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Adventista. Revista
Maio • 2011
Exemplar Avulso: R$ 3,00 – Assinatura: R$ 36,00

O que há de
Elias em cada
um de nós Ele teve altos e baixos, mas
sua vida é digna de imitação

6 Nossa
história
Floyd Greenleaf conta
como escreveu o livro
12 Planeta
agonizante
A intensificação das
catástrofes mostra que
22 Gente
que faz
Adventistas empreendedores
geram empregos e investem
Terra de Esperança o fim se aproxima em evangelismo
 Mensagem Pastoral Erton Köhler

Outro espírito

Ansel Oliver
Gosto de observar gente equilibrada. Este é o momento da história em que
Pessoas que têm profundidade e se distinguem mais precisamos de unidade e equilíbrio
dentro de nossas fileiras, pois a chuva serô-
por sua fidelidade, produzindo espírito de união e dia só será derramada sobre uma igreja as-
harmonia por onde passam. Desse modo, refletem sim: não dividida em movimentos aqui, crí-
o caráter de Cristo. Afinal, o amor e a unidade são ticos ali, independentes acolá. Para a con-
as maiores demonstrações do cristianismo clusão da obra, Deus não está chamando
críticos nem independentes, mas colabo-
verdadeiro e concretizam o sonho de Deus radores e membros de um mesmo corpo.
para Sua igreja (Mt 25 e Jo 17). Gente que tem “outro espírito”.
Você já observou que um dos nomes
Gosto de olhar para Calebe, que, em um momento mais comuns e fortes dados ao Espírito Santo é Con-
de divisão, pessimismo, falta de fé e crítica, ficou ao solador (Jo 14:16)? Ele é Aquele que une, acalma, de-
lado de seu líder e da vontade expressa de Deus. Sobre monstra amor, anda a segunda milha e conforta. Já
ele, Deus diz: “Porém o Meu servo Calebe, visto que Satanás é chamado, entre outros nomes, de acusa-
nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-Me, dor (Ap 12:10). Aliás, essa é uma das suas principais
Eu o farei entrar na terra que espiou, e a sua descen- funções; por isso, esse nome o retrata muito bem.
dência a possuirá” (Nm 14:24). Quando a maioria ti- Nossas atitudes sempre demonstram qual desses
nha espírito de agitação, ele demonstrou espírito de poderes controla nossa vida.
paz, equilíbrio e confiança na liderança de Deus so- Algumas pessoas confundem as coisas, agem
bre Seu povo. Ele teve “outro espírito”. como acusadores e dizem ser usadas pelo Consola-
O resultado desse espírito diferente deu às famí- dor. Gente que usa diferentes recursos, reais ou vir-
lias de Calebe e Josué o privilégio de herdar a terra tuais. Esses aparecem em nossas igrejas, muitas ve-
prometida. Observe que em Números 13 está a lista zes acusando pessoas; outras querendo levar os mem-
dos doze príncipes que foram espiar a terra. Destes, bros a um reavivamento, dizendo resgatar uma men-
dez não são lembrados. Foram esquecidos pela his- sagem histórica ou acusando a igreja de estar aposta-
tória. Não há lugar para os críticos, pessimistas, in- tada. Normalmente, a fórmula é a mesma: aparência
dependentes e agitadores nos registros do povo de de piedade, crítica à igreja, sua liderança e sua men-
Deus. Por outro lado, Josué se tornou líder do povo sagem; discurso unilateral, falando de um ou dois
pontos doutrinários de forma insistente ou
A igreja precisa de pessoas dotadas semeando dúvida na mente dos ouvintes.
do espírito de Calebe Essas situações não são novas. Já exis-
tiram na vida da igreja cristã primitiva e
e Calebe, um conquistador vitorioso e destemido. também na jornada da igreja remanescente. Qual
Deus está ao lado dos que têm “outro espírito”. foi o resultado? Crises, agitação, divisão, dor e apos-
Hoje, a igreja precisa de pessoas dotadas do espí- tasia. Isso vem do Consolador? Reflete o espírito
rito de Calebe. Pessoas equilibradas, que são fiéis à de Calebe? O fato é que esses movimentos ficaram
verdade, pessoas que unem, agregam e geram har- pelo caminho, seus lideres desapareceram e aban-
monia. Que expressam suas opiniões, sempre pen- donaram seus seguidores. Muitos deles nunca mais
sando no bem coletivo. Que atuam pensando no conseguiram se refazer espiritualmente. A igreja de
crescimento do corpo de Cristo e não em seus in- Deus, porém, segue avançando firme. “Frágil e de-
teresses ou visão pessoal. Precisamos de membros, feituosa”, mas mantida pelo Senhor. Ele mesmo nos
líderes, pastores e missionários voluntários que de- preparou para isso, quando disse: “Velhas controvér-
fendam a verdade com amor. Que preguem a Pala- sias serão reavivadas, e novas teorias surgirão conti-
vra, que estejam mais preocupados em salvar do que nuamente” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas,
Erton Köhler polemizar ou discutir. Pessoas que tenham “outro v. 2, p. 109). “Falsas teorias, revestidas de trajes de luz,
é presidente espírito”, que não se misturem com agitação, crítica serão apresentadas ao povo de Deus. Assim Satanás
da Divisão Sul- nem divisão, mas que avancem com equilíbrio, leal- procurará enganar, se possível, até os escolhidos”
Americana. dade, fidelidade e consagração. (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 271).
2 Revista Adventista I maio • 2011
 Sempre convivemos e, infelizmente, continuaremos a con-
viver, até o fim, com movimentos desse tipo. Aliás, quanto
mais perto da volta de Cristo, mais fortes, frequentes e insis-
tentes eles serão. “À medida que o fim se aproxima, o inimigo
há de trabalhar com todas as suas forças para introduzir en-
tre nós o fanatismo” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p.
316). “Se Satanás não consegue prender as pessoas no gelo da
indiferença, ele procurará impeli-las para o fogo do fanatismo.
[…] Muitos se empenham numa obra por eles mesmos ideada,
e que não é inspirada por Deus” (Ellen G. White, Mente Cará‑
ter e Personalidade, v. 1, p. 38). A falta de equilíbrio sempre de-
monstra falta de Deus.
Diante disso, precisamos ter “outro espírito”, e não abrir a
porta para esses movimentos. Se eles existirem, que pelo me-
nos não encontrem espaço em nossa vida, em pequenos gru-
pos, púlpitos ou igrejas. Queremos herdar a terra e não ficar
pelo caminho com movimentos separatistas. Não se deixe levar
por pregações envolventes, críticas sutis ou aparência de pu-
reza e piedade. O conselho de Paulo continua o mesmo: “per-
manence naquilo que aprendeste” (2Tm 3:14).
A igreja necessita do envolvimento de todos, de forma con-
sagrada e equilibrada, para vencer os grandes desafios que te-
mos no cumprimento da missão. O evangelho do reino pre-
cisa ser pregado para que Cristo volte (Mt 24:14) e precisamos
de unidade para isso. Não de ações ou movimentos indepen-
dentes, dissidentes e críticos. “Deus tem na Terra uma igreja
que é Seu povo escolhido, que guarda os Seus mandamentos.
Ele está guiando, não ramificações transviadas, não um aqui
e outro ali, mas um povo” (Ellen G. White, Testemunhos para
Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 61).
O que fazer diante de pessoas ou movimentos assim? Ter
“outro espírito”, à semelhança de Calebe, e permanecer fiel,
não importando a pressão nem a sedução. Não abrir espaço
nem gastar tempo com essas questões. Elas consomem o
tempo e esgotam as energias da igreja. Vamos nos aprofun-
dar na verdade. Por outro lado, precisamos orar pelas pessoas
que acabaram sendo envolvidas nesses movimentos. Sua ati-
tude indica que elas precisam urgentemente da presença de
Deus, por mais que pareçam piedosas. Na verdade, “a razão
de todas as divisões, discórdias e diferenças encontra-se na
separação de Cristo” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas,
v. 1, p. 259).

C om mais de mil páginas, Tratado de Teologia apresenta um estudo

exaustivo das principais doutrinas e crenças adventistas.
Deus, Cristo, Espírito Santo, pecado, salvação, santuário, juízo, sábado,
família, profecias, remanescente, milênio, segunda vinda, grande conflito...
Cada um dos 28 temas é analisado primeiramente ao longo de toda a Bíblia e
exclusivamente na Bíblia; depois na história cristã e nos escritos adventistas.
Uma das mais importantes obras publicadas pela igreja, com participação
de 27 dos mais célebres teólogos adventistas contemporâneos. Material
indispensável especialmente para pastores, pregadores, anciãos e líderes.

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*Horários de atendimento: Segunda a quinta, das 8h às 20h, Sexta, das 8h às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h.
 27 Maranhão: a igreja que vibra num dos
estados mais pobres do Brasil

28 Paraná: o drama das chuvas e o

testemunho adventista

Maio • 2011
32 Norte: o evangelho vence distâncias no
Pará e Amapá
noticias@cpb.com.br
34 Pernambuco: mutirão procura
compensar déficit da saúde pública

Um jornal a serviço da igreja  Editores: Michelson Borges e Wendel Lima

Empreender
Em 2005, foi publicado na edição número 17 da revista Diálogo Universitário, um
interessante artigo do Dr. Gary Chartier, professor de ética e administração. O au-
tor reflete sobre a responsabilidade econômica e social dos cristãos. “Nos negócios,
os cristãos podem participar do desenvolvimento do mundo, ajudando a criar, dis-
tribuir bens e prestar serviços de qualidade. Podem participar da restauração do
mundo, ajudando a reduzir a pobreza e a injustiça”, argumenta em certo trecho.
