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Areia – Paraíba
Novembro de 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CAMPUS II - AREIA
CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
Areia – Paraíba
Novembro de 2018
AGRADECIMENTOS
MUITO OBRIGADO!
DEDICATÓRIA
Dalai Lama.
RESUMO
The free fairs are considered as a proper environment for alimentary diseases
dissemination through the intense circulation of people and products at the same
place besides the undesirable hygiene and sanitary conditions, providing a
immeasurable risk to public health, becoming very important the knowledge of the
comercialization conditions and the products manipulation. The objective of this
paper was to evaluate the hygienic and sanitary conditions of the barrack which
comercialize bovine, swine, ovine and caprine meat at the free fair of the city of
Esperança - PB. Visits were realized at the saturdays and sundays of September and
October of 2018, at the city free fairs to evaluate the hygienic and sanitary conditions
of the place. Na analytic study was mad through a previously tested observational
questionary (check-list), based in recommendations of the Agencia Nacional de
Vigilancia Sanitaria (ANVISA). The observational questionary was divided in four
parameters: visual aspects, hygienic and sanitary aspects, environmental aspects
and organization aspects. 66 barracks of the public marketplace were analyzed and
the results were mostly of insastisfatory aspects, due the high number of
nonconformities with the current standards. This fact becomes a big concern, since a
big amount of the population consumes these products which are, in a certain way, a
risk to public health. t is concluded that, the present study, evidenced the inadequate
practices in the commercialization of the meat in the free market of Esperança - PB,
since they present numerous problems related to the hygienic-sanitary conditions in
the premises, in the manipulation of the products, and in the food preservation. A
reform of the structure of the meat market is indicated, improving the physical
environment and adapting the recommendations of the norms, guaranteeing safe
food for the consumers. It is indispensable that the Sanitary Surveillance and other
municipal oversight agencies adopt educational measures in the qualification and
awareness of merchants on the importance of correct practices in food handling
through courses, lectures, workshops and booklets. This will contribute to the
strengthening of income generation and better quality products, without risks to
public health.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14
2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................ 16
2.1 Feiras livres ........................................................................................................................ 16
2.2 Carnes ................................................................................................................................. 18
2.3 Doenças transmitidas por alimentos (DTA) ............................................................... 20
2.4 Edificações, instalações, equipamentos e utensílios .............................................. 22
2.5 Saúde e higiene pessoal dos manipuladores ............................................................ 23
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 27
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 39
14
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.2 Carnes
Segundo Almeida et al. (2010), a maioria das pessoas acredita, que para
evitar a contaminação dos alimentos basta apenas a lavagem e o cozimento dos
alimentos. Afirmam ainda que é normal essas condições insalubre e que “a feira é
lugar de sujeira”, sendo a casa do consumidor o local de higienização do alimento.
Neste sentido, não demostram qualquer interesse em adotar práticas adequadas
de higiene sanitária ao lidar com seus produtos.
Mattos et al. (2015), verificaram em seu trabalho, que devido ausência de
cuidados relacionados a higiene das pessoas e dos produtos comercializados nas
feiras livres, resultava significadamente na qualidade e perecibilidade deixando
bastante a desejar, principalmente quanto ao ambiente de vendas e o
armazenamento, sendo um fator primordial para a disseminação de doenças
graves.
sanitárias das feiras, uma vez que a população deve ser conscientizada da
situação dos alimentos ofertados, que geralmente estão em desacordo com as
normas de higiene para o consumo.
As condições do ambiente, a ventilação, a iluminação, o fornecimento de
água potável, o tratamento do esgoto e do lixo e o uso adequado dos
equipamentos e da conservação dos alimentos são aspectos fundamentais para se
obter alimentos seguros e de boa qualidade. De modo geral, as feiras livres,
contrariam a legislação sanitária, afetam principalmente a qualidade da carne,
pondo em risco o bem-estar da população e demostrando a falta de treinamento
dos feirante, sobre tudo na manipulação dos alimentos (FERREIRA et al., 2012).
