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TESTE DE AVALIAÇÃO DE BOMBAS

1.AVALIAÇÃO DE BOMBA

A bomba de deslocamento positivo é avaliada pela eficiência volumétrica.

Nesta avaliação é determinado qual a diferença entre a vazão teórica e a vazão real
nas condições operacionais, determinadas pela pressão (resistência ao deslocamento ao
fluido), pressão na admissão (atmosférica + coluna de óleo), velocidade de acionamento da
bomba (rpm ou golpes), viscosidade e temperatura

EFICIENCIA VOLUMÉTRICA = VAZÃO TEÓRICA – VAZÃO REAL

Na prática, realiza-se uma medição da vazão da bomba sem restrições na saída, ou


seja, com a pressão próxima a zero. Em seguida, a descarga da bomba é restringida,
consequentemente, a pressão eleva-se gradualmente e o valor da vazão debitado pela bomba
deve ser registrado. A avaliação da bomba é realizada comparando-se a vazão inicial com a
final, quando foi atingido a maior pressão.

RENDIMENTO VOLUMETRICO % = ( VAZÃO REAL X 100 ) / VAZÃO TEÓRICA


(sem pressão, ou seja,
sem restrição na descarga)

Cada fabricante e empresa possui um rendimento para sua bomba, em função


das suas características construtivas.

Uma bomba rotativa deve ser testada na rotação de projeto teórico, ou seja, 1800
rpm. Algumas raras bombas, possuem uma rotação máxima de 1200 rpm, como bombas
antigas de palheta.

Nas bombas de palhetas, pela sua característica construtiva, a rotação é determinante


para uma boa eficiência volumétrica, pois a força centrifuga contribuem com vedação das
palhetas.

Uma bomba em seu catalogo de aplicação tem sua curva apresentada, informando a
viscosidade do óleo e temperatura de teste. Em nossos serviços de testes, seja em oficina ou
campo, estes valores não são fundamentais para avaliar a bomba, pois realizamos as curvas
mantendo os mesmos parâmetros operacionais, ou seja, com o mesmo óleo (viscosidade) e
com pouca variação de temperatura, da menor à maior pressão.

Contudo, registramos a temperatura, viscosidade do óleo, para mantermos


informações complementares que auxiliem na interpretação dos resultados dos testes.
Ressaltamos, contudo, que a bomba deve trabalhar dentro de uma faixa de viscosidade e
temperatura compatível com as suas características.

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Registar-se, também, durante um teste, os demais parâmetros disponíveis, capazes de


auxiliar na interpretação do funcionamento da bomba, como rotação, pressão de carcaça,
vazão pelo dreno, pressão da admissão, etc.

Em uma bomba, cada ciclo de operação, um determinado volume de óleo é deslocado


pela via de saída da bomba. Este volume é chamado de deslocamento por revolução, que é
expresso em volume (ex. cc³ ou cm, in³) por revolução. Em bombas manuais alternadas esta
revolução é expressa em movimentos de acionamento (golpes) e em bombas rotativas em rpm
(rotações por minuto).

VAZÃO DA BOMBA = DESLOCAMENTO X RPM

NOTA: Bomba alternativas: VAZÃO DA BOMBA = DESLOCAMENTO X GOLPES

Exemplo: Cálculo de vazão


Bomba com rotação de 1800 rpm e deslocamento de 45 cc/revolução, então, vazão
será:

VAZÃO (litros/minutos) = 1800 x 45 cc/revolução / 1000 (para converter cm³ em litros)


= 81 litros/minuto

Quando ocorrer uma variação de rotação muito grande, ao levantarmos a curva de


uma bomba, então, podemos avaliar a bomba pela perda de deslocamento/ revolução. Assim,
eliminamos o erro na analise provocado pela variação da rotação. Para fazermos isto, em cada
ponto da curva levantada de uma bomba, devemos dividir a vazão medida pela sua
correspondente vazão (corrigindo o valor das unidades, quando necessário, por exemplo, de
litro para cm³) .

Optamos por utilizar bancadas com rotação de 1200 rpm, para atingir um maior
número de bombas e por ser um teste mais rigoroso de aceitação, uma vez que a vazão é
diretamente relacionada a rotação e o vazamento interno, que resultará em perda de volume
debitado, independe desta rotação (com exceção da bombas de palheta).

