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ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

Advogados

Luis Paulo Rodrigues Vieira OAB/SP – 158122


Pedro Henrique da S. E. dos Santos OAB/SP – 300833
Luís Fernando Cabral de Medeiros OAB/SP – 304514
Renata de Oliveira Eustáquio Medeiros OAB/SP - 339148
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
DA COMARCA DE MIRASSOL, SP

FULANA DE TAL, Brasileira, prendas do lar, portadora do


RG nº 44.532.919-1 SSP/SP, e do CPF nº 336.837.628-45, sem endereço eletrônico,
residente e domiciliada na Rua Rita Borges do Nascimento, nº 0697, Coab I,
Mirassol-SP, CEP 15.130-000 vem, respeitosamente, por seu advogado infra-
assinado, mandato incluso, com escritório profissional na Rua Capitão Neves, nº
2124, sala 2, Centro, Mirassol-SP, CEP. 15130-000, onde recebe as intimações,
notificações e avisos, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 39, I,
do CDC, art. 170 da Lei 6.404/1976, e artigos 311paragrafo único 497 e seguintes
art. 509 e demais do Novo Código de Processo Civil, ajuizar a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA


C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO COM PEDIDO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA

Rua Capitão Neves, nº 2124, sala 2 – Centro, Mirassol – SP – CEP. 15.130-000 – tel/fax: (17) 3242-8151
Celular: – (17) 98107-1601 – (17) 99118-0775 – e mail : luparovi@hotmail.com.br
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em face de FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO,


CNPJ(MF) nº 71.584.833/0017-52, representado pela Procuradoria Geral do Estado
de São Paulo, com endereço no Centro de Santos, na Rua Siqueira Campos, nº 3.105,
Centro, CEP: 15010-040, São José do Rio Preto/SP, devendo ser citado na pessoa de
seu representante legal e COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ - CPFL, CNPJ(MF)
nº 33.050.196/0209-60, com endereço na Rua Reinaldo Orlando Nogueira, nº 420,
Jardim Congonhas, CEP: 15130-060, pelas razões fáticas e de direito adiante
evidenciadas:

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, A AUTORA requer as benesses da Gratuidade


de Justiça, com fulcro na Lei n.º 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei
n.º 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas e honorários
advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.

II – DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Encontra-se pacificado em nossos tribunais o


entendimento de que é apenas do Estado a legitimidade ativa para ações que
discutem sobre ICMS, imposto de competência estadual, conforme a decisão
exemplificativa abaixo:

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - AÇÃO DECLARATÓRIA E
DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO – LEGITIMIDADE ATIVA DO
CONSUMIDOR DE FATO DO TRIBUTO – LEGITIMIDADE PASSIVA DO
ENTE A QUEM COMPETEINSTITUIR O TRIBUTO – ICMS – ENERGIA
ELÉTRICA – INCIDÊNCIA SOBRE RESERVA DE DEMANDA –
IMPOSSIBILIDADE – FATO GERADOR – EFETIVO CONSUMO DE
ENERGIA ELÉTRICA – REPETIÇÃO DE INDÉBITO DEFERIDA – APELO
NÃO PROVIDO.

“1. O contribuinte de fato é quem assume o encargo financeiro


resultante da incidência tributária, tendo, assim, na forma do art.
166 do Código Tributário Nacional, legitimidade para propor ação
em que se discute a cobrança do tributo. 2. Como é o Estado o
sujeito ativo da relação tributária do ICMS, é ele parte legítima para
figurar no pólo passivo da ação em que se discute a incidência do
tributo.” (Apelação Cível 550.340- 4). A base de cálculo do ICMS é a
circulação de mercadorias e serviços, não podendo ser incluído
aquele serviço contratado que fica à disposição do contribuinte,
mas sem a efetiva circulação da mercadoria, o que é o caso da
reserva de demanda. TJPR. Apelação cível nº.6140152 PR 0614015-2.
Relator Desembargador ESPEDITO REIS DO AMARAL.(Grifamos)

Portanto, não caberia, no presente caso, o ingresso de ação


de repetição do indébito contra a companhia fornecedora de energia, que, no
entanto, deve permanecer como PARTE INTERESSADA, uma vez que será a
responsável por implementar de maneira incontinenti a decisão judicial proferida,
principalmente no que tange ao deferimento da tutela antecipada.

III – DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CPFL

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Excelência embora haja entendimentos contrariosa


legitimidade passiva da CPFL, deve-se entender que a concessionária repassa os
valores relativos à cobrança dos aludidos tributos portanto, é faz parte da cadeia de
arrecadação do imposto logo é solidaria no que tange ao dever de restituir a exação
cobrada dos consumidores, ainda que, o Estado como órgão arrecadador seja
destinatário final do aludido imposto.

Outrossim, cabe informar que, deve compor a lide


porquanto, tem ônus de carrear ao processo as faturas de energia elétrica tendo em
vista o disposto no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor.

IV – DOS FATOS

A AUTORA é consumidor dos serviços de fornecimento de


energia elétrica pela empresa “CPFL”, concessionária dos referidos serviços em São
Paulo/SP conforme seu CNPJ sob nº 17.800.472/0001-21 PN 712729630 CÓDIGO
2021227446.

Ocorre que, nos últimos meses, os brasileiros passaram a


prestar mais atenção em suas contas pelo consumo de energia elétrica, devido ao
constante aumento das tarifas.

Com isso, constatou-se a forma ilícita com que vem sendo


cobrado o ICMS, fato que representa a força motriz da instauração da presente
ação.

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Observando a base de cálculo utilizada, é possível notar


que o ICMS está incidindo sobre o valor total da fatura (ficando de fora somente o
valor correspondente a COSIP), como se vê das faturas exemplificativas em anexo.

Segundo doutrina, jurisprudência e legislação tributária que


adiante serão apontadas e estudadas, os consumidores deveriam pagar o ICMS em
suas faturas de energia elétrica, tendo como base de cálculo somente o valor
correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada, ou rubrica
denominada nas faturas de ENERGIA, o que já está sumulado pelo STJ:

Súmula nº 391 do STJ – O ICMS incide sobre o valor da


tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de
potência efetivamente utilizada.

Hodiernamente, o valor total da conta de energia elétrica é


composto pelas seguintes rubricas:

 TE (Tarifa de Energia);
 TUSD (Tarifa do Uso do Sistema de Distribuição), que inclui inúmeros custos
relacionados à atividade de transmissão e distribuição de energia elétrica
(conforme art. 12 da Resolução Normativa n.º 166, de 10 e outubro de 2005);
 TUST (Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão), que está embutida no valor
total da TUSD, nos termos do § 2 .º do art. 12 acima citado;
 TRIBUTOS PIS, COFINS e ICMS;
 ENCARGOS SETORIAIS Pesquisa e Desenvolvimento.

Por consequência, a base de cálculo do ICMS está sendo


calculada de forma ilegal sobre a soma de todas estas rubricas.

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Como se verá adiante, a Jurisprudência pacífica dos nossos
Tribunais, assim como do STJ Egrégio Superior Tribunal de Justiça, são unânimes no
sentido de que as tarifas de Distribuição, Transmissão, TUSD e TUST não devem
compor a base de cálculo do ICMS suportado pelos usuários de Energia Elétrica.
Uma vez que A AUTORA é morador do Estado de São Paulo, bem como consumidor
de energia elétrica fornecida pela “CPFL PIRATININGA”, outra alternativa não resta a
AUTORA senão socorrer-se ao Poder Judiciário em busca da prestação jurisdicional
ao final requerida.

E conforme entendimento pacificado do STJ, nos autos do


REsp nº 1.111.003/PR, sob o rito do artigo 543-C do antigo CPC, não é necessário
juntar todos os comprovantes dos pagamentos, no caso de repetição de indébito,
para o conhecimento do direito do AUTOR, uma vez que tal providência só é
necessária na fase de liquidação de sentença; por isso, hoje a AUTORA junta aos
autos as 3 (três) últimas contas paga para demonstrar seu direito, e requerendo
que corré CPFL seja intimada a juntar aos autos as contas dos últimos 5 anos e
decenal constantes no CPF nº 390.086.298-28, em nome da sócia gerente do
AUTOR, nos termos da Lei;

V – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

A Lei n.º 8.952, de 13 de dezembro de 1994, ao dar nova


redação ao art. 273 do Código de Processo Civil, possibilitou a antecipação dos
efeitos da tutela pretendida no pleito inicial.

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In casu, a tutela antecipada almeja seja determinada a
imediata sustação das cobranças do ICMS do modo como vem sendo praticada
atualmente.

Devendo ser ordenado, ab initio et inaudita altera parte,


que a Ré se abstenha imediatamente (já nas faturas vindouras), de exigir o ICMS
sobre as tarifas TUSD (Distribuição), TUST (Transmissão) e sobre os encargos
setoriais, ou qualquer outro componente da tarifa (independente de nomenclatura
utilizada) aplicada ao AUTOR, lançadas nas faturas de energia elétrica pela “CPFL
PIRATININGA”, limitando a incidência do ICMS, única e exclusivamente à parcela de
energia elétrica (ENERGIA) da tarifa de fornecimento da unidade consumidora.
Ademais, a título de garantia, deve ser indicada uma conta vinculada a este D. Juízo,
na qual serão realizados os depósitos judiciais dos valores integrais do ICMS
incidentes sobre a TUST e a TUSD, cobrados nas faturas de energia remetidas ao
AUTOR, enquanto pendente de julgamento a presente demanda.

A medida liminar, ora reclamada, é a resposta rápida e


adequada do Poder Judiciário a uma repetição de atos ilegais e arbitrários.

Está caracterizada a VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES,


com a juntada de contas exemplificativas, que comprovam de forma inequívoca que
a base de cálculo que se está utilizando para o cômputo do ICMS é ilegal.

Demonstrado o FUNDADO RECEIO DE DANO DE GRAVE E


DIFÍCIL REPARAÇÃO, pelo fato de a ilegalidade estar se repetindo todos os meses e,
que em tempos de crise econômica, qualquer medida que ajude a não esvaziar o
patrimônio do consumidor minimiza seus danos financeiros sofridos, até mesmo
porque eventuais valores atrasados serão inscritos em Requisição de Pagamento,
sistema extremamente moroso e que o Estado não vem, historicamente,
respeitando, sendo que dispensam maiores considerações.

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Em vista do exposto, considerando a real ameaça de
violação ao direito líquido e certo do AUTOR, em razão da ilegal cobrança de ICMS
sobre a TUSD, TUST e ENCARGOS SETORIAIS, ilegalidade que se repete mês a mês, e,
ainda, a dificuldade de reparação do prejuízo, justifica-se a concessão de liminar na
presente ação, pois, caracterizados os elementos necessários ao deferimento da
medida de urgência.

Comentando tais requisitos, o Ministro Teoria Albino


Zavascki, do STJ, pondera que:

" (...) o que a lei exige não é, certamente, prova de verdade


absoluta, que sempre será relativa, mesmo quando
concluída a instrução, mas uma prova robusta, que,
embora no âmbito de cognição sumária, aproxime, em
segura medida, o juízo de probabilidade do juízo de
verdade" (Antecipação da Tutela, Editora Saraiva, São
Paulo, 1997, fls. 75-76).

É induvidoso que, no caso em tela, os requisitos exigidos


pelo diploma processual para o deferimento da tutela antecipada encontram-se
devidamente preenchidos.

A urgência resta caracterizada na medida em que a


cobrança indevida do ICMS, nas faturas de consumo de energia elétrica, por mais
tempo do que aquele que já vem sendo cobrada, só lhe trará mais custos, do que os
já demonstrados nesta peça vestibular.

Requer-se ainda, para o caso de descumprimento da ordem


judicial, a cominação de multa diária em valor a ser estipulado por Vossa Excelência,
atitude necessária para que se tenha um eficiente meio de pressão sobre a
Requerida, com o fito de que seja compelida a cumprir a decisão proferida.

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Dessa forma e com base nos argumentos jurídicos ora
apresentados, vem o Requerente apresentar-se ao Judiciário na expectativa de ver
feita justiça quanto aos direitos de seus associados, os quais, como se pôde
demonstrar, vem sendo sistematicamente violados pela Requerida.

Eis o que ensina, com indiscutível razão, o eminente jurista


Kazuo Watanabe:

“O direito e o processo devem ser aderentes à realidade,


de sorte que as normas jurídico materiais que regem essas
relações devem propiciar uma disciplina que responda
adequadamente a esse ritmo de vida, criando os
mecanismos de segurança e de proteção que hajam com
agilidade e eficiência às agressões ou ameaças de ofensa.
E, no plano processual, os direitos e pretensões materiais
que resultam da incidência dessas normas materiais
devem encontrar uma tutela rápida, adequada e ajustada
ao mesmo compasso.” (WATANABE, Kazuo.Cognição no
Processo Civil. p. 108-109.)

Enfim, a situação atual em nosso país é critica


financeiramente e, é notório o auto índice de inadimplência então qualquer valor a
ser pago a maior já causa transtorno financeiro a quem está desembolsando, todo e
qualquer valor aquém tem seu valor redobrado para o dia a dia atual.

No caso em questão cabe ainda a tutela de evidência pois


além do risco é também e independentemente da demonstração de perigo de
dano ou de risco ao resultado do processo quando: ficar caracterizado o abuso do
direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte, ou ainda se as
alegações de fato puderem ser comprovadas, apenas documentalmente, e houver
tese firmada com julgamentos de casos repetitivos ou em súmula vinculante,
como corrobora jurisprudência juntada bem como casos idênticos.

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VI – DEPÓSITO JUDICIAL DO VALOR INTEGRAL DO TRIUBUTO NO CASO PIS COFINS

Outra razão para o deferimento da tutela antecipada, é o


fato de que o valor integral do tributo será depositado em conta a ser indicada pelo
D. Juízo, enquanto pendente de decisão definitiva a presente lide. Assim, a
exigibilidade do crédito tributário ficaria suspensa, conforme dispõe o artigo 151,
inciso II, do CTN:

“Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


(...) II - o depósito do seu montante integral.”

O depósito judicial do tributo é um direito do contribuinte,


para o fim de propiciar a quitação, enquanto não houver decisão definitiva sobre o
débito.

Dito depósito tem duas finalidades:

 Exonera por completo o contribuinte; e

 Garante ao Fisco o recebimento do valor, se hipoteticamente a ação for


julgada improcedente, convertendo-se de imediato o deposito em renda.

Neste sentido, o Superior Tribunal de Justiça estabelece:

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“O depósito previsto no art. 151, inc. II, do CTN é um
direito do contribuinte para evitar a exigibilidade do crédito
tributário. Tal direito não se confunde com o direito
material objeto da ação. Tampouco, se comporta nos
limites do direito à proteção cautelar. Somente pode deixar
de ser reconhecido, quando é impossível o pedido do
AUTOR. Nessa hipótese, ressalte-se, a decisão não
interessaria ao Fisco. É que, sem a apreciação do mérito o
Juiz não poderia determinar a conversão do depósito em
renda da Fazenda Pública. Vale repetir o Voto condutor do
Acórdão no REsp. 80.074, verbis: ‘O depósito sobre o qual
versa o presente recurso encontra-se disciplinado no art.
151, inciso II, do Código Tributário Nacional. Constitui
medida de suspensão da exigência do crédito tributário. O
caráter do recurso em exame é cautelar, produzindo seus
efeitos suspensão da exigibilidade do crédito - somente
enquanto se aprecia a legitimidade do tributo. Chegando-
se à conclusão de que o tributo é legítimo, o depósito
converte-se em pagamento, sendo dispensada qualquer
iniciativa de cobrança.”

E conclui:

“ICMS - REVENDEDORA DE VEÍCULOS - DEPÓSITO -


SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. A
parte tem todo o direito de fazer o depósito da importância
correspondente ao crédito tributário para suspender a sua
exigibilidade e pode fazê-lo em Medida Cautelar, em ação
declaratória ou em ação anulatória de crédito fiscal.
Desnecessidade, no caso, de aguardar-se a constituição do
respectivo crédito tributário pelo lançamento, já que se
trata de tributo constituído por meio de mera declaração.
Não é na medida cautelar que se vai decidir se é a
montadora ou o fabricante o responsável lpelo
recolhimento do ICMS pela venda de carros. Recurso
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improvido". (REsp. 36.875/GARCIA).” STJ.REsp. 324.012 - RS
(2001/0060398- 1). Relator Ministro HUMBERTO GOMES
DE BARROS.

Ressalte-se que o depósito judicial do tributo suspende o


crédito tributário e impede o corte do fornecimento de energia, a fluência dos juros
e a imposição de multa.

