experiências
Síntese narrativa de dados secundários e revisados
por pares de duas iniciativas em andamento e seis
planejadas
Síntese narrativa de dados secundários e
revisados por pares com foco nas iniciativas
revisadas.
368
Principais descobertas e lacunas de implementação
PSA financiados pelo usuário tendem a alcançar com mais
eficiência a provisão adicional de ES por meio de direcionamento
mais adequado e aplicação mais forte de
condicionalmente
Necessidade de coletar sistematicamente dados
ecológicos e socioeconômicos para tirar lições mais
conclusivas sobre os resultados
Evidência de impactos positivos no sequestro de
carbono e na renda dos participantes Riscos
potenciais relacionados à conversão de
pastagens, insegurança fundiária e altos custos
de transação
Oportunidades relacionadas ao fortalecimento da governança
florestal e das instituições comunitárias Falta de dados sobre
indicadores socioecológicos para apoiar o desenho,
monitoramento e avaliação do projeto Necessidade de integrar
métodos de avaliação de impacto, abordagens participativas
tanto para o desenho quanto para a implementação, esclarecer
os direitos de posse, fortalecer as instituições locais de
DESENVOLVIMENTO MUNDIAL
governança e garantir a legitimidade dos contratos de
pagamento
A maioria das iniciativas é liderada e/ou financiada pelo
governo
A condicionalidade é fracamente aplicada e a
participação em algumas iniciativas é obrigatória
em vez de voluntária
Os projetos carecem de evidências sobre os níveis de oferta
SE e redução da pobreza
Iniciativas existentes e planejadas concentram-se no alívio da
pobreza em detrimento de um cuidadoso direcionamento e
provisão de ES
Financiamento com base em impostos; pequeno envolvimento de
usuários finais
As causas explicativas do lento surgimento de pagamentos
para iniciativas de bacias hidrográficas na África incluem um
envolvimento limitado de atores não-governamentais, altos
custos de transação, insegurança na posse da terra e fraca
governança de recursos As iniciativas analisadas são
caracterizadas e desafiadas por: benefícios ambientais
modestos, determinados pela variabilidade ambiental
natural , evidências científicas limitadas e não
conformidade; altos custos de conservação, start-up e
recorrentes, que muitas vezes não são cobertos apenas com
transações comprador-fornecedor; e falta de envolvimento
do governo nos esforços de monitoramento, o que aliviaria
os custos recorrentes
Brouwer, Tesfaye e Pauw (2011)
Martin-Ortega et al. (2013)
Schomers e Matzdorf (2013)
Sattler et ai. (2013)
Hejnowicz et ai. (2014)
Calvet-Mir et al. (2015)
Analisar a relação entre os fatores de design de
pagamentos por serviços de bacias hidrográficas
e sua eficácia ambiental
Primeira meta-análise de pagamentos por serviços de bacias
hidrográficas em todo o mundo
Identificar conformidade ambiental, desafios de
implementação e desvio da teoria de pagamentos por
serviços de bacias hidrográficas na América Latina
Desenvolvimento de modelo conceitual para apoiar
melhor design, implementação e monitoramento
Ilustrar as diferentes perspectivas analíticas sobre
conceitos e tipos de PES, os focos da pesquisa de PES e
identificar diferenças e semelhanças em programas de
conservação e principais tópicos de pesquisa entre
países de baixa e alta renda
Desenvolver um sistema de classificação múltipla para PES
como uma ferramenta útil para caracterizar
sistematicamente as abordagens de PES e aplicar esse
sistema à análise de casos selecionados de PES
Análise comparativa que investiga quais características
do PES estão relacionadas ao sucesso geral dos
esquemas de PES
Investigar os programas de PSA em termos de seus
resultados sociais, ambientais, econômicos e
institucionais, com foco em trade-offs de eficiência,
eficácia e equidade
Desenvolvimento e uso de uma estrutura de ativos de
