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CURSO DE EUBIOSE

Módulo 2: Sabedoria Iniciática das Idades


O que é; o que representa no contexto evolucional humano 1 / 45

SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – I:


CIÊNCIA DAS IDADES

Origem

Há milhões de anos existiu uma Religião-Sabedoria, ou antes, Solar, Religião da


Natureza e do Espírito. O nome que melhor poderia encontrar-se a tal Religião, deve
considerar os aspectos do "Bom”, do "Bem" e da "Verdade", de onde precedentemente
saíram os dois caminhos laterais à Karma, das escrituras vedantinas, isto é: Jñâna
(Conhecimento, Sabedoria etc.) e Bhakti (Amor, Devoção, Bem etc.).

A raiz desse nome, Bhakti, acabou por simplificar-se no latino: Bonus, Bons, Bonum
(Bonus, Bona), chegando assim até nós, pouco importando o idioma que nos diga respeito.

Daí, o SUMMUM-BONUM aplicado ao que se prefira tomar como essência de todas


as religiões, filosofias etc. adotadas pelo mundo. O Summum-Bonum foi ontem a Teosofia
e hoje é a Eubiose, mas outrora foi a Sabedoria adotada por uma humanidade superior,
que serviu de Guia à atual, pouco importando o nome que lhe dessem naquela ocasião.

A mesma Helena Petrovna Blavatsky já dizia: "Os ensinamentos da Doutrina Arcaica,


por outro nome, Teosofia, possuem origem divina, que se perde na noite dos tempos”.
"Origem divina” não quer dizer, entretanto, uma revelação partida de um Deus
antropomorfo, assentado sobre uma montanha, cercado de raios e trovões, mas sim, como
uma linguagem e sistema de ciência comunicada à Humanidade primitiva por outra
Humanidade tão avançada que era tida como divina aos olhos da humanidade imatura”.

A referida Religião-Sabedoria, também chamada Doutrina Secreta etc., é, portanto, o


Tronco de todas as religiões, filosofias, ciências e artes espalhadas pelo mundo. Mas só
pode ser dada através de iniciações, por um Guru ou Instrutor, a determinado número de
discípulos (quase sempre sete, qual um Universo com um Sol central e sete globos ou,
planetas em redor), ou por um Colégio ou Fraternidade creditado como tal, pela Excelsa
Confraria Branca (Hierarquia Oculta etc.), especialmente quando, ao mesmo tenha sido
conferido pela própria Lei que rege aquela Confraria, o direito de Núcleo Central do
Espiritualismo para o mundo, ou que mantém determinado serviço cíclico ou racial, como
acontece, por exemplo, com a "Sociedade Brasileira de Eubiose”, com Sede na Cidade de
São Lourenço, Estado de Minas Gerais e suas Unidades espalhadas pelo Brasil e outros
países, já que dali devem irradiar as espirituais vibrações para todo o Mundo e por meio de
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nossas humildes conferências eubióticas, preparar o ânimo e a inteligência de cidadãos


tocados pelo princípio da fraternidade para dar início a tão difícil e excelso Movimento que
haverá de concorrer para a formação de uma só e mesma Família Espiritual, capaz de
servir de exemplo aos demais povos do mundo, hoje asfixiados nas negruras de um fim de
cicio apodrecido e gasto.

Todas as religiões do mundo "não são mais do que embaçados espelhos, onde se
refletem os pálidos raios daquela Religião-Sabedoria Primitiva”, não resta a menor dúvida;
além do mais, porque nenhuma delas é capaz de ensinar aos seus prosélitos a razão de
ser das coisas, ou melhor, "Quem é, donde vem e para onde vai a criatura humana?”.

Da "Religião do Bon” ou da "Primitiva Sabedoria” ou da Doutrina Secreta dentre os


vários nomes que possuí a Sabedoria Iniciativa das Idades, figura o de "Sha-Manismo"
(Shamanismo), cujo significado é o mesmo do da Teosofia; "Sabedoria dos Super Homens,
Mahâtmas (Grandes Almas), Gênios, Jainos, Djins ou Jinas etc”.

Com a decadência da Atlântida - onde de fato existiu a raça equilibrante na evolução


da mônada , não só por ser a Quarta Raça-Mãe, como pelo estado de consciência da
mesma, dando lugar aos dois conhecidos períodos de Pravritti-mârga (descida, involução)
e Nivritti-mârga (subida, evolução), dizemos que o Shamanismo transformou-se em
Camanismo, que melhor deveria chamar-se de Ka-mam-ismo (mental inferior,
passionalismo, baixa magia etc.) que, de queda em queda, chegou à mais inferior das
demonstrações religiosas, alcançando o próprio "Africanismo”, que vai mais além da
Atlântida, isto é, aos povos Lemurianos ou habitantes do terceiro continente: a Lemúria.

A prova é que no africanismo sacrificam-se animais em honra aos seus deuses, a


começar pelo próprio Deus, o que no Brasil confundem com o "Senhor do Bonfim” da Bahia,
devido às grandes levas de escravos negros que se dirigiram, em particular, para aquele
estado do Nordeste brasileiro. Assim, o termo "Oxalá”, tanto se refere a Deus como ao
"Senhor do Bonfim”.

É fato que para S. Jorge, S. Sebastião, a Virgem Maria etc., respectivamente, citam-
se os nomes: Ogum, Asalauê, Iemanjá etc., sendo que, ao designarem Virgem Maria como
"Mãe d'água” se acham mais próximos da Verdade, porque, Maria provém de "Mare”, o
mar, a água, a Lua etc.”, prova é que na mesma religião, ou movimento religioso copiado
do paganismo, uma de suas deusas mais em evidência simbolizando Ísis, a Lua etc., coloca
por baixo de seus pés o "quarto lunar”, quando não o faz sobre a cabeça, qual a deusa
egípcia, como é do conhecimento de quantos se interessam pelas leituras dessa natureza.
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Ao próprio "Diabo”, o africanismo reconhece como "Exu”, o "deus das encruzilhadas”,


ao qual se deve dar alimento (farofa de azeite, acaçá - bolo de milho branco ralado ou
moído, envolvido em folha de bananeira etc.), imitando o que no próprio Tibete, os fanáticos
de certas regiões montanhosas, principalmente de práticas anímicas ou de "baixo
espiritismo” (como se prefere chamar no Brasil), fazem em relação com os "Elementais” ou
"Espíritos da Natureza". E isso porque, as religiões ocidentais, por mais elevadas que
sejam, representam um acúmulo de passagens de outras religiões anteriores, senão, de
iniciações de mitos e lendas antigas etc. Assim, até caírem no que de mais baixo se possa
conceber com o nome de "religião”.

Em resumo: todas essas "aberrações” provenientes do "Totemismo” ou a


supersticiosa e idolátrica adoração aos "Elementais da Natureza” e "espíritos” perversos,
aos quais a criatura humana de outrora dominava e a de hoje adora, tornando-os perversos
por ela mesma ter caído em degradação, acompanhando o fim de um ciclo nos seus últimos
estertores.

Bem se pode afirmar que tal degenerescência começou na Alta Ásia pelo
"mossaísmo” ou doutrina do Mosso, adotado por gente mongol e tibetana das montanhas
do Norte e do Leste do Tibete. Continuando com o nome de "mossaísmo”, estabelecendo
até Ur (origem do nome Ur-Rope e daí Europa), e demais regiões da Ásia Ocidental. Não
deveu, pois, seu nome a Moisés, mas este àquele: como talvez o tivesse tomado, o Muiska
(Moiska, Mosca, Mourisco etc.) dos Astecas, no continente americano.

Essa transformação religiosa desfavorável, isto é, da "Relígião do Bon” ou do” Brahmâ


primitivo”, teve lugar quando da morte de Yezeus-Krishna, (começo da Kaliyuga - idade de
ferro ou negra), constatada pela existência de numerosas provas no Guzerate.

Para o espírito religioso do jovem povo ário, sucessor do atlante, dócil e espiritual no
fundo, apesar de sua estirpe guerreira - do qual descende grande parte dos povos da
Europa - o fenômeno não teve maior repercussão, porquanto, conservou tal povo a
essência da primitiva religião do Bon, através do culto à Natureza e à vida, como aos manes
de seus antepassados, com o nome de Lha-maismo (de "Lha” ou "espírito”). Razão porque,
em diferentes épocas, triunfaram sobre outros povos estabelecidos no Ocidente, por
serem esses menos espiritualizados, embora mais cultos.

Quanto ao Shamanismo e Lhamanismo, esse também conhecido como "Lamaísmo”


tibetano, mongol etc. - ambos subsistiram durante muitos séculos com essa "exigida
oposição” entre o Bem e o Mal, como soe aliás acontecer com tudo na vida, ou melhor,
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orientando-se um para Baixa Magia, Necromancia ou Magia Negra, e o outro para a vida
pura e simples, embora por desgraça, o primeiro fosse sobrepujando o segundo, até que
o mundo chegasse à degradação em que hoje o encontramos.

O Camanismo necromante (ou "de negro manto ou veste”), foi ameaçado com o
advento do Budismo, ou melhor, o Bodismo (de "Bodhi", Sabedoria, Iluminação etc.);
reagindo contra este, ressuscitou em parte, com as reformas de Glang-Dharma (908 -1012)
e outras mais ou menos tântricas verdades do primitivo Bon, como a dos Bon-pas ou Bon-
pos, contrários ao originário e puríssimo Bon.

Seguiu tal luta vários êxitos no Tibete e em outros lugares, durante muitos séculos,
até chegar ao séc. XIV com o excelso, Tsong-Kapa, reformador do Budismo Tibetano, já
bastante adulterado, não só pela luta com a não menos adulterada religião de seus
contrários - os "vermelhos” ou Bon-pos, da mescla entre camanistas e lamaístas.

Falar da História e suas origens equivale a falar sobre a Religião Primitiva ou Doutrina
Secreta, da qual se serviram, como já foi dito, todos os Iluminados que a este humano
mundo vieram, segundo o prometido pelo próprio "Espírito de Verdade” - pouco importa o
NOME com que se apresente, já que Dharma, a Lei justa, declinava - tal como agora - nas
várias épocas de seu aparecimento. Por isso, todos Eles dizendo a mesma coisa, embora
com palavras ou iniciações de várias naturezas, mas dentro do que está expresso nas
palavras do Rig Veda: "A Verdade é uma só, embora os homens lhe dêem nomes
diferentes”. Mas, como já se deu a entender, todos Eles surgem como formas parciais
daquele que poderia cognominar de Redentor-Síntese (que, embora não tendo vindo ainda,
é como se já o tivesse feito, segundo aquelas proféticas palavras bíblicas de que, "Ele já
veio e vós não o reconhecestes”).

A Doutrina Secreta foi, pois, a Religião Universal no mundo pré-histórico, e


corroborando com essa afirmativa, H. P. Blavatsky a dá como sabedoria "pregada por uma
Humanidade divina ou superior aos olhos da humanidade imatura” etc.

São provas de sua difusão: os anais autênticos de sua história e presença nas
escrituras sagradas de todos os povos juntamente com os ensinamentos de todos os
Grandes Iluminados, conservados nas criptas secretas das bibliotecas pertencentes à
Grande Fraternidade Branca ou Hierarquia Oculta.

Tais afirmações estribam-se nos seguintes fatos: a tradição de milhares de


pergaminhos antigos, salvos, por exemplo, quando a biblioteca de Alexandria foi destruída
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por um incêndio; as milhares de obras sânscritas resgatadas após desaparecidas na Índia


durante o reinado de Akbar; a tradição universal existente no Japão e China, de que os
verdadeiros textos budistas e comentários que os poderiam tornar inteligíveis, de há muito
se acham fora do alcance do mundo profano. Inclui-se em tal mistério, a tradicional
Fraternidade conhecida com o nome de "Cem sábios chineses”, estreitamente ligada
àquela outra do "Dragão de Ouro”, cujo Chefe Oculto era sempre o Manu ou Dirigente deste
ou daquele ciclo racial; o pouco existente no "Livro dos Mortos” (do velho Egito), mas que
é ainda tesouro inesgotável de Sabedoria para os que sabem 'ler através da letra que mata,
o espírito que vivifica”.

Entretanto, na tradição indiana, cujos comentários secretos, únicos que poderiam


tornar inteligíveis os Vedas, embora inacessíveis para o profano, acham-se ocultos em
grutas e criptas secretas - inclusive, em Elefantina, Luxor e outros lugares, por força da
própria Lei que rege aquela Excelsa Fraternidade, embora permitindo que seus
proeminentes Adeptos os possam consultar. Conhecem os poucos ou verdadeiros
Ocultistas do mundo que a antiga tradição encontra-se devidamente segura (donde se
originou o termo "hermeticamente” fechada, guardada etc., expressão muito comum em
linguagem vulgar), ou antes, "debaixo de Sete Chaves”. E isso, até há bem pouco tempo,
porquanto, era ela a mesma (tradição) que já apontava a futura fusão do Oriente com o
Ocidente, quando este se tornasse digno de receber tão valioso tesouro.

É o próprio mundo o culpado de tais documentos se encontrarem "debaixo de Sete


Chaves”, e não os Adeptos ou Membros da Grande Fraternidade, como seus excelsos
Guardiões, pois que, sem direitos e responsabilidade para tanto, fatalmente o homem faria
mau uso desses conhecimentos, em detrimento do próximo, para não dizer,
egoisticamente, ou em seu próprio interesse. Se as "insignificantes” descobertas feitas
nesses últimos tempos têm sido empregadas como instrumento de destruição (haja vista a
aviação, que ocasionou ao insigne investigador brasileiro Santos Dumont - uma morte
prematura, por um traumatismo moral, digamos assim), que poderia acontecer se o homem
possuísse em suas mãos o que diz respeito às leis universais?

