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(https://jornalistaslivres.org/wp-content/uploads/2017/02/imagem-
pixo-nowar.jpg)
Foto: Sato do Brasil
Liberdade e revolução.
Em maior e menor grau, esses 3 exemplos constituem o mesmo
núcleo-base. A indignação, a revolta contra os desmandos do poder,
a necessidade de escuta, tudo isso é, e sempre será, provocador. À
primeira vista, sempre existe o preconceito. O desconhecimento, a
ultrapassagem dos limites do que é aceito nos salões médios da
classe media, a inovação e o desprezo pelos valores vigentes sempre
provocarão preconceito. A sociedade só permite o que lhe é
ensinado dentro das grades disciplinares de seus compêndios
normativos. Nada além disso. Passou da linha divisória, manda a
polícia e sarrafo neles.
Um aparte.
Querem agora desvencilhar o grafite do pixo. Isso, sim, é criminoso.
É crime desdenhar da história. Em São Paulo, o grafite e o pixo têm a
mesma origem, a mesma pedra fundamental. Quando o pixo trazia
pensamentos e ideias, desde o “Hendrix Mandrake Mandrix”, do
artista Walter da Silveira, e os primeiros stencils de Alex Vallauri.
Querem criar uma guerra entre grafiteiros e pixadores. Muitos
grafiteiros já foram pixadores, isso é certo. Mas sim, existe uma
rusga entre grafiteiros e pixadores desde que o mercado da arte se
apoderou do grafite como peça de valor. Isso não quer dizer que são
inimigos. É um embate entre quem está na rua, não tem nada a ver
com as instituições e órgãos oficiais. É a verdade de quem faz do
espaço público seu lugar de aprendizado. A verdade de quem
convive. A verdade de quem vive a rua. Além disso, existem
trabalhos que estão no limite entre grafite e pixo. São trabalhos que
transitam entre essas duas linguagens. Porque pixo e grafite,
também são linguagem. E isso não se apaga, nem criminalizando.
Falando em história,
só pra contextualizar, nos tempos de Pompeia, na Itália, a cidade
destruida pelo Vesúvio, o pixo era usado nas paredes para se
comunicar, desde declarações amorosas, questões filosóficas e
reivindicações políticas. A Roma Antiga também, como é sabido,
também era toda pixada. Nessa época, não existia distinção entre
grafite ou pixo. Tudo era “graffiti”, desenhos ou escrituras feitos com
carvão, grafite (substância química que compões o lapis) ou pedaços
de telha. E eram permitidos por lei. Direito garantido de liberdade de
expressão, o poder de autodeterminação herdado da Grécia antiga,
que dava suma importância à liberdade de cada um, o direito à
filosofia e à democracia. Olha só! Isso significa? Significa. Significa
que o pixo sempre existiu, existe e sempre existirá!
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