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FACULDADE ASSIS GURGACZ

PRISCILA FERRETTI

ESTUDO COMPARATIVO NA AVALIAÇÃO DE DOR E AMPLITUDE DE


MOVIMENTO EM PACIENTES COM CERVICALGIA DE ORIGEM MUSCULAR,
UTILIZANDO COMO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ONDAS CURTAS
VERSUS POMPAGE CERVICAL, AMBOS ASSOCIADOS A ALONGAMENTOS
ATIVOS CERVICAIS E DE CINTURA ESCAPULAR

CASCAVEL
2006
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PRISCILA FERRETTI

ESTUDO COMPARATIVO NA AVALIAÇÃO DE DOR E AMPLITUDE DE


MOVIMENTO EM PACIENTES COM CERVICALGIA DE ORIGEM MUSCULAR,
UTILIZANDO COMO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ONDAS CURTAS
VERSUS POMPAGE CERVICAL AMBOS ASSOCIADOS A ALONGAMENTOS
ATIVOS CERVICAIS E DE CINTURA ESCAPULAR

Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de


Conclusão de curso, como requisito parcial para obtenção
do título de bacharel em Fisioterapia da Faculdade Assis
Gurgacz – FAG

Orientador: Luiz Orestes Bozza

CASCAVEL
2006
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FACULDADE ASSIS GURGACZ

PRISCILA FERRETTI

ESTUDO COMPARATIVO NA AVALIAÇÃO DE DOR E AMPLITUDE DE


MOVIMENTO EM PACIENTES COM CERVICALGIA DE ORIGEM MUSCULAR,
UTILIZANDO COMO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ONDAS CURTAS
VERSUS POMPAGE CERVICAL, AMBOS ASSOCIADOS A ALONGAMENTOS
ATIVOS CERVICAIS E DE CINTURA ESCAPULAR

Trabalho apresentado no Curso de Fisioterapia, como requisito parcial para obtenção do título
de bacharel em Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz, sob orientação do professor
especialista Luiz Orestes Bozza.

BANCA EXAMINADORA

________________________________
Esp. Prof. º Luiz Orestes Bozza
Faculdade Assis Gurgacz
Orientador

_________________________________
Esp. Prof. º Mário Rezende
Faculdade Assis Gurgacz

_________________________________
Mestre Prof. ª Ione Bertoncello
Faculdade Assis Gurgacz

Cascavel, _____ de ___________ de 2006.


3

Aos meus pais e meu irmão... pessoas

especiais que sempre estiveram ao meu lado, me

confortando, me auxiliando, me incentivando e

acima de tudo privando-se de certos sonhos para

que fosse possível a realização de uma conquista

minha!
4

AGRADECIMENTOS

Como dizer “obrigada” quando há tantos a agradecer? Como já foi mencionada esta

pesquisa é um agradecimento a meus pais Eraldo e Salete e meu irmão Marcos Vinícius, pelo

amor, carinho, amparo, apoio e dedicação, porém, para a realização deste trabalho contei com

o apoio de muitas pessoas...

... meu noivo Robson pela atitude, compreensão e paciência, mostrando-me que a vida

pode ser mais simples e tranqüila;

... meu orientador Luiz Orestes Bozza, meus sinceros e especiais agradecimentos pelo

auxílio e disponibilidade durante a realização desta pesquisa;

... Profº. Rodrigo Jucá que mesmo de maneira indireta colaborou, disponibilizando

materiais e esclarecendo dúvidas sobre o trabalho;

... Profª. Denise por ter se colocado à disposição e auxiliado nos momentos em que

precisei;

... pacientes pela gentileza e ânimo de participar da pesquisa;

... meus colegas de estágio: Marissanta, N. Jorge, Rosângela, Rodrigo, Silvinha e

Suélen, pela colaboração prestada em meio às dificuldades, pois agora podemos dizer que

valeu a pena!!!

...e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
5

... o paciente está aí por necessidade, o

profissional por opção, é necessário lembrar que

um paciente é um ser psicossocial e que, ao

entrar em nossos consultórios, carrega consigo

uma história, um ambiente, valores morais e

éticos.

Virgínia J. Gregolin e Walter C. de Lima


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RESUMO

A cervicalgia é um sintoma que traduz, na maioria das vezes um processo degenerativo ou um


distúrbio funcional das estruturas ligamentares, musculares, discais e osteocartilagenosas da
região cervical. Os problemas musculares associados com a dor cervical posterior são
essencialmente devido ao espasmo muscular. Tanto a diatermia por ondas curtas como a
pompage cervical são indicados para o tratamento da cervicalgia, porém o estudo visa
comparar e confrontar métodos distintos de tratamento para uma mesma sintomatologia,
assim pode-se decidir pelo método de tratamento mais adequado ao ambiente fisioterapêutico,
tendo como objetivo geral comparar a eficácia da diatermia por ondas curtas e da pompage
cervical no tratamento de cervicalgia de origem muscular, avaliando a graduação de dor
através da escala visual de dor e verificando a amplitude de movimento cervical através do
flexímetro. A amostra foi composta por dois pacientes de ambos os sexos, com idade de 29 e
35 anos. Os pacientes foram avaliados no primeiro atendimento, reavaliados no final da
segunda semana e no último dia de atendimento. Com um dos pacientes foi utilizado o
seguinte protocolo de tratamento: ondas curtas mais alongamento cervical e de cintura
escapular, e com outro paciente pompage cervical mais alongamento cervical e de cintura
escapular. O tratamento foi realizado três vezes por semana no período de 15 de agosto a 08
de setembro de 2006, totalizando onze atendimentos. Houve aumento da amplitude de
movimento cervical e alcance dos níveis de normalidade, em ambos os pacientes, em todas as
direções com exceção dos movimentos de rotação. Para o movimento de flexão o paciente A
(ondas curtas) obteve um aumento de 39% na ADM e o paciente B (pompage) de 57%; na
extensão cervical, o paciente A teve um ganho na ADM de 15% e o paciente B de 20%; no
movimento de inclinação para a direita, o paciente A teve uma melhora na amplitude de 13%,
enquanto o paciente B de 80%; na inclinação para a esquerda , o paciente A elevou a ADM
em 13% e o paciente B em 50 %; no movimento de rotação para a direita o paciente A
aumentou a amplitude em 8% e o paciente B em 12% e por último a rotação para a esquerda,
onde o paciente A elevou a ADM em 2% e o paciente B em 17%. Ocorreu também a redução
significativa da escala analógica visual de dor nos dois pacientes, com o paciente A (ondas
curtas), houve uma redução na escala de 42 pontos, e melhora média de 5, 7% após cada
atendimento; o paciente B (pompage), teve uma redução na escala de 56 pontos, e houve
melhora média de 5, 6% após cada atendimento de tratamento. Os tratamentos da cervicalgia
de origem muscular realizados nesta pesquisa tiveram resultados satisfatórios para os
pacientes participantes. A combinação das técnicas propostas foi efetiva para os casos em
questão, resultando em ganho da amplitude e alívio da dor, porém o paciente que realizou a
pompage obteve resultados mais favoráveis, sendo o protocolo mais eficaz.

Palavras-chave: Cervicalgia. Ondas Curtas. Pompage. Amplitude de movimento. Dor.


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ABSTRAT

The cervical pain is a symptom that translates, in the most of the time, a degenerative process
or a functional disturbance of the structures ligamentares, muscular, discais and
osteocartilagenosa of the cervical area. The muscular problems associated with the subsequent
cervical pain are essentially due to the muscular spasm. So much the diathermy for short
waves as the cervical pompage are suitable for the treatment of the cervical pain however the
study seeks to compare and to confront different methods from treatment for a same
symptom, like this, it can decide for the method more appropriate to the treatment to the
therapeutic atmosphere, with the general objective to compare the efficacy of the diathermy
for short waves and of the cervical pompage in the treatment of cervical pain of muscular
origin, evaluating the pain graduation through the visual scale of pain and verifying the width
of cervical movement through the fleximeter. The sample was composed by two patient of
both sexes, with age of 29 and 35 years. The patients were appraised in the first attendance,
revalued in the end of the second week and in the last day of attendance. With one of the
patients the following treatment protocol was used: short waves more cervical prolongation
and of scapular waist, and with other patient one was used pompage more cervical
prolongation and of scapular waist. The treatment was accomplished three times a week in the
period of August 15th to September 8th , 2006, totaling eleven sessions for patient. There was
increase of the width of cervical movement and reach of the normality levels, in both patients,
in all the directions except for the rotation movements. For the bending movement the patient
A (short waves) obtained an increase of 39% in ADM and the patient B (pompage) of 57%; in
the cervical extension, the patient A had an earnings in ADM of 15% and the patient B of
20%; in the inclination movement for the right, the patient A had an improvement in the width
of 13%, while the patient B of 80%; in the inclination for the left, the patient A elevated the
ADM in 13% and the patient B in 50%; in the rotation movement for the right, the patient A
increased the width in 8% and the patient B in 12% and last the rotation to the left, where the
patient A elevated the ADM in 2% and the patient B in 17%. It also happened the significant
reduction of the visual analogical scale of pain in the two patients, with the patient A (short
waves), there was a reduction in the scale of 42 points, and a improvement average of 5, 7%
after each treatment session; the patient B (pompage), had a reduction in the scale of 56
points, and there was a improvement average of 5, 6% after each treatment session. The
treatments of the cervical pain of muscular origin accomplished in this research had
satisfactory results for the participant patients. The combination of the proposed techniques
went effective for the cases in subject, resulting in earnings of the width and relief of the pain,
however the patient that accomplished the pompage he/she obtained more favorable results,
being the most effective protocol.

Word-key: Cervical pain. Short Waves. Pompage. Movement Width. Pain.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

ILUSTRAÇÃO 1 - Coluna cervical superior e inferior...................................................... 20

ILUSTRAÇÃO 2 - Constituição das três primeiras vértebras cervicais............................ 22

ILUSTRAÇÃO 3 - Biomecânica cervical.......................................................................... 29


9

LISTA DE IMAGENS

IMAGEM 1 - Aparelho de ondas curtas......................................................................... 69

IMAGEM 2 - Posicionamento das placas de ondas curtas........................................... 70

IMAGEM 3 - Alongamento cervical anterior................................................................ 71

IMAGEM 4 - Alongamento cervical posterior e de cintura escapular........................... 72

IMAGEM 5 - Alongamento cervical lateral................................................................... 73

IMAGEM 6 - Alongamento de cintura escapular com extensão e adução dos ombros. 74

IMAGEM 7 - Alongamento de cintura escapular com flexão e adução dos ombros..... 75

IMAGEM 8 - Alongamento de cintura escapular com flexão lateral do tronco............ 76

IMAGEM 9 - Alongamento de cintura escapular com adução posterior do ombro e 77

depressão da cintura escapular.................................................................

IMAGEM 10 - Alongamento de cintura escapular com adução horizontal do ombro e 78

da cintura escapular.................................................................................

IMAGEM 11 - Alongamento de cintura escapular com flexão, rotação lateral e 79

abdução do ombro e elevação da cintura escapular................................

IMAGEM 12 - Pompage global cervical.......................................................................... 80

IMAGEM 13 - Pompage do Pescoço............................................................................... 81

IMAGEM 14 - Pompage dos escalenos........................................................................... 81

IMAGEM 15 - Pompage do trapézio superior................................................................. 82

IMAGEM 16 - Pompage do elevador da escápula........................................................... 83

IMAGEM 17 - Pompage do esternocleidomastóideo-occipitomastóide.......................... 83

IMAGEM 18 - Pompage dos extensores da cabeça......................................................... 84

IMAGEM 19 - Escala analógica visual (EAV)................................................................ 87


10

IMAGEM 20 - Realização das medidas de amplitude de movimento cervical................ 90

IMAGEM 21 - Flexímetro................................................................................................ 91
11

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Amplitude de movimento de flexão........................................................... 93

GRÁFICO 2 - Amplitude de movimento de extensão....................................................... 94

GRÁFICO 3 - Amplitude de movimento de inclinação para direita................................. 95

GRÁFICO 4 - Amplitude de movimento de inclinação para esquerda............................. 96

GRÁFICO 5 - Amplitude de movimento de rotação para direita...................................... 97

GRÁFICO 6 - Amplitude de movimento de rotação para esquerda.................................. 98

GRÁFICO 7 - Comparação da escala analógica visual antes e após cada atendimento.... 100

GRÁFICO 8 - Variação da porcentagem da escala analógica visual do inicio e final de 101

cada atendimento
12

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

ADM - Amplitude de movimento.................................................................................... 16

ATP - Adenosina trifosfato............................................................................................ 46

AVD’s Atividades de vida diária.................................................................................... 16

EAV - Escala analógica visual........................................................................................ 87

FC - Freqüência cardíaca............................................................................................. 123

FM - Força muscular.................................................................................................... 124

FR - Freqüência respiratória........................................................................................ 123

MHz - Mega hertz........................................................................................................... 58

PA - Pressão arterial sistêmica.................................................................................... 123

SaO2 - Saturação de oxigênio......................................................................................... 123


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 19

2.1 ANATOMIA CERVICAL................................................................................... 19

2.1.1 Constituição das três primeiras vértebras cervicais............................................. 21

2.1.2 Articulações atlantoaxias..................................................................................... 22

2.1.3 Articulações atlantooccipitais.............................................................................. 23

2.1.4 Articulações intervertebrais e facetas articulares................................................. 23

2.1.5 Charneira cérvico-dorsal...................................................................................... 24

2.1.6 Ligamentos cervicais........................................................................................... 25

2.1.7 Músculos cervicais............................................................................................... 26

2.2 BIOMECANICA CERVICAL............................................................................ 28

2.3 IMPORTANCIA DA AVALIAÇÃO DA CINTURA ESCAPULAR................ 30

2.4 CERVICALGIA.................................................................................................. 30

2.4.1 Etiopatogenia....................................................................................................... 33

2.4.2 História e exame clínico....................................................................................... 34

2.4.3 Formas clínicas.................................................................................................... 36

2.4.4 Tratamento........................................................................................................... 36

2.5 DOR..................................................................................................................... 37

2.5.1 Definição de dor................................................................................................... 37

2.5.2 Fisiologia da dor.................................................................................................. 38

2.5.3 Classificação das dores........................................................................................ 40

2.5.3.1 Dor óssea.............................................................................................................. 40


14

2.5.3.2 Dor discal............................................................................................................. 41

2.5.3.3 Dor ligamentar..................................................................................................... 41

2.5.3.4 Dor muscular........................................................................................................ 41

2.5.3.5 Dor nervosa.......................................................................................................... 42

2.5.4 Aspectos cognitivos comportamentais da dor...................................................... 42

2.5.4.1 Dor e ansiedade.................................................................................................... 42

2.5.4.2 Dor e depressão.................................................................................................... 43

2.5.4.3 Dor e estresse....................................................................................................... 43

2.6 ESPASMO MUSCULAR.................................................................................... 44

2.6.1 Mecanismo da contração muscular..................................................................... 45

2.6.2 Tipos de fibras musculares................................................................................... 47

2.7 ALONGAMENTO MUSCULAR....................................................................... 48

2.7.1 Propriedade dos tecidos moles que afetam o alongamento................................. 49

2.7.2 Receptores sensoriais relacionados ao alongamento........................................... 50

2.7.3 Fatores que determinam o alongamento.............................................................. 51

2.7.4 Relaxamento........................................................................................................ 52

2.7.5 Precauções e contra- indicações do alongamento................................................ 53

2.8 TERAPIA MANUAL.......................................................................................... 54

2.8.1 Pompage.............................................................................................................. 55

2.8.2 Contra indicações da terapia manual................................................................... 57

2.9 DIATERMIA POR ONDAS CURTAS............................................................... 58

2.9.1 Efeitos das correntes de alta freqüência nos tecidos............................................ 58

2.9.2 Respostas fisiológicas à diatermia por ondas curtas............................................ 59

2.9.3 Aplicação de diatermia por ondas curtas............................................................. 62

2.9.4 Dosagem.............................................................................................................. 63
15

2.9.5 Tempo de aplicação............................................................................................. 64

2.9.6 Contra-indicações............................................................................................... 64

2.9.7 Procedimentos para o tratamento com ondas curtas............................................ 65

3 METODOLOGIA............................................................................................. 67

3.1 FOTOGRAFIAS.................................................................................................. 86

3.2 METODOS DE AVALIAÇÃO........................................................................... 86

3.2.1 Ficha de avaliação................................................................................................ 86

3.2.2 Escala visual de dor............................................................................................. 87

3.2.3 Amplitude de movimento (ADM)....................................................................... 88

4 RESULTADOS.................................................................................................. 92

5 DISCUSSOES..................................................................................................... 102

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 113

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 114

GLOSSÁRIO...................................................................................................... 120

APÊNDICE A – Carta de apresentação à instituição......................................... 121

APENDICE B – Ficha de avaliação fisioterapêutica.......................................... 123

APENDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido........................... 126

ANEXO A – Parecer do Comitê de ética em pesquisa da Faculdade Assis

Gurgacz................................................................................................................ 129
16

1 INTRODUÇÃO

A coluna cervical pode ser responsável por sintomas no pescoço, ombro, braço,

cabeça ou face. É importante que os terapeutas tenham um conhecimento das possíveis

formas de apresentação da disfunção da coluna cervical, portanto, uma perfeita avaliação é

essencial.

As dores musculares são comuns na região cervical, pois toda musculatura tônica

desta região é destinada a duas funções contraditórias: equilíbrio da cabeça e suspensão

escapular e torácica. As conseqüências são desequilíbrios, aumento da tensão, encurtamentos,

retrações e contraturas dolorosas (BIENFAIT, 1997).

A prevalência de pessoas que desenvolvem distúrbios osteomusculares é cada vez

mais comum entre nós. As dores no pescoço e ombros são, na sua maioria, decorrentes de

uma tensão generalizada dessa região. As tensões sofridas no ambiente de trabalho, as

posturas incorretas dos membros e da coluna vertebral, o uso repetitivo e forçado de

grupamentos musculares e articulares durante a jornada de trabalho, e mesmo o mobiliário

inadequado, constituem o que conhecemos como mecanismos de lesão, estes acarretam uma

diminuição da flexibilidade, mobilidade, diminuição da amplitude de movimento (ADM), dor

aos movimentos e à palpação e, por conseqüência, dificuldade nas atividades de vida diária

(AVD's) (GRANDJEAN, 1998; YENG, TEIXEIRA & BARBOZA, 1999). Depois de

instalado o mecanismo de lesão, que provêm de inúmeras causas, o organismo produz um

tecido fibroso denso, que substitui o tecido mole normal. Estes tecidos moles então perdem

sua elasticidade e plasticidade normal, resultando em contraturas musculares, o que acarreta a

dor (KISNER & COLBY, 1998).

A cervicalgia comum pode ser resultante de vários mecanismos, dentre os quais


17

alguns se justificam principalmente os tratamentos medicamentosos, porém, mais

freqüentemente, o essencial da medida terapêutica repousa na terapia manual e cinesioterapia.

Segundo a forma clinica é necessário privilegiar a pesquisa da mobilidade, a melhoria da

proprioceptividade, o reforço dos músculos cervico-dorsais ou o relaxamento muscular de

toda a região cervico-dorso-escapular. O terapeuta deve, portanto, dominar uma tecnologia

rica e variada, deduzida nas aquisições cientificas sobre a fisiologia e patologia da coluna

cervical (MARS-PRYSZO, 2000).

