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O2 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
CRPH
Centro de Referência Patrimonial e Histórico
do Município de Duque de Caxias
CEPEMHEd
Centro de Pesquisa, Memória e História da Educação
da Cidade de Duque de Caxias
e Baixada Fluminense
IPAHB
Instituto de Pesquisas e Análises Históricas e de Ciências Sociais
da Baixada Fluminense
IAPAC
Instituto Amigos do Patrimônio Cultural
E DITORIAL
A Revista Pilares da História, plural até no nome, celebra em sua viségima quarta edição e duas
décadas de existência, uma longa e rica série de contribuições para a investigação, estudo e divulgação
dos temas e pautas de nossa região, a Baixada Fluminense e nossa cidade, Duque de Caxias.
A ASAMIH traz-nos muito orgulho – nossa jovem Associação dos Amigos, que celebra neste ano
de 2021, seus vinte anos de existência – por ser a instituição viabilizadora dessa trajetória de sucesso,
junto ao Instituto Histórico. Trajetória que se ampara em três pilares principais: o apoio decisivo do
Legislativo municipal; o empenho de seus associados e colaboradores e o desejo de seus inúmeros
leitores em mantê-la viva, discutindo nossas urgentes demandas regionais em suas diversas dimensões
históricas, geográficas, patrimoniais, culturais e educacionais.
Neste número, sua equipe editorial mantém, como não poderia deixar de ser, a arquitetura de
sempre. Pluralidade de temas, intergeracionalidade de autores e seriedade de abordagens que sustentam
a identidade da PILARES, o desejo de ser lida e garante, novamente para nosso orgulho, seu destaque
acadêmico estampado em sua qualificação Qualis/CAPES, conquistada ao longo de anos e anos de
esforço e dedicação.
Nesta edição, mais uma relevante homenagem: celebramos o centenário da excepcional
experiência educativa da "Mate com Angu", a Escola Proletária/Regional de Merity, em sua riqueza
exemplar, orgulho de nossa cidade e do país. Homenageamos em capa, artigos e seções acompanhados
no corpo da Revista por outros textos que compõem nosso esforço da edição que agora oferecemos.
Destacamos que fazemos questão de reiterar nosso orgulho. Em tempos difíceis, ter orgulho de
ações coletivas é bálsamo, resiliência e resistência; e a mais nobre tarefa da História, "ciência dos homens
no tempo", desvela passados à luz do presente, apontando sempre os melhores possíveis futuros. Grande
abraço e boa leitura!
HOMENAGEM
Entre os enormes ensinamentos e exemplos de vida que por eles foram deixados,
homenageamos os AMIGOS, educadores, artistas e pesquisadores
M ENSAGEM DO PRESIDENTE
DA CÂMARA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS
S umário
ARMANDA ÁLVARO ALBERTO E A ESCOLA REGIONAL DE MERITI:
PILARES DA ESCRITA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LOCAL..............................................................................................7
Amália Dias / Angélica Borges / Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro
A GEOGRAFIA DA INFÂNCIA NO ENSINO FUNDAMENTAL NA BAIXADA FLUMINENSE:
UM ESTUDO DE CASO EM NOVA IGUAÇU.............................................................................................................................15
Clézio dos Santos
O MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU E O PROJETO HORÁRIO INTEGRAL NA BAIXADA FLUMINENSE:
POR UMA EDUCAÇÃO MAIS CIDADÃ..........................................................................................................................................25
Alex Ferreira Agustinho
MEMÓRIAS ANCESTRAIS NO NORTE E OESTE DAS CERCANIAS DA GUANABARA:
NO TEMPO DAS CONCHAS E DA JACUTINGA......................................................................................................................37
Marlucia do Santos de Souza / Silene Orlando Ribeiro
SEÇÃO ICONOGRAFIA..................................................................................................................................................................108
19ª LEGISLATURA........................................................................................................................................................................129
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Resumo Abstract
Neste artigo, defendemos que o surgimento das We herein advocate that the emergence of
pesquisas sobre a Escola Regional de Meriti na research about Meriti Regional School in
escrita acadêmica é o marco inaugural no academic writing is the inaugural milestone in the
desenvolvimento do campo de pesquisa sobre a development of the research field about the
história da educação na Baixada Fluminense, a history of education in Baixada Fluminense, from
partir da década de 1990. Nós definimos o the 1990s onwards. We defined the social context
contexto social da produção acadêmica e da of academic production and the current status of
situação atual dos estudos sobre o assunto com studies on the subject based on literature survey.
base em levantamento bibliográfico. Keywords: Historiography. Education. New
Palavras-chave: Historiografia. Educação. Nova School.
