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fls.

EXMO. SR DR JUIZ DE DIREITO DA 2º VARA CÍVEL DA COMARCA DE


CAMPINAS/SP

Por dependência à execução

ANA, brasileira, cirurgiã dentista e LUIZ, brasileiro, cirurgião dentista, com


endereço na Rua 27 de Dezembro, 593, São Paulo / SP, vem, por seu advogado,
conforme procuração e atos constitutivos anexos, ajuizar EMBARGOS À
EXECUÇÃO contra o BANCO DO BRASIL S/A,pessoa jurídica de direito privado,
CNPJ : 00.000.000/5361-99, com sede em Brasília / DF, no Setor Bancário Sul (SBS),
Quadra 3, Bloco B, Ed. Sede, Cep. 70074-900, pelas razões que adiante se seguem:

DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO

Conforme auto de penhora de fls. 108/110 da execução, o juízo se


encontra garantido, pelo que requer atribuição de efeito suspensivo à execução nos
termos do art. 835, VI, NCPC c/c art. 919, parágrafo primeiro, NCPC , visto que a
penhora supera o valor executado e também supera e muito o valor de fato devido,
conforme se sustenta abaixo.

A embargante ANA requer desde já que a avaliação das máquinas


penhoradas seja realizada por engenheiro perito da confiança do juízo, porquanto o
oficial de justiça não tem expertise necessária para emissão de laudo de avaliação
de tal complexidade, tendo em vista a elevação do dólar e do euro no mercado
internacional, o que reflete nopreço de venda das máquinas.

DO PEDIDO POR GRATUIDADE JUDICIAL

De início, pugna-se para que seja concedida a gratuidade judicial, tendo


em vista a dificuldade econômica que assola o país face as dificuldades trazidas com
a pandemia da Sars-Cov-2, requer seja concedido diferimento das custas processuais
ao final do processo.

Conforme já decidido pelo TJSP; a momentânea incapacidade financeira


fls. 2

de recolhimento das custas pode ser “presumida, em decorrência da situação


excepcional de crise financeira instaurada pela pandemia da Covid-19” (TJSP,
2055385- 98.2020.8.26.0000, Rel. Marcos Pimentel Tamassia, 1ª Cam. De Direito
Público, p. 03.04.2020).

Assim, pede-se seja concedido a gratuidade das custas processuais, a fim


de possibilitar a defesa no processo.

Alternativamente, caso V. Exa não defira os benefícios da justiça gratuira,


pede-se, ao menos, o diferimento do recolhimento das custas processuais, tendo em
vista o alto valor das custas, bem como que se trata de defesa.

A apelante não tem condições de arcar com as custas do processo,


negar o Diferimento de recolhimento das custas no presente caso significará
impedir a parte de ter seus direitos tutelados e se configurará como um
verdadeiroimpedimento de acesso à justiça!

Sobre o diferimento do recolhimento de custas em sede de Embargos à


Execução, a 23ª Câmara de Direito Privado do TJSP, assim decidiu em fevereiro de
2018:

“Afora o fato de ficar sem uma explicação razoável a exigência de


preparo em embargos à execução, quando o mesmo não se dá em relação à
contestação, tudo não indo tecnicamente além de filigrana jurídica, no caso ainda vê-
se que a petição inicial da ação de execução não explicita a forma como se apurou o
principal. (...) Assim, determino que os embargos à execução tenham
prosseguimento sem necessidade de complementação do preparo inicial,
ficando deliberado por ora o diferimento desse pagamento para o final do
processo.” (TJSP 23ª Câm Dir Priv, AI 2030206-36.2018.8.26.0000, rel. Des.
SEBASTIÂO FLAVIO)

I. DA SÍNTESE DOS FATOS

Os executados foram fiadores da também


executadaABS, e o Banco do Brasil S/A e a empresa
fls. 3

ABS vêm de um relacionamento bancário de muitos anos, por onde foram firmados e
pagos (integralmente e parcialmente) sucessivas operações de crédito, levantados de
2012 a 2016, por onde se prova (extratos em anexo) que:

TOTAL PAGO AO Banco do Brasil = R$ 3.840.200,96

Data dos Valores dos


Pagamentos Pagamentos
15/10/2012 214.007,64
16/ 217.657,96
11/2012
17/ 214.592,41
12/2012
15/ 209.798,61
01/2013
15/ 209.713,95
02/2013
15/ 204.909,69
03/2013
15/ 206.338,56
04/2013
15/ 182.667,59
05/2013
17/ 204.714,17
06/2013
15/ 198.815,04
07/2013
15/ 199.587,80
08/2013
16/ 242,05
09/2013
17/ 14.025,09
09/2013
18/ 8.094,99
09/2013
19/ 5.676,79
09/2013
20/ 3.388,83
09/2013
23/ 2.167,28
09/2013
24/ 168.831,69
09/2013
15/ 116.068,52
10/2013
16/ 1.756,11
10/2013
17/ 8.872,79
10/2013
18/ 11.203,43
fls. 4

