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Contexto cultural da África.

Cultura africana é vasta e diversificada, dotada de uma enorme riqueza imaterial, fator
que se explica tanto pela diversidade de etnias presentes na África quanto pela influência de
povos do Oriente Médio e europeus que tiveram contato com os africanos ao longo da
história. A combinação dos fatores migratórios, da colonização europeia e da diversidade
étnica no interior do continente fez com que
a África seja atualmente um continente em
que se fala vários idiomas e cultua-se várias
religiões e que se caracteriza por ser
pluricultural.

Dentre os povos do norte do


continente, destacam-se os hábitos e
costumes tradicionalmente islâmicos, pois
essa denominação religiosa é predominante
por lá. É comum nas sociedades, sobretudo
a egípcia e a marroquina, a prevalência do
uso do véu para as mulheres muçulmanas e
a instituição de um modelo patriarcal de
família, baseado nos costumes do
islamismo.

Já os povos do sul têm uma cultura mais vasta e, consequentemente, mais


diversificada. Em alguns lugares, predomina-se a cultura cristã, sobretudo nos que a
colonização estabeleceu-se com maior força, como a África do Sul. Já em outros, como o
Congo, Moçambique, Serra Leoa, Somália e Quênia, a prevalência do modo de vida tribal nos
interiores ainda é marcante, o que nos remete às religiões politeístas nativas ainda existentes.

Artes plásticas
Os povos africanos do Sul desenvolveram
diversas formas artísticas ligadas,
principalmente, às suas religiões. Trata-se de
artefatos, como máscaras, trançados de corda,
estatuetas e outros, esculpidos em madeira,
pedra ou confeccionados com tecidos. O
simbolismo dessas formas artísticas remete às
divindades ou a elementos do cotidiano e têm
significados diferentes para cada povo,
representando o sagrado, o profano ou ações
que fazem parte da cultura, como a guerra e a
coleta de alimentos (a maioria das tribos
subsaarianas possuía uma vida nômade, baseada
na caça e na coleta, antes da chegada dos europeus ao continente).

As esculturas em marfim dos povos Bakongo evidenciam a tradicional caça de


elefantes, animais que já foram abundantes em alguns lugares da África, para a alimentação.
As presas desses animais são feitas de um material denso e calcificado, o marfim, e eram
utilizadas para fazer esculturas e adornos, como colares.
Música e dança
A música e a dança fazem parte das culturas tribais africanas. Embaladas por um ritmo
marcado por instrumentos de percussão, as danças africanas geralmente têm ritmo e
compasso rápidos, o que permite variações e movimentos diferentes.

Ambas artes, muitas vezes, possuem conotações religiosas e são utilizadas para marcar cultos
tradicionais, sendo elementos que atraem e agradam os orixás (ou os bons espíritos) e afastam
os maus espíritos. A música e a dança também são utilizadas nas tribos em comemorações e
festivais, sendo praticadas por todos os integrantes.

Alguns ritmos de origem africana são a capoeira (uma mistura de arte marcial com dança), o
batuque, o lundu e o coco. Muitos ritmos musicais ocidentais originaram-se com base na
música africana, como o samba, o axé e o maracatu no Brasil; o reggae na Jamaica; e o jazz nos
Estados Unidos.

São instrumentos típicos da cultura africana para a composição da música:


Atabaque: um instrumento de percussão fabricado
com madeira e couro de animais, geralmente tocado
com as mãos, também pode ser tocado com baquetas
finas de madeira. É utilizado hoje na capoeira, no
samba, no axé e no maracatu, entre outros ritmos.

Berimbau: Instrumento de origem angolana composto


por um arco de madeira, uma corda de arame e uma
caixa de cabaça, que amplifica o som que resulta da
vibração da corda.

Agogô: é um instrumento de metal que possui duas ou mais


campânulas (parte de fora de um sino sem a campainha, que é o
pêndulo interno) de metal e de tamanhos diferentes, presas por uma
haste também de metal. Uma baqueta de metal ou de madeira é
utilizada para vibrar as campânulas, que produzem o som.

Afoxé: é uma espécie de chocalho feito com uma cabaça e


uma rede trançada com linhas e sementes.
Culinária

As comidas africanas são o resultado de uma enorme mistura de sabores,


temperos, formas de preparo e ingredientes que estão sempre presentes nas receitas.

Inclusive, muitos desses ingredientes foram aproveitados no Brasil, trazidos ao


país pelos comerciantes de especiarias. São eles: quiabo, banana, café, gengibre,
amendoim, azeite de dendê, mandioca, jiló, entre outros.

Confira a seguir nossa lista de comidas africanas:

Chakalaka: Basicamente, é um molho feito com feijões e


legumes (repolho, tomate, cenoura, cebola, etc.) que serve de
acompanhamento para carnes. Também é consumido com pão, como
em uma sopa, só que servido frio.

Bobotie: É um dos mais famosos pratos típicos africanos,


mas na verdade, foi levado ao continente pelos holandeses e
teve sua origem na Indonésia, Trata-se de um preparo
de carne moída, que pode ser bovina ou ovina, com
especiarias como damascos e passas.

Bunny Chow: bunny chow é feito à base de molho de curry e


carne com legumes, servido em um pão, que é recheado com essa
mistura. é um prato típico da culinária da África do Sul, mais
especificamente da tradição dos indianos que foram
“contratados” para as plantações de açúcar do Kwazulu-Natal em
meados do século XIX.

Arroz Jollof: também chamado de Benachin, é um prato


de arroz típico de diversos países da África Ocidental.
Modo de vida na África

As condições de vida do povo


africano são péssimas, pois a qualidade
dos serviços públicos é precária e a
população não desfruta de políticas
assistencialistas.
As péssimas condições de vida
da população africana são divulgadas
por todo o mundo através dos meios
de comunicação (revistas, jornais,
televisão, internet, rádio etc.). A baixa
qualidade de vida desse povo é proveniente de diversos fatores, é possível apontar
como os principais: a dívida externa e a corrupção.
A dívida externa consome grande parte da receita das nações, além disso, existe
ainda o desvio de verbas, de recursos que deveriam ser investidos em serviços sociais
básicos (moradia, saúde, educação, entre outros); por isso, grande parte da população
africana não desfruta de políticas assistencialistas. Assim, a qualidade dos serviços
públicos é precária, o que resulta no pior IDH do mundo.
A África é o continente que apresenta a maior taxa de crescimento vegetativo do
mundo, cerca de 1,9% ao ano, fato que agrava ainda mais os problemas sociais existentes
(epidemia de doenças, fome, desemprego, e muitos outros). Se o crescimento populacional
africano continuar nesse ritmo, no ano de 2015 a população absoluta do continente será de
aproximadamente 1 bilhão de habitantes.

Apesar de apresentar taxas de mortalidade elevadas em todas as faixas etárias, as


taxas de natalidade são altas, em média, 3,7% ao ano. Atualmente, quase a metade da
população africana possui idade inferior a 15 anos.

Em razão da falta de serviços médicos, a expectativa de vida é muito baixa, geralmente


um africano não vive mais que 49 anos. Desequilíbrio que afeta diretamente a população
economicamente ativa, pois a quantidade de trabalhadores não é suficiente para manter os
jovens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho.

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