Chartier vai mais longe. Afirma que, ao cristão participar da vida econômica, ela- Sustentável
borando produtos e executando processos que facilitam a vida do homem, que pre- Palavra e conceito em voga, a sustenta-
servam a natureza e que salvam vidas, cumpre com o propósito divino. Segundo ele, bilidade tem ganhado espaço por causa
dessa maneira, o homem imita a Deus ao usar sua capacidade criativa, dada pelo Se- das evidências claras de que a natureza
está desajustada e pela tônica econômica
nhor, para beneficiar a humanidade. O professor também ressalta a responsabilida- e política que tem se dado à causa ecoló-
de ética dos cristãos nos negócios: “Deus vive no mercado assim como no santuário.” gica. Marina Silva, ex-candidata à pre-
Os princípios deste artigo podem ser observados na trajetória de quatro empresas sidência, é uma das personalidades que
lideradas por adventistas. No mês em que se comemora o Dia do Trabalho, você vai melhor representam essa bandeira no
Brasil. Ela falou sobre a importância da
conhecer os sócios de Londrina que prestam serviços na área de informática para água e sobre a causa ambiental no Centro
prefeituras e que destinam parte Educacional Adventista Milton Afonso,
dos lucros do seu negócio para o em Brasília. Para a ex-senadora, a edu-
plantio de igrejas; o comercian- cação confessional pode dar uma gran-
de contribuição ao futuro do planeta ao
te que, por sua fidelidade a Deus unir conhecimento acadêmico e o ensi-
nos dízimos e na guarda do sá- no de valores.
bado, prospera numa cidade de Na matéria que você lê nesta edi-
apenas 17 mil habitantes; a em- ção, outras duas iniciativas ecologica-
mente corretas da educação adventista
presária de Ijuí, RS, que evange- também são destacadas: a passeata dos
liza seus 200 funcionários; e o alunos de Mogi Guaçu, SP, no Dia Mun-
jovem que descobriu na perda de dial da Água; e o investimento do Unasp,
uma oportunidade de emprego campus Hortolândia, num sistema alter-
nativo de aquecimento de água para seu
sua chance de abrir um negócio residencial feminino. Págs. 24 e 25
– Wendel Lima. Págs. 22 e 23
Revista Adventista I maio • 2011 21
 especial
Gente que faz
Adventistas revelam espírito empreendedor em iniciativas
que misturam negócios e evangelismo
João Batista Turba: “Minha loja tem sido abençoada.” Ele emprega
28 pessoas numa cidade com 17 mil habitantes
Da Redação
O primeiro compromisso do
dia para os 13 funcionários da
empresa ÔnixSeven, em Lon-
drina, no Paraná, é atípico para
o cenário empresarial. Antes de
qualquer atividade, os servidores
se reúnem para um momento de
reflexão bíblica. “De todas as em-
presas que eu conheço, é a primei-
ra que não pensa só em si, mas nos
seus funcionários. Uma empresa
que se preocupa tanto com a par-
te física quanto espiritual dos seus
servidores”, afirma André Quei-
rós Flores, que presta suporte
para clientes da ÔnixSeven.
A diferença é que os quatro só-
cios da empresa de tecnologia da
informação em gestão pública,
criada em 1991, são adventistas do
sétimo dia. “Desde o início, enten-
demos que a empresa não era nos-
sa. Era um projeto de Deus para
nós”, afirma Arnaldo Farias Filho,
diretor administrativo. “Quando
montamos a sociedade, nós já co-
meçamos com esta mentalidade:
ganhar pessoas para Jesus”, diz
Marilza Lima Farias, diretora da
área financeira.
22 Revista Adventista I maio • 2011
“Nosso diferencial como em-
presa perante nossos concorren-
tes é atender naquilo que eles não
atendem. É levar o evangelho de
maneira personalizada, customi-
zada, como costumamos dizer”,
acrescenta Isaac José Espanhol,
gerente de TI.
Testemunho e competência ca-
minham juntos. Recentemente, a
equipe foi contemplada numa das
categorias do prêmio TI & Gover-
no 2010, iniciativa que premia os
20 melhores projetos públicos de
governo eletrônico do País. Foi
considerado o melhor projeto de
e-Governo 2010, com caráter ino-
vador, relevância social e envolvi-
mento de recursos humanos.
O ramo no qual atuam é marca-
do por desafios. Num país em que
a política está desacreditada, em
função de deslizes éticos e esque-
mas de corrupção, não ser absor-
vido pelo sistema se torna difícil
quando princípios não estão for-
temente arraigados. Mas, ao opta-
rem por esse nicho de mercado, os
sócios estavam cientes dos confli-
tos que surgiriam e decidiram que
fariam a diferença nesse contexto.
“Nós sabíamos que encontraría-
mos propostas indecentes ao lon-
go do caminho. Ao trabalhar no
meio político, que é nosso caso,
pois trabalhamos com prefeitu-
ras, você tem que estar ciente de
que esse tipo de situação vai sur-
gir. Mas, desde o início, focamos
nosso objetivo, que é agir correta-
mente. Nosso grupo todo estava
envolvido num projeto de fideli-
dade”, realça Arnaldo. Fidelidade
demonstrada nas relações de ne-
gócio e no plano espiritual. Prova
disso é que a ÔnixSeven destina
10% do capital social – além do dí-
zimo, é claro – para a causa mis-
sionária, custeando instrutores
bíblicos e construção de igrejas.
Em tempos de capitalismo sel-
vagem, impiedoso, os integran-
tes da empresa demonstram
que a essência da vida nos negó-
cios não é o lucro. Uma ativida-
de profissional autônoma pode
muito bem se tornar um minis-
tério. “Eu costumo dizer que o
que eu faço para comer é ven-
der software. Mas o nosso prin-
cipal negócio sempre vai ser
levar pessoas a Cristo”, conclui
Eduardo Magnone, também só-
cio da ÔnixSeven.
Sócios da ÔnixSeven em Londrina, PR: transparência nos negócios com
as prefeituras e compromisso de doar 10% do lucro da empresa para o
plantio de igrejas
Comércio abençoado – João
Batista Turba é empresário na cida-
de de Restinga Seca, RS. A empresa
dele é a Casa Vitória. Ele vende cal-
çados, confecções, artigos esporti-
vos e de cama, mesa e banho. A loja
tem também um setor destinado às
noivas e um anexo com sorveteria
e um mercado que não vende erva-
-mate, café, Coca-Cola, carne e mui-
tos outros produtos que não fazem
bem à saúde.
João é pioneiro da Igreja Adven-
tista da cidade, que hoje conta com
aproximadamente cem membros.
Quando a igreja foi estabelecida ali,
era conhecida como a “igreja do Ba-
tista”. Casado com Diva Mara, ele
tem dois filhos, Moisés e Miryan.
João é popularmente chamado
na cidade pelo apelido de “amigão
Batista”. “Em 1980, comecei uma
pequena loja de artigos esportivos,
fui crescendo e cheguei a ter 15 fun-
cionários”, relembra. “Em 1987, o fa-
turamento diminuiu, fui ao fundo
do poço e fiquei quebrado, falido.”
João e sua família eram católi-
cos, rezaram muito, celebraram
missas, acenderam velas e paga-
ram promessas, mas tudo pare-
cia ir de mal a pior. “Saí da Igreja
Católica e comecei a frequentar a
Assembleia de Deus, onde fui ba-
tizado. Mas, após meu batismo,
comecei a estudar a Bíblia com os
adventistas”, comenta.
Confuso, João pediu que Deus
lhe mostrasse o caminho certo a
seguir. “Através da Bíblia, Ele ti-
rou todas as minhas dúvidas”,
acrescenta. No dia 24 de abril de
1990, João foi batizado, depois de
decidir fechar a empresa aos sába-
dos, o dia em que mais vendia. “O
povo dizia que agora é que eu iria
quebrar mesmo, e ainda comen-
tavam: ‘Vamos ver se o sábado vai
pagar suas contas’”, relembra.
João resolveu abrir o estabeleci-
mento aos domingos pela manhã e
as bênçãos de Deus vieram: aquele
se tornou o dia de maiores vendas
na semana. O faturamento au-
mentou bastante, mas, no ano de
2000, vieram novas e sérias dificul-
dades financeiras. “No começo do
mês, tinha que escolher duplicatas
para pagar ou o dízimo para de-
volver; escolhi o dízimo”, garante.
E Deus o abençoou. “Mesmo
com o comércio em geral sofren-
do queda nas vendas, o índice de
demissões crescendo na cidade,
minha loja tem sido muito aben-
çoada por Deus. De oito funcio-
nários, passamos para 28”, conta.
Como isso pôde acontecer em uma
cidadezinha de 17 mil habitantes?
João responde: “Com toda certeza,
a mão do meu querido e bondoso
Deus está ao leme. Hoje sou um ho-
mem feliz com Jesus, seguro e con-
fiante em Suas promessas, em Sua
misericórdia e amor.”
Legado de família – Loide Hil-
debrandt Gaspary faz parte do con-
trato social da indústria Moinhos
Ijuí desde a década de 1980. Na épo-
ca, seu pai a presenteou com as co-
tas que lhe pertenciam. A indústria,
Loide Gaspary: “Toda hora
estamos testemunhando.” Na
embalagem dos produtos de sua
empresa vai impresso um texto
bíblico e o endereço do portal
evangelístico da Igreja Adventista
que também pertenceu ao sogro e
ao falecido marido, Egon Arno
Walter, está há 85 anos no merca-
do, sendo referência no ramo, com a
comercialização das farinhas Ijuhy
e Argentina, além dos produtos in-
tegrais naturais da linha Prinat.
Loide conta que desde o perí-
odo em que a empresa era admi-
nistrada majoritariamente pelo
sogro, por ser adventista, ele não
comercializava aos sábados, e
esse padrão sempre se manteve.
Na atual administração, a empre-
sária lembra que “a pressão já foi
grande quanto aos vendedores;
houve momentos em que preci-
sei me impor, dizer não e pronto”.
Proprietária também da empre-
sa de balas Soberana, administra-
da pelo filho Robson Walter, Loide,
aos 64 anos, acredita que o maior
testemunho com relação à religião
são a conduta pessoal, ética pro-
fissional e a convivência, que, de
acordo com ela, influencia os de-
mais. “Toda hora estamos teste-
munhando. Eu não sou muito de
falar, então, procuro testemunhar
por meio de minha postura”, escla-
rece. Para ela, o mundo empresa-
rial é desafiador: “Os momentos
não têm sido bons, mas, sem dúvi-
da, a fé ajuda a ir adiante”, acredita.
Hoje, as duas empresas somam
aproximadamente 200 funcioná-
rios, quadro composto com 90% de
pessoas de outras denominações
religiosas. Entre os métodos evan-
gelísticos utilizados pela irmã da
empresária, Zulmira Hildebrandt,
estão: reuniões semanais ao pôr do
sol de sexta-feira, abordando temas
bíblicos; distribuição de literatura
e de mensagens em datas especiais
e projetos sociais, como a contra-
tação de pessoas que estão cum-
prindo algum processo judicial.
O último batismo realizado en-
tre funcionários foi o do diretor de
RH da empresa. No verso, todos
os pacotes das balas Soberana le-
vam impresso um texto bíblico e
o endereço do portal evangelístico
www.esperança.com.br.
Dicas de quem venceu –
Fernando Perez nasceu num lar ad-
ventista. Ele e a família são mem-
bros da Igreja Adventista Central
de Várzea Grande, MT. Desde
cedo, Fernando aprendeu a im-
portância do trabalho num mun-
do globalizado e competitivo. Co-
meçou a trabalhar aos 11 anos de
idade e já foi vendedor de polpa de
Fernando Perez viu na porta fechada para um emprego a oportunidade
de abrir o próprio negócio de persianas
frutas e salgados, além de fazer ser-
viços gerais para a prefeitura local
e também montar e gerenciar uma
lanchonete. Mas foi no “mundo das
persianas” que Fernando descobriu
sua vocação, aos 18 anos.
