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Relógio de Sol

Disciplina de matemática A
Ano letivo 2021/2022

Relógio de Sol

Introdução:
Ao longo dos tempos o Homem começou a sentir a necessidade de contar a
passagem do tempo ao longo dos dias. Para isso começou a desenvolver
ferramentas que lhe davam essa informação. Alguns exemplos de relógio
são:
● Ampulheta:constituída por duas âmbulas ligadas entre si por um
pequeno orifício que deixa passar um pó (geralmente areia),
sendo que o tempo do pó passar de uma âmbula para a outra é
constante.
● Clepsidra: utiliza o mesmo princípio da ampulheta, mas com dois
recipientes com água em vez de âmbulas com areia.
● Relógio de Sol: dispositivo que é utilizado para determinar a
hora do dia através do movimento da sombra provocada pelo
gnômon sobre o quadrante.

Após muita observação, o homem apercebeu-se que a posição e comprimento das


sombras dos objetos variam durante o dia, acompanhando o movimento aparente
do Sol. Aproximadamente a 3500 a.C. surgiu o primeiro relógio, no Egito, o
obelisco, este é apenas um pilar de pedra que projeta a sua sombra no chão, só
mais tarde vieram a torná-lo mais preciso.

Fundamentos:
A Terra realiza dois tipos de movimentos, o movimento de rotação no qual esta gira
em torno do seu próprio eixo, deste resulta a sucessão de dias e noites. Já o
movimento de translação é o movimento que se realiza em torno do sol,
percorrendo uma órbita elíptica. Esta órbita apresenta extremidades mais juntas e
mais afastadas ao mesmo tempo, devido à sua forma os objetos que se encontram
na mesma têm diferentes velocidades em pontos diferentes pontos da órbita.
Quanto mais próxima do Sol (em janeiro) maior a velocidade e quanto mais afastada

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menor (em julho) é a velocidade do movimento, estes correspondem
respectivamente ao periélio e ao afélio.
Esta relação entre a velocidade e a 2ª lei de Kepler é uma possível explicação para
as variações do tempo entre duas passagens sucessivas através do meridiano pelo
sol é conhecido como um dia solar. Este diferencia-se do dia sideral que é o período
de rotação da terra.

Devido à inclinação axial da terra, que é


aproximadamente de 23,5º, ou seja, o
movimento de rotação não é paralelo ao sol
esta inclinação dos raios em relação à
superfície dá origem às estações do ano, estas iniciam
nos solstícios e nos equinócios.

Tanto a rotação quanto a translação causam alterações


no comprimento e na posição das sombras ao decorrer do dia. No hemisfério norte,
no qual vivemos, podemos observar que:
- A sombra é mais forte no solstício de inverno, em dezembro, devido a uma menor
incidência sobre o hemisfério norte, devido à maior proximidade do sol do outro
hemisfério.
- E que esta é reduzida no solstício de verão, em junho, porque ao contrário do que
ocorre no solstício de inverno, a incidência é perpendicular no hemisfério norte.
Nos solstícios a sombra realiza um movimento mais
curvilíneo, alguns relógios representam através de linhas
de declinação. Enquanto que nos equinócios, que se
realizam em março e em dezembro, devido à incidência
solar no equador a sombra realiza um movimento
retilíneo, este representado pela linha equinocial.

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A necessidade de localização é uma questão sempre presente desde o início da
humanidade. Então foram desenvolvidas diferentes formas de identificar os
diferentes lugares ao longo da superfície terrestre, com o objetivo de fornecer as
referências necessárias para as rotas e o
estabelecimento de moradias e pontos fixos, dividiram o
globo em linhas imaginárias, os paralelos e os
medianos.
Os paralelos são as linhas imaginárias traçadas
horizontalmente ao eixo principal da Terra, no sentido
leste-oeste ou oeste-leste.
A latitude é a distância, em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre em
relação à Linha do Equador, o principal dos paralelos terrestres.
Já os meridianos são as linhas traçadas verticalmente no sentido norte-sul ou vice-
versa. A longitude, por sua vez, é a distância em graus de qualquer ponto da
superfície terrestre em relação ao Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária
que, por convenção , separa os hemisférios ocidental e oriental.

Funcionamento do Relógio:
Tendo em conta estes conceitos, podemos tirar conclusões para a realização do
relógio de sol. Como a Terra demora 24 horas a completar uma rotação completa
sobre o seu eixo, então podemos obter a longitude percorrida numa hora:
360º/24=15º. O mesmo acontece nos relógios equatoriais, mas não no relógio
horizontal, portanto temos de adaptar o mostrador do relógio equatorial, cujas horas
serão representadas no quadrante horizontal.