Nesse caso, entregar ao mundo profano, ou àquele que não alcançou ainda o máximo
da perfeição que lhe é exigida, semelhantes conhecimentos secretos, seria o mesmo que
entregar uma vela acesa a uma criança de poucos meses de idade. A começar pelas
doutrinas numéricas ou dos "cânones antigos”, que têm por origem a Cadeia Planetária ou
das Sete Raças, estreitamente ligadas aos Dhyâns-Chohâns (em sânscrito,”Senhores da
Luz”), os Arcanjos do catolicismo romano, as Inteligências Divinas que expressam o Verbo
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Manifestado, que presidem os planos cósmicos como seus "Espíritos Planetários”. Nessas
doutrinas canônicas, com o uso de suas sábias CHAVES seria descoberta, desde logo, a
"Sétupla natureza humana”, pois que, cada chakra ou centro de força na criatura humana
acha-se em relação com determinado plano, mundo, globo ou planeta do plano astral
cósmico, e consequentemente com as forças sutis ou ocultas da Natureza (sempre
Sétupla), sendo que os correspondentes aos demais planos caracterizam-se por formidável
potência cósmica, tanto capaz de criar ou construir, como destruir ou aniquilar...

Assim é que, uma insignificante classificação setenária bastaria para proporcionar,


imediatamente, um guia seguro e infalível para se descobrir "Poderes ocultos tremendos”,
contudo com grande risco se em mãos de egoístas, protegidos por sua incredulidade
materialista em assuntos dessa natureza.

Nos primeiros séculos da chamada Era Cristã estava-se convencido da existência da


realidade do Ocultismo. Porém, logo tais poderes (ocultos) acabaram por serem
empregados para fins egoístas.

Por tudo isso se depreende que, embora os documentos da antiga Sabedoria


tivessem que ser conservados ocultos aos olhos do mundo profano, no entanto, segredo
jamais se fez de sua real existência, como de estar sob a guarda daquela mesma
Fraternidade, a começar, pelos Hierofantes dos Templos Iniciáticos, para os quais, os
"Mistérios” foram sempre um sistema de disciplina e estímulo à virtude na antiga Grécia.

Tão arcaicas são essas verdades, não somos os primeiros a dizer, porquanto, já o
faziam não só os Grandes Iniciados, como os próprios Adeptos, principalmente, aos seus
"Eleitos” ou "Discípulos”.

A mesma Helena Petrovna Blavatsky cita o que lhe afirmou respeitável adido, durante
muitos anos, à embaixada russa, "de que existem documentos nas bibliotecas imperiais de
S. Petersburgo (Leningrado) que se referem à época em que a Franco-Maçonaria e outras
sociedades secretas de místicos, floresciam na Rússia, ou seja, nos fins do século XVIII e
princípios do XIX. Mais de um místico russo se dirigiu ao Tibet através dos Montes Urais,
para adquirir o Saber e a Iniciação, nas desconhecidas criptas da Ásia Central. Sendo que
mais de um deles voltou portador de tesouros espirituais que jamais poderiam adquirir em
parte alguma da Europa, ou antes, do Ocidente”. Não citaremos seus nomes, para não
molestar seus parentes, que ainda os há em diversas partes do Globo.

Entretanto, quem desejar detalhes sobre o caso, que consulte os Anais da Franco
Maçonaria, nos arquivos da metrópole russa, e se convencerá de que muito longe estamos
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em haver divulgado toda a verdade... As calúnias assacadas contra tais Seres resultaram
alcançar um mal cármico para os seus detratores. E como esse mal já esteja feito, não se
deve recusar a Verdade, sejam quais forem as consequências.

Em resumo, a Eubiose não é, nem uma nova religião nem uma nova filosofia, pois
como se viu, é tão, antiga quanto o homem, um acervo de conhecimentos que a
caracterizam como uma Sabedoria, milenar e atualizada.

Aqui encerramos esta aula, pois não temos a intenção de esgotar o assunto, visto que
a iniciação deve seguir os princípios da calma, paciência e perseverança. E, baseados
nesses três itens, pedimos ao nosso prezado leitor a sua compreensão.

Muitas vezes, poderão ser repetidas frases, textos, com o intuito de relacionar e fixar
melhor os conhecimentos por nós ministrados.

Agradecemos a sua compreensão.


O–O–o
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SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – II:


CIÊNCIA DAS IDADES

Fases

Quando se deu o cataclismo da Atlântida, parte de seu povo era sabedor do que
poderia vir a ocorrer; tal como hoje, observamos uma série de fenômenos estranhos na
Terra e alguns cientistas mais conscientes procuram alertar os cidadãos do perigo que
estão incorrendo com os seus desmandos em relação à Natureza. Os atlantes tinham o
conhecimento por meio de Supremos Condutores responsáveis pela veiculação da "Ciência
das Idades”. Muitos atlantes migraram para onde os cataclismos seriam de menor poder
destrutivo pois sabiam decifrar com antecedência os sinais da Natureza. Esse povo na nova
terra teve momentos felizes, principalmente no Império de Ram. Esse império era
governado por um rei e três seres de alta hierarquia, O rei mantinha o símile dos reis divinos
da Atlântida, os Reis de Edon, no seu tempo áureo. Os diretores do Império eram iniciados
durante uma vida inteira, distribuíam justiça, bem-estar e sabedoria ao povo. A iniciação do
rei era realizada individualmente.

Com o passar dos tempos, veio o declínio do grande Império e a anarquia foi tomando
vulto. A corrupção minou todos os campos da atividade humana.

O precioso símbolo de Ram que era a cruz suástica, positiva (que gira no sentido
horário) fora conspurcado pelos senhores da sovástica, negativa (que gira no sentido anti-
horário).

Para conter esse obscurantismo, manifestou-se Yeseus Krishna (3228 a.C. - 3102
a.C.), um Avatara dos antigos hindus, a fim de restabelecer o mito solar (a Ciência das
Idades) e restaurar o Império Sinárquico (Império dos Supremos Seres da Grande
Fraternidade Branca). Com Krishna surgiu uma nova ordem das coisas. O mundo começou
a respirar um ar mais puro. Houve uma nova vida para a Terra.

No entanto, seguindo a Lei dos Ciclos, a decadência voltou a reinar. Krishna,


verificando a impossibilidade de divulgar a verdade, resolveu organizar uma Ordem secreta
com o intuito de proteger os Adeptos Fiéis à Lei. Criou a Ordem dos Traichus Marutas ou
Maçonaria Construtiva dos Três Mundos (base de todas as ordens secretas e religiosas
existentes no mundo).
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No ano 1370 a.C. o Faraó Amenophis IV fundou no Egito a Ordem Rosa-Cruz dos
Andróginos, substituindo o lírio antigo (símbolo do Poder Terrestre) pela Rosa-Cruz
(símbolo do Poder Espiritual).

Amenophis IV, conhecido por Kunaton, veio restabelecer o culto solar, a fim de
promover nova vida no Egito, tendo por emblema o disco solar. Teve como oposição ao
seu trabalho, Tut-Ank-Amon.

A Ordem dos Rosa-Cruzes, como corrente evolucional, do Egito estendeu-se para a


Ásia Menor, Grécia, Roma e finalmente por toda a Europa. Dela surgiu a Ordem de Orpheo,
que levou para a Grécia os mistérios órficos e toda a tradição do mito solar. A Ordem dos
Rosa-Cruzes tinha dois sentidos: político e militar. Tentou restabelecer o sistema eubiótico,
característico dos reinados divinos e sinárquicos; implantou os princípios iniciáticos na
Grécia (daí os Mistérios Maiores e Menores); deu origem à sublime civilização mitológica
dos antigos gregos. Passaram-se os tempos, e quando houve necessidade dessa Ordem
se tornar pública o fez por meio da grande Escola Pitagórica, em Crotona, Sul da Itália, por
volta de 550 antes da era cristã.

Pitágoras desejava restabelecer a lei e a justiça pelo entendimento e não pela força.
No entanto, os Adeptos Necromânticos, perversos perseguidores da sua monumental obra,
fizeram com que a Escola Pitagórica se resguardasse tornando-se uma Ordem secreta.
Nessa atitude, manteve-se até aparecer Platão (429-347 a.C.), que com sua benignidade
humana e espiritual, reuniu os saberes iniciáticos do Egito, a ciência cabalística de Israel e
as ciências herméticas, num conjunto harmonioso, consolidando os legados pitagóricos
para o estabelecimento da Teosofia. O Platonismo alastrou-se por vários pontos da Terra,
indo até as portas de Alexandria.

Ammonio Saccas (III século d.C.), Plotino e outros neoplatônicos alexandrinos,


filaleteus e verdadeiramente teósofos, deram àquela Sabedoria Universal um revestimento
mais eclético do que religioso. Mais tarde vieram os árabes, que ouviram a palavra de
Maomé (600 d.C.), espalhando-se pela Europa e indo até a Sibéria. Na Espanha, a Teosofia
chegou por meio dos Califas, pelos Mouros, pelos Godos e Visigodos.

Entre as fases por que passou a Ciência das Idades, é importante lembrar o trabalho
anterior desenvolvido por Moisés (1300 a.C.). Como grande condutor do povo hebreu para
a Terra Prometida (Canaã), Moisés foi um grande iniciado, legando um vasto tesouro de
conhecimento, sendo sucedido por outros Seres de grande valor até a chegada da era
cristã.
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Há cerca de dois mil anos começou uma grande efervescência oculta no seio do povo
de Israel. Roma e Grécia estavam em decadência. Um grande poder falhou em seus
desígnios. Gregos e romanos perderam seus Impérios Sinárquicos, como os símiles do
Império de Ram, para sujeitarem-se aos governos tirânicos.

Apareceram então no meio do povo de Israel, grandes Seres, sábios e cabalistas, tais
como Gamaliel e o rabino Simeão ben Jochay (70 d.C.) comprometidos como a obra do
Messias do ciclo de Piscis ou do Peixe. Em meio ao ambiente tumultuado pelo domínio
romano, surgiu Jeoshua ben Pandira (Jesus, o Cristo), o anunciado Messias (em hebraico,
o ungido). Mas infelizmente houve nova queda, culminando com o sacrifício do Messias, e
consequente comprometimento negativo do povo judeu perante a Lei que regia o plano da
Grande Fraternidade Branca. O trabalho de Jesus era, na ordem política, restaurar a
Sinarquia Universal do Ocidente, particularmente na Europa, no aspecto profano,
destituindo os tiranos, e na ordem espiritual, era o de ser o Mestre da tônica do ciclo. Em
virtude do fracasso desse trabalho, o Cristo foi levado a julgamento e ao sacrifício no
Gólgota.

Esse plano, no entanto, teve seus valores resgatados e conduzidos ao Tibete, onde
ficou sob a guarda dos Traichus Marutas.

O Mistério do Graal não teve início com o sacrifício do Cristo, embora que se
correlacione assim, mas segundo a Sabedoria Iniciática sua origem remonta desde a queda
atlante, há mais de 1.000.000(um milhão) de anos, quando do sacrifício de dois Seres
Supremos: Muisis e Muiska, apregoados no Vishnu-Purâna, um dos mais antigos livros do
mundo, como os Deva-Pis, a Divina Parelha, os Gêmeos Espirituais.

A missão cristã teve prosseguimento por seus Adeptos através do Cristianismo


primitivo. O Cristianismo dividiu-se em duas partes bem distintas: a esotérica (gnóstica) e
a exotérica (religiosa-político-social), o Catolicismo propriamente dito. A primeira ficou a
cargo de sete Seres ligados a Ordens religiosas de certo valor. A parte exotérica, político-
social-religiosa, ficou sob os cuidados da Igreja Romana. A primeira teve como dirigentes
supremos, José de Arimatéia e Nicodemus; a segunda se consolidou com o trabalho dos
apóstolos Pedro e de Paulo, pelo saber principalmente desse, e também pelo poder da
força, simbolizado pela espada romana do Imperador Constantino.

No Tibete, ano 985 de nossa era, como dissemos anteriormente, o conhecimento da


Ciência das Idades foi preservado em um sistema de Mosteiros. O Governo Oculto do
Mundo dava as diretrizes do trabalho a ser desenvolvido por meio de seus ministros
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Traichu-Lama (Sacerdote) e Dalai-Lama (Governador), às Ordens secretas espalhadas


pelo mundo inteiro. Tibete tem o significado de Telhado do Mundo. Naquela época as forças
contrárias também agiram, resultando no sacrifício de dois Supremos Seres, dirigentes
espirituais daqueles Mosteiros tibetanos. Podemos dizer que a polaridade é uma constante
no processo evolucional.

Maomé, como grande Mestre conhecedor da Ciência ou Sabedoria das Idades,


orientou o movimento islâmico dando-lhe uma ação construtiva. Este movimento foi depois
deturpado, principalmente por aqueles que não tinham as chaves do conhecimento. Isto
levou Roma a promover e organizar as Cruzadas. A V Cruzada enviada sob o comando de
Godofredo de Bouillon (Duque de Lorena, posteriormente proclamado rei de Jerusalém),
ao chegar à Ásia Menor (hoje Oriente Médio), teve contato com seres de imenso valor
intelectual e espiritual. Grande número de cruzados inteligentes preferiu instruir-se, ao invés
de combater estupidamente por um ideal sem objetivo prático e evolucional. Dessas
Cruzadas de escol saíram as Ordens de Jerusalém ou do Templo, Ordem do Cristo e dos
Templários, essa, perseguida por Felipe IV, o Belo, e pelo papa Clemente V acabou por ser
destruída em 1312. Das suas cinzas surgiram as Ordens da Cruz de Malta, da Cruz do
Cristo, a Ordem de Aviz e outras.

No século XI encontramos o movimento dos Francos Juízes, na Alemanha,


enfrentando o despotismo de setores do Catolicismo. Eles protegiam as instituições
difusoras dos ensinos trazidos pelos Árabes, para os povos da Europa.