Sabe-se que tanto a diatermia por ondas curtas como a pompage cervical são

indicados para o tratamento da Cervicalgia derivada de distúrbios musculares, porém o estudo

visa comparar os dois métodos para verificar qual se torna mais eficaz no tratamento da dor e

amplitude de movimento. Kitchen (2003) diz que o calor é freqüentemente utilizado para o

alívio da dor em diversos distúrbios e que na maioria dos casos a diminuição da dor se dá por

redução do espasmo muscular e que a estimulação na região do pescoço resulta em aumento

no relaxamento muscular, porém Bienfait (1997) defende que a pompage pode produzir um

relaxamento muscular e que é uma técnica muito eficiente no tratamento de espasmos

musculares.

O presente trabalho justifica-se pela necessidade de comparar e confrontar métodos

distintos de tratamento para uma mesma sintomatologia, assim pode-se decidir pelo método

de tratamento mais adequado ao ambiente fisioterapêutico, além de ter como objetivo geral

comparar a eficácia do ondas curtas e da pompage cervical no tratamento de cervicalgia de

origem muscular, avaliando a graduação de dor através da escala analógica visual e

verificando a amplitude de movimento cervical através do flexímetro. Porém, os objetivos

específicos deste trabalho incluem a realização de uma extensa revisão bibliográfica sobre os

assuntos abordados no estudo; avaliação de possíveis alterações de dor e amplitude de

movimento; verificar a importância destes métodos de tratamento; elaborar possíveis formas


18

diferenciadas de tratamento e abrir espaço para novas pesquisas sobre o assunto.

Para tanto, o presente estudo será dividido em seis capítulos que se disporão nessa

ordem: introdução; referencial teórico; metodologia; resultados; discussão e considerações

finais.

O segundo capítulo, trará uma revisão da anatômia e biomecânica cervical, e

possibilitará a compreensão da Cervicalgia, as possíveis etiologias, o quadro clínico, sinais e

sintomas e diagnóstico, além de uma explanação sobre os tipos de tratamento empregados

nesta pesquisa, como pompage, diatermia por ondas curtas e alongamentos.

Durante a exposição do terceiro capítulo será demonstrada a metodologia pela qual

foi realizado o presente estudo. Descrevendo a caracterização da pesquisa, os critérios de

exclusão e inclusão da pesquisa, a amostra, os métodos de avaliação, os materiais utilizados,

os protocolos de tratamento, a forma e duração dos atendimentos realizados, os

procedimentos para reduzir possíveis riscos e desconfortos ao sujeito da pesquisa, dentre

outros.

No quarto capítulo serão expostos os resultados referentes à coleta de dados serão

expostos e interpretados, demonstrando em gráficos a variação amplitude de movimento

(ADM) e da Escala Visual da dor (EVA) nos pacientes participantes da pesquisa.

A discussão será realizada no quinto capítulo, onde os resultados obtidos serão

comparados com os dados e resultados da literatura.

No sexto capítulo será realizado o fechamento do estudo executado.


19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ANATOMIA CERVICAL

A coluna cervical constitui o eixo ósseo do pescoço e está constituída de modo a

oferecer a resistência de um pilar de sustentação, a flexibilidade necessária a movimentação

da cabeça, proteção à medula espinhal e fixação de numerosos músculos da região. Antes do

nascimento, a coluna vertebral fetal acompanha a forma da parede da cavidade uterina de

modo a se ter uma curva suave de concavidade anterior (curva primária da coluna vertebral).

Entretanto, a extremidade superior desta curva retifica-se quando a criança se torna capaz de

erguer a cabeça. Mais adiante a curvatura primária é invertida, passando a ter uma

concavidade posterior (VASCONCELOS apud LEITÃO & LEITÃO, 1995).

A região cervical é constituída de uma lordose, de concavidade posterior. A coluna

cervical é a coluna flexível que suporta o peso da cabeça e provê uma via protegida para a

medula espinhal no seu trajeto de descida, além de proteger as artérias vertebrais, veias

jugulares internas e a cadeia simpática do sistema nervoso autônomo (GROSS, FETTO &

ROSEN, 1996).

Considerada em conjunto, a coluna cervical está constituída em duas categorias

anatômica e funcionalmente distintas, ou seja, em coluna cervical superior ou coluna

suboccipital ou ainda vértebras atípicas (C0, C1 e C2) e coluna cervical inferior ou vértebras

típicas (C2 a C7) (GOULD, 1993).

A coluna cervical superior que contém a primeira e a segunda vértebras cervicais

(atlas e áxis), as quais estão unidas entre si, além do occipital, por uma complexa cadeia

articular com três eixos e três graus de liberdade. As vértebras cervicais são todas do mesmo
20

tipo, com exceção do atlas e do áxis, que são diferentes entre si e das outras vértebras

cervicais (KAPANDJI, 2000).

Ainda conforme o mesmo autor, a coluna cervical inferior se estende do platô

inferior do axis até o platô superior da primeira vértebra torácica e possuem dois tipos de

movimentos: por um lado, movimentos de flexão - extensão; e por outro lado, movimentos

mistos de inclinação - rotação. Funcionalmente as colunas cervical superior e inferior se

completam para realizar movimentos puros de rotação, inclinação ou de flexão – extensão da

cabeça.

Ilustração 1 - Coluna cervical superior e inferior

Fonte: KAPANDJI (2000).


Nota: Coluna cervical superior (1) e inferior (2).
21

2.1.1 Constituição das três primeiras vértebras cervicais

O atlas se diferencia das demais vértebras principalmente por não apresentar corpo

vertebral, por ser um anel mais largo transversal que sagitalmente. Contém duas massas

laterais ovaladas com uma face articular superior e uma face articular inferior; o arco anterior

tem por face posterior uma face articular cartilaginosa ovalada que se articula com a apófise

odontóide do áxis. As apófises transversas estão perfuradas para dar passagem à artéria

vertebral orifício vertical pelo qual ascende à artéria vertebral (GOULD, 1993).

O áxis, por sua vez, apresenta um corpo vertebral cuja face superior recebe em seu

centro o processo odontóide, que serve de pivô para a articulação atlantoaxial. Possui duas

faces articulares, que se sobressaem lateralmente para fora do corpo vertebral. O arco

posterior está constituído por duas lâminas estreitas. A apófise espinhosa é composta por dois

tubérculos como o resto das espinhosas cervicais. As apófises transversas apresentam um

orifício vertical pelo qual ascende à artéria vertebral, que leva o sangue oxigenado para a

região mais nobre do corpo: o cérebro (KAPANDJI, 2000; SOBOTA, 2000).

Por fim a terceira vértebra cervical, conforme Kapandji (2000), é semelhante às

quatro últimas vértebras cervicais, portanto é uma vértebra cervical padrão: possui um corpo

vertebral alongado transversalmente, sua face comporta o platô vertebral superior, limitada

lateralmente pelos processos unciformes. O arco posterior é formado pelas apófises

articulares, cada uma das quais possui uma face articular superior e uma face articular

inferior. Essas apófises são unidas ao corpo vertebral pelo pedículo. As duas lâminas

vertebrais se unem na linha média apara dar origem à apófise espinhosa que contém dois

tubérculos.
22

Ilustração 2 - Constituição das três primeiras vértebras cervicais

Fonte: KAPANDJI (2000).

2.1.2 Articulações atlantoaxias

A união entre o atlas e o axis é garantida por três articulações mecanicamente

conectadas: uma articulação axial (atlantoodontóide) e duas articulações laterais e simétricas

(as atlantoaxiais), que estabelecem a ligação entre a face inferior das massas laterais do atlas e

as superfícies articulares superiores do axis, ou seja, entre a faceta inferior convexa do atlas e

a faceta superior côncava do axis (LOUDON, BELL & JOHNSTON, 1999).


23

2.1.3 Articulações atlantooccipitais

Pode-se dizer que existem duas articulações atlantoocipitais (entre o crânio e C1)

mecanicamente unidas, pares e simétricas que relacionam as faces articulares superiores das

massas laterais do atlas com as superfícies dos côndilos occipitais. A articulação

atlantooccipital pode ser considerada uma enartrose, ou seja, uma articulação de superfície

esférica, com três eixos e, portanto três graus de liberdade: rotação axial (ao redor de um eixo

vertical), flexão-extensão (ao redor de um eixo transversal) e inclinação lateral (ao redor de

um eixo ântero-posterior) (KAPANDJI, 2000).

Os componentes de movimentos permitidos nas articulações atlantooccipital e

atlantoaxial, contribuem com aproximadamente 50% dos movimentos da coluna cervical

(GOULD, 1993).

2.1.4 Articulações intervertebrais e facetas articulares

As vértebras C3 a C7 apresentam articulações intervertebrais que juntamente com os

corpos intervertebrais formam a principal parte de sustentação de pressão da coluna cervical.

As articulações intervertebrais são sínfises especializadas. Uma camada de cartilagem hialina

cobre cada superfície articular dos corpos vertebrais, entre as camadas de cartilagem hialina ,

situa-se um disco intervertebral (que consiste de um anel externo de material fibroso –

chamado de ânulo fibroso , que circunda uma massa gelatinosa interna chamada de núcleo

pulposo), portanto todas estas estruturas estão intimamente conectadas entre si. Além das
24

articulações intervertebrais estas vértebras possuem duas articulações sinoviais deslizantes

entre os processos articulares inferiores da vértebra superior e os processos articulares

superiores da vértebra inferior, referidas como facetas articulares ou articulações apofisárias.

Então cada par adjacente de vértebras articula-se entre si por meio de: uma articulação

intervertebral; duas facetas articulares (direita e esquerda) e ligamentos longitudinais e

intersegmentares (WATKINS, 2001).

2.1.5 Charneira cérvico-dorsal

É a região de transição entre as colunas cervical e torácica. As estruturas ósseas que

formam a charneira cérvico-dorsal são: C7, T1,T2 e a primeira costela, e é nessa região que se

encontra o gânglio estrelado, o qual passa próximo ao esterno, articulação esternoclavicular,

primeiras costelas, C7 e T1. O gânglio estrelado faz parte do centro cardio-acelerador,

controla as paredes das artérias dos membros superiores e junto com os gânglios médio e

superior controlam as paredes arteriais intracranianas e fazem anastomose com o décimo par

craniano (vago) que controla o estômago, fígado, pâncreas, baço intestino delgado, cólon

ascendente e transverso. Portanto, problemas em qualquer das estruturas citadas a cima, deve-

se investigar a charneira cérvico-dorsal (SALGADO, 2004).

Ainda conforme o autor, nessa região também estão localizados os desfiladeiros

torácicos que por vezes são confundidos com cervicobraquialgias quando comprimidos.

Existe também vários ligamentos que unem estas estruturas à pleura parietal e visceral. Além

de que, as hipertonias miofasciais influenciam sobre os sistemas sanguíneo, linfático e

nervoso da cabeça, tronco e membros superiores. Logo, todos estes fatores podem gerar
25

sintomatologia de cervicalgias, cefaléias, vertigens, torcicolos, cervicobraquialgias, problemas

oculares, entre outros.

2.1.6 Ligamentos cervicais

Os ligamentos são estruturas fibrosas não contráteis, que unem um osso a outro e

promovem estabilidade (KONIN, 2006). Eles são flexíveis porém não extensíveis, contêm

terminações nervosas que são importantes nos mecanismos reflexos e na percepção de

movimento e posição (KENDAL, McCREARY & PROVANCE, 1995). Os ligamentos se

encontram ao longo de toda a coluna e apresentam um suprimento sanguíneo pobre, mas um

bom suprimento nervoso (GOULD, 1993).

Aqui, conforme Kapandji (2000), os ligamentos serão divididos por coluna

subocciptal e coluna cervical inferior. Portanto, os ligamentos da coluna subocciptal são

muito numerosos e potentes:

1. Ligamento occípito-odontóide médio

2. Ligamento transverso

3. Ligamento occípto-transverso

4. Ligamento transversoaxoidiano

Esses três ligamentos: transverso, occípto-transverso e transversoaxoidiano formam o

Ligamento Cruciforme.

5. Ligamentos occípto-axoidiano médio e laterais

6. Ligamento longitudinal posterior

7. Ligamento atlantooccipital anterior


26

8. Ligamento atlanto axoidiano anterior

9. Ligamento longitudinal anterior

10. Ligamento atlantooccipital posterior

11. Ligamento atlanto axoidiano posterior

12. Ligamento interespinhal

13. Ligamento cervical posterior

14. Ligamento amarelo (KAPANDJI, 2000).

Alguns dos ligamentos da coluna subocipital seguem pela coluna cervical inferior:

Ligamento longitudinal anterior, Ligamento longitudinal posterior, Ligamentos interespinhais,

Ligamento cervical posterior, e por fim os Ligamentos intertransversos que estão presentes

apenas na coluna cervical inferior (KAPANDJI, 2000; SOBOTA, 2000).

2.1.7 Músculos cervicais

Segundo Loudon, Bell & Johnston (1999) e Konin (2006), são músculos cervicais:

- Reto anterior da cabeça: occipúcio até a porção anterior da massa lateral de C1;

- Reto lateral da cabeça: occipúcio até o processo transverso de C1;

- Longo da cabeça: occipúcio inferior até os processos transversos de C3 – C6;

- Oblíquo superior da cabeça: processos transversos de C1 a T4 até a porção lateral da

espinha nucal inferior;

- Esternocleidomastóideo: clavícula e esterno até o processo mastóide;

- Esplênio nucal: processos espinhosos de C2 a t4 até a porção lateral da linha superior e

do processo mastóide;
27

- Semiespinhal da cabeça: processos transversos de C7 a T6 e processos articulares de C4

a C6 até as linhas nucais inferiores e superiores;

- Longuíssimo da cabeça: processos transversos de T1 a T5 e processos articulares de C4

a C7 até o processo mastóide;

- Espinhal da cabeça: porção medial do semi-espinhal da cabeça;

- Trapézio: occipúcio, ligamento da nuca e processos espinhosos de C7 a T12 até o terço

lateral da clavícula, espinha escapular e acrômio;

- Reto posterior maior da cabeça: processo espinhoso de C2 até a linha nucal inferior;

- Reto posterior menor da cabeça: arco posterior d eC1 até a linha nucal inferior;

- Obliquo inferior da cabeça: processo espinho de C2 até processo transverso de C1;

- Longo do pescoço: região anterior dos corpos vertebrais médio cervicais T3 até os

processos transversos das vértebras situadas acima ou região anterior dos corpos vertebrais

superiores até o arco anterior do atlas;

- Escaleno anterior: processos transversos de C3 a C6 até a superfície superior da primeira

costela (próximo ao esterno);

- Escaleno médio: processos transversos de C2 a C7 até a primeira costela;

- Esplênio cervical: processos espinhos de C2 a T4 até os processos transversos de C1 a

C3;

- Semi-espinhal cervical: processos transversos de T1 a T6 até os processos espinhosos de

C2 a C5;

- Longo cervical: processos transversos de T1 a T5 até os processos espinhosos de C2 a

C6;

- Levantador da escápula: ângulo superior da escápula até os processos transversos de C2

a C4;

- Iliocostal cervical: 6 costelas superiores até os processos transversos de C4 a C6;


28

- Rotadores: processos transversos até os processos espinhosos desde o sacro até C2; cada

fascículo abrange somente 1-2 segmentos;

- Multífídos: processos transversos até os processos espinhosos desde o sacro até C2; cada

fascículo abrange somente 2-4 segmentos;

- Intertransversários: processos transversos até os processos espinhosos desde o sacro até

C2; cada fascículo abrange somente 1-2 segmentos.

2.2 BIOMECANICA CERVICAL

Segundo Salgado (2004), a biomecânica da coluna cervical é complexa, porém pode

ser entendida da seguinte maneira: a coluna cervical se articula através de duas articulações;

posteriormente por meio das facetas e anteriormente através das articulações uncovertebrais.

Estas duas estruturas formam o forame de conjugação. Por ser o segmento mais móvel da

coluna vertebral é submetida a um grande número de agressões e pressões como por exemplo

o peso da cabeça, esforços ao nível de membros superiores, posturas de trabalho esporte e

sono. Portanto a biomecânica cervical é composta por movimentos de:

- Extenção: onde a vértebra superior desliza sobre a inferior e o núcleo pulposo do disco

intervertebral tende a se anteriorizar. Este movimento é limitado pelo contato espinhoso e

pelo ligamento longitudinal anterior;

- Flexão: a vértebra superior desliza sobre a inferior, o núcleo pulposo do disco

intervertebral tende a se posteriorizar o e movimento é bloqueado pelas cápsulas articulares e

pelos ligamentos Amarelo, Interespinhoso e longitudinal posterior;


29

- Inclinação: ocorre a imbricação homolateral, deslocamento discal contralateral,

deslizamento da vértebra superior, porém este movimento limita-se pela cápsula contralateral,

ligamento intertransverso, processos unciformes e pelas facetas articulares;

- Rotação: assim como na inclinação ocorre a imbricação e inclinação homolateral. O

movimento é bloqueado por facetas articulares, cápsulas homolaterais, ligamento

intertransverso contra-lateral e por tecidos moles.

Ilustração 3 – Biomecânica cervical

Fonte: SALGADO (2004).


30

2.3 IMPORTANCIA DA AVALIAÇÃO DA CINTURA ESCAPULAR

Bienfait (1995), diz que, com o exame da cintura escapular torna-se possível perceber

todos os encurtamentos da musculatura cervical e escapular. Os desequilíbrios dessa região

são quase fisiológicos. É excepcional não encontrá-los em um paciente, e são quase sempre

assimétricos. O endireitamento da cabeça e horizontalidade do olhar soam imperativos

estáticos, garantidos pela musculatura cervical, que para isso deve ficar absolutamente livre.

Como essa musculatura não tem ponto fixo no indivíduo ereto, é sempre a cintura escapular

que suporta os encurtamentos e as retrações (com exceção das anomalias anatômicas).

2.4 CERVICALGIA

Devido à extrema mobilidade da coluna cervical e da importância das estruturas que

compõem o pescoço, este segmento é muito vulnerável a patologias e dificilmente o sintoma

no pescoço ocorre de uma forma isolada. A cervicalgia é uma manifestação muito freqüente

nos processos que ocorrem no segmento cervical da coluna vertebral (BUENO, 2004).

A dor cervical é muito freqüente no mundo ocidental e na população em geral. Pool,

et al. (2004) apud Moraes, et al. (2004), em recente estudo, cita que 15% da população

sofrem de dor cervical e 43% dessa população são encaminhados ao atendimento de

fisioterapia. A cervicalgia é uma das queixas mais comuns no cotidiano da prática clínica e

tem sido observada em cerca de 25% das pessoas entre 25 a 29 anos de idade, porém em
31

indivíduos acima de 45 anos, esta proporção sobe significativamente para 50% da população

(BARROS FILHO & MENDONÇA NETTO, 1995).

A Cervicalgia ou Síndrome tensional do pescoço, que acomete os músculos cervicais e

da cintura escapular, é uma síndrome clínica muito comum e bem definida, mas de etiologia

diversa e caracteriza-se pela presença de dor, espontânea e/ou à palpação, sentida diretamente

no pescoço ou produzida neste e sentida em outras áreas, edema em região cervical, sem

história de acometimento de discos intervertebrais cervicais (FUENTEFRIA, 2003).

As dores musculares são comuns na região cervical, pois toda musculatura tônica

desta região é destinada a duas funções contraditórias: equilíbrio da cabeça e suspensão

escapular e torácica. As conseqüências são desequilíbrios, aumento da tensão, encurtamentos,

retrações e contraturas dolorosas (BIENFAIT, 1997).