10/2013
21/10/2013 57.928,71
18/11/2013 1.984,48
19/ 19.589,97
11/2013
20/ 729,55
11/2013
21/ 1.823,07
11/2013
22/ 2.515,35
11/2013
25/ 8.742,26
11/2013
26/ 1.168,90
11/2013
27/ 5.692,65
11/2013
28/ 19.944,54
11/2013
29/ 4.113,51
11/2013
02/ 4.237,74
12/2013
03/ 6.120,21
12/2013
04/ 3.519,45
12/2013
05/ 123.729,36
12/2013
16/ 6.368,07
12/2013
18/ 19.036,98
12/2013
19/ 852,10
12/2013
20/ 19.688,89
12/2013
23/ 148.316,86
12/2013
15/ 76.264,12
01/2014
03/ 603,57
02/2014
05/ 12.702,86
02/2014
07/ 78.399,96
02/2014
16/ 2.292,67
01/2014
17/ 1.171,10
01/2014
20/ 201,30
fls. 5

01/2014
21/ 1.212,51
01/2014
22/ 3.111,19
01/2014
23/ 2.102,54
01/2014
24/ 1.817,92
01/2014
27/ 1.359,08
01/2014
28/ 7.191,00
01/2014
29/ 1.151,58
01/2014
31/ 6.556,13
01/2014
06/ 450,40
02/2014
17/ 192,32
02/2014
18/ 30.051,94
02/2014
19/ 839,10
02/2014
20/ 8.899,18
02/2014
21/ 431,19
02/2014
25/ 763,31
02/2014
26/ 7.468,85
02/2014
28/ 500,00
02/2014
05/ 1.888,25
03/2014
06/ 327,35
03/2014
07/ 112,15
03/2014
10/ 455,68
03/2014
11/ 458,80
03/2014
18/ 23.431,34
03/2014
19/ 39,90
03/2014
20/ 289,47
03/2014
24/ 405,58
03/2014
fls. 6

25/ 48,30
03/2014
27/ 56,45
03/2014
28/ 88,00
03/2014
16/ 201,30
04/2014
02/ 112,00
04/2014
08/ 187,96
04/2014
14/ 404,90
04/2014
17/ 426,14
04/2014
28/ 9.035,04
04/2014
23/ 12.000,00
03/2015
25/ 12.000,00
03/2015
26/ 12.000,00
03/2015
27/ 12.000,00
03/2015
30/ 7.000,00
03/2015
01/ 12.444,21
04/2015
28/ 4.183,50
04/2015
29/ 2.000,00
04/2015
30/ 2.000,00
04/2015
04/ 2.000,00
05/2015
05/ 2.000,00
05/2015
06/ 2.000,00
05/2015
07/ 2.000,00
05/2015
14/ 2.000,00
05/2015
21/ 2.000,00
05/2015
22/ 3.265,16
05/2015
24/ 3.000,00
06/2015
25/ 3.000,00
fls. 7

06/2015
26/ 3.000,00
06/2015
29/ 3.000,00
06/2015
30/ 3.000,00
06/2015
01/ 3.000,00
07/2015
02/ 3.000,00
07/2015
03/ 3.000,00
07/2015
30/ 2.000,00
07/2015
31/ 2.000,00
07/2015
03/ 2.000,00
08/2015
04/ 2.000,00
08/2015
06/ 2.000,00
08/2015
07/ 2.000,00
08/2015
10/ 2.000,00
08/2015
11/ 2.000,00
08/2015
12/ 2.000,00
08/2015
14/ 2.000,00
08/2015
17/ 2.000,00
08/2015
18/ 2.000,00
08/2015
01/ 2.000,00
09/2015
02/ 2.000,00
09/2015
03/ 2.000,00
09/2015
04/ 2.000,00
09/2015
16/ 2.000,00
09/2015
17/ 2.000,00
09/2015
18/ 2.000,00
09/2015
21/ 2.000,00
09/2015
fls. 8

22/ 2.000,00
09/2015
23/ 2.000,00
09/2015
24/ 3.500,00
09/2015
25/ 3.272,35
09/2015
15/ 5.500,00
10/2015
16/ 2.000,00
10/2015
21/ 2.000,00
10/2015
22/ 2.000,00
10/2015
26/ 2.000,00
10/2015
27/ 2.000,00
10/2015
28/ 2.000,00
10/2015
29/ 2.500,00
10/2015
03/ 3.504,25
11/2015
09/ 3.000,00
11/2015
10/ 3.000,00
11/2015
11/ 3.000,00
11/2015
12/ 3.000,00
11/2015
13/ 3.000,00
11/2015
16/ 3.000,00
11/2015
17/ 3.000,00
11/2015
18/ 4.520,71
11/2015
24/ 3.000,00
11/2015
26/ 9.000,00
11/2015
27/ 5.000,00
11/2015
30/ 5.271,03
11/2015
02/ 4.642,60
12/2015
03/ 3.000,00
fls. 9

