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Davi Ferreira de Araújo

daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54
Davi Ferreira de Araújo
daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54

Olá, tudo bem? Sou Professor Erick Lima e vou ajudar você a ser
aprovado no seu tão sonhado cargo público.
Tenho uma vasta experiência em Concursos Públicos, sou Policial
Militar e atualmente estou graduando em Direito. Uso todos os meus
conhecimentos e técnicas de estudos para auxiliar na aprovação dos
meus alunos.
Deixa eu te fazer algumas perguntas: você tem dificuldade nos estudos
? Está procurando conteúdo totalmente atualizado e direcionado para
sua prova ? Quer encurtar o caminho até a aprovação ? Ótimo, então
você está no lugar certo. Temos o que você precisa para realizar esse
grande sonho de ser Servidor público.
CRONOGRAMA
CRONOGRAMA POR DISCIPLINA
1º DIA 2º DIA 3º DIA 4º DIA
Língua Raciocínio História da Língua
Portuguesa Lógico Paraíba Estrangeira

Extravagantes Direito
Direito Penal Infórmatica
Processual Penal

5º DIA 6º DIA 7º DIA


Geografia Direito
da Paraíba Constitucional Revisão Geral
/ Exercícios
Direito Militar Sociologia / Simulados

Davi Ferreira de Araújo


daviferreira03a@gmail.com
CRONOGRAMA
059.302.023-54 POR HORAS
1º DIA 2º DIA 3º DIA 4º DIA 5º DIA 6º DIA
1º Disciplina 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h

2º Disciplina 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h

Total 3h 3h 3h 3h 3h 3h

Avante, Imparáveis! Dá uma olhada nesse modelo de cronograma de estudos para PMPB. Seguindo o
cronograma, você vai estudar cada disciplina 2x por semana, além de reservar um dia para revisão e exercícios.
Vamos dar uma olhada nas instruções:
O modelo de cronograma apresentado tem como meta 3 horas de estudo líquido diário.
Os dias no cronograma não representam os dias da semana, você pode, por exemplo, começar os estudos do 1º
dia numa quarta e seguir sucessivamente. Se você não conseguir estudar as matérias de um dia qualquer e
voltar ao estudo, volte de onde parou. Essa é a parte boa de dividir em dias sem levar em conta os dias da
semana, assim você tem um estudo mais dinâmico e adaptável a sua rotina.
Evite ‘‘pular’’ dias do cronograma, sempre volte de onde parou o estudo, utilize o cronograma como um ciclo que
traz uma sequência de estudo e uma meta diária e não um guia definitivo de rotina. Não há problema, por
exemplo, em dividir o estudo ao longo do dia, estudando uma parte pela manhã, outra pela tarde ou noite.
O sétimo dia é reservado para revisar, exercitar e fazer simulados. Você pode fazer essas três coisas ou
escolher entre elas a depender da sua forma de estudo, mas todas são pilares importantes para a aprovação.

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EDITAL
VERTICALIZADO
POLÍCIA E BOMBEIRO MILITAR
DA PARAÍBA (PM/CBM PB)

LÍNGUA PORTUGUESA
Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Compreensão e intelecção de textos.
2. Tipologia textual.
3. Coesão e coerência.
4. Figuras de linguagem.
5. Ortografia.
6. Acentuação gráfica.
7. Emprego do sinal indica vo de crase.
8. Formação, classe e emprego de palavras.
9. Sintaxe da oração e do período.
10. Pontuação.
11. Concordância nominal e verbal.
12. Colocação pronominal.
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13. Regência nominal e verbal. daviferreira03a@gmail.com
14. Equivalência e transformação de estruturas. 059.302.023-54
15. Paralelismo sintá co.
16. Relações de sinonímia e antonímia.

RACIOCÍNIO LÓGICO
Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Lógica proporcional.
2. Argumentação lógica.
3. Raciocínio sequencial.
4. Raciocínio lógico quan ta vo.
5. Raciocínio lógico analí co.
6. Diagramas lógicos.
7. Análise combinatória.
8. Probabilidade.

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GEOGRAFIA E HISTÓRIA DA PARAÍBA


Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Geografi a da Paraíba:
1.1. Formação do território paraibano.
1.2. Geografia sica: relevo, clima, vegetação,
hidrografia.
1.3. Geografia humana: aspectos econômicos,
sociais e culturais.
2. História da Paraíba:
2.1. Origens e conquista da Paraíba (1574-1585).
2.2. A presença de portugueses, franceses e
espanhóis no território paraibano. Povos
indígenas do litoral ao sertão.
2.3. A Paraíba no sistema de capitanias
hereditárias e a conquista do interior.
2.4. Holandeses na Paraíba. Inquisição e expulsão
de jesuítas.
2.5. A Paraíba no século XIX. Independência.
2.6. Primeiro Reinado.
2.7. Período Regencial.
2.8. Segundo Reinado. Davi Ferreira de Araújo
2.9. A Confederação do Equador. daviferreira03a@gmail.com
2.10. A Paraíba e a Guerra do Paraguai. 059.302.023-54
2.11. A Paraíba e o Quebra-quilos.
2.12. O Ronco das Abelhas.
2.13. A Paraíba na República.
2.14. A Paraíba no século XX.
2.15. Oligarquias, coronelismo e cangaço.
2.16 Revolta de Princesa.
2.17. Revolução de 30.
2.18. Revolução Cons tucionalista de 1932.
2.19. Intentona Comunista 1935.
2.20. A Paraíba no Estado Novo de Vargas. A
Paraíba e a Segunda Guerra Mundial.

LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS/ESPANHOL)


Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Compreensão de textos.
2. Capacidade de compreender ideias gerais e
específicas por meio da análise de textos
selecionados de livros, jornais ou revistas, que
abordem temas culturais, literários e cien fi cos.
3 . I te n s g ra m a c a i s re l e va n te s p a ra a
compreensão dos conteúdos semân cos.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Conceito de Internet e Intranet.
2. Ferramentas e aplica vos de navegação, de
correio eletrônico, de grupo de discussão, de
busca e pesquisa.
3. Principais aplica vos para edição de textos,
planilhas eletrônicas, geração de material escrito,
audiovisual e outros.
4. Pacote Microso Office. Noções de sistema
operacional (Windows e Linux), Conceitos de
proteção e segurança. Noções de vírus, worms,
phishing e pragas virtuais. Aplica vos para
segurança (an vírus, firewall, an -spyware e
VPN). Computação na nuvem (cloud compu ng).

NOÇÕES DE DIREITO E SOCIOLOGIA


Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL:
1. Dos Direitos e Garan as Fundamentais em
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Espécie.
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1.2. Direito à vida. 059.302.023-54
1.3. Direito à Liberdade.
1.4. Princípio da Igualdade (Art. 5° I).
1.5. Princípio da legalidade e da Anterioridade
Penal (Art. 5° ll, XXXIX).
1.6. Liberdade da Manifestação do Pensamento
(Art. 5° lV).
1.7. Inviolabilidade da In midade. Vida Privada,
Honra e Imagem (Art. 5° X).
1.8. Inviolabilidade do Lar (Art. 5° XI).
1.9. Sigilo de Correspondência e de Comunicação
(Art. 5° XII).
1.10. Liberdade de Locomoção (Art. 5° XV).
1.11. Direito de Reunião e de Associação (Art. 5°
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI).
1.12. Direito de Propriedade (Art. 5° XXII e XXIII).
1.13. Vedação ao Racismo (Art. 5° XLII).
1.14. Garan a às Integridades Física e Moral do
Preso (Art. 5° XLIX).
1.15. Vedação às Provas Ilícitas (Art. 5° LVI).
1.16. Princípio da Presunção de Inocência (Art. 5°
LVII).
1.17. Privilegia Contra a Auto-Incriminação (Art. 5°
LXIII).

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Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
2. Dos militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios (art. 42).
3. Da Segurança Pública (art.144).
NOÇÕES DE DIREITO PENAL:
1. Princípios cons tucionais do Direito Penal.
2. A lei penal no tempo.
3. A lei penal no espaço.
4. Interpretação da lei penal.
5. Infração penal: espécies.
6. Sujeito a vo e sujeito passivo da infração penal.
7. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade,
punibilidade.
8. Excludentes de ilicitude e de culpabilidade.
9. Imputabilidade penal.
10. Concurso de pessoas.
11. Crimes contra a pessoa (homicídio, das lesões
corporais, da rixa).
12. Crimes contra o patrimônio (furto, roubo,
extorsão, extorsão mediantes sequestro).
13. Crimes contra a administração pública
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(peculato e suas formas, concussão, corrupção
a va e passiva, prevaricação). daviferreira03a@gmail.com
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL:
1. Inquérito Policial.
2. Da ação penal: Espécies.
3. Da prisão, das medidas cautelares e da liberdade
provisória.
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR:
1. Estatuto dos Policiais Militares da Paraíba (Lei
3.909/77):
1.1. Da Hierarquia e da Disciplina (Art. 12 à 19),
1.2. Do Valor Policial Militar (Art. 26),
1.3. Da É ca Policial Militar (Art. 27 à 29),
1.4. Dos Deveres Policiais Militares (Art. 30),
1.5. Do Compromisso Policial Militar (Art. 31),
1.6. Do Comando e da Subordinação (Art. 33 à 39).
2. Lei Complementar Estadual nº 87/2008.
3. Crime militar: caracterização do crime militar
(art. 9º do CPM); propriamente e impropriamente
militar.
4. Violência contra superior (art.157 CPM);
5. Violência contra inferior (art.175 CPM);
6. Abandono de Posto (art.195 CPM);
7. Embriaguez em serviço (art. 202 CPM);

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Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
8. Dormir em serviço (art. 203 CPM).
9. Jus ça Militar Estadual. Art. 125, §§ 3º, 4º e 5º
CF/88; Art. 187 a 198 da Lei Complementar 096/10
(Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado
da Paraíba)
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE:
1. Lei nº 13.869/2019 (Abuso de Autoridade).
2. Lei nº 8.072/90 (Crimes Hediondos).
3. Lei nº 9.455/97 (Tortura).
4. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), Das disposições Preliminares (Art.
1º à 6º), Das medidas de proteção (Art. 98 à 102),
Da prá ca de Ato Infracional (Art. 103 à 128), Das
medidas Per nentes aos Pais ou responsável (Art.
129 e 130).
5. Lei 11.340/2006 lei Maria da penha (das
medidas prote vas de urgência e do crime de
descumprimento de medidas prote vas de
urgência).
6. Lei nº 10.826/2003; (Estatuto do
Desarmamento).
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA:
Davi Ferreira de Araújo
1 . Re i nv i n d i c a ç õ e s p o p u l a re s u r b adaviferreira03a@gmail.com
nas.
Movimentos sociais e lutas pela moradia. 059.302.023-54
2. Movimentos sociais e educação.
3. Movimentos e lutas sociais na história do Brasil.
4. Classes Sociais e movimentos sociais.

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POLÍCIA E BOMBEIRO MILITAR DA PARAÍBA


Mínimo de Pontos Exigido
Área de Conhecimento Nº de Itens Pontos por Valor Total Disciplina Total
Questão (Pontos) 40% 50%
Língua Portuguesa 15 1 15 6
Raciocínio Lógico 10 1 10 4
Geografia e História da Paraíba 10 0,5 5 2
45
Língua Estrangeira: Inglês ou Espanhol 10 0,5 5 2
Noções de Informá ca 10 0,5 5 2
Noções de Direito e Sociologia 25 2 50 20

Total de Questões e Pontos 80 Questões 90 Pontos

DISCURSIVA
Critérios de Correção Pontuação
Máxima
Conhecimento do tema (cobertura dos tópicos apresentados: domínio e inter-relação entre os conceitos 2
centrais do tema proposto)
Habilidade argumenta va (atualização, originalidade e relevância das informações) 2
Sequência lógica e de organização do pensamento
Davi(introdução,
Ferreira dedesenvolvimento
Araújo e considerações finais) 2
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Coerência e Coesão (pontuação, con nuidade e progressão de ideias, uso apropriado de ar culadores) 1,5
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Morfossintaxe (relação entre as palavras, concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal,
organização e estruturação dos períodos e orações, emprego dos tempos e modos verbais e colocação de 1,5
pronome)
Acentuação e ortografia 1

Total de Pontos 10 Pontos

9.2.1. Somente serão corrigidas as Provas Discursivas dos candidatos que foram HABILITADOS na Prova Obje va e que
estejam classificados dentro do limite de 4 (quatro) vezes o número de vagas.
9.2.1.2. Os candidatos que não verem a sua Prova Discursiva corrigida, nos termos dos itens 9.2.1. e 9.2.1.1, estarão
automa camente ELIMINADOS deste Concurso Público.
9.2.2. A Prova Discursiva terá caráter eliminatório e classificatório e será avaliada na escala de 0 (zero) a 10 (dez) pontos,
considerando-se HABILITADO o candidato que nela ob ver nota igual ou superior a 5 (cinco) pontos.
9.2.2.1. O candidato que não for HABILITADO na Prova Discursiva, nos termos do subitem 9.2.2 deste Edital, estará
automa camente ELIMINADO do Concurso Público.
9.2.3. A Prova Discursiva será cons tuída de 1 (uma) Redação, cujo tema será fornecido no momento do Exame
Intelectual. Para o desenvolvimento da Redação, o candidato deverá redigir no mínimo 15 (quinze) e no máximo 30
(trinta) linhas, observando os critérios de correção a seguir:

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SUMÁRIO
DIREITO CONSTITUCIONAL 01

DIREITO PENAL 07

PROCESSO PENAL 19

ESTATUTO 32

EXTRAVAGANTE
Davi Ferreira de Araújo
daviferreira03a@gmail.com 59
059.302.023-54

VADE MECUM
POLÍCIA E BOMBEIRO MILITAR DA PARAÍBA

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VII - é assegurada, nos termos da lei, a presta-
ção de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por mo-
tivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
TÍTULO II obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
DOS DIREITOS E GARANTIAS cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
FUNDAMENTAIS IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independen-
CAPÍTULO I temente de censura ou licença;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
E COLETIVOS a honra e a imagem das pessoas, assegurado o di-
reito a indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
STJ: Súmula 227 - Pessoa jurídica pode sofrer dano mo-
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos ral. STF: Admite as biografias não‐autorizadas, não exclu-
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a indo a possibilidade de indenização por dano material ou
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual- moral
dade, à segurança e à propriedade, nos termos se- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
guintes: guém nela podendo penetrar sem consentimento
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STF: O estrangeiro em trânsito também está resguardado do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
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pelos direitos individuais, podendo, inclusive, utilizar-se de desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
remédios constitucionais. Contudo, ele não poderá059.302.023-54
fazer
uso de todos os direitos, a exemplo da ação popular, que é
dia, por determinação judicial;
privativa de brasileiro. STF: Casa é um termo amplo, consagrando consultório,
escritório e qualquer lugar privado não aberto ao público.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e Contudo, não é um direito absoluto.
obrigações, nos termos desta Constituição;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de das comunicações telegráficas, de dados e das co-
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; municações telefônicas, salvo, no último caso, por
III - ninguém será submetido a tortura nem a ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
tratamento desumano ou degradante; estabelecer para fins de investigação criminal ou
IV - é livre a manifestação do pensamento, instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de
sendo vedado o anonimato; 1996)
STF: É lícita a gravação de conversa telefônica realizada
STF: A defesa da legalização de drogas em espaços públi-
por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ci-
cos constitui legítimo exercício do direito à livre manifesta-
ência do outro, quando há investida criminosa deste último.
ção do pensamento.

V - é assegurado o direito de resposta, propor- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,


cional ao agravo, além da indenização por dano ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-
material, moral ou à imagem; fissionais que a lei estabelecer;

STJ: Súmula 37 - São cumuláveis as indenizações por


XIV - é assegurado a todos o acesso à infor-
dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. o do mação e resguardado o sigilo da fonte, quando ne-
pensamento. cessário ao exercício profissional;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e XV - é livre a locomoção no território nacional
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a pro- termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
teção aos locais de culto e a suas liturgias; com seus bens;

1
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, b) o direito de fiscalização do aproveitamento
sem armas, em locais abertos ao público, indepen- econômico das obras que criarem ou de que parti-
dentemente de autorização, desde que não frus- ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respec-
trem outra reunião anteriormente convocada para o tivas representações sindicais e associativas;
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à XXIX - a lei assegurará aos autores de inven-
autoridade competente; tos industriais privilégio temporário para sua utiliza-
XVII - é plena a liberdade de associação para ção, bem como proteção às criações industriais, à
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; propriedade das marcas, aos nomes de empresas
XVIII - a criação de associações e, na forma da e a outros signos distintivos, tendo em vista o inte-
lei, a de cooperativas independem de autorização, resse social e o desenvolvimento tecnológico e
sendo vedada a interferência estatal em seu funci- econômico do País;
onamento; XXX - é garantido o direito de herança;
XIX - as associações só poderão ser compul- XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros si-
soriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus- tuados no País será regulada pela lei brasileira em
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no pri- benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sem-
meiro caso, o trânsito em julgado; pre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
XX - ninguém poderá ser compelido a asso- do "de cujus";
ciar-se ou a permanecer associado; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
XXI - as entidades associativas, quando ex- defesa do consumidor;
pressamente autorizadas, têm legitimidade para re- XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
presentar seus filiados judicial ou extrajudicial- públicos informações de seu interesse particular,
mente; ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
XXII - é garantido o direito de propriedade; das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
Davi Ferreira ressalvadas
de Araújo aquelas cujo sigilo seja imprescindível
XXIII - a propriedade atenderá a sua função so-
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à segurança da sociedade e do Estado;
cial; 059.302.023-54
XXXIV - são a todos assegurados, indepen-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para dentemente do pagamento de taxas:
desapropriação por necessidade ou utilidade pú-
blica, ou por interesse social, mediante justa e pré- a) o direito de petição aos Poderes Públicos
via indenização em dinheiro, ressalvados os casos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
previstos nesta Constituição; abuso de poder;

XXV - no caso de iminente perigo público, a b) a obtenção de certidões em repartições pú-


autoridade competente poderá usar de propriedade blicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
particular, assegurada ao proprietário indenização situações de interesse pessoal;
ulterior, se houver dano; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Po-
XXVI - a pequena propriedade rural, assim de- der Judiciário lesão ou ameaça a direito;
finida em lei, desde que trabalhada pela família, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adqui-
não será objeto de penhora para pagamento de dé- rido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
bitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- STF: Súmula 654 - A garantia da irretroatividade da lei,
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu de- prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República,
senvolvimento; não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exce-
de utilização, publicação ou reprodução de suas ção;
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri,
a lei fixar; com a organização que lhe der a lei, assegurados:
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a plenitude de defesa;
a) a proteção às participações individuais em b) o sigilo das votações;
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas; c) a soberania dos veredictos;

2
d) a competência para o julgamento dos crimes a) de morte, salvo em caso de guerra decla-
dolosos contra a vida; rada, nos termos do art. 84, XIX;
STF: Súmula Vinculante 45 - A competência constitucio- b) de caráter perpétuo;
nal do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerroga-
tiva de função estabelecido exclusivamente pela Constitui- c) de trabalhos forçados;
ção estadual
d) de banimento;
STF: Súmula 603 - A competência para o processo e jul-
gamento de latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal e) cruéis;
do Júri.
XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci-
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o mentos distintos, de acordo com a natureza do de-
defina, nem pena sem prévia cominação legal; lito, a idade e o sexo do apenado;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para be- XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
neficiar o réu; integridade física e moral;
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao L - às presidiárias serão asseguradas condi-
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigên- ções para que possam permanecer com seus filhos
cia é anterior à cessação da continuidade ou da permanên-
cia. durante o período de amamentação;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação aten- LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
tatória dos direitos e liberdades fundamentais; naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
XLII - a prática do racismo constitui crime ina- mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
fiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclu- afins, na forma da lei;
são, nos termos da lei;
LII - não será concedida extradição de estran-
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e geiro por crime político ou de opinião;
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
Davi Ferreira de Araújo
LIII - ninguém será processado nem sentenci-
tura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
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ado senão pela autoridade competente;
afins, o terrorismo e os definidos como crimes he-
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diondos, por eles respondendo os mandantes, os LIV - ninguém será privado da liberdade ou de
executores e os que, podendo evitá-los, se omiti- seus bens sem o devido processo legal;
rem;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou ad-
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescri- ministrativo, e aos acusados em geral são assegu-
tível a ação de grupos armados, civis ou militares, rados o contraditório e ampla defesa, com os meios
contra a ordem constitucional e o Estado Democrá- e recursos a ela inerentes;
tico;
STF: Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.
condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, STF: Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no in-
teresse do representado, ter acesso amplo aos elementos
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e de prova que, já documentados em procedimento investi-
contra eles executadas, até o limite do valor do pa- gatório realizado por órgão com competência de polícia ju-
trimônio transferido; diciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena STF: Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigên-
cia de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
e adotará, entre outras, as seguintes: para admissibilidade de recurso administrativo.
a) privação ou restrição da liberdade; STF: Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigên-
cia de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
b) perda de bens; ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de
crédito tributário
c) multa;
d) prestação social alternativa; LVI - são inadmissíveis, no processo, as pro-
vas obtidas por meios ilícitos;
e) suspensão ou interdição de direitos;
STJ: Não se aplica a Teoria da Árvore dos Frutos Envene-
XLVII - não haverá penas: nados quando a prova considerada como ilícita é indepen-
dente dos demais elementos de convicção coligidos nos
autos, bastantes para fundamentar a condenação.

3
LVII - ninguém será considerado culpado até o por habeas corpus ou habeas data, quando o res-
trânsito em julgado de sentença penal condenató- ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-
ria; toridade pública ou agente de pessoa jurídica no
LVIII - o civilmente identificado não será sub- exercício de atribuições do Poder Público;
metido a identificação criminal, salvo nas hipóteses LXX - o mandado de segurança coletivo pode
previstas em lei; ser impetrado por:
LIX - será admitida ação privada nos crimes de a) partido político com representação no Con-
ação pública, se esta não for intentada no prazo le- gresso Nacional;
gal; b) organização sindical, entidade de classe ou
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos associação legalmente constituída e em funciona-
atos processuais quando a defesa da intimidade ou mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte-
o interesse social o exigirem; resses de seus membros ou associados;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
delito ou por ordem escrita e fundamentada de au- sempre que a falta de norma regulamentadora
toridade judiciária competente, salvo nos casos de torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
transgressão militar ou crime propriamente militar, constitucionais e das prerrogativas inerentes à na-
definidos em lei; cionalidade, à soberania e à cidadania;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local LXXII - conceder-se-á habeas data:
onde se encontre serão comunicados imediata- a) para assegurar o conhecimento de informa-
mente ao juiz competente e à família do preso ou à ções relativas à pessoa do impetrante, constantes
pessoa por ele indicada; de registros ou bancos de dados de entidades go-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, vernamentais ou de caráter público;
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
Davi Ferreira de Araújo
STJ: Súmula 2 - Não cabe o habeas data (CF, art. 5º,
assegurada a assistência da família e daviferreira03a@gmail.com
de advo- LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações por
gado; parte da autoridade administrativa.
059.302.023-54
LXIV - o preso tem direito à identificação dos b) para a retificação de dados, quando não se
responsáveis por sua prisão ou por seu interroga- prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou ad-
tório policial; ministrativo;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente rela- LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
xada pela autoridade judiciária; propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
participe, à moralidade administrativa, ao meio am-
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
biente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
com ou sem fiança;
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas ju-
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo diciais e do ônus da sucumbência;
a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
inescusável de obrigação alimentícia e a do depo-
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên-
sitário infiel;
cia de recursos;
STF: Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil do de-
positário infiel, qualquer que seja a modalidade de depó- LXXV - o Estado indenizará o condenado por
sito. erro judiciário, assim como o que ficar preso além
STJ: Súmula 419 - Descabe a prisão civil do depositário do tempo fixado na sentença;
infiel.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecida-
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre mente pobres, na forma da lei:
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
a) o registro civil de nascimento;
violência ou coação em sua liberdade de locomo-
ção, por ilegalidade ou abuso de poder; b) a certidão de óbito;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança LXXVII - são gratuitas as ações de habeas cor-
para proteger direito líquido e certo, não amparado pus e habeas data, e, na forma da lei, os atos ne-
cessários ao exercício da cidadania.

4
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e adminis- § 2º Aos pensionistas dos militares dos Esta-
trativo, são assegurados a razoável duração do dos, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se
processo e os meios que garantam a celeridade de o que for fixado em lei específica do respectivo ente
sua tramitação. estatal.
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o di- § 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do
reito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art.
meios digitais. (Incluído pela Emenda Constitucio- 37, inciso XVI, com prevalência da atividade mili-
nal nº 115, de 2022) tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101,
§ 1º As normas definidoras dos direitos e ga- de 2019)
rantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta CAPÍTULO III
Constituição não excluem outros decorrentes do re- DA SEGURANÇA PÚBLICA
gime e dos princípios por ela adotados, ou dos tra-
tados internacionais em que a República Federa- Art. 144. A segurança pública, dever do Es-
tiva do Brasil seja parte.
tado, direito e responsabilidade de todos, é exer-
§ 3º Os tratados e convenções internacionais cida para a preservação da ordem pública e da in-
sobre direitos humanos que forem aprovados, em columidade das pessoas e do patrimônio, através
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, dos seguintes órgãos:
por três quintos dos votos dos respectivos mem- I - polícia federal;
bros, serão equivalentes às emendas constitucio-
II - polícia rodoviária federal;
nais. (Atos aprovados na forma deste parágrafo:
III - polícia ferroviária federal;
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribu-
nal Penal Internacional a cuja criação tenha mani- IV - polícias civis;
festado adesão. Davi Ferreira de Araújo
V - polícias militares e corpos de bombeiros mi-
daviferreira03a@gmail.com
STJ: Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos po- litares.
059.302.023-54
liciais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
VI - polícias penais federal, estaduais e distri-
STJ: Súmula 280 - O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de tal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
1945, que estabelece a prisão administrativa, foi revogado
pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal 104, de 2019)
de 1988.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como ór-
STJ: Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a inde- gão permanente, organizado e mantido pela União
nização pela publicação não autorizada da imagem de pes-
soa com fins econômicos ou comerciais.
e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem po-
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO lítica e social ou em detrimento de bens, serviços e
DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infra-
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e ções cuja prática tenha repercussão interestadual
Corpos de Bombeiros Militares, instituições organi- ou internacional e exija repressão uniforme, se-
zadas com base na hierarquia e disciplina, são mi- gundo se dispuser em lei;
litares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri- II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entor-
tórios. pecentes e drogas afins, o contrabando e o desca-
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do minho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; tência;
do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a III - exercer as funções de polícia marítima, ae-
lei estadual específica dispor sobre as matérias do roportuária e de fronteiras;
art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos ofici-
IV - exercer, com exclusividade, as funções de
ais conferidas pelos respectivos governadores.
polícia judiciária da União.

5
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão perma- ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
nente, organizado e mantido pela União e estrutu- estruturados em Carreira, na forma da lei.
rado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao pa-
trulhamento ostensivo das rodovias federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão perma-
nente, organizado e mantido pela União e estrutu-
rado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao pa-
trulhamento ostensivo das ferrovias federais.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados
de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judi-
ciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia os-
tensiva e a preservação da ordem pública; aos cor-
pos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades
de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão
administrador do sistema penal da unidade federa-
tiva a que pertencem, cabe a segurança dos esta-
belecimentos penais.
§ 6º As polícias militares e os corpos de bom-
Davi
beiros militares, forças auxiliares e reserva do Ferreira de Araújo
Exér-
daviferreira03a@gmail.com
cito subordinam-se, juntamente com as polícias ci-
059.302.023-54
vis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcio-
namento dos órgãos responsáveis pela segurança
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais in-
tegrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39.
§ 10. A segurança viária, exercida para a pre-
servação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fis-
calização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o di-
reito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos

6
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se
como extensão do território nacional as embarca-
ções e aeronaves brasileiras, de natureza pública
ou a serviço do governo brasileiro onde quer que
se encontrem, bem como as aeronaves e as em-
barcações brasileiras, mercantes ou de proprie-
dade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos
TÍTULO I crimes praticados a bordo de aeronaves ou embar-
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL cações estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no território nacio-
Anterioridade da Lei nal ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e
estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o
Lugar do crime
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Lei penal no tempo Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lu-
gar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato em parte, bem como onde se produziu ou deveria
que lei posterior deixa de considerar crime, ces- produzir-se o resultado.
sando em virtude dela a execução e os efeitos pe-
Extraterritorialidade
nais da sentença condenatória.
Davi Ferreira de Araújo
Parágrafo único - A lei posterior, daviferreira03a@gmail.com
que de qual- Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
quer modo favorecer o agente, aplica-se aos059.302.023-54
fatos cometidos no estrangeiro:
anteriores, ainda que decididos por sentença con- I - os crimes:
denatória transitada em julgado.
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente
STF: Súmula 611 - Transitada em julgado a sentença con- da República;
denatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de
lei mais benigna. b) contra o patrimônio ou a fé pública da União,
Lei excepcional ou temporária do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Mu-
nicípio, de empresa pública, sociedade de econo-
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, em- mia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
bora decorrido o período de sua duração ou cessa- Poder Público;
das as circunstâncias que a determinaram, aplica- c) contra a administração pública, por quem
se ao fato praticado durante sua vigência. está a seu serviço;
Tempo do crime d) de genocídio, quando o agente for brasileiro
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no ou domiciliado no Brasil;
momento da ação ou omissão, ainda que outro seja II - os crimes:
o momento do resultado.
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao obrigou a reprimir;
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigên-
cia é anterior à cessação da continuidade ou da permanên- b) praticados por brasileiro;
cia.
c) praticados em aeronaves ou embarcações
Territorialidade brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo quando em território estrangeiro e aí não sejam jul-
gados.
de convenções, tratados e regras de direito interna-
cional, ao crime cometido no território nacional.

7
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido Contagem de prazo
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no côm-
condenado no estrangeiro.
puto do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei anos pelo calendário comum.
brasileira depende do concurso das seguintes con-
dições: Frações não computáveis da pena

a) entrar o agente no território nacional; Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas


de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações
b) ser o fato punível também no país em que
de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
foi praticado;
Legislação especial
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição; Art. 12 - As regras gerais deste Código apli-
d) não ter sido o agente absolvido no estran- cam-se aos fatos incriminados por lei especial, se
geiro ou não ter aí cumprido a pena; esta não dispuser de modo diverso.

e) não ter sido o agente perdoado no estran-


geiro ou, por outro motivo, não estar extinta a puni- TÍTULO II
bilidade, segundo a lei mais favorável. DO CRIME
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Relação de causalidade
Brasil, se, reunidas as condições previstas no pa-
rágrafo anterior: Art. 13 - O resultado, de que depende a exis-
tência do crime, somente é imputável a quem lhe
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão
Davi Ferreira sem
b) houve requisição do Ministro da Justiça. a qual o resultado não teria ocorrido.
de Araújo
Pena cumprida no estrangeiro daviferreira03a@gmail.com
Superveniência de causa independente
059.302.023-54
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro ate- § 1º - A superveniência de causa relativamente
nua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, independente exclui a imputação quando, por si só,
quando diversas, ou nela é computada, quando produziu o resultado; os fatos anteriores, entre-
idênticas. tanto, imputam-se a quem os praticou.
Eficácia de sentença estrangeira Relevância da omissão

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a § 2º - A omissão é penalmente relevante


quando o omitente devia e podia agir para evitar o
aplicação da lei brasileira produz na espécie as
resultado. O dever de agir incumbe a quem
mesmas consequências, pode ser homologada no
Brasil para: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância;
I - obrigar o condenado à reparação do dano,
a restituições e a outros efeitos civis; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
de impedir o resultado;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
c) com seu comportamento anterior, criou o
Parágrafo único - A homologação depende:
risco da ocorrência do resultado.
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pe-
dido da parte interessada; Art. 14 - Diz-se o crime:

b) para os outros efeitos, da existência de tra- Crime consumado


tado de extradição com o país de cuja autoridade I - consumado, quando nele se reúnem todos
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tra- os elementos de sua definição legal;
tado, de requisição do Ministro da Justiça.
Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, a ho-
mologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas rogatórias.

