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ESCOLHAS?
ORIENTADORES:
PALHOÇA
2022
Sumário
1. Apresentação 4
2. Roteiro 5
2.1. Última versão do roteiro 5
2.2. Leitura do roteiro pela direção 11
3. Análise crítica 11
3.1. Bases teóricas 12
3.2. Direção de Arte 12
3.3. Cenografia 14
3.4. Casting e Preparação de Elenco 15
3.5. Direção de Fotografia 15
3.6. Montagem 19
3.7. Desenho de som 19
3.8. Produção 20
5. Considerações Finais 26
6. Referências 26
1. Apresentação
ESCOLHAS?
Por
Email: fre.fred.598@gmail.com
1 INT. CASA DO CASAL - NOITE
ALANA
GIOVANNA
Nada não… (olha para baixo) me desculpe, não quis ser grossa
contigo.
Alana se levanta e levanta Giovanna, as duas começam a
dançar. A dança se torna mais animada , no final, elas se
beijam.
Alana
Alana
Giovanna?
Giovanna
Alana
Amor? Você tem a coragem de me chamar de amor? Tava no
trabalho né? Sua puta! Eu sei que você tava me traindo!
Giovanna
Alana (Chorando)
Alana
Giovanna
Alana
O que você quer dizer com isso? Você vai me deixar? Não vai
embora Gi! por favor…
Giovanna
Adeus Alana!
ALANA
Alana
FIM.
2.2. Leitura do roteiro pela direção
3. Análise crítica
Um dos principais focos do projeto era a construção narrativa por meio de três
visões diferentes, sendo referenciadas com três diretores diferentes. O resultado neste
ponto não foi o esperado, mas se mostrou um processo bastante educador para mim. A
maioria das coisas são melhores dentro do campo imaginário do que no material e isto não
foi diferente.
O que não significa que me decepcionei com o resultado de alguma forma, longe
disso. O processo foi cansativo e desafiador. Mais do que isso, apresentar a minha ideia
para um grupo e conseguir que eles entendam a minha visão sobre isso é algo bastante
complicado, mas também interessante.
Em um instante, a ideia que era somente minha, deixou de ser. Passou a ser uma
ideia coletiva. Mas a responsabilidade continuava somente minha. Os outros integrantes,
apesar de fundamentais neste processo de construção, não tinham a responsabilidade que
eu tinha, afinal este é o meu trabalho de conclusão.
E esta relação entre o grupo e o individual foi surpreendentemente positiva neste
processo. A chance de ter outras visões foi primordial para a evolução do roteiro, mas a
autonomia de decidir qual decisão seguir foi tão importante quanto.
3.1. Bases teóricas
Um dos pontos principais do projeto realizado no primeiro semestre e que continuou
na construção narrativa e no momento de produção do filme foi a questão da dependência
afetiva, problema este que “aparece de forma recorrente nas clínicas de psicologia e se
caracteriza por comportamento de cuidado e atenção excessivo ao outro, com consequente
renúncia aos interesses antes valorizados (Sophia, Tavares e Zilberman, 2007)
Outro ponto do filme é a relação entre as protagonistas. Segundo pesquisa de
Venturi e Bokany (2011): “Diversidade sexual e homofobia no Brasil”, 70% dos entrevistados
acreditam que a discriminação contra a comunidade LGBT é “um problema que essas
pessoas têm que resolver entre elas” e apenas 24% acreditam que o Estado deve interferir
em prol do combate à homofobia.
Refletindo sobre isso, é possível perceber o motivo da afirmação de Bourdieu (2003,
p.18) “Mulheres que rompem o paradigma da normalidade porque tentam expressar sua
sexualidade de forma diferente, não só procuram se invisibilizar como também se fecham
num mundo alheio, de isolamento, e vivem sua sexualidade à margem do mundo de
dominação masculina”.
Seguindo principalmente estes dois pontos, foram construídos os perfis das
personagens.
Quisemos trazer também esta questão da dualidade, visto que são duas
personagens e que cada uma delas possui uma personalidade diferente, mas que muitas
vezes se assemelha. Por isso, utilizamos duas poltronas, dois quadros pequenos na
parede, duas pilhas de livros na mesa, duas taças de vinho no balcão.
Como as duas atrizes são amigas de longa data, nós pedimos a elas diversas fotos
das duas juntas, em diferentes momentos da vida, para trazer mais realismo.
Alana é uma artista e, com base nisto, a diretora Maria Rosa teve a ideia de entrar
em contato com o pintor e escultor Diego de Los Campos, que aceitou prontamente
emprestar algumas de suas obras para que servissem de props para o filme.
O figurino foi construído junto com as atrizes, na pré-produção nós entregamos
algumas descrições das personagens para as atrizes que, com base nisto, nos entregaram
alguns exemplos de figurinos que poderiam encaixar com as personagens. Depois de
alguns debates, decidimos nas peças que estão presentes no filme.
