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18/08/2023, 10:01 Epistemologias do Sul | Flacso Brasil

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Epistemologias do Sul

 Duração: 12 meses

 Início: Abril de 2023

 Modalidade: A distância

 Coordenação: Karina Bidaseca e María Paula Meneses

 Inscrições: Encerradas

Inscrições encerradas

8ª Turma (2023-2024)

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MODALIDADE VIRTUAL

Especialização: 40 créditos, 360 horas / aula

Curso internacional: 9 créditos, 90 horas / aula

Duração: abril de 2023 e março de 2024.

Inscreva-se aqui.
Resolución CD 2020.01/04

As certificações da Especialização e do Curso Internacional serão realizadas pela


Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil) e pelo Conselho
Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso).

COORDENAÇÃO ACADÊMICA:

Karina Bidaseca (Clacso, Universidade Nacional de San Martín e Universidade de


Buenos Aires, Argentina) e María Paula Meneses (Universidade de Coimbra, Portugal)

DIREÇÃO GERAL
Rita Gomes do Nascimento (Flacso Brasil) e Karina Batthyány (Clacso)

FUNDAMENTAÇÃO 

Vivemos tempos turbulentos e complexos. As Epistemologias do Sul, propostas


por Boaventura de Sousa Santos, propõem a expansão do imaginário político
para além do esgotamento intelectual e político do Norte global. Esse
esgotamento se traduz na incapacidade de enfrentar os desafios deste século e
nas ameaças à democracia, ao direito e à dignidade humana. O Sul global, o Sul
que discutiremos neste curso, é uma metáfora para o sofrimento humano
causado pelas grandes formas de opressão – capitalismo, colonialismo e
patriarcado – e as várias formas de luta e resistência a essas formas de opressão.
Nesse sentido, as Epistemologias do Sul buscam ampliar as possibilidades de
repensar o mundo a partir dos saberes e práticas do Sul Global, desafiando as
tentativas de epistemicídio, linguicídio ou subalternização epistêmica. Nesse
cenário, as Epistemologias do Sul fornecem instrumentos teóricos e
metodológicos que permitem desenvolver um diagnóstico crítico do presente
que tem como elemento constitutivo a possibilidade de reconstruir, formular e
legitimar alternativas para uma sociedade mais justa e livre.
A Especialização e o Curso Internacional assentam em três eixos fundamentais
baseados nas Epistemologias do Sul:
1.    Que a interpretação do mundo supera a interpretação eurocêntrica dele;
2.    Que não é possível haver justiça social global sem justiça cognitiva global;
3.    Que as transformações emancipatórias produzidas no mundo não podem se
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limitar a gramáticas e scripts desenvolvidos pela teoria crítica centrada no Norte


global; Pelo contrário, as Epistemologias do Sul reivindicam uma diversidade de
saberes que sustentam as lutas sociais que importa (re)conhecer e valorizar.
Este espaço de formação, voltado para a promoção de diálogos interdisciplinares
Sul-Sul, busca registrar e interpretar os saberes que sustentam as lutas sociais
em nossos tempos e em nossas sociedades. E esse conhecimento não é apenas
acadêmico; são conhecimentos de artistas, camponeses, ativistas, entre muitos
outros. Paralelamente, o objetivo é estudar o Sul Global em toda a sua
diversidade, um Sul que traduz metaforicamente um amplo campo de inovação
econômica, social, cultural e política de crescente diversidade, em que os
diálogos entre saberes traduzem as condições da pluriversalidade.

OBJETIVOS 

Os/as estudantes formados/as pela especialização devem:


Compreender as principais características que definem as sociedades atuais no
que diz respeito às questões sociais e políticas que caracterizam a diversidade
do Sul global.
Identificar as condições institucionais, bem como os instrumentos
governamentais para a promoção de políticas públicas comprometidas com a
defesa dos direitos humanos.
Registrar e interpretar os saberes que sustentam as lutas sociais em nosso
tempo e em nossas sociedades.
Desenvolver competências de produção teórico-argumentativa sobre os temas
trabalhados ao longo do curso.

PÚBLICO ENVOLVIDO 

EQUIPE DOCENTE 

ESTRUTURA ACADÊMICA 

OFERTA CURRICULAR 

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Os espaços curriculares serão oferecidos indistintamente em espanhol e


português. Da mesma forma, a bibliografia poderá ser oferecida nos dois
idiomas oficiais do curso. As intervenções dos alunos nos fóruns de discussão
também podem ser nessas línguas. O trabalho integrador final poderá ser em
espanhol ou português.