Ele conta que percebeu que ti-
nha talento para essa área quando
as pessoas começaram a lhe pedir
dicas de combinação de cores para
decoração. Nessa época, Fernando
trabalhava como instalador numa
loja de persianas de Cuiabá. Depois
que a loja fechou, ele resolveu pro-
curar emprego em outra do mesmo
ramo. Mas, quando contou que era
adventista, lhe foi negado o empre-
go, apesar de dizer que se fosse pre-
ciso trabalharia até mais tarde ou
aos domingos. “Eles riram de mim
dizendo que não iam abrir a loja no
domingo só porque eu não traba-
lhava aos sábados”, lembra.
Ele conta que ficou muito tris-
te. Foi quando seu pai sugeriu que
ele abrisse o próprio negócio. Fer-
nando tentou conseguir o apoio de
uma franquia de São Paulo, mas foi
inútil. Ele então teve uma ideia: la-
vou persianas usadas, pregou na
parede e as pessoas começaram a
vir e comprar. “Nessa época, eu não
tinha o capital de giro, o que tinha
era a vontade de vencer”, salienta.
Isso aconteceu há 15 anos, quan-
do teve início a Elite Center Decor,
uma empresa especializada em de-
sign de interiores que atende toda a
região de Cuiabá e Várzea Grande.
A empresa atua na fabricação, ven-
da e instalação de cortinas, persia-
nas, papéis de parede, luminárias,
estofados e telas de proteção, des-
de a construção do design de in-
terior até o acabamento. Além de
vender e instalar esses produtos, a
empresa também os fabrica em es-
tabelecimento próprio.
Fernando conta que percebeu
que a empresa tinha sustentabili-
dade e potencial para crescer a par-
tir desse diferencial. Segundo ele,
fabricando os próprios produtos,
não é preciso comprar para reven-
der. Das 83 lojas da área que exis-
tem em Cuiabá e Várzea Grande,
a Elite Center Decor é a única que
possui fabricação própria e já se tor-
nou uma distribuidora para as lo-
jas menores. Vende seus serviços
para todo o Estado de Mato Gros-
so, Curitiba e São Paulo, sendo que
algumas persianas já foram até para
fora do país. “Meus vizinhos acham
uma loucura eu fechar aos sába-
dos porque vem muita gente aqui
e deixa telefone debaixo da porta
me pedindo que retorne. Mas es-
ses clientes voltam na segunda”, diz.
Fernando esclarece que Várzea
Grande tem mais ou menos oito lo-
jas do mesmo ramo que abrem aos
sábados, no entanto, a Elite Center
vende mais. Por isso, o empreende-
dor dá dicas para os adventistas que
pensam em montar o próprio negó-
cio: não ter medo da concorrência
e nem de fechar aos sábados, pedir
a bênção de Deus e acreditar nEle.
Outro fator importante, segun-
do Fernando, é a pessoa desco-
brir seu ponto forte, ou seja, sua
vocação. Ele ressalta que é essen-
cial não se comparar com os ou-
tros, mas descobrir se tem talento
para determinada área. Além dis-
so, entregar nas mãos de Deus, ter
coragem e iniciativa e não desa-
nimar diante das dificuldades vai
fazer a diferença no sucesso do
empreendimento.
Perez incentiva os jovens que
têm receio de iniciar uma carreira
por conta própria: “É preciso acre-
ditar e correr atrás. Muitas vezes,
a pessoa tem uma vocação, mas
tem medo de dar um passo a mais,
de ir”, observa.
Ele ressalta também que a Elite
Center Decor surgiu porque uma
empresa não o aceitou como fun-
cionário pelo fato de ele não tra-
balhar aos sábados. O aparente
contratempo serviu de trampo-
lim para novas oportunidades.
“Fazei prova de Mim”, é o que a
Palavra de Deus diz. E foi assim na
vida de Fernando – Com reporta-
gem de Márcio Tonetti, Ionara Wi-
chinheski e Ellen Ribeiro.
Revista Adventista I maio • 2011 23
 Brasil
Sustentabilidade
Educação Adventista promove palestras e projetos em favor
da preservação do meio ambiente
Charlise Alves, Jeanne Moura e
Heron Santana
Colaboradores
A ex-ministra do Meio Ambien-
te, Marina Silva, falou aos alunos
do Centro Educacional Adventista
Milton Afonso (Ceama), em Brasí-
lia, na terça-feira, 22 de março, Dia
Mundial da Água. Marina tratou
de diferentes questões ambientais
e de sustentabilidade. Mais de 600
alunos do Ceama participaram da
aula especial que tratou do valor
econômico, político e simbólico da
água. Segundo Marina Silva, a im-
portância da água também é apre-
sentada na Bíblia.
O Dia Mundial da Água foi
criado pela Organização das Na-
ções Unidas (ONU) com a in-
tenção de promover a discussão
relacionada a esse bem natural
que ocupa dois terços do planeta
e é fundamental para a sustenta-
ção da vida. No Ceama, o assun-
to meio ambiente tem destaque
não só nessa data, mas durante
todo o ano.
“Educação não é só ler e escre-
ver, é educar a criança para que
ela possa cuidar de si, da saúde
e do planeta”, explicou a profes-
sora de ciências, Adriana Viana
de Oliveira. “Com as crianças a
gente sabe que o compromisso
é com a própria vida delas. En-
tão é uma semente que está sen-
do plantada e que tem tudo para
germinar da melhor forma pos-
24 Revista Adventista I maio • 2011
Marina Silva fala aos alunos do
Ceama. Para a ex-ministra do Meio
Ambiente, a educação confessional
pode contribuir para a formação de
alunos ecologicamente conscientes
ao oferecer conhecimento acadêmico
atrelado ao ensino de valores
Mogi Guaçu – Também em co-
memoração ao Dia Mundial da
Água, estudantes da Escola Ad-
ventista de Mogi Guaçu, municí-
pio paulista com mais de 137 mil
habitantes, se mobilizaram para
chamar a atenção da sociedade
para a preservação dos recursos
hídricos, na terça-feira, dia 22 de
março.
A campanha teve como tema
sível”, comentou a ex-ministra. “Seu coração pede água”. Carre-
Ela elogiou o comportamento gando faixas e acompanhados de
dos alunos do Ceama durante a professores e de bonecos gigan-
palestra. tes, os alunos realizaram uma ma-
Ao comentar sobre as decla- nifestação divertida, com espaço
rações do presidente norte-ame- para a mensagem em favor do uso
ricano Barack Obama sobre o sustentável da água. A Escola de
potencial de energias renová- Mogi Guaçu tem 270 estudantes.
veis do Brasil, em sua recente vi- Os pedestres que passaram
sita ao País, a ex-ministra disse: próximo a um dos semáforos da
“a gente pode ter uma atitude de principal avenida da cidade rece-
compromisso com a mudança do beram água mineral como brinde
modelo de desenvolvimento, e a e também folhetos com o tema da
questão da energia renovável é um campanha. Os estudantes distri-
dos pontos, mas é fundamental buíram cerca de 1.500 copos com
que para isso a gente tenha uma água mineral. “Foi uma demons-
educação que dê aos nossos jo- tração alegre para as pessoas so-
vens igualdade de oportunida- bre a necessidade de preservar
des.” Em seu discurso, Marina esse bem tão precioso”, afirmou
Silva defendeu que as escolas ad- Marta Gusmann Tulon, direto-
ventistas podem contribuir para ra da escola. O líder da Educação
esse processo. Adventista para a região central
Sobre a rede educacional ad- de São Paulo, Jediel Unglaub, co-
ventista, na qual duas de suas fi-
lhas estudaram, bem como sobre Alunos da Escola Adventista de Mogi Guaçu
as demais instituições confessio- chamam atenção para a importância da água
nais de ensino, ela afirmou: “São
escolas que, no meu entendimen-
to, procuram dar um ensino de
qualidade e ao mesmo tempo
trabalhar valores. E os pais que
colocam os filhos numa escola
confessional sabem disso.” Para a
ex-ministra, a educação que une
conhecimento acadêmico com
valores é muito importante para a
formação de uma sociedade mais
preocupada com o ser humano e
com o planeta.
memorou a iniciativa. “Os estu-
dantes apresentaram um modelo
de educação comprometido com
o meio ambiente”, disse.
Iniciativas deste tipo, sempre
são bem-vindas, tendo em vis-
ta que mesmo o Brasil, dono do
maior potencial hídrico do plane-
ta, corre o risco de chegar a 2015
com problemas de abastecimen-
to de água em mais da metade
dos municípios, conforme levan-
tamento recente da Agência Na-
cional das Águas.
Energia limpa – O calor da
natureza esquenta a água dos 39
chuveiros do residencial femini-
no do Unasp, campus Hortolân-
dia, o antigo Iasp. A água é aque-
cida por placas supersensíveis que
esquentam com a luz solar, com o
luar, com o vento, com a chuva e
até com a brisa.
O processo é muito simples.
O gás entra gelado nas placas
que são aquecidas por qualquer
tipo de clima. Já quente, o gás
percorre um cano e vai para os
reservatórios que têm capaci-
dade individual para 400 litros
de água. Dentro do reservatório,
esse gás quente aquece a água.
A energia limpa utiliza gás de
geladeira em vez de água dentro
dos painéis. Mais sensível ao ca-
lor provocado por qualquer tipo
de luz ou fricção, o gás chega a
82 graus centígrados.
O Iasp é a terceira instituição
do Brasil a implantar esse tipo de
tecnologia, que além de contri-
buir para a preservação do meio
ambiente, traz economia para o
bolso do consumidor. Os custos
com a energia limpa não che-
gam a um décimo das despesas
com o aquecimento convencio-
nal. Para se ter uma ideia, uma
família de seis pessoas gasta em
média 180 reais por mês para ter
água quente no chuveiro. Com a
energia limpa, o custo não passa
de 18 reais mensais.
Para o diretor administrati-
vo do Iasp, professor Ivan Al-
meida, são vários os benefícios
que a energia limpa proporciona.
“O primeiro é educativo: os pro-
fessores de Biologia e Física estão
mostrando aos alunos a impor-
tância da energia limpa. Outro
benefício é a economia, um in-
Brasília – df
40 anos de criacionismo
Sociedade Criacionista Brasileira inicia celebrações de aniversário com evento em Brasília
Evento reuniu mais de 600 pessoas em Brasília, cidade sede da SCB
Jeanne Moura
Colaboradora
A Sociedade Criacionista Bra-
sileira (SCB) realizou a nona edi-
ção do seminário “A Filosofia das
Origens”, em Brasília, DF, nos dias
1º e 2 de abril. Desta vez, o criacio-
nismo foi estudado pelo aspecto
do meio ambiente e amparado nas
áreas da física, química, biologia
e geologia. Mais de 600 inscritos
participaram do evento. Os se-
minários, que são realizados pelo
menos uma vez por ano em dife-
rentes locais do País, são um con-
junto de palestras apresentadas
por profissionais renomados do
Brasil ou até de outros países.