Por exemplo:
Uma bomba com deslocamento de 45 cm³/ revolução, com vazamento interno de 6 litros.
Então ,qual será o rendimento desta bomba em 1200 rpm e 1800 rpm.
✓ Vazão em 1200 rpm = 45 x 1200 /1000 = 54 litros/min
então, 6 litros representam um rendimento de ἠ % = (45 – 6) x100 / 45 = 86,6 %

✓ Vazão em 1800 rpm = 45 x 1800 /1000 = 81 litros/min


então, 6 litros representam um rendimento de ἠ % = (81 – 6) x100 / 81 = 92,6 %

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2. CUIDADOS NA PREPARAÇÃO DO TESTE E MONTAGEM DA BOMBA

Quando for montar uma bomba para testar, tome os seguintes cuidados:

a. A bomba deve esteja alinhada com o motor de acionamento.


b. O acoplamento deve estar sem desalinhamento, folga ou compressão sobre o eixo da
bomba.
c. As mangueiras e conexões selecionadas devem manter a via de admissão da bomba
“afogada” e sem restrição ao fluxo de óleo. No teste utilize mangueiras e redes, a qual
o diâmetro interno da mangueira de admissão e drenos seja maior que o respectivo
orifício da admissão e dreno. Ou seja, utilize “traços” das mangueiras de dreno e
admissão maior que das conexões.
d. A via de dreno deve manter a pressão da carcaça no menor valor possível (próximo a
zero psi). Com pouca restrição na linha de dreno e diâmetro adequado, qualquer falha
na bomba evitará a quebra do conjunto rotativo.
e. Preferencialmente, utilize conexões e mangueiras de baixa pressão no dreno, durante
os testes, para servirem como fusível durante esta atividade.
f. A linha de pressão deve ter o diâmetro adequado para não termos o fluxo turbulento.
Consulte a tabela de diâmetro de rede recomendada x vazão aplicada. (conforme
tabela anexa)
g. Encha a linha de admissão da bomba com óleo (escorvar bomba). A bomba de
deslocamento positivo não é autoescorvante, tem dificuldade de “aspirar” o fluido.
h. Caso a bomba tenha dreno, encha a carcaça de óleo
i. Verifique se as mangueiras e conexões estão na faixa de pressão recomendada.
j. Monte o circuito de teste.
k. Instale os manômetros e instrumentos de monitoramento do teste depois de montada
a bomba com conexões e mangueiras, para evitar danificá-los.
l. Caso a bomba tenha dreno, monitore a pressão da carcaça instalando um manômetro
e encha a carcaça com óleo limpo.
m. Toda as vezes, antes de ligar a bomba, certifique-se que todas as válvulas estão
abertas.
n. Acione a bomba em pequenos pulsos para purgar o ar. Caso seja necessário, folgue a
conexão de descarga para a saída do ar. Lembre-se que o ar deve ser purgado
preferencialmente pelo ponto mais alto e, em circuitos, o ar deve ser purgado na via
que vai para o tanque.
o. Torne a apertar as mangueiras que apresentam vazamentos.
p. Quando o profissional que montar um circuito de teste não possuir a devida
experiência necessária, então, este deve ser supervisionado e a montagem deve ser
verificada por um designado qualificado para esta função, antes de ligar a bomba e
durante a partida.

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3. SENTIDO DE ROTAÇÃO DE BOMBA

Atenção: cuidado com o sentido de rotação da bomba

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4. CUIDADOS DURANTE TESTE

a. Toda as vezes, antes de ligar a bomba, certifique-se que todas as válvulas estão
abertas.
b. Verifique as condições de instalação da bomba, a escorvação da admissão. Caso tenha
dreno, se este está cheio e afogado.
c. Aumente a pressão através de uma válvula que restritora ao fluxo, sempre de forma
suave
d. Aumentando a pressão tente manter a rotação da bomba sempre constante. Registre
a rotação.
e. Com o aumento da pressão, verifique e registre a variação de vazão da bomba em
vários pontos de pressão, tendo o cuidado para não ultrapassar o valor máximo de
trabalho da bomba.
f. Verifique e registre no relatório de teste todos os parâmetros necessários e possíveis,
que venham a colaborar com informações para analise do comportamento da bomba,
como temperatura do óleo e da bomba, pressão de carcaça, vazão de dreno, etc.
g. Critério de aprovação = conforme critérios do fabricante ou critérios pré-definidos pela
Vessel descritos na instrução de trabalho nº IT-07-062-DIVTEST.
h. Mantenha o cuidado com a pressão de carcaça, não deverá atingir valores que
comprometam a bomba, normalmente, a pressão máxima é de 2 bar. Casos especiais
devem ser informados antes do teste.
i. Monitore ruídos, vibrações, vazamentos pelo eixo e pela bomba.
j. Ao atingir o valor máximo de teste, no termino da avaliação, reduza a pressão
lentamente, sem golpes de aríete.
k. Não feche rapidamente uma válvula para evitar o golpe de arriete na linha.

