Você está na página 1de 133

REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 01

Celso Luís Pereira do Nascimento DIAGRAMAÇÃO


André Dutra Jr.

IMPRESSÃO:
LKL Artes Gráficas
O2 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

O Instituto Histórico “Vereador Thomé Siqueira Barreto”,


da Câmara Municipal de Duque de Caxias e a
Associação dos Amigos do Instituto Histórico
agradecem o apoio:

CRPH
Centro de Referência Patrimonial e Histórico
do Município de Duque de Caxias

CEPEMHEd
Centro de Pesquisa, Memória e História da Educação
da Cidade de Duque de Caxias
e Baixada Fluminense

IPAHB
Instituto de Pesquisas e Análises Históricas e de Ciências Sociais
da Baixada Fluminense

PINBA / FEBF / UERJ


Programa Integrado de Pesquisas e Cooperação Técnica
na Baixada Fluminense

Fórum Cultural da Baixada Fluminense

IAPAC
Instituto Amigos do Patrimônio Cultural

De todos que participaram direta ou indiretamente


da produção deste trabalho e daqueles que se
empenham no difícil processo da permanente construção e
reconstrução da nossa história.

O Conselho Editorial está aberto ao recebimento


de artigos para possível publicação.

As ideias e opiniões emitidas nos artigos e a revisão


destes são da responsabilidade dos autores.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 03

E DITORIAL

A Revista Pilares da História, plural até no nome, celebra em sua viségima quarta edição e duas
décadas de existência, uma longa e rica série de contribuições para a investigação, estudo e divulgação
dos temas e pautas de nossa região, a Baixada Fluminense e nossa cidade, Duque de Caxias.
A ASAMIH traz-nos muito orgulho – nossa jovem Associação dos Amigos, que celebra neste ano
de 2021, seus vinte anos de existência – por ser a instituição viabilizadora dessa trajetória de sucesso,
junto ao Instituto Histórico. Trajetória que se ampara em três pilares principais: o apoio decisivo do
Legislativo municipal; o empenho de seus associados e colaboradores e o desejo de seus inúmeros
leitores em mantê-la viva, discutindo nossas urgentes demandas regionais em suas diversas dimensões
históricas, geográficas, patrimoniais, culturais e educacionais.
Neste número, sua equipe editorial mantém, como não poderia deixar de ser, a arquitetura de
sempre. Pluralidade de temas, intergeracionalidade de autores e seriedade de abordagens que sustentam
a identidade da PILARES, o desejo de ser lida e garante, novamente para nosso orgulho, seu destaque
acadêmico estampado em sua qualificação Qualis/CAPES, conquistada ao longo de anos e anos de
esforço e dedicação.
Nesta edição, mais uma relevante homenagem: celebramos o centenário da excepcional
experiência educativa da "Mate com Angu", a Escola Proletária/Regional de Merity, em sua riqueza
exemplar, orgulho de nossa cidade e do país. Homenageamos em capa, artigos e seções acompanhados
no corpo da Revista por outros textos que compõem nosso esforço da edição que agora oferecemos.
Destacamos que fazemos questão de reiterar nosso orgulho. Em tempos difíceis, ter orgulho de
ações coletivas é bálsamo, resiliência e resistência; e a mais nobre tarefa da História, "ciência dos homens
no tempo", desvela passados à luz do presente, apontando sempre os melhores possíveis futuros. Grande
abraço e boa leitura!

HOMENAGEM

Entre os enormes ensinamentos e exemplos de vida que por eles foram deixados,
homenageamos os AMIGOS, educadores, artistas e pesquisadores

GÊNESIS PEREIRA TORRES, MESSIAS NEIVA, PAULLO RAMOS,


SÉRGIO LUIZ MONTEIRO MESQUITA,

que nos deixaram no ano de 2020.


A ASAMIH continuará, entre saudades, honrando seus preciosos lugares!
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 05

M ENSAGEM DO PRESIDENTE
DA CÂMARA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS

Fonte obrigatória de estudos para muitos pesquisadores, o Instituto Histórico Vereador


Thomé Siqueira Barreto, que completou 48 anos em 31 de janeiro deste ano, é um verdadeiro
guardião da história de nossa cidade e da região da Baixada Fluminense. Ao assumir a
Presidência da Câmara Municipal de Duque de Caxias, minha proposta em relação à cultura vai
ao encontro do compromisso de incentivar o conhecimento sobre nosso patrimônio histórico,
artístico e cultural, possibilitando seu acesso a toda sociedade.
A Câmara Municipal de Duque de Caxias tem tido, ao longo dos anos, a preocupação de
apoiar o registro e a recuperação da nossa memória histórica e cultural por meio do incentivo ao
Instituto Histórico e à publicação da Revista Pilares da História.
A nossa Pilares já se tornou um referencial histórico e cultural para pesquisadores,
estudiosos e cidadãos comuns que se interessam por recuperar informações sobre as raízes de
nossa historicidade. Esta vigésima quarta edição significa, acima de tudo, o nosso compromisso
em fomentar, promover e incentivar o que há de melhor em toda a região, bem como apoiar o
conhecimento e a preservação da cultura, como ponto fundamental para mudanças
contundentes na sociedade.
Parabenizo àqueles que continuam se dedicando a preservar, através destas páginas, a
história do nosso município e da região da Baixada Fluminense. Assim como, parabenizo a
Associação dos Amigos do Instituto Histórico por seus vinte anos de história e parceria com nosso
Instituto Histórico!

Celso Luís Pereira do Nascimento


O6 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

S umário
ARMANDA ÁLVARO ALBERTO E A ESCOLA REGIONAL DE MERITI:
PILARES DA ESCRITA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LOCAL..............................................................................................7
Amália Dias / Angélica Borges / Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro
A GEOGRAFIA DA INFÂNCIA NO ENSINO FUNDAMENTAL NA BAIXADA FLUMINENSE:
UM ESTUDO DE CASO EM NOVA IGUAÇU.............................................................................................................................15
Clézio dos Santos
O MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU E O PROJETO HORÁRIO INTEGRAL NA BAIXADA FLUMINENSE:
POR UMA EDUCAÇÃO MAIS CIDADÃ..........................................................................................................................................25
Alex Ferreira Agustinho
MEMÓRIAS ANCESTRAIS NO NORTE E OESTE DAS CERCANIAS DA GUANABARA:
NO TEMPO DAS CONCHAS E DA JACUTINGA......................................................................................................................37
Marlucia do Santos de Souza / Silene Orlando Ribeiro

A BELEZA DO SAGRADO FLUMINENSE: A IMAGINÁRIA CRISTÃ COLONIAL DUQUECAXIENSE.....................45


Elaine Tavares de Gusmão
QUANTAS PESSOAS ACOMPANHARAM A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA NA VINDA PARA
O RIO DE JANEIRO? NOVAS FONTES, NOVO ENFOQUE...............................................................................................55
Ivo Korytowski
JOÃO MAURÍCIO DE SANTA ROSA E A GUARNIÇÃO DA ILHA DE TRINDADE
NO CONTEXTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.............................................................................................................65
Bruno Luiz Laport
O PATRIMÔNIO NATURAL NA BAIXADA FLUMINENSE: UMA APRESENTAÇÃO DOCUMENTAL
PARA O MORADOR LOCAL E DO ENTORNO..........................................................................................................................73

INSTITUTO HISTÓRICO DA CÂMARA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS:


A IMPORTÂNCIA DOS PERIÓDICOS NA PRESERVAÇÃO DA HISTÓRIA LOCAL E REGIONAL ..........................83
Elisangela Cortes / Tania Amaro
VISÕES UNIVERSITÁRIAS
MATE COM ANGU: 100 ANOS DA ESCOLA DE DUQUE DE CAXIAS QUE REVOLUCIONOU O ENSINO NO BRASIL......96
André Amorim de Oliveira / Leandro Vínicius Nascimento e Melo / Mayara da Rosa Mendes
SEÇÃO TRANSCRIÇÃO................................................................................................................................................................106

SEÇÃO ICONOGRAFIA..................................................................................................................................................................108

SEÇÃO MEMÓRIA VIVA...............................................................................................................................................................117

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO INSTITUTO HISTÓRICO............................................................................................123

19ª LEGISLATURA........................................................................................................................................................................129
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 07

A RMANDA ÁLVARO ALBERTO E A


ESCOLA REGIONAL DE MERITI: PILARES DA
ESCRITA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LOCAL
ARMANDA ÁLVARO ALBERTO AND MERITI REGIONAL SCHOOL:
WRITTEN PILLARS OF LOCAL EDUCATION HISTORY

Resumo Abstract
Neste artigo, defendemos que o surgimento das We herein advocate that the emergence of
pesquisas sobre a Escola Regional de Meriti na research about Meriti Regional School in
escrita acadêmica é o marco inaugural no academic writing is the inaugural milestone in the
desenvolvimento do campo de pesquisa sobre a development of the research field about the
história da educação na Baixada Fluminense, a history of education in Baixada Fluminense, from
partir da década de 1990. Nós definimos o the 1990s onwards. We defined the social context
contexto social da produção acadêmica e da of academic production and the current status of
situação atual dos estudos sobre o assunto com studies on the subject based on literature survey.
base em levantamento bibliográfico. Keywords: Historiography. Education. New
Palavras-chave: Historiografia. Educação. Nova School.
Escola.
O8 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 09
10 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 11

6
12 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

A Escola Regional de Meriti.


