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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

“PÉTALA”

SÃO PAULO
OUTUBRO DE 2010
AMANDA ERNANE COELHO – RA: 07105010
FERNANDO AMÉRICO DA SILVA – RA: 07111858
JULIANA SALVIANO LOUREIRO – RA: 07101571
MAGDA MIRANDA AMORE – RA: 07114184
MARINA ALMEIDA BRUNO – RA: 07109664
VITOR DOURADO PEDALINI – RA: 07111858

PÉTALA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


exigência parcial para a obtenção do titulo de
Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em
Cinema da Universidade Anhembi Morumbi, sob a
orientação da Professora Ms Kira Santos Pereira

SÃO PAULO
OUTUBRO DE 2010
AMANDA ERNANE COELHO
FERNANDO AMÉRICO DA SILVA
JULIANA SALVIANO LOUREIRO
MAGDA MIRANDA AMORE
MARINA ALMEIDA BRUNO
VITOR DOURADO PEDALINI

PÉTALA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


exigência parcial para a obtenção do titulo de
Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em
Cinema da Universidade Anhembi Morumbi, sob a
orientação da Professora Ms Kira Santos Pereira

Aprovado em

____________________________________
Prof. Kira Pereira dos Santos – Universidade Anhembi Morumbi

____________________________________

____________________________________
RESUMO

A monografia relata o processo de criação e produção artística do curta-


metragem “Pétala” desde o momento de aprovação pela banca avaliadora,
passando pelo processo de elaboração e busca de referência nos setores de
direção de arte, fotografia, som e montagem, culminando na conclusão do produto
final e na estratégia de divulgação elaborada para o material.

Palavras-chave: Curta-metragem. Ficção. Representação da figura feminina.


Sociedade. Fotografia. Sylvia Plath. Redoma de vidro. Ariel. Maternidade.
Matrimônio.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

(Precisa ser criada)


CAPÍTULO 1. ROTEIRO

1.1. Sinopse

Clarice, uma jovem mulher grávida, cansada de suas frustrações


particulares, resolve dar um jeito em sua vida na noite de seu aniversário.
Livremente inspirado pelos livros “A Redoma de Vidro” e “Ariel” de Sylvia Plath.
1.2 Descrição dos Personagens

Clarice, cerca de trinta anos de idade, de classe média alta e grávida,


graduada em alguma ramificação de expressão artística, fotografia ou artes
plásticas. Sem sucesso profissional, casando-se com um namorado que tinha na
época da faculdade. Mulher extremamente doce e carinhosa, porém
profundamente frustrada em todos os sentidos de sua vida. Teve um casamento
normal, sem agressões ou falta de amor, mas buscava algo mais do que a vida de
casada poderia lhe proporcionar. Essa imobilidade que o casamento e a
construção familiar lhe trouxeram, serviram de inspiração para seus últimos
trabalhos fotográficos, inspirados nas teorias desenvolvidas por alguns teóricos,
usando como base a construção feminina da “mascarada”, “semblante” e “véu”,
possibilitando uma expressão interior, que sua vida não lhe dava mais espaço
para pronunciar. Gosta de crianças, mas não se vê e não se enquadra no papel
materno pré-definido pela sociedade, na qual a mulher só ganha significância
quando trás uma vida ao mundo. Ao se encontrar na situação que está, resolve
buscar pela liberdade que tanto anseia, matando seu marido. Porém a liberdade
que ela encontrou a aprisionou novamente, devido ao homicídio cometido.
Resolve então se matar, por não esperar mais nada de novo, apenas o simples e
cíclico cotidiano do dia-a-dia. A personagem não apresenta nenhuma
desorientação ou distúrbios psicológicos anteriores.

Marido de Clarice, cerca de trinta anos de idade, classe média, brasileiro.


O personagem não é desenvolvido dentro da história, cumpre papel simbólico,
referenciando à morte ao matrimônio imposta pelo personagem principal. Não há
registros da existência do personagem nas falas dos personagens. O único indício
da existência de tal serão as fotos espalhadas pelo cenário, firmando a relação de
Clarice com este homem.

Rebeca, cerca de vinte e quatro anos de idade, extremamente atraente,


trabalha na galeria de arte, coordenando exposições. Muito jovem e bem
sucedida, é a personificação de todos os desejos que Clarice tinha para a sua
vida e que não conseguiu alcançar.
1.3. Argumento

Clarice está sentada em um banco de parque, com seu cachorro. Ela lê o


jornal e vê a foto de uma mulher que fora assassinada. Ela coloca uma foto sua
ao lado da foto da vítima estampada no jornal, olha a sua frente e tira uma foto.

Clarice estaciona seu carro na porta de uma galeria de arte. Há um insert


de fotografias não seqüenciais, nas quais Clarice corta seus pulsos e esfrega sua
mão com sangue na boca. Clarice anota a palavra navalha em um pequeno
caderno e desce do carro, deixando seu cachorro no interior do veículo.

Clarice entra na galeria de arte e é recebida por Rebeca. Ambas


conversam sobre trivialidades e Rebeca parabeniza Clarice pelo seu aniversário.
Clarice pega suas fotos deixadas anteriormente na galeria para uma exposição e
as coloca no carro, com ajuda de Rebeca. Ambas se despedem e Clarice vai
embora.

Clarice para seu carro em um terreno baldio e solta seu cachorro. Ela
também desce do carro e começa a arremessar seus quadros fotográficos no
chão. Há um insert de fotografias não seqüenciais, nas quais Clarice se molha
com gasolina e acende um fósforo. Clarice termina de jogar os quadros no chão,
acena se despedindo de seu cachorro e entra no carro, no ímpeto de começar a
chorar. Ela vai embora e o cachorro late sozinho ao lado das plotagens.

Clarice está parada no carro em frente a sua casa. Ela fuma um cigarro e
bebe vodka, depois pega seu caderno de anotação e escreve a palavra: gasolina
e olha em direção a casa.
Encharcada por causa da chuva, Clarice entra na casa e deposita suas coisas no
hall de entrada e vai para a cozinha, com frieza e tranqüilidade salta sobre o
corpo de seu marido estirado no chão da cozinha. Ela vai até a pia e bebe um
copo d’água.
Clarice faz contato com folhas fotossensíveis no quarto escuro improvisado
dentro de sua casa. Vê-se um monte de fotos do mesmo objeto: um carrossel,
que ela tirara naquele mesmo dia, no parque.
Clarice entra na cozinha e começa a arrastar o corpo de seu marido para o
banheiro, onde ela o banha, na tentativa de retirar as manchas ressequidas de
sangue. Ela desliga a torneira e começa a secar os cabelos do marido.

Clarice fuma um cigarro e abre um velho livro de receitas na cozinha. Há


um insert de fotografias não seqüenciais, nas quais Clarice diante de uma mesa
com grande diversidade de comida, come de forma compulsiva e desordenada.
Ela escreve em seu caderno a palavra: veneno e confere os ingredientes
dispostos na pia e começa a preparar o bolo.

Clarice abre o forno e retira o bolo pronto. Ela o coloca em cima da pia e
posiciona velas de aniversário em seu topo com o número 30. Clarice pega dois
pratos, o bolo e vai para a sala, parando antes no hall de entrada, retirando de
dentro da bolsa um revólver.

Clarice se senta ao lado do cadáver do marido no sofá da sala. Ela serve


bolo para ambos. Programando a câmera disposta a sua frente em um tripé, ela
tira um auto-retrato, colocando a arma dentro de sua boca.

Clarice está sentada em uma cadeira ao lado do berço, em um quarto de


criança. Ela abre seu caderno de anotações e olha diversas palavras escritas. Por
fim ela escreve a palavra revólver.

Ela aperta o gatilho da arma, disparando-a. Uma grande mancha de


sangue preenche a parede atrás do sofá.

Clarice se agacha e olha embaixo do berço, com curiosidade. No parque à


noite, o carrossel começa a girar.
1.4. Escaletas

1 - Clarice está sentada em um banco de parque, com seu cachorro. Ela lê o


jornal e vê a foto de uma mulher que fora assassinada. Ela coloca uma foto sua
ao lado da foto da vítima estampada no jornal, olha a sua frente e tira uma foto.

2 - Clarice estaciona seu carro na porta de uma galeria de arte.

3 - Inserção de fotografias não seqüenciais, nas quais Clarice corta seus pulsos e
esfrega sua mão com sangue na boca.

4 - Clarice anota a palavra navalha em um pequeno caderno e desce do carro,


deixando seu cachorro no interior do veículo.

5 - Clarice entra na galeria de arte e é recebida por Rebeca. Ambas conversam


sobre trivialidades e Rebeca parabeniza Clarice pelo seu aniversário.

6 - Clarice pega suas fotos deixadas anteriormente na galeria para uma exposição
e as coloca no carro, com ajuda de Rebeca. Ambas se despedem e Clarice entra
em no carro.

7 - Clarice para seu carro em um terreno baldio e solta seu cachorro. Ela também
desce do carro e começa a arremessar seus quadros fotográficos no chão.

8 - Inserção de fotografias não seqüenciais, nas quais Clarice se molha com


gasolina e acende um fósforo.

9 - Clarice termina de jogar os quadros no chão, acena se despedindo de seu


cachorro e entra no carro, no ímpeto de começar a chorar. Ela vai embora e o
cachorro late sozinho ao lado das plotagens.
10 - Clarice está parada no carro em frente a sua casa. Ela fuma um cigarro e
bebe vodka. Clarice pega seu caderno de anotação e escreve a palavra: gasolina,
e olha em direção a casa.

11 - Clarice, encharcada por causa da chuva, deposita suas coisas no hall de


entrada e vai para a cozinha.

12 - Clarice atravessa o corpo de seu marido estirado no chão da cozinha, com


frieza. Ela vai até a pia e bebe um copo d’água.

13 - Clarice faz contato com folhas fotossensíveis no quarto escuro improvisado


dentro de sua casa. Vê-se um monte de fotos do mesmo objeto: um carrossel,
que ela tirará naquele mesmo dia, no parque.

14 - Clarice entra na cozinha e começa a arrastar o corpo de seu marido para


fora. Exausta ela para no meio do caminho e retoma a ação.

15 - Clarice banha o corpo do cadáver de seu marido, retirando as manchas de


sangue que há. Ela desliga a torneira e começa a secar os cabelos do marido.

16 - Clarice fuma um cigarro e abre um velho livro de receitas na cozinha.

17 - Inserção de fotografias não seqüenciais, nas quais Clarice diante de uma


mesa com grande diversidade de comida come de forma compulsiva e
desordenada, sufocando-se.

18 - Clarice escreve em seu caderno a palavra: veneno. Ela confere os


ingredientes dispostos na pia e começa a preparar o bolo.

19 - Clarice abre o forno e retira o bolo pronto. Ela o coloca em cima da pia, e
posiciona velas de aniversario em seu topo com o numero 30. Clarice pega dois
pratos e o bolo e vai para a sala.
20 - Clarice retira um revólver de dentro da bolsa.

21 - Clarice se senta ao lado do cadáver do marido no sofá da sala. Ela serve um


pedaço de bolo para ele e para ela. Programando a câmera disposta a sua frente
em um tripé, ela tira um auto-retrato, colocando a arma dentro de sua boca.

22 – Clarice anda pelo corredor em direção a um quarto com uma placa de


madeira escrito o nome “Pétala”.

23 - Clarice está sentada ao lado do berço. Ela abre seu caderno de anotações e
olha diversas palavras escritas. Por fim ela escreve a palavra revólver.

24 - Clarice aperta o gatilho da arma, disparando-a. Uma grande mancha de


sangue preenche a parede atrás do sofá.

25 - Clarice se agacha e olha embaixo do berço, com curiosidade.

26 - No parque à noite, o carrossel liga e começa a girar.


1.5. Roteiro

“Pétala”
10 tratamento

Um Roteiro de
Vitor Dourado

Livremente inspirado em
“A Redoma de Vidro” e “Ariel” de Sylvia Plath
FADE IN:

1 SEQ. EXT. PARQUE - MANHA

CLARICE (mulher, cerca de 30 anos de idade, grávida) está sentada em um banco de


madeira. Em seu colo repousa um pequeno caderno de anotações. Ao seu lado direito, um
cachorro (cachorro de grande porte e claramente é de Clarice) está preso pela coleira e ao
seu lado há um pequeno case de câmera fotográfica e um jornal.

Clarice fricciona ambas as palmas da mão, tentando remover uma mancha de sangue. Ela
abre suas palmas e as olha fixamente. Com movimentos bruscos ela tenta retirar a aliança
de casada do dedo anelar, sem sucesso devido ao inchaço em suas mãos. O cachorro lambe
a mão suja de sangue de Clarice. Ela passa a mão na cabeça do cachorro.

Clarice abre o jornal que tem ao seu lado, e começa a lê-lo. Ela para na folha que contém a
notícia de uma MULHER (cerca de 30 anos, fisicamente parecida com Clarice) que
morreu. Ao lado da reportagem há uma FOTO da vítima morta impressa. Clarice olha para
a notícia por alguns instantes. Ela mexe em sua bolsa em busca de uma foto 3x4 sua. Ela a
coloca ao lado da foto da mulher. Clarice reparte ambas as fotos com os dedos,
comparando detalhadamente cada parte do rosto (boca, nariz, olhos).

Franzindo os olhos, passa a olhar para o horizonte, deixa o jornal ao seu lado, abre o case
da câmera e retira o corpo de uma Mamiya 645, segurando-o nas mãos. Ela volta a mexer
no case e carrega um rolo de filme no chassis e o conecta na traseira da câmera, depois
retira uma lente 80mm e a coloca na parte dianteira.

Olhando no visor, ajusta o foco da lente. Clarice retira sua cabeça de trás do visor
prismático e aperta o disparador. Ouve-se o SOM do obturador abrindo e fechando.

2 SEQ. INT. CARRO - MANHA

Clarice abre o porta-malas do carro e depois abre a porta que dá acesso ao banco traseiro.
Um amontoado de diversas peças de roupas bagunçadas e duas malas semi-abertas estão
sobre o banco, assim como alguns sacos contendo comida. Clarice rapidamente começa a
recolher sem muito cuidado as peças de roupa aleatoriamente e vai jogando-as dentro das
duas malas, empurrando com força para que as roupas caibam. Ela repete o processo até
retirar todas as peças de roupa e coloca as duas bagagens dentro do porta-malas. Clarice
fecha as portas e entra no carro, dando partida.

3 SEQ. INT. CARRO/PORTA GALERIA DE ARTE - MANHA

Clarice entra na rua e para diante de três meninas pulando corda fora da calçada. As
meninas recolhem a corda e saem do meio do caminho, dando passagem à Clarice. Ela
estaciona seu carro em frente a uma galeria de arte e desliga o motor.
INSERT:

4 SEQ. INT. BANHEIRO - STILL NÃO SEQÜENCIAL

1) Uma navalha está disposta na beirada da pia.*

2) A mão de Clarice faz um corte vertical no pulso, expelindo sangue.*

3) Clarice com a mão suja de sangue, a esfrega nos lábios, se olhando no reflexo do
espelho.*

* Indicativo do posicionamento da personagem e composição do quadro de três fotos não


seqüenciais.

5 SEQ. INT./EXT. CARRO/PORTA DA GALERIA DE ARTE - MANHA

Clarice pega seu pequeno caderno, o abre e anota a palavra: NAVALHA, fecha-o e desce
de seu carro, deixando seu cachorro no interior do veículo e entra na galeria de arte.

6 SEQ. INT. GALERIA DE ARTE - MANHA

Rebeca (mulher, cerca de 24 anos, elegante) ao ver Clarice cruzando a porta de entrada,
abre um sorriso e se levanta da bancada da recepção.

REBECA
Clarice! Não a esperava por aqui hoje, achei que você
viria apenas amanhã!

Rebeca vai em direção a Clarice e ambas se abraçam.

CLARICE
Eu iria mesmo vir amanhã, mas tenho algumas coisas
para fazer e resolvi passar hoje mesmo. Tem algum
problema pra você, Rebeca? Se tiver volto amanhã.

Rebeca com um dos braços ao redor dos ombros de Clarice a conduz galeria adentro.

REBECA
Lógico que não… Já tinha separado suas fotografias.
Alias, parabéns aniversariante!

Rebeca dá novamente um abraço apertado em Clarice, que sorri sem graça. Ambas se
separam e Rebeca olha Clarice analisando-a.

REBECA
Bom antes de lhe entregar as plotagens, gostaria que
você viesse comigo na mesa de luz.

Clarice acena positivamente com a cabeça e segue Rebeca galeria adentro.


