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5 Conceitos Básicos que podem

lhe ajudar no Bem-Estar e


Enriquecimento Ambiental
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E-book
gratuito!

Profa. Cynthia Fernandes Cirpeste

Prof. Cristiano Schetini de Azevedo

Profa. Cristiane Schilbach Pizzutto


Apresentação
Obrigado por baixar este material!

Isto nos deixa felizes! Acreditamos que se você se

interessou por este tema é porque tem uma

preocupação especial por nossa fauna!

O objetivo deste e-book é trazer informações

mínimas, uma pequena introdução sobre bem-

estar e comportamento animal.

Por meio dos nossos posts, e-mails, lives e outros

materiais iremos aos poucos aprofundar neste

tema, e o melhor, com Professores que são

reconhecidos no Brasil e no Mundo quando

falamos sobre condicionamento, bem-estar e

comportamento animal.

Esperamos que gostem e pedimos que continue

sempre buscando conhecimento nesta área.

Para isso siga-nos no instagram e continuo

recebendo nossas Newsletter.

Abraços,

Prof. Dalton Araujo Antunes

APRESENTAÇÃO

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Profa. Cristiane
Pizzutto

Formação: Médica Veterinária, formada na Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de

São Paulo - FMVZ / USP, Mestrado, Doutorado e Pós-

doutorado pela FMVZ / USP. Course of Zoo Biology and

Management and Zoological Medicine Training - AZA

(American Zoo and Aquarium Association).

Experiência: Docente na Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo -

FMVZ / USP. Orientadora e Docente no Programa de

Pós-graduação em Reprodução Animal - FMVZ / USP.

Ganhadora do Prêmio Hannelore Fuchs -

Comportamento Animal Presidente da Comissão Técnica

de Bem-estar Animal do CRMV - SP. Membro do Comitê

de Bem-estar da Associação de Zoológicos e Aquários do

Brasil - AZAB. Membro Fundadora e Pesquisadora do

Instituto Reprocon (Reproduction for Conservation).

Integrante do International Environmental Enrichment

Conference Commitee. Estágios no California Regional

Primate Research Center e Omaha's Henry Doorly Zoo.

Coordenadora do Shape Brasil - The Shape of

Enrichment. Revisora de periódicos nacionais e

AUTORES internacionais.

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Prof. Cristiano
Schetini de
Azevedo

Formação: Biólogo, formado na Faculdade de

ciências Biológicas da Universidade Federal de

Minas Gerais - UFMG, Mestrado em Zoologia

pela pontifícia universidade católica de Minas

Gerais, Doutorado em Ecologia, Conservação e

Manejo de fauna pela UFMG.

Experiência: Docente na Universidade Federal

de Ouro Preto mg/ UFOP. Coordenador do

programa de pós-graduação em Ecologia de

Biomas Tropicais da UFOP e Docente no

Programa de Pós-graduação em Ecologia da

Universidade Federal de São João Del Rei -

UFSJ. Membro do Comitê de Bem-estar da

Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil -

AZAB. Pesquisador do jardim zoológico de Belo

Horizonte. Presidente da sociedade brasileira

de etologia - SBET.

AUTORES

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Profa.Cynthia
Cipreste

Formação Bióloga, formada pela PUC Minas

Curso de certificação em bem-estar animal -

Wild Welfare/AZAB Curso Managing Animal

Enrichment and Training Programs (MAETP) -

AZA (American Zoo and Aquarium Association)

Curso Best Practices in Animal keeping - ZCOG

(Zoo Conservation Outreach Group) /AZA

(American Zoo and Aquarium Association)

Experiência Trabalha há mais de vinte anos com

bem-estar, enriquecimento ambiental e

condicionamento animal no Zoológico de Belo

Horizonte Coordenadora do Comitê de Bem-

estar Animal da AZAB (Associação de Zoológicos

e Aquários do Brasil) Membro do The Shape os

Enrichment Brasil Auditora da AZAB no

programa de certificação em bem-estar animal

para Zoológicos e Aquários brasileiros.