A Escola Regional de Meriti.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 13
14 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 15

A GEOGRAFIA DA INFÂNCIA NO ENSINO


FUNDAMENTAL NA BAIXADA FLUMINENSE:
UM ESTUDO DE CASO EM NOVA IGUAÇU
THE GEOGRAPHY OF CHILDHOOD IN ELEMENTARY SCHOOL IN
BAIXADA FLUMINENSE: A CASE STUDY IN NOVA IGUAÇU

Clézio dos Santos

Resumo Abstract
O principal objetivo da pesquisa é analisar e The main objective of the research is to analyze
refletir sobre os desenhos produzidos sobre o and reflect on the drawings produced about the
lugar pelos place by elementary school students from Nova
alunos do ensino fundamental de Nova Iguaçu na Iguaçu in Baixada Fluminense. The research
Baixada Fluminense. A metodologia da pesquisa methodology is related to qualitative educational
está relacionada aos estudos educacionais studies, which involve reading, analysis of the
qualitativos, que envolvem a leitura, análise do theoretical framework of childhood geography
referencial teórico da geografia da infância e and analysis of the drawings made by the
análise dos desenhos feitos pelos alunos. students.
Palavras-chave: Geografia da Infância; ensino Keywords: Geography of Childhood; elementary
fundamental; Nova Iguaçu; Desenho. school; Nova Iguaçu; Drawing.

E-mail:
16 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 17
18 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 19
20 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 21
22 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Considerações finais

Dias,
permitem
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 23
24 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 25

O
MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU E O
PROJETO HORÁRIO INTEGRAL NA BAIXADA
FLUMINENSE: POR UMA EDUCAÇÃO MAIS CIDADÃ
THE MUNICIPALITY OF NOVA IGUAÇU AND THE INTEGRAL HOURS
PROJECT IN DOWNTOWN FLUMINESE: FOR A MORE CITIZEN EDUCATION

Resumo Abstract
O presente texto tem por objetivo analisar os The purpose of this text is to analyze the programs
programas de escolas de tempo integral na of full-time schools on a national and local scale,
escala nacional à local, utilizando como exemplo using the Full Time Project in Nova Iguaçu in the
o Projeto Horário Integral em Nova Iguaçu no State of Rio de Janeiro as an example. The
Estado do Rio de Janeiro. O programa tanto em program, both on a national and local scale, is a
escala nacional como local são instrumentos pedagogical tool that promotes the intellectual,
pedagógicos que promovem o desenvolvimento physical and social development of students,
intelectual, físico e social dos discentes promoting the construction of citizenship.
proporcionando a construção da cidadania. Keywords: Full Time. Education. Citizenship.
Palavras-chave: Horário Integral. Educação.
Cidadania.
26 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 27
28 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 29
30 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 31
32 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 33
34 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 35
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 37

M EMÓRIAS ANCESTRAIS NO NORTE


E OESTE DAS CERCANIAS DA GUANABARA:
NO TEMPO DAS CONCHAS E DA JACUTINGA
ANCESTRAL MEMORIES IN THE NORTH AND WEST
FROMTHESURROUNDINGSOF GUANABARA:
IN THE TIME OFTHESHELLSAND JACUTINGA

Resumo Abstract
Este artigo visa construir subsídios para a This article aims to build subsidies for the
implementação da Lei n° 11.645/2008 na implementation of Law No. 11,645 / 2008 in basic
educação básica. Analisa as evidências education. It analyzes the archaeological
arqueológicas e as narrativas construídas por evidence and the narratives constructed by
viajantes, cronistas, religiosos e diferentes travelers, chroniclers, religious and different
agentes do poder régio para refletir sobre as agents of the royal power to reflecton the
memórias ancestrais das populações indígenas ancestral memories of the indigenous populations
no Recôncavo da Guanabara. in the Recôncavo da Guanabara.
Palavras-chave: Recôncavo da Guanabara. Keywords: Recôncavo da Guanabara.
Sambaqui. Tupinambá. Sambaqui. Tupinambá.
38 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 39
40 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 41
42 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 43
44 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 45

A BELEZA DO SAGRADO FLUMINENSE:


A IMAGINÁRIA CRISTÃ COLONIAL
DUQUECAXIENSE
THE BEAUTY OF THE SACRED FLUMINESE:
THE CHRISTIAN COLONIAL IMAGINARY DUQUECAXIENSE
1

Resumo Abstract
O presente artigo identifica e descreve a The present article identifies and describes the
imaginária cristã colonial, a partir de seu colonial Christian imagery, from its appearance,
surgimento, desenvolvimento, características e o development, characteristics and silence,
silêncio, destacando as Ruínas da Capela de highlighting the Ruins of the Chapel of Santa Rita
Santa Rita da Posse e a Capela de Nossa da Posse and the Chapel of Nossa Senhora do
Senhora do Rosário dos Homens Pretos, da Rosário dos Homens Pretos, of the Old Fazenda
Antiga Fazenda São Bento do Iguaçu, buscando São Bento do Iguaçu, seeking to understand how
entender como se deu a presença da arte sacra the presence of colonial religious art took place in
colonial do território que hoje compreende o the territory that today comprises the municipality
município de Duque de Caxias. of Duque de Caxias.
Palavras-chave: Imaginária; Patrimônio; Keywords: Imaginary; Patrimony; Diocese;
Diocese; Duque de Caxias. Duque de Caxias.

Passos de um ocupação sagrada

:
46 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 47

Fazenda de São Bento de Iguaçu e a capela de Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos
48 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Interior da capela de Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos - 1914


REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 49

Talha remanescente do altar executado por Simão da Cunha


50 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Vista panorâmica da fazenda

Planta da fahcada principal da fazenda São Bento do Iguaçu


REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 51

Interior da capela de Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos


52 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 53

Planta baixa, capela Santa Rita de Cássia da Posse

( (

Referências
54 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 55

Q UANTAS PESSOAS ACOMPANHARAM


A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA NA VINDA
PARA O RIO DE JANEIRO?
NOVAS FONTES, NOVO ENFOQUE.

HOW MANY PERSONS CAME ALONG WITH THE PORTUGUESE ROYAL


FAMILY IN THEIR TRIP TO RIO DE JANEIRO? NEW SOURCES, NEWFOCUS
Ivo Korytowski

Resumo Abstract
A estimativa da historiografia tradicional de que The estimate of the traditional historiography of
15 mil pessoas acompanharam a Família Real 15,000 people accompanying the Portuguese
portuguesa na vinda ao Rio de Janeiro foi Royal Family to Rio de Janeiro was recently
recentemente contestada por estudos do challenged by studies of the historian Nireu
historiador Nireu Cavalcanti. Estudando fontes Cavalcanti. Studying consecrated sources and
consagradas e também algumas fontes novas ou also some new or forgotten sources, this article
esquecidas, este artigo tenta lançar uma nova luz tries to shed a new light on the question.
sobre a questão. Keywords: Portuguese Court. Brazil. Rio de
Palavras-chave: Corte Portuguesa. Brasil. Rio de Janeiro.
Janeiro
56 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 57

Será que o Padre Perereca lançaria uma luz sobre o número de pessoas que vieram com a
família real para cá? A informação de O'Neil de que o embarque em Lisboa foi confuso e atabalhoado é
confirmada: "...por ser demasiada a gente, que embarcara em grande confusão, desarranjo, e escassez
das coisas as mais necessárias para tão longa viagem" e "Tal foi a precipitação e a confusão do
embarque!". A informação de que o número de pessoas que fizeram a travessia oceânica foi elevado
também é confirmada:
[D]esceu o Príncipe Regente Nosso Senhor da nau Príncipe Real, que o conduzira, e se
meteu no bergantim com a sereníssima senhora princesa do Brasil, e com os
sereníssimos senhores príncipe da Beira, infantes, infantas; e acompanhado de toda a
Corte, com que saíra de Lisboa, e de outras personagens distintas, que de terra o foram
buscar a bordo, ou que das naus desembarcaram (o que tudo fazia uma comitiva muito
numerosa, e brilhante de escaleres, lanches, e outras embarcações menores), se dirigiu
para cidade em direitura do lugar do desembarque.