Destarte, referido depósito deve afastar qualquer


caracterização de inadimplência do AUTOR.

A Súmula 112 do STJ diz que o depósito, para que seja


válido, deve ser feito no valor integral do tributo:

“Súmula 112 - O depósito somente suspende a


exigibilidade do crédito tributário se for integral e em
dinheiro.” (Destaque nosso)

O que é seguido pela jurisprudência:

“A SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CREDITO


TRIBUTÁRIO, SÓ E ADMISSÍVEL MEDIANTE DEPÓSITO
INTEGRAL EM DINHEIRO NA FORMA PREVISTA NOS
ARTS.151, II DO CTN E 9., PAR.4. DA LEI 6.830/80. -
RECURSO ORDINÁRIO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.” STJ
- RMS: 1267 AM 1991/0018654-6, RELATOR: MINISTRO
JOSE DE JESUS FILHO, DATA DE JULGAMENTO: 16/06/1993,
T2 – SEGUNDA TURMA, DATA DE PUBLICAÇÃO: DJ
16.08.1993 P. 15974 RSTJ VOL. 70 P. 265

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“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. MANDADO DE
SEGURANÇA. SUSPENSÃO CAUTELAR DA
EXIGIBILIDADE DO CREDITO TRIBUTÁRIO. DEPOSITO
EM TDAS OU FIANÇA BANCÁRIA. IMPOSSIBILIDADE.
RECURSO DESPROVIDO. CONSOANTE PRECEDENTES
JURISPRUDENCIAIS DESTA CORTE, A SUSPENSÃO
DA EXIGIBILIDADE DO CREDITO TRIBUTÁRIO,
SÓ É ADMISSÍVEL, MEDIANTE DEPOSITO INTEGRAL EM
DINHEIRO, NOS TERMOS DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 151,
DO CTN, E PARÁGRAFO 4º. DA LEI N. 6.830/70. RECURSO
DESPROVIDO, POR UNANIMIDADE. ” STJ - RMS: 1269
AM1991/0018656-2, RELATOR: MINISTRO DEMÓCRITO
REINALDO, DATA DE JULGAMENTO: 18/10/1993, T1 –
PRIMEIRA TURMA, DATA DE PUBLICAÇÃO: DJ 08.11.1993 P.
23513 RSTJ VOL. 70 P. 269.

“TRIBUTÁRIO E PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO.


SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL. ARTIGO 151, II, DO
CTN. AJUIZAMENTO DE AÇÃO CAUTELAR DE DEPÓSITO.
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. PRESCINDIBILIDADE. FUMUS
BONI IURIS DESVINCULADO DO MÉRITO DA AÇÃO
PRINCIPAL. O depósito, em dinheiro, do montante integral
do crédito tributário controvertido, a fim de suspender a
exigibilidade do tributo, constitui direito subjetivo ‘do
contribuinte, prescindindo de autorização judicial e
podendo ser efetuado nos autos da ação principal
(declaratória ou anulatória) ou via processo cautelar, nada
obstante o paradoxo defluente da ausência de interesse
processual no que pertine ao pleito acessório
(Precedentes desta Corte: REsp697370/RS, Relator
Ministro Castro Meira, Segunda Turma, publicado no DJ
de 04.08.2006; REsp 283222/RS, Relator Ministro João
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Otávio de Noronha, Segunda Turma, publicado no DJ de
06.03.2006; REsp 419855/SP, Relator Ministro Franciulli
Netto, Segunda Turma, publicado no DJ de 12.05.2003; e
REsp 324012/RS, Relator Ministro Humberto Gomes de
Barros, Primeira Turma, publicado no DJ de 05.11.2001).
3. Deveras, a aludida medida assecuratória da suspensão
da exigibilidade do crédito tributário, além de prevenir a
incidência da correção monetária sobre a dívida tributária
em debate, impede o Fisco de postular, efetivamente, o
objeto da obrigação tributária, inibindo-lhe a prática de
quaisquer atos posteriores à constituição do crédito
tributário. 4.Entrementes, o depósito judicial configura
ainda garantia da satisfação da pretensão executiva do
sujeito ativo, a favor de quem os valores depositados
serão convertidos em renda com a obtenção de decisão
favorável definitiva legitimadora do crédito tributário
discutido (artigo 156, VI, do CTN). 5. Ademais, como é de
sabença, a sucumbência do depositante na ação principal,
por decisão transitada em julgado, estende-se à ação
instrumental, razão pela qual não se infere prejuízo na
autorização cautelar do depósito ainda que em sede
demandamus com sentença denegatória. 6. Recurso
especial provido.” STJ - RESP: 466362 MG 2002/0106930-5,
RELATOR: MINISTRO LUIZFUX, DATA DE JULGAMENTO:
15/03/2007, T1 – PRIMEIRA TURMA, DATA DE
PUBLICAÇÃO: DJ 29/03/2007 P. 217

Devendo ser efetuado o depósito do valor considerado


devido pelo fisco:

“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - TEMPESTIVIDADE DO


AGRAVO DE INSTRUMENTO - JUNTADA DE DOCUMENTO
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EM MOMENTO POSTERIOR AO AJUIZAMENTO -
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA SUSPENDENDO A
EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO --INOBSERVÂNCIA DO
DISPOSTO NO ART. 151, II, DO CTN – DEPÓSITO
JUDICIAL:IRREGULARIDADE. O depósito judicial capaz de
suspender a exigibilidade do crédito tributário não é
aquele feito do modo como melhor aprouver ao
contribuinte, mas na forma prevista na Lei n. 9.703/98. O
depósito que não segue o procedimento correto (que é de
lei!) não serve para o fim doart. 151 do CTN, que elenca o
rol taxativo de hipóteses de suspensão de exigibilidade do
crédito tributário. 5. O depósito integral do montante da
dívida (art. 151, II, do CTN) deve ser entendido como o
valor exigido pela Fazenda Pública e não o que o
particular entende devido ou como pretende pagar (v.g.:
AG n. 2002.01.00.003124-0/DF). Somente quando houver
equivalência entre "dívida" e "garantia" é que haverá
falar em suspensão da exigibilidade do crédito e, de
consequência, obtenção de CPD-EN. 6. Agravo de
instrumento provido. 7. Peças liberadas pelo Relator, em
28/04/2008, para publicação do acórdão.” TRF-1 - AG:
36747 PA 2007.01.00.036747-5, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, Data de
Julgamento: 28/04/2008, SÉTIMA TURMA, Data de
Publicação: 19/05/2008 e-DJF1 p.165

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.


DEPÓSITO JUDICIAL. SUSPENSÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO. INTEGRALIDADE NÃO COMPROVADA.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. O Tribunal a quo
afirmou que o depósito judicial do montante da dívida,
para fins de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, deve ser integral e abranger o valor exigido
pela Fazenda Pública e não aquele que o particular
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entende devido. 2.Nesse contexto, despicienda a análise
da correção ou (in) correção da forma como efetuado o
depósito, porquanto existe fundamento autônomo que
inviabiliza a pretensão recursal. 3. A aferição da
integralidade do depósito demanda reexame fático
probatório do contexto dos autos, o que é defeso em
recurso especial, a teor da Súmula 7/STJ. 4. Agravo
Regimental desprovido.” STJ – AgRg no REsp: 1224830 PA
2010/0222670-9, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, Data de Julgamento: 05/06/2014, T1 -
PRIMEIRA TURMA,Data de Publicação: DJe 20/06/2014.

Assim sendo, após a indicação de conta vinculada a este D.


Juízo, serão realizados os depósitos judiciais dos valores integrais do PIS E COFINS,
cobrados nas faturas de energia remetida ao AUTOR, até final julgamento da
presente demanda. E DE IMEDIATA EXCLUSÃO O ICMS SOBRE TUST E TUSD.

VII – DA IRREGULARIDADE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA DO ICMS SOBRE A TUSD E


A TUST NAS FATURAS DE ENERGIA

O consumidor, Requerente, têm em suas faturas de energia


elétrica o valor acrescido relativo ao Contrato de Uso do Sistema de Transmissão
(CUST) e Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD).

Como remuneração destes contratos, paga-se a TUST


(Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão e a TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de
Distribuição).

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No entanto, como já mencionamos, a hipótese de
incidência do ICMS é apenas o consumo de energia, tendo como base cálculo o valor
praticado na operação final - art. 34, § 9º do ADCT, LC 86/97.

Por sua vez, não existe transporte (de energia) na


operação. Transporte pressupõe a identidade entre a coisa confiada ao
transportador e aquela entregue ao destinatário, mesmo que se trate de bem
fungível.

Não há condutor transportando energia, mas uma rede


mantendo direcionada a corrente elétrica. Ou seja, não há transporte físico de
mercadoria, mas um fluxo de elétrons (trata-se de conceito correlato à ciência física,
e não de um conceito jurídico).

Embora as vendas de energia entre os agentes do sistema


(geradores, distribuidores e consumidores) sejam contratadas em bases bilaterais, o
fato é que os geradores lançam a energia num sistema único integrado pelas
empresas de transmissão e de distribuição, de onde a retiram os interessados.

Não há, assim, nenhuma garantia de que a energia


recebida por um desses consumidores seja aquela produzida pelo outro com quem
mantém contrato (o gerador).

Noutras palavras, o que se contrata são quantidades de


energia, que são liberadas nas linhas de transmissão e de distribuição e apreendidas
por cada agente no limite da demanda que lhe é autorizada pelo sistema.

Conclui-se por isso que o serviço que presta não é de


transporte, mas apenas a cessão de disponibilidade dos meios para direcionar a
energia elétrica.

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O ICMS incide sobre a energia elétrica, não sobre tarifas
relativas à estrutura física correlata. Há distinção entre a destinação das rubricas.

Exigir o ICMS sobre as tarifas que remuneraram a


transmissão e a distribuição da energia elétrica (TUSD), é fazer incidir o tributo sobre
fato gerador não previsto pela legislação regente (notadamente Constituição
Federal e Lei Complementar nº87/96), o que viola frontalmente o princípio
constitucional da reserva legal previsto no art. 150, inciso, I da Constituição Federal
e art. 97, IV do código Tributário Nacional, segundo o qual é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributos sem lei que
o estabeleça.

Não se pode, por ficção, realizar equiparação, sob pena


tratar identicamente a energia elétrica em si e a tarifa de uso dos sistemas de
distribuição ou os outros desembolsos congêneres.

A regra matriz constitucional instituiu como critério


material da hipótese de incidência do ICMS sobre energia elétrica o ato de realizar
operações envolvendo energia elétrica, salvo o disposto no art. 155, § 2º, X, “b”,
pois embora equiparadas às transações mercantis, as operações de consumo de
energia elétrica têm suas particularidades, de modo que o fato gerador do ICMS
ocorre somente no momento em que a energia elétrica sai do estabelecimento do
fornecedor, sendo efetivamente consumida. Não se conjectura das operações
anteriores, quais sejam, as de produção e distribuição da energia, porquanto estas
representam meios necessários à prestação desse serviço público; O ponto de
entrega de energia elétrica é o relógio medidor situado em regra nos limites da via
pública. A energia somente será individualizada aos consumidores, caracterizando
sua circulação e a ocorrência do fato gerador do ICMS, quando passar pelo relógio
medidor e ingressar em suas dependências para efetivo consumo. Supor ocorrida a
saída antes de a energia transpor os pontos de entrega, e admitir que tal saída
ocorra sem discriminação de qualquer usuário, pois a corrente elétrica flui pelas
linhas de distribuição sem destinatário específico. Por esse motivo não é possível
eleger momento anterior à entrega da energia ao consumidor como marco
temporal hábil a determinar a ocorrência do fato gerador do ICMS.
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A base de cálculo do ICMS é formada pelo valor da


operação relativa à circulação de mercadoria ou pelo preço do respectivo serviço
prestado, hipótese na qual não se enquadra a tarifa de uso do sistema de
distribuição nem os encargos de conexão. A tarifa pelo uso do sistema de
distribuição não é paga pelo consumo de energia elétrica, mas pela distribuição
das redes de transmissão de energia, momento anterior à ocorrência do fato
gerado em destaque.

Assim, fica evidente que nas atividades praticadas pelas


concessionárias de transmissão e distribuição não ocorre o deslocamento de bens
ou pessoas no espaço capaz de ensejar a cobrança do ICMS, mas apenas são
oferecidos meios para a propagação do campo elétrico criado nas geradoras.

Em outras palavras, a atividade praticada pelas


concessionárias de transmissão não se subsume ao aspecto material da hipótese
de incidência do ICMS previsto no art. 2.º, inciso II, da Lei Complementar no 87/96.

Assim segue a jurisprudência pacificada sobre o tema:

TRIBUTÁRIA DO ICMS SOBRE A T


PROCESSO CIVIL - TRIBUTÁRIO - AGRAVO REGIMENTAL
EM RECURSO ESPECIAL –COBRANÇA DE ICMS COM
INCLUSÃO EM SUA BASE DE CÁLCULO DA TARIFA DE USO
DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA -
TUSD - INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO ICMS -
IMPOSSIBILIDADE - PRECEDENTES. 1. É firme a
Jurisprudência desta Corte de Justiça no sentido de que
não incide ICMS sobre as tarifas de uso do sistema de
distribuição de energia elétrica, já que o fato gerador do
imposto é a saída da mercadoria, ou seja, no momento
em que a energia elétrica é efetivamente consumida pelo
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contribuinte, circunstância não consolidada na fase de
distribuição e transmissão. Incidência da Súmula 166 do
STJ. Precedentes jurisprudenciais. 2.Agravo regimental
não provido. STJ - AgRg no REsp: 1075223 MG
2008/0161184-5, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data
de Julgamento: 04/06/2013, SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 11/06/2013. PROCESSUAL CIVIL E
TRIBUTÁRIO. ICMS. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE
ENERGIA ELÉTRICA. ILEGITIMIDADE.
PRECEDENTES.TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA (TUST E TUSD). INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 166/STJ. PRECEDENTES.1 Discute-se nos autos a
possibilidade de o contribuinte pagar ICMS sobre os
valores cobrados pela transmissão e distribuição de
energia elétrica, denominados no Estado de Minas Gerais
de TUST (Taxa de Uso do Sistema de Transmissão de
Energia Elétrica) e TUSD (Taxa de Uso do Sistema de
Distribuição de Energia Elétrica). 2. A jurisprudência
pacífica do Superior Tribunal de Justiça firmou
entendimento de que, nos casos de discussão sobre a
cobrança de ICMS, a legitimidade passiva é do Estado, e
não da concessionária de energia elétrica. Precedentes. 3.
A Súmula 166/STJ reconhece que "não constitui fato
gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria
de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte". Assim, por evidente, não fazem parte da
base de cálculo do ICMS a TUST (Taxa de Uso do Sistema
de Transmissão de Energia Elétrica) e a TUSD (Taxa de Uso
do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica).

Precedentes. Agravo regimental improvido. STJ - AgRgno


REsp: 1359399 MG 2012/0269472- 0, Relator: Ministro
HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 11/06/2013,
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/06/2013.
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XI – FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO DO ICMS NAS
OPERAÇÕES DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA.

Dispõe a Resolução nº 414/2010, acerca das definições


técnicas e condições do fornecimento de energia elétrica:

“ Art. 14. O ponto de entrega é a conexão do sistema


elétrico da distribuição com a unidade distribuidora com a
unidade consumidora e situa-se no limite da via pública
com a propriedade onde esteja localizada a unidade
consumidora, exceto quando:

Art. 15. A distribuição deve adotar todas as providências


com vistas a viabilizar o fornecimento, operar e manter o
seu sistema elétrico até o ponto de entrega, caracterizado
como o limite de sua responsabilidade, observadas as
condições estabelecidas na legislação e regulamentos
aplicáveis.”

Ora, se a concessionária do serviço deve adotar as


providências para viabilizar a entrega da energia elétrica ao consumidor, por óbvio,
então que a distribuição de energia não reflete a saída da mercadoria, que é o
aspecto temporal do fato gerador do ICMS, nos termos previsto na Lei
Complementar nº 87/1996, que assim dispõe em seu art. 12:

“Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto


no momento: I – da saída de mercadoria de
estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro
estabelecimento do mesmo titular;”

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Com efeito, a distribuição da energia elétrica não exprime o
transporte da mercadoria, pois não se pode falar em transporte de elétrons, eis que
a energia é transportada na própria fase de geração, como afiançado por HORÁCIO
VILLEN NETO, citado por LEANDRO PAULSEN, em sua obra “Direito Tributário:
Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência”, Ed. Livraria
do Advogado, Porto Alegre, 8ª ed., p. 394, segundo a qual:

“Transmissão e Distribuição de energia elétrica. Às linhas


de transmissão e de distribuição são meios necessários
para a propagação do campo elétrico gerado na fase de
geração de energia elétrica, produzindo efeitos nos
elétrons livres existentes na fiação da resistência do
consumidor. Nesse passo, inexistindo qualquer prestação
de serviço de transporte nas linhas de transmissão e
distribuição, concluímos que a atividade praticada pelas
concessionárias não se subsume ao aspecto material do
ICMS. Portanto as receitas auferidas pelas concessionárias
de transmissão e distribuição a título de encargos de
conexão e uso da rede não devem fazer parte da BASE de
CÁLCULO do ICMS incidente sobre a prestação de serviço
de transporte intermunicipal e interestadual.”