capital para analisar compensações multidimensionais
Examinar a eficácia e o desempenho relacionado à
equidade das iniciativas de PSA voltadas para a
conservação da biodiversidade em países tropicais e
subtropicais, distinguindo entre abordagens analíticas e
metodológicas
Identificação de futuras áreas de pesquisa em
PES, com base nos artigos analíticos e
lacunas metodológicas
Regressões logísticas entre fatores de design e indicadores
de eficácia ambiental em 47 pagamentos para iniciativas de
serviços de bacias hidrográficas, com base em dados
secundários e um questionário direcionado por e-mail
Análise da literatura revisada por pares de 40 iniciativas na
América Latina, com base nas principais variáveis de design
e implementação para desenvolver uma análise descritiva
Análise de 457 artigos revisados por pares focados em
debates conceituais e empíricos de PES, usando um
conjunto de categorias pré-definidas
Análise comparativa aprofundada de 22 casos de PES
supostamente bem-sucedidos da Alemanha e dos EUA,
usando variáveis descritivas de dados secundários
Análise comparativa de 44 casos de PES, usando
variáveis descritivas derivadas da estrutura de bens
de capital e com base em publicações revisadas por
pares dos casos selecionados
Síntese narrativa de 34 artigos revisados por pares
analisando 29 iniciativas de PSA em países tropicais e
subtropicais
Os pagamentos têm maior probabilidade de serem ambientalmente
eficazes se forem conduzidos pelo usuário, obrigatórios em vez de
voluntários, tiverem um número mínimo de
intermediários, contam com o apoio e fiscalização
da comunidade/coletivo, e se seus
os objetivos ambientais são cuidadosamente quantificados
e monitorados
As iniciativas são caracterizadas por condicionalidade baixa
ou inexistente, uma definição e monitoramento deficientes
dos SE pagos, e os pagamentos não são baseados em
cálculos robustos de custos de oportunidade – ou quaisquer
outras abordagens de avaliação – e sim definidos por meio
A EFICÁCIA DOS PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
de negociações entre os participantes
As publicações do PES concentram-se principalmente nas
experiências da América Latina, Ásia e/ou África. Esquemas
de PSA raramente seguem uma abordagem Coaseana e
mais frequentemente se assemelham a abordagens
Pigouvianas ou de Padrões e Preços Ambientais. Os
programas nacionais de PES na UE e nos EUA – muitas vezes
não rotulados como PES – e LA se assemelham na maioria
de suas características
Os resultados positivos de PES estão positivamente
associados ao envolvimento de um intermediário e de um
ator governamental, voluntariedade, duração do contrato e
presença de co-benefícios
Os PES são heterogêneos em termos de características de
desenho, e sua implementação é caracterizada pela
ausência de: protocolos de avaliação da produção e
distribuição de ES; e ferramentas de contabilidade
adequadas para o bem-estar social, humano e
resultados institucionais
Necessidade de conectar práticas de uso da terra e provisão de
ES; contribuir adequadamente para o desenvolvimento dos meios
de subsistência, concentrando-se nos setores mais pobres; e
construir capacidade institucional e instituições que sejam
robustas, inclusivas, transparentes e responsáveis
Os impactos positivos do PSA na eficácia ambiental são mais
frequentemente confirmados do que na equidade,
enquanto a adicionalidade é menor nos programas de PSA
de conservação florestal implementados em áreas com
baixos níveis de desmatamento
Os trade-offs entre essas duas dimensões raramente são
explorados em um único estudo de maneira quantificável.
As condições facilitadoras de PSA incluem: práticas e
pagamentos de PSA “adequados localmente”, relações
inclusivas de acesso à terra e compromisso de longo prazo
por implementadores de PSA
369
370 DESENVOLVIMENTO MUNDIAL