Tarcísio da Silva Vieira, profes-
sor de química orgânica no Insti-
tuto Federal do Tocantins, foi um
dos palestrantes deste seminário.
Além de testemunhar da ação de
Deus na origem da vida, o fez por
vestimento que se paga em até
11 meses”, garante.
A tecnologia, que veio de Portu-
gal, além de ser simples, não precisa
de manutenção. No primeiro mo-
mento, o sistema foi implantando
no residencial feminino. Cerca de
200 meninas estão usando a ener-
gia limpa para tomar banho. “Se a
energia cair não vai ter problema em
aquecer a água e não dá choque. Fi-
cou bem mais prático”, aprova uma
aluna do curso de Pedagogia. 
meio de sua própria história. Ele,
que já foi baterista de uma banda
de heavy metal, revela que não re-
sistiu à coerência da relação en-
tre a criação de Deus e o sétimo
dia. “Quando você estuda o cria-
cionismo, é preciso admitir que
a semana da criação foi de sete
dias literais, e, sendo assim, exis-
te uma consequência muito pro-
funda que é exatamente o sétimo
dia, dia de repouso”, ponderou.
Ao ser confrontado por suas
dúvidas, ele recebeu o suporte da
SCB através de literaturas e escla-
recimentos, em especial a dispo-
nibilização do livro O Sábado, de
Guilherme Stein Jr., leitura deter-
minante no estudo de Tarcísio.
Ele se associou à SCB em 2004,
e após seis anos, decidiu aceitar
o sétimo dia da semana como dia
sagrado na sua relação com Deus,
e celebrou essa decisão através de
sua cerimônia de batismo na Igre-
ja Adventista, em junho de 2010.
Esse foi o começo de uma série
de vitórias. Em sua relação com
Deus, ele deixou de pregar sexo,
drogas e rock and roll para anun-
ciar o Criador e Redentor, na maio-
ria das vezes, numa pregação sem
palavras. “Desde que comecei a es-
tudar a Palavra de Deus e a exerci-
tar não somente o lado intelectual,
mas também o lado espiritual, per-
cebi que minha capacidade de in-
terpretação da natureza e a minha
capacidade de trabalho ficaram
muito melhores”, revelou Tarcísio.
A Sociedade Criacionista Brasi-
leira dá todo o suporte a qualquer
interessado, mesmo às crianças.
Diferentes sites oferecem litera-
tura, artigos, palestras e vários
outros materiais que embasam
cientificamente a ação criadora de
Deus. Além dos seminários, reu-
niões semanais são realizadas no
Centro Cultural da SCB, em Bra-
sília. Escolas públicas, escoteiros,
desbravadores e grupos de dife-
rentes religiões visitam regular-
mente as dependências da sede
em busca do acervo de informa-
ções e pesquisas reunidos em qua-
se 40 anos de trabalho voluntário
de seus diretores e organizadores.
Em 2012, a SCB completará
40 anos, e em comemoração ao
seu aniversário, realizará semi-
nários no Amazonas, Bahia e Pa-
raná. Além disso, publicará dez
livros, dois dos quais para o pú-
blico infantil. “Também estamos
amadurecendo a ideia de disponi-
bilizar uma biblioteca virtual com
Unasp, campus Hortolândia,
investiu num sistema alternativo de
aquecimento da água: casamento da
economia com a ecologia
todo nosso acervo”, disse Rui Cor-
rêa Vieira, engenheiro civil forma-
do pela Universidade de Brasília e
um dos fundadores da SCB.
Histórias como a de Tarcísio ou
mesmo de Ruy Carlos de Camargo
Vieira, Ph.D, engenheiro mecâni-
co e elétrico, membro do Conse-
lho Superior da Agência Espacial
Brasileira e presidente-fundador
da SCB, mostram o potencial do
trabalho da Sociedade. Ruy se tor-
nou criacionista quando cursava
engenharia na Escola Politécni-
ca da Universidade de São Paulo,
ao entrar em contato com os es-
tudos de Isaac Newton sobre as
profecias de Daniel e Apocalip-
se, na obra intitulada Newton’s
Observations Upon the Prophe-
cies of Daniel and the Apocalypse.
“Fiquei encantado ao descobrir que
o mesmo Isaac Newton que conhe-
ci em ótica, mecânica e gravitação
tinha se dedicado ao estudo da cro-
nologia bíblica e à interpretação de
profecias”, lembra Ruy.
A SCB tem hoje, além dos 40
associados fundadores, outros
400 associados regulares. Para se
associar, basta efetuar o cadastro
pelo site: www.scb.org.br
Tarcísio: fruto da mensagem
criacionista
Revista Adventista I maio • 2011 25
26 Revista Adventista I maio • 2011
 estado do Maranhão
Na contramão da realidade
O trabalho de uma igreja vibrante num dos estados mais pobres do Brasil
Dez mil pessoas no lançamento da TV Novo Tempo, em São Luís
Tatiane Lopes É nesta terra calorosa, de tra-
Colaboradora
balho e de intenso calor do Sol,
Entre belezas naturais raras, que encontramos uma igreja di-
podemos encontrar uma igre- ferenciada em muitos aspectos.
ja vibrante e que vivencia muitos O projeto Quebrando o Silêncio,
milagres, mesmo em um esta- conhecido por levar às ruas um
do considerado o mais pobre do “grito contra a violência”, somou
Brasil. Ao passear pelo litoral ma- em 2010 mais de 20 mil pessoas
ranhense, é possível contemplar envolvidas em 50 pontos de mo-
paisagens deslumbrantes como as bilização, em cidades e municí-
praias de São Luís, as cachoeiras de pios do norte do Estado, como
Carolina e o cartão-postal do Esta- em Barreirinhas, onde o índice
do, o Parque Nacional dos Lençóis de turismo sexual é elevado. So-
Maranhenses, em Barreirinhas. nia Fernandes foi abusada sexu-
A beleza dos Lençóis que abraçam almente durante dez anos. Ela
piscinas cristalinas de água doce é conta que “o projeto traz ajuda,
tão grande, que há relatos de mui- não só espiritual, mas psicológica
tos incrédulos que passaram a crer a mulheres que sofrem abusos”. O
em Deus depois de contemplar ta- projeto é conhecido em toda a re-
manha beleza natural. É também gião e tem parceria com o Gover-
aqui onde encontramos uma “ter- no Estadual.
ra cheia de palmeiras, onde canta Helena Nunes é uma jovem de
o sabiá”, frase proferida com tanta 25 anos e a cada seis meses doa san-
eloquência pelo poeta maranhen- gue em um dos 40 pontos de coleta
se Gonçalves Dias. do projeto Vida por Vidas, que so-
mente em 2010 conseguiu
coletar quase cinco mil
bolsas de sangue. “Saber
que posso estar salvando
a vida de uma pessoa é o
que me motiva a doar san-
gue”, conta Helena, que faz
parte de um número re-
corde de doadores.
Em 2009, o estado pas-
Mais de mil pessoas percorreram a principal sou pela maior enchente
avenida de Barreirinhas, em passeata da sua história, deixando
mais de 400 mil desabrigados. Dos
cem municípios com o menor ín-
dice de desenvolvimento humano,
pelo menos 60 estão neste Estado
que divide o Nordeste brasileiro
do Norte do País. Quando a en-
chente tomou conta, muitos não
sabiam para onde correr. Em Ita-
pecuru Mirim, a 108 quilôme-
tros da capital, o rio Mearim, que
corta toda a cidade, subiu 20 me-
tros deixando desabrigada toda a
comunidade ao redor. Foi aí que
a ADRA entrou em ação. Maria
Brandão, mãe solteira de cinco fi-
lhos, morava às margens do rio ha-
via 17 anos. Ficou sem casa, sem
comida e quando estava quase sem
esperança a ADRA foi até o aloja-
mento onde ela estava. “Quando
a equipe chegou com uma cesta
básica recheada e com um livro
Sinais de Esperança, eu, que já não
sabia mais onde pedir ajuda, per-
cebi que Deus estava olhando para
mim”, conta Maria. Mais de 30 to-
neladas de alimentos foram distri-
buídas na ocasião. Desbravadores
saíram de casa em casa, na nobre
missão de ajudar ao próximo.
Jovens – Quando o assun-
to são os jovens, a Missão Cale-
be conquista espaço. Lice Batista
trabalha o ano todo em uma loja
em São Luís. Em julho, ela dedica
15 dias de suas férias para falar
de Jesus de casa em casa, em uma
cidade do interior. “A cada ano
que participo, posso ver de per-
to pessoas carentes de amor sen-
do transformadas simplesmente
porque conto a elas o que Jesus fez
em minha vida”, conta Lice, que já
participou de quatro edições do
projeto. Em 2010, mais de 800 jo-
vens passaram pela experiência
da Missão Calebe, e 1.941 pessoas
foram batizadas.
E é aqui, no Estado que ano a
ano disputa com Piauí e Alagoas
se permanece ou não no topo da
pobreza do País, que no dia 17 de
julho a TV Novo Tempo foi inau-
gurada em canal aberto para mais
de um milhão de pessoas que mo-
ram na ilha. O sinal é alugado de
uma emissora. E quem paga? Cada
adventista ludovisense tem men-
salmente uma oferta, e juntos cus-
teiam o sinal, que não é barato,
não! Outras quatro cidades do in-
terior também transmitem o sinal.
“Não tenho prata nem ouro,
mas o que tenho, isto Te dou”
(At 3:6). Quando recebi o chama-
do para servir à Igreja no Mara-
nhão, há três anos, não imaginava
encontrar esta igreja atuante e
cheia de disposição. Ao emprestar
de Pedro a frase que levou o para-
lítico nazareno a receber o mila-
gre da cura, posso afirmar que ela
é usada pelos maranhenses no dia
a dia a serviço de Cristo, mesmo
com índices elevados de pobreza.
Mas de todas as experiências
que já vivi neste local, uma tocou
bem fundo o meu coração, e ela
me ajuda a entender os milagres
que Deus faz neste lugar. Dona Jo-
sefa, uma humilde senhora de um
vilarejo no interior de Tutoia, não
tinha saúde para viajar os 40 qui-
lômetros que a separavam da igre-
ja mais próxima, por isso, há dois
anos não ia até lá. Quando rece-
beu, de surpresa, a visita de um
pastor, ao fim da agradável con-
versa, dona Josefa buscou em seu
quarto uma lata, na qual guarda-
va, com muita organização, o dí-
zimo e a oferta de cada mês, desde
que havia deixado de ir à igreja.
Há pobreza no Maranhão? De-
pois de tudo o que já vi, eu diria que
não, porque há corações abertos e
cheios de esperança, que todos os
dias dizem ao Senhor: “Não tenho
prata nem ouro, mas o que tenho,
isto Te dou.” E isso é o que vale. 