Rodeavam a Sua Alteza Real os grandes do Reino, oficiais-mores da sua real Casa,
camaristas, e nobreza; e era seguido de um numeroso cortejo de eclesiásticos,
militares, oficiais da marinha portuguesa, e britânica, como também de outras
muitas pessoas, que de Lisboa tinham vindo em sua companhia.

Na seção 46, que conclui o capítulo "Felicidade do Brasil" da Época Primeira, depois de afirmar
que "no memorável dia 29 de novembro de 1807, uma grande parte da fidalguia, e nobreza portuguesa [...]
trocaram a bela, e opulenta Lisboa pelo Rio de Janeiro no Brasil", Padre Perereca passa a arrolar os
nomes desses nobres. O número total de nobres listados não é possível precisar, já que são feitas
referências a "filhos", "irmãos", sem especificação dos números exatos, mas supondo que um casal
tivesse em média três filhos, o total fica em torno de cem, um número bem modesto. Mas esses nobres não
vieram sozinhos. Diz o Padre Perereca:

Igualmente vieram com S.A.R. [Sua Alteza Real] outras muitas pessoas distintas, de
todas as ordens do Estado, das quais a maior parte delas são empregadas no serviço de
Suas Altezas, como confessores, guarda-roupas, moços da Câmara, etc. damas do
Paço, donas da Câmara, açafatas [fidalgas a serviço de damas da família real], etc.
médicos, e cirurgiões da Câmara, muitos eclesiásticos seculares, e regulares de várias
religiões, muito grande número de oficiais do exército, e da marinha; item, a brigada real
da mesma marinha, comandada pelo seu brigadeiro, Joaquim José da Silva, alguns
desembargadores, oficiais das secretarias d' Estado, e várias famílias particulares, etc,
cujos nomes fariam um extensíssimo catalogo alheio deste opúsculo, mas que não
são menos dignos de eterna fama, e gratidão [...]

O eminente historiador Nireu Cavalcanti, infatigável pesquisador de fontes primárias e autor de


um clássico sobre a história do Rio colonial, O Rio de Janeiro setecentista, desconfiou da cifra dos 15 mil
que vem sendo repetida através das décadas, achando-a exagerada (e vimos que realmente O'Neil tinha
pendores para o exagero). Em seu artigo "A reordenação urbanística da nova sede da Corte", publicado na
Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no 436, escreve Nireu:

Surgiu um número fantasioso de 15 mil pessoas criado por um oficial chamado Thomas
O'Neil, pertencente à marinha inglesa, registrado em suas memórias, publicadas no
século XIX. Encontrava-se o referido oficial embarcado a quilômetros de distância do
porto de Belém de onde saíram os navios portugueses. Evidentemente, ele não
presenciou o embarque das pessoas para contá-las. Pura fantasia delirante!
58 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Mas Nireu não ficou só na retórica. Como bom detetive da história, pôs-se em campo para
"rastrear" as pessoas que teriam vindo na comitiva da Família Imperial. Para isso valeu-se dos seguintes
documentos: 1) Pessoas que com a Corte Portuguesa embarcaram para o Brasil no dia 29 de novembro de
1807, Biblioteca da Ajuda, Lisboa; 2) Papéis relativos à vinda da Família Real para o Brasil, Arquivo
Nacional, RJ; 3) Relação das pessoas que saíram desta cidade para o Brasil em companhia de Sua Alteza
Real, no dia 29 de Novembro de 1807, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, RJ; 4) Joaquim José de
Azevedo. Exposição analítica e justificativa da conduta e vida pública do Visconde do Rio Seco. Rio de
Janeiro: Imprensa Nacional, 1821; 5) Luiz Gonçalves dos Santos (Padre Perereca). Memórias para servir
à história do Reino do Brasil. Rio de Janeiro: Zelio Valverde, 1943. 6) Almanaque de Lisboa para o ano de
1807; 7) Almanaque do Rio de Janeiro para o ano de 1811; 8) Gazeta do Rio de Janeiro, anos de 1808 e
1809, com os nomes de pessoas que fizeram doação para ajuda na restauração de Portugal; 9)
passaportes para o Rio de Janeiro, anos de 1807 a 1810, Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa.
Com base em seu cruzamento de dados, Nireu conseguiu identificar 522 pessoas arroladas em
duas listas: 1) uma lista geral, "com as pessoas civis, religiosas, ou militares que aparecem repetidas em
documentos diferentes", "representativa dos que poderíamos classificar como os que acompanharam a
Família Real, aqueles que de alguma forma devem ter sido incluídos na lista oficial dos que teriam o
privilégio de seguir a rainha e o príncipe regente", totalizando 420 pessoas; e uma lista "só com os
militares citados por Esparteiros (não citados na lista Geral) que aparecem no Almanaque da cidade do Rio
de Janeiro de 1811, ou na Gazeta", no total de 102 pessoas. As listas formam, respectivamente, os
Anexos 1 e 2 do artigo supracitado. As listas não incluem as tripulações das embarcações, "por se tratar de
população em trânsito que nelas permaneciam durante o período de fundeamento na Baía de
Guanabara".
Qual seria o tamanho dessas tripulações. O artigo "Os Navios da Armada Real Portuguesa em
1807" de José António Rodrigues Pereira, publicado na edição da Revista da Armada, publicação oficial da
Marinha portuguesa, comemorativa do bicentenário da partida da família real para o Brasil (que tem como
uma de suas fontes as pesquisas de António Marques Esparteiro, oficial da marinha lusitana e historiador
naval), apresenta o seguinte cômputo:
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 59

Observe-se a desproporção entre o número total de tripulantes (7971) e o número de passageiros


