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Origem
A raiz desse nome, Bhakti, acabou por simplificar-se no latino: Bonus, Bons, Bonum
(Bonus, Bona), chegando assim até nós, pouco importando o idioma que nos diga respeito.
Todas as religiões do mundo "não são mais do que embaçados espelhos, onde se
refletem os pálidos raios daquela Religião-Sabedoria Primitiva”, não resta a menor dúvida;
além do mais, porque nenhuma delas é capaz de ensinar aos seus prosélitos a razão de
ser das coisas, ou melhor, "Quem é, donde vem e para onde vai a criatura humana?”.
É fato que para S. Jorge, S. Sebastião, a Virgem Maria etc., respectivamente, citam-
se os nomes: Ogum, Asalauê, Iemanjá etc., sendo que, ao designarem Virgem Maria como
"Mãe d'água” se acham mais próximos da Verdade, porque, Maria provém de "Mare”, o
mar, a água, a Lua etc.”, prova é que na mesma religião, ou movimento religioso copiado
do paganismo, uma de suas deusas mais em evidência simbolizando Ísis, a Lua etc., coloca
por baixo de seus pés o "quarto lunar”, quando não o faz sobre a cabeça, qual a deusa
egípcia, como é do conhecimento de quantos se interessam pelas leituras dessa natureza.
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Módulo 2: Sabedoria Iniciática das Idades
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Bem se pode afirmar que tal degenerescência começou na Alta Ásia pelo
"mossaísmo” ou doutrina do Mosso, adotado por gente mongol e tibetana das montanhas
do Norte e do Leste do Tibete. Continuando com o nome de "mossaísmo”, estabelecendo
até Ur (origem do nome Ur-Rope e daí Europa), e demais regiões da Ásia Ocidental. Não
deveu, pois, seu nome a Moisés, mas este àquele: como talvez o tivesse tomado, o Muiska
(Moiska, Mosca, Mourisco etc.) dos Astecas, no continente americano.
Para o espírito religioso do jovem povo ário, sucessor do atlante, dócil e espiritual no
fundo, apesar de sua estirpe guerreira - do qual descende grande parte dos povos da
Europa - o fenômeno não teve maior repercussão, porquanto, conservou tal povo a
essência da primitiva religião do Bon, através do culto à Natureza e à vida, como aos manes
de seus antepassados, com o nome de Lha-maismo (de "Lha” ou "espírito”). Razão porque,
em diferentes épocas, triunfaram sobre outros povos estabelecidos no Ocidente, por
serem esses menos espiritualizados, embora mais cultos.
orientando-se um para Baixa Magia, Necromancia ou Magia Negra, e o outro para a vida
pura e simples, embora por desgraça, o primeiro fosse sobrepujando o segundo, até que
o mundo chegasse à degradação em que hoje o encontramos.
O Camanismo necromante (ou "de negro manto ou veste”), foi ameaçado com o
advento do Budismo, ou melhor, o Bodismo (de "Bodhi", Sabedoria, Iluminação etc.);
reagindo contra este, ressuscitou em parte, com as reformas de Glang-Dharma (908 -1012)
e outras mais ou menos tântricas verdades do primitivo Bon, como a dos Bon-pas ou Bon-
pos, contrários ao originário e puríssimo Bon.
Seguiu tal luta vários êxitos no Tibete e em outros lugares, durante muitos séculos,
até chegar ao séc. XIV com o excelso, Tsong-Kapa, reformador do Budismo Tibetano, já
bastante adulterado, não só pela luta com a não menos adulterada religião de seus
contrários - os "vermelhos” ou Bon-pos, da mescla entre camanistas e lamaístas.
Falar da História e suas origens equivale a falar sobre a Religião Primitiva ou Doutrina
Secreta, da qual se serviram, como já foi dito, todos os Iluminados que a este humano
mundo vieram, segundo o prometido pelo próprio "Espírito de Verdade” - pouco importa o
NOME com que se apresente, já que Dharma, a Lei justa, declinava - tal como agora - nas
várias épocas de seu aparecimento. Por isso, todos Eles dizendo a mesma coisa, embora
com palavras ou iniciações de várias naturezas, mas dentro do que está expresso nas
palavras do Rig Veda: "A Verdade é uma só, embora os homens lhe dêem nomes
diferentes”. Mas, como já se deu a entender, todos Eles surgem como formas parciais
daquele que poderia cognominar de Redentor-Síntese (que, embora não tendo vindo ainda,
é como se já o tivesse feito, segundo aquelas proféticas palavras bíblicas de que, "Ele já
veio e vós não o reconhecestes”).
São provas de sua difusão: os anais autênticos de sua história e presença nas
escrituras sagradas de todos os povos juntamente com os ensinamentos de todos os
Grandes Iluminados, conservados nas criptas secretas das bibliotecas pertencentes à
Grande Fraternidade Branca ou Hierarquia Oculta.