conjecturas doWunder, Engel e Pagiola (2008)e revisões anteriores:

Iniciativas de PSA com direcionamento espacial pré-definido,

diferenciação de pagamentos e apoio à construção de ativos
Tipologias de PSA ao redor do mundo agrupam-se em torno
resultados ambientais positivos estão associados ao envolvimento de

Esquemas de PSA malsucedidos podem ser explicados pela percepção

dos investidores de que não há valor agregado, pagamentos que não

(por exemplo, valor ambiental agregado, em vez de evitar

Esquemas diretos de PSA, de médio prazo (10 a 30 anos),

intermediários confiáveis, contratos suficientemente longos, co-benefícios

melhoram e tomada de decisão e repartição de benefícios injustas.

cobrem os custos de oportunidade, meios de subsistência que não

do tipo de setor econômico envolvido e ES, embora tais

danos projetados) resultaram com mais frequência em

sociais (bem-estar, imagem pública) e participação voluntária. O crescimento
pagamentos em espécie e ES bem definidos estão

agrupamentos não sejam preditores robustos de

na literatura de PES revisada por pares logo permitiu a construção de
associados a conformidade ambiental positiva e

conjuntos de dados globais de casos de PES, queGrima, Singh, Smetschka e

Principais descobertas e lacunas de implementação

Ringhofer (2016)eEzzine-de-Blase outros (2016)analisados para estudar os

determinantes potenciais do desempenho do PES. Com base na análise
comparativa descritiva,Grimae outros (2016)descobriram que os esquemas
de PSA de médio prazo (ou seja, 10 a 30 anos de duração), usando
pagamentos em espécie para ES bem definidos, são mais frequentemente
associados a medidas simples de adicionalidade ambiental. Usando a análise
categórica de componentes principais Ezzine-de-Blase outros (2016)
agruparam um conjunto de dados globais de iniciativas de PSA em três
adicionalidade

adicionalidade

adicionalidade
grupos setoriais: esquemas públicos, privados com fins lucrativos e
liderados por ONGs. Posteriormente, eles executaram uma regressão
logística de uma medida de adicionalidade binária em fatores de design,
como o grau de direcionamento espacial (na densidade de serviços
ecossistêmicos e ameaça de degradação), aplicação de condicionalidade
Latina, usando variáveis descritivas de uma estrutura

(através de monitoramento e sanção) e diferenciação de pagamentos,

Análise comparativa de 40 casos de PES na América

confirmando sua positividade contribuição para a eficácia ambiental. Os

publicada em 55 estudos de caso em todo o mundo

clusters setoriais (público, com fins lucrativos, ONG) foram preditores não
significativos de adicionalidade, mas esquemas de construção de ativos,
Meta-análise da literatura revisada por pares

talvez devido a níveis de conformidade de linha de base mais baixos e

observabilidade de resultado, foram mais fortemente associados à
adicionalidade do que PES de conservação.

(b)Compensações

Muitas das revisões de PES citadas acima também discutiram vários

Tabela 2 (Continuação)

tipos de conflitos de interesse em PES, como compensações entre os

multicritério.

objetivos de desenvolvimento ambiental e social ou os efeitos

Métodos

ecológicos negativos que podem resultar do direcionamento de um SE

específico. Embora o último tradeoff possa ser específico para PES
como uma ferramenta para promover o fornecimento de SE
selecionado com um grupo definido de beneficiários, os tradeoffs
mais importantes para explicar um determinado resultado
caracterizando quais critérios pré-determinados resultam

sociais podem potencialmente ser específicos de PES, mas também

Análise quantitativa e estatística robusta de uma grande
para identificar fatores de design de PES e desempenho

Identificar tipologias globais de iniciativas de PSA e

Desenvolvimento e uso de uma estrutura multicritério

os principais fatores de design que determinam a

supostamente caracterizam um espectro muito mais amplo de

ferramentas de política ambiental (Ferraro & Hanauer, 2011).
Analisar as iniciativas de PSA na América Latina,

amostra de iniciativas de PES em todo o mundo

Revendo a implementação de 23 projetos florestais de carbono na

África,Jindal, Andorinha e Kerr (2008)levantou preocupações sobre
compensações de SE quando os programas de PSA se concentram no
fornecimento de um único serviço, como o sequestro de carbono por
meio de iniciativas de plantação florestal, ao custo da perda de serviços
não direcionados, como serviços relacionados à biodiversidade em
adicionalidade ambiental
Objetivo e relevância

paisagens de savana. Com base na estrutura de ativos de capital (com

dimensões humanas, sociais, naturais, financeiras e institucionais) e
de implementação

