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FACULDADES REUNIDAS DA ASCE

CURSO DE FISIOTERAPIA

ANÁLISE DO EFEITO IMEDIATO DO SPIRAL TAPING NAS OMALGIAS

Autora: Angelita Maria Ferreira

Orientador: Prof. José Carlos da Silva Ft. Esp.


Co-orientadora: Profª. Luciane Guimarães Martins Bastos Ft. Esp.

Rio de Janeiro
2016
FACULDADES REUNIDAS DA ASCE
CURSO DE FISIOTERAPIA

ANÁLISE DO EFEITO IMEDIATO DO SPIRAL TAPING NAS OMALGIAS

Por:
Angelita Maria Ferreira

Monografia apresentada a Disciplina de Trabalho


de Conclusão de Curso II como requisito parcial
para aprovação na referida disciplina.
Professora da disciplina: Nadja de Sousa Ferreira
MD. Ph.D. Orientador: José Carlos da Silva Ft.
Esp. Co-orientadora: Luciane Guimarães Martins
Bastos Ft. esp.

Rio de Janeiro
2016
FACULDADES REUNIDAS DA ASCE
CURSO DE FISIOTERAPIA

ANÁLISE DO EFEITO IMEDIATO DO SPIRAL TAPING NAS OMALGIAS

Por

Angelita Maria Ferreira

Banca examinadora:

________________________________________
Profª. da Disciplina: Nadja de Sousa Ferreira, MD, PhD.

________________________________________
Prof. Orientador: José Carlos da Silva, Ft. Esp.

________________________________________
Profª. Co-orientadora: Luciane Guimarães Martins Bastos, Ft. Esp.

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016


i

DEDICATÓRIA

A Deus, Senhor soberano de minha vida, por clarear os meus pensamentos e proporcionar
todos os dias um novo sopro de fé e coragem, para que eu pudesse trilhar até aqui, este
caminho repleto de sentimentos contraditórios de derrotas e vitórias.
Ao meu companheiro de tantos anos, meu amado, Daniel Eduardo Alves Tosta, dedicado e
paciente, sempre solícito e compreensivo, pronto a me auxiliar, fosse com palavras doces,
fosse com seu ombro para meus lamentos, quando os dias são difíceis.
ii

AGRADECIMENTOS

Aos meus familiares, por serem a base da minha formação pessoal, por me ensinarem, cada
um à sua maneira, os valores de um ser humano idôneo, honesto, digno de respeito e por
confiarem em minha capacidade de galgar degraus cada vez mais altos.
Ao meu orientador, professor José Carlos da Silva, por sua paciência e dedicação durante a
construção deste estudo, sempre demonstrando serenidade e confiança nesta orientanda.
À minha co-orientadora, professora e amiga Luciane Martins, por sua incansável paciência e
doçura, colaborando integralmente para a construção, correção, aprimoramento e finalização
deste estudo, sempre presente e solícita, a qualquer dia e a qualquer hora.
À professora da disciplina, Nadja de Sousa Ferreira, que se desdobrou entre dezenas de
alunos, sempre solícita, com seu humor inigualável, procurando dar atenção e orientação para
que conseguíssemos concluir nossos estudos.
Ao corpo docente da FRASCE, que foi tão importante na minha formação, mostrando-se
exemplos de profissionais íntegros e comprometidos com nossa educação não só em suas
disciplinas, mas sobretudo, em nossa vida profissional.
Aos professores Luiz Carlos Soares de Oliveira, Cláudio Cordeiro de Moraes, Bruno Senos e
Maurício Soares, que mesmo diante de suas rotinas atarefadas, encontraram tempo e
disposição para auxiliar esta acadêmica com esclarecimentos técnicos e material didático.
A todos os funcionários da ASCE/FRASCE, por serem um corpo unido, trabalhando com
dedicação e eficiência em prol de nós alunos, para que tivéssemos uma experiência agradável
e tranquila, durante os semestres de graduação e estágio interno.
Aos queridos e dedicados supervisores de estágio Patrícia de Almeida Chelles, Daniele
Novaes, Alessandra Camila, Gabriela Felipe, Alexandre Souza e Vinícius Banzato, que
colaboraram para o aprendizado do dia a dia de nossa profissão, tornando-os proveitosos.
Aos fisioterapeutas Daniele Novaes, Thiago Ribeiro, Danielle Ribeiro e Naila Chaves, que
gentilmente cederam espaço em seu ambiente de trabalho, colaborando para que essa pesquisa
fosse realizada e aos seus pacientes por sua boa vontade de se submeterem ao estudo.
À minha amiga do coração, Agatha da Silva Leal Santos, companheira de dias e noites de
estudo, pelo seu apoio e incentivo, me encorajando sempre a seguir de cabeça erguida, que fez
parte da minha formação е espero continuar caminhando comigo vida afora.
Aos colegas de turma, os quais foi uma honra ter representado desde o início, contando com
sua confiança e companheirismo, ao longo de nossa trajetória juntos.
Aos meus amigos, que entenderam minha ausência e torceram por mim, com todo carinho.
iii

RESUMO

FERREIRA, Angelita Maria. Análise do efeito imediato do Spiral Taping nas omalgias.
Faculdades Reunidas da ASCE – Curso de Fisioterapia – Coordenação de Iniciação Científica
– Monografia – 2016.

Introdução: A técnica do Spiral Taping vem sendo utilizada desde 1985, quando foi criada
pelo acupunturista japonês Nobutaka Tanaka, difundindo-se rapidamente pelo mundo devido
aos seus efeitos imediatos e eficazes. Objetivo: Este estudo teve como objetivo observar o
efeito imediato da aplicação de Spiral Taping sobre a algia causada por patologias do ombro.
Método: A pesquisa foi aplicada em uma amostra de conveniência composta por 46
participantes de ambos os gêneros e idade entre 36 e 80 anos, divididos em dois grupos. O
Grupo A recebeu a técnica e o Grupo B, de controle, recebeu uma trama sem aplicação da
técnica. Os participantes foram submetidos à aplicação das tiras de esparadrapo sobre a pele,
registro do grau de algia na Escala Numérica de avaliação da dor e registros fotográficos antes
e imediatamente após a aplicação da técnica. O estudo foi realizado em quatro clínicas na
zona norte do Rio de Janeiro, no período entre 23 de agosto a 16 de setembro de 2016.
Resultados: Os resultados obtidos evidenciaram a eficiência da aplicação da técnica do Spiral
Taping na diminuição do quadro álgico e, secundariamente, no aumento do arco de
movimento da articulação tratada.

Palavras chave: Spiral Taping. Omalgia. Fisioterapia. Terapia do esparadrapo.