A prevalência de pessoas que desenvolvem distúrbios osteomusculares é cada vez

mais comum entre nós. As dores no pescoço e ombros são, na sua maioria, decorrentes de

uma tensão generalizada dessa região. As tensões sofridas no ambiente de trabalho, as

posturas incorretas dos membros e da coluna vertebral, o uso repetitivo e forçado de

grupamentos musculares e articulares durante a jornada de trabalho, e mesmo o mobiliário

inadequado, constituem o que conhecemos como mecanismos de lesão, estes acarretam uma

diminuição da flexibilidade, mobilidade, diminuição da amplitude de movimento (ADM), dor

aos movimentos e à palpação e, por conseqüência, dificuldade nas atividades de vida diária

(AVD's) (GRANDJEAN, 1998; YENG, TEIXEIRA & BARBOZA, 1999). Depois de

instalado o mecanismo de lesão, que provêm de inúmeras causas, o organismo produz um

tecido fibroso denso, que substitui o tecido mole normal. Estes tecidos moles então perdem

sua elasticidade e plasticidade normal, resultando em contraturas musculares, o que acarreta a

dor (KISNER & COLBY, 1998).


32

Apesar da cervicalgia ter várias etiologias como traumas agudos ou micro-traumas

repetitivos, secundários a erros posturais ou ergonômicos da coluna cervical ou ainda ser uma

sintomatologia secundária (dor referida) que pode ser por alterações do forame intervertebral,

do canal vertebral ou artérias vertebrais; na grande maioria dos pacientes, porém, a dor é

desencadeada não pelas artropatias ou discopatias, mas sim por comprometimento de

Síndrome dolorosa miofacial da musculatura cervical e da cintura escapular, que nada mais é

que do que uma afecção álgica do aparelho locomotor, que acomete músculos, tendões,

fáscias e ligamentos e é caracterizada por dor e aumento de tenção dos músculos afetados.

(YENG, TEIXEIRA & BARBOZA, 1999).

A cervicalgia é um sintoma que traduz, na maioria das vezes um processo

degenerativo ou um distúrbio funcional das estruturas ligamentares, musculares, discais e

osteocartilagenosas da região cervical. Geralmente afastada de qualquer complicação

neurológica grave, ou mesmo de uma evolução inquietante, essas cervicalgias comuns

respondem favoravelmente a um tratamento simples adaptado a importância da alteração

funcional e suas conseqüências psicológicas. Porém em alguns casos a cervicalgia constitui

um fator revelador de uma doença local, regional ou sistêmica grave (RADU & PASOTO,

2000).

Os mesmos autores ainda citam que, os sintomas geralmente são devidos a espasmos

musculares e ou tração de raízes nervosas e que o déficit neurológico é observado em menos

de 1% dos casos.

Bueno (2004) descreve que o travamento agudo da coluna cervical está relacionado

com a clínica de algum estado mecânico imperfeito que impede o movimento e a posição

normal da coluna cervical. O termo travamento quer dizer bloqueado e refere-se ao

movimento, pois em algumas direções ocorrem restrições mecânicas. Clinicamente trata-se de

uma deformidade protetora de uma postura assimétrica do pescoço.


33

2.4.1 Etiopatogenia

É extremamente difícil estabelecer com exatidão qual a estrutura anatômica

responsável pela cervicalgia crônica comum. Teoricamente, a irritação do disco intervertebral,

articulações facetarias, articulações uncovertebrais ligamentos e enteses podem causar dor.

Ao contrário, a simples compressão da raiz nervosa não é suficiente para causar dor, é preciso

que além da compressão haja inflamação para o aparecimento de dor radicular. Além dos

fatores citados acima, é necessário ressaltar o papel dos músculos cervicais na origem da dor

nessa região (CAILLIET, 1993). As cervicalgias costumam estar ligadas à sensibilidade focal

e pontos de gatilho na musculatura do pescoço. Finalmente, as artérias vertebrais possuem

fibras simpáticas que podem estar ligadas nas alterações simpático-reflexas da Síndrome de

Barré-Lieou (RADU & PASOTO, 2000).

Para Barros Filho & Mendonça Netto (1995), as cervicalgias agudas podem ocorrer

como sintoma de patologias subjacentes inflamatórias, infecciosas ou mesmo tumorais. As

cervicalgias sintomáticas são menos freqüentes, porém seu diagnóstico precoce é de extrema

importância no prognóstico destes pacientes, devido à gravidade do acometimento cervical.

Em maior número, as cervicalgias aparecem em razão de distúrbios mecânicos e

musculoesqueléticos inespecíficos. Trata-se de situações clínicas benignas e a maioria tem

evolução para a cura em alguns dias ou semanas, portanto é muito importante diferenciar

essas cervicalgias comuns daquelas que surgem em conseqüência ao acometimento de outras

estruturas (RADU & PASOTO, 2000).

Contrariamente, os fatores relacionados com a evolução da cronicidade das

cervicalgias são poucos conhecidos, traumas e fatores ocupacionais podem estar envolvidos,

assim como fatores posturais, principalmente hiperflexão da coluna cervical prolongada


34

podem implicar na cervicalgia em conseqüência do estiramento das articulações

zigapofisárias posteriores (MARCHETTO, et al., 2002)

2.4.2 História e exame clínico

Quando surge um paciente com disfunção da coluna cervical, o terapeuta deve se

esforçar ao máximo para obter a melhor história e exame físico possíveis, somente desta

forma será possível caracterizar se trata de uma patologia mecânico-degenerativa ou não. É

importante também caracterizar se o paciente tem somente dor cervical, somente radiculoalgia

cervical, mielopatia ou uma combinação entre elas. Além disso, é fundamental diferenciar se

a cervicalgia tem características mecânicas, tencionais, traumáticas, infecciosas, sistêmicas ou

tumorais (GOODMAN & SNYDER, 2002).

Os problemas musculares associados com a dor cervical posterior são essencialmente

de dois tipos: por retração muscular ou distenção muscular. Ambos os tipos são bastante

prevalecentes; aquele associado á retração muscular geralmente apresenta surgimento gradual

dos sintomas, já aqueles associados com distenção muscular geralmente tem surgimento

agudo. (KENDAL, McCREARY & PROVANCE, 1995). A dor cervical associada à retração

dos músculos posteriores do pescoço é encontrada freqüentemente em pacientes com

anteriorização da cabeça e dorso curvo. À palpação os músculos posteriores tendem a estar

tensos, os movimentos do pescoço são geralmente limitados em todas as direções, exceto

extensão. A dor pode diminuir quando o paciente deita, porém tende a estar presente

independente da posição adotada (CAILLIET, 1993).


35

O interrogatório deve ser o mais completo possível e deve incluir dados como

profissão, atividades esportivas praticadas, antecedentes mórbidos, data e forma de início da

dor. A topografia dever ser bem detalhada. Febre ou perda de peso são sinais de alerta que

podem levantar suspeitas de processos inflamatórios, tumorais ou infecciosos. Da mesma

forma, disfagia sugere compressão da faringe ou esôfago por osteófitos anteriores, já

vertigens e nistagmo podem ser entendidos como compressão da artéria vertebral (HALI,

1985; CIPRIANO, 2005).

Radu & Pasoto (2000), afirmam que a dor costuma ser do tipo mecânico, isto é,

intermitente e aumentada pelos movimentos. Dor constante deve lembrar a possibilidade de

processo inflamatório.

Para Hali (1985), a dor cervical pode irradiar para a cabeça, ombros, região

escapular, coluna torácica superior e região precordial. Uma irradiação para o braço com o

trajeto dermatométrico pode indicar compressão radicular e pode ser agravada com tosse,

espirros e movimentos da cabeça. Assim também, a presença de cefaléia não pulsátil, que

piora com movimentos da cabeça e pescoço e mais intensa no final do dia, sugere

comprometimento das três primeiras vértebras e estruturas adjacentes.

Para que o exame físico seja adequado o paciente deve estar em posição confortável

e acima de tudo seguro, somente assim é possível distinguir pontos dolorosos, tensões

musculares e amplificação dos sintomas pelo paciente. O exame não deve ser realizado

apenas no segmento cervical e deve conter sinais vitais, inspeção, palpação dos tecidos

cervicais, avaliação da mobilidade, o exame da movimentação cervical ativa e passiva permite

diferenciar a restrição mecânica da restrição antálgica associada à tensão muscular (GOULD,

1993).

Alguns testes ortopédicos devem ser realizados para facilitar o diagnóstico

(CIPRIANO 2005).
36

2.4.3 Formas clínicas

A maioria das cervicalgias é aguda e autolimitada, podendo ser atribuída a problemas

mecânicos, apenas alguns pacientes evoluem para uma cronicidade. A cervicalgia crônica

também costuma ser de ordem mecânica, porém é necessário que se excluam outras

patologias mais graves e potencialmente tratáveis. Uma história cuidadosa e o exame clínico

completo quase sempre estabelecem a origem musculoesquelética da dor cervical (RADU &

PASOTO, 2000).

A dor sentida na região cervical se deriva no estímulo de qualquer das estruturas

inervadas pelos nervos espinhais cervicais. Isso inclui fontes locais, nas estruturas intrínsecas

da coluna cervical, bem como fontes distantes que produzem dor referida na região do

pescoço pela estimulação de nervos que tem origem na região cervical (CAILLIET, 1993).

A presença de dor crônica, regra geral, é associada á lesão do chicote e manifestação

psicossomática (depressão), em quanto que a dor postural de natureza discutível é reconhecida

somente na flexão extrema e prolongada do pescoço (HALI, 1985).

2.4.4 Tratamento

Nas cervicalgias mecânicas o tratamento visa diminuir a dor e conseqüentemente

melhorar a função. As diferentes formas de cervicalgia exigem diferentes abordagens

terapêuticas. As abordagens de tratamento conservador incluem: tratamento farmacológico,

acupuntura, correção postural, exercícios de alongamento e fortalecimento muscular,


37

imobilização e a fisioterapia com enfoque maior na eletrotermofototerapia e terapia manual.

Dentre os tratamentos cirúrgicos a principal indicação tem sido as radiculopatias cervicais,

porém estudos demonstram não haver diferenças nos resultados obtidos em abordagens

conservadoras e cirúrgicas após um ano de tratamento, assim sendo o tratamento cirúrgico é

reservado aos casos de dor rebelde aos tratamentos conservadores ou de fraqueza muscular

progressiva (RADU & PASOTO, 2000; HALI, 1985; BARROS FILHO & MENDONÇA

NETTO, 1995).

Para Moraes, et al. (2004), na prática clinica, a terapia manual e exercícios são

freqüentemente combinados para proporcionar, aos pacientes com cervicalgia, o alivio da dor

e melhora funcional.

2.5 DOR

A dor é um sinal de alerta que ajuda a proteger o corpo de danos nos diversos tecidos

do organismo humano, portanto é essencial para a sobrevivência (CAILLIET, 1993).

2.5.1 Definição de dor

Para a maioria dos neurologistas, a dor pode ser conceituada como uma experiência

sensorial e emocional desgostosa que está associada ou é descrita em termos de lesões

teciduais, além de ser uma modalidade perceptual complexa que pode ser modificada por
38

vários aspectos, como por exemplo, culturais, sociais, raciais, sexuais, etários e mentais dos

seres humanos (ROCHA, 2001).

Segundo Wood (2003), a definição de dor geralmente trás problemas pois para a

maioria das pessoas pode ter uma qualidade variável desde uma leve irritação até uma dor

imaginável ou muito severa, na maioria dos casos essas sensações estão associadas com a

ativação de nociceptores e sensação de dor, mas as diferenças nas respostas subjetivas

refletem a força e a gravidade da ativação dos nociceptores assim como respostas psicológicas

e emocionais individuais da pessoa a essa informação.

Para Angelotti (2001), a dificuldade fundamental, para melhor compreensão e

controle da dor, é o resultado da subjetividade inerente à dor. A linguagem utilizada pelo

paciente para descrever sua experiência subjetiva aos profissionais de saúde pode ser difícil

devido à forma de se comunicar, uma vez que o paciente e profissional possuem diferentes

linguagens, diferentes experiências e estruturas diferenciais. A comunicação da experiência

dolorosa aos profissionais de saúde é fundamental para o diagnóstico etiológico da dor e para

avaliação do impacto desta na vida do indivíduo.

2.5.2 Fisiologia da dor

Para Angerami, et al. (2001), a sensação de dor origina-se na estimulação aferente

dos nociceptivos primários por estímulos térmicos, mecânicos ou químicos intensos. Os

nociceptores são pequenos terminais nervosos livres, localizados em vários tecidos corporais,

portanto há muitos estímulos nociceptivos.


39

A neurofisiologia da dor (uma sensação transmitida pelo sistema nervoso periférico e

central até sua interpretação final pelo córtex), explica no nível clinico, aspectos da

experiência dolorosa, como: limiar fisiológico, limiar de tolerância e resistência à dor. O

limiar fisiológico estável de um indivíduo para outro, é definido como o momento em que um

dado estímulo é reconhecido como doloroso, neste caso o limiar fisiológico permite

identificar a lesão através da dor em tempos diferentes desde o surgimento do problema. O

limiar de tolerância, por sua vez, é o ponto em que todo o estímulo alcança tal intensidade que

na pode ser aceitavelmente suportada, é neste ponto que faz com que o paciente procure

estratégias para o alívio da dor. Já a resistência à dor, seria a diferença entre os dois limiares,

assim, expressa a amplitude de uma estimulação dolorosa à qual o indivíduo pode

aceitavelmente resistir (ROCHA, 2001).

A dor seja no músculo, na articulação ao no próprio nervo é uma resposta do nervo,

ou seja, independente do local onde é gerada, o estímulo doloroso, a sensação de dor é

conduzida por fibras nervosas. Os fatores mecânicos que darão origem à dor terão deste

modo, que afetar diretamente as fibras nervosas existem dois fatores mecânicos que devem

ser levados em conta em problemas de mecânica corporal defeituosa: a pressão sobre a raiz

nervosa e a tensão nas estruturas que contem terminações nervosas sensíveis à deformação,

como se vê em músculos, tendões ou ligamentos alongados ou distendidos. A distribuição da

dor ao longo do curso do nervo comprometido e das áreas de distúrbio sensorial cutâneo são

auxílios na determinação do local da lesão, pois a dor pode ser localizada abaixo do nível de

comprometimento direto ou pode ser disseminada conforme a dor reflexa ou referida

(KENDAL, McCREARY & PROVANCE, 1995).

De uma forma simplificada, todo processo de dor em alguma região do organismo

implica necessariamente na presença de um nervo local ou terminações nervosas e um

receptor, além da integridade do cérebro como interpretador. O percurso da dor segue pelas
40

terminações nervosas locais, passa pela medula espinhal até chegar ao cérebro que é

responsável em analisar e registrar a intensidade, a localização, a característica ou se há piora

com o movimento ou em repouso. A dor cervical pode ser resultante dos mais variados

estímulos e fatores como, por exemplo, por espasmo muscular, discopatias, artrite,

osteoporose, metástases etc. (KNOPLICH, 1995).

2.5.3 Classificação das dores

A dor é classificada conforme os tipos de dores: superficial, profunda, visceral,

central e psicogênicas. E também pode ser classificada conforme o tempo de duração como,

por exemplo, em dor aguda ou crônica. A etiologia, fisiopatologia, diagnóstico e terapêutica

destes tipos de dor são muito distintos e, portanto os mais variados (ANGERAMI, et al.,

2001; CAILLET, 1993).

2.5.3.1 Dor óssea

Para Ricard & Sallé (2002), a dor óssea é precisa, centrada sobre a vértebra

danificada: a dor é surda, contínua e aumenta com os movimentos.


41

2.5.3.2 Dor discal

A dor é aguda, se manifesta quando o peso do corpo se coloca sobre o disco

intervertebral danificado. Aumenta com a anteflexão que provoca a retropulsão discal,

e coloca em tensão o ligamento longitudinal posterior ricamente inervado. A dor aparece

imediatamente, sem tempo de latência. Ao nível cervical esta dor pode ampliar-se com

esforços, pois aumenta a pressão intrameníngea na coluna toda, mas o paciente deve ser capaz

de localizar o estresse na coluna cervical (CIPRIANO, 2005).

2.5.3.3 Dor ligamentar

Aparece quando se mantém uma postura durante muito tempo: não é imediata,

aparece ao final de amplitudes articulares. É descrita quase sempre como uma sensação de

queimação (RICARD & SALLÉ, 2002; SALGADO, 2004).

2.5.3.4 Dor muscular

Ainda, para os mesmos autores, manifesta-se com os movimentos e está relacionada

à contração muscular. O movimento doloroso indica músculo lesado. O movimento oposto,

que coloca em tensão o músculo, é responsável por um rebote causado por um espasmo
42

muscular. Pode existir uma dor referida e um ponto gatilho no seio do músculo. A dor é do

tipo isquêmica, é surda, difusa e aumenta ou se reproduz pela contração isométrica.

2.5.3.5 Dor Nervosa

A dor radicular é descrita como do tipo filiforme: o paciente pode indicar o trajeto

com um dedo. Aumenta com certos movimentos, e às vezes, pelo apoio sobre o processo

transverso da vértebra implicada. A anamnese deve colocar em evidencia os hábitos posturais

do paciente no trabalho ou em suas atividades de lazer, que podem ser fatores agravantes ou

fatores que mantém a cronicidade do problema (RICARD & SALLÉ, 2002).

2.5.4 Aspectos cognitivos comportamentais da dor

2.5.4.1 Dor e ansiedade

Para Angelotti (2001), uma das características que influencia o estado da dor é a

ansiedade, a qual como uns dos componentes afetivos da dor, é primeiramente observada

como uma qualidade negativa, sendo despendida maior atenção aos pacientes com dor

crônica. É também associada com aumento da percepção da dor e com os fatores que

aumentam e complicam o risco da saúde física prolongando a experiência dolorosa. A


43

resposta emocional básica do indivíduo à dor, na medida em que ela apresenta um evento

ameaçador, é da ansiedade aguda e todas as reações fisiológicas que acompanham (LOBATO,

1992 apud ANGELOTTI, 2001).

2.5.4.2 Dor e depressão

Gatchel (1996) apud Angelotti (2001), verificou que pacientes atendidos em atenção

primária por médicos não psiquiatras, com queixa inicial de outra natureza, podem constatar a

relação da dor com certos problemas psicológicos, tal como a depressão. Darini (1991) apud

Angelotti (2001), acredita ser a depressão um dos fatores psicológicos mais pesquisados nos

pacientes com dor crônica. Alguns deles desenvolvem depressão secundária através da dor

crônica.

2.5.4.3 Dor e estresse

O pensamento é um dos fatores psicológicos a influenciar a dor e, freqüentemente, é

uma fonte geradora de estresse. Os indivíduos mais vulneráveis encaram com dificuldade os

eventos que podem desenvolver a resposta da dor; muitas vezes, o estresse ocorre em

conjunto com a dor crônica, de modo que pode agravar a intensidade da dor e esta por outro

lado, criar estresse (MERSKEY, 1994 apud ANGELOTTI, 2001).


44

Lipp & Malagris (1995), relatam que o estresse pode provocar uma reação orgânica,

com componentes físicos e/ou psicológicos, tendo como causa as alterações psicofisiológicas

que ocorrem quando o indivíduo se confronta com situações que podem ser agradáveis ou

desagradáveis, como é o caso da dor.

Podem ocorrer sintomas corporais ligados ao estresse, tais como: aumento dos

batimentos cardíacos, da pressão sangüínea, sudorese, mudanças na respiração, pele quente e

úmida, boca seca, adrenalina e outros hormônios sendo liberados na corrente sangüínea,

causando vasoconstrição e aumento do tônus muscular (ANGELOTTI, 2001).

2.6 ESPASMO MUSCULAR

O espasmo muscular, nada mais é que uma contração involuntária do músculo, ou de

um segmento dentro do músculo, que ocorre como resultado de estimulação nervosa dolorosa.