analisando 23 iniciativas de PSA incluídas em 44 estudos revisados por

pares,Hejnowicz, Raffaelli, Rudd e White (2014)produziu evidências
descritivas para o potencial dos programas de PSA para melhorar os
resultados ganha-ganha e ganha-perde em termos de eficácia
ambiental e resultados relacionados ao bem-estar. As lacunas de dados
impediram os autores de estabelecer relações causais entre contexto
de intervenção, design, resultados e compensações em termos de bens
de capital.
Com um foco específico em explorar o desempenho e os trade-offs
de eficácia e equidade,Calvet-Mir, Corbera, Martin, Fisher e Gross-Camp
Ezzine-de-Blas et al. (2016)

(2015)examinou 34 estudos analisando 29 esquemas de PSA para a

conservação da biodiversidade em países tropicais e subtropicais. Os
Grima et al. (2016)

estudos revisados basearam-se mais frequentemente em protocolos

para avaliar a eficácia ambiental e, portanto, relataram impactos
Fonte (Ano)

positivos na eficácia ambiental com mais frequência do que efeitos de

equidade. De acordo com as previsões na Seção2o estudo também
observou menor adicionalidade em programas de PSA de conservação
florestal que são implementados em áreas
 A EFICÁCIA DOS PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
com baixos níveis de desmatamento. Além disso, a análise demonstrou
que vários estudos se concentraram na eficácia ou na equidade e que
os trade-offs entre essas duas dimensões raramente são explorados de
maneira sistemática e quantitativa. Em linha com revisões anteriores, o
estudo destacou uma série de condições capacitadoras de PSA, como
opções de uso de terra elegíveis de PSA “adequadas localmente” e
modalidades de pagamento correspondentes, relações inclusivas de
acesso à terra e compromisso de longo prazo por implementadores de
PSA.
(c)Mensagens-chave
As revisões de PES avançaram nossa compreensão da prática
existente na implementação de PES. Eles destacam os principais fatores
contextuais e de design que limitam o potencial do PES para alcançar
resultados eficazes e socialmente desejáveis, como configurações
institucionais inadequadas ou com mau funcionamento, incluindo
questões de direitos de propriedade, falta de uma base científica para o
design do esquema e a importância de implementar agências. Muitos
desses fatores não podem ser superados apenas por programas de
PSA e alguns escaparam do debate teórico formal sobre PSA (Seção2).
As revisões de PES também identificam lacunas importantes na
pesquisa e na prática. A implementação de PES até o momento carece
de base suficiente no pensamento de sistemas ecológicos e coleta de
dados, o que deve permitir que os profissionais testem a relação entre
as práticas de gestão de ecossistemas induzidas por PES e os serviços
ecossistêmicos visados. Há uma necessidade de ir além da
quantificação e análise de proxies de cobertura da terra e incorporar
evidências sobre serviços ecossistêmicos resultantes e potenciais
compensações ecológicas. A respeito disso,Naeeme outros (2015)
recentemente defenderam o desenvolvimento e aplicação de uma série
de princípios e diretrizes para a implementação de PES, com base em
quatro ingredientes básicos: (i) a coleta de dados de linha de base; (ii) o
monitoramento dos principais serviços ambientais; (iii) reconhecer a
natureza dinâmica dos ecossistemas; e (iv) a inclusão de métricas
(especificamente sobre riscos como alterações climáticas ou espécies
invasoras).
Outra lacuna diz respeito às compensações entre o desempenho
ecológico do PES e os resultados sociais, incluindo aspectos relacionados à
equidade (isto é, reconhecimento, participação justa e distribuição dos
benefícios líquidos do PES). Existem ciclos de feedback positivos e negativos
mediados pelo contexto entre os resultados sociais e ecológicos na
implementação de PSA, e a equidade deve figurar centralmente no projeto e
na implementação se as intervenções forem sustentáveis ao longo do
tempo. No entanto, pesquisas que exploram esses ciclos de feedback na
prática de PES ainda não estão disponíveis e as diretrizes correspondentes
ainda não foram desenvolvidas.
5. CONCLUSÕES