Dentro do Catolicismo surgiu a Ordem dos Monges Construtores, encarregados das


construções e ornamentações canônicas de igrejas e catedrais. Seus membros eram seres
de grande saber e iniciados nos Grandes Mistérios. Graças a essa ordem encontramos em
várias igrejas símbolos "pagãos”, maçons, cabalísticos etc. Essa Ordem preparou o
ambiente para a vinda dos Rosa-Cruzes da Alemanha.

No século XIV, no ano de 1375 de nossa era, despontou na Alemanha outro grande
movimento, com os mesmos propósitos dos anteriores. Kristian Rosenkreutz tentou
disseminar os velhos ensinamentos iniciáticos, baseado nos princípios eubióticos, a fim de
conduzir o povo à felicidade geral ou coletiva. Foi também muito perseguido, por defender
a reforma moral, intelectual e espiritual de todos. O movimento falhou, todavia, seus nobres
princípios foram adaptados ao Cristianismo. No que diz respeito à parte interna ou mais
oculta do movimento, criou-se uma organização, intitulada Fraternidade Rosa-Cruz, que
viveu 120 anos secretamente.
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O Absolutismo e o despotismo pesavam sobre o povo europeu e então, das excelsas


Fraternidades de Luxor e Caleb, situadas no Egito, teve origem o primeiro movimento
político, dirigido por Cagliostro, para destruir os tentáculos da corrupção e preparar o
advento de novo ciclo, a irromper nas Américas, no ciclo seguinte, criando o ambiente
favorável para o advento do "Grande Ocidente”, precedendo em dois séculos a
manifestação do Supremo Instrutor do Mundo com a cognominação cíclica de Maytréia.
Esse movimento tomou o nome de Maçonaria Egípcia e tinha ramificações na Inglaterra,
Alemanha, Rússia, Japão, Itália, Áustria etc., mas com sede em França, onde o
"Clericalismo” e o Absolutismo estavam dominando com maior intensidade.

Cagliostro apresentava-se como Grão-Copta da Maçonaria Egípcia e trazia no peito


um símbolo com as letras L.P.D. cujo significado era o da destruição do governo insano da
França sob a regência dos Bourbons.

A Franco-Maçonaria, herança da Ordem dos Templários, tinha o intuito de resgatar os


valores daquela Ordem destruída em suas bases na França. Na época, os lIuministas foram
organizados por Martinez de Pasqualis, com a proposta de melhorar a situação do mundo
pelo aperfeiçoamento dos homens. O movimento, inspirado secretamente pelo Conde de
São Germano, teve um papel importante na grande transformação político social e culminou
com a Revolução Francesa.

Mas o trabalho daqueles que são responsáveis pela evolução da humanidade não
parou. São Germano, conhecido também como Conde Fênix, deixou claro, numa inscrição
na Capela de Einfurt (Alemanha), o anúncio que voltaria no século XIX.

Helena Petrovna Blavatsky (HPB) também muito contribuiu para que a verdade
pudesse se firmar na Face da Terra, escrevendo entre outras obras, não menos
importantes, a "Doutrina Secreta”. A mesma escritora, no prefácio dessa obra, anuncia,
para o início do século XX, um novo Mestre preparado pela Grande Fraternidade Branca,
conforme suas palavras: "um Outro viria do Oriente para completar aquilo que a ela mesma
não foi dado revelar”.

Blavatsky - juntamente com Henry Olcott - organizou em 1875 a Sociedade Teosófica


nos Estados Unidos, país que teria um papel importante no Terceiro Milênio, se não fosse
o racismo acentuado e principalmente as experiências atômicas. H. P. Blavatsky foi mal
compreendida e até perseguida, sentindo-se obrigada a sair da América e estabelecer-se
em Adyar, na Índia.
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Módulo 2: Sabedoria Iniciática das Idades
O que é; o que representa no contexto evolucional humano 13 / 45

O Professor Henrique José de Souza também comprometido com a "Grande Obra”


daqueles que o antecederam, guardiões da Sabedoria ou Ciência das Idades, fundou
materialmente, no dia 10 de agosto de 1924, a Sociedade Dhâranâ (palavra sânscrita que
significa "intensa e perfeita concentração da mente em um determinado objeto interno, com
a completa abstração do mundo dos sentidos”, isto é, "o sumo controle do pensamento, da
inteligência ou do Mental”), dando continuidade ao trabalho interrompido por Helena
Petrovna Blavatsky, no continente americano. Mais tarde, o Prof. Henrique José de Souza
mudou a denominação da Sociedade Dhâranâ para Sociedade Teosófica Brasileira, em
homenagem à "Grande Mártir do Século XIX”, no dizer do cientista e polígrafo espanhol
Doutor Mario Roso de Luna. A nova denominação dessa Sociedade teve também o intuito
de atrair para as nossas fileiras aqueles que estavam afins com os conhecimentos da
Ciência das Idades, a Teosofia, outrora a Gupta-Vidyâ dos antigos indianos, e atualmente
a Eubiose.

Hoje sendo o Brasil, já de há muito anunciado pelas tradições antigas do Oriente, a


pátria do Avatara cíclico, Supremo Instrutor do Mundo, tem a Sociedade Brasileira de
Eubiose (antes Sociedade Teosófica Brasileira), como dever, a responsabilidade de difundir
a Sabedoria Iniciática das Idades, para aqueles sedentos desse saber, e o mais importante,
para os que estão determinados a vivenciá-la.

Encerramos esta aula com um pensamento do Professor Henrique José de Souza:


"Julga-se o homem não por aquilo que é, mas sim pelo que deixa de fazer para atingir a
perfeição”.

o–O–o
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SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – III:


A TRADIÇÃO E A REVELAÇÃO – I

A Sabedoria ou Ciência Iniciática das Idades apresenta dois aspectos a serem


estudados, ou seja, ela se divide em duas grandes partes: a tradição e a revelação.

A tradição

Tradição, como a palavra indica, é tudo aquilo que já foi conhecido no passado.

A revelação é o que está em relação ao futuro. Tudo evolui. Nós viemos de um


passado e caminhamos para um futuro.

De acordo com a tradição iniciática reconhece-se a existência de uma humanidade


muito mais evoluída do que a atual, desde a mais remota história do nosso planeta,
precedendo nossos ancestrais e o período a que se convencionou denominar Pré-História.
Tal humanidade, se assim podemos dizer, atravessou várias eras, sem se destruir, por
seguir fielmente as leis universais, por sua vez, justificadas para garantir a execução do
plano evolucionário do Universo. Na Sabedoria Iniciática, vem ela conduzindo as criaturas
humanas, desde tempos remotos, sem, no entanto, intervir no arbítrio de suas aspirações
e decisões, uma vez que estão regidas pela lei de causa e efeito, que, portanto, considera
o grau de sua responsabilidade.

Tais condutores e protetores, segundo a tradição, são conhecidos em língua sânscrita


pelo nome de "Pitris”, Pais Espirituais, antecessores e criadores da humanidade
propriamente dita, dentre os quais tem origem a enigmática hierarquia dos Rishis, os
"reveladores” que precederam o período védico do Norte da Índia, esse estimado em pelo
menos 25.000 anos.

Eles presidem a formação e o desenvolvimento das raças - o florescer das civilizações


através das quais evolui a mônada, seguindo o místico Itinerário de IO, JO ou ÍSIS e
OSÍRIS, que atravessa os continentes nessa prodigiosa marcha que sempre vai em busca
das plagas redentoras de uma NOVA CANAÃ - marcha onde transluz de mil formas o
símbolo do eterno peregrino, o idealista "Cavaleiro Andante” ou o imortal ÉDIPO da
coleante estrada dos tempos; marcha encabeçada por um mentor inspirador ou dirigente
espiritual de homens, da categoria de um MANU: homem representativo de uma hoste de
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O que é; o que representa no contexto evolucional humano 15 / 45

pensadores, um protótipo, um Mestre enfim, que deixa um nome na alma de cada povo,
sendo para os hebreus, Noé e Moisés; para os astecas, Moiska; para os incas, Manco-
Capac; para os gregos, Orfeu; Mercúrio para os latinos, o Netuno-Penntannus, o "Herói do
Pentalfa” ou do pensamento; para os bardos irlandeses, Ema, o Grande; para os egípcios,
Thot-Hermés; para os persas, Zoroastro; para os ário-semitas, Ram; para os nórdicos,
Odim; para os maias, Quetzo-Cohuatl; Tamoindaré dos tupis etc.

O serpentear da peregrinação dos povos, sulcando todo o planeta, guarda um sentido


esotérico inelutável, em que pese o ceticismo do ocidental. Max Müller manifestou certa
vez, sua incredulidade quanto ao que afirma essa tradição. O maior sanscritista da época,
o Swami Dayanand Sarasvati, comentando o fato com a escritora Radha Sai, riu-se
dizendo:

"Se Max Müller fosse brâmane, poderia levá-lo a uma cripta ou gupta ou cupta próxima
de OKHIEMATH, no Himalaia. Ali, o sábio europeu constataria que todas as riquezas
culturais do Oriente, que até hoje cruzaram as negras águas do Kalapani - oceano - limitam-
se a uns poucos fragmentos de cópias desfeitas, relativos a algumas passagens dos
nossos livros sagrados. Existiu uma Revelação Primitiva, que ainda se conserva no
presente. Longe de perder-se para o mundo, reaparecerá em dia oportuno. Todavia, os
"Mlechchas” (europeus ou estrangeiros) terão de aguardar algum tempo mais”.

Era a Religião-Ciência ou Solar, a primeira Sabedoria das Idades, religião da natureza


e do espírito, a Gupta-Vidyâ ou Doutrina Arcaica; por outro nome, a Teosofia, Doutrina dos
Gnósticos Alexandrinos ou Neo-Platônicos dos séculos III e IV, conduzidos pelo filósofo,
autodidata ( do caminho "direto”), Ammonio Saccas, igualmente conhecida por Doutrina
dos filaleteus ou dos Amantes da Verdade; Doutrina dos "Ecléticos”, os que bebiam sua
Sabedoria em todas as escolas da antiguidade; dos "harmonistas”, ou buscadores da
unidade na multiplicidade e, enfim, dos "analogistas” ou Herméticos: os que aplicavam,
sempre, a miraculosa chave da tábua esmeraldina de Hermes Trismegisto: "o que está em
cima é, analogamente, como o que está em baixo, a fim de que se opere o mistério da
harmonia ou de vários no uno” (Princípio da Correspondência).

Sobre os mais longínquos e brumosos horizontes dos tempos onde se perdem as


origens dos conhecimentos humanos, têm lançado luzes deslumbradoras as tradições dos
Vedas, Purânas e Brâmanas, e as múltiplas expedições científicas simplesmente alcançam
a epiderme e não as entranhas dessas esfinges geográficas que são o Tibete (Telhado do
Mundo), o Gobi e a Mongólia, afora a obra ciclópica da principesca e ainda mal
compreendida autora da "Doutrina Secreta”, Helena Petrovna Blavatsky, a excelsa rebelde
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e mártir do século XIX, e o portentoso monumento lítero-científico, a obra jina ( de gênio,


genial) ou iniciática do " Mago de Logrosan”, o eminente polígrafo espanhol Mario Roso de
Luna (autor de "El libro que mata a la muerte o libro de los jinas”; "De Sevilla a Yucatan
(viaje ocultista através de la Atlántida)”;”O Simbolismo das Religiões” etc.).

Um golpe de vista atento sobre o quadro das religiões, filosofias, simbologias e filologia
comparadas deixa-nos logo entrever a identidade da fonte, - a sabedoria troncal perdida
- a unidade intrínseca de todos os conhecimentos humanos no seu infinito polimorfismo.
Os majestosos Vedas, anteriores a todas as religiões do mundo, há milênios sustentam o
apótema irrebatível: "a verdade é uma só, embora os homens lhe dêem nomes diferentes”.

A primitiva religião-sabedoria, com o decorrer dos tempos e das civilizações, foi


debilitando-se à proporção que adoecia a vertical das prístinas virtudes dos varões.

Multifracionada, a religião-ciência ocultava-se mais e mais sob crescentes


desfigurações grosseiras e interpretações degradantes.

O Avatumsara Suthra, uma das obras de maior relevo entre as obras mestras da
remota e sábia antiguidade oriental, ensina: "Tendo todas as criaturas conscientes,
repudiado a verdade e abraçado o erro, foi criado o oculto conhecimento - o iniciático - que
no Oriente chama-se Gupta-Vidyâ ou Alaya Vijñana” e no Ocidente, Gnosis ou
Conhecimento. O estudo acérrimo da filologia e religiões comparadas já convenceu os
orientalistas que inúmeros manuscritos sumiram, não deixando o mais leve rastro.

Recolhidos ao invulnerável Sanctum Sanctorum - o "País dos Deuses” (Mundos


Interiores), das Relíquias máximas dos tempos vencidos, dos povos que se foram e das
raças vindouras - esses documentos são as verdadeiras chaves das obras existentes na
atualidade, mas de todo intraduzíveis, no seu real espírito, para os tratadistas europeus.

Desafiando a voragem destruidora dos séculos e as ousadias ardilosas da curiosidade


vã e egoísta, riquezas inauditas de sabedoria encontravam-se conservadas no âmago dos
Himalaias, nas criptas das lamaserias tibetanas, detentoras dos mais raros anais de toda a
perdida antiguidade, nas Fraternidades ocultas do deserto de Gobi, nos recantos iniciáticos
da Mongólia, por toda a Ásia, enfim, e até mesmo pelas florestas, povoados e redondezas
de grandes centros das Américas, onde ocultam-se as bibliotecas PROIBIDAS ou JINAS,
protegidas pelas redes intransponíveis, hiperfísicas e hipnóticas da "Maya budhista”. "Não
há poder de perspicácia ou engenho científico humanos capazes de descobrir as entradas
para esse mundo de realidades assombrosas de todos os sonhos da literatura secular
erigidos em monumentos de glória na face da Terra, pois tais monumentos são meros
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O que é; o que representa no contexto evolucional humano 17 / 45

reflexos morrentes e parcialíssimos das realidades dos mundos interiores, tais como
Shangri-lá, defendidos por mil e um processos ocultos.