Esparadrapoterapia.
iv

ABSTRACT

FERREIRA, Angelita Maria. Analyses of the immediate effect of Spiral Taping on


shoulder pain. Faculdades Reunidas da ASCE – Physiotherapy Course – Coordination of
Scientific Initiation – Monograph – 2016.

Introduction: The Spiral Taping technique has been used since 1985, when it was created by
Japanese acupuncturist Nobutaka Tanaka, spreading rapidly around the world due to its
immediate and effective effects. Objective: This study aimed to observe the immediate effect
of the application of Spiral Taping on pain caused by shoulders pathologies. Method: The
research was applied in a convenience sample composed of 46 participants of both genders
and aged between 36 and 80 years, divided into two groups. Group A received the technique
and Group B, control, received a weft without application of the technique. The participants
were submitted to the application of the strips of plaster on the skin, recording the degree of
algia in the Numerical Rating Scale of pain and photographic records before and immediately
after the application of the technique. The study was accomplished at four clinics on the
northern area of Rio de Janeiro, from August 23 to September 16, 2016. Results: The results
showed the efficiency of the Spiral Taping technique in the reduction of pain and,
Secondarily, in increasing the range of motion of the treated joint.

Keywords: Spiral Taping. Shoulder Pain. Physiotherapy. Therapy to Tape. Adhesive Tape
Therapy.
v

GLOSSÁRIO

ALGIA - dor
ARCO DE MOVIMENTO - amplitude de movimento de uma articulação
ASSEPSIA - limpeza
BLOQUEIO ÁLGICO - diminuição dos movimentos devido à presença de dor
BLOQUEIO ARTICULAR - diminuição do arco de movimento de uma articulação
OMALGIAS - dor localizada nos ombros

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ENA - Escala Numérica de Avaliação


EVA - Escala Visual Analógica
VTM - Validação do Tônus Muscular

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Grupo A - Técnica, movimentos de flexão do ombro pré e pós aplicação 32

Gráfico 2 Grupo A - Técnica, movimentos de abdução do ombro pré e pós aplicação 32

Gráfico 3 Grupo A - Técnica, Escala Numérica de Avaliação da dor pré e pós 33


aplicação

Gráfico 4 Grupo B - Controle, movimentos de flexão do ombro pré e pós aplicação 33

Gráfico 5 Grupo B - Controle, movimentos de abdução do ombro pré e pós aplicação 34

Gráfico 6 Grupo B - Controle, Escala Numérica de Avaliação da dor pré e pós 34


aplicação
vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Comparação de Escalas de dor: NRS (ENA), VDS (EVD) e FPS (EFD) 15
Figura 2 Tabela de classificação do tônus muscular em movimento ativo 16
Figura 3 Bi Digital O-Ring Test 17
Figura 4 Realização do O-Ring Test (Método Tanaka) 18
Figura 5 Ponto Yoti 19
Figura 6 Software Kinovea© 20
Figura 7 Referências anatômicas 21
Figura 8 Material utilizado 23
Figura 9 Trama de Spiral Taping para lesão glenoumeral 23
Figura 10 Trama de Spiral Taping para supraespinhoso 23
Figura 11 Trama de Spiral Taping para deltoide 24
Figura 12 Trama de Spiral Taping para instabilidade glenoumeral 24
Figura 13 Trama de Spiral Taping de controle 24
Figura 14 Participante assinando o TCLE 25
Figura 15 Discente preenchendo Ficha de Pesquisa 25
Figura 16 Participante fazendo movimentos dolorosos para quantificar ENA 26
Figura 17 Goniometria 26
Figura 18 Registros fotográficos pré aplicação do Spiral Taping 27
Figura 19 O-Ring Test (modificado) 27
Figura 20 Assepsia local 28
Figura 21 Aplicação da trama do Spiral Taping 28
Figura 22 O-Ring Test no ponto Yoti 29
Figura 23 Participante fazendo movimentos dolorosos para quantificar ENA 29
Figura 24 Novo registro fotográfico 30
Figura 25 Orientações ao participante 30
Figura 26 Movimento de flexão pré aplicação do Spiral Taping 35
Figura 27 Movimento de flexão pós aplicação do Spiral Taping 35
Figura 28 Movimento de abdução pré aplicação do Spiral Taping 35
Figura 29 Movimento de abdução pós aplicação do Spiral Taping 35
vii

LISTA DE APENDICES

Apêndice 1 Autorização das Clínicas 41


Apêndice 2 TCLE assinados pelos participantes 42
Apêndice 3 Fichas de Pesquisa 43
8

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA i
AGRADECIMENTOS ii
RESUMO iii
ABSTRACT iv
GLOSSÁRIO v
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS v
LISTA DE GRÁFICOS v
LISTA DE FIGURAS vi
LISTA DE APÊNDICES vii
1. INTRODUÇÃO 9
1.2. OBJETIVOS 11
1.2.1 Gerais 11
1.2.2 Específicos 11
2. REVISÃO ANATÔMICA E FISIOPATOLOGIA 12
2.1. Complexo articular do ombro 12
2.2. Lesão e Dor 13
2.3. Teoria das comportas de dor 13
2.4. Escala Numérica de Avaliação 14
2.5. Validação do Tônus Muscular (VTM) 15
2.6. Spiral Taping 16
2.7. Indicação para a aplicação da técnica de Spiral Taping 16
2.8. Spiral Taping X Bandagens Elásticas 17
2.9. O-Ring Test 17
2.10. Vantagens da técnica 19
2.11. Kinovea© 0.8.15 version 19
2.12. Biofotogrametria Computadorizada 20
3. MÉTODO 22
3.1. PROCEDIMENTOS 24
3.1.1. Gerais 24
3.1.2. Específicos 24
3.2. Coleta de dados 31
3.3. Tratamento de dados 31
4. RESULTADOS 32
5. DISCUSSÃO E SUGESTÕES 36
6. CONCLUSÃO DO ESTUDO 37
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38
8. APÊNDICE 1 - Autorização das Clínicas 41
APÊNDICE 2 - TCLE assinados pelos participantes 45
APÊNDICE 3 - Fichas de Pesquisa 91
9