Escola.
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Resumo Abstract
O principal objetivo da pesquisa é analisar e The main objective of the research is to analyze
refletir sobre os desenhos produzidos sobre o and reflect on the drawings produced about the
lugar pelos place by elementary school students from Nova
alunos do ensino fundamental de Nova Iguaçu na Iguaçu in Baixada Fluminense. The research
Baixada Fluminense. A metodologia da pesquisa methodology is related to qualitative educational
está relacionada aos estudos educacionais studies, which involve reading, analysis of the
qualitativos, que envolvem a leitura, análise do theoretical framework of childhood geography
referencial teórico da geografia da infância e and analysis of the drawings made by the
análise dos desenhos feitos pelos alunos. students.
Palavras-chave: Geografia da Infância; ensino Keywords: Geography of Childhood; elementary
fundamental; Nova Iguaçu; Desenho. school; Nova Iguaçu; Drawing.
E-mail:
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Considerações finais
Dias,
permitem
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O
MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU E O
PROJETO HORÁRIO INTEGRAL NA BAIXADA
FLUMINENSE: POR UMA EDUCAÇÃO MAIS CIDADÃ
THE MUNICIPALITY OF NOVA IGUAÇU AND THE INTEGRAL HOURS
PROJECT IN DOWNTOWN FLUMINESE: FOR A MORE CITIZEN EDUCATION
Resumo Abstract
O presente texto tem por objetivo analisar os The purpose of this text is to analyze the programs
programas de escolas de tempo integral na of full-time schools on a national and local scale,
escala nacional à local, utilizando como exemplo using the Full Time Project in Nova Iguaçu in the
o Projeto Horário Integral em Nova Iguaçu no State of Rio de Janeiro as an example. The
Estado do Rio de Janeiro. O programa tanto em program, both on a national and local scale, is a
escala nacional como local são instrumentos pedagogical tool that promotes the intellectual,
pedagógicos que promovem o desenvolvimento physical and social development of students,
intelectual, físico e social dos discentes promoting the construction of citizenship.
proporcionando a construção da cidadania. Keywords: Full Time. Education. Citizenship.
Palavras-chave: Horário Integral. Educação.
Cidadania.
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Resumo Abstract
Este artigo visa construir subsídios para a This article aims to build subsidies for the
implementação da Lei n° 11.645/2008 na implementation of Law No. 11,645 / 2008 in basic
educação básica. Analisa as evidências education. It analyzes the archaeological
arqueológicas e as narrativas construídas por evidence and the narratives constructed by
viajantes, cronistas, religiosos e diferentes travelers, chroniclers, religious and different
agentes do poder régio para refletir sobre as agents of the royal power to reflecton the
memórias ancestrais das populações indígenas ancestral memories of the indigenous populations
no Recôncavo da Guanabara. in the Recôncavo da Guanabara.
Palavras-chave: Recôncavo da Guanabara. Keywords: Recôncavo da Guanabara.
Sambaqui. Tupinambá. Sambaqui. Tupinambá.
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Resumo Abstract
O presente artigo identifica e descreve a The present article identifies and describes the
imaginária cristã colonial, a partir de seu colonial Christian imagery, from its appearance,
surgimento, desenvolvimento, características e o development, characteristics and silence,
silêncio, destacando as Ruínas da Capela de highlighting the Ruins of the Chapel of Santa Rita
Santa Rita da Posse e a Capela de Nossa da Posse and the Chapel of Nossa Senhora do
Senhora do Rosário dos Homens Pretos, da Rosário dos Homens Pretos, of the Old Fazenda
Antiga Fazenda São Bento do Iguaçu, buscando São Bento do Iguaçu, seeking to understand how
entender como se deu a presença da arte sacra the presence of colonial religious art took place in
colonial do território que hoje compreende o the territory that today comprises the municipality
município de Duque de Caxias. of Duque de Caxias.
Palavras-chave: Imaginária; Patrimônio; Keywords: Imaginary; Patrimony; Diocese;
Diocese; Duque de Caxias. Duque de Caxias.