Entre as muitas e gigantescas obras que ficaram na face do Globo, depois de


profundamente veladas, ou seja, destituídas de suas chaves-mestras, pode-se apontar
algumas, como as de Lao-Tsé (604 a.C.), o predecessor de Confúcio. Autor de 930 livros
sobre ética e religião, atribui-se ainda a Lao-Tsé a criação de 70 tratados de magia. Os
pesquisadores europeus já confessaram que o texto do Tâo-the-King, o coração da doutrina
laotseniana e a escritura sagrada do Tâo-Tsi, é um mundo impenetrável sem o Sésamo
dos comentários exegéticos.

Para traduzir a obra de Lao-Tsé, o erudito Estanislao Julien teve de recorrer a mais de
sessenta comentaristas, o mais antigo dos quais procedia do ano 163 a.C. Os comentários,
porém, que nossos sinólogos têm manuseado estão muito longe de ser os legítimos
documentos ocultos, mas simples textos despistadores, intencionalmente preparados,
como inocentes "jardins de infância”, para as mentes dos profanos, que segundo os jinas,
os iniciados, os guardiões sempiternos da ciência integral, são todos aqueles que não
conquistaram, pelos seus próprios esforços, os requisitos morais e intelectuais exigidos dos
que ousam querer levantar uma ponta do véu de Ísis, ou o véu do mistério cósmico que
enlaça os homens e os astros e todos os formidáveis segredos que palpitam sensíveis no
grande seio máter: a Natureza. A mesma providencial censura remarcou os cinco King e
os quatro Shu de Confúcio; as escrituras caldaicas, donde nasceu nossa Bíblia; os
1.028 Hinos ou "Mantrans” pelas combinações mágicas de sons, que envolvem segredos
cabalísticos ou matemática transcendental, de efeitos fenomênicos surpreendentes nos
planos visíveis - Hinos, dizíamos, do Rig-Veda, de chave também perdida; os 325 volumes
do Kampir e do Tampir, escritos pelos budistas do Norte - o cânone sagrado dessas obras
abrange 84.000 tratados, quase todos, isto é, os principais, também perdidos para os
europeus; o misteriosíssimo livro de Dzyan, o livro cume, por excelência, outra obra que
desafia os maiores criptógrafos ocidentais da filosofia oculta; as importantes ruínas
literárias do inescrutável Egito e também da Ásia Central - como os volumes atribuídos a
Thot Hermés, e os Purânas hindus; o livro caldeu dos números e até o Pentateuco; os
documentos de incalculável valor que repousam nas entranhas das 23 cidades sepultadas
do Tchertchen-Darya tibetano etc.

Com estes fatos e muitos outros que vieram se impondo esmagadoramente, desde
1820, à positivista ciência europeia, mantém-se de pé a irrefragável tradição arcaica,
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quanto à existência da ciência-religião, difundida por todo o mundo antigo e Pré-histórico


como uma Revelação Primitiva dos augustos patriarcas da raça humana, os Rishis.

A Ciência Sagrada, assim chamada por motivo da sua insuperável excelsitude e


ilimitado domínio do mundo das causas, foi rigorosamente subtraída aos homens, não por
fanático egoísmo, mas atendendo às razões da mais equilibrada sensatez, pois seu
conhecimento completo faculta o manejo de tremendas forças cósmicas, e o mundo
evidentemente ainda não está preparado para que se lhe confie tamanhos segredos,
espantosos poderes, tanto aplicáveis para o bem como para o mal, dependendo, apenas,
da índole dos seus detentores e, portanto, arma perigosíssima que jamais será confiada a
uma humanidade tão cruelmente antifraterna como a nossa, dominada por paixões só por
si capazes de armar panoramas como o que defrontamos na trágica hora que passa...

O "maravilhoso tesouro" perdido de outrora, a Ciência Secreta, a Sabedoria Divina,


reaparece sempre que no mundo se patenteia um maior desenvolvimento intelectual a par
de uma melhor e efetiva compreensão fraterna entre os homens - o verdadeiro culto do
Espírito - refletido no cultivo real dos bons costumes, traduzindo na forma de iniludível amor,
um respeito espontâneo às sábias leis da Natureza.

Para que surjam os "tesouros” alegorizados no conto de Aladim- como já têm


aparecido, de muitas e irrecusáveis formas - é necessário que se afirme a evolução
humana, menos pelo espetáculo vertiginoso do progresso no raso campo das cousas
materiais, e mais pelo aprimoramento inequívoco dos princípios notadamente espirituais.

Felicíssima intuição alimentou a pena de Bailly, quando escreveu que "a ciência do
Ocidente limita-se a fragmentos dum oculto sistema de ciência asiática mais antiga que
tudo e infinitamente mais perfeito”. O professor Max Müller, um dos orientalistas mais
altamente conceituados, na esfera dos pontífices da ciência ocidental, disse que até 1820
os livros dos Brâmanes Magos e Budhistas” eram desconhecidos; duvidava-se até da sua
própria existência e não havia na Europa um só erudito capaz de traduzir uma única linha
dos Vedas, do Zend-Avesta ou do Tripitaka, e agora está demonstrado que os Vedas
pertencem à remotíssima antiguidade, representando a conservação, daquelas obras uma
verdadeira maravilha. Asseverou, ainda, que a descoberta das antigas escrituras e Bíblias
dos ários e sua tradução em línguas européias significa uma conquista tão gloriosa como
a da escritura cuneiforme babilônica e a hieroglífica egípcia. Acrescentou que aquela
descoberta oferece um soberbo conjunto de ciências, as mais complexas e avançadas,
donde se derivam as nossas Astrologia, Linguística e Mitologia comparadas. Graças a tais
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conhecimentos, foi possível começar-se a estudar os longos períodos das mais recuada
Pré-História.

Einstein, sem dúvida uma cabeça que sobressaiu entre os luminares do primeiro plano
da ciência hodierna, estudou, como é sabido, "Astrologia Cabalística” e, nos seus lazeres,
cultivou a música, precisamente por um instrumento iniciático que é o violino... e é natural
que estas evidências nos reportem à famosa sentença estampada no templo délfico,
advertindo que ali não entraria quem ignorasse matemática e música. Ademais, o
descobridor da "Lei da Relatividade” afirmou que "o sistema filosófico-religioso Budhista é
o único que oferece solução a todos os problemas da vida e da morte”. Cabe aqui um trecho
do Prof. Henrique José de Souza, de sua "Mensagem de Dhâranâ ao Povo Brasileiro”: " Se
o Budismo fosse de fato uma religião, em toda plenitude do vocábulo, a Sociedade Dhâranâ
não hesitaria em perfilhá-la, atendendo à pureza dos seus ensinos, à elevação das suas
exigências e à fraternidade dos seus costumes(...)”.

Basta-nos considerar que homens como os supramencionados, não gracejavam, por


certo, com a responsabilidade das suas palavras, em face da significação dos seus nomes
no conceito universal.

o–O–o
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SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – IV:


A TRADIÇÃO E A REVELAÇÃO – II

"Não houve, no início, mistérios iniciáticos - A humanidade degradou a Sabedoria


Primitiva; e perdendo-a, castigou-se pelas suas próprias mãos”.

Segundo o que perpetuam as tradições da Doutrina Secreta, não houve mistérios


iniciáticos (conhecimento oculto) durante a primeira idade da Atlântida - Idade de Ouro,
Satya-Yuga. O conhecimento integral (Vidyâ-Gnâna, Gnosis) era propriedade de todos.
Os homens ainda não haviam produzido o mal, porque a sua natureza era mais divina
do que humana.
Assim, na Idade de Ouro, imperava universalmente uma felicidade paradisíaca. E
viver no PARAÍSO (PARA: além; ISO: Is, IO ou Ísis), em linguagem teosófica, significa a
vida além do véu de Ísis ou manto de Mâyâ: a ilusão dos sentidos.
Iniciar-se equivale a procurar a VIDA por detrás do sagrado; beber na fonte dos
mistérios maiores (no seio ou "sanctum sanctorum” das verdades primitivas resguardadas
severamente da maldade e irresponsabilidade dos ignorantes, ou seja, do ignaro vulgo) os
conhecimentos superiores, a unidade das cósmicas e secretas leis que estabelecem,
dentro de mágico equilíbrio, as mil e uma (1001) noites.
Nessa representação numérica (que encerra aos legítimos iniciados um sentido
esotérico de supremo alcance), acha-se decomposta uma das chaves mais antigas e
preciosas da sabedoria dos rishis (reis dos antigos arianos), Sabedoria ou Ciência Iniciática
das Idades, que se foi velando e "re-velando” (velar duas vezes), com o decorrer dos
tempos, as relações maravilhosas que interligam o homem, a Natureza e os astros. Trata-
se do renascer para o eterno, abandonando o túmulo deste triste, restrito, contraditório e
lastimoso mundo tridimensional, fictício e vicioso, pleno de efeitos, onde se entronizam
mentiras irônicas como o ACASO, que tenta em vão explicar o desconhecido, e mentiras
engenhosas, que procuram distrair as angústias impotentes da DÚVIDA ancestral, em face
do desfile interminável de pálidas formas incertas que jamais souberam QUEM SÃO,
DONDE VIERAM E PARA ONDE VÃO... É o drama do cárcere de que fala Platão, onde,
cegos espiritualmente, ou seja, de costas para a luz, admitem como plena realidade um
mero jogo de sombras cabriolantes nas paredes das nossas limitações psicofísicas.
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Módulo 2: Sabedoria Iniciática das Idades
O que é; o que representa no contexto evolucional humano 21 / 45

Prossegue a tradição dizendo que, com a multiplicação do gênero humano,


multiplicaram-se também as idiossincrasias do corpo, da alma e da mente. Assim, o espírito
encarnado manifestou-se débil; nas mentes menos cultivadas, arraigaram-se exageros
naturalistas que fecundaram as superstições; das paixões e desejos, até então ignorados,
nasceu o egoísmo.
Como o passar dos tempos, já que os homens começaram a abusar do seu poder de
sabedoria, impôs-se a necessidade de reduzir o número dos conhecedores para que a
Sabedoria Iniciática das Idades fosse resguardada. Assim começou a iniciação (ou caminho
de REGENERAÇÃO, isto é, nova geração ou renascimento: o interno e espiritual,
conseguido pelo próprio esforço do homem instruído, disposto à reconquista da fortuna
outrora perdida - seus legítimos e divinos direitos: o conhecimento integral que o véu de
Ísis encobre).
Cada país adotou um especial sistema religioso, de acordo com a capacidade
intelectual do povo e suas necessidades espirituais; porém, como os sábios prescindissem
do culto por simples formalidade, restringiram a muito poucos o verdadeiro e avançado
conhecimento. A necessidade de se encobrir a genuína face dos altos ensinamentos, a fim
de pô-Ios a salvo de possíveis profanações, deixou-se sentir mais e mais em cada geração,
e assim o véu, a princípio tênue, foi-se tornando cada vez mais denso à medida que tomava
maior corpo o egoísmo pessoal, até que, por fim, converteu-se em MISTÉRIO.
Os mistérios estabeleceram-se em todos os povos e países procurando evitar-se, ao
mesmo tempo, quaisquer contendas e erros, facultando-se às massas profanas doutrinas
inofensivas, adaptadas às inteligências vulgares, não como crenças fanáticas, mas na
forma de fábulas e contos infantis de sadio fundo moral. Em resumo, a tradição acentua,
nas entrelinhas, o mesmo que os filosóficos e complexos ensinamentos ministrados no
ádito (câmara secreta) dos templos iniciáticos; as observações lógicas e científicas dos
fenômenos naturais, que conduzem à segura posse dos segredos das eternas verdades,
não devem cair no domínio popular, pois os OLHOS DO ESPÍRITO DEVEM PREVALECER
SOBRE OS OLHOS DO CORPO diante da nudez integral da mater sabedoria ou Ísis
desvelada...
Já na quinta raça, a Ária, sacerdotes brâmanes inescrupulosos (por fatal
hereditariedade atlante), prevalecendo-se da singeleza das crenças que imbuíam a alma
popular, já de si sempre propensa à cega idolatria, começaram a forjar falsos deuses,
afastando-se completamente da única e universal causa das causas. Seguindo o infeliz
exemplo, os demais povos, pouco a pouco, foram, também, antropomorfizando no barro
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O que é; o que representa no contexto evolucional humano 22 / 45

bruto da letra dogmática as mais elevadas verdades metafísicas e a viva e inefável