civis, militares e eclesiásticos que teriam acompanhado a família real (522 segundo a lista de Nireu), bem
como o número reduzido de passageiros transportados por navio. Se aceitarmos a cifra de Lorde
Strangford de 36 navios temos em média 14,5 passageiros/navio. Mas estes dois dados em si nada
esclarecem.
Embora o levantamento de Nireu seja irrepreensível em termos metodológicos e de exatidão
histórica, nem todos os historiadores o aceitam. Entre as críticas a esse trabalho, a que me pareceu mais
lógica é a do professor da UNESP Jurandir Malerba. Em seu ensaio "Sobre o Tamanho da Comitiva"
(revista Acervo, v. 21, nº 1, p. 47-62, jan/jun 2008) Malerba defende "a plausibilidade da tese de que
comitiva" da família real "era constituída por cerca de 15 mil pessoas". Basicamente ele faz duas críticas ao
cômputo de Nireu. A primeira é que as listas de pessoas estudadas contêm imprecisões, tipo "e alguns
criados" (quantos criados?), "com sua mulher e filhos" (quantos filhos?), "com sua mulher e família" (qual o
tamanho da família?), "com sua família" (idem). Segundo Malerba, "podemos supor que 'família' envolve,
para além do núcleo pai, mulher e filhos, mais alguns círculos concêntricos de agregados, inclusive não-
consanguíneos". A segunda crítica é que, no tumulto do embarque, nem todos os passageiros foram
efetivamente cadastrados. Como prova cita quatro pessoas (segundo-tenente da Armada Real Paulino
Joaquim Leitão, mestre de dança do Paço Pedro Colona, padre José de Sousa Carvalho, pintor Antonio
José Nunes) que, consoante documentos pesquisados pelo autor, teriam acompanhado a família real ao
Brasil, mas que não constam das listas oficiais de passageiros. Conclui o autor que "a resposta para a
questão do tamanho da comitiva da família real que aportou no Rio de Janeiro em 1808 não pode ser
reduzida a uma mera discussão algébrica".
Mas ainda que as críticas de Malerba sejam lógicas e válidas, não explicam o "salto" de cerca de
quinhentos passageiros para 15 mil. Está faltando um "elo perdido".
Malerba conclui seu artigo com estes dizeres: "a história do período joanino veio se escrevendo
sempre, e cada vez melhor, desde o século XIX. Acredito que assim continuará, antes que algum iluminado
encontre o documento perdido que resolveria de uma vez por todas a questão do tamanho da comitiva. Se
é que ele existe. Enquanto isso, a história segue".
Acredito ter achado um documento, na Biblioteca Nacional de Portugal, que, conquanto não
defina exatamente o tamanho numérico da comitiva, por sua antiguidade e pela confiabilidade de seu
autor, lança uma luz valiosa sobre essa querela. Trata-se da HISTORIA GERAL DA INVASÃO DOS
FRANCESES EM PORTUGAL E DA RESTAURAÇÃO DESTE REINO, ESCRITA POR JOSÉ ACCURSIO
DAS NEVES, publicada em Lisboa pela Oficina de Simão Thadeo Ferreira em 1810, ou seja, pouco tempo
depois de ocorridos os eventos em pauta. Segundo a Wikipédia, o autor "foi um político, magistrado,
historiador, ensaísta e pioneiro dos estudos sobre a economia portuguesa. [...] São notáveis, e ainda
actuais, os seus escritos sobre economia política e sobre história contemporânea. A 27 de Agosto de 1810
foi eleito sócio da Academia das Ciências de Lisboa".
No Capítulo XIV, conta o autor que, "por uma fatalidade, que custa muito a explicar, o Príncipe
Regente não foi exatamente informado no tempo, em que o devera ser, das marchas do inimigo; já que
este pisava o território de Portugal, e ainda em Lisboa se supunha, que ele estava em Salamanca". "Julgo
muito provável, que em 22 de novembro chegou a notícia de que o exército se aproximava, mas a 24, dia
em que ele estava em Abrantes, é que a corte teve a participação formal, e circunstanciada." Naquele
mesmo dia entrou no Tejo uma fragata inglesa. Embora a família real estivesse em Mafra, onde tinha fixado
residência, o Príncipe Regente estava despachando no Palácio da Ajuda, Lisboa. Recebida a notícia,
60 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

convocou um conselho de Estado, no qual se decidiu a retirada para o Brasil.

A nova [notícia] corre em um momento por toda a capital [ou seja, o embarque não foi
secreto], e vai espalhar o terror em um povo imenso, que tendo flutuado por muito tempo
entre sustos, e as esperanças, se fixava em fim em uma perspectiva de horrores, e de
calamidades. Todas as providências foram dadas para um pronto embarque [...].
Insinuações, e ordens amplas foram igualmente dadas, para se receberem a bordo da
esquadra, e dos navios de transporte, que se achavam prontos, todos os portugueses,
que quisessem sair, e pudessem acomodar-se neles, e com preferência os indivíduos do
corpo militar, e da marinha, aos quais foi dada a liberdade de irem, ou ficarem, à exceção
daqueles, a que por ordens particulares se determinou o destino. Até se expediram
ordens ao consulado, para se facilitarem os embarques de fato [bens móveis], e mesmo
de fazendas [conjunto de bens] dos passageiros, sem pagarem direitos.

Ou seja, não embarcou um número "seleto" de "convidados", mas a esquadra e os navios


mercantes foram postos à disposição de quem quisesse viajar, claro que na medida de sua capacidade.

Nada escapou à vigilância do Soberano, para auxiliar a retirada de todos os seus


vassalos, que queriam fugir à escravidão; mas eram muitos os que pretendiam embarcar,
e poucos os navios. Aqueles mesmos, que posteriormente foram emigrando de Portugal,
achavam na esquadra inglesa os auxílios necessários, para se transportarem à
Inglaterra, ao Brasil, ou àqueles lugares, que as circunstâncias permitiram. No dia 26
apareceu o decreto, em que o Príncipe Regente fez pública a sua intenção de
transportar-se com S. Majestade e toda a Real Família à cidade do Rio de Janeiro até a
paz geral.

O Capítulo XV da obra de José Acúrsio das Neves narra o embarque da Família Real, e da corte, e
a saída da esquadra do porto de Lisboa. No dia 26 o Príncipe Regente foi a Mafra organizar a transferência
da Família Real para o palácio de Queluz a fim de facilitar o embarque.

Queria falar, e não podia; queria mover-se, e convulso não acertava a dar um passo:
caminhava sobre um abismo, e apresentava-se-lhe à imaginação um futuro tenebroso, e
tão incerto, como o oceano, a que ia entregar-se. O golpe o tinha apanhado tão
desprevenido, que dois, ou três dias antes tinha proferido com toda a satisfação, que com
as providências, que havia dado, estava enfim tranquilo da parte dos franceses.

As disposições [ou seja, preparativos para a transferência da Corte] estavam feitas, é verdade,
havia muito tempo; mas não passavam de uma precaução, para um perigo, que se julgava muito remoto.

Amanheceu finalmente o dia 27 de novembro, aprazado para o embarque, e a aurora


perdeu todos os seus encantos sobre o horizonte de Lisboa neste dia funesto.
Apareceram com o dia pelas ruas, e pelas praias de Belém bandos errantes de pessoas
de ambos os sexos, e de todas as idades, em cujos rostos estavam pintadas a mágoa, e a
desesperação [...] o ajuntamento não era ainda demasiado, quando apareceu a primeira
carruagem da Casa, na qual eram conduzidos S.A.R., o Príncipe Regente [...] os seus
pés trêmulos, e sem firmeza mal podiam sustentar o seu corpo vacilante [...] Seu rosto
nadava em lágrimas; porque os seus olhos eram duas torrentes; e é assim que foi levado
ao escaler [...]" "Ao ouvir-se o sussurro confuso, e melancólico do povo, e ao ver neste
dia, e no seguinte coberto o Tejo de uma infinidade de embarcações, todas empregadas
a conduzir fato [bens móveis]; o largo de Belém entulhado de caixas, camas, fardos,
carruagens, e mil objetos, que tornavam mais fúnebre esta cena, dir-se-ia, que Lisboa
inteira passava instantaneamente a ser evacuada.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 61

Repartiu-se a Real Família por diferentes naus das que compunham a esquadra; não só para
mais facilidade das acomodações, mas também para não perecer toda, se a tantas desgraças o destino
aumentasse ainda a de um naufrágio. Mas a esquadra não pôde partir naquele dia, nem no seguinte,
devido a um temporal. Somente "ao amanhecer do dia 29, quando se viu o tempo sereno, e um vento
favorável, que permitiu levantar-se o ferro":

As colinas de Lisboa, donde se descobre a barra, viram-se então coroadas de imenso


povo [que seguia a esquadra] com os olhos, e rogava mil bens ao depósito augusto, que
ela conduzia.Ajuntaram-se à esquadra vários navios mercantes, fazendo ao todo umas
36 velas [exatamente o número informado pelo embaixador inglês Strangford], em que
além da Real Família, criados da casa, e Fidalgos, que a acompanharam, foram uma
grande parte da oficialidade, e tropa, que se achavam na corte, tanto de terra, como de
mar, e alguns milhares de pessoas particulares. Muitos mais iriam, se os navios os
pudessem receber; mas foi tal o aperto, e a confusão, que foram muitos pais, e maridos,
deixando os filhos, e as mulheres, e vice-versa: muitos deveriam depois encontrar-se
também em terra, sem o esperarem; porque embarcaram em diferentes navios, sem
saberem uns dos outros [... ] e é desta forma que foi navegando para o ocidente o
primeiro dos soberanos da Europa, que executou o projeto, que alguns outros tinham
formado de transportar-se às regiões do Novo Mundo.