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Tentativa Agravação pelo resultado
II - tentado, quando, iniciada a execução, não Art. 19 - Pelo resultado que agrava especial-
se consuma por circunstâncias alheias à vontade mente a pena, só responde o agente que o houver
do agente. causado ao menos culposamente.
Pena de tentativa Erro sobre elementos do tipo
Parágrafo único - Salvo disposição em contrá- Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo
rio, pune-se a tentativa com a pena correspondente
do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
ao crime consumado, diminuída de um a dois ter-
punição por crime culposo, se previsto em lei.
ços.
Descriminantes putativas
Desistência voluntária e arrependimento
eficaz § 1º - É isento de pena quem, por erro plena-
mente justificado pelas circunstâncias, supõe situ-
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, de- ação de fato que, se existisse, tornaria a ação legí-
siste de prosseguir na execução ou impede que o tima. Não há isenção de pena quando o erro deriva
resultado se produza, só responde pelos atos já de culpa e o fato é punível como crime culposo.
praticados.
Erro determinado por terceiro
Arrependimento posterior
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que de-
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência termina o erro.
ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou Erro sobre a pessoa
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o
será reduzida de um a dois terços. crime é praticado não isenta de pena. Não se con-
sideram, neste caso, as condições ou qualidades
Crime impossível Davi Ferreira deda
Araújo
vítima, senão as da pessoa contra quem o
daviferreira03a@gmail.com
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por agente queria praticar o crime.
059.302.023-54
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impro- Erro sobre a ilicitude do fato
priedade do objeto, é impossível consumar-se o
crime. Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescu-
sável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
STF: Súmula 145 - Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de
um sexto a um terço.
STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por mo-
nitoramento eletrônico ou por existência de segurança no Parágrafo único - Considera-se evitável o erro
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna se o agente atua ou se omite sem a consciência da
impossível a configuração do crime de furto
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas cir-
Art. 18 - Diz-se o crime: cunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Crime doloso Coação irresistível e obediência hierár-
quica
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo; Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação ir-
Crime culposo resistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só
II - culposo, quando o agente deu causa ao re- é punível o autor da coação ou da ordem.
sultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Exclusão de ilicitude
Parágrafo único - Salvo os casos expressos
em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto Art. 23 - Não há crime quando o agente pra-
como crime, senão quando o pratica dolosamente. tica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;

9
III - em estrito cumprimento de dever legal ou de determinar-se de acordo com esse entendi-
no exercício regular de direito. mento.
Excesso punível Menores de dezoito anos
Parágrafo único - O agente, em qualquer das Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
doloso ou culposo. normas estabelecidas na legislação especial.
Estado de necessidade Emoção e paixão
Art. 24 - Considera-se em estado de necessi- Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
dade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem po- I - a emoção ou a paixão;
dia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, Embriaguez
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo
exigir-se. álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade § 1º - É isento de pena o agente que, por em-
quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. briaguez completa, proveniente de caso fortuito ou
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifí- força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
cio do direito ameaçado, a pena poderá ser redu- inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
zida de um a dois terços. fato ou de determinar-se de acordo com esse en-
Legítima defesa tendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa
terços, se o agente, por embriaguez, proveniente
quem, usando moderadamente dos meios neces- de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
sários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a
Davi Ferreira de Araújo
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
direito seu ou de outrem. daviferreira03a@gmail.com
de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
059.302.023-54
Parágrafo único. Observados os requisitos pre- nar-se de acordo com esse entendimento.
vistos no caput deste artigo, considera-se também
em legítima defesa o agente de segurança pública
que repele agressão ou risco de agressão a vítima TÍTULO IV
mantida refém durante a prática de crimes. DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre


TÍTULO III
para o crime incide nas penas a este cominadas,
DA IMPUTABILIDADE PENAL
na medida de sua culpabilidade.

Inimputáveis § 1º - Se a participação for de menor importân-


cia, a pena pode ser diminuída de um sexto a um
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por terço.
doença mental ou desenvolvimento mental incom- § 2º - Se algum dos concorrentes quis partici-
pleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da par de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
omissão, inteiramente incapaz de entender o cará- pena deste; essa pena será aumentada até me-
ter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo tade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
com esse entendimento. mais grave.
Redução de pena Circunstâncias incomunicáveis
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias
um a dois terços, se o agente, em virtude de per-
turbação de saúde mental ou por desenvolvimento e as condições de caráter pessoal, salvo quando
mental incompleto ou retardado não era inteira- elementares do crime.
mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou

10
Casos de impunibilidade parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição:
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instiga-
ção e o auxílio, salvo disposição expressa em con- VIII - com emprego de arma de fogo de uso
trário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo restrito ou proibido:
menos, a ser tentado. Homicídio contra menor de 14 (quatorze)
anos. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
TITULO I IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (In-
cluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
CAPITULO I § 2o-A Considera-se que há razões de condi-
DOS CRIMES CONTRA A VIDA ção de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
Homicídio simples II - menosprezo ou discriminação à condição
de mulher.
Art. 121. Matar alguém:
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 14 (quatorze) anos é aumentada de: (Incluído pela
Caso de diminuição de pena Lei nº 14.344, de 2022)
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é
motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o pessoa com deficiência ou com doença que impli-
domínio de violenta emoção, logo em seguida a in- que o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído
justa provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pela Lei nº 14.344, de 2022)
pena de um sexto a um terço. Davi Ferreira de Araújo
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente,
Homicídio qualificado daviferreira03a@gmail.com
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, compa-
059.302.023-54
nheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
§ 2° Se o homicídio é cometido:
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade
I - mediante paga ou promessa de recom- sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
pensa, ou por outro motivo torpe;
Homicídio culposo
II - por motivo fútil;
§ 3º Se o homicídio é culposo:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo,
Pena - detenção, de um a três anos.
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que possa resultar perigo comum; Aumento de pena
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dis- § 4o No homicídio culposo, a pena é aumen-
simulação ou outro recurso que dificulte ou torne tada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inob-
impossivel a defesa do ofendido; servância de regra técnica de profissão, arte ou ofí-
cio, ou se o agente deixa de prestar imediato so-
V - para assegurar a execução, a ocultação, a
corro à vítima, não procura diminuir as consequên-
impunidade ou vantagem de outro crime:
cias do seu ato, ou foge para evitar prisão em fla-
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. grante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumen-
Feminicídio tada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
VI - contra a mulher por razões da condição de
(sessenta) anos.
sexo feminino:
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz
VII – contra autoridade ou agente descrito nos
poderá deixar de aplicar a pena, se as consequên-
arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
cias da infração atingirem o próprio agente de
do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
forma tão grave que a sanção penal se torne des-
rança Pública, no exercício da função ou em decor-
necessária.
rência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou

11
STJ: Súmula 18 - A sentença concessiva do perdão judi- I - se o crime é praticado por motivo egoístico,
cial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsis- torpe ou fútil; (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
tindo qualquer efeito condenatório.
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até
qualquer causa, a capacidade de resistência. (In-
a metade se o crime for praticado por milícia pri-
cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
vada, sob o pretexto de prestação de serviço de se-
gurança, ou por grupo de extermínio. § 4º A pena é aumentada até o dobro se a con-
duta é realizada por meio da rede de computado-
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3
res, de rede social ou transmitida em tempo
(um terço) até a metade se o crime for praticado:
real. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o
posteriores ao parto;
agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
com deficiência ou com doenças degenerativas
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo
que acarretem condição limitante ou de vulnerabili-
resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e
dade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº
é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
14.344, de 2022) Vigência
contra quem, por enfermidade ou deficiência men-
III - na presença física ou virtual de descen- tal, não tem o necessário discernimento para a prá-
dente ou de ascendente da vítima; (Redação dada tica do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pela Lei nº 13.771, de 2018) pode oferecer resistência, responde o agente pelo
IV - em descumprimento das medidas proteti- crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (In-
vas de urgência previstas nos incisos I, II e III do cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto § 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo
de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
Davi Ferreira contra
de Araújo
quem não tem o necessário discernimento
Induzimento, instigação ou auxílio a suicí-
daviferreira03a@gmail.com
dio ou a automutilação (Redação dada pela Lei059.302.023-54
nº para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
13.968, de 2019) causa, não pode oferecer resistência, responde o
agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suici- 121 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de
dar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe 2019)
auxílio material para que o faça: (Redação dada
Infanticídio
pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) Art. 123 - Matar, sob a influência do estado
anos. (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019) puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de
suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou Pena - detenção, de dois a seis anos.
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 Aborto provocado pela gestante ou com
deste Código: (Incluído pela Lei nº 13.968, de seu consentimento
2019)
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (In- consentir que outrem lho provoque:
cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da auto-
mutilação resulta morte: (Incluído pela Lei nº Aborto provocado por terceiro
13.968, de 2019) Art. 125 - Provocar aborto, sem o consenti-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (In- mento da gestante:
cluído pela Lei nº 13.968, de 2019) Pena - reclusão, de três a dez anos.
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº Art. 126 - Provocar aborto com o consenti-
13.968, de 2019)
mento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.

12
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo an- III perda ou inutilização do membro, sentido ou
terior, se a gestante não é maior de quatorze anos, função;
ou é alienada ou débil mental, ou se o consenti- IV - deformidade permanente;
mento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
violência V - aborto:
Forma qualificada Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Art. 127 - As penas cominadas nos dois arti- Lesão corporal seguida de morte
gos anteriores são aumentadas de um terço, se, § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evi-
em consequência do aborto ou dos meios empre- denciam que o agente não quis o resultado, nem
gados para provocá-lo, a gestante sofre lesão cor- assumiu o risco de produzi-lo:
poral de natureza grave; e são duplicadas, se, por Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Diminuição de pena
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por
médico:
motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
Aborto necessário domínio de violenta emoção, logo em seguida a in-
I - se não há outro meio de salvar a vida da justa provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
gestante; pena de um sexto a um terço.

Aborto no caso de gravidez resultante de Substituição da pena


estupro § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto ainda substituir a pena de detenção pela de multa,
é precedido de consentimento da gestante ou, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
quando incapaz, de seu representante legal. I - se ocorre qualquer das hipóteses do pará-
Davi Ferreira de Araújo
grafo anterior;
daviferreira03a@gmail.com
CAPÍTULO II 059.302.023-54 II - se as lesões são recíprocas.
DAS LESÕES CORPORAIS Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa:
Lesão corporal Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a Aumento de pena
saúde de outrem: § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
Pena - detenção, de três meses a um ano. ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do
art. 121 deste Código.
Lesão corporal de natureza grave
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no
§ 1º Se resulta:
§ 5º do art. 121.
I - Incapacidade para as ocupações habituais,
Violência Doméstica
por mais de trinta dias;
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascen-
II - perigo de vida;
dente, descendente, irmão, cônjuge ou compa-
III - debilidade permanente de membro, sentido nheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido,
ou função; ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
IV - aceleração de parto: domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - reclusão, de um a cinco anos. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
anos.
§ 2° Se resulta:
STJ: Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão
I - Incapacidade permanente para o trabalho; corporal resultante de violência doméstica contra a mulher
é pública incondicionada.
II - enfermidade incurável;

13
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por mo-
artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § nitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um impossível a configuração do crime de furto.
terço).
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena crime é praticado durante o repouso noturno.
será aumentada de um terço se o crime for come-
tido contra pessoa portadora de deficiência. STJ: A causa especial de aumento de pena do furto come-
tido durante o repouso noturno pode se configurar mesmo
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade quando o crime é cometido em estabelecimento comercial
ou residência desabitada, sendo indiferente o fato de a ví-
ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti-
tima estar, ou não, efetivamente repousando
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e
da Força Nacional de Segurança Pública, no exer- § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pe-
cício da função ou em decorrência dela, ou contra queno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguí- pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
neo até terceiro grau, em razão dessa condição, a um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
pena é aumentada de um a dois terços. multa.
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elé-
por razões da condição do sexo feminino, nos ter- trica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
mos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído Furto qualificado
pela Lei nº 14.188, de 2021)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro e multa, se o crime é cometido:
anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
I - com destruição ou rompimento de obstáculo
à subtração da coisa;
CAPÍTULO IV II - com abuso de confiança, ou mediante
Davi Ferreira de Araújo
DA RIXA fraude, escalada ou destreza;
daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54
III - com emprego de chave falsa;
Rixa IV - mediante concurso de duas ou mais pes-
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para sepa- soas.
rar os contendores: STJ: Súmula 442 - É inadmissível aplicar, no furto qualifi-
cado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses,
STJ: Súmula 511 - É possível o reconhecimento do privi-
ou multa. légio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for
corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da de ordem objetiva.
participação na rixa, a pena de detenção, de seis
meses a dois anos. § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
(dez) anos e multa, se houver emprego de explo-
sivo ou de artefato análogo que cause perigo co-
TÍTULO II mum.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO § 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é
CAPÍTULO I cometido por meio de dispositivo eletrônico ou in-
formático, conectado ou não à rede de computado-
DO FURTO
res, com ou sem a violação de mecanismo de se-
gurança ou a utilização de programa malicioso, ou
Furto por qualquer outro meio fraudulento análogo. (In-
cluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
coisa alheia móvel: § 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
considerada a relevância do resultado gravoso: (In-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. cluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

14
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo de-
terços), se o crime é praticado mediante a utiliza- pois de subtraída a coisa, emprega violência contra
ção de servidor mantido fora do território nacio- pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a im-
nal; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) punidade do crime ou a detenção da coisa para si
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se ou para terceiro.
o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. (In- § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até
cluído pela Lei nº 14.155, de 2021) metade:
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº
se a subtração for de veículo automotor que venha 13.654, de 2018)
a ser transportado para outro Estado ou para o ex- II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
terior.
III - se a vítima está em serviço de transporte
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 de valores e o agente conhece tal circunstância.
(cinco) anos se a subtração for de semovente do-
mesticável de produção, ainda que abatido ou divi- IV - se a subtração for de veículo automotor
dido em partes no local da subtração. que venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior;
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
(dez) anos e multa, se a subtração for de substân- V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
cias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou restringindo sua liberdade.
isoladamente, possibilitem sua fabricação, monta- VI – se a subtração for de substâncias explosi-
gem ou emprego. vas ou de acessórios que, conjunta ou isolada-
Furto de coisa comum mente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego.
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida
ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitima-
Davi Ferreira decom
Araújo
emprego de arma branca;
mente a detém, a coisa comum: daviferreira03a@gmail.com
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
Pena - detenção, de seis meses a dois059.302.023-54
anos,
ou multa. I – se a violência ou ameaça é exercida com
emprego de arma de fogo;
§ 1º - Somente se procede mediante represen-
tação. II – se há destruição ou rompimento de obstá-
culo mediante o emprego de explosivo ou de arte-
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa co-
fato análogo que cause perigo comum.
mum fungível, cujo valor não excede a quota a que
tem direito o agente. § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exer-
cida com emprego de arma de fogo de uso restrito
ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no
CAPÍTULO II caput deste artigo.
DO ROUBO E DA EXTORÇÃO § 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão
Roubo de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a
ou para outrem, mediante grave ameaça ou violên- 30 (trinta) anos, e multa.
cia a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer Roubo
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
STF: Súmula 610 - Há crime de latrocínio, quando o homi-
STJ: Súmula 582 - Consuma-se o crime de roubo com a cídio se consuma, ainda que não se realize o agente a sub-
inversão da posse do bem mediante emprego de violência tração de bens da vítima.
ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida STJ: Súmula 443 - O aumento na terceira fase de aplica-
à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa ção da pena no crime de roubo circunstanciado exige fun-
roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou damentação concreta, não sendo suficiente para a sua
desvigiada. exasperação a mera indicação do número de majorantes.
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

15
Extorsão documento que pode dar causa a procedimento cri-
minal contra a vítima ou contra terceiro:
Art. 158 - Constranger alguém, mediante vi-
olência ou grave ameaça, e com o intuito de obter Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
para si ou para outrem indevida vantagem econô-
mica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer
TÍTULO XI
alguma coisa:
DOS CRIMES CONTRA A
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais
pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a
pena de um terço até metade. CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior. FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restri- ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
ção da liberdade da vítima, e essa condição é ne-
STJ: Súmula 599 - O princípio da insignificância é inapli-
cessária para a obtenção da vantagem econômica,
cável aos crimes contra a administração pública.
a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
além da multa; se resulta lesão corporal grave ou Peculato
morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público
§§ 2o e 3o, respectivamente. de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, pú-
Extorsão blico ou particular, de que tem a posse em razão do
STJ: Súmula 96 - O crime de extorsão consuma-se inde- cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
pendentemente da obtenção da vantagem indevida.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Extorsão mediante sequestro Davi Ferreira de Araújo
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcioná-
daviferreira03a@gmail.com
rio
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim059.302.023-54
de público, embora não tendo a posse do dinheiro,
obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
como condição ou preço do resgate: subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
funcionário.
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e
Peculato culposo
quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (de-
zoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o § 2º - Se o funcionário concorre culposamente
crime é cometido por bando ou quadrilha. para o crime de outrem:
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de na- § 3º - No caso do parágrafo anterior, a repara-
tureza grave: ção do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
metade a pena imposta.
anos.
Peculato mediante erro de outrem
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qual-
quer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o por erro de outrem:
concorrente que o denunciar à autoridade, facili-
tando a libertação do sequestrado, terá sua pena Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
reduzida de um a dois terços. Inserção de dados falsos em sistema de in-
Extorsão indireta formações

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
dívida, abusando da situação de alguém, autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou

16
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
informatizados ou bancos de dados da Administra- multa.
ção Pública com o fim de obter vantagem indevida § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito pró-
para si ou para outrem ou para causar dano:) prio ou de outrem, o que recebeu indevidamente
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, para recolher aos cofres públicos:
e multa. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Modificação ou alteração não autorizada de Corrupção passiva
sistema de informações
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcioná-
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
rio, sistema de informações ou programa de infor- função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
mática sem autorização ou solicitação de autori- vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal van-
dade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de tagem:
2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) e multa.
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
Parágrafo único. As penas são aumentadas de consequência da vantagem ou promessa, o funcio-
um terço até a metade se da modificação ou altera- nário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ção resulta dano para a Administração Pública ou ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000) § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar
ou retarda ato de ofício, com infração de dever fun-
Extravio, sonegação ou inutilização de livro cional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
ou documento
Davi Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
Ferreira de Araújo
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer multa.
daviferreira03a@gmail.com
documento, de que tem a guarda em razão do
059.302.023-54 Facilitação de contrabando ou descaminho
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial-
mente: Art. 318 - Facilitar, com infração de dever fun-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato cional, a prática de contrabando ou descaminho
não constitui crime mais grave. (art. 334):
Emprego irregular de verbas ou rendas pú- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
blicas multa.

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas Prevaricação


aplicação diversa da estabelecida em lei: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, in-
Pena - detenção, de um a três meses, ou devidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
multa. posição expressa de lei, para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal:
Concussão
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, di- multa.
reta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
indevida: e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, ou similar, que permita a comunicação com outros
e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) presos ou com o ambiente externo:
Excesso de exação Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contri- ano.
buição social que sabe ou deveria saber indevido,
ou, quando devido, emprega na cobrança meio ve-
xatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

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Davi Ferreira de Araújo
daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54

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verificada a procedência das informações, man-
dará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação
pública depender de representação, não poderá
sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade
policial somente poderá proceder a inquérito a re-
querimento de quem tenha qualidade para
TÍTULO II Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prá-
DO INQUÉRITO POLICIAL tica da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que
não se alterem o estado e conservação das coisas,
Art. 4º. A polícia judiciária será exercida pelas
até a chegada dos peritos criminais;
autoridades policiais no território de suas respecti-
vas circunscrições e terá por fim a apuração das II - apreender os objetos que tiverem relação
infrações penais e da sua autoria. com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
Parágrafo único. A competência definida III - colher todas as provas que servirem para
neste artigo não excluirá a de autoridades adminis- o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
trativas, a quem por lei seja cometida a mesma fun- IV - ouvir o ofendido;
ção.
V - ouvir o indiciado, com observância, no que
Davi Ferreira de Araújo
Art. 5º. Nos crimes de ação pública o inqué- for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título
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rito policial será iniciado: Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser as-
059.302.023-54
sinado por duas testemunhas que Ihe tenham ou-
I - de ofício;
vido a leitura;
II - mediante requisição da autoridade judiciá-
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e
ria ou do Ministério Público, ou a requerimento do
coisas e a acareações;
ofendido ou de quem tiver qualidade para repre-
sentá-lo. VII - determinar, se for caso, que se proceda a
exame de corpo de delito e a quaisquer outras pe-
§ 1o O requerimento a que se refere o no II
rícias;
conterá sempre que possível:
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
a) a narração do fato, com todas as circunstân-
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
cias;
aos autos sua folha de antecedentes;
b) a individualização do indiciado ou seus si-
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado,
nais característicos e as razões de convicção ou de
sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
presunção de ser ele o autor da infração, ou os mo-
condição econômica, sua atitude e estado de
tivos de impossibilidade de o fazer;
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
c) a nomeação das testemunhas, com indica- quaisquer outros elementos que contribuírem para
ção de sua profissão e residência. a apreciação do seu temperamento e caráter.
o
§ 2 Do despacho que indeferir o requeri- X - colher informações sobre a existência de
mento de abertura de inquérito caberá recurso para filhos, respectivas idades e se possuem alguma de-
o chefe de Polícia. ficiência e o nome e o contato de eventual respon-
o
§ 3 Qualquer pessoa do povo que tiver co- sável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pes-
nhecimento da existência de infração penal em que soa presa.
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por es- Art. 7º. Para verificar a possibilidade de ha-
crito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
ver a infração sido praticada de determinado modo,

19
a autoridade policial poderá proceder à reprodução (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles-
moralidade ou a ordem pública. cente), o membro do Ministério Público ou o dele-
gado de polícia poderá requisitar, de quaisquer ór-
Art. 8º. Havendo prisão em flagrante, será
gãos do poder público ou de empresas da iniciativa
observado o disposto no Capítulo II do Título IX privada, dados e informações cadastrais da vítima
deste Livro. ou de suspeitos.
Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial Parágrafo único. A requisição, que será aten-
serão, num só processado, reduzidas a escrito ou dida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela auto-
I - o nome da autoridade requisitante;
ridade.
II - o número do inquérito policial; e
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo
de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em fla- III - a identificação da unidade de polícia judici-
grante, ou estiver preso preventivamente, contado ária responsável pela investigação.
o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à re-
executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, pressão dos crimes relacionados ao tráfico de pes-
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. soas, o membro do Ministério Público ou o dele-
o
§ 1 A autoridade fará minucioso relatório do gado de polícia poderão requisitar, mediante auto-
que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz com- rização judicial, às empresas prestadoras de ser-
petente. viço de telecomunicações e/ou telemática que dis-
ponibilizem imediatamente os meios técnicos ade-
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar
quados – como sinais, informações e outros – que
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, men-
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos
cionando o lugar onde possam ser encontradas.
do delito em curso.
Davi Ferreira
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e de Araújo
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa
daviferreira03a@gmail.com
o indiciado estiver solto, a autoridade poderá re-
posicionamento da estação de cobertura, setoriza-
059.302.023-54
querer ao juiz a devolução dos autos, para ulterio-
ção e intensidade de radiofrequência.
res diligências, que serão realizadas no prazo mar-
cado pelo juiz. § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem I - não permitirá acesso ao conteúdo da comu-
como os objetos que interessarem à prova, acom- nicação de qualquer natureza, que dependerá de
panharão os autos do inquérito. autorização judicial, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de te-
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a
lefonia móvel celular por período não superior a 30
denúncia ou queixa, sempre que servir de base a
(trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual
uma ou outra.
período;
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade poli- III - para períodos superiores àquele de que
cial: trata o inciso II, será necessária a apresentação de
I - fornecer às autoridades judiciárias as infor- ordem judicial.
mações necessárias à instrução e julgamento dos § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inqué-
processos; rito policial deverá ser instaurado no prazo máximo
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro
ou pelo Ministério Público; da respectiva ocorrência policial.
III - cumprir os mandados de prisão expedidos § 4o Não havendo manifestação judicial no
pelas autoridades judiciárias; prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente
requisitará às empresas prestadoras de serviço de
IV - representar acerca da prisão preventiva.
telecomunicações e/ou telemática que disponibili-
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. zem imediatamente os meios técnicos adequados
148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 – como sinais, informações e outros – que
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940

20
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos este artigo correrão por conta do orçamento próprio
do delito em curso, com imediata comunicação ao da instituição a que este esteja vinculado à época
juiz. da ocorrência dos fatos investigados.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante le- § 6º As disposições constantes deste artigo se
gal, e o indiciado poderão requerer qualquer dili- aplicam aos servidores militares vinculados às ins-
gência, que será realizada, ou não, a juízo da auto- tituições dispostas no art. 142 da Constituição Fe-
ridade. deral, desde que os fatos investigados digam res-
peito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vin-
culados às instituições dispostas no art. 144 da Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
Constituição Federal figurarem como investigados nomeado curador pela autoridade policial.
em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares Art. 16. O Ministério Público não poderá re-
e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto querer a devolução do inquérito à autoridade poli-
for a investigação de fatos relacionados ao uso da cial, senão para novas diligências, imprescindíveis
força letal praticados no exercício profissional, de ao oferecimento da denúncia.
forma consumada ou tentada, incluindo as situa-
ções dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, Art. 17. A autoridade policial não poderá
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indi- mandar arquivar autos de inquérito.
ciado poderá constituir defensor. STF: Súmula 524 - Arquivado o Inquérito Policial, por des-
§ 1º Para os casos previstos no caput deste pacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não
pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
artigo, o investigado deverá ser citado da instaura-
ção do procedimento investigatório, podendo cons- Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento
tituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
horas a contar do recebimento da citação. base para a denúncia, a autoridade policial poderá
Davi Ferreira
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste de Araújo a novas pesquisas, se de outras provas
proceder
daviferreira03a@gmail.com
artigo com ausência de nomeação de defensor pelo tiver notícia.
059.302.023-54
investigado, a autoridade responsável pela investi- Súmula nº 524, STF: “Arquivado o inquérito policial, por
gação deverá intimar a instituição a que estava vin- despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça,
culado o investigado à época da ocorrência dos fa- não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas”.
tos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) Art. 19. Nos crimes em que não couber ação
horas, indique defensor para a representação do in- pública, os autos do inquérito serão remetidos ao
vestigado. juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
§ 3º Havendo necessidade de indicação de de- ofendido ou de seu representante legal, ou serão
fensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa entregues ao requerente, se o pedir, mediante tras-
caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, lado.
nos locais em que ela não estiver instalada, a União
Art. 20. A autoridade assegurará no inqué-
ou a Unidade da Federação correspondente à res-
rito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exi-
pectiva competência territorial do procedimento
gido pelo interesse da sociedade.
instaurado deverá disponibilizar profissional para
acompanhamento e realização de todos os atos re- Parágrafo único. Nos atestados de anteceden-
lacionados à defesa administrativa do investigado. tes que lhe forem solicitados, a autoridade policial
não poderá mencionar quaisquer anotações refe-
§ 4º A indicação do profissional a que se refere
rentes a instauração de inquérito contra os reque-
o § 3º deste artigo deverá ser precedida de mani-
rentes.
festação de que não existe defensor público lotado
na área territorial onde tramita o inquérito e com STF: Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no in-
teresse do representado, ter acesso amplo aos elementos
atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá
de prova que, já documentados em procedimento investi-
ser indicado profissional que não integre os qua- gatório realizado por órgão com competência de polícia ju-
dros próprios da Administração. diciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado


Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dependerá sempre de despacho nos autos e
dos investigados nos procedimentos de que trata

21
somente será permitida quando o interesse da so- por meio de portaria expedida pela autoridade judi-
ciedade ou a conveniência da investigação o exigir. ciária ou policial.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá
não excederá de três dias, será decretada por des- provocar a iniciativa do Ministério Público, nos ca-
pacho fundamentado do Juiz, a requerimento da sos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe,
autoridade policial, ou do órgão do Ministério Pú- por escrito, informações sobre o fato e a autoria e
blico, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto indicando o tempo, o lugar e os elementos de con-
no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos vicção.
Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de
1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de Art. 28. Ordenado o arquivamento do inqué-
30.5.1966) rito policial ou de quaisquer elementos informativos
da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade
em que houver mais de uma circunscrição policial, policial e encaminhará os autos para a instância de
a autoridade com exercício em uma delas poderá, revisão ministerial para fins de homologação, na
nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar di- forma da lei.
ligências em circunscrição de outra, independente-
mente de precatórias ou requisições, e bem assim § 1º Se a vítima, ou seu representante legal,
providenciará, até que compareça a autoridade não concordar com o arquivamento do inquérito po-
competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua licial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do rece-
presença, noutra circunscrição. bimento da comunicação, submeter a matéria à re-
visão da instância competente do órgão ministerial,
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do in- conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
quérito ao juiz competente, a autoridade policial ofi- § 2º Nas ações penais relativas a crimes prati-
ciará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou cados em detrimento da União, Estados e Municí-
repartição congênere, mencionando o juízo a que
Davi Ferreira pios,
de Araújo
a revisão do arquivamento do inquérito policial
tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à in-
daviferreira03a@gmail.com
poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem
fração penal e à pessoa do indiciado. 059.302.023-54
couber a sua representação judicial.
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento
TÍTULO III e tendo o investigado confessado formal e circuns-
DA AÇÃO PENAL tancialmente a prática de infração penal sem vio-
lência ou grave ameaça e com pena mínima inferior
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá pro-
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta por acordo de não persecução penal, desde que
será promovida por denúncia do Ministério Público, necessário e suficiente para reprovação e preven-
mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição ção do crime, mediante as seguintes condições
do Ministro da Justiça, ou de representação do ajustadas cumulativa e alternativamente:
ofendido ou de quem tiver qualidade para repre-
sentá-lo. I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima,
exceto na impossibilidade de fazê-lo;
§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando
declarado ausente por decisão judicial, o direito de II - renunciar voluntariamente a bens e direitos
representação passará ao cônjuge, ascendente, indicados pelo Ministério Público como instrumen-
descendente ou irmão. (Parágrafo único renume- tos, produto ou proveito do crime;
rado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) III - prestar serviço à comunidade ou a entida-
§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado des públicas por período correspondente à pena
em detrimento do patrimônio ou interesse da União, mínima cominada ao delito diminuída de um a dois
Estado e Município, a ação penal será pública. terços, em local a ser indicado pelo juízo da execu-
ção, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848,
Art. 25. A representação será irretratável, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
depois de oferecida a denúncia.
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipu-
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, lada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848,
será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a

22
entidade pública ou de interesse social, a ser indi- Ministério Público para que inicie sua execução pe-
cada pelo juízo da execução, que tenha, preferen- rante o juízo de execução penal.
cialmente, como função proteger bens jurídicos § 7º O juiz poderá recusar homologação à pro-
iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados posta que não atender aos requisitos legais ou
pelo delito; ou quando não for realizada a adequação a que se re-
V - cumprir, por prazo determinado, outra con- fere o § 5º deste artigo.
dição indicada pelo Ministério Público, desde que § 8º Recusada a homologação, o juiz devol-
proporcional e compatível com a infração penal im- verá os autos ao Ministério Público para a análise
putada. da necessidade de complementação das investiga-
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ções ou o oferecimento da denúncia.
ao delito a que se refere o caput deste artigo, se- § 9º A vítima será intimada da homologação do
rão consideradas as causas de aumento e diminui- acordo de não persecução penal e de seu descum-
ção aplicáveis ao caso concreto. primento.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se § 10. Descumpridas quaisquer das condições
aplica nas seguintes hipóteses: estipuladas no acordo de não persecução penal, o
I - se for cabível transação penal de competên- Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para
cia dos Juizados Especiais Criminais, nos termos fins de sua rescisão e posterior oferecimento de de-
da lei; núncia.
II - se o investigado for reincidente ou se hou- § 11. O descumprimento do acordo de não per-
ver elementos probatórios que indiquem conduta secução penal pelo investigado também poderá ser
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto utilizado pelo Ministério Público como justificativa
se insignificantes as infrações penais pretéritas; para o eventual não oferecimento de suspensão
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) condicional do processo.
Davi Ferreira de Araújo
III - ter sido o agente beneficiado daviferreira03a@gmail.com
nos 5 (cinco) § 12. A celebração e o cumprimento do acordo
anos anteriores ao cometimento da infração, em de
059.302.023-54 não persecução penal não constarão de certi-
acordo de não persecução penal, transação penal dão de antecedentes criminais, exceto para os fins
ou suspensão condicional do processo; e previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
IV - nos crimes praticados no âmbito de violên- § 13. Cumprido integralmente o acordo de não
cia doméstica ou familiar, ou praticados contra a persecução penal, o juízo competente decretará a
mulher por razões da condição de sexo feminino, extinção de punibilidade.
em favor do agressor. § 14. No caso de recusa, por parte do Ministé-
§ 3º O acordo de não persecução penal será rio Público, em propor o acordo de não persecução
formalizado por escrito e será firmado pelo membro penal, o investigado poderá requerer a remessa
do Ministério Público, pelo investigado e por seu dos autos a órgão superior, na forma do art. 28
defensor. deste Código.
§ 4º Para a homologação do acordo de não Art. 29. Será admitida ação privada nos cri-
persecução penal, será realizada audiência na qual mes de ação pública, se esta não for intentada no
o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a
meio da oitiva do investigado na presença do seu queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
defensor, e sua legalidade. intervir em todos os termos do processo, fornecer
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insufici- elementos de prova, interpor recurso e, a todo
entes ou abusivas as condições dispostas no tempo, no caso de negligência do querelante, reto-
acordo de não persecução penal, devolverá os au- mar a ação como parte principal.
tos ao Ministério Público para que seja reformulada Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha quali-
a proposta de acordo, com concordância do inves-
dade para representá-lo caberá intentar a ação pri-
tigado e seu defensor.
vada.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou
não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao
quando declarado ausente por decisão judicial, o

