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Resumo do artigo An Advanced STATCOM Model for Optimal Power Flows Using

Newton’s Method

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um resumo referente ao artigo “An
Advanced STATCOM Model for Optimal Power Flows Using Newton’s Method” (Um modelo
avançado de STATCOM para otimização Fluxos de potência usando o método de Newton), dos
autores Behzad Kazemtabrizi e Enrique Acha, membros do IEEE.
A função primordial do STATCOM é provisionar potência reativa em pontos estratégicos do
sistema de transmissão, com tempo de resposta e desempenho aprimorados, ele pode ser
aplicado como diversas topologias de conversores disponíveis atualmente acionadas por
Modulação por Largura de Pulso (PWM) ou método compatível. As topologias de conversores
mais conhecidos que atendem a necessidade de fornecimento de tensão de forma rápida são os
VSCs de dois ou três níveis, em concomitância com os VSCs os de conversor de multinível
modular (MMC) mais recentes.
Eles são instalados em determinado ponto da rede elétrica, valendo-se de um transformador
elevador com comutação, a frequência fundamental do VSC em sua parte CA é semelhante a
uma fonte de tensão controlável, essa característica tem sido bastante utilizada em estudos para
representar o STATCOM como uma fonte de tensão por trás da impedância de acoplamento,
assim como são representados os condensadores síncronos. Com isso, pode-se representar o fato
de que a tensão de saída do STATCOM pode ser ajustada utilizando a tensão CA, para obter
níveis de controle muito precisos, cuja tecnologia é dada pelo conversor de modo chaveado,
porém isso não o funcionamento cc do STATCOM. Segundo Kazemtabrizi e Acha (2014), os
principais problemas desse modelo são:
1) não há uma maneira fácil de verificar se a operação do conversor está ou não dentro da
região linear de operação;
2) as perdas de comutação tendem a ser desprezadas;
3) as perdas ôhmicas internas do conversor juntamente com os efeitos do magnetismo do
conversor são normalmente agrupadas com os do transformador de interface que, na maioria das
vezes, é um comutador.
Desse modo, incitando o desenvolvimento de um modelo de STATCOM mais próximo a
realidade, feito para avaliar o impacto dos conversores multiníveis em grandes redes de energia
elétrica. O artigo focaliza no problema OPF (Formulação de Fluxo de Potência Ótimo), essa é
uma solução cuja qual as variáveis de controle são ajustadas de forma que satisfaçam as
restrições de igualdade, eliminando as violações operativas do sistema. Na solução
diferentemente de uma solução de fluxo de potência convencional, diferentes controladores
definem os limites das variáveis de controle (fluxo de potência ativa ou reativa nodal). A
formulação do OPF vale-se de uma função Lagrangiana de forma que mantenha a operação do
sistema dentro de limites aceitáveis, mantendo a otimização necessária. Em relação ao modelo
convencional o novo modelo STATCOM reduz consideravelmente as perdas de comutação
interna do conversor e perdas de sistema de potência. A Figura 01 ilustra o circuito equivalente
do modelo STATCOM.

Figura 01 – (a) Representação esquemática do STATCOM. (b) Conversor de fonte de tensão


circuito equivalente. (c) Circuito equivalente de transformador com comutação de derivação em
carga
Fonte: Kazemtabrizi e Acha (2014)
Na Figura 1 (a), pode-se observar a constituição do STATCOM: um conversor (VSC) e um
transformador de acoplamento com comutação derivação (LTC) e na Figura (b) pode-se notar
que o VSC é modelado como um transformador de derivação complexo ideal, justifica-se seu
uso pela seguinte relação dada pela relação fundamental controlada por PWM:
' jφ
V 1=m a e E DC(1)