1. INTRODUÇÃO

Segundo Scliar (2007), o conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e
cultural e que assim sendo, saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas.
Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, dependerá
de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças.
Aquilo que é considerado doença varia muito.
Para Fontana (1999), "a fisioterapia tem como objetivo tratar os indivíduos portadores de um
quadro patológico e restabelecer a funcionalidade perdida em decorrência deste quadro".
Gosling (2014), acredita que a responsabilidade social da fisioterapia vai além da recuperação
funcional e tratamento da dor, sendo realizada de forma holística, com enfoque
biopsicossocial, com preceitos de humanismo e acolhimento. A partir disso, Ronchesel e
Lima (2014), concluíram que a abordagem fisioterapêutica não se limita a aplicações de
técnicas para o alivio das dores e das incapacidades do paciente, mas antes, engloba a
compreensão, a forma de lidar com as situações encontradas no dia-a-dia e as preocupações
dos pacientes, a clareza da proposta do tratamento e que a adequação das terapias às
necessidades individuais de cada paciente, a expectativa real de recuperação e orientações
precisas, aumentam a adesão e eficácia do tratamento.
"A dor no ombro é a mais comum e incapacitante na população em geral. Estimou-se que
mais de um terço dos adultos no Reino Unido experimentam sintomas de dor no ombro com
alguma deficiência associada, ou seja, limitação na atividades da vida diária" (POPE et al.,
2001, tradução nossa). Já Garzedin et al. (2008) concluiu em seu estudo, que a dor no ombro é
mais frequente e mais intensa em mulheres, sendo a faixa etária entre 40 e 65 anos a mais
acometida.
Simas et al. (2011), diz que as disfunções do complexo articular do ombro tem uma
prevalência elevada e estão associadas a dor e limitação funcional, afetando a qualidade de
vida do indivíduo. Já a estabilidade e a função do ombro resultam do equilíbrio entre as
estruturas musculares e capsulo-ligamentares que o envolvem e, na presença de dor, o padrão
de ativação dessas estruturas fica alterado, fazendo com que pacientes com disfunções do
complexo articular do ombro, tenham movimentos da articulação escapulotorácica
compensando o movimento da articulação glenoumeral afetada.
Corroborando Simas et al. (2011), Prentice (2002), afirma que a instabilidade é quase sempre
a causa de muitas lesões específicas no ombro e por isso é de suma importância a manutenção
da estabilidade dessa articulação.
10

"Cada vez mais, a dor no ombro apresenta-se para o clínico como uma condição
musculoesquelética [...] e as implicações psicológicas de uma disfunção neuromuscular
dolorosa e incapacitante do ombro são exploradas em decorrência de sua importância"
(CAILLIET, 2000).
Segundo Tanaka (1999), o Spiral Taping é uma técnica de tratamento que consiste na
aplicação correta das fitas adesivas (esparadrapo) sobre o ponto específico da dor,
proporcionando uma melhora imediata do quadro álgico, entretanto, as pesquisas e evidências
científicas sobre as técnicas de aplicação e seus efeitos ainda são escassas e foi com o objetivo
de ampliar o conhecimento da discente autora que este tema foi proposto, tendo o
compromisso com a fundamentação científica da fisioterapia. A técnica escolhida não é
invasiva e tem baixo custo, o que facilita o desenvolvimento do estudo.
Inicialmente a pesquisa contaria somente com um grupo de amostras, onde todas receberiam a
técnica. Antes do início do estudo, concluiu-se que era necessário estratificar as amostras em
dois grupos, em que um grupo de controle receberia uma trama sem a aplicação da técnica,
fora do local da dor, a fim de uma análise comparativa com os resultados dos participantes
que receberam a trama aplicada com a técnica.
A faixa etária prevista no projeto foi alterada devido à maioria dos participantes disponíveis
para o estudo se encaixavam em todos os outros critérios de inclusão, exceto o da idade.
Foram encontradas dificuldades na logística quanto à execução do estudo, pois as clínicas
envolvidas na pesquisa não dispunham de um local adequado para os registros fotográficos e
o tempo do paciente era limitado. Esses problemas foram contornados adequando os locais
disponíveis da melhor forma possível e agilizando a avaliação e aplicação da técnica no
participante. A pesquisa não pôde ser realizada antes do tratamento do paciente na clínica,
visto que atrasaria o atendimento e o tempo do paciente e do fisioterapeuta é curto, então foi
realizada após o tratamento.
O estudo apresentou como problema, se o uso do Spiral Taping produziria analgesia imediata
nas omalgias que causam déficit no movimento funcional da articulação do ombro e
dificultam as atividades de vida diária do paciente.
A hipótese apresentada foi de que a aplicação da técnica de Spiral Taping em patologias que
causam limitação de movimento no ombro, promoveria uma diminuição imediata da dor,
aumentando assim, secundariamente, o arco de movimento.
Para tanto, foram avaliadas como variáveis as alterações do grau de algia através da Escala
Numérica de Avaliação da dor - ENA (JONES, 2007), alterações do tônus muscular através
da Validação do Tônus Muscular - VTM (FERREIRA, 2013) e alterações do arco de
11

movimento da articulação grenoumeral nos movimentos de flexão e abdução através de


registro fotográfico.
O estudo teve como objetivo a vivência terapêutica da aplicação do Spiral Taping nas
omalgias, analisando a diminuição da dor e o aumento do arco de movimento, com a
finalidade de facilitar o tratamento cinesioterapêutico.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Experimentar a ação terapêutica do Spiral Taping no tratamento imediato das omalgias na


amostra de conveniência composta por 46 participantes, de ambos os gêneros, entre 36 e 80
anos.

1.2.2 Específico

Identificar se há diminuição da dor, imediatamente após a aplicação do Spiral Taping.


12

2. REVISÃO ANATÔMICA E FISIOPATOLOGIA

2.1 Complexo articular do ombro

O ombro é uma articulação do tipo esferoide, que possui movimentos nos planos sagital,
frontal e transverso. Essa articulação é constituída pelos ossos úmero, escápula e clavícula,
pelos ligamentos que dão estabilidade e os dezesseis músculos envolvidos com o complexo
do ombro, que possui movimentos de flexão, extensão e hiperextensão no plano sagital,
abdução e adução no plano frontal, rotação medial e lateral, abdução e adução horizontal no
plano transverso e ainda a circundação (LIPPERT, 2003; HAMILL & KNETZEN, 2008).
Classificação das articulações do ombro:

ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL - A articulação glenoumeral é a junção entre a


cabeça do úmero e a cavidade glenoide. É uma articulação sinovial, esferoide e
multiaxial. A frouxidão da cápsula permite que a articulação possua uma grande
amplitude de movimento, mas a faz vulnerável a luxações. Os ligamentos capsulares
e diversos músculos fortalecem e dão suporte acima, atrás e à frente da articulação.
Mas, a articulação não está muito protegida abaixo. como resultado, uma luxação
traumática da cabeça do úmero pode causar uma instabilidade crônica do ombro.
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR - a articulação esternoclavicular é a
que se dá entre a ponta medial da clavícula e o manúbrio do esterno. é uma
articulação sinovial em sela. Há um disco cartilaginoso entre as duas faces, que
ajuda a articulação a mover-se melhor, reduzindo a incongruência das superfícies e
absorvendo o choque transmitido através do membro superior para o esqueleto axial.
Os ligamentos providenciam estabilidade significante para a articulação e permitem
adequada liberdade de movimento. Devido à resistência desta articulação, cair com o
braço estendido tem mais probabilidade de causar uma fratura da clavícula do que
uma luxação da articulação e4sternoclavicular.
ARTICULAÇÃO CORACOCLAVICULAR - A articulação coracoclavicular ocorre
onde a superfície inferior da clavícula passa na proximidade do processo coracoide
da escápula. a forte união desta articulação fibrosa garante que a escápula e a
clavícula movam-se como uma unidade e também ajuda a transferir o choque do
membro superior à forte extremidade medial da clavícula.
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR - A articulação acromioclavicular é
uma pequena articulação sinovial entre a ponta lateral da clavícula e o processo
acromial da escápula. A integridade desta articulação é resultante da fixação
fornecida pelos ligamentos adjacentes. As entorses nesta articulação, independente
da sua gravidade, são comumente referidas como separações de ombro (BATES;
HANSON, 1998, pg. 80).

"O ombro consiste das articulações glenoumeral, acromioclavicular, esternoclavicular e


escapulotorácica, bem como das estruturas da musculatura que agem sobre ele para produzir a
junta mais dinâmica e móvel do corpo" (NORDIN; FRANKEL, 2003).
Para Houglum (2015), "não só essas articulações devem possuir mobilidade adequada e
garantir a estabilidade, como também os músculos que as rodeiam e as controlam devem
todos trabalhar em sincronia para garantir a função dos movimentos normais do ombro".
Hall (2013) ainda considera uma quinta articulação, a coracoclavicular, que por ser uma
sindesmose e possuir pouco movimento, é algumas vezes desprezada em outras literaturas.
13

Para Cailliet (1979), "embora hajam numerosas articulações no ombro, a articulação que
causa a maior quantidade de dor e incapacidade é a articulação glenoumeral".

2.2 Lesão e Dor

Quanto à lesão, Whiting e Zernicke (2009) conceituaram-na como "o dano sofrido pelos
tecidos do corpo em resposta a um traumatismo físico", enquanto Cailliet (1979) diz que "uma
grande porcentagem de queixas que levam o paciente a procurar auxílio médico consiste de
dor e incapacidade de uma parte móvel de seu corpo". Peterson e Renströn (2001)
classificaram as lesões em duas categorias básicas: lesões traumáticas agudas e síndromes por
uso excessivo.
A dor é uma sensação produzida por um dano tissular real, potencial ou iminente, que provoca
sensação desagradável, representando um fenômeno biológico, que em sua maioria resulta na
diminuição da funcionalidade, privando o acometido de suas atividades, exceto em situações
de superação da dor, nas quais o processo inflamatório pode gerar um dano maior que o atual,
segundo definiu Douglas (2000).

2.3 Teoria das comportas de dor

Segundo Umphred (2009), a dor decorre de terminações nervosas livres periféricas


especializadas chamadas nociceptores, quando há um estímulo nocivo aos tecidos que pode
estimular essas terminações. Esses nociceptores podem ser encontrados nos tecidos
intersticiais, que são excitados à estimulação mecânica, térmica, ou química extrema ou nas
paredes vasculares, que são excitados por esses mesmos estímulos associados a uma
constricção ou dilatação acentuada dos vasos. A diferença no diâmetro e mielinização das
fibras determina a velocidade com que os impulsos chegarão ao cérebro. As fibras A-delta
levam informações de nociceptores térmicos e mecânicos, são fibras de pequeno diâmetro,
finamente mielinizadas e têm condução moderadamente rápida. Já as fibras C transmitem
informações dos nociceptores polimodais e são fibras não mielinizadas de pequeno diâmetro
com condução mais lenta. Essas fibras A-delta e C levam os estímulos nociceptivos até o
corno dorsal da medula espinal, onde fazem sinapses com neurônios de segunda ordem na
camada marginal (lâmina I), na Substância Gelatinosa (lâmina II) e lâmina V. Na Substância
Gelatinosa existe um mecanismo de portal ascendente para bloquear impulsos nociceptivos
que saem do corno dorsal da medula espinal, onde os neurônios de primeira ordem fazem
sinapses com os de segunda ordem e esses, se projetam a neurônios especializados, chamados
14

células T, na lâmina V. Para que a dor seja transmitida as células T são estimuladas enquanto
a Substância Gelatinosa é inibida pelas fibras A-delta e C, abrindo a comporta e possibilitando
a transmissão da dor até os centros superiores. Porém enquanto há o estímulo da Substância
Gelatinosa e das células T, as mesmas células T são simultaneamente inibidas, fechando a
transmissão à dor. Enquanto isso, as fibras A-beta, não nociceptivas e de grande diâmetro,
portanto mais lentas, estimulam tanto as células T como a Substância Gelatinosa, também
fechando o portão e bloqueando a transmissão da dor.
"É por isso que sacudir (vibração) sua mão depois de dar uma martelada em seu polegar alivia
temporariamente a dor. A teoria das comportas é considerada o mecanismo subjacente à
eficácia das modalidades físicas no alívio da dor" (UMPHRED, 2009).
Minson (2015) classifica que fibras do tipo A-delta, que possuem maior velocidade, são
responsáveis pelas dores agudas, enquanto fibras do tipo C, pelas dores crônicas, por
transmitirem os impulsos mais lentamente.
"Quando mais de um tipo de neurônio é estimulado, os de diâmetro maior se sobrepõem ao de
menor bitola, reduzindo a transmissão de seus impulsos [...] todos os protocolos que propõem
colocação de esparadrapo sobre ou próximo o local da dor utilizam este recurso" (HADDAD;
BONA, 2007), e continuam, relatando que o estímulo proprioceptivo sobre o local da dor
reduz e, regularmente, interrompe a passagem dos estímulos nociceptivos, mecanismo
presente na maioria dos protocolos com esparadrapo, especialmente quando é aplicada uma
célula diretamente sobre o ponto de dor.

2.4 Escala Numérica de Avaliação

"Uma avaliação quantitativa da dor deve ser registrada pelo uso de uma escala de dor padrão"
(CONNELLY, 1998, tradução nossa) e cita algumas escalas como a Escala Visual Analógica
- EVA (Visual Analog Scale - VAS), Escala Verbal de Descrição - EVD (Verbal Descriptor
Scale - VDS), Escala Numérica de Avaliação - ENA (Numeric Rating Scale - NRS), Escala
de Faces da Dor - EFD (Faces Pain Scale -FPS), entre outras.
Conforme Jones et al. (2007) relataram em seu estudo, a Escala Numérica de Avaliação da
dor (ENA) tem sido a mais recomendada para adoção universal na avaliação clínica da
intensidade da dor em adultos em comparação com a EVA e a EFD, que também são bem
utilizadas.
15

Figura 1: Comparação de Escalas de dor: NRS (ENA), VDS (EVD) e FPS (EFD).