Outro documento que achei na Biblioteca Nacional de Portugal também lança uma luz sobre essa
questão. Trata-se do livro The present state of Portugal, and of the Portuguese Army: With an epitome of
the ancient history of that kingdom, a sketch of the campaigns of the Marquis of Wellington for the last four
years: and observations on the manners and customs of the people, agriculture, commerce, arts, sciences,
and literature do médico Andrew Halliday, inspetor auxiliar de hospitais das forças portuguesas, publicado
em Edimburgo e Londres em 1812. No Capítulo VII, ao discutir a redução da população de Portugal em
quase meio milhão "nos últimos seis anos", o autor cita como uma das causas: "A emigração da Família
Real para o Brasil. Milhares de pessoas deixaram o seu país naquele período, para nunca retornarem".
Outra fonte que reforça a tese de que, com a vinda e estadia da família real, a população do Rio de
Janeiro aumentou substancialmente (que é o corolário da tese de que a população de Lisboa reduziu-se
substancialmente) é o livro Notes on Rio de Janeiro and the Southern parts of Brazil; taken during a
residence of ten years in that country from 1808 to 1818 de John Luccock, publicado em Londres em 1820.
Luccock foi um comerciante de Yorkshire que desembarcou aqui três meses depois da corte portuguesa e
permaneceu até 1818, como informa o blog de história Bruno Horta. No Capítulo II, Luccock conta que
"quando a Corte chegou originalmente na metrópole do Brasil, a cidade estava circunscrita dentro de
limites bem estreitos" e passa a descrevê-los. Na página 40, observa como a cidade cresceu, avançando
pela floresta: "O avanço da cidade, em locais tão recentemente cobertos de florestas, surpreendeu muitos
de seus novos habitantes, enquanto aqueles, que estavam acostumados com sua aparência anterior,
ficaram ainda mais espantados." Nesta mesma página, conta o caso de uma negra que, descendo por
uma ladeira de um morro, ao avistar a cidade embaixo, impressionada com o número de navios mercantes
(uns 50) entre a cidade e a Ilha das Cobras, exclamou: "Oh, que grande Rio de Janeiro isto se tornou!"
Depois estima o número de domicílios na cidade, quando nela chegou, como sendo de 4 mil. Como
moravam em média quinze pessoas em cada domicílio (o número pode parecer grande, mas explica o
autor que, em certos casos, mais de uma família morava sob o mesmo teto, e muitos escravos eram
mantidos para fins domésticos), a população devia ser de 60 mil, um terço da qual branca ou mulata clara.
Havia também uma população flutuante de 16 mil estrangeiros.
No Capítulo VIII, sobre o Rio dez anos depois (1818), Luccock observa os melhoramentos pelos
quais passou a cidade.
62 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Novas ruas foram acrescentadas à cidade, e novos mercados criados. Os antigos


melhoraram muito na limpeza. As casas foram mais geral e simetricamente caiadas e
pintadas, as gelosias [ou rótulas] de aspecto feio foram removidas, e algumas das
sacadas que permaneceram foram ornadas com planta e flores. Muitos pequenos solares
e jardins adornaram a vizinhança, e trechos de terra foram cuidadosamente cultivados
para grama, verduras e flores. As ruas foram alargadas em várias direções, e mantidas
mais limpas de galhos e outros impedimentos similares; e uma rua nova vem sendo
aberta através dos mangais a oeste da cidade, até a aldeia de São Cristóvão, para onde a
Família Real frequentemente se retirava.
O estado instável de Portugal ocasionou um grande influxo de habitantes; muitos
vieram para cá de outras partes turbulentas da Europa; alguns também das diferentes
províncias do Brasil, e outras possessões estrangeiras da Coroa. Alguns foram atraídos
pela perspectiva de vantagens comerciais; outros, talvez, pelo desejo de testemunhar o
esplendor crescente de seu país, de formar novos contatos, aprender hábitos novos, e
compartilhar a admiração com que a riqueza e influência costumam ser acompanhadas.

Ou seja, seja qual for o número de pessoas que acompanharam a corte portuguesa ao Rio de
Janeiro, o fato é que, durante sua permanência aqui, a cidade passou por uma fase de crescimento e
progresso. O que nos traz de volta ao número de pessoas que vieram com D. João em sua viagem ao Rio
de Janeiro. Como compatibilizar a lista minuciosamente levantada por Nireu em consultas cuidadosas às
fontes primárias com a cifra que se consagrou na historiografia de 15 mil pessoas que teriam vindo na
frota?
Em primeiro lugar, Nireu deixa claro, como já vimos neste artigo, que em sua contagem deixou de
fora as tripulações dessas embarcações, por se tratar de população em trânsito. Ora, em condições
normais, a frota realmente, cumprida sua missão de trazer os passageiros ao Rio de Janeiro, retornaria ao
porto de origem, e sua tripulação pernoitaria aqui nas próprias naus. Mas dada a situação anômala de
tropas francesas marchando sobre Portugal e da transferência da corte, seria plausível que a frota tenha,
ao menos parcialmente, permanecido na nova "capital" do Império e que a tripulação, ou parte dela, tenha
procurado se estabelecer aqui.
Tese esta confirmada pelo artigo supracitado da Revista da Armada, ao informar que a nau Conde
D. Henrique "transportou para o Brasil os membros da Academia Real dos Guardas Marinha e ficou no
Brasil após a independência daquele Estado"; a nau Martins de Freitas "integrou a esquadra que partiu
para o Brasil em 1807 e, depois da independência daquele país foi integrada na sua Armada com o nome
de D. Pedro I"; a nau D. João de Castro "partiu para o Brasil em 1807 com a esquadra que transportou a
Família Real e ali ficou depois da independência daquele país".
A nau Afonso de Albuquerque "Seguiu para o Brasil na esquadra que transportou a Família Real
levando a bordo a princesa Carlota Joaquina, esposa do Príncipe Regente e outras infantas, ficando no
Brasil depois da independência em 1822"; a nau Príncipe Real "partiu para o Brasil como navio-chefe da
esquadra e levando a bordo a rainha D. Maria I e o Príncipe Regente D. João e o comandante-chefe da
frota, chefe de esquadra Manuel da Cunha Sotto-Maior, ficando no Brasil depois da independência".
Diante dessas informações, devemos incluir na contagem das pessoas que se transferiram para
o Brasil as próprias tripulações dos navios, porquanto, como as naus aqui permaneceram, depreende-
se que suas tripulações também passassem a residir aqui, ao menos até que a ameaça francesa fosse
afastada. E o fato de que a Real Marinha Portuguesa passou a ser comandada pelo príncipe D. Pedro
Carlos, que viera com a Família Real para o Rio de Janeiro, como narra o Padre Perereca, corrobora essa
suposição.
Assim, de início, temos 7971 pessoas se transferindo para os trópicos. Somando os 522 da lista
de Nireu chegamos a 8.493. Dado que mais de 36 naus singraram rumo ao Rio, dada a "precipitação e a
confusão do embarque", dado que os nomes dos embarcados "fariam um extensíssimo catalogo", dadas
as imprecisões nas listas dos embarcados, dado que nem todos os passageiros das naus foram
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 63

efetivamente cadastrados, dadas as ordens para que fossem recebidos na esquadra "todos os
portugueses, que quisessem sair", dada a ordem para que os bens embarcados não pagassem direitos,
dada a impressão de que Lisboa inteira estava "a ser evacuada", dado que a Família Real foi
acompanhada por "alguns milhares de pessoas particulares", podemos inflar ainda mais essa cifra,
chegando a 9, 10, 11 mil almas. Mas aí estamos no terreno da especulação, já que O'Neil não se mostrou
uma fonte cem por cento confiável.