12/2015
04/ 15.337,11
12/2015
28/ 4.800,00
12/2015
29/ 6.500,00
12/2015
30/ 1.500,00
12/2015
08/ 5.868,64
01/2016
17/ 4.000,00
02/2016
18/ 4.000,00
02/2016
22/ 5.000,00
02/2016
23/ 7.086,97
02/2016
22/ 2.500,00
03/2016
23/ 15.000,00
03/2016
15/ 6.000,00
04/2016
02/ 13.038,95
06/2016
30/ 5.000,00
06/2016
01/ 5.000,00
07/2016
04/ 5.000,00
07/2016
05/ 5.000,00
07/2016
06/ 5.000,00
07/2016
07/ 5.000,00
07/2016
08/ 5.000,00
07/2016
12/ 5.000,00
07/2016
15/ 2.333,94
07/2016
18/ 5.000,00
07/2016
19/ 5.000,00
07/2016
20/ 4.900,00
07/2016
21/ 5.000,00
07/2016
fls. 10

28/ 5.000,00
07/2016
29/ 5.000,00
07/2016
01/ 5.000,00
08/2016
02/ 3.000,00
08/2016
04/ 3.000,00
08/2016
09/ 3.000,00
08/2016
11/ 3.000,00
08/2016
18/ 3.000,00
08/2016
23/ 3.000,00
08/2016
29/ 3.000,00
08/2016
01/ 10.000,00
09/2016
05/ 3.000,00
09/2016
09/ 2.000,00
09/2016
16/ 3.000,00
09/2016
27/ 3.000,00
09/2016
30/ 3.000,00
09/2016
06/ 3.000,00
10/2016
26/ 4.000,00
10/2016
27/ 4.000,00
10/2016
28/ 4.000,00
10/2016
31/ 4.000,00
10/2016
01/ 2.795,47
11/2016
01/ 2.000,00
11/2016
03/ 4.000,00
11/2016
14/ 3.000,00
11/2016
16/ 3.000,00
11/2016
17/ 3.000,00
fls. 11

11/2016
18/ 3.000,00
11/2016
TO 3.840.200,96
TAL

Observa-se na fl. 65 da execução que a DESTINAÇÃODO CRÉDITO


foi única e exclusivamente “o pagamento do saldo devedor das minhas
dívidas”, saldo este apresentado logo abaixo no valor de R$ 1.398.390,94 (um
milhão, trezentos e noventa e oito mil, trezentos e noventa reais e noventa e quatro
centavos) EXATAMENTE IGUAL ao contrato executado:

É imprescindível que o Banco apresente o histórico completo, bem como


os extratos, aos quais a executada não tem mais acesso, vez que está bloqueada no
sistema.

Ou seja, a executada ABS não teve disponibilizado nem um único centavo


do contrato executado, que foi integralmente canalizado a saldar dívidas internas com
o Banco do Brasil S/A.

O Banco precisa apresentar o cálculo realizado para se chegar na


negociação apontada no contrato. Mais uma vez destaca-se: não se trata de
contrato de empréstimo, se trata de renegociação de

9
fls. 12

valor cujo auferição não foi apresentada nos autos. Nenhum valor do
contrato apresentado foi liberado para a executada!

Indispensável, portanto, levantar nos EXTRATOS o total CREDITADO EM


CONTA (empréstimos) e o total DEBITADO EM CONTA (pagamentos) para apurar no
histórico completo o real saldo devedor da embargante, sendo necessária
apresentação de tais extratos pelo Banco, vez que a executada não tem mais
acesso à conta bancária, pois está bloqueada no sistema.

A matéria já se encontra completamente pacificada no STJ e neste TJSP,


inclusive com SÚMULA STJ 286, verbis:

4. A parte tem direito em ter seus contratos revistos, desde a origem, a


fim de afastar eventuais ilegalidades, ainda que tenha havido quitação ou
novação da dívida. Súmula 286/STJ.” (STJ, 3ª T., rel. Min. Nancy Andrigui, REsp
1.339.242 – RJ, j. 11.09.2012)

Renegociações sucessivas de débito. Impossibilidade de delimitar a


perícia ao último contrato firmado entre as partes. Decisão mantida. Agravo
improvido.” (acórdão 2187535-82.2016.8.26.0000 do Des. Soares Levada, do TJSP,
julgado em 14.12.16)

No corpo do acórdão acima o relator Soares Levada, além de colacionar


precedentes do Superior Tribunal de Justiça, ressalta que SÚMULA 286 STJ é clara
“A renegociação de contrato bancário ou a confissão de dívida não impede a
possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.”

O TJSP vem dando provimento em decisão monocrática para apuração em


todos os contratos originários e extratos completos, nos termos da SUMULA 286
STJ, conforme decisão da 14ª Câmara de Direito Privado no AGRAVO 2190016-
47.2018.8.26.0000 julgado em 14de setembro de 2018, verbis:

“No caso dos autos, entendo que a existência de operações encadeadas,


cuja discussão e análise acerca de possíveis abusividades fica autorizada, nos
termos da Súmula 286 do C. STJ, in verbis: “A renegociação de contrato bancário ou
a confissão de dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais
fls. 13

ilegalidades dos contratos anteriores.”. (...) dou provimento ao recurso”.