Fonte: (JONES, 2007).

2.5 Validação do Tônus Muscular (VTM)

Segundo Ferreira (2016), o tônus tem como alvo principal as funções do aparelho locomotor,
mas traz de forma associada o estímulo a todos os outros órgãos e sistemas do organismo
humano. A semiologia tem como objetivo principal as ações dos músculos esqueléticos e que
essas ações são compartilhadas, em maior ou menor grau, com resposta fisiológica como
contratura, bloqueio, frouxidão e instabilidade.
A avaliação do tônus é feita através da observação da postura global do corpo, seu
comportamento articular, identificação da consistência da massa muscular pela palpação e a
classificação por meio das linhas de força ou de clivagem. A VTM se dá através das medições
dos ângulos dos movimentos ativos, passivos e resistidos.
Através dessa aferição, pode-se classificar o tônus em:
Normotonia: quando as angulações permanecem dentro dos padrões de harmonia,
congruência articular com grau de liberdade estático e dinâmico com promoção de
movimentos estáveis, sem sintomas de desconforto ou dor e com articulações alinhadas dentro
de seus eixos.
Hipotonia: amplitudes maiores que o necessário, resultando em articulações com padrão
extensor.
Hipertonia: amplitudes diminuídas, resultando em bloqueios articulares e padrões flexores.
16

Figura 2: Tabela de classificação do tônus muscular em movimento ativo

Fonte: (FERREIRA, 2016)

2.6 Spiral Taping

Criada na década de 80, a técnica do Spiral Taping utiliza-se da colocação de fitas adesivas
sobre a pele, mediante prévia assepsia local da área a ser tratada. O objetivo é proporcionar o
alívio imediato em processos dolorosos de natureza inflamatória, em contraturas e lesões
ligamentares (DUTRA et al, 2010).
Segundo Yamada (1999), o acupunturista japonês Nobutaka Tanaka, criador da técnica, ao
realizar um tratamento em um atleta observou que a forma de enfaixamento do local da lesão
poderia aliviar ou piorar o quadro álgico do paciente. A partir desta observação e de 5 anos de
estudos, concluiu que a colocação de tiras de esparadrapo comum fazia o mesmo efeito
terapêutico que o enfaixamento e que dependendo da direção que as aplicasse, encontrava um
efeito de alívio ou aumento da dor.

2.7 Indicação para a aplicação da técnica de Spiral Taping

Haddad e Bona (2007) relatam que a técnica do Spiral Taping, também conhecida como
esparadrapoterapia ou técnica do esparadrapo, é utilizada com frequência em algias no
sistema musculoesquelético, apresentando também uma potente eficácia no alívio das dores
articulares e na recuperação artromuscular.
"É uma nova técnica para tratamento de problemas articulares e musculares. Através de
colagem de fitas adesivas sobre a pele, em locais específicos, proporciona melhora imediata
nas dores, contraturas, distensões e processos inflamatórios" (DUTRA et al, 2010).
"A técnica do Spiral Taping é indicada para problemas ortopédicos e reumatológicos,
englobando equilíbrio energético através dos pontos de acupuntura, e equilíbrio músculo-
articular através dos pontos de tensão muscular, biomecânica do corpo e pelas áreas de
compensações do corpo humano" (YAMADA, 1999).
17

2.8 Spiral Taping X Bandagens Elásticas

Diferindo de outros tipos de bandagens elásticas já utilizadas, por exemplo o Kinesio


Taping®, Tanaka (1999) salientou que embora em seu método ele utilize esparadrapo
comum, que apresenta menor grau de elasticidade, ele não é utilizado para imobilização,
suporte ou reforço do local lesado, enquanto segundo Kase, Lemos e Dias (2013), a
propriedade elástica da Kinesio Tex Tape exerce tensão nos tecidos conforme a necessidade
detectada pelo terapeuta, embora não haja restrição da mobilidade tecidual, pois, conforme
disse Lupik et al. (2007), a bandagem elástica possui a capacidade de se deformar em várias
direções, acompanhando a mobilidade tissular do local da aplicação.

2.9 O-Ring Test

Segundo a AMB BDORT (2012), o BDORT, ou "Bi-Digital O-Ring Test" (Teste do Anel Bi-
Digital) é uma técnica de investigação clínica não invasiva, desenvolvida pelo médico e
engenheiro neoamericano Yoshiaki Omura em 1981. A técnica tem como base o fenômeno do
enfraquecimento muscular provocado pela ressonância entre duas substâncias idênticas. O
teste é realizado utilizando-se a musculatura dos dedos em forma de anel.

Figura 3: Bi Digital O-Ring Test.

Fonte: AMB BDORT

Tanaka (1999) adaptou o O-Ring Test para fins de aplicação da técnica do Spiral Taping e
percebeu que em 95% dos casos a fita é aplicada na direção anti-horário e somente 5% em
direção horário. A fita que determina a direção da espiral é a YANG, ela é aplicada sempre
18

por cima da fita YIN, quando for o caso de aplicação da trama em espiral. Assim, para
determinar a direção da fita, o teste é aplicado da seguinte forma:

"(A) Colocar a mão esquerda em contato com o corpo do paciente e formar um "O"
com o primeiro e o terceiro dedos da mão esquerda. Deslizar o dorso da mão direita
para diagonal à esquerda, do distal para o proximal em contato com a pele do
paciente, e depois usar a falange distal do segundo dedo da mão direita para puxar a
falange distal do terceiro dedo da mão esquerda.
(B) Em seguida, da mesma forma, realizar o movimento da mão direita para a
diagonal à direita, e puxar o anel.
(C) Comparar a direção para diagonal esquerda (A) com a diagonal direita (B).
Aquele a qual é necessário maior força para abrir o anel é a direção YANG, e aquele
em que é mais fraco é a direção Yin" (TANAKA, 1999).

Figura 4: Realização do O-Ring Test (Método Tanaka).

Fonte: (TANAKA, 1999)

Após o tratamento, é necessário realizar o O-Ring Test no ponto Yoti, para verificar se o
tratamento é benéfico para o corpo como um todo e não somente para o local da lesão. Se o
teste no ponto Yoti reagir positivamente (quando é necessária maior força para abrir o anel em
relação ao teste anterior à aplicação), a técnica foi aplicada corretamente.
19

Figura 5: Ponto Yoti.