:
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Fazenda de São Bento de Iguaçu e a capela de Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos
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( (
Referências
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Resumo Abstract
A estimativa da historiografia tradicional de que The estimate of the traditional historiography of
15 mil pessoas acompanharam a Família Real 15,000 people accompanying the Portuguese
portuguesa na vinda ao Rio de Janeiro foi Royal Family to Rio de Janeiro was recently
recentemente contestada por estudos do challenged by studies of the historian Nireu
historiador Nireu Cavalcanti. Estudando fontes Cavalcanti. Studying consecrated sources and
consagradas e também algumas fontes novas ou also some new or forgotten sources, this article
esquecidas, este artigo tenta lançar uma nova luz tries to shed a new light on the question.
sobre a questão. Keywords: Portuguese Court. Brazil. Rio de
Palavras-chave: Corte Portuguesa. Brasil. Rio de Janeiro.
Janeiro
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Será que o Padre Perereca lançaria uma luz sobre o número de pessoas que vieram com a
família real para cá? A informação de O'Neil de que o embarque em Lisboa foi confuso e atabalhoado é
confirmada: "...por ser demasiada a gente, que embarcara em grande confusão, desarranjo, e escassez
das coisas as mais necessárias para tão longa viagem" e "Tal foi a precipitação e a confusão do
embarque!". A informação de que o número de pessoas que fizeram a travessia oceânica foi elevado
também é confirmada:
[D]esceu o Príncipe Regente Nosso Senhor da nau Príncipe Real, que o conduzira, e se
meteu no bergantim com a sereníssima senhora princesa do Brasil, e com os
sereníssimos senhores príncipe da Beira, infantes, infantas; e acompanhado de toda a
Corte, com que saíra de Lisboa, e de outras personagens distintas, que de terra o foram
buscar a bordo, ou que das naus desembarcaram (o que tudo fazia uma comitiva muito
numerosa, e brilhante de escaleres, lanches, e outras embarcações menores), se dirigiu
para cidade em direitura do lugar do desembarque.
Rodeavam a Sua Alteza Real os grandes do Reino, oficiais-mores da sua real Casa,
camaristas, e nobreza; e era seguido de um numeroso cortejo de eclesiásticos,
militares, oficiais da marinha portuguesa, e britânica, como também de outras
muitas pessoas, que de Lisboa tinham vindo em sua companhia.
Na seção 46, que conclui o capítulo "Felicidade do Brasil" da Época Primeira, depois de afirmar
que "no memorável dia 29 de novembro de 1807, uma grande parte da fidalguia, e nobreza portuguesa [...]
trocaram a bela, e opulenta Lisboa pelo Rio de Janeiro no Brasil", Padre Perereca passa a arrolar os
nomes desses nobres. O número total de nobres listados não é possível precisar, já que são feitas
referências a "filhos", "irmãos", sem especificação dos números exatos, mas supondo que um casal
tivesse em média três filhos, o total fica em torno de cem, um número bem modesto. Mas esses nobres não
vieram sozinhos. Diz o Padre Perereca:
Igualmente vieram com S.A.R. [Sua Alteza Real] outras muitas pessoas distintas, de
todas as ordens do Estado, das quais a maior parte delas são empregadas no serviço de
Suas Altezas, como confessores, guarda-roupas, moços da Câmara, etc. damas do
Paço, donas da Câmara, açafatas [fidalgas a serviço de damas da família real], etc.
médicos, e cirurgiões da Câmara, muitos eclesiásticos seculares, e regulares de várias
religiões, muito grande número de oficiais do exército, e da marinha; item, a brigada real
da mesma marinha, comandada pelo seu brigadeiro, Joaquim José da Silva, alguns
desembargadores, oficiais das secretarias d' Estado, e várias famílias particulares, etc,
cujos nomes fariam um extensíssimo catalogo alheio deste opúsculo, mas que não
são menos dignos de eterna fama, e gratidão [...]
Surgiu um número fantasioso de 15 mil pessoas criado por um oficial chamado Thomas
O'Neil, pertencente à marinha inglesa, registrado em suas memórias, publicadas no
século XIX. Encontrava-se o referido oficial embarcado a quilômetros de distância do
porto de Belém de onde saíram os navios portugueses. Evidentemente, ele não
presenciou o embarque das pessoas para contá-las. Pura fantasia delirante!