CURSO INTERNACIONAL
Este curso internacional sobre Epistemologias do Sul, termo cunhado por
Boaventura de Sousa Santos, tem como objetivo apresentar e debater o
conhecimento produzido no Sul, uma base de reflexão para a transformação
social nos tempos atuais. Ou seja, com o estudo de várias possibilidades
reveladas a partir das Epistemologias do Sul, esta unidade curricular tem como
objetivo teórico e metodológico a superação do modelo eurocêntrico
característico do pensamento moderno, a saber, o pensamento abissal.

Saber a partir do Sul e com o Sul requer uma orientação política e epistêmica
diferente. O Sul Global, tema central deste curso, busca reconhecer e validar o
conhecimento produzido a partir dos oprimidos, por mulheres e homens que
sofreram e sofrem as injustiças, opressões, dominações e exclusões causadas
pelo capitalismo, colonialismo e patriarcado. As Epistemologias do Sul, como
metáfora da exclusão, do silenciamento e da destruição dos povos e saberes,
procuram dar corpo aos saberes e experiências do Sul global, a partir de
pressupostos metodológicos e reflexivos em diálogo, em contraposição a
qualquer proposta etnocêntrica.

Os/as docentes do curso tentarão problematizar, a partir de diferentes espaços


geopolíticos e epistêmicos, as condições para um diálogo horizontal entre
saberes, para as ecologias de saberes. Esses diálogos e as lições que eles contêm
refletem as inovações que ocorrem nos países e regiões do Sul global. Este
compromisso exigente pressupõe disponibilidade para o reconhecimento mútuo,
uma compreensão intercultural, uma convergência política e ideológica, um
respeito pela identidade e uma celebração da diversidade, como condições para
um diálogo mais democrático no Sul global.

A construção do conhecimento a partir das Epistemologias do Sul requer outras


metodologias de trabalho. Aprender com o próprio Sul, em sua diversidade,
significa ir além do conhecimento acadêmico convencional. Construir diálogos
entre diferentes saberes e lutas busca dar visibilidade aos povos e grupos sociais
cujas práticas são construídas a partir desses saberes. Só assim será possível
desenvolver narrativas alternativas que questionem a imposibilidade de pensar a
diferença (sexual, étnica, racial, de classe, casta, religiosa etc.) com a igualdade, a
conexão íntima entre o local e o global, projetos de outras economias e de outras
sociedades políticas. Na segunda parte do curso propõe-se mapear, apresentar e

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discutir uma variedade de metodologias de trabalho ancoradas no corpo de


conhecimento desenvolvido a partir das perspectivas das Epistemologias do Sul,
privilegiando a ecologia dos saberes e as possibilidades de tradução intercultural
entre conhecimento nascido em lutas.

Oficina de apoio à elaboração do trabalho final


Resumo: Esta oficina visa apoiar a preparação dos trabalhos finais da
Especialização em Epistemologias do Sul. Servirá de suporte à identificação do
tema do trabalho final, interligando os temas abordados ao longo do Curso
Internacional, como os interesses de investigação/ação e os percursos próprios
dos estudantes. Busca subsidiar a identificação e justificativa do tema a ser
tratado; consolidar as ferramentas conceituais e metodológicas trabalhadas e
apoiar a produção da obra final que pode ser tanto escrita como audiovisual,
performativa ou de outro gênero.
Coordenação: Karina Bidaseca (Clacso, Universidade Nacional de San Martín e
Universidade de Buenos Aires, Argentina)

Seminários Optativos:

Primeiro semestre

Desafiando as fronteiras: migrações, colonialidade e resistências a partir do


sul
Resumo: O seminário propõe uma viagem entre algumas teorias
contemporâneas sobre a migração e suas leituras da América Latina, bem como
em torno de lugares materiais e simbólicos da história colonial moderna e hoje,
como o Mar Mediterrâneo e os circuitos internos diaspóricos para a África e da
África para a América Latina. Serão exploradas categorias como
interseccionalidade e inclusão diferencial, políticas migratórias contemporâneas,
conflitos e experiências de lutas em torno das fronteiras.
Coordenação: Karina Bidaseca (Clacso, Universidade Nacional de San Martín e
Universidade de Buenos Aires) e Maura Brighenti (Universidade Nacional de San
Martín).

Estética decolonial do sul. Arte, memórias e corpo


Resumo: O objetivo deste curso é discutir o modo como a colonialidade do
poder se inscreve em corpos marcados por gênero e classe social. A
colonialidade é uma ferida aberta que se reflete nos corpos como uma marca
indissolúvel. Nossa proposta é que uma estética situada e libertadora como a
praticada pelos artistas aqui considerados possibilita romper com o legado da
vitimização e da violência. Neste percurso colocamos este paradigma em diálogo
com outros escritos que também refletem sobre a importância de uma estética
situada e libertadora. A maior contribuição do curso é expor os alunos a uma
ampla rede de teóricos que constroem diferentes interpretações do pensamento
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situado sobre a colonialidade do poder. Com base nisso, os estudantes revisarão


teorias críticas sobre a estética decolonial e como ela se aplica às seguintes
artistas: Ana Mendieta, Zanele Muholi, Regina José Galindo, Shirin Neshat, Fatima
Mernissi, Teresa Margolles, Adriana Varejão, Joyce Kozlof, Mona Hatoum, entre
outras.
Coordenação: Marta Sierra (Kenyon College, Estados Unidos) e Karina Bidaseca
(Clacso, Universidade Nacional de San Martín e Universidade de Buenos Aires,
Argentina).