Dona Maria Brandão foi amparada
pela ADRA depois de sobreviver à
maior enchente da história
do Maranhão
Revista Adventista I maio • 2011 27
litoral do Paraná
Depois que
a água baixou
Adventistas atuam no drama das chuvas no Paraná e testemunham
da fé que consola os que sofrem
Francis Matos
Colaboradora
Chuva, enxurrada, enchentes,
deslizamentos, mortes. Em um
instante, moradores de oito mu-
nicípios do litoral paranaense tive-
ram a vida modificada pela maior
tragédia dos últimos 30 anos. Mor-
retes, um dos municípios atingi-
dos, exemplifica a dimensão da
catástrofe: dos 15 mil habitantes,
10 mil ficaram desabrigados ou
desalojados.
Nos dias subsequentes, os pedi-
dos de ajuda ecoaram pelos meios
de comunicação. Isolados pela
destruição das estradas, os habi-
tantes da região pediam, especial-
mente, água, cobertores e comida.
Os municípios ficaram sem abas-
tecimento de água e energia elé-
trica por mais de duas semanas.
A rádio Novo Tempo de Curiti-
ba fez apelos durante a programa-
ção solicitando ajuda às vítimas
das chuvas no litoral. A sede ad-
ministrativa da igreja no sul do
Paraná colocou funcionários de
plantão para receber as doações.
28 Revista Adventista I maio • 2011
Distante apenas 50 metros de
um dos morros que vieram abai-
xo, a Igreja Adventista Central de
Antonina passou a abrigar oito
famílias. Ali também foi monta-
do um centro de distribuição dos
donativos enviados pela Agên-
cia Adventista de Desenvolvi-
mento e Recursos Assistenciais
(ADRA) através da estrada libe-
rada pela Defesa Civil, inicialmen-
te apenas para o socorro. A Igreja
do Batel, ainda em Antonina, res-
pondia aos apelos da população.
Ali, durante dias, o templo fun-
cionou como centro de distribui-
ção de água.
“Estamos numa corrida con-
tra o tempo para atender tantas
pessoas, ajudando não apenas os
membros da igreja, mas também a
comunidade que tanto sofre”, dis-
se o pastor Luiz Joel Gomez León,
que coordenou os trabalhos de aju-
da na igreja. Em duas semanas, fo-
ram atendidas 1.130 famílias.
Um grupo de cerca de 50 ad-
ventistas frequentava a Igre-
ja de Floresta, onde quase todas
Chuvas deixaram rastro de destruição e
mataram uma adventista: Maria de Souza
Lopes, 61 anos
“As pessoas precisavam de ajuda e
naqueles primeiros instantes eu não
tinha água, comida ou roupas para
oferecer”, recorda o pastor Bruno
Santelli, de Paranaguá. Ele percor-
reu as regiões mais atingidas para
verificar as condições das pessoas,
distribuindo os primeiros donati-
vos. “Nós orávamos juntos e pedía-
mos pelo socorro de Deus”, lembra.
Oração e trabalho – Oração e
trabalho foram os remédios emer-
genciais que o pastor León usou
para ajudar as famílias que abri-
gou na igreja. Preocupado com a
tristeza que via nos olhos deles, o
pastor decidiu envolver os desa-
brigados no trabalho de distribui-
ção das doações, na tarefa de fazer
refeições, na limpeza do espaço e
nas visitas às outras vítimas.
A psicóloga Donilde Chagas
as construções foram carrega- diz que nesse momento a soli-
das pela enxurrada e por imen- dariedade é a prova de que há
sas árvores. No meio da região alguém que se preocupa. “Essas
devastada, o templo se desta- pessoas precisam receber pala-
ca cheio de lama, mas salvo da vras de esperança e fé, especial-
destruição. Maria de Souza Lo- mente as crianças que veem os
pes, de 61 anos, membro da igre- pais em desespero”, destaca. E es-
ja, foi uma das vítimas fatais do perança foi o primeiro alimento
desmoronamento. que os pastores puderam oferecer.
Jovens da Igreja Central de Antonina
realizaram atividades lúdicas com as
crianças: brincar para diminuir a dor

Em duas semanas foram
distribuídas 55 toneladas
de alimentos
ja. Para as crianças, deram de
presente revistas, desenhos e lápis
de cor; para as mulheres, linhas
de tricô, crochê e panos de pra-
to para confecção de artesanatos
que serão vendidos, e a renda re-
vertida para os desabrigados.
“Quando chegava em casa, mi-
nha família me esperava para ou-
vir as histórias, mas era tudo tão
impressionante e dramático que
eu não sabia nem por onde come-
çar”, afirma o pastor Santelli.
Ajuda imediata – Foi um ver-
dadeiro drama o que viveram Eu-
Pastor Bruno Santelli percorreu nice e David Chaves, chamados
a região oferecendo conforto às para socorrer os vizinhos arras-
famílias enquanto os donativos tados pela correnteza. Eles tra-
não chegavam
balharam por horas até conse-
guir alcançá-los com um barco.
Ainda de acordo com a psicólo- Quando a casa do casal desmoro-
ga, as crianças necessitam de ati- nou, eles foram acolhidos por es-
vidades lúdicas para assimilar as ses amigos que, assustados, dei-
perdas e a dor. Assim, os jovens xaram tudo para trás.
adventistas de Antonina realiza- Herbert Schimidt Santana diri-
ram programas recreativos, com ge um projeto da ADRA atenden-
música e fantoches, como forma do famílias carentes no litoral. Por
de amenizar o sofrimento. dois dias a casa dele ficou coberta
Um coral de Curitiba decidiu pela enchente, mas ele não conse-
fazer a diferença levando opções guia parar de pensar nos amigos.
de distração e trabalho para as
vítimas abrigadas em uma igre-
Assim que a água baixou, na noite
de domingo, 13 de março, ele per-
Calamidade no Sul e no Norte
A ADRA Brasil também tem atuado nas calamidades que envolveram as
cidades de São Lourenço do Sul (RS), Marabá (PA) e Trizidela do Vale (MA).
Na Região Sul, o projeto de socorro da ADRA atendeu 200 famílias desaloja-
das com cestas básicas e kits de higiene pessoal. Os recursos para a compra
desses kits e cestas básicas vieram da ADRA Internacional, ADRA sul-ame-
ricana e da administração da Igreja Adventista do Sul do Brasil. Metade da
área urbana de São Lourenço do Sul ficou inundada. Pontes caíram e regi-
ões ficaram isoladas. Dezenas de pessoas ficaram feridas e houve mortes.
Com mais de 11 metros acima do nível normal, o Rio Tocantins inundou
ruas e bairros de Marabá, deixando mais de 2.200 pessoas desabrigadas.
Muitos estão vivendo temporariamente em escolas, igrejas e outros abri-
gos. No Maranhão, mais de 13 mil pessoas tiveram que deixar suas casas
por causa das fortes chuvas que atingiram o Estado. Em Trizidela do Vale,
cinco mil famílias estão desabrigadas. A ADRA Brasil arrecadou um mon-
tante de 30 mil dólares da ADRA Internacional para socorro às famílias
afetadas. Em Marabá e em Trizidela do Vale, foram distribuídos mais de
400 kits de higiene e cestas básicas – Mani Maria.
correu de bicicleta as casas na re- ficou bastante evidente em Anto-
gião e tomou uma decisão: tirou a nina, e os membros se sentem fe-
lama do carro e da carretinha e se lizes por terem testemunhado de
dirigiu à sede da Igreja em Curiti- Jesus por meio de seus atos. Exem-
ba, onde recebeu donativos. plo disso é a presença frequente
Assim que soube da devastação de Roseli de Almeida e de sua neta
das cidades vizinhas, Michael Ni- nos cultos da igreja.
cetto, morador de Praia do Leste, Roseli recebeu alimentos e
organizou uma intensa campanha água na quarta-feira após o desas-
de arrecadação. Como os acessos tre. Na fila em que aguardavam
à Capital ainda estavam interdi- as doações, as pessoas sempre
tados, o trabalho realizado na re- eram abordadas com folhetos,
gião litorânea foi importante para a livros, conversas e orações. Na-
chegada dos primeiros donativos à quele mesmo dia, Roseli foi visi-
Paranaguá. Ele usou o blog, a rádio tada pelo pastor, e desde então sua
da cidade e disparou mensagens de vida mudou. Em breve, ela tam-
texto para os moradores da cidade bém será batizada.
indicando o local de arrecadação. Em julho, todas as famílias
A ADRA Internacional disponi- atendidas pela Igreja em Anto-
bilizou 15 mil dólares para atender nina serão convidadas para um
as necessidades mais urgentes dos culto especial de gratidão. Em
desabrigados no litoral. De acor- meio à tamanha tragédia e dor
do com o pastor Alex Palmeira, que acometeu também vários
que coordena a assistência social membros adventistas, a doutri-
da Igreja no sul do Paraná, os re- na do amor e da esperança foi o
cursos serão utilizados para a grande atrativo. 
compra de artigos básicos para as
famílias, como colchões, panelas e
outros materiais.
Amor que atrai – Girólomo
Variola é uma das pessoas atraí-
das para a mensagem adventista
através do trabalho humanitário
da Igreja. Atuando como volun-
tário da Cruz Vermelha, ele co-
nheceu os adventistas em ações
que ambos os grupos faziam para
a comunidade. “Estou recebendo
estudos bíblicos e serei batizado
em breve”, garantiu.
Roseli recebe estudos bíblicos.
O pastor León conta que a ima- Após a tragédia, ela e a neta
gem solidária da Igreja Adventista têm frequentado a igreja
Adventistas na mídia nacional e internacional
“A Igreja Adventista do Sétimo Dia é a denominação cristã que mais cres-
ce na América do Norte.” Essa afirmação foi feita pelo jornal USA Today.
O texto, baseado em pesquisas recentes, afirma que enquanto outras de-
nominações decrescem, os adventistas vêm crescendo cerca de 2,5% nos
Estados Unidos.
O estilo de vida saudável dos adventistas norte-americanos também
foi destaque em recente reportagem das revistas Superinteressante e
Newsweek. No periódico brasileiro, a matéria sobre os centenários men-
cionou a comunidade adventista de Loma Linda, na Califórnia, como o me-
lhor exemplo de bolsão da longevidade. O segredo? Eles são vegetarianos,
não fumam, fazem exercícios regularmente e dedicam tempo para a famí-
lia. A tradicional revista norte-americana, por sua vez, apresentou algu-
mas dicas sobre como viver muito, entre elas, ser adventista do sétimo dia.
No Brasil, o principal telejornal do País, o Jornal Nacional, exibiu no sába-
do dia 16 de abril, uma matéria sobre o projeto Vida por Vidas. A reportagem
destacou que a iniciativa adventista é reconhecida pela Organização Mundial
da Saúde. Dois dias depois, a campanha de 2011 foi lançada no hemocentro de
Brasília. Os números mostram que a mobilização tem trazido resultados. So-
mente em 2010, or influência do projeto, 33.750 pessoas doaram sangue no Bra-
sil e mais 22.420 nos outros sete países que formam a Divisão Sul-Americana.