7 SEQ. INT. SALA COM MESA DE LUZ - DIA

Rebeca abre a porta de uma sala e estende o braço para Clarice entrar.

Clarice entra na sala e para diante de uma mesa de luz, na qual há uma tira de positivo
exposta. Rebeca pega uma pequena luneta e começa a analisar os fotogramas.

REBECA
Estava analisando seu último ensaio, Mas
sinceramente? Você está estagnada. Você nunca foi
uma grande fotógrafa, mas o que me interessava eram
as intervenções que você fazia nos fotogramas. Agora
não entendo mais. Parece o mesmo ensaio sempre.

Clarice fica muda diante do questionamento. Rebeca cruza os braços e se apóia na mesa de
luz.

REBECA
Gosto muito de você. Logicamente que você sabe
disso, mas eu comando um negocio, goste ou não
temos que ganhar dinheiro em cima da arte... E está
cada vez mais difícil vender seu trabalho. Não posso
continuar expondo obras se elas não vendem, e para
vendê-las preciso primeiramente entende-las.

Clarice falha ao balbuciar algumas primeiras palavras.

CLARICE
É talvez você tenha razão. Acho que não estou em
uma boa fase, mesmo.

REBECA (IRRITADA)
Bom, você poderia deixar os positivos aqui comigo
para eu analisá-lo com mais calma? Quem sabe eu
entenda o que você pretende, já que está difícil de
expressar.

CLARICE
Ah eu trago pra você depois, pode ser?

REBECA
Clarice, não faça a manhosa. Deixe o positivo
comigo.

Rebeca vai em direção a porta e sai da sala indo em direção ao corredor.

REBECA (FALANDO DO CORREDOR)


Eu disse apenas porque acredito em você. Deixe-as
ai, vou refletir sobre elas mais um pouco, fazer umas
ampliações...
Clarice, sozinha na sala, pega o positivo com os dedos e passa a unha com força de ponta a
ponta da tira, riscando-a. Ela deixa a tira de positivo em cima da mesa de luz como Rebeca
havia deixado e sai da sala

8 SEQ. EXT. PORTA GALERIA DE ARTE - MANHA

Clarice e Rebeca deixam as plotagens apoiadas no carro. Rebeca vai em direção ao porta-
malas do carro, na tentativa de abri-lo.

CLARICE
Não. Acho melhor colocá-las no banco traseiro.

Clarice abre a porta de trás do carro e pega as plotagens novamente nas mãos e as introduz
dentro do carro. Rebeca a ajuda a colocar as demais plotagens. Clarice fecha a porta do
carro e se vira, abraçando Rebeca.

CLARICE
Tchau, Rebeca. Obrigado por tudo.

REBECA
"Magina" e me avisa quando nascer hein!?

Rebeca toca com uma das mãos na barriga saliente de Clarice, se vira e entra novamente na
galeria. Rebeca se vira e faz um sinal de telefone com os dedos

REBECA
Me liga para a gente conversar sobre os positivos!

Clarice faz o sinal positivo com a cabeça, dá a volta no carro e entra.

9 SEQ. INT. CARRO - TARDE

Clarice para o carro em um terreno baldio. Ela olha para o seu cachorro no banco do
passageiro e passa a mão na cabeça, dando-lhe um beijo. Ela abre a porta do passageiro,
deixando o cachorro sair e depois desce do carro.

10 SEQ. EXT. TERRENO BALDIO - TARDE

Clarice abre a porta do passageiro e começa a tirar as plotagens de dentro do carro com
brutalidade, arremessando-as contra o chão.

INSERT:

11 SEQ. INT. GARAGEM - STILL NÃO SEQÜENCIAL

1) Clarice abre a tampa de um pequeno tanque de gasolina de plástico.*

2) Clarice derrama o conteúdo do recipiente sobre sua cabeça.*


3) Clarice acende um fósforo.*

* Indicativo do posicionamento da personagem e composição do quadro de três fotos não


seqüenciais.

12 SEQ. EXT. TERRENO BALDIO - TARDE

Clarice termina de arremessar a última plotagem. Exausta ela respira fundo e olha com as
mãos na cintura para as plotagens estiradas no chão. Seu cachorro está sentado ao lado dos
quadros. Clarice ergue-se novamente e acena para o cachorro, mandando-o correr.

CLARICE
Vai!

O cachorro obedece a ordem a sai correndo em direção as umas árvores nos arredores do
terreno. No ímpeto de chorar, Clarice se vira rapidamente, entra e dá partida no carro,
saindo do terreno baldio.

13 SEQ. EXT. FLORESTA - TARDE

O cachorro de Clarice corre entre as árvores. Exausto, ele para e olha para trás, mas
percebe que está sozinho.

14 SEQ. INT. CARRO CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice está com o carro parado na frente de sua casa. Ela olha para a casa fixamente
através do vidro do passageiro. Abrindo uma pequena fresta do vidro, Clarice acende um
cigarro e o fuma lentamente. Do banco do passageiro, ela pega um garrafa de vodca e a
bebe em longos goles. Ela anota em seu pequeno caderno a palavra: GASOLINA. Clarice
olha novamente em direção a casa. Ela desce do carro e fica parada diante do portão. Ela
passa a mão nos cabelos molhados pela chuva. Clarice vai em direção ao carro e se apóia
no capô do carro, como se lhe faltasse fôlego.

15 SEQ. INT HALL CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice abre a porta de entrada, com as roupas pingando água no assoalho, carregando as
duas malas que estavam em seu porta-malas. Ela joga as malas no chão, sem cuidado,
deposita sua bolsa e o case fotográfico em uma mesa auxiliar, retira o casaco que veste e o
pendura em um mancebo. Clarice vai em direção a cozinha.

16 SEQ. INT COZINHA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice entra na cozinha. Um rastro de sangue percorre o caminho entre a porta e seu
MARIDO (cerca de 30 anos, morto) está deitado de bruços contra o piso da cozinha e ao
seu redor há uma poça de sangue. Clarice não olha o cadáver. Ela evita pisar no rastro do
sangue e pulando o corpo consegue ter acesso a pia, onde pega um copo, enchendo-o com
água da torneira. Ela dá um longo gole e olha para o cadáver estirado no chão.
17 SEQ. INT. QUARTO ESCURO (VISIVELMENTE IMPROVISADO) - NOITE
(CHUVA)

Clarice sob a luz vermelha de segurança molha um papel fotográfico em uma bandeja. A
imagem de um carrossel que ela fotografara no parque de manhã, aos poucos vai se
revelando (sequência 1). Ela retira a foto e passa em outra bandeja que contém o
interruptor e depois o passa na bandeja que contém o fixador. Ela prende a foto em um
varal que tem diversas fotos desse mesmo carrossel.

18 SEQ. INT. COZINHA - NOITE (CHUVA)

Clarice se ajoelha no chão de frente para o cadáver de seu marido. Ela Pega as pernas dele
e começa a arrastá-lo para fora da cozinha. Clarice, exausta, para na metade, toma um
longo fôlego e retoma a ação.

19 SEQ. INT BANHEIRO CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice está com o seu marido dentro da banheira, um oposto ao outro. Ambos estão com
um dos braços para fora da banheira e com a cabeça apoiada na beirada. Clarice olha para
o corpo de seu marido pelo canto do olho, aperfeiçoando sua pose. Ela fica estática alguns
segundos segurando a respiração, depois se senta na banheira e olha para o teto. Aos
poucos ela afundando seu corpo na banheira, até ficar inteiramente submersa. Clarice
emerge tirando a água de seu rosto com as mãos.

20 SEQ. INT. BANHEIRO CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice está vestida de roupão na frente do espelho. Uma faca de cozinha repousa sobre a
pia. Ela penteia seu cabelo ainda molhado, delicadamente. Ela olha para a banheira e
depois para sua mão. Ela pega a faca e aponta para o seu dedo anelar que tem a aliança de
casamento. Ela começa a ação de cortar o dedo, mas desiste. Ela vira seu rosto para o lado,
envergonhada e chora algumas lágrimas sem emitir som. Clarice solta a faca e a deixa na
pia, vai em direção ao cadáver, envolvendo-o em seus braços, e com a ajuda de um
chuveirinho, retira as manchas de sangue que ainda restaram no corpo de seu marido. Ela
solta o cadáver, que cai brutalmente na banheira, desliga a torneira do chuveirinho, pega
uma toalha e começa a secar os cabelos dele.

21 SEQ. INT COZINHA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

OUVE-SE o som de uma música sendo tocada no rádio. Clarice abre o forno e retira uma
forma, com o bolo pronto. Ela bota a forma em cima da pia e retira o par de luvas. Pega um
tubo de chantily e passa por cima do bolo. Ao terminar ela coloca um par de velas com os
números 30 no topo. Clarice pega a forma de bolo com uma das mãos e com a outra ela
pega dois pratos.

22 SEQ. INT. HALL DE ENTRADA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)


Clarice abre sua bolsa e retira uma arma de dentro.

23 SEQ. INT. CORREDOR CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice anda pelo corredor até parar na frente da porta de um quarto com uma placa escrito
PÉTALA. Ela abre a porta e entra.

24 SEQ. INT. QUARTO CRIANÇA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice vai em direção à umas prateleiras das quais estão expostas algumas bonecas de
porcelana. Ela pega cada boneca e as joga no chão, partindo seus rostos de porcelana. Ela
pisa no restante do corpo das bonecas estiradas no chão. Após destruir algumas bonecas ela
senta-se em uma cadeira ao lado de um berço.

25 SEQ. INT SALA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice está sentada no sofá ao lado do marido morto. A câmera está disposta em um tripé
à sua frente. O bolo e a arma estão postos em uma pequena mesa de centro, assim como os
pratos e uma faca. Clarice corta uma fatia de bolo e a coloca em um prato, depositando-a
no colo do cadáver. Ela repete o processo, cortando uma fatia de bolo para si.

Ela dá uma garfada no bolo e depois deixa o prato na mesa de centro e se levanta. Ela
segura o disparador da câmera em uma das mãos e volta a se sentar no sofá ao lado do
cadáver, pega a arma de cima da mesa de centro, abre a boca e a coloca dentro. OUVE-SE
o som do disparo da câmera.

26 SEQ. INT. QUARTO CRIANÇA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice sentada na poltrona ao lado do berço abre seu caderno de anotações, olhando
atentamente as palavras escritas (Água, Corda, Carro, Navalha, Gasolina, Veneno). Ela
pega sua caneta e escreve a palavra: Revólver

27 SEQ. INT. SALA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice aperta o gatilho da arma. Uma enorme mancha de sangue preenche a parede
branca, assim como as diversas fotos penduradas em molduras que estão atrás do sofá.

28 SEQ. INT. QUARTO CRIANÇA CASA CLARICE - NOITE (CHUVA)

Clarice se agacha e olha embaixo do berço.

29 SEQ. EXT. PARQUE - NOITE

O Carrossel liga e começa a girar.


FADE OUT.

1.6. Story-board
1.7. Decupagem
SEQ. 1
P01: PP Fragmentado do rosto de Clarice e cabelos ao vento
P02: PD bem fechado da mão de Clarice tentando tirar o anel
P03: PG frontal de Clarice sentada.
P04: PM lateral de Clarice cortada pelo pescoço – movimento de pan.
P04_2: Movimento de pan para a direita em PD do cachorro.
P05: PM levemente lateral de Clarice pegando o jornal.
P06: PD de cima, com inclinação de 90 relativo a personagem sentada.
P07: PC de detalhes com movimento de Clarice montando a maquina.
P08: Close de Clarice tirando a foto – quebra de quarta parede.

SEQ. 2
P01: PG da cena – Master
P02: PM de Clarice abrindo a porta do carro, com reflexo dela no vidro.
P03: PD das roupas de dentro do carro. Mãos entram em quadro – Tilt de
correção para ver Clarice abrindo o porta malas
P04: PM frontal de Clarice pegando o restante das roupas
P05: Retorno ao P02 na posição final de tilt de Clarice fechando o porta-malas

SEQ. 3
P01: PG da rua (pegando o carro de Clarice por trás) – Inicio do movimento de pan + tilt
- grua telescopia com cabeça remote
P02: PG/PM lateral do carro estacionando.
P03: PD da chave desligando o carro.

SEQ. 5
P01: PD de Clarice escrevendo no caderno.
P02: PM lateral de Clarice (interior do carro) descendo do carro.
P03: PG externo com pan de correção.

SEQ. 6
P01: PG levemente lateral.
P02: PM lateral com o diálogo das duas personagens.
P03: Close frontal de Clarice
P04: Close frontal de Rebeca
P05: PM das pernas de ambos com movimentação de traveling para a esquerda.

SEQ. 7
P01: PG – Master da cena
P02: PD com inclinação de 90 da mesa de luz ligando
P03: PA lateral das duas personagens (cortadas pelo joelho)
P04: PD olho de Rebeca – Pupila retraindo
P05: PD fotogramas – movimento de pan explorando os quadros
P06: PM lateral cortando as personagens pelo joelho e pelo pescoço – diálogo off
P07: PM frontal de Clarice se aproximando da mesa de luz
P08: PD de Clarice riscando o positivo com a unha

SEQ. 8
P01: PG – Master da cena
P02: PD das plotagens c/ travelling para a esquerda
P03: PD porta do carro abrindo.
P04: PD interna do carro enquadrando o banco traseiro e as plotagens entrando.
P05: PM Lateral das personagens.
P06: PD barriga de Clarice.

SEQ. 9
P01: PG externo (super aberto grande-angular 18 ou maior)
P02: PPP do rosto de Clarice fragmentado entre o queixo e o nariz.
P03: PP Cachorro
P04: PM frontal do cachorro e Clarice (perspectiva do pára-brisa do carro)

SEQ. 10
P01: PG externo (super aberto grande-angular 18 ou maior – idem ao plano 1 da
seqüência 9) – grua telescópica com inclinação de 90 graus relativa ao chão.
P03: PD plotagens caindo no chão e levantando pó da terra batida.

SEQ. 12
P01: PA fragmentando Clarice por metade do rosto, com os cabelos caindo.
P02: POV Clarice.
P03: PP Frontal Clarice – Com flare do sol*
P04: PG externo

SEQ. 13
P01: PM c/ travelling do cachorro correndo
P02: PG do cachorro no meio das árvores

SEQ. 14
P01: PM lateral (da posição do vidro da esquerda para a direita)
P02: PD manivela do vidro.
P04: PP Clarice acompanhando os movimentos – fragmentação da personagem.
P05: PD garrafa de vodka.
P06: PD caderno Clarice.
P07: POV interna do carro vendo Clarice ao portão da casa

SEQ. 15
P01: PD pernas da personagem até o joelho.
P02: PM Clarice (de costas).

SEQ. 16
P01: PM cortando as pernas e o pescoço da personagem.
P02: PG de cima.
P03: PD das pernas de Clarice com pan de correção.
P04: PM de Clarice.
SEQ. 17
P01: PM lateral de Clarice.
P02: PD com traveling de cima.
P03: PM frontal da personagem.

SEQ. 18
P01: PG lateral (perfil)
P02: PD estático com o corpo sendo arrastado
P03: PG frontal

SEQ. 19
P01: PG frontal da banheira
P02: Close de Clarice
P03: Close do Marido
P04: PG/PM frontal – P01 mais fechado
P05: PM da banheira da vista de cima
P06: PM lateral de Clarice

SEQ. 20
P01: Over the shoulder Clarice c/ reflexo espelho
P02: PD faca
P03: POV mão de Clarice
P04: POV marido na banheira
P05: PM frontal – câmera como o espelho
P06: PG lateral, com movimentação de correção
P07: PD ralo da banheira.

SEQ. 21
P01: PD rádio
P02: PD/PM/PD com câmera na mão acompanhando o bolo. Correção de foco,
pan e tilt de movimento (plano seqüência)
P03: PM frontal
SEQ. 22
P01: PD Bolsa

SEQ. 23
P01: PM lateral com travelling para a direita.

SEQ. 24
P01: PG do quarto – Master
P02: PD bonecas
P03: PD dos pés de Clarice

SEQ. 25
P01: PG - Master lateral da sala.
P02: PG frontal câmera e árvore.
P03: PD (fechado) acompanhando os movimentos dos pratos e corte de bolo.
P04: PG frontal do sofá.
P05: PD arma.
P06: PP Lateral (perfil) de Clarice.

SEQ. 26
P01: PG lateral
P02: PD do caderno
P03: PP lateral com pequeno tilt
P04: PP frontal fragmentando o rosto de Clarice pela metade.
P05: PD dos olhos de Clarice olhando para a câmera.