23
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo
passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou único, e 31.
irmão.
Art. 39. O direito de representação poderá
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, ser exercido, pessoalmente ou por procurador com
a requerimento da parte que comprovar a sua po- poderes especiais, mediante declaração, escrita ou
breza, nomeará advogado para promover a ação oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou
penal. à autoridade policial.
§ 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não § 1o A representação feita oralmente ou por
puder prover às despesas do processo, sem privar- escrito, sem assinatura devidamente autenticada
se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento do ofendido, de seu representante legal ou procu-
ou da família. rador, será reduzida a termo, perante o juiz ou au-
§ 2o Será prova suficiente de pobreza o ates- toridade policial, presente o órgão do Ministério Pú-
tado da autoridade policial em cuja circunscrição blico, quando a este houver sido dirigida.
residir o ofendido. § 2o A representação conterá todas as infor-
mações que possam servir à apuração do fato e da
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos,
autoria.
ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e
não tiver representante legal, ou colidirem os inte- § 3o Oferecida ou reduzida a termo a repre-
resses deste com os daquele, o direito de queixa sentação, a autoridade policial procederá a inqué-
poderá ser exercido por curador especial, nome- rito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à au-
ado, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú- toridade que o for.
blico, pelo juiz competente para o processo penal. § 4o A representação, quando feita ao juiz ou
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e perante este reduzida a termo, será remetida à au-
toridade policial para que esta proceda a inquérito.
maior de 18 anos, o direito de queixa poderáDavi ser
Ferreira de Araújo
exercido por ele ou por seu representante legal. § 5o O órgão do Ministério Público dispensará
daviferreira03a@gmail.com
o inquérito, se com a representação forem ofereci-
059.302.023-54
Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de
dos elementos que o habilitem a promover a ação
27.11.1997) penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa de quinze dias.
com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que
e, em seguida, o parente mais próximo na ordem conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
de enumeração constante do art. 31, podendo, en- existência de crime de ação pública, remeterão ao
tretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o Ministério Público as cópias e os documentos ne-
querelante desista da instância ou a abandone. cessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 37. As fundações, associações ou soci- Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a ex-
edades legalmente constituídas poderão exercer a posição do fato criminoso, com todas as suas cir-
ação penal, devendo ser representadas por quem cunstâncias, a qualificação do acusado ou esclare-
os respectivos contratos ou estatutos designarem cimentos pelos quais se possa identificá-lo, a clas-
ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou só- sificação do crime e, quando necessário, o rol das
cios-gerentes. testemunhas.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o Art. 42. O Ministério Público não poderá de-
ofendido, ou seu representante legal, decairá no di- sistir da ação penal.
reito de queixa ou de representação, se não o exer-
cer dentro do prazo de seis meses, contado do dia Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, 2008).
no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procu-
prazo para o oferecimento da denúncia.
rador com poderes especiais, devendo constar do
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência instrumento do mandato o nome do querelante e a
do direito de queixa ou representação, dentro do menção do fato criminoso, salvo quando tais

24
esclarecimentos dependerem de diligências que Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e
devem ser previamente requeridas no juízo crimi- maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser
nal. exercido por ele ou por seu representante legal,
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação pe- mas o perdão concedido por um, havendo oposição
nal for privativa do ofendido, poderá ser aditada do outro, não produzirá efeito.
pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em Art. 53. Se o querelado for mentalmente en-
todos os termos subsequentes do processo. fermo ou retardado mental e não tiver represen-
Art. 46. O prazo para oferecimento da de- tante legal, ou colidirem os interesses deste com os
núncia, estando o réu preso, será de 5 dias, con- do querelado, a aceitação do perdão caberá ao cu-
tado da data em que o órgão do Ministério Público rador que o juiz Ihe nomear.
receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, Art. 54. Se o querelado for menor de 21
se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão,
se houver devolução do inquérito à autoridade po- o disposto no art. 52.
licial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que
o órgão do Ministério Público receber novamente Art. 55. O perdão poderá ser aceito por pro-
os autos. curador com poderes especiais.
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraproces-
inquérito policial, o prazo para o oferecimento da sual expresso o disposto no art. 50.
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito
as peças de informações ou a representação
admitirão todos os meios de prova.
§ 2o O prazo para o aditamento da queixa
será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Art. 58. Concedido o perdão, mediante de-
Ministério Público receber os autos, e, se este não claração expressa nos autos, o querelado será inti-
Davi Ferreira
se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que de Araújo
mado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, de-
não tem o que aditar, prosseguindo-sedaviferreira03a@gmail.com
nos demais vendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o
termos do processo. 059.302.023-54
seu silêncio importará aceitação.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar neces- Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz jul-
sários maiores esclarecimentos e documentos gará extinta a punibilidade.
complementares ou novos elementos de convic- Art. 59. A aceitação do perdão fora do pro-
ção, deverá requisitá-los, diretamente, de quais- cesso constará de declaração assinada pelo que-
quer autoridades ou funcionários que devam ou relado, por seu representante legal ou procurador
possam fornecê-los. com poderes especiais.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos auto- Art. 60. Nos casos em que somente se pro-
res do crime obrigará ao processo de todos, e o Mi- cede mediante queixa, considerar-se-á perempta a
nistério Público velará pela sua indivisibilidade. ação penal:
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de I - quando, iniciada esta, o querelante deixar
queixa, em relação a um dos autores do crime, a de promover o andamento do processo durante 30
todos se estenderá. dias seguidos;
Art. 50. A renúncia expressa constará de de- II - quando, falecendo o querelante, ou sobre-
claração assinada pelo ofendido, por seu represen- vindo sua incapacidade, não comparecer em juízo,
tante legal ou procurador com poderes especiais. para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem cou-
Parágrafo único. A renúncia do representante
ber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
legal do menor que houver completado 18 (dezoito)
anos não privará este do direito de queixa, nem a III - quando o querelante deixar de compare-
renúncia do último excluirá o direito do primeiro. cer, sem motivo justificado, a qualquer ato do pro-
cesso a que deva estar presente, ou deixar de for-
Art. 51. O perdão concedido a um dos que- mular o pedido de condenação nas alegações fi-
relados aproveitará a todos, sem que produza, to- nais;
davia, efeito em relação ao que o recusar.

25
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurí- § 1o As medidas cautelares poderão ser apli-
dica, esta se extinguir sem deixar sucessor. cadas isolada ou cumulativamente.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o § 2º As medidas cautelares serão decretadas
juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no
declará-lo de ofício. curso da investigação criminal, por representação
da autoridade policial ou mediante requerimento do
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público.
Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte con- § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de
trária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o
de cinco dias para a prova, proferindo a decisão pedido de medida cautelar, determinará a intima-
dentro de cinco dias ou reservando-se para apre- ção da parte contrária, para se manifestar no prazo
ciar a matéria na sentença final. de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do reque-
rimento e das peças necessárias, permanecendo
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz os autos em juízo, e os casos de urgência ou de
somente à vista da certidão de óbito, e depois de perigo deverão ser justificados e fundamentados
ouvido o Ministério Público, declarará extinta a pu- em decisão que contenha elementos do caso con-
nibilidade. creto que justifiquem essa medida excepcional.
STF: Súmula 594 - Os direitos de queixa e de representa- § 4º No caso de descumprimento de qualquer
ção podem ser exercidos, independentemente, pelo ofen-
dido ou por seu representante legal.
das obrigações impostas, o juiz, mediante requeri-
mento do Ministério Público, de seu assistente ou
STF: Súmula 714 - É concorrente a legitimidade do ofen-
dido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicio- do querelante, poderá substituir a medida, impor
nada à representação do ofendido, para a ação penal por outra em cumulação, ou, em último caso, decretar
crime contra a honra de servidor público em razão do exer- a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único
cício de suas funções.
do art. 312 deste Código.
Davi Ferreira de Araújo
STJ: Súmula 234 - A participação de membro do Ministério
Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu § 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das
daviferreira03a@gmail.com
impedimento ou suspeição para o oferecimento da denún- partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la
059.302.023-54
cia. quando verificar a falta de motivo para que sub-
STJ: Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão sista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem
corporal resultante de violência doméstica contra a mulher razões que a justifiquem.
é pública incondicionada.
§ 6º A prisão preventiva somente será determi-
nada quando não for cabível a sua substituição por
TÍTULO IX outra medida cautelar, observado o art. 319 deste
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES Código, e o não cabimento da substituição por ou-
E DA LIBERDADE PROVISÓRIA tra medida cautelar deverá ser justificado de forma
fundamentada nos elementos presentes do caso
concreto, de forma individualizada.
CAPÍTULO I
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão
DISPOSIÇÕES GERAIS
em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-
mentada da autoridade judiciária competente, em
Art. 282. As medidas cautelares previstas decorrência de prisão cautelar ou em virtude de
neste Título deverão ser aplicadas observando-se condenação criminal transitada em julgado.
a:
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Tí-
I - necessidade para aplicação da lei penal, tulo não se aplicam à infração a que não for isolada,
para a investigação ou a instrução criminal e, nos cumulativa ou alternativamente cominada pena pri-
casos expressamente previstos, para evitar a prá- vativa de liberdade.
tica de infrações penais;
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer
II - adequação da medida à gravidade do dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições re-
crime, circunstâncias do fato e condições pessoais lativas à inviolabilidade do domicílio.
do indiciado ou acusado.

26
Art. 284. Não será permitido o emprego de § 2o A autoridade a quem se fizer a requisição
força, salvo a indispensável no caso de resistência tomará as precauções necessárias para averiguar
ou de tentativa de fuga do preso. a autenticidade da comunicação.

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão § 3o O juiz processante deverá providenciar a
remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta)
fará expedir o respectivo mandado.
dias, contados da efetivação da medida.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
Art. 289-A. O juiz competente providenciará
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela o imediato registro do mandado de prisão em
autoridade; banco de dados mantido pelo Conselho Nacional
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, de Justiça para essa finalidade.
por seu nome, alcunha ou sinais característicos; § 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão determinada no mandado de prisão regis-
prisão; trado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando fora da competência territorial do juiz que o expe-
afiançável a infração; diu.

e) será dirigido a quem tiver qualidade para § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a
dar-lhe execução. prisão decretada, ainda que sem registro no Con-
selho Nacional de Justiça, adotando as precauções
Art. 286. O mandado será passado em du- necessárias para averiguar a autenticidade do
plicata, e o executor entregará ao preso, logo de- mandado e comunicando ao juiz que a decretou,
pois da prisão, um dos exemplares com declaração devendo este providenciar, em seguida, o registro
do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de- do mandado na forma do caput deste artigo.
verá o preso passar recibo no outro exemplar; se § 3o A prisão será imediatamente comunicada
Davi o
recusar, não souber ou não puder escrever, Ferreira
fato de Araújo
ao juiz do local de cumprimento da medida o qual
será mencionado em declaração, assinadadaviferreira03a@gmail.com
por providenciará a certidão extraída do registro do
duas testemunhas. 059.302.023-54
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta que a decretou.
de exibição do mandado não obstará a prisão, e o § 4o O preso será informado de seus direitos,
preso, em tal caso, será imediatamente apresen- nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição
tado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a Federal e, caso o autuado não informe o nome de
realização de audiência de custódia. seu advogado, será comunicado à Defensoria Pú-
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, blica.
sem que seja exibido o mandado ao respectivo di- § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais
retor ou carcereiro, a quem será entregue cópia as- sobre a legitimidade da pessoa do executor ou so-
sinada pelo executor ou apresentada a guia expe- bre a identidade do preso, aplica-se o disposto no §
dida pela autoridade competente, devendo ser pas- 2o do art. 290 deste Código.
sado recibo da entrega do preso, com declaração § 6o O Conselho Nacional de Justiça regula-
de dia e hora. mentará o registro do mandado de prisão a que se
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado refere o caput deste artigo.
no próprio exemplar do mandado, se este for o do-
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, pas-
cumento exibido.
sar ao território de outro município ou comarca, o
Art. 289. Quando o acusado estiver no terri- executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde
tório nacional, fora da jurisdição do juiz proces- o alcançar, apresentando-o imediatamente à auto-
sante, será deprecada a sua prisão, devendo cons- ridade local, que, depois de lavrado, se for o caso,
tar da precatória o inteiro teor do mandado. o auto de flagrante, providenciará para a remoção
do preso.
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisi-
tar a prisão por qualquer meio de comunicação, do § 1o - Entender-se-á que o executor vai em
qual deverá constar o motivo da prisão, bem como perseguição do réu, quando:
o valor da fiança se arbitrada.

27
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem in- Art. 294. No caso de prisão em flagrante,
terrupção, embora depois o tenha perdido de vista; observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que
b) sabendo, por indícios ou informações fide- for aplicável.
dignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a
em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
prisão especial, à disposição da autoridade compe-
for no seu encalço.
tente, quando sujeitos a prisão antes de condena-
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem ção definitiva:
fundadas razões para duvidar da legitimidade da
I - os ministros de Estado;
pessoa do executor ou da legalidade do mandado
que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até II - os governadores ou interventores de Esta-
que fique esclarecida a dúvida. dos ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal,
seus respectivos secretários, os prefeitos munici-
Art. 291. A prisão em virtude de mandado pais, os vereadores e os chefes de Polícia; (
entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-
se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o III - os membros do Parlamento Nacional, do
intime a acompanhá-lo. Conselho de Economia Nacional e das Assem-
bléias Legislativas dos Estados;
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à de-
terminada por autoridade competente, o executor e V - os oficiais das Forças Armadas e os milita-
as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos res dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó-
meios necessários para defender-se ou para ven- rios;
cer a resistência, do que tudo se lavrará auto subs- VI - os magistrados;
crito também por duas testemunhas.
VII - os diplomados por qualquer das faculda-
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas des superiores
Davi Ferreira de Araújo da República;
em mulheres grávidas durante os atos médico-hos-
daviferreira03a@gmail.com
VIII - os ministros de confissão religiosa;
pitalares preparatórios para a realização do parto e
059.302.023-54
durante o trabalho de parto, bem como em mulhe- IX - os ministros do Tribunal de Contas;
res durante o período de puerpério imediato. X - os cidadãos que já tiverem exercido efeti-
STF: Súmula Vinculante 11 - Só é lícito o uso de algemas vamente a função de jurado, salvo quando excluí-
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de dos da lista por motivo de incapacidade para o
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
exercício daquela função;
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e pe- XI - os delegados de polícia e os guardas-civis
nal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou
do ato processual a que se refere, sem prejuízo da respon-
dos Estados e Territórios, ativos e inativos.
sabilidade civil do Estado. § 1o A prisão especial, prevista neste Código
Art. 293. Se o executor do mandado verifi- ou em outras leis, consiste exclusivamente no re-
colhimento em local distinto da prisão comum.
car, com segurança, que o réu entrou ou se encon-
tra em alguma casa, o morador será intimado a en- § 2o Não havendo estabelecimento específico
tregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obe- para o preso especial, este será recolhido em cela
decido imediatamente, o executor convocará duas distinta do mesmo estabelecimento.
testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, § 3o A cela especial poderá consistir em aloja-
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o mento coletivo, atendidos os requisitos de salubri-
executor, depois da intimação ao morador, se não dade do ambiente, pela concorrência dos fatores
for atendido, fará guardar todas as saídas, tor- de aeração, insolação e condicionamento térmico
nando a casa incomunicável, e, logo que ama- adequados à existência humana.
nheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
§ 4o O preso especial não será transportado
Parágrafo único. O morador que se recusar a juntamente com o preso comum.
entregar o réu oculto em sua casa será levado à
presença da autoridade, para que se proceda con- § 5o Os demais direitos e deveres do preso es-
tra ele como for de direito. pecial serão os mesmos do preso comum.

28
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
for possível, serão recolhidos à prisão, em estabe- competente, ouvirá esta o condutor e colherá,
lecimentos militares, de acordo com os respectivos desde logo, sua assinatura, entregando a este có-
regulamentos. pia do termo e recibo de entrega do preso. Em se-
guida, procederá à oitiva das testemunhas que o
Art. 297. Para o cumprimento de mandado
acompanharem e ao interrogatório do acusado so-
expedido pela autoridade judiciária, a autoridade bre a imputação que lhe é feita, colhendo, após
policial poderá expedir tantos outros quantos ne- cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando,
cessários às diligências, devendo neles ser fiel- a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei
mente reproduzido o teor do mandado original. nº 11.113, de 2005)
Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de § 1o Resultando das respostas fundada a sus-
2011). peita contra o conduzido, a autoridade mandará re-
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à colhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto
ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do in-
vista de mandado judicial, por qualquer meio de co-
quérito ou processo, se para isso for competente;
municação, tomadas pela autoridade, a quem se fi-
se não o for, enviará os autos à autoridade que o
zer a requisição, as precauções necessárias para
seja.
averiguar a autenticidade desta.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não
Art. 300. As pessoas presas provisoria-
impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse
mente ficarão separadas das que já estiverem de- caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo me-
finitivamente condenadas, nos termos da lei de nos duas pessoas que hajam testemunhado a
execução penal. apresentação do preso à autoridade.
Parágrafo único. O militar preso em flagrante § 3o Quando o acusado se recusar a assinar,
delito, após a lavratura dos procedimentos legais,
Ferreira denão
Daviperten-
será recolhido a quartel da instituição a que
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão
Araújo
daviferreira03a@gmail.com será assinado por duas testemunhas,
em flagrante
cer, onde ficará preso à disposição das autoridades que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
059.302.023-54
competentes. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em fla-
CAPÍTULO II grante deverá constar a informação sobre a exis-
DA PRISÃO EM FLAGRANTE tência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de even-
tual responsável pelos cuidados dos filhos, indi-
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as au- cado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº
toridades policiais e seus agentes deverão prender 13.257, de 2016)
quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Art. 305. Na falta ou no impedimento do es-
Art. 302. Considera-se em flagrante delito crivão, qualquer pessoa designada pela autoridade
quem: lavrará o auto, depois de prestado o compromisso
legal.
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la; Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o
local onde se encontre serão comunicados imedia-
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, tamente ao juiz competente, ao Ministério Público
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
que faça presumir ser autor da infração; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - é encontrado, logo depois, com instrumen- § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a
tos, armas, objetos ou papéis que façam presumir realização da prisão, será encaminhado ao juiz
ser ele autor da infração. competente o auto de prisão em flagrante e, caso o
Art. 303. Nas infrações permanentes, en- autuado não informe o nome de seu advogado, có-
tende-se o agente em flagrante delito enquanto não pia integral para a Defensoria Pública. (Redação
cessar a permanência. dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

29
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, de revogação. (Renumerado do parágrafo único
mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela au- pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
toridade, com o motivo da prisão, o nome do con- § 2º Se o juiz verificar que o agente é reinci-
dutor e os das testemunhas. (Redação dada pela dente ou que integra organização criminosa ar-
Lei nº 12.403, de 2011). mada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso
Art. 307. Quando o fato for praticado em restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com
presença da autoridade, ou contra esta, no exercí- ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº
cio de suas funções, constarão do auto a narração 13.964, de 2019) (Vigência)
deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer § 3º A autoridade que deu causa, sem motiva-
o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo ção idônea, à não realização da audiência de cus-
tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas tódia no prazo estabelecido no caput deste artigo
testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a responderá administrativa, civil e penalmente pela
quem couber tomar conhecimento do fato delitu- omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
oso, se não o for a autoridade que houver presidido gência)
o auto.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar após o decurso do prazo estabelecido no ca-
em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo put deste artigo, a não realização de audiência de
apresentado à do lugar mais próximo. custódia sem motivação idônea ensejará também a
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autori-
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser
dade competente, sem prejuízo da possibilidade de
posto em liberdade, depois de lavrado o auto de imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído
prisão em flagrante. pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI
Art. 310. Após receber o auto de prisão em 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinteDavie qua- Súmula
Ferreira de Araújonº 145, STF: “Não há crime, quando a preparação
tro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá do flagrante pela polícia torna impossível a sua consuma-
daviferreira03a@gmail.com
ção. ”
promover audiência de custódia com a presença059.302.023-54
do
acusado, seu advogado constituído ou membro da
Defensoria Pública e o membro do Ministério Pú- CAPÍTULO III
blico, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamen-
tadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de DA PRISÃO PREVENTIVA
2019) (Vigência)
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei Art. 311. Em qualquer fase da investigação
nº 12.403, de 2011). policial ou do processo penal, caberá a prisão pre-
II - converter a prisão em flagrante em preven- ventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Mi-
tiva, quando presentes os requisitos constantes nistério Público, do querelante ou do assistente, ou
do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequa- por representação da autoridade policial. (Redação
das ou insuficientes as medidas cautelares diver- dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
sas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de Art. 312. A prisão preventiva poderá ser de-
2011). cretada como garantia da ordem pública, da ordem
III - conceder liberdade provisória, com ou sem econômica, por conveniência da instrução criminal
fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em houver prova da existência do crime e indício sufi-
flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer ciente de autoria e de perigo gerado pelo estado de
das condições constantes dos incisos I, II ou III liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei nº
do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 13.964, de 2019)
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fun- § 1º A prisão preventiva também poderá ser
damentadamente, conceder ao acusado liberdade decretada em caso de descumprimento de qual-
provisória, mediante termo de comparecimento quer das obrigações impostas por força de outras
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)

30
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva § 1º Na motivação da decretação da prisão
deve ser motivada e fundamentada em receio de preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz de-
perigo e existência concreta de fatos novos ou con- verá indicar concretamente a existência de fatos
temporâneos que justifiquem a aplicação da me- novos ou contemporâneos que justifiquem a aplica-
dida adotada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) ção da medida adotada. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Có-
digo, será admitida a decretação da prisão preven- § 2º Não se considera fundamentada qualquer
tiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - nos crimes dolosos punidos com pena priva-
tiva de liberdade máxima superior a 4 (quatro) I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à pa-
anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). ráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela
II - se tiver sido condenado por outro crime do- Lei nº 13.964, de 2019)
loso, em sentença transitada em julgado, ressal-
vado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do II - empregar conceitos jurídicos indetermina-
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - dos, sem explicar o motivo concreto de sua incidên-
Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, cia no caso; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de 2011). III - invocar motivos que se prestariam a justifi-
III - se o crime envolver violência doméstica e car qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei nº
familiar contra a mulher, criança, adolescente, 13.964, de 2019)
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para ga- IV - não enfrentar todos os argumentos dedu-
rantir a execução das medidas protetivas de urgên- zidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
cia; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei
IV - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, nº 13.964, de 2019)
Davi Ferreira de Araújo
de 2011). V - limitar-se a invocar precedente ou enunci-
daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54 de súmula, sem identificar seus fundamentos
§ 1º Também será admitida a prisão preven- ado
tiva quando houver dúvida sobre a identidade civil determinantes nem demonstrar que o caso sob jul-
da pessoa ou quando esta não fornecer elementos gamento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser pela Lei nº 13.964, de 2019)
colocado imediatamente em liberdade após a iden- VI - deixar de seguir enunciado de súmula, ju-
tificação, salvo se outra hipótese recomendar a ma- risprudência ou precedente invocado pela parte,
nutenção da medida. (Redação dada pela Lei nº sem demonstrar a existência de distinção no caso
13.964, de 2019) em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
preventiva com a finalidade de antecipação de Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido
cumprimento de pena ou como decorrência imedi- das partes, revogar a prisão preventiva se, no cor-
ata de investigação criminal ou da apresentação ou rer da investigação ou do processo, verificar a falta
recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei nº de motivo para que ela subsista, bem como nova-
13.964, de 2019) mente decretá-la, se sobrevierem razões que a jus-
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum tifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
caso será decretada se o juiz verificar pelas provas 2019)
constantes dos autos ter o agente praticado o fato Parágrafo único. Decretada a prisão preven-
nas condições previstas nos incisos I, II e III do ca- tiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a
put do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de de- necessidade de sua manutenção a cada 90 (no-
zembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada venta) dias, mediante decisão fundamentada, de
pela Lei nº 12.403, de 2011). ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. (Incluído
Art. 315. A decisão que decretar, substituir pela Lei nº 13.964, de 2019)
ou denegar a prisão preventiva será sempre moti- STJ: Súmula 347 - O conhecimento de recurso de apela-
ção do réu independe de sua prisão.
vada e fundamentada. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)

31
Súmula Vinculante nº 11, STF: “Só é lícito o uso de al- substituída por prisão domiciliar, desde que: (Inclu-
gemas em casos de resistência e de fundado receio de
fuga ou de perigo a integridade física própria ou alheia,
ído pela Lei nº 13.769, de 2018).
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepci- I - não tenha cometido crime com violência ou
onalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disci-
plinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nuli-
grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº
dade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem 13.769, de 2018).
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. ”
II - não tenha cometido o crime contra seu filho
STJ: Súmula 21 - Pronunciado o réu, fica superada a ale- ou dependente. (Incluído pela Lei nº 13.769, de
gação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de
prazo na instrução. 2018).
STJ: Súmula 52 - Encerrada a instrução criminal, fica su- Art. 318-B. A substituição de que tratam os
perada a alegação de constrangimento por excesso de
prazo.
arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo
da aplicação concomitante das medidas alternati-
STJ: Súmula 64 - Não constitui constrangimento ilegal o
excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa. vas previstas no art. 319 deste Código. (Incluído
pela Lei nº 13.769, de 2018).

CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
DA PRISÃO DOMICILIAR
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no re-
Art. 319. São medidas cautelares diversas
colhimento do indiciado ou acusado em sua resi-
dência, só podendo dela ausentar-se com autoriza- da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
ção judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
2011). I - comparecimento periódico em juízo, no
Davi Ferreira de Araújo
prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para infor-
Art. 318. Poderá o juiz substituirdaviferreira03a@gmail.com
a prisão
mar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei
059.302.023-54
preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Re-
nº 12.403, de 2011).
dação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a deter-
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei
minados lugares quando, por circunstâncias relaci-
nº 12.403, de 2011).
onadas ao fato, deva o indiciado ou acusado per-
II - extremamente debilitado por motivo de do- manecer distante desses locais para evitar o risco
ença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº
III - imprescindível aos cuidados especiais de 12.403, de 2011).
pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com III - proibição de manter contato com pessoa
deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). determinada quando, por circunstâncias relaciona-
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº das ao fato, deva o indiciado ou acusado dela per-
13.257, de 2016) manecer distante; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de
idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de IV - proibição de ausentar-se da Comarca
2016) quando a permanência seja conveniente ou neces-
sária para a investigação ou instrução; (Incluído
VI - homem, caso seja o único responsável pe- pela Lei nº 12.403, de 2011).
los cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) V - recolhimento domiciliar no período noturno
e nos dias de folga quando o investigado ou acu-
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz sado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído
exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos pela Lei nº 12.403, de 2011).
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à ou de atividade de natureza econômica ou finan-
mulher gestante ou que for mãe ou responsável por ceira quando houver justo receio de sua utilização
crianças ou pessoas com deficiência será

32
para a prática de infrações penais; (Incluído pela Art. 322. A autoridade policial somente po-
Lei nº 12.403, de 2011). derá conceder fiança nos casos de infração cuja
VII - internação provisória do acusado nas hi- pena privativa de liberdade máxima não seja supe-
póteses de crimes praticados com violência ou rior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser 12.403, de 2011).
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança
Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (qua-
Lei nº 12.403, de 2011). renta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para 12.403, de 2011).
assegurar o comparecimento a atos do processo, Art. 323. Não será concedida fiança: (Reda-
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
de resistência injustificada à ordem judicial; (Inclu-
ído pela Lei nº 12.403, de 2011). I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011). II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos
§ 1o (Revogado). (Revogado pela Lei nº
como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
12.403, de 2011).
§ 2o (Revogado). (Revogado pela Lei nº
III - nos crimes cometidos por grupos armados,
12.403, de 2011).
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
§ 3o (Revogado). (Revogado pela Lei nº Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011). 12.403, de 2011).
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as IV - (revogado; (Revogado pela Lei nº 12.403,
disposições do Capítulo VI deste Título, podendo
Davi Ferreira dede
Araújo
2011).
ser cumulada com outras medidas cautelares. (In-
daviferreira03a@gmail.com
V - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403,
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 059.302.023-54
de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fi-
será comunicada pelo juiz às autoridades encarre-
ança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
gadas de fiscalizar as saídas do território nacional,
intimando-se o indiciado ou acusado para entregar I - aos que, no mesmo processo, tiverem que-
o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. brado fiança anteriormente concedida ou infringido,
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). sem motivo justo, qualquer das obrigações a que
se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
CAPÍTULO VI
II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação
DA LIBERDADE PROVISÓRIA,
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
COM OU SEM FIANÇA
III - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403,
de 2011).
Art. 321. Ausentes os requisitos que autori-
IV - quando presentes os motivos que autori-
zam a decretação da prisão preventiva, o juiz de-
zam a decretação da prisão preventiva (art. 312).
verá conceder liberdade provisória, impondo, se for
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319
deste Código e observados os critérios constantes Art. 325. O valor da fiança será fixado pela
do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei autoridade que a conceder nos seguintes limites:
nº 12.403, de 2011). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - (revogado) (Revogado pela Lei nº 12.403, a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº
de 2011). 12.403, de 2011).
II - (revogado).(Revogado pela Lei nº 12.403, b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº
de 2011). 12.403, de 2011).

33
c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias
12.403, de 2011). de polícia, haverá um livro especial, com termos de
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, abertura e de encerramento, numerado e rubricado
quando se tratar de infração cuja pena privativa de em todas as suas folhas pela autoridade, destinado
liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 especialmente aos termos de fiança. O termo será
(quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e
2011). por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certi-
dão para juntar-se aos autos.
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários míni-
mos, quando o máximo da pena privativa de liber- Parágrafo único. O réu e quem prestar a fi-
dade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (In- ança serão pelo escrivão notificados das obriga-
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011). ções e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o
que constará dos autos.
§ 1o Se assim recomendar a situação econô-
mica do preso, a fiança poderá ser: (Redação dada Art. 330. A fiança, que será sempre defini-
pela Lei nº 12.403, de 2011). tiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, ob-
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Có- jetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública,
digo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca ins-
crita em primeiro lugar.
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços);
ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, ob-
jetos ou metais preciosos será feita imediatamente
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (In- por perito nomeado pela autoridade.
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o Quando a fiança consistir em caução de
§ 2o (Revogado): (Revogado pela Lei nº títulos da dívida pública, o valor será determinado
12.403, de 2011). pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos,
I - (revogado); (Revogado pela Lei nº Davi Ferreira exigir-se-á
12.403, de Araújo prova de que se acham livres de ônus.
de 2011). daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54 Art. 331. O valor em que consistir a fiança
II - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, será recolhido à repartição arrecadadora federal ou
de 2011). estadual, ou entregue ao depositário público, jun-
III - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, tando-se aos autos os respectivos conhecimentos.
de 2011). Parágrafo único. Nos lugares em que o depó-
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, sito não se puder fazer de pronto, o valor será en-
tregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério
a autoridade terá em consideração a natureza da
da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao va-
infração, as condições pessoais de fortuna e vida
lor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo
pregressa do acusado, as circunstâncias indicati-
constará do termo de fiança.
vas de sua periculosidade, bem como a importân-
cia provável das custas do processo, até final julga- Art. 332. Em caso de prisão em flagrante,
mento. será competente para conceder a fiança a autori-
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará dade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de
prisão por mandado, o juiz que o houver expedido,
o afiançado a comparecer perante a autoridade, to-
ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver
das as vezes que for intimado para atos do inqué-
sido requisitada a prisão.
rito e da instrução criminal e para o julgamento.
Quando o réu não comparecer, a fiança será ha- Art. 333. Depois de prestada a fiança, que
vida como quebrada. será concedida independentemente de audiência
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob do Ministério Público, este terá vista do processo a
fim de requerer o que julgar conveniente.
pena de quebramento da fiança, mudar de residên-
cia, sem prévia permissão da autoridade proces- Art. 334. A fiança poderá ser prestada en-
sante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de quanto não transitar em julgado a sentença conde-
sua residência, sem comunicar àquela autoridade natória. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
o lugar onde será encontrado. 2011).