Nesse caso, entregar ao mundo profano, ou àquele que não alcançou ainda o máximo
da perfeição que lhe é exigida, semelhantes conhecimentos secretos, seria o mesmo que
entregar uma vela acesa a uma criança de poucos meses de idade. A começar pelas
doutrinas numéricas ou dos "cânones antigos”, que têm por origem a Cadeia Planetária ou
das Sete Raças, estreitamente ligadas aos Dhyâns-Chohâns (em sânscrito,”Senhores da
Luz”), os Arcanjos do catolicismo romano, as Inteligências Divinas que expressam o Verbo
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Manifestado, que presidem os planos cósmicos como seus "Espíritos Planetários”. Nessas
doutrinas canônicas, com o uso de suas sábias CHAVES seria descoberta, desde logo, a
"Sétupla natureza humana”, pois que, cada chakra ou centro de força na criatura humana
acha-se em relação com determinado plano, mundo, globo ou planeta do plano astral
cósmico, e consequentemente com as forças sutis ou ocultas da Natureza (sempre
Sétupla), sendo que os correspondentes aos demais planos caracterizam-se por formidável
potência cósmica, tanto capaz de criar ou construir, como destruir ou aniquilar...
Tão arcaicas são essas verdades, não somos os primeiros a dizer, porquanto, já o
faziam não só os Grandes Iniciados, como os próprios Adeptos, principalmente, aos seus
"Eleitos” ou "Discípulos”.
A mesma Helena Petrovna Blavatsky cita o que lhe afirmou respeitável adido, durante
muitos anos, à embaixada russa, "de que existem documentos nas bibliotecas imperiais de
S. Petersburgo (Leningrado) que se referem à época em que a Franco-Maçonaria e outras
sociedades secretas de místicos, floresciam na Rússia, ou seja, nos fins do século XVIII e
princípios do XIX. Mais de um místico russo se dirigiu ao Tibet através dos Montes Urais,
para adquirir o Saber e a Iniciação, nas desconhecidas criptas da Ásia Central. Sendo que
mais de um deles voltou portador de tesouros espirituais que jamais poderiam adquirir em
parte alguma da Europa, ou antes, do Ocidente”. Não citaremos seus nomes, para não
molestar seus parentes, que ainda os há em diversas partes do Globo.
Entretanto, quem desejar detalhes sobre o caso, que consulte os Anais da Franco
Maçonaria, nos arquivos da metrópole russa, e se convencerá de que muito longe estamos
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em haver divulgado toda a verdade... As calúnias assacadas contra tais Seres resultaram
alcançar um mal cármico para os seus detratores. E como esse mal já esteja feito, não se
deve recusar a Verdade, sejam quais forem as consequências.
Em resumo, a Eubiose não é, nem uma nova religião nem uma nova filosofia, pois
como se viu, é tão, antiga quanto o homem, um acervo de conhecimentos que a
caracterizam como uma Sabedoria, milenar e atualizada.
Aqui encerramos esta aula, pois não temos a intenção de esgotar o assunto, visto que
a iniciação deve seguir os princípios da calma, paciência e perseverança. E, baseados
nesses três itens, pedimos ao nosso prezado leitor a sua compreensão.
Muitas vezes, poderão ser repetidas frases, textos, com o intuito de relacionar e fixar
melhor os conhecimentos por nós ministrados.
Fases
Quando se deu o cataclismo da Atlântida, parte de seu povo era sabedor do que
poderia vir a ocorrer; tal como hoje, observamos uma série de fenômenos estranhos na
Terra e alguns cientistas mais conscientes procuram alertar os cidadãos do perigo que
estão incorrendo com os seus desmandos em relação à Natureza. Os atlantes tinham o
conhecimento por meio de Supremos Condutores responsáveis pela veiculação da "Ciência
das Idades”. Muitos atlantes migraram para onde os cataclismos seriam de menor poder
destrutivo pois sabiam decifrar com antecedência os sinais da Natureza. Esse povo na nova
terra teve momentos felizes, principalmente no Império de Ram. Esse império era
governado por um rei e três seres de alta hierarquia, O rei mantinha o símile dos reis divinos
da Atlântida, os Reis de Edon, no seu tempo áureo. Os diretores do Império eram iniciados
durante uma vida inteira, distribuíam justiça, bem-estar e sabedoria ao povo. A iniciação do
rei era realizada individualmente.
Com o passar dos tempos, veio o declínio do grande Império e a anarquia foi tomando
vulto. A corrupção minou todos os campos da atividade humana.
O precioso símbolo de Ram que era a cruz suástica, positiva (que gira no sentido
horário) fora conspurcado pelos senhores da sovástica, negativa (que gira no sentido anti-
horário).
Para conter esse obscurantismo, manifestou-se Yeseus Krishna (3228 a.C. - 3102
a.C.), um Avatara dos antigos hindus, a fim de restabelecer o mito solar (a Ciência das
Idades) e restaurar o Império Sinárquico (Império dos Supremos Seres da Grande
Fraternidade Branca). Com Krishna surgiu uma nova ordem das coisas. O mundo começou
a respirar um ar mais puro. Houve uma nova vida para a Terra.
No ano 1370 a.C. o Faraó Amenophis IV fundou no Egito a Ordem Rosa-Cruz dos
Andróginos, substituindo o lírio antigo (símbolo do Poder Terrestre) pela Rosa-Cruz
(símbolo do Poder Espiritual).