Fonte: (TANAKA, 1999)

2.10 Vantagens da técnica

O objetivo da aplicação do Spiral Taping é oferecer a diminuição imediata das algias, além de
ser um método de aplicação relativamente fácil, não invasivo e de baixo custo (HADDAD;
BONA, 2007). Ao obter-se através do presente estudo a resposta da análise da técnica, caso
seja positiva, ela pode ser utilizada como mais uma alternativa de analgesia, contribuindo de
forma significativa para o tratamento fisioterapêutico.

2.11 Kinovea© 0.8.15 version

"Kinovea é um software de análise de vídeo especializada no gesto esportivo, que


atende principalmente aos treinadores, atletas e profissionais médicos. O projeto
começou em 2004 com uma versão freeware e tornou-se totalmente aberta em 2006.
Em 2013, uma associação é criada com as seguintes missões:
- Para contribuir para a pesquisa e desenvolvimento de soluções de software livre
para análise dos movimentos desportivos.
- Promover o uso de Kinovea.
Concretamente, as ações da associação são:
- Treinar e educar novos públicos para a análise dos movimentos desportivos e uso
de Kinovea.
- Promover o uso de Kinovea de várias instituições públicas e privadas.
- Participar no desenvolvimento de Kinovea.
A Associação Kinovea é governada por um conselho de administração composto de
voluntários. Esta é uma organização sem fins lucrativos, regida pelas leis francesas
de 1901" (KINOVEA, 2006-2011).
20

O Software foi utilizado para mensurar digitalmente a angulação dos movimentos de abdução
e flexão do ombro, utilizando como base os registros fotográficos realizados.
Figura 6: Software Kinovea©

Fonte: (KINOVEA, 2011)

2.12 Biofotogrametria Computadorizada

Pita (2007) descreve a biofotogrametria computadorizada como "um recurso de integração e


quantificação de informações obtidas na avaliação postural musculoesquelética" e diz que "o
método pode ser utilizado pelo fisioterapeuta na realização do diagnóstico clínico e também
na elaboração do projeto de design ergonômico com o objetivo de evitar futuros danos
posturais".
“A biofotogrametria computadorizada desenvolve-se pela aplicação dos princípios
fotogramétricos às imagens fotográficas obtidas em movimentos corporais. A essas imagens
foram aplicadas bases de fotointerpretação, gerando uma nova ferramenta de estudo da
cinemática” (RICIERI, 2000).
As referências anatômicas para o movimento de abdução do ombro, em vista posterior, devem
ser: o centro do ombro, linha média abaixo do acrômio (1º ponto), epicôndilo lateral (2º
21

ponto) e linha perpendicular para baixo. Para o movimento de flexão do ombro, em vista
lateral: o centro do ombro, linha média abaixo do acrômio (1º ponto), epicôndilo lateral (2º
ponto) e linha perpendicular (estando o avaliado em posição ereta) (MIRANDA, 2014).
Para este estudo, a posição do movimento de abdução foi alterada para a vista anterior, para
melhor comunicação verbal e visual com o participante, ficando como ponto de referência
anatômica: o centro do ombro, linha média abaixo do acrômio (1º ponto), centro da linha
articular do cotovelo (2º ponto) e linha perpendicular para baixo.
Figura 7: Referências Anatômicas
Abdução - Vista Frontal Flexão - Vista Lateral

Fonte: Discente.
22

3. MÉTODO

O método utilizado no estudo foi o registro de dados dos participantes após o tratamento
fisioterapêutico, compreendendo a aplicação da técnica e observação do resultado imediato,
com reavaliação e registros. Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizada uma pesquisa
de campo, de caráter quantitativo, nas dependências da Clínica Ortopédica do Méier,
Memorial Unidade Engenho de Dentro, Memorial Unidade Norte Shopping e Centro Trauma
Pavuna, na zona norte do Rio de Janeiro, no período de 23 de agosto a 16 de setembro de
2016.
O estudo foi randomizado por ordem de chegada e aplicado em amostra de conveniência,
composta por 46 participantes, de ambos os gêneros, com idade entre 36 e 80 anos,
estratificada em dois grupos com 23 participantes: Grupo A de aplicação correta da técnica e
Grupo B de controle, que recebeu uma trama sem aplicação da técnica, aplicada logo abaixo
da inserção do músculo deltoide, longe do local da algia a ponto de não interferir diretamente
nela, porém perto o suficiente a ponto de não causar dúvida no participante sobre a aplicação
da técnica.
Os critérios de inclusão foram participantes a partir de 18 anos, que aceitaram participar da
pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido e que tinham patologias
traumato ortopédicas de ombro e apresentavam quadro álgico a ponto de interferir nos
movimentos funcionais da articulação glenoumeral. Os critérios de exclusão foram presença
de lesões epiteliais, fragilidade da pele, alergia à esparadrapo e contraindicação à realização
de movimentos ativos da articulação estudada.
Os movimentos de rotação lateral e medial, adução e extensão da articulação glenoumeral
foram excluídos do estudo em virtude da inviabilidade dos pacientes acometidos de patologias
do ombro em realizá-los ativamente devido à algia intensa, evitando uma piora no quadro
álgico, também pela complicação logística para o registro fotográfico e fleximétrico e pelo
pouco tempo disponível para a realização do estudo, dando prioridade aos dois movimentos
(flexão e abdução) mais acometidos funcionalmente.
Após o atendimento do primeiro participante do Grupo B, grupo de controle, foi observada a
diminuição do arco de movimento, o que foi corrigido retirando posteriormente a trama de
controle e aplicando a trama corretamente de acordo com a técnica. A partir daí, tão logo
eram encerrados os registros, todos os participantes do Grupo B tiveram a trama substituída.
Para a realização do estudo foi utilizado esparadrapo comum impermeável, tesoura, álcool
70%, lenços de papel, goniômetro, formulários de pesquisa e máquina fotográfica.
23

Figura 8: Material utilizado.

Fonte: Discente

As tramas foram escolhidas conforme literatura de Tanaka (1999) e Haddad (2011), de acordo
com a patologia do participante ou com o local onde ele refere maior dor, já que o objetivo é
diminuição da algia. A última grade (figura 13) foi a trama aplicada sem observância da
técnica do Spiral Taping, fora do local da dor, nos participantes do Grupo B de controle.