A irritação devido ao nível de raízes, plexo ou ramos de nervos periféricos tenderá a causar

espasmo em vários músculos, enquanto que o espasmo devido à irritação das terminações

nervosas dentro de um músculo poderá se limitar ao músculo envolvido, ou poderá disseminar

devido ao mecanismo de dor reflexa. O espasmo protetor pode ocorrer secundariamente à

lesão de estruturas subjacentes como ligamento ou osso (KENDAL, McCREARY &

PROVANCE, 1995).

De acordo com Greve & Amatuzzi (1999), espasmos musculares são caracterizados

pelo deslizamento concêntrico das fibras musculares das extremidades tendinosas em direção

ao ventre muscular, onde ocorre desenvolvimento da tensão contínua sem relaxamento

apropriado.
45

Para Goodman & Snyder (2002), o espasmo muscular é tipo de dor miofacial, por

ocorrer uma contração repentina e involuntária de um músculo ou grupo de músculos,

ocorrendo como resultado de uso excessivo ou de lesão da junção neuromusculoesquelética

ou da ligação musculotendínea. Um indivíduo com problema doloroso no sistema

musculoesquelético também pode ter um grau variado de espasmos musculares reflexos para

proteger a articulação envolvida. O espasmo doloroso não pode ser atribuído ao aumento da

tensão muscular porque a pressão intramuscular é insuficientemente elevada. A dor pode

ocorrer de uma contração sob uma situação isquêmica, porque um aumento na pressão parcial

de oxigênio tem sido documentado dentro do músculo em espasmo.

2.6.1 Mecanismo da contração muscular

A habilidade motora é uma das características fundamentais dos organismos vivos. O

movimento esteve relacionado á vida desde o inicio dos tempos e nos organismos superiores

os mecanismos pelos quais ele ocorre são diversos. O músculo esquelético é o mais notável e

evoluído sistema de controle de movimento que conhecemos. É capaz de desenvolver trabalho

a partir de transudação de energia química em mecânica de uma forma extremamente

organizada. (PINTO, SOUSA & CAMERON, 2004).

Para Alter (1999), a função do músculo é desenvolver ou gerar tensão. Esse processo

é chamado de contração. O mecanismo pelo qual os músculos contraem-se pode ser explicado

através da estrutura do sarcômero, que nada mais é que uma unidade funcional do músculo.

Conforme a teoria do filamento deslizante, as mudanças no comprimento do sarcômero são


46

medidas exclusivamente pelo relativo deslizamento dos filamentos grossos (miosina) e finos

(actina).

Conforme McArdle, Katch & Katch (1998), a teoria do filamento deslizante

considera que um músculo é capaz de encurtar ou se alongar devido ao deslizamento dos

miofilamentos finos e grossos uns sobre os outros, sem que estes filamentos mudem de

comprimento. O dispositivo de que irá acionar o processo de encurtamento é a ação das

pontes cruzada de miosina, que se unem ou fixam, rodam e se separam ciclicamente dos

filamentos de actina, com a energia oriunda da hidrólise do ATP.

Durante a contração muscular, os filamentos de actina e miosina deslizam um sobre

o outro, a fim de que cada fibra encurte-se. Para que esse processo ocorra, a linha-Z do

sarcômero se movimenta em direção da banda A, que mantêm seu tamanho original, enquanto

as faixas I tornam-se mais estreitas e a zona H desaparece (HALL, 2000).

Com a contração muscular, os filamentos de actina e miosina interagem da seguinte

maneira: no momento de repouso a ATP liga-se a ATPase das cabeças de miosina. Para atacar

a molécula de ATP e liberar energia, a miosina necessita da actina, que atua como co-fator.

Quando ocorre a liberação de íons de cálcio para o interior da célula, este promove uma

alteração na configuração espacial das três subunidades de troponina empurrando assim a

molécula de tropomiosina, promovendo a exposição dos sítios de ligação de actina, ficando

livres para se ligar á miosina. Com a ligação dessas duas proteínas o ATP é convertido em

difosfato de adenosina (ADP), fosfato iônico (Pi) e energia. Como a actina está combinada

com a miosina, o movimento da cabeça da miosina empurra o filamento de actina, gerando o

deslizamento. À medida que ocorre o deslizamento, novos locais para a formação de pontes

aparecem, as quais se desfazem após ocorrer a ligação da miosina a uma nova molécula de

ATP (ALTER, 1999).


47

Junqueira & Carneiro (1999), dizem que a contração muscular continua até que os

íons de cálcio sejam completamente removidos e o complexo troponina-tropomiosina cubra

novamente o local da combinação da miosina.

Outra forma simplificada de entender o mecanismo da contração muscular é,

conforme Fernandes, et al., (2002), a teoria embasada em observações do encurtamento e

estiramento de fibras e miofibrilas isoladas ao microscópio de contraste de fase. Pela teoria, a

contração do músculo é devida à formação de pontes (após a formação de cálcio a troponina

C) entre a actina e a miosina, sendo que esta última funciona como uma dobradiça e faz com

que o filamento deslize sobre o filamento grosso.

2.6.2 Tipos de fibras musculares

Todo músculo possui uma função tônica e dinâmica, o que existe na verdade, é o

predomínio desta função. As fibras tônicas reagem de maneira reflexa para controlar todos os

desequilíbrios segmentares, é a musculatura estática, responsável pelo equilíbrio humano. Por

outro lado a musculatura dinâmica é acionada voluntariamente para responder ao desejo de

movimento do indivíduo, portanto é responsável por todos os nossos movimentos voluntários

conscientes. Um desequilíbrio só é controlado por uma atividade tônica até certo nível, acima

dele torna-se consciente e solicita uma atividade dinâmica (MARQUES, 2000).

Conforme o autor acima citado, a patologia da musculatura dinâmica é a fraqueza

que se denomina fadiga, atrofia, paresia ou paralisia. A patologia da musculatura tônica é a

retração e o encurtamento. A retração muscular se associa em geral a uma retração fibrosa,

ocorre por uma penetração permanente dos filamentos de actina em direção ao centro, é
48

relativamente reversível. O encurtamento muscular não é decorrente da penetração

permanente dos filamentos de actina na região dos sarcômeros, mas a um número insuficiente

de sarcômeros em série. A função de uma fibra muscular é encurtar-se.

2.7 ALONGAMENTO MUSCULAR

Trata-se de um termo geral usado par descrever qualquer manobra terapêutica

elaborada para aumentar o comprimento muscular patologicamente encurtadas e desse modo

aumentar a amplitude de movimento (KISNER & COLBY, 1998).

As fibras musculares são incapazes de alongarem-se sozinhas. Para que ocorra o

alongamento, uma força externa ao músculo deve ser recebida. Entre essas forças estão a

gravidade, o momento (movimento), a força dos músculos antagonistas e a força promovida

pelo terapeuta no alongamento passivo ou pelo próprio corpo da pessoa no auto-alongamento

(ALTER, 1999).

A diminuição da flexibilidade resulta em um decréscimo da amplitude de movimento

da articulação envolvida (FERNANDES, et al., 2002). Conforme Kisner & Colby (1998),

para que haja amplitude de movimento normal, é necessário haver mobilidade e flexibilidade

dos tecidos moles que circundam a articulação, ou seja, músculos, tecido conectivo e pele,

além é claro da mobilidade articular. A mobilidade adequada de tecidos moles e articulações

também evita o surgimento de lesões novas ou recorrentes. Uma das indicações do

alongamento é quando há diminuição da amplitude de movimento como resultado de

contraturas, adesões, espasmos, formação de tecido cicatricial, levando ao encurtamento de

músculos, tecido conectivo ou pele. As metas do alongamento incluem: o restabelecimento da


49

amplitude de movimento normal das articulações e a mobilidade dos tecidos moles que a

cercam, aumentar a flexibilidade de determinada parte do corpo, minimizar o risco de lesões

músculo-tendíneas e prevenir contraturas.

O alongamento muscular é um procedimento de rotina em clinicas de fisioterapia e,

em geral, o fisioterapeuta preocupa-se com os componentes osteomioarticulares envolvidos,

procurando controlar o posicionamento do paciente de modo a isolar o grupo muscular que se

pretende trabalhar, de maneira a proteger as demais estruturas corporais, conduzindo com

cautela em relação à força com que procede a mobilização, se passiva, ou no controle dos

movimentos compensatórios, quando ativo (DURIGON, 1995).

2.7.1 Propriedade dos tecidos moles que afetam o alongamento

A mobilidade articular pode ser restrita por tecidos moles como músculos, tecido

conectivo e pele, cada um destes tecidos apresentam qualidades próprias que afetam a sua

extensibilidade (capacidade de alongar-se). Quando procedimentos de alongamentos são

aplicados a esses tecidos moles, a velocidade, intensidade e duração da força de alongamento

irão afetar a resposta dos diferentes tipos de tecidos moles. Tanto as características mecânicas

dos tecidos contráteis e não contrateis quanto às propriedades neurofisiológicas do tecido

contrátil afetam o alongamento do tecido mole. No momento que o tecido mole é alongado,

ocorrem alterações elásticas e plásticas. A elasticidade é a capacidade do tecido mole retornar

ao seu comprimento de repouso após o alongamento passivo. Já a plasticidade é a tendência

do tecido mole de assumir um novo comprimento e maior após a força de alongamento ter
50

sido removida. Tanto os tecidos contráteis quanto os não contráteis tem propriedades elásticas

e não elásticas (KISNER & COLBY, 1998).

2.7.2 Receptores sensoriais relacionados ao alongamento

Três receptores principais têm implicação para o alongamento e manutenção da

amplitude de movimento favorável. São eles: os fusos musculares, órgãos tendinosos de Golgi

(GTOs) e os mecanoreceptores articulares (ALTER,1999).

Os fusos musculares são compostos de pequenas fibras musculares intrafusais que se

fixam ao glicocálice das grandes fibras musculares esqueléticas extrafusais circundantes,

assim, quando o músculo é alongado ocorre o alongamento do fuso (SMITH, WEISS &

LEHMKUHL, 1997; ALTER, 1999). Cada fuso muscular é formado por cerca de 3-10

pequenas fibras musculares (HALL, 2000). São os principais órgãos sensitivos do músculo,

monitoram a velocidade e duração do alongamento e detectam as alterações no comprimento

do músculo. As fibras dos fusos musculares são sensíveis à rapidez com a qual um músculo é

alongado. As fibras aferentes primárias (tipo Ia) e secundárias (tipo II), originam-se nos fusos

musculares, fazem sinapse com motoneurônios alfa ou gama, respectivamente, e facilitam a

contração das fibras extrafusais e intrafusais (KISNER & COLBY, 1998).

Existem dois tipos de fusos musculares: primários e secundários. Os primários

respondem ao grau e ritmo de alongamento muscular (resposta dinâmica). Os fusos

secundários respondem somente ao grau de alongamento (resposta estática). Todas estas

respostas promovem a ativação do reflexo de alongamento e inibição da elaboração de tensão

no grupo dos músculos antagonistas (HALL, 2000). O reflexo de alongamento (reflexo


51

miotáxico), é decorrente da ativação dos fusos de um músculo distendido, promovendo uma

resposta rápida através de uma transmissão neural, com estimulação dos nervos aferentes que

conduzem estímulos dos fusos até a medula espinhal, os nervos eferentes trazem de volta a

resposta , resultando em elaboração de tensão no músculo. O procedimento para realização de

um alongamento muscular consiste em minimizar os efeitos dos fusos musculares (ALTER,

1999).

O órgão tendinoso de Golgi é um receptor sensorial relativamente simples: inclui uma

conexão aferente e nenhuma eferente. Aproximadamente 10 a 15 fibras musculares estão

ligadas em série a cada órgão tendinoso de Golgi. É estimulado pela tensão produzida por

esse pequeno feixe de fibras musculares. A diferença entre a excitação do órgão tendinoso de

Golgi e o fuso muscular é que o fuso detecta o comprimento do músculo e suas variações e o

órgão tendinoso detecta a tensão muscular (GUYTON & HALL, 2002).

Quando o alongamento é realizado em velocidade muito alta pode então aumentar a

tensão do músculo que deveria ser alongado. Quando é aplicada uma força de alongamento

lenta em um músculo, o órgão tendinoso de Golgi dispara e inibe a tensão do músculo,

permitindo que o componente elástico em paralelo (o sarcômero) do músculo se alongue

(KISNER e COLBY, 1998).

2.7.3 Fatores que determinam o alongamento

Os principais fatores que determinam o grau de alongamento elástico e plástico que

ocorre com o alongamento do tecido conjuntivo são a quantidade e duração da força aplicada

e a temperatura do tecido durante a realização do alongamento. O alongamento elástico é


52

exacerbado pelo alongamento com muita força e pouca duração, ao passo que o plástico

resulta do alongamento de pouca força e longa duração. Numerosos estudos assinalaram a

eficácia do alongamento prolongado com níveis baixos a moderados de tensão (ANDREWS,

HARRELSON & WILK, 2000).

A força, freqüência e duração do alongamento exercem um fator importante ao

determinar a eficácia do alongamento, a tendência à sobrecarga e o potencial de lesões

durante o alongamento (SHANKAR, 2002).

A força de alongamento é geralmente aplicada por não menos que 6 segundos, apesar

de não existir um consenso temporal preciso, é preferivelmente mantida por 15 a 30 segundos

e repetida várias vezes em uma sessão de exercícios (ALTER, 1999; KISNER & COLBY,

1998; ANDREWS, HARRELSON & WILK, 2000).

Madding et al. (1987) apud Pinfildi, Prado & Liebano (2004), concluíram em

um estudo que o alongamento por 15 segundos é tão eficaz quanto o de 2 minutos.

2.7.4 Relaxamento

Conforme Kisner & Colby (1998), é importante que haja o relaxamento local antes

que se dê início ao alongamento. Existem várias formas de promover um bom relaxamento,

entre elas está o uso do calor, pois os músculos aquecidos relaxam e alongam-se mais

facilmente, tornando o alongamento mais confortável para o paciente. O aquecimento também

minimiza a probabilidade de microtraumas aos tecidos moles durante o alongamento, deste

modo pode diminuir a dor muscular tardia que ocorre após os exercícios. O uso apenas do

calor sem alongamento parece ter pouco efeito na melhora em longo prazo da flexibilidade
53

muscular; a combinação de calor e procedimentos de alongamento produz maiores ganhos em

longo prazo no comprimento do tecido que o alongamento sem aplicação prévia de calor.

Outra forma eficaz de obter relaxamento é a pompage, a qual aumenta a circulação local,

diminui o espasmo e a rigidez muscular (BIENFAIT, 1997).

2.7.5 Precauções e contra- indicações do alongamento

Algumas contra-indicações para a prática de alongamentos são: bloqueio ósseo

limitando a mobilidade articular; inflamação ou infecção nas estruturas envolvidas; em caso

de dor aguda, constante, com o movimento articular ou com o alongamento muscular;

integridade óssea ou vascular comprometida; presença de hematomas ou outras indicações de

traumatismos teciduais; limitação da ADM por alterações que não sejam por retração

muscular; quando as contraturas ou tecidos moles encurtados forem a base de habilidades

funcionais, particularmente em pacientes com paralisia ou fraqueza muscular intensa

(ALTER, 1999; KISNER & COLBY, 1998).

Algumas precauções dever ser priorizadas durante a execução dos exercícios: não

forçar as articulações além da amplitude normal de movimento; evitar alongamentos

vigorosos após uma imobilização prolongada, devido à perda de tensão sofrida pelos tendões

e ligamentos podendo resultar em ruptura; estabilizar as fraturas recém consolidadas; ter os

devidos cuidados com pacientes com osteoporose, repouso prolongado no leito e idade

avançada; cessar o alongamento na presença acentuada de dor durante sua realização

(KISNER & COLBY, 1998).


54

2.8 TERAPIA MANUAL

O primeiro documento sobre a origem das manipulações, da terapia manual, vem do

Egito faraônico, através de papiros descobertos em 5000-4700 a.C. Na tumba de Ramsés II

(1298-1238 a.C.), são encontradas as primeiras pinturas representando uma manipulação da

cabeça do rádio (RICARD & SALLÉ, 2002).

A. manipulação.de. tecidos moles é uma das formas mais antigas de terapia física

mencionada em registros médicos antigos. Desde a época de Hipócrates (460-380 AC), que em

seu livro Corpus Hipócrates relacionou métodos de tratamento semelhantes às técnicas de

mobilização utilizadas hoje (BARAK, ROSEN & SOFER, 1993).

Para Makofsky (2006), apesar do termo terapia manual ser sinônimo de manipulação,

ele reúne não apenas a arte de manipulação terapêutica, mas é o fundamento cientifico no qual

a arte se baseia.

A terapia manual, definida por Lederman (2001), consiste na utilização das mãos

para curar e se define como o uso da manipulação como propósitos terapêuticos. Ainda,

Barak, Rosen & Sofer (1993), definem a terapia manual como sendo uma concepção

diagnóstica e terapêutica em disfunções do sistema neuromúsculoesquelético, visando

normalizar as funções.

Operando principalmente no tecido conjuntivo, a técnica concentra-se nas áreas em

que tais tecidos são mais densos como nas origens e inserções musculares. Seu objetivo

enfatiza especialmente a integridade da estrutura do organismo, visando influenciar na

capacidade de reparo e cura. Cada técnica manipulativa atua sobre um determinado

mecanismo fisiológico, podendo ser na organização do tecido local, na neurológica ou

psicofisiológica (CHAITOW, 2001).


55

O nível de organização em estudo é o do tecido local. Neste nível leva-se em

consideração basicamente o que ocorre aos tecidos manipulados, e como os tecidos reagem às

várias formas de manipulação. O nível de organização tecidual compreende: pele, músculos,

tendões, ligamentos, estruturas articulares e os diferentes sistemas de fluídos. Durante a

manipulação as forças mecânicas exercidas afetam os tecidos de três formas principais: nos

processos de reparo após a lesão tecidual, em alterações nas propriedades físicas e mecânicas

como alongamento, rigidez e força do tecido, compressão e elasticidade, e em alterações

locais na dinâmica dos fluidos do tecido (LEDERMAN, 2001).

Na fisioterapia, diversos recursos manuais podem ser utilizados com o objetivo de

reduzir a tensão muscular, entre eles às técnicas de pompages (BIENFAIT, 1997).

2.8.1Pompage

É uma técnica osteopática desenvolvida por Cathie no objetivo de preparar a fáscia

para posteriormente realizar a correção da lesão. Porém podem ser utilizadas com objetivos

circulatórios, musculares, articulares com ação calmante (BIENFAIT, 1997).

A técnica de pompage promove uma ação antiálgica, principalmente nas dores

devido á tensão. As condições dolorosas provocadas pelas tensões dos tecidos moles do

sistema músculo-esquelético se relacionam de maneira direta ou indireta com a postura no

homem (FUENTEFRIA, 2003).

As pompages com seus movimentos de deslizamento, aceleram a circulação lacunar,

evitando a estase liquida. No tecido muscular, atua sobre a retração, pois ocorre uma fixação

de fibras colágenas paralelas às linhas de tensão impostas pelo movimento, prevenindo assim
56

a formação de elos anormais tanto entre fibras conjuntivas quanto aos miofilamentos de

actina-miosina (ROSA, GABAN & PINTO, 2002). No plano articular, Bienfait (1999), diz

que a técnica permite intervir nos processos de artroses e, sobretudo, na evolução das mesmas.

Facilitam de forma considerável as mobilizações articulares na recuperação funcional. Ainda,

a analgesia é proporcionada pelos receptores sensitivos do tecido conjuntivo fibroso.