Após a conclusão do teste

a. Desligue a bomba.
b. Retire os manômetros e instrumentos de monitoramento do teste, antes das conexões e
mangueiras, para evitar danificá-los.
c. Retire a bomba da bancada.
d. Isole todas as vias da bomba para evitar a entrada de contaminantes.
e. Limpe a área de trabalho e guarde as ferramentas utilizadas.

NÃO TRABALHE E DEIXE O AMBIENTE SUJO E COM ÓLEO NO CHÃO.

Atenção:

• Uma bomba fria não deve ser alimentada com óleo quente, pois pode engrimpar a
bomba.
• A variação rápida de pressão de uma bomba nova ou recém montada poderá
engrimpar, principalmente nas bombas de engrenagem. Acione a bomba pelo menos
durante 2 minutos à pressão zero e a velocidade moderada (não ultrapassar os 1200
rpm)
• Se a bomba aquecer (ao tato) sem carga, apresentar ruído ou vibração, as condições
de teste deverão ser avaliadas, e caso necessário, a bomba deverá ser desmontada e
inspecionada internamente.

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5. TESTE DE AVALIAÇÃO DE BOMBAS MULTIPLAS

Entende-se por bombas múltiplas as que possuem diferentes descargas


independentes, montadas no mesmo eixo de acionamento, podendo ter admissões comuns ou
separadas.
As bombas múltiplas deverão ser testadas pelas suas descargas de forma
independente, uma de cada vez.
As descargas que não estiverem em teste deverão estar com carga zero, ou seja, em
circuitos abertos deverão estar debitado para o tanque e em circuitos fechados deverão estar
retornando para a via de retorno da bomba.

6. CONTROLES DE DEBITO E MULTIPLOS CONTROLES


NO TESTE DE AVALIAÇÃO DE RENDIMENTO

Bombas podem ter um ou mais controles que alteram o debito da bomba (Vazão), em
função das necessidades operacionais.

Para podermos avaliar o rendimento destas bombas, torna necessário eliminarmos a


influencia destes controles, para termos a certeza que a redução de vazão de uma bomba é em
função do baixo rendimento volumétrico e não pelo comando de um controle.

Para cada tipo de controle, existe uma forma especifica de eliminação de seu
respectivo controle de débito.

Atenção: A maioria dos atuais controles limitadores de potência poderão se danificar


caso sejam ajustados apertando-se ao máximo, para coloca-los em potência máxima. Então,
para eliminar o controle, este deve ser estudado e analisado para cada modelo de bomba.

Quando não houver opção de elimina-los, então, no teste de rendimento da bomba


deve ser considerado a sua atuação e este regulado na maior potencia possível, sem
comprometer a integridade do controle. Ainda, deve se elevar em conta que durante o teste, a
potência da bomba não poderá ultrapassar a potência do motor elétrico.

Após o teste de rendimento, o próximo passo é testarmos os controles,


independentemente, tendo o cuidado para que um tipo de controle não interfira na avaliação
do outro. O ideal é seguirmos a seguinte ordem:

1. compensadores de pressão;
2. controladores de vazão (debito manual, elétrico, pneumático, hidráulico e mecânico);
3. load sense;
4. limitador de torque;

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ARTIGO PARA ANALISE


Como determinar a condição da bomba hidráulica usando eficiência
volumétrica

Blog de Brendan Casey | 17 Mar 2015

A bomba hidráulica é geralmente o componente de trabalho mais


complexo de um sistema hidráulico. E à medida que a bomba entra em serviço,
o vazamento interno aumenta e, portanto, a porcentagem do fluxo de saída
disponível para realizar um trabalho útil (eficiência volumétrica) diminui. Se a
eficiência volumétrica cair abaixo de um nível considerado aceitável para a
aplicação, a bomba precisará ser trocada. Em um ambiente de manutenção
baseado em condições, a decisão de trocar a bomba geralmente é baseada na
vida útil restante do rolamento ou na deterioração da eficiência volumétrica, o
que ocorrer primeiro.