Figuras 9 e 10: tramas de Spiral Taping para lesão glenoumeral e supraespinhoso


Lesão Glenoumeral Supraespinhoso

Fonte: Discente
24

Figuras 11, 12 e 13: tramas de Spiral Taping para deltoide, instabilidade glenoumeral e
controle.
Deltoide Instabilidade Glenoumeral Grupo de Controle

Fonte: Discente

3.1 PROCEDIMENTOS

3.1.1 Gerais

Foram elaborados os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, Autorização do


Participante por escrito informando que não haverá custos e que o método não é invasivo e
que poderá ser abandonado pelo meso a qualquer momento, termos de autorização para o uso
das dependências das clínicas participantes do estudo e a Ficha de pesquisa.

3.1.2 Específicos

Os procedimentos específicos aplicados na pesquisa foram:


Assim que o paciente chegava à clínica, o discente avaliava seu prontuário buscando
informações acerca dos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa. Após ter sido observado
que o paciente se encaixava nos critérios, aguardava o término do tratamento e abordava o
paciente para se certificar sobre todos os critérios e caso fosse um voluntário em potencial, era
explicado a ele sobre a pesquisa e perguntado se ele aceitaria participar;
Assinatura do TCLE pelo participante;
25

Figura 14: participante assinando o TCLE

Fonte: Discente

Preenchimento da ficha de pesquisa pelo pesquisador com acesso também ao prontuário do


participante;

Figura 15: discente preenchendo Ficha de Pesquisa.

Fonte: Discente

Avaliação da dor: era pedido ao participante que realizasse os movimentos os quais lhe
causavam dor e enquanto ele os executava, era perguntado: "de 0 a 10, qual é o grau de dor
que o (a) senhor (a) sente ao realizar esses movimentos?" e a resposta do participante era
registrada na Escala Numérica de Avaliação (JONES, 2007) da dor constante da ficha de
pesquisa;
26

Figura 16: participante fazendo movimentos dolorosos para quantificar ENA.

Fonte: Discente

Classificação do tônus: era solicitado ao participante que estendesse os braços, um após o


outro, ao que o pesquisador realizava a goniometria no ângulo do cotovelo, anotando os
valores na ficha de pesquisa para Validação do Tônus Muscular (FERREIRA, 2013);

Figura 17: goniometria.

Fonte: Discente

Registro fotográfico: era solicitado ao participante que ficasse em pé (posição ortostática) no


local disponível para a foto, de frente para a pesquisadora (plano frontal), e que deixasse os
braços relaxados ao longo do corpo (posição neutra) e ao que fosse solicitado, elevasse o
27

braço do lado afetado em abdução da forma que lhe fosse menos doloroso, até o grau máximo
que conseguisse elevar para o registro fotográfico. O mesmo procedimento era feito no
movimento de flexão, alterando a posição do participante para ficar de perfil (plano sagital) e
a elevação do braço em flexão. Ambos os movimentos foram demonstrados ao participante
como realiza-los da forma correta, da melhor forma que pudesse, com nenhuma ou o mínimo
de compensação possível, recebendo também correções posturais verbais do pesquisador;

Figura 18: registros fotográficos pré aplicação do Spiral Taping.

Fonte: Discente

O-Ring Test: o participante era colocado sentado em uma posição confortável, o pesquisador
realizava e o O-Ring Test (TANAKA, 1999) para definir o sentido da espiral a ser utilizada na
grade (se necessário);

Figura 19: O-Ring Test (modificado).

Fonte: Discente

Assepsia da pele: para a retirada da gordura natural da pele e melhor aderência do


esparadrapo, foi utilizado álcool 70% e lenço de papel;
28

Figura 20: assepsia local.

Fonte: Discente

Aplicação da técnica: a grade selecionada conforme a patologia apresentada era aplicada no


participante sentado, em posição confortável;

Figura 21: aplicação da trama de Spiral Taping.

Fonte: Discente

O-Ring Test: era feita nova realização do O-Ring Test, dessa vez no ponto Yoti, para a
confirmação da aplicação correta da grade ou não;
29

Figura 22: O-Ring Test no ponto Yoti.

Fonte: Discente

Reavaliação da dor: novamente era pedido ao participante para que realizasse novamente os
mesmos movimentos que lhe causavam dor e que a quantificasse, e a resposta era registrada
na ficha de pesquisa;

Figura 23: participante fazendo movimentos dolorosos para quantificar ENA.

Fonte: Discente
30

Registro fotográfico: era repetido todo o procedimento de registro fotográfico realizado antes
da aplicação da técnica;

Figura 24: novos registros fotográficos.

Fonte: Discente

Remoção da trama de controle dos participantes do Grupo B e aplicação da trama com a


técnica logo após o término dos registros.

Orientações ao participante: o participante recebia orientação por escrito para retirar a grade
em no máximo 48 horas após a aplicação, exceto se sentisse qualquer desconforto resultante
de sua aplicação, e orientado a lavar o local com água e sabão até a completa remoção dos
sinais de esparadrapo.

Figura 25: orientações ao participante.

Fonte: Discente
31

3.2 Coleta de dados

Primeiramente foi explicado ao participantes como o estudo seria realizado, no ato de sua
concordância em participar da pesquisa, foi-lhe entregue o TCLE para a assinatura. Após a
avaliação da dor, do tônus muscular e registros fotográficos, foi aplicada a técnica correta nos
participantes do grupo A e a trama de controle nos participantes do grupo B, após o que a dor
foi avaliada novamente e refeitos os registros fotográficos para a comparação dos resultados
de antes de depois da aplicação das tramas. Os dados obtidos foram registrados em ficha de
pesquisa. Inicialmente a previsão para a coleta de dados e realização do estudo seria à
chegada do paciente na clínica, mas por motivos de logística, tempo do paciente e horário de
atendimento, ficou padronizado o atendimento após o tratamento da clínica.

3.3 Tratamento de dados

Os registros fotográficos foram redimensionados e tratados no Software Photoplus Starter


Edition 3.0.0.8 e Microsoft Office Picture Manager 12.0, em seguida foram feitas as
angulações de arco de movimento no Software Kinovea© versão 0.8.15 e os dados obtidos
foram utilizados para a construção de gráficos e tabelas no Software Microsoft Office Excel
2007.
32

4. RESULTADOS OBTIDOS

Os gráficos 1, 2 e 3 compreendem o Grupo A, que recebeu a técnica correta sobre o local da


dor. Observa-se que a maioria dos participantes tiveram um aumento da amplitude do arco de
movimento, tanto no movimento de flexão, quanto no movimento de abdução, sendo o melhor
resultado obtido nos movimentos de abdução do ombro.
Para o movimento de flexão (gráfico 1), a média das amplitudes observadas na situação pré
aplicação foi de 98,82º e para a situação pós aplicação foi de 117,21º, o que evidencia um
aumento médio de 18,39º do arco de movimento observado, onde p = 0,035.
Gráfico 1: Grupo A - Técnica, movimentos de flexão do ombro pré e pós aplicação