Amenophis IV, conhecido por Kunaton, veio restabelecer o culto solar, a fim de
promover nova vida no Egito, tendo por emblema o disco solar. Teve como oposição ao
seu trabalho, Tut-Ank-Amon.
Pitágoras desejava restabelecer a lei e a justiça pelo entendimento e não pela força.
No entanto, os Adeptos Necromânticos, perversos perseguidores da sua monumental obra,
fizeram com que a Escola Pitagórica se resguardasse tornando-se uma Ordem secreta.
Nessa atitude, manteve-se até aparecer Platão (429-347 a.C.), que com sua benignidade
humana e espiritual, reuniu os saberes iniciáticos do Egito, a ciência cabalística de Israel e
as ciências herméticas, num conjunto harmonioso, consolidando os legados pitagóricos
para o estabelecimento da Teosofia. O Platonismo alastrou-se por vários pontos da Terra,
indo até as portas de Alexandria.
Entre as fases por que passou a Ciência das Idades, é importante lembrar o trabalho
anterior desenvolvido por Moisés (1300 a.C.). Como grande condutor do povo hebreu para
a Terra Prometida (Canaã), Moisés foi um grande iniciado, legando um vasto tesouro de
conhecimento, sendo sucedido por outros Seres de grande valor até a chegada da era
cristã.
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Há cerca de dois mil anos começou uma grande efervescência oculta no seio do povo
de Israel. Roma e Grécia estavam em decadência. Um grande poder falhou em seus
desígnios. Gregos e romanos perderam seus Impérios Sinárquicos, como os símiles do
Império de Ram, para sujeitarem-se aos governos tirânicos.
Apareceram então no meio do povo de Israel, grandes Seres, sábios e cabalistas, tais
como Gamaliel e o rabino Simeão ben Jochay (70 d.C.) comprometidos como a obra do
Messias do ciclo de Piscis ou do Peixe. Em meio ao ambiente tumultuado pelo domínio
romano, surgiu Jeoshua ben Pandira (Jesus, o Cristo), o anunciado Messias (em hebraico,
o ungido). Mas infelizmente houve nova queda, culminando com o sacrifício do Messias, e
consequente comprometimento negativo do povo judeu perante a Lei que regia o plano da
Grande Fraternidade Branca. O trabalho de Jesus era, na ordem política, restaurar a
Sinarquia Universal do Ocidente, particularmente na Europa, no aspecto profano,
destituindo os tiranos, e na ordem espiritual, era o de ser o Mestre da tônica do ciclo. Em
virtude do fracasso desse trabalho, o Cristo foi levado a julgamento e ao sacrifício no
Gólgota.
Esse plano, no entanto, teve seus valores resgatados e conduzidos ao Tibete, onde
ficou sob a guarda dos Traichus Marutas.
O Mistério do Graal não teve início com o sacrifício do Cristo, embora que se
correlacione assim, mas segundo a Sabedoria Iniciática sua origem remonta desde a queda
atlante, há mais de 1.000.000(um milhão) de anos, quando do sacrifício de dois Seres
Supremos: Muisis e Muiska, apregoados no Vishnu-Purâna, um dos mais antigos livros do
mundo, como os Deva-Pis, a Divina Parelha, os Gêmeos Espirituais.
No século XIV, no ano de 1375 de nossa era, despontou na Alemanha outro grande
movimento, com os mesmos propósitos dos anteriores. Kristian Rosenkreutz tentou
disseminar os velhos ensinamentos iniciáticos, baseado nos princípios eubióticos, a fim de
conduzir o povo à felicidade geral ou coletiva. Foi também muito perseguido, por defender
a reforma moral, intelectual e espiritual de todos. O movimento falhou, todavia, seus nobres
princípios foram adaptados ao Cristianismo. No que diz respeito à parte interna ou mais
oculta do movimento, criou-se uma organização, intitulada Fraternidade Rosa-Cruz, que
viveu 120 anos secretamente.
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Mas o trabalho daqueles que são responsáveis pela evolução da humanidade não
parou. São Germano, conhecido também como Conde Fênix, deixou claro, numa inscrição
na Capela de Einfurt (Alemanha), o anúncio que voltaria no século XIX.
Helena Petrovna Blavatsky (HPB) também muito contribuiu para que a verdade
pudesse se firmar na Face da Terra, escrevendo entre outras obras, não menos
importantes, a "Doutrina Secreta”. A mesma escritora, no prefácio dessa obra, anuncia,
para o início do século XX, um novo Mestre preparado pela Grande Fraternidade Branca,
conforme suas palavras: "um Outro viria do Oriente para completar aquilo que a ela mesma
não foi dado revelar”.
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A tradição
Tradição, como a palavra indica, é tudo aquilo que já foi conhecido no passado.
pensadores, um protótipo, um Mestre enfim, que deixa um nome na alma de cada povo,
sendo para os hebreus, Noé e Moisés; para os astecas, Moiska; para os incas, Manco-
Capac; para os gregos, Orfeu; Mercúrio para os latinos, o Netuno-Penntannus, o "Herói do
Pentalfa” ou do pensamento; para os bardos irlandeses, Ema, o Grande; para os egípcios,
Thot-Hermés; para os persas, Zoroastro; para os ário-semitas, Ram; para os nórdicos,
Odim; para os maias, Quetzo-Cohuatl; Tamoindaré dos tupis etc.