AUTORES

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1- HISTÓRIA DO BEM-ESTAR ANIMAL

Inicialmente, consideramos importante abordar um

pouco da história do Bem-estar-animal.

Ele sofreu mudanças em seu conceito ao longo do

tempo e acreditamos que ele continuará a ter sua

concepção alterada, sempre buscando a melhor

qualidade de vida e respeito aos animais.

·SÉCULO XIX

Menageries: os zoológicos eram grandes centros de

exposição da vida silvestre.

Entendia-se por bem-estar os cuidados veterinários,

alimentação, higiene e reprodução.

·SÉCULO XX

Avanço nos estudos comportamentais em campo.

·SÉCULO XX E XXI

Preocupação cada vez maior acerca do bem-estar

animal (décadas de 50-60).

Os zoológicos passam a ser centros de conservação da

vida silvestre.

Surgimento de técnicas para se avaliar o bem-estar e do

enriquecimento ambiental (década de 70).

1.BEM-ESTAR
ANIMAL
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VISÃO MODERNA SOBRE O
BEM-ESTAR ANIMAL
a. Saúde física é importante;
b. Bem-estar psicológico é vital;
c. Saúde ambiental é fundamental
d. Em termos de bem-estar animal, não
podemos separar bem-estar físico e
psicológico, tampouco ignorar o ambiente
onde o animal está inserido.

2.1- AMBIENTE
O ambiente, basicamente, definido como o

meio em que se vive, pode ser diferenciado

em:

a. natural - sendo este dinâmico, e

b. de cativeiro - sendo este previsível.

2.AMBIENTE

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Procurar e competir
por parceiros para
acasalar

Procurar e
consumir
Evitar Natureza alimentos
predadores

Interagir com o
ambiente em constante
mudança

Vida cheia de
desafios

Comportamento
natural
flexível

2.NATUREZA

Bem-estar
X
CATIVEIRO

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Protegidos contra
interações
competitivas

Parceiros
escolhidos
Alimentos Cativeiro
fornecidos

Não há perigos e
imprevistos, ambiente
sem mudanças

FALTA
DE DESAFIOS

Comportamentos
inapropriados
entediamento (apatia)

2.NATUREZA
X
CATIVEIRO
COMPROMETE O
BEM-ESTAR
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3 – COMPORTAMENTO ESTEREOTIPADO

Comportamento esteriotipado pode ser

demonstrado por comportamentos repetitivos e

sem função aparente.

Nas figuras abaixo, tanto o urso quanto a lhama

e o macaco estão desempenhando o mais

comum comportamento estereotipado em

animais de cativeiro: o “pacing” (andar de um

lado para o outro do recinto).

3.COMPORTAMENTO
ESTEREOTIPADO

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3.1 – POR QUE SURGEM OS

COMPORTAMENTOS ESTEREOTIPADOS

Umas das principais formas para buscar a

solução de comportamento esteriotipados é

justamente saber o motivo que os fazerm

surgir, e dentre eles podemos citar:

O ambiente não tem estímulos adequados;

O animal tem motivação para expressar um

comportamento, mas não tem oportunidade

(frustração);

Medo ou estresse;

Danos cerebrais;

Problemas sociais quando jovens (ex: animais

criados na mão).

3.COMPORTAMENTO
ESTEREOTIPADO
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3.2 – FUNÇÃO E MECANISMO

Apesar do comportamento não ser algo

desejado ele possui funções e mecanismos

para tentar mitigar os efeitos ambientais

não desejados. Sendo eles:

Deixa o animal menos consciente de sua

condição adversa – diminuição ou perda de

feedback com o ambiente.

Relacionado com a liberação de opióides no

cérebro.

Evidência: uso de drogas que bloqueiam a

liberação de opióides no cérebro tende a

reduzir o comportamento estereotipado.