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Mas Nireu não ficou só na retórica. Como bom detetive da história, pôs-se em campo para
"rastrear" as pessoas que teriam vindo na comitiva da Família Imperial. Para isso valeu-se dos seguintes
documentos: 1) Pessoas que com a Corte Portuguesa embarcaram para o Brasil no dia 29 de novembro de
1807, Biblioteca da Ajuda, Lisboa; 2) Papéis relativos à vinda da Família Real para o Brasil, Arquivo
Nacional, RJ; 3) Relação das pessoas que saíram desta cidade para o Brasil em companhia de Sua Alteza
Real, no dia 29 de Novembro de 1807, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, RJ; 4) Joaquim José de
Azevedo. Exposição analítica e justificativa da conduta e vida pública do Visconde do Rio Seco. Rio de
Janeiro: Imprensa Nacional, 1821; 5) Luiz Gonçalves dos Santos (Padre Perereca). Memórias para servir
à história do Reino do Brasil. Rio de Janeiro: Zelio Valverde, 1943. 6) Almanaque de Lisboa para o ano de
1807; 7) Almanaque do Rio de Janeiro para o ano de 1811; 8) Gazeta do Rio de Janeiro, anos de 1808 e
1809, com os nomes de pessoas que fizeram doação para ajuda na restauração de Portugal; 9)
passaportes para o Rio de Janeiro, anos de 1807 a 1810, Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa.
Com base em seu cruzamento de dados, Nireu conseguiu identificar 522 pessoas arroladas em
duas listas: 1) uma lista geral, "com as pessoas civis, religiosas, ou militares que aparecem repetidas em
documentos diferentes", "representativa dos que poderíamos classificar como os que acompanharam a
Família Real, aqueles que de alguma forma devem ter sido incluídos na lista oficial dos que teriam o
privilégio de seguir a rainha e o príncipe regente", totalizando 420 pessoas; e uma lista "só com os
militares citados por Esparteiros (não citados na lista Geral) que aparecem no Almanaque da cidade do Rio
de Janeiro de 1811, ou na Gazeta", no total de 102 pessoas. As listas formam, respectivamente, os
Anexos 1 e 2 do artigo supracitado. As listas não incluem as tripulações das embarcações, "por se tratar de
população em trânsito que nelas permaneciam durante o período de fundeamento na Baía de
Guanabara".
Qual seria o tamanho dessas tripulações. O artigo "Os Navios da Armada Real Portuguesa em
1807" de José António Rodrigues Pereira, publicado na edição da Revista da Armada, publicação oficial da
Marinha portuguesa, comemorativa do bicentenário da partida da família real para o Brasil (que tem como
uma de suas fontes as pesquisas de António Marques Esparteiro, oficial da marinha lusitana e historiador
naval), apresenta o seguinte cômputo:
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 59
A nova [notícia] corre em um momento por toda a capital [ou seja, o embarque não foi
secreto], e vai espalhar o terror em um povo imenso, que tendo flutuado por muito tempo
entre sustos, e as esperanças, se fixava em fim em uma perspectiva de horrores, e de
calamidades. Todas as providências foram dadas para um pronto embarque [...].
Insinuações, e ordens amplas foram igualmente dadas, para se receberem a bordo da
esquadra, e dos navios de transporte, que se achavam prontos, todos os portugueses,
que quisessem sair, e pudessem acomodar-se neles, e com preferência os indivíduos do
corpo militar, e da marinha, aos quais foi dada a liberdade de irem, ou ficarem, à exceção
daqueles, a que por ordens particulares se determinou o destino. Até se expediram
ordens ao consulado, para se facilitarem os embarques de fato [bens móveis], e mesmo
de fazendas [conjunto de bens] dos passageiros, sem pagarem direitos.
O Capítulo XV da obra de José Acúrsio das Neves narra o embarque da Família Real, e da corte, e
a saída da esquadra do porto de Lisboa. No dia 26 o Príncipe Regente foi a Mafra organizar a transferência
da Família Real para o palácio de Queluz a fim de facilitar o embarque.
Queria falar, e não podia; queria mover-se, e convulso não acertava a dar um passo:
caminhava sobre um abismo, e apresentava-se-lhe à imaginação um futuro tenebroso, e
tão incerto, como o oceano, a que ia entregar-se. O golpe o tinha apanhado tão
desprevenido, que dois, ou três dias antes tinha proferido com toda a satisfação, que com
as providências, que havia dado, estava enfim tranquilo da parte dos franceses.
As disposições [ou seja, preparativos para a transferência da Corte] estavam feitas, é verdade,
havia muito tempo; mas não passavam de uma precaução, para um perigo, que se julgava muito remoto.