Conforme consta no contrato executado fl. 65 da execuçãoa DESTINAÇÃO


DO CRÉDITO foi única e exclusivamente “o pagamento do saldo devedor das minhas
dívidas”, não liberando qualquer recurso novo para a embargante.

Uma evidente cadeia contratual desde a origem, em pactos sucessivos


que tinham como objetivo liquidar operações anteriores. Essa discussão, quanto
à viabilidade jurídica de periciar a cadeia de contratos, foi pacificada no STJ,
em julgamento do REsp1.339.242 da lavra da Min Nancy Andrighi. Assim, na
análise das diversas contratações, o valor estampado na cédula bancária não
correspondia ao valor que de fato ingressava nos cofres da empresa, ou seja, não era
disponibilizado em conta corrente todo o numerário grafado na cédula.

E a matéria relativa à possibilidade de revisão da cadeia contratual


desde a origem, em pactos sucessivos que tinham como objetivo liquidar
operação anterior, foi pacificada n STJ, em julgamento do REsp
1.339.242 da lavra da Min Nancy Andrighi,verbis :

“2. A natureza acessória das relações negociais firmadas entre as partes


repousa no fato de que os sucessivos pactos tinham como real objetivo liquidar
a operação anterior, representando verdadeira cadeia de contratos entabulados
com o propósito de amortizar a dívida contraída junto à instituição financeira.
Nesse raciocínio, impossível se pensar na revisão da última relação contratual.
4. A parte tem direito em ter seus contratos revistos, desde a origem, a
fim de afastar eventuais ilegalidades, ainda que tenha havido quitação ou
novação da dívida. Súmula 286/STJ.” (STJ, 3ª T., rel. Min. Nancy Andrigui, REsp
1.339.242 – RJ, j. 11.09.2012)

Vejamos a planilha colacionada com DATAS / CRÉDITOS EM CONTA


(empréstimos) / DÉBITOS EM CONTA (pagamentos), acompanhada dos extratos
bancários, contendo todas as movimentações de crédito. Extratos seguem em anexo
comprovando as movimentações de crédito em conta e pagamentos ao Banco do
Brasil S/A. Evidenciado portanto um pagamento em valor expressivo de R$
3.840.200,96.
fls. 14

I. PERÍCIA CONTÁBIL NA CADEIA


CONTRATUAL( STJ REsp 1.339.242 / REsp988.699 )

Atente Ex. que há clara divergência matemática entre a ABS e o Banco do


Brasil, somente solucionada através de perícia contábil por expert da confiança do
juízo, o que desde já requer.

E os contratos indicados não foram todos disponibilizados em cópia à


demandante, de modo que o BANCO DO BRASIL S/A deve ser intimado a trazê-los
aos autos, sob as penas do art. 400, I, NCPC.

Um contrato era celebrado para liberar recursos ao próprio banco, para


liquidar parte de contratos anteriores. Então, este novo contrato era liquidado no todo
ou em grande parte e novo contrato era firmado, mesmo de diferente matiz, para
liberar recursos a fim de quitaro contrato anterior.

Destarte, se mostra imprescindível uma perícia contábil em juízo, para


aferir corretamente o que foi de fato disponibilizado para uso pela embargante e o
quanto foi canalizado a amortizar operações dentro do próprio banco requerido.

E para que o perito possa desenvolver seu trabalho de modo consistente,


chegando a uma conclusão correta, é imprescindível que o BANCO DO BRASIL S/A
traga aos autos os contratos lincados aos créditos apontados nos extratos, para
conferência pelo perito.

Trata-se de um quadro típico de sucessão contratual, onde um


empréstimo (ou operação de crédito) é firmado para liquidar parte de
empréstimo anterior. Como o recurso mutuado não é 100 % revertido em favor da
empresa, o banco vai desenvolvendo um endividamento virtual, que não corresponde
a recursos de fatoemprestados para folha, energia, despesas etc.

Trata-se de investigar (via perícia contábil) o saldo devedor correto


nas operações de crédito, do modo seguinte :

A - anotando todos os créditos repassados à ABS pelo BB, no histórico


bancário;
fls. 15

B – anotando quanto foi liberado e disponibilizado para uso efetivo da ABS,


e quanto foi destinado a amortizar operações internas com o banco, em cada
operação de crédito;

C - confrontar créditos, débitos, amortizações e pagamentos e certificar o


valor correto do saldo devedor

A linha de entendimento do Superior Tribunal de Justiça é de que a


renegociação de contrato bancário ou a confissão de dívida não impede a
discussão de ilegalidades ou cobranças abusivas emoperações anteriores.

II. DA ILEGALIDADE NA COBRANÇA CUMULADA DE


COMISSÃO DE PERMANÊNCIA c/ MULTA E JUROS

Conforme fls. 65/67 da execução o contrato prevê a cobrança de comissão


de permanência. E na fl. 73 o contrato prevê a cobrança de multa de 2%.
Inadmissível a cobrança cumulada de comissão de permanência c/
multa.