Observando a seguinte montagem,


vemos um gnómon GC com inclinação L
(Latitude) que constitui ambos os
relógios. GF e CF são segmentos que
marcam o meio-dia nos relógios
equatorial e horizontal respetivamente.
As marcações no relógio horizontal, são
resultantes das interceções da reta r com

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os segmentos a tracejado que correspondem às marcações das horas no relógio
equatorial. Conseguimos agora obter 3 triângulos.

Com estes podemos concluir que:


FG FG
FC :sin L= ⇔ FC =
FC sin L
FH
FH : tan x= ⇔ FH =tan x × FG
FG
FH tan x × FG
tan β= = =tan x ×sin L
FC FG
sin L
Com isto tem-se que:
β=tan−1 (tan x ×sin L)❑

O sentido do movimento da rotação da terra ocorre de Oeste-Este, assim no relógio


de sol movendo-se no sentido horário, (negativo no referencial). Dada esta
informação, o meio-dia é o lado origem, e x são os ângulos das horas em função do
lado origem, ou seja:
10h → x = 15º x 2; 11h → x = 15º x 1; 12h → x = 15º x 0 (lado origem); 13h → x = 15º x (-
1); 14h → x = 15º x (-2)...

Para que se consiga obter os ângulos das horas para a construção do relógio, o x
será substituído pelos valores de cada hora, e o L será substituído pelo valor da
latitude do local.

- Para saber a hora assinalada é simples, devido ao formato do nosso ⇓


relógio (prisma), na parte da manhã é a sombra do lado esquerdo
(em relação à figura de exemplo) que indica a hora, e na parte ⇘
da tarde é a sombra do lado direito que a indica.
- Uma vez que a posição do gnómon é paralela ao eixo de rotação
da terra (inclinação = latitude) o relógio de sol tem de estar virado para
o polo norte geográfico.

- Sabendo isto, é necessário que se faça 3 correções à hora do mostrador:

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1 - Para melhor aproveitar a luz solar, no verão, é adiantada uma hora nos relógios
mecânicos. Mas sendo que a demonstração do trabalho terá realização no inverno,
não é necessário fazer alterações.
2 - Como já foi explicado antes, o momento em que o sol passa pelos meridianos
corresponde a uma linha de hora diferente.
Sabendo que Portugal se localiza a oeste do meridiano de Greenwich e o sol, para
que percorra um grau de longitude na esfera celeste, demora 4 minutos, é
necessário adicionar-se 31,59 minutos há hora marcada no relógio de sol.
● 60 min --- 15º / x min --- 1º
● x = 4min
● 7.898º x 4 min = 31.59min = 31min 35s

3 - A equação do tempo, é a diferença entre o tempo lido num relógio de sol e o


tempo civil, ao longo do ano, ou seja, é a diferença entre o tempo solar aparente e o
tempo solar médio (24h).
Podemos relacionar o tempo solar aparente com o efeito da obliquidade do eixo da
terra e da elipticidade da órbita terrestre. O aumento do dia solar nos solstícios, e a
sua diminuição nos equinócios, é provocada pelo efeito da obliquidade do eixo da
terra. E por outro lado, o aumento do dia solar no periélio e a sua diminuição no
afélio, tem como responsável a órbita elíptica do movimento terrestre.
Com isto, podemos adquirir um gráfico que demonstre a variação do dia solar ao
longo do ano e, desta maneira obter as funções que somadas dão origem à
equação do tempo.
● Δt = 9.873 sin ( 4π / 365.242 ( x - 81 ) ) - 7.655 sin ( 2π / 365.242 ( x - 1 )).

- Para aplicar a correção no dia 28


de Janeiro, é necessário observar o
gráfico.
- Podemos concluir então que o sol
está atrasado (sinal da função
negativo), logo temos que adicionar
9min 2s à hora do mostrador.
● f(28) = 12.99 min = 12min 59s

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Webgrafia:
● https://ciencias.ulisboa.pt/sites/default/files/fcul/Os%20relogios%20de%20Sol%20e%20a
%20Matematica.pdf#:~:text=A%20gnom%C3%B3nica%2C%20ci%C3%AAncia%20que
%20se%20ocupa%20da%20constru%C3%A7%C3%A3o,planos%20e%20esf%C3%A9ricos
%2C%20permitindo%20assim%20medir%20dist%C3%A2ncias%20inacess%C3%ADveis.
● http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/aula_movsol.htm
● https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/movimentos-terra.htm#:~:text=Movimentos
%20da%20Terra%20A%20Terra%20n%C3%A3o%20%C3%A9%20est%C3%A1tica
%2C,movimentos%20realizados%20pela%20Terra%20s%C3%A3o%20rota
%C3%A7%C3%A3o%20e%20transla%C3%A7%C3%A3o.
● http://euebotoes.blogspot.com/2010/09/estacoes-do-ano-equinocio-solsticio-e.html
● https://www.infoescola.com/geografia/solsticio-e-equinocio/
● http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/aula_movsol.htm

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