A pompage é uma técnica que ocorre em três tempos. No primeiro tempo ocorre o

tensionamento do segmento, onde o terapeuta alonga lenta, progressiva e regularmente até o

limite da elasticidade fisiológica. O segundo tempo é o da manutenção da tensão. E por

último, o terceiro tempo que é o tempo de retorno, que deve ser o mais lento possível para não

provocar reflexo contrátil do músculo; a fáscia puxa a mão do terapeuta, mas é necessário

controlar a tração para obrigá-la a trabalhar, a solicitar todas as suas possibilidades ao longo

de seu comprimento, é nesse período que se rompem as barreiras, os bloqueios de movimento,

às estases líquidas. A manobra deve ser repetida de 5 a 10 vezes (BIENFAIT 1997).

Este recurso fisioterapêutico manual é baseado na respiração, que, segundo Archour

Júnior (2002), a fase expiratória pode contribuir para relaxar músculos posturais e acessórios

da respiração, além do diafragma. Durante a expiração lenta e maior que a inspiração, há

diminuição da tensão sobre as costelas (imposta pelos músculos intercostais, parede

abdominal e fáscias musculares), essa redução da tensão será transmitida ao músculo pelos

fusos musculares específicos e outros proprioceptores. Assim, haverá maior relaxamento em

conseqüência da menor percepção de estresse. Em vista disso, Lederman (2001), propõe que

a adição de tensão no tecido, após atingir a força de relaxamento, deve ser dada na fase

expiratória.

Bienfait (1999) diz que, para combater as retrações ligeiras e as contraturas

musculares, os tensionamentos são lentos, progressivos e mantidos, por aproximadamente

vinte segundos, para se obter a desembricação de actina dos filamentos de miosina nos
57

sarcômeros. Isso é realizado através das técnicas de pompages. Todas as manobras da

pompages utilizam um relaxamento após um tensionamento. O tensionamento provoca um

deslizamento das miofibrilas de actina no sentido de alongamento. E como dito anteriormente

deve ser lento, regular e progressivo, não ultrapassando elasticidade fisiológica dos tecidos.

Um dos objetivos dessas técnicas é à busca da inibição muscular, através de uma

educação respiratória. Para isso, todo o trabalho de tensionamento é acompanhado de

expirações, conscientes e dirigidas (BIENFAIT, 1995).

Bienfait (1997), defende que a as pompages podem pretender diferentes objetivos:

- Podem ser realizadas com objetivos circulatórios, neste caso procura-se liberar os

bloqueios e as estases. Exercendo ao longo de todo um segmento, mobilizando a fáscia num

percurso o mais longo possível;

- podem procurar obter um relaxamento muscular, neste caso serão realizadas no sentido

das fibras musculares. É uma técnica muito eficiente no tratamento de espasmos,

encurtamentos e retrações;

- podem ser utilizadas na região da articulação para combater a degeneração cartilaginosa.

A cartilagem é desprovida de circulação sanguínea. É um tecido hidrófilo que se embebe de

água durante a descompressão articular, e a expulsa durante a fase de impacto.

2.8.2 Contra-indicações da terapia manual

Conforme Salgado (2004), fazem parte das contra indicações da terapia manual:

câncer vertebral; instabilidades graves; fraturas; gravidez; hérnias de disco; reumatismos


58

inflamatórios; doenças neurológicas; transtornos circulatórios graves; osteoporose e recusa do

paciente.

2.9 DIATERMIA POR ONDAS CURTAS

Scott (2003), expõe que a diatermia por ondas curtas é a radiação não-ionizante da

porção de freqüência de rádio do espectro eletromagnético e é utilizada por fisioterapeutas

para enviar calor e energia para os tecidos. Alguns aparelhos permitem que a energia

eletromagnética seja aplicada ao paciente em disparos surtos de energia, ou seja, no modo

pulsado, as características físicas são as mesmas do modo contínuo.

2.9.1 Efeitos das correntes de alta freqüência nos tecidos

- Vibração de íons: os tecidos contem grande quantidade de íons, que são os

transportadores de carga quando uma corrente flui nos tecidos. Se um campo elétrico é

aplicado primeiro em uma direção e depois na outra, os íons são acelerados primeiro de um

modo e depois na direção oposta, colidindo com as moléculas adjacentes e liberando alguma

energia, aumentando assim o movimento aleatório total que é o calor. Na freqüência de 27,12

MHZ, o movimento é principalmente de oscilação em torno de uma posição média, porém a

rápida aceleração afeta as partículas próximas, levando a um aquecimento significativo (LOW

& REED, 2001).


59

- Rotação de dipolos: os tecidos são constituídos em grande parte por água. As

moléculas de água se comportam de maneira um pouco diferente, pois, embora eletricamente

neutras como moléculas totais, elas são polares, isto é, as extremidades das moléculas

carregam pequenas cargas opostas, por isso às vezes são chamadas de dipolos. Quando são

aplicadas cargas, que se revertem rapidamente, às moléculas polares, elas rodam para um lado

e para outro. Essa energia rotacional perturba o movimento de moléculas adjacentes causando

mais movimento aleatório total e, portanto mais calor (SCOTT, 2003; LOW & REED, 2001).

- Distorção Molecular: para Low & Reed (2001), os átomos e moléculas que não

tem carga podem também ser afetados rapidamente pelo campo elétrico oscilante, já que o

percurso de seus elétrons que estão em órbita é distorcido. À medida que o campo elétrico

muda de direção, um lado se torna mais positivo e o outro mais negativo de modo que

posição média da concentração de elétrons se altera, sendo atraída pelo lado positivo e

repelida pelo negativo. Isso não causa movimento das moléculas, mas a interação com outras

moléculas vizinhas leva a mais movimentos aleatórios e assim gera mais calor. Todavia, deve-

se notar que uma energia muito pequena é convertida em calor por meio deste último

mecanismo, quando há interesse no aquecimento dos tecidos, esse é o menos importante. O

movimento iônico é o que tem mais conseqüências, pois é um conversor muito eficiente de

energia elétrica em calor.

2.9.2 Respostas fisiológicas à diatermia por ondas curtas

Estes efeitos originam-se por causa de um aumento da temperatura do sangue, uma

estimulação dos termosensores da pele ou um dano térmico local do tecido. Nesses efeitos
60

intervém o sistema nervoso periférico e às vezes o sistema nervoso central. A intensidade em

que o calor gera um aumento na temperatura dos tecidos, provocando uma reação do sistema

nervoso, depende, por outro lado, da potencia da energia eletromagnética, e por outro, da

situação da circulação sanguínea (LONGO & FUIRINI, 2000).

Estas respostas podem ocorrer em graus variados, dependendo das condições de

aquecimento. Em parte elas são produzidas pela ação direta do aumento da temperatura sobre

os tecidos e a função celular, pela produção e acúmulo de metabólitos e dióxido de carbono,

pela redução da tensão de oxigênio e pela produção de bradicinina e de substâncias

semelhantes à histamina. Os receptores de temperatura podem desempenhar papel importante

nestes efeitos (KOTTKE & LEHMANN, 1994).

- Aumento do fluxo sanguíneo: Machado (1991) diz que, o aumento do fluxo sangüíneo

se dá devido o aumento da vasodilatação de arteríolas e capilares;

- Estimulação do nervo: para Low & Reed (2001), ocorre a estimulação dos receptores

sensoriais da pele, esses receptores, passam informações para os centros reguladores de

temperatura auxiliando no controle da temperatura corporal. Além de que os nervos aferentes

estimulados pelo calor têm um efeito analgésico, pois agem no mecanismo de controle da

comporta do mesmo modo que os mecanorreceptores;

- Metabolismo celular: para Machado (1991), o aumento do metabolismo ocorre devido o

maior aporte de oxigênio, substâncias nutritivas e eletrólitos, o que leva a uma maior troca a

nível celular;

- Resolução da inflamação: conforme Andrews, Harrelson & Wilk (2000), à medida que a

temperatura tecidual aumenta, ocorre vasodilatação, que trará grandes quantidades de sangue

frio na tentativa de reduzir as temperaturas para níveis homeostáticos. Assim o aumento do

fluxo sangüíneo proporciona aos tecidos quantidades maiores de oxigênio e de nutrientes; em

combinação com maior velocidade de reação química, isso acelera a cicatrização dos tecidos
61

distendidos ou lacerados. Esse aumento no fluxo sangüíneo auxilia também na resolução de

infiltrados e exsudatos inflamatórios;

- Alterações do tecido colagenoso: de acordo com Low & Reed (2001), tem-se mostrado

que o tecido colagenoso derrete a temperaturas acima de 50ºC, e que com temperaturas dentro

de uma faixa terapeuticamente aplicável (40 a 45ºC), a extensibilidade do tecido colagenoso

aumenta. Isso ocorre apenas se o tecido for simultaneamente alongado e requer temperaturas

próximas do limite terapêutico;

- Diminuição da rigidez articular: segundo ao autor citado anteriormente, pode estar

associada a três mecanismos: 1) o efeito analgésico permite maior tolerância ao alongamento;

2) a viscosidade dos tecidos é reduzida, explicando em parte a diminuição da rigidez articular

após o aquecimento; 3) o aumento da extensibilidade de colágeno ocorre com temperaturas

mais elevadas;

- Redução do espasmo muscular: Low & Reed (2001), têm sugerido que o aquecimento

das terminações nervosas dos fusos musculares aferentes secundários e das terminações

tendíneas de Golgi pode ser o modo pelo qual a influência inibitória é aplicada ao grupo de

neurônios motores para diminuir a excitação muscular. Como a dor e o espasmo muscular são

interdependentes, uma redução de um causará a redução de outro. Conforme Kottke &

Lehmann (1994), tem-se demonstrado que o aquecimento de tecidos afeta a atividade de fibra

gama. A diminuição da sensibilidade do fuso muscular ao alongamento, assim como os

reflexos desencadeados pelos receptores de temperatura, pode ser a base fisiológica para o

relaxamento do espasmo muscular após ouso de calor. Já para Machado (1991), ocorre devido

à diminuição da dor pelo aumento do limiar das fibras nervosas motoras. O calor produz um

amolecimento ou desagregação muscular, isto pode perder calor ao meio externo, que por

meio da vasodilatação e o aumento da circulação dissipa este calor para outras regiões. Com o

aquecimento, a fibra muscular tem sua extensibilidade e contratibilidade facilitada.


62

- Alívio da dor: Scott (2003), diz que o calor é freqüentemente utilizado para o alívio da

dor em diversos distúrbios e que na maioria dos casos a diminuição da dor se dá por redução

do espasmo muscular e que a estimulação na região do pescoço resulta em aumento no

relaxamento muscular. Para LOW & REED (2001), boa parte do aquecimento terapêutico

ocorre na pele, portanto, pode-se dizer que, os principais efeitos no alívio da dor são

primariamente reflexos quando se trata de estruturas subcutâneas, logo, a estimulação dos

receptores sensoriais de calor pode ativar o mecanismo de comporta da dor. As alterações

vasculares também podem contribuir para a redução da dor local, pois com o aumento do

fluxo sangüíneo pode-se drenar parte dos metabólitos causadores de dor que resultam de lesão

tissular. Outro mecanismo para redução da dor, inclui a redução do espasmo muscular.

2.9.3 Aplicação de diatermia por ondas curtas

Durante a aplicação da diatermia por Ondas Curtas, o paciente é conectado ao

circuito elétrico do gerador de alta freqüência por meio de:

Técnica capacitativa: este método possui dois tipos distintos de eletrodos, que são

as placas metálicas flexíveis (freqüentemente colocadas sob ou entorno da parte do corpo a

ser tratada) e os discos rígidos. Durante a técnica os eletrodos escolhidos devem ter o mesmo

tamanho e serem ligeiramente maior que a parte do corpo a ser tratada e devem estar

eqüidistantes (a distância entre eletrodos deve ser sempre maior que a distância entre eletrodo

e pele) e em ângulo reto com a superfície da pele (é considerada ideal uma distancia entre 2 a

4 cm entre a pele e a placa metálica). A disposição dos eletrodos podem ser pelo modo

contraplanar (um eletrodo é aplicado a cada lado do membro. Ex. um eletrodo anterior e outro
63

posterior ou um eletrodo lateral e outro medial), coplanar (os eletrodos são aplicados no

mesmo plano) e longitudinal (os eletrodos estão dispostos de uma extremidade a outra e

seguem o trajeto nervoso) (SCOTT, 1998).

Técnica indutiva: com base na lei da indução eletromagnética, um campo

eletromagnético é gerado sempre que uma corrente elétrica flui por um material. As linhas de

força do campo magnético irradiam-se em ângulos retos com a direção da corrente. Esse

processo tem um inverso denominado indução magnética, em que o campo magnético induz a

formação de correntes secundárias no material. O método indutivo de diatermia por Ondas

Curtas utiliza a indução magnética para a geração de pequenas correntes parasitas nos tecidos.

As correntes parasitas podem resultar numa elevação na temperatura dos tecidos. O senso

comum estabelece que as correntes parasitas geram os efeitos fisiológicos. O papel do campo

magnético consiste em funcionar como meio transportador até os tecidos (SCOTT, 1998).

2.9.4 Dosagem

Ainda não é possível medir o fluxo de alta freqüência no corpo do paciente. O

medidor do painel não dá esta informação. A dosimetria ainda depende em grande parte de

fatores biológicos – o terapeuta é guiado pela sensação de calor do paciente. Quando a

dosagem é alta a sensação de calor sobe ao nível de tolerância e deve ser evitada; quando a

dosagem é média o paciente sente-se confortavelmente aquecido; e quando o calo é mínimo o

paciente mal sente o aquecimento. Embora estas sejam orientações, é obvio que não são

confiáveis para uma dosimetria acurada e dependem da sensibilidade perfeita e a condição


64

alerta por parte do paciente, além de que o terapeuta deve ter a capacidade de distinguir se o

paciente expressando sua real sensibilidade (KOTTKE & LEHMANN, 1994).

2.9.5 Tempo de aplicação

Se a energia for acrescentada aos tecidos mais rápido do que esta sendo dissipada, a

temperatura poderá subir, causando vasodilatação para aumentar a remoção de calor até que o

ganho e perda de calor fiquem novamente em equilíbrio em uma nova temperatura local, mais

elevada. Geralmente leva cerca de 15 a 20 minutos para que estes ajustes vasculares ocorram

e assim atinjam um estado de estabilidade, mas isso pode demorar um pouco mais. Esta é a

razão para aplicar tais tratamentos por 20 a 30 minutos (LOW & REED, 2001).

2.9.6 Contra-indicações

Para Scott (2003); Low & Reed (2001); Longo & Fuirini (2000), entre as contra

indicações da utilização de diatermia por ondas curtas estão:

- Marcapassos implantados;

- Metal nos tecidos ou fixadores externos;

- Comprometimento da sensação térmica;

- Pacientes não cooperativos;

- Áreas hemorrágicas;
65

- Tecido isquêmico;

- Gestação;

- Tumores malignos;

- Tuberculose ativa;

- Trombose venosa recente;

- Paciente piréxico

- Áreas afetadas por seções de raios-X .

2.9.7 Procedimentos para o tratamento com ondas curtas

Segundo Scott (2003), por meio dos procedimentos é que se deve assegurar o

máximo de segurança ao paciente e terapeuta. A seguir estão os procedimentos recomendados

pelo órgão regulamentador da área de saúde e pesquisa da Austrália (National Health and

Medical Research Council of Australia – 1985 apud Scott, 2003):

 Preparar o paciente:

- examinar a sensibilidade térmica e dolorosa do paciente

- excluir contra-indicações

- assegurar que todos os objetos metálicos sejam removidos da área de tratamento

- remover auxílios auditivos

- remover bandagens e roupas

- assegurar que a pele esteja seca

- pedir ao paciente para relatar imediatamente qualquer sensação percebida durante o

tratamento
66

 Preparar o aparelho (assegurar que)

- os cabos sejam conectados corretamente

- os cabos ou aplicadores não encostem em superfícies metálicas

- o aplicador esteja alinhado apropriadamente para transferência máxima de energia

- as gônadas não estejam sujeitas à radiação

- os cabos não sejam colocados perto de tecidos do paciente que não se pretenda tratar

- o suporte de apoio do paciente não seja metálico e que todos os objetos metálicos sejam

mantidos pelo menos 3 metros distantes dos cabos e do aplicador

 Durante o tratamento (após a unidade ligada o terapeuta deve)

- permanecer pelo menos a 1 m dos eletrodos e 0,5 m dos cabos

- assegurar que o paciente mantenha a posição correta enquanto durar a aplicação

- assegurar que o paciente não seja deixado sozinho durante o tratamento

- assegurar que o paciente não toque o aparelho

- assegurar que não haja outra pessoa nas proximidades do aparelho.


67

3 METODOLOGIA

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, qualitativa,

explicativa, participante, do tipo causa e efeito com corte longitudinal. A amostra teve caráter

não probabilística do tipo intencional e voluntária.

Esta pesquisa teve como critério de análises variáveis controláveis como ADM,

EAV, dias e horários de atendimento e por outro lado variáveis não controláveis como grau de

força muscular, nível de estresse, atividades diárias, não seguimento das orientações passadas

pela pesquisadora.

As despesas da pesquisa foram de inteira responsabilidade da pesquisadora. Os

materiais utilizados para a realização dos protocolos de tratamento foram: aparelho de

diatermia por ondas curtas Thermopulse Automatic da marca Ibramed*; inclinômetro da

marca Sanny*; divã marca ISP*; rolo de apoio para joelhos*; travesseiros*; toalhas*; lençol*;

banco de madeira marca ISP*; papel sulfite A4 marca Chamex; caneta marca Faber Castell;

cartuchos de tinta marca HP; xerox. A remuneração do pesquisador responsável foi de

responsobiliade da Faculdade Assis Gurgacz.

Como critérios de inclusão, para realização do estudo, foram empregados os

seguintes itens: diagnóstico médico e fisioterapêutico de cervicalgia de origem muscular, sexo

masculino ou feminino, idade entre 20 a 50 anos e pacientes que não façam uso de

tratamentos associados. Além do direito voluntário de abandonar a pesquisa a qualquer

momento, sem a necessidade de se justificar, foram adotados alguns critérios de exclusão: a

não entregando do termo de consentimento livre e esclarecido devidamente preenchido e

assinado; recusa do paciente em participar do estudo por livre e espontânea vontade;

detectação de qualquer problema físico, fisiológico ou psicológico que impossibilite a


68

realização do estudo; pacientes que possuíam contra-indicações para os métodos de

tratamento que foram utilizados, pacientes que não se enquadraram em algum dos critérios de

inclusão, portanto, a amostra foi composta por dois pacientes com idades de 29 e 35 anos, de

ambos os sexos.

Para coleta de dados, os voluntários compareceram a Clínica Escola de Fisioterapia

da Fundação Assis Gurgacz – FAG, nos dias e horários determinados, onde assinaram o termo

de consentimento livre e esclarecido para a participação do estudo, que foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Assis Gurgacz, e foram esclarecidas todas as

dúvidas, logo após foram submetidos a uma avaliação inicial constando anamnese, história da

moléstia atual e pregressa, diagnóstico médico e fisioterapêutico, exame físico contendo

avaliação da dor através da escala analógica visual (que na extremidade esquerda é

caracterizada pela ausência de dor e na extremidade direita caracteriza a pior dor possível, ou

seja, uma dor insuportável, sendo que o paciente corre o marcador demonstrando a

intensidade da dor que está sentido no momento. Posteriormente esta régua é virada onde

contém os números dados em centímetros, que vão de zero a dez possibilitando assim uma

classificação numérica da escala) e amplitude de movimento com o auxílio do flexímetro,

além dos testes específicos conforme consta no apêndice-2. Após realizada a avaliação, os

voluntários foram submetidos ao tratamento fisioterapêutico definido aleatoriamente, por

meio de sorteio, onde foi oferecido aos pacientes A e B dois papéis, em cada um dos papéis

continha o nome de um dos métodos fisioterápicos a sem utilizados na pesquisa. Os pacientes

foram atendidos três vezes por semana num período de um mês. Com o paciente A, foi

utilizado o seguinte protocolo de tratamento: Ondas Curtas mais Alongamentos cervicais e de

cintura escapular ativos. Já com o paciente B, outro protocolo foi utilizado: Pompages

cervicais mais alongamentos cervicais e de cintura escapular ativos. Os pacientes foram

avaliados no primeiro atendimento seguindo a ficha de avaliação, conforme o apêndice-2,

* Material permanente da instituição


69

posteriormente foram reavaliados no final da segunda semana e no último dia de tratamento,

avaliando sempre a escala visual de dor e a amplitude de movimento.