linguagem dos símbolos: alma dinâmica de todo o ensinamento iniciático, inassimilável para
aqueles que não renasceram de si mesmos, mercê do fogo fecundante da liberadora
rebeldia de Prometeu, conquistando a sempre esquiva e agreste NATUREZA - conquista
da visão mental do simbolismo unitário da vida em todas as suas manifestações.
Cabe ressaltar, aqui, que a Atlântida, o continente de Kusha ou País de MÚ, foi
governada por Lua e Saturno, predominando, sobretudo entre os toltecas, a prática da
magia negra, num grau imponderável como potência corruptora e destruidora, devido ao
desenvolvimento do estado de consciência psíquica, anímica ou lunar, relacionado com o
plano astral: a esfera das sensações, das paixões, dos delitos dos sentidos. Após a queda
da Atlântida, os conceitos da sabedoria primitiva espalharam-se pelas diversas teogonias,
jaina, budhista, bramânica, ibérica, nórdica, latina, grega etc., na forma de flamantes ou
flamejantes símbolos, que, grosseiramente adulterados, chegaram até a nossa época.
Oculta, sob o simbolismo religioso e na mitologia de todos os povos, perpassa
avassaladora a rede do sistema científico e místico da Arcaica Sabedoria que marchou, no
início, do Ocidente para o Oriente - deixando por toda a bacia mediterrânea as MAÇÃS DE
OURO do atlante Jardim das Hespérides - avançando, depois, no sentido inverso para
realizar o Itinerário de IO: o coleio da serpente do cósmico mistério que conduz as raças e
civilizações a determinada meta; a serpente que procura MORDER A CAUDA - O
OUROBOROS GREGO - ou seja, o cabalístico símbolo da fusão da multiplicidade na
unidade; a integração do efêmero no Eterno; a contínua movimentação do vário buscando,
por força da secreta lei, a harmonia do Uno - o círculo giratório da evolução, dentro do qual
Universos e humanidade surgem, desenvolvem-se e transformam-se sob as contínuas
reações da vida energia transmutando-se em vida consciência.
O perene êxodo de IO retrata em seu mágico sentido a própria marcha espiritual da
humanidade: as mônadas (unidades ou divinas centelhas do Logos ou Consciência Total)
que imigram, PEREGRINANTES, de corpo, de vida em vida, através das raças e
continentes, pela senda infinita e tortuosa dos tempos.
Na Grécia, essa peregrinação era simbolizada nas corridas olímpicas dos atletas, que
passavam, de mão em mão, um facho ignescente. A pista representava o templo, como
templo-mor iniciático é a nossa própria terra; as etapas, os séculos ou mesmo os ciclos
raciais eram caracterizados por determinado estado de consciência entre os sete a serem
desenvolvidos plenamente pela humanidade; os atletas, as gerações; o facho, o progresso
espiritual da mônada, a fagulha imperecível que procura tornar-se chama, isto é, a
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O que é; o que representa no contexto evolucional humano 23 / 45

expansão das máximas possibilidades da nossa mente até a fusão da mente finita do
homem na infinita do Universo, fusão que exprime a posse integral do mundo das causas
supremas, ou posse da PERCEPÇÃO DIRETA que é o fastígio da evolução espiritual do
homem sobre a Terra: o Adeptado.
O Adeptado está relacionado ao desenvolvimento mental que transforma e cria, na
sua essência, uma manifestação de amor, uma expressão humana de íntima solidariedade
com esse próprio amor impessoal e libérrimo da Natureza, sempre renovadora, construindo
e transformando tudo, malgrado os oráculos estacionários dos falsos ídolos. Fundem-se
nessas almas eleitas experiências de mundos outrora conquistados; a consciência das
forças, que operam a evolução universal, reflete-se nessas almas a sentença:
"Redime-te da tua QUEDA, ó homem: levanta-te e anda: Salva-te pelas tuas próprias
mãos, CONHECENDO-TE A TI MESMO”.
São os que se antecipam à compreensão normal das épocas em que surgem como
fulgurantes faróis espirituais. Devassam o mistério e roubam-lhe chamas de segredos que
vêm constituir outras tantas ciências e coletivamente a Ciência Sagrada.
o–O–o
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SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – V:


A TRADIÇÃO E A REVELAÇÃO – III

"A esfinge terrível de todos os tempos; e a marcha epopeica dos Édipos imortais”. Fra-
Diávolo.

A "Lei da Analogia” é a chave fundamental, a sutil e intuitiva mestra orientadora de


toda a pesquisa eubiótica em torno dos problemas da vida, sejam patenteados nos relevos
do mundo objetivo, sejam dinamizados nas esferas onde vibram as mentes eleitas, o
hiperlúcido, supersensível e ilimitado orbe da abstração espiritual, a pura Ideologia ou
Metafísica.
Há um fascínio tenebroso na realidade que se oculta insondável e absorvente sob a
veste clássica da fábula da Esfinge Tibetana; fascínio que gerou a dúvida de Hamlet, sofrida
por todo homem de pensamento, em todas as épocas, sob todos os climas, em cada
problemática encruzilhada da sua peregrinação; buscando a si mesmo, lutando pelo triunfo
sobre as miragens cambiantes, sobre o demônio especioso de sua impermanente
personalidade mundana, por meio do autoconhecimento que leva implícito, por lei da
analogia, o conhecimento do próprio Universo.
Assim, todos os problemas, filhos de nossa incompreensão, estão contidos
no símbolo da tríplice pergunta do arcaico tema da Esfinge - tema que encapsula o germe
de quantas filosofias já frutificaram no seio dos poucos, ao calor desse nosso divino e
secreto anseio de superação, o estudo da Esfinge Humana:
- DONDE VIEMOS, QUEM SOMOS, PARA ONDE VAMOS?
Na história do pensamento humano, que é a odisseia do humano Titã, o EU que
tombou, quer reerguer-se edificando, apoiado na miraculosa tríade: mente, coração e
vontade, ou sabedoria, beleza e força, a pirâmide da sua evolução; quem não vê plasmada
a epopeia do eterno choque, o atormentado peregrino, esquecido de sua origem divina, ou
seja, ignorando as estupendas possibilidades adormecidas no imo do seu ser obscuro,
intuitivamente nostálgico da paradisíaca felicidade perdida?
Segundo Burnouf (orientalista francês nascido em 1801), o homem jamais deixou de
dar expressão a essa sua secreta, inefável, imortal e transcendente saudade daquele
perdido reinado da Verdade sem Véus, já magistralmente evocado no "As Aves", de
Aristófanes; na "A República”, de Platão; "O País da Utopia”, de Thomas More; "A Eneida”,
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de Virgílio; "O Paraíso Perdido”, de Milton (...), enfim, a Era da Pureza arcadiana na qual
"os deuses andavam pela terra conversando com os mortais” (...). É a Idade de Ouro; a
Satya-Yuga, hindu, ou o Chatur Juga, bramânica, ideia e sonho inatos em todos nós, do
País da Eterna Primavera; a Ilha mágica guardando o mais sublime Tesouro de que todas
as demais ilhas e tesouros legendários e novelescos são pobres e atormentadoras
reminiscências (...); do jardim das Hespérides magnificente de miraculosos frutos (...). Era,
ilha ou país encantado da Paz e da Felicidade, da Esperança Maior que já se chamou no
mundo o Paraíso, bíblico; a Era de Juno e Saturno, romana; os Campos Elíseos; o Walhalla,
nórdico; o Édem, corânico; o Devachan ou Reino dos Anjos, ário; o Amenti, egípcio; o Reino
do Pai, cristão; o Summerland, espiritista; etc...
Quando já deixou o homem de ser assaltado pela multiforme e abarcadora
interpelação da Esfinge?
Para guiar a humanidade, também chamada de "A grande órfã”, no dizer místico e
piedoso dos sábios da velha Âryâvarta (Índia), o Édipo imortal tem aparecido no mundo,
em expressões humanizadas da Divina Lei, no decorrer dos diversos ciclos que regem as
civilizações.
Assim, sua presença tem propiciado à humanidade:
1o) Atenuar a bruteza dos tropeços na jornada terrestre expiatória, regeneradora ou
iniciática;
2o) Suportar o enorme fardo de penosa herança provinda dum passado que se afunda
no vórtice de perdidos tempos de régias derrocadas inenarráveis;
3o) Alentar a chama das suas heroicas esperanças, acenando-lhe, sempre, como
alvorada promissora do futuro.
Em todas as épocas e países, em cada raça e sub-raça, tem surgido esse Édipo
Imortal - os Manus, potência espiritual que preside o complexo trabalho oculto de
arregimentação e seleção das mônadas para a formação das raças; os gigantes místicos e
pensadores, que lançam, enfim, o germe da luta das ideias impulsionadoras da grande roda
do progresso e da evolução humana - é o Peregrino consciente, inspirador de quantos
gestos decisivos de liberação da alma coletiva, torturada pelo abutre da sua própria
cegueira mental e pelos grilhões dos Césares insaciáveis.
Os Manus, os gênios de primeira grandeza da Ciência e da Arte, as altas vozes da
mente iluminada que descortina as Renascenças, jamais deixaram de caminhar ao lado
das gerações, imprimindo-lhes, de acordo com as necessidades cíclicas e em propícios
momentos históricos, sob esta ou aquela forma místico-científica, um sopro vital da
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chamada Perdida Verdade (A primeira Ciência-Religião Universal, na realidade,


conservada integralmente no seio das Fraternidades Secretas: arca eterna das relíquias
dos máximos esplendores passados e de tesouros inimagináveis que são as maravilhosas
realidades das eras porvindouras).
Christian Rosenkreutz, Rogério Bacon, Tomas More, Arias Montano, Saint Germain,
Cagliostro e ainda tantos outros encapuzados no anonimato, foram os Édipos daquelas
épocas, isto é, velados guias, inspiradores ou libertadores de povos, heróis que souberam
dar desempenho integral a tarefas de valor imponderável.
Todo o gigantesco movimento de emancipação espiritual da Renascença
restabeleceu princípios esquecidos da Doutrina Arcaica, reivindicando, em muitos
aspectos, a sabedoria dos antigos. Para citar mais alguns acontecimentos históricos, como
impulsos decisivos na marcha evolutiva da humanidade, temos: o grandioso movimento
arábico na Espanha, as Cruzadas; os descobrimentos da América e do Brasil; e a
Revolução Francesa. Esses representam apenas uma parte dos frutos de Titânica atividade
que, dimanando como miraculoso alento ou renovador "sopro” de determinados e milenares
centros espiritualistas do Oriente, se firmou gradativamente na Europa, em centros
famosíssimos de cultura e poderosas Fraternidades Secretas; "sopro" que provinha das
plagas do Nilo - Berço da Maçonaria - dos Himalaias e do Tibete.
Alguns achados arqueológicos têm deixado conturbadas as mentes indagadoras da
ciência oficial. A tradução de muitos hieróglifos (intrincáveis até o presente) pelos famosos
pesquisadores Champollion, Winckelmann, Schliemann, Maspero etc. não foi conclusiva,
pois os mesmos não detinham as chaves da Sabedoria Antiga. Entretanto, acham-se, nas
mãos das Fraternidades Secretas, as referidas chaves do Arcano Saber e a solução de
inúmeros problemas que até hoje desafiam o valor dos processos da investigação "séria”,
não "visionária”, estritamente positivista. Se os Adeptos (senhores da chave-mestra e da
pedra angular de todos os conhecimentos antigos e modernos) julgassem acertados,
poderiam comprovar a antiga origem das Fraternidades Secretas, pois possuem
documentos surpreendentes, de capital, e insuspeitável importância. Isto, sem dúvida,
imporia uma retificação completa da história.

A Religião-Sabedoria

A Ciência Primitiva, o grande sistema arcaico, desde a antiguidade pré-histórica,


recebera vários nomes, conhecidos como Ciência Sagrada ou Sabedoria Iniciática das
Idades, e, a partir do século III da nossa Era, foi denominada Teosofia, cujo exame
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etimológico demonstra-nos não significar a sabedoria de um Deus, no sentido


antropomórfico que se dá hoje ao termo, mas Sabedoria Divina, o Conhecimento Integral
ou Ciência dos super-homens; Superciência, Ciência do Oculto, a mesma Ciência de
Ontem; perdida e que virá a ser..., "dada a simétrica regularidade e reciprocidade de todos
os fenômenos, entre eles o mais inefável de todos que é o de Evolução”, a Ciência do
Amanhã resplandecente ou Era da remissão espiritual da humanidade, a Era de Aquarius.
Atualmente, a Ciência Sagrada ou a Sabedoria Iniciática das Idades passou a ser
conhecida como Eubiose. É a Ciência da Vida que ensina os meios de se viver em
harmonia com as Leis da Natureza e, consequentemente, com as Leis Universais das quais
as primeiras derivam. É um conjunto de conhecimentos, cujo objetivo primordial é
congregar, construir e religar integralmente as dimensões do sagrado, profano, divino e
humano.
Quando empregamos o termo religião, não o fazemos com o corrente sentido
devocional, idolátrico ou fanático que se lhe empresta. Ligo, Ligas, ligare significa unir, em
língua latina; e religo, religas, religare: "ligar duas vezes” ou reatar; é a genuína etimologia
da nossa palavra religião.
No puro e elevado sentido místico-filosófico, usamos, pois, o termo religião como
designativo de dupla ligadura espiritual de fraternidade que os homens se devem entre si;
O duplo liame da Sabedoria e do Amor, estabelecido basicamente como unidade harmônica
e ideal nos ensinamentos religiosos transcendentes da milenária e esquecida Religião da
Natureza e do Espírito, Religião Solar, Gupta-vidyâ, Teosofia ou Eubiose.
Nosso afã de sincretistas, ecléticos, harmonistas e analogistas ou herméticos
consiste, precisamente, em tornar a ligar os fragmentos da áurea e perdida verdade;
reintegrar ou reatar o colar maravilhoso e mágico da sabedoria eterna; recompor, em
sua pureza, a doutrina arcaica e secreta ou Ciência Iniciática das Idades, que se acha
multifracionada e velada sob o adulterado simbolismo de todos os povos, simbolismo que,
depurado pelo eubiota, é oferecido hoje, tal como o foi antes numa linguagem universal e
oculta. Essa linguagem é a dos mistérios ou dos mestres e iniciados, que consta de sete
chaves relacionadas com os sete respectivos mistérios da Natureza, encerrados cada um
em seu correspondente simbolismo filológico, matemático, aritmético, astronômico,
químico, biológico e artístico.
Amônio Sacas e seus discípulos, os neoplatônicos, foram os fundadores do sistema
eclético. Por analogistas, eram ainda designados, em virtude do seu método para
interpretar as legendas sagradas, as tradições esotéricas, as narrativas teogônicas, mitos
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e mistérios, métodos baseados numa regra ou princípio de analogia ou correspondência.