34
Art. 335. Recusando ou retardando a autori- II - deliberadamente praticar ato de obstrução
dade policial a concessão da fiança, o preso, ou al- ao andamento do processo; (Incluído pela Lei nº
guém por ele, poderá prestá-la, mediante simples 12.403, de 2011).
petição, perante o juiz competente, que decidirá em III - descumprir medida cautelar imposta cumu-
48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei lativamente com a fiança; (Incluído pela Lei nº
nº 12.403, de 2011). 12.403, de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
fiança servirão ao pagamento das custas, da inde- (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
nização do dano, da prestação pecuniária e da V - praticar nova infração penal dolosa. (Inclu-
multa, se o réu for condenado. (Redação dada pela ído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 342. Se vier a ser reformado o julga-
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplica-
mento em que se declarou quebrada a fiança, esta
ção ainda no caso da prescrição depois da sen-
subsistirá em todos os seus efeitos
tença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Re-
dação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 343. O quebramento injustificado da fi-
Art. 337. Se a fiança for declarada sem ança importará na perda de metade do seu valor,
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
efeito ou passar em julgado sentença que houver
medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação
absolvido o acusado ou declarada extinta a ação
da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº
penal, o valor que a constituir, atualizado, será res-
12.403, de 2011).
tituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo
único do art. 336 deste Código. (Redação dada Art. 344. Entender-se-á perdido, na totali-
pela Lei nº 12.403, de 2011). dade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser não se apresentar para o início do cumprimento da
Davi Ferreira depena
Araújo
definitivamente imposta. (Redação dada pela
cabível na espécie será cassada em qualquer fase
daviferreira03a@gmail.com
Lei nº 12.403, de 2011).
do processo. 059.302.023-54
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu
Art. 339. Será também cassada a fiança
valor, deduzidas as custas e mais encargos a que
quando reconhecida a existência de delito inafian-
o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo
çável, no caso de inovação na classificação do de-
penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela
lito.
Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
Art. 346. No caso de quebramento de fiança,
I - quando a autoridade tomar, por engano, fi- feitas as deduções previstas no art. 345 deste Có-
ança insuficiente; digo, o valor restante será recolhido ao fundo peni-
II - quando houver depreciação material ou pe- tenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei
recimento dos bens hipotecados ou caucionados, nº 12.403, de 2011).
ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art.
III - quando for inovada a classificação do de- 345, o saldo será entregue a quem houver prestado
lito. a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu estiver obrigado.
réu será recolhido à prisão, quando, na conformi- Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver
dade deste artigo, não for reforçada. sido prestada por meio de hipoteca, a execução
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança será promovida no juízo cível pelo órgão do Minis-
quando o acusado: (Redação dada pela Lei nº tério Público.
12.403, de 2011). Art. 349. Se a fiança consistir em pedras,
I - regularmente intimado para ato do processo, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a
deixar de comparecer, sem motivo justo; (Incluído venda por leiloeiro ou corretor.
pela Lei nº 12.403, de 2011).

35
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o
juiz, verificando a situação econômica do preso, po-
derá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-
o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328
deste Código e a outras medidas cautelares, se for
o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir,
sem motivo justo, qualquer das obrigações ou me-
didas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do
art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

Davi Ferreira de Araújo


daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54

36
Parágrafo 3º - A disciplina e o respeito à hie-
rarquia devem ser mantidos em todas as circuns-
tâncias da vida, entre policiais militares da ativa, da
reserva remunerada e reformados.
Art. 13. Círculos hierárquicos são âmbitos de
convivência entre os policiais militares da mesma
categoria e têm a finalidade de desenvolver a espí-
rito de camaradagem em ambiente de estima con-
fiança, sem prejuízo de respeito mútuo.
Art. 14. Os círculos hierárquicos e a escala
CAPÍTULO II
hierárquica na Polícia Militar e no Corpo de Bom-
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
beiros Militar são fixados no quadro e parágrafos
seguintes:
Art. 12. A hierarquia e a disciplina são a base
Parágrafo 1º - Posto é o grau hierárquico do
institucional da Polícia Militar. A autoridade e a res-
Oficial conferido por ato do Governador do Estado
ponsabilidade crescem com o grau hierárquica.
da Paraíba.
Parágrafo 1º - A hierarquia policial-militar é a
Parágrafo 2º - Graduação é o grau hierárquico
ordenação dá autoridade em níveis diferentes,
da praça conferido por ato do Comandante-Geral
dentro da estrutura da Polícia Militar. A ordenação
da Polícia Militar.
se faz por postos ou graduações. Dentro de um
mesmo posto ou de uma mesma graduação Parágrafo 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alu-
Davi se faz
Ferreira de Araújo
pela antiguidade no posto ou na graduação. O res- nos Oficiais PM são denominados Praças Especi-
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peito à hierarquia é consubstanciado no espírito de ais.
059.302.023-54
acatamento à sequência de autoridade. Parágrafo 4º - Os graus hierárquicos inicial e
Parágrafo 2º - Disciplina é a rigorosa observân- final dos diversos Quadros e Qualificações são fi-
cia e o acatamento integral das Leis, regulamentos, xados, separadamente, para cada caso, em Lei de
normas e disposições que fundamentam o orga- Fixação de Efetivos.
nismo policial militar e coordenam seu funciona- Parágrafo 5º - Sempre que o policial militar da
mento regular e harmônico, traduzindo-o pelo per- reserva remunerada ou reformado fizer uso do
feito cumprimento do dever por parte de todos e de posto ou graduação, deverá fazê-lo mencionando
cada um dos componentes desse organismo. essa situação.
Art. 15. A precedência entre policiais milita-
CÍRCULO DE OFICIAIS E PRAÇAS res da ativa do mesmo grau hierárquico é assegu-
CÍRCULO DE OFICIAIS (POSTOS) rada pela antiguidade no posto ou na graduação,
Coronel PM salvo nos casos de precedência
OFICIAIS SUPERIORES Tenente Coronel PM funcional estabelecida em lei ou regulamento.
Major PM
Parágrafo 1º - A antiguidade de cada posto ou
INTERMEDIÁRIOS Capitão PM
graduação é contada a partir da data da assinatura
Primeiro Tenente PM
SUBALTERNOS do ato da respectiva promoção, nomeação, decla-
Segundo Tenente PM
ração ou inclusão, salvo quando estiver taxativa-
PRAÇA ESPECIAL Aspirante-a-Oficial PM
mente fixada outra data.
Subtenentes PM
Primeiro Sargento PM Parágrafo 2º - No caso de ser igual à antigui-
CÍRCULO DAS PRAÇAS Segundo Sargento PM dade referida no parágrafo anterior, a antiguidade
(GRADUAÇÕES) é estabelecida:
Terceiro Sargento PM
Cabo PM a) entre policiais militares do mesmo quadro pela
Soldado PM posição nas respectivas escalas numéricas ou

37
registros de que trata o art. 17; responsabilidades que se constituem em obriga-
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou ções do respectivo titular.
na graduação anterior; se, ainda assim, Parágrafo Único - As obrigações inerentes ao
subsistir a igualdade de antiguidade, recorrer-se-á policial militar devem ser compatíveis com o corres-
sucessivamente, aos graus hierárquicos pondente grau hierárquico e definidos em legisla-
anteriores, à data de inclusão e a data de nasci- ção ou regulamentação específicas.
mento para definir a precedência e, neste último
caso, o mais velho será considerado mais antigo; e
c) entre os alunos de um mesmo órgão de forma- CAPITULO I
ção de policiais militares, de acordo com o regula- SEÇÃO I
mento do respectivo órgão, se não estiverem espe- DO VALOR POLICIAL MILITAR
cificadamente enquadrados nas letras "a" e "b".
Parágrafo 3º - Em igualdade de posto ou gra- Art. 26. São manifestações essenciais do va-
duação, os policiais militares, da ativa tem lor policial-militar:
precedência sobre os da inatividade.
Parágrafo 4º - Em igualdade de posto ou gradua- I - O sentimento de servir à comunidade esta-
ção, a precedência entre os policiais militares de dual, traduzido pela vontade inabalável de cumprir
carreira na ativa e os da reserva remunerada que o dever policial militar e pelo integral devotamento
estiverem convocados, é definida pelo tempo de à manutenção da ardem pública, mesmo com o
efetivo serviço no posto ou graduação. risco da própria vida;
II - A fé na elevada missão da Policia Militar;
Art. 16. A precedência entre as Praças Es-
peciais e as demais praças é assim regulada: III - O civismo e o culto das tradições históricas;
I - Os Aspirantes-a-oficial PM são hierarquicamente IV - O espírito de corpo, orgulho do policial mi-
superiores às demais praças; litar pela organização policial-militar onde serve;
Davi su-
II - Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente Ferreira de Araújo
V - O amor à profissão policial-militar e o entu-
daviferreira03a@gmail.com
periores aos Subtenentes PM.
siasmo com que é exercida; e
059.302.023-54
Art. 17. A Policia Militar manterá um registro
VI – O aprimoramento técnico-profissional.
de todos os dados referentes a seu pessoal da
ativa e da reserva remunerada, dentro das respec-
tivas escalas numéricas, segundo as instruções SEÇÃO II
baixadas pelo Comandante-Geral da Corporação. DA ÉTICA POLICIAL MILITAR
Art. 18. Os Alunos-Oficiais PM são declara-
dos Aspirantes-a-Oficial PM pelo Comandante-Ge- Art. 27. O sentimento do dever, o pundonor
ral da Corporação. policial e o decoro da classe impõem, a cada um
dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e
profissional irrepreensíveis. Com a observância
CAPÍTULO III
dos seguintes preceitos da ética policial militar:
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS
I - Amar a verdade e a responsabilidade como
MILITARES
fundamento da dignidade pessoal;
II - Em Exercer com autoridade, eficiência e
Art. 19 - Cargo policial militar é aquele que só
probidade as funções que lhe couberem em decor-
pode ser e exercido por policial militar serviço ativo.
rência do cargo;
Parágrafo 1º - O cargo policial-militar a que se III - Respeitar a dignidade da pessoa humana;
refere este artigo é o que se encontra especificado
nos Quadros da Organização ou previsto, caracte- IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os regula-
rizado ou definido como tal em outras disposições mentos, as instruções e as ordens das autoridades
legais. competentes;
Parágrafo 2º - A cada cargo policial militar cor- V - Ser justo e imparcial no julgamento dos atos
responde um conjunto de atribuições, deveres e e na apreciação do mérito dos subordinados;

38
VI - Zelar pelo preparo próprio, moral, intelec- como acionista ou quotista, em sociedade anônima
tual, físico e também pelos dos subordinados, ou por quotas de responsabilidade limitada.
tendo em vista o cumprimento da missão comum; Parágrafo 1º - Os policiais militares na reserva
VII - Empregar todas as suas energias em be- remunerada, quando convocados, ficam proibidos
nefício do serviço; de tratar, nas organizações policiais militares e nas
VIII - Praticar a camaradagem e desenvolver repartições públicas civis, dos interesses de orga-
permanentemente o espírito de cooperação; nizações ou empresas privadas de qualquer natu-
reza.
IX - Ser discreto em suas atitudes, maneiras e
em sua linguagem escrita e falada; Parágrafo 2º - Os policiais militares da ativa po-
dem exercer diretamente a gestão de seus bens,
X - Abster-se de tratar, fora do âmbito apropri- desde que não infrinjam o disposto no presente ar-
ado, de matéria sigilosa relativa à Segurança Naci- tigo.
onal;
Parágrafo 3º - No intuito de desenvolver a prá-
XI - Acatar as autoridades civis; tica profissional dos integrantes do Quadra de Sa-
XII - Cumprir seus deveres de cidadão; úde, é-lhe permitido o exercício da atividade téc-
nico-profissional no meio civil, desde que tal prática
XIII - Proceder de maneira ilibada na vida pú-
não prejudique o serviço.
blica e na particular;
XIV - Observar as normas de boa educação; Art. 29. 0 Comandante-Geral da Polícia Mili-
tar poderá determinar aos policiais militares da
XV - Garantir assistência moral e material a ativa que, no interesse da salvaguarda da digni-
seu lar e conduzir-se como chefe de família mode- dade dos mesmos, informem sobre a origem e a
lar; natureza de seus bens, sempre que houver razões
XVI - Conduzir-se mesmo fora do serviço ou na que recomendem tal medida.
Davi Ferreira de Araújo
inatividade, de modo que não sejam prejudicados
os princípios da disciplina, do respeitodaviferreira03a@gmail.com
e do decoro
policial militar; 059.302.023-54 CAPÍTULO II
DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
XVII - Abster-se de fazer uso do posto ou da
graduação para obter facilidades pessoais de qual-
quer natureza ou para encaminhar negócios parti- Art. 30. Os deveres policiais militares ema-
culares ou de terceiros; nam de vínculos relacionais que ligam o policial mi-
litar à comunidade estadual e a sua segurança, e
XVIII - Abster-se o policial-militar na inatividade
compreendem, essencialmente:
do uso das designações hierárquicas quando:
I - A dedicação integral ao serviço policial mili-
a) em atividades político-partidárias
tar e a fidelidade à instituição a que pertence,
b) em atividades comerciais; mesmo com sacrifício da própria vida;
c) em atividades industriais; II - 0 culto aos Símbolos Nacionais;
d) para discutir ou provocar discussões pela III - A probidade e a lealdade em todas as cir-
imprensa a respeito de assuntos políticos ou polici- cunstâncias;
ais militares, excetuando-se os de natureza exclu-
IV - A disciplina e o respeito à hierarquia;
sivamente técnica, se devidamente autorizado; e
V - O rigoroso cumprimento das obrigações e
XIX - Zelar pelo bom nome da Polícia Militar e
ordens;
de cada um dos seus integrantes, obedecendo e
fazendo obedecer aos preceitos da ética policial- VI - A obrigação de tratar o subordinado digna-
militar. mente e com urbanidade.

Art. 28. Ao policial-militar da ativa, ressalvado


o disposto nos parágrafos 2º e 3º, é vedado comer- SEÇÃO I
ciar ou tomar parte na administração ou gerência DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR
de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto

39
Art. 31. Todo cidadão, após ingressar na Po- Art. 38. As Praças Especiais cabe a rigorosa
licia Militar, mediante inclusão, matrícula ou nome- observância das prescrições dos regulamentos que
ação, prestará compromisso de honra, no qual afir- lhes são pertinentes, exigindo-se-lhe inteira dedica-
mará a sua ACEITAÇÃO consciente das obriga- ção ao estudo e ao aprendizado técnico-profissio-
ções e dos deveres policiais e manifestará sua nal.
firme disposição de bem cumpri-los.
Art. 39. Cabe ao policial-militar a responsabi-
lidade integral pelas decisões que tomar, pelas or-
SEÇÃO II dens que emitir e pelos atos que praticar.
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Art. 33. Comando é a soma de autoridade, de


deveres e responsabilidades de que o policial mili-
tar é investido legalmente, quando conduz homens
ou dirige uma organização policial militar. 0 co-
mando está vinculado ao grau hierárquico e consti-
tui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o
policial militar se define e se caracteriza como
chefe.
Parágrafo Único - Aplica-se à Direção e à Che-
fia de Organização Policial Militar, no que couber, o TÍTULO I
estabelecido para o Comando.
DAS DISPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS
Art. 34. A subordinação não afeta, de modo
algum, a dignidade pessoal do policial militar e de-
Davi Ferreira de Araújo CAPÍTULO I
corre, exclusivamente da estrutura hierárquica da
daviferreira03a@gmail.com DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Policia Militar. 059.302.023-54
Art. 35. 0 Oficial é preparado, ao longo da
Art. 1º A Polícia Militar do Estado da Paraíba
carreira para o exercício do Comando, da Chefia e
da Direção das Organizações Policiais Militares. – PMPB é instituição permanente, força auxiliar e
reserva do Exército, organizada com base na hie-
Art. 36. Os Subtenentes e Sargentos auxi- rarquia e na disciplina militares, órgão da adminis-
liam e completam as atividades dos oficiais, quer tração direta do Estado, com dotação orçamentária
no adestramento e no emprego dos meios, quer na própria e autonomia administrativa, vinculada à Se-
instrução e na administração; poderão ser empre- cretaria de Estado da Segurança e da Defesa So-
gados na execução de atividades de policiamento cial – SEDS, nos termos da legislação estadual vi-
ostensivo peculiares a Policia Militar. gente.
Parágrafo Único - No exercício das atividades Art. 2º A Polícia Militar do Estado da Paraíba
mencionadas neste artigo e no comando de ele- é parte do Sistema de Defesa Social do Estado,
mentos subordinados, os Subtenentes e Sargentos atuando de forma integrada com os órgãos do res-
deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e pectivo Sistema, em parceria com a comunidade e
pela capacidade profissional e técnica, incum- as instituições públicas e privadas, de maneira a
bindo-lhes assegurar a observância minuciosa e garantir a eficiência de suas atividades, cabendo-
ininterrupta das ordens, das regras de serviço e das lhe, com exclusividade, a polícia ostensiva, a pre-
normas operativas pelas praças que lhes estiverem servação da ordem pública e a incolumidade das
diretamente subordinadas e a manutenção da coe- pessoas e do patrimônio.
são e do moral das mesmas praças em todas as
circunstanciais.
CAPÍTULO II
Art. 37. Os Cabos e Soldados; são essenci-
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
almente, os elementos de execução.

40
Art. 3º São princípios basilares a serem ob- V – atuar de maneira repressiva em caso de
servados pela Polícia Militar do Estado da Paraíba: perturbação da ordem, precedendo eventual em-
prego das Forças Armadas;
I – a hierarquia;
VI – exercer a polícia ostensiva e a fiscalização
II – a disciplina; de trânsito nas rodovias estaduais, além de outras
III – a legalidade; ações destinadas ao cumprimento da legislação de
IV – a impessoalidade; trânsito, e nas vias urbanas e rurais, quando assim
se dispuser;
V – a moralidade;
VII – exercer a polícia administrativa do meio
VI – a publicidade; ambiente, nos termos de sua competência, na
VII – a eficiência; constatação de infrações ambientais, na apuração,
autuação, perícia e outras ações legais pertinentes,
VIII – a promoção, o respeito e a garantia à dig-
quando assim se dispuser, conjuntamente com os
nidade e aos direitos humanos;
demais órgãos ambientais, colaborando na fiscali-
IX – o profissionalismo; zação das florestas, rios, estuários e em tudo que
X – a probidade; for relacionado com a fiscalização do meio ambi-
ente;
XI – a ética.
VIII – participar, quando convocada ou mobili-
zada pela União, do planejamento e das ações des-
CAPÍTULO III tinadas à garantia dos Poderes constitucionais, da
DA COMPETÊNCIA lei e da ordem, e à defesa territorial;
IX – proceder, nos termos da lei, à apuração
Art. 4º Compete à Polícia Militar do Estado da das infrações penais de competência da polícia ju-
Paraíba, dentre outras atribuições previstas
Daviem lei:
Ferreira dediciária
Araújomilitar;
daviferreira03a@gmail.com
X – planejar e realizar ações de inteligência
I – planejar, organizar, dirigir, supervisionar,
059.302.023-54
destinadas à prevenção criminal e ao exercício da
coordenar e controlar as ações de polícia ostensiva
e de preservação da ordem pública, que devem ser polícia ostensiva e da preservação da ordem pú-
desenvolvidas prioritariamente para assegurar a in- blica, observados os direitos e garantias individu-
columidade das pessoas e do patrimônio, o cumpri- ais;
mento da lei e o exercício dos Poderes constituí- XI – realizar internamente correições e inspe-
dos; ções, em caráter permanente ou extraordinário;
II – executar, com exclusividade, ressalvadas XII – autorizar, mediante prévio conhecimento,
as missões peculiares às Forças Armadas, o polici- a realização de reuniões ou eventos de caráter pú-
amento ostensivo fardado para prevenção e re- blico ou privado, em locais que envolvam grande
pressão dos ilícitos penais e infrações definidas em concentração de pessoas, para fins de planeja-
lei, bem como as ações necessárias ao pronto res- mento e execução das ações de polícia ostensiva
tabelecimento da ordem pública; e de preservação da ordem pública;
III – atender à convocação do Governo Federal XIII – emitir, com exclusividade, pareceres e
em caso de guerra externa ou para prevenir ou re- relatórios técnicos relativos à polícia ostensiva, à
primir grave subversão da ordem ou ameaça de preservação da ordem pública e às situações de
sua irrupção, subordinando-se ao Comando do crise;
Exército, em suas atribuições específicas de Polí-
cia Militar e como participante da defesa territorial, XIV – fiscalizar o cumprimento dos dispositivos
para emprego; legais e normativos pertinentes à polícia ostensiva
e à preservação da ordem pública, aplicando as
IV – atuar de maneira preventiva ou dissuasiva sanções previstas na legislação específica;
em locais ou áreas específicas em que se presuma
ser possível e/ou ocorra perturbação da ordem pú- XV – realizar pesquisas técnico-científicas, es-
blica; tatísticas e exames técnicos relacionados às ativi-
dades de polícia ostensiva, de preservação da

41
ordem pública, de polícia judiciária militar e outras § 2º Para o desempenho das funções a que se
pertinentes; refere o inciso IX deste artigo, a Polícia Militar re-
XVI – acessar os bancos de dados existentes quisitará exames periciais e adotará providências
nos órgãos do Sistema de Defesa Social do Estado cautelares destinadas a colher e resguardar indí-
da Paraíba e, quando assim se dispuser, da União, cios ou provas da ocorrência de infrações penais
relativos à identificação civil e criminal, de armas, no âmbito de suas atribuições, sem prejuízo da
veículos, objetos e outros, observado o disposto no competência dos demais órgãos policiais.
inciso X do art. 5º da Constituição Federal; § 3º As atividades previstas no inciso XXVI
XVII – realizar a segurança interna do Estado; deste Artigo são consideradas como em serviço de
natureza policial militar, e o efetivo empregado fará
XVIII – proteger os patrimônios histórico, artís- parte da Ajudância Geral.
tico, turístico e cultural;
Art. 5º A Polícia Militar será estruturada em ór-
XIX – realizar o policiamento assistencial de gãos de direção estratégica, de direção setorial, de
proteção às crianças, aos adolescentes e aos ido- execução e vinculados.
sos, o patrulhamento aéreo e fluvial, a guarda ex-
terna de estabelecimentos penais e as missões de Art. 6º Os órgãos de direção estratégica reali-
segurança de dignitários em conformidade com a zam o comando e a administração da Corporação,
lei; executando as seguintes atribuições:

XX – gerenciar as situações de crise que en- I – planejar institucionalmente a organização


volva reféns; da Corporação;

XXI – apoiar, quando requisitada, o Poder Ju- II – acionar, por meio de diretrizes e ordens, os
diciário e o Ministério Público Estadual, no cumpri- órgãos de direção setorial e os de execução, para
mento de suas decisões; suprir as necessidades de pessoal e de material no
cumprimento de suas missões;
XXII – realizar, em situações especiais, o poli-
Davi Ferreira de Araújo
ciamento velado para garantir a eficiência das III – coordenar, controlar e fiscalizar a atuação
daviferreira03a@gmail.com
dos
ações de polícia ostensiva e de preservação da059.302.023-54
or- órgãos de direção setorial e de execução.
dem pública. Art. 7º Os órgãos de direção setorial atendem
XXIII – atuar na fiscalização e controle dos ser- às necessidades de pessoal e logística de toda a
viços de vigilância particular no Estado, vedando- Corporação, realizam a atividade meio e atuam em
se o uso e o emprego de uniformes, viaturas, equi- cumprimento às diretrizes e ordens dos órgãos de
pamentos e apetrechos que possam se confundir direção estratégica.
com os por ela adotados; Art. 8º Os órgãos de execução são constituídos
XXIV – lavrar, subsidiariamente, o Termo Cir- pelas Organizações Policiais Militares – OPM que
cunstanciado de Ocorrência – TCO; se destinam à atividade-fim, focando o cumpri-
mento da missão e dos objetivos institucionais,
XXV – executar as atividades da Casa Militar executando as ordens e diretrizes emanadas dos
do Governador; órgãos de direção estratégica e apoiados em suas
XXVI – assessorar as Presidências dos Pode- necessidades de pessoal e logística pelos órgãos
res Legislativo e Judiciário, à Prefeitura da Capital, de direção setorial.
ao Tribunal de Contas do Estado, à Procuradoria
Geral de Justiça, à Justiça Militar Estadual e às Se-
CAPÍTULO IV
cretarias da Segurança e da Defesa Social e da Ci-
dadania e Administração Penitenciária, nos termos DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO
definidos na legislação peculiar; ESTRATÉGICA
XXVII – desempenhar outras atribuições pre-
vistas em lei. SEÇÃO I
§ 1º Os integrantes da Polícia Militar do Estado DA CONSTITUIÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES
da Paraíba no desempenho de atividade policial mi-
litar no âmbito de suas responsabilidades são con- Art. 9º Os órgãos de direção estratégica com-
siderados autoridades policiais. preendem:

42
I – Comando Geral; participar, no que couber, da elaboração do plano
II – Subcomando Geral; plurianual;

III – Estado-Maior Estratégico; IV – celebrar convênios e contratos de inte-


resse da Polícia Militar com entidades de direito pú-
IV – Corregedoria; blico ou privado, nos termos da lei;
V – Ouvidoria; V – nomear e exonerar militares estaduais no
VI – Comandos Regionais; exercício das funções de direção, comando e as-
sessoramento, nos limites estabelecidos na legisla-
VII – Comissões;
ção vigente;
VIII – Procuradoria Jurídica;
VI – autorizar militares estaduais e servidores
IX – Assessorias. civis da Corporação a se afastarem do Estado e do
país;
SEÇÃO II VII – ordenar o emprego de verbas orçamentá-
DO COMANDO GERAL rias, de créditos abertos ou de outros recursos em
favor da Polícia Militar do Estado da Paraíba;

Art. 10. O Comando Geral é constituído de: VIII – incluir, nomear, licenciar e excluir Praças
e Praças especiais, obedecidos os requisitos le-
I – Comandante-Geral; gais;
II – Gabinete do Comandante-Geral; IX – promover Praças e declarar Aspirantes-a-
III – Grupamento de Ações Táticas Especiais – Oficial;
GATE. XI – conceder férias, licenças ou afastamentos
Art. 11. O Comandante-Geral é responsável de qualquer natureza;
Davi Ferreira
pelo comando e administração da Corporação, e de Araújo
XI – decidir sobre a instauração e a solução
seu cargo será ocupado por um Coronel daviferreira03a@gmail.com
da Ativa dos procedimentos e processos administrativos
do Quadro de Oficiais Combatentes – QOC da 059.302.023-54
Po- disciplinares, aplicando as penalidades previstas
lícia Militar, escolhido pelo Governador do Estado, nas normas disciplinares da Corporação;
e terá precedência funcional e hierárquica sobre os
demais, quando este não for o oficial mais antigo XII – expedir os atos administrativos necessá-
da Corporação. rios à gestão Institucional.

§ 1º A nomeação para o provimento do cargo Parágrafo único. O Comandante-Geral poderá


em comissão de ComandanteGeral da Polícia Mili- delegar competência para a expedição de atos ad-
tar, símbolo CDS-1, previsto na Estrutura Organi- ministrativos.
zacional da Administração Direta do Poder Execu- Art. 13. O Gabinete do Comandante-Geral,
tivo do Estado da Paraíba, será feita por ato do Go- definido como Estado-Maior Pessoal, é constituído
vernador do Estado. de:
§ 2º O Comandante-Geral tem honras, prerro- I – Assistência de Gabinete;
gativas, direitos e obrigações de Secretário de Es-
II – Ajudância de Ordens.
tado.
Parágrafo único. O Estado-Maior Pessoal, or-
Art. 12. Compete ao Comandante-Geral:
gão de Apoio, tem a seu cargo as funções adminis-
I – o comando, a gestão, o emprego, a super- trativas de Gabinete do Comandante-Geral, sendo
visão e a coordenação geral das atividades da Cor- composto pela Assistência ao Gabinete, gerenci-
poração; ada por um Coronel do QOC, e a Ajudância de Or-
II – presidir as Comissões de Promoção de Ofi- dens, com cargos a serem exercidos por Oficiais
ciais e de Julgamento do Mérito Policial Militar; Intermediários do QOC.

III – encaminhar ao órgão competente o projeto Art. 14. O GATE é o comando de pronto-em-
de orçamento anual referente à Polícia Militar e prego do Comandante-Geral, com um efetivo mí-
nimo de uma Companhia, especialmente treinado

43
para missões especiais e gerenciamento de crises, SEÇÃO IV
o qual poderá ser empregado também em outras DO ESTADO-MAIOR ESTRATÉGICO
missões do policiamento ostensivo geral.

Art. 17. O Estado-Maior Estratégico é o órgão


SEÇÃO III que tem a competência de assessorar o Coman-
DO SUBCOMANDO-GERAL dante-Geral no planejamento e gestão estratégica
para o desenvolvimento e cumprimento das mis-
sões institucionais, tendo a Coordenação Geral de
Art. 15. O Subcomando-Geral é constituído
um Coronel do QOC da ativa.
de:
Parágrafo único. O Estado-Maior Estratégico
I – Subcomandante-Geral;
será assim organizado:
II – Gabinete do Subcomandante-Geral;
I – Gabinete do Coordenador Geral;
III – Ajudância-Geral.
II – Gabinete do Coordenador Geral Adjunto;
§ 1º O Subcomandante Geral, cargo em comis-
III – Coordenadorias:
são símbolo CDS-2, previsto na Estrutura Organi-
zacional da Administração Direta do Poder Execu- a) de Integração Comunitária e Direitos Huma-
tivo do Estado da Paraíba, é exercido por um Coro- nos – EM/1;
nel da Ativa do QOC, escolhido e nomeado pelo b) de Inteligência – EM/2;
Governador do Estado.
c) de Planejamento e Elaboração de Projetos
§ 2º O Subcomandante-Geral é o responsável – EM/3;
pela garantia da disciplina da Corporação e Presi-
dente da Comissão de Promoção de Praças, além d) de Combate e Resistência às Drogas e à Vi-
olência – EM/4;
de prestar assessoramento ao ComandanteGeral
Davi Ferreira de Araújo
na coordenação do funcionamento da Instituição, f) de Comunicação Social e Marketing – EM/5;
daviferreira03a@gmail.com
sendo seu eventual substituto. 059.302.023-54
g) de Gerenciamento de Crises – EM/6;
§ 3º O Gabinete do Subcomandante-Geral tem h) de Estatística e Avaliação – EM/7;
a seu cargo as funções administrativas do Subco-
mando-Geral. i) de Tecnologia da Informação – EM/8.

Art. 16. A Ajudância Geral tem a seu cargo


as funções administrativas, de segurança e de con- SEÇÃO V
trole do efetivo do Quartel do Comando Geral, bem DA CORREGEDORIA
como a administração do Presídio e do Museu da
Polícia Militar. Art. 18. A Corregedoria da Polícia Militar tem
Parágrafo único. A Ajudância Geral é constitu- a finalidade de correição das infrações penais mili-
ída de: tares e do regime ético-disciplinar, apurando,
I – Gabinete do Ajudante-Geral; acompanhando, fiscalizando e orientando os servi-
ços da Corporação, em articulação com as Corre-
II – Gabinete do Ajudante-Geral Adjunta; gedorias Setoriais.
III – Museu da Polícia Militar; Parágrafo único. A Corregedoria é constituída
IV – Presídio da Polícia Militar de:
V – Secretaria - AG/1; I – Gabinete do Corregedor;
VI – Arquivo Geral - AG/2; II – Gabinete do Subcorregedor;
VII – Companhia de Comando e Serviços - III – Divisões:
CCSv. a) de investigação de infrações penais milita-
res –CORG/1;

44
b) de apuração de transgressões disciplinares integrado pelos 1º, 5º e 7º Batalhões de Polícia Mi-
– CORG/2; litar.
c) de análise procedimental – CORG/3; Art. 22. O Comando do Policiamento Regio-
d) de estatística e avaliação – CORG/4; nal I, com sede na cidade de Campina Grande, é o
órgão responsável pelo emprego e atuação da Cor-
e) de apoio administrativo – CORG/5.
poração nas regiões do Estado polarizadas pelos
Art. 19. A Ouvidoria da Polícia Militar tem por municípios de Campina Grande e Guarabira, de
finalidade receber e registrar denúncias, reclama- acordo com as diretrizes emanadas do Comando-
ções e representações de atos desabonadores pra- Geral, e será integrado pelos 2º, 4º, 8º, 9º, 10º e 11º
ticados por integrantes da Corporação ou críticas à Batalhões de Polícia Militar.
prestação de serviço institucional, bem como de Art. 23. O Comando do Policiamento Regio-
encaminhar e acompanhar a solução das mesmas,
nal II, com sede na cidade de Patos, é o órgão res-
funcionando em estreita articulação com as Ouvi-
ponsável pelo emprego e atuação da Corporação
dorias Setoriais.
nas regiões do estado polarizadas pelos municípios
Parágrafo Único. A Ouvidoria é constituída de: de Patos e Cajazeiras, de acordo com as diretrizes
I – Gabinete do Ouvidor; emanadas do Comando-Geral, e será integrado pe-
los 3º, 6º, 12º, 13º e 14º Batalhões de Polícia Mili-
II – Gabinete do Subouvidor; tar.
III – Divisões:
Art. 24. Os Comandos do Policiamento da
a) de atendimento e triagem – OUV/1; Região Metropolitana e Regionais têm a seguinte
b) de estatística e avaliação – OUV/2; organização:
c) de apoio administrativo – OUV/3. I – Gabinete do Comandante;
II – Gabinete do Subcomandante;
Davi Ferreira de Araújo
daviferreira03a@gmail.com
III – Estado Maior:
SEÇÃO VI
059.302.023-54
DOS COMANDOS REGIONAIS a) Seção de Gestão de Pessoas - PM/1;
b) Seção de Inteligência – PM/2;
Art. 20. Os Comandos Regionais têm por fi-
c) Seção de Planejamento e Operações –
nalidade planejar, coordenar, controlar e supervisi-
PM/3;
onar, na Região Metropolitana de João Pessoa e
do Interior, as atividades realizadas pelos Órgãos d) Seção de Estatística e Avaliação – PM/ 4.
de Execução, no que concerne à eficiência nas IV – Tesoureiro;
missões de policiamento ostensivo, de acordo com
V – Setor de Apoio Administrativo.
as necessidades de preservação da ordem pública.
Parágrafo único. O Subcomandante é o chefe
Parágrafo único. Os Comandos Regionais são:
do Estado Maior dos Comandos
I – Comando do Policiamento da Região Me-
tropolitana da Capital – CPRM;
REGIONAIS
II – Comando do Policiamento Regional I –
CPR I; SEÇÃO VII
DAS COMISSÕES
III – Comando do Policiamento Regional II –
CPR II.
Art. 25. As Comissões destinam-se à execu-
Art. 21. O Comando do Policiamento da Re- ção de estudos e trabalhos de assessoramento di-
gião Metropolitana da Capital, com sede em João reto ao Comandante-Geral e terão caráter perma-
Pessoa, é o órgão responsável pelo emprego e atu- nente ou temporário.
ação da Corporação na Região Metropolitana da
Grande João Pessoa e adjacências, de acordo com § 1º As Comissões de caráter permanente são:
as diretrizes emanadas do Comando Geral, e será a) A Comissão de Promoção de Oficiais –
CPO, presidida pelo ComandanteGeral, e a

45
Comissão de Promoção de Praças – CPP, presi- Art. 27. As Assessorias constituídas eventu-
dida pelo Subcomandante Geral, cujas composi- almente para determinados estudos que escapam
ções e competências serão fixadas por regulamen- às atribuições normais específicas dos órgãos de
tos, aprovados por Decretos do Chefe do Poder direção estratégica e setorial, destinadas a dar fle-
Executivo; xibilidade à estrutura de Comando da Corporação,
b) A Comissão de Julgamento do Mérito – CJM serão integradas por servidores do Estado, postos
e a Comissão Permanente de Licitação – CPL, cu- à disposição da Corporação, por ato do Governa-
jas composições e competências serão fixadas em dor do Estado ou do Secretário de Estado da Ad-
regulamentos, aprovados por Portarias do Coman- ministração.
dante-Geral.
§ 2º As Comissões de caráter temporário têm CAPÍTULO V
objetivos e fins específicos previstos em lei, decreto DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL
e regulamentos ou serão criadas a critério do Co-
mandante-Geral.
Art. 28. Os órgãos de direção setorial com-
preendem:
SEÇÃO VIII
I – Diretorias;
DA PROCURADORIA JURÍDICA
II – Centro de Educação.