A estereotipia não
aparece, ela se desenvolve
ao logo do tempo, em
ambientes com estímulos
inadequados.
3.COMPORTAMENTO
ESTEREOTIPADO

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3.3 – DESENVOLVIMENTO

-Primeira fase: o animal reage contra

qualquer fator ambiental que o esteja

estressando ou frustrando.

-Segunda fase: se a fonte de frustração

(ou estímulo estressor) não forem

eliminados, esse comportamento se torna

mais evidente, ocupando cada vez mais o

tempo do animal.

O aumento da
estereotipia é associado a
uma redução do número e
da diversidade dos
comportamentos.

+ de 10% /dia
é inaceitável!

3.4 – CURA E PREVENÇÃO


Para se curar e principalmente prevenir o
aparecimento de comportamentos
estereotipados, utiliza-se o enriquecimento
3.COMPORTAMENTO
ESTEREOTIPADO ambiental.

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4 – ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL

É o processo no qual se cria um ambiente


interativo e complexo que permita ao animal
apresentar um comportamento natural.

Promove desafios e novidades através da


simulação de situações que ocorreriam na
natureza. Oferece ao animal oportunidade de
escolha e controle de seu ambiente.

O enriquecimento é uma ferramenta


importante na manutenção do bem-estar
animal, pois evita o aparecimento de
comportamentos anormais e/ou
estereotipados.

4.ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL

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4.1 – POR QUE ENRIQUECER UM

AMBIENTE?

-Melhora as condições físicas e sociais

dos animais (bem-estar animal);

-Cria desafios e imprevisibilidades

importantes;

-Aumenta as habilidades cognitivas do

animal;

-Contribui com o trabalho de educação

ambiental;

-Pode estimular a reprodução;

-Os animais passam a expressar

comportamentos mais próximos dos

naturais;

4 .ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL
-É utilizado em programas de
www.faunaemfoco.com reintrodução de espécies ameaçadas.
4.2 – COMO ENRIQUECER UM

RECINTO

Por meio da introdução de estímulos no

ambiente, que sejam específicos para a

espécie em questão.

Os estímulos são divididos nas

seguintes categorias:

4.2.1 – ESTÍMULOS FÍSICOS

4.2.2 – ESTÍMULOS SOCIAIS

4.2.3 – ESTÍMULOS SENSORIAIS

4.2.4 – ESTÍMULOS COGNITIVOS

Logo a seguir vamos descrever cada um

desses estímulos.

4.ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL

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4.2.1 – ESTÍMULOS FÍSICOS

É a mobília do ambiente.

São as cordas, troncos, galhos, pedras,

manilhas, mangueiras de bombeiros etc.

Aumentam a complexidade do recinto.

Mais importante que o tamanho do

recinto é o que ele tem para oferecer.

Se não podemos aumentar o tamanho

dos recintos na horizontal, podemos

pensar em aumentá-lo na vertical

(devemos pensar na espécie que viverá

no recinto para avaliar se a

estratificação vertical é válida!).

4.ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL

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4.2.2 – ESTÍMULOS SOCIAIS

É fornecer companhia para os animais,

seja ela real ou não.

Pode ser categorizado em

intraespecífico (entre indivíduos da

mesma espécie) e/ou interespecífico

(entre indivíduos de espécies

diferentes) – recintos mistos.

4.2.3 – ESTÍMULOS SENSORIAIS

São fornecidos estímulos visuais

(imagens, janelas, bonecos, etc),

auditivos (sons, vocalizações, músicas,

etc), olfativos (odores de alimentos, de

predadores, de presas, de indivíduos da

mesma espécie, etc), gustativos

(sabores diferentes dos normalmente


4.ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL
oferecidos ao animal) e táteis (coisas
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para o animal manipular).
4.2.3 – ESTÍMULOS SENSORIAIS

São fornecidos estímulos visuais (imagens,

janelas, bonecos, etc), auditivos (sons,

vocalizações, músicas, etc), olfativos (odores

de alimentos, de predadores, de presas, de

indivíduos da mesma espécie, etc), gustativos

(sabores diferentes dos normalmente

oferecidos ao animal) e táteis (coisas para o

animal manipular).