Revista Adventista I maio • 2011 29
 Belém – PA e Região Centro-Oeste
Prega a Palavra
Curso para evangelistas voluntários pretende qualificar
e multiplicar o número de pregadores
Brasília: pastor Luís Gonçalves ensinou 55 funcionários da
Divisão Sul-Americana como organizar uma série de evangelismo
Alínic Carmo, Mani Pereira e
Luzia Moura
Colaboradoras
“Todo verdadeiro discípulo nas-
ce no reino de Deus como mis-
sionário” (Ellen G. White, Servi-
ço Cristão, p. 9). Essa é uma frase
conhecida entre os adventistas,
porque reflete o dever de levar espe-
rança às pessoas. Mas esse compro-
misso não fica só na teoria. No fim
de março, cerca de 800 voluntários
participaram do primeiro módulo
da Escola de Evangelismo Integra-
A noite chuvosa não impediu que
mais de 700 pessoas participassem
do curso de pregadores em Belém
30 Revista Adventista I maio • 2011
do, em Belém e Macapá. O evento,
com o tema “Esperança Para Viver”,
teve o objetivo de formar evangelis-
tas para a campanha de abril. Esse
é um dos primeiros passos para al-
cançar a meta da região: estabele-
cer 52 igrejas em 2011.
Danielle Trindade sempre quis
ter participação mais efetiva no
cumprimento da missão, mas não
sabia como começar. A Escola de
Evangelismo trouxe para ela a opor-
tunidade de aprender mais. “Apren-
di que Deus tem um plano especial
para Sua igreja e aceitei o desafio de
participar dessa missão. As pesso-
as precisam ter a esperança que
eu tenho para viver, por isso, que-
ro participar desse plano e levar o
evangelho por meio da Palavra, mas
também por meio da amizade e do
meu testemunho”, disse.
Danielle e outros evangelistas
voluntários do norte do Pará e
do Amapá estiveram envolvidos
na pregação da Palavra de Deus
em 1.200 localidades duran-
te a Semana Santa. A Escola de
Evangelismo foi organizada pela
Associação Baixo-Amazonas,
em parceria com a União Norte-
-Brasileira. Em pauta, aulas sobre
os princípios de crescimento de
igreja, a importância do evange-
lismo (com destaque para o evan-
gelismo da amizade), o poder da
oração, dicas de como evangeli-
zar uma sociedade pós-moderna
e, à tarde, a equipe saiu às ruas
para visitar, de casa em casa, as
pessoas que estavam se preparan-
do para o batismo. Nas residên-
cias, os ministros reforçavam as
lições bíblicas ensinadas e ofere-
ciam aconselhamento pastoral.
À noite, toda a equipe se reu-
niu na Igreja Aureny IV, onde se
realizava uma série de pregações
e de como plantar ou construir com o pastor Cirilo Gonçalves,
igrejas. As noites chuvosas não evangelista da Igreja para a região
impediram que mais de 700 pes- Centro-Oeste. Tudo funcionou
soas participassem do curso em de forma prática, de forma que
Belém. O objetivo do evento, or- cada pastor ficou responsável por
ganizado pelo pastor Alberto Oli- executar uma das etapas do cul-
veira, foi formar novos oradores to. Batismos foram realizados ao
que preguem mensagens centra- longo da programação.
lizadas na Bíblia. “Em todo território sul-america-
Segundo o pastor Heraldo Lo- no foram implantadas mais de 250
pes, professor do curso de Teolo- escolas com quase 10 mil alunos”,
gia da Faculdade Adventista da informou o pastor Luís Gonçalves,
Amazônia e um dos palestran- responsável pelo evangelismo ad-
tes do evento, o curso benefi- ventista na América do Sul. No fim
ciou a igreja em muitos aspectos. de março, ele mesmo ministrou as
“Os irmãos poderão se alimen- aulas de capacitação para 55 fun-
tar melhor da Palavra de Deus e, cionários da sede administrativa da
como consequência, mais pesso- Igreja, em Brasília. Entre os tópicos
as serão fortalecidas e outras se- abordados, como organizar uma
rão trazidas para o rebanho de série de evangelismo. Neste ano,
Deus.” Durante o programa, o as “escolas” de evangelismo estão
pastor Heraldo falou sobre os ti- atreladas ao projeto Amigos da Es-
pos de sermões, classificando-os perança e à semana de colheita via
em temáticos, textuais e exposi- satélite do mês de novembro.
tivos. Em seguida, relacionou al-
gumas dicas para a elaboração de
um sermão. “Em primeiro lugar,
centralize suas mensagens na Bí-
blia, não na internet, em progra-
mas de TV ou noticiários. Temos
que começar a mensagem pelo
fundamento que é a Palavra de
Deus”, orientou.
Tocantins – Em Palmas, quem O pastor Heraldo Lopes, professor
participou de um curso seme- de Teologia da Faama, insistiu
lhante, foram os pastores do Es- para que os pregadores não
baseiem suas mensagens
tado. Durante a manhã, o grupo em noticiários ou materiais
recebeu treinamentos sobre as superficiais da internet, mas na
várias técnicas de evangelismo Palavra de Deus
Editora publica livro especial para o Dia das Mães
A Casa Publicadora Brasileira acabou de
lançar o livro Filhas da Graça, um presen-
te especial para o Dia das Mães. Nele, a
autora Trudy J. Morgan-Cole relata de ma-
neira fiel a biografia de mulheres que ti-
veram a vida registrada no Livro Sagrado.
São experiências importantes para os dias
atuais. Há lições a ser aprendidas, exem-
plos a ser seguidos e erros a ser evitados.
O acabamento é fino, em papel cuchê, qua-
tro cores e com capa dura. Para adquirir,
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Revista Adventista I maio • 2011 31
 Pará e Amapá
Por terra,
céu e água
O evangelho vence distâncias no extremo Norte do Brasil
Alínic Carmo
Colaboradora
Maria dos Anjos é líder há
12 anos na Igreja Adventista Cen-
tral de Oiapoque, no Amapá. Em
2011, foi a primeira vez que ela e
os líderes das igrejas dessa região
participaram de um treinamento
integrado, que contemplou todos
os ministérios da igreja. A cida-
de fica a 800 quilômetros da sede
administrativa da Igreja Adven-
tista para a região, a Associação
Baixo-Amazonas (ABA), na re-
gião metropolitana de Belém, PA.
Por isso, os líderes que moram no
Os líderes da ABA percorreram
2.250 quilômetros para estar
com os membros das igrejas do
extremo norte brasileiro
32 Revista Adventista I maio • 2011
extremo norte do Brasil enfren-
tam dificuldades para o avanço
da missão.
Na verdade, as distâncias são
um desafio para o evangelismo
em toda a região atendida pela
associação, que abrange 553 con-
gregações em 86 municípios.
Para vencer esse obstáculo, neste
ano, os diretores de departamen-
to e administradores da ABA de-
dicaram os fins de semana de
dois meses para o treinamento
dos líderes leigos, evento conhe-
cido como Encontros Regional
com os Oficiais de Igreja (Eroi).
Pela primeira vez – Os en-
contros foram realizados em 12
municípios do Amapá e norte do
Pará. Segundo o presidente da
ABA, pastor Wagner Aragão, o
objetivo da expedição foi “vencer
os desafios geográficos da região
para levar treinamento, materiais
e motivação aos líderes das igrejas
adventistas”. Ao todo, foram per-
corridos 2.250 quilômetros por
terra, céu e água.
Por terra, a equipe chegou
aos municípios de Oiapoque, no
Amapá, Abaetetuba, Concórdia
do Pará, Castanhal, Capanema e
Cametá, no Pará. Em uma geogra-
fia marcada por rios, várias vezes
os carros tiveram que ser coloca-
dos em balsas para que os pasto-
res chegassem ao seu destino. Na
viagem para Oiapoque, por exem-
plo, por causa das pontes e estra-
das em estado precário, o desafio
aumentou. Foram dez horas de
viagem até chegar à terra de Ma-
ria dos Anjos. Lá, o encontro tam-
bém teve o objetivo de estimular o
crescimento da igreja a fim de que
em 2012 a cidade sedie um novo
distrito pastoral.
Assim como no Oiapoque, a
maioria das cidades recebeu, pela
primeira vez, toda a equipe de ad-
ministradores e diretores de de-
partamentos. Foi o caso do Eroi
realizado em Macapá, no Amapá,
e em Portel, que fica na microrre-
gião da Ilha do Marajó, Pará. Nes-
sas cidades, o acesso foi pelo ar,
com destaque para o voo rumo
a Portel. Para chegar à ilha, par-
te da equipe cruzou os ares num
avião monomotor, com capacida-
de para seis pessoas. O voo durou
quatro horas e fez duas escalas até
pousar em Portel, num aeropor-
Membros receberam treinamento específico por áreas
to improvisado. Em seguida, a
equipe seguiu de moto e depois
de carro até chegar à Igreja Cen-
tral, onde o líder José Cavalcan-
te de Andrade recebeu a equipe
com grande contentamento. “É
um presente do Céu para nós!
Esse treinamento nos motiva a
trabalhar com mais afinco na
obra de Deus e com mais moti-
vação também”, disse José, que
atua como tesoureiro da Igreja
de Portel. Além da geografia, os
altos índices de pobreza e prosti-
tuição dificultam o evangelismo
dessa região. Por isso, durante o
encontro, os líderes foram moti-
vados a estabelecer novas estraté-
gias para levar a mensagem aos 45
mil habitantes da cidade.
Via fluvial – E por falar em re-
giões cercadas por água, não fal-
tou viagem sobre os rios. As águas
se transformaram em estradas e
a equipe viajou em barco-motor,
lancha e voadeira (pequenas lan-
chas) para realizar o Eroi nos mu-
nicípios de Breves e Soure, na Ilha
do Marajó, e em Limoeiro do Aju-
ru, cidade que fica às margens do
Rio Tocantins. Foi em Limoeiro
que o líder Pedro Leal impres-
sionou a todos com sua dedica-
ção e coragem. Ele saiu de casa às
3 horas da madrugada para che-
gar a tempo de participar do trei-
namento. “Saí de casa às três horas
da manhã e cheguei aqui na igreja
à uma hora da tarde. A distância
da igreja não é somente uma difi-
culdade, mas um risco. Nessa baía
e nesses rios há muitos piratas. Só
que a gente vem pela fé, na certeza
de que Deus é quem está no leme,
no comando”, explicou.
 Com a maratona de treina-
mentos, mais de sete mil líderes
de igreja foram alcançados com
materiais, treinamentos e mensa-
gens espirituais que tiveram ênfa-
se no reavivamento e na reforma.