Repartiu-se a Real Família por diferentes naus das que compunham a esquadra; não só para
mais facilidade das acomodações, mas também para não perecer toda, se a tantas desgraças o destino
aumentasse ainda a de um naufrágio. Mas a esquadra não pôde partir naquele dia, nem no seguinte,
devido a um temporal. Somente "ao amanhecer do dia 29, quando se viu o tempo sereno, e um vento
favorável, que permitiu levantar-se o ferro":
Outro documento que achei na Biblioteca Nacional de Portugal também lança uma luz sobre essa
questão. Trata-se do livro The present state of Portugal, and of the Portuguese Army: With an epitome of
the ancient history of that kingdom, a sketch of the campaigns of the Marquis of Wellington for the last four
years: and observations on the manners and customs of the people, agriculture, commerce, arts, sciences,
and literature do médico Andrew Halliday, inspetor auxiliar de hospitais das forças portuguesas, publicado
em Edimburgo e Londres em 1812. No Capítulo VII, ao discutir a redução da população de Portugal em
quase meio milhão "nos últimos seis anos", o autor cita como uma das causas: "A emigração da Família
Real para o Brasil. Milhares de pessoas deixaram o seu país naquele período, para nunca retornarem".
Outra fonte que reforça a tese de que, com a vinda e estadia da família real, a população do Rio de
Janeiro aumentou substancialmente (que é o corolário da tese de que a população de Lisboa reduziu-se
substancialmente) é o livro Notes on Rio de Janeiro and the Southern parts of Brazil; taken during a
residence of ten years in that country from 1808 to 1818 de John Luccock, publicado em Londres em 1820.
Luccock foi um comerciante de Yorkshire que desembarcou aqui três meses depois da corte portuguesa e
permaneceu até 1818, como informa o blog de história Bruno Horta. No Capítulo II, Luccock conta que
"quando a Corte chegou originalmente na metrópole do Brasil, a cidade estava circunscrita dentro de
limites bem estreitos" e passa a descrevê-los. Na página 40, observa como a cidade cresceu, avançando
pela floresta: "O avanço da cidade, em locais tão recentemente cobertos de florestas, surpreendeu muitos
de seus novos habitantes, enquanto aqueles, que estavam acostumados com sua aparência anterior,
ficaram ainda mais espantados." Nesta mesma página, conta o caso de uma negra que, descendo por
uma ladeira de um morro, ao avistar a cidade embaixo, impressionada com o número de navios mercantes
(uns 50) entre a cidade e a Ilha das Cobras, exclamou: "Oh, que grande Rio de Janeiro isto se tornou!"
Depois estima o número de domicílios na cidade, quando nela chegou, como sendo de 4 mil. Como
moravam em média quinze pessoas em cada domicílio (o número pode parecer grande, mas explica o
autor que, em certos casos, mais de uma família morava sob o mesmo teto, e muitos escravos eram
mantidos para fins domésticos), a população devia ser de 60 mil, um terço da qual branca ou mulata clara.
Havia também uma população flutuante de 16 mil estrangeiros.
No Capítulo VIII, sobre o Rio dez anos depois (1818), Luccock observa os melhoramentos pelos
quais passou a cidade.
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Ou seja, seja qual for o número de pessoas que acompanharam a corte portuguesa ao Rio de
Janeiro, o fato é que, durante sua permanência aqui, a cidade passou por uma fase de crescimento e
progresso. O que nos traz de volta ao número de pessoas que vieram com D. João em sua viagem ao Rio
de Janeiro. Como compatibilizar a lista minuciosamente levantada por Nireu em consultas cuidadosas às
fontes primárias com a cifra que se consagrou na historiografia de 15 mil pessoas que teriam vindo na
frota?
Em primeiro lugar, Nireu deixa claro, como já vimos neste artigo, que em sua contagem deixou de
fora as tripulações dessas embarcações, por se tratar de população em trânsito. Ora, em condições
normais, a frota realmente, cumprida sua missão de trazer os passageiros ao Rio de Janeiro, retornaria ao
porto de origem, e sua tripulação pernoitaria aqui nas próprias naus. Mas dada a situação anômala de
tropas francesas marchando sobre Portugal e da transferência da corte, seria plausível que a frota tenha,
ao menos parcialmente, permanecido na nova "capital" do Império e que a tripulação, ou parte dela, tenha
procurado se estabelecer aqui.
Tese esta confirmada pelo artigo supracitado da Revista da Armada, ao informar que a nau Conde
D. Henrique "transportou para o Brasil os membros da Academia Real dos Guardas Marinha e ficou no
Brasil após a independência daquele Estado"; a nau Martins de Freitas "integrou a esquadra que partiu
para o Brasil em 1807 e, depois da independência daquele país foi integrada na sua Armada com o nome
de D. Pedro I"; a nau D. João de Castro "partiu para o Brasil em 1807 com a esquadra que transportou a
Família Real e ali ficou depois da independência daquele país".