Tudo que se conhece da grande escola eclética deve-se a Plotino, Orígenes e Longino,
discípulos diretos de Amônio. Seus conhecimentos, seu amplo discernimento filosófico,
foram adquiridos com os Mahâtmâs de Bactriana e da Índia - vêm da antiguidade pré-
histórica, magna síntese de todos os conhecimentos que nos são possibilitados na face do
planeta, a religião da natureza e do espírito, em suma, a sublime Ciência das Idades que
palpita como imperecível germe no organismo incompleto das religiões, no fundo histórico
de todas as mitologias.
No seio de cada mito ou lenda de um povo, persiste uma verdade científica esquecida,
herdada do período antecedente de cultura. Desta sorte, traz a Cabala os textos védicos,
os livros herméticos, os poemas imortais, filhos desta ou daquela época, as lendas que se
perpetuam e inspiram o gênio poético de todas as raças, desde o MAHÂBHÂRATA hindu
e o POPOL VUH, Quiché, até a Bíblia dos hebreus e toda a mitologia greco-romana.
Existe oculta, repassada nessa alquimia ideológica e ideográfica do símbolo, uma
verdade científica, ora cosmogônica, ora antropológica; verdade que a Eubiose consegue
mostrar de modo convincente, segundo seus princípios metafísicos, seu método analógico,
seu sistema de comparação e penetração além da forma da letra no terreno da filologia,
mitologia, cosmogonia etc. Todavia, vozes altissonantes e intuídas têm repercutido no
Ocidente, contrariando as sentenças dos doutos que emprestam à mitologia um sentido
essencialmente fictício, inócuo, não lhe reconhecendo nenhum fundamento histórico-
científico.
Entre esses verbos enérgicos, sem o temor de perder brilhos convencionais
reivindicando com desassombro o valor dos antigos, destaca-se o poeta e egiptólogo
Gerald Massey, que assim se expressa: o professor Max Müller afirmou, durante trinta anos,
que a mitologia é uma enfermidade da linguagem e o fruto de uma aberração primitiva. Os
sábios expositores dos mitos solares têm apresentado o homem primitivo como
estupidamente guiado pelas mais desgrenhadas fantasias. A mitologia foi um modo
primitivo de pensar e estava baseada em fatos naturais e comprováveis. Nela nada se vê
de irracional, nem de insano, quando considerada à luz da evolução. É o repositório mais
respeitado da ciência e, no dia em que torne a ser corretamente interpretada, matará a
quantas falsas teogonias têm dado origem inconscientemente. Insânia é tomá-la por
história humana ou revelação divina, embora haja "História" na maior parte das alegorias e
"mitos” da Índia e sob os quais se escondem eventos reais.
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Quando as "falsas teologias desaparecerem, encontrar-se-ão as legítimas realidades


pré-históricas” - contudo o erudito e grave Max Müller reconhece que: "Há muitas coisas
ainda incompreensíveis para nós outros, e a linguagem hieroglífica dos antigos tão somente
traduz a metade dos pensamentos”.
Müller, o mais infatigável dos orientalistas, segundo Helena Petrovna Blavatsky,
comparando o POPOL VUH na sua aparente incongruência à não menos incompreendida
e gloriosa obra iniciática "As mil e uma noites”, encontra no arcaico livro Quiché, cuja autoria
é atribuída a IXTLlLXOCHITL - "um segmento de conceitos elevados sob uma superposição
de quimeras sem sentido”. A verdade é que o respeitável orientalista alemão - sem ligações
com qualquer centro iniciático - aventurou-se a penetrar o texto da formidável obra,
desprovido, porém, das apropriadas chaves interpretativas que o levariam a fundo real e
científico da preciosa relíquia Quiché, vazada na clássica linguagem secreta ou ocultista,
roupagem alegórica ou (...) "quimeras sem sentido”. Não iniciado na magna linguagem dos
mistérios, com seus múltiplos "dialetos”, linguagem adequada ou chave aturdida, diz Müller
que: "de quando em quando, há passagens inteligíveis, na página seguinte, porém, logo
tudo se torna caótico”.
O POPOL VUH, doutrina exotérica para as massas, é a Bíblia da nação Quiché na
sua remota antiguidade. Encontram-se explicados nos seus mitos não só os
acontecimentos históricos, como os pré-históricos dos povos da América Central:
Quichuas, Cakchiqueles, Toltecas, Mixecas, Pinas, Yumas, Apaches, Caddos, Seminolas,
Aztecas, Tarascas etc. A tradução dos seus símbolos nos oferece a crônica empolgante
das imigrações - problema até o presente, em muitos aspectos, sem soluções pela ciência
positiva -, as guerras de raça, os cataclismos sofridos pelos referidos povos etc., etc.
As famosas narrativas do rei Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda, apreciadas
apenas no colorido da letra, "são meros contos de fadas”; todavia estão assentadas em
fatos que integram a história da Inglaterra. E os progressos da geologia e arqueologia têm
tornado válidas sobejamente, de modo surpreendente e acabrunhante para o orgulho de
decantada "Kultur”, com seus alardeados métodos positivistas, algumas asseverações de
Homero, na sua mitológica Odisseia, durante séculos despreocupadamente admitidas
como belas alucinações poéticas-recreativas "quimera sem sentido”.
No âmago dos sistemas filosóficos, fulgura o símbolo, numa dimensão vedada aos
olhos das almas demasiado jovens ou desintuídas, sob a veste fantasiosa da lenda
existente no mito.
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Esses Christos (Iluminados), esse Cavaleiro do Sol, acesos do amor que responde
aos clamores do silêncio das dores mais humildes: alvinitentes Cavaleiros do Cisne ou da
Branca Magia, portadores da chama dos supremos titanismos místicos, científicos e
artísticos; o prodigioso sem nome, de procedência ignorada; sempre invocado pela alma
aflita dos povos sob os céus das crises extremadas; esse Édipo - tão tristemente
incompreendido, mais enigmático que a própria esfinge e mil vezes degredado - já tem sido
chamado Buddha, o príncipe Sidharta, Krishna, Moisés, Hermes, Rama, Orfeu, Mahoma,
Zoroastro, Melki-Tsedek, Kunaton, Jeoshua Ben Pandira (O Jesus bíblico), Vyasa, Tissao,
Confúcio, Lao-tsé etc., etc. Em conjunto, formam a viva, esplendorosa WALHALLA,
arquitetura espiritual de multissecular e arquissecreta fraternidade, exotericamente
denominada, "SUDDHA DHARMA MANDALAN” (a excelsa fraternidade sem mácula),
herdeira das maçãs de ouro ou Sabedoria do Atlante Colégio Iniciático, pelos gregos
chamado Jardim das Hespérides; a loja branca suprema ou hierarquia oculta que, aos
destinos do mundo, preside.
O grande esperado que, sob a forma verdadeiramente homérica, epopeica ou
simbólica do herói humano, perpetuando uma apoteose de nomes na memória da
humanidade, tem vindo recordar ao homem sua divina estirpe, as poderosas possibilidades
latentes nos arcanos da sua tríplice natureza - Física, Psíquica e Mental - como síntese
mágica do Universo; é, enfim, o próprio verbo da alma universal encarnada, vibrando nas
trajetórias fulgurantes desse cometa homem: o iniciado do irreal, que tem vencido a esfinge
cruel da vida - a ignorância e seus filhos débeis: a superstição e o fanatismo -, fazendo um
rasgão maior ou menor no véu de Ísis, ao formular em Leis de Ciência Humana os princípios
Fundamentais, que Leis são, também, da Natureza.
o–O–o
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SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – VI:


A TRADIÇÃO E A REVELAÇÃO – IV

ÉDIPOS foram outrora os imortais iniciados na mística ciência transcendente, os


renascidos de Ísis toda poderosa - "a que foi e será” -, os gloriosos filhos espirituais dos
celebrados mistérios, dos mistérios profundamente vividos no ádito dos Templos de Tebas,
Menfis, Alexandria, Luxor, Ur, Baal Bek, Líbano, Damasco, Elefantina, Eleora, Heliópolis,
Saís, Benares, Kaleb, Lhassa, Trashilumpo, Takura, Delfos, Eleosis, Dodona, Samotrácia,
Mithra, Siracusa, Crotona, Roma, Sibratz, Cadiz etc., que deixaram, na lousa dos tempos,
como testemunhos altiloquentes da portentosa SABEDORIA-RELIGIÃO primitiva, nomes
que se tornaram adjetivos de grandeza e sublimidade, fachos das conquistas mentais de
um passado de SABEDORIA formidável nos MISTÉRIOS da pureza.
O próprio gênio frívolo do mordaz e cético Voltaire, numa época imbuída de sua
influência, reconhecia os benefícios dos MISTÉRIOS, ao dizer que entre o caos das
superstições populares existia uma instituição que evitou a queda do homem na brutalidade
absoluta: a dos MISTÉRIOS. Enfraquecendo os conceitos dos esnobes intelectuais,
enamorados dos preconceitos que tanto rebaixam os extraordinários méritos dos antigos,
pode descortinar-se aos olhos daqueles um mundo de argumentos incorruptos, que, dia a
dia, se multiplicam, se ratificam e, com maior vigor, se impõem. É o corpo níveo da
VERDADE ARCAICA que surge desnuda, aqui e além, trazendo-nos revelações
deslumbrantes.
Lenta, mas seguramente, vão sendo restaurados os valores culturais e espirituais dos
antigos. Diz Mário Roso de Luna: "Tudo quanto hoje descobre a ciência está expresso na
linguagem poética e filosófica oriental dos Vedas, Brahmanas e Purânas, como se vão
encarregando de demonstrar os sanscritistas, previamente informados pelos ensinamentos
arcaicos contidos na Teosofia”.
A propósito da identidade entre as divindades de Stonehenge e as de Delfos e
Babilônia (Bel e Dragão, Apolo e Piton, Osíris e Tífon, diversos nomes são do mesmo par
de divindades opostas) e a estreita semelhança entre o Both-al da Irlanda, o Batylos grego
e o Beth-el hebreu, diz Villemar: "a história pode alegar ignorância, porque não caem sob
o seu domínio épocas tão distantes; porém, a linguística tem soldado a cadeia rompida
entre o Oriente e o Ocidente”.
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Em Ísis sem Véu, de H. P. Blavatsky, lemos: "os irmãos Champollion foram os


primeiros orientalistas europeus que, tomando pela mão os estudantes de arqueologia, os
conduziram às silenciosas criptas para demonstrarem-Ihes que a civilização não teve o seu
berço no Ocidente, pois, "embora sejam desconhecidas as origens do Egito pela
investigação histórica, já foram estudadas as suas leis e costumes, reconstruídas suas
cidades e catalogados seus reis e deuses". Indo mais longe ainda, encontraremos ruínas
pertencentes a civilizações de maior esplendor em época de indizível antiguidade, pois,
como afirma Champollion: "Em Tebas há ruínas que delatam restos de construções ainda
mais antigas, cujos materiais serviram posteriormente para levantar edifícios que de pé se
conservam há trinta e seis séculos! Tudo quanto se referem Heródoto e os sacerdotes
egípcios tem sido corroborado pelos arqueólogos contemporâneos”.
Jowett, na sua tradução das obras de Platão, exalta a transcendência da filosofia
natural dos antigos, a qual, considerada um harmônico conjunto, demonstra:
1o- que os filósofos da antiguidade já conheciam a teoria das nebulosas. Draper,
portanto, estava precariamente documentado quando assegurou que tal teoria deriva-se
das descobertas de Herschel;
2o- que Anaxímenes sustentou, no século VI a.C., a teoria da evolução, dizendo que
os animais descendiam dos primeiros répteis aparecidos na Terra, e que o homem sucedia
aos animais, conforme os caldeus antes do dilúvio;
3o- Os pitagóricos afirmam a analogia da Terra com os demais corpos celestes. É
irrecusável admitir que Galileu expôs uma teoria astronômica já familiar aos hindus desde
a mais recuada antiguidade. Segundo demonstrou Reuchlin, o astrônomo florentino
estudou fragmentos de obras pitagóricas que ainda se conservavam na sua época; E
Pitágoras, em cuja autoridade se louvava Platão, venerando-o como seu Mestre,
confessava ter adquirido todos seus avançados conhecimentos no Oriente. A mesma
doutrina que Buddha ensinou na Índia, seis séculos antes de Cristo, Pitágoras, o sábio de
Samos, discípulo dos teurgos egípcios, iniciado na escola de Mochus, nos mistérios de
Byblos e Tyro, na superciência dos magos da Babilônia, da Caldéia e da Pérsia, divulgou
mais tarde, iniciaticamente, na Grécia;
4o- Os antigos já asseveravam que as plantas, como os animais, têm sexo. Daí torna-
se evidente que os modernos naturalistas apenas seguiram as pegadas de seus
predecessores;
5o- Ensinavam, também, que as notas musicais estão sujeitas ao número dependente
da tensão da corda vibrante;
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6o- Que as leis matemáticas regem o universo inteiro; e admitiam, ainda, que do
número se originavam as diferenças qualitativas;
7o- Negavam a aniquilação da matéria e sustentavam que esta se transforma em
diversos aspectos.
O eminente orientalista francês Louis Jacolliot, que durante longos anos dedicou-se
na Índia a minucioso estudo da filosofia daquele país, expõe, em sua obra "Krishna e
Cristo”, a seguinte tábua analítica:

- Filosofia -
Aos antigos hindus se deve a fundação das duas escolas espiritualista e materialista,
ou seja, a filosofia metafísica e a positiva. A primeira foi fundada por Vyasa, chefe da escola
vedantina; e a segunda o foi por Kapila, chefe da escola sânkhya.

- Astronomia -
Os hindus traçaram o calendário e o zodíaco, calcularam a precessão dos equinócios,
descobriram as leis gerais da mecânica celeste, predisseram e observaram os eclipses.