"Se Max Müller fosse brâmane, poderia levá-lo a uma cripta ou gupta ou cupta próxima
de OKHIEMATH, no Himalaia. Ali, o sábio europeu constataria que todas as riquezas
culturais do Oriente, que até hoje cruzaram as negras águas do Kalapani - oceano - limitam-
se a uns poucos fragmentos de cópias desfeitas, relativos a algumas passagens dos
nossos livros sagrados. Existiu uma Revelação Primitiva, que ainda se conserva no
presente. Longe de perder-se para o mundo, reaparecerá em dia oportuno. Todavia, os
"Mlechchas” (europeus ou estrangeiros) terão de aguardar algum tempo mais”.
Um golpe de vista atento sobre o quadro das religiões, filosofias, simbologias e filologia
comparadas deixa-nos logo entrever a identidade da fonte, - a sabedoria troncal perdida
- a unidade intrínseca de todos os conhecimentos humanos no seu infinito polimorfismo.
Os majestosos Vedas, anteriores a todas as religiões do mundo, há milênios sustentam o
apótema irrebatível: "a verdade é uma só, embora os homens lhe dêem nomes diferentes”.
O Avatumsara Suthra, uma das obras de maior relevo entre as obras mestras da
remota e sábia antiguidade oriental, ensina: "Tendo todas as criaturas conscientes,
repudiado a verdade e abraçado o erro, foi criado o oculto conhecimento - o iniciático - que
no Oriente chama-se Gupta-Vidyâ ou Alaya Vijñana” e no Ocidente, Gnosis ou
Conhecimento. O estudo acérrimo da filologia e religiões comparadas já convenceu os
orientalistas que inúmeros manuscritos sumiram, não deixando o mais leve rastro.
reflexos morrentes e parcialíssimos das realidades dos mundos interiores, tais como
Shangri-lá, defendidos por mil e um processos ocultos.
Para traduzir a obra de Lao-Tsé, o erudito Estanislao Julien teve de recorrer a mais de
sessenta comentaristas, o mais antigo dos quais procedia do ano 163 a.C. Os comentários,
porém, que nossos sinólogos têm manuseado estão muito longe de ser os legítimos
documentos ocultos, mas simples textos despistadores, intencionalmente preparados,
como inocentes "jardins de infância”, para as mentes dos profanos, que segundo os jinas,
os iniciados, os guardiões sempiternos da ciência integral, são todos aqueles que não
conquistaram, pelos seus próprios esforços, os requisitos morais e intelectuais exigidos dos
que ousam querer levantar uma ponta do véu de Ísis, ou o véu do mistério cósmico que
enlaça os homens e os astros e todos os formidáveis segredos que palpitam sensíveis no
grande seio máter: a Natureza. A mesma providencial censura remarcou os cinco King e
os quatro Shu de Confúcio; as escrituras caldaicas, donde nasceu nossa Bíblia; os
1.028 Hinos ou "Mantrans” pelas combinações mágicas de sons, que envolvem segredos
cabalísticos ou matemática transcendental, de efeitos fenomênicos surpreendentes nos
planos visíveis - Hinos, dizíamos, do Rig-Veda, de chave também perdida; os 325 volumes
do Kampir e do Tampir, escritos pelos budistas do Norte - o cânone sagrado dessas obras
abrange 84.000 tratados, quase todos, isto é, os principais, também perdidos para os
europeus; o misteriosíssimo livro de Dzyan, o livro cume, por excelência, outra obra que
desafia os maiores criptógrafos ocidentais da filosofia oculta; as importantes ruínas
literárias do inescrutável Egito e também da Ásia Central - como os volumes atribuídos a
Thot Hermés, e os Purânas hindus; o livro caldeu dos números e até o Pentateuco; os
documentos de incalculável valor que repousam nas entranhas das 23 cidades sepultadas
do Tchertchen-Darya tibetano etc.
Com estes fatos e muitos outros que vieram se impondo esmagadoramente, desde
1820, à positivista ciência europeia, mantém-se de pé a irrefragável tradição arcaica,
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Felicíssima intuição alimentou a pena de Bailly, quando escreveu que "a ciência do
Ocidente limita-se a fragmentos dum oculto sistema de ciência asiática mais antiga que
tudo e infinitamente mais perfeito”. O professor Max Müller, um dos orientalistas mais
altamente conceituados, na esfera dos pontífices da ciência ocidental, disse que até 1820
os livros dos Brâmanes Magos e Budhistas” eram desconhecidos; duvidava-se até da sua
própria existência e não havia na Europa um só erudito capaz de traduzir uma única linha
dos Vedas, do Zend-Avesta ou do Tripitaka, e agora está demonstrado que os Vedas
pertencem à remotíssima antiguidade, representando a conservação, daquelas obras uma
verdadeira maravilha. Asseverou, ainda, que a descoberta das antigas escrituras e Bíblias
dos ários e sua tradução em línguas européias significa uma conquista tão gloriosa como
a da escritura cuneiforme babilônica e a hieroglífica egípcia. Acrescentou que aquela
descoberta oferece um soberbo conjunto de ciências, as mais complexas e avançadas,
donde se derivam as nossas Astrologia, Linguística e Mitologia comparadas. Graças a tais
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conhecimentos, foi possível começar-se a estudar os longos períodos das mais recuada
Pré-História.