Sousa et al. (2012), observaram que a maioria dos utensílios e equipamentos
como facas, serras e balanças estava desgastada e sem higiene adequada. Além
disso, as carnes quando não estavam exposta penduradas em ganchos se
apresentavam em superfícies de madeira e alvenaria danificada.
A completa falta de condições de trabalho dos feirantes de Santo Amaro-Ba,
observada por Almeida et al. (2010), relatam a falta de higienização das barracas e
em péssimo estado de conservação e muito sujas. As feiras livres não possuíam
fornecimento de água tratada, dificultando a higiene pessoal dos manipuladores,
dos utensílios e instalações (MATTOS et al; 2015).
Sousa et al. (2012), observaram que os feirantes utilizavam panos para
higiene das mãos e utensílios e não faziam uso de vestimentas, boa parte não
utilizavam toucas, sendo que todos manipulavam carne ao mesmo tempo que
recebiam o pagamento pelo produto. De acordo com a Resolução RDC n. 216, de
15 de setembro de 2004, os manipuladores devem estar limpos, usando toucas,
vestimenta adequada, luvas e principalmente não manipular dinheiro, nem se
alimentar durante a atividade.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1: imagens das instalações da feira livre de Esperança – PB. Fonte: arquivo pessoal.
Referente a impermeabilização de piso e paredes 90,91% das barracas
estavam fora da conformidade, resultando num serio agravamento devido a difícil
higienização do ambiente, observado na Figura 1. Cavalcanti et al. (2014), verificou
que na feira de Bananeiras – PB não havia nenhum revestimento 100% que
ressalta a grande preocupação, já que ausência de piso e paredes impermeáveis
dificulta muito a limpeza das instalações.
No quesito bancadas em boas condições no gráfico 1, apenas 18,18%
estavam em conformidade, dado que demonstra a precariedade das instalações de
comercialização de carne, muitas com rachaduras, madeiras estragadas em
deterioração, causando um sério risco a contaminação por microrganismo, na
Figura 1. Resultados aproximados aos encontrados por Coelho et al. (2017), em
feiras livres de Petrolina – PE de apenas 25% de conformidade com as normas.
29
ASPECTOS FISICOS
68,19
ITENS AVALIADOS
CONFORMIDADE %
No item higiene das mãos antes do manuseio, cerca de 96,97% dos feirantes
observados no estudo, não realizaram a higienização adequada antes e após o
manuseio das carnes na Figura 2. Por se trata de um fator muito importante para a
contaminação dos alimentos. Segundo Santos Jr. (2011) as mãos são o principal
veículo de disseminação de doenças alimentares devido à falta de higiene do
manipulador, já que entra em contato direto com o produto. Sousa et al. (2012),
verificaram na sua pesquisa esse alto índice 90% na feira livre da cidade de Pau
dos ferros – RN, uma vez que os feirantes utilizavam apenas um pano para a
limpeza das mãos durante o dia todo, sem qualquer tipo de preocupação com o
risco de contaminação.
No quesito limpeza constante dos utensílios 93,94% dos feirantes não
realizavam a higienização adequada de seu equipamentos, uma taxa muito
elevada que causa uma preocupação devido a contaminação direta do produto na
figura 3. Os autores Santos Jr. (2011) e Coelho et al.(2017), obtiveram 66,66% e
75% respectivamente, em seus estudos referente a comercialização de produtos de
origem animal. Eles ressaltaram que grande parte dos equipamentos como: serras,
facas e ganchos apresentavam péssimas condições de higiene, muitas vezes
enferrujados e desgastados, sendo um foco de estrema contaminação. A limpeza
dos equipamentos e instalações ocorre logo após o termino da feira, sendo uma
condição desfavorável de sanidade.