O tratamento foi realizado três vezes por semana no período de 15 de agosto a 08 de

setembro de 2006, totalizando onze atendimentos por paciente, com duração média de 40

minutos.

Os protocolos de tratamentos propostos no estudo são dois métodos distintos, porém

indicados no tratamento de cervicalgias. Os planos terapêuticos constituíram de:

Paciente A:

 Diatermia por Ondas Curtas Thermopulse Automatic da marca Ibramed: contínuo,

técnica capacitativa, eletrodos de placas metálicas, modo coplanar (uma na região cervical e

outra na região torácica), tempo 20 minutos, intensidade conforme a sensibilidade do paciente

(que variou entre 3 e 4);

IMAGEM 1 – Aparelho de ondas curtas

Fonte: Autora
Nota: Ondas curtas Thermopulse Automatic da marca Ibramed
70

IMAGEM 2 - Posicionamento das placas de ondas curtas e aplicação

Fonte: Da Autora

 Alongamentos: Os alongamentos propostos foram baseados nas bibliografias de

Anderson (1998), Geoffroy (2001) e Fernandes, et al. (2002), onde, elaborou-se o seguinte

protocolo de alongamentos:

- Músculos envolvidos na cervical: longo do pescoço, longo da cabeça,

esternocleidomastóideo. Exercício: em pé, membros inferiores afastados, realizou-se

movimentos de extensão da cabeça e hiperextensão da cervical.


71

IMAGEM 3 - Alongamento cervical anterior

Fonte: Da Autora

- Músculos envolvidos na cervical: intertransversário, interespinhais, esplênio da cabeça,

multífido do pescoço, semiespinhal do pescoço, rotadores do pescoço, iliocostal do pescoço,

longuíssimo do pescoço, espinhal do pescoço. Músculos envolvidos na cintura escapular:

trapézio porções média e inferior, rombóides maior e menor. Exercício: em pé, membros

inferiores afastados, realizou-se movimentos de flexão anterior da cabeça e da cervical, com a

ajuda das mãos.


72

IMAGEM 4 - Alongamento cervical posterior e de cintura escapular

Fonte: Da Autora

- Músculos envolvidos na cervical: trapézio porção superior, levantador da escápula,

longo do pescoço, longo da cabeça, escalenos anterior, médio e posterior, intertransversário,

esplênio do pescoço, multífido do pescoço, semiespinhal do pescoço, rotadores do pescoço,

iliocostal do pescoço, longuíssimo do pescoço. Exercício: em pé, membros inferiores

afastados, um dos membros superiores com abdução do ombro, a aproximadamente 90º,

estando o cotovelo flexionado de tal forma que permitia o apoio da mão parietal contralateral.

A escápula do lado oposto ficou ficar fixa, ou seja, não permitiu o movimento de elevação

para melhor aproveitamento do alongamento. A partir daí realizou-se a flexão lateral da

cabeça e da cervical.
73

IMAGEM 5 - Alongamento cervical lateral

Fonte: Da Autora.

- Músculos envolvidos na cintura escapular: serrátil anterior e peitoral menor. Exercício:

em pé, membros inferiores afastados, realizou-se movimento de abdução horizontal do

ombro, adução da cintura escapular, extensão do cotovelo e hiperextensão do punho, com os

dedos das mãos entrelaçados. Para maior aproveitamento do alongamento evitou-se a rotação

de tronco para o lado do membro superior alongado; todavia para maior segurança do

exercício não se forçou a hiperextensão do cotovelo.


74

IMAGEM 6 – Alongamento de cintura escapular com extensão e adução dos ombros

Fonte: Da Autora.

- Músculos envolvidos na cintura escapular: rombóides maior e menor, levantador da

escápula, trapézio parte transversa. Exercício: em pé, membros inferiores afastados, ombros

aduzidos horizontalmente, cotovelos em extensão, punhos em hiperextensão com dedos

entrelaçados. A partir dessa posição se realizou o movimento de abdução da cintura escapular.


75

IMAGEM 7 – Alongamento de cintura escapular com flexão e adução dos ombros

Fonte: Da Autora.

- Músculos envolvidos na cintura escapular: rombóides maior e menor, trapézio parte

ascendente, peitoral menor. Exercício: em pé, membros inferiores afastados através do

movimento de abdução do quadril, com os joelhos em extenção, realizou-se o movimento de

flexão lateral de tronco com abdução do ombro, rotação lateral da cintura escapular, com o

cotovelo ligeiramente estendido.


76

IMAGEM 8 – Alongamento de cintura escapular com flexão lateral do tronco

Fonte: Da Autora.

- Músculos envolvidos na cintura escapular: levantador da escápula, trapézio parte

descendente, peitoral menor. Exercício: em pé, membros inferiores afastados, um dos

membros superiores fez-se o movimento de adução posterior do ombro e depressão da cintura

escapular do membro superior contralateral, tracionando-o pela mão.


77

IMAGEM 9 – Alongamento de cintura escapular com adução posterior do ombro e depressão


da cintura escapular

Fonte: Da Autora.

- Músculos envolvidos na cintura escapular: levantador da escápula, trapézio parte

ascendente e transversal, rombóides maior e menor. Exercício: em pé, membros inferiores

afastados, um dos membros superiores realizando-se o movimento de adução horizontal do

ombro e abdução da cintura, com o cotovelo em extensão, no membro superior contralateral.


78

IMAGEM 10- Alongamento de cintura escapular com adução horizontal do ombro e da


cintura escapular

Fonte: Da Autora.

- Músculos envolvidos na cintura escapular: trapézio parte ascendente, rombóides maior e

menor, peitoral menor. Exercício: em pé, membros inferiores afastados, um dos membros

superiores realizou-se no membro superior contralateral, os movimento de flexão do ombro

com rotação lateral e ligeira abdução e elevação da cintura escapular, com o cotovelo

flexionado.
79

IMAGEM 11 – Alongamento de cintura escapular com flexão, rotação lateral e abdução do


ombro e elevação da cintura escapular

Fonte: Da Autora.

Cabe frisar que cada exercício de alongamento foi realizado três repetições com o

tempo de 15 segundos cada série, totalizando 45 segundos cada músculo ou grupo muscular

correspondente ao exercício, sempre respeitando o limite da dor e tempo de relaxamento para

não fadigar as estruturas alongadas. Os exercícios de alongamento foram realizados

bilateralmente do tipo ativo. Os exercícios foram realizados de forma lenta e gradual

preservando a integridades das estruturas.

Paciente B:

 Pompages: Baseou-se em literaturas e artigos encontrados em revistas e livros de terapia

manual. (BIENFAIT, 1995; BUENO, 2004; MORAES, et. al., 2004).


80

- Pompage global cervical: Paciente em decúbito dorsal. Terapeuta posicionou suas duas

mãos sob a cabeça do paciente, o occipital repousou em suas palmas. Os polegares apoiaram-

se sobre as têmporas, os indicadores sobre as apófises mastóides, as extremidades dos outros

dedos levemente fletidas ao longo da linha curva do occipital superior. A pompage foi

efetuada através de uma tensão suave e simétrica das duas mãos.

IMAGEM 12 – Pompage global cervical

Fonte: Da Autora

- Pompage do Pescoço: Paciente em decúbito dorsal. O terapeuta tomou um contato com

uma das mãos no occipital por intermédio do dedo mínimo e a outra mão em palma o mento.

A técnica foi executada por uma posteriorização do tronco do terapeuta, tracionando a cabeça

do paciente. A tração foi mantida três segundos e depois é relaxada lentamente para não

estimular o complexo de Golgi.


81

IMAGEM 13 – Pompage do Pescoço

Fonte: Da Autora.

- Pompage dos escalenos: Paciente em decúbito dorsal. O terapeuta fixou o ombro do

paciente com uma das mãos e a outra mão sustentou a cabeça do paciente. A cabeça do

paciente estava em rotação para o mesmo lado que o ombro estava fixo. A técnica foi

executada por uma elevação da cabeça e diagonal para o lado oposto durante a expiração.

IMAGEM 14 – Pompage dos escalenos

Fonte: Da Autora.
82

- Pompage do trapézio superior: Paciente em decúbito dorsal. Com a mão do lado do

trapézio a ser tratado, prendeu-se a base do crânio, cruzou-se os antebraços e apoiou-se a

outra mão sobre o ombro correspondente ao músculo a ser tratado. O tensionamento foi

obtido com o afastamento das duas mãos.

IMAGEM 15 – Pompage do trapézio superior

Fonte: Da Autora.

- Pompage do elevador da escápula: Paciente em decúbito dorsal. Com a mão do trapézio

a ser tratado, prendeu-se a base do crânio, cruzou-se os antebraços e apoiou-se a outra mão

sobre o ombro colocando o polegar posteriormente, apoiando sobre a porção interna da

espinha da escapula. O tensionamento foi obtido com o afastamento das duas mãos.

IMAGEM 16 – Pompage do elevador da escápula


83

Fonte: Da Autora.

- Pompage do esternocleidomastóideo-occipitomastóide: Paciente em decúbito dorsal

com a cabeça em rotação para o lado oposto ao esternocleidomastóideo-occipitomastóide a

ser tratado. Com a mão do lado do músculo a ser tratado prende-se a base do crânio e a outra

mão apoiou-se sobre o esterno. O tensionamento foi obtido com o afastamento das duas mãos.

IMAGEM 17 – Pompage do esternocleidomastóideo-occipitomastóide

Fonte: Da Autora.
84

- Pompage dos extensores da cabeça: Paciente em decúbito dorsal. O terapeuta cruzou

seus braços atrás da cabeça do paciente, colocou-se as mãos no ombro do mesmo. A técnica

foi realizada pela elevação da cabeça do paciente pelos antebraços do terapeuta. Esta elevação

foi feita durante a expiração e a volta foi totalmente passiva.

IMAGEM 18 – Pompage dos extensores da cabeça

Fonte: Da Autora.

 Alongamentos: Os alongamentos seguiram os mesmos realizados pelo paciente A.


85

Cabe ressaltar que cada pompage, com exceção da pompage do pescoço, foi

realizada em cinco repetições com o tempo de tensionamento de 20 segundos cada,

totalizando 1”40 segundos. As imagens da realização das pompages registradas nesta

pesquisa, foram simulações com um indivíduo que se dispôs a posar para as fotografias, e

estão representando as manipulações realizadas com o paciente.

Os benefícios esperados na realização desta pesquisa foram de possibilitar melhora

da dor e amplitude de movimento cervical.

Os desconfortos e riscos esperados durante a realização desta pesquisa foram

baseados na má aplicação e falha nas precauções dos métodos de tratamento, no caso da

utilização do ondas curtas incluíam: em casos mais raros riscos de queimaduras na pele. Já no

caso da pompage cervical poderiam ocorrer náuseas, tonturas vertigens e em casos raros

desmaios.

As medidas de proteção que poderiam ser adotadas no caso de uma eventual

ocorrência durante a realização das sessões de tratamento fisioterapêutico eram: a

pesquisadora prestar ou acionar o adequado e imediato socorro.

Os procedimentos para reduzir a ocorrência dos possíveis riscos e desconforto

incluíam a correta utilização dos métodos de tratamento, questionamento dos pacientes

durante o tratamento quanto a algum tipo de desconforto e alteração como de tonturas,

vertigens, visão turva, além de que a pesquisadora esteve presente durante toda a terapia para

evitar intercorrências.

Para formulação e apresentação dos resultados, foi realizada uma análise de

percentual simples, utilizando os programas Microsoft Excel versão 2003, Microsoft Word

versão 2003 e Windows versão XP


86

3.1 FOTOGRAFIAS

Conforme Leite (2004), a fotografia se torna importante, pois constitui um registro

exato, rápido e cômodo. A escolha da do tipo de fotografia, como principio geral é

aconselhável, buscando situações previamente conhecidas e experimentadas. A fotografia

facilita a apresentação e estudo de sinais ou indicadores clínicos, além de possibilitar a

comparação de pacientes analisando a evolução das situações clínicas registradas.

As fotografias demonstradas nesta pesquisa foram produzidas mediante uma máquina

digital da marca Olympus Lens 4.0 megapixel de zoom óptico, com uso de Flash e todas sem

parâmetros de distancia, as mesmas são de responsabilidade da autora e autorizadas pelos

pacientes (como consta no termo de consentimento livre e esclarecido) para a visualização.

3.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

3.2.1 Ficha de avaliação

Elaborou-se uma ficha de avaliação estruturada de acordo com informações da Ficha

de avaliação fisioterapêutica do setor de ortopedia da Clínica Escola de Fisioterapia da

Fundação Assis Gurgacz – FAG e de dados da obra literária de Cipriano (2005), direcionada

para analisar as alterações músculo-tendíneas por meio de uma escala analógica visual e

medidas de amplitude de movimento com auxílio do fleximetro (conforme Apêndice 2).


87

3.2.2 Escala analógica visual

Robinson & Snyder-Mackler (2002), dizem que, a percepção da dor possui

componentes sensoriais e afetivos, ou seja, os pacientes podem descrever a intensidade da dor

(sensorial) e o desagrado (afetivo). A dor é multisensorial e a avaliação da dor focaliza apenas

no componente sensorial. A percepção da dor pode ser útil na avaliação da efetividade das

intervenções terapêuticas. A anamnese proporciona meios de identificar informações

comprovantes e não comprovantes sobre os padrões da dor, já as escalas analógicas visuais

(EAV) são meios eficazes de avaliação; são compostas por linhas de dez centímetros de

comprimento e convencionalmente numeradas de 0 a 100 ou 0 a 10, variam desde muito

detalhadas até em esparsas. O paciente é questionado a descrever a intensidade da dor no

momento.

IMAGEM 19 – Escala analógica visual (EAV)

Fonte: Da Autora
88

3.2.3 Amplitude de movimento (ADM).

Conforme Kendal, McCreary & Provance (1995), existe uma grande diferença entre

as expressões amplitude de movimento articular e amplitude de movimento muscular. A

amplitude de movimento articular refere-se ao numero de graus de movimento presentes em

uma articulação; já a amplitude de movimento muscular também expressa em termos de graus

de movimento articular, refere-se ao comprimento do músculo. Para músculos que passam por

apenas uma articulação, a amplitude de movimento articular e muscular serão as mesmas;

porém para músculos que passam por mais de uma articulação (multiarticulares) a amplitude

de movimento muscular normal será menor que a amplitude de movimento total sobre as

quais o músculo passa.

Segundo Cipriano (2005), a amplitude de movimento cervical deve ser avaliada

somente após a obtenção de um histórico adequado e completo. A ADM cervical ativa e

passiva é medida através de inclinômetros, pois é o instrumento mais adequado, porque mede

o deslocamento angular em relação à gravidade. Os movimentos devem ser realizados três

vezes para que haja continuidade do relatório e para avaliar a disposição do paciente, as três

medições devem estar entre 5º, ou 10% uma da outra para que o critério de avaliação seja

válido. O arco de movimento completo é essencial. Somar as medições opostas para

determinar o arco completo de movimento é a maneira mais objetiva de avaliar o movimento

da coluna cervical.

Flexão: a amplitude de movimento normal é de 50º ou superior a partir da posição

neutra ou 0 para o movimento ativo.


89

Extensão: a amplitude de movimento normal é de 60º ou superior a partir da posição

neutra ou 0 para o movimento ativo e de 110º para o arco completo de flexão e extensão

ativas.

Flexão lateral: a amplitude de movimento normal é de 45º ou superiora partir da

posição neutra ou 0 para o movimento ativo e de 90º para o arco completo de flexão lateral

ativa a direita e para a esquerda.

Rotação: a amplitude de movimento normal é de 80º ou superior a partir da posição

neutra ou 0 para o movimento ativo. O arco completo de rotação passiva para a direita e para

a esquerda varia conforme a idade:

20 a 29 anos: 183º ± 11

30 a 49 anos: 172º ± 13

> 50 anos 155º ± 15

A amplitude de movimento anatômica ou fisiológica disponível varia de articulação

para articulação. Essas amplitudes variam na dependência de estrutura de cada articulação,

incluindo área de superfície, extensibilidade capsular e flexibilidade musculotendinosa, para

citar algumas. Dentro da amplitude anatômica de cada articulação existem posições

denominadas “travadas ou destravadas” (KONIN, 2006).

O princípio de medição do equipamento utilizado é baseado em um mecanismo de

ação gravitacional, que dispensa calibrações ou correções para medidas diretas e sucessivas.

Utiliza uma escala em graus para medida de ângulos articulares, é portátil e possui uma fita

para fixá-lo na articulação a ser medida, deixando as mãos do avaliador livres (LIMA, et al.,

2004).
90

IMAGEM 20 – Realização das medidas de amplitude de movimento cervical

Fonte: Da Autora
91

IMAGEM 21 – Flexímetro

Fonte: Da Autora
Nota: Flexímetro da marca Sanny
92

4 RESULTADOS

Nesta pesquisa foi comparado qual protocolo de tratamento foi mais eficiente para

pacientes que apresentavam cervicalgia de origem muscular.

A amostra foi composta por dois pacientes de ambos os sexos com idade de 29 e 35

anos, que dispuseram a comparecer na Clínica Escola de Fisioterapia da Fundação Assis

Gurgacz entre os dias 15/08/2006 a 08/09/2006, para a realização desta pesquisa.

Com o paciente A foi utilizado como tratamento fisioterapêutico, diatermia por ondas

curtas, alongamentos cervicais e de cintura escapular. Com o paciente B pompages,

alongamentos cervicais e de cintura escapular.

Foram utilizados como parâmetros para mensuração da intensidade da dor (início e

fim de cada atendimento) a escala analógica visual (EAV) e para mensurar as amplitudes de

movimentos (ADM’s) um flexímetro ativado pela gravidade. As amplitudes de movimento

foram mensuradas, antes do tratamento, nos dois pacientes na avaliação inicial, realizada em

15/08/2006, posteriormente na reavaliação de 24/08/2006 e na avaliação final em 08/09/2006.

Na avaliação inicial, verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de

movimento de flexão 36º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 35º. Verifica-

se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento de flexão 40º,

com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 50º. Com a avaliação final, verifica-se

que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento de flexão 50º, com o paciente B

observa-se que sua amplitude é de 55º.


93

GRÁFICO 1 – Amplitude de movimento de flexão

55
50 50

40
Medida em graus

36 35

1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação

Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora

Com a avaliação inicial, verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de

movimento de extensão 52º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 50º.

Verifica-se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento de

extensão 56ºcom o paciente B observa-se que sua amplitude é de 60º. Com a avaliação final,

verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento de extensão de 60º, com

o paciente B observa-se que sua amplitude é de 60º.