SEQ. 27
P01: PG apenas da parede com as fotos (a personagem não é enquadrada).

SEQ. 28
P01: PM através do berço, com o câmera virada de ponta cabeça.
SEQ. 29
P01: PG Carrossel.
CAPÍTULO 2. DIREÇÃO

2.1 Concepção de direção

A proposta inicial de construção da direção do curta-metragem “Pétala” tem


como fundamento seguir a linha de raciocino da escritora de base para o roteiro,
Sylvia Plath. Os poemas que ganharam mais ênfase no trabalho de estudo da
estrutura narrativa foram os que compõem o livro "Ariel". No fracionamento do
primeiro e do terceiro manuscrito do poema de mesmo nome do livro, por
exemplo, nota-se a evolução criativa de Sylvia Plath em três patamares:
fragmentação, energia em movimento e quebra.

1) Fragmentação: No primeiro
manuscrito os versos eram
formados por frases completas; no
terceiro aparecem fragmentações
de palavras, assim como na
construção final das frases em
cada verso - tal característica foi
adaptada dentro da decupagem
proposta inicialmente,
fragmentando a figura feminina
assim como no poema, e servirá
também na construção visual de
base para simbolizar a amputação
inicial da personagem diante da
situação que se encontra.

2) Energia em Movimento: Se
denomina no estudo literário que fizemos com base em teses sobre o trabalho da
Sylvia Plath que a fusão da fragmentação com a quebra dos versos dentro do
poema resulta no efeito de "suspensão sintática sem fôlego", dando a ilusão de
movimento. Assim como o poema, a direção de arte solidifica a composição
artística do curta-metragem, com o uso de uma paleta de cores quentes e
silhuetas no figurino que remetam à impressão artificial de movimento. Um
movimento falso e conflituoso diante das ações e características psicológicas da
personagem e como ela lida com o os fatos dentro da história. Novamente diante
de um sistema de construção com base no choque, a direção deixará algumas
das características da personagem Clarice submersa e apática.

3) Quebra: por fim, a quebra dos versos, característica que mais entra na criação
de estrutura do roteiro, fez com que as cenas adotassem curta duração, sempre
com ações básicas e objetivas, dando mobilidade a história, assim como aos
inserts fotográficos já pré-estabelecidos nos tratamentos anteriores de roteiro, que
irão intensificar essa característica dentro da narrativa. Devido a uma
preocupação maior com a quebra linear, há uma tendência de que seja negado
aos inserts fotográficos a exclusividade de fragmentar a história, dando espaço
para a criação de elipses às ações da personagem, na estrutura final do roteiro a
ser filmado, assim como na construção da decupagem de cena e na montagem,
priorizado a “produção” de pulos desordenados na busca de tirar o conforto
desnecessário do expectador quando começa a entender a história como um
todo.

2.1.1. Concretismo x Abstração

Outra característica a ser associada da direção do filme é a contra-


oposição do concretismo, como salientado anteriormente no texto. A história trata
de questões delicadas, como suicídio, aborto, homicídio. Cabe então a direção
ordenar o olhar da equipe a ser imparcial diante de tais atitudes, evitando ao
máximo ao decorrer do processo e na construção criativa de cada departamento a
existência de um partido sobre tais situações. Por mais que algumas questões
chegaram a ser tratadas e questionadas por parte da banca, visando uma
melhoria no conceito anti-hermetismo, a equipe de direção tendeu a continuar em
alguns pontos com a concepção de abstração, já que fatalmente diante do
concretismo dentro de algumas características técnicas do filme, estas podem
adotar uma forma tendenciosa a explicitar coisas que não eram o objetivo central
da história, associando diretamente a visão final do curta-metragem com a equipe
realizadora.

Como derradeira decisão tomada por este setor, quanto à exclusão ou não
do suicido no final do filme, volta-se novamente a justificar e fortificar as escolhas
abstratas quanto ao direcionamento da concepção criativa de cada departamento
em isolado. Chega-se a conclusão, ao analisar profundamente a obra de Sylvia
Plath e sua vida, dos quais de certa forma suas escolhas individuais visaram um
caminho em comum: o suicídio seja na composição de suas obras em uma busca
inconstante do desejo de desintegração ou no sucesso de seus poemas apenas
após a sua morte. Falar de Sylvia Plath, tendo a vida da autora como base para
praticamente todas as escolhas que a proposta tende a tomar ao decorrer do
processo, e não falar de morte é o mesmo que negar a cerne principal do ploting.
A decisão acarretou na alteração sutil quanto ao olhar que o filme deve adotar,
priorizando como dito neste texto uma imparcialidade, buscando uma visão
bilateral dos assuntos retratados, sem tender a legitimar o ato do suicídio ou
homicídio. Eles serão apresentados como fatos que apenas acontecem no dia a
dia das pessoas, sem explicações lógicas, não buscando por uma sucessão de
acontecimentos tendenciosos que levem o psicológico do expectador à mesma
conclusão. É de dever social da equipe, no papel de comunicadores, frisar na
abstração e na ausência de entendimento absoluto de tudo que se é retratado,
afastando o público de algumas questões que existentes, mas que não serão
discutidas dentro do filme em conjunto com os demais departamentos criativos,
assim como aproximar quando necessário o expectador, dando uma visão mais
naturalista do contexto, quando abordarmos questão que serão defendidas pelo
roteiro como base inicial, como, por exemplo, o papel da mulher dentro de uma
sociedade plastificada.
2.2. Adaptação Visual

Com o estabelecimento dos conceitos semeados pelo processo de


produção criativa de Sylvia Plath dentro de cada departamento, durante o
processo de produção surge a necessidade de re-estabelecer uma congruência
ótica e sonora do raciocínio criativo e lógico, convergindo o curta-metragem em
uma poesia em movimento.

Como primeiro passo desta conversão, o departamento de direção agarra-


se a filmes de referência para fazer jus à imagem final pretendida. A pesquisa da
criação dos planos e enquadramentos foi pensada na tentativa sempre de
favorecer a construção plástica pretendida pela direção de arte, assim como a
fragmentação do corpo, simbolizando a amputação da figura feminina já citada
acima. Com base em pesquisas teóricas de Laura Mulvey, a direção partiu do
principio inicial de criar dois paralelos de decupagem dentro do mesmo curta-
metragem, no inicio sempre com o corte dos planos nas juntas dos membros,
criando uma imobilidade e paralisando os corpos dos personagens para depois,
gradativamente, dar abertura à decupagem de planos abertos com o intuito de
“desvendar” da real identidade da protagonista, sinalizando o poder de escolha da
personagem através da história, permitindo que ela expresse-se inteiramente e
exponha seu rosto ao julgamento.

Still ilustrativo do curta-metragem “Pétala”


Dado o acumulo de pesquisa inicial da raiz da decupagem pretendida pelo
filme, é realizada por fim a adição das teorias de Lacan, possibilitando uma maior
profundidade no desenvolver criativo da construção de planos e da idéia a ser
passada através de imagens. Clarice, a protagonista do filme, tem uma vida que
sempre quis. Está grávida, é casada, não há sinais de brutalidade ou abuso
dentro de seu matrimonio e ela está relacionada, por mais que superficialmente
que seja com o seu objeto de desejo e que a completa profissionalmente: a
fotografia. Porém um abismo surge entre a vida que ela sempre sonhou ter a vida
que ela tem. O choque pretendido pelo curta-metragem em suma é o choque
dentre idealismo versus realidade. A personagem choca-se com este espelho
sem uma possibilidade de assimilação. Lacan em sua teoria sobre a psicologia
feminina através de um estudo psicológico desenvolvido com uma paciente
chamada Ysé, diz:

“Já sabemos o que ela tem – o marido e filhos -, e ela diz o bastante a esse
respeito para sabermos que eles constituem sua felicidade e que, desde logo,
ela se inscreve no você dialético da troca fálica. Também ficamos sabendo
bem depressa que essa felicidade não é o que ela quer”
Lacan pg 190

A complexidade por de trás da alma feminina fez com que o departamento


de direção deixasse a par não apenas da construção teórica dos planos, mas
pensar também na ótica e na construção física das imagens que iriam retratar a
história. Como ponto de inicio de formação, foi realizado em estudo nas mais
diversas representações da figura feminina dentro da história do cinema.

Clarice não assume sua insatisfação pessoal a primeiro momento. O


publico deve compartilhar dessa negação para que em conjunto com a
personagem tenha o choque idealista versus real. Talvez essa tenha sido à
medida que mais deu corpo ao processo de produção e pós-produção do filme,
tentando através do agrupamento de planos claustrofóbicos e fechados,
escondendo sempre que possível a identidade da personagem, fomentar o
espaço para o choque pretendido e a surpresa do ponto de virada seja de certa
forma efetivo. A possibilidade de enjaular a personagem tornou a atmosfera do
filme densa, passando uma sensação inicial, em conjunto com o trabalho de pós-
produção sonora, de estranhamento, transpassando uma insatisfação pessoal ao
expectador por não ter muita dimensão de espaço e temporalidade, cerceando as
escolhas dos planos na montagem.

2.2.1 A questão da água

“Ariel”, o livro de poemas mais famoso de Sylvia tem o esse nome devido a um
personagem na obra “A Tempestade” (The Tempest, 1611) que é considerada a
última peça de William Shakespeare. Sylvia utilizou a peça como base criativa
para seus poemas e o mesmo, seguindo a linha de raciocínio exemplificada nos
capítulos acima, o roteiro cria situações e uma interação com a questão da água e
a personagem principal, adotando mais uma simbologia para o universo retratado.

“ARIEL:
Full fathom five thy father lies;
Of his bones are coral made;
Those are pearls that were his eyes:
Nothing of him that doth fade
But doth suffer a sea-change
Into something rich and strange.
Sea-nymphs hourly ring his knell”
Trecho de “A Tempestade” de Willian Shakespeare.

Uma pesquisa sobre a relação da água com o personagem central do plano foi
realizada, o que terminou o processo de criação da decupagem e que
posteriormente foi realizada na produção pela direção de fotografia. Filmes como
“A Mulher Sem Cabeça” (La Mujer Sin Cabeza, 2009) de Lucrecia Martel e “The
Runaways” (The Runaways, 2010) serviram de base para está construção.
Still comparativo entre “A Mulher Sem Cabeça” de Lucrecia Martel e Still de
uma cena do curta-metragem “Pétala”.

Still comparativo entre “The Runaways” de Floria Sigismondi e Still de uma


cena do curta-metragem “Pétala”.

2.3. Arte pedagógica e colagem

Após a gravação de todos os planos e a materialização do produto


idealizado durante meses na fase de pré-produção, foi a hora de ver o primeiro
corte e analisar os problemas que possivelmente o material iria apresentar.
Ainda em um patamar rústico em termos de criação da edição, já era
possível enxergar a falta da presença tão discutida na concepção, esquecida por
uma falha do roteiro, sobre a questão da mulher dentro da sociedade. Na
ausência de tal posicionamento do filme em relação à figura feminina e a sua
posição, principalmente sobre o peso da maternidade e como ele exerce sua
força na construção e formulação da vida da mulher na sociedade atual, o filme
toma outros rumos discursivos que não eram pretendidos por nós, idealizadores
do projeto. Torna-se necessário então, na tentativa de situar e demarcar melhor o
expectador dentro da visão da protagonista no mundo, e possivelmente dando
uma pauta maior ao assunto dentro da história, já que o objeto escolhido para tal
função, as fotografias que a personagem criou e expõem na galeria de arte da
personagem Rebeca, não teve força visual para expressar, uma criação extra a
ser introduzida na função de créditos iniciais do curta-metragem.
Como sugestão da orientadora do projeto, Kira Pereira, o grupo iniciou uma
pesquisa sobre colagens e intervenções da mesma na construção na montagem
de filmes, em especial da diretora francesa Agnès Varda, que em seus discursos
feministas questiona, por exemplo, sobre o peso da maternidade em cima da
mulher dentro da sociedade e o seu fardo de ser incompleta como individuo se
não prover uma criança ao mundo e vivenciar a maternidade.

Still do curta-metragem “Résponse des Femmes” de Agnès Varda de 1975,


que questiona entre outros temas a questão do peso da maternidade e sua
função na representação na vida da mulher contemporânea.

A proposta era criar uma cena adicional, não prevista no roteiro original, de
mostrar o processo de criação da personagem e como ela realiza suas
intervenções em seus fotogramas, dando maior visibilidade a questão da mulher.
A direção de arte, na função de explicitar melhor a questão da mulher dentro do
quadro de realidade do filme, cria uma colagem que fala ao mesmo tempo da
presença da mulher e o peso da maternidade através da mentalidade do homem
misógino e adiciona como temática de base a questão do mar, novamente em
referência a Sylvia Plath e seus poemas do livro “Ariel”, em uma construção que
pretende demonstrar a mulher como oferenda de sacrifício ao mar, remetendo
sua figura a uma progenitora única e exclusiva de um representante fálico a
sociedade.

(AINDA EM PROCESSO DE FINALIZAÇÃO)

2.4. Concepção de direção de atores

A direção de ator será divida em duas ramificações quanto a estilos de


interpretação, levando em conta o caráter plástico que a sociedade adotará em
contra partida à Clarice. Pensando nesse ponto a personagem central Clarice
será construída juntamente com a atriz de forma mais naturalista visando um
controle maior das expressões faciais e gesticulação. Já representando o outro
bloco de atuação, a personagem Rebeca, terá uma estruturação mais exagerada
e plástica, trabalhando sempre em choque com a personagem principal,
causando um estranhamento inicial do espectador com a personagem Rebeca e
uma identificação mais coesa com a personagem Clarice.

Desenvolvendo essa linha de raciocínio, a primeira vertente, com atuação


naturalista terá a seguinte estratégia de desenvolvimento em conjunto com a atriz,
procurando sempre trabalhar com a postura corporal e gesto, já que a
personagem possui poucas falas e muito vem se suas expressões e o tom de
suas ações
2.4.1. Clarice

1) Gravidez: A postura da atriz para simular uma gravidez com apoio da


barriga artificial que estará escondida por de baixo dos figurinos, deverá
transparecer naturalidade. Como estratégia para recriar essa postura, assim como
movimentos diminutivos, como, por exemplo, andar com as pernas mais
separadas, utilizaremos o processo de “recriação” de uma gravidez, aumentando
gradativamente a cada ensaio o tamanho da barriga e do peso dos quais a atriz
deverá andar por um determinado número de dias pelas ruas e realizar tarefas
domésticas normalmente. Desta forma, ela estará adaptando-se naturalmente ao
desconforto inicial da barriga, e associará alguns pequenos movimentos que a
gravidez trás a tona consigo para os dias de filmagem, transparecendo uma
gravidez mais natural ao expectador. Serão utilizado também filmes para análise
de gestual e postura corporal com personagens grávidas, como no caso de
“Junebug” de Phil Morrison, do qual será estudado a personagem da atriz Amy
Adams.
2) Simulação: Outra característica forte a ser trabalho em conjunto com a
atriz é a retenção de emoções e como controlá-las em momentos importantes do
filme, como entre o diálogo de Clarice com Rebeca na galeria de arte. Os diálogos
foram construídos para que ambas as personagens expressem melhor suas
visões divergentes sobre determinados assuntos, porém é de extrema
importância para o entendimento completo do ploting a forma como Clarice reage
quando estimulada verbalmente por outro personagem.

Juntamente com a atriz selecionada, trabalharemos na busca de cercear aquilo


que é dito e principalmente aqui que é interiorizado verbalmente, mas expressado
de forma corporal, resultando em uma expressão desconforto. Simularemos
algumas situações que causem desconforto para a atriz, buscando por
associação de sentimentos na hora de transpô-los para a atuação do curta-
metragem em questão.

3) Fotografia: Outro ponto culminante na atuação naturalista da


personagem é o seu contato com a arte fotográfica. Buscaremos por uma
aproximação da atriz com o trabalho fotográfico em digital e película, assim como
o processo de revelação de negativo e ampliações. No teste de casting, já se
buscará por uma atriz que tenha conhecimentos básicos de fotografia, para que
então no processo de direção de ator, a atriz expanda seus conhecimentos,
buscando uma maior aproximação com a visão fotográfica da personagem.
Alguns das fotos que irão fazer parte da criação da direção de arte do filme, como
por exemplo, as fotos expostas na sala de estar, serão produzidas pela própria
atriz durante esse processo de estudo de foto, criando um vinculo maior com a
visão pessoal da atriz com a visão pessoal da personagem.
4) Desenvolvimento afeito: outra importância relevante do filme é três
laços afetivos expostos ao decorrer da história, em especial o laço desenvolvido
com a figura do marido. Vão ser criados em alguns momentos ambientes
harmoniosos para o ensaio dos atores em conjunto, buscando uma interação
maior entre eles e na busca de afinidades de gostos e opiniões, solidificando
alguns conceitos de base para o desenvolvimento das ações da personagem.
Posteriormente, serão apresentadas as cenas nas quais os personagens em
questão contracenam sempre frisando na afeição base desenvolvidas no início.