Revisamos a literatura de PES com foco nas previsões
teóricas, bem como em estudos qualitativos e quantitativos
sobre a eficácia do PES na obtenção de provisão adicional de
ES e benefícios socioeconômicos. Nossa teoria da mudança
destaca o papel dos contextos de implementação e do
desenho de políticas na determinação dos resultados
ambientais e socioeconômicos das iniciativas de PSA. Muitos
fatores contextuais que conduzem a PES econômicos, como
baixos níveis de conformidade pré-programa e custos de
oportunidade, direitos de propriedade bem estabelecidos e
mobilidade limitada de fatores de produção, também afetarão
favoravelmente o desempenho de ferramentas alternativas de
política ambiental. O PES, no entanto, é particularmente
exigente no que diz respeito à exclusividade dos direitos à
terra do lado do provedor,
371
Ainda assim, o PSA é fundamentalmente diferente dos instrumentos
convencionais de política ambiental ao operar por meio de incentivos, em
vez de desincentivos, como regulamentações legais, mecanismos de sanção
ou impostos. Esse recurso de incentivo inerente é tanto sua virtude quanto
seu maior desafio. Se bem projetados, os pagamentos podem ser um custo
mínimoparetosolução eficiente para corrigir falhas de mercado. No entanto,
um design inadequado pode levar ao desperdício de recursos financeiros e a
resultados ambientais ou sociais potencialmente adversos, por exemplo, por
meio de efeitos não intencionais no comportamento humano. Em muitos
aspectos, o PSA é, portanto, uma ferramenta política exigente que pode
complementar sinergicamente as combinações de políticas ambientais, se
cuidadosamente projetadas e implementadas em contextos apropriados.
Nossa revisão da literatura emergente de avaliação de impacto de PSA
(Seção3) destaca várias histórias com impactos positivos significativos sobre
os resultados ambientais (principalmente em escala local ou subnacional).
Freqüentemente, os impactos ambientais são pequenos (especialmente
entre programas de nível nacional), embora não necessariamente menores
do que os impactos de outros instrumentos de política de conservação,
como áreas protegidas, em contextos comparáveis (ver Börnere outros,
2016). Os poucos estudos de avaliação que abordaram os resultados sociais
dos PSA encontraram, na melhor das hipóteses, pequenos efeitos positivos,
mas também nenhum impacto negativo. Os leitores devem notar, no
entanto, que esta literatura ainda está longe de representar uma base
sistemática de evidências que permitiria tirar conclusões válidas
externamente sobre PES. Existem grandes diferenças no que diz respeito à
qualidade e disponibilidade de dados entre as iniciativas de PES
(especialmente pequenos esquemas financiados pelo usuário) e o conjunto
de estudos existente é provavelmente tendencioso em relação ao pequeno
número de esquemas que estão em operação há tempo suficiente para
produzir resultados mensuráveis (Börnere outros,2016). A evidência
disponível, no entanto, faz com que o PES não pareça nem pior nem muito
melhor do que outras ferramentas de política de conservação.
Nossa análise dos estudos de revisão de PES (Seção4) indica que os
fatores contextuais e princípios de design identificados em nossa revisão
teórica (Seção2) tendem a ser muito importantes na prática. Muitos
programas de PES exibem altas taxas de conformidade pré-programa e
sofrem de viés de seleção adversa. Muitos programas também estão mal
alinhados com políticas regulatórias pré-existentes, ignoram o potencial de
direcionamento de pagamentos ou não implementam mecanismos
apropriados de monitoramento e sanção e salvaguardas sociais.
Freqüentemente, esses programas foram considerados menos bem-
sucedidos pelos autores de estudos de revisão, com base em análises
qualitativas e quantitativas, do que programas que aderiram mais de perto
aos princípios de "melhores práticas".
Além disso, as análises de PES lançam luz sobre as possíveis
compensações envolvidas na concepção de esquemas de pagamento com
boa relação custo-benefício. Claramente, os esquemas de PSA interagem
com sistemas socioecológicos pré-existentes e estruturas políticas de