Aliás, vale citar a lúcida diferença entre os procedimentos


para a entrega da energia elétrica e para a sua distribuição feita pelos tributaristas
LUCIANA GOULART F. SALIBA e JOÃO DÁCIO ROLIM:

“O ponto de entrega da energia elétrica é o relógio


medidor situado em regra nos limites da via pública. A
energia somente será individualizada aos consumidores,
caracterizando sua circulação e a ocorrência do fato
gerador do ICMS, quando passar pelo relógio medidor e
ingressar em suas dependências para eleito consumo.

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Mesmo porque, se reputasse ocorrida a saída antes de a
energia transpor os pontos de entrega, tal saída ocorreria
sem discriminação de qualquer usuário, pois a corrente
elétrica flui pelas linhas de distribuição sem destinatário
específico. Por esse motivo não é possível eleger
momento anterior à entrega da energia ao consumidor
como marco temporal hábil a determinar a ocorrência do
fato gerador do ICMS.

Os momentos de uso contratados pelos consumidores não


“saem” das redes de distribuição ou de transmissão, pois
refletem a potência necessária à transmissão de energia
da geradora ao consumidor, e não o consumo da energia.
Os encargos de conexão tampouco se relacionam a saída
de energia elétrica das redes de distribuição ou de
transmissão, pois decorrem exclusivamente da instalação
e da manutenção dos equipamentos de conexão.
(...)

A dissociação entre os encargos de conexão e o consumo


de energia também é evidenciada pela possibilidade de
contratação do projeto e da execução das instalações de
conexão com empresa de livre escolha do usuário, desde
que sejam observados os padrões de técnicas da
concessionária local” (in “Revista Dialética” 122/57).

De fato, se a BASE de CÁLCULO do imposto é a saída da


mercadoria, ou seja, a energia elétrica efetivamente consumida, circunstância que
se consolida na fase de geração, somente poderá incidir o imposto sobre o
fornecimento da energia e não sobre a sua distribuição, mesmo no novo modelo do
setor elétrico, que impôs a segregação das atividades de comercialização e
distribuição de energia.

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Neste sentido, concluíram os doutrinadores citados que
não há que falar em incidência do ICMS sobre a “Tarifa de Uso do Sistema de
Distribuição”:

“A análise da natureza da disponibilidade do uso dos


sistemas de rede leva à conclusão de que essa atividade
não se enquadra nos pressupostos de fato do ICMS
previstos no art. 155, II da Constituição Federal (regra-
matriz do ICMS) e no art. 34, § 9º do ADTC (norma
específica acerca da incidência do ICMS sobre as
operações com energia elétrica).A Lei Complementar
87/1996 tampouco determina a inclusão da TUSD e da
TUST na BASE de CÁLCULO do ICMS, como ocorre no caso
dos valores recebidos a título de fretes, seguro e juros
(art. 13, § 1º, II ‘a’ e ‘b” da LC 87/1996). (...)

Assim, como a Constituição e a Lei Complementar 87/1996


preveem a incidência do ICMS sobre o efetivo
fornecimento de energia elétrica, a disponibilização do uso
dos sistemas de rede, que passou a ser autônoma ao
fornecimento de energia no novo modelo setorial, não se
enquadra na hipótese de incidência desse imposto
(disponibilizar o uso da rede é diferente de fornecer
energia)“ (op. Cit., p. 66).

Como não poderia deixar de ser, ambas as Turmas de


Direito Público do Superior Tribunal de Justiça, que decidem sobre matéria
tributária e compõem a Primeira Seção dessa Corte Superior, se manifestam de
forma reiterada em favor do direito retratado nesta ação, como se infere das
seguintes ementas:

TRIBUTÁRIO, AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. LEGITIMIDADE ATIVA DO CONTRIBUINTE DE
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FATO. UTILIZAÇÃO DE LINHA DE TRANSMISSÃO E
DEDISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. ICMS SOBRE
TARIFA DE USO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
(TUSD).IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE OPERAÇÃO
MERCANTIL.1. O ICMS sobre energia elétrica tem como
fato gerador a circulação da mercadoria, e não do serviço
de transporte de transmissão e distribuição de energia
elétrica, incidindo, in casu, a Súmula 166/STJ. Dentre os
precedentes mais recentes: AgRg nos Edcl no REsp
1267162/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, DJe 24/08/2012. (...) 4. Agravo regimental não
provido.” (STJ) – AgRg no REsp 1278024/MG, Rel. Ministro
Benedito Gonçalves, Primeira Turma – STJ, DJ de
14/02/2013) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ICMS
TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA.
SÚMULA 166/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
MAJORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE SÚMULA 7/STJ).1. O
ICMS sobre energia elétrica tem como fato gerador a
circulação da mercadoria, e não do serviço de transporte
de transmissão e distribuição de energia elétrica. Desse
modo, incide a Súmula 166/STJ.2. Ademais, o STJ possui
entendimento no sentido de que a Taxa de Uso do
Sistema de Transmissão de Energia Elétrica – TUST e a
Taxa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica
– TUSD não fazem parte da base de cálculo do ICMS. (...)
(STJ – AgRg nos EDcl no REsp 1267162/MG, Rel. Ministro
Herman Benjamin, Segunda Turma – STJ, DJ de
24/08/2012) “PROCESSO CIVIL – TRIBUTÁRIO – AGRAVO
REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL – COBRANÇA DE
ICMS COM INCLUSÃO EM SUA BASE DE CÁLCULO DA
TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA – TSUD – INCLUSÃO NA BASE DE
CÁLCULO DO ICMS – IMPOSSIBILIDADE – PRECEDENTES.1.
É firme a jurisprudência desta Corte de Justiça no sentido
de que não incide ICMS sobre as tarifas de uso do sistema
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de distribuição de energia elétrica, já que o fato gerador
do imposto é a saída da mercadoria, ou seja, no momento
em que a energia elétrica é efetivamente consumida pelo
contribuinte, circunstância não consolidada na fade de
distribuição e transmissão. Incidência da Súmula 166 do
STJ. Precedentes jurisprudenciais.2. Agravo regimental
não provido.” (STJ – AgRg no REsp 1075223/MG, Rel.
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ de
11/06/2013)

“TRIBUTÁRIO. ICMS. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA. “SERVIÇO DE TRANSPORTE DE MERCADORIA”.
INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. CIRCULAÇÃO DE
MERCADORIA NA TRNASMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA.
NÃO OCORRÊNCIA. SÚMULA166/STJ – PRECEDENTES–
SÚMULA 83/STJ. 1. Inexiste previsão legal para a
incidência de ICMS sobre o serviço de “transporte de
energia elétrica”, denominado no Estado de Minas Gerais
de TUST (Taxa de Uso do Sistema de Transmissão de
Energia elétrica) e TUSD (taxa de Uso do Sistema de
Distribuição de Energia Elétrica).2. “Embora equiparados
às operações mercantis, as operações de consumo de
energia elétrica tem suas peculiaridades, razão pela qual o
fato gerador do ICMS ocorre apenas no momento em que
a energia elétrica sai do estabelecimento do
fornecedor, sendo efetivamente consumida. Não se
cogita acerca de tribulação 797.826/MT, Rel. Min. Luiz
Fux, Primeira Turma, julgado das operações anteriores,
quais sejam, as de produção e distribuição da energia,
porquanto estas representam meios necessários à
prestação desse serviço público.” (AgRg no REsp em
3.5.2007, DJn 21.6.2007, p.283).3. O ICMS sobre energia
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elétrica tem como fato gerador a circulação da
“mercadoria”, e não do “serviço de transporte” de
transmissão e distribuição de energia elétrica. Assim
sendo, no transporte de energia elétrica” incide a Súmula
166/ST, que determina não constituir “fato gerador do
ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para
o outro estabelecimento do mesmo contribuinte”. Agravo
regimental improvido.” (grifou-se) (STJ – AgRg no REsp
1135984/MG, Rel. Ministro Humberto Martins,
Segunda Turma, DJe 04/03/2011).

Igual entendimento é perfilado por outros Tribunais:

APELAÇÃO 1 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL – QUESTÕES


PRELIMINARES AFASTADAS INOCORRÊNCIA DE NULIDADE
DA SENTENÇA POR ILIQUIDEZ – CORRETA DETERMINAÇÃO
DE APURAÇÃO DO QUANTUM DEBEATUR EM FASE
POSTERIOR À SENTENÇA – CERCEAMENTO DE DEFESA
NÃO CONFIGURADO – CADERNO PROCESSUAL
SUFICIENTEMENTE INSTRUÍDO – A AUTORA QUE SE
DESINCUMBIU DO ÔNUS DA PROVA – DIREITO
TRIBUTÁRIO – ENERGIA ELÉTRICA – BASE DE CÁLCULO DO
ICMS – TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
(TUSD) – VALOR QUE NÃO CORRESPONDE A PAGAMENTO
PELA ENERGIA ELÉTRICA EFETIVAMENTE CONSUMIDA –
NÃO INCIDÊNCIA DO TRIBUTO ESTADUAL – APELO NÃO
PROVIDO. APELAÇÃO 2 – AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO
DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
E JUROS DE MORA – APLICAÇÃO DO MESMO ÍNDICE
ADOTADO PARA OSCRÉDITOS FAZENDÁRIOS –
INTELIGÊNCIA DA LEI ESTADUAL Nº 11.580/96 –REFORMA
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EM PARTE DA SENTENÇA PARA DETERMIR A INCIDÊNCIA
DA TAXA SELIC, SEM CUMULAÇÃO COM QUALQUER
OUTRO ÍNDICE – APELO PROVIDO. (TJPR – 3ª C. Cível –AC
–616167-9 – Curitiba – Rel.: Espedito Reis do Amaral –
Unânime - - J. 09.02.2010).

Mandado de segurança. Energia elétrica. Litisconsórcio


passivo com o Estado Paraná. Possibilidade. Legitimidade
passiva do Secretário da Fazenda Estadual. Pendência de
Recurso Extraordinário. Ausência de impedimento para o
julgamento da presente ação mandamental. Ilegitimidade
da concessionária de energia elétrica. Legitimidade ativa
do contribuinte de fato (consumidor). ICMS Sobre o uso
do sistema de transmissão e distribuição de energia. Não
incidência. Restituição dos valores recolhidos
indevidamente nos últimos cinco anos. Descabimento.
Ordem parcialmente concedida. 1. Litisconsórcio. Possível
a inclusão do Estado do Paraná como litisconsorte passivo
na demanda, pois se trata do sujeito ativo da obrigação
jurídico tributária e também do ente público com
competência para instituir o ICMS. 2) Legitimidade
passiva. O Secretário da Fazenda Estadual é parte legítima
para figurar como autoridade Coatora na presente ação
mandamental, porque detém competência para “exercer
a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
entidades da Administração estadual, na área de suas
atribuições”, nos termos do art. 90, parágrafo único, I, da
constituição Estadual. 3) Pendência de Recurso
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Extraordinário. O reconhecimento pelo STF de que o tema
possui repercussão geral, nos termos do Art. 543– B do
CPC acarreta, apenas o sobrestamento de eventual
Recurso Extraordinário, interposto contra acórdão
proferido pelo STJ ou por outros tribunais, cujo exame
deverá ser realizado quando do juízo de admissibilidade.
4)Legitimidade ativa. O contribuinte de fato (consumidor)
detém ilegitimamente ativa para questionar a cobrança
de ICMS sobre o uso do sistema de
transmissão/distribuição de energia elétrica 5)
Legitimidade “ad causam” concessionária. Em ações em
que se discute a incidência de ICMS sobre energia elétrica,
a Copel Distribuidora S/A. Não possui legitimidade “ ad
causam” (ativa ou passiva), uma vez que o titular do
crédito tributário é o Estado. 6) Incidência do ICMS sobre
operação transmissão/distribuição de energia. “A Súmula
166/STJ reconhece que “não constitui fato gerador do
ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para
outro estabelecimento do mesmo contribuinte. Assim,
por evidente, não fazem parte da base de cálculo do ICMS
a TUST (Taxa de uso do Sistema de Transmissão de
Energia Elétrica) e a TUSD (Taxa de Uso Do Sistema de
Distribuição de Energia Elétrica). Precedentes”. (STJ – 2ª T.
– Edcl no AgRg no RE sp 1359399 Rel. Humberto Martins –
J.27/08/2013 – Dje 06/09/2013) – sublinhei. 7) O
Mandado de Segurança não é via adequada para postular
a produção de efeitos patrimoniais passados, nos termos
das Súmulas 269 e 271 do Supremo Tribunal Federal.
(TJPR – 3ª C.Cível em Composição Integral – MS – 1194878-
4 – Curitiba – Rel.: Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima –
Unânime - - J. 02.09.2014).

Por isso, exigir o ICMS sobre as tarifas que remuneram a


transmissão e a distribuição da energia elétrica, é fazer incidir o tributo sobre fato
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gerador não previsto pela legislação regente (notadamente Constituição Federal e
Lei Complementar nº 87/96), o que viola frontalmente o princípio constitucional da
reserva lega prevista no art. 150, inciso, I da Constituição Federal e art. 97, IV do
Código Tributário Nacional, segundo o qual é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributos sem lei que o
estabeleça.

VIII – DA CORREÇÃO PELA TAXA SELIC

Restando evidente que o Estado deve ser condenado a


repetir o que cobrou indevidamente no quinquênio que antecede o ajuizamento da
presente, deve fazê-lo nos termos do disposto pelo artigo 39, § 4º, da Lei nº.
9.250/05:

Art. 39, § 4º. A partir de 1º de janeiro de 1996, a


compensação ou restituição será acrescida de juros
equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais,
acumulada mensalmente, calculados a partir da data do
pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da
compensação ou restituição e de 1% relativamente ao
mês em que estiver sendo efetuada.

Como decide o STJ:

"Após a edição da Lei 9.250/95, no entanto, passou a


incidir a taxa Selic desde o recolhimento indevido, ou a
partir de 1º de janeiro de 1996 (caso o recolhimento
tenha ocorrido antes dessa data). Insta acentuar que a
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taxa Selic não pode ser cumulada com qualquer outro
índice, seja de atualização monetária, seja de juros,
porque ela inclui, a um só tempo, o índice de inflação do
período e a taxa real de juros." STJ. EDcl no REsp 1306105,
Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, 2012.

IX – DO DIREITO

Basta analisar as contas de consumo de energia elétrica em


São Paulo/SP para concluir que há evidente irregularidade na forma que o ICMS é
cobrado do consumidor final.

Acima, já mencionamos os significados as rubricas


indicadas nas contas (TE, TUSD, etc.) e o modo incorreto como são incluídas no
cálculo do ICMS.

Três pontos estão pacificados em nossos tribunais:

1.º O consumidor final ou entidade que o represente são legitimados a propor ação
questionando a irregularidade da cobrança de ICMS sobre as tarifas TUSD, TUST e
outras;

2.º Quanto ao mérito da cobrança em questão, inúmeros julgados reconhecem a


ilegalidade de se agregar à base de cálculo do ICMS, o que é pago pelo consumidor à
título de TUSD, TUST e outras.
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3.º Impossibilidade de duplicidade do tributo. Veja:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ICMS. EMPRESA


CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA.
ILEGITIMIDADE. PRECEDENTES. CONSUMIDOR FINAL.
LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. ESPECIAL EFICÁCIA
VINCULATIVA DO ACÓRDÃO PROFERIDO NO RESP
1.299.303/SC. TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA (TUST ETUSD). INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 166/STJ PRECEDENTES. 1. Discute-se nos autos a
possibilidade de o contribuinte paga ICMS sobre os
valores cobrados pela transmissão e distribuição de
energia elétrica, denominados no Estado de Minas Gerais
de TUST (Taxa de Uso do Sistema de Transmissão de
Energia Elétrica) e TUSD (Taxa de Uso do Sistema de
Distribuição de Energia Elétrica). 2. Esta Corte firmou
orientação, sob o rito dos recursos Repetitivos (REsp
1.299.303-SC, DJe 14/8/2012) que o consumidor final de
energia elétrica tem legitimidade ativa para propor ação
declaratória cumulada com repetição de indébito que
tenha por escopo afastar a incidência de ICMS sobre a
demanda contratada e não utilizada de energia elétrica. 3.
Ajurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou
entendimento de que, nos casos de discussão sobre a
cobrança de ICMS, a legitimidade passiva é do Estado, e
não da concessionária de energia elétrica.