A maquiagem foi toda construída pela Luana, que teve a ideia de construir uma
narrativa baseada no roteiro do filme. A realização de uma maquiagem que trouxesse o
sentimento de evolução narrativa foi primordial para a realização do filme.
A Luana mandou para mim uma reflexão de como ela via a maquiagem para as
atrizes: “Alana é uma personagem criativa com um lado mais obscuro. Tinha pensado
originalmente em misturar cor como rosa, vermelho e roxo com um sombreado preto nos
olhos mostrando a criatividade artística e a parte mais pesada da vida dela com o preto.
Já a Giovana é descrita como alguém que não gosta de maquiagem e q não vê muito
sentido nela, por isso pensei em uma pele de cobertura leve/ média com algo sutil no
côncavo e batom nude.”
Pessoalmente fiquei bastante satisfeito com o trabalho da direção de arte. Durante
todo o processo de pré-produção esta foi a equipe mais participativa e comunicativa,
principalmente a diretora Maria Rosa e o assistente Katsuki.
Eles me ajudaram bastante também em outras áreas, dando ideias bastante
construtivas para o roteiro e até para a pós-produção.
3.3. Cenografia
A narrativa do roteiro proposto é voltado para a relação das personagens. Tendo isto
em vista, a direção de arte focou na construção de um ambiente que pudesse relacionar
com a personalidade de cada uma, visto que todo o filme foi gravado em um cenário
construído para ser a casa das personagens.
A locação foi a sala de psicologia da psicóloga Izanete, também conhecida como a
minha mãe. A sala por si só já é bastante aconchegante e transformá-la em um ambiente
parecido com uma sala de estar de uma casa não foi uma tarefa difícil.
Uma das referências para a construção do cenário (e das personagens) foi o livro “A
menina submersa” da Caitlín R. Kiernan e, pensando na forma que a autora construiu a
ambientação do lar das personagens, eu tentei trazer para o projeto algo parecido, que
mostre essa relação das duas e suas diferentes personalidades.
3.6. Montagem
A montagem foi relativamente tranquila, pois a ordem dos dias foram construídas
seguindo o roteiro e poucas foram os planos que demandaram várias tentativas. Além
disso, a forma na qual escrevi o roteiro facilitou a montagem por todas as cenas se
passarem em um mesmo ambiente (algo que na primeira versão do roteiro era diferente).
Apesar disso, realizei diversos cortes, com pequenas mudanças entre elas, com
teste de planos diferentes, cores diferentes e ações diferentes. Por fim, o filme conseguiu
ser entregue no limite de 11 minutos decidido pelos professores.
3.8. Produção
A pré-produção começou com a realização do roteiro no semestre passado. Após
algumas conversas com o professor Demétrio, cheguei ao último tratamento do roteiro em
junho e comecei a procurar pessoas para compor a equipe de produção.
A junção das pessoas se deu após uma lista que foi passada para a turma de alunos
das outras fases dispostos a trabalhar no nosso TCC, entrei em contato com alguns deles e
a maioria foi bastante positiva com relação ao projeto e assim montei a equipe.
Alguns deixaram a equipe antes da produção começar, por diversos problemas
pessoais e individuais, mas, com a equipe restante e algumas outras adições posteriores,
tive uma equipe bastante participativa e competente.
A maioria dos integrantes estava realizando a função dela pela primeira vez no meu
filme, mas não vi e nem tive nenhum problema com relação a isso, muito pelo contrato,
pensei que seria bastante interessante ter pessoas novatas participando do TCC porque é
um trabalho de faculdade e nós todos estávamos lá para aprender de uma forma ou de
outra.
Isso se apresentou bastante construtivo, visto que os participantes trouxeram
diversas ideias e sugestões bastante interessantes que foram incorporadas no projeto.
A relação foi bastante curiosa, visto que era a primeira participação em TCC da
maioria, eles tinham alguns receios no começo com relação a capacidade deles em realizar
a função na qual estavam designados. Eu tentei ao máximo acalmá-los e convencê-los de
que, assim como eles, esse também foi o meu primeiro trabalho como diretor em um projeto
maior e, bem como eles, também estava lá para aprender e também erraria bastante
durante os meses seguintes.
Então, com a equipe formada, dividi as funções e cada integrante da equipe tinha
suas próprias atividades para fazer e a maioria delas foi cumprida dentro do prazo.
Depois de tudo preparado, com os equipamentos da Unisul em mãos e a sala com o
cenário pronto, começamos nossas filmagens no dia 04 de outubro. O dia começou com
atraso porque não estávamos conseguindo fazer nenhum cartão de memória funcionar na
câmera por causa de outra filmagem que gravou em uma resolução diferente.
O PH tentou nos auxiliar por mensagem, mas não conseguimos resolver o problema,
então eu saí da locação e fui comprar um cartão de memória novo (trabalho mais
complicado do que pensei que seria).