Art. 26. A Procuradoria Jurídica é o órgão que


presta assessoramento jurídicoadministrativo di- SEÇÃO I
reto ao Comandante-Geral, tendo a seguinte com- DAS DIRETORIAS
posição:
I – Gabinete do Procurador Jurídico; Davi Ferreira de Araújo
Art. 29. As Diretorias estruturadas sob forma
de sistema destinam-se às atividades de adminis-
II – Seção de Estudos e Pareceres; daviferreira03a@gmail.com
tração financeira, gestão de pessoas, logística, sa-
059.302.023-54
III – Seção de Projetos Normativos; úde e assistência social.
IV – Seção de Apoio Administrativo. Parágrafo único. A Corporação terá as seguin-
§ 1º Compete à Procuradoria Jurídica: tes Diretorias:
I – o estudo das questões jurídicas afetas à I – de Finanças – DF;
Corporação; II – de Gestão de Pessoas – DGP;
II – acompanhar, em juízo ou fora dele, por de- III – de Apoio Logístico – DAL;
terminação do Comandante-Geral, os procedimen-
tos do interesse da Polícia Militar; IV – de Saúde e Assistência Social – DSAS.
III – o exame da legalidade dos atos e normas Art. 30. A Diretoria de Finanças é o órgão que
que forem submetidos à apreciação; tem como finalidade a administração financeira,
IV – demais atribuições que venham a ser pre- contábil, orçamentária e de auditagem, bem como
vistas em regulamentos. coordenar, supervisionar, auxiliar e controlar as ati-
vidades financeiras dos órgãos da Corporação.
§ 2º O cargo de Procurador Jurídico da Polícia
Militar, símbolo CAD-2, previsto na estrutura orga- Parágrafo único. A Diretoria de Finanças é
nizacional da Administração Direta do Poder Exe- constituída de:
cutivo, será exercido por Advogado do quadro de I – Diretor;
servidores civis do Estado, nomeado por Ato do II – Vice-Diretor;
Governador do Estado, mediante proposta do Co-
mandante-Geral. III – Divisões:
a) de Administração Financeira - DF/1;
SEÇÃO IX b) de Contabilidade - DF/2;
DAS ASSESSORIAS c) de Auditoria e Controle Interno- DF/3;

46
d) de Implantação - DF/4; Art. 33. A Diretoria de Saúde e Assistência
f) de Orçamento -DF/5; Social é o órgão que tem como finalidade planejar,
coordenar, fiscalizar, controlar e executar todas as
g) de Apoio Administrativo - DF/6.
atividades de saúde, assistência social e veteriná-
Art. 31. A Diretoria de Gestão de Pessoas é ria, além do trato das questões referentes ao es-
o órgão que tem como finalidade o planejamento, tado sanitário do pessoal da Corporação e seus de-
execução, controle e fiscalização das atividades re- pendentes, devidamente articulada com os Nú-
lacionadas com o pessoal, legislação e assistência cleos Setoriais de Saúde.
religiosa. Parágrafo Único. A Diretoria de Saúde e Assis-
Parágrafo único. A Diretoria de Gestão de Pes- tência Social é constituída de:
soas é constituída de: I – Gabinete do Diretor;
I – Gabinete do Diretor; II – Gabinete do Vice-Diretor;
II – Gabinete do Vice-Diretor; III – Junta Médica Especial – JME;
III – Núcleo de Recrutamento e Seleção – IV – Divisões:
NRS;
a) Médica - DSAS/1;
IV – Capelania;
b) Veterinária - DSAS/2;
V – Divisões:
c) Odontológica - DSAS/3;
a) de Inativos e Civis - DGP/1;
d) Farmacêutica - DSAS/4;
b) de Identificação, Cadastro e Monitoramento
- DGP/2; e) Enfermagem - DSAS/5;

c) de Análise e Legislação - DGP/3; f) Nutrição - DSAS/6;


Davi Ferreira de Araújo
g) de Apoio Administrativo - DSAS/7.
d) de Aplicação e Movimentação - DGP/4
daviferreira03a@gmail.com
e) de Justiça e Disciplina - DGP/5; V – Unidades Executivas:
059.302.023-54
f) de Apoio Administrativo - DGP/6. a) Hospital da Polícia Militar General Edson
Ramalho - HPM;
Art. 32. A Diretoria de Apoio Logístico é o ór-
b) Policlínica - POLI;
gão de direção setorial do Sistema Logístico, in-
cumbindo-se do planejamento, coordenação, fisca- c) Centro de Assistência Social – CASO;
lização e controle das atividades de suprimento e d) Centro de Assistência Psicológica – CAPS.
manutenção da logística e do patrimônio da Corpo-
ração.
SEÇÃO VIII
Parágrafo Único. A Diretoria de Apoio Logístico
é constituída de: DO CENTRO DE EDUCAÇÃO

I – Gabinete do Diretor;
Art. 34. O Centro de Educação, instituição
II – Gabinete do Vice-Diretor; que compreende o ensino em todos os níveis pre-
III – Centro de Suprimento Logístico – CSL; vistos na legislação federal e estadual, é o órgão
que tem como finalidade a gestão da política edu-
IV – Divisões:
cacional da Corporação por meio do planejamento,
a) de Engenharia e Construção - DAL/1 supervisão, coordenação, fiscalização, controle e
b) de Motomecanização - DAL/2; execução das atividades de ensino, treinamento e
pesquisa, relacionadas com a qualificação profissi-
c) de Patrimônio - DAL/3;
onal de servidores militares ou civis de outros entes
d) de Compras e Registros - DAL/4; públicos ou privados, observadas as modalidades
e) de Cadastramento de Armas dos policiais presencial, semi-presencial ou à distância.
militares – DAL/5; § 1º O Centro de Educação é constituído de:
f) de Apoio Administrativo - DAL/6. I – Gabinete do Diretor;

47
II – Gabinete do Vice-Diretor; c) Tecnologia da Informação;
III – Conselho Educacional; d) Armamento e Munições;
IV – Conselho de Conduta Escolar e Ética; e) Tesouraria;
V – Coordenadoria de Ensino, Treinamento e f) Aprovisionamento;
Pesquisa – CETP, compreendendo: g) Almoxarifado;
a) Divisão de Ensino Superior – DESU; h) Corregedoria Setorial;
b) Divisão de Formação Técnica de Nível Mé- i) Ouvidoria Setorial;
dio - DIFO;
j) Companhia de Comando e Serviços;
c) Divisão de Educação Básica – DIEB;
k) Música.
d) Divisão de Tecnologias Educacionais –
DITE. § 2º O Conselho Educacional poderá instituir
Departamentos, em áreas específicas de conheci-
VI - Coordenadoria de Educação Física e Des- mentos, para atender às pesquisas educacionais,
portos – COEF, compreendendo: face às novas competências exigidas pelas muta-
a) Divisão de Educação Física – DEF; ções sociais.
b) Divisão de Avaliação e Pesquisa – DAP; § 3º O ensino tecnológico poderá ser desen-
c) Divisão de Desportos – DID; volvido em qualquer dos níveis de ensino previstos
na Legislação Federal.
VII – Núcleo Setorial de Saúde - NSS;
VIII – Órgãos Executivos do Ensino:
CAPÍTULO IV
a) Centro de Pós-Graduação e Pesquisa - DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
CEPE; Davi Ferreira de Araújo
b) Academia de Polícia Militar do Cabo Branco
daviferreira03a@gmail.com
Art. 35. Os órgãos de execução da Polícia
- APMCB; 059.302.023-54
Militar constituem as Organizações Policiais Milita-
c) Centro de Formação e Aperfeiçoamento de res que executam a atividade-fim da Corporação,
Praças - CFAP; com atribuição de realizar os seguintes tipos polici-
d) Colégios da Polícia Militar - CPM (unidades amento ou missões policiais militares:
de João Pessoa, Campina Grande, Patos, Guara- I – policiamento ostensivo geral em seus pro-
bira e Cajazeiras); cessos a pé, montado, motorizado, aéreo, em em-
e) Núcleo de Programas de Extensão e Treina- barcação e em bicicleta, nas zonas urbanas e ru-
mento - NuPEx; rais;

f) Núcleo de Estudos de Trânsito - NET; II – policiamento de guarda, que tem a seu


cargo a segurança externa dos estabelecimentos
g) Núcleos de Formação e Aprimoramento prisionais, das sedes dos poderes estaduais e, em
Profissional – NuFAP. particular, de estabelecimentos públicos;
IX – Seções de: III – policiamento de trânsito urbano e/ ou ro-
a) Gestão de Pessoas – P/1; doviário;
b) Inteligência – P/2; IV – policiamento ambiental;
c) Planejamento e Operações – P/3; V – policiamentos especiais de choque e/ou
operações táticas;
d) Administração – P/4;
VI – policiamento suplementado pelo uso de
e) Comunicação Social - P/5.
cães;
X – Setores de:
VII – policiamento velado.
a) Motomecanização;
Parágrafo único. Com o desenvolvimento do
b) Comunicações; Estado e conseqüente aumento das necessidades

48
de segurança, poderão ser implementados outros XIX – Comando de Operações Aéreas – COA,
tipos, processos ou modalidades de policiamento. com sede em João Pessoa.
Art. 37. São Sub-Unidades Operacionais -
SEÇÃO I SubUOp:
DAS UNIDADES OPERACIONAIS I – Companhia de Polícia Militar - Cia PM;
II – Companhia de Polícia de Guarda - CPGd;
Art. 36. São Unidades Operacionais – UOp:
III – Companhia de Polícia Rodoviária - CPRv;
I – 1º Batalhão de Polícia Militar, com sede em
IV – Companhia de Polícia Tática e Motorizada
João Pessoa;
- CPTMtz;
II – 2º Batalhão de Polícia Militar, com sede em
V – Companhia de Polícia de Trânsito -
Campina Grande,
CPTran;
III – 3º Batalhão de Polícia Militar, com sede
VI – Companhia de Polícia de Choque -
em Patos;
CPChoq;
IV- 4º Batalhão de Polícia Militar, com sede em
VII – Companhia de Polícia Rural - CPR;
Guarabira;
VIII – Companhia de Polícia Ambiental –
V – 5º Batalhão de Polícia Militar, com sede em
CPAmb;
João Pessoa;
IX – Companhia de Polícia de Apoio ao Turista
VI – 6º Batalhão de Polícia Militar, com sede
- CPAT
em Cajazeiras;
X – Esquadrão de Polícia Montada – EPMont.
VII – 7º Batalhão de Polícia Militar, com sede
em Santa Rita; Art. 38. Denominam-se Pelotões Operacio-
Davi Ferreira denais
Araújo
- PelOps:
VIII – 8º Batalhão de Polícia Militar, com sede
daviferreira03a@gmail.com
em Itabaiana; 059.302.023-54 I – Pelotão de Polícia Militar - Pel PM;
IX – 9º Batalhão de Polícia Militar, com sede II – Pelotão de Polícia de Guarda - PPGd;
em Picuí;
III – Pelotão de Polícia Rodoviária - PPRv;
X – 10º Batalhão de Polícia Militar, com sede
IV – Pelotão de Polícia Tática e Motorizada -
em Campina Grande;
PPTMtz;
XI – 11º Batalhão de Polícia Militar, com sede
V – Pelotão de Polícia de Trânsito - PPTran;
em Monteiro;
VI – Pelotão de Polícia de Choque - PPChoq;
XII – 12º Batalhão de Polícia Militar, com sede
em Catolé do Rocha; VII – Pelotão de Polícia Rural - PPR;
XIII – 13º Batalhão de Polícia Militar, com sede VIII – Pelotão de Polícia de Apoio ao Turista –
em Itaporanga; PAT;
XIV – 14º Batalhão de Polícia Militar, com sede IX – Pelotão de Polícia Ambiental – PPAmb;
em Sousa; X – Pelotão de Polícia Montada – PPMont.
XV – Batalhão de Polícia Ambiental – BPAmb, Art. 39. As Áreas de Responsabilidade Terri-
com sede em João Pessoa;
torial dos Batalhões de Polícia Militar ou congêne-
XVI – Batalhão de Operações Especiais - res e as subáreas das Subunidades dos Batalhões
BOPE, com sede em João Pessoa; de Polícia Militar ou congêneres serão estabeleci-
XVII – Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano das por Ato do Comandante-Geral, mediante estu-
e Rodoviário - BPTran, com sede em João Pessoa; dos do Estado-Maior Estratégico e dos Comandos
Regionais.
XVIII – Regimento de Polícia Montada -
RPMont, com sede em João Pessoa; Art. 40. As Unidades Operacionais de Polícia
Militar, com efetivos previstos em Quadros de Or-
ganização - QO atuarão de acordo com as

49
necessidades de suas áreas de responsabilidade e b) Coordenação do Policiamento.
missões, sendo constituídas de: VI – Pelotões PM – Pel PM;
I – Gabinete do Comandante; VII – Grupo PM - GPM.
II – Gabinete do Subcomandante;
Art. 42. Cada Grupo PM é responsável pela
III – Gabinete do Ajudante secretário; manutenção da ordem pública nos Municípios e
IV – Seções de: Distritos do interior, denominado de destacamento,
com efetivo variável de acordo com o seu subsetor
a) Gestão de Pessoas - P/1;
de responsabilidade e missões.
b) Inteligência – P/2;
Art. 43. O Batalhão de Operações Especiais
c) Planejamento e operações – P/3; – BOPE, com atuação em todo o Estado e subordi-
d) Administração – P/4; nação direta ao Comandante-Geral, realizará as
missões especiais do Comando Geral, e terá a
e) Comunicação Social – P/5.
mesma estrutura orgânica de um Batalhão de Polí-
V – Setores de: cia Militar, acrescido de suas Subunidades Especi-
a) Motomecanização; ais.
b) Comunicações; Art. 44. O Comando de Operações Aéreas -
c) Educação Física e Desportos; COA, com atuação em todo o Estado e subordina-
ção direta ao Comandante-Geral, é responsável
d) Tecnologia da Informação; pelo comando, planejamento, coordenação, opera-
e) Armamento e Munições; cionalização, fiscalização, treinamento, segurança,
manutenção e controle das atividades aéreas, além
f) Núcleo Setorial de Saúde - NSS;
de apoio às atividades de defesa civil, tendo a se-
g) Tesouraria; Davi Ferreira guinte estrutura:
de Araújo
h) Aprovisionamento; daviferreira03a@gmail.com
I – Gabinete do Comandante;
059.302.023-54
i) Almoxarifado; II – Gabinete do Subcomandante;
j) Corregedoria Setorial; III – Seções de:
k) Ouvidoria Setorial; a) Gestão Administrativa – SGA;
m) Coordenação do Policiamento; b) Segurança de Vôo - SSV;
n) Música. c) Operações de Vôo – SOV;
VI – Companhias PM; d) Instrução e Treinamento – SIT;
VII – Pelotões PM e de Comando e Serviços; e) Suprimentos e Manutenção – SSM;
VIII – Grupo PM - GPM. f) Apoio Administrativo – SAA.
Art. 41. As Subunidades Operacionais de Po- Art. 45. O Regimento de Polícia Montada –
lícia Militar, com efetivos previstos em Quadros de RPMont e os Batalhões de Polícia de Trânsito Ur-
Organização - QO atuarão de acordo com as ne- bano e Rodoviário – BPTran e de Polícia Ambiental
cessidades de suas subáreas de responsabilidade – BPAmb, com atuação em todo o Estado, subordi-
e missões, sendo constituídas de: nam-se aos Comandos Regionais, realizando as
I – Gabinete do Comandante; missões especiais e tendo a mesma estrutura or-
gânica de um Batalhão de Polícia Militar, acresci-
II – Gabinete do Subcomandante; dos de suas Subunidades Especiais.
III – Seção de Gestão de Pessoas e Opera-
ções;
CAPÍTULO V
IV – Tesoureiro e Aprovisionador;
DOS ÓRGÃOS VINCULADOS
V – Setores de:
a) Armamento e Munição;

50
Art. 46. Órgãos Vinculados são entes públi- I – Quadros de Oficiais Combatentes – QOC,
cos que possuam, em suas estruturas orgânicas, a constituído de oficiais possuidores do Curso de
previsão legal de emprego de policiais militares, ob- Formação de Oficiais PM ou equivalente;
servados os limites quantitativos e a respectiva II – Quadro de Oficiais de Saúde – QOS, cons-
competência. tituído de oficiais médicos, odontólogos, farmacêu-
§ 1º São Órgãos Vinculados: ticos, veterinários, fisioterapeutas, nutricionistas e
outras especialidades;
I – Secretaria de Estado da Segurança e da
Defesa Social; III – Quadro de Oficiais Músicos – QOM, cons-
tituído por pessoal oriundo das graduações de Sub-
II – Secretaria de Estado da Cidadania e da tenente ou 1º Sargento, possuidores do Curso de
Administração Penitenciária; Habilitação de Oficiais - CHO ou equivalente, na
III – Casa Militar do Governador, vinculada à respectiva especialidade, destinado ao exercício
Secretaria de Estado do Governo; das funções de regente ou maestro de banda de
IV – Tribunal de Justiça; música;

V – Assembléia Legislativa; IV – Quadro de Oficiais de Administração –


QOA, constituído por pessoal oriundo das gradua-
VI – Procuradoria Geral de Justiça; ções de Subtenente ou 1º Sargento, possuidores
VII – Tribunal de Contas do Estado; do Curso de Habilitação de Oficiais – CHO ou equi-
valente, destinado ao exercício de funções admi-
VIII – Justiça Militar Estadual;
nistrativas na Corporação.
IX – Secretaria Nacional de Segurança Pú-
§ 2º As Qualificações de Praças são:
blica;
I – Qualificação de Praças Combatentes –
X – Prefeitura Municipal de João Pessoa.
QPC, constituído por praças com o Curso de For-
Davinos
§ 2º Os policiais militares empregados Ferreira
ór- demação
Araújode Combatentes;
daviferreira03a@gmail.com
gãos vinculados ficarão adidos e devidamente con-
trolados pela Diretoria de Gestão de Pessoas.059.302.023-54 II – Qualificação de Praças Músicos – QPM,
composto por praças com o Curso de Formação de
Especialização em Música;
TÍTULO III III – Qualificação de Praças para o apoio à Sa-
DO PESSOAL E EFETIVO úde – QPS, compostos por praças auxiliares de sa-
úde.
Art. 47. O pessoal da Polícia Militar será com- Art. 49. As Praças Especiais são:
posto por policiais militares e servidores civis.
I – Aspirante-a-Oficial PM;
II – Cadete PM.
CAPÍTULO I
DOS POLICIAIS MILITARES
CAPÍTULO II
Art. 48. Os policiais militares encontrar-se-ão DOS SERVIDORES CIVIS
em uma das seguintes situações:
Art. 50. Os servidores civis da Polícia Militar
I – na ativa;
serão profissionais de nível superior ou técnico nas
II – na inatividade, compreendendo os policiais áreas de educação, psicologia, administração, ci-
militares: ências jurídicas, contabilidade, engenharia civil,
a) da reserva remunerada; tecnologia da informação, espiritualidade, fonoau-
diologia, biblioteconomia,
b) reformados.
sociologia, assistência social, comunicação
§ 1º Os Quadros de Oficiais são:
social, estatística e outras determinadas pela dinâ-
mica social, os quais constituirão o Corpo de

51
Servidores Civis da Polícia Militar – CSCPM, em Art. 55. Os recursos necessários à execução
caráter permanente ou temporário, conforme da presente Lei Complementar correrão à conta do
Anexo II. Tesouro Estadual, consignados no orçamento do
Parágrafo único. Os servidores civis da Polícia Estado, ficando o Poder Executivo autorizado a
Militar serão disciplinados pelo Regime Jurídico proceder ao escalonamento na liberação dos recur-
dos Servidores Públicos Civis do Estado da Para- sos pertinentes, à medida que os órgãos forem ati-
íba, com remuneração prevista em lei, e seu in- vados, e as vagas previstas forem devidamente
gresso processar-se-á através de concurso pú- preenchidas.
blico, mediante proposta do ComandanteGeral ao Art. 56. Aos membros das Comissões de
Chefe do Poder Executivo.
Promoção de Oficiais e de Praças, da Junta Médica
Especial e dos Conselhos de Justiça Militar Esta-
CAPÍTULO III dual, devido por comparecimento a reuniões ou au-
DO EFETIVO DA POLÍCIA MILITAR diências, previamente convocadas por autoridade
competente, na retribuição de até 08 (oito) reuniões
ou audiências mensais, fica concedido “jeton” nas
Art. 51. O efetivo da Polícia Militar da Paraíba seguintes condições:
será de 17.933 (dezessete mil novecentos e trinta
I – Para presidente, de R$ 120,00 (cento e
e três) militares estaduais, sendo 1.362 (um mil e
vinte reais), por reunião;
trezentos e sessenta e dois) oficiais e 16.571 (de-
zesseis mil quinhentos e setenta e uma) praças e II – Para membros, de R$ 80,00 (oitenta reais),
54 (cinqüenta e quatro) servidores civis, conforme por reunião ou audiência.
o Anexo II.
Art. 57. Os incisos I, IV e V do Artigo 90 e os
Artigos 105 e 110 da Lei nº 3.909, de 14 de julho
TÍTULO IV de 1977, passam a ter a seguinte redação:
Davi Ferreira de Araújo
DAS DISPOSIÇÕES FINAISdaviferreira03a@gmail.com Art.90.
059.302.023-54
I – atingir as seguintes idades limites:
Art. 52. Os órgãos da Corporação poderão,
excepcionalmente e por necessidade do serviço, a) Para os oficiais:
ser comandados, dirigidos ou chefiados por oficiais 1. Coronel: 60 anos;
ou praças de grau hierárquico imediatamente infe- 2. Tenente-Coronel e Major: 58 anos;
rior ou superior ao previsto nesta Lei Complemen-
tar. 3. Capitão, 1º e 2º Tenentes: 56 anos;
Parágrafo único. Quando efetivada a situação b) Para praças:
em que o titular da função possua grau hierárquico 1. Subtenente: 60 anos;
inferior ao previsto no Quadro de Organização, fará
2. 1º e 2º Sargentos: 58 anos;
jus à remuneração imediatamente superior.
3. 3º Sargento, Cabo e Soldado: 56 anos.
Art. 53. A estrutura organizacional e o funci-
onamento da Polícia Militar, prevista nesta Lei II –
Complementar, será efetivada progressivamente, III –
por meio de atos do Poder Executivo, até dezembro IV – ser diplomado em cargo eletivo, na forma
de 2010.
da alínea “b”, parágrafo único, do Artigo 51, perce-
Art. 54. As missões, o detalhamento, as res- bendo a remuneração a que fizer jus, em função do
ponsabilidades, as áreas e as competências dos seu tempo de serviço;
órgãos de direção estratégica, setorial, e de execu- V – quando, na condição de suplente de cargo
ção, bem como as atribuições dos comandantes, eletivo, vir assumir o mandato, percebendo a remu-
diretores e chefes serão estabelecidas em regula- neração a que fizer jus, em função do seu tempo
mento, a ser editado em 180 (cento e oitenta) dias, de serviço.
a contar da data de publicação desta Lei.

52
Art. 105. O oficial da ativa empossado em
cargo público permanente, estranho à sua carreira,
inclusive na função de Magistério, será imediata-
mente, por meio de demissão “ex officio”, transfe-
rido para a reserva, onde ingressará com o posto
que possuía na ativa, não podendo acumular quais-
quer proventos de inatividade com a remuneração Crimes militares em tempo de paz
do cargo público permanente.
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em
Art. 110. O Aspirante a Oficial PM e as de- tempo de paz:
mais praças empossadas em cargo público perma-
I - os crimes de que trata este Código, quando
nente estranho à sua carreira, inclusive na função
definidos de modo diverso na lei penal comum, ou
de magistério, serão imediatamente licenciados “ex
nela não previstos, qualquer que seja o agente,
officio”, sem remuneração, e terão sua situação mi-
salvo disposição especial;
litar definida pela Lei do Serviço Militar.”.
II – os crimes previstos neste Código e os pre-
Art. 58. Os incisos II, III e VII do Artigo 12 da vistos na legislação penal, quando praticados: (Re-
Lei nº 4.025, de 30 de novembro de 1978, passam dação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
a ter a seguinte redação:
a) por militar em situação de atividade ou as-
Art. 12. semelhado, contra militar na mesma situação ou
I– assemelhado;

II – Possuir escolaridade, no mínimo, corres- b) por militar em situação de atividade ou as-


pondente ao Ensino Médio; semelhado, em lugar sujeito à administração mili-
tar, contra militar da reserva, ou reformado, ou as-
III – ter, no máximo, 48 anos de idade, no ato
Davi Ferreira desemelhado,
Araújo ou civil;
da matrícula;
daviferreira03a@gmail.com
c) por militar em serviço ou atuando em razão
VII – Classificado no comportamento “EXCEP-
059.302.023-54
da função, em comissão de natureza militar, ou em
CIONAL” e não possuir punição por prática de formatura, ainda que fora do lugar sujeito à admi-
transgressão que afete o sentimento do dever, a nistração militar contra militar da reserva, ou refor-
honra pessoal, o pundonor policialmilitar ou o de- mado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de
coro da classe, não canceladas pelo entendimento 8.8.1996)
estabelecido no Art. 64 do Decreto nº 8.962, de 11
de março de 1981; d) por militar durante o período de manobras
ou exercício, contra militar da reserva, ou refor-
Art. 59. Esta Lei Complementar entra em vi- mado, ou assemelhado, ou civil;
gor na data de sua publicação. e) por militar em situação de atividade, ou as-
Art. 60. Revogam-se as disposições em con- semelhado, contra o patrimônio sob a administra-
trário. ção militar, ou a ordem administrativa militar;

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299,


de 8.8.1996)
DA PARAIBA, em João Pessoa, 02 de dezembro
de 2008; 120º da Proclamação da República. III - os crimes praticados por militar da reserva,
ou reformado, ou por civil, contra as instituições mi-
litares, considerando-se como tais não só os com-
preendidos no inciso I, como os do inciso II, nos se-
guintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração mi-
litar, ou contra a ordem administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar con-
tra militar em situação de atividade ou asseme-
lhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou

53
da Justiça Militar, no exercício de função inerente CAPÍTULO III
ao seu cargo; DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU
c) contra militar em formatura, ou durante o pe- MILITAR DE SERVIÇO
ríodo de prontidão, vigilância, observação, explora-
ção, exercício, acampamento, acantonamento ou Violência contra superior
manobras;
Art. 157. Praticar violência contra superior:
d) ainda que fora do lugar sujeito à administra-
ção militar, contra militar em função de natureza mi- Pena - detenção, de três meses a dois anos.
litar, ou no desempenho de serviço de vigilância, Formas qualificadas
garantia e preservação da ordem pública, adminis-
trativa ou judiciária, quando legalmente requisitado § 1º Se o superior é comandante da unidade a
para aquele fim, ou em obediência a determinação que pertence o agente, ou oficial general:
legal superior. Pena - reclusão, de três a nove anos.
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando § 2º Se a violência é praticada com arma, a
dolosos contra a vida e cometidos por militares con- pena é aumentada de um terço.
tra civil, serão da competência do Tribunal do Júri. § 3º Se da violência resulta lesão corporal,
(Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017) aplica-se, além da pena da violência, a do crime
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando contra a pessoa.
dolosos contra a vida e cometidos por militares das § 4º Se da violência resulta morte:
Forças Armadas contra civil, serão da competência
da Justiça Militar da União, se praticados no con- Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
texto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) § 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o
I – do cumprimento de atribuições que lhes fo- crime ocorre em serviço.
Davi Ferreira
rem estabelecidas pelo Presidente da República ou de Araújo
Violência contra inferior
daviferreira03a@gmail.com
pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela
Lei nº 13.491, de 2017) 059.302.023-54Art. 175. Praticar violência contra inferior:

II – de ação que envolva a segurança de insti- Pena - detenção, de três meses a um ano.
tuição militar ou de missão militar, mesmo que não Resultado mais grave
beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de
Parágrafo único. Se da violência resulta lesão
2017)
corporal ou morte é também aplicada a pena do
III – de atividade de natureza militar, de opera- crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o
ção de paz, de garantia da lei e da ordem ou de caso, ao disposto no art. 159.
atribuição subsidiária, realizadas em conformidade
Abandono de posto
com o disposto no art. 142 da Constituição Federal
e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o
pela Lei nº 13.491, de 2017) posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido desig-
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986- nado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de ter-
Código Brasileiro de Aeronáutica; (Incluída pela Lei miná-lo:
nº 13.491, de 2017) Pena - detenção, de três meses a um ano.
o
b) Lei Complementar n 97, de 9 de junho de Embriaguez em serviço
1999; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-
1969 - Código de Processo Penal Militar; e (Inclu- lo:
ída pela Lei nº 13.491, de 2017)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Có-
digo Eleitoral. (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço,
como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação

54
equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de CAPÍTULO I
sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de DA COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA
ronda ou em qualquer serviço de natureza seme-
lhante:
SEÇÃO I
Pena - detenção, de três meses a um ano.
DA COMPOSIÇÃO

Art. 187. A Justiça Militar estadual, com sede na


Capital e jurisdição em todo o Estado é composta:
I – no primeiro grau de jurisdição:
a) pelos juízes de direito de Vara Militar;
b) pelos conselhos de Justiça Militar;
Art. 125. Os Estados organizarão sua Jus- II – no segundo grau de jurisdição pelo Tribunal de
Justiça.
tiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
SEÇÃO II
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante pro- DA COMPETÊNCIA GERAL
posta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar esta-
dual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de
direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo Art. 188. Compete à Justiça Militar processar
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribu- e julgar os militares do Estado, nos crimes militares
nal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo definidos em lei, e as ações judiciais contra atos
militar seja superior a vinte mil integrantes disciplinares militares, ressalvada a competência
do Tribunal do Júri quando a vítima for civil,ca-
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual proces-
bendo ao Tribunal de Justiça decidir sobre a perda
sar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
Davi Ferreira dedo posto e da patente dos oficiais e da graduação
Araújo
militares definidos em lei e as ações judiciais contra
das praças.
daviferreira03a@gmail.com
atos disciplinares militares, ressalvada a compe-
059.302.023-54
tência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao
tribunal competente decidir sobre a perda do posto SEÇÃO III
e da patente dos oficiais e da graduação das pra- DO JUIZ DE DIREITO DE VARA MILITAR
ças.
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo mi- Art. 189. O cargo de juiz de direito de Vara
litar processar e julgar, singularmente, os crimes Militar será provido por juiz de direito de terceira en-
militares cometidos contra civis e as ações judiciais trância, observadas as normas estabelecidas para
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Con- o provimento dos demais cargos de carreira da ma-
selho de Justiça, sob a presidência de juiz de di- gistratura estadual.
reito, processar e julgar os demais crimes milita- Art. 190. Compete ao juiz de direito de Vara
res.
Militar:
I – processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares;
II – presidir os conselhos de Justiça Militar e
relatar,
com voto inicial e direto, os processos respec-
tivos;
III – exercer o poder de polícia durante a reali-
TÍTULO IV zação de audiências e sessões de julgamento;
DA JUSTIÇA MILITAR IV – expedir todos os atos necessários ao cum-
primento das suas decisões e das decisões dos
conselhos da Justiça Militar;