O Superior Tribunal de Justiça é uníssono no entendimento de que a


comissão de permanência não pode ser cumulada com juros moratórios, nem com a
multa moratória, nos termos das Súmulas 30, 294 e 296 do STJ. Os julgados abaixo
transcritos, do STJ, são bastante elucidativos sobre o tema :

“2. Não pode a comissão de permanência ser cumulada com a correção


monetária nem com os juros remuneratórios, nos termos das Súmulas 30, 294 e 296
do STJ. De igual modo, a cobrança da comissão de permanência não pode coligir
com os encargos decorrentes da mora, como os juros moratórios e a multa
contratual (Precedente: AgRg no Resp 712.801/RS, Rel. Min. Carlos Alberto
Menezes Direito).

Como se não bastasse esse acúmulo de ilegalidade advinda desde o


contrato inicial, que contaminam o valor exposto na confissão de dívida (ora chamada
de cédula de credito bancário) também nos cálculos apresentados pelo exequente é
possível verificar que no Mês de agosto de 2016 houve cumulação de comissão de
fls. 16

permanência com demais encargos do contrato.

Assim, só em Agosto de 2016 incidiram mais de 30 mil reais de


encargos. Foram somados encargos básicos e encargos adicionais em 12.08.2016 +
encargos básicos e encargos adicionais em 23.08.2016 + comissão de permanência
de 31.08.2016. Todos esses encargos foram cumulados. Deram então origem a um
valor de saldo, que serviu como base sucessiva para inclusão das % de juros e
taxaTR, continuando a contaminação de ilegalidades.

(prints da planilha de cálculo apresentada pelo exequente)

Mister notar que esta ilegalidade apontada não é a única, muito pelo
contrário. A planilha do exequente desde a origem aponta um valor que foi
consubstanciado em diversas ilegalidades, por esta razão é que pugna-se para que o
exequente apresente toda a cadeia de contratos e cálculos que o levaram a lançar o
valor apontado na confissão de dívida ora intitulada cédula de credito bancário, a
fim de que seja realizada perícia contábil afastando cumulação de encargos com a
comissão de permanência.

Conforme se observa no contrato inicial da cadeia de operações de crédito


foi cobrada comissão de permanência cumulada juros moratórios e ainda multa de
2% sobre a data de CADA DATA de pagamento em atraso, conforme
fls. 17

expressamente previsto na CLÁUSULADÉCIMA QUARTA do contrato inicial;

Assim, A CUMULAÇÃO DE COMISSÃO DE PERMANÊNCIA COM JUROS E


MULTA VEM CONTAMINANDO A CADEIA DE CONTRATOS (RENOGOCIAÇÃO)
DESDE O INÍCIO DA CADEIA CONTRATUAL, conforme expressamente previsto na
CLAÚSULA 14ª DO CONTRATO QUE SEGUE EM ANEXO (CUJA RENEGOCIAÇÃO É
INSERIDA DO CONTRATO APRESENTADO NA EXECUÇÃO).

Entretanto, o contrato não basta para se apurar o valor, é necessário que o


Banco apresente como alcançou o valor lançado na Confissão de Dívida (ora
chamada de Cédula de Crédito Bancário), a fim de que sejam afastadas as cumulações de
encargos de comissão de permanência + multa + juros remuneratórios.

O valor lançado na confissão de dívida está contaminado com ilegalidades


desde a origem! É necessária que toda esta cadeia de cálculos seja refeita através de
perícia em fase de liquidação de sentença para afastar a cumulação de comissão de
permanência com demais encargos.

Vale destacar que foi apresentada planilha detalhada com datas e valores
pagos (valor total pago: R$ 3.840.200,96), bem como extratos e comprovantes dos
fls. 18

pagamentos que demonstram todos os pagamento da cadeia de créditos que precisam ser
apurados em perícia contábil, por se tratar de direito líquido e certo do embargante,
garantido pela SÚMULA 286 do STJ, a qual prevê expressamente:

Súmula, 286, STJ: “A renegociação de contrato bancário ou a confissão de


dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos
contratos anteriores.”

A matéria já se encontra completamente pacificada no STJ e neste TJSP,


inclusive com SÚMULA STJ 286, verbis:

4. A parte tem direito em ter seus contratos revistos, desde a origem, a fim
de afastar eventuais ilegalidades, ainda que tenha havido quitação ou novação da
dívida. Súmula 286/STJ.” (STJ, 3ª T., rel. Min. Nancy Andrigui, REsp 1.339.242 – RJ, j.
11.09.2012)

Agravo de instrumento. Ação de busca e apreensão. Decisão de deferimento


das perícias contábil e de engenharia, determinando a apresentação de todos os
contratos firmados entre as partes. Renegociações sucessivas de débito.
Impossibilidade de delimitara perícia ao último contrato firmado entre as partes.
Decisão mantida. Agravo improvido. (Acórdão 2187535-82.2016.8.26.0000 do Des.
Soares Levada, do TJSP, julgado em 14.12.16)

Os Embargos à Execução constituem-se como o único meio de defesa do


executado, devendo ser apreciado nestes todas as questões que afluam no valor
executado. Impedir o afastamento de ilegalidades que contaminam o valor executado
constitui clarocerceamento de defesa.