94

GRÁFICO 2 – Amplitude de movimento de extensão

60 60 60

56
Medida em graus

52
50

1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação

Paciente A Paciente B

Fonte: Da Autora

Na avaliação inicial, verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de

movimento de inclinação para direita de 40º, com o paciente B observa-se que sua amplitude

é de 25º. Verifica-se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento

de inclinação para direita 45ºcom o paciente B observa-se que sua amplitude é de 40º. Com a

avaliação final, verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento de

inclinação para direita de 45º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 45º.
95

GRÁFICO 3 – Amplitude de movimento de inclinação para direita

45 45 45
40 40
Medida em graus

25

1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação

Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora

Observando a avaliação inicial, verifica-se que o paciente A apresenta uma

amplitude de movimento de inclinação para esquerda de 40º, com o paciente B observa-se que

sua amplitude é de 30º. Verifica-se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude

de movimento de inclinação para esquerda de 43º, com o paciente B observa-se que sua

amplitude é de 40º. Com a avaliação final, verifica-se que o paciente A apresenta uma

amplitude de movimento de inclinação para esquerda de 45º, com o paciente B observa-se que

sua amplitude é de 45º.


96

GRÁFICO 4 – Amplitude de movimento de inclinação para esquerda

45 45
43
40 40
Medida em graus

30

1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação

Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora

Nota-se que na avaliação inicial, verifica-se que o paciente A apresenta uma

amplitude de movimento de rotação para direita de 60º, com o paciente B observa-se que sua

amplitude é de 60º. Verifica-se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude de

movimento de rotação para direita de 64º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é

de 60º. Com a avaliação final, verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de

movimento de rotação para direita de 65º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é

de 67º.
97

GRÁFICO 5 – Amplitude de movimento de rotação para direita

67

65
64
Medida em graus

60 60 60

1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação

Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora

Examinando a avaliação inicial, verifica-se que o paciente A apresenta uma

amplitude de movimento de rotação para esquerda de 64º, com o paciente B observa-se que

sua amplitude é de 58º. Verifica-se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude

de movimento de rotação para esquerda de 65º, com o paciente B observa-se que sua

amplitude é de 60º. Com a avaliação final, verifica-se que o paciente A apresenta uma

amplitude de movimento de rotação para esquerda de 65º, com o paciente B observa-se que

sua amplitude é de 68º.


98

GRÁFICO 6 – Amplitude de movimento de rotação para esquerda

68

65 65
64
Medida em graus

60

58

1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação

Paciente A Paciente B

Fonte: Da Autora

Comparando a Escala Analógica Visual no inicio a ao final de cada atendimento,

obteve-se as seguintes variações numéricas: (Tendo em vista que o gráfico consta a partir do

segundo atendimento, pois no primeiro atendimento só foi realizada a avaliação

fisioterapêutica).

No segundo dia de atendimento o paciente A apresentava uma EAV de 43, depois do

atendimento a EAV caiu para 40. O paciente B apresentava uma EAV de 59, depois do

atendimento caiu para 45; No terceiro dia o paciente A apresentou uma EAV de 46 e depois

da sessão fisioterapêutica a diminuiu para 30. O paciente B apresentava uma EAV de 39,

depois do atendimento caiu para 21; No quarto dia de atendimento o paciente A mostrou uma

EAV de 27 e ao final da terapia reduziu para 25. O paciente B apresentava uma EAV de 32,

depois do atendimento caiu para 27; Na quinta sessão de atendimento fisioterapêutico o


99

paciente A apresentou uma EAV de 33 antes do atendimento e após o atendimento houve uma

queda para 22. O paciente B apresentava uma EAV de 24, depois do atendimento houve uma

redução para 21; No sexto atendimento o paciente A apresentou uma EAV de 26 e ao final da

terapia caiu para 23. O paciente iniciou a terapia com 19 de EAV e ao final do atendimento

houve uma redução para 17; No sétimo dia atendimento fisioterapêutico o paciente A

apresentou uma EAV de 24 antes do atendimento e após o atendimento houve uma queda para

21. O paciente B apresentava uma EAV de 21, depois do atendimento houve uma redução

para 15; No oitavo dia atendimento o paciente A apresentou uma EAV de 19 e depois da

sessão fisioterapêutica a diminuiu para 16. O paciente B apresentava uma EAV de 11, depois

do atendimento caiu para 10; No nono dia de atendimento o paciente A mostrou uma EAV de

13 e ao final da terapia reduziu para 10. O paciente B apresentava uma EAV de 12, depois do

atendimento caiu para 9; Na décima sessão de atendimento fisioterapêutico o paciente A

apresentou uma EAV de 12 antes do atendimento e após o atendimento houve uma queda para

7. O paciente B apresentava uma EAV de 7, depois do atendimento houve uma redução para

5; Na última sessão de atendimento fisioterapêutico (décimo primeiro dia) o paciente A

mostrou uma EAV de 8 e ao final da terapia reduziu para 1. O paciente B apresentava uma

EAV de 6, depois do atendimento caiu para 3.


100

GRÁFICO 7 – Comparação da escala analógica visual antes e após cada atendimento

70

59
60

50 46
45
43

40
39
40
EAV

33
32
30
30 27 27
26
25
24 24
23
22
21 21 21 21
19
20 17
19

16
15
13
12 12
11
10 10
9
10 7 7
8
6
5
3
1

0
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Paciente A (antes) Paciente A (depois)


Paciente B (antes) Paciente B (depois)

Fonte: Da Autora

Comparando a Escala analógica visual no inicio a ao final de cada atendimento,

obteve-se as seguintes variações percentuais:

No segundo atendimento o paciente A apresentou uma melhora de 7% e o paciente B

24%; No terceiro atendimento o paciente A apresentou uma melhora de 35% e o paciente B

46%; No quarto dia de atendimento o paciente A apresentou uma melhora de 7% e o paciente

B 16%; Na quinta sessão de atendimento fisioterapêutico o paciente A apresentou uma

melhora de 33% e o paciente B 13%; No sexto atendimento o paciente A apresentou uma

melhora de 12% e o paciente B 11%; No sétimo dia atendimento fisioterapêutico o paciente A

apresentou uma melhora de 13% e o paciente B 29%; No oitavo atendimento o paciente A


101

mostrou uma melhora de 16% e o paciente B 9%; No nono dia atendimento o paciente A

apresentou uma melhora de 23% e o paciente B 25%; No décimo atendimento o paciente A

apresentou uma melhora de 42% e o paciente B 29%; Na última sessão de atendimento

fisioterapêutico (décimo primeiro dia) o paciente A apresentou uma melhora de 88% e o

paciente B 50%.

GRÁFICO 8 – Variação da porcentagem da escala analógica visual do inicio e final de cada


atendimento

100%
90%
80%
70%
60%
EAV

50%
40%
30%
20%
10%
0%
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Paciente A Paciente B

Fonte: Da Autora
102

5 DISCUSSÃO

Na avaliação inicial constatou-se que o perfil dos participantes é o seguinte: o

paciente A passa o dia fazendo crochê, enquanto o paciente B passa o dia realizando

atividades no computador, ambos relataram níveis elevados de estresse, portanto consideram-

se estressados.

Em relação à amplitude de movimento, pode-se referenciar que, o calor e o

alongamento são freqüentemente utilizados para aumentar a flexibilidade e restaurar a

diminuição da ADM. O calor vigoroso (maior que 4º acima da temperatura corpórea) aumenta

a extensibilidade do tecido colágeno e diminui a viscosidade dos tecidos e tendões. A

diatermia por ondas curtas pode produzir um calor vigoroso em grandes áreas, levando a um

relaxamento muscular, diminuição do espasmo muscular e diminuição do encurtamento

muscular (PINFILDI, PRADO & LIEBANO, 2004).

Para Kitchen (2003), o aumento da amplitude de movimento articular com o uso de

termoterapia por adição, pode estar associada a três mecanismos: 1) o efeito analgésico

permite maior tolerância ao alongamento; 2) a viscosidade dos tecidos é reduzida, explicando

em parte a diminuição da rigidez articular após o aquecimento; 3) o aumento da

extensibilidade de colágeno ocorre com temperaturas mais elevadas. O calor é portanto usado

antes do alongamento e do exercício para aumentar o movimento articular ou alongar

cicatrizes ou contraturas.

Yeng et al. (2001), relatam que a termoterapia por adição constitui um excelente

método de preparação para a terapia por exercícios, pois reduz a resistência elástica (elastina)

e plástica (colágeno) dos componentes teciduais.

Kitchen (2003) refere que as propriedades de certos tecidos podem ser mudadas com o
103

aquecimento, por exemplo, um alongamento feito a uma determinada intensidade produzirá

maior alongamento se for aplicado calor, devido a alterações na mobilidade articular, ou seja,

a temperatura articular influencia na resistência do movimento, portanto com baixas

temperaturas a resistência estará aumentada. Essas alterações na mobilidade articular são

atribuídas em parte às mudanças na viscosidade do fluido sinovial. Assim vários

pesquisadores tem afirmado que o calor, é de grande valor antes da aplicação de

alongamentos passivos e ativos para promover aumento da ADM.

Pinfildi, Prado & Liebano (2004), em um estudo sobre o efeito do alongamento

estático após diatermia por ondas curtas versus alongamento estático nos músculos

isquiotibiais em uma amostra de 30 mulheres sedentárias que foram randomizadas em 3

grupos: o grupo 1 não realizou o protocolo de tratamento e serviu como grupo controle, o

grupo 2 realizou alongamento estático por 3 minutos, 3 vezes por semana durante um mês e o

grupo 3 realizou recebeu diatermia por ondas curtas contínuo por 20 minutos antes de realizar

o alongamento estático. Ao término da pesquisa constataram que o uso de diatermia por ondas

curtas antes do alongamento estático pode ser mais efetivo para o aumento da flexibilidade

muscular que os procedimentos utilizados nos grupos 1 e 2. Acredita-se que estes resultados

foram obtidos porque a elevação da temperatura aumenta a taxa de disparos das fibras tipo II

aferente do fuso muscular e gama aferente e um aumento na taxa de disparo das fibras tipo Ib

dos órgãos tendinosos de Golgi, e estas mudanças na taxa de disparo dos nervos contribuem

para a redução da taxa de disparo do motoneurônio alfa, relaxando o músculo e aumentando

assim a flexibilidade muscular com o alongamento.

Segundo Kisner & Colby (1998), é importante que haja o relaxamento local antes que

se dê início ao alongamento. Existem várias formas de promover um bom relaxamento, entre

elas está o uso do calor, pois os músculos aquecidos relaxam e alongam-se mais facilmente,

tornando o alongamento mais confortável para o paciente. O aquecimento também minimiza a


104

probabilidade de microtraumas aos tecidos moles durante o alongamento, deste modo pode

diminuir a dor muscular tardia que ocorre após os exercícios. O uso apenas do calor sem

alongamento parece ter pouco efeito na melhora a longo prazo da flexibilidade muscular; a

combinação de calor e procedimentos de alongamento produz maiores ganhos em longo prazo

no comprimento do tecido que o alongamento sem aplicação prévia de calor.

A pompage é outra forma eficaz de obter relaxamento, pois aumenta a circulação

local, diminui o espasmo e a rigidez muscular (BIENFAIT, 1997).

Moraes, et al. (2004), defendem que na pratica clínica a terapia manual e exercícios

de alongamento são freqüentemente utilizados para proporcionar ao paciente melhora da dor e

amplitude de movimento, pois após realizar uma pesquisa utilizando pompages no tratamento

de algias cervicais, constatou um aumento da ADM cervical e redução da escala analógica

visual.

Segundo Bueno (2004), o objetivo das técnicas de pompage cervical é promover um

relaxamento da musculatura cervical (diminuindo espasmo e a rigidez muscular), que

proporciona um alívio na dor e aumento da amplitude de movimento dos pacientes. O

músculo com espasmo apresenta rapidamente uma isquemia e uma anóxia tissular responsável

por dores referidas e da aparição de pontos gatilhos miofaciais.

De acordo com Bienfait (1999), as pompages têm como objetivo agir sobre a

circulação dos fluidos dos tecidos, sobre a musculatura, sobre a articulação e ainda ter uma

ação calmante. As pompages podem apresentar diferentes propósitos como alívio da dor pela

diminuição da tensão muscular e aumentar a amplitude de movimento, que são os objetivos da

técnica neste estudo. Podem procurar obter um relaxamento muscular, neste caso serão

realizadas no sentido das fibras musculares. É uma técnica muito eficiente no tratamento de

espasmos, encurtamentos e retrações.

A técnica de pompage promove uma ação antiálgica, principalmente nas dores devido
105

á tensão. As condições dolorosas provocadas pelas tensões dos tecidos moles do sistema

músculo-esquelético se relacionam de maneira direta ou indireta com a postura no homem.

Dessa forma, a ação muscular torna-se inadequada e o resultado é uma codificação

proprioceptiva inapropriada e a ação subseqüente, embora incorreta, é interpretada pelo

sistema nervoso como correta (FUENTEFRIA, 2003).

Barak, Rosen & Sofer (1993), relatam que a terapia manual visa a redução de tensões

musculares, a restrição da mobilidade articular e em geral a regulação das funções.

Segundo Cipriano (2005), a amplitude de movimento de flexão normal é de 50º ou

superior a partir da posição neutra ou 0 para o movimento ativo, podendo variar entre 5 ou

10º. O paciente A partiu de uma amplitude de movimento de 36º (avaliação inicial) para 50º

(avaliação final), ou seja, obteve um aumento de 39%, o paciente atingiu a amplitude normal.

Demonstrando eficácia do tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura

escapular. Com o paciente B, partiu-se de 35º de amplitude de movimento em flexão,

atingindo 55º ao final do tratamento, obtendo um ganho de amplitude de 57%, também

atingindo os níveis de normalidade. Observa-se que o tratamento de pompage e alongamentos

cervicais e de cintura escapular (57%) obteve um ganho de amplitude de movimento maior

que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura escapular (39%),

contudo, ambos os tratamentos atingiram os níveis de amplitude normais.

Conforme o autor citado anteriormente a amplitude de movimento de extensão

normal é de 60º ou superior a partir da posição neutra ou 0 para o movimento ativo e de 110º

para o arco completo de flexão e extensão ativas. O paciente A partiu de uma amplitude de

movimento de 52º (avaliação inicial) para 60º (avaliação final), ou seja, obteve um aumento

de 15%, o paciente atingiu a amplitude normal. Demonstrando eficácia do tratamento com

ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura escapular. Com o paciente B, partiu-se de

50º de amplitude de movimento em extensão, atingindo 60º na segunda avaliação e


106

permanecendo com a mesma amplitude até o final do tratamento, obtendo um ganho de

amplitude de 20%, também atingindo os níveis de normalidade. Observa-se que o tratamento

de pompage e alongamentos cervicais e de cintura escapular (20%) obteve um ganho de

amplitude de movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e

de cintura escapular (15%), contudo, ambos os tratamentos atingiram os níveis de amplitude

normais.

Hoppenfeld (1999) & Cipriano (2005), dizem que a amplitude de movimento de

flexão lateral normal é de 45º ou superiora partir da posição neutra ou 0 para o movimento

ativo e de 90º para o arco completo de flexão lateral ativa a direita e para a esquerda. O

paciente A partiu de uma amplitude de movimento de inclinação lateral para a direita de 40º

(avaliação inicial) para 45º (segunda avaliação) permanecendo com a mesma amplitude até o

final do tratamento, ou seja, obteve um aumento de 13%, o paciente atingiu a amplitude

normal, demonstrando eficácia do tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de

cintura escapular. Com o paciente B, partiu-se de 25º de amplitude de movimento de

inclinação lateral, atingindo 45º no final do tratamento, obtendo um ganho de amplitude de

80%, também atingindo os níveis de normalidade. Observa-se que o tratamento de pompage e

alongamentos cervicais e de cintura escapular (80%) obteve um ganho de amplitude de

movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura

escapular (13%), assim, ambos os tratamentos atingiram os níveis de amplitude normais. Na

amplitude de movimento de inclinação para a esquerda, o paciente A partiu de 40º (avaliação

inicial) para 45º (avaliação final), ou seja, obteve um aumento de 13%, o paciente atingiu a

amplitude normal, demonstrando eficácia do tratamento com ondas curtas e alongamentos

cervicais e de cintura escapular. Com o paciente B, partiu-se de 30º de amplitude de

movimento de inclinação lateral, atingindo 45º no final do tratamento, obtendo um ganho de

amplitude de 50%, também atingindo os níveis de normalidade. Observa-se que o tratamento


107

de pompage e alongamentos cervicais e de cintura escapular (50%) obteve um ganho de

amplitude de movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e

de cintura escapular (13%), assim, ambos os tratamentos atingiram os níveis de amplitude

normais.

Cipriano (2005), diz que a amplitude de movimento de rotação normal é de 80º ou

superior a partir da posição neutra ou 0 para o movimento ativo. O paciente A partiu de uma

amplitude de movimento de rotação para a direita de 60º (avaliação inicial) para 65º

(avaliação inicial), ou seja, obteve um aumento de 8%, não atingindo amplitude normal. Com

o paciente B, partiu-se de 60º de amplitude de movimento de inclinação lateral, atingindo 67º

no final do tratamento, obtendo um ganho de amplitude de 12%, também não atingindo os

níveis de normalidade. Observa-se que o tratamento de pompage e alongamentos cervicais e

de cintura escapular (12%) obteve um ganho de amplitude de movimento maior que o

tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura escapular (8%), assim,

apesar da melhora, ambos os tratamentos não atingiram os níveis desejados amplitude em

rotação para a direita. Na amplitude de movimento de rotação para a esquerda, O paciente A

partiu de 60º (avaliação inicial) para 65º (segunda avaliação) permanecendo com a mesma

amplitude até o final do tratamento, ou seja, obteve um aumento de 2%, não atingindo

amplitude normal. Com o paciente B, partiu-se de 68º de amplitude de movimento de rotação

para a esquerda, atingindo 68º no final do tratamento, obtendo um ganho de amplitude de

17%, não atingindo também os níveis de normalidade. Observa-se que o tratamento de

pompage e alongamentos cervicais e de cintura escapular (17%) obteve um ganho de

amplitude de movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e

de cintura escapular (2%), assim, apesar da melhora, ambos os tratamentos não atingiram os

níveis desejados de amplitude em rotação para a direita.

O maior ganho de amplitude de movimentos cervicais do paciente B em relação ao


108

paciente A, se deve possivelmente ao fato de que quando se alonga um músculo aquecido, ele

se torna mais flexível, facilitando o alongamento, porém retorna ao seu comprimento normal

após resfriado e um músculo não aquecido quando alongado, obtém um aumento no seu

comprimento e mantém esse novo comprimento (PINFILDI, PRADO & LIEBANO, 2004).

Os graus dos movimentos fisiológicos da coluna cervical aumentaram em ambos os

pacientes e em todas as direções (flexão, extensão, inclinação lateral para a direita e esquerda,

rotação para a direita e esquerda), porém entre a primeira e a ultima avaliação o paciente B

apresentou uma melhora maior do que o paciente A nas amplitudes de movimento cervicais,

isso se deve possivelmente porque o paciente B apresentava limitações de amplitude de

movimento maiores que o paciente A.

Com base nas referências bibliográficas consultadas sobre os tratamentos realizados na

pesquisa, em vista da escala analógica visual, menciona-se que, o uso do calor no alívio da

dor é uma escolha comum, pois o aquecimento promove relaxamento muscular além da

sensação de conforto. A redução da tensão muscular diminui as sensações dolorosas. Ocorre

vasodilatação local, o que acelera a circulação promovendo a remoção de detritos celulares,

toxinas e líquidos extracelular da área da lesão tecidual (KAZANOWSKI & LACCETTI,

2005).

Low & Reed (2001), dizem que o calor terapêutico é amplamente utilizado, dentre os

efeitos fisiológicos estão o alívio da dor, redução do espasmo muscular e aumento da

amplitude de movimento articular.