A nau Afonso de Albuquerque "Seguiu para o Brasil na esquadra que transportou a Família Real
levando a bordo a princesa Carlota Joaquina, esposa do Príncipe Regente e outras infantas, ficando no
Brasil depois da independência em 1822"; a nau Príncipe Real "partiu para o Brasil como navio-chefe da
esquadra e levando a bordo a rainha D. Maria I e o Príncipe Regente D. João e o comandante-chefe da
frota, chefe de esquadra Manuel da Cunha Sotto-Maior, ficando no Brasil depois da independência".
Diante dessas informações, devemos incluir na contagem das pessoas que se transferiram para
o Brasil as próprias tripulações dos navios, porquanto, como as naus aqui permaneceram, depreende-
se que suas tripulações também passassem a residir aqui, ao menos até que a ameaça francesa fosse
afastada. E o fato de que a Real Marinha Portuguesa passou a ser comandada pelo príncipe D. Pedro
Carlos, que viera com a Família Real para o Rio de Janeiro, como narra o Padre Perereca, corrobora essa
suposição.
Assim, de início, temos 7971 pessoas se transferindo para os trópicos. Somando os 522 da lista
de Nireu chegamos a 8.493. Dado que mais de 36 naus singraram rumo ao Rio, dada a "precipitação e a
confusão do embarque", dado que os nomes dos embarcados "fariam um extensíssimo catalogo", dadas
as imprecisões nas listas dos embarcados, dado que nem todos os passageiros das naus foram
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 63
efetivamente cadastrados, dadas as ordens para que fossem recebidos na esquadra "todos os
portugueses, que quisessem sair", dada a ordem para que os bens embarcados não pagassem direitos,
dada a impressão de que Lisboa inteira estava "a ser evacuada", dado que a Família Real foi
acompanhada por "alguns milhares de pessoas particulares", podemos inflar ainda mais essa cifra,
chegando a 9, 10, 11 mil almas. Mas aí estamos no terreno da especulação, já que O'Neil não se mostrou
uma fonte cem por cento confiável.
Referências
CAVALCANTI, Nireu Oliveira. A reordenação urbanística na nova sede da Corte. In: Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, n. 436, 2007.
CAVALCANTI, Nireu Oliveira. O Rio de Janeiro setecentista: A vida e a construção da cidade da
invasão francesa até a chegada da corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
DAS NEVES, José Accursio. Historia geral da invasão dos franceses em Portugal e da restauração
deste reino. Lisboa: Oficina de Simão Thadeo Ferreira, 1810.
HALLIDAY, Andrew. The present state of Portugal, and of the Portuguese Army: With an epitome of
the ancient history of that kingdom, a sketch of the campaigns of the Marquis of Wellington for the
last four years: and observations on the manners and customs of the people, agriculture,
commerce, arts, sciences, and literature. Edimburgo: G.R. Clarke e Londres: Longman, Hurst, Rees,
Orme, & Brown, 1812.
LUCCOCK, John. Notes on Rio de Janeiro and the Southern parts of Brazil; taken during a residence
of ten years in that country from 1808 to 1818. Londres: Samuel Leigh, 1820.
MALERBA, Jurandir. Sobre o Tamanho da Comitiva. In: Acervo. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, v. 21, n.
1, 2008.
O'NEIL, Thomas. A concise and accurate account of the proceedings of the squadron under the
command of Rear Admiral Sir Sydney Smith, K. S. &c. in effecting the escape of the royal family of
Portugal to the Brazils, on November, 29, 1807 ; and also the sufferings of the Royal Fugitives, &c.
during their voyage from Lisbon to Rio de Janeiro: with a variety of other interesting and authentic
facts. Londres: J. Barfield, 1810.
PEREIRA, José António Rodrigues. Os Navios da Armada Real Portuguesa em 1807. In: Revista da
Armada, Lisboa: Marinha Portuguesa, n. 413, novembro de 2007.