5) Feminismo: Existem também, dentre todas as demais complexidades


de Clarice, a questão do entendimento fundamental do feminismo para o
desenvolvimento da história. A atriz terá acesso a diversos materiais para leitura e
análise, principalmente os livros de base para o roteiro, “Ariel” e “Redoma de
Vidro” ambos de Sylvia Plath e o “SCUM Manifesto” de Valarie Solanas, que
expõem um feminismo exacerbado e descabido, visando um concretismo maior
entre a visão da atriz, através do material estudado, com os trabalhos fotográficos
expostos nos ambientes da casa da personagem e na galeria de arte.

2.4.2. Rebeca
1) Maniqueísmo: Principal característica da personagem Rebeca, o
maniqueísmo em suas falas será trabalho de construção colaborativa com a atriz
escolhida, visando o ensaio de diversos diálogos e o poder de persuasão inato da
atriz, na tentativa de manipular com as palavras e a forma como se expressão e
entoar a voz.

2) Caricatural: Rebeca, como característica fomentada no roteiro e sua


criação com base no choque, terá que representar o modelo feminino dentro da
concepção extremista masculina. A postura dela remeterá a uma construção
plástica feminina, visando sempre uma postura correta, e alguns movimentos
tendendo ao robótico, como modelos de passarela, com movimentos irreais no
andar e pouca ou nula expressão facial em determinados momentos. Tal
estratégia busca por um choque de atuações, fortificando o afastamento da
personagem Clarice do universo que a cerca.

3) Superioridade: o último elemento presente na estruturação psicológica


da personagem é a nítida superioridade de Rebeca em relação à Clarice. Essa
característica será trabalhada em conjunto com ambas as atrizes de duas formas:
corporal e psicológica. A corporal se fomentará nos ensaios posicionando a atriz
que interpretará Rebeca em pé com o auxílio de uma cadeira ou três tabelas e a
atriz que interpretará Clarice em pé no chão visando uma associação e distinção
pela diferenciação na estatura entre ambas, posicionando uma sempre um
patamar acima da outra. No caráter psicológico será trabalhada a questão de
entonação e agregação de assuntos que a atriz sinta-se confortável e segura para
argumentar, em contra partida que a outra atriz que viverá Clarice no curta-
metragem desconhece, criando o elo necessário para o entrosamento das duas
no filme.
2.4.3. Marido

1) Corpo: Exercícios de relaxamento do músculo e descontração serão


propostos ao ator, utilizando como base as teorias de Constantin Stanislavki,
impedindo uma tensão muscular e possibilitando uma melhor interpretação como
cadáver. Há a necessidade além da pratica de tais exercícios, a criação de um
laço de confiança entre o ator e a atriz que interpretará a personagem Clarice, já
que todos os movimentos do ator dependem das ações que a atriz exercerá em
cena. Com os laços de confiança estreitados, será mais fácil lidar com a
descontração completa da musculatura corporal do ator em questão, dando mais
veracidade as cenas.

2) Respiração: O controle de respiração do ator entrará em foco na


segunda parte dos ensaios, recriando momentos de apneia, possibilitando que o
ator posteriormente tenha um controle absoluto de sua respiração para que
quando for pronunciada a palavra “ação” ele tenha total disponibilidade de
prender o fôlego por um tempo determinado, dentro do cada plano.

(SERÁ ADICIONADA A REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS)


CAPÍTULO 3. DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

3.1. Concepção de fotografia

A concepção de fotografia do curta-metragem “Pétala” foi pensada de


forma que pudesse acompanhar o ritmo de Clarice, personagem central do filme,
porém sem se utilizar da mesma chave construção de absurdo superlativo que as
fotos desta personagem terão (como mostra exemplo abaixo), pois tal aspecto
ficará a cargo da direção artística de transpor para o filme.
Sendo a personagem uma fotógrafa não naturalista, a arte do filme vai
transportar o espectador para dentro do seu mundo.

Fo
to de Clarice para a galeria.

O cuidado da fotografia é conseguir manter os espectadores cientes de que


esse universo surrealista criado pelo roteiro é também o deles, buscando uma
identificação mais direta e coesa entre expectador e a imagem projetada na tela
em questão através do setor fotográfico do filme. Sendo assim, o objetivo é
confrontar, de forma sutil, o departamento de direção de arte, para que o
espectador não se sinta tão deslocado com as anomalias de cores que serão
apresentadas.
Traçada a linha ideológica acima, estaremos sempre na busca de utilizar
filtros e/ou gelatinas de cores amareladas, buscaremos contrastes baixos,
pensando na integração desses dois departamentos conflitantes.
O objetivo dos enquadramentos é fragmentar a personagem. Sendo assim,
começaremos com planos fechados, sempre dando a impressão direta de
amputação dos membros de extremidade dos personagens, cerrando o quadro
pelas juntas. As poucas cenas com planos mais abertos servirão apenas para
localizar o espectador no espaço. Próximo ao final do filme, utilizaremos lentes
mais abertas, com a intenção de torná-la completa, baseando na informação da
concepção de direção, que a personagem ao fazer uma escolha pessoal, sai do
papel pré-determinado para a mulher e passa a igualar-se com a figura masculina
visa sob a ótica da sociedade, o corpo humano como dono e parte integrante do
ambiente.
A idéia inicial era ter câmera na mão, para que pudesse acompanhar a
personagem nos momentos necessários, porém com movimentos suaves. Planos
estáticos também serão utilizados para mostrar a estagnação pretendida pela
trama do filme. A idéia é acompanhar o ritmo da vida que Clarice leva, sendo que
tal questão introspectiva terá como fundamento de exploração questões de
movimentação de câmera na mão, tendendo para algo mais frenético e perdido,
como por exemplo, a cena que será feito n do quarto escuro de revelação.
Para mostrar que a personagem não se destaca daquelas outras pessoas
que vivem junto com ela, tornando-se apenas mais uma, optamos por usar pouca
profundidade de campo, visando alguns objetos fora de foco.
Com tudo isso pensado, utilizaremos uma iluminação suave, para ajudar tanto
nos contrastes, quanto na profundidade. A idéia é desenhar sombras reais, sendo
assim, a contra luz será apenas para ajudar neste quesito apresentado.

3.2. Ambientes e luz


A proposta dada para a direção de fotografia do filme era ser, junto com a
arte, o que afastasse a sensação de familiaridade que o espectador possa vir a
ter com a personagem principal e suas ações. Com certo cuidado, precisava-se
que a iluminação fosse realista, para que também não se tornasse algo tão
extraordinário e incomum, já que o trabalho com a correção de cor do filme está
sendo pesada.
Com as diversas locações e pouco tempo hábil para se aproveitar
totalmente delas, o realizado foi estudar com calma na pré-produção os locais,
visitá-los e enxergar seus prováveis problemas em uma diária. Tendo isso em
focado em um primeiro momento, foram listados os equipamentos necessários
para cada diária.
Cada seqüência tinha suas particularidades, fazendo com que adaptações
em questão de iluminação e enquadramento fossem adequadas ao que foi
proposto no conceito do projeto. A personagem carregava em seus trabalhos
fotográficos uma força visceral, que não poderia ser adotada na direção
fotográfica do filme, já que a sutileza é um dos objetivos iniciais. É preciso manter
o espectador afastado, porém não totalmente incomodado pela forma com que
lhe é apresentado o assunto.
As locações externas (parque, ruas) foram de fato, as mais complicadas,
por diversos fatores (localização, hora determinada, curiosos), mas também as
mais agradáveis de serem realizadas. O fato de se ter a possibilidade de tentar
aproveitar tudo o que há, em questão de cenário, mise en scène, e luz natural é
uma boa ajuda para que se possam ter mais variações para uma melhor escolha
do resultado final. Claro que em locações internas (casa, galeria) o controle sobre
todos esses fatores é favorável, mas te cerca em questões criativas, que não
podem ser exploradas. Porém, o aproveitamento de toda a seqüência, internas ou
externas foi levado ao máximo.

3.3. Descrição e mapa de luz

SEQ. 1
Na seqüência inicial do filme, que se passa em um banco de parque, o
objetivo era fazer apenas com que a iluminação apenas complementasse a luz
natural do sol, que era inconstante. Foi posicionado um refletor na mesma
angulação em que o sol estava disposto num primeiro momento, e refletores para
preenchimento e iluminação de detalhes, como a parte interna da bolsa da
personagem.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 2
A seqüência 2 foi realizada apenas com a luz natural do sol, já que estava
em uma posição ideal para a realização das cenas. Mesmo nas partes internas do
carro não houve necessidade do uso de luz artificial, já que se era buscado o
naturalismo para cenas externas.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 3/5/8
Sendo também externa, e com planos mais abertos, a seqüência 3 também
apresenta muito o uso de iluminação natural. Com cenas muito abertas, a
dificuldade de utilizar refletores foi maior, devido à localização da câmera (começo
da rua) e falta de equipamentos certos, autorizações para o uso de traquitanas e
experiência para que fosse realizado um trabalho mais consistente como o
idealizado em outras cenas externas. Foram-se usados refletores em pontos
específicos, quando o enquadramento era um plano médio, apenas para pontuar
detalhes importantes e preenchimento necessário.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 6
Como a galeria de arte foi na verdade a adaptação de um apartamento
para o cenário, a dificuldade de se manter o realismo de uma galeria real foi
maior. Com as lentes certas, conseguimos apresentar um ambiente mais amplo e
crível. Os refletores foram, então, posicionados para com que a iluminação
parecesse contínua, como é visto em uma galeria. Posicionados sempre do lado
oposto a ação, utilizamos o teto branco como rebatedor, para que a luz pudesse
se espalhar melhor.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 7
As cenas da mesa de luz também não requeriam nenhum grande artifício
de iluminação, pois o ambiente já apresentava características de um lugar real.
Houve o uso de refletores apenas em cenas de detalhe e planos médios com
preenchimento.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 9/10/12
Nessa seqüência também não foi necessário o uso de refletores.
Aproveitando a luz natural do final da tarde, foi apenas estudado na hora a melhor
angulação da posição da grua em questão do reflexo que era projetado no teto e
capô do carro. Usou-se também a contraluz do sol para se conseguir um efeito de
flair.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 13
Nos planos 01 e 02, também nos adaptamos a luz natural. Já no plano 3,
ouve a necessidade de posicionar refletores por de trás de árvores, para que
houvesse uma melhor projeção de sombras pelo caminho que o cachorro
percorre.

(imagem mapa de luz)


SEQ. 14
O objetivo dessa cena era mostrar que a personagem era lavada com a
chuva. O foco era colocar refletores como se fosse iluminação de postes e luzes
de segurança. Com isso, conseguimos projetar uma leve sombra da chuva
batendo no pára-brisa do carro na personagem.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 15
Novamente com o intuito naturalista, foi recriada através dos refletores a
luz do hall de entrada de uma casa, sempre lembrando que a partir do momento
que a personagem entra em casa, seu mundo se torna mais intenso, sendo
assim, a necessidade de adequar a luz ao trabalho de arte que foi empregado no
lugar, adaptações foram feitas para um melhor resultado.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 16/18/21
Sendo as seqüências da cozinha as mais difíceis de ser realizadas, por
questão da locação, a solução que foi encontrada foi direcionar os refletores para
o teto, tentando assim refletir a luz, como se de fato, as lâmpadas da cozinha
estivessem desligadas, e essa iluminação viesse de um lugar externo vizinho.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 17
O quarto escuro foi um desafio, pelo fato que a idéia inicial era conseguir
fazer com que uma fotografia fosse revelada no papel na cena. Porém, qualquer
tipo de interferência de luminosidade acaba prejudicando o processo químico que
é utilizado para essa revelação. Então a solução foi utilizar uma fotografia já
revelada, passando apenas por recipientes com água, fazendo com que
pudéssemos utilizar iluminação artificial o suficiente, com muitas gelatinas
vermelhas para conseguir o aspecto de quarto escuro.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 19/20
No banheiro tivemos os mesmo problemas que foram observados na
cozinha. Sendo assim, os refletores foram voltados para cima, com gelatinas
azuis, para ajudar na cor que foi escolhida para a parede da cena. Foi muito
importante pensar que cada ambiente tinha uma cor forte diferente, e a
iluminação tinha que fazer de tudo para não entrar em conflito.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 23
O corredor foi na verdade reduzido, o que facilitou, em parte, a realização
da cena. A iluminação foi apenas de uma lâmpada que se encontrava no
corredor, com a aplicação de uma gelatina de correção de cor CTO.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 24/26/28
O quarto da criança foi construído em estúdio, facilitando o trabalho de
iluminação com a ajuda de um grid. Foi muito importante também tentar fiel a uma
iluminação real, porém também preenchendo e mantendo spots de foco para
detalhes.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 25/27
A sala da casa da personagem também foi montada em estúdio,
apresentando os mesmos prós do quarto da criança. Porém nessa situação
especifica, além de se tentar manter o realismo, foi adicionado um foco de luz por
trás da arvore que é apresentada na cena, para ajudar a entrar no mundo
fantasioso da personagem.

(imagem mapa de luz)

SEQ. 29
O parque de diversões foi simples, com o pensamento que o mais
importante era o movimento dos brinquedos, e não uma luz elaborada. E nada
mais fantasioso e interessante do que um parque de diversões iluminado e
colorido no meio da noite.

(imagem mapa de luz)

3.4. Pós-produção e correção de cor


CAPÍTULO 4. DIREÇÃO DE ARTE

4.1. Concepção de arte

A direção de arte para o filme Pétala tem como principio a criação de


ambientes que remetam ao surreal, com a inserção de elementos absurdos
dentro de ambientes compostos através da organização de objetos de diferentes
épocas, dando um ar atemporal a história, impossibilitando a localização direta do
público ao tempo retratado, já que a questão feminina é algo que vem sendo
discutida através de diversas gerações.
A plasticidade dos ambientes, por sua vez, tem como fundamento remeter
ao principio base da psicanálise de que a mulher não é amada por aquilo que é e
sim é por aquilo que finge ser. Eis que os ambientes remetem aquilo que a
sociedade tende a ser, e não do que de fato são. Para atingir tais princípios o uso
de cor de alimentos com cores quentes, a paleta de cor foi gerada, trazendo
movimento aos ambientes, assim como aos figurinos, sempre em choque a
estagnação da montagem, com intervalos em black de um plano para o outro.