Assim, às 10:30 começamos as filmagens (1:30 de atraso). Achamos melhor realizar
a ordem das cenas de acordo com o roteiro, visto que não faria muita diferença para as
atrizes e seria melhor para a maquiagem.
Durante meu período ausente da locação, a equipe de alguma forma quebrou uma
persiana da sala, o que dificultou a filmagem por causa da iluminação que entrava pela
janela, mas foi resolvido incorporando aquela nova luz.
O primeiro dia aconteceu da forma esperada, mas com atraso devido ao começo
caótico das filmagens. Durante as gravações tivemos que repetir alguns planos diversas
vezes devido ao barulho da rua bastante movimentada em alguns horários.
Ao passar do dia também tivemos alguns incidentes, com equipamentos e cenários
caindo, porta se abrindo sozinha e momentos de bastante emoção com a chance real de
algo acabar quebrando, algo que felizmente não aconteceu.
Perto das 13 horas fizemos a pausa para o almoço, que foi realizado em um
restaurante no andar térreo do mesmo prédio. O primeiro dia de filmagens acabou às 17:30,
com 1:30 de atraso, todos fomos para casa cansados e ansiosos para terminar as filmagens
da melhor maneira possível no dia seguinte.
O segundo dia de filmagens (05/10) foi bem mais tranquilo e a ordem do dia foi
seguida à risca. Fizemos a pausa para o almoço às 11:30 porque havíamos terminado uma
cena e a cena seguinte teria mudança de maquiagem. Todas as cenas foram filmadas até
as 15:30 e conseguimos realizar algumas gravações de sons ambientes com os 30 minutos
que sobraram. Às 16 horas todos estavam liberados e as filmagens concluídas, sem
grandes incidentes iguais ao do dia anterior.
No dia 06 devolvi os equipamentos da Unisul e uma semana depois entreguei para o
Diego suas pinturas, terminando de desmontar toda a produção.
Apesar de tudo, este foi um momento bastante difícil para mim pessoalmente, visto
que minha mãe havia sido submetida a uma cirurgia para retirada de um tumor no dia 30 de
setembro e estava no hospital enquanto eu produzia o filme.
Eu passei essa informação para a minha equipe e eles foram bastante receptivos e
companheiros comigo, não tenho nenhuma queixa com nenhum deles, somente tenho a
agradecer por todo o apoio e ajuda que eles me deram neste período de filmagens.
Cidade: Florianópolis
Estado: Santa Catarina
País: Brasil
Ano de finalização: 2022
Ano de produção: 2022
Duração: 10:46 minutos
Direção: João Frederico da Silva
Roteiro: João Frederico da Silva
Direção de Fotografia: Amanda Fagundes
Direção de Arte: Maria Rosa Schultz e Silva
Montagem/Edição: João Frederico da Silva
Som Direto: Henrique Rozar
Edição de som: João Frederico da Silva
Produção executiva: Laura Scheidt Moreira
Elenco: Giovana Henckemaier e Stefany Fernandes
Classificação Indicativa: 12
Sinopse: Ansiosa para ficar com sua namorada, Alana se vê nervosa com o atraso da
Giovanna. Os acontecimentos e as escolhas das personagens naquela noite serão
determinantes para a conclusão da trama.
4.4. Mídias e canais de divulgação
4.4.1. Cartaz
4.4.2. Foto de divulgação horizontal
6. Referências
AFFRON, Charles e Mirella Jona AFFRON. Sets in motion. New Brunswick, New Jersey:
Rutgers University Press, 1995.
ARTAUD, Antonin. O Teatro e seu duplo. Tradução de Teixeira Coelho. 3a ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2006.
AUMONT, Jacques; MARIE, Michel. A análise do filme. Tradução de Marcelo Félix. Lisboa:
Edições Texto & Grafia, 2009.
BODEI, Remo. La vida de las cosas. Buenos Aires/Madrid, Amorrortu Editores, 2013.
CHION, Michel. The Voice in Cinema. Nova York: Columbia University Press, 1999.
______. A Audiovisão: som e imagem no cinema. Lisboa: Edições Texto e Grafia, 2011
EPSTEIN, R., & FRIEDMAN, J. (Diretores). (1995). The Celluloid Closet [EUA].
Louro, G. L. (2004). Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo
Horizonte, Brasil: Autêntica.
MARKS, Laura U. The skin of film: intercultural cinema, embodiment, and the senses.
Durham: Duke University Press, 2000.
SOBCHACK, Vivian Carol. Carnal thoughts: embodiment and moving image culture.
Berkeley: University of California Press, 2004.
Sophia, E. C., Tavares, H. & Zilberman, M. L. (2007). Amor patológico: um novo transtorno
psiquiátrico? Revista Brasileira de Psiquiatria, 29(1), 55-62.
XAVIER, Ismail. Palestra realizada pela associação brasileira de cinema (ABCine) em maio
de 2004 no Museu de Arte moderna do Rio de Janeiro, com a participação do Professor Dr.
Ismail Xavier