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UFU

2023
O KARAÍBA
(DANIEL MUNDURUKU)
PERSONAGENS

Perna Solta “Não lhe cabia nenhuma função importante


dentro de sua comunidade, a não ser pelo
fato de que ele era um mensageiro entre
diferentes lugares.”
Perna Solta era um rapaz com limitações
físicas: nasceu com uma perna maior que a
outra. Por isso, na incompatibilidade da vida
de guerreiro,
conseguiu o cargo de mensageiro.
Maraí Estrangeira capturada, apaixonou-se por Perna
Solta e pretendia se casar com ele.
PERSONAGENS

Cacique Apoena Líder da aldeia Turiaçu.

Potyra Índia inconformada com as tradições


dispensadas às mulheres de sua tribo.
Desejava
ser guerreira em vez de mãe. Era Tupiniquim.
Kayube Cacique da tribo de Perna Solta. Perdeu um
filho
em combate e vê em Perna Solta um possível
substituto. Por isso, dá ao jovem o colar que
daria a seu filho caso este tivesse voltado
vivo do
combate.
Anhangá Chefe Tupinambá.

Karaíba Xamã.
CAPÍTULO 01 – A PROFECIA

“Minhas visões trazem sinais


terríveis. Não sobrarão nem
vestígios de nossa passagem
sobre esta terra onde nossos pais
viveram. O monstro virá e
destruirá nossa memória e
nossos caminhos. Tudo será
revirado: as águas, a terra, os
animais, as plantas, os lugares
sagrados. Tudo.”
CAPÍTULO 02 – A REVELAÇÃO

“– conta a história de nossa


gente que houve um dilúvio
muito tempo atrás, quando
nossos ancestrais chegaram
por estas bandas. Tudo ficou
alagado por muitos meses,
tendo sobrevivido poucas
pessoas, que teriam como tarefa
fazer com que o mundo
recomeçasse do nada.” (p. 14)
CAPÍTULO 03 – UM ENCONTRO
INESPERADO
• Este capítulo é digressivo. Ao ir para a aldeia Turiaçu,
Perna Solta se lembra de quando foi lá pela primeira vez.
Era pequeno e percebeu que não poderia ser guerreiro,
uma vez que tinha limitações físicas. Refez suas
lembranças e percebeu que Maraí veio como sua única
pretendente, mas era salutar: mostrou que ele poderia ser
natural e não precisaria provar nada a ninguém –
bastaria fazer o melhor em relação a sua função na tribo
→ ser mensageiro.
CAPÍTULO 03 – UM ENCONTRO
INESPERADO

• Lembrete: Maraí era também excluída – escrava


capturada que vivia na tribo de Perna Solta.
CAPÍTULO 04 – POTYRA
“Você precisa casar, minha filha. As mulheres de
nosso povo precisam ter companheiros para procriar.
Tem sido assim durante séculos e é por ordem de Nosso
Pai Criador que assim acontece.” (p. 26)

“– Eu quero ir para a guerra. Quero conhecer meus


inimigos, ver o rosto deles quando eu atingi-los com
minha borduna. Quero trazer meu próprio prisioneiro,
enfeitá-lo para a morte e depois comer seu corpo
para ficar ainda mais forte e valente. É isso que me
interessa.” (p. 26)
CAPÍTULO 05 – UM SALTO NO ESCURO