- Matemática -
Inventaram o sistema décuplo, a álgebra e o cálculo infinitesimal. Metodizaram a
Geometria e a Trigonometria com demonstração de teoremas não conhecidos na Europa
até os séculos XVII e XVIII. Os Brâmanes foram, indubitavelmente, os primeiros a
determinar a área do triângulo e estabelecer a relação entre a circunferência e o diâmetro.
Também deve-se-Ihes o teorema e a tábua erroneamente atribuída a Pitágoras. A tábua
de multiplicação está esculpida no interior dos principais templos orientais.

- Física -
Enunciaram o conceito do Universo como um todo harmônico, sujeitos a leis
determináveis pela observação e experiência. Fundaram a Hidrostática e descobriram o
famoso princípio, também atribuído a Arquimedes. Os físicos de determinados templos
orientais calcularam a velocidade da luz e descobriram as leis da reflexão.
A julgar pelos trabalhos de Surya Siddhânta, conheceram e calcularam a potência
expansiva do vapor da água.
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- Química -
Conheceram a composição da água e enunciaram a Lei dos volumes que, na Europa,
pouco se conhecia. Sabiam preparar os ácidos sulfúrico, nítrico e clorídrico; os óxidos de
cobre, ferro, chumbo, estanho e zinco; os súlfures (sulfatos) de ferro, cobre, mercúrio,
antimônio e arsênico; os sulfatos de zinco e ferro, chumbo e sódio; nitrato de prata e
pólvora.

- Medicina -
Nesta ciência, os antigos hindus foram assombrosos. Charaka e Sushruta, os dois
príncipes da medicina hindu, expuseram o aforismo que, mais tarde, Hipócrates assimilou.
Susruta estabelece admiravelmente os princípios da higiene ou medicina preventiva, cuja
importância ele sobrepõe à medicina curativa, que qualifica de empírica em muitos casos.
Não deixa de ser interessante que os médicos árabes, tão famosos na Idade Média, entre
eles Abu'l-Walid Muhammada Ibn Rushd, chamado Averróis, citam constantemente os
médicos hindus, considerando-os como seus mestres e dos próprios gregos.

- Farmacopeia -
Conheciam os mais simples medicamentos, todas suas propriedades e usos, de modo
que deram muitas lições à Europa neste ponto. Deles aprendemos o tratamento da asma,
por meio do estramônio.

- Cirurgia -
Não foram menos excelentes nesta arte. Souberam extrair os cálculos urinários
(renais), operaram cataratas e tiveram suma habilidade em obstetrícia cirúrgica. Charaka
descreve os casos de maior gravidade cirúrgica com notável precisão científica.

- Gramática -
Cultivaram o sânscrito, que se avantajava admiravelmente sobre qualquer outro
idioma; pois dele derivam as línguas hindu-europeias, e a maior parte das orientais.

- Poesia -
Foram consumados mestres em todos os gêneros, os dramas SHAKUNTALA,
AVRITA, SARANGA, e outros muitos superaram os de Sófocles, Eurípedes, Corneille e
Shakespeare. Ninguém os igualou na poesia lírica. Para se formar um preciso conceito do
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esplendor alcançado por esse gênero na Índia, é preciso ler, na passagem do MEGADATA,
as lamentações do desterrado que suplica a uma nuvem sua saudade de condenado
longínquo à cabana, onde moram seus parentes e amigos que não mais tornará a ver.
As fábulas hindus têm fornecido, em todas as épocas, argumentos para todas as
literaturas do mundo.

- Música -
Inventaram a escala musical com tons e semitons, muito antes de Guido d' Arezzo.

- Arquitetura -
Nesta arte, os hindus esgotaram quanto pôde conceber o gênio homem. Zimbórios de
insuperável audácia; cúpulas cônicas, marmóreos minaretes, torres góticas, hemiciclos
gregos, policromias, todos os estilos e todas as épocas ali têm seu berço.
Em 1888, dizia H. P. Blavatsky ao escrever Ísis sem Véu: "Achamo-nos no final dum
grande período da Kali-Yuga ária, que começou há uns 5.000 anos com a morte de Krishna,
e daqui até 1897será feito um grande rasgão no céu que encobre a natureza e a ciência
materialista sofrerá um rude golpe de morte”.
Sucedeu, comenta Mário Roso de Luna, tal como intuiu aquela vidente abnegada, que
só calúnias e injustiças recebeu da sua época. O Véu de Ísis, do mais além da molécula e
do átomo materiais, começou a romper-se primeiro com as fórmulas cinéticas de Maxwell;
depois, em 1895, com a descoberta de Becquerel sobre a Radiatividade do Urânio, seguida
pelo Tório que, em 1891-1898, Schmidt comprovou; e, em 1900, foi evidenciado pelo casal
Curie. Sob as ocultas energias do Rádio e do Polônio, e por André-Louis Debierne no
Actínio. Foi estabelecido, então, pela primeira vez, o princípio outrora ocultista e metafísico
de que "não existe diferença essencial entre a energia e a matéria, como se esta fosse não
mais que uma ilusão de nossos sentidos, devido à entropia - organização - da energia
oculta”, e pôde o próprio químico Ostwald definir o corpo não como algo grosseiro e
tangível, mas, sim, como um mecanismo completo integrado por três formas de energia ou
força: Volume, variável com os meios operatórios; Gravitação, variável de astro para astro
e ainda em distintas latitudes da Terra; e Movimento, conceito de energia que, qual os de
Espaço e Tempo, dificilmente poderá explicar sem recorrer à Filosofia.
Rompido deste modo o véu do mistério cósmico, a Ciência se despenca pelo plano
inclinado do ocultismo. Seu primeiro passo foi reivindicar - Oh, infantil Humanidade - os
alquimistas, antes tão caluniados, comprovando com Ramsay, que o Rádio, em tubo
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fechado, transmuda-se em Hélio, se está só; em Neônio, se dissolvido em água; em


Argônio, se misturado em soluções argênticas (Prata) ou cúpricas (Cobre); em Lítio, se
operado com Sulfato ou Nitrato de Cobre, e até no Oxigênio e no Carbono do Óxido
Carbônico, se usa o Nitrato de Tório.
Quando Blavatsky, em 1888, falou aos modernos acerca daqueles sábios rozacruzes
e alquimistas que transformavam em ouro todos os chumbos (o da mina e o dos nossos
vícios), pouco faltou para ser crucificada fisicamente, já que, em espírito bastante
crucificada, o foi com os tópicos notórios de "louca” e "impostora”, dados por uma passional
academia docente, para não perder o costume das ortodoxias papais ou científicas. Hoje,
quando os sábios comprovam o que aquela já havia dito, toma-se como artigo a fé dos
modernos dogmatizadores o que antes foi objeto de zombaria, mas não por isso se abrem
os olhos à luz que irradia da Ciência Ária que H. P. Blavatsky nos trouxe; Ciência caluniada
também com enorme descaramento pelos Sprengel, pelos Max Müller, sob as melhores
aparências científicas.
Curioso capricho o dos sábios positivistas: tudo é "charlatanismo”, até que eles façam
a descoberta e a batizem (...).
Sempre foi um gesto temerário desnudar-se demasiado a Verdade aos olhos dos
homens.
"Os Filhos da Verdade são combatidos, sempre, como seres perigosíssimos. A
humanidade só recebe com agrado os que a ludibriam, perdem e sacrificam". A frase é do
célebre Saint-Germain, frase típica da amargura provada no mundo pelos excelsos
emissários da Hierarquia Oculta, tal como foi o misterioso conde amigo de Maria Antonieta
- "o maior adepto oriental que passou pela Europa - afirma H. P. B. - sem que esta soubesse
compreendê-lo”. Era outro "louco”, outro "impostor”, a quem um homem de tão irrequieta
malícia e agressivo ceticismo como Voltaire considerava como "possuidor dum saber
universal” (...).
Por evidentes razões de espaço, deixamos de levar mais longe nossas apreciações
de tão vasto e convidativo campo, ao qual retomaremos, porém em futura série.
No entanto, Pitágoras, Platão, Jâmblico, Apolônio, Sólon, Cícero, Sêneca, Plutarco,
Ésquilo, Plotino, Heródoto, Virgílio, Sófocles, Orígenes, Tales de Mileto, Filo Judeo,
Averróis, Ibn Gabederol, AI-Haken, Harun AI Rachid, Rogério Bacon, Ossien, Ragon,
Geber, Petrarca, Dante, Godofredo de Bouillion e muitos outros, cujo verbo consciente,
espelhando as mais soberbas respostas à Velha Esfinge, até hoje levam os modernos a
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Módulo 2: Sabedoria Iniciática das Idades
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meditarem e discutirem, embora pesando no amor próprio destes a superficial e acovardada


mentalidade cética, agnóstica e positivista.
Entre os ÉDIPOS modernos, nenhum mais representativo, por força mesmo do
sentido oculto da sua missão na Terra, que o incansável iniciador dos homens, por estes
cognominados o Mago de Logrosan, o filatélico e harmonista perfeito, o analogista ou
hermético presciente, o exegeta agudo, vigoroso e dinâmico de toda a Oculta Filosofia dos
antigos, Mário Roso de Luna: Mestre dos mestres no manejo difícil das chaves da arcaica
simbologia histórico-religiosa, chaves que são leis secretas duma Superciência, só a eleitos
confiada, e com as quais é dado reencontrar, em sua pureza originária, a Perdida Verdade,
ou Religião-Sabedoria.
o–O–o
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SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – VII:


INTERPRETAÇÃO DO CONHECIMENTO “TRADICIONAL”

O conhecimento significa, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o ato


ou efeito de conhecer; ideia; noção, informação, notícia, ciência, prática da vida;
experiência; discernimento, critério, apreciação, consciência de si mesmo.
Podemos observar dois tipos de conhecimento: o conhecimento concreto, baseado
em fatos experimentais, onde a mente discursiva tem seu papel preponderante; e o
conhecimento abstrato ou metafísico, que nos ocuparemos nesta aula.
Todo o conhecimento que foi transmitido pelos Grandes Iniciados foi sendo
deformado, no decorrer dos tempos, devido às interpretações errôneas parciais ou totais
do mesmo. Existem discípulos mais preparados que entendem melhor os assuntos
ministrados pelos Grandes Mestres; mas existem discípulos que apresentam dificuldades
para o entendimento dos mesmos. Há aqueles que não entendem, mas sentem, no seu
interior, a Verdade do que está sendo dito; e outros que, mesmo entendendo, tendo o
conhecimento formal, não sentem essa Verdade.
O ideal é sentir e entender; e no dizer do Professor Henrique José de Souza:
"O homem deve sentir com a mente e pensar com o coração”. No entanto, sabemos que,
num final de ciclo, onde se processam grandes transformações, é muito difícil atingir esse
equilíbrio.
No início da Gupta-Vidyâ ou Ciência das Idades, os Grandes Instrutores da
Humanidade instruíam diretamente o povo de então, isto é, o conhecimento era desvelado,
sem véu. Com o decorrer do tempo e com a decadência da Humanidade, houve a
necessidade de se velar o conhecimento para que ele ficasse devidamente resguardado
dos seres decaídos (Velar, conforme o Dicionário Aurélio, cobrir com véu; encobrir,
esconder, ocultar; ter cuidados com; dispensar atenção a; estar alerta, vigiar, estar de vigia,
de guarda ou de sentinela, zelar).
Uma das formas utilizadas para zelar o Conhecimento Transcendental foi a sua
transformação para uma linguagem simbólica de tal forma que, somente com a chave (peça
importante para descortinar; abrir, esclarecer) da simbologia, se pode obter informação
adequada da Ciência Universal.
A necessidade que levou a Lei Divina a salvaguardar o conhecimento transcendental,
como já frisamos anteriormente, foi a má utilização desse conhecimento na Lemúria
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(continente onde se desenvolveu a raça lemuriana) e na Atlântida (o continente onde se


desenvolveu a raça atlante). Em virtude disso e de outros fatores, esses continentes foram
destruídos por diversos cataclismos.
Na Atlântida, os sacerdotes, que inicialmente eram clarividentes, curavam pela
Taumaturgia (Magia) o seu povo; com a sua decadência, passaram a utilizar os seus
poderes de maneira inadequada, além de outras experiências catastróficas, que levaram o
país de Mu à destruição. Daí em diante, as forças contrárias passaram a funcionar com
maior intensidade, utilizando-se de pessoas que, pelo seu desejo de poder, passaram a ser
seus veículos.
Seres sem caráter passaram a utilizar os símbolos em benefício próprio ou de um
grupo, procurando manter o povo na ignorância; muitos que haviam aprendido a decifrar os
símbolos, conhecedores das chaves que desnudavam o conhecimento, transmitiam esses
símbolos de maneira deformada; além daqueles que, conseguindo entender as verdades
simbólicas, interpretavam-nas de maneira errada.
Não menos perniciosa é a criação de movimentos religiosos com fins lucrativos por
pessoas sem escrúpulos; enganando, solapando, subjugando e desviando os homens do
seu caminho, da sua real felicidade.