Autor: Discente

Para o movimento de abdução (gráfico 2), a média das amplitudes observadas na situação pré
aplicação foi de 74,13º, e para a situação pós aplicação foi de 101,08º o que evidencia um
aumento médio de 26,95º do arco de movimento observado, onde p = 0,001.
Gráfico 2: Grupo A - Técnica, movimentos de abdução do ombro pré e pós aplicação

Autor: Discente
33

Para a avaliação da dor (gráfico 3), a média obtida para o momento pré aplicação foi de 7,91
pontos na Escala Numérica de Avaliação da dor e a média obtida para o momento pós
aplicação foi de 5,26 pontos. Uma diferença de 2,65 pontos na dor relatada, onde p = 7,8.
Gráfico 3: Grupo A - Técnica, Escala Numérica de Avaliação da dor pré e pós aplicação

Autor: Discente

Nos gráficos 4, 5 e 6 pode-se observar o Grupo B, que recebeu uma trama de controle, em
local adjacente à dor. Esse Grupo apresenta discrepância de resultados entre os participantes.
Para o movimento de flexão (gráfico 4), a média das amplitudes observadas na situação pré
aplicação foi de 93,26º e para a situação pós aplicação foi de 92,34º, o que evidencia uma
diminuição média de -0,91º do arco de movimento observado, onde p = 0,452.
Gráfico 4: Grupo B - Controle, movimentos de flexão do ombro pré e pós aplicação

Autor: Discente
34

Para o movimento de abdução (gráfico 5), a média das amplitudes observadas na situação pré
aplicação foi de 76,95º e para a situação pós aplicação foi de 80,21º, o que evidencia um
aumento médio de 3,26º do arco de movimento observado, onde p = 0,332.
Gráfico 5: Grupo B - Controle, movimentos de abdução do ombro pré e pós aplicação

Autor: Discente

Para a avaliação da dor (gráfico 6), a média obtida para o momento pré aplicação foi de 7,65
pontos na Escala Numérica de Avaliação da dor e a média obtida para o momento pós
aplicação foi de 6,65 pontos. Uma diferença de 1 ponto na dor relatada, onde p = 0,035.
Gráfico 6: Grupo B - Controle, Escala Numérica de Avaliação da dor pré e pós aplicação

Autor: Discente
35

Os resultados também podem ser observados através dos registros fotográficos e da angulação
do arco de movimento do participante pré e pós aplicação da técnica como nas fotografias de
participantes do Grupo A, que constam nas Fichas de Pesquisa (Apêndice 3).
Figura 26 e 27: movimento de flexão pré e pós aplicação do Spiral Taping.

Fonte: Discente.

Figuras 28 e 29: movimentos de abdução pré e pós aplicação do Spiral Taping.

Fonte: Discente.
36

5. DISCUSSÃO E SUGESTÕES

Os resultados obtidos, demonstraram que os participantes que receberam a trama aplicada


com a técnica e sobre o local da dor, tiveram uma resposta melhor que os participantes do
grupo controle, no entanto, alguns dados necessitam de maior explanação.
A aplicação da técnica do Spiral Taping apresentou melhora imediata do quadro álgico em
2,65 pontos na Escala Numérica de Avaliação, porém tal valor não apresentou fonte estatística
significativa (p=7,8). Foi observado que tal fato se deu devido ao relato de dor do participante
A12, que saiu da curva amostral, respondendo de forma diferenciada em comparação aos
outros participantes. Realizando uma análise do relato de dor entre os outros 22 participantes,
excluindo o participante A12, o perfil estatístico foi completamente alterado, onde se obteve
2,45 pontos de melhora da dor e p=0,00019, valor de alta significância estatística, conforme
esperado.
Vale ressaltar que a avaliação da dor é uma variável subjetiva, que não conta com mensuração
além da referida verbalmente pelo participante.
Os resultados obtidos apontam no sentido da hipótese inicial e mostram que a aplicação da
técnica do Spiral Taping promove resultados favoráveis no alívio imediato da algia.
Observamos que o aumento das médias de graus dos scores finais entre o arco de movimento
de flexão é de 18,39º e de abdução é de 26,95º, sendo estes replicáveis na população do Grupo
A e fontes confiáveis de significância com p=0,035 para flexão e p=0,001 para abdução.
Apesar de o score final da avaliação da dor não ter mostrado confiabilidade estatística
(p=7,8), não se pode ignorar que no relato da dor do Grupo A, 20 dos participantes (86,96%)
relataram melhora do quadro álgico em algum grau, enquanto 3 participantes (13,04%)
relataram o mesmo grau de algia. Nenhum dos 46 participantes relatou aumento do quadro
álgico após a aplicação da técnica.
Em face das evidências levantadas, corrobora-se a citação de Yamada apud Tanaka (1999) de
que o Spiral Taping é uma técnica em que a aplicação correta do esparadrapo sobre o ponto
específico da dor, proporciona melhora imediata do quadro.
Haddad (2007; 2011), relata que o estímulo proprioceptivo sobre o local da dor reduz e,
regularmente, interrompe a passagem dos estímulos nociceptivos, mecanismo presente nos
protocolos com esparadrapo, especialmente quando é aplicada uma trama diretamente sobre o
ponto de dor.
Sendo assim, entende-se que a técnica de spiral taping foi eficiente no controle do quadro
álgico, conforme sugerido no início deste estudo.
37

6. CONCLUSÃO DO ESTUDO

O quadro álgico é um dos maiores obstáculos à terapêutica e não por acaso, o fisioterapeuta,
quando no tratamento de um bloqueio articular advindo de um quadro álgico, usa como
primeiro recurso, técnicas para o alívio da dor, que pode compreender o T.E.N.S., o
ultrassom, o infravermelho, entre outros.
O propósito dessa pesquisa foi analisar o efeito imediato da aplicação do Spiral Taping sobre
o local da dor, observando se obteve-se a diminuição do quadro álgico, possibilitando assim
uma alternativa a mais para o controle da dor, o que pode contribuir para o tratamento
cinesioterapêutico.
A partir dos resultados e dos estudos descritos nesta pesquisa, foi possível observar que o uso
do Spiral Taping e seus benefícios em pessoas com omalgias são reais e significativos. Os
dados evidenciaram que a utilização do Spiral Taping na articulação do ombro afetado foi
satisfatório, pois houve a diminuição da dor com consequente aumento do arco de movimento
da articulação, o que ratifica a hipótese levantada.
Sugere-se a ampliação do estudo para ratificação dos resultados obtidos.
38

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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