55
V – exercer o ofício da execução penal em to- I – Conselhos Especiais;
das as unidades militares estaduais, onde haja II – Conselhos Permanentes ou Trimestrais.
preso militar ou civil sob sua guarda provisória ou
definitiva;
VI – cumprir carta precatória relativa à matéria SEÇÃO II
de sua competência. DA COMPOSIÇÃO

Art. 194. Os Conselhos Especiais são com-


SEÇÃO IV
postos por quatro juízes militares, todos oficiais de
DO CARTÓRIO DE VARA MILITAR
postos não inferiores ao do acusado.
§ 1º Havendo mais de um acusado no pro-
Art. 191. O cartório de vara Militar terá seus
cesso, o de posto mais elevado servirá de referên-
cargos preenchidos por membros da Polícia Militar cia à composição do conselho.
e/ou do Corpo de Bombeiros do Estado, habilitados
para o exercício da função, sem prejuízo da partici- § 2º Sendo o acusado do posto mais elevado
pação de servidores da justiça comum, quando ne- na corporação policial ou do corpo de bombeiro mi-
cessário. litar, o conselho especial será composto por oficiais
da respectiva corporação militar, que sejam da
§ 1º O cartório será chefiado por um militar gra- ativa, do mesmo posto do acusado e mais antigos
duado (primeiro sargento ou subtenente) ou por um que ele; não havendo na ativa oficiais mais antigos
oficial até a patente de capitão, requisitado medi- que o acusado, serão sorteados e convocados ofi-
ante indicação do juiz competente ao comandante- ciais da reserva remunerada.
geral da Polícia Militar, através de ato do presidente
do Tribunal de Justiça. § 3º Sendo o acusado do posto mais elevado
da corporação, e nela não existindo oficial, ativo ou
§ 2º O militar a serviço de vara militar tem fé Ferreira
Davi de de Araújo
inativo, mais antigo que ele, o conselho especial
ofício quando da prática dos atos inerentes às res-
daviferreira03a@gmail.com
será composto por oficiais que atendam ao requi-
pectivas funções, que correspondem à função059.302.023-54
de sito da hierarquia, embora pertencentes à outra ins-
analista judiciário, de técnico judiciário, de movi- tituição militar estadual.
mentador e de oficial de justiça.
§ 4º Não havendo, em qualquer das corpora-
ções, no posto mais elevado, oficial, ativo ou ina-
SEÇÃO V tivo, mais antigo que o acusado, será este julgado
DOS ATOS JUDICIAIS pelo Tribunal de Justiça.
§ 5º Quando, em um mesmo processo, os acu-
Art. 192. As audiências e sessões de julga- sados forem oficiais e praças, responderão todos
mento da Justiça Militar são realizadas na sede da perante o conselho especial.
comarca, salvo os casos especiais por justa causa
ou força maior, fundamentados pelo juiz de direito Art. 195. Os Conselhos Permanentes serão
titular da Vara Militar. compostos pelo mesmo número de oficiais previsto
para os Conselhos Especiais, devendo ser integra-
dos por, no mínimo, um oficial superior.
CAPÍTULO II
DOS CONSELHOS DA JUSTIÇA MILITAR
SEÇÃO III
DA COMPETÊNCIA
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 196. Compete aos Conselhos de Justiça
Militar processar e julgar os crimes militares não
Art. 193. Integram a Justiça Militar do Es- compreendidos na competência monocrática de
tado, observada a separação institucional entre a juiz de vara militar.
Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, os seguin-
Parágrafo único. Aos Conselhos Especiais
tes Conselhos de Justiça:
compete o julgamento de oficiais, enquanto aos

56
Conselhos Permanentes ou Trimestrais compete o Art. 198. O regime carcerário aplicável ao
julgamento das praças em geral. condenado pelo juiz de direito titular de Vara Militar
é o seguinte:

SEÇÃO IV I – no caso de pena privativa da liberdade por


até dois anos, o regime será regulamentado nas
DA ESCOLHA E CONVOCAÇÃO DOS
decisões que proferirem o juiz monocrático e os
CONSELHOS conselhos da Justiça Militar, sendo o condenado
recolhido à prisão militar;
Art. 197. Os comandantes-gerais da Polícia
II – ultrapassado o limite da pena de dois anos
Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado reme- e havendo o condenado perdido a condição de mi-
terão, trimestralmente, ao juiz de direito da Vara Mi- litar, será ele transferido para prisão da jurisdição
litar relação nominal dos oficiais da ativa em condi- comum, deslocando-se a competência quanto à
ções de servir nos conselhos, com indicação dos execução da pena para o respectivo juízo, ao qual
seus endereços residenciais, a fim de serem reali- serão remetidos os autos do processo.
zados os sorteios respectivos.
§ 1º Os sorteios para a composição dos Con-
selhos Permanentes realizar-se-ão entre os dias
vinte e vinte e cinco do último mês de cada trimes-
tre, ressalvado motivo de força maior para sua não
ocorrência.
§ 2º O resultado dos sorteios será informado
aos comandantes-gerais da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros para que providenciem a pu-
blicação em boletins gerais e ordenem oDavi
compare-
Ferreira de Araújo
cimento dos juízes não togados à horadaviferreira03a@gmail.com
marcada na
sede do Juízo Militar, ficando à sua disposição en-
059.302.023-54
quanto durarem as convocações.
§ 3º Os sorteios para a composição dos Con-
selhos Especiais ocorrerão sempre que se iniciar
processo criminal contra oficial, mantendo-se sua
constituição até a sessão de julgamento, se alguma
causa intercorrente não justificar o arquivamento
antecipado da ação penal.
§ 4º O sorteio para a composição dos Conse-
lhos Permanentes da Justiça Militar dará preferên-
cia a oficiais aquartelados na Capital.
§ 5º Caso a relação dos oficiais da ativa, pre-
vista no caput deste artigo, não seja enviada ao juiz
competente, no prazo legal, os sorteios para com-
posição dos Conselhos da Justiça Militar serão re-
alizados com base na relação enviada no trimestre
anterior, sem prejuízo da apuração de responsabi-
lidades.

CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA PENA

57
Davi Ferreira de Araújo
daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54

58
Parágrafo único. Reputa-se agente público,
para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou
entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO I
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES GERAIS
DA AÇÃO PENAL
Art. 1. Esta Lei define os crimes de abuso de
autoridade, cometidos por agente público, servidor Art. 3. Os crimes previstos nesta Lei são de
ou não, que, no exercício de suas funções ou a pre- ação penal pública incondicionada.
texto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha § 1º Será admitida ação privada se a ação pe-
sido atribuído. nal pública não for intentada no prazo legal, ca-
§ 1º As condutas descritas nesta Lei consti- bendo ao Ministério Público aditar a queixa, repu-
tuem crime de abuso de autoridade quando prati- diá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em
cadas pelo agente com a finalidade específica de todos os termos do processo, fornecer elementos
prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso
terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação de negligência do querelante, retomar a ação como
pessoal. Davi Ferreira departe principal.
Araújo
daviferreira03a@gmail.com
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida
§ 2º A divergência na interpretação de lei059.302.023-54
ou na
avaliação de fatos e provas não configura abuso de no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em
autoridade. que se esgotar o prazo para oferecimento da de-
núncia.

CAPÍTULO II
CAPÍTULO IV
DOS SUJEITOS DO CRIME
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Art. 2. É sujeito ativo do crime de abuso de
autoridade qualquer agente público, servidor ou
não, da administração direta, indireta ou fundacio- SEÇÃO I
nal de qualquer dos Poderes da União, dos Esta- DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
dos, do Distrito Federal, dos Municípios e de Terri-
tório, compreendendo, mas não se limitando a: Art. 4. São efeitos da condenação:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano
eles equiparadas; causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento
II - membros do Poder Legislativo; do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para
III - membros do Poder Executivo; reparação dos danos causados pela infração, con-
siderando os prejuízos por ele sofridos;
IV - membros do Poder Judiciário;
II - a inabilitação para o exercício de cargo,
V - membros do Ministério Público; mandato ou função pública, pelo período de 1 (um)
VI - membros dos tribunais ou conselhos de a 5 (cinco) anos;
contas. III - a perda do cargo, do mandato ou da função
pública.

59
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos inci- CAPÍTULO VI
sos II e III do caput deste artigo são condicionados DOS CRIMES E DAS PENAS
à ocorrência de reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos, devendo ser de-
clarados motivadamente na sentença. Art. 9. Decretar medida de privação da liber-
dade em manifesta desconformidade com as hipó-
teses legais:
SEÇÃO II
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a au-
Art. 5. As penas restritivas de direitos substi- toridade judiciária que, dentro de prazo razoável,
tutivas das privativas de liberdade previstas nesta deixar de:
Lei são:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
I - prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas; II - substituir a prisão preventiva por medida
cautelar diversa ou de conceder liberdade provisó-
II - suspensão do exercício do cargo, da função ria, quando manifestamente cabível;
ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) me-
ses, com a perda dos vencimentos e das vanta- III - deferir liminar ou ordem de habeas cor-
gens; pus, quando manifestamente cabível.’

Parágrafo único. As penas restritivas de direi- Art. 10. Decretar a condução coercitiva de
tos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativa- testemunha ou investigado manifestamente desca-
mente. bida ou sem prévia intimação de comparecimento
ao juízo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
Davi Ferreira de Araújo
CAPÍTULO V
e multa.
daviferreira03a@gmail.com
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E059.302.023-54
ADMINISTRATIVA Art. 11. (VETADO).
Art. 12. Deixar injustificadamente de comu-
Art. 6. As penas previstas nesta Lei serão nicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no
aplicadas independentemente das sanções de na- prazo legal:
tureza civil ou administrativa cabíveis. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Parágrafo único. As notícias de crimes previs- anos, e multa.
tos nesta Lei que descreverem falta funcional serão Parágrafo único. Incorre na mesma pena
informadas à autoridade competente com vistas à quem:
apuração.
I - deixa de comunicar, imediatamente, a exe-
Art. 7. As responsabilidades civil e adminis- cução de prisão temporária ou preventiva à autori-
trativa são independentes da criminal, não se po- dade judiciária que a decretou;
dendo mais questionar sobre a existência ou a au-
II - deixa de comunicar, imediatamente, a pri-
toria do fato quando essas questões tenham sido
são de qualquer pessoa e o local onde se encontra
decididas no juízo criminal.
à sua família ou à pessoa por ela indicada;
Art. 8. Faz coisa julgada em âmbito cível, as- III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24
sim como no administrativo-disciplinar, a sentença (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada
penal que reconhecer ter sido o ato praticado em pela autoridade, com o motivo da prisão e os no-
estado de necessidade, em legítima defesa, em es- mes do condutor e das testemunhas;
trito cumprimento de dever legal ou no exercício re-
gular de direito. IV - prolonga a execução de pena privativa de
liberdade, de prisão temporária, de prisão preven-
tiva, de medida de segurança ou de internação, dei-
xando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de

60
executar o alvará de soltura imediatamente após indevida revitimização, aplica-se a pena aumen-
recebido ou de promover a soltura do preso quando tada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº
esgotado o prazo judicial ou legal. 14.321, de 2022)
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, § 2º Se o agente público intimidar a vítima de
mediante violência, grave ameaça ou redução de crimes violentos, gerando indevida revitimização,
sua capacidade de resistência, a: aplica-se a pena em dobro. (Incluído pela Lei nº
14.321, de 2022)
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exi-
bido à curiosidade pública; Art. 16. Deixar de identificar-se ou identifi-
II - submeter-se a situação vexatória ou a cons- car-se falsamente ao preso por ocasião de sua cap-
trangimento não autorizado em lei; tura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção
ou prisão:
III - produzir prova contra si mesmo ou contra
terceiro: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa, sem prejuízo da pena cominada à violên- Parágrafo único. Incorre na mesma pena
cia. quem, como responsável por interrogatório em
sede de procedimento investigatório de infração
Art. 14. (VETADO). penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a
si mesmo falsa identidade, cargo ou função.
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça
de prisão, pessoa que, em razão de função, minis- Art. 17. (VETADO).
tério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório
resguardar sigilo:
policial durante o período de repouso noturno,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele,
e multa. Davi Ferreira dedevidamente
Araújo assistido, consentir em prestar decla-
daviferreira03a@gmail.com
rações:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
059.302.023-54
quem prossegue com o interrogatório: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
I - de pessoa que tenha decidido exercer o di- anos, e multa.
reito ao silêncio; ou Art. 19. Impedir ou retardar, injustificada-
II - de pessoa que tenha optado por ser assis- mente, o envio de pleito de preso à autoridade judi-
tida por advogado ou defensor público, sem a pre- ciária competente para a apreciação da legalidade
sença de seu patrono. de sua prisão ou das circunstâncias de sua custó-
Violência Institucional (Incluído pela Lei nº dia:
14.321, de 2022) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa.
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração pe-
nal ou a testemunha de crimes violentos a procedi- Parágrafo único. Incorre na mesma pena o ma-
mentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, gistrado que, ciente do impedimento ou da demora,
que a leve a reviver, sem estrita necessidade:(In- deixa de tomar as providências tendentes a saná-
cluído pela Lei nº 14.321, de 2022) lo ou, não sendo competente para decidir sobre a
prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judi-
I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei
ciária que o seja.
nº 14.321, de 2022)
II - outras situações potencialmente geradoras Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entre-
de sofrimento ou estigmatização: (Incluído pela Lei vista pessoal e reservada do preso com seu advo-
nº 14.321, de 2022) gado:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) anos, e multa.

§ 1º Se o agente público permitir que terceiro Parágrafo único. Incorre na mesma pena
intimide a vítima de crimes violentos, gerando quem impede o preso, o réu solto ou o investigado
de entrevistar-se pessoal e reservadamente com

61
seu advogado ou defensor, por prazo razoável, an- I - eximir-se de responsabilidade civil ou admi-
tes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado nistrativa por excesso praticado no curso de dili-
e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo gência;
no curso de interrogatório ou no caso de audiência II - omitir dados ou informações ou divulgar da-
realizada por videoconferência. dos ou informações incompletos para desviar o
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos curso da investigação, da diligência ou do pro-
na mesma cela ou espaço de confinamento: cesso.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, Art. 24. Constranger, sob violência ou grave
e multa. ameaça, funcionário ou empregado de instituição
Parágrafo único. Incorre na mesma pena hospitalar pública ou privada a admitir para trata-
quem mantém, na mesma cela, criança ou adoles- mento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o
cente na companhia de maior de idade ou em am- fim de alterar local ou momento de crime, prejudi-
biente inadequado, observado o disposto na Lei nº cando sua apuração:
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e do Adolescente). e multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocu- procedimento de investigação ou fiscalização, por
pante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele meio manifestamente ilícito:
permanecer nas mesmas condições, sem determi- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
nação judicial ou fora das condições estabelecidas e multa.
em lei:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, quem faz uso de prova, em desfavor do investigado
e multa. Davi Ferreira ou
defiscalizado,
Araújo com prévio conhecimento de sua ili-
daviferreira03a@gmail.com
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista citude.
no caput deste artigo, quem: 059.302.023-54
Art. 26. (VETADO).
I - coage alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar
dependências; procedimento investigatório de infração penal ou
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de
II – (VETADO)
qualquer indício da prática de crime, de ilícito funci-
III - cumpre mandado de busca e apreensão onal ou de infração administrativa:
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
das 5h (cinco horas).
anos, e multa.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para
Parágrafo único. Não há crime quando se tra-
prestar socorro, ou quando houver fundados indí-
tar de sindicância ou investigação preliminar sumá-
cios que indiquem a necessidade do ingresso em
ria, devidamente justificada.
razão de situação de flagrante delito ou de desas-
tre. Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gra-
vação sem relação com a prova que se pretenda
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de
produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou
diligência, de investigação ou de processo, o es-
ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acu-
tado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
sado:
eximir-se de responsabilidade ou de responsabili-
zar criminalmente alguém ou agravar-lhe a respon- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
sabilidade: e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, Art. 29. Prestar informação falsa sobre pro-
e multa. cedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
Parágrafo único. Incorre na mesma pena com o fim de prejudicar interesse de investigado:
quem pratica a conduta com o intuito de:

62
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
anos, e multa. e multa.
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução Art. 37. Demorar demasiada e injustificada-
penal, civil ou administrativa sem justa causa fun- mente no exame de processo de que tenha reque-
damentada ou contra quem sabe inocente: rido vista em órgão colegiado, com o intuito de pro-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, crastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a inves-
tigação, procrastinando-a em prejuízo do investi- Art. 38. Antecipar o responsável pelas inves-
gado ou fiscalizado: tigações, por meio de comunicação, inclusive rede
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
anos, e multa. apurações e formalizada a acusação:

Parágrafo único. Incorre na mesma pena Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
quem, inexistindo prazo para execução ou conclu- anos, e multa.
são de procedimento, o estende de forma imoti-
vada, procrastinando-o em prejuízo do investigado CAPÍTULO VII
ou do fiscalizado.
DO PROCEDIMENTO
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor
ou advogado acesso aos autos de investigação Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julga-
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito mento dos delitos previstos nesta Lei, no que cou-
ou a qualquer outro procedimento investigatório de ber, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
infração penal, civil ou administrativa, assim como
impedir a obtenção de cópias, ressalvado Davi Ferreira dede
o acesso
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e
Araújo
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
daviferreira03a@gmail.com
a peças relativas a diligências em curso, ou que in-
059.302.023-54
diquem a realização de diligências futuras, cujo si-
gilo seja imprescindível: Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350,
anos, e multa. ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal).
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento
de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decor-
fazer, sem expresso amparo legal: ridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação ofi-
cial.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem se utiliza de cargo ou função pública ou in-
voca a condição de agente público para se eximir
de obrigação legal ou para obter vantagem ou pri-
vilégio indevido.
Art. 34. (VETADO).
Art. 35. (VETADO). CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a in-
disponibilidade de ativos financeiros em quantia
que extrapole exacerbadamente o valor estimado Art. 1. O Sistema Nacional de Armas – Si-
para a satisfação da dívida da parte e, ante a de- narm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito
monstração, pela parte, da excessividade da me- da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o ter-
dida, deixar de corrigi-la: ritório nacional.

63
Art. 2. Ao Sinarm compete: Art. 3. É obrigatório o registro de arma de
I – identificar as características e a propriedade fogo no órgão competente.
de armas de fogo, mediante cadastro; Parágrafo único. As armas de fogo de uso res-
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, im- trito serão registradas no Comando do Exército, na
portadas e vendidas no País; forma do regulamento desta Lei.

III – cadastrar as autorizações de porte de Art. 4. Para adquirir arma de fogo de uso per-
arma de fogo e as renovações expedidas pela Po- mitido o interessado deverá, além de declarar a
lícia Federal; efetiva necessidade, atender aos seguintes requi-
sitos:
IV – cadastrar as transferências de proprie-
dade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências I - comprovação de idoneidade, com a apre-
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclu- sentação de certidões negativas de antecedentes
sive as decorrentes de fechamento de empresas de criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual,
segurança privada e de transporte de valores; Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a in-
quérito policial ou a processo criminal, que poderão
V – identificar as modificações que alterem as
ser fornecidas por meios eletrônicos;
características ou o funcionamento de arma de
fogo; II – apresentação de documento comprobató-
rio de ocupação lícita e de residência certa;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
existentes; III – comprovação de capacidade técnica e de
aptidão psicológica para o manuseio de arma de
VII – cadastrar as apreensões de armas de
fogo, atestadas na forma disposta no regulamento
fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos poli-
desta Lei.
ciais e judiciais;
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no
Davi Ferreira de
dearma
Araújo
de fogo após atendidos os requisitos ante-
País, bem como conceder licença para daviferreira03a@gmail.com
exercer a
riormente estabelecidos, em nome do requerente e
atividade; 059.302.023-54
para a arma indicada, sendo intransferível esta au-
IX – cadastrar mediante registro os produtores, torização.
atacadistas, varejistas, exportadores e importado-
§ 2o A aquisição de munição somente poderá
res autorizados de armas de fogo, acessórios e mu-
ser feita no calibre correspondente à arma regis-
nições;
trada e na quantidade estabelecida no regulamento
X – cadastrar a identificação do cano da arma, desta Lei.
as características das impressões de raiamento e
§ 3o A empresa que comercializar arma de
de microestriamento de projétil disparado, con-
fogo em território nacional é obrigada a comunicar
forme marcação e testes obrigatoriamente realiza-
a venda à autoridade competente, como também a
dos pelo fabricante;
manter banco de dados com todas as característi-
XI – informar às Secretarias de Segurança Pú- cas da arma e cópia dos documentos previstos
blica dos Estados e do Distrito Federal os registros neste artigo.
e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
§ 4o A empresa que comercializa armas de
pectivos territórios, bem como manter o cadastro
fogo, acessórios e munições responde legalmente
atualizado para consulta.
por essas mercadorias, ficando registradas como
Parágrafo único. As disposições deste artigo de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
não alcançam as armas de fogo das Forças Arma-
§ 5o A comercialização de armas de fogo,
das e Auxiliares, bem como as demais que cons-
acessórios e munições entre pessoas físicas so-
tem dos seus registros próprios.
mente será efetivada mediante autorização do Si-
narm.
CAPÍTULO II § 6o A expedição da autorização a que se re-
DO REGISTRO fere o § 1o será concedida, ou recusada com a de-
vida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias

64
úteis, a contar da data do requerimento do interes- I - emissão de certificado de registro provisório
sado. pela internet, com validade inicial de 90 (noventa)
§ 7o O registro precário a que se refere o § dias; e
o
4 prescinde do cumprimento dos requisitos dos in- II - revalidação pela unidade do Departamento
cisos I, II e III deste artigo. de Polícia Federal do certificado de registro provi-
§ 8o Estará dispensado das exigências cons- sório pelo prazo que estimar como necessário para
tantes do inciso III do caput deste artigo, na forma a emissão definitiva do certificado de registro de
do regulamento, o interessado em adquirir arma de propriedade.
fogo de uso permitido que comprove estar autori- § 5º Aos residentes em área rural, para os fins
zado a portar arma com as mesmas características do disposto no caput deste artigo, considera-se re-
daquela a ser adquirida. sidência ou domicílio toda a extensão do respectivo
imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)
Art. 5. O certificado de Registro de Arma de
Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo CAPÍTULO III
exclusivamente no interior de sua residência ou do-
DO PORTE
micílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou em- Art. 6. É proibido o porte de arma de fogo em
presa. todo o território nacional, salvo para os casos pre-
vistos em legislação própria e para:
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo
será expedido pela Polícia Federal e será prece- I – os integrantes das Forças Armadas;
dido de autorização do Sinarm. II – os integrantes de órgãos referidos nos inci-
o
§ 2 Os requisitos de que tratam os incisos I, II sos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Consti-
o Davi Ferreira detuição
AraújoFederal e os da Força Nacional de Segu-
e III do art. 4 deverão ser comprovados periodica-
daviferreira03a@gmail.com
rança Pública (FNSP);
mente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
059.302.023-54
conformidade do estabelecido no regulamento III – os integrantes das guardas municipais das
desta Lei, para a renovação do Certificado de Re- capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
gistro de Arma de Fogo. 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certi- estabelecidas no regulamento desta Lei;
ficados de registro de propriedade expedido por ór- IV - os integrantes das guardas municipais dos
gão estadual ou do Distrito Federal até a data da Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
publicação desta Lei que não optar pela entrega es- menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
pontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá re- quando em serviço;
nová-lo mediante o pertinente registro federal, até
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresenta- V – os agentes operacionais da Agência Brasi-
ção de documento de identificação pessoal e com- leira de Inteligência e os agentes do Departamento
provante de residência fixa, ficando dispensado do de Segurança do Gabinete de Segurança Instituci-
pagamento de taxas e do cumprimento das demais onal da Presidência da República; (Vide Decreto nº
exigências constantes dos incisos I a III do ca- 9.685, de 2019)
put do art. 4o desta Lei. VI – os integrantes dos órgãos policiais referi-
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no dos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
o
§ 3 deste artigo, o proprietário de arma de fogo po- Federal;
derá obter, no Departamento de Polícia Federal, VII – os integrantes do quadro efetivo dos
certificado de registro provisório, expedido na rede agentes e guardas prisionais, os integrantes das
mundial de computadores - internet, na forma do escoltas de presos e as guardas portuárias;
regulamento e obedecidos os procedimentos a se- VIII – as empresas de segurança privada e de
guir: transporte de valores constituídas, nos termos
desta Lei;

65
IX – para os integrantes das entidades de des- regulamento desta Lei, observada a supervisão do
porto legalmente constituídas, cujas atividades es- Ministério da Justiça.
portivas demandem o uso de armas de fogo, na § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das
forma do regulamento desta Lei, observando-se, no polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
que couber, a legislação ambiental. bem como os militares dos Estados e do Distrito
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do ficam dispensados do cumprimento do disposto
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tribu- nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
tário. regulamento desta Lei.
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos § 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores
no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depen-
Públicos da União e dos Estados, para uso exclu- der do emprego de arma de fogo para prover sua
sivo de servidores de seus quadros pessoais que subsistência alimentar familiar será concedido pela
efetivamente estejam no exercício de funções de Polícia Federal o porte de arma de fogo, na catego-
segurança, na forma de regulamento a ser emitido ria caçador para subsistência, de uma arma de uso
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
V e VI do caput deste artigo terão direito de portar a efetiva necessidade em requerimento ao qual de-
arma de fogo de propriedade particular ou forne- verão ser anexados os seguintes documentos:
cida pela respectiva corporação ou instituição, I - documento de identificação pessoal;
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento II - comprovante de residência em área rural; e
desta Lei, com validade em âmbito nacional para
aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. III - atestado de bons antecedentes.
Davi Ferreira de Araújo
§ 1º-B. Os integrantes do quadro daviferreira03a@gmail.com
efetivo de § 6o O caçador para subsistência que der ou-
agentes e guardas prisionais poderão portar arma tro uso à sua arma de fogo, independentemente de
059.302.023-54
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela outras tipificações penais, responderá, conforme o
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
de serviço, desde que estejam: fogo de uso permitido.
I - submetidos a regime de dedicação exclu- § 7o Aos integrantes das guardas municipais
siva; dos Municípios que integram regiões metropolita-
nas será autorizado porte de arma de fogo, quando
II - sujeitos à formação funcional, nos termos em serviço.
do regulamento; e
Art. 7. As armas de fogo utilizadas pelos em-
III - subordinados a mecanismos de fiscaliza-
ção e de controle interno. pregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei,
§ 1º-C. (VETADO). serão de propriedade, responsabilidade e guarda
o
§ 2 A autorização para o porte de arma de das respectivas empresas, somente podendo ser
fogo aos integrantes das instituições descritas nos utilizadas quando em serviço, devendo essas ob-
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está con- servar as condições de uso e de armazenagem es-
dicionada à comprovação do requisito a que se re- tabelecidas pelo órgão competente, sendo o certifi-
o
fere o inciso III do caput do art. 4 desta Lei nas cado de registro e a autorização de porte expedidos
condições estabelecidas no regulamento desta Lei. pela Polícia Federal em nome da empresa.
§ 3o A autorização para o porte de arma de § 1o O proprietário ou diretor responsável de
fogo das guardas municipais está condicionada à empresa de segurança privada e de transporte de
formação funcional de seus integrantes em estabe- valores responderá pelo crime previsto no pará-
lecimentos de ensino de atividade policial, à exis- grafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
tência de mecanismos de fiscalização e de controle demais sanções administrativas e civis, se deixar
interno, nas condições estabelecidas no de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas

66
de extravio de armas de fogo, acessórios e muni- guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas de-
ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 pois de ocorrido o fato.
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Art. 8. As armas de fogo utilizadas em entida-
§ 2o A empresa de segurança e de transporte des desportivas legalmente constituídas devem
de valores deverá apresentar documentação com- obedecer às condições de uso e de armazenagem
probatória do preenchimento dos requisitos cons- estabelecidas pelo órgão competente, respon-
tantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados dendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma
que portarão arma de fogo. pela sua guarda na forma do regulamento desta
§ 3o A listagem dos empregados das empresas Lei.
referidas neste artigo deverá ser atualizada semes- Art. 9. Compete ao Ministério da Justiça a au-
tralmente junto ao Sinarm.
torização do porte de arma para os responsáveis
Art. 7-A. As armas de fogo utilizadas pelos pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita
servidores das instituições descritas no inciso XI do ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército,
art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e nos termos do regulamento desta Lei, o registro e
guarda das respectivas instituições, somente po- a concessão de porte de trânsito de arma de fogo
dendo ser utilizadas quando em serviço, devendo para colecionadores, atiradores e caçadores e de
estas observar as condições de uso e de armaze- representantes estrangeiros em competição inter-
nagem estabelecidas pelo órgão competente, nacional oficial de tiro realizada no território nacio-
sendo o certificado de registro e a autorização de nal.
porte expedidos pela Polícia Federal em nome da Art. 10. A autorização para o porte de arma
instituição.
de fogo de uso permitido, em todo o território naci-
§ 1o A autorização para o porte de arma de onal, é de competência da Polícia Federal e so-
fogo de que trata este artigo independe do paga- mente será concedida após autorização do Sinarm.
mento de taxa. Davi Ferreira de Araújoo
§ 1 A autorização prevista neste artigo poderá
daviferreira03a@gmail.com
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Mi- ser concedida com eficácia temporária e territorial
059.302.023-54
nistério Público designará os servidores de seus limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
quadros pessoais no exercício de funções de segu- penderá de o requerente:
rança que poderão portar arma de fogo, respeitado
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por
o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do
exercício de atividade profissional de risco ou de
número de servidores que exerçam funções de se-
ameaça à sua integridade física;
gurança.
II – atender às exigências previstas no art.
§ 3o O porte de arma pelos servidores das ins-
4o desta Lei;
tituições de que trata este artigo fica condicionado
à apresentação de documentação comprobatória III – apresentar documentação de propriedade
do preenchimento dos requisitos constantes do art. de arma de fogo, bem como o seu devido registro
o
4 desta Lei, bem como à formação funcional em no órgão competente.
estabelecimentos de ensino de atividade policial e § 2o A autorização de porte de arma de fogo,
à existência de mecanismos de fiscalização e de prevista neste artigo, perderá automaticamente sua
controle interno, nas condições estabelecidas no eficácia caso o portador dela seja detido ou abor-
regulamento desta Lei. dado em estado de embriaguez ou sob efeito de
o
§ 4 A listagem dos servidores das instituições substâncias químicas ou alucinógenas.
de que trata este artigo deverá ser atualizada se- Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas,
mestralmente no Sinarm.
nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
§ 5o As instituições de que trata este artigo são prestação de serviços relativos:
obrigadas a registrar ocorrência policial e a comu-
I – ao registro de arma de fogo;
nicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de armas de fogo, II – à renovação de registro de arma de fogo;
acessórios e munições que estejam sob sua III – à expedição de segunda via de registro de
arma de fogo;

67
IV – à expedição de porte federal de arma de Omissão de cautela
fogo;
Art. 13. Deixar de observar as cautelas ne-
V – à renovação de porte de arma de fogo; cessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
VI – à expedição de segunda via de porte fe- anos ou pessoa portadora de deficiência mental se
deral de arma de fogo. apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade:
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao
custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois)
da Polícia Federal e do Comando do Exército, no anos, e multa.
âmbito de suas respectivas responsabilidades. Parágrafo único. Nas mesmas penas in-
o
§ 2 São isentas do pagamento das taxas pre- correm o proprietário ou diretor responsável de em-
vistas neste artigo as pessoas e as instituições a presa de segurança e transporte de valores que
que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. deixarem de registrar ocorrência policial e de comu-
6o desta Lei. nicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras
formas de extravio de arma de fogo, acessório ou
Art. 11-A. O Ministério da Justiça discipli- munição que estejam sob sua guarda, nas primei-
nará a forma e as condições do credenciamento de ras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o
profissionais pela Polícia Federal para comprova- fato.
ção da aptidão psicológica e da capacidade técnica
para o manuseio de arma de fogo. Porte ilegal de arma de fogo de uso permi-
tido
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o
valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, rece-
ao valor médio dos honorários profissionais para ber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
realização de avaliação psicológica constante do gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
item 1.16 da tabela do Conselho Federal deDavi Ferreira manter
Psico- de Araújosob guarda ou ocultar arma de fogo, aces-
logia. sório ou
daviferreira03a@gmail.com munição, de uso permitido, sem autoriza-
ção e em desacordo com determinação legal ou re-
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§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o
gulamentar:
valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro
não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acres- Para os Tribunais Superiores, o crime de porte de arma de
fogo consuma-se independentemente de estar a arma mu-
cido do custo da munição. niciada. Porém, segundo o STJ, se o laudo pericial reco-
§ 3o A cobrança de valores superiores aos pre- nhecer a ineficácia total da arma de fogo e das munições,
a conduta será atípica.
vistos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o des-
credenciamento do profissional pela Polícia Fede- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
ral. e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo
CAPÍTULO IV é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente.
DOS CRIMES E DAS PENAS
- Declarado INCOSTITUCIONAL.
ADI 3112 – Informativo 465 do STF Relativamente aos
Posse irregular de arma de fogo de uso per- parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 da Lei 10.826/2003,
mitido que proíbem o estabelecimento de fiança, respectiva-
mente, para os crimes de porte ilegal de arma de fogo de
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda uso permitido e de disparo de arma de fogo, considerou-se
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permi- desarrazoada a vedação, ao fundamento de que tais deli-
tos não poderiam ser equiparados a terrorismo, prática de
tido, em desacordo com determinação legal ou re-
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes ou crimes hediondos
gulamentar, no interior de sua residência ou depen- (CF, art. 5º, XLIII). Asseverou-se, ademais, cuidar-se, na
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, verdade, de crimes de mera conduta que, embora impli-
desde que seja o titular ou o responsável legal do quem redução no nível de segurança coletiva, não podem
ser igualados aos crimes que acarretam lesão ou ameaça
estabelecimento ou empresa: de lesão à vida ou à propriedade.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
multa.