Precedentes. 4. A Súmula 166/STJ reconhece que “não


constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte”. Assim, por evidente, não fazem parte da
base de cálculo do ICMS a TUST (Taxa de Uso do Sistema

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de Transmissão de Energia Elétrica) e a TUSD (Taxa de Uso
do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica).

Precedentes. Embargos de declaração acolhidos em parte,


sem efeitos infringentes, tão somente para reconhecer a
legitimidade ativa ad causam do consumidor final. (EDcl
no AgRg no REsp 1359399 / MG, EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSOESPECIAL 2012/0269472-0, Relator(a) Ministro
HUMBERTO MARTINS (1130), Órgão Julgador T2 –
SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 27/08/2013, Data
da Publicação/Fonte DJe 06/09/2013)

"ICMS - ENERGIA ELÉTRICA - BASE DE CÁLCULO - TARIFA.


O ICMS sobre energia elétrica deve ser calculado sobre o
preço praticado na operação final e não integra o preço da
tarifa. Recurso improvido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e
discutidos estes autos, acordam os Exmºs. Srs. Ministros
da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na
conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir,
por unanimidade, negar provimento ao recurso.
Participaram do julgamento os Exmºs Srs. Ministros
Demócrito Reinaldo, Milton Luiz Pereira e José Delgado.
Ausente justificadamente o Sr. Ministro Humberto Gomes
de Barros. Brasília, 11 de maio de 1998. (data do
julgamento)". (grifamos) (RE 159.999 - RS - 97/0092271-5,
Relator: Ministro Garcia Vieira, Recorrente: Estado do Rio
Grande do Sul, Recorrido: Fin Hab Crédito Imobiliário S/A.

"TRIBUTÁRIO - ICMS - TRANSFERÊNCIA - ENCARGO -


LEGITIMIDADE -CONTRIBUINTE DE FATO. O ICMS sendo
tributo que comporta transferência do respectivo encargo
financeiro, gera para o contribuinte de fato legitimidade
para ir a juízo defender sua imunidade. Recurso provido.
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Acórdão Vistos, relatados e discutidos estes autos,
acordam os Exmºs. Srs. Ministros da Primeira Turma do
Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e
das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar
provimento ao recurso, nos termos do voto do Exmº. Sr.
Ministro Relator. Votaram com o Relator os Exmºs. Srs.
Ministros Demócrito Reinaldo, Humberto Gomes de
Barros, Milton Luiz Pereira e José Delgado. Brasília, 18 de
março de 1999. (data do julgamento)". (Grifamos)

MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. DISPONIBILIZAÇÃO DO


USO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA.
TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
TUSD. INDEVIDA INCIDÊNCIA DO ICMS. PRECEDENTE.
ORDEM CONCEDIDA. As atividades de disponibilização do
uso das redes de transmissão e distribuição de energia
elétrica, remuneradas pela TUSD e TUST, não se
subsumem à hipótese de incidência do ICMS por não
implicarem circulação da mercadoria. Esse serviço tão e
simplesmente permitem que a energia elétrica esteja ao
alcance do usuário. São, portanto, quando muito,
atividades-meio, que viabilizam o fornecimento da
energia elétrica (atividade fim) pelas geradoras aos
consumidores finais, motivo pelo qual não há como se
vislumbrar a possibilidade de estarem abrangidas pelo
campo de incidência da referida exação. (TJSC Apelação
Cível n. 2010.017380-9, de Blumenau, Rel. Des. Luiz Cézar
Medeiros).

Diante dos precedentes, resta evidente a existência do


direito dA AUTORA de se ver imune da cobrança de ICMS sobre a TUSD, TUST e
qualquer outro elemento, seja qual for o nome que receba.

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Assim, também não cabe a cobrança do ICMS sobre os
chamados Encargos Setoriais que foram criados pela Lei n.º 9.991/2000,
teoricamente para o custeio de pesquisa, desenvolvimento e eficiência energética.

O Superior Tribunal de Justiça já sumulou seu


entendimento, restando pacífico que o ICMS deve incidir somente sobre a demanda
de potência efetivamente utilizada pelo consumidos, senão vejamos:

Súmula nº 391 do STJ – O ICMS incide sobre o valor da


tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de
potência efetivamente utilizada.

A regra da Súmula 391 vem sendo aplicada de forma


uníssona pelo STJ, como pode ser constatado no exemplo abaixo:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ICMS. ENERGIA


ELÉTRICA. DEMANDA DE POTÊNCIA. DISPOSITIVOS
APONTADOS COMO VIOLADOS. AUSÊNCIA DE PRE
QUESTIONAMENTO. FUNDAMENTOS DA CORTE DE
ORIGEM COM ESPEQUE EM LEGISLAÇÃO LOCAL
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280/STF. INCIDÊNCIA DO
TRIBUTOSOBRE A DEMANDA DE POTÊNCIA
EFETIVAMENTE UTILIZADA.INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 83
E 391 DO STJ. 1. Descumprido o necessário e indispensável
exame dos dispositivos de lei invocados pelo acórdão
recorrido, apto a viabilizar a pretensão recursal da
recorrente, de maneira a atrair a incidência das Súmulas
282 e 356/STF, sobretudo ante a ausência de oposição dos
cabíveis embargos declaratórios a fim de suprir a omissão
do julgado. 2. Na espécie, eventual violação de lei federal
seria reflexa, e não direta, porque no deslinde da
controvérsia seria imprescindível a interpretação do
art.12 da Lei Estadual n. 688/96, descabendo, portanto, o
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exame da questão em sede de recurso especial. Incidência
da Súmula 280 do STF. 3. O Tribunal de origem alicerçou
entendimento em consonância com a jurisprudência desta
Corte quando fixou que “incidirá ICMS nas operações de
circulação de energia elétrica em relação àquele
percentual que efetivamente for entregue ao consumidor.
Assim, as perdas de energia não estão sujeitas a
tributação e certamente, aqui se fala em perdas efetivas,
e não meramente presumidas” (fl. 689, e STJ). 4. O STJ
entende que o “ICMS incide sobre o valor da tarifa de
energia elétrica correspondente à demanda de potência
efetivamente utilizada” (Súmula 391/STJ). Agravo
regimental improvido. (AgRg no AREsp 632.686/RO,
Rel.Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 05/03/2015, DJe 11/03/2015).

Ora, se nossos tribunais reconhecem que a base de cálculo


da cobrança acima referida é ilegal, é nítido que A AUTORA sofre, mês a mês,
notório prejuízo pecuniário, não só pelo alargamento ilegal da base de cálculo do
ICMS sobre a conta de luz, mas também pela dificuldade de se recompor,
futuramente, o patrimônio dos consumidores lesados, no que tange ao modo como
é feita a repetição do indevido em nosso país.

Vale mencionar ainda que as concessionárias, de um modo


geral, costumam acrescentar à tarifa de energia elétrica o percentual do ICMS,
resultando verdadeira cobrança em duplicidade do imposto estadual.

Tendo em vista que a base de cálculo do ICMS é o valor da


operação da qual decorra a entrega do produto ao consumidor, o montante do
ICMS não pode integrar sua própria base de cálculo, uma vez que o valor da
operação é estabelecido pelo poder concedente, de acordo com critérios de política
tarifária.
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Entendimento defendido por Roque Antonio


Carrazza:

"(...) Na verdade, tudo está em sabermos se é possível


inserir, na base de cálculo do ICMS, a sua própria
incidência, ensejando a cobrança de imposto sobre
imposto.Cremos que não, sob pena de não se respeitar a
regra contida na parte final do § 9.º, do art. 34, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. (in ICMS, 4.ª
edição, Malheiros editores, 1998, p. 124)

O § 9.º, do art. 34, do Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias estabeleceu que a base de cálculo do ICMS sobre consumo de energia
elétrica seria o preço praticado na operação final, implicitamente estatuiu que este
teto não poderia ser superado através de artifícios, como o previsto, por exemplo,
no art. 33, da Lei paulistana 6.374/89:

"Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a


partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da
promulgação da Constituição, mantido, até então,o da
Constituição de1967, com redação dada pela Emenda nº
1, de 1969, e pelas posteriores.

§9º. (...) as empresas distribuidoras de energia elétrica, na


condição de contribuintes ou de substitutos tributários,
serão as responsáveis, por ocasião da saída do produto de
seus estabelecimentos, ainda que destinado a outra
unidade da Federação, pelo pagamento do imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias incidente
sobre energia elétrica, desde a produção ou importação
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até a última operação, calculado o imposto sobre o preço
então praticado na operação final e assegurado seu
recolhimento ao Estado ou ao Distrito Federal, conforme
o local onde deva ocorrer essa operação".

Portanto, a base de cálculo do ICMS sobre energia elétrica


deve ser necessariamente, o preço então praticado na operação final, sendo claro
que a desobediência leva à uma majoração indireta do tributo a pagar, burlando o §
9.º, do artigo 34, do ADCT.

Tendo em vista que as empresas distribuidoras de energia


elétrica serão responsáveis pelo pagamento do ICMS incidente sobre energia
elétrica, conforme acima disposto, inexiste justificativa para acrescer à tarifa de
energia elétrica o percentual do ICMS, devendo ser este calculado sobre o preço
praticado na operação final, não integrando o preço da tarifa.

Conforme dispõe o Ilustre Roque A. Carrazza,na obra e na


página acima citadas:

"(...) a base de cálculo do ICMS, ‘in casu’, é o valor da


operação da qual decorra a entrega do produto ao
consumidor, apurado nos termos da legislação aplicável
às concessionárias de serviços públicos de energia
elétrica.(...) o montante de ICMS não pode integrar sua
própria base de cálculo, uma vez que o valor da operação
é estabelecido pelo poder concedente, de acordo com
critérios de política tarifária".

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Esta situação deverá ser corrigida pelo Poder Judiciário,
que deverá restabelecer a situação de legalidade, restituindo ao patrimônio dA
AUTORA todos os valores cobrados de forma incorreta.

X – DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NOS SERVIÇOS PÚBLICOS

No ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da


legalidade, no âmbito administrativo, está contido no caput do artigo 37, da
Constituição Federal:

"Art. 37. A administração pública direta e indireta de


qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de
LEGALIDADE, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:..." (Grifamos)

Os serviços prestados pela companhia distribuidora de


energia elétrica são serviços públicos e estão subordinados à Lei.A douta escritora
Maria Sylvia Zanella Di Pietro define que:

"Segundo o princípio da legalidade, a Administração


Pública só pode fazer o que lei permite. No âmbito das
relações entre particulares, o princípio aplicável é o da
autonomia da vontade, que lhes permite fazer tudo o que
a lei não proíbe..." (...) "Em decorrência disso, a
Administração Pública não pode, por simples ato
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie,
criar obrigações, ou impor vedações aos administrados;
para tanto ela depende de lei..." ("Direito
Administrativo", 18ª edição, Editora Atlas, pág. 68)
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In casu, o que temos é uma Lei que prevê apenas e tão-


somente a cobrança de tarifa do consumo da energia consumida e ICMS sobre este
valor.

Analisando a Lei nº 8.987/95, percebe-se que a instituição


de tarifa pela utilização de serviços públicos é limitada por alguns princípios, em
especial o da modicidade tarifária e o da justa remuneração, aos quais devem
respeito as empresas concessionárias de serviço público.

XI – DA ESTRITA LEGALIDADE NO DIREITO TRIBUTÁRIO

Um outro ponto fundamental, vem de encontro com o


princípio da estrita legalidade no Direito Tributário. Segundo tal postulado, apenas
uma Lei, que tenha origem no poder competente para editá-la, tem força para criar
um tributo, na formado art. 150, I da CF/88:

"Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: I -exigir ou aumentar
tributo sem lei que o estabeleça..."

XII – DA REDUÇÃO DO ICMS

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A Constituição Federal, em seu art. 155, ao estabelecer a
competência tributária dos Estados, especificamente tratando do ICMS - imposto
sobre a circulação de mercadorias e serviços, inciso II, estabelece, ainda neste
artigo, no §2º, III, que este tributo, além de atender aos critérios comuns aos demais
tributos, "poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços;".

Assim, percebe-se prontamente, que o dispositivo


constitucional retro citado estabelece uma faculdade a ser exercida pelos Poderes
Executivo e Legislativo de cada unidade da Federação, de maneira que caso opte por
estabelecer o critério da seletividade, fica o Poder Público sujeito aos seus critérios,
a constar: a essencialidade ou natureza supérflua dos produtos a serem tributados.

Uma vez estabelecido este critério, tributa-se com alíquota


menor os produtos e serviços essenciais e com a maior aqueles de natureza
supérflua, v. g., cigarro, bebidas alcoólica etc..

Entretanto, não obstante a clara opção do Estado de São


Paulo pela adoção do critério de seletividade, nota-se evidente aberração na adoção
de alíquota para energia elétrica, incidindo sobre esta mercadoria o percentual
máximo para o ICMS, qual seja 25%.

Ora, destoa tal alíquota da lógica tributária, vez que para os


produtos "considerados essenciais" - "arroz, feijão, gado vivo, pão francês, ovos,
leite, etc., e os relacionados na alínea "a" do inciso II, do artigo 20 do Decreto n.º
4.852/97 (RCTE)", estabeleceu-se a alíquota de 12%, textualmente justificando o
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texto do quadro a seguir, que tal adoção decorre do fato de serem tais produtos
essenciais, vejamos, sendo que há no Estado de São Paulo o DECRETO Nº 49.621, DE
25 DE MAIO DE 2005, decreto que faz menção ao ICMS com a alíquota de 12% .

DECRETO Nº 49.621, DE 25 DE MAIO DE 2005

Introduz alterações no Regulamento do Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Prestações de Serviços - RICMS e dá outras
providências GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DO ESTADO DE
SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais e considerando o que
dispõem os artigos 24, inciso I e § 1º, item 1, 34, 59 e 67 da Lei n°
6.374, de 1° de março de 1989, Decreta:

Artigo 1º - Fica acrescentado o artigo 13 ao Anexo XVIII do


Regulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços, aprovado pelo Decreto nº 45.490, de 30 de
novembro de 2000 (*), com a seguinte redação:

"Artigo 13 - A distribuidora de energia elétrica que receber qualquer


valor a título de subvenção de tarifa relativa ao fornecimento de
energia elétrica a consumidor por ela atendido, deverá, até o 3º
(terceiro) dia útil do mês subseqüente àquele em que ocorrer o
referido recebimento:

I - emitir Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, na qual deverão constar,


além dos demais requisitos:

a) no quadro "Dados do Produto", o valor da subvenção, a alíquota


e o valor do ICMS, correspondentes a cada uma das faixas de
consumo de energia elétrica às quais são aplicadas a isenção
prevista na alínea "a" do inciso II do artigo 29 do Anexo I ou as
alíquotas previstas nas alíneas "a" e "b" do inciso V do artigo 52,
ambos deste Regulamento, bem como os valores totais da
subvenção recebida e do ICMS;
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b) no campo "Código Fiscal de Operações e Prestações" (CFOP), o


código 5.949;

c) no quadro "Destinatário/Remetente", a identificação da própria


distribuidora de energia elétrica;

d) no campo "Informações Complementares", a expressão


"Subvenção de Tarifa - Nota Fiscal emitida nos termos do inciso I do
artigo 13 do Anexo XVIII do RICMS/2000 - Período de referência:
____/___";

II - elaborar relatório discriminando todos os consumidores


beneficiados por programas sociais de redução tarifária,
agrupando-os pelas faixas de consumo de energia elétrica a que se
refere a alínea "a" do inciso I, de acordo com o respectivo consumo
de cada um no período de referência, no qual deverão constar, no
mínimo, as seguintes informações:

a) o nome de cada consumidor relacionado, o código da sua


respectiva unidade consumidora e a quantidade de kWh por ele
consumida no período de referência;

c) a quantidade total de kWh consumida em cada faixa de


consumo e o correspondente valor de subvenção discriminado na
Nota Fiscal nos termos da alínea "a" do inciso I; a quantidade total
de kWh consumida no período de referência, obtida pelo somatório
dos totais de kWh consumidos em cada uma das respectivas faixas
de consumo;

d) o valor total da subvenção recebida e o período ao qual ela se


refere;

III - recolher, por meio de Guia de Arrecadação Estadual - GARE-


ICMS, o imposto apurado nos termos deste artigo.
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§ 1° - O relatório previsto no inciso II deverá ser elaborado em


meio eletrônico e ficar disponível para apresentação ao fisco pelo
prazo previsto no artigo 202 deste Regulamento.