Einstein, sem dúvida uma cabeça que sobressaiu entre os luminares do primeiro plano
da ciência hodierna, estudou, como é sabido, "Astrologia Cabalística” e, nos seus lazeres,
cultivou a música, precisamente por um instrumento iniciático que é o violino... e é natural
que estas evidências nos reportem à famosa sentença estampada no templo délfico,
advertindo que ali não entraria quem ignorasse matemática e música. Ademais, o
descobridor da "Lei da Relatividade” afirmou que "o sistema filosófico-religioso Budhista é
o único que oferece solução a todos os problemas da vida e da morte”. Cabe aqui um trecho
do Prof. Henrique José de Souza, de sua "Mensagem de Dhâranâ ao Povo Brasileiro”: " Se
o Budismo fosse de fato uma religião, em toda plenitude do vocábulo, a Sociedade Dhâranâ
não hesitaria em perfilhá-la, atendendo à pureza dos seus ensinos, à elevação das suas
exigências e à fraternidade dos seus costumes(...)”.
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expansão das máximas possibilidades da nossa mente até a fusão da mente finita do
homem na infinita do Universo, fusão que exprime a posse integral do mundo das causas
supremas, ou posse da PERCEPÇÃO DIRETA que é o fastígio da evolução espiritual do
homem sobre a Terra: o Adeptado.
O Adeptado está relacionado ao desenvolvimento mental que transforma e cria, na
sua essência, uma manifestação de amor, uma expressão humana de íntima solidariedade
com esse próprio amor impessoal e libérrimo da Natureza, sempre renovadora, construindo
e transformando tudo, malgrado os oráculos estacionários dos falsos ídolos. Fundem-se
nessas almas eleitas experiências de mundos outrora conquistados; a consciência das
forças, que operam a evolução universal, reflete-se nessas almas a sentença:
"Redime-te da tua QUEDA, ó homem: levanta-te e anda: Salva-te pelas tuas próprias
mãos, CONHECENDO-TE A TI MESMO”.
São os que se antecipam à compreensão normal das épocas em que surgem como
fulgurantes faróis espirituais. Devassam o mistério e roubam-lhe chamas de segredos que
vêm constituir outras tantas ciências e coletivamente a Ciência Sagrada.
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"A esfinge terrível de todos os tempos; e a marcha epopeica dos Édipos imortais”. Fra-
Diávolo.
de Virgílio; "O Paraíso Perdido”, de Milton (...), enfim, a Era da Pureza arcadiana na qual
"os deuses andavam pela terra conversando com os mortais” (...). É a Idade de Ouro; a
Satya-Yuga, hindu, ou o Chatur Juga, bramânica, ideia e sonho inatos em todos nós, do
País da Eterna Primavera; a Ilha mágica guardando o mais sublime Tesouro de que todas
as demais ilhas e tesouros legendários e novelescos são pobres e atormentadoras
reminiscências (...); do jardim das Hespérides magnificente de miraculosos frutos (...). Era,
ilha ou país encantado da Paz e da Felicidade, da Esperança Maior que já se chamou no
mundo o Paraíso, bíblico; a Era de Juno e Saturno, romana; os Campos Elíseos; o Walhalla,
nórdico; o Édem, corânico; o Devachan ou Reino dos Anjos, ário; o Amenti, egípcio; o Reino
do Pai, cristão; o Summerland, espiritista; etc...
Quando já deixou o homem de ser assaltado pela multiforme e abarcadora
interpelação da Esfinge?
Para guiar a humanidade, também chamada de "A grande órfã”, no dizer místico e
piedoso dos sábios da velha Âryâvarta (Índia), o Édipo imortal tem aparecido no mundo,
em expressões humanizadas da Divina Lei, no decorrer dos diversos ciclos que regem as
civilizações.
Assim, sua presença tem propiciado à humanidade:
1o) Atenuar a bruteza dos tropeços na jornada terrestre expiatória, regeneradora ou
iniciática;
2o) Suportar o enorme fardo de penosa herança provinda dum passado que se afunda
no vórtice de perdidos tempos de régias derrocadas inenarráveis;
3o) Alentar a chama das suas heroicas esperanças, acenando-lhe, sempre, como
alvorada promissora do futuro.
Em todas as épocas e países, em cada raça e sub-raça, tem surgido esse Édipo
Imortal - os Manus, potência espiritual que preside o complexo trabalho oculto de
arregimentação e seleção das mônadas para a formação das raças; os gigantes místicos e
pensadores, que lançam, enfim, o germe da luta das ideias impulsionadoras da grande roda
do progresso e da evolução humana - é o Peregrino consciente, inspirador de quantos
gestos decisivos de liberação da alma coletiva, torturada pelo abutre da sua própria
cegueira mental e pelos grilhões dos Césares insaciáveis.