68
Disparo de arma de fogo proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12
(doze) anos.
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar mu-
nição em lugar habitado ou em suas adjacências, Comércio ilegal de arma de fogo
em via pública ou em direção a ela, desde que essa Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
conduta não tenha como finalidade a prática de ou- conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, mon-
tro crime: tar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
e multa. alheio, no exercício de atividade comercial ou in-
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo dustrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
é inafiançável. autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso restrito Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
e multa.
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, forne-
Parágrafo único. Equipara-se à atividade co-
cer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, mercial ou industrial, para efeito deste artigo, qual-
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, em- quer forma de prestação de serviços, fabricação ou
pregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exer-
fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem au- cido em residência.
torização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar: § 1º Equipara-se à atividade comercial ou in-
dustrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e prestação de serviços, fabricação ou comércio irre-
multa. gular ou clandestino, inclusive o exercido em resi-
§1º Nas mesmas penas incorre quem: dência.(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Davi Ferreira de Araújo
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou
daviferreira03a@gmail.com
qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
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artefato; autorização ou em desacordo com a determinação
II – modificar as características de arma de legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de quando presentes elementos probatórios razoáveis
fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de difi- de conduta criminal preexistente.
cultar ou de qualquer modo induzir a erro autori- Tráfico internacional de arma de fogo
dade policial, perito ou juiz;
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a en-
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar ar- trada ou saída do território nacional, a qualquer tí-
tefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou tulo, de arma de fogo, acessório ou munição, sem
em desacordo com determinação legal ou regula- autorização da autoridade competente:
mentar;
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis)
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou for- anos, e multa.
necer arma de fogo com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, su- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
primido ou adulterado; vende ou entrega arma de fogo, acessório ou mu-
nição, em operação de importação, sem autoriza-
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que ção da autoridade competente, a agente policial
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição disfarçado, quando presentes elementos probató-
ou explosivo a criança ou adolescente; e rios razoáveis de conduta criminal preexistente.
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem auto- Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e
rização legal, ou adulterar, de qualquer forma, mu-
18, a pena é aumentada da metade se a arma de
nição ou explosivo.
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § ou restrito.
1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso

69
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, munição para o fim exclusivo de suprimento de
16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade suas atividades, mediante autorização concedida
se: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) nos termos definidos em regulamento.
I - forem praticados por integrante dos órgãos Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se
e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do
ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta-
II - o agente for reincidente específico em cri- ção, importação, desembaraço alfandegário e o co-
mes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964, mércio de armas de fogo e demais produtos con-
de 2019) trolados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caça-
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 dores.
e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após
- Declarado INCOSTITUCIONAL. ADI 3112-1 STF a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
autos, quando não mais interessarem à persecu-
ção penal serão encaminhadas pelo juiz compe-
CAPÍTULO V tente ao Comando do Exército, no prazo de até 48
DISPOSIÇÕES GERAIS (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação
aos órgãos de segurança pública ou às Forças Ar-
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá cele- madas, na forma do regulamento desta Lei. (Reda-
brar convênios com os Estados e o Distrito Federal ção dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
para o cumprimento do disposto nesta Lei. § 1o As armas de fogo encaminhadas ao Co-
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral mando do Exército que receberem parecer favorá-
vel à doação, obedecidos o padrão e a dotação de
bem como a definição das armas de fogo e demais
Davi Ferreira cada Força Armada ou órgão de segurança pú-
de Araújo
produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
blica, atendidos os critérios de prioridade estabele-
daviferreira03a@gmail.com
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão
cidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Co-
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disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo
mando do Exército, serão arroladas em relatório re-
Federal, mediante proposta do Comando do Exér-
servado trimestral a ser encaminhado àquelas ins-
cito.
tituições, abrindo-se lhes prazo para manifestação
§ 1o Todas as munições comercializadas no de interesse.
País deverão estar acondicionadas em embala-
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreen-
gens com sistema de código de barras, gravado na
didas em decorrência do tráfico de drogas de
caixa, visando possibilitar a identificação do fabri-
abuso, ou de qualquer forma utilizadas em ativida-
cante e do adquirente, entre outras informações de-
des ilícitas de produção ou comercialização de dro-
finidas pelo regulamento desta Lei.
gas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiri-
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, so- das com recursos provenientes do tráfico de drogas
mente serão expedidas autorizações de compra de de abuso, perdidas em favor da União e encami-
munição com identificação do lote e do adquirente nhadas para o Comando do Exército, devem ser,
no culote dos projéteis, na forma do regulamento após perícia ou vistoria que atestem seu bom es-
desta Lei. tado, destinadas com prioridade para os órgãos de
o
§ 3 As armas de fogo fabricadas a partir de 1 segurança pública e do sistema penitenciário da
(um) ano da data de publicação desta Lei conterão unidade da federação responsável pela apreen-
dispositivo intrínseco de segurança e de identifica- são. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regu- § 2o O Comando do Exército encaminhará a re-
lamento desta Lei, exclusive para os órgãos previs- lação das armas a serem doadas ao juiz compe-
tos no art. 6o. tente, que determinará o seu perdimento em favor
o
§ 4 As instituições de ensino policial e as da instituição beneficiada.
guardas municipais referidas nos incisos III e IV § 3o O transporte das armas de fogo doadas
o o
do caput do art. 6 desta Lei e no seu § 7 poderão será de responsabilidade da instituição
adquirir insumos e máquinas de recarga de

70
beneficiada, que procederá ao seu cadastramento Parágrafo único. Para fins do cumprimento do
no Sinarm ou no Sigma. disposto no caput deste artigo, o proprietário de
§ 4o (VETADO) arma de fogo poderá obter, no Departamento de
Polícia Federal, certificado de registro provisório,
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei.
para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma,
conforme se trate de arma de uso permitido ou de Art. 31. Os possuidores e proprietários de ar-
uso restrito, semestralmente, da relação de armas mas de fogo adquiridas regularmente poderão, a
acauteladas em juízo, mencionando suas caracte- qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, me-
rísticas e o local onde se encontram. diante recibo e indenização, nos termos do regula-
mento desta Lei.
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda,
a comercialização e a importação de brinquedos, Art. 32. Os possuidores e proprietários de
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com arma de fogo poderão entregá-la, espontanea-
estas se possam confundir. mente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-
fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fi-
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as
cando extinta a punibilidade de eventual posse ir-
réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao
regular da referida arma.
adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército. Art. 33. Será aplicada multa de R$
100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (tre-
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército au-
zentos mil reais), conforme especificar o regula-
torizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de
mento desta Lei:
fogo de uso restrito.
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não
ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que delibe-
se aplica às aquisições dos Comandos Militares.
radamente, por qualquer meio, faça, promova, faci-
Davi Ferreira de Araújo
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e lite ou permita o transporte de arma ou munição
daviferreira03a@gmail.com
cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os sem a devida autorização ou com inobservância
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integrantes das entidades constantes dos incisos I, das normas de segurança;
o
II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6 desta Lei. II – à empresa de produção ou comércio de ar-
Art. 29. As autorizações de porte de armas mamentos que realize publicidade para venda, es-
de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) timulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
dias após a publicação desta Lei. exceto nas publicações especializadas.

Parágrafo único. O detentor de autorização Art. 34. Os promotores de eventos em locais


com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias fechados, com aglomeração superior a 1000 (um
poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabili-
condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo dade, as providências necessárias para evitar o in-
de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem gresso de pessoas armadas, ressalvados os even-
ônus para o requerente. tos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constitui-
ção Federal.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de
arma de fogo de uso permitido ainda não registrada Parágrafo único. As empresas responsáveis
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de de- pela prestação dos serviços de transporte interna-
zembro de 2008, mediante apresentação de docu- cional e interestadual de passageiros adotarão as
mento de identificação pessoal e comprovante de providências necessárias para evitar o embarque
residência fixa, acompanhados de nota fiscal de de passageiros armados.
compra ou comprovação da origem lícita da posse, Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de
pelos meios de prova admitidos em direito, ou de- registros balísticos serão armazenados no Banco
claração firmada na qual constem as característi- Nacional de Perfis Balísticos.(Incluído pela Lei nº
cas da arma e a sua condição de proprietário, fi- 13.964, de 2019)
cando este dispensado do pagamento de taxas e
do cumprimento das demais exigências constantes § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem
dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. como objetivo cadastrar armas de fogo e

71
armazenar características de classe e individuali-
zadoras de projéteis e de estojos de munição de-
flagrados por arma de fogo. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
constituído pelos registros de elementos de muni-
ção deflagrados por armas de fogo relacionados a
crimes, para subsidiar ações destinadas às apura- Art. 1. Constitui crime de tortura:
ções criminais federais, estaduais e distritais. (In- I - constranger alguém com emprego de violên-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) cia ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento fí-
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será sico ou mental:
gerido pela unidade oficial de perícia criminal. (In- a) com o fim de obter informação, declaração
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional b) para provocar ação ou omissão de natureza
de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele criminosa;
que permitir ou promover sua utilização para fins
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão ju- c) em razão de discriminação racial ou religi-
dicial responderá civil, penal e administrativa- osa;
mente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder
§ 5º É vedada a comercialização, total ou par- ou autoridade, com emprego de violência ou grave
cial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Davi Ferreira de Araújo
Nacional de Perfis Balísticos serão regulamenta-
daviferreira03a@gmail.com
dos em ato do Poder Executivo federal. (Incluído § 1º Na mesma pena incorre quem submete
pela Lei nº 13.964, de 2019) 059.302.023-54
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prá-
tica de ato não previsto em lei ou não resultante de
CAPÍTULO VI medida legal.
DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 2º Aquele que se omite em face dessas con-
dutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
Art. 35. É proibida a comercialização de arma las, incorre na pena de detenção de um a quatro
de fogo e munição em todo o território nacional, anos.
salvo para as entidades previstas no art. 6o desta
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza
Lei.
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de qua-
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, de- tro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de
penderá de aprovação mediante referendo popular, oito a dezesseis anos.
a ser realizado em outubro de 2005.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um
§ 2o Em caso de aprovação do referendo po- terço:
pular, o disposto neste artigo entrará em vigor na
I - se o crime é cometido por agente público;
data de publicação de seu resultado pelo Tribunal
Superior Eleitoral. II - se o crime é cometido contra criança, ges-
tante, portador de deficiência, adolescente ou
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de maior de 60 (sessenta) anos;
fevereiro de 1997.
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de
§ 5º A condenação acarretará a perda do
sua publicação. cargo, função ou emprego público e a interdição
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da In- para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
dependência e 115o da República. aplicada.

72
Esse é um efeito extrapenal administrativo da condenação, Art. 3. A criança e o adolescente gozam de
que, segundo o STF e o STJ, decore automaticamente da
condenação todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insus- trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por
cetível de graça ou anistia. outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
O crime de tortura não é imprescritível, e, para o STF, o a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
condenado também não poderá ser beneficiado com in- mental, moral, espiritual e social, em condições de
dulto.
liberdade e de dignidade.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta
salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes,
pena em regime fechado. sem discriminação de nascimento, situação fami-
Cumpre salientar que o STJ, em julgado recente, afirmou liar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
não ser obrigatório que o condenado por crime de tortura crença, deficiência, condição pessoal de desenvol-
inicie o cumprimento da pena em regime fechado.
vimento e aprendizagem, condição econômica,
REsp 1.299.787-PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC ambiente social, região e local de moradia ou outra
286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou
Art. 2. O disposto nesta Lei aplica-se ainda a comunidade em que vivem.
quando o crime não tenha sido cometido em terri- Art. 4. É dever da família, da comunidade, da
tório nacional, sendo a vítima brasileira ou encon-
sociedade em geral e do poder público assegurar,
trando-se o agente em local sob jurisdição brasi-
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
leira.
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educa-
Art. 3. Esta Lei entra em vigor na data de sua ção, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
publicação. cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
Art. 4. Revoga-se o art. 233 da Lei Davi Ferreira deconvivência
nº 8.069, Araújo familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade com-
de 13 de julho de 1990 - Estatuto da daviferreira03a@gmail.com
Criança e do
Adolescente. preende:
059.302.023-54
a) primazia de receber proteção e socorro em
quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços
públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução
das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos
nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 5. Nenhuma criança ou adolescente será
objeto de qualquer forma de negligência, discrimi-
nação, exploração, violência, crueldade e opres-
Art. 1. Esta Lei dispõe sobre a proteção inte-
são, punido na forma da lei qualquer atentado, por
gral à criança e ao adolescente. ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Art. 2. Considera-se criança, para os efeitos Art. 6. Na interpretação desta Lei levar-se-ão
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incom- em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exi-
pletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito gências do bem comum, os direitos e deveres indi-
anos de idade. viduais e coletivos, e a condição peculiar da criança
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, e do adolescente como pessoas em desenvolvi-
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pes- mento.
soas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

73
TÍTULO II da possibilidade da execução de programas por en-
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO tidades não governamentais;
IV - interesse superior da criança e do adoles-
CAPÍTULO I cente: a intervenção deve atender prioritariamente
aos interesses e direitos da criança e do adoles-
DISPOSIÇÕES GERAIS
cente, sem prejuízo da consideração que for devida
a outros interesses legítimos no âmbito da plurali-
Art. 98. As medidas de proteção à criança e dade dos interesses presentes no caso concreto;
ao adolescente são aplicáveis sempre que os direi-
V - privacidade: a promoção dos direitos e pro-
tos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou vi-
teção da criança e do adolescente deve ser efetu-
olados:
ada no respeito pela intimidade, direito à imagem e
I - por ação ou omissão da sociedade ou do reserva da sua vida privada;
Estado;
VI - intervenção precoce: a intervenção das au-
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou res- toridades competentes deve ser efetuada logo que
ponsável; a situação de perigo seja conhecida;
III - em razão de sua conduta. VII - intervenção mínima: a intervenção deve
ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva
CAPÍTULO II promoção dos direitos e à proteção da criança e do
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE adolescente;
PROTEÇÃO VIII - proporcionalidade e atualidade: a inter-
venção deve ser a necessária e adequada à situa-
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo ção de perigo em que a criança ou o adolescente
poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,Davi Ferreira deencontram
se Araújo no momento em que a decisão é to-
bem como substituídas a qualquer tempo. daviferreira03a@gmail.com
mada;
059.302.023-54
Art. 100. Na aplicação das medidas levar- IX - responsabilidade parental: a intervenção
se-ão em conta as necessidades pedagógicas, pre- deve ser efetuada de modo que os pais assumam
ferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos os seus deveres para com a criança e o adoles-
vínculos familiares e comunitários. cente;

Parágrafo único. São também princípios que X - prevalência da família: na promoção de di-
regem a aplicação das medidas: reitos e na proteção da criança e do adolescente
deve ser dada prevalência às medidas que os man-
I - condição da criança e do adolescente como tenham ou reintegrem na sua família natural ou ex-
sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os tensa ou, se isso não for possível, que promovam
titulares dos direitos previstos nesta e em outras a sua integração em família adotiva;
Leis, bem como na Constituição Federal;
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e
II - proteção integral e prioritária: a interpreta- o adolescente, respeitado seu estágio de desenvol-
ção e aplicação de toda e qualquer norma contida vimento e capacidade de compreensão, seus pais
nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e pri- ou responsável devem ser informados dos seus di-
oritária dos direitos de que crianças e adolescentes reitos, dos motivos que determinaram a interven-
são titulares; ção e da forma como esta se processa;
III - responsabilidade primária e solidária do XII - oitiva obrigatória e participação: a criança
poder público: a plena efetivação dos direitos asse- e o adolescente, em separado ou na companhia
gurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e dos pais, de responsável ou de pessoa por si indi-
pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta cada, bem como os seus pais ou responsável, têm
expressamente ressalvados, é de responsabilidade direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na
primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, definição da medida de promoção dos direitos e de
sem prejuízo da municipalização do atendimento e proteção, sendo sua opinião devidamente

74
considerada pela autoridade judiciária competente, Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária,
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
desta Lei. I - sua identificação e a qualificação completa
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses de seus pais ou de seu responsável, se conheci-
previstas no art. 98, a autoridade competente po- dos;
derá determinar, dentre outras, as seguintes medi- II - o endereço de residência dos pais ou do
das: responsável, com pontos de referência;
I - encaminhamento aos pais ou responsável, III - os nomes de parentes ou de terceiros inte-
mediante termo de responsabilidade; ressados em tê-los sob sua guarda;
II - orientação, apoio e acompanhamento tem- IV - os motivos da retirada ou da não reintegra-
porários; ção ao convívio familiar.
III - matrícula e frequência obrigatórias em es- § 4 o Imediatamente após o acolhimento da cri-
tabelecimento oficial de ensino fundamental; ança ou do adolescente, a entidade responsável
IV - inclusão em serviços e programas oficiais pelo programa de acolhimento institucional ou fami-
ou comunitários de proteção, apoio e promoção da liar elaborará um plano individual de atendimento,
família, da criança e do adolescente; visando à reintegração familiar, ressalvada a exis-
tência de ordem escrita e fundamentada em con-
V - requisição de tratamento médico, psicoló- trário de autoridade judiciária competente, caso em
gico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou am- que também deverá contemplar sua colocação em
bulatorial; família substituta, observadas as regras e princí-
VI - inclusão em programa oficial ou comunitá- pios desta Lei.
rio de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras § 5 o O plano individual será elaborado sob a
e toxicômanos;
Davi Ferreira deresponsabilidade
Araújo da equipe técnica do respectivo
VII - acolhimento institucional; daviferreira03a@gmail.com
programa de atendimento e levará em considera-
VIII - inclusão em programa de acolhimento fa- ção a opinião da criança ou do adolescente e a oi-
059.302.023-54
miliar; tiva dos pais ou do responsável.

IX - colocação em família substituta. § 6 o Constarão do plano individual, dentre ou-


tros:
§ 1 o O acolhimento institucional e o acolhi-
mento familiar são medidas provisórias e excepcio- I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
nais, utilizáveis como forma de transição para rein- II - os compromissos assumidos pelos pais ou
tegração familiar ou, não sendo esta possível, para responsável; e
colocação em família substituta, não implicando pri- III - a previsão das atividades a serem desen-
vação de liberdade. volvidas com a criança ou com o adolescente aco-
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas lhido e seus pais ou responsável, com vista na rein-
emergenciais para proteção de vítimas de violência tegração familiar ou, caso seja esta vedada por ex-
ou abuso sexual e das providências a que alude o pressa e fundamentada determinação judicial, as
art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou providências a serem tomadas para sua colocação
adolescente do convívio familiar é de competência em família substituta, sob direta supervisão da au-
exclusiva da autoridade judiciária e importará na toridade judiciária.
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de § 7 o O acolhimento familiar ou institucional
quem tenha legítimo interesse, de procedimento ju- ocorrerá no local mais próximo à residência dos
dicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou pais ou do responsável e, como parte do processo
ao responsável legal o exercício do contraditório e de reintegração familiar, sempre que identificada a
da ampla defesa. necessidade, a família de origem será incluída em
§ 3 o Crianças e adolescentes somente pode- programas oficiais de orientação, de apoio e de
rão ser encaminhados às instituições que execu- promoção social, sendo facilitado e estimulado o
tam programas de acolhimento institucional, gover- contato com a criança ou com o adolescente aco-
namentais ou não, por meio de uma Guia de lhido.

75
§ 8 o Verificada a possibilidade de reintegração § 2º Os registros e certidões necessários à re-
familiar, o responsável pelo programa de acolhi- gularização de que trata este artigo são isentos de
mento familiar ou institucional fará imediata comu- multas, custas e emolumentos, gozando de abso-
nicação à autoridade judiciária, que dará vista ao luta prioridade.
Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, de- § 3 o Caso ainda não definida a paternidade,
cidindo em igual prazo. será deflagrado procedimento específico desti-
§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade nado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei
de reintegração da criança ou do adolescente à fa- n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992.
mília de origem, após seu encaminhamento a pro- § 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste ar-
gramas oficiais ou comunitários de orientação, tigo, é dispensável o ajuizamento de ação de inves-
apoio e promoção social, será enviado relatório fun- tigação de paternidade pelo Ministério Público se,
damentado ao Ministério Público, no qual conste a após o não comparecimento ou a recusa do su-
descrição pormenorizada das providências toma- posto pai em assumir a paternidade a ele atribuída,
das e a expressa recomendação, subscrita pelos a criança for encaminhada para adoção.
técnicos da entidade ou responsáveis pela execu-
ção da política municipal de garantia do direito à § 5 o Os registros e certidões necessários à in-
convivência familiar, para a destituição do poder fa- clusão, a qualquer tempo, do nome do pai no as-
miliar, ou destituição de tutela ou guarda. sento de nascimento são isentos de multas, custas
e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público
terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso § 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a aver-
com a ação de destituição do poder familiar, salvo bação requerida do reconhecimento de paterni-
se entender necessária a realização de estudos dade no assento de nascimento e a certidão cor-
complementares ou de outras providências indis- respondente.
pensáveis ao ajuizamento da demanda.
Davi Ferreira de Araújo
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada TÍTULO III
daviferreira03a@gmail.com
comarca ou foro regional, um cadastro contendo in-
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
059.302.023-54
formações atualizadas sobre as crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento familiar e institu-
cional sob sua responsabilidade, com informações CAPÍTULO I
pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada DISPOSIÇÕES GERAIS
um, bem como as providências tomadas para sua
reintegração familiar ou colocação em família subs- Art. 103. Considera-se ato infracional a con-
tituta, em qualquer das modalidades previstas no duta descrita como crime ou contravenção penal.
art. 28 desta Lei.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério
Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da As- menores de dezoito anos, sujeitos às medidas pre-
vistas nesta Lei.
sistência Social e os Conselhos Municipais dos Di-
reitos da Criança e do Adolescente e da Assistên- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei,
cia Social, aos quais incumbe deliberar sobre a im- deve ser considerada a idade do adolescente à
plementação de políticas públicas que permitam re- data do fato.
duzir o número de crianças e adolescentes afasta-
Art. 105. Ao ato infracional praticado por cri-
dos do convívio familiar e abreviar o período de per-
ança corresponderão as medidas previstas no art.
manência em programa de acolhimento.
101.
Art. 102. As medidas de proteção de que
trata este Capítulo serão acompanhadas da regu- CAPÍTULO II
larização do registro civil. DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
§ 1º Verificada a inexistência de registro ante-
rior, o assento de nascimento da criança ou adoles- Art. 106. Nenhum adolescente será privado
cente será feito à vista dos elementos disponíveis, de sua liberdade senão em flagrante de ato
mediante requisição da autoridade judiciária.

76
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da VI - direito de solicitar a presença de seus pais
autoridade judiciária competente. ou responsável em qualquer fase do procedimento.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à Capítulo IV
identificação dos responsáveis pela sua apreen- Das Medidas Socioeducativas
são, devendo ser informado acerca de seus direi-
tos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adoles- SEÇÃO I
cente e o local onde se encontra recolhido serão DISPOSIÇÕES GERAIS
incontinenti comunicados à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa Art. 112. Verificada a prática de ato infracio-
por ele indicada. nal, a autoridade competente poderá aplicar ao
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e adolescente as seguintes medidas:
sob pena de responsabilidade, a possibilidade de I - advertência;
liberação imediata.
II - obrigação de reparar o dano;
Art. 108. A internação, antes da sentença,
III - prestação de serviços à comunidade;
pode ser determinada pelo prazo máximo de qua-
renta e cinco dias. IV - liberdade assistida;
Parágrafo único. A decisão deverá ser funda- V - inserção em regime de semiliberdade;
mentada e basear-se em indícios suficientes de au- VI - internação em estabelecimento educacio-
toria e materialidade, demonstrada a necessidade nal;
imperiosa da medida.
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I
Art. 109. O adolescente civilmente identifi- a VI.
cado não será submetido a identificaçãoDavi Ferreira de Araújo
compulsó- § 1º A medida aplicada ao adolescente levará
daviferreira03a@gmail.com
ria pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, em
059.302.023-54 conta a sua capacidade de cumpri-la, as cir-
salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida cunstâncias e a gravidade da infração.
fundada.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum,
será admitida a prestação de trabalho forçado.
CAPÍTULO III
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS deficiência mental receberão tratamento individual
e especializado, em local adequado às suas condi-
Art. 110. Nenhum adolescente será privado ções.
de sua liberdade sem o devido processo legal. Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, nos arts. 99 e 100.
entre outras, as seguintes garantias: Art. 114. A imposição das medidas previstas
I - pleno e formal conhecimento da atribuição nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existên-
de ato infracional, mediante citação ou meio equi- cia de provas suficientes da autoria e da materiali-
valente; dade da infração, ressalvada a hipótese de remis-
são, nos termos do art. 127.
II - igualdade na relação processual, podendo
confrontar-se com vítimas e testemunhas e produ- Parágrafo único. A advertência poderá ser apli-
zir todas as provas necessárias à sua defesa; cada sempre que houver prova da materialidade e
indícios suficientes da autoria.
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
necessitados, na forma da lei; SEÇÃO II
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela au- DA ADVERTÊNCIA
toridade competente;

77
Art. 115. A advertência consistirá em admo- § 2º A liberdade assistida será fixada pelo
estação verbal, que será reduzida a termo e assi- prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer
nada. tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por
outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Pú-
blico e o defensor.
SEÇÃO III Art. 119. Incumbe ao orientador, com o
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO apoio e a supervisão da autoridade competente, a
realização dos seguintes encargos, entre outros:
Art. 116. Em se tratando de ato infracional I - promover socialmente o adolescente e sua
com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá de- família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os,
terminar, se for o caso, que o adolescente restitua se necessário, em programa oficial ou comunitário
a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por de auxílio e assistência social;
outra forma, compense o prejuízo da vítima.
II - supervisionar a frequência e o aproveita-
Parágrafo único. Havendo manifesta impossi- mento escolar do adolescente, promovendo, inclu-
bilidade, a medida poderá ser substituída por outra sive, sua matrícula;
adequada.
III - diligenciar no sentido da profissionalização
do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
SEÇÃO IV
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À IV - apresentar relatório do caso.
COMUNIDADE
SEÇÃO VI
Art. 117. A prestação de serviços comunitá- DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE
Davi Ferreira
rios consiste na realização de tarefas gratuitas de de Araújo
daviferreira03a@gmail.com
interesse geral, por período não excedente a seis
059.302.023-54 Art. 120. O regime de semiliberdade pode
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, ser determinado desde o início, ou como forma de
bem como em programas comunitários ou gover- transição para o meio aberto, possibilitada a reali-
namentais. zação de atividades externas, independentemente
de autorização judicial.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas
conforme as aptidões do adolescente, devendo ser § 1º São obrigatórias a escolarização e a pro-
cumpridas durante jornada máxima de oito horas fissionalização, devendo, sempre que possível, ser
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou utilizados os recursos existentes na comunidade.
em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequên- § 2º A medida não comporta prazo determi-
cia à escola ou à jornada normal de trabalho. nado aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.

SEÇÃO V
DA LIBERDADE ASSISTIDA SEÇÃO VII
DA INTERNAÇÃO

Art. 118. A liberdade assistida será adotada


Art. 121. A internação constitui medida pri-
sempre que se afigurar a medida mais adequada
vativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevi-
para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o ado-
lescente. dade, excepcionalidade e respeito à condição pe-
culiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada
§ 1º Será permitida a realização de atividades
para acompanhar o caso, a qual poderá ser reco-
mendada por entidade ou programa de atendi- externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
mento.

78
§ 2º A medida não comporta prazo determi- III - avistar-se reservadamente com seu defen-
nado, devendo sua manutenção ser reavaliada, sor;
mediante decisão fundamentada, no máximo a IV - ser informado de sua situação processual,
cada seis meses. sempre que solicitada;
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo V - ser tratado com respeito e dignidade;
de internação excederá a três anos.
VI - permanecer internado na mesma locali-
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo dade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus
anterior, o adolescente deverá ser liberado, colo- pais ou responsável;
cado em regime de semi-liberdade ou de liberdade
assistida. VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e VIII - corresponder-se com seus familiares e
um anos de idade. amigos;
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação IX - ter acesso aos objetos necessários à higi-
será precedida de autorização judicial, ouvido o Mi- ene e asseio pessoal;
nistério Público. X - habitar alojamento em condições adequa-
o
§ 7 A determinação judicial mencionada no § das de higiene e salubridade;
o
1 poderá ser revista a qualquer tempo pela autori- XI - receber escolarização e profissionalização;
dade judiciária.
XII - realizar atividades culturais, esportivas e
Art. 122. A medida de internação só poderá de lazer:
ser aplicada quando: XIII - ter acesso aos meios de comunicação so-
I - tratar-se de ato infracional cometido medi- cial;
ante grave ameaça ou violência a pessoa; XIV - receber assistência religiosa, segundo a
Davi Ferreira de Araújo
sua crença, e desde que assim o deseje;
II - por reiteração no cometimentodaviferreira03a@gmail.com
de outras in-
frações graves; 059.302.023-54 XV - manter a posse de seus objetos pessoais
III - por descumprimento reiterado e injustificá- e dispor de local seguro para guardá-los, rece-
vel da medida anteriormente imposta. bendo comprovante daqueles porventura deposita-
dos em poder da entidade;
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do in-
ciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 XVI - receber, quando de sua desinternação,
(três) meses, devendo ser decretada judicialmente os documentos pessoais indispensáveis à vida em
após o devido processo legal. sociedade.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a in- § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabili-
ternação, havendo outra medida adequada. dade.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida § 2º A autoridade judiciária poderá suspender
em entidade exclusiva para adolescentes, em local temporariamente a visita, inclusive de pais ou res-
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida ri- ponsável, se existirem motivos sérios e fundados
gorosa separação por critérios de idade, complei- de sua prejudicialidade aos interesses do adoles-
ção física e gravidade da infração. cente.