SANTOS, Luís Gonçalves dos (Padre Perereca). Memórias para servir à história do Reino do Brasil:
Divididas em três épocas da felicidade, honra, e glória; escritas na corte do Rio de Janeiro no ano
de 1821. Brasília: Edições do Senado Federal, 2013.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 65
Resumo Abstract
Este artigo trata da história de João Maurício de Santa This article deals with the story of João Maurício de
Rosa, morador da Baixada Fluminense, na cidade de Santa Rosa, a resident of the Baixada Fluminense in
São João de Meriti, no bairro da Praça da Bandeira. the city of São João de Meriti, in the neighborhood of
Fuzileiro naval que participou da Segunda Guerra Praça da Bandeira, a marine who participated in the
Mundial e ficou baseado na ilha de Trindade e Martin Second World War and was based on the island of
Vaz no estado do Espírito Santo, na altura da capital Trindade and Martin Vaz in the state of Espírito Santo,
Vitória. Sua missão era salvaguardar o arquipélago e at the height of the capital Vitória. Its mission was to
proteger os cabos telegráficos submarinos que safeguard the archipelago and protect the undersea
ligavam a antiga capital do Brasil (a cidade do Rio de telegraph cables that connected the old capital of Brazil
Janeiro) aos Estados Unidos. Abordamos também os (the city of Rio de Janeiro) to the United States. It also
aspectos político-estratégicos de controle da ilha para addresses the political and strategic aspects of
obtenção da vitória sobre as forças inimigas, outros controlling the island to obtain victory over enemy
contextos históricos de invasão insular, além da forces, other historical contexts insular invasion, in
questão geográfica, geológica e biológica do addition to the geographic, geological and biological
arquipélago. issue of the archipelago.
Palavras-chave: Segunda Guerra Mundial. Ilha de Keywords: World War II – Trindade Island and Martin
Trindade e Martin Vaz. João Maurício de Santa Rosa. Vaz – João Maurício de Santa Rosa.
66 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
Ilha da Trindade ponto extremo oriental do Brasil. Estadão online. Ano: 2019.
Disponível em: https://marsemfim.com.br/arquipelago-de-trindade-e-martim-vaz-joia-da-coroa/.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 67
Referências
Depoimentos
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 73
Resumo Abstract
O objetivo deste artigo é destacar a diversidade The goal of this article is to highlight the diversity
perante os atrativos culturais e naturais dispostos na towards the cultural and natural attractions inside
Baixada Fluminense. E sob uma perspectiva do Baixada Fluminense. From a natural cultural heritage
patrimônio cultural natural, através de revisão perspective, based on a bibliographic review, it is
bibliográfica, pretende-se apresentá-los a intended to present them to the community and, briefly,
comunidade e, resumidamente, discorrer sobre como talk about how it is possible to insert, enjoy and
é possível se inserir, usufruir e conservar todo este conserve this entire space surrounded by the Atlantic
espaço cercado pela Mata Atlântica. Pois, dentre os Forest. Knowing that, among the thirteen districts there
treze municípios muito há para que possamos is a lot for us to reframe the relationship that might exist
ressiginificar a relação que possa existir entre o between the fluminense and the nature.
fluminense e a natureza. Key Words: Natural Attractions; Awareness;
Palavras-Chave: Atrativos Naturais; Conscientização; Environment; Local Community.
Meio Ambiente; Comunidade Local.
Introdução
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REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 75
A Baixada Fluminense
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Considerações Finais
Referências
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REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 83
Resumo Abstract
O Instituto Histórico da CMDC foi fundado em 1973. Instituto Histórico of CMDC was founded in 1973.
Desde então, tem se destacado na guarda do acervo Since then, it has stood out in guarding the historical
histórico do município de Duque de Caxias e da collection of the municipality of Duque de Caxias and
Baixada Fluminense. Este artigo tem como objetivo Baixada Fluminense. This article aims to reaffirm the
reafirmar a contribuição e os desafios do IHCMDC no contribution and challenges of IHCMDC with regard to
que tange à preservação de um significativo acervo the preservation of a significant documental collection
documental e, mais especificamente, historicizar and, more specifically, to historicize Folha de
como fonte o periódico Folha de Caxias/da Cidade e Caxias/da Cidade periodical as a source and its
sua importância para a história local. importance for local history.
Palavras-chave: Duque de Caxias. Fonte Jornalística. Keywords: Duque de Caxias. Journalistic Source.
Folha de Caxias/da Cidade. Folha de Caxias/da Cidade.
Apresentação
84 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
Considerações Finais
Referências
96 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
U VISÕES
NIVERSITÁRIAS
Resumo Abstract
O presente texto celebra o centenário da Escola This text celebrates the centenary of the Dr.
Dr. Álvaro Alberto, neste ano de 2021, a Álvaro Alberto School, in 2021, a traditional “Mate
tradicional Escola “Mate com Angu”, e propõe no com Angu” School, and proposes, in the core of
bojo desta celebração, a análise do papel this celebration, the analysis of the role played by
desempenhado pela escola e por sua the school and its creator, Armanda Álvaro
idealizadora, Armanda Álvaro Alberto, na Alberto, in the inner political and social trajectory
trajetória política e social do município de Duque of the city of Duque de Caxias, with the
de Caxias, nos enfrentamentos e conquistas confrontations and achievements mobilized by
mobilizados por aqueles que foram inspirados those who were inspired by the struggles of this
pelas lutas desta educadora. Palavras-chave: educator.