Por outro lado, não há razoabilidade em querer que seja movido outro processo
para discutir justamente o que afeto aos embargos à execução, qual seja valor executado.
Manter uma execução de valor indevido, além de afrontar os direitos e garantias
individuais, ainda se constitui como viés totalmente contrario ao principio da economia
processual, bem como à ampla defesa. Ora, cobrar em execução valor sabidamente
indevido e querer que isto seja revisto em ação autônoma é, no mínimo, irrazoável!

Tanto é assim, que até mesmo por decisão monocrática, a apuração – em


fls. 19

sede de embargos à execução – de toda a cadeia contratual é determinada pelo TJSP,


vez que se trata de entendimento Sumulado, conforme decisão de setembro de 2018:

“No caso dos autos, entendo que a existência de operações encadeadas, cuja
discussão e análise acerca de possíveis abusividades fica autorizada, nos termos da
Súmula 286 do C. STJ, in verbis: “A renegociação de contrato bancário ou a confissão de
dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos
anteriores.”. (...) dou provimento ao recurso”. (TJSP, 14ª Câmara Cível de Direito
Privado Agravo no 2190016-47.2018.8.26.0000, julgado em 14 de setembro de
2018)

A aludida decisão monocrática foi proferida em recurso de agravo em sede


de Embargos à Execução. Isto porque, trata-se de entendimento consolidado e,
inclusive, sumulado.
fls. 20

Não só em sede de embargos à execução, mas mesmo em sede de Ação de Busca e


Apreensão, é consolidado o entendimento de que deve existir perícia em toda a
cadeia contratual, conforme apelação de número 2187535-82.2016.8.26.0000 julgada
por este egrégio TJSP:

Vale, ainda, destacar caso muito semelhante julgado por Douto


Desembargador Mac Cracken em 12 de fevereiro de 2020:

EMBARGOS À EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. CONFISSÃO DE


DÍVIDA. ALEGAÇÃO DE ENCADEAMENTO DE CONTRATOS ANTERIORES QUE
DETERMINARAM A FORMAÇÃO DA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO
EXEQUENDA. CERCEAMENTO DE DEFESA. ACOLHIMENTO. Necessidade de
produção de prova pericial para se aferir a forma de cobrança dos encargos
bancários anteriores que determinaram a celebração da cédula exequenda como
forma de confissão de dívida (Súmula 286 do E. STJ). Nulidade da r. sentença.
Recurso provido, com determinação. (TJSP, Apl 1018693-71.2017.8.26.0405, 22
Câmara de Direito Privado, Rel. Mac Cracken,julgado em 12.02.2020).
fls. 21

Nesta seara, vale notar que a matéria relativa à possibilidade de revisão


da cadeia contratual desde a origem, em pactossucessivos que tinham como objetivo
liquidar operação anterior, foi pacificada n STJ, em julgamento do REsp 1.339.242 da
lavra da Min Nancy Andrighi, verbis :

“2. A natureza acessória das relações negociais firmadas entre as partes


repousa no fato de que os sucessivos pactos tinham como real objetivo liquidar
a operação anterior, representando verdadeira cadeia de contratos entabulados
com o propósito de amortizar a dívida contraída junto à instituição financeira.
Nesse raciocínio, impossível se pensar na revisão da última relação contratual.
4. A parte tem direito em ter seus contratos revistos, desde a
origem, a fim de afastar eventuais ilegalidades, ainda que tenha havido
quitação ou novação da dívida. Súmula 286/STJ.” (STJ, 3ª T., rel. Min. Nancy
Andrigui, REsp 1.339.242 – RJ, j. 11.09.2012)

Consoante a planilha colacionada com exatas datas e valores de


pagamento, acompanhada dos extratos bancários, contendo todas as movimentações
de crédito, encontra-se PROVADO um pagamento em valor expressivo de R$
3.840.200,96.

Assim, deve ser seguida a linha de entendimento do Superior Tribunal


de Justiça para afastar as cobranças ilegais que estão computadas e inseridas
no bojo do valor principal apontado na cédula de crédito ora executada, pois é
consolidado o entendimento de que a renegociação de contrato bancário ou a
confissão de dívida não impede a discussão de ilegalidades ou cobranças abusivas
em operações anteriores.

III. NECESSIDADE DE O BANCO APRESENTAR CONTRATOS


ANTERIORES, EXTRATOS BANCÁRIOS E OS CÁLCULOS REALIZADOS QUANDO DO
LANÇAMENTO NO VALOR À TITULO DE “RENEGOCIÇÃO”

Diante da revisão da cadeia de contratos sucessivos, mister se faz a


apresentação destes para que sejam periciados. Para tanto, os embargantes
solicitaram que o Banco apresentasse tais contratos, bem como o cálculo realizado
pelo Banco para auferir o valor lançado na cédula de crédito bancária. O Banco,
porém (ciente das ilegalidades somadas e inseridas no bojo do valor principal), não
fls. 22

apresentou os contratos, nem nenhuma origem do débito confessado no título


executado.