Referências

CAVALCANTI, Nireu Oliveira. A reordenação urbanística na nova sede da Corte. In: Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, n. 436, 2007.
CAVALCANTI, Nireu Oliveira. O Rio de Janeiro setecentista: A vida e a construção da cidade da
invasão francesa até a chegada da corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
DAS NEVES, José Accursio. Historia geral da invasão dos franceses em Portugal e da restauração
deste reino. Lisboa: Oficina de Simão Thadeo Ferreira, 1810.
HALLIDAY, Andrew. The present state of Portugal, and of the Portuguese Army: With an epitome of
the ancient history of that kingdom, a sketch of the campaigns of the Marquis of Wellington for the
last four years: and observations on the manners and customs of the people, agriculture,
commerce, arts, sciences, and literature. Edimburgo: G.R. Clarke e Londres: Longman, Hurst, Rees,
Orme, & Brown, 1812.
LUCCOCK, John. Notes on Rio de Janeiro and the Southern parts of Brazil; taken during a residence
of ten years in that country from 1808 to 1818. Londres: Samuel Leigh, 1820.
MALERBA, Jurandir. Sobre o Tamanho da Comitiva. In: Acervo. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, v. 21, n.
1, 2008.
O'NEIL, Thomas. A concise and accurate account of the proceedings of the squadron under the
command of Rear Admiral Sir Sydney Smith, K. S. &c. in effecting the escape of the royal family of
Portugal to the Brazils, on November, 29, 1807 ; and also the sufferings of the Royal Fugitives, &c.
during their voyage from Lisbon to Rio de Janeiro: with a variety of other interesting and authentic
facts. Londres: J. Barfield, 1810.
PEREIRA, José António Rodrigues. Os Navios da Armada Real Portuguesa em 1807. In: Revista da
Armada, Lisboa: Marinha Portuguesa, n. 413, novembro de 2007.
SANTOS, Luís Gonçalves dos (Padre Perereca). Memórias para servir à história do Reino do Brasil:
Divididas em três épocas da felicidade, honra, e glória; escritas na corte do Rio de Janeiro no ano
de 1821. Brasília: Edições do Senado Federal, 2013.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 65

J OÃO MAURÍCIO DE SANTA ROSA E A


GUARNIÇÃO DA ILHA DE TRINDADE
NO CONTEXTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

JOÃO MAURÍCIO DE SANTA ROSA AND THE TRINITY ISLAND


GUARNITION IN THE CONTEXT OF WORD SECOND WAR

Resumo Abstract
Este artigo trata da história de João Maurício de Santa This article deals with the story of João Maurício de
Rosa, morador da Baixada Fluminense, na cidade de Santa Rosa, a resident of the Baixada Fluminense in
São João de Meriti, no bairro da Praça da Bandeira. the city of São João de Meriti, in the neighborhood of
Fuzileiro naval que participou da Segunda Guerra Praça da Bandeira, a marine who participated in the
Mundial e ficou baseado na ilha de Trindade e Martin Second World War and was based on the island of
Vaz no estado do Espírito Santo, na altura da capital Trindade and Martin Vaz in the state of Espírito Santo,
Vitória. Sua missão era salvaguardar o arquipélago e at the height of the capital Vitória. Its mission was to
proteger os cabos telegráficos submarinos que safeguard the archipelago and protect the undersea
ligavam a antiga capital do Brasil (a cidade do Rio de telegraph cables that connected the old capital of Brazil
Janeiro) aos Estados Unidos. Abordamos também os (the city of Rio de Janeiro) to the United States. It also
aspectos político-estratégicos de controle da ilha para addresses the political and strategic aspects of
obtenção da vitória sobre as forças inimigas, outros controlling the island to obtain victory over enemy
contextos históricos de invasão insular, além da forces, other historical contexts insular invasion, in
questão geográfica, geológica e biológica do addition to the geographic, geological and biological
arquipélago. issue of the archipelago.
Palavras-chave: Segunda Guerra Mundial. Ilha de Keywords: World War II – Trindade Island and Martin
Trindade e Martin Vaz. João Maurício de Santa Rosa. Vaz – João Maurício de Santa Rosa.
66 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Nenhum homem é uma ilha (John Donne)

A ilha de Trindade e Martim Vaz

Ilha da Trindade ponto extremo oriental do Brasil. Estadão online. Ano: 2019.
Disponível em: https://marsemfim.com.br/arquipelago-de-trindade-e-martim-vaz-joia-da-coroa/.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 67

Cadeia Vitória Trindade, localizada na costa central do Brasil


68 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 69
70 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Ao lado, gravura do marco padrão de granito posto por


Benjamim Constant para demarcar a Ilha de Trindade
como território brasileiro em janeiro de 1897. Além da
construção do Forte da Rainha com uma bandeira de
cobre escrita, Brasil. Podemos concluir que o arquipélago
é um importante ponto estratégico militar.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 71
72 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

MEDALHA NAIR FRANCISCA DE SANTA ROSA E


DE SERVIÇOS DE GUERRA JOÃO MAURÍCIO DE SANTA ROSA

Referências

Depoimentos
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 73

O PATRIMÔNIO NATURAL NA BAIXADA


FLUMINENSE: UMA APRESENTAÇÃO
DOCUMENTAL PARA O MORADOR LOCAL
E DO ENTORNO
NATURAL HERITAGE AT THE BAIXADAFLUMINENSE: A
PRESENTATIONDOCUMENTAL FOR THE LOCAL
RESIDENTAND SURROUNDINGS

Resumo Abstract
O objetivo deste artigo é destacar a diversidade The goal of this article is to highlight the diversity
perante os atrativos culturais e naturais dispostos na towards the cultural and natural attractions inside
Baixada Fluminense. E sob uma perspectiva do Baixada Fluminense. From a natural cultural heritage
patrimônio cultural natural, através de revisão perspective, based on a bibliographic review, it is
bibliográfica, pretende-se apresentá-los a intended to present them to the community and, briefly,
comunidade e, resumidamente, discorrer sobre como talk about how it is possible to insert, enjoy and
é possível se inserir, usufruir e conservar todo este conserve this entire space surrounded by the Atlantic
espaço cercado pela Mata Atlântica. Pois, dentre os Forest. Knowing that, among the thirteen districts there
treze municípios muito há para que possamos is a lot for us to reframe the relationship that might exist
ressiginificar a relação que possa existir entre o between the fluminense and the nature.
fluminense e a natureza. Key Words: Natural Attractions; Awareness;
Palavras-Chave: Atrativos Naturais; Conscientização; Environment; Local Community.
Meio Ambiente; Comunidade Local.

Introdução
74 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 75

A Baixada Fluminense
76 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

O povo da Baixada Fluminense


REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 77

E como interagir e participar?

O patrimônio natural da Baixada Fluminense


78 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 79
80 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 81

Considerações Finais

Referências
82 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 83

INSTITUTO HISTÓRICO DA CÂMARA


MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS:
A IMPORTÂNCIA DOS PERIÓDICOS NA
PRESERVAÇÃO DA HISTÓRIA LOCAL E REGIONAL

INSTITUTO HISTÓRICO DA CÂMARA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS:


THE IMPORTANCE OF PERIODICALS IN PRESERVING LOCAL AND
REGIONAL HISTORY

Resumo Abstract
O Instituto Histórico da CMDC foi fundado em 1973. Instituto Histórico of CMDC was founded in 1973.
Desde então, tem se destacado na guarda do acervo Since then, it has stood out in guarding the historical
histórico do município de Duque de Caxias e da collection of the municipality of Duque de Caxias and
Baixada Fluminense. Este artigo tem como objetivo Baixada Fluminense. This article aims to reaffirm the
reafirmar a contribuição e os desafios do IHCMDC no contribution and challenges of IHCMDC with regard to
que tange à preservação de um significativo acervo the preservation of a significant documental collection
documental e, mais especificamente, historicizar and, more specifically, to historicize Folha de
como fonte o periódico Folha de Caxias/da Cidade e Caxias/da Cidade periodical as a source and its
sua importância para a história local. importance for local history.
Palavras-chave: Duque de Caxias. Fonte Jornalística. Keywords: Duque de Caxias. Journalistic Source.
Folha de Caxias/da Cidade. Folha de Caxias/da Cidade.
Apresentação
84 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

A fonte jornalística como objetivo de investigação


REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 85
86 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 87
88 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 89
90 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 91
92 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 93
94 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 95

Considerações Finais

Referências
96 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

U VISÕES
NIVERSITÁRIAS

Resumo Abstract
O presente texto celebra o centenário da Escola This text celebrates the centenary of the Dr.
Dr. Álvaro Alberto, neste ano de 2021, a Álvaro Alberto School, in 2021, a traditional “Mate
tradicional Escola “Mate com Angu”, e propõe no com Angu” School, and proposes, in the core of
bojo desta celebração, a análise do papel this celebration, the analysis of the role played by
desempenhado pela escola e por sua the school and its creator, Armanda Álvaro
idealizadora, Armanda Álvaro Alberto, na Alberto, in the inner political and social trajectory
trajetória política e social do município de Duque of the city of Duque de Caxias, with the
de Caxias, nos enfrentamentos e conquistas confrontations and achievements mobilized by
mobilizados por aqueles que foram inspirados those who were inspired by the struggles of this
pelas lutas desta educadora. Palavras-chave: educator.
Escola Regional de Meriti. Armanda Álvaro Key words: Escola Regional de Meriti. Armanda
Alberto. Educação. Álvaro Alberto. Education.