Os Manus, os gênios de primeira grandeza da Ciência e da Arte, as altas vozes da
mente iluminada que descortina as Renascenças, jamais deixaram de caminhar ao lado
das gerações, imprimindo-lhes, de acordo com as necessidades cíclicas e em propícios
momentos históricos, sob esta ou aquela forma místico-científica, um sopro vital da
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A Religião-Sabedoria
Esses Christos (Iluminados), esse Cavaleiro do Sol, acesos do amor que responde
aos clamores do silêncio das dores mais humildes: alvinitentes Cavaleiros do Cisne ou da
Branca Magia, portadores da chama dos supremos titanismos místicos, científicos e
artísticos; o prodigioso sem nome, de procedência ignorada; sempre invocado pela alma
aflita dos povos sob os céus das crises extremadas; esse Édipo - tão tristemente
incompreendido, mais enigmático que a própria esfinge e mil vezes degredado - já tem sido
chamado Buddha, o príncipe Sidharta, Krishna, Moisés, Hermes, Rama, Orfeu, Mahoma,
Zoroastro, Melki-Tsedek, Kunaton, Jeoshua Ben Pandira (O Jesus bíblico), Vyasa, Tissao,
Confúcio, Lao-tsé etc., etc. Em conjunto, formam a viva, esplendorosa WALHALLA,
arquitetura espiritual de multissecular e arquissecreta fraternidade, exotericamente
denominada, "SUDDHA DHARMA MANDALAN” (a excelsa fraternidade sem mácula),
herdeira das maçãs de ouro ou Sabedoria do Atlante Colégio Iniciático, pelos gregos
chamado Jardim das Hespérides; a loja branca suprema ou hierarquia oculta que, aos
destinos do mundo, preside.
O grande esperado que, sob a forma verdadeiramente homérica, epopeica ou
simbólica do herói humano, perpetuando uma apoteose de nomes na memória da
humanidade, tem vindo recordar ao homem sua divina estirpe, as poderosas possibilidades
latentes nos arcanos da sua tríplice natureza - Física, Psíquica e Mental - como síntese
mágica do Universo; é, enfim, o próprio verbo da alma universal encarnada, vibrando nas
trajetórias fulgurantes desse cometa homem: o iniciado do irreal, que tem vencido a esfinge
cruel da vida - a ignorância e seus filhos débeis: a superstição e o fanatismo -, fazendo um
rasgão maior ou menor no véu de Ísis, ao formular em Leis de Ciência Humana os princípios
Fundamentais, que Leis são, também, da Natureza.
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6o- Que as leis matemáticas regem o universo inteiro; e admitiam, ainda, que do
número se originavam as diferenças qualitativas;
7o- Negavam a aniquilação da matéria e sustentavam que esta se transforma em
diversos aspectos.
O eminente orientalista francês Louis Jacolliot, que durante longos anos dedicou-se
na Índia a minucioso estudo da filosofia daquele país, expõe, em sua obra "Krishna e
Cristo”, a seguinte tábua analítica:
- Filosofia -
Aos antigos hindus se deve a fundação das duas escolas espiritualista e materialista,
ou seja, a filosofia metafísica e a positiva. A primeira foi fundada por Vyasa, chefe da escola
vedantina; e a segunda o foi por Kapila, chefe da escola sânkhya.
- Astronomia -
Os hindus traçaram o calendário e o zodíaco, calcularam a precessão dos equinócios,
descobriram as leis gerais da mecânica celeste, predisseram e observaram os eclipses.
- Matemática -
Inventaram o sistema décuplo, a álgebra e o cálculo infinitesimal. Metodizaram a
Geometria e a Trigonometria com demonstração de teoremas não conhecidos na Europa
até os séculos XVII e XVIII. Os Brâmanes foram, indubitavelmente, os primeiros a
determinar a área do triângulo e estabelecer a relação entre a circunferência e o diâmetro.
Também deve-se-Ihes o teorema e a tábua erroneamente atribuída a Pitágoras. A tábua
de multiplicação está esculpida no interior dos principais templos orientais.
- Física -
Enunciaram o conceito do Universo como um todo harmônico, sujeitos a leis
determináveis pela observação e experiência. Fundaram a Hidrostática e descobriram o
famoso princípio, também atribuído a Arquimedes. Os físicos de determinados templos
orientais calcularam a velocidade da luz e descobriram as leis da reflexão.
A julgar pelos trabalhos de Surya Siddhânta, conheceram e calcularam a potência
expansiva do vapor da água.
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O que é; o que representa no contexto evolucional humano 34 / 45
- Química -
Conheceram a composição da água e enunciaram a Lei dos volumes que, na Europa,
pouco se conhecia. Sabiam preparar os ácidos sulfúrico, nítrico e clorídrico; os óxidos de
cobre, ferro, chumbo, estanho e zinco; os súlfures (sulfatos) de ferro, cobre, mercúrio,
antimônio e arsênico; os sulfatos de zinco e ferro, chumbo e sódio; nitrato de prata e
pólvora.