Líderes focados e dispostos a ser-
vir, como Maria dos Anjos, lá de
Oiapoque. “Agora os planos au-
mentaram e o desejo de trabalhar
também. Senti vontade de pas-
sar para os outros irmãos o que
aprendi. Aqui é um lugar bem
distante, tem épocas que a gente
acha que as pessoas se esquece-
ram de nós aqui, mas hoje vi que
Deus está em todo lugar, porque
foi Ele quem enviou pessoas capa-
Anápolis – GO
Visão e missão
Líderes da Ucob planejam crescimento
saudável da igreja e discipulado
Na Região
Centro-Oeste,
a igreja tem
procurado
trabalhar o ser
para depois fazer
Caroline Carnieto
Colaboradora
De 28 a 31 de março, pastores,
anciãos e membros voluntários da
Igreja Adventista na região Centro-
-Oeste participaram do Concílio
Integrado da União Centro-Oeste
Brasileira (Ucob), em Anápolis, in-
terior de Goiás. Juntos, 150 líderes
trabalharam para alinhar a visão
de “crescer saudável” e a missão de
“fazer discípulos”. Através da ora-
ção, estudo da Bíblia e diálogo, as
ações evangelísticas para 2011 fo-
ram traçadas, com base no projeto
“Família por Famílias – Preparan-
do uma Geração com Esperança”.
Em cada reunião, o Dr. Rober-
to Pereyra, professor de Teologia
citadas para nos ajudar”, comen-
tou emocionada.
No fim da expedição, foi pos-
sível dizer que o esforço para
vencer a distância também fez
a diferença na vida dos líderes
da ABA. Ao chegar às regiões
mais desafiadoras, os líderes
da sede administrativa ficaram
mais próximos dos líderes das
igrejas, receberam sugestões,
puderam entender melhor as
necessidades e a realidade lo-
cal e ainda presenciaram lindos
testemunhos.
Testemunhos – Histórias co-
mo a do menino Diego Rodri-
do Unasp, estudou o documento
de “Reavivamento e Reforma” es-
crito pela sede mundial da Igre-
ja Adventista. Através dos textos
analisados, Pereyra levou cada
participante a pensar na grande
necessidade que a igreja tem hoje
de tornar o reavivamento, a refor-
ma, o discipulado e o evangelis-
mo as prioridades mais urgentes
da vida pessoal e do ministério.
O presidente da Igreja Adven-
tista para a América do Sul, pas-
tor Erton Köhler, falou sobre as
ações evangelísticas para 2012.
“Sonhamos com a distribuição
de 15 milhões de livros missioná-
rios A Grande Esperança em um
único dia”, disse animado. O livro
gues, de quatro anos de idade.
Em julho de 2010, ele caiu de um
barco, na parte profunda do Rio
Amazonas. Após seis horas de
busca e em meio a muita chuva,
ele foi encontrado vivo. Segundo
o menino, uma mão o segurou até
o momento do resgate. O milagre
se tornou conhecido e, posterior-
mente, no fim do ano passado, foi
realizado um evangelismo e uma
campal que falou sobre o amor e
o poder de Deus para os morado-
res da região. Como resultado, 67 O milagre ocorrido na vida de
pessoas foram batizadas. O teste- Diego Rodrigues facilitou a
pregação do evangelho em sua
munho foi gravado em um vídeo região. Ele foi encontrado seis
que será disponibilizado no site horas depois de ter caído no
www.aba.org.br.  Rio Amazonas
será uma compilação do clássico do na igreja hoje. Milton Viana,
da literatura adventista O Gran- pastor em Gurupi, Tocantins, crê
de Conflito, escrito por Ellen G.
White. “Queremos atingir 35% das
pessoas na América do Sul, e isso
assim. “Estamos fazendo história
aqui. Meu pai e meu avô sonha-
vam com este momento. Fiquei
será um grande impacto. O próxi- emocionado várias vezes ouvindo
mo ano é o momento que o mun- e vendo coisas que eles almejavam
do crê que a Terra vai ter seu fim. no passado. Posso dizer com toda
Mas nós achamos que o fim pode a certeza e convicção: “o Espírito
ser apenas o começo da grande es- de Deus está trabalhando na lide-
perança”, sintetizou Köhler. rança da Igreja na Ucob.”
Outros convidados foram: pastor Satisfeito, o presidente da Igreja
Berndt Wolter, professor de Teolo- Adventista no Centro-Oeste, pas-
gia do Unasp; Claudia Bruscagin, tor Helder Roger, percebe uma re-
doutora em psicologia clínica, te- novação espiritual: “Vamos sair
rapeuta de casais e família; profes- daqui animados pelo ambiente, pe-
sora Thalita Regina, coordenadora los sermões, pela inspiração que re-
pedagógica do departamento de cebemos. Foi uma obra genuína do
Educação da Associação Paulista Espírito Santo no nosso coração.
Oeste; Dr. Thadeu Silva, sociólo- O processo vai continuar, teremos
go, que trouxe dados importantes mais pessoas envolvidas com a vi-
sobre a pesquisa realizada com os são de ser antes de fazer, e assim
jovens adventistas brasileiros em vamos ver uma igreja que vai ser
2008; o cantor Luiz Cláudio; e o transformada e atraída para mais
consultor e facilitador da Franklin perto de Cristo, para ser uma igre-
Covey Brasil, Josmar Arrais. ja saudável, uma igreja comprome-
Para os mais experientes, o so- tida com a conclusão da pregação
nho do passado está se realizan- do evangelho.”
CPB tem novo editor
Desde o fim de março, o pastor Alceu Lú-
cio Nunes compõe o quadro de editores da
Casa Publicadora Brasileira. Natural de Joaça-
ba, SC, e com 57 anos, o pastor Nunes concluiu
o curso de Teologia em 1980, no antigo IAE-
São Paulo. Nos seus 30 anos de ministério, ele
atuou como pastor nos Estados do Pará, Ama-
zonas, Rondônia, Acre, Paraná e Santa Catari-
na. Antes de aceitar o convite para trabalhar
na editora, o pastor Nunes atuava como Minis-
terial e diretor do Ministério da Família na As-
sociação Amazônia-Ocidental, em Porto Velho, RO. Também no Unasp, ele
cursou o mestrado e o doutorado em Teologia. Ele é casado com a dentis-
ta Regina Mary Silveira Nunes, com quem tem duas filhas: Cristiana (27) e
Carolina (25). Na CPB, o pastor Nunes trabalha na equipe responsável pela
versão em português do Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia.
Revista Adventista I maio • 2011 33
 estado de Pernambuco
Saúde de graça
Mutirão de voluntários leva assistência médica
a 1,2 mil pessoas em Pernambuco
disse Ronísio, desmanchando-se
em gratidão ao fisioterapeuta que
cuidou do seu problema. Assim
como o aposentado, outras pes-
soas aproveitaram o mutirão para
resolver pendências provocadas
pelo déficit da assistência médi-
ca no País. Maria Graciete Mon-
teiro da Silva, 47 anos, procurou
ser atendida pelo cardiologista Fá-
bio Malta, médico que se dispôs
ao serviço voluntário. Na cidade
de Graciete, conseguir atendi-
mento para um profissional des-
sa área é algo quase inimaginável.
Cristiane Maria da Silva, 31 anos,
Ronísio Ferreira é atendido por fisioterapeuta voluntário. Depois de trouxe os filhos Natan, 7, e Natá-
passar várias madrugadas esperando pelo atendimento na rede pública,
a solução foi recorrer a um mutirão da solidariedade lia, 10, para realizarem tratamen-
to odontológico no ambulatório
Heron Santana didas em um esforço vão. No dia 26 cedido pela ADRA Bahia, estacio-
Colaborador
de março, sua jornada malsucedida nado na principal praça da cidade.
Aos 68 anos, o agricultor apo- foi interrompida graças ao esforço “Essa oportunidade é um presente
sentado Ronísio Ferreira de Sou- solidário de um grupo de fisiotera- de Deus”, festejou Cristiane.
za sofreu uma queda violenta em peutas, participantes do Mutirão A campanha contou com a par-
sua casa, na cidade de Bezerros, de Saúde promovido pelo Sistema ticipação de professores e alunos
a 100 quilômetros de Recife, PE. Adventista de Educação. Em dois das escolas adventistas de Per-
Passou a sofrer dores intensas no dias, entre 26 e 27 de março, 1.200 nambuco, auxiliados por uma
braço direito e no ombro. Duran- pessoas foram agraciadas com uma equipe de quase 20 profissionais
te três meses, buscou ser atendido oferta variada de assistência mé- de saúde. A população teve aces-
por um fisioterapeuta através do dica gratuita, em três cidades do so a serviços nas áreas de odon-
sistema de saúde pública. Tentou agreste pernambucano. tologia, cardiologia, fisioterapia,
uma vez, tentou novamente e ain- “A dor foi embora, e olha só clínica geral e nutrição. Houve
da uma outra vez. Madrugadas per- como já posso levantar o braço”, palestras educativas sobre saúde
preventiva, higiene bucal e ali-
mentação saudável. Veículos de
imprensa, entre eles a TV Glo-
bo, acompanharam o mutirão
solidário.
A proposta foi celebrada pe-
los prefeitos das três cidades nas
quais o mutirão foi realizado: Gra-
vatá e Bezerros, no sábado, dia 26
de março, e Sairé, no domingo, 27.
A prefeita de Bezerros, Bete Lima,
disse que os educadores adven-
tistas representavam uma dádi-
va para o município. “Ser parceiro
da Educação Adventista pode ser
interpretado como uma bênção
de Deus”, disse, mostrando sua sa-
tisfação com o resultado da cam-
panha. Olhando o tamanho do
desafio da saúde pública brasi-
Cristiane Maria da Silva levou os filhos Natan e Natália para serem leira, é compreensível o entusias-
atendidos pela unidade odontológica móvel da ADRA Bahia mo da líder municipal. Segundo o
34 Revista Adventista I maio • 2011
IBGE, o Brasil estende a cada ano
a largura de sua deficiência no se-
tor da saúde pública. Faltam mé-
dicos e leitos nos postos de saúde.
Em 2009, havia1,6 leito para cada
mil habitantes. O índice represen-
ta metade do padrão recomen-
dado pela Organização Mundial
de Saúde. A comparação com a
Rússia, outra nação emergente, é
constrangedora: por lá são mais
de 9 leitos por mil habitantes.
Em um cenário de tamanha in-
suficiência, o Mutirão de Saúde
colaborou para estender aos mo-
radores uma chance de minimi-
zar esse dilema. De acordo com a
coordenadora do evento, Raquel
Ricarte, a campanha possibilitou
mais desenvolvimento para o
Agreste. “Levamos para a popu-
lação carente, que não tem esse
tipo de atendimento, carinho e
solidariedade cristã”, disse. “Nos-
so intuito é fazer o bem com res-
ponsabilidade social”, afirmou o
pastor Enildo Nascimento, dire-
tor da Educação Adventista para
o Nordeste. “Não podemos falar
nas obras de Deus sem exercer a
cidadania, levando aos mais ca-
rentes a dignidade que merecem”,
concluiu.