Armanda Álvaro Alberto


REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 97

Trajetória rumo a emancipação


98 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Repressão e autoritarismo

Escola Mate com Angu


REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 99
100 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 101

Legados da Escola Mate com Angu - atualidades e desdobramentos

Cineclube Mate com Angu

Documentário Armanda (Rodrigo Dutra / Liliane Leroux)


102 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 103

Publicação em livros e espaço em campos de pesquisa universitária

Referências
104 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 105
106 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

T RANSCRIÇÃO

Os relatórios anuais da Escola Regional de Meriti, escritos detalhadamente por sua fundadora,
Armanda Álvaro Alberto, constituem uma importante fonte de pesquisa e memória desta instituição
educativa. Parte desse acervo encontra-se sob a guarda do Centro de Pesquisa Memória e História da
Educação da Cidade de Duque de Caxias e Baixada Fluminense (CEPEMHEd) desde 2008 para
tratamento, conservação e disponibilização para pesquisa. Entre esse conjunto de documentos,
destacamos a relevância do relatório escrito em 31 de dezembro de 1964, do qual transcrevemos das duas
primeiras páginas iniciais (o relatório possui 10 páginas), o fragmento que registra a doação da Fundação
Dr. Álvaro Alberto ao Instituto Central do Povo, e conseguinte mudança do nome Escola Regional de Meriti
para Escola Dr. Álvaro Alberto. Na transcrição, estão mantidas a grafia e a redação do original.

Todo trabalho realizado pelo CEPEMHEd é fruto do esforço coletivo de sua equipe composta pelos seguintes
membros: Cristiane Dias Nunes, Hélio Azevedo Campos, Kissila Soares Fernandes, Marcia Montilio Rufino, Márcia
Spadetti Tuão da Costa, Marluce Souza de Andrade, Renata Spadetti Tuão, Thays Rosalin de Araujo. E-mail para
contato: centrodememoriadaeducacao@gmail.com original.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 107
108 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

I SEÇÃO
CONOGRAFIA

Esta seção tem como objetivo


divulgar os documentos que integram
o acervo do Instituto Histórico e das
demais instituições que abrigam
esse tipo de documentação
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 109

Nossa Senhora do Rosário

Originalmente, parte do acervo da Capela de Nossa


Senhora do Rosário da Antiga Fazenda São Bento
do Iguaçu - Diocese de Duque de Caxias

São Bento

Originalmente, parte do acervo da Capela de Nossa


Senhora do Rosário da Antiga Fazenda São Bento
do Iguaçu - Diocese de Duque de Caxias
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 111

Santa Rita

Originalmente, parte do acervo da Capela de


Santa Rita da Posse, da Antiga Fazenda da
Posse - Diocese de Duque de Caxias

Santo Antônio

Originalmente, parte do acervo da Capela de


Santa Rita da Posse, da Antiga Fazenda da
Posse - Diocese de Duque de Caxias
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 113

Prédio da Escola Dr. Álvaro Alberto - década de 1960


A Escola Proletária de Merity, fundada em 13 de fevereiro de 1921 pela Professora Armanda Álvaro
Alberto, obedecendo aos métodos montessorianos, mereceu elogios dos mais eminentes educadores e
intelectuais do país. Liberdade, responsabilidade, auto educação e respeito ao desenvolvimento
biológico e psicológico do educando: "aprender a fazer, fazendo", este era o lema da Escola. As
crianças encontravam o tabuleiro de angu doce e o latão de mate, que lhes eram oferecidos, sendo
esta ação responsável pelo apelido carinhoso que a Escola traz até hoje. Saúde, trabalho, alegria e
solidariedade norteavam a ação educadora da Escola Regional de Merity.
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

Oficina de marcenaria do Professor José Montes na Escola Dr. Álvaro Alberto, vendo-se,
da esquerda para a direita, Professor José Montes, (...) e o jornalista Carlos Ramos.
115
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 117

M SEÇÃO
EMÓRIA VIVA
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 118
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 119
120 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 121
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 123

A SSOCIAÇÃO DOS AMIGOS


DO INSTITUTO HISTÓRICO

A Associação dos Amigos do Instituto Histórico da Câmara Municipal de Duque de Caxias surgiu
para apoiar a dinamização do Instituto Histórico, estimulando a participação dos setores organizados da
sociedade, e consequentemente, promover uma maior divulgação do órgão.

Criada no dia 21 de junho de 2001, tem o objetivo maior de colaborar com o aprimoramento e o
desenvolvimento das atividades do Instituto Histórico. A ASAMIH busca ser o elo entre a população e o
órgão de pesquisa e, mesmo sendo uma entidade sem fins lucrativos, tem entre suas finalidades auxiliar
na aquisição de acervo, buscar programas de processamento técnico, conservação e restauração de
obras e incentivar exposições.

Consta ainda de seu estatuto, aprovado pelos sócios - em número ilimitado, mas composto por
intelectuais e pesquisadores do maior renome na Baixada Fluminense e cidadãos comuns que
manifestam interesse pela cultura e história -, o estabelecimento de intercâmbio com outras associações e
entidades semelhantes, o apoio à reprodução de documentos do Instituto Histórico, o incentivo à
integração cultural com a comunidade e o estímulo à captação de recursos financeiros para a instalação
de projetos culturais. Neste objetivo, a ASAMIH foi contemplada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro
em 2008, sendo considerada, desde então, um Ponto de Cultura, com o projeto "Tecendo as ações no
Presente. Construindo a cidadania do Futuro".

Para o Instituto Histórico e sua Associação dos Amigos, isto é muito importante, pois contribui
para a elevação da autoestima e a possibilidade da comunidade ter acesso a atividades culturais que
colaboram para sua formação como cidadãos e na sua capacidade de intervenção social, levando ao
fortalecimento de uma identidade local e formação e manutenção das memórias da cidade.

A nossa Associação dos Amigos do Instituto Histórico buscou sempre valorizar a divulgação da
história, memória, patrimônio e cultura de nosso município e da Baixada Fluminense, região que é um
mosaico de vidas e identidades.

Desejamos agradecer o apoio de TODOS que se fizeram presentes ao longo de nossos 20 ANOS
de existência!

A ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO INSTITUTO HISTÓRICO


2001 - 2021
20 ANOS
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 125
126 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