§ 2° - Em substituição aos procedimentos estabelecidos nos incisos


I e II, a distribuidora de energia elétrica poderá, desde que
observado o prazo indicado no "caput", emitir Nota Fiscal, modelo 1
ou 1-A, na qual deverão constar, além dos demais requisitos:

1. o valor total da subvenção recebida, ao qual deverá ser aplicada


a alíquota uniforme de 12% (doze por cento) para efeito de cálculo
do imposto devido;
2. os dados de que tratam as alíneas "b" e "c" do inciso I;

3. no campo "Informações Complementares", a expressão


"Subvenção de Tarifa - Nota Fiscal emitida nos termos do § 2° do
artigo 13 do Anexo XVIII do RICMS/2000 - " Período de referência:
____/___".

§ 3° - Para fins de apuração e recolhimento do ICMS devido nos


termos deste artigo, a base de cálculo, à qual já está integrado o
montante do próprio imposto, deve corresponder:

1. na hipótese da alínea "a" do inciso I, ao respectivo valor de


subvenção discriminado para cada faixa de consumo;

2. na hipótese do item 1 do § 2º, ao valor total da subvenção


recebida.

§ 4º - A distribuidora de energia elétrica deverá escriturar, no


Livro Registro de Saídas, a Nota Fiscal emitida nos termos do inciso
I, ou do § 2º, utilizando apenas as colunas sob os títulos
"Documento Fiscal", "Valor Contábil" e "Codificação", e fazer

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constar na coluna "Observações" a expressão "ICMS recolhido por
GARE - RICMS/2000, Anexo XVIII, art. 13".

§ 5º - A autenticidade dos dados do relatório elaborado nos


termos do inciso II será controlada por meio da vinculação
estabelecida por chave de autenticação digital:

1. obtida com a aplicação do algoritmo MD5 - "Message Digest" 5,


de domínio público, sobre o respectivo arquivo eletrônico;

2. indicada no respectivo relatório e no campo "Observações" da


Nota Fiscal emitida nos termos do inciso I.".

Artigo 2º - No que se refere aos valores recebidos a título de


subvenção de tarifa de energia elétrica no período de 1° de janeiro a
30 de abril de 2005, a distribuidora de energia elétrica deverá, até
30 de junho de 2005:
I - relativamente a cada período de referência, emitir Nota Fiscal e
elaborar o respectivo relatório nos termos dos incisos I e II do artigo
13 do Anexo XVIII do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto
n° 45.490, de 30 de novembro de 2000, acrescentado por este
decreto, ou emitir Nota Fiscal nos termos do § 2º desse mesmo
artigo;
II - recolher, englobadamente, por meio de uma única Guia de
Arrecadação Estadual -GARE-ICMS, o valor total do imposto devido.
Artigo 3º - O disposto no artigo 13 do Anexo XVIII do Regulamento
do ICMS, aprovado pelo Decreto n° 45.490, de 30 de novembro de
2000, acrescentado por este decreto, poderá ser adotado para fins
de apuração do imposto devido nos termos do Decreto n° 49.546, de
19 de abril de 2005.
Artigo 4º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 25 de maio de 2005


(*) Ver sítio www.fazenda.sp.gov.br
Eduardo Guardia
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OFÍCIO GS-CAT Nº 224-2005

Senhor Governador,
Tenho a honra de encaminhar a Vossa Excelência a inclusa minuta
de decreto que introduz alterações no Regulamento do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços -
RICMS, aprovado pelo Decreto no 45.490, de 30 de novembro de
2000, para disciplinar a emissão de documento fiscal e o
recolhimento do imposto devido, relativamente ao valor que as
distribuidoras de energia elétrica recebem do Governo Federal a
título de subvenção de tarifa pelo fornecimento de energia a
consumidores beneficiados por programas sociais de redução
tarifária.
Nesse sentido, o decreto estabelece que a distribuidora de energia
elétrica que receber qualquer valor a título de subvenção relativa ao
fornecimento de energia elétrica a consumidor por ela atendido
deverá emitir Nota Fiscal discriminando o valor recebido por faixa
de consumo, de forma a permitir a apuração do imposto devido por
meio da aplicação da respectiva alíquota sobre a base de cálculo
correspondente a cada faixa. Em razão disso, o decreto prevê que a
distribuidora de energia elétrica deverá elaborar relatório em meio
eletrônico, contendo todos os dados necessários para o cálculo da
subvenção recebida por faixa de consumo.
O decreto dispõe, ainda, que a distribuidora de energia elétrica
poderá, opcionalmente, emitir Nota Fiscal pelo valor total da
subvenção recebida, ao qual deverá ser aplicada a alíquota
uniforme de 12% (doze por cento), permitindo, assim, uma
apuração mais simplificada do imposto devido.
De acordo com o decreto, o imposto devido deverá ser recolhido
separadamente por meio de Guia de Arrecadação Estadual - GARE -
ICMS, juntamente com a emissão da respectiva Nota Fiscal, até o
terceiro dia útil do mês subseqüente àquele em que ocorrer o
recebimento da subvenção, uma vez que não poderá ser computado
na apuração periódica do ICMS.

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Além disso, o decreto dispõe que a distribuidora de energia elétrica
deverá, até 30 de junho de 2005, emitir as Notas Fiscais e elaborar
os respectivos relatórios relativos aos valores de subvenção
recebidos entre 1º de janeiro e 30 de abril de 2005, bem como
recolher o correspondente imposto devido, englobadamente, por
meio de uma única Guia de Arrecadação Estadual - GARE - ICMS.

Por fim, o decreto permite que a distribuidora de energia elétrica


aplique os procedimentos nele previstos para fins de apuração do
imposto devido pelos fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro
de 2004, a ser recolhido nos termos do Decreto n.º 49.546, de 19 de
abril de 2005, que dispõe sobre a dispensa de juros e multas
relativos ao ICMS nas condições que especifica.

Com essas justificativas e propondo a edição de decreto conforme a


minuta, aproveito o ensejo para reiterar-lhe meus protestos de
estima e alta consideração.

Eduardo Refinetti Guardia (GRIFO NOSSO)

Diante disso verifica-se que o Estado de São Paulo, tendo a


faculdade de adotar ou não o critério da seletividade na aplicação de alíquotas para
o ICMS, viu por bem aplicá-lo, dessa forma exerceu a faculdade vinculando-se daí
por diante com relação ao estabelecimento de alíquotas a esse critério.

Aplicando-se uma análise lógica, e até banal, percebe-se


que conforme consta do texto legal em vigor, em cujo teor se encontra estipulada a
alíquota do ICMS para energia elétrica, que tão importante, fundamental e essencial
bem de consumo, mereceu por parte do fisco estadual o mesmo tratamento
dispensado aos cigarros, bebidas alcoólicas, etc.
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Ao estabelecer a alíquota de 12%, para pão, arroz, feijão,


gado, ovos, leite, etc., em vista do seu caráter de "produtos considerados
essenciais", o Estado de São Paulo exerceu a faculdade de optar pela adoção do
critério da seletividade, estando, portanto, doravante a este vinculado, devendo
obedecer tal vinculação quando da estipulação de alíquota para, a também
essencial, energia elétrica.

Ora, a permanecer como está, tomando-se por base o texto


legal, com a aplicação do critério da seletividade, é mais essencial o veículo de luxo
importado, ou o perfume francês, que a energia elétrica que serve à indústria, que
ilumina os lares, que gera emprego, que faz funcionar praticamente toda a
engrenagem tecnológica dos tempos modernos! Uma verdadeira aberração da
política tributária!

Será que é o perfume francês menos supérfluo que a


energia elétrica, ou que esta seja tão supérflua quanto o cigarro? Certamente que
não.

Cabe, pois, ao Judiciário chamar à realidade o Poder


Público, para fazer colocarem-se em seus devidos lugares as alíquotas do ICMS. Pois
nos dias atuais, pode-se com toda a tranquilidade afirmar que a energia elétrica é
tão necessária quanto arroz, feijão, carne, leite e pão.

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XIII – DO DIREITO REFERENTE A REDUÇÃO DO ICMS

É pacífico entre os estudiosos do direito tributário que as


alíquotas do ICMS sobre energia elétrica deve ter em conta o princípio da
seletividade do imposto, assim é a lição de MARIA LÚCIA AMÉRICO DOS REIS e JOSÉ
CASSIANO BORGES:

"As alíquotas do ICMS sobre o fornecimento de energia


elétrica são as internas (17% ou 18%), conforme dispuser
a legislação estadual, mas os Estados e o Distrito Federal,
com base no Princípio da Seletividade do Imposto, têm
concedido redução da base de cálculo do ICMS para
determinadas classes de contribuinte." (O ICMS AO
ALCANCE DE TODOS, Editora Forense, 1.992, p. 200).

HUGO DE BRITO MACHADO, abordando mais


meticulosamente o tema em questão, fez a seguinte constatação:

"O constituinte de 1988, ao mesmo tempo em que


admitiu tenha o ICMS caráter seletivo, em função da
essencialidade das mercadorias e dos serviços (art. 153,
§2º, inc. III)...". (CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO, Editora
Malheiros, 12ª edição, 1.997, p. 270).

Assim, conforme lição dos ilustres juristas: Ada Pellegrini,


Antônio Herman, Daniel Fink, José G. Brito Filomeno, Kazuo Watanabe, Nelson Nery
Júnior e Zelmo Denari:

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"Nos interesses ou direitos "difusos", a sua natureza
indivisível e a inexistência de relação jurídica-base não
possibilitam, como já ficou visto, a determinação dos
titulares. É claro que, num plano mais geral do fenômeno
jurídico em análise, é sempre possível encontrar-se um
vínculo que une as pessoas, como a nacionalidade. Mas, a
relação jurídica-base que nos interessa, na fixação dos
conceitos em estudo, é aquela da qual é derivado o
interesse tutelando, portanto interesse que guarda
relação mais imediata e próxima com a lesão ou ameaça
de lesão." (CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
COMENTADO PELOS AUTORES DO ANTEPROJETO, Forense
Universitária, 5ª Edição, 1.998, p. 627).

Tratando de matéria relativa a interesses difusos,


aplicando-se, portanto o disposto no art. 81, II, do CDC, em questão que guarda
certa similitude com a que ora se coloca em debate, assim decidiu o Colendo
Superior Tribunal de Justiça:

"Ação Civil pública. Taxa de iluminação pública


indevidamente cobrada pelo Município. Instituição de tal
verba por Lei Municipal editada anteriormente à
Constituição Estadual que impossibilita a ação direta de
inconstitucionalidade. Interesse que visualizado em seu
conjunto transcende à esfera puramente individual.
Caracterização de interesse individual homogêneo.
Legitimação do Ministério Público para propor ação civil
pública, como substituto processual. Inteligência do art. 21
da Lei n.º 7.347/85 c/c art. 117 da Lei n.º 8.078/90.
Ementa: "Os interesses individuais, in casu (suspensão do
indevido pagamento de taxa de iluminação pública),
embora pertinente a pessoas naturais, se visualizados em
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seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, transcendem
a esfera de interesses puramente individuais e passam a
constituir interesses da coletividade como um todo,
impondo-se a proteção por via de um instrumento
processual único e de eficácia imediata - a ação coletiva"
(STJ, 1ª T., Resp n.º49.272-6-RS, j. Em 21.9.94, rel. min.
Demócrito Reinaldo, v.u., RT 720/289-295).

Certamente não é este caso de direitos individuais


homogêneos, mas direito coletivo ou difuso, posto que de natureza indivisível, do
qual são titulares todos aqueles que integram a classe dos consumidores de energia
elétrica do Estado de São Paulo.

XIV – DA INCONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DO PIS/COFINS NAS FATURAS


DE ENERGIAS ELÉTRICAS E PRESCRIÇÃO DECENAL

A CONSTITUIÇÃO E SEUS PRINCÍPIOS

Na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 -


Carta Magna - encontram-se os princípios que conduzem o Estado. Fagundes[2]
assevera ser: “[...] a expressão primária e fundamental da vontade coletiva
organizando-se juridicamente no Estado, que com ela principia a existir e segundo
ela demanda os seus fins”,e estes princípios regula toda lei que legisle direitos e
deveres a todos assim fundamentados no artigo 5º da CF:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
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à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer


alguma coisa senão em virtude de lei.

Com a definição Constitucional de que deve ser em lei as


obrigações de fazer ou deixar de fazer, Falcão[3] ensina que em nosso atual Estado
Moderno Constitucional é uma atribuição do legislativo a elaboração de normas que
criem aos indivíduos ou cidadãos deveres e obrigações com objetivos sociais e
democráticos.

A Constituição apresenta, também, os objetivos que


fundamentam um Estado Democrático de Direitos, com ênfase no art. 3º -
“constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir
uma sociedade livre, justa e solidária”, seguindo os seus Princípios”. (grifo nosso)

No que toca aos objetivos apresentados, escreve Falcão [4]


que isto é a fonte das normas do conjunto que compõe o ordenamento positivo de
nossa Nação e esclarece ser a Constituição organizadora também da Administração
Pública, principalmente no assunto tributação.

O artigo 37, caput, da Constituição Federal, estão definidos


os princípios da Administração Pública, a saber:

Art. 37 - Administração Pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União dos Estados, do Distrito
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Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. (grifo nosso)

Baleeiro [5] sustenta que “o “Estado Democrático de


Direito” guarda com a liberdade, a igualdade, a solidariedade e a justiça” o conceito
de democracia.

Para a continuação de suas regras e normas em lei, a Carta


Magna fundamenta em seu artigo 146 e 150, a função tributar, conforme lei
complementar:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,


entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Cretella Jr.[6] ressalta de modo preciso que “lei


complementar é toda norma que completa disposição constitucional, seguindo, de
modo preciso, o rito estabelecido na Constituição”. Assim, o tributo, como regra
geral, tem que ser legislado a partir de lei complementar.

Em relação ao PIS/COFINS, com fundamento no art. 195, I


da Constituição Federal, há a clara definição a quem compete legislar:

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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: (grifos nossos)

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela


equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

(...)

b) a receita ou o faturamento.

Isto posto, ressalta-se que cabe ao legislativo tributar sobre


todos os tributos, que inclui a seguridade social.

O DIREITO TRIBUTÁRIO

Versando sobre Direito Tributário, Nogueira[7] afirma que


“[...] é a disciplina da relação entre Fisco e Contribuinte, resultante da imposição,
arrecadação e fiscalização dos impostos, taxas e contribuições”.

Para Machado, [8] o Direito Tributário tem por finalidade


promover o equilíbrio na relação entre os que têm e os que não têm poder
tributário (fisco e contribuinte) e conceitua “como o ramo do Direito que se ocupa
das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer
espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos
desse poder”.

Assim como na Carta Magna o Código Tributário Nacional


apresenta em seu art. 97:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: grifo nosso


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I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o


disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária


principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo
52, e do seu sujeito passivo;

Conforme os autores especializados em tributação, a


competência para tributar é do Poder Legislativo. Nessa trilha, Jardim[9] usa o
magistério de Roque Antonio Carrazza e aduz que a “competência tributária é uma
aptidão para criar tributos, descrevendo (ou alterando), por meio de lei (no caso,
ordinário, (...) é a habilitação, a faculdade potencial que a Constituição confere a
determinadas pessoas para que tributem.

A iniciativa da lei complementar, que trata das normas gerais e


das leis ordinárias, que instituem os tributos, cabe a qualquer membro ou comissão
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da república, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na
Constituição. Ressaltando que as leis complementares exigem quórum de aprovação
por maioria absoluta, nos termos do art. 69 da CFRB/88 assim afirma: “As Leis
Complementares serão aprovadas por maioria absoluta”. (grifo nosso)

E porque uma agência que regula a distribuição de energia


elétrica nacional pode Legislar com relação a tributos? Sabendo que são as
distribuidoras e concessionárias de energia elétrica e telefonia em questão que
devem recolher os encargos de PIS/COFINS, não o consumidor final, pois este não
visa lucro.