O Mutirão de Saúde faz parte
da campanha Embaixadores da
Educação, que busca o fortaleci-
mento da educação cristã no Nor-
deste. O projeto contempla datas
para ações sociais de impacto. A
primeira teve a saúde como foco.
Em junho, será a vez de um im-
pacto focado na sustentabilidade
e no compromisso da rede de en-
sino com a preservação do meio
ambiente. Ao realizar essas ações,
os educadores chamam a aten-
ção para projetos como a cons-
trução do Instituto Adventista
Pernambucano de Ensino, com-
plexo educacional que atenderá
até três mil alunos, quando esti-
ver em seu pleno funcionamento,
previsto para 2013. Haverá ainda
a construção de dez escolas de re-
ferência na região, conhecidas em
todo o País pela qualidade do en-
sino, foco nos valores morais e na
formação do caráter. O Mutirão
da Saúde associa a esse reconhe-
cimento uma agenda de projetos
solidários que deixará uma mar-
ca de solidariedade e de interesse
pelas pessoas que será difícil ser
esquecida algum dia.
 Estado do Rio de Janeiro e Belo Horizonte
Foco no evangelismo
Igreja reúne três mil duplas missionárias em BH e distribui um milhão de livros no Rio
Eduardo Teixeira
Colaborador
O sábado 9 de abril foi mar-
cado no Estado do Rio de Janei-
ro pela entrega de um milhão de
exemplares do livro Ainda Exis-
te Esperança. Pela manhã, 18 jo-
vens vindos de Bangu foram ao
Hemorio, unidade de captação de
sangue do centro do Rio de Janei-
ro, para entregar os livros na uni-
dade e doar sangue em favor das
crianças feridas na escola públi-
ca Tasso da Silveira, em Realengo.
Assim, eles iniciaram as ativida-
des do projeto Vida por Vidas
2011 na capital fluminense.
De tarde, o ponto marcante foi
justamente a escola pública Tas-
so da Silveira. Nas proximidades,
muitos vizinhos, familiares e ami-
gos das vítimas puderam receber
cerca de 1.500 exemplares do li-
vro missionário. Após a entrega,
foram cantados hinos e o pastor
Gabriel Luiz da Cunha Lima apre-
sentou uma mensagem de espe-
rança baseada nas promessas
feitas por Jesus. Depois da entrega
dos livros e do culto, todos aplau-
diram e saíram reanimados. As fa-
mílias que foram aos enterros dos
queridos também receberam o li-
vro, antes da distribuição maciça.
Devido à grande movimenta-
ção e à relevância do livro para
o momento trágico na vida das
famílias enlutadas, sites como o
UOL e do jornal Extra destaca-
ram a atuação dos “amigos da
esperança”.
Minas Gerais – Belo Horizon-
te foi o palco do início dos treina-
mentos e das reuniões que prepa-
ram a igreja para o evangelismo
Seis mil pessoas estiveram no Ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte,
em preparação para a semana de colheita via satélite, em novembro.
Um grupo de 25 pessoas de Uberlândia viajou 500 quilômetros para
participar da programação
via satélite em novembro deste
ano. Mais de três mil duplas mis-
sionárias estiveram no Ginásio do
Mineirinho no dia 19 de março e
puderam renovar o compromis-
so espiritual ao lado de Deus. Du-
plas missionárias vieram de longe
para assistir às palestras e trou-
xeram, além de bom ânimo, mui-
tos amigos para participar, como
o casal Vilmério e Deucivone Pe-
reira, que levaram mais de 25 du-
plas de Uberlândia.
Os líderes do território sul-
-americano interagiram com to-
dos, por meio das pregações e dos
treinamentos que promoveram
momentos de inspiração espiritu-
al e reavivamento. De acordo com
o presidente da Igreja Adventis-
ta para a América do Sul, pastor
Erton Köhler, a capital minei-
ra demonstrou envolvimento em
cumprir a missão de levar a men-
Distribuição de livros em frente
à escola Tasso da Silveira, em
Realengo, RJ: esperança para os
que sofrem. Pastor Gabriel da
Cunha Lima realizou o culto com as
famílias enlutadas
sagem de Deus e trazer amigos à
igreja. O desfecho da programa-
ção contou com batismos e com
as decisões de muitos em estudar
mais a Bíblia. O evento foi reali-
zado na capital mineira porque a
cidade receberá a série evangelís-
tica do pastor Luís Gonçalves em
novembro.
Plantio de igrejas – No fim
de março, também na Capital
mineira, foi realizada a tercei-
ra edição da Escola de Pionei-
ros de Missão Global que reuniu
200 pessoas no Centro Adven-
tista de Treinamento. Adventis-
tas dos Estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Espírito Santo
foram até lá para aprender sobre
plantio de igrejas, compartilhar
suas experiências e orar pelo
avanço do evangelho. A Igre-
ja quer estabelecer 280 congre-
gações na região até o fim deste
ano. O treinamento teve a par-
ticipação do pastor Luís Gon-
çalves, responsável pelo evan-
gelismo adventista na América
do Sul.
Revista Adventista I maio • 2011 35
 Gente
Bodas de Diamante (60 anos) Bodas de Ouro (50 anos)
De Joaquim Correia Messias e Do pastor Job e Ivone Santos,
Durvalina Correia, em Seringuei- em Curitiba, PR. A cerimônia foi ce-
ras, RO. Desta união, tiveram três fi- lebrada pelos filhos, os pastores Jo-
lhos, nove netos e seis bisnetos. O bson e Jader. O casal teve um minis-
culto de ação de graças foi realizado tério atuante em várias regiões do
pelo ancião da igreja local. Brasil. Também foram missionários
em Costa Rica e na Nicarágua. Eles
têm três filhos e cinco netos.
De Raymundo Tolentino e Gil-
vane Loureiro Dias. O casal fre-
quenta a Igreja da Barra da Tijuca,
RJ. Ele foi tesoureiro e diretor do
Sels na antiga Associação Rio Mi-
nas. O casal tem três filhos, sete ne-
tos e um bisneto.
De Hélio Ferreira e Belmira
Machado Pinto, na Igreja de Jar-
Visita a autoridades
dim Sumarezinho, em Hortolândia,
SP, pelo pastor Gilson Grudtner. O
casal tem três filhos e três netos.
tatuí – sp
CPB lança obras teológicas em maio
tórico. Inaugurando a Série Logos,
que abarcará também o Dicionário
Bíblico Adventista do Sétimo Dia e o
Comentário Bíblico Adventista em
língua portuguesa (em sete volu-
mes), o Tratado de Teologia Adven-
tista do Sétimo Dia é um livro com
mais de mil páginas, que apresenta
um estudo exaustivo das principais
doutrinas e crenças da denomina-
ção. Cada um dos 28 temas é ana-
lisado primeiramente ao longo de
Livros se destacam por seu toda a Bíblia e exclusivamente na
conteúdo teológico e histórico Bíblia; depois na história cristã e nos
Da redação escritos adventistas.
O livro Terra de Esperança, do
A Casa Publicadora Brasileira historiador Floyd Greenleaf, é outro
lança no mês de maio cinco obras lançamento de “fôlego”. Com mais
de forte conteúdo teológico e his- de 800 páginas, a obra trata da his-
Faama inaugura sua Escola de Missões
Em uma parceria entre a Igreja Adventista da região Norte do Brasil e o Serviço Voluntário Adventista da América
do Sul, a Escola de Missões da Faculdade Adventista na Amazônia (FAAMA) foi inaugurada no domingo 13 de março.
A FAAMA é mais uma instituição de ensino adventista a aderir ao projeto. De acordo com Marly Timm, coordenado-
ra do Serviço Voluntário Adventista sul-americano, a meta é que todos os internatos adventistas dos oito países da Di-
visão Sul-Americana tenham a Escola de Missões funcionando nos seus campi. E para ampliar essas iniciativas, é que
representantes de todas as instituições adventistas de ensino superior do continente se reuniram na Universidade
Adventista Del Plata, na Argentina, nos dias 18 e 19 de março. Foi o primeiro encontro do gênero.
36 Revista Adventista I maio • 2011
A vice-prefeita e secretária de Revistas de maio
Educação de Valença, RJ, Dilma Vida e Saúde
Dantas (segunda da dir. para a Prato combinado – Alimentos
esq.), foi homenageada pelas líde- crus podem ser ingeridos antes de
res locais do Ministério da Mulher, alimentos cozidos?
sendo presenteada com o livro Ain- E fruta, combina
da Existe Esperança. com verdura?
Chega de dúvidas.
Criança agitada
– Para solucionar
o problema da
garotada é preciso
saber quando
a agitação é
hiperatividade ou é pura desobediência.
TPM – Sugestões para amenizar os
sintomas físicos e emocionais da tensão
pré-menstrual.
A promotora do Ministério Pú-
blico, Cínthia Menezes Rangel,
responsável pela Vara da Infância e
Nosso
da Juventude de São Borja, RS, re- Amiguinho
cebeu a visita do professor Osmar Página da Luísa
Batista (ao centro), diretor do colé- – Você gosta de se
gio adventista na cidade, e do pas- exercitar? Aprenda a
tor Ricardo Reinert, capelão. Os re- fazer o brinquedo dos
presentantes da igreja também vi- mil pulos.
sitaram a Delegacia da Infância e da Recortar & armar
Juventude, e o Conselho Tutelar. Ti- – Para comemorar o
veram a oportunidade de orar com Dia do Automóvel ensinamos você a montar
as autoridades e distribuir literatu- um fusca incrível.
ra adventista. Aventuras da Turma – Divirta-se em
uma incrível viagem pelos grandes museus
do mundo.
Nosso Amiguinho
Júnior
Sabe quantas frutas
diferentes existem? São
tória da Igreja Adventista na Amé- muitas – e todas elas
rica do Sul, presente aqui há mais têm vitaminas que nos
de um século. “Hoje, alguém pode fazem muito bem! Você
olhar para as grandes instituições não acha maravilhoso
adventistas localizadas nesses paí- Deus ter criado um
ses e ser tentado a pensar que tudo jeitinho tão gostoso de
foi fácil. Mas, na verdade, o início mantermos a saúde?
da pregação na América do Sul teve
muitos desafios. Pioneiros como desejo da Igreja de que cada um de
Jorge Riffel, Thomas Davis, Albert seus membros e líderes busque o ba-
Stauffer, Frank Westphal, Fernan- tismo do Espírito Santo para a trans-
do Sthal e Huldreich Graf que o di- formação da vida e a pregação final
gam”, diz o texto da contracapa. do evangelho ao mundo.
Serão lançados ainda dois livros Na lista dos lançamentos, está
sobre reavivamento e reforma – O também o novo Manual da Igreja,
Reavivamento Verdadeiro e O Reavi- que incorpora as decisões toma-
vamento Prometido – de autoria de das na última assembleia mundial
Ellen G. White e Mark Finley. Am- da Igreja Adventista, realizada em
bos vêm para reforçar e reafirmar o Atlanta (EUA), no ano passado.