SÓCIOS FUNDADORES

AGRINALDO ALVES FARIAS ANTÔNIO JORGE MATOS


ALEXSANDRO LOUREIRO DA SILVA ANTÔNIO JOSÉ PFISTER DE FREITAS
ANA MARIA MANSUR DIAS NUNES ANTÔNIO MENDES FREIRE
ANTENOR GOMES FILHO ARISTIDES FERREIRA MULIM
CLEINA MUNIZ COSTA AUZENIR GONDIM E SOUZA
EDELSON GAMA DE MENEZES CARLOS DE SÁ BEZERRA
GILSON JOSÉ DA SILVA CID HOMERO FERREIRA DOS SANTOS
GILVAN JOSÉ DA SILVA CLÁUDIO UMPIERRE CARLAM
HABACUQUE BRIGIDO DOS SANTOS DALVA LAZARONI DE MORAES
INGRID JUNGER DE ASSIS DINA SILVA GUERRA
JOÃO MELEIRO DE CASTILHO DIOGO DE OLIVEIRA RAMOS
JOSÉ CARLOS CRUZ EDIELIO DOS SANTOS MENDONÇA
JOSÉ CARLOS SILVA EDUARDO DE SOUZA RIBEIRO
LAURECY DE SOUZA VILLAR EDVALDO SEBASTIÃO DE SOUZA
LAURY DE SOUZA VILLAR ELISETE ROSA HENRIQUES
LIGIA MARIA DE LUNA EMIDIO DA SILVA AMARO
LUZIA LUZIETE DE OLIVEIRA LUCAS ERCÍLIA COÊLHO DE OLIVEIRA
MAGDA DOS SANTOS JUNGER ERUNDINO LORENZO GONZALES FILHO
ROBERTO FERREIRA DE CARVALHO EUGÊNIO SCIAMMARELLA JÚNIOR
ROBERTO LIMA DAVID EVANDRO CYRILLO MARQUES
ROBSON GAMA EVANGELINO NOGUEIRA FILHO
ROSELENA BRAZ VEILLARD FÁBIO MARTINS RIBEIRO
ROSELI LOPES GOMES SOUZA FÁBIO PEREIRA
SÉRGIO LOCATEL BARRETO FRANCISCO BERNARDO VIEIRA
SILVANA CARVALHO DE BARROS FRANCISCO QUIXABA SOBRINHO
SONIA CRISTINA NOGUEIRA DE SOUZA GÊNESIS PEREIRA TORRES
TELMA TEIXEIRA DE LIMA GILBERTO JOSÉ DA SILVA
WALDOMIRO FRANCISCO DAS NEVES GILSON RAMOS DA SILVA
GUILHERME PERES DE CARVALHO
ALDA REGINA SIQUEIRA ASSUMPÇÃO HERALDO BEZERRA CARVALHO
ADILSON MOREIRA FONTENELE HERMES ARAUJO MACHADO
ALEX DOS SANTOS DA SILVEIRA IRANI FONSECA CORREIA
ALEXANDER MARTINS VIANNA ÍRIS POUBEL DE MENEZES FERRARI
ALEXANDRE DOS SANTOS MARQUES IVON ALVES DE ARAÚJO
ALEXANDRE GASPARI RIBEIRO JOÃO HERCULANO DIAS
ÁLVARO LOPES JOSÉ REINALDO DA SILVA PASCOAL
ANA LUCIA DA SILVA AMARO JOSÉ ROGÉRIO LOPES DE OLIVEIRA
ANA LUCIA SILVA ENNE JOSÉ ZUMBA CLEMENTE DA SILVA
ANA MARIA DA SILVA AMARO JOSUÉ CARDOSO PEREIRA
ANDRÉ LUIS SILVA DE OLIVEIRA JOSUÉ CASTRO DE ALMEIDA
ANDRÉ LUIZ LOPES VIANNA LAUDICÉA CASTRO DE ALMEIDA
ANDRÉ LUIZ VILLAGELIN BIZERRA LUIZ CARLOS SILVEIRA DE CAMPOS
ANILTON LOUREIRO DA SILVA LUIZ HENRIQUE SILVA VIEIRA
ANTÔNIO AUGUSTO BRAZ MANOEL MATHIAS THIBÚRCIO FILHO
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 127

SÓCIOS FUNDADORES

MARCELO BORGES SOARES DE ALMEIDA ROBERTO GASPARI RIBEIRO


MARCO AURÉLIO TEIXEIRA BAPTISTA DE LEÃO ROGÉRIO TORRES DA CUNHA
MARIA ALICE DE OLIVEIRA DOMINICALLI ROMEU MENEZES DOS SANTOS
MARIA DE JESUS MENDES LIMA ROSA CRISTINA DA SILVA LEITE
MARIA VITÓRIA SOUZA GUIMARÃES LEAL ROSA NASCIMENTO DE SOUZA
MARIA ZÊNIA CORREIA DOMINGUES ROSANE FERREIRA LARA
MARIZE CONCEIÇÃO DE JESUS ROSANGELA DAVID W. G. DE LIMA
MARLUCIA SANTOS DE SOUZA RUYTER POUBEL
MARTHA IGNEZ DE FREITAS ROSSI SANDRA GODINHO MAGGESSI PEREIRA
MESSIAS NEIVA SELMA CASTRO DE ALMEIDA
NÁDIA APARECIDA TOBIAS FELIX SELMA MARIA DA SILVA RODRIGUES
NEWTON DE ALMEIDA MENEZES SOLANGE MARIA AMARAL DA FONSECA
NEY ALBERTO GONÇALVES DE BARROS STÉLIO JOSÉ DA SILVA LACERDA
NIELSON ROSA BEZERRA SUELY ALVES SILVA
NILSON MOREIRA CAMPOS DONIZETH TANIA MARIA DA SILVA AMARO DE ALMEIDA
NIVAN ALMEIDA UBIRATAN CRUZ
ODEMIR CAPISTRANO SILVA VERA LUCIA PONCIANO DA SILVA
ODLAN VILLAR FARIAS VILMA CORRÊA AMANCIO DA SILVA
PAULO CESAR RAMOS PEREIRA WAGNER GASPARI RIBEIRO
PAULO CHRISTIANO MAINHARD WASHINGTON LUIZ JUNIOR
PAULO PEDRO DA SILVA
PAULO ROBERTO CLARINDO
PAULO ROBERTO REIS FRANCO
PAULO ROBERTO TEIXEIRA LOPES
PEDRO MARCÍLIO DA SILVA LEITE
128 REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021

SÓCIOS CONTRIBUINTES

ADENILDO DANIEL DA SILVA HELENITA MARIA BESERRA DA SILVA


ALBANIR JOSÉ DA SILVA HELLENICE DE SOUZA FERREIRA
ALEXANDRE BARROS DO ROSÁRIO INDIOMAR GUARACIABA GOMES DA SILVA
ALINE COSTA DOS SANTOS INSTITUTO N S DA GLÓRIA / REGINA C S LOPES
ALINE FERNANDES PEREIRA IZABEL CRISTINA GOMES DA COSTA
ANA PAULA FELÍCIO CIRQUEIRA JADIVAL OLIVEIRA
ANDREZA PEREIRA DE ANDRADE JOÃO ALI HASSAN DIB DE LIMA
ANGELA MARIA SANT'ANNA FIGUEIREDO JORGE BASTOS FURNAN
ANGELO MARCIO DA SILVA JOSÉ CARLOS LEAL
CARLA DE OLIVEIRA JOSÉ SEVERINO DA SILVA
CARLOS GUSTAVO COSTA MOREIRA LÉO MANSO RIBEIRO
CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS LEONARDO SIMEÃO DA SILVA
CARLOS JOSÉ DOS SANTOS LUIS FELIPE DOS SANTOS JÚNIOR
CENTRO CULTURAL CASA DE PEDRA / MAÍZE DE OLIVEIRA GONDIM
JORGE LUIZ DOS SANTOS BAZÍLIO MARIA CELESTE FERREIRA
CLAUDIO DE PAULA HONORATO MARIA HELENA JACINTHO
COSME RAMOS DO NASCIMENTO MARIZA GONZAGA DA SILVA
CRISTIANO CAMPOS AZEREDO NATÁLIA EXPOSITO FILGUEIRAS
DAYANE DA SILVA LOUREIRO NILSON HENRIQUE DE ARAÚJO FILHO
DENAIR DE SOUZA CORRÊA DE MORAES NOEMI REBELLO DOS SANTOS
DIANA JUSTO KELIM PAULO DA SILVAPAULO SÉRGIO DA SILVA
DIEGO LUCIO VILLELA PEREIRA RICARDO DA FONSECA IGNEZ
DIEGO THIELE CANUTO ROBERTO LIMA DOS SANTOS
EDGAR DE SOUZA CARVALHO RUBENS DE ALMEIDA
ELDEMAR BATISTA DE SOUZA SELMA CHAGAS DE OLIVEIRA
ELIANE PONCIANO DE LIMA SÉRGIO AMARO
ELIAS DA SILVA MAIA SERGIO BRABO DE ABREU
ELISANGELA CORTES BRAGA SÉRGIO LUIZ MONTEIRO MESQUITA
ELIZABETH CASTELANO GAMA SIDNEY DE OLIVEIRA SILVA
EMANOEL CLEMENTE TAÍS FERNANDA NORONHA
ENILDO JOSÉ BONIFÁCIO THIAGO GONÇALVES DA SILVA
FERNANDO RAMOS PEREIRA THIAGO SCHUBERT LOPES
GABRIEL SALLES DE MELO UBIRAJARA SILVA DE SOUZA
GERALDO COSTA FILHO VALDELIR FERREIRA COUTO
GIANIS HANS MARTINS PETRAKIS VALERIA MOREIRA COUSAQUIVITI
GILBERTO SOUZA DOS SANTOS VANGLER JESUS DO NASCIMENTO
GUSTAVO GUIMARÃES MOTTA FILHO WALDEMAR ALVARENGA LAPOENTE
REVISTA PILARES DA HISTÓRIA - ANO 20 - Nº 19 - JUNHO DE 2021 129

Você também pode gostar