4.1.2. Cenografia

A sala Será o ambiente mais masculino da casa, representando o homem


como dono da casa. Por este motivo, será o único cômodo que fugirá da paleta de
cores quentes, adotando a forma representativa da floresta, quase que composto
de forma monocromática em cima do verde com adição de tons de marrom,
associado a tecidos orgânicos e poucos móveis de linhas retas. A introdução de
uma árvore próxima a uma das paredes, por representação direta a fertilidade e
vida, estará sempre em contra ponto com a presença da Clarice, representando
diretamente a morte, fazendo uso mais uma vez do choque, como base
majoritária de criação artística.
Inspirada pelo quadro da Artemmísia Gentileschi a cozinha será toda
vermelha e o chão quadriculado em preto e branco como no tabuleiro de jogo de
xadrez, pois é nesse local que a personagem faz o primeiro movimento em
direção ao xeque-mate. O vermelho está ligado à maça, a consumação do
primeiro pecado – culpa da mulher. As linhas dos móveis e utensílios serão
inspiradas nos anos 50 e em brinquedos de crianças. Ambas as escolhas por
causa do forte apelo da dona de casa perfeita que já nasce com o objetivo de
servir ao homem e procriar.
Local onde as fotos da personagem principal estarão empilhadas, o
corredor será a parte da casa com reboco aparente, que assim como a arte
fotográfica de Clarice, mostra mais do que a beleza superficial.
Seguindo a linha de muitas galerias de arte, a do filme Pétala será toda
branca, criando assim um caminho aberto para a comunicação das obras de arte
com o público. A arte exposta na galeria do filme serão esculturas da artista Ivani
Coelho em tons fortes com motivos femininos.
A cor do quarto da criança, Pétala, será amarela, com exceção do berço e
da cadeira de balanço que serão brancos. A parede do quarto será pintada em
vários tons de amarelo, formando um desenho psicodélico, dando a sensação de
náusea. A cor amarela e o desenho representam o desespero de Clarice, pois
será o espaço do ultimo movimento do jogo. O xeque mate. Por esse motivo
também, o adorno do berço, que servirá de mosqueteiro será um arlequim em
tons de amarelo. A roupa do arlequim segue o mesmo desenho do chão da
cozinha (quadriculado/jogo de xadrez). O arlequim era aquele que divertia, fazia
rir. Ele terá feições de deboche, pois será a figura “masculina” testemunha do que
vai acontecer. Ele servirá de cume do “mosqueteiro”.
O banheiro será rosa pink, com molduras sem espelho ou imagens. O rosa
representa a feminilidade. A cor foi escolhida devido ao gesto da personagem de
limpar e cuidar do marido, ou seja, ela seguindo as convenções, como toda
mulher deve ser. As molduras nos deixam a pergunta. Quem é essa mulher? Que
imagens podemos ter dela? O que acontecerá a seguir?
O Parque de Diversões onde estará instalado o carrossel será um
daqueles parques simples e mal conservados encontrados pelo interior do Brasil e
também em bairros periféricos. As cores serão em tons fortes.
O hall de entrada será todo preto e terá apenas objetos cenográficos: Um
espelho com moldura colorida (nos mesmos tons do carrossel) e motivos
circulares; e um mancebo também em formas circulares. O preto representa a
sala de revelação de fotografias. A partir daquele ponto nos será revelado o
mundo no qual a personagem vive e os objetos coloridos e movimentos circulares
farão alusão ao carrossel.

4.1.3. Desenhos Cenográficos

Desenho da sala da casa de Clarice

Desenho do banheiro da casa de Clarice


Desenho do hall de entrada da casa de Clarice

4.2. Produção de arte

Foi parte do aprendizado do curso de cenografia e arte que o trabalho do


diretor de arte cinematográfico é conceber visualmente a arte do filme e então
orientar e supervisionar uma equipe que inclui um produtor de objetos, cenógrafos
e figurinistas entre outros.
Porém, em uma produção como a nossa, de baixo orçamento e
principalmente por se tratar de um projeto inteiramente planejado e produzido
pelos estudantes do curso de cinema, a equipe é bastante reduzida, e
conseqüentemente as funções do diretor de arte vão muito além da geração de
idéias e supervisão. Conseqüentemente, aquele que concebeu se transformam
também no próprio cenógrafo, maquiador e produtor de objetos.

Algo perceptível foi que, seguindo o que acontece com várias formas
artísticas e processos criativos, a direção de arte cinematográfica é um constante
exercício de divergência e convergência. Com o processo de criação e produção
do curta Pétala não foi diferente.

Muito embora tivesse que ter uma adequação com a concepção fotográfica
e a essência do roteiro, o inicio da criação da arte do curta Pétala, foi um
processo criativo efervescente, bastante divergente, ou seja, aberto às ideias que
foram prontamente aceitas e aprovadas. Tudo era possível.

Porém já no processo de pré produção a equipe percebeu a necessidade


de convergir e adequar aquela paleta de cores iniciais ao orçamento e a realidade
de produção.

A locação mais simples em se tratando de arte foi o parque de diversões.


Já na pré produção foi definido o Parque da Água Branca, por ter um entorno
interessante e o banco de praça de madeira que anteriormente planejado.

Porém foram vários os desafios relativos a esse quesito. Primeiramente


uma das locações apresentadas no projeto inicial, por exemplo, era uma casa na
qual tinha sido aprovado paredes pintadas com cores berrantes, como por
exemplo, no quarto da criança, um amarelo forte e círculos em tons mais claros,
um banheiro pink escuro e o hall de entrada com paredes pretas.

Porém a mesma tornou-se indisponível já no inicio da pré-produção e então


se começou a pensar em uma alternativa viável.

Reiniciou-se a procura por outra casa e depois de muita pesquisa a equipe


de produção, juntamente com a de arte, localizou um imóvel comercial (foto
anexa) no bairro da aclimação que se adequava em grande parte às nossas
necessidades. Diz-se em grande parte e não totalmente, pois, apesar de ser uma
casa muito bonita, sem móveis e ter um espaço amplo com pé direito elevado,
que facilitavam os movimentos de câmera e fotografia, a planta exigia da arte a
confecção de algumas tapadeiras para “falsear” alguns espaços vazios e criar
paredes necessárias.
Porém o orçamento para criação das tapadeiras necessárias passou a
tornar essa opção inviável devido ao alto custo das mesmas. (orçamento em
anexo)

Além do mais, dez dias antes do inicio das filmagens, fomos informados
que não seria mais possível utilizar o imóvel da aclimação como locação. O
proprietário, antes bastante flexível e aberto à negociação cobrou um valor de R$
2.500,00 por um final, o que estava totalmente fora do orçamento geral.

A equipe voltou ao ponto de partida e à busca de uma nova locação, sem


muito sucesso. Desta forma chegou-se a conclusão de que seria mais exequível
a utilização dos estúdios da Universidade Anhembi Morumbi.

Entretanto a arte se deparou com outro desafio a ser superado. As


tapadeiras estavam com um aspecto bastante danificado e também existia a
questão das cores fortes e apenas duas tapadeiras para criar pelo menos dois
ambientes diversos. Foi aí que surgiu a idéia de utilizar tecidos como papel de
parede.

Iniciou-se nesse momento a busca por tecidos, alinhando preço, estética


visual e adequação à concepção de arte e fotografia.

Foram realizados testes de foto/luz com amostras dos primeiros tecidos


escolhidos e o resultado foi bastante frustrante. Apesar do tecido escolhido não
ter quase nenhum brilho, a luz refletia e mudava totalmente a cor dos mesmos. O
preto, por exemplo, transformou-se em um verde amarelado. (anexo foto)

Depois de três visitas às lojas fornecedoras de tecidos, e aprovação de


orçamento, foram adquiridas as melhores opções:

1. Preto, tanto para criar uma parede falsa na sala de revelação e


cobrir os equipamentos pertencentes ao local que não se adequavam ao
filme, como também para o hall de entrada da casa de Clarice.
2. Floral para criar as paredes da sala.

3. Amarelo para criar as paredes do quarto do bebê.


4. Rosa Pink para criar o banheiro.

Um ambiente um tanto desafiador, desde o principio, foi o banheiro. Mesmo


quando o plano era filmar no imóvel da Aclimação, tinha-se decidido criar todo o
banheiro, pois a decupagem pedia um pé direito que os banheiros em geral não
apresentam.

Foram localizadas as louças cor de rosa (banheira, pia e bacia sanitária)


em uma loja/depósito de demolição, contudo a distância do local transformava o
transporte desses objetos em algo um tanto dispendioso.

Em uma reunião entre produção, direção e direção de arte, julgou-se


necessário encontrar outra solução. E a mais adequada foi filmar em um banheiro
localizado na fábrica de bolsas da família de uma das integrantes do grupo.
Locação definida anteriormente para montar a cozinha e o hall de entrada.

Para deixar o banheiro com as especificações propostas no planejamento


de direção de arte, foram retirados os móveis pertencentes à fábrica, troca de
espelho, e o tecido rosa pink fora fixado nas paredes.

Foram instalados alguns objetos para compor a cena como flores, escova
de dente, sabonete liquido, sabonete. Todos seguindo a cor do ambiente – rosa.

Para algumas cenas a banheira foi abastecida com água e leite para deixar
a água com aspecto esbranquiçado, cobrindo dessa forma a barriga falsa da
personagem grávida.

(foto do antes e depois em anexo).

A cozinha e o hall de entrada foram criados exatamente no mesmo


espaço, ou seja, a arte usou uma das salas da fábrica de bolsas como estúdio.

Para o hall de entrada o trabalho foi mais simples, o qual consistiu em fixar
o tecido preto como uma cortina do alto ao chão.
A cozinha foi mais desafiadora, pois a concepção de arte solicitava um
chão quadriculado em branco e preto, móveis vermelhos e o roteiro pedia uma pia
no local, pois a personagem entrava no espaço, abria a torneira e tomava um
copo d’água.

Como o chão da fábrica era preto, a solução mais barata e simples


encontrada foi a fixação de adesivo branco. Alternando os ladrilhos pretos da
fábrica com ladrilhos cobertos pelo adesivo criou-se um efeito visual bastante
satisfatório. (foto da fixação do adesivo nos anexos)

O mesmo adesivo, porém vermelho, foi utilizado para cobrir um fogão


existente na fábrica e a geladeira foi alugada de uma loja de locação de móveis
antigos.

Ainda persistia o desafio da pia. A fixação de uma pia seria muito custosa e
de difícil execução. Dessa forma, após aprovação do diretor do filme, a arte optou
por instalar apenas uma prateleira preta, dando idéia de uma bancada,
principalmente unindo a essa duas banquetas. Resolveu-se o problema da água
modificando a ação da personagem, que ao invés de tomar a água retirada de
uma torneira, ela entra, pega uma garrafa de água da geladeira e torna o líquido
em um copo. A arte decidiu por uma garrafa de vidro também vermelha para que
ornasse com o restante da concepção artística.

Na cozinha também foram instalados um vaso de vidro preenchido com


maças, um liquidificador antigo, um rádio com aspecto antigo e flores vermelhas,
farinha de trigo e também objetos de cena como bolo, creme chantilly, forma,
faca, velinhas, isqueiro, talheres, e pratinhos.

Como dito anteriormente o quarto e a sala foram recriados nos estúdios da


faculdade. Além da fixação do tecido floral nas tapadeiras para dar o aspecto de
papel de parede, a sala foi composta por outros elementos. Como a decupagem
do filme exigia mostrar os dois lados da sala e só existiam duas tapadeiras
disponíveis, a sala foi montada em duas etapas. Primeiramente o lado composto
por uma vitrola de pé antiga, discos de vinil e uma árvore instalada em um dos
cantos. Essa árvore foi adquirida com um fornecedor que realiza podas em São
Paulo. O profissional providenciou a árvore solicitada pela arte em reunião prévia,
fez o transporte até os estúdios do campus Centro e a instalou a mesma.

Na segunda formatação, a sala foi composta de sofá de couro mostarda.


Mesa lateral de madeira marrom na qual foram postos telefone preto antigo,
planta e relógio dourado em redoma de vidro. Tapete. Mesa de centro em
madeira sobre a qual foram postas conchas verdadeiras, caixa de ferro antiga
com efeito decorativo. Fotos dos personagens Clarice e Marido foram criados pela
equipe de fotografia do filme previamente. As mesmas foram colocadas em porta
retratos diversos e fixadas na parede.

Para o quarto da Pétala a formação foi uma só. Sobre o tecido amarelo
fixado como papel de parede foram adicionadas figuras abstratas circulares
pintadas com pincel e tintas em tons de laranja, amarelo e branco.

Um berço branco sobre o qual foi instalado uma cabeça de arlequim feito
em papel machê e tule (fotos da confecção e objeto final anexas) quer servia de
base para o mosqueteiro. Móvel baixo branco, uma boneca anjo de tecido, uma
cobra de pelúcia verde e uma cadeira em tons claros. Para os dois ambientes o
mesmo piso fora instalado. Optou-se pelo laminado imitando madeira.

Portanto outros dois ambientes foram recriados nas dependências anexas


aos estúdios da faculdade. Um deles foi o escritório da galeria de arte. O
ambiente foi criado em uma das novas salas de reunião do estúdio A. Nela foram
inseridas uma mesa de canto, uma mesa de luz e uma planta alta. Sobre a mesa
de canto foram colocados livros de arte e fotografia. Em um dos cantos uma obra
de arte de aço preta.

O corredor da casa da personagem Clarice que leva ao quarto da Pétala foi


recriado em outra sala de reunião do estúdio A. A arte foi mínima. Apenas uma
plotagem criada pela equipe de fotografia do filme e um enfeite de porta com o
nome Pétala.

Para o quarto escuro de revelação utilizamos o quarto escuro da


Universidade. O desafio da arte foi o de cobrir uma das áreas e objetos não
condizentes com a arte e/ou um quarto improvisado residencial como exigia o
roteiro. Criou-se então uma parede com tecido preto.

Além do parque da água branca e parque de diversões já citados acima, o


filme contou com mais três locações externas.

A primeira foi a frente da casa de Clarice. A cena foi filmada em frente a


uma residência na zona sul de São Paulo. Para criar a chuva descrita no roteiro a
arte contou com a ajuda da produção que contratou um caminhão pipa. Em
função das cenas serem filmadas na chuva, foram criados três vestidos idênticos
para que a atriz tivesse possibilidade de troca para cada nova tomada necessária.

Na Universidade de São Paulo foi sediado o terreno baldio no qual a


personagem joga suas plotagens fora, onde ela se despede do cachorro e o local
no qual a personagem coloca suas roupas no porta malas.

E finalmente a Rua Avanhandava, no centro da cidade de São Paulo serviu


de cenário como entrada da galeria de arte da personagem Rebeca.

E é a partir desse ponto que nos deparamos com outro grande problema
de locação. A galeria em si. Existia um contrato verbal com uma galeria de arte na
região da avenida paulista, portanto tivemos a negativa do proprietário poucos
dias antes da filmagem. Sem possibilidade de encontrar uma nova locação e
tendo um compromisso firmado com a Universidade de devolução de
equipamento, fez com que equipe surgisse com a idéia de filmar em um
apartamento em São Bernardo do Campo.

Foi um grande trabalho para transformar um pequeno apartamento


residencial em uma galeria de arte e exigiu um verdadeiro trabalho em equipe
para que a filmagem acontecesse.

Existia uma varanda na sala com porta de vidro o que dificultava bastante.
A solução encontrada foi o de cobrir essa porta com o piso laminado de madeira
utilizado nos cenários sala e quarto. Criou-se com esses laminados uma parede
de madeira. Foram também inseridos vários elementos de arte. Um manequim
com uma cúpula de abajur na cabeça, duas esculturas de aço e dois quadros.
(fotos do antes e depois em anexo).

(seguem fotos em anexo antes e depois de cada ambiente)

4.3. Concepção de figurino

O figurino da personagem Clarice será em tons pastéis e detalhes em


floral. Algo que represente uma mulher delicada, doce e submissa. O desenho do
vestido tem inspiração na moda de boneca dos anos 50. Seu figurino contrasta
completamente com a decoração/cenografia da casa, que utiliza cores fortes e
um ar surrealista.
O figurino de Rebeca terá cores fortes chapados. Sapato vintage, cinto
largo. Ela terá um visual moderno e chique de mulher ligada à moda. Como é
dona de uma galeria de arte, ela escolhe jóias preocupada com o design.