Vale observar que o STJ atribui a responsabilidade por apresentar os


contratos ao credor, que é quem deve provar a origem do débito cobrado,
INCLUSIVE EM EXECUÇÃO DE TITULOEXTRAJUDICIAL.

Neste sentido, o julgamento do REsp 988.699 da lavra daMin Nancy


Andrighi, assim dispôs:

“- A renegociação de contrato bancário ou a confissão de dívida não


impede a possibilidade de discussão sobre eventuaia ilegalidades dos
contratos anteriores (Súmula n. 286 STJ). Questionada, todavia, a legalidade
das cláusulas do contrato originário, pode haver o debate do valor devido,
ainda que renegociado, e, em tal caso, precedentemente à extinção do
processo, deve ser oportunizada ao credor a juntada daquele pacto e do
demonstrativo de evolução dele advindo, nos termos do art. 616 do CPC.
Precedentes. A não juntada dos contratos anteriores pelo credor, apesar de
devidamente intimado para tanto, acarreta a extinção do processo executivo
sem julgamento do mérito. Negado segmento ao recurso especial.” (STJ- REsp
988.699, rel. Min. Nancy Andrighi)

Tal entendimento foi exposto de modo idêntico nos seguintes julgados:


AgRg no REsp 871.400 ; AgRg no Ag 801.930; Súmula 286 STJ.

A importância de apresentação dos contratos anteriores é mister para


apontar que, em verdade, não se trata de cédula de crédito bancário, mas sim, a
origem se trata de cédula de crédito industrial, regida por norma própria, devendo ser
aplicada tal normativa específica.

IV. DA EQUIPARAÇÃO A CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL


DECRETO 413/69: JUROS DE MORAINICIALMENTE CONTRATADOS EM 1% AO ANO

Vale observar que no contrato primevo da cadeia de operações de crédito


foi estabelecido juros de mora de 1% AO ANO e não 1% AO MÊS. Isso porque a
operação em tudo se equipara à cédula de crédito industrial, regida pelo Dec 413/69,
fls. 23

que inclusive não admite comissão de permanência. Porém, a casa bancária


cobrou juros demora de 1% AO MÊS e não 1% AO ANO, como contratado.

Requer, assim, o provimento dos Embargos para reconhecer que a


operação de crédito se trata em verdade de cédula de crédito industrial c/ as
consequências legais dela decorrentes, por força do Decreto Lei 413/69 e da
jurisprudência do C. STJ a ele aplicada. Precedente no AI 2080756-
98.2019.8.26.0000, 22ª Câmara de Direito Privado, rel. Des. Hélio Nogueira, j.
16.5.19)

O STJ manifesta posição firme segundo a qual em cédula de crédito


industrial, regida por legislação própria, qual seja o Decreto Lei 413/69, somente
é admitida a cobrança do principal, juros contratados, juros de mora de 1% ao
ano, sem incidência de nenhum outro encargo.

Mas a casa bancária cobra comissão de permanência + juros de mora


de 1% AO MÊS, quando somente se admite a cobrança de juros de mora de 1%
AO ANO, excluída a comissão de permanência.

O Superior Tribunal de Justiça vem adotando o entendimento unânime de


que a comissão de permanência não pode ser cobrada nos contratos envolvendo
cédulas de crédito industrial e rural, conformeacórdão de setembro de 2013, verbis :

"COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE COBRANÇA


NOS CONTRATOS ENVOLVENDOCÉDULAS DE CRÉDITO.
2. No que toca à vedação da cobrança de comissão de permanência - por
se tratar de cédula de crédito rural - observo que a r. decisão recorrida vai ao
encontro desta eg. Corte Superior de Justiça. " ( AgRg nos EDcl no REsp 1.199.023 -
MG, Min. Raul Araújo, j. 03.09.2013)

O acórdão menciona outro precedente do STJ, verbis :

"CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL. JUROS REMUNERATÓIOS. LIMITAÇÃO.


POSSIBILIDADE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. COBRANÇA.
INADMISIBILIDADE. Nos casos de cédula de crédito rural, comercial e industrial,
esta Corte não admite a cobrança de comissão de permanência em casos de
fls. 24

inadimplência." (STJ, AgRg no REsp 784.935/CE, rel Min. Honildo Amaral)

O C. STJ assim se posicionou :

" A legislação especial que rege as cédulas de crédito industrial não


admite a cobrança da comissão de permanência, qualquer que seja o
percentual, pois a norma, em seu art. 5o, parágrafo único, do Decreto lei 413/69,
prevê apenas a cobrança de juros remuneratórios, moratórios e multa para o
inadimplemento. " (AgRg no REsp 66745/RS, rel Min. Maria Isabel Galotti, STJ 4a T. ,
j. 06/03/2013)

" A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que a comissão de


permanência não deve ser aplicada às cédulas de crédito industrial, tendo em
vista possuir regramento próprio. " (REsp 1326411/PR, rel. Min. Mauro Campbell
Marques, STJ 2a T., j. 05/02/2013)

V. COBRANÇA EXCESSIVA DE TARIFAS E MULTAS/TR, CDI /


AFASTAMENTO

Observe ainda nos extratos que o banco cobra da requerente tarifas em


excesso, abusivas e destinadas a ampliar significativamente o endividamento da
empresa, comprometendo a liquidação das operações financeiras.