- Medicina -
Nesta ciência, os antigos hindus foram assombrosos. Charaka e Sushruta, os dois
príncipes da medicina hindu, expuseram o aforismo que, mais tarde, Hipócrates assimilou.
Susruta estabelece admiravelmente os princípios da higiene ou medicina preventiva, cuja
importância ele sobrepõe à medicina curativa, que qualifica de empírica em muitos casos.
Não deixa de ser interessante que os médicos árabes, tão famosos na Idade Média, entre
eles Abu'l-Walid Muhammada Ibn Rushd, chamado Averróis, citam constantemente os
médicos hindus, considerando-os como seus mestres e dos próprios gregos.
- Farmacopeia -
Conheciam os mais simples medicamentos, todas suas propriedades e usos, de modo
que deram muitas lições à Europa neste ponto. Deles aprendemos o tratamento da asma,
por meio do estramônio.
- Cirurgia -
Não foram menos excelentes nesta arte. Souberam extrair os cálculos urinários
(renais), operaram cataratas e tiveram suma habilidade em obstetrícia cirúrgica. Charaka
descreve os casos de maior gravidade cirúrgica com notável precisão científica.
- Gramática -
Cultivaram o sânscrito, que se avantajava admiravelmente sobre qualquer outro
idioma; pois dele derivam as línguas hindu-europeias, e a maior parte das orientais.
- Poesia -
Foram consumados mestres em todos os gêneros, os dramas SHAKUNTALA,
AVRITA, SARANGA, e outros muitos superaram os de Sófocles, Eurípedes, Corneille e
Shakespeare. Ninguém os igualou na poesia lírica. Para se formar um preciso conceito do
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esplendor alcançado por esse gênero na Índia, é preciso ler, na passagem do MEGADATA,
as lamentações do desterrado que suplica a uma nuvem sua saudade de condenado
longínquo à cabana, onde moram seus parentes e amigos que não mais tornará a ver.
As fábulas hindus têm fornecido, em todas as épocas, argumentos para todas as
literaturas do mundo.
- Música -
Inventaram a escala musical com tons e semitons, muito antes de Guido d' Arezzo.
- Arquitetura -
Nesta arte, os hindus esgotaram quanto pôde conceber o gênio homem. Zimbórios de
insuperável audácia; cúpulas cônicas, marmóreos minaretes, torres góticas, hemiciclos
gregos, policromias, todos os estilos e todas as épocas ali têm seu berço.
Em 1888, dizia H. P. Blavatsky ao escrever Ísis sem Véu: "Achamo-nos no final dum
grande período da Kali-Yuga ária, que começou há uns 5.000 anos com a morte de Krishna,
e daqui até 1897será feito um grande rasgão no céu que encobre a natureza e a ciência
materialista sofrerá um rude golpe de morte”.
Sucedeu, comenta Mário Roso de Luna, tal como intuiu aquela vidente abnegada, que
só calúnias e injustiças recebeu da sua época. O Véu de Ísis, do mais além da molécula e
do átomo materiais, começou a romper-se primeiro com as fórmulas cinéticas de Maxwell;
depois, em 1895, com a descoberta de Becquerel sobre a Radiatividade do Urânio, seguida
pelo Tório que, em 1891-1898, Schmidt comprovou; e, em 1900, foi evidenciado pelo casal
Curie. Sob as ocultas energias do Rádio e do Polônio, e por André-Louis Debierne no
Actínio. Foi estabelecido, então, pela primeira vez, o princípio outrora ocultista e metafísico
de que "não existe diferença essencial entre a energia e a matéria, como se esta fosse não
mais que uma ilusão de nossos sentidos, devido à entropia - organização - da energia
oculta”, e pôde o próprio químico Ostwald definir o corpo não como algo grosseiro e
tangível, mas, sim, como um mecanismo completo integrado por três formas de energia ou
força: Volume, variável com os meios operatórios; Gravitação, variável de astro para astro
e ainda em distintas latitudes da Terra; e Movimento, conceito de energia que, qual os de
Espaço e Tempo, dificilmente poderá explicar sem recorrer à Filosofia.
Rompido deste modo o véu do mistério cósmico, a Ciência se despenca pelo plano
inclinado do ocultismo. Seu primeiro passo foi reivindicar - Oh, infantil Humanidade - os
alquimistas, antes tão caluniados, comprovando com Ramsay, que o Rádio, em tubo
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que chamamos Purushottama, isto é, Purusha Superior, Brahmâ (Deus) no sentido mais
elevado. O conhecimento, quando percebido desta forma, é dado como revelado à
consciência individual por uma inspiração da sua própria essência divina. Daí dizer-se que
é um conhecimento de ordem metafísica. Ele não pode ser transmitido tal como é
percebido, porque nesse mundo, ou nesse estado de consciência mais elevado, não
existem imagens de qualquer forma, de qualquer espécie; é o entendimento direto. É um
processo supermental, se assim nos permite esta expressão. Dispensa qualquer
comparação, qualquer testemunho e qualquer apoio de outra autoridade externa. Para ele
é a Realidade Perfeita, Imutável e Eterna.