Saúde e Resistência(s): pacientes e movimentos sociais, da doença à ação


com efeito
Resumo: Este seminário estrutura-se em torno da temática da saúde, desde as
múltiplas representações de bem-estar, doença, medicamento(s), terapia,
cuidado e cura, até aos diversos saberes, práticas e vozes que emergem do Sul
geográfico, geopolítico e epistêmico, voltada para uma vida mais digna e para um
conhecimento mais rico e heterogêneo. As expressões narrativas, lutas e
movimentos de cidadãos, pacientes, terapeutas, cuidadores, pesquisadores e
ativistas, suas demandas, estratégias de resistência e êxitos, são o ponto de
partida, algo que conecta a equipe docente em suas diferentes reflexões,
obviamente embutidas na matriz de conceitos das “Epistemologias do Sul”. Este
seminário visa repensar a saúde, ampliando a reflexão com o entrelaçamento de
saberes incorporados, performativos, científicos e artísticos, aprendendo com a
academia, o ativismo, a imaginação e a experiência vivida.
Coordenação: Susana de Noronha e João Arriscado Nunes (Centro de Estudos
Sociais, Universidade de Coimbra, Portugal)

Segundo semestre

Artes, Ativismos e Memórias: os arquivos das histórias dos povos


Resumo: Em muitas sociedades do Sul global, profundamente marcadas pela
relação colonial, o conhecimento sobre a sua história é construído sobre
pressupostos, metodologias e fontes que perpetuam a manutenção de
perspetivas eurocêntricas. Esta é uma herança colonial que se pretende
substituir por uma agenda de produção de conhecimentos plurais e traduções
interculturais, partindo de um olhar analítico sobre as histórias orais, coletivas e
pessoais, a partir das artes e dos espaços de criatividade.
O seminário apresenta pesquisas realizadas em vários contextos sociais e
políticos, refletindo sobre como a educação das novas gerações sobre as
histórias e lutas por justiça social têm encontrado nas expressões culturais e
artísticas como o cinema, a literatura, o teatro, a música, as artes plásticas, as
narrativas orais, as artes de rua, meios privilegiados para comunicar, produzir
conhecimentos sobre essas histórias e as suas identidades culturais.

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Coordenação: Marisa Ramos Gonçalves, María Paula Meneses e Iolanda Vasile


(CES – Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra)

Epistemologias socioambientais. Narrativas para a reexistência no Sul


global
Resumo: A South Training Network Action of Decoloniality (STAND) é um Grupo
de Pesquisa Interdisciplinar nascido do desejo coletivo de gerar sinergias de
pesquisa no campo das ciências sociais, ambientais e humanas. Por tudo isso nos
propusemos a patrocinar processos de reflexão comparativa com setores dentro
e fora da academia naqueles que são nossos eixos centrais de trabalho: estudos
decoloniais, saberes ambientais e processos de construção de resistência
descolonial no campo dos direitos humanos e dos processos de paz. Construir
novos projetos sociais é o nosso desafio no campo da pesquisa social para o qual
podemos contribuir. Este compromisso com a pesquisa situada social e
politicamente nos obriga a romper e transcender as esferas de pensamento
eurocêntricas e estamos gerando pesquisas tanto no contexto latino-americano -
nossos projetos ativos o demonstram- como no contexto asiático e africano. O
compromisso é com o conceito de Epistemologias Socioambientais. Narrativas
para a ReExistência do Sul Global é um ponto de encontro formativo para
pesquisadores da Espanha, México, Portugal e Argentina com projetos de
trabalho em contextos americanos, africanos e europeus que se debruçam sobre
as formas de relação entre as sociedades humanas e a natureza ao longo da
história recente. Estruturamos conceitos do ponto de vista metodológico na
interseção entre História Ambiental, Ecologia Política e Pesquisa para a Paz para
a construção de conhecimento de fronteira interepistêmica.
Coordenação: Antonio Ortega (South Training Network Action of Decoloniality,
STAND, Universidad de Granada, Espanha)

CRONOGRAMA 

FORMAS DE PAGAMENTO 

PERGUNTAS FREQUENTES 

Qualquer outra dúvida entre em contato através dos e-


mails posgraduacao@flacso.org.br e epistemologias8@clacso.edu.ar ou envie um

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