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Roteiro 1 - Trauma
Roteiro 1 - Trauma
Hoje eu vou te contar como eu desenvolvi um trauma com um simples batom vermelho
e nunca mais confiei em ninguém.
Eu tinha 7 anos e era super tímida, eu não tinha exatamente o biotipo que as pessoas
chamam de bonita.
Mas também como a maioria das meninas, eu era apaixonada pelo menino mais
popular do colégio.
Cena 3: Zoom out, a menina está a olhar para o lado, onde um rapaz conversa
com outro e duas meninas estão ao lado deles, com cara de apaixonadas,
corações subindo ao lado delas. A menina tímida está na extremidade esquerda
da tela e a turma está na extremidade direita. O cenário são os armários
escolares.
mas um dia eu decidi contar para minha melhor amiga. Ela obviamente prometeu
guardar segredo. Mas um dia… parte dois
Cena 5: Zoom out, o suficiente para caberem dois personagens em plano Médio.
Entra uma segunda menina na cena, e a menina tímida fala algo no ouvido dela,
e ela faz um sinal de cruz em cima da boca em sinal de guardar segredo
Um dia ela foi para o colégio e levou um batom vermelho, naquela época era bem
incomum crianças da nossa idade usar batom, especialmente dessa cor, mas ela me
disse que esse batom me deixaria linda e com isso eu iria conquistar o Alan…
Cena 6: outro cenário, em frente a uma lousa, a menina tímida está parada e
chega a amiga com um batom na mão. Cena com as personagens em corpo
inteiro.
Saímos pelo recreio e ela me fez cumprimentar todo mundo que encontrávamos até
acharmos o tal do Alan.
Eu fui ficando muito animada porquê de fato todo mundo que olhava para mim ficava
impressionado, eles realmente pareciam surpresos.
Cena 9: Em primeira pessoa, a menina vai andando entre pessoas que se
alternam na esquerda e na direita, e elas estão todas olhando para a “câmera”
com cara de espantadas.
Até que finalmente encontramos o Alan, eu já mais confiante gritei o nome dele, ele
olhou para trás e eu acenei …
Cena 10: Em primeira pessoa. Menino aparece no centro da tela, a “câmera” para
de andar. Aparece um balão de voz na tela escrito “Alan” e uma mão acenando.
Cena 11: o menino fica parado com cara de espanto e acena bem sem graça
dizendo “oi”
Eu fiquei tão feliz, agradeci minha amiga porque naquele dia pela primeira vez me
senti notada. Quando o recreio acabou ela me disse para ir ao banheiro tirar o batom
porque a professora poderia reclamar (eu nem queria tirar porque amei a sensação de
ser admirada)
Cena 12: Em primeira pessoa. A “Câmera” vira um pouco pro lado, e “vê” a
amiga. A “câmera” dá alguns pulos com as mãos nos ombros da amiga.
Para de pula e a amiga fala algo.
Meu rosto estava cheio de batom, todo borrado.. Essa amiga, havia passado batom
em todo o meu rosto, eu estava parecendo uma palhaça, tinha batom até no meu
dente.
Cena 13: Primeira pessoa. Dentro de um banheiro aproximando de uma pia com
espelho. Aparece a imagem no espelho da menina tímida toda borrada de batom.
Cena 14: Menina olhando no espelho, com o batom borrado, com cara de
espantada e lágrimas escorrendo
Cena 15: Menina senta no chão, abraçando os joelhos e com a cabeça também
nos joelhos, fica chorando e soluçando. Não mais em primeira pessoa. Visão
lateral.
Mas eu tinha uma mania muito estranha de me olhar toda hora no espelho,
Cena 18: Mulher a lado de outras 2 pessoas, num elevador, uma vira a cabeça e
olha pra mulher, que abaixa a cabeça um pouco e olha para o lado contrário. A
cena encerra com a porta do elevador fechando.
Cena 19: Uma mulher vindo passar batom na outra, que levanta o braço
impedindo e balançando a cabeça negativamente
O trauma é definido tanto pelo hiato deixado na cadeia psíquica quanto pelo
excesso pulsional, que produzem sequelas na história do sujeito
Eles podem surgir nas mais variadas formas: desde dores físicas, como
somatização, até mudanças sociais e psíquicas, como irritabilidade,
ansiedade, tristeza profunda, queda na produtividade etc.
Por exemplo, quando alguém passa por um trauma, pode encontrar seus
sintomas anos depois, em uma situação que serve como gatilho para trazer
as memórias à tona, mesmo de que forma inconsciente.
Cena 26: Uma mulher vindo passar batom na outra, que levanta o
braço impedindo e balançando a cabeça negativamente – efeito de
cor para simbolizar que é uma lembrança.
Ao realizar a análise, ele consegue elaborar seu trauma com mais facilidade,
identificando as vivências que passou e as dores que sofreu em um
ambiente seguro e acolhedor, construído para a expressão livre das suas
angústias e dos seus anseios.
Entender o que é o trauma para a psicanálise e como ele acontece é
fundamental para desenvolver uma abordagem aprofundada e proporcionar
uma análise satisfatória para o paciente.