4.3.1 Produção dos figurinos

(Parte que será adicionada)


CAPÍTULO 5. DIREÇÃO DE PRODUÇÃO

5.1. Estrutura

As situações transcritas não cabem a um único produtor e sim a uma


equipe em que cada um é responsável por uma parte que esta veiculada a toda
uma dinâmica de trabalho em equipe dentro da parte de produção.
A começar pela produção de base, isto é, todas as atividades feitas na
“sala” de produção, no caso será na casa da diretora de produção, onde é
necessário e já está instalado aparelhos de comunicação como telefone, fax,
internet, computador, impressora e materiais de escritório. Além disso, todos os
documentos serão arquivados de maneira organizada para que quando alguém
da equipe quiser o projeto, roteiro, cronogramas, relatórios, atas de reunião,
qualquer material relacionado à arte (fotos, plantas baixas, caracterização entre
outras...), equipamentos (valores de aluguel, andamento do orçamento), cópias
dos contratos, das notas fiscais, de pedidos esteja disponível para o acesso de
todos, rápido e fácil.
Todos os envolvidos devem ter as informações, lê-las e saber tudo o que
irá acontecer inclusive o fluxo de caixa da produção (mensalmente será feito a
previsão diária de todos os valores recebidos e despesas pagas pela produção), é
obrigação de cada encarregado sempre solicitar, verificar e guardar todas as
notas fiscais, recibos. Caso isso não seja feito, o mesmo arcará com a despesa.
Toda a equipe receberá pela produção uma lista com nome, função,
telefone, endereço, email de todos os envolvidos no projeto.
Para que todos trabalhem centrados e com energia, serão estabelecidos
datas e prazos para a realização das diversas atividades que envolvem a
produção, desde a preparação de documentos, testes, ensaios, ajustes, dentre
outras coisas. A produção definirá as datas de cronogramas, dedlines, prioridades
e a duração necessária para a produção de cada item, verificará o que pode ser
adiado, alterado ou até mesmo cancelado, monitorará as atividades diárias e seus
respectivos andamentos, comparará o cronograma previsto com o realizado, e
sempre irá tentar ao máximo ajustar os cronogramas a dinâmica das ações para
que o tempo estabelecido seja mais próximo do real possível para a organização
do tempo.
O transporte dos equipamentos será através de uma van, com um
motorista que a faculdade dispõe a cada grupo. Já a locomoção da equipe será
feita através de carros particulares dos mesmos, organizado de acordo com a
função e horário para estar no local da gravação. Os atores serão transportados
também em carros particulares, a produção se responsabiliza em buscar os
atores e levá-los em suas casas posteriormente as gravações. Um dos carros que
temos disponível é um Fiat Strada que estará para o transporte de cargas, objetos
e cenários.
O cenário e os objetos de cena em algumas situações são complexas, será
definido e estruturado uma diária anterior ao dia da gravação para a montagem, e
posteriormente, a desmontagem. Nas cenas que não exigem tanto, será definido
um horário bem mais cedo do que o previsto para iniciar a gravação para que seja
feito não só a montagem do cenário e os objetos de cena, mais também será
incluído o tempo necessário para instalar a iluminação, limpar o set e assim
começar o trabalho. Além do tempo da gravação em si, será calculado e incluído
no cronograma o tempo para o transporte da equipe, elenco e equipamentos,
para troca de roupa, maquiagem e para possíveis ensaios. Na ordem do dia será
informado a duração e o horário disponível para as tarefas, a fim de que cada
núcleo responsável possa se organizar de acordo. Informaremos as equipes, ao
elenco e possíveis convidados o local, horário de inicio e termino da gravação.
Será estabelecido um ponto de encontro para que todos se reúnam no caso de
gravações externas. É importante dizer a todos como será organizado os
espaços, para que seja respeitado de acordo com o que a direção de produção
dizer ( onde guardar equipamentos, pertences pessoais, camarim, ensaios). Será
feita uma relação dos equipamentos, figurinos, membros da equipe que estarão
presente, carros ( placa, modelo e dono), e outros vários itens que devem estar
presentes na gravação.
Será anotado quanto tempo durou a gravação de cada cena, quais
equipamentos foram usados, se houve problemas técnicos e como foram
resolvidos, tudo no caderno de produção.
A alimentação da equipe e dos atores será feita através de restaurantes, e
será composta de arroz, feijão, carne e salada, para que todos possam fazer uma
refeição reforçada para seguirmos o trabalho. Além disso, será disponibilizado em
tempo integral café, água , frutas e bolachas.
Antes e depois da gravação será realizada uma limpeza do local, para que
possa ser devolvido do mesmo jeito que encontramos.
Quanto à segurança, nas externas teremos um segurança para apoio e
para que haja mais conforto e segurança na hora de gravar, além deste,
pediremos o apoio da policia militar, do corpo de bombeiros, e da CET, cada qual
de acordo com a necessidade.
Além de todo o conceito utilizado para achar a locação, a produção prioriza
aspectos práticos e estruturais bem como o silencio, ruídos, transporte,
estacionamento, locomoção, camarim e banheiro.

5.2. Produção de elenco

A produção de elenco fará um levantamento a partir do perfil dos


personagens em agências de atores, teatros e em sites de rede social na
internet.  A partir dessa pré seleção será realizado o casting no estúdio da
faculdade, no qual utilizaremos equipamentos de luz e câmera para registrar o
teste de todos os atores. Um calendário será elaborado em uma planilha definindo
o tempo aproximado de teste para cada ator, que deve ser em média 15 minutos,
o horário será agendado a partir da disponibilidade de cada um. Cada ator irá
preencher uma ficha contendo: nome completo, telefone, endereço, numero do
DRT (caso houver), medidas, calçado. Essa ficha será anexada a uma pasta que
deve contar o nome do ator, composite, fotos avulsas, DVD com trabalhos
realizados entre outros anexos. Cópias do roteiro, sinopses, ou  o texto utilizado
para o teste estará à disposição do ator no estúdio, se  houver necessidade será
enviado por email  dias antes do teste para que o ator possa ler e se preparar
melhor.

Não será pago cachê teste, porém os atores selecionados serão


devidamente remunerados de acordo com o grau de aparição no filme. No dia
será disponibilizado água, café e biscoitos, além de lugares para que eles possam
aguardar sentados até serem chamados.  Daremos todo o conforto aos
candidatos. Como os testes serão gravados, após serem feitos nós da equipe de
produção gravaremos um DVD eliminando repetições e intervalos muito longos.
Assim pouparemos tempo para que os responsáveis possam definir o elenco com
mais rapidez e eficiência.

5.2.1. Escolha final do elenco

Após a pesquisa citada acima, a estratégia foi colocada em prática.


Realizamos testes em diversos atores na busca dos nossos protagonistas. Após o
material de casting ser assistido pela equipe diversas vezes chegamos à decisão
da seguinte escolha:

Clarice – Maísa Magalhães, 31 anos.

A Maísa chegou no último dia de casting, após uma brilhante participação


de outra candidata ao papel. O grupo já estava tranqüilo em relação à escolha da
protagonista, porém após a boa resposta de Maísa ao teste aplicado, acabamos
tendo que decidir através de votação para a escolha da atriz que iria viver a
Clarice, que resultou na vitória de Maísa.
Rebeca – Luciana Marrylac, 28 anos.

A Luciana veio logo no primeiro dia de teste, na tentativa de viver a


protagonista Clarice. O grupo não achou que ela fosse a escolha mais adequada,
mas a forma provocativa de seu olhar e seu jeito de falar, fez com que a
considerássemos para o papel da dona da galeria de arte, Rebeca.

O Ator Daniel Bertolucci, 29 anos,


acabou surgindo após a realização dos
testes. Inicialmente tínhamos outro ator
em mente que iria viver o papel do
marido da Clarice, porém cerca de uma
semana antes da gravação das cenas
com a presença do personagem, o ator
desistiu e fomos atrás de outro.
Conhecido de algumas pessoas da
equipe, o Daniel entrou para o elenco
dois dias antes de desempenhar função
diante das câmeras.

5.3. Financiamento
A estratégia para viabilizar o filme será feita através de venda de rifas (de
DVDs de filme e música) estamos vendendo uma rifa com 25 nomes a 4 reais, de
modo que cada rifa nos rende 100 reais.

Uma festa será organizada em uma boate, onde será combinado que nós
da equipe do filme cobraremos a entrada (preço à definir) e o bar lucra com as
bebidas. Assim não teremos gasto nenhum para organizar a festa, e o lucro
liquido será revertido para investimento nos setores que a faculdade não arcará.
Outro método adotado é que todos os diretores principais do filme irão contribuir
com quantia ainda não definida.

Uma análise de mercado será realizada no intuito de viabilizar parte


do filme que não será saneada através das demais atividades acima citadas,
buscando uma co-relação com empresas que poderão se identificar com a
mensagem do filme e aceitar apoio direito, provendo para o curta-metragem
algum abatimento nas despesas, tendo em contra partida seu nome veiculado e
divulgado nos créditos iniciais e finais do filme.

5.4. Produção de locação

(Ainda em processo de construção)

5.5. Equipamentos de luz e maquinaria

Equipamentos TCC "Pétala"


23.jul
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
1 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
1 Butterfly 2x2 (pano e armação) Estúdio
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
1 Steady Loc
4 Mantas de Som Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
20 Sacos de Areia Loc
10 Tripé de Luz Estúdio

Equipamentos TCC "Pétala"


24.jul
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
2 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
1 Grua de 3 metros Estúdio
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
20 Sacos de Areia Estúdio
4 Mantas de Som Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
10 Tripé de Luz Estúdio

Equipamentos TCC "Pétala"


25.jul
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
1 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
1 Butterfly 2x2 (pano e armação) Estúdio
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
1 Grua de 3 metros Estúdio
4 Mantas de Som Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
20 Sacos de Areia Loc
1 Travelling c/ 10 metros de trilho Estúdio
10 Tripé de Luz Estúdio

Equipamentos TCC "Pétala"


29.07.2010 (Dressing e Pré-Light)
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
1 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
1 Grua de 3 metros Estúdio
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
1 Steady Loc
4 Mantas de Som Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
20 Sacos de Areia Loc
1 Travelling c/ 10 metros de trilho Estúdio
10 Tripé de Luz Estúdio

Equipamentos TCC "Pétala"


30.jul
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
1 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
1 Grua de 3 metros Estúdio
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
1 Steady Loc
6 Mantas de Som Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
20 Sacos de Areia Loc
1 Travelling c/ 10 metros de trilho Estúdio
10 Tripé de Luz Estúdio

Equipamentos TCC "Pétala"


31.jul
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
1 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
1 Grua de 3 metros Estúdio
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
1 Steady Loc
4 Mantas de Som Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
20 Sacos de Areia Loc
1 Travelling c/ 10 metros de trilho Estúdio
10 Tripé de Luz Estúdio

Equipamentos TCC "Pétala"


01.ago
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
2 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
4 Mantas de Som Loc
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
10 Tripé de Luz Estúdio
20 Sacos de Areia Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
1 Steady Loc
Equipamentos TCC "Pétala"
03.ago
Quantidade Equipamento Estúdio / Loc
3 Cabo XLR de 10 metros Estúdio
2 Lapela Sennheiser G3 Estúdio
1 Gravador 744 Estúdio
1 Mixer Estúdio
2 Boom Estúdio
2 Zepelins Estúdio
2 Pistol Grip Estúdio
2 Fones Sony 7506 Estúdio
2 Windjammer Estúdio
2 Microfone MHK-416 Loc
1 5D Estúdio
1 Follow Focus Loc
1 Matte Box Loc
1 Z-Finder Loc
1 Video Assiste Loc
2 Praticaveis Estúdio
1 Caixa de distribuição Loc
1 Rabiço de Ligação Loc
6 Três Tabelas Estúdio
2 Jogos de Banquetas Estúdio
5 Kino Estúdio
3 Fresneis de 2.000W Estúdio
3 Fresneis de 1.000W Estúdio
4 Fresneis de 650W Estúdio
3 Fresneis de 300W Estúdio
2 Bandeira pequena Estúdio
2 Bandeira Média Estúdio
1 Grua de 3 metros Estúdio
5 prolongas de 10 metros Estúdio
10 prolonga de 5 metros Estúdio
1 Lente 24-70mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 16 - 35mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 85mm f/1.2 Estúdio
1 Lente Macro 100mm f/2.8 Estúdio
1 Lente 135mm f/2.0 Estúdio
10 Tripé de Luz Estúdio
4 Mantas de Som Loc
8 Tripé para manta + garra clip Loc
20 Sacos de Areia Loc
1 Travelling c/ 10 metros de trilho Estúdio
5.7. Orçamento

(Tem que atualizar)

5.6. Mapa de produção

(Será criado)

5.8. Estratégia de divulgação


CAPÍTULO 6. MONTAGEM

6.1. Conceito

A concepção de montagem do filme está fundamentalmente relacionada à


estrutura do roteiro e da decupagem, já que essas apresentam por si só uma
proposta de construção da narrativa, linear apesar da fragmentação e de
interrupções e inserções no meio desta.
Fragmentação, aliás, é a base para a construção da montagem. Assim
como fazem a arte, a fotografia, o som e os outros elementos do filme, a
montagem também funcionará de maneira a expressar as emoções da
personagem; e neste caso a fragmentação da imagem e dos planos é essencial.
Estruturada toda a partir de cortes secos, pretende-se levar o espectador a
enxergar a personagem a partir de sua (des)construção ao longo do filme – ela
começa fragmentada, e na medida em que se aproxima de seu objetivo, passa a
ser vista por inteiro –, e o faz por meio de um tempo maior entre um plano e outro,
construindo um sentimento de estagnação.
Em meio à narrativa, com seus planos mais lentos, há também a inserção
de fotogramas negativos (vistos por inteiro, com suas seus quadrantes e
indicações) que expressam os sentimentos da protagonista. Essa inserção é feita
numa montagem também de cortes brusco, porém de forma mais acelerada,
avançando pelas tiras de negativos, parando em fotogramas específicos, com o
objetivo de desorientar o espectador e quebrar com a narrativa.
O tempo do filme se dá, então, a partir das ações da personagem,
interrompidas com freqüência pela inserção das imagens produzidas por ela –
não somente os negativos, mas as imagens que permeiam a narrativa, suas
plotagens na galeria ou quadros na parede do corredor. Essas ações, vistas de
forma progressiva do momento de sua decisão ao ato final do suicídio,
apresentadas num ritmo lento, cumprindo a proposta de estagnação, quase tenso.
As referências fílmicas para a montagem são diversas: dos filmes
indicados já pelo diretor na concepção do projeto – e entre eles, especificamente
para a montagem, “O Sétimo Continente” (Michael Haneke, 1988), “Cléo das 5 às
7” (Agnès Varda, 1962) e “Corra Lola, Corra” (Tom Tykwer, 1998) – às referências
inclusive temáticas (a base também é o suicídio e a alma feminina), mas,
sobretudo de construção narrativa (com suas inserções de fotografias, seus
cortes secos e planos lentos) de “As Virgens Suicidas” (Sofia Coppola, 1999).

6.1.2. Fragmentos e inserções

Buscando dar sentido à fragmentação proposta pelo roteiro e pela


decupagem, a montagem trabalha com o conceito do corte em movimento e da
reconstrução temporal. Utilizando inserts fotográficos e a inserção de blacks para
intensificar a relação entre a personagem e seu trabalho com fotografia.
A estrutura do filme se constrói a partir de uma progressão narrativa, criada
em dois momentos. Primeiro, pelo ritmo das ações do filme, começando com uma
continuidade narrativa linear, para chegar à desconstrução dessa linearidade,
intercalando ações contínuas de forma alternada, no final do filme.
Em outro sentido, a progressão acontece através da construção do
imaginário da personagem e sua ligação com o suicídio. Num primeiro momento,
essa ligação é totalmente distanciada pelo uso dos inserts, ilustrando o imaginário
da personagem. Depois, ela quebra com esse distanciamento, quando o insert é
inserido após a ação imaginária ser vista de forma realista – na seqüência em que
a personagem corta o dedo em frente ao espelho do banheiro. E por último,
quando a ação de fato se torna real, o insert não é mais utilizado, e ao invés disso
o que temos, não por acaso, é a imagem da câmera fotográfica, antecedendo o
tiro que a personagem da na própria boca.
De modo geral, a montagem trabalha paralelamente uma aproximação e
um distanciamento do espectador em relação à narrativa, evidenciando as
simbologias criadas pela direção de arte e o naturalismo buscado pela fotografia,
em prol de uma estrutura que busca uma compreensão, evitando ser óbvia ou
didática, mantendo assim a dramaticidade e a subjetividade como uma única
força dentro do filme.
6.2. Sobre o processo

O trabalho de montagem começou antes da ilha de edição, já na produção


do Storyboard, essencial para uma melhor aproximação com a decupagem e com
a linguagem do filme.
A organização do projeto (realizado no programa FinalCut Pro) e a
nomeação e conversão dos takes de vídeo e áudio foram os primeiros passos
para a montagem do curta-metragem.
O primeiro contato com o material bruto, um total de 3h56min de imagens
gravadas, ocorreu simultâneo à sincronização deste com o som direto, e já se
tornou possível ali observar as primeiras problemáticas em relação à montagem e
pensar numa primeira estrutura para o filme.
Do material bruto, foi selecionado aproximadamente 1 hora e 20 minutos
de material. O primeiro corte que resultou em um total de 20 minutos de filme a
partir do material selecionado, foi a principio uma organização seqüencial e
contínua do filme, da forma como se apresenta no roteiro, ainda sem inserção de
qualquer tipo de linguagem ou material externo.
Um segundo corte, realizado a partir de observações do diretor, da equipe
e do orientador, acompanhava ainda a linguagem seqüencial e contínua, agora
trabalhando também com uma estrutura mais focada na possível forma que o
filme teria.
O terceiro corte já trouxe total desprendimento da continuidade indicada no
roteiro, a favor de uma estrutura que agregasse ao filme significados antes
intencionados pelo roteirista/diretor. A estrutura seqüencial foi alterada, e algumas
cenas e planos foram suprimidos. Passou-se a pensar na atmosfera e no ritmo,
visto que estes eram mais essenciais para o resultado final do filme do que a
linearidade narrativa.
A busca pela fragmentação, proposta pelo projeto inicial e já iniciada no
roteiro e na decupagem, acontece na montagem através dos constantes jump
cuts nas cenas, e também na fragmentação dos diálogos. A continuidade de
planos em uma mesma cena foi mantida em sua maioria, sendo fragmentada
apenas em casos específicos, como na seqüência do banheiro, onde inserts
foram utilizados para criar a atmosfera e alterar a temporalidade da ação.
A relação entre a vida da personagem e seu trabalho é feita,
principalmente, através dos inserts fotográficos que aparecem em meio às
seqüências – recurso este que já aparecia no projeto inicial. Além dos inserts, há
na montagem o uso dos blacks como único meio de transição entre uma cena e
outra, alternativo ao uso do corte seco (outras formas de transição, como
sobreposição de imagens e fades, não caberiam à proposta de linguagem do
filme). Esses blacks aparecem como um disparo fotográfico, intensificando a
ligação da personagem com a fotografia – essa relação fica mais evidente na
ultima vez em que ele aparece no filme, logo após um plano onde vemos a
câmera fotográfica sobre um tripé, antecipando o momento em que a personagem
atira na própria boca.
Outro aspecto que relaciona a linguagem do filme ao trabalho da
personagem é o uso do film burn (efeito que reproduz o fenômeno que ocorre
quando há alteração de cor na captação da imagem, muito comum na captação
em filme, tanto fotográfica quanto cinematográfica). Esse efeito foi
propositalmente inserido uma única vez ao longo do filme, na seqüência em que
Clarice se desfaz de seu trabalho, jogando fora suas plotagens.