Kayube, cacique da Tribo de Perna Solta,


dá a ele um colar:
•“Este colar pertenceu a meu filho,
Tamoin. Ele tinha sua idade quando
saiu para sua primeira batalha em
campo aberto. Nunca mais voltou. Foi
assassinado covardemente por um
guerreiro da gente inimiga. Não teve
tempo de se proteger. O inimigo veio
por trás e o acertou com um porrete
pesado.” (p. 30)
CAPÍTULO 06 – OS CAÇADORES DE ALMA
• Desesperado, Anhangá toma uma medida drástica
para fugir dos caçadores de alma: fugir para o interior.
Após o quinto dia de migração sazonal, os índios
receberam chuva dos céus. Anhangá se justificou
como George W. Bush se justificou sobre a invasão
no Iraque:
“– Eu tive um sonho. Nele a nossa aldeia era
invadida por seres monstruosos. Tinham pelo
em todo o corpo e rosto. Não sabia de onde
vinham nem o que queriam com nossa gente.
Tentei falar com eles, mas eles falam uma
língua muito
estranha e confusa.” (p. 40)
CAPÍTULO 07 – A RAINHA DAS ÁGUAS
O capítulo anuncia que Potyra estava muito impaciente.
Ela queria ser a primeira mulher a entrar no campo de batalha
e chefiar os guerreiros homens. Seu pai, incomodado com
algo, refugia-se na mata e começa a conversar com os
espíritos da floresta – Rainha das águas. Ele não sabe que
está sendo vigiado pela filha:
“– Você não tem muita opção. A menina que
nasceu homem já está se desesperando e logo
não aguentará mais esperar.
– Mas é por causa dela mesma que não eu não
queria ir para esta maldita guerra. Tenho medo
de que ela sofra ou se machuque numa luta e ...”
(p. 46)
CAPÍTULO 08 – NOS
COMPASSOS DO BEIJA-
FLOR
Perna Solta está em meio à mata, cumprindo sua
missão, quando avista uma movimentação estranha.
Ele se abaixa para ver do que se trata. São pessoas
que ele desconhece. Seriam aparições, espíritos noturnos
ou homens de verdade? Ele pensa em um plano de fuga:
hospedar-se na casa de seu tio Anhangá e, bem
cedo, partiria para Turiaçu. Assim ele o fez, mas com
um problema: esqueceu o colar que ganhara do cacique
Kayube...
CAPÍTULO 09 – CORPOS
NO CAMINHO
• Crianças e velhos Tupinambás foram abandonados
porque não conseguiriam fazer a diáspora proposta
por Anhangá. Desesperado, Perna Solta é
interpelado por uma anciã, que havia ficado na tribo
por vontade própria. Ela lhe confidenciou:
• “Haverá guerra. Mulher guerreira muito forte
e decidida. Um homem terá que vencê-la
para fazer nascer dela o herói que irá unir
nosso povo
de novo.” (p. 60)
CAPÍTULO 10 – FORTES
VENTOS SOBRE
MARAÍ
• Maraí está dormindo e tem sonhos turbulentos. Ela
conversa dormindo e diz que não está sonhando,
mas vendo. Era a quinta noite a partir da saída de
Perna Solta e ninguém entendia aquele transe
estranho de Maraí. Ela se debate, diz que não aceita,
que se não fosse para se casar com Perna Solta, a
vida não valia a pena. O desespero foi tal que
tiveram que chamar o pajé, o tocador de flauta.
CAPÍTULO 11 – AS ICAMIABAS –
MULHERES GUERREIRAS
• Demi Moore, Merida, Joana d’Arc,
Cristiane Sobral, Quina.

“As mulheres da aldeia, que no início


achavam muito engraçado aquele
gosto de Potyra pelas artes dos
garotos, passaram a tecer duras
críticas ao comportamento dela,
dizendo não se tratar de algo próprio
para a filha de um líder.” (p. 66)
CAPÍTULO 12 – ENCONTRO
DE DOIS DESTINOS

• Anhangá chamou seu filho adotivo, Periatã, e revelou-lhe


que ele deveria se juntar a um grupo de Tupinambás e
raptar Maraí da tribo Tupiniquim. O plano era gerar o
salvador por meio dessa jogada. Maraí era estrangeira,
prisioneira de guerra e solitária. Vivia cantando o que
se convencionou chamar, na Europa, de cantiga de amigo,
forma de exteriorizar o sofrimento feminino:
CAPÍTULO 12 – ENCONTRO
DE DOIS DESTINOS