'
Onde m a(magnitude de derivação do comutador de derivação do complexo ideal) corresponde
ao coeficiente de modulação de amplitude de um VSC de dois níveis trifásico, operando na
faixa linear 0 < ma <1, o ângulo de fase é a tensão V 1 em relação ao sistema de referência de
fase. Nota-se que tal relação também possibilita a representação de VSCs trifásicos de 3 níveis,
operados por PWM, nessa aplicação o interesse está no E DC e V 1 através do ângulo de fase,
independente do número de switches e níveis de conversor.
Porém os MMCs têm princípios de operação distintos dos conversores por PWM, sendo
compostos por vários DC choppers com switches bidirecionais, dessa forma separando
submódulos de cada ramificação do conversor trifásico. Assumindo que a tensão de saída desses
submódulos é controlada para manter a tensão de entrada constante em cada conector do MMC-
VSC com N submódulos, sendo assim, seria E DC = N X Edc. Com isso entende-se que o número
de submódulos ativos interfere no valor de tensão CA do conversor. A Equação 1 também
representa muito bem os efeitos desta operação se convencionar-se que o tap discreto com
magnitude oposta ao tap contínuo associada ao PWM VSC, para obter eficiência numérica
dentro do fluxo de potência a OPF comporta-se como um tap contínuo e no final a solução
converge, o tap físico mais perto é selecionado e uma iteração adicional é realizada para ajustar
a potência geral da solução de fluxo.
De acordo com a Figura 1 (b), representa a operação interna do conversor controlado por
PWM, a tensão de entrada é fornecida por um banco de capacitores em paralelo com um
resistor, cujo valor são as perdas por comutação do conversor. O controle de potência reativa é
representado no conjunto de válvulas modelado por uma susceptibilidade de derivação variável
no lado CA do transformador de derivação ideal, completa-se o modelo com uma impedância
em série no lado CA do trafo de derivação complexa onde o resistor em séria dá-se pelas perdas
ôhmicas proporcional a corrente CA ao quadrado e a indutância representa o conversor de
interface magnética. As perdas de chaveamento são dadas pela seguinte expressão:

( )
2
I act
2
Gsw =G0 nom (2)
I2

G0 representa perdas de comutação do conversor sob tensão CC constante, para tornar o efeito
mais próximo a realidade G0 é corrigido pela razão quadrática da corrente real/nominal
refletindo o comportamento da condutância. A potência reativa do conversor é modelada
aplicando uma susceptância de derivação variável, dessa forma contabilizando a potência
reativa calculada.
A operação do VSC na frequência fundamental é dada pela seguinte matriz de admitância
nodal:

(3)

Conforme apresentado na Figura 1(c), o transformador de acoplamento é atribuído como um


transformador convencional de derivação com passos discretos, dada pela representação de
matriz nodal:

( )( )( )
IK Yl −TY L V k
= ( 4)
I vR −TY L T 2 Y L V vR

Equações de Potência Nodal


As Equações de Potência Nodal do STATCOM completo dentro do OPF são calculadas pela
combinação da potência nodal dos módulos VSC e OLTC.

 Módulo VSC: As injeções de potência nodais VSC são derivadas do produto de suas
tensões nodais e injeções de corrente (complexa conjugadas).
(5)

As equações de potência ativa e reativas são:


(6)

 Módulo OLTC: Já para esse módulo são derivadas da relação de tensão e corrente
nodais em ambas extremidades OLTC:

(7)

Esta expressão produz o seguinte poder nodal explícito:


(8)

Onde :
1
Y 1=G l + jBl = .
( R l+ jX l )
Combinando os conjuntos (6) e (8), têm-se as injeções de potências nodais necessárias nos três
nós de interesse:

Onde Pk e Qk (soma) são a contribuição de todos os ramos conectados ao nó diferente do


transformador OLTC, potências nodais necessárias pela formulação do fluxo de potência ótimo.