(AINDA EM FASE DE DESENVOLVIMENTO)


CAPÍTULO 7. DIREÇÃO DE SOM

7.1. Concepção

O filme tem uma construção sonora que pretende se aproximar de


questões subjetivas da personagem e por desejo retratar sonoramente o universo
de Clarice, sem pretensão de se fazer realista, na qual a base de trabalho é o
aspecto sensorial da personagem, deixando assim de lado uma observação
realista do universo que a cerca. O essencial é expor as angustias e os medos
oriundos da suas decisões, acompanhando a evolução desses sentimentos desde
o momento pós-assassinato do marido até o momento do suicídio, trazer aos
ouvidos de quem assiste elementos que não estão na tela, mas que se encontram
apenas nos sentimentos da personagem e dessa maneira tentar agir no
psicológico criativamente do próprio espectador.
Clarice tem muito presente em seu universo alguns elementos que serão
fortemente trabalhados: a morte, a fotografia e a sua posição enquanto mulher,
incluindo assim sua relação com o universo masculino e com a sua gravidez.
Sonoramente o filme será carregado de elementos, com pouco ou nenhum
momento de silêncio. A presença da morte, que costura o filme do começo ao fim
será aqui representada pelo excesso de sons, se tornando então uma presença
constante. Tendo como principal referência o episódio “ Amarás a Deus sobre
todas as coisas” da série Decálogo de Krzysztof Kieslowski onde nos ambientes
internos praticamente não se tem presença de ambiência, o som é sempre muito
limpo e já nos externos a ambiência chega a ser tão alta a ponto de se torna
incomoda. O excesso de sons em externas parece representar a morte que
aguarda os personagens do lado de fora da casa. No caso do trabalho de
Kieslowski, a morte parece querer de certa forma avisar os personagens da sua
chegada, no caso do curta-metragem ela já se fez presente e agora se torna
quase que uma companheira de Clarice.
O trabalho fotográfico da personagem é realizado com uma câmera
atualmente não muito comum, a Mamiya 645, que funciona com bateria apenas
para o visor prismático, na qual se avança o rolo à manivela, assim como a
liberação da cortina fotográfica, entre outros sons oriundos do funcionamento da
câmera serão utilizados. Não só os sons de todo esse processo da câmera, mas
todos os ruídos referentes ao processo de revelação serão retratados igualmente,
porém não de maneiras realista, criando-se uma mixagem alta a idéia desses
ruídos muito presentes. As maiores referências para esse trabalho é o Episódio
Piloto da série Twin Peaks de David Lynch onde esse artifício de tornar um som
mais presente é muito utilizado, como exemplo temos uma cena onde uma
personagem fura um copo de café com um lápis, o som do grafite perfurando o
isopor é mais presente do que a fala dos personagens, assim como o ruído de
quando o lápis é retirado.
Sua relação com a gravidez e o universo masculino será trabalhado com o
equilíbrio ou desequilíbrio de sons que representarão os universos masculino e
feminino e a primeira fase da infância, sendo o universo masculino representado
por sons graves e o feminino por sons agudos. Já os ruídos referentes à criança
que dá título ao filme serão produzidos por objetos de plástico e borracha que são
manuseados por bebês, assim como chupetas, mamadeiras, caldeirões e
brinquedos, orquestrados de maneira a se tornarem completamente incômodos
aos ouvidos dos espectadores. Esse tipo de construção com excessos de
elementos e uma mixagem alta é muito bem realizada em “ O Assassino da
Furadeira” de Abel Ferrara que já começa com um letreiro que diz: “Esse filme
deve ser projetado em volume ALTO.” Onde logo na primeira cena, onde o
personagem entra em uma igreja, já somos introduzidos em um universo subjetivo
completamente opressor construído com muitos elementos sonoros em um
volume bem alto.
Muito provavelmente a cena menos carregada sonoramente de todo filme
seja a cena inicial onde Clarice se encontra sentada em um banco de parque,
onde será utilizado como ambiência o som de um barco em alto mar pra
representar a solidão que nesse momento toma conta da personagem. Retirando
o espectador logo de cara de um trabalho mais clássico em relação ao som.
Como exemplo desse tipo de trabalho temos uma cena do filme “Repulsa ao
sexo” de Roman Polanski, no qual a personagem se imagina sendo agarrada por
um homem em seu quarto, e ao invés de escutarmos os sons de seus gritos ou
mesmo ruídos da cama ficamos apenas com um tic-tac de relógio durante toda a
seqüência.
No filme “Os Amantes da Ponte Neuf” de Leos Caraix é utilizado o artifício
da antecipação sonora de uma ação que também pretende ser utilizada no
projeto. No caso do longa é usado em uma cena onde os dois personagens
decidem se embebedar vemos o primeiro gole na garrafa de vinho e já passamos
a escutar duas pessoas rindo muito alto para então vermos a cena na qual ambos
estão deitados no chão completamente bêbados rindo muito alto, agregando a
construção sonora o papel de antecipação da cena seguinte. No caso de “Pétala”
essa premunição será realizada na cena onde a personagem atira na própria
boca, sendo assim o som do tiro antecipado, frustrando e privando o expectador
do momento clímax do filme através do uso criativo do som.

6.1.2. Pós-produção de som

Durante todo o trabalho de edição de som do filme, cada um dos


elementos captados, com exceção da voz, será substituído por sons captados
fora das locações, em foley ou pós-produzidos. Nesse sentido, as poucas falas do
filme serão captadas com microfones lapelas em canais diferentes do resto das
ações, com a intenção de serem isolados de todos os outros elementos, que
serviram apenas como guia pra toda a construção posterior. Em suma, o maior
trabalho em relação à direção de som do filme será o de finalização.
Vislumbrando o filme com uma captação de som direto relativamente simples,
com muitas cenas internas e poucos personagens e diálogos, conta com
possíveis empecilhos que podem ser suprimidos com uma boa escolha de
locação, que opte por ambientes com pouca interferência externa.

6.1.3. Decupagem sonora

SEQ. 1
◦ Ambientes

Alto mar.
Sons de crianças no parque.
◦ Ruídos de sala importantes/ Efeito

Ruídos agudos que reproduzam:


Esfregar de mãos de Clarice.
Clarice tentando remover a aliança.
Cachorro lambendo a sua mão
Passando a mão na cabeça do cachorro
Abrir do jornal
Mexer na bolsa
Pegar foto
Manuseio e fechar do jornal.
Som relacionado à fotografia em volume alto:
Manuseio do case.
Carregando o filme no chassi e conectando.
Colocando a lente.
Manuseio da câmera.
Som do obturador.

SEQ. 2
◦ Ambientes

Ruídos de Costa marítima.

◦ Ruídos de sala importantes/ Efeito

Sons graves que reproduzam:


Bater das portas do carro.
Zíper das malas e do mexer nas malas.
Partida do carro.

SEQ. 3

◦ Ambientes
Limpa, apenas com o som das fontes presentes na rua e dos
figurantes presentes na cena.

◦ Ruídos de sala importantes/Efeito

Sons graves que reproduzam:

Carro passando na rua.

Meninas pulando corda.

Chave e carro desligando.

SEQ. 4
◦ Ruídos de sala importantes/Efeitos

Composição de ruídos do universo fotográfico e sons graves de


acordo com a entrada das fotos.

SEQ. 5
◦ Ambientes

Som das fontes em volume mais alto.


◦ Ruídos de sala importantes/Efeito

Sons graves que reproduzam:

Manuseio do caderno.
Escrevendo a palavra.
Descendo do carro.
Passos até a galeria de arte.

SEQ.6
◦ Ambientes ruidoso composto por sons agudos e bastões de luz.
◦ Ruídos de sala importantes/Efeito

Um misto de ruídos graves e agudos que reproduzam:


Abertura da porta.
Passos das duas personagens.
Manuseio das plotagens.
Abertura da porta da galeria.
◦ Voz*

Normal

SEQ. 7
◦ Ambientes

Tanque da sala de revelação.


Bastão de luz.
◦ Ruídos de sala importantes/Efeito

Um misto de ruídos graves e agudos que reproduzam:


Abertura da porta.
Manuseio da luneta.
Rebeca se apoiando na mesa de luz.
Ruído muito agudo que reproduza Clarice riscando o positivo.
◦ Voz*

Normal

SEQ. 8
◦ Ambientes

Som das fontes em volume mais alto.

Ruídos de sala importantes/Efeitos


Sons graves que reproduzam:
Manuseio das plotagens
Abertura das portas do carro.
Mão na barriga de Clarice.
Personagem entrando no carro.
◦ Voz*

Normal

SEQ. 9
◦ Ambientes

Ruidoso.
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Sons graves que reproduzam:
Carro parando.
Passando a mão e beijando o cachorro.
Abertura das portas.
Cachorro descendo do carro.

SEQ. 10
◦ Ambientes

Ruidoso.
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Sons graves que reproduzam:
Abertura de porta.
Manuseio e queda das plotagens.

SEQ. 11
◦ Ruídos de sala importantes/Efeitos

Composição de ruídos do universo fotográfico e sons graves de


acordo com a entrada das fotos.

SEQ. 12

◦ Ambientes
Ruidoso .
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Sons graves que reproduzam:
Cachorro correndo.
Clarice entrando no carro e dando partida.
◦ Voz*

Normal

SEQ. 13
◦ Ambientes

Ambiência de floresta muito alto e ruidoso, totalmente irreal.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Passos do cachorro muito alto na grama.

SEQ. 14
◦ Ambientes

Tempestade.
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves e agudos que reproduzam:
Abertura do vidro.
Acendendo o cigarro.
Bebendo vodca.
Anotando no caderno.

SEQ. 15
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves e agudos que reproduzam:
Abertura da porta.
Colando bolsa e case no chão.
Retirada do casaco.
Pendurando o casaco no mancebo.
Passos.

SEQ. 16
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves e agudos que reproduzam:
Passos.
Colocando água no copo.
Bebendo água.

SEQ. 17
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons que remetam ao universo fotográfico e
diversos sons de água:
Molhando o papel na bandeja.
Passando os papeis entre as bandejas.
Prendendo a foto no varal.

SEQ.18
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves que reproduzam:
Sons dos passos e de Clarice arrastando o cadáver.
SEQ. 19
◦ Ambientes

Chuva e um constante gotejar.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves que reproduzam:
Clarice dentro da banheira, afundando e emergindo.

SEQ. 20
◦ Ambientes

Chuva e um constante gotejar.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves que reproduzam:
Clarice penteando o cabelo.
Manuseio da faca.
Limpeza do cadáver.
Soltando o cadáver.
Desligar da torneira.
Pegando a toalha e secando os cabelos.

SEQ. 21
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água.


◦ Ruídos de sala importantes/Efeitos

Composição de sons graves que reproduzam:


Ruído alto do ferro do forno rangendo ao abrir.

Manuseio da forma e das luvas.

Clarice colocando chantilly no bolo.


Manuseio do bolo, dos pratos e das velas.

◦ Música*

Paul and Paula - Hey Paula


Bob dylan - Don't think twice it's all right

SEQ. 22
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves que reproduzam:
Abrindo a bolsa e retirando a arma.

SEQ. 23
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água do universo infantil.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons do universo infantil que reproduzam:
Passos.
Porta abrindo.

SEQ. 24
◦ Ambientes

Chuva composta com outros sons de água do universo infantil.


Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons do universo infantil que reproduzam:
Clarice pegando e destruindo as bonecas de porcela.
Sons muito altos de porcelana quebrando.
Clarice sentando na cadeira.
SEQ.25
◦ Ambientes

Chuva com uma composição de sons graves, agudos, de água,


do universo infantil e do universo fotográfico.
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Composição de sons graves que reproduzam:
Cortando e manuseando o bolo.
Arma disparando.
Tirando um quadrante do back da Polaróide.

SEQ. 26
◦ Ambientes

Ruidoso com uma composição de sons graves, agudos, de água, do


universo infantil e do universo fotográfico.
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Ruído grave muito alto.

SEQ. 27
◦ Ambientes

Ruidoso com uma composição de sons graves, agudos, de água, do


universo infantil e do universo fotográfico.
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Disparador da câmera.

SEQ. 28
◦ Ambientes

Silencio
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Ruído grave muito alto.
SEQ. 29
◦ Ambientes

Silêncio
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Som muito agudo de objetos metálicos raspando.

6.1.4. Cobertura de som / pós-produção

◦ Ambientes

Alto mar.
Sons de crianças no parque.
Costa marítima.
Fontes.
Bastões de luz.
Ambiência de floresta muito alto e ruidoso, totalmente irreal.
Passos do cachorro muito alto na grama.
Tempestade.
Chuva composta com outros sons de água.
Gotejar.
Sons do universo infantil(chupetas, mamadeiras, brinquedos)

◦ Ruídos agudos que reproduzam:

Esfregar de mãos de Clarice.


Clarice tentando remover a aliança.
Cachorro lambendo a sua mão
Passando a mão na cabeça do cachorro
Abrir do jornal
Mexer na bolsa
Pegar foto
Manuseio e fechar do jornal.
Som relacionados a fotografia em volume alto:
Manuseio do case.
Carregando o filme no chassi e conectando.
Colocando a lente.
Manuseio da câmera.
Som do obturador.
Ruído muito agudo que reproduza Clarice riscando o positivo.
Som muito agudo de objetos metálicos raspando.
Sons graves que reproduzam:
Bater das portas do carro.
Zíper das malas e do mexer nas malas.
Partida do carro.
Limpa, apenas com o som das fontes presentes na rua e dos
figurantes presentes na cena.
Carro passando na rua.
Meninas pulando corda.
Chave e carro desligando.
Manuseio do caderno.
Escrevendo a palavra.
Descendo do carro.
Passos até a galeria de arte.
Abertura das portas do carro.
Mão na barriga de Clarice.
Personagem entrando no carro.
Carro parando.
Passando a mão e beijando o cachorro.
Abertura das portas.
Cachorro descendo do carro.
Abertura de porta.
Manuseio e queda das plotagens.
Cachorro correndo.
Clarice entrando no carro e dando partida.
Ambiência de floresta muito alto e ruidoso, totalmente irreal.
Ruídos de sala importantes/Efeitos
Passos do cachorro muito alto na grama.
Sons dos passos e de Clarice arrastando o cadáver.
Clarice dentro da banheira, afundando e emergindo.
Clarice penteando o cabelo.
Manuseio da faca.
Limpeza do cadáver.
Soltando o cadáver.
Desligar da torneira.
Pegando a toalha e secando os cabelos.
Ruído alto do ferro do forno rangendo ao abrir.
Manuseio da forma e das luvas.
Clarice colocando chantilly no bolo.
Manuseio do bolo, dos pratos e das velas.