4.2.4 – ESTÍMULOS COGNITIVOS

São dispositivos que estimulem a capacidade

de resolver problemas complexos dos

animais. Em outras palavras, que façam com

que os animais pensem!

São os quebra-cabeças, dispositivos

mecânicos com a Caixa de Skinner (onde o

animal, para conseguir uma recompensa, por

exemplo, um alimento, deve apertar uma

seqüência correta de botões e alavancas), e o

treinamento (o treinamento não é


4.ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL considerado por muitos pesquisadores como

sendo um tipo de enriquecimento ambiental).


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4.3 - CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

SOBRE O ENRIQUECIMENTO

4.3.1 – CONHECER A ESPÉCIE EM ESTUDO


O tipo de enriquecimento utilizado deve ser

compatível com a espécie em questão. Devemos

realizar pesquisas bibliográficas antes de propor

algum tipo de enriquecimento para o animal.

4.3.2 – EVITANDO ACIDENTES


A segurança do animal em primeiro lugar.

Deve-se avaliar se o enriquecimento proposto

não causará danos ao animal. A observação do

animal é importantíssima para avaliar a

eficácia e a segurança do item proposto.

Para avaliarmos a segurança de um

dispositivo de enriquecimento, devemos fazer

as algumas perguntas:

-O animal pode se enrolar na corda?

-O animal pode usar o enriquecimento como

uma arma?

-O animal pode se ferir?

-O animal pode usar o enriquecimento


4.ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL
como trampolim para fugir de seu recinto?
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4.3.3 – PERMANÊNCIA DO

ENRIQUECIMENTO NO RECINTO
O dispositivo não pode tornar-se parte do

ambiente, ele deve sempre manter seu caráter de

novidade e de imprevisibilidade.

Às vezes, o animal não se interessa pelo item ou

fica aterrorizado quando este é colocado dentro

do ambiente.

O animal pode levar um tempo até se acostumar

com o enriquecimento (período de habituação).

Deve-se tomar cuidado para não superestimular

os animais, colocando vários itens de

enriquecimento ao mesmo tempo.

4.3.4 – ENRIQUECIMENTO E EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

O enriquecimento ambiental permite ao visitante

observar os animais se comportando

naturalmente.

Animal mais ativo

Público mais interessado

Mais fácil de se trabalhar a educação


4.ENRIQUECIMENTO ambiental
AMBIENTAL

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Conservação das espécies na natureza
5 – COMO REALIZAR UMA PESQUISA EM

COMPORTAMENTO ANIMAL – AVALIANDO O

ENRIQUECIMENTO ANIMAL

Para se garantir a validade dos resultados de uma

pesquisa em comportamento animal para se

avaliar a eficácia do enriquecimento ambiental,

alguns passos devem ser observados durante o

estudo:

1 – Escolha da espécie;

2 – Conhecimento da espécie escolhida;

3 – Observações preliminares;

4 – Identificação do projeto;

5 – Esboço do projeto;

6 – Preparação da proposta;

7 – Desenvolvimento do projeto;

8 – Análise, discussão e conclusão dos dados;

9 – Apresentação do trabalho.

Todos estes passos serão abordados logo em

breve! Por enquanto é só, mas temos muito mais

para aprendermos juntos!

5.PESQUISA EM
COMPORTAMENTO
ANIMAL
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CONTATOS

Esperamos que o material deste e-book possa ser


útil e principalmente ajude você a proporcionar
bem-estar aos animais selvagens.

Receber seu retorno sempre será bem-vindo, por


isso entre em contato, apresente sugestões que
teremos grande prazer em trocar informações
com você!

Abraços e ate breve!

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contato@faunaemfoco.com
CONTATOS

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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Washington, DC: The National Academies Press.


Rampim L.V., Oliva V.N.L.S. (2016) Benefits of
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

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