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PROPOSTA DE SISTEMA AGROFLORESTAL UTILIZANDO

CASTANHA-DO-BRASIL

GRADUANDOS: Jennifer Alves


Kauane Benitis
Nayara Lima
PROF.º ESP. Victor Braccialli
DISCIPLINA : Tecnologia dos Produtos Florestais não Madeireiros

INTRODUÇÃO:
Os sistemas agroflorestais (SAFs) apresentam várias vantagens frente aos sistemas de
monocultivo, tais como: utilização mais eficiente do espaço, redução efetiva da erosão,
sustentabilidade da produção e estímulo à economia de produção com base participativa.
Contribuem, ainda, para recuperar áreas alteradas ou degradadas, permitindo sua
incorporação ao sistema produtivo novamente, diminuindo a necessidade de abertura de
novas frentes, de forma que representam uma alternativa para o uso sustentável dos recursos
naturais.
Essa técnica é uma forma de produzir alimentos e matérias-primas sem desmatar a
floresta nativa, promovendo a conservação dos recursos naturais e a preservação da
biodiversidade. A castanha é uma das principais culturas de SAFs no Brasil, sendo produzida
principalmente na região amazônica. Os SAFs de castanha podem incluir outras espécies de
árvores frutíferas e madeireiras, plantas medicinais, hortaliças, grãos e raízes.
Os SAFs de castanha geralmente são organizados em sistemas agroflorestais
consorciados, onde as árvores de castanha são plantadas em meio a outras espécies vegetais.
Além disso, os SAFs consorciados de castanha podem ajudar a reduzir o impacto das
mudanças climáticas, pois as árvores sequestram carbono da atmosfera e ajudam a regular o
clima local.

ESPÉCIES UTILIZADAS: castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), cupuaçu (Theobroma


grandiflorum), banana (Musa spp.), mandioca (Manihot sculenta), milho (Zea maiz) e ingá
(Inga edulis).
ESPAÇAMENTO E DENSIDADE ADOTADO PARA SEU CULTIVO:
Tabela 1. Informações das espécies do SAF adotado.
Espécie Espaçamento Densidade Família Função
-1
(esp.ha )
Castanha Comercialização de frutos e
12x12 62 Lecythidaceae
do Brasil sequestro de carbono
Cupuaçu 6x4 313 Malvaceae Comercialização de polpa
Comercialização de frutos e
Banana 3x3x4 750 Musaceae
sombreamento no cupuaçu
Segurança alimentar e
Milho 1x0,25 1.500 Poaceae
comercialização
Comercialização e segurança
Mandioca 3x2 21.504 Euphorbiaceae
alimentar
Ingá 6x4 375 Fabaceae Adubação verde

CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES


CASTANHA DO BRASIL
A castanha-do-brasil, também conhecida como castanha-do-pará, é uma semente
oleaginosa obtida do fruto da árvore Bertholletia excelsa, que é nativa da região amazônica.
Abaixo estão algumas características botânicas e fisiológicas, ciclo de vida, manejo e
produtividade da castanha-do-brasil:

● Características botânicas: a árvore da castanha-do-brasil pode chegar a medir mais de