maneiras que raramente são bem compreendidas. Avanços em trabalhos
teóricos e empíricos sobre PSA e outras ferramentas de política são
necessários para melhorar nossa compreensão de tais interações e
identificar estratégias para adequar esquemas de pagamento de forma
otimizada a contextos de intervenção complexos.
Reconhecemos que tanto as estratégias empíricas quanto os conjuntos
de dados para avaliar as iniciativas de PSA estão melhorando ao longo do
tempo, mas até agora a ênfase tem sido colocada principalmente nos
resultados ambientais. Tanto os métodos quanto os protocolos de coleta de
dados precisam ser mais desenvolvidos para permitir a análise das
compensações socioecológicas ou sinergias na implementação do PSA. Para
validar as previsões teóricas (consulte a Seção2), a pesquisa de avaliação
deve ir além da medição dos impactos médios e descobrir os efeitos
heterogêneos induzidos pelo contexto local, bem como os mecanismos
causais por trás do sucesso do programa (Ferraro & Hanauer, 2014). Como
muitos programas de desenvolvimento, novos esquemas de PSA devem ser
implementados de forma que seja
372 DESENVOLVIMENTO MUNDIAL
induzem à avaliação, por exemplo, adotando estratégias de inclusão
em excesso ou randomizadas. Além disso, os insights da psicologia
comportamental e da economia ainda precisam ser aproveitados por
estudiosos e profissionais de PES como uma estratégia para melhor
entender e governar respostas comportamentais inesperadas à política
ambiental baseada em incentivos.
Claramente, há limites para a expansão de esquemas de avaliação
rigorosos em contextos políticos reais e as revisões de PES têm se mostrado
uma ferramenta útil para promover insights de análises comparativas de
experiências de PES em todo o mundo. À medida que o número de
iniciativas aumenta junto com a coleta de dados padronizados sobre
contextos de implementação, projeto de esquema e indicadores de
resultados iniciais, essas revisões podem se tornar ferramentas ainda mais
poderosas para aconselhamento de políticas, adotando padrões de meta-
análise mais rigorosos (Ezzine-de-Blase outros,2016).
6. LEITURAS RECOMENDADAS
Engel, S. (2016). ''O diabo nos detalhes: um guia prático sobre a
concepção de pagamentos por serviços ambientais." Interna-
NOTAS
1. Pesquisa no Google Acadêmico em 27 de fevereiro de 2017, utilizando os
seguintes termos de busca: ''Pagamentos por Serviços Ambientais" OU
''Pagamentos por Serviços Ecossistêmicos" OU ''Pagamentos por Serviços
Hidrológicos". Para comparação com outros instrumentos de política ambiental, o
termo “área protegida” esteve em cerca de 6.100 publicações por ano durante o
mesmo período.
2. Aqui definimos eficácia (custo) como o aumento na prestação de serviços
ambientais sobre o contrafactual sem PES que é alcançado para um determinado
orçamento. A eficiência, por sua vez, refere-se aos benefícios sociais do aumento
da prestação de serviços ambientais e aos custos associados, exigindo, portanto,
uma avaliação monetária dos serviços ambientais.
3. Por exemplo, o PES pode afetar diretamente os rendimentos das pessoas que vivem nas áreas
de intervenção e, portanto, subsequentemente em sua segurança alimentar e dotação de ativos.
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mundo em desenvolvimento.
4. Aluguel é a diferença entre o pagamento de um bem ou serviço e seus custos de
provisão. Em PES, as rendas de informação referem-se à possibilidade de os provedores
de SE receberem mais do que o necessário para cobrir seus custos de provisão de SE,
uma vez que estes são desconhecidos pelos implementadores do programa.
5. “Seleção” refere-se ao processo de identificação e inscrição de participantes em
um esquema de PES, enquanto a “auto-seleção” refere-se à escolha feita pelos
próprios participantes.
6. Nós nos concentramos no SE visado pelo programa, mas observamos que os programas
também podem induzir transbordamentos que afetam outros serviços ambientais (por exemplo,
uma plantação para sequestro de carbono afetando a biodiversidade, proteção de bacias
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