◦ Um misto de ruídos graves e agudos que reproduzam:

Abertura da porta.
Passos das duas personagens.
Manuseio das plotagens.
Abertura da porta da galeria.
Abertura da porta.
Manuseio da luneta.
Rebeca se apoiando na mesa de luz.
Manuseio das plotagens
Abertura do vidro.
Acendendo o cigarro.
Bebendo vodca.
Anotando no caderno.
Abertura da porta.
Colando bolsa e case no chão.
Retirada do casaco.
Pendurando o casaco no mancebo.
Passos.
Colocando água no copo.
Bebendo água.
Abrindo a bolsa e retirando a arma.
◦ Composição de sons do universo infantil que reproduzam:

Passos.
Porta abrindo.
Clarice pegando e destruindo as bonecas de porcelana.
Sons muito altos de porcelana quebrando.
Clarice sentando na cadeira.
Cortando e manuseando o bolo.
Arma disparando.
Tirando um quadrante do back da Polaróide.
Disparador da câmera.

◦ Composição de sons que remetam ao universo fotográfico e


diversos sons de água:

Molhando o papel na bandeja.


Passando os papeis entre as bandejas.
Prendendo a foto no varal.
Som do obturador.

◦ Composição de sons do universo infantil que reproduzam:

Porta abrindo.
Clarice pegando e destruindo as bonecas de porcelana.
Sons muito altos de porcelana quebrando.
Clarice sentando na cadeira.

6.2. Análise de locação

Parque: O parque escolhido pela a equipe é o Parque da Água (Vitor, por


favor colocar o endereço) que apesar de ter um ambiente sonoro adequado em
relação ao trânsito, tem muitas galinhas soltas no parque. Isso atrapalha não só a
captação da ambiência como dos ruídos. Sendo assim optamos por captar a
ambiência em outro parque e os ruídos de sala em estúdio.
Rua e porta da galeria de Arte: A equipe optou por nessa cena uma Rua
Avanhandava, uma rua do centro de São Paulo que tem um teor totalmente irreal.
Durante a visita a essa locação, nos horários escolhidos para a filmagem (6 da
manhã de sábado) observei que a rua não é rota de aviões, no entanto apresenta
um som de trânsito bem intenso desde cedo, assim como o som das fontes
presentes na rua. Um grande problema dessa rua é também as Possíveis
interferências de rádio, em uma tentativa de fugir dessas Possíveis interferências
optei pelo microfone da Sennheiser Mkh-416, que é um modelo menos suscetível
a interferências. Devido aos problemas com o trânsito, optei por captar durante a
madrugada os sons das fontes, do carro e dos figurantes, no entanto o dialogo
será dublado.
Galeria de Arte: Observar dependendo do bairro que dia é menos
barulhento. Preparação do ambiente pra tirar a reflexão de som causada pelo
paralelismo das paredes.
Terreno Baldio: Observar de acordo com o bairro que dia é mais silencioso,
além de rota de avião e avenidas próximas.
Casa de Clarice: A casa que possivelmente vai ser utilizada como locação
não foi ainda visitada nem pelo som, nem pela foto, mas essa visita já está
agendada. No entanto a partir dos relatos da equipe de direção e arte do filme, os
Possíveis problemas da locação são o fato dela ser rota de avião e ficar em uma
avenida bem movimentada em frente ao parque da Aclimação, alem desses
problemas com o ambiente do bairro temos também o fato de que durante todas
as cenas da casa temos a projeção da água da chuva pelas janelas da casa,
sendo assim durante todos os planos vai existir um mecanismo despejando água
próximo das janelas da casa. Ficou então estabelecido com a direção que todos
os sons da casa vão ser feitos em locação, mas serão sons de cobertura,
captados em horários mais favoráveis ao som.
Carro de Clarice: Todas as cenas do carro serão captadas em ruas mais
favoráveis ao som.
Banheiro e Quarto escuro: Ambas as cenas serão feitas nos estúdios da
universidade, com um maior controle do ambiente sonoro.

(SERÁ ADICIONADA PARTE DE PRODUÇÃO)


CONCLUSÃO

(Será feita)
ANEXOS

1. Processo criativo do roteiro

Estudando a concepção da figura feminina dentro de um universo dotado


de uma visão estritamente falocêntrica, partiu-se então a criação da estrutura
básica do roteiro, tendo em vista a inserção de teorias e pesquisas sobre tal
temática no contexto mais profundo da história que pretendia desenvolver.
Os diversos aspectos psicológicos e alegóricos foram introduzidos ao roteiro,
gerando as ações, assim como suas motivações e desfecho da personagem.
No livro “Pedro Almodóvar e a Feminilidade” de Ana Lucilia Rodrigues, cria-se um
paralelo entre essa retratação distorcida da mulher, com base em outras teorias,
levantando o fato de que a mulher não é amada por aquilo que ela é e sim por
aquilo que ela finge ser. Partindo deste principio a personagem passa a adotar
como profissão a fotografia, escondendo-se parcialmente seu rosto, permitindo
que se veja apenas metade ou quase nada, fragmentando-a e transformando-a e
algo plástico e irreal.
O restante da interessante teoria que é desenvolvida no decorrer deste
mesmo livro, com fundamentos dos textos de Lacan e Freud, criou-se a
adaptação da composição e criação fotográfica que está personagem teria,
adotando e assimilando o conceito pré concebido de semblante, mascarada e por
fim véu, como máscara necessária para encobrir revelações grotescas quanto ao
pecado, culpa e sofrimento.
A expressão de tais teorias não apenas definiu o rumo da expressão
artística da personagem como individua, mas também fomentou seu destino, com
a criação de uma dubialidade na personagem apresentada, aparentando ser algo
ao olhar dos outros, quando no interior deseja outras coisas das quais não
extravasa. A criação do assassinato do marido choca-se com a personagem que
inicialmente é apresentada. Para suavizar ainda mais a figura da mulher, decidi
fazê-la grávida, dividindo não apenas com a forma como a personagem se porta,
mas como o físico que apresenta, atingindo essa suavidade e inofensividade
desejada.
Tendo em mão pequenos fragmentos da história a ser desenvolvida,
passei a pesquisar sobre mulheres que foram grandes artistas e tiveram
reconhecimento em potencial. A vida e a obra da pintora barroca italiana
Artemísia Gentileschi, sendo a maior pintora de seu tempo, retratando seu
desprezo pela figura masculina devido a uma experiência de estupro que sofreu
quando era aprendiz de Agostino Tassi. Essa fúria foi integrada na concepção de
criação artística da personagem Clarice, também.

Judite decapitando Holofernes de Artmisia gentileschi.


Outra figura conhecida no ramo artístico a ser pesquisa foram à escritora
Virginia Woolf, a fotógrafa Diane Arbus e por fim a poetisa e novelista Sylvia
Plath.
Todas tiveram algo em comum em suas obras e suas vidas pessoais. As
três cometeram suicido, eram casadas com competentes profissionais que
atuavam no mesmo ramo que elas e fatalmente desacreditando de seus
potenciais artísticos.
Na leitura e releitura dos livros e na analisa das fotos destas três mulheres,
a que mais deu base de criação e finalização ao roteiro foi a compilação de
poemas “Ariel” de Sylvia Plath, escrita tempos antes de sua morte, publicada
postumamente e principalmente o romance “A Redoma de Vidro” que conta a
história de uma jovem mulher bem sucedida profissionalmente que se vê perdida,
vazia e incompleta, desenvolvendo fortes tendências suicidas. Um determinado
trecho do livro foi usado como base para a apresentação da personagem Clarice,
adotando então o papel de livre adaptação para o roteiro.

“... até achar a foto instantânea que eu tinha tirado naquela tarde, na
cabine de lona listrada laranja e branco, no parque.
Coloquei-a quase ao lado da foto desfocada da moça morta.
Combinava, boca com boca, nariz com nariz. Só os olhos eram
diferentes. Na minha foto, os olhos estavam abertos e na foto do jornal,
fechados. Mas eu sabia que, se alguém abrisse os olhos da moça, eles
iam me olhar com a mesma expressão morta, soturna e vazia da foto
instantânea.
Guardei a foto de novo na bolsa.
“““Vou ficar sentada aqui neste banco tomando sol no parque por mais
cinco minutos, marcados pelo relógio daquele prédio lá, depois vou
para algum lugar e faço pensei.”.
Trecho extraído do livro “A Redoma de Vidro” de Sylvia Plath.
2. Fichas de análise técnica

ANALISE TÉCNICA FICHA Nº __1__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: __2__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


1 EXTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS
- Clarisse sentada com caderno e objetos ao lado
- Tenta remover aliança e mancha de sangue. Parque
Interage com cão.
- Compara foto 3x4 com a do jornal.
- Mexe na máquina.
- Aperta o dispatador.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- cão com coleira em cena
- banco de parque
- caderno de anotações
- case de máq. Fotográfica - aliança de casamento
- jornal
- bolsa de Clarisse
- foto 3x4
- câmera Fotográfica (Mamiya
645)
- lente 80 mm
- filme

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- mancha de sangue (mão)
- mão inchada

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __2_

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _2__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


2 INTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS
- Clarice arruma coisas no banco detrás do carro.
Guarda-as no porta-malas. Entra no carro e dá a Carro
partida

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
-carro em cena
- roupas - aliança de casamento
- 2 malas
- sacos de comida
- chave do carro

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE
COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _3__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _3__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


3 INTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

-Clarice estaciona carro em frente galeria de arte. - Interior carro


Três meninas brincam de corda na rua - f achada galeria de arte

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice 3 meninas

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
-carro em cena
- aliança de casamento
- corda

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _4__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _3__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


4 INTERNA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- navalha na pia Interior banheiro


- corte no pulso
- esfrega lábios em frente ao espelho

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
Espelho banheiro
- Navalha - aliança de casamento

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- sangue (pulso)

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __5_

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _3_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


5 EXTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
INTERNA CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- Dentro do carro anota “Navalha” no caderno. - Interior carro


Sai do carro. - f achada galeria de arte

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- cão com coleira em cena
- aliança de casamento
-cederno
-caneta/ lápis

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _6__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _3__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


6 INTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- Rebeca cumprimenta Clarice pelo seu -interior galeria


aniversário e a acompanha para dentro da
galeria.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarisse
Rebeca

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- bancada recepção
- aliança de casamento

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __7__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _4__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


7 INTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- Rebeca e Clarice entram e conversam na sala - interior sala com mesa de luz
com mesa de luz. Rebeca se retira. Clarice
arranha positivos.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice
Rebeca

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- mesa de luz - aliança de casamento


- tira de positivo
- luneta para análise de
fotogramas

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _8_

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _6_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


8 EXTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice guarda plotagens no banco de trás do - f achada galeria de arte


carro e se despede de Rebeca.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice
Rebeca

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- plotagens - aliança de casamento - carro

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __9__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _6__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


9 INTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice estaciona em terreno baldio e deixa - Interior carro


cachorro sair do carro.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- cachorro em cena
- aliança de casamento

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __10__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _6__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


10 EXTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
DUBLAGEM CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice tira plotagens do carro e as arremessa no - terreno baldio


chão

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- aliança de casamento
- plotagens

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _11__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _7__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


11 INTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

-Clarice abre tanque de gasolina, despeja - garagem


gasolina em si própria e acende fósforo.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- aliança de casamento
- tanque de gasolina de
plástico
- líquido gasolina
- fósforos (caixa de fósforo)

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _12__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _7__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


12 EXTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice aremessa plotagens, liberta cachorro e vai - terreno baldio


embora.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- plotagens - aliança de casamento -cachorro em cena

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _13__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _7__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


13 EXTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Cão de Clarice corre sozinho entre as árvores.

PERSONAGENS FIGURANTES

(cão de Clarice)

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- cachorro em cena

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _14__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _7__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


14 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
DUBLAGEM CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- Clarice olha pelo vidro do carro - interior do carro


- Acende cigarro
- Bebe vodka
- Escreve “Gasolina” em seu caderno
- Desce do carro e se apóia no capô

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- carro em cena
- cigarros - aliança de casamento - chuva
- fósforo (e caixa)
- garrafa de vodka
- caderno
- caneta/ lápis

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _15__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _8__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


15 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

-Clarice chega em casa, deixa suas coisas, tira - Hall casa de Clarice
casaco e vai em direção à cozinha.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
-chuva
- 2 malas - casaco
- bolsa - aliança de casamento
- case fotográfico
- mancebo

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- roupa molhada

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _16__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _8__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


16 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

-Clarice atravessa cozinha, pula corpo do marido - interior cozinha


e toma água da torneira.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice
Marido (morto)

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- rasto de sangue
- copo - 2 alianças de casamento - chuva

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- sangue (marido)

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _17__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: __8_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


17 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice revela fotos - quarto escuro

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- chuva
- papel fotográfico - aliança de casamento
- líquido
- 2 bandejas
- fotos de carrossel
- varal

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _18__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _8_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


18 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice tira arrasta corpo do marido para fora da -interior cozinha


cozinha.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice
Marido (morto)

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- 2 alianças de casamento -chuva

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- sangue (marido)

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _19_

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _8__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


19 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice com seu marido na banheira. - banheiro/ banheira


(olha para marido – olha para teto – afunda e
emerge)

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice
Marido (morto)

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- 2 alianças de casamento - chuva

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- sangue (marido)

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _20_

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _9_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


20 INTERNA NOITE DUBLAGEM ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

-Clarice se penteia -banheiro/espelho


-Corta-se
-Envolve-se nos braços do marido.
-Lava as manchas de sangue e seca os cabelos
do marido.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice
Marido (morto)

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)
- 2 alianças de casamento -chuva
- faca -roupão
- pente
- (chuveirinho)
- toalha

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- sangue (marido)

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _21__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: ____


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


21 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice prepara bolo. -cozinha/forno

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- forma - aliança de casamento - chuva


- bolo - comida de cena: bolo e
- par de luvas chantily
- tudo de chantily
- par de velas (números 30
anos)
- 2 pratos

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _22__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _9__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


22 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice tira arma da bolsa. - corredor

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- aliança de casamento - chuva


- bolsa
- arma

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __23__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _ 9__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


23 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice caminha pelo corredor e entra no quarto - corredor/ porta do quarto


de Pétala

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- aliança de casamento - chuva


- placa: “PÉTALA”

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº _24__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _9__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


24 INTERNA DIA DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- Clarice destrói bonecas - quarto Pétala


- Senta-se ao lado do berço

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- aliança de casamento - chuva


- prateleiras
- bonecas de porcelana
- cadeira
- berço

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __25__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _10__


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


25 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- Clarice serve bolo para ela e marido - sala/sofá


- Apronta máquina
- Coloca arma na boca
- A câmera dispara

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice
Marido (morto)

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- 2 alianças de casamento - chuva


- câmera
- tripé
- disparador da câmera
- bolo
- arma
- sofá
- mesa de centro
- 2 pratos
- 2 garfos
- faca

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- sangue (marido)

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __26__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _10_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


26 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice, ao lado do berço, olha palavras escritas - quarta Pétala


no caderno e acrescenta “Revólver”.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- caderno - aliança de casamento -chuva


- caneta

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __27__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _10_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


27 INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
DUBLAGEM CONTATO:

AÇAO CENARIOS

- Clarice dispara a arma. Mancha se sangue na - sala/ parede


parede.

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- aliança de casamento - chuva


- arma
- quadros com fotos
- sofá
- mesa de centro

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa


- sangue (parede e objetos)

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

- barriga de gravidez falsa VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __28__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _10_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


INTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Clarice se agacha e olha embaixo do berço. - quarto Pétala

PERSONAGENS FIGURANTES

Clarice

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

-berço - aliança de casamento - chuva

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

- barriga de gravidez falsa

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
ANALISE TECNICA FICHA Nº __29__

“PETALA” roteiro e direção de Vitor Dourado *PAGINA DO ROTEIRO: _10_


Baseado no 10º Tratamento do roteiro

SEQUENCIA CENAS LUZ LUZ SOM LOCAÇAO:


29 EXTERNA NOITE DIRETO ENDEREÇO:
CONTATO:

AÇAO CENARIOS

Carrossel girando. - Parque/ carrossel

PERSONAGENS FIGURANTES

CENOGRAFIA (OBJETOS DE CENA FIGURINO E ACESSORIOS OBS. PRODUÇAO


ADEREÇOS)

- Carrossel

MAQUIAGEM E EFEITOS EQUIPAMENTO SOM EQUIPAMENTO FOTOGRAFIA


ESPECIAIS

MAQUINARIA / ELETRICIDADE COMIDA DE CENA

ANIMAIS

VEICULOS

ARMAS

OBS GERAIS

FEITO POR: Mirrah Iañez

DATA: 01/05
3. Contratos de atores

(Precisa Escanear)
4. Contrato de locação

(Precisa Escanear)

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