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Aluna: Sara Santos 3°B

Biografia de Gregório de Mattos Vieira


Filho de dois fidalgos portugueses, Gregório de Matos e
Guerra nasceu em 20 de dezembro de 1636 em Salvador (BA),
então capital da colônia. Estudou Humanidades no Colégio dos
Jesuítas e depois partiu para Coimbra, onde se formou
pela Faculdade de Direito e escreveu lá sua tese de doutoramento,
toda em latim.

Ainda em Portugal, exerceu os cargos de juiz criminal e curador de


órfãos, mas, mal-adaptado com a vida na metrópole, regressou ao
Brasil em 1683. Já na Bahia, o primeiro arcebispo D. Gaspar Barata
concedeu-lhe os cargos de vigário-geral (uma ocupação vinculada ao
Tribunal Episcopal, responsável por inquirir delitos e pela
administração da Justiça) e de tesoureiro-mor. Contudo, sua recusa
em completar as ordens eclesiásticas o impediu de permanecer nas
funções.
Apaixonou-se pela viúva Maria de Povos, com quem viveu
primeiramente na bonança e até cair na miséria. Foi considerado, em
sua época, um homem infame, mas um excelente poeta. Caiu na
boemia, amargurado, debochando e satirizando de tudo e de todos,
especialmente dos que tinham poder, a quem incomodou tanto a
ponto de ser deportado para Angola em 1685 e ser proibido de voltar
ao Brasil até 1694. Fixiu-se em Recife (PE), em 1696, onde
acabou falecendo, em 26 de novembro do mesmo ano.

Obras
Segundo o professor e pesquisador João Adolfo Hansen, um dos
principais especialistas na literatura da época colonial brasileira, não
se conhece nenhum manuscrito de próprio punho feito por
Gregório de Matos. Todos os seus textos, à semelhança de outros
poetas que lhe eram contemporâneos, foram reunidos
em compilações feitas por seus admiradores, de modo que o
próprio autor nada editou em vida.
Nos Seiscentos, a circulação de livros era escassa e muitas vezes
proibida ou censurada, e poucos eram os cidadãos letrados no
Brasil. Os poemas de Gregório de Matos eram, via de
regra, escritos em panfletos, que circulavam pela cidade de
Salvador. Esses panfletos eram reunidos por alguns colecionadores e
depois costurados em um tipo de documento conhecido como
códice. Já os versos satíricos eram comumente colados (com cola de
farinha de mandioca) nas portas das igrejas e quem sabia ler os
declamava – de fácil memorização, serviam para inspirar novos
poemas.
São mais de 700 os textos atribuídos a Gregório de Matos, mas não
há como haver certeza comprovada de sua autoria. É do início do
século XVIII a publicação de uma primeira compilação de seus
versos, intitulada A Vida do Excelente Poeta Lírico, o Doutor
Gregório de Matos e Guerra, feita pelo baiano Manuel Pereira
Rabelo. Essa reunião de poemas ficou, contudo, esquecida até 1841,
quando o cônego Januário da Cunha Barbosa, membro do recém-
fundado Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, publicou dois
poemas cômicos dessa compilação.
O chamado Códice Rabelo é provavelmente a principal fonte para a
publicação de Poemas escolhidos, obra publicada em 2010 com
seleção, prefácio e notas do professor José Miguel Wisnik. Também
merece destaque a Coleção Gregório de Matos, organizada por João
Adolfo Hansen e Marcello Moreira, composta de cinco volumes
reunindo a poesia atribuída ao autor a partir do Códice Asensio-
Cunha.

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