Escola Regional de Meriti. Armanda Álvaro Key words: Escola Regional de Meriti. Armanda
Alberto. Educação. Álvaro Alberto. Education.
Repressão e autoritarismo
Referências
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106 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
T RANSCRIÇÃO
Os relatórios anuais da Escola Regional de Meriti, escritos detalhadamente por sua fundadora,
Armanda Álvaro Alberto, constituem uma importante fonte de pesquisa e memória desta instituição
educativa. Parte desse acervo encontra-se sob a guarda do Centro de Pesquisa Memória e História da
Educação da Cidade de Duque de Caxias e Baixada Fluminense (CEPEMHEd) desde 2008 para
tratamento, conservação e disponibilização para pesquisa. Entre esse conjunto de documentos,
destacamos a relevância do relatório escrito em 31 de dezembro de 1964, do qual transcrevemos das duas
primeiras páginas iniciais (o relatório possui 10 páginas), o fragmento que registra a doação da Fundação
Dr. Álvaro Alberto ao Instituto Central do Povo, e conseguinte mudança do nome Escola Regional de Meriti
para Escola Dr. Álvaro Alberto. Na transcrição, estão mantidas a grafia e a redação do original.
Todo trabalho realizado pelo CEPEMHEd é fruto do esforço coletivo de sua equipe composta pelos seguintes
membros: Cristiane Dias Nunes, Hélio Azevedo Campos, Kissila Soares Fernandes, Marcia Montilio Rufino, Márcia
Spadetti Tuão da Costa, Marluce Souza de Andrade, Renata Spadetti Tuão, Thays Rosalin de Araujo. E-mail para
contato: centrodememoriadaeducacao@gmail.com original.
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108 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
I SEÇÃO
CONOGRAFIA
São Bento
Santa Rita
Santo Antônio
Oficina de marcenaria do Professor José Montes na Escola Dr. Álvaro Alberto, vendo-se,
da esquerda para a direita, Professor José Montes, (...) e o jornalista Carlos Ramos.
115
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M SEÇÃO
EMÓRIA VIVA
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120 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
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A Associação dos Amigos do Instituto Histórico da Câmara Municipal de Duque de Caxias surgiu
para apoiar a dinamização do Instituto Histórico, estimulando a participação dos setores organizados da
sociedade, e consequentemente, promover uma maior divulgação do órgão.
Criada no dia 21 de junho de 2001, tem o objetivo maior de colaborar com o aprimoramento e o
desenvolvimento das atividades do Instituto Histórico. A ASAMIH busca ser o elo entre a população e o
órgão de pesquisa e, mesmo sendo uma entidade sem fins lucrativos, tem entre suas finalidades auxiliar
na aquisição de acervo, buscar programas de processamento técnico, conservação e restauração de
obras e incentivar exposições.
Consta ainda de seu estatuto, aprovado pelos sócios - em número ilimitado, mas composto por
intelectuais e pesquisadores do maior renome na Baixada Fluminense e cidadãos comuns que
manifestam interesse pela cultura e história -, o estabelecimento de intercâmbio com outras associações e
entidades semelhantes, o apoio à reprodução de documentos do Instituto Histórico, o incentivo à
integração cultural com a comunidade e o estímulo à captação de recursos financeiros para a instalação
de projetos culturais. Neste objetivo, a ASAMIH foi contemplada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro
em 2008, sendo considerada, desde então, um Ponto de Cultura, com o projeto "Tecendo as ações no
Presente. Construindo a cidadania do Futuro".
Para o Instituto Histórico e sua Associação dos Amigos, isto é muito importante, pois contribui
para a elevação da autoestima e a possibilidade da comunidade ter acesso a atividades culturais que
colaboram para sua formação como cidadãos e na sua capacidade de intervenção social, levando ao
fortalecimento de uma identidade local e formação e manutenção das memórias da cidade.
A nossa Associação dos Amigos do Instituto Histórico buscou sempre valorizar a divulgação da
história, memória, patrimônio e cultura de nosso município e da Baixada Fluminense, região que é um
mosaico de vidas e identidades.
Desejamos agradecer o apoio de TODOS que se fizeram presentes ao longo de nossos 20 ANOS
de existência!
SÓCIOS FUNDADORES
SÓCIOS FUNDADORES
SÓCIOS CONTRIBUINTES