31
Uso de touca 0
Uso de avental 66,67
33,33
Higiene das mãos antes do manuseio 96,97
3,03
Limpeza dos utensílios constante 93,94
6,06
Espirros, tosse, cigarro e outros atos 22,73
77,27
O mesmo manuseia carne e dinheiro 19,7
80,3
0 20 40 60 80 100
O mesmo
Espirros, Limpeza dos Higiene das
manuseia Uso de
tosse, cigarro utensílios mãos antes Uso de touca
carne e avental
e outros atos constante do manuseio
dinheiro
NÃO% 19,7 22,73 93,94 96,97 66,67 100
SIM% 80,3 77,27 6,06 3,03 33,33 0
CONFORMIDADE %
ASPECTOS AMBIENTAIS
93,93
Vestígios de animais errantes 12,13
87,87
Fiscalização por órgãos responsáveis 100
0
Lixeiras para consumidores 90,91
9,09
Lixeiras para comerciantes 78,79
21,21
Pisos dos boxes limpo 93,93
7,57
0 20 40 60 80 100
Lixeiras para Fiscalização Vestígios de Vestígios de
Pisos dos Lixeiras para
consumidore por órgãos animais pragas
boxes limpo comerciantes
s responsáveis errantes urbanas
NÃO% 93,93 78,79 90,91 100 12,13 6,07
SIM% 7,57 21,21 9,09 0 87,87 93,93
CONFORMIDADE%
sendo uma questão muito importante pra se fazer o planejamento das ações do
poder público.
No quesito identificação dos boxes, apenas 7,57% eram identificados.
Cavalcanti et al. (2014), verificaram que menos de 20% dos boxes eram
identificados nas feiras estudadas, reforçando a importância para a organização do
espaço físico que as barracas estejam, devidamente, credenciadas e identificadas
facilitando assim a fiscalização.
No item treinamento dos feirantes foi observado que nenhum deles havia
participado de qualquer tipo de qualificação no âmbito de higiene na manipulação
de alimentos. Fato esse que merece ser revisto pelos órgãos fiscalizadores, uma
vez que muitos deles questionam a ausência de conhecimento das normas e leis
vigentes. Cavalcanti et al. (2014), Santos (2011) dentre outros autores descrevem
em seus estudos, que a ausência de treinamento e qualificação das pessoas que
trabalham diretamente com alimentos são os gargalos que tornam a feria um
ambiente de insalubridade, já que a comercialização como meio de vida vem de
geração em geração da mesma forma.
ASPECTOS ORGANIZACIONAIS
ITENS AVALIADOS
CONFORMIDADE%
NÃO% SIM%
Gráfico 5: Todos os itens avaliados no estudo das condições sanitárias da feira livre de
Esperança – PB.
38
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, T.; SOUSA, C.P; FERNANDES, S.R.S; SILVA, T.M; DA LUZ, J.R.D.
Condições higiênico-sanitárias da carne bovina vendida em feiras livres de Natal,
Rio Grande do Norte. Nutrivisa – Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde. v. 3,
n. 3, p.121, nov-fev/2017.
FARIAS, K.C; MARTINS, F.F.F; MARTINS, F.F; MOREIRA, I.C.M; JALES, K.A;
ALENCAR, T.C.S.B.D; SILVA, M.M.G. Avaliação das condições higiênico-
sanitárias das alimentos comercializadas no mercado e na feira livre do
município de Hidrolândia-CE. IFCE, Fortaleza – CE, p.7, junho 2010.
SOUSA, C.O; FILHO, G.P.C; MELO, K.K.F; FERNANDES, M.B; ROCHA, S.F;
MACHADO, A.L. Perfil da qualidade higiênico- sanitária de carnes comercializadas
em férias livres do município de Pau dos Ferros/RN – Brasil In: VII CONNEP
(Congresso Norte e Nordeste De Pesquisa e Inovação).2012. Anais...Pau dos
Ferros/RN .2012.