Implicações Práticas

 Requisitos de projeto STATCOM: Adotra-se que o VSC está conectado entre um


barramento de envio e um de recebimento, CA e CC respectivamente. A entrada de
tensão do barramento CC é fornecida pelo banco de capacitores CC, valor constante. A
magnitude de tensão é regulada pela relação:

|V vR|=m'a E DC + √ ( G21 + B21 ) . |I 1| (12)


O coeficiente de modulação PWM está entre os limites 0 < m a< 1 e para dois níveis
trifásicos ma = √ 3/2 .ma .

 Premissas Simplificantes: nota-se que o defasador ideal em ângulo desacopla os


circuitos a esquerda e a direita do transformador ideal, a tensão do ângulo de fase no
barramento 0 mantém o valor inicial, que nessa aplicação será considerada 0, quando se
olha para ele em coordenadas retangulares não existe parte imaginária. Durante o OPF,
as variações do ângulo do barramento CC mantêm-se em 0, por isso, essa variável pode
ser removida, compactando a formulação, com resultado igual.

Formulação do novo modelo do STATCOM ótimo


(Fluxo de energia (OPF) utilizando o método de newton

Penalizando a função Lagrangiana para qualquer violação variável de estado, têm-se:

T
L ( x , λ , u )=F ( PG ) + λ H ( X )+ P ( x ,u ) (13)

Onde H(x) é o conjunto de igualdade funcional para o sistema e F(PG) é a soma dos valores de
funções que são tomadas como funções de custo quadrático dos geradores, e P(x,u) é uma
função de penalidade quadrática para qualquer violação de estado variável.
As variáveis compreendidas pelo novo modelo STATCOM são tanto para o conversor quanto
para o OLTC, conforme:
T
x STATCOM =( θ K θ vR θ0 V K V vR V 0 M A ɸT ) (14)
'

É valido ressaltar que além das equações explícitas para a resolução do OPF é necessária uma
função Lagrangiana para todo o sistema tensões nodais e ângulos de fase (exceto para
barramento Slack onde só a tensão nodal é necessária). Basicamente o grande ponto do OPF é
minimizar o custo de energia ativa, sujeito a condições operacionais realistas, controle e
definições, o que define o controle é o estado explícito das variáveis do sistema STATCOM.
Utilizando o método de Newton aplicado a função Lagrangiana, define-se o sistema com
estado operativo normal, e variáveis dentro dos seus limites, assim:

Onde o vetor z é o vetor primal dual (variáveis duplas que são multiplicadores para restrições
de igualdade e desigualdade). A matriz de coeficientes é uma combinação de termos hessianos e
jacobianos obtidos a partir de derivadas de segunda ordem da função de Lagrange. O sistema
linearizado de equações é dado por:

O termo gradiente é a separação dos cálculos de potência nodal, e as derivadas de segunda


ordem da Lagrangiana é 0.
Restrições de Igualdade do Novo Modelo Statcom
Considerando o STATCOM da Figura 1, o conjunto de restrições de potência ativa e reativa,
são:
Controle do Novo Modelo STATCOM
Há dois modos de controle, fluxo de potência ativa e regulação de tensão nodal:

 Regulação de tensão nodal: é uma restrição de igualdade variável que juntamente com a
formulação OPF, resulta:

Essa Equação é utilizada para impor os STATCOMs de tensão nodal no barramento


CA, com o uso do transformador OLTC. As tensões em ambos os nós (tensão CA do
sistema) e (tensão de saída CA VSC) podem ser controladas pela ação combinada do
OLTC e do VSC. A tensão do sistema VSC CA é livre para variar dentro de seus
limites, como resultado, a regulação da tensão nodal não é imposta a este nó. O valor do
fator de penalidade determina a dureza dos limites de regulação de tensão.