Simplificando, a eficiência volumétrica é a porcentagem do fluxo teórico


da bomba disponível para realizar um trabalho útil. Em outras palavras, é uma
medida das perdas volumétricas de uma bomba hidráulica por vazamento
interno e compressão de fluido. É calculado dividindo a produção real da bomba
em litros ou galões por minuto, por sua produção teórica, expressa em
porcentagem. O fluxo de saída real é determinado usando um medidor de fluxo
para carregar a bomba e medir sua taxa de fluxo.

Como o vazamento interno aumenta à medida que a pressão operacional


aumenta e a viscosidade do fluido diminui, essas variáveis devem ser declaradas
ao se declarar eficiência volumétrica.

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Por exemplo, uma bomba hidráulica com uma saída teórica de 100 L /
min e uma saída real de 94 L / min a 350 bar e 40 centistokes possui uma
eficiência volumétrica de 94% a 350 bar e 40 centistokes. Na prática, a
viscosidade do fluido é estabelecida observando a temperatura do óleo na qual o
fluxo real de saída da bomba é medido e lendo a viscosidade no gráfico de
temperatura / viscosidade para o grau de óleo no sistema hidráulico.

Ao calcular a eficiência volumétrica de uma bomba de deslocamento


variável, é importante que o vazamento interno seja expresso como uma
constante. Isso é melhor ilustrado com um exemplo. Recentemente, fui
convidado a dar uma segunda opinião sobre a condição de uma bomba de
deslocamento grande e variável. Meu cliente foi avisado de que sua eficiência
volumétrica caía para 80% e, com base nesse conselho, ele estava pensando em
revisar a bomba.

A bomba hidráulica em questão teve uma produção teórica de 1.000 L /


min em deslocamento total e RPM máxima. Sua produção real foi de 920 l / min
a 300 bar e 25 centistokes. Quando avisei meu cliente que a eficiência
volumétrica da bomba era de fato 92%, ele ficou alarmado com as avaliações
conflitantes. Para tentar explicar a disparidade, pedi para ver o primeiro
relatório de teste do técnico.

Depois de revisar este relatório de teste, percebi que os resultados


realmente concordavam com os meus, mas haviam sido interpretados
incorretamente. O teste foi realizado com a mesma pressão operacional e a uma
temperatura do fluido dentro de um grau do meu próprio teste, mas com
deslocamento reduzido. O técnico limitou o deslocamento da bomba para
fornecer uma saída de 400 l / min (presumivelmente a capacidade máxima de
seu testador de vazão) a RPM máxima e sem carga. A 300 bar, a saída registrada
foi de 320 L / min. A partir desses resultados, a eficiência volumétrica foi
calculada em 80% (320/400 x 100 = 80).

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Para ajudar a entender por que essa interpretação está incorreta, pense
nos vários caminhos de vazamento dentro de uma bomba hidráulica como
orifícios fixos. A taxa de fluxo através de um orifício depende do diâmetro (e
forma) do orifício, da queda de pressão sobre ele e da viscosidade do fluido. Isso
significa que, se essas variáveis permanecerem constantes, a taxa de vazamento
interno permanecerá constante, independentemente do deslocamento da
bomba.

Observe que no exemplo acima, a quantidade de vazamento interno nos


dois testes foi de 80 litros por minuto. Se o mesmo teste fosse realizado com o
deslocamento da bomba definido para 100 litros por minuto sem carga, a saída
da bomba seria de 20 litros por minuto a 300 bar (100 - 80 = 20), todas as
outras coisas iguais. Isso significa que essa bomba variável tem uma eficiência
volumétrica de 20% a 10% de deslocamento, 80% em 40% de deslocamento e
92% em 100% de deslocamento. Como você pode ver, se a saída real da bomba
for medida com deslocamento inferior ao deslocamento total (ou RPM
máximo), é necessário fazer um ajuste ao calcular a eficiência volumétrica.

Obviamente, ao considerar se é necessário revisar a bomba no exemplo


acima, o número importante é a eficiência volumétrica com 100% de
deslocamento. E isso estava dentro de limites aceitáveis. Se meu cliente tivesse
baseado sua decisão na eficiência volumétrica em deslocamento de 40%, teria
pago milhares de dólares por uma revisão desnecessária.

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