Lehmann & Lauter (1982) apud Low & Reed (2001), têm sugerido que o

aquecimento das terminações nervosas dos fusos musculares aferentes secundários e das

terminações tendíneas de Golgi, pode ser o modo pelo qual o espasmo muscular é reduzido

com o aquecimento. Como a dor e o espasmo muscular são interdependentes, uma redução de

um causará a redução de outro. Conforme Kottke & Lehmann (1994), tem-se demonstrado
109

que o aquecimento de tecidos afeta a atividade de fibra gama. A diminuição da sensibilidade

do fuso muscular ao alongamento, assim como os reflexos desencadeados pelos receptores de

temperatura, podem ser a base fisiológica para o relaxamento do espasmo muscular após ouso

de calor. Já para Machado (1991), ocorre devido à diminuição da dor pelo aumento do limiar

das fibras nervosas motoras. O calor produz um amolecimento ou desagregação muscular, isto

pode perder calor ao meio externo, que por meio da vasodilatação e o aumento da circulação

dissipa este calor para outras regiões. Com o aquecimento, a fibra muscular tem sua

extensibilidade e contratibilidade facilitada.

Scott (2003), diz que o calor é freqüentemente utilizado para o alívio da dor em

diversos distúrbios e que na maioria dos casos a diminuição da dor se dá por redução do

espasmo muscular e que a estimulação na região do pescoço resulta em aumento no

relaxamento muscular. Para Low & Reed (2001), boa parte do aquecimento terapêutico ocorre

na pele, portanto pode dizer que os principais efeitos no alívio da dor são primariamente

reflexos quando se trata de estruturas subcutâneas, portanto, a estimulação dos receptores

sensoriais de calor pode ativar o mecanismo de comporta da dor. As alterações vasculares

também podem contribuir para a redução da dor local, pois com o aumento do fluxo

sangüíneo pode-se drenar parte dos metabólitos causadores de dor que resultam de lesão

tissular. Outro mecanismo para redução da dor, inclui a redução do espasmo muscular.

Kazanowski & Laccetti (2005), afirmam que o calor no alívio da dor é uma escolha

comum, pois o aquecimento promove relaxamento muscular e uma sensação de conforto.

Para Kitchen (2003), mesmo com a utilização do calor para alívio da dor em vários

distúrbios, seu mecanismo ainda é incerto. Em alguns casos a dor pode ser aliviada com

redução do espasmo muscular secundário. A dor atribuída à isquemia pode ser reduzida pela

vasodilatação induzida com o calor, com células e substancias químicas vindo para a área

assistir a regeneração e remover os resíduos da lesão.


110

Barbour, McGuire & Kirchott (1986) apud Kitchen (2003), conduziram uma avaliação

subjetiva de métodos de alívio da dor usados por pacientes sofrendo de câncer e encontraram

que 68% usavam alguma forma de calor para auxiliar a controlar a dor, portanto, o calor atua

como meio de diminuição da dor.

Já a pompage, em uma revisão sistemática feita por Albright, et al. (2001) apud

Moraes et al. (2004) movimentos lentos do pescoço realizados com pompages, apresentaram

resultados satisfatórios e significativos em relação ao grupo controle tendo como resultado o

alívio da dor sendo de grande importância clínica a utilização para a reabilitação em pacientes

com dores na coluna cervical.

Men (2004) em um estudo realizado com uma amostra de dez pacientes, de ambos os

sexos, não obesos, com idades entre 20 e 30 anos e que apresentavam cervicalgia, utilizou

técnicas miofacias, pompages de escalenos, trapézio superior, elevador da escápula, do

occipital e tração leve na cervical. Ao final do estudo, os resultados foram os seguintes:

diminuição e anulação da dor, melhora na amplitude de movimento, liberação dos músculos

em espasmo, alongamento dos tecidos anormais.

Bueno (2004), após realizar um estudo sobre a aplicação da fisioterapia manipulativa

em pacientes com torcicolo na fase aguda, com uma amostra de cinco pacientes do sexo

feminino, com idade média de 30 anos, constatou que a aplicação de pompages, manipulação

neural e liberação diafragmática promoveu uma melhora na sintomatologia da dor (com

redução do espasmo muscular) e na amplitude de movimento.

Moraes et al. (2004) dizem que, a terapia manual e exercícios são freqüentemente

combinados para promover ao paciente alívio da dor e melhora funcional.

No paciente A, gradativamente a dor foi reduzindo. Houve melhora média de 5,6%

após cada sessão de tratamento. A avaliação inicial (EAV de 43) em relação à avaliação final

(EAV de 01) demonstrou uma redução na escala de 42 pontos, ou média de redução de 4,2
111

pontos em cada sessão. Apesar da dor não ter cessado totalmente, foi reduzida

significativamente, demonstrando eficiência do tratamento de ondas curtas e alongamentos

cervicais e de cintura escapular. Com o paciente B, a dor também foi reduzindo

gradativamente. Houve melhora média de 5,7% depois de cada sessão de tratamento. A

avaliação inicial (EAV de 59) em relação à avaliação final (EAV de 03) demonstrou uma

redução na escala de 56 pontos, ou média de redução de 5,6 pontos em cada sessão. Observa-

se que apesar da dor não ter cessado totalmente, foi reduzida significativamente, podendo

afirmar que a pompage e alongamentos cervicais e de cintura escapular também são eficazes

no tratamento da dor. Observa-se que houve redução substancial da dor nos dois protocolos de

tratamento, assim os dois métodos tornaram-se eficientes.

Variáveis como nível de atividade diária e estresse foram interrogadas aos pacientes

para verificar indícios de que estas poderiam ter influenciado nos resultados obtidos, pois

segundo Angelotti (2001), podem ocorrer sintomas corporais ligados ao estresse, tais como:

aumento dos batimentos cardíacos, da pressão sangüínea, sudorese, mudanças na respiração,

pele quente e úmida, boca seca, adrenalina e outros hormônios sendo liberados na corrente

sangüínea, causando vasoconstrição e aumento do tônus muscular gerando dores musculares.

A ansiedade e o estresse representam, muitas vezes, a etiologia da afecção somática existente,

a terapia manual pode ajudar a reduzir esses sintomas, combatendo a ansiedade e o stress,

através da organização psicofisiológica, e influenciando desse modo nas respostas somáticas,

como: alterações gerais no tônus muscular; alteração nas atividades autônomas e viscerais;

maior tolerância à dor; facilitação dos processos de cura; facilitação da auto-regulação

(LEDERMAN, 2001). O toque possui um imenso valor e transmite uma mensagem imediata

de carinho, aceitação e apoio. É essencial no estabelecimento de um senso de auto-estima para

o paciente. A partir do momento que o paciente aceita o toque do terapeuta, demonstra que ele

está começando a gostar de si mesmo e a confiar em outra pessoa. O toque também traz como
112

benefícios, diminuir a apreensão quanto ao futuro, como por exemplo, em pacientes pré-

operatórios, e diminuir a ansiedade de pacientes internados em unidades de tratamento

intensivo (CASSAR, 2001). Portando pode-se explicar assim a redução da escala visual

analógica mais rápida com o paciente B.

A manipulação não está limitada ao local do toque, mas envolve o mundo abstrato da

imaginação, das emoções, dos pensamentos e das experiências de toda a vida do indivíduo. A

manipulação não constitui apenas um evento periférico que envolve uma porção de pele, uma

articulação aqui e ali ou um grupo de músculos, ela representa um catalisador potencial para

extensas reações psicológicas (LEDERMAN, 2001).

Kazanowski &Laccetti (2005), que o toque é uma estratégia simples utilizada nos

cuidados do paciente com dor, pois proporciona tranqüilidade e facilita o relaxamento

muscular, assim pode ajudar no controle da dor.


113

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cervicalgia é um distúrbio comum na prática diária, por isso, a adequada avaliação

do paciente facilita a definição da etiologia e aumenta a eficácia do tratamento. Felizmente, na

maior parte das vezes, o diagnóstico não apresenta dificuldades e a conduta conservadora

produz bons resultados.

Os tratamentos da cervicalgia de origem muscular realizados nesta pesquisa tiveram

resultados satisfatórios para os pacientes participantes, porém o paciente que realizou o

protocolo de tratamento com pompage cervical associado a alongamentos cervicais e de

cintura escapular obteve estatísticas mais favoráveis, sendo mais eficaz.

A combinação das técnicas propostas foi efetiva para os casos em questão, resultando

em ganho da amplitude de movimento e alívio da dor, contudo, os dois tratamentos devem ser

usados em conjunto, pois a diatermia por ondas curtas não é uma terapia isolada e sim

associada.

Os protocolos de tratamento propostos neste estudo carecem de trabalhos mais

aprofundados que comprovem o efeito destas técnicas. Proponho que sejam realizados

trabalhos mais específicos sobre a aplicabilidade clínica das técnicas utilizadas nesta pesquisa

para obtenção de informações mais fidedignas e concretas.


114

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANDERSON, B. Alongue-se no trabalho. São Paulo: Summus, 1998.

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Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

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V., et al. Psicossomática: e a Psicologia da dor. São Paulo: Thomson, 20001.

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120

GLOSSÁRIO

Anastomose - Comunicação entre duas ou mais artérias, veias ou nervos que, geralmente,

provêm de um tronco comum. Na eventualidade de obstrução dos vasos, a presença de

anastomose assegura eficiente irrigação da zona atingida a qual, de outro modo, sofreria

necrose. A anastomose pode ser obtida por meios cirúrgicos, entre segmentos de intestino,

entre ureter e trompa, entre ramos de uma mesma artéria etc.

Disfagia - Dificuldade na deglutição.

Hidrólise – Decomposição elevada a efeito sob atuação da água.

Imbricação - Disposição de objetos colocados em parte, uns sobre os outros, como as telhas

de um telhado.

Pirexia - Sinônimo de febre.

Precordial - Situado diante do coração.


121

APÊNDICE A – Carta de apresentação à instituição

CARTA DE APRESENTAÇÃO À INSTITUIÇÃO

Cascavel,____/____/____.

Ao

Prof. José Mohamud Vilagra.

Coordenador dos Trabalhos de Conclusão do Curso de Fisioterapia da Faculdade

Assis Gurgacz - FAG

Eu, Priscila Ferretti, RA 3374, solicito a esta coordenação a disponibilização dos

equipamentos e espaço físico da clínica de Fisioterapia da FAG para a realização da parte

aplicada do Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia intitulado Estudo comparativo na

avaliação de dor e amplitude de movimento em pacientes com Cervicalgia de origem

muscular, utilizando como tratamento fisioterapêutico Ondas Curtas versus Pompage

Cervical., sob orientação do Professor Luiz Orestes Bozza.

Através deste documento declaro assumir total responsabilidade pelos equipamentos,

materiais e mobiliários durante o período de atendimento.

Quantidade Descrição do equipamento – modelo / marca

01 Aparelho de Ondas Curtas marca Ibramed

01 Divã de terapia manual

01 Inclinômetro cervical

01 Divã para aplicação do aparelho de ondas curtas

Rolo de apoio para joelhos


01
Travesseiro
02
122

Toalha
03
Lençol
02

Sem mais a tratar

Atenciosamente,

______________________________________

Priscila Ferretti
123

APÊNDICE B – Ficha de avaliação fisioterapêutica

FICHA DE AVALIAÇÂO FISIOTERAPEUTICA

Nome:____________________________________________________________________
Idade:___________________ Sexo:__________ Data de Nascimento: ___/___/______
Escolaridade:__________________
Profissão atual:________________________ Profissão anterior :______________________

Diagnóstico Clínico:__________________________________________________________
Diagnóstico Fisioterapêutico:__________________________________________________
Queixa do Paciente:__________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Anamnese Atual:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Anamnese Pregressa:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Exames complementares:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Sinais Vitais:
PA:
FC:
SaO2:
FR:
124

Exame Físico:
Palpação:
1ª avaliação:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2º avaliação:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3º avaliação:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
FM:
1º avaliação 2º avaliação 3º avaliação
Flexores cervicais:
Extensores cervicais:
Rotadores D:
Rotadores E:

EAV:
1º avaliação:______________________________________________________________
2º avaliação:______________________________________________________________
3º avaliação:______________________________________________________________

ADM:
1º avaliação 2º avaliação 3º avaliação
Flexão cervical:
Extenção cervical:
Inclinação cervical lateral p/ D
Inclinação cervical lateral p/ E
Rotação Cervical p/ D
Rotação Cervical p/ E

Testes específicos:
Sinal de Barre-Liéou:_________________________________________________________
Teste de Maigne:_____________________________________________________________
Teste de Artéria Vertebral:_____________________________________________________
Teste de Dekleyn:____________________________________________________________
Teste de Hautant:____________________________________________________________
Teste de Underburg:__________________________________________________________
Teste de Hallpike:____________________________________________________________
Triagem de George:___________________________________________________________
Manobra de O’Donoghue:______________________________________________________
Teste de Percussão da coluna:___________________________________________________
Teste de Soto-Hall:___________________________________________________________
Sinal de Rust:________________________________________________________________
Teste de Sharp-Purser:_________________________________________________________
125

Teste de Stress do Ligamento Atlas:______________________________________________


Teste de Stress do Ligamento alar: _______________________________________________
Manobra de Valsalva:_________________________________________________________
Sinal de Dejerine:_____________________________________________________________
Teste de Deglutição:___________________________________________________________
Teste de compressão foraminal:__________________________________________________
Teste de compressão de Jackson:_________________________________________________
Teste de compressão em extensão:_______________________________________________
Teste de Compressão em Flexão:_________________________________________________
Teste de Compressão foraminal máxima:__________________________________________
Sinal de Lhermitte:____________________________________________________________
Teste de Depressão do ombro:___________________________________________________
Teste de Distração:____________________________________________________________
Teste de abdução do ombro:____________________________________________________
Teste de Adson:______________________________________________________________
Teste de Éden:_______________________________________________________________
Teste de Wright:______________________________________________________________
126

APÊNDICE C—Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO NA PESQUISA:

“ESTUDO COMPARATIVO NA AVALIAÇÃO DE DOR E AMPLITUDE DE


MOVIMENTO EM PACIENTES COM CERVICALGIA DE ORIGEM MUSCULAR,
UTILIZANDO COMO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ONDAS CURTAS
VERSUS POMPAGE CERVICAL, AMBOS ASSOCIADOS A ALONGAMENTOS
ATIVOS CERVICAIS E DE CINTURA ESCAPULAR”

“TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO”

1. Identificação do Projeto de Pesquisa

Título do Projeto:
Estudo comparativo na avaliação de dor e amplitude de movimento em pacientes com
Cervicalgia de origem muscular, utilizando como tratamento fisioterapêutico Ondas Curtas
versus Pompage Cervical.
Área do Conhecimento: Ciências da saúde
Curso: Fisioterapia
Número de sujeitos no centro: 02 (dois) Número total de sujeitos: 02
(dois)
Patrocinador da pesquisa: Não se aplica
Instituição onde será realizado: Clínica de Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz
Nome dos pesquisadores e colaboradores: 02 (dois)

Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa acima


identificado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa
que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas
se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.

2. Identificação do Sujeito da Pesquisa e do Responsável

Nome: Data de Nascimento:


Profissão: Nacionalidade:
Estado Civil: CPF: RG:
Endereço:
Telefone: E-mail:

3. Identificação do Pesquisador Responsável


127

Nome: Luiz Orestes Bozza


Profissão: Fisioterapeuta / professor titular N. do Registro no Conselho:
Endereço: R: Osvaldo Cruz, 1745
Telefone: (45) 9922-5013 E-mail: luizeletro@certto.com.br
Eu, __________________________________________ acima identificado, aceito
participar como voluntário(a) no presente projeto de pesquisa. Discuti com o pesquisador
responsável sobre a minha decisão em participar e estou ciente que:

1. O objetivo desta pesquisa é comparar a eficácia do ondas curtas e da pompage cervical


no tratamento de cervicalgia de origem muscular, avaliando a graduação de dor através
da escala visual de dor e verificando a amplitude de movimento cervical através do
inclinômetro.
2. Procedimento para coleta de dados: os voluntários deverão comparecer à Clínica de
Fisioterapia da Fundação Assis Gurgacz – FAG, nos dias e horários pré-
determinados,onde serão submetido a uma avaliação inicial constando anamnese,
história da moléstia atual e pregressa, diagnóstico médico e fisioterapêutico, exame
físico contendo avaliação da dor e amplitude de movimento, após realizada a avaliação,
o voluntário será submetido a um dos protocolos de tratamento definido pelo
pesquisador (ondas curtas mais alongamento cervical e de cintura escapular ou
alongamento cervical e de cintura escapular mais pompage cervical). Os voluntários
serão atendidos 03 (três) vezes por semana num período de um mês, durante o
tratamento os voluntários serão reavaliados no final da segunda semana e no último dia
de tratamento, avaliando sempre a escala visual de dor e a amplitude de movimento
cervical.
3. Os benefícios esperados são possibilitar melhora da dor e amplitude de movimento
cervical.
4. Os desconfortos e riscos esperados durante a realização desta pesquisa são baseados na
má aplicação e falha nas precauções dos métodos de tratamento, no caso da utilização
do ondas curtas inclui: em casos mais raros riscos de queimaduras na pele. Já no caso da
pompagem cervical podem ocorrer náuseas, tonturas vertigens e em casos raros
desmaios.
5. As medidas de proteção adotadas no caso de uma eventual ocorrência durante a
realização das sessões de tratamento fisioterapêutico serão: a pesquisadora prestar ou
acionar o adequado e imediato socorro.
6. Os procedimentos para reduzir a ocorrência dos possíveis riscos e desconforto
incluem a correta utilização dos métodos de tratamento, questionar os pacientes durante
o tratamento quanto a algum tipo de desconforto e alteração como de tonturas, vertigens,
visão turva, além de que a pesquisadora estará presente durante toda a terapia para evitar
intercorrências.
7. A minha participação neste projeto tem como objetivo ser voluntário da pesquisa a ser
realizada durante o período que estarei efetuando o tratamento de Fisioterapia
Ortopédica.
8. A minha participação é isenta de despesas e tenho direito ao tratamento
Fisioterapêutico ortopédico (à assistência, tratamento e indenização por eventuais danos,
efeitos colaterais e reações adversas) decorrentes de minha participação na presente
pesquisa.
9. Declaro estar ciente de que não está prevista nenhuma forma de remuneração para a
minha participação no presente estudo.
10. Tenho a liberdade de interromper meu consentimento e desistir desta pesquisa no
128

momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação, sem que isso traga
prejuízo a continuidade do meu tratamento fisioterapêutico.
11. A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico.
12. Os resultados obtidos durante este estudo serão de propriedade do pesquisador, mas
concordo que sejam divulgados em publicações científicas apresentadas em congressos,
jornadas e eventos científicos, bem como sua divulgação em meios de comunicação em
massa como livros, revistas, jornais, televisão etc., desde que meus dados pessoais não
sejam mencionados.
13. Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou o CEP-FAG, com
endereço na Faculdade Assis Gurgacz, Av. das Torres, 500, Cep 85807-030, Fone: (45)
3321-3965, e-mail: comitedeetica@fag.edu.br, sempre que entender necessário obter
informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no
mesmo.
14. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s) parcial(is) e
final(is) desta pesquisa.

Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às


dúvidas por mim apresentadas, pois o além do termo de consentimento livre e
esclarecido o pesquisador explicou-me como será realizado o projeto e, por estar de
acordo, assino o presente documento em duas vias de igual teor (conteúdo) e forma,
ficando uma em minha posse.

Cascavel, _______ de _______________________ de ________.

___________________ ________________________________
Sujeito da pesquisa Responsável pelo sujeito da pesquisa

_________________________________
Pesquisador Responsável pelo Projeto

Testemunhas:

_____________________________ _____________________________
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF/MF: CPF/MF:
Telefone: Telefone:
129

ANEXO A – Parecer do Comitê de ética em pesquisa da Faculdade Assis Gurgacz

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