As matérias que devem ser regradas por lei complementar


encontram-se taxativamente indicadas no texto constitucional e, como regra, as
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competências privativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal terão a
forma de resoluções (arts. 51 e 52 da CF) e as matérias de competência exclusiva do
Congresso Nacional serão abordadas por decretos legislativos (art. 49 da CFRB/88).

É isto que esta na Constituição, cabendo a Lei a instituição


do tributo para a cobrança e o recolhimento da contribuição social defendido por
Falcão[10] em suas palavras, “exige-se que em lei formal estejam determinados, (...)
o fato gerador do tributo, a sua alíquota, a respectiva base de cálculo e os sujeitos
passivos diretos e indiretos da obrigação tributária”.

Porém, houve alterações na forma do recolhimento dos


tributos PIS e COFINS, a partir da Lei 9.718/98, quando as empresas prestadoras de
serviço público de forma geral, e no caso, as geradoras de energia elétrica passaram
a recolher o PIS e a COFINS não mais somente diretamente sobre o fato gerador
praticado por cada uma delas, mas passaram a recolher tais tributos por seus fatos
geradores e pelos fatos geradores a serem praticados no futuro presumidamente
pelas distribuidoras e pelas concessionárias de energia, num sistema de não-
cumulatividade, na forma autorizada pelo art. 150, § 7º da CF/88, com base no fato
gerador presumido:

Art. 150:
(...)

§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação


tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição,
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e
preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador
presumido.

Concluindo, cabe apenas a lei e, expressamente a ela, a


competência para instituir tributos.

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A INCONSTITUCIONALIDADE

Em recentes decisões e publicações de Resoluções pela


ANEEL e ANATEL, nota-se a influência direta no aumento da carga tributária.

Tais alterações no ordenamento tributário, através de


Resoluções, ferem os princípios basilares da Constituição Federal, que asseguram o
direito do cidadão, bem como, ocorre usurpação de função do Poder Legislativo,
necessitando urgentemente do Controle Jurisdicional, pois tais Resoluções
Administrativas (ANEEL/ ANATEL) são eivadas de ilegalidade e de abuso de Poder,
porque o resultado desses atos administrativos (RESOLUÇÕES), sem um fato ou
motivo que o legitime, sem nenhum amparo legal, ameaça e traz prejuízos ao
consumidor.

Ora, ocorre que a ANEEL, por meio do art. 10 da Resolução


Homologatória 87, de 6 de abril de 2005, autorizou as concessionárias de energia
elétrica e de distribuição a “incluir no valor total a ser pago pelo consumidor, a
partir de 1º de julho de 2005, a exemplo do ICMS, as despesas do PIS e da COFINS
efetivamente incorridas pela concessionária, no exercício da atividade de
distribuição de energia elétrica”.

Pois bem, a súmula 659 do STF diz que "é legítima a


cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e
minerais do País."

A Súmula está certa, os tributos PIS/COFINS e do FINSOCIAL


são mesmo devidos, pois, tais tributos, têm fundamento no art. 195, I da
Constituição Federal, acima já citado.

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Quando a Súmula diz que "é legítima a cobrança da


COFINS, do PIS e do PASEP sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços
de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País", está
sendo direcionada, especificamente para as empresas que geram e distribuem
energia elétrica, ou seja, para as empresas que executam operações relativas a
energia elétrica, e as dos demais ramos, como destacado na súmula, e NÃO PARA
O CONSUMIDOR FINAL.

O que é “operações” no sentido da Súmula?

São operações relativas à energia elétrica, que é o que se


discute aqui.

É sem dúvida, a geração de energia na usina, é a


transmissão dessa energia pela geradora, é a distribuição pela concessionária e
ponto final. Não passa daí. O consumidor não entra nessas operações. O
Consumidor não compra energia para revendê-la, data vênia.

O PIS/COFINS são contribuições sociais que convivem,


perante o ordenamento jurídico brasileiro, com a mesma base de cálculo e sujeição
passiva: faturamento mensal do empregador, da empresa ou da entidade a ela
equiparada (redação dada pela EC nº 20/98), e o sujeito escolhido na legislação,
para fazer parte do pólo passivo da relação jurídica tributária é, pois, o empregador,
a empresa ou a entidade a ela equiparada que obteve faturamento mensal.

A Ilegalidade se verifica evidente, pelo fato de que, por


meio do art. 10 da Resolução Homologatória 87, de 06 de abril de 2005, a ANEEL
autorizou as concessionárias de energia elétrica e de distribuição, como bem declara
em suas peças contestatórias, a “incluir no valor total a ser pago pelo consumidor, a
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partir de 1º de julho de 2005, a exemplo do ICMS, as despesas do PIS e da COFINS
efetivamente incorridas pela concessionária, no exercício da atividade de
distribuição de energia elétrica”.

Todavia, para que a cobrança de qualquer tributo seja


legítima, este deve obedecer à reserva legal própria e prévia já bem claras acima,
em que, na lição de Baleeiro[11] ao “instituir ou regular um tributo de forma válida,
em obediência ao art. 150, I da Constituição, supõe a edição de lei, como ato
formalmente emanado do Poder Legislativo” e segue afirmando que deverão
constar também todos os seus consectários do fato gerador:

"Fato gerador e base de cálculo são conceitos constitucionais (Emenda n. 1/69, Art.
18, §§ 2° e 5º, 21, § 1º), indissociavelmente vinculados a legalidade porque
fornecem o elemento fundamental para a identificação, classificação e diferenciação
dos Impostos que a Constituição, nos artigos 21 a 26 discriminou a União, aos
Estados e aos Municípios”.

Por óbvio que se esta diante de um Ato Administrativo


Ilegal, tanto da ANEEL, quanto das Concessionárias, pois tais Pessoas Jurídicas, não
reúnem as características fixadas em lei para que possam legislar.

Destarte, o tributo constituído pela agencia deve ser


legislado por Lei, e tratando-se de tributo federal, o órgão legislador deve ser o
Congresso Nacional, e não uma agência reguladora.

Quando a ANEEL, através de uma resolução (resolução


homologatória nº 87/2005), atribui responsabilidade do repasse de um Tributo
Federal (PIS e COFINS) a sujeitos estranhos a relação (consumidor), isto mostra-se
ilegal, e principalmente inconstitucional, usurpando a competência legislativa
tributária como apresenta acima, com nulidade absoluta conforme escreve
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Poter[12], “as nulidades considerar-se-ão absolutas quando o interesse tutelado
pela norma for público, um interesse unicamente do Estado”, e, adiante, o mesmO
AUTOR, com base na Carta Magda fundamenta a veracidade:

Conforme Vade Mecum (2008, p. 417), “art. 243”. Quando


a lei prescrever determinada forma fere o Princípio da legalidade como o mestre
Coelho [13] bem descreve em sua obra:

"O princípio da legalidade da tributação, como estatuído no Brasil, obsta a utilização


da chamada interpretação econômica pelo aplicador, mormente por parte do
Estado-Administração, cuja função é a de aplicar a lei aos casos concretos, de oficio.
(...) Para logo, não existe nenhuma interpretação econômica, toda interpretação é
jurídica. O direito, afim, opera pela jurisdicização do fático, como diria Pontes de
Miranda. Ora, uma vez jurisdicizado o real, isto é, uma vez que um fato é posto no
programa da lei, a interpretação que dele se possa fazer só pode ser uma
interpretação jurídica. Equipole dizer que, em Direito Tributário, inexiste técnica
interpretativa diversa das usualmente conhecidas. Entre outros, Ives Gandra,
Sampaio Dória, Pinheiro Xavier, Geraldo Ataliba e Ruy Barbosa Nogueira, este último
bem afeiçoado ao Direito Alemão, onde o assunto foi intensamente discutido, têm
se esforçado permanentemente na demonstração da inocuidade da chamada
interpretação econômica, muito defendida pelo Fisco para dilargar indevidamente a
tributação através de uma “compensação econômica” dos fatos jurígenos.”

Com a mesma defesa, Cretella Junior[14] já escrevia que


“se a lei complementar criar novas regras, a medida é contra legem ou praeter
legem. Ilegais, mais ainda, inconstitucionais, quaisquer, sob pena de nulidade, e
decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa”.

Esta prática regras jurídicas, que não as do texto


constitucionais”.

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Por fim, sobre a ilegalidade da ANEEL ANATEL, incluir


indiretamente um terceiro sujeito na relação tributária (contribuinte/fisco), quando
autorizou por Ato Administrativo (resolução homologatória nº 87/2005), o repasse
indevido dos Tributos PIS/COFINS, o que só poderia ter sido feito se fosse o caso,
por Lei complementar.

Expressa ilegalidade desta tributação, pois o artigo 195 da


Constituição acima garante que o custeio da seguridade social é na forma da lei e
Cretalla Junior[15] abraça a Lei ao escrever que:

Além de recursos, provenientes de receitas das pessoas


jurídicas públicas, o custeio ou “financiamento” da seguridade social é proveniente
das contribuições sociais dos empregadores, incidentes sobre (a) afolha dos salários,
(b) o faturamento e (c) o lucro. Relevante, pois, a contribuição do empresário para o
custeio da seguridade social.

Não é uma concessionária que tem a competência sobre


tributar, mas sim o Poder Legislativo como nos ensina Carvalho[16], “preceituou o
legislador constitucional que toda matéria de legislação tributária está contida no
âmbito de competência da lei complementar” e na aprovação da Lei Complementar
é obrigado seguir números na Câmara dos Deputados para legislar e não por
autarquias, como as denominadas ANEEL e a ANATEL sobre o PIS/COFINS cobradas
nas faturas de energia elétrica.

Sabbag [17] assegura, “o princípio da legalidade constitui o


mais importante limite aos governantes na atividade de
tributação”, assim, cada órgão tem sua competência.

Então, as funções da ANATEL, que são regidas pela Lei nº


9.472/97, que determina o âmbito de sua competência não constando nesta lei o
poder de legislar e Ferrajoli[18], fundamenta, que ao legislar com “normas desse
tipo são, ao contrário, em qualquer Estado de direito que possua Constituição rígida
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minimamente garantista, não somente injustas como também inválidas por
violarem princípios constitucionais de direitos humanos, de igualdade e da estrita
legalidade...”.

Cada órgão público tem sua função na administração do


Estado, como também a ANEL e a ANATEL, que são agências reguladoras, não
instituidoras de tributos, no caso, no caso contribuições.

A função da ANEEL e ANATEL

As funções da ANATEL são regidas pelo artigo 19 da Lei nº


9.472/97, que determina o âmbito de sua competência.

As atribuições dadas às agências reguladoras são amplas e


abrangentes para regular determinado setor, organizando o funcionamento do
respectivo serviço público, fiscalizar a prestação da atividade pelo concessionário,
arbitrando conflitos entre as partes envolvidas na relação jurídica (Poder
Concedente, concessionários e usuários).

Sobre a ilegalidade da ANEEL, incluir indiretamente um


terceiro sujeito na relação tributária (contribuinte/fisco), quandO AUTORizou por
Ato Administrativo (RESOLUÇÃO HOMOLOGATÓRIA nº 87/2005), o repasse indevido
dos Tributos PIS e COFINS, o que só poderia ter sido feito se fosse o caso, por Lei
Complementar.

A ANEEL, por ser entidade integrante da Administração


Pública Federal Indireta, sob o regime autárquico especial de Agência Reguladora e
vinculada ao Ministério das Minas e Energia, tem a finalidade de regular e fiscalizar a
produção, transmissão e comercialização de energia elétrica, como pode ser visto
no site da própria ANEEL[19], que esta tem a incumbência de:

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APURAR E SOLUCIONAR AS DEMANDAS DOS
CONSUMIDORES E MEDIAR CONFLITOS PROVENIENTES
DA RELAÇÃO ENTRE CONCESSIONARIA E CONSUMIDOR”,
tendo como missão: PROPORCIONAR CONDIÇÕES
FAVORÁVEIS PARA QUE O MERCADO DE ENERGIA
ELÉTRICA SE DESENVOLVA COM EQUILIBRIO ENTRE OS
AGENTES E EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE.

Desta forma, todo consumidor, ao se sentir lesionado, terá


que buscar a proteção nos Princípios Constitucionais, mormente o da legalidade.

DIREITOS DO CONTRIBUINTE/CONSUMIDOR

A referida Lei de Telecomunicações é a Lei nº 9.472, de 16


de Julho de 1997 denominada Lei Geral de Telecomunicações – LGT, que dispõe
acerca da organização dos serviços de telecomunicações, assegurando, na linha do
direito contemporâneo, uma série de direitos e garantias aos consumidores dos
serviços de telecomunicações.

Diferente do posicionamento do Ministro, que está sendo


favorável às empresas de telecomunicação e contra o consumidor, destaca-se o art.
5º da LGT, que dispõe, que se utiliza como analogia para energia elétrica:

“Na disciplina das relações econômicas no setor de


telecomunicações, observa-se-ão, em especial, os
princípios constitucionais da soberania nacional, função
social da propriedade, liberdade de iniciativa, livre
concorrência, defesa do consumidor, redução das
desigualdades regionais e sociais, repressão ao abuso do
poder econômico, e continuidade do serviço prestado no
regime público.”

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E o princípio constitucional da defesa do consumidor, que


norteia as relações econômicas no setor de telecomunicações e de energia elétrica,
aí incluídas às relações entre as prestadoras de serviços de telefonia e de energia
elétrica e os consumidores dos seus serviços, exemplificativamente, está previstos
nos doze incisos do art. 3º da LGT, destacando-se o referido no inciso IV:

E nesse caso, sobre os tributos PIS e COFINS, o Poder


Legislativo, muitas vezes criticado, cumpriu amplamente sua missão constitucional
de realizar o princípio da defesa do consumidor ao editar o Código de Defesa do
Consumidor – Lei 8.078/90 e, na medida em que ele, como princípio de direito
fundamental, requer que essa proteção seja realizada na maior medida possível
princípio como mandado de otimização, incluiu naquele Código normas garantidoras
do direito do consumidor de pagar preço justo pelo serviço adquirido e de não ver
elevado este preço sem justa causa, assegurando-se-lhe, ainda, a reparação dos
danos patrimoniais a ele causados:

Art. 6º. São direitos do consumidor:

(...)

IV – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais


e morais, individuais, coletivos e difusos;

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,


dentre outras práticas abusivas:

(...)

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente


excessiva;

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(...)

X – elevar sem justa causa o preço de produtos e serviços.

Art. 51 – (...)

§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a


vantagem que:

(...)
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o
interesse das partes e outras circunstâncias peculiares.

O mesmo Código de Defesa do Consumidor ainda prevê no


seu art. 4º:

Art. 4º. A Política de Relação de Consumo tem por objetivo


o atendimento das necessidades dos consumidores, o
respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade
de vida, bem como a transparência e harmonia das
relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no


mercado de consumo;

II – ação governamental no sentido de proteger


efetivamente o consumidor;

(...)

VI – coibição e repressão eficientes de tosos os abusos


praticados no mercado de consumo.
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Ao criar essas disposições legais, o legislador realizou uma


das etapas de concretização do princípio constitucional de defesa do consumidor,
realizando o que Canotilho[20] identifica como densificação de normas.

Densificar uma norma significa preender, complementar e


precisar o espaço normativo de um preceito constitucional, especialmente carecido
de concretização, a fim de tomar a solução, por esse preceito, dos problemas
concretos.

Nesta densificação de normas, todo consumidor fica


garantido pela Constituição e, esta é a base democrática e Hesse[21] se iguala a
Canotilho escrevendo que na “força normativa da Constituição está condicionada
por cada vontade atual dos participantes da vida constitucional, de realizar os
conteúdos da Constituição”.

No caso em tela da legalidade e contribuinte final da


tributação acima, pode-se que se trata de uma relação de consumo entre A AUTORA
e a concessionária, cabendo, neste momento avocar o artigo 5° da Constituição
Federal, inciso XXXII: "o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor”, muito bem apontado pela doutrina supracitada.

Nesta situação, não seria impróprio lembrar o Código de


Defesa do Consumidor, oriundo da Constituição, pelo fato de a relação existente ser
uma relação de consumo, cabe perfeitamente a aplicação do art. 42, parágrafo
único do CDC:

Art. 42.

(...)

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Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.

Há, portanto, direito a reparação por parte do consumidor


final.

A TESE NO JUDICIÁRIO AFIRMANDO A INCONSTITUCIONALIDADE

Para buscar todo direito já apresentado, o consumidor tem


o Poder Judiciário como sua garantia na aplicação das leis em vigor com base na
Constituição. Ao aplicá-las, Falcão [22] vem afirmar que o judiciário não cria e nem
inova, apenas busca sua aplicação em plenitude do mandamento legal. Cito, a título
ilustrativo, os seguintes precedentes sobre o tema:

PROCESSUAL CIVIL, ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO.


VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA NA
FUNDAMENTAÇÃO. COBRANÇA DO PIS E DA COFINS NA
FATURA TELEFÔNICA. ILEGITIMIDADE DA ANATEL.
ACRÉSCIMO NA TARIFA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.
PRÁTICA ABUSIVACONFIGURADA. CDC. OFENSA. JUROS DE
MORA. INAPLICABILIDADE DO ART. 167 DO CTN.
NATUREZA NÃO- TRIBUTÁRIA. Não se conhece do recurso
em relação à ofensa ao art. 535, II, do CPC quando a parte
deixa de apontar, de forma clara, o vício em que teria
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incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da
Súmula 284/STF.

O Ministro Carlos Veloso, acertadamente, atesta o


seguinte: “Todas as contribuições, já falamos, estão sujeitas, integralmente, ao
princípio da legalidade, inclusive no que toca à alteração das alíquotas e da base de
cálculo” (STF, RE nº 148.754-RJ, Pleno, J. 04.03.94). Assim, o sujeito passivo do PIS e
da COFINS, enquanto tributos (espécies tributárias – contribuições) é a companhia
prestadora dos serviços, cuja base de cálculo é a sua receita bruta.

“Defiro a antecipação da tutela para determinar a


suspensão do repasse da COFINS e do PIS aO AUTOR, na
fatura de energia elétrica, devendo a empresa ré se abster
de proceder o aumento da tarifa para compensar a perda
da receita com a proibição do repasse. Para a
eventualidade de descumprimento desta decisão comino
multa diária no importe R$100,00,limitada ao valor de
R$3.000,00.” (Proc. Nº 00434 – xxxxxxx.84.2010.8.13.0313)

“A 2ª Turma desta Corte firmou entendimento no sentido


da ilegalidade do repasse do PIS e da COFINS na fatura
telefônica, bem como acerca da má-fé das empresas de
telefonia e, por conseqüência, da abusividade dessa
conduta. Direito à devolução em dobro reconhecido com
base no art. 42, parágrafo único, do Código de Defesa do
Consumidor” (REsp n. 910.784 – RJ, rela. Mina. Eliana
Calmon, 2ª Turma).

Imaginemos ao longo dos últimos dez anos o quanto foi


entregue INDEVIDAMENTE às operadoras e concessionárias de serviços públicos a
título de PIS e COFINS. Uma indústria, um hospital, um hotel, uma gráfica, um
banco, um órgão público (por exemplos), o quanto aludido repasse (indevido)
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onerou seus custos operacionais fazendo com que, mais uma vez, o consumidor
final pague a conta

Importante ressaltar que, a empresa que requerer o não


pagamento de PIS e da COFINS incidentes nas contas de energia elétrica e de
telefonia, também terão ICMS à restituir, pois a concessionária do serviço público
(energia ou telefonia), inclui na base de cálculo do ICMS o PIS e a COFINS, o que por
si só já é um absurdo.

No RE nº. 230.303 – que teve como Relator o MIN.


MAURÍCIO CORRÊA, cita trecho do voto prolatado pelo
MIN. MOREIRA ALVES na Ação Declaratória nº 1, em que
este afirma: “Ademais, no tocante ao PIS/PASEP é a própria
Constituição Federal que admite que o faturamento do
empregador seja base de cálculo para essa contribuição
social e outra, como, no caso, é a COFINS” (STF, 2ª Turma,
D.J. 18.09.98).

O EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL já decidiu


(dentre outros, RE nº 233.807 – RN – Pleno – Rel. Min.
Carlos Velloso, DJ. 28.06.2002) que as empresas
prestadoras de serviços de telecomunicações não estão
imunes às contribuições sociais (PIS e COFINS), justamente
porque estas incidem sobre o faturamento das empresas e
não sobre as operações. Nessa linha, reproduzimos os
votos de alguns Ministros no supracitado RE nº 233.807.

"Em verdade, a incidência do PIS dá-se sobre o


faturamento, que, por constituir resultado global,
abrangente de inúmeras operações (venda de mercadoria,
venda de sérvios, venda de bens eu não configuram
mercadorias ou serviços, etc.) distingue-se das operações
que constituem hipótese de incidência do imposto único
sobre combustíveis” (Min. Carlos Velloso, fls. 1189 e 1190).
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“Desse modo, só posso concluir emprestando exegese à


expressão ‘nenhum outro tributo’, à exceção do ICMS, do
Imposto de Importação e do Imposto de Exportação,
contida no preceito do §3º do art. 155 da Constituição
Federal, no sentido de que nela não está compreendida a
contribuição social displicinada pelo art. 195, I da mesma
Carta, cuja incidência se dá sobre a folha de salários, o
faturamento e o lucro dessas empresas e não sobre as
operações por elas realizadas, que, no campo do direito
tributário, têm o significado de ato mercantil” (Min.
Maurício Corrêa, fls. 1201).

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA C.C. REPETICAO DE
INDÉBITO - PIS E COFINS - REPASSE ECONÔMICO NA CONTA
DE ENERGIA ELÉTRICA - COMPOSIÇÃO DA TARIFA -
OMISSÃO DA ANEEL - COBRANÇA INDEVIDA - AUSÊNCIA DE
INFORMAÇÃO ADEQUADA AO USUÁRIO – PRESCRIÇÃO
DECENAL.

Assim, cabe à lei dispor sobre política tarifária relativa à


prestação de serviços públicos (art. 175, parágrafo único,
III, da Constituição da República). Apesar de a lei permitir a
revisão e o reajuste de tarifas de prestação de serviço
público, na hipótese de oneração da carga tributária (art.
9º, §§ 2º e 3º, da Lei 8.987/95), tal revisão é da
competência da ANEEL, nos termos do art. 29, I e V, da Lei
8.987/95.Portanto, é abusiva a cobrança de valores
relativos ao PIS e à COFINS como parte do custo do serviço
quando tais valores não forem cobrados nos limites da
tarifa homologada pela ANEEL e se a fatura não contém
informação adequada a este respeito. De acordo com o art.
205 do Código Civil, a prescrição geral ocorre em 10 anos.

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Nas ações pleiteando a devolução de valores cobrados na


fatura de fornecimento de energia elétrica, a título de PIS e COGFINS, cujas
cobranças não tenham observado as disposições normativas, principalmente da
agência reguladora competente, no caso a ANEEL, estão prescritos os valores pagos
há mais de 10 anos antes da propositura da ação.

A presente ação é de direito pessoal, regida pelo Código


Civil, e, como não há previsão de prazo prescricional específico para a ação de
restituição decorrente de cobrança indevida, o prazo de prescrição a ser adotado é o
geral, de 10 anos, previsto no seu art. 205:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei


não lhe haja fixado prazo menor.

Nesse sentido por analogia as contas de energia elétrica:

TARIFAS TELEFÔNICAS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO.


INAPLICABILIDADEDO ARTIGO 26 DO CÓDIGO
DO CONSUMIDOR. CONCESSIONÁRIA. PESSOA JURÍDICA DE
NATUREZA PRIVADA. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. ART. 177
DO CCR C/C 2.028 DO NCC. I - [...] II - A cobrança a maior
não se caracteriza em vício de serviços ou produtos, mas
sim de atividade vinculada, erroneamente apresentada,
mas que não se confunde com o próprio serviço, devendo
ser afastado o prazo nonagesimal previsto no artigo 26 do
CDC para o ajuizamento de ação judicial. III - A cobrança a
maior enseja repetição de indébito, a qual, dirigindo-se
contra pessoa jurídica de natureza privada, tem como
prazo prescricional aquele de vinte anos previsto no artigo
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177 do CCR c/c o artigo 2.028 do NCC. Precedente: REsp nº
463.331/RO, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/08/2004. IV
- Recurso improvido. (REsp 762000/MG, 1ª Turma/STJ, rel.
Min. Francisco Falcão, j. 17.02.2009, DJ. 02.03.2009; fonte:
site do STJ).

No mesmo sentido, acórdão do TJMG, por analogia e


similaridade:

CIVIL- APELAÇÃO- AÇÃO DE RESTITUIÇÃO- REPASSE


INDEVIDO DE PIS E COFINS NA FATURA DE SERVIÇO DE
TELEFONIA- PRESCRIÇÃO- APLICABILIDADE DO PRAZO DO
ART. 205 DO NCC- RECONHECIMENTO DE OFÍCIO-
CABIMENTO – PRÁTICA ILÍCITA E ABUSIVA DA
CONCESSIONÁRIA- RECONHECIMENTO- PEDIDO INICIAL
PROCEDENTE- REFORMA DA SENTENÇA- RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. -Nas ações em que são
impugnados os critérios de cobrança de tarifas de serviços
de telefonia e é postulada a restituição dos valores pagos
indevidamente a título de PIS e COFINS, o prazo
prescricional aplicável é o de 10 anos, previsto no art. 205
do NCC. (TJMG nº 1.0223.09.283517-0/001, rel. Des.
Márcia de Paoli Balbino, j. em 11-3-2010).

Então, esta plenamente definido quem é o contribuinte do


PIS/COFINS. É sim, a empresa distribuidora e não o consumidor final. Para entender
bem segue recente decisão.

EMENTA

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RECURSO ESPECIAL. VALOR DO PIS⁄COFINS. AQUISIÇÃO DE
VEÍCULOS PELA CONCESSIONÁRIA PARA REVENDA.
DESCONTOS DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A

FRETE NA OPERAÇÃO DE VENDA. EXEGESE DOS ARTIGOS


2º, 3º, INCISOS I E IX, E 15, INCISO II, DA LEI N. 10.833⁄2003.

– Na apuração do valor do PIS⁄COFINS, permite-se o


desconto de créditos calculados em relação ao frete
também quando o veículo é adquirido da fábrica e
transportado para a concessionária – adquirente – com o
propósito de ser posteriormente revendido.

Recurso especial parcialmente provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as


acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Seção
do Superior Tribunal de Justiça, por maioria, vencido o Sr.
Ministro Relator, dar parcial provimento ao recurso
especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Cesar Asfor
Rocha, que lavrará o acórdão. Votaram com o Sr. Ministro
Cesar Asfor Rocha os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki,
Arnaldo Esteves Lima, Humberto Martins, Herman
Benjamin, Napoleão Nunes Maia Filho e Mauro Campbell
Marques.

Não participou do julgamento o Sr. Ministro Francsco


Falcão.

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Brasília, 22 de agosto de 2012(data do julgamento).

Bem claro a todos quem deve ser o contribuinte. Nas


faturas de energia elétrica não são os consumidores finais, onde que por
inconstitucionalidade de regulamentos, são obrigados a suportar o encargo das
distribuidoras e estas obtendo com isso um enriquecimento ilícito, mas sim, as
empresas distribuidoras de energia elétrica que devem recolher os tributos.

Plenário do TRF-4ª Região

Assim tem se manifestado os tribunais, também acerca da


não-cumulatividade:

EMENTA: TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. REGIME NÃO


CUMULATIVO. DISTINÇÃO. CONTEÚDO. LEIS Nº
10.637/2002 E 10.833/2003, ART. 3º, INCISO II. LISTA
EXEMPLIFICATIVA.

A técnica empregada para concretizar a não


cumulatividade de PIS e COFINS se dá por meio da apuração de uma série de
créditos pelo próprio contribuinte, para dedução do valor a ser recolhido a título de
PIS e de COFINS.

A coerência de um sistema de não cumulatividade de


tributo direto sobre a receita exige que se considere o universo de receitas e o
universo de despesas necessárias para obtê-las, considerados à luz da finalidade de
evitar sobreposição das contribuições e, portanto, de eventuais ônus que a tal título
já tenham sido suportados pelas empresas com quem se contratou.
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Tratando-se de tributo direto que incide sobre a totalidade


das receitas auferidas pela empresa, digam ou não respeito à atividade que constitui
seu objeto social, os créditos devem ser apurados relativamente a todas as despesas
realizadas junto a pessoas jurídicas sujeitas à contribuição, necessárias à obtenção
da receita.

O crédito, em matéria de PIS e COFINS, não é um crédito


meramente físico, que pressuponha, como no IPI, a integração do insumo ao
produto final ou seu uso ou exaurimento no processo produtivo.

O rol ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são


partes as acima indicadas, decide a Egrégia 1ª Turma do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade,
dar provimento à apelação, nos termos do relatório, votos
e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante
do presente julgado. Porto Alegre, 26 de junho de 2012”.
(negrito, nosso).

Não há dúvida sobre a ilegalidade do repasse indevido do


PIS e COFINS nas contas de energia elétrica que as
concessionárias estão se beneficiando e para equidade
surgem decisões nas áreas fiscais tributárias de despesas
que enseja creditamento, nos termos do art. 3º das Leis
10.637/02 e 10.833/03, possui caráter meramente
exemplificativo. Restritivas são as vedações expressamente
estabelecidas por lei.

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O art. 111 do CTN não se aplica no caso, porquanto não se
trata de suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção ou
dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

A DECISÃO DO CSRF DO CARF

O CSRF é a Câmara Superior de Recursos Fiscais e o CARF é


Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

A decisão que mais causará impacto nos setores contábeis


e fiscais das empresas enquadradas no sistema de apuração da COFINS e do PIS não-
cumulativos colocamos na íntegra para melhor entendimento dos leitores deste
texto, verbis:

PIS/COFINS - publicado acórdão da CSRF que estabeleceu o


conceito de insumos.

Em acórdão publicado recentemente, a Câmara Superior de


Recursos Fiscais - CSRF, instância final de julgamento no âmbito do Ministério da
Fazenda, trouxe entendimento inédito a respeito do conceito de insumos para
desconto de créditos de PIS e da COFINS.

Em que pese o julgamento do referido recurso ter sido


realizado há algum tempo, só agora houve a publicação do acórdão, permitindo,
além do conhecimento quanto aos argumentos utilizados pelos Conselheiros, a sua
utilização como paradigma para eventual Recurso Especial dos contribuintes.
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A controvérsia reside no embate entre as Leis nº(s)


10.637/2002 e 10.833/2003, que não delimitaram a abrangência do termo insumos
para fins de aproveitamento de créditos de PIS e COFINS, e a Instrução Normativa nº
247/02, que, com base nas normas de incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI, estabeleceu que o aproveitamento de créditos só seria possível
quando o insumo sofresse desgaste, dano ou perda de propriedades físicas ou
químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação.

Por seu turno, os contribuintes defendem que, pela


natureza das contribuições ao PIS e a COFINS, que incidem sobre a receita e não
sobre a produção, o conceito de insumo não poderia ser equivalente ao da
legislação do IPI, devendo ser utilizado o conceito de despesas necessárias adotado
para fins de apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).

No referido acórdão, por maioria de votos (7 votos a favor


e 3 contra), a CSRF afastou tanto a regência das regras de IRPJ, quanto a aplicação
restritiva das regras do IPI, fixando o entendimento de que o conceito de insumos
para fins de PIS e COFINS deve obedecer regras próprias.

Conforme voto da Conselheira Nanci Gama, relatora do


caso, serão dedutíveis todos os dispêndios "relacionados diretamente com a
produção do contribuinte e que participem, afetem, o universo das receitas
tributáveis pelas contribuições ao PIS e COFINS", bastando verificar "se o dispêndio
é indispensável à produção de bens ou à prestação de serviços geradores de receitas
tributáveis pelo PIS ou pela COFINS não cumulativos." (trechos do acórdão).

A pergunta que garante a obrigação de contribuir é só uma.


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O consumidor tem receita bruta? Resposta, não.

Então, se o creditamento serve para as empresas de


produção e fornecedoras de serviços e insumos, como acima apresentado, o
pagamento do PIS/COFINS é das concessionárias de energia elétrica, que podem
compensar seus impostos e não o consumidor final.

E o direito da isonomia? A Constituição Federal garante a


todos. Com base no julgamento acima, todos são iguais face a Magna carta. Então, o
consumidor só paga o que obrigatoriamente em Lei legal deva.

Outra duvida. Como o consumidor final pode creditar estes


impostos inconstitucionais já supracitados pelo judiciário? E vai encontrar respaldo
em que fundamento legal para atendido com dignidade?

Pode-se concluir que é abusivo o que se esta cobrando de


toda a população. Quantas faturas de energia elétrica têm em nosso Brasil? Qual
o tamanho do enriquecimento ilícito das empresas favorecidas por resoluções
inconstitucionais?