50 metros de altura e seu tronco pode ter mais de 2 metros de diâmetro. Suas folhas
são grandes e simples, com formato oval. A castanha-do-brasil é um fruto globoso,
com casca espessa e lenhosa, contendo várias sementes em seu interior.
● Características fisiológicas: a castanha-do-brasil é uma planta heliófila,. Ela tem um
sistema radicular profundo e extenso, que permite a absorção de água e nutrientes em
camadas mais profundas do solo. A castanha-do-brasil tem uma longa vida útil,
podendo viver por mais de 500 anos.
● Ciclo de vida: a castanha-do-brasil é uma planta perene, que produz frutos uma vez
por ano, geralmente entre os meses de janeiro e março. A árvore começa a produzir
frutos quando atinge cerca de 20 anos de idade, e a produtividade aumenta até os 80
anos de idade.
● Manejo: o manejo da castanha-do-brasil envolve a seleção de árvores produtivas, o
controle de pragas e doenças, a poda para estimular a produção de frutos e a coleta
dos frutos maduros.
● Produtividade: varia de acordo com a idade da árvore, o manejo e as condições
ambientais. Em média, uma árvore adulta pode produzir entre 50 e 250 frutos por ano,
o que corresponde a cerca de 10 a 20 quilos de castanha. A produtividade é
influenciada por fatores como a disponibilidade de água, a fertilidade do solo, a
incidência de pragas e doenças, e o clima.
● Mercado:. A castanha-do-brasil é consumida tanto no mercado interno como no
mercado internacional.
● Produção: o Brasil é o maior produtor mundial de castanha-do-brasil, responsável por
cerca de 70% da produção global. A produção anual brasileira gira em torno de 40 mil
toneladas, com a maior parte vindo dos estados do Pará e Amazonas. Além do Brasil,
outros países como Bolívia, Peru e Colômbia também produzem castanha-do-brasil.
● Exportação: a castanha-do-brasil é um produto de grande valor agregado, sendo
exportada principalmente para países como Estados Unidos, Alemanha, França, Reino
Unido, Japão e China. Em 2021, o Brasil exportou cerca de 11 mil toneladas de
castanha-do-brasil, gerando receita de mais de 110 milhões de dólares.
● Consumo interno: no mercado interno, a castanha-do-brasil é consumida
principalmente in natura ou na forma de produtos processados, como óleo de
castanha-do-brasil, farinha de castanha-do-brasil e barras de cereais. A
castanha-do-brasil é valorizada por suas propriedades nutricionais, sendo rica em
proteínas, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais.
● Preço: o preço da castanha-do-brasil varia de acordo com a oferta e a demanda do
mercado. Em geral, os preços são mais elevados no período de entressafra, quando a
oferta de castanha-do-brasil é menor. O preço também pode ser influenciado por
fatores como a qualidade do produto, as condições climáticas, o câmbio e os custos de
produção.

Em resumo, o mercado comercial da castanha-do-brasil é bastante significativo, tanto


no mercado interno quanto no mercado internacional, gerando renda para os produtores e
contribuindo para a economia do país. A castanha-do-brasil é um produto de grande valor
agregado e com forte demanda nos mercados consumidores, o que torna sua produção uma
atividade rentável para muitas famílias na região amazônica
CUSTO

O custo para implantação de uma área de cultivo pode variar bastante dependendo de
diversos fatores, como a região de implantação, o tipo de solo, o clima, o tamanho da área, os
insumos utilizados, entre outros.

No entanto, para dar uma ideia aproximada do custo por hectare para implantação das
culturas mencionadas na região amazônica, podemos considerar os seguintes valores médios:

● Castanha-do-brasil: o custo médio para implantação de 62 árvores de


castanha-do-brasil é de aproximadamente R$ 3.000, considerando o custo de mudas
de boa qualidade, insumos como adubos e fertilizantes, mão de obra e outros gastos
relacionados à implantação da área.
● Cupuaçu: para implantação de 313 árvores de cupuaçu, o custo médio por hectare é de
cerca de R$ 6.000, incluindo custos com mudas, adubos, fertilizantes, mão de obra e
outros gastos necessários à implantação da cultura.
● Banana: o custo médio para implantação de 750 árvores de banana é de
aproximadamente R$ 8.000 por hectare, levando em conta o custo de mudas, insumos,
mão de obra e outros gastos envolvidos na implantação da área.
● Milho: para implantação de 1.500 indivíduos de milho, o custo médio por hectare é de
cerca de R$ 2.500, incluindo custos com sementes, adubos, fertilizantes, mão de obra
e outros insumos necessários para a implantação da cultura.
● Mandioca: o custo médio para implantação de 21.500 indivíduos de mandioca é de
aproximadamente R$ 4.000 por hectare, considerando o custo de mudas, adubos,
fertilizantes, mão de obra e outros insumos necessários à implantação da cultura.
● Ingá: para implantação de 375 indivíduos de ingá, o custo médio por hectare é de
cerca de R$ 2.500, levando em conta o custo de mudas, adubos, fertilizantes, mão de
obra e outros gastos envolvidos na implantação da área.

Vale lembrar que esses valores são apenas estimativas e podem variar bastante
dependendo das condições locais e das práticas de manejo adotadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que as SAFs de castanha no Brasil são uma prática de suma importância
para a promoção do desenvolvimento rural sustentável e da preservação da floresta
amazônica. Elas têm o potencial de gerar renda para as comunidades locais, preservar a
biodiversidade e os recursos naturais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Arco-Verde, M. F.; AMARO, G. C. "Análise financeira de sistemas produtivos
integrados" Embrapa Florestas (INFOTECA-E) (2014)

Rodrigues, T. E., et al. "Caracterização e classificação dos solos do Município de


Tailandia, PA." Embrapa Amazônia Oriental-Documentos (INFOTECA-E) (2005)

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