 Regulação do fluxo de potência ativa: O fluxo de potência ativa através do conversor


VSC é controlado pela variação do deslocamento de fase que existe no modelo de
transformador ideal do conversor. Para controle explícito do fluxo de potência ativa
dentro do conversor, uma restrição de igualdade funcional adicional é introduzida na
forma de:

Para fins de modelagem do barramento CC do VSC é utilizado um barramento do tipo


PV com potência zero ou pré-especificada, O STATCOM é baseado no conceito de
fonte de tensão controlável. No novo modelo STATCOM, o algoritmo OPF modifica o
ângulo de fase de tal forma que a quantidade de potência ativa que flui através do
conversor corresponde ao alvo de fluxo de potência ativa na convergência. Esta é uma
característica distintiva do novo modelo que está completamente ausente do modelo de
fonte de tensão de controle.

Função Lagrangiana Explicita do STATCOM

A formulação Lagrangiana Explícita do STATCOM é:


Uma solução iterativa completa requer a convergência de um loop interno resolvendo usando
verdadeiro modo Newton-Raphson. Uma vez que o processo converge para uma tolerância
especificada no loop interno, todos os limites das variáveis são verificados em relação aos seus
respectivos limites e o conjunto de links ativo é identificado. A inclusão do conjunto ativo após
a convergência do primeiro loop interno completa a primeira iteração do loop externo.A
convergência da malha interna pode ser melhor assegurada empregando-se um fator de
desaceleração nas variáveis de ponto de atualização de estado e multiplicadores de Lagrange ao
final de cada iteração local. Este é particularmente o caso durante as iterações locais das duas
primeiras iterações globais. O uso de tais fatores de desaceleração prejudica ainda mais as
características de convergência quadrática do método de Newton-Raphson, o que significa que o
número de iterações locais aumentará.
A restrição do fluxo de potência no conversor é normalmente aplicada por padrão no início do
processo de solução. Ele é ajustado para zero de energia DC ou para uma injeção de energia DC
positiva/negativa pré-especificada se o STATCOM for fornecido com qualquer forma de
armazenamento de energia. Da Claro, sempre é possível na solução OPF de Newton não querer
impor essa restrição, dessa forma é dada por:

Sistema linearizado de Equações STATCOM


Aplica-se o método de Newton à função Lagrangiana STATCOM, chegando ao conjunto de
restrições:

O conjunto de limites de desigualdade inclui os seguintes limites: Coeficiente de modulação


de amplitude PWM do conversor ma. Taxa de derivação do transformador OLTC e valores de
tensão do nó. As variáveis de controle são as tensões do nó STATCOM em ambos os nós (CA e
'
CC), a derivação complexa do transformador ideal, m a <ɸ que pode variar de 0 e √ 3/2 e A taxa
de tap do OLTC, que pode variar entre 0,6 e 1.2. Não são impostos limites nos ângulos de fase
das tensões nodais ou no ângulo de derivação complexo do VSC.
Casos de testes e conclusão
Dois casos de teste foram feitos para avaliar a precisão, flexibilidade e robustez do modelo
STATCOM proposto. O primeiro caso é um sistema muito artificial onde o STATCOM é
alimentado por um gerador síncrono através de uma linha de transmissão. O segundo caso
compreende uma versão modificada do sistema IEEE de 30 nós em que se supõe que um STAT
COM esteja conectado no nó 24 para manter a magnitude da tensão nesse nó. Usou-se um
programa OPF existente no MATLAB para implementar o novo modelo.
Um novo modelo STATCOM adequado para soluções de fluxo de potência ótimo usando o
método de Newton foi apresentado neste artigo. O novo modelo baseia-se no conceito
idealizado de fonte de tensão controlável que tem sido usado até agora para representar a
operação de frequência fundamental do STATCOM em formulações OPF. Porém, em vez
disso, ele vê o conversor STATCOM DC-AC como um dispositivo transformador com um
shunt variável complexo.
O modelo STATCOM-OPF é testado em uma configuração de sistema radial para mostrar as
propriedades regulatórias do novo modelo. Um sistema maior, composto por vários geradores,
foi selecionado para mostrar que o novo modelo STATCOM funciona igualmente bem na
solução OPF de Newton. O barramento CC do conversor é modelado como um barramento PV
com magnitude de tensão CC constante e ângulo de fase zero.

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