“Quando meu povo chegar


Os guerreiros irão trazer a
dor Irei sorrir feliz
Pois volto a meu lar”. (p. 74)
CAPÍTULO 13 – LUA NOVA
A tradição também se dá na relação
familiar. Nela, as mães cantavam para
encorajar seus rebentos:
“Meu filho é sangue do meu
sangue
Vai honrar seu pai e mãe.
Vai mostrar aos inimigos
que somos feitos
De passado e de presente.
Vai levar as marcas da
nossa gente
E matar o inimigo com honra e
CAPÍTULO 14 – A DOR DE
PERNA SOLTA
“– Eles vieram aqui, meu filho.
– Eles quem, mamãe?
– Anhangá e seus guerreiros.
Vieram bem de manhazinha.
Assaltaram nossa aldeia e
roubaram sua prometida.” (p.
89)
CAPÍTULO 15 – A
ALDEIA
FANTASMA
A tribo Tupiniquim de Potyra chegou até o local onde
habitava (e agora estava vazio!) o povo Tupinambá
de Anhangá. Não houve guerra justamente por isso e,
então, a moça se revolta: havia se preparado tanto
para esse evento, e a ausência do inimigo indicava
uma frustação enorme. No entanto, a mesma velha anciã
que falou com Perna Solta olha para a moça e afirma:
“é você, é você!”.
CAPÍTULO 16 – UMA
TRÍPLICE
BATALHA
• Houve engano em relação à interpretação da fala do
Karaíba.
É nessa hora que chega, com roupa solene, o velho
ancião. Ele refaz seu discurso e reafirma que os
estrangeiros chegarão impiedosamente. O chefe
Anhangá se desculpa em relação ao mal-entendido. E eles
decidem “recalcular rota”: Potyra deverá se casar com
Periantã e Maraí com Perna Solta. – Tudo tende ao
esperado.
CAPÍTULO 17 – A DECISÃO

– A paz estava selada. Perna Solta virou um líder da oratória:


“– Meus amigos guerreiros da aldeia Kayube,
viemos aqui para guerrear contra os inimigos que
tiraram a liberdade da jovem Maraí, mas também
para mostrar a eles que não abandonamos
aqueles a quem prometemos proteger. Somos
guerreiros de palavra e por isso não podemos
voltar atrás nas decisões que tomamos.” (p. 114)
CAPÍTULO 18 – OS
FANTASMAS ESTÃO
CHEGANDO
• A festa de casamento ocorreu 30 dias após a
reunião proposta no capítulo anterior. Houve carne,
caçada por Tupinambás (lembremos que eles eram
antropofágicos) e beiju, tapioca, bebida fermentada, peixe
e piracuí, preparados por Tupiniquins (eles eram
dados ao trabalho com a terra). Notem que o acordo
foi celebrado em torno da comida, bem brasileiro isso,
certo?
CAPÍTULO 19 – TEMPOS DEPOIS

Potyra deu à luz seis meninos e


duas meninas. A todos ensinou a
arte da guerra, mas o
primogênito foi o escolhido:
Cunhambebe (o de peito
musculoso). Foi ele que viu,
pela primeira vez, um barco
diferente. Sua gritaria chamou
a atenção: – “Os
fantasmas estão
chegando!”
FIM
EXERCfClOS DE MULTIPLA ESCOLHA

QUESTAO 01

Assinale a alternativa cDrreta em relagao a obra0 karaiba, dR Daniel Mundukuru):

uA histdria abarca a relagElD histérica existente entre Portugueses e i'ndio3 a partir


dD pracesso de No entantD, a do enredD atende aD ideal do abori'gine
e mastra o quanto a chegada dos europe.MS fOi ruim para a cultura nativa.
b. O enrE!dD E!nfatizd D Sgcula XVI, e3pecificamRnte o mDmenta de encontro E!ntre
nativos e pDlugueses. A palir dessR mDmento, a ao europeu é feita de fDrma
virulenta. O enredo é uma ficyao e naa abDrda, em nada, questoes histéricas, uma
vez !4 e naD ha a presenga de eurDpeus na Dbra. O livre fDcdliza somente- o
india e o medo que tern em relagao âquilD que nao existe.
d. A trama se dâ, basicamente, Bm um periodo qUe. pDderiamDs denDminar °EstadD
de Natureza”. No entanto, a harmonia inicial é quebrada pela possibilidade de
chegada dD desconhecido.

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