É de suma importância conceituarmos isso para que, em prováveis discussões e
debates que possamos ter em nossa vida, não tenhamos a infantilidade de querer provar
Verdades de ordem transcendente apoiando-nos em dados experimentais, individuais e
sensíveis. As revelações são assim apreendidas pelo próprio Eu, num estado particular
universal que percebe a própria Verdade. Sempre que os grandes Iluminados se referem a
essa experiência suprema, Eles dão-na como pertencendo a um plano extra-humano, onde
não há imagens de ordem mental, onde, porém, vive a Verdade, pois este é,
tradicionalmente, o termo usado.
Nesse estado cósmico, o conhecimento se apresenta ao vidente sob formas definidas
que chamamos de símbolos. Diferentemente dá-se no mundo do nome e da forma onde
todas as percepções de ordem interna se hão de revestir necessariamente de imagens
mentais por mais elevadas que sejam. Os símbolos nada mais são do que o véu lançado
sobre a realidade de ordem metafísica. São conhecimentos que não pertencem
particularmente ao nosso universo sensível e à nossa natureza humana e, sendo muito
elevados, apresentam-se sob a forma simbólica que deu origem a uma linguagem iniciática,
que chamamos de linguagem sagrada ou a linguagem dos símbolos.
Os grandes mestres indianos afirmam que, quando Brahmâ se manifestou com as
suas 4 Faces, cada uma das bocas pronunciou, na linguagem dos símbolos eternos, uma
grande verdade. Cada boca de Brahmâ deu origem a um dos Vedas, que já existiam antes
do próprio Brahmâ manifestar-se, pois são a própria essência das coisas. Com isto, eles
queriam dizer que há uma revelação, que há um conhecimento de ordem transcendente e
eterno, que se manifesta no início de cada Manvantara (ciclo), por meio daquele grande
personagem de natureza cósmica a que os hindus dão o nome de Manu (o Legislador),
seja ele Vaivásvata (responsável pelo deslocamento do povo atlante para a Meseta do
Pamir, preservando-o da Destruição da Atlântida) ou outros que se seguem, cada um
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reinando por um largo período cósmico, como a síntese da inteligência universal no plano
do conhecimento sensível; o Manu é o encarregado de pôr em atividade as verdades
transcendentes, por meio de símbolos que são de sua própria natureza.
Esta tradição fundamental constitui a doutrina em que nos baseamos, ainda que, para
entendê-la nas suas grandes linhas, sejamos obrigados a lançar mão das correntes
tradicionais mais puras que ainda subsistem na Terra. Todas elas são apenas reflexos
dessa tradição primordial que está muito bem conservada pelos seres que nós chamamos
de Grande Hierarquia Oculta, hierarquia essa que veio colaborar no trabalho de nossa
Cadeia Planetária junto à própria humanidade, fornecendo veículos, encaminhando-a,
dirigindo-a. Kut-Humi, numa das suas maravilhosas cartas, chega a dizer que todos os
povos da Terra conservam uma vaga e remota tradição, a qual se alude ao lugar Divino
que existia outrora, quer seja um Éden, como diz a Bíblia, um Ariana-Vaejo, como dizem
os Zoroastrinos, a Shveta-dvîpa, como diz a tradição hindu ou outros quaisquer lugares
desta natureza, onde o próprio Deus, com o nome de Elohim, Ahura Mazda ou Brahmâ,
apresentou a um grupo de eleitos a Realidade na linguagem eterna dos símbolos.
Os membros da Grande Hierarquia Oculta nada mais são do que os fiéis depositários
dessa verdade tradicional que eles devem, em cada ciclo, em cada civilização, de acordo
com a capacidade da raça ou necessidade das idades, divulgar e transmitir àqueles que
sejam mais dignos, por meio do que se chama iniciação. Essa tradição é aí apresentada
de uma forma tal que descreve minuciosamente todos os estados espirituais, todos os
estados interiores e todas as experiências de ordem mental por que passa o Adepto até à
Iluminação, a qual nos dá a libertação. Toda essa doutrina, pela sua grandiosidade, é
sempre apresentada ou divulgada lentamente nos colégios iniciáticos, nas ordens secretas
ou em qualquer lugar onde se cultua esta Realidade simbolicamente, para que, depois, seja
vivida experimentalmente pelos adeptos e pelos yoguins, nas várias etapas que vão
vencendo.
Essa verdade essencial a que nos referimos, sendo de ordem metafísica, assemelha-
se a alguma coisa que nós chamamos de Conhecimento Absoluto, enquanto que o outro,
o conhecimento individual, assemelha-se ao conhecimento relativo. Palavras essas usadas
aqui no sentido relativo, pois somos obrigados a lançar mão de certos termos que nem
sempre têm o sentido que deveriam ter, mas, na falta de outro vocábulo, eles são usados
por ser mais familiares. O conhecimento sensível está em relação com as etapas que
vamos atravessando individualmente, enquanto que o conhecimento transcendente é
sempre o mesmo.
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