São cobradas taxas abusivas e sequenciadas sem coerência e bom senso


pela instituição financeira, com o propósito exclusivo de elevar o lucro e a taxa real de
juros do banco. Ou seja, a empresa contrata uma taxa X e na prática paga 2 vezes X.

A perícia contábil deverá apontar o montante exato de taxas e multas


cobradas pelo BB.

Requer sejam declaradas nulas as taxas de registros, envio de títulos,


taxas de cartórios, taxas de prorrogação de títulos, de baixa de títulos, de despesas
serviços de terceiro, tarifas por juros, tarifas abusivas e multas sequenciadas.

Pof fim, consoante entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de


fls. 25

Justiça: "é nula a cláusula contratual que sujeita o devedor à taxa de juros divulgada
pela ANBID/CETIP" (Súmula 176). Sendo TR /CDI (Certificado de Depósito
Intercambiário) fornecido pela CETIP e servido o mesmo para, além de atualizar o
valor da moeda, também remunerar o capital, mostra-se abusiva sua incidência
como índice de correção monetária, sendo de regra seu afastamento bem como os
efeitos da mora.

VI. PEDIDO

Assim, requer a V. Ex. sejam recebidos e processados os presentes


embargos, sendo concedido o pleito por gratuidade (ou, ao menos, diferimento das
custas processuais) distribuindo por dependência da execução 1002136-
85.2018.8.26.0045, intimando o embargado para defesa, para ao final, após perícia
contábil, julgar procedente o feito, conforme os pedidos seguintes :

- Conforme auto de penhora de fls. 108/110 da execução, o juízo se


encontra garantido, pelo que requer atribuição de efeito suspensivo à execução nos
termos do art. 835, VI, NCPC c/c art. 919, parágrafo primeiro, NCPC , visto que a
penhora supera o valor executado e também supera e muito o valor de fato devido,
até a apuração matemática do saldo devedor correto através de perícia contábil
nestes embargos.

- A embargante Ana requer desde já que a avaliação das máquinas


penhoradas seja realizada por engenheiro perito da confiança do juízo, porquanto o
oficial de justiça não tem expertise necessária para emissão de laudo de avaliação
de tal complexidade, tendo em vista a elevação do dólar e do euro no mercado
internacional, o que reflete no preço de venda das máquinas.

- Como se observa-se na fl. 65 da execução que a DESTINAÇÃO DO


CRÉDITO foi única e exclusivamente “o pagamento do saldo devedor das
minhas dívidas”, saldo este apresentado logo abaixo no valor de R$
1.398.390,94 (um milhão, trezentos e noventa e oito mil, trezentos e noventa reais e
noventa e quatro centavos) EXATAMENTE IGUAL ao contrato executado, requer a
PERÍCIA CONTABIL para apurar nos EXTRATOS do histórico bancário completo
SUMULA 286 STJ “A renegociação de contrato bancário ou a confissão de dívida não
fls. 26

impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos


anteriores.” CRÉDITOS EM CONTA (empréstimos) e DÉBITOS EM CONTA
(pagamentos), para VALIDAR a PLANILHA apresentada pela embargante;

- Requer a intimação para exibição pelo requerido BB do material


complementar necessário à perícia contábil a ser especificado pelo perito expert do
juízo (art. 400, I, NCPC);

- Requer seja excluído do cálculo do saldo devedor TR / CDI, a comissão


de permanência (porque cumulada com multa de 2%) e a capitalização de juros
(súmula 121 STF) e comissão de liquidação antecipada e comissão flat de
estruturação de operação financeira, e as taxas/tarifas/multas sequenciadas e
excessivas;

- Seja a cédula de credito apresentada na execução limitada a juros de


mora a 1% AO ANO, como originalmente contratado, excluída a comissão de
permanência e limitada a multa a 2%, vez que trata-se por equiparação a cédula de
crédito industrial regida pelo Decreto 413/69;

- Seja determinado ao banco a apresentação da planilha de cálculo


completa, referente a todo o período de contratação;

- Seja certificado em sentença o saldo devedor exato da ABS perante o


BB, bem como apurado em perícia técnica o valor pago a maior pela empresa,
condenando o BB a restituir em dobro a cobrança indevida, haja vista o comprovado
excesso de execução;

- Requer seja aplicado o Código de Defesa do Consumidos para as


pessoas físicas embargantes, com inversão do ônus da prova;

- Seja condenado o requerido nas despesas de sucumbência e


honorários;

Para prova do alegado, requer o depoimento pessoal do representante


legal do banco suplicado, sob pena de confesso, exibição de documentos, juntada de
fls. 27

documentos em contra prova, perícia contábil e avaliação judicial do imóvel, ouvida


de testemunhas, além de tudo mais quanto possa interessar à instrução, da causa.

Atribui à causa o valor de R$ 451.151,79.

Pede deferimento.
São Paulo, 04 de fevereiro de 2021.

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