Interromper o círculo vicioso de repassar o PIS/COFINS para


o consumidor final, bem como, a recuperação do que foi pago indevidamente e a
maior nos últimos 10 anos, com compensação imediata, certamente vai melhorar a
competitividade de nossas empresas face ao mercado global e o custo de vida da
população.

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Os consumidores finais de energia elétrica, portanto, não
são compradores de energia, porque não a vende, não utiliza do comércio de venda
de energia elétrica, e sim, usuários do serviço público.

O processo democrático cumpre a tarefa de programar o


Estado no interesse da sociedade, entendendo-se o Estado como o aparato da
administração pública e a sociedade como o sistema, estruturado em termos de
uma economia de mercado, de relações entre pessoas privadas e do seu trabalho
social. A política tem a função de agregar e impor os interesses sociais privados
perante um aparato estatal especializado no emprego administrativo do poder
político para garantir fins coletivos.

Esta claro a inconstitucionalidade do repasse destes


tributos, cabe ao judiciário aplicar os Princípios Constitucionais em favor do
consumidor e fazer as empresas que distribuem energia elétrica recolher das suas
receitas os encargos do PIS/COFINS, podendo o contribuinte lesado pedir a
repetição indébito junto a ele.

XV – DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE

JÁ É ENTENDIMENTO NOS TRIBUNAIS DE TODOS OS


ESTADOS QUE NOS Entemos que o conjunto probatório acostado aos autos já
constitui evidência cabal e insofismável do direito dO AUTOR, não havendo matéria
de fato a ser provada, além da suficientemente demonstrada pela via documental,
REQUER seja realizado o julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 355
do novo Código de Processo Civil.

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XVI – DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Pelos fatos elencados acima, conclui-se que o Requerente


se enquadra no conceito de consumidor do CDC, cuja relação de consumo constitui
vínculo que é disciplinado não só pelo Código de Defesa do Consumidor como
também (e principalmente) pela própria Constituição da República, que, sobretudo
em seus artigos 5º, XXXII e 170, V, cuidam detidamente da defesa do consumidor. A
legislação consumerista, a respeito, fixa que:

"Art. 2.º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que


adquire e utiliza produtos ou serviço como destinatário
final."

"Art. 3.º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.§
1.º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.§ 2.º - Serviço é qualquer atividade fornecida
no mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salva as decorrentes das relações de caráter
trabalhista."

Dito artigo 3.º remete, invariavelmente, ao artigo 22 da Lei


consumerista, verbis:

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou por suas empresas,


concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
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forma de empreendimentos, são obrigadas a fornecer
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
essenciais, contínuos. Parágrafo único. Nos casos de
descumprimento, total ou parcial, das obrigações
referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas
compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na
forma prevista neste Código.

Luis Antonio Rizatto Nunes, em sua obra Comentários ao


Código de Defesa do Consumidor, comentando o supra citado artigo, esclarece o
que se entende por Serviço Público:

“O CDC, no art. 3º, já havia incluído no rol dos fornecedores a pessoa jurídica
pública (e,claro, por via de consequência todos aqueles que em nome dela direta
ou indiretamente –prestam serviços públicos), bem como, ao definir “serviço” no §
2º do mesmo artigo, dispôs que é qualquer atividade fornecida ao mercado de
consumo, excetuando apenas os serviços sem remuneração ou custo e os
decorrentes das relações de caráter trabalhista.Contudo, a existência do art. 22,
por si só, é de fundamental importância para impedir que os prestadores de
serviços públicos pudessem construir “teorias” para tentar dizer que não estariam
submetidos às normas do CDC. Aliás, mesmo com a expressa redação do art.
22,ainda assim há prestadores de serviços públicos que lutam na Justiça
“fundamentados” no argumento de que não estão submetidos às regras da Lei n.
8.078/90. Para ficar só com um exemplo, veja-se o caso da decisão da 3ª Câmara
Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo no agravo de instrumento interposto pela
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. Nas razões
do recurso do feito, que envolve discussão a respeito dos valores cobrados pelo
fornecimento de água e esgoto (que o consumidor alega foram cobrados
exorbitantemente), a empresa fornecedora fundamenta sua resignação “na não-
subordinação da relação jurídica subjacente àquela legislação especial (o CDC)”. O
tribunal, de maneira acertada, rejeitou a resistência da SABESP:“indiscutível que a
situação versada, mesmo envolvendo prestação de serviços públicos, se insere no
conceito de relação jurídica de consumo. Resulta evidente subordinar-se ela,
portanto, ao sistema do Código de Defesa do Consumidor”.
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O Mestre Rizatto Nunes ainda define Serviço Essencial:

“Comecemos pelo sentido de “essencial”. Em medida


amplíssima todo serviço público, exatamente pelo fato de
sê-lo (público), somente pode ser essencial. Não poderia a
sociedade funcionar sem um mínimo de segurança
pública, sem a existência dos serviços do Poder Judiciário,
sem algum serviço de saúde etc.
Nesse sentido então é que se diz que todo serviço público
é essencial. Assim, também o são os serviços de
fornecimento de energia elétrica, de água e esgoto, de
coleta de lixo, de telefonia etc”.

Não obstante, a parte Requerida vem praticando


constantemente uma violação ao conceito acima mostrado.

Encontra o consumidor proteção contra a prática de atos


abusivos, no art. 6º, inc. IV, do CDC:

Art. 6º. são direitos básicos do consumidor: (...) IV – a


proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços.

Novamente Luis Carlos Rizatto Nunes:

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“A norma do inciso IV proíbe incondicionalmente as


práticas e as cláusulas abusivas. (...) Pode-se definir o
abuso do direito como o resultado do excesso de exercício
de um direito, capaz de causar dano a outrem. Ou, em
outras palavras, o abuso do direito se caracteriza pelo uso
irregular e desviante do direito em seu exercício, por
parte do titular.”

Está consubstanciada ainda no CDC a inversão do ônus da


prova em favor do consumidor:

Diz o art. 6º, inc. VIII, do Código de Defesa do Consumidor:


(...)VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiência.

No inciso V, do art. 39 do CDC, é vedado também que se


exija do consumidor vantagem manifestamente excessiva.

Qualquer cláusula abusiva deve, de acordo com o art. 51, IV


e seu § 1º, III, ser declarada nula de pleno direito:

"Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as


cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que:
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
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exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa fé ou a
equidade;
(...)
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a
vantagem que:

(...)
III - se mostra excessivamente onerosa para o
consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do
contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
peculiares ao caso;"

XVII – DO PAGAMENTO EM DOBRO CONFORME CDC

No presente caso, não resta dúvidas de que a cobrança do


ICMS está sendo praticada de modo, devendo, aquele que recebeu restituir, em
dobro, àquele que pagou.

Pelo fato de a relação existente ser uma relação de


consumo, cabe perfeitamente a aplicação do art. 42, parágrafo único do CDC:

"O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável."

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A restituição em dobro, em casos como o da presente lide,


é matéria pacificada em nossos tribunais, conforme pode ser visto no Acórdão do
STJ:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL, ADMINISTRATIVO E


TRIBUTÁRIO - VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO
CARACTERIZADA - PIS/COFINS - REPASSE AO
CONSUMIDOR NA FATURA TELEFÔNICA -
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA ANATEL – TESE
ACERCA DA INEXISTÊNCIA DE ERRO NO PAGAMENTO:
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO - ABUSIVIDADE
DA COBRANÇA RECONHECIDA POR ESTACORTE -
DEVOLUÇÃO EM DOBRO - POSSIBILIDADE.1. Não ocorre
ofensa ao art. 535, II, do CPC, se o Tribunal de origem
decide, fundamentadamente, as questões essenciais ao
julgamento da lide. 2. Prevalece no STJ o entendimento
de que a ANATEL não tem legitimidade passiva para
responder pela cobrança indevida de valores levada a
efeito pelas empresas de telefonia na conta telefônica. 3.
É inadmissível o recurso especial quanto a questão não
decidida pelo Tribunal de origem, dada a ausência de
prequestionamento. 4. A Segunda Turma desta Corte
firmou entendimento no sentido da ilegalidade do
repasse do PIS e da COFINS na fatura telefônica, bem
como acerca da má-fé das empresas de telefonia e, por
consequência, da abusividade dessa conduta. 5. Direito à
devolução em dobro reconhecido com base no art. 42,
parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor. 6.
Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, não
provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos
em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de
Justiça "A Turma, por unanimidade, conheceu em parte
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do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento, nos
termos do voto do(a) Sr(a).Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs.
Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman
Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra.
Ministra Relatora. Dr(a).FRANCISCO PREHN ZAVASCKI,
pela parte RECORRENTE: EMPRESA BRASILEIRA DE
TELECOMUNICAÇÕES S/A EMBRATEL Brasília-DF, 04 de
junho de 2009 (Data do julgamento) MINISTRA ELIANA
CALMON (Doc: 890621 - Inteiro Teor do Acórdão – Site
certificado - DJ: 23/06/2009 Pág. 1 de 15). Superior
Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 910.784 – RJ
(2006/0273346-0).

Logo, por todo discorrer dos itens acima não deixam


duvidas muito menos não há o que se questionar que sobre os pagamentos
indevidos devem ser restituídos em dobro.

XVIII - SÚMULAS

Súmula 391 - O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica


correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada. (Súmula 391,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/09/2009, DJe 07/10/2009).

Súmula 166 - Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de


mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte. (Súmula
166, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/08/1996, DJ 23/08/1996).

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XIX – DOS PEDIDOS

Ex positi por todos os fatos e fundamentos acima expostos,


A AUTORA REQUER:

AO QUE SE REFERE AO ICMS:

1.º Seja deferida a TUTELA DE EVIDÊNCIA SÚMULA 391 (NO


CASO CONCRETO SE ENQUADRA NOS DOIS TIPOS EXPOSTOS NO NCPC), ab initio et
inaudita altera parte, no sentido de se determinar que a Ré se ABSTENHA
IMEDIATAMENTE (já nas faturas vindouras), de exigir o ICMS sobre as tarifas TUSD,
TUST, sobre os encargos setoriais, ou qualquer outro componente da tarifa
(independente de nomenclatura utilizada) aplicada O AUTOR, lançadas nas faturas
de energia elétrica pela “CPFL PIRATININGA CNPJ sob nº 17.800.472/0001-21 PN
712729630 CÓDIGO 2021227446, impedindo a incidência do ICMS, E OU limitando a
incidência do ICMS, única e exclusivamente à parcela de energia elétrica (TE) da
tarifa de fornecimento da unidade consumidora;

2.º Seja determinada a intimação da parte Requerida, no


endereço já mencionado, para que dê CUMPRIMENTO IMEDIATO à tutela
antecipada deferida, sob pena de multa diária na hipótese de descumprimento, a
ser fixada por Vossa Excelência, no montante R$ 10.000,00 ou que entender
razoável, a fim de tornar a medida jurisdicional efetiva;

AO QUE SE REFERE AO PIS E COFINS TUTELA–A PARTE:

3.º Seja deferida a TUTELA DE EVIDÊNCIA (NO CASO


CONCRETO SE ENQUADRA NOS DOIS TIPOS EXPOSTOS NO NCPC), ab initio et
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inaudita altera parte, no sentido de se determinar que a Ré se abstenha
imediatamente (já nas faturas vindouras), de exigir o PIS E COFINS, sobre os
encargos setoriais, ou qualquer outro componente da tarifa (independente de
nomenclatura utilizada) aplicada a AUTORA lançadas nas faturas de energia elétrica
pela “CPFL PIRATININGA” , CNPJ sob nº 17.800.472/0001-21 PN 712729630 CÓDIGO
2021227446, IMPEDINDO A INCIDêNCIA DO PIS E COFINS;

4.º Se concedida a liminar que seja, já com a antecipação


da tutela deferida, indicada CONTA vinculada a este MM. Juízo, na qual será
realizado o depósito do valor do PIS E COFINS nas tarifas de energia elétrica pagos
pelO AUTOR, até final julgamento da presente, expedindo-se ofício para a “CPFL”,
para que deixe de incluir tais valores nas faturas remetidas ao AUTOR, indicando na
própria fatura o valor a ser depositado, sob pena de multa diária a ser fixada por
Vossa Excelência;

5.º Seja determinada a intimação da parte Requerida, no


endereço já mencionado, para que dê CUMPRIMENTO IMEDIATO à tutela
antecipada deferida, sob pena de multa diária na hipótese de descumprimento, a
ser fixada por Vossa Excelência, no montante R$ 10.000,00 ou que entender
razoável, a fim de tornar a medida jurisdicional efetiva;

GERAL

6.º Seja determinada a citação do FAZENDA DO Estado de


São Paulo e CPF PIRATININGA, no endereço já mencionado, para que tome
conhecimento dos termos desta ação, acompanhando-a até o trânsito em julgado
da decisão, na forma da lei, podendo apresentar sua CONTESTAÇÃO no prazo legal,
sob pena de revelia e confissão;

7.º Seja realizado o JULGAMENTO ANTECIPADO DA


LIDE, nos termos do artigo 355 do novo Código de Processo Civil, haja vista a

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inexistência de matéria de fato a ser provada, além da suficientemente
demonstrada pela via documental;

8.º Seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a


presente ação, para o fim de declarar inexigível, nas faturas de energia elétrica
pagas pelO AUTOR, a incidência de ICMS sobre a TUST, a TUSD, encargos setoriais e
qualquer outro componente da tarifa (independente de nomenclatura utilizada) que
não seja Energia (TE), autorizando o levantamento das quantias depositadas,
mediante alvará judicial; bem como, relativo a incidência do PIS E COFINS;

9.º Seja condenado o Estado de São Paulo e a CPFL a


repetir em favor da AUTORA os valores indevidamente cobrados, respeitado o prazo
prescricional, em dobro (conforme determina o CDC) e com incidência de juros e
correção monetária desde a data do efetivo vencimento de cada parcela, nos
termos da fundamentação, cujo montante deverá ser apurado na fase de liquidação
da sentença;

10º. Que a corré CPFL seja intimada a juntar aos


autos as contas dos últimos 5 anos constantes no CNPJ sob nº 17.800.472/0001-21
PN 712729630 CÓDIGO 2021227446, em nome da AUTORA, nos termos da Lei;

11º. determine-se a imediata suspensão da aplicação


da alíquota de 25% de ICMS sobre as contas de energia elétrica, estipulando
provisoriamente a alíquota em 12%, por simetria com outros bens "considerados
essenciais", conforme quadro que integra a presente exordial;

12º. A concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser


pobre na acepção jurídica do termo, conforme declaração em anexo;

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ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
Advogados

Luis Paulo Rodrigues Vieira OAB/SP – 158122


Pedro Henrique da S. E. dos Santos OAB/SP – 300833
Luís Fernando Cabral de Medeiros OAB/SP – 304514
Renata de Oliveira Eustáquio Medeiros OAB/SP - 339148
13.º Seja condenado o Estado de São Paulo e CPF
PIRATININGA ao pagamento das despesas, custas processuais e honorários
advocatícios na fixação de 20%, do valor a ser repetido a AUTORA.

XX – DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


Direito admitidos.

XXI – DAS NOTIFICAÇÕES

Que todas as publicações, intimações ou qualquer outro


ato de comunicação sobre o presente processo sejam publicados em nome dos
advogados que esta subscrevem, sob pena de nulidade, requerendo, para tanto, a
anotação dos seus nomes nos autos.

XXII – DOS EMAILS

De acordo com o Novo Código de Processo Civil informa


que a AUTORA não possui email, porém o da advogada é:
andrea_adv@adv.oabsp.org.br .

XXIII – DO VALOR DA CAUSA

Rua Capitão Neves, nº 2124, sala 2 – Centro, Mirassol – SP – CEP. 15.130-000 – tel/fax: (17) 3242-8151
Celular: – (17) 98107-1601 – (17) 99118-0775 – e mail : luparovi@hotmail.com.br
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
Advogados

Luis Paulo Rodrigues Vieira OAB/SP – 158122


Pedro Henrique da S. E. dos Santos OAB/SP – 300833
Luís Fernando Cabral de Medeiros OAB/SP – 304514
Renata de Oliveira Eustáquio Medeiros OAB/SP - 339148

Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (DEZ mil reais) para


efeitos meramente fiscais, haja vista a necessidade de apuração dos valores
cobrados a maior nos meses do prazo prescricional.

Nestes Termos;

Pede Deferimento.
Mirassol, 16 de dezembro de 2016.

Andrea Gonçalves Costa


OAB/SP 166.966

Rua Capitão Neves, nº 2124, sala 2 – Centro, Mirassol – SP – CEP. 15.130-000 – tel/fax: (17) 3242-8151
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