Parágrafo único. Durante o período de interna- Art. 125. É dever do Estado zelar pela inte-
ção, inclusive provisória, serão obrigatórias ativida- gridade física e mental dos internos, cabendo-lhe
des pedagógicas. adotar as medidas adequadas de contenção e se-
gurança.
Art. 124. São direitos do adolescente pri-
vado de liberdade, entre outros, os seguintes:
CAPÍTULO V
I - entrevistar-se pessoalmente com o repre-
sentante do Ministério Público; DA REMISSÃO

II - peticionar diretamente a qualquer autori-


dade;

79
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento VIII - perda da guarda;
judicial para apuração de ato infracional, o repre- IX - destituição da tutela;
sentante do Ministério Público poderá conceder a
X - suspensão ou destituição do poder familiar.
remissão, como forma de exclusão do processo,
atendendo às circunstâncias e consequências do Parágrafo único. Na aplicação das medidas
fato, ao contexto social, bem como à personalidade previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-
do adolescente e sua maior ou menor participação se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
no ato infracional. Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tra-
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a tos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais
concessão da remissão pela autoridade judiciária ou responsável, a autoridade judiciária poderá de-
importará na suspensão ou extinção do processo. terminar, como medida cautelar, o afastamento do
Art. 127. A remissão não implica necessari- agressor da moradia comum.
amente o reconhecimento ou comprovação da res- Parágrafo único. Da medida cautelar constará,
ponsabilidade, nem prevalece para efeito de ante- ainda, a fixação provisória dos alimentos de que
cedentes, podendo incluir eventualmente a aplica- necessitem a criança ou o adolescente dependen-
ção de qualquer das medidas previstas em lei, ex- tes do agressor.
ceto a colocação em regime de semiliberdade e a
internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da re-
missão poderá ser revista judicialmente, a qualquer
tempo, mediante pedido expresso do adolescente
ou de seu representante legal, ou do Ministério Pú-
blico.
Davi Ferreira de Araújo TÍTULO I
daviferreira03a@gmail.com
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
TÍTULO IV 059.302.023-54
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS
Art. 1. Esta Lei cria mecanismos para coibir e
OU RESPONSÁVEL
prevenir a violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Consti-
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais tuição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
ou responsável: de Todas as Formas de Violência contra a Mulher,
I - encaminhamento a serviços e programas da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
oficiais ou comunitários de proteção, apoio e pro- e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros
moção da família; tratados internacionais ratificados pela República
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Ju-
II - inclusão em programa oficial ou comunitário izados de Violência Doméstica e Familiar contra a
de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e Mulher; e estabelece medidas de assistência e pro-
toxicômanos; teção às mulheres em situação de violência domés-
III - encaminhamento a tratamento psicológico tica e familiar.
ou psiquiátrico;
Art. 2. Toda mulher, independentemente de
IV - encaminhamento a cursos ou programas classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cul-
de orientação; tura, nível educacional, idade e religião, goza dos
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
acompanhar sua frequência e aproveitamento es- sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facili-
colar; dades para viver sem violência, preservar sua sa-
úde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
VI - obrigação de encaminhar a criança ou ado-
intelectual e social.
lescente a tratamento especializado;
VII - advertência; Art. 3. Serão asseguradas às mulheres as
condições para o exercício efetivo dos direitos à

80
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à edu- Maria da Penha, não se exige a coabitação entre autor e
vítima. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 22/11/2017.
cação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liber- ------------------------------------------------------------------------------
dade, à dignidade, ao respeito e à convivência fa- DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. APLICAÇÃO
miliar e comunitária. DA LEI MARIA DA PENHA NA RELAÇÃO ENTRE MÃE E
FILHA. É possível a incidência da Lei 11.340/2006 (Lei Ma-
§ 1º O poder público desenvolverá políticas ria da Penha) nas relações entre mãe e filha. Isso porque,
que visem garantir os direitos humanos das mulhe- de acordo com o art. 5º, III, da Lei 11.340/2006, configura
violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer
res no âmbito das relações domésticas e familiares ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
no sentido de resguardá-las de toda forma de ne- lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral
gligência, discriminação, exploração, violência, cru- ou patrimonial em qualquer relação íntima de afeto, na qual
o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, in-
eldade e opressão. dependentemente de coabitação. Da análise do dispositivo
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder citado, infere-se que o objeto de tutela da Lei é a mulher
em situação de vulnerabilidade, não só em relação ao côn-
público criar as condições necessárias para o efe- juge ou companheiro, mas também qualquer outro familiar
tivo exercício dos direitos enunciados no caput. ou pessoa que conviva com a vítima, independentemente
do gênero do agressor. Nessa mesma linha, entende a ju-
Art. 4. Na interpretação desta Lei, serão con- risprudência do STJ que o sujeito ativo do crime pode ser
siderados os fins sociais a que ela se destina e, es- tanto o homem como a mulher, desde que esteja presente
o estado de vulnerabilidade caracterizado por uma relação
pecialmente, as condições peculiares das mulhe- de poder e submissão. HC 175.816-RS, Quinta Turma,
res em situação de violência doméstica e familiar. DJe, 28/6/2013; HC 250.435-RJ, Quinta Turma, DJe
27/9/2013. HC 277.561-AL, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado
em 6/11/2014.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR Art. 6. A violência doméstica e familiar contra
a mulher constitui uma das formas de violação dos
CONTRA A MULHER
direitos humanos.
Davi Ferreira de Araújo
CAPÍTULO I daviferreira03a@gmail.com
059.302.023-54 CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
Art. 5. Para os efeitos desta Lei, configura vi-
olência doméstica e familiar contra a mulher qual- MULHER
quer ação ou omissão baseada no gênero que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi- Art. 7. São formas de violência doméstica e
cológico e dano moral ou patrimonial: familiar contra a mulher, entre outras:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreen- I - a violência física, entendida como qualquer
dida como o espaço de convívio permanente de conduta que ofenda sua integridade ou saúde cor-
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as poral;
esporadicamente agregadas;
II - a violência psicológica, entendida como
II - no âmbito da família, compreendida como a qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
comunidade formada por indivíduos que são ou se diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
consideram aparentados, unidos por laços natu- perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise de-
rais, por afinidade ou por vontade expressa; gradar ou controlar suas ações, comportamentos,
III - em qualquer relação íntima de afeto, na crenças e decisões, mediante ameaça, constrangi-
qual o agressor conviva ou tenha convivido com a mento, humilhação, manipulação, isolamento, vigi-
ofendida, independentemente de coabitação. lância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, violação de sua intimidade, ridiculari-
Parágrafo único. As relações pessoais enunci- zação, exploração e limitação do direito de ir e vir
adas neste artigo independem de orientação se- ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
xual. saúde psicológica e à autodeterminação;
STJ: Súmula 600 - Para configuração da violência domés- III - a violência sexual, entendida como qual-
tica e familiar prevista no artigo 5º da Lei 11.340/2006, Lei
quer conduta que a constranja a presenciar, a

81
manter ou a participar de relação sexual não dese- família, de forma a coibir os papéis estereotipados
jada, mediante intimidação, ameaça, coação ou que legitimem ou exacerbem a violência doméstica
uso da força; que a induza a comercializar ou a uti- e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso
lizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a III do art. 1º , no inciso IV do art. 3º e no inciso IV
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou do art. 221 da Constituição Federal ;
que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou IV - a implementação de atendimento policial
à prostituição, mediante coação, chantagem, su- especializado para as mulheres, em particular nas
borno ou manipulação; ou que limite ou anule o Delegacias de Atendimento à Mulher;
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
V - a promoção e a realização de campanhas
IV - a violência patrimonial, entendida como educativas de prevenção da violência doméstica e
qualquer conduta que configure retenção, subtra- familiar contra a mulher, voltadas ao público esco-
ção, destruição parcial ou total de seus objetos, ins- lar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e
trumentos de trabalho, documentos pessoais, dos instrumentos de proteção aos direitos humanos
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, das mulheres;
incluindo os destinados a satisfazer suas necessi-
dades; VI - a celebração de convênios, protocolos,
ajustes, termos ou outros instrumentos de promo-
V - a violência moral, entendida como qualquer ção de parceria entre órgãos governamentais ou
conduta que configure calúnia, difamação ou injú- entre estes e entidades não-governamentais, tendo
ria. por objetivo a implementação de programas de er-
radicação da violência doméstica e familiar contra
TÍTULO III a mulher;
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM VII - a capacitação permanente das Polícias
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de
FAMILIAR Davi Ferreira Bombeiros
de Araújo e dos profissionais pertencentes aos ór-
gãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às
daviferreira03a@gmail.com
questões de gênero e de raça ou etnia;
059.302.023-54
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE VIII - a promoção de programas educacionais
que disseminem valores éticos de irrestrito respeito
PREVENÇÃO
à dignidade da pessoa humana com a perspectiva
de gênero e de raça ou etnia;
Art. 8. A política pública que visa coibir a vio-
IX - o destaque, nos currículos escolares de to-
lência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á dos os níveis de ensino, para os conteúdos relati-
por meio de um conjunto articulado de ações da vos aos direitos humanos, à equidade de gênero e
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- de raça ou etnia e ao problema da violência domés-
nicípios e de ações não-governamentais, tendo por tica e familiar contra a mulher.
diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciá-
CAPÍTULO II
rio, do Ministério Público e da Defensoria Pública
com as áreas de segurança pública, assistência so- DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM
cial, saúde, educação, trabalho e habitação; SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
II - a promoção de estudos e pesquisas, esta- FAMILIAR
tísticas e outras informações relevantes, com a
perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concer- Art. 9. A assistência à mulher em situação de
nentes às causas, às consequências e à frequência violência doméstica e familiar será prestada de
da violência doméstica e familiar contra a mulher, forma articulada e conforme os princípios e as dire-
para a sistematização de dados, a serem unifica- trizes previstos na Lei Orgânica da Assistência So-
dos nacionalmente, e a avaliação periódica dos re- cial, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único
sultados das medidas adotadas; de Segurança Pública, entre outras normas e polí-
III - o respeito, nos meios de comunicação so- ticas públicas de proteção, e emergencialmente
cial, dos valores éticos e sociais da pessoa e da quando for o caso.

82
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a in- ensejar possibilidade de substituição da pena apli-
clusão da mulher em situação de violência domés- cada. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)
tica e familiar no cadastro de programas assisten- § 7º A mulher em situação de violência domés-
ciais do governo federal, estadual e municipal. tica e familiar tem prioridade para matricular seus
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de dependentes em instituição de educação básica
violência doméstica e familiar, para preservar sua mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para
integridade física e psicológica: essa instituição, mediante a apresentação dos do-
I - acesso prioritário à remoção quando servi- cumentos comprobatórios do registro da ocorrência
dora pública, integrante da administração direta ou policial ou do processo de violência doméstica e fa-
indireta; miliar em curso.(Incluído pela Lei nº 13.882, de
2019)
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando
necessário o afastamento do local de trabalho, por § 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de
até seis meses. seus dependentes matriculados ou transferidos
conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o
III - encaminhamento à assistência judiciária, acesso às informações será reservado ao juiz, ao
quando for o caso, inclusive para eventual ajuiza- Ministério Público e aos órgãos competentes do po-
mento da ação de separação judicial, de divórcio, der público. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
de anulação de casamento ou de dissolução de
união estável perante o juízo competente. (Incluído
pela Lei nº 13.894, de 2019) CAPÍTULO III
§ 3º A assistência à mulher em situação de vi- DO ATENDIMENTO PELA
olência doméstica e familiar compreenderá o AUTORIDADE POLICIAL
acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvi-
mento científico e tecnológico, incluindo os serviços
Davi Ferreira
de contracepção de emergência, a profilaxia das Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prá-
de Araújo
tica de
daviferreira03a@gmail.com
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da violência doméstica e familiar contra a mu-
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e lher, a autoridade policial que tomar conhecimento
059.302.023-54
outros procedimentos médicos necessários e cabí- da ocorrência adotará, de imediato, as providências
veis nos casos de violência sexual. legais cabíveis.
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput
lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano deste artigo ao descumprimento de medida prote-
moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a res- tiva de urgência deferida.
sarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir Art. 10-A. É direito da mulher em situação de
ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com violência doméstica e familiar o atendimento poli-
a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de cial e pericial especializado, ininterrupto e prestado
saúde prestados para o total tratamento das víti- por servidores - preferencialmente do sexo femi-
mas em situação de violência doméstica e familiar, nino - previamente capacitados.
recolhidos os recursos assim arrecadados ao
Fundo de Saúde do ente federado responsável pe- § 1º A inquirição de mulher em situação de vi-
las unidades de saúde que prestarem os servi- olência doméstica e familiar ou de testemunha de
ços. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) violência doméstica, quando se tratar de crime con-
tra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados
ao uso em caso de perigo iminente e disponibiliza- I - salvaguarda da integridade física, psíquica
dos para o monitoramento das vítimas de violência e emocional da depoente, considerada a sua con-
doméstica ou familiar amparadas por medidas pro- dição peculiar de pessoa em situação de violência
tetivas terão seus custos ressarcidos pelo agres- doméstica e familiar;
sor.(Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e mulher em situação de violência doméstica e fami-
5º deste artigo não poderá importar ônus de qual- liar, familiares e testemunhas terão contato direto
quer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus com investigados ou suspeitos e pessoas a eles re-
dependentes, nem configurar atenuante ou lacionadas;

83
III - não revitimização da depoente, evitando I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrên-
sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âm- cia e tomar a representação a termo, se apresen-
bitos criminal, cível e administrativo, bem como tada;
questionamentos sobre a vida privada. II - colher todas as provas que servirem para o
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
violência doméstica e familiar ou de testemunha de III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito)
delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferen- horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da
cialmente, o seguinte procedimento: ofendida, para a concessão de medidas protetivas
I - a inquirição será feita em recinto especial- de urgência;
mente projetado para esse fim, o qual conterá os IV - determinar que se proceda ao exame de
equipamentos próprios e adequados à idade da corpo de delito da ofendida e requisitar outros exa-
mulher em situação de violência doméstica e fami- mes periciais necessários;
liar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da vio-
lência sofrida; V - ouvir o agressor e as testemunhas;
II - quando for o caso, a inquirição será inter- VI - ordenar a identificação do agressor e fazer
mediada por profissional especializado em violên- juntar aos autos sua folha de antecedentes crimi-
cia doméstica e familiar designado pela autoridade nais, indicando a existência de mandado de prisão
judiciária ou policial; ou registro de outras ocorrências policiais contra
ele;
III - o depoimento será registrado em meio ele-
trônico ou magnético, devendo a degravação e a VI-A - verificar se o agressor possui registro de
mídia integrar o inquérito. porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de
existência, juntar aos autos essa informação, bem
Art. 11. No atendimento à mulher em situa- como notificar a ocorrência à instituição responsá-
ção de violência doméstica e familiar, a autoridade
Davi Ferreira vel
de pela
Araújo concessão do registro ou da emissão do
policial deverá, entre outras providências: porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de de-
daviferreira03a@gmail.com
I - garantir proteção policial, quando necessá- zembro
059.302.023-54 de 2003 (Estatuto do Desarmamento); (In-
rio, comunicando de imediato ao Ministério Público cluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
e ao Poder Judiciário; VII - remeter, no prazo legal, os autos do in-
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto quérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
de saúde e ao Instituto Médico Legal; § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo
III - fornecer transporte para a ofendida e seus pela autoridade policial e deverá conter:
dependentes para abrigo ou local seguro, quando I - qualificação da ofendida e do agressor;
houver risco de vida;
II - nome e idade dos dependentes;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida
III - descrição sucinta do fato e das medidas
para assegurar a retirada de seus pertences do lo-
protetivas solicitadas pela ofendida.
cal da ocorrência ou do domicílio familiar;
IV - informação sobre a condição de a ofendida
V - informar à ofendida os direitos a ela confe-
ser pessoa com deficiência e se da violência sofrida
ridos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive
resultou deficiência ou agravamento de deficiência
os de assistência judiciária para o eventual ajuiza-
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)
mento perante o juízo competente da ação de se-
paração judicial, de divórcio, de anulação de casa- § 2º A autoridade policial deverá anexar ao do-
mento ou de dissolução de união estável.(Redação cumento referido no § 1º o boletim de ocorrência e
dada pela Lei nº 13.894, de 2019) cópia de todos os documentos disponíveis em
posse da ofendida.
Art. 12. Em todos os casos de violência do-
méstica e familiar contra a mulher, feito o registro § 3º Serão admitidos como meios de prova os
da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, laudos ou prontuários médicos fornecidos por hos-
de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre- pitais e postos de saúde.
juízo daqueles previstos no Código de Processo Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na
Penal: formulação de suas políticas e planos de

84
atendimento à mulher em situação de violência do-
méstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à exe-
Polícia Civil, à criação de Delegacias Especializa- cução das causas cíveis e criminais decorrentes da
das de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos prática de violência doméstica e familiar contra a
Investigativos de Feminicídio e de equipes especi- mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
alizadas para o atendimento e a investigação das Processo Penal e Processo Civil e da legislação es-
violências graves contra a mulher. pecífica relativa à criança, ao adolescente e ao
Art. 12-B. (VETADO). idoso que não conflitarem com o estabelecido
nesta Lei.
§ 1º (VETADO).
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica
§ 2º (VETADO).
e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordi-
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os nária com competência cível e criminal, poderão
serviços públicos necessários à defesa da mulher ser criados pela União, no Distrito Federal e nos
em situação de violência doméstica e familiar e de Territórios, e pelos Estados, para o processo, o jul-
seus dependentes. gamento e a execução das causas decorrentes da
Art. 12-C. Verificada a existência de risco prática de violência doméstica e familiar contra a
atual ou iminente à vida ou à integridade física ou mulher.
psicológica da mulher em situação de violência do- Parágrafo único. Os atos processuais poderão
méstica e familiar, ou de seus dependentes, o realizar-se em horário noturno, conforme dispuse-
agressor será imediatamente afastado do lar, domi- rem as normas de organização judiciária.
cílio ou local de convivência com a ofendida: (Re-
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor
dação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
ação de divórcio ou de dissolução de união estável
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº no Juizado de Violência Doméstica e Familiar con-
13.827, de 2019) Davi Ferreira detra
Araújo
a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
daviferreira03a@gmail.com
II - pelo delegado de polícia, quando o Municí-
059.302.023-54 § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de
pio não for sede de comarca; ou (Incluído pela Lei Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a
nº 13.827, de 2019) pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído
III - pelo policial, quando o Município não for pela Lei nº 13.894, de 2019)
sede de comarca e não houver delegado disponível § 2º Iniciada a situação de violência doméstica
no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio
13.827, de 2019) ou de dissolução de união estável, a ação terá pre-
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do ca- ferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei nº
put deste artigo, o juiz será comunicado no prazo 13.894, de 2019)
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em Art. 15. É competente, por opção da ofen-
igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação
dida, para os processos cíveis regidos por esta Lei,
da medida aplicada, devendo dar ciência ao Minis-
o Juizado:
tério Público concomitantemente. (Incluído pela
Lei nº 13.827, de 2019) I - do seu domicílio ou de sua residência;
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da II - do lugar do fato em que se baseou a de-
ofendida ou à efetividade da medida protetiva de manda;
urgência, não será concedida liberdade provisória III - do domicílio do agressor.
ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Art. 16. Nas ações penais públicas condicio-
nadas à representação da ofendida de que trata
TÍTULO IV esta Lei, só será admitida a renúncia à representa-
DOS PROCEDIMENTOS ção perante o juiz, em audiência especialmente de-
signada com tal finalidade, antes do recebimento
CAPÍTULO I da denúncia e ouvido o Ministério Público.
DISPOSIÇÕES GERAIS

85
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Di- independentemente de audiência das partes e de
reta de Inconstitucionalidade (ADI) 4424 conferiu natureza manifestação do Ministério Público, devendo este
pública e incondicionada à ação penal fundada na Lei Ma-
ria da Penha (Lei 11.340/2006). Segundo a Suprema Corte, ser prontamente comunicado.
se as referidas ações fossem condicionadas à representa- § 2º As medidas protetivas de urgência serão
ção da ofendida, seria esvaziava a proteção constitucional
assegurada às mulheres, uma vez que muitas delas aca- aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão
bariam por retirar a queixa de agressão ser substituídas a qualquer tempo por outras de
maior eficácia, sempre que os direitos reconheci-
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de dos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
violência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação pe- § 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério
cuniária, bem como a substituição de pena que im- Público ou a pedido da ofendida, conceder novas
plique o pagamento isolado de multa. medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já
concedidas, se entender necessário à proteção da
Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção
ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio,
penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no
ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena ouvido o Ministério Público.
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
§ 4º As medidas protetivas de urgência serão
Súmula 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignifi- concedidas em juízo de cognição sumária a partir
cância nos crimes ou contravenções penais praticadas
contra a mulher no âmbito das relações domésticas do depoimento da ofendida perante a autoridade
policial ou da apresentação de suas alegações es-
critas e poderão ser indeferidas no caso de avalia-
CAPÍTULO II ção pela autoridade de inexistência de risco à inte-
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE gridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou
URGÊNCIA moral da ofendida ou de seus dependentes. (Inclu-
ído pela Lei nº 14.550, de 2023)
SEÇÃO I § 5º As medidas protetivas de urgência serão
Davi Ferreira de Araújo
DISPOSIÇÕES GERAIS concedidas
daviferreira03a@gmail.com independentemente da tipificação pe-
nal da violência, do ajuizamento de ação penal ou
059.302.023-54
cível, da existência de inquérito policial ou do regis-
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido tro de boletim de ocorrência. (Incluído pela Lei nº
da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (qua- 14.550, de 2023)
renta e oito) horas:
§ 6º As medidas protetivas de urgência vigora-
I - conhecer do expediente e do pedido e deci- rão enquanto persistir risco à integridade física, psi-
dir sobre as medidas protetivas de urgência; cológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida
II - determinar o encaminhamento da ofendida ou de seus dependentes. (Incluído pela Lei nº
ao órgão de assistência judiciária, quando for o 14.550, de 2023)
caso, inclusive para o ajuizamento da ação de se- Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial
paração judicial, de divórcio, de anulação de casa-
ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva
mento ou de dissolução de união estável perante o
do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
juízo competente; (Redação dada pela Lei nº
rimento do Ministério Público ou mediante repre-
13.894, de 2019)
sentação da autoridade policial.
III - comunicar ao Ministério Público para que
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão
adote as providências cabíveis.
preventiva se, no curso do processo, verificar a
IV - determinar a apreensão imediata de arma falta de motivo para que subsista, bem como de
de fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei novo decretá-la, se sobrevierem razões que a jus-
nº 13.880, de 2019) tifiquem.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos
poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento atos processuais relativos ao agressor, especial-
do Ministério Público ou a pedido da ofendida. mente dos pertinentes ao ingresso e à saída da pri-
§ 1º As medidas protetivas de urgência pode- são, sem prejuízo da intimação do advogado cons-
rão ser concedidas de imediato, tituído ou do defensor público.

86
Parágrafo único. A ofendida não poderá entre- § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, en-
gar intimação ou notificação ao agressor. contrando-se o agressor nas condições menciona-
das no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao
SEÇÃO II
respectivo órgão, corporação ou instituição as me-
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE didas protetivas de urgência concedidas e determi-
URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR nará a restrição do porte de armas, ficando o supe-
rior imediato do agressor responsável pelo cumpri-
Art. 22. Constatada a prática de violência do- mento da determinação judicial, sob pena de incor-
méstica e familiar contra a mulher, nos termos rer nos crimes de prevaricação ou de desobediên-
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao cia, conforme o caso.
agressor, em conjunto ou separadamente, as se- § 3º Para garantir a efetividade das medidas
guintes medidas protetivas de urgência, entre ou- protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a
tras: qualquer momento, auxílio da força policial.
I - suspensão da posse ou restrição do porte § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste ar-
de armas, com comunicação ao órgão competente, tigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§
nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
2003 ; de 1973 (Código de Processo Civil).
II - afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida; SEÇÃO III
III - proibição de determinadas condutas, entre DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE
as quais: URGÊNCIA À OFENDIDA
a) aproximação da ofendida, de seus familiares
Davide
e das testemunhas, fixando o limite mínimo Ferreira
dis- de Araújo
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário,
tância entre estes e o agressor; daviferreira03a@gmail.com
sem prejuízo de outras medidas.
059.302.023-54
b) contato com a ofendida, seus familiares e I - encaminhar a ofendida e seus dependentes
testemunhas por qualquer meio de comunicação; a programa oficial ou comunitário de proteção ou
c) frequentação de determinados lugares a fim de atendimento;
de preservar a integridade física e psicológica da II - determinar a recondução da ofendida e a
ofendida; de seus dependentes ao respectivo domicílio, após
IV - restrição ou suspensão de visitas aos de- afastamento do agressor;
pendentes menores, ouvida a equipe de atendi- III - determinar o afastamento da ofendida do
mento multidisciplinar ou serviço similar; lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
V - prestação de alimentos provisionais ou pro- guarda dos filhos e alimentos;
visórios. IV - determinar a separação de corpos.
VI – comparecimento do agressor a programas V - determinar a matrícula dos dependentes da
de recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei ofendida em instituição de educação básica mais
nº 13.984, de 2020) próxima do seu domicílio, ou a transferência deles
VII – acompanhamento psicossocial do agres- para essa instituição, independentemente da exis-
sor, por meio de atendimento individual e/ou em tência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de
grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2019)
2020) Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens
§ 1º As medidas referidas neste artigo não im- da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
pedem a aplicação de outras previstas na legisla- particular da mulher, o juiz poderá determinar, limi-
ção em vigor, sempre que a segurança da ofendida narmente, as seguintes medidas, entre outras:
ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi-
I - restituição de bens indevidamente subtraí-
dência ser comunicada ao Ministério Público.
dos pelo agressor à ofendida;

87
II - proibição temporária para a celebração de I - requisitar força policial e serviços públicos
atos e contratos de compra, venda e locação de de saúde, de educação, de assistência social e de
propriedade em comum, salvo expressa autoriza- segurança, entre outros;
ção judicial; II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e
III - suspensão das procurações conferidas particulares de atendimento à mulher em situação
pela ofendida ao agressor; de violência doméstica e familiar, e adotar, de ime-
IV - prestação de caução provisória, mediante diato, as medidas administrativas ou judiciais cabí-
depósito judicial, por perdas e danos materiais de- veis no tocante a quaisquer irregularidades consta-
correntes da prática de violência doméstica e fami- tadas;
liar contra a ofendida. III - cadastrar os casos de violência doméstica
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartó- e familiar contra a mulher.
rio competente para os fins previstos nos incisos II
e III deste artigo. CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
SEÇÃO IV
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA e criminais, a mulher em situação de violência do-
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS méstica e familiar deverá estar acompanhada de
advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta
PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Lei.

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que Art. 28. É garantido a toda mulher em situa-
defere medidas protetivas de urgência previstas ção de violência doméstica e familiar o acesso aos
nesta Lei: Davi Ferreira serviços
de Araújo de Defensoria Pública ou de Assistência
Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede po-
daviferreira03a@gmail.com
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) licial e judicial, mediante atendimento específico e
059.302.023-54
anos. humanizado.
§ 1º A configuração do crime independe da
competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
TÍTULO V
medidas.
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, ape-
MULTIDISCIPLINAR
nas a autoridade judicial poderá conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a apli- Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica
cação de outras sanções cabíveis.
e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados
poderão contar com uma equipe de atendimento
CAPÍTULO III multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de
saúde.
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando Art. 30. Compete à equipe de atendimento
não for parte, nas causas cíveis e criminais decor- multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe fo-
rentes da violência doméstica e familiar contra a rem reservadas pela legislação local, fornecer sub-
mulher. sídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à
Defensoria Pública, mediante laudos ou verbal-
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem
mente em audiência, e desenvolver trabalhos de
prejuízo de outras atribuições, nos casos de violên- orientação, encaminhamento, prevenção e outras
cia doméstica e familiar contra a mulher, quando medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os
necessário: familiares, com especial atenção às crianças e aos
adolescentes.

88
Art. 31. Quando a complexidade do caso exi- IV - programas e campanhas de enfrentamento
gir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá de- da violência doméstica e familiar;
terminar a manifestação de profissional especiali- V - centros de educação e de reabilitação para
zado, mediante a indicação da equipe de atendi- os agressores.
mento multidisciplinar.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Fede-
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de ral e os Municípios promoverão a adaptação de
sua proposta orçamentária, poderá prever recursos seus órgãos e de seus programas às diretrizes e
para a criação e manutenção da equipe de atendi- aos princípios desta Lei.
mento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretri-
zes Orçamentárias. Art. 37. A defesa dos interesses e direitos
transindividuais previstos nesta Lei poderá ser
exercida, concorrentemente, pelo Ministério Pú-
TÍTULO VI blico e por associação de atuação na área, regular-
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS mente constituída há pelo menos um ano, nos ter-
mos da legislação civil.
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juiza- Parágrafo único. O requisito da pré-constitui-
dos de Violência Doméstica e Familiar contra a Mu- ção poderá ser dispensado pelo juiz quando enten-
lher, as varas criminais acumularão as competên- der que não há outra entidade com representativi-
cias cível e criminal para conhecer e julgar as cau- dade adequada para o ajuizamento da demanda
sas decorrentes da prática de violência doméstica coletiva.
e familiar contra a mulher, observadas as previsões
Art. 38. As estatísticas sobre a violência do-
do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação
processual pertinente. méstica e familiar contra a mulher serão incluídas
nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema
Parágrafo único. Será garantido oDavidireito de
Ferreira dede Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
Araújo
preferência, nas varas criminais, para daviferreira03a@gmail.com
o processo e nacional de dados e informações relativo às mulhe-
o julgamento das causas referidas no caput. 059.302.023-54res.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança
TÍTULO VII Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão
DISPOSIÇÕES FINAIS remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violên- Art. 38-A. O juiz competente providenciará o
cia Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá registro da medida protetiva de urgência. (Incluído
ser acompanhada pela implantação das curadorias pela Lei nº 13.827, de 2019)
necessárias e do serviço de assistência judiciária.
Parágrafo único. As medidas protetivas de ur-
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Esta- gência serão, após sua concessão, imediatamente
dos e os Municípios poderão criar e promover, no registradas em banco de dados mantido e regula-
limite das respectivas competências: (Vide Lei nº mentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garan-
14.316, de 2022) tido o acesso instantâneo do Ministério Público, da
Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pú-
I - centros de atendimento integral e multidisci-
blica e de assistência social, com vistas à fiscaliza-
plinar para mulheres e respectivos dependentes
ção e à efetividade das medidas protetivas. (Reda-
em situação de violência doméstica e familiar;
ção dada Lei nº 14.310, de 2022)
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos
dependentes menores em situação de violência do- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Fede-
méstica e familiar; ral e os Municípios, no limite de suas competências
e nos termos das respectivas leis de diretrizes or-
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, çamentárias, poderão estabelecer dotações orça-
serviços de saúde e centros de perícia médico-le- mentárias específicas, em cada exercício finan-
gal especializados no atendimento à mulher em si- ceiro, para a implementação das medidas estabe-
tuação de violência doméstica e familiar; lecidas nesta Lei.

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Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei c) qualificado pelo resultado lesão corporal
não excluem outras decorrentes dos princípios por grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei
ela adotados. nº 13.964, de 2019)

Art. 40-A. Esta Lei será aplicada a todas as III - extorsão qualificada pela restrição da liber-
dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
situações previstas no seu art. 5º, independente-
morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº
mente da causa ou da motivação dos atos de vio-
13.964, de 2019)
lência e da condição do ofensor ou da ofendida. (In-
cluído pela Lei nº 14.550, de 2023) IV - extorsão mediante sequestro e na forma
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
Art. 41. Aos crimes praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher, independen- V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
temente da pena prevista, não se aplica a Lei nº VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e
9.099, de 26 de setembro de 1995. §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
o
1 ).
VII-A – (VETADO)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins terapêuticos
ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-
Art.1. São considerados hediondos os se- B, com a redação dada pela
guintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei VIII - favorecimento da prostituição ou de outra
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Pe- forma de exploração sexual de criança ou adoles-
nal, consumados ou tentados: cente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
Davi Ferreira 2º).
de Araújo
I - homicídio (art. 121), quando praticado em
daviferreira03a@gmail.com
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que IX - furto qualificado pelo emprego de explo-
059.302.023-54
cometido por um só agente, e homicídio qualificado sivo ou de artefato análogo que cause perigo co-
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e mum (art. 155, § 4º-A).
IX); (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022)
Parágrafo único. Consideram-se também hedi-
I - A – lesão corporal dolosa de natureza gra- ondos, tentados ou consumados:
víssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de
morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra au- I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º,
toridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
Constituição Federal, integrantes do sistema prisi- II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de
onal e da Força Nacional de Segurança Pública, no fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº
exercício da função ou em decorrência dela, ou 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
III - o crime de comércio ilegal de armas de
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa con-
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
dição;
dezembro de 2003;
II - roubo:(Redação dada pela Lei nº 13.964, de
IV - o crime de tráfico internacional de arma de
2019)
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da
a) circunstanciado pela restrição de liberdade Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei
V - o crime de organização criminosa, quando
nº 13.964, de 2019)
direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
b) circunstanciado pelo emprego de arma de rado.
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § Art. 2. Os crimes hediondos, a prática da tor-
2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante)

90
I - anistia, graça e indulto; Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua
II - fiança. publicação.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será Art. 13. Revogam
cumprida inicialmente em regime fechado.
STF: Súmula vinculante 26 - Para efeito de progressão
de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucio-
nalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990,
sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não,
os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realiza-
ção de exame criminológico.

§ 2o (REVOGADO)
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz
decidirá fundamentadamente se o réu poderá ape-
lar em liberdade.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe
a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos cri-
mes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
(trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
de extrema e comprovada necessidade.
Art. 3. A União manterá estabelecimentos pe-
-se as disposições em contrário.
nais, de segurança máxima, destinados ao cumpri-
mento de penas impostas a condenadosDavi
de alta pe-
Ferreira de Araújo
riculosidade, cuja permanência em presídios esta-
daviferreira03a@gmail.com
duais ponha em risco a ordem ou incolumidade pú-
059.302.023-54
blica.
Art. 4. (Vetado).
Art. 8. Será de três a seis anos de reclusão a
pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando
se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou ter-
rorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado
que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena
reduzida de um a dois terços.
Art. 9. As penas fixadas no art. 6º para os cri-
mes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159,
caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
binação com o art. 223, caput e parágrafo
único, 214 e sua combinação com o art. 223, ca-
put e parágrafo único, todos do Código Penal, são
acrescidas de metade, respeitado o limite superior
de trinta anos de reclusão, estando a vítima em
qualquer das hipóteses referidas no art. 224 tam-
bém do Código Penal.
Art. 11. (Vetado).

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Davi Ferreira de Araújo
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