O Lema "Caráter e Cultura”

O caráter está relacionado ao comportamento, à moral; e a cultura está ligada ao


conhecimento. De nada vale um indivíduo com cultura e sem caráter. A orientação
adequada das emoções leva o homem a realizar belas obras, pois mesmo aqueles que
detêm poderes podem se perder pela vaidade. Certa vez, Gautama, o Buddha, censurando
alguns de seus arhats, que procuravam maravilhar o auditório a que se dirigiam, produzindo
fenômenos transcendentais, disse:
"Quando eu vos instruo, Ó mendigos (inconscientes), não é para que mostreis, aos
olhos dos Brâmanes e dos pais de família, as vossas virtudes. Digo-vos, antes, que deveis
mostrar vossos defeitos e encobrir as virtudes de que vos adornastes com a meditação, o
reto pensar e o esforço realizado em prol de vossos irmãos”.
Eis uma censura direta e uma lição de humildade, caráter e cultura. O príncipe
Siddhartha não queria, como todo iluminado, que se propalasse a doutrina da salvação, por
meio de artifícios, que antes trazem o pasmo e o fanatismo, ao invés do verdadeiro
esclarecimento.
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O ignorante, o simples, vendo um adepto fazer coisas extraordinárias, além de sua


compreensão, tê-lo-á por um deus, um ente milagroso, o que não suscita nenhum
conhecimento interior de ordem espiritual, o único capaz de regenerar-nos.
De outra feita, o Buddha, quando viajava, acompanhado de seus discípulos, encontrou
um asceta esquálido, andrajoso, que o interroga sobre sua doutrina, dizendo-se um Yoguin.
Antes de responder, perguntou-lhe o bem-aventurado:
- Que conseguistes nesse tempo em que te entregaste às austeridades mais
penosas?
- Ah! Senhor - retorquiu-lhe o eremita - depois de 25 anos de árduos esforços, posso,
finalmente, atravessar esse rio que aí vedes, sem tocar-lhe as águas.
Buddha, serenamente, observou-lhe:
- Tanto tempo para alcançares um poder que poderia ser dispensado, se desses um
simples óbolo (gratificação) àquele pobre barqueiro, que, com pouco trabalho,
faria o mesmo!
O exemplo é típico: mostra que os poderes ditos sobrenaturais não são como
acentuamos, um alvo a ser almejado e alcançado. O homem precisa, sim, é transformar a
natureza interior, a ponto de conseguir uma faculdade de entendimento capaz de abarcar
a consciência universal. Aqui está o intuito de todo homem que trilha, de fato, a vereda da
libertação.
Os que palmilham, realmente, o caminho iniciático não fazem a aquisição de
faculdades transcendentais um alvo (a não ser aqueles que querem se utilizar dessas
faculdades em proveito próprio), pois essas, na fase decisiva da evolução, serão mais um
obstáculo que um auxílio.
Somente uma escola iniciática tem os valores e as condições que se fazem
necessários para promover os ensinamentos que retirarão os véus obscurecidos pela
ignorância humana, quer pela inércia ou pela ânsia de poder, por meio das revelações
transmitidas por Aquele que, de fato, tem o direito, pois é possuidor das chaves do
conhecimento transcendental e detém autoridade em suas mãos para corrigir as falsas
interpretações das ciências ocultas, que, em mãos profanas, encontram-se vulgarizadas e
comercializadas em um mercado vil.
Aqui, vai um alerta aos nossos irmãos peregrinos: tenham calma, paciência e
perseverança, pois o Conhecimento Transcendental das Idades é maravilhoso quando é
entendido, sentido, realizado e praticado na sua prístina pureza.
o–O–o
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SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES – VIII:


A REVELAÇÃO COMO LUZ PARA ILUMINAR O CAMINHO

Na aula anterior, citamos os dois tipos de conhecimento: o relativo e o transcendental.


Apontados os dois sentidos do conhecimento de ordem universal e transcendente, e o de
ordem individual e sensível, devemos apontar os aspectos fundamentais da doutrina
iniciática, teosófica ou eubiótica, para que não haja confusões quando tivermos de
interpretá-la à luz das revelações, a fim de esclarecer o conhecimento de ordem
transcendental que não tem nada a ver com a mente, o raciocínio, ou com os dados
fornecidos pelos sentidos, sejam eles corporais, sutis ou psíquicos. É o conhecimento do
próprio Eu quando se funde e se identifica com a consciência UNIVERSAL.
Esse conhecimento, por transcender a egoidade e a nossa possibilidade humana, é
denominado, como foi dito anteriormente, metafísico, porquanto está além do físico ou do
mundo sensível, sendo de ordem puramente espiritual. Todo o conhecimento desta
natureza só pode ser obtido pelo esforço, trabalho e investigação individual, isto é, pelo
trabalho interno, autoconhecimento, desenvolvimento dos sentidos latentes que fazem
despertar (religar) a consciência divina que habita nosso interior.
Entre os cristãos, a Revelação é a ação divina que comunica aos homens os desígnios
de Deus e as verdades que estes envolvem, sobretudo nas palavras consignadas nos livros
sagrados. A doutrina religiosa revelada difere daquela que se chega apenas pela razão. Só
o próprio EU liberto dos liames dos veículos pode conceber e penetrar na Verdade
fundamental.
A Revelação é sempre de natureza transcendente, de ordem metafísica, e não de
ordem dos conhecimentos individuais e sensíveis, que são de natureza corpórea e
psíquica.
Não se pode atingir esse conhecimento, senão quando o homem, seguindo um
processo evolutivo, um processo natural de transformação interna, atinge à própria
natureza do Eu, que neste estado não fica mais subordinado às emoções animais, sem
controle do pensamento. Este processo gradual, por meio do qual temos que passar, é
constituído pelas várias etapas de iniciação. Estas etapas estão todas muito bem estudadas
nos diversos sistemas de ordem prática, nos sistemas do Yoga, que nos levam à realização
dessa Verdade Suprema. Só por meio da prática e com um desenvolvimento particular
interior, de natureza espiritual, conseguimos atingir certa etapa que nos permite, pela
libertação dos veículos dos liames inferiores, contemplar face a face a realidade eterna, a
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que chamamos Purushottama, isto é, Purusha Superior, Brahmâ (Deus) no sentido mais
elevado. O conhecimento, quando percebido desta forma, é dado como revelado à
consciência individual por uma inspiração da sua própria essência divina. Daí dizer-se que
é um conhecimento de ordem metafísica. Ele não pode ser transmitido tal como é
percebido, porque nesse mundo, ou nesse estado de consciência mais elevado, não
existem imagens de qualquer forma, de qualquer espécie; é o entendimento direto. É um
processo supermental, se assim nos permite esta expressão. Dispensa qualquer
comparação, qualquer testemunho e qualquer apoio de outra autoridade externa. Para ele
é a Realidade Perfeita, Imutável e Eterna.
É de suma importância conceituarmos isso para que, em prováveis discussões e
debates que possamos ter em nossa vida, não tenhamos a infantilidade de querer provar
Verdades de ordem transcendente apoiando-nos em dados experimentais, individuais e
sensíveis. As revelações são assim apreendidas pelo próprio Eu, num estado particular
universal que percebe a própria Verdade. Sempre que os grandes Iluminados se referem a
essa experiência suprema, Eles dão-na como pertencendo a um plano extra-humano, onde
não há imagens de ordem mental, onde, porém, vive a Verdade, pois este é,
tradicionalmente, o termo usado.
Nesse estado cósmico, o conhecimento se apresenta ao vidente sob formas definidas
que chamamos de símbolos. Diferentemente dá-se no mundo do nome e da forma onde
todas as percepções de ordem interna se hão de revestir necessariamente de imagens
mentais por mais elevadas que sejam. Os símbolos nada mais são do que o véu lançado
sobre a realidade de ordem metafísica. São conhecimentos que não pertencem
particularmente ao nosso universo sensível e à nossa natureza humana e, sendo muito
elevados, apresentam-se sob a forma simbólica que deu origem a uma linguagem iniciática,
que chamamos de linguagem sagrada ou a linguagem dos símbolos.
Os grandes mestres indianos afirmam que, quando Brahmâ se manifestou com as
suas 4 Faces, cada uma das bocas pronunciou, na linguagem dos símbolos eternos, uma
grande verdade. Cada boca de Brahmâ deu origem a um dos Vedas, que já existiam antes
do próprio Brahmâ manifestar-se, pois são a própria essência das coisas. Com isto, eles
queriam dizer que há uma revelação, que há um conhecimento de ordem transcendente e
eterno, que se manifesta no início de cada Manvantara (ciclo), por meio daquele grande
personagem de natureza cósmica a que os hindus dão o nome de Manu (o Legislador),
seja ele Vaivásvata (responsável pelo deslocamento do povo atlante para a Meseta do
Pamir, preservando-o da Destruição da Atlântida) ou outros que se seguem, cada um
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reinando por um largo período cósmico, como a síntese da inteligência universal no plano
do conhecimento sensível; o Manu é o encarregado de pôr em atividade as verdades
transcendentes, por meio de símbolos que são de sua própria natureza.
Esta tradição fundamental constitui a doutrina em que nos baseamos, ainda que, para
entendê-la nas suas grandes linhas, sejamos obrigados a lançar mão das correntes
tradicionais mais puras que ainda subsistem na Terra. Todas elas são apenas reflexos
dessa tradição primordial que está muito bem conservada pelos seres que nós chamamos
de Grande Hierarquia Oculta, hierarquia essa que veio colaborar no trabalho de nossa
Cadeia Planetária junto à própria humanidade, fornecendo veículos, encaminhando-a,
dirigindo-a. Kut-Humi, numa das suas maravilhosas cartas, chega a dizer que todos os
povos da Terra conservam uma vaga e remota tradição, a qual se alude ao lugar Divino
que existia outrora, quer seja um Éden, como diz a Bíblia, um Ariana-Vaejo, como dizem
os Zoroastrinos, a Shveta-dvîpa, como diz a tradição hindu ou outros quaisquer lugares
desta natureza, onde o próprio Deus, com o nome de Elohim, Ahura Mazda ou Brahmâ,
apresentou a um grupo de eleitos a Realidade na linguagem eterna dos símbolos.
Os membros da Grande Hierarquia Oculta nada mais são do que os fiéis depositários
dessa verdade tradicional que eles devem, em cada ciclo, em cada civilização, de acordo
com a capacidade da raça ou necessidade das idades, divulgar e transmitir àqueles que
sejam mais dignos, por meio do que se chama iniciação. Essa tradição é aí apresentada
de uma forma tal que descreve minuciosamente todos os estados espirituais, todos os
estados interiores e todas as experiências de ordem mental por que passa o Adepto até à
Iluminação, a qual nos dá a libertação. Toda essa doutrina, pela sua grandiosidade, é
sempre apresentada ou divulgada lentamente nos colégios iniciáticos, nas ordens secretas
ou em qualquer lugar onde se cultua esta Realidade simbolicamente, para que, depois, seja
vivida experimentalmente pelos adeptos e pelos yoguins, nas várias etapas que vão
vencendo.
Essa verdade essencial a que nos referimos, sendo de ordem metafísica, assemelha-
se a alguma coisa que nós chamamos de Conhecimento Absoluto, enquanto que o outro,
o conhecimento individual, assemelha-se ao conhecimento relativo. Palavras essas usadas
aqui no sentido relativo, pois somos obrigados a lançar mão de certos termos que nem
sempre têm o sentido que deveriam ter, mas, na falta de outro vocábulo, eles são usados
por ser mais familiares. O conhecimento sensível está em relação com as etapas que
vamos atravessando individualmente, enquanto que o conhecimento transcendente é
sempre o mesmo.
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Desde o primeiro Manvantara (ciclo, manifestação) até o último instante de vida de


um Universo manifestado, o conhecimento universal é inalterável; por isso diz-se que é a
realidade última a ser lançada; enquanto que os outros se modificam, porque estão ligados
ao universo chamado do nome e da forma, isto é, dos seres múltiplos e dos seres
individualizados e, portanto, coparticipam da impermanência destes seres da sua eterna
transformação e, por esse motivo, não são de ordem absoluta. Todavia, tudo quanto se
passa neste lado do Universo a que pertencemos compreende quatro (4) Planos Cósmicos,
que conhecemos como físico, astral, mental e búdico, ainda que este último tenha um
sentido mais restrito de ser, de consciência individualizada, caracterizados pela forma, pelo
nome e pela individualidade. Nestes quatro (4) Planos Cósmicos, tudo se transforma. É o
mundo da impermanência, das coisas transitórias e, por isso, é chamado o Mundo de Mâyâ,
o Universo da grande ilusão.
Assim, no Universo do Nome e da Forma, temos a alma e o corpo, Psiquê e Soma,
enquanto que o que existe no Eu (aspecto superior) é de ordem cósmica ou de ordem
universal e representa o aspecto metafísico que denominamos essência causal ou ser
Divino em nós. Este Eu, portanto, como alma e corpo, percebe e investiga o seu próprio
Universo que compreende estes quatro (4) planos do ser, sendo as suas experiências de
duas ordens: uma puramente física ou identificada com o corpo e só percebendo por meio
dos sentidos corpóreos ligados pela nossa inteligência física, que tem por sede o cérebro;
e uma outra que ele pode atingir, quando liberto do físico ou vivendo num outro mundo mais
sutil, o psíquico. Então os conhecimentos que o Eu pode obter no seu próprio mundo são
de duas naturezas: físico e psíquico. O conhecimento físico depende exclusivamente da
latitude da inteligência, pois essa é o próprio limite do campo que ele pode conhecer; todo
conhecimento de ordem corporal é função da inteligência física.
Mas o homem não é só físico; há momentos em que ele se liberta do físico ou, por um
processo particular, pode transferir a sua consciência, que até então estava identificada
com o cérebro físico e com os sentidos físicos, para um campo mais delicado e mais sutil,
mais psíquico e interior. Neste campo psíquico pode continuar as suas investigações; tem
aí um horizonte mais amplo, os sentidos são mais penetrantes, mais agudos e a inteligência
está mais livre, e então o Eu, Aquele que conhece, Aquele que decide, tem maior
possibilidade de conhecer e perceber como podemos atingir o Conhecimento Total.
Já vimos que o físico é função da inteligência, dependendo da sua profundeza e da
sua latitude, podendo abarcar um campo maior ou menor; o conhecimento de natureza
psíquica é função de um estado particular que se chama concentração anímica.
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Quanto maior a capacidade de se concentrar, maior será o horizonte que se abarcará


e maior será o campo de sua experiência e de sua observação, possibilitando-se conhecer
e investigar, minuciosamente, até o âmago do Universo, guiando-se pelas Revelações
como luz descortinadora dos caminhos tortuosos da evolução.
o–O–o

©Sociedade Brasileira de Eubiose®

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