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PRISCILA FERRETTI
CASCAVEL
2006
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PRISCILA FERRETTI
CASCAVEL
2006
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PRISCILA FERRETTI
Trabalho apresentado no Curso de Fisioterapia, como requisito parcial para obtenção do título
de bacharel em Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz, sob orientação do professor
especialista Luiz Orestes Bozza.
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Esp. Prof. º Luiz Orestes Bozza
Faculdade Assis Gurgacz
Orientador
_________________________________
Esp. Prof. º Mário Rezende
Faculdade Assis Gurgacz
_________________________________
Mestre Prof. ª Ione Bertoncello
Faculdade Assis Gurgacz
minha!
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AGRADECIMENTOS
Como dizer “obrigada” quando há tantos a agradecer? Como já foi mencionada esta
pesquisa é um agradecimento a meus pais Eraldo e Salete e meu irmão Marcos Vinícius, pelo
amor, carinho, amparo, apoio e dedicação, porém, para a realização deste trabalho contei com
... meu noivo Robson pela atitude, compreensão e paciência, mostrando-me que a vida
... meu orientador Luiz Orestes Bozza, meus sinceros e especiais agradecimentos pelo
... Profº. Rodrigo Jucá que mesmo de maneira indireta colaborou, disponibilizando
... Profª. Denise por ter se colocado à disposição e auxiliado nos momentos em que
precisei;
Suélen, pela colaboração prestada em meio às dificuldades, pois agora podemos dizer que
valeu a pena!!!
...e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
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éticos.
RESUMO
ABSTRAT
The cervical pain is a symptom that translates, in the most of the time, a degenerative process
or a functional disturbance of the structures ligamentares, muscular, discais and
osteocartilagenosa of the cervical area. The muscular problems associated with the subsequent
cervical pain are essentially due to the muscular spasm. So much the diathermy for short
waves as the cervical pompage are suitable for the treatment of the cervical pain however the
study seeks to compare and to confront different methods from treatment for a same
symptom, like this, it can decide for the method more appropriate to the treatment to the
therapeutic atmosphere, with the general objective to compare the efficacy of the diathermy
for short waves and of the cervical pompage in the treatment of cervical pain of muscular
origin, evaluating the pain graduation through the visual scale of pain and verifying the width
of cervical movement through the fleximeter. The sample was composed by two patient of
both sexes, with age of 29 and 35 years. The patients were appraised in the first attendance,
revalued in the end of the second week and in the last day of attendance. With one of the
patients the following treatment protocol was used: short waves more cervical prolongation
and of scapular waist, and with other patient one was used pompage more cervical
prolongation and of scapular waist. The treatment was accomplished three times a week in the
period of August 15th to September 8th , 2006, totaling eleven sessions for patient. There was
increase of the width of cervical movement and reach of the normality levels, in both patients,
in all the directions except for the rotation movements. For the bending movement the patient
A (short waves) obtained an increase of 39% in ADM and the patient B (pompage) of 57%; in
the cervical extension, the patient A had an earnings in ADM of 15% and the patient B of
20%; in the inclination movement for the right, the patient A had an improvement in the width
of 13%, while the patient B of 80%; in the inclination for the left, the patient A elevated the
ADM in 13% and the patient B in 50%; in the rotation movement for the right, the patient A
increased the width in 8% and the patient B in 12% and last the rotation to the left, where the
patient A elevated the ADM in 2% and the patient B in 17%. It also happened the significant
reduction of the visual analogical scale of pain in the two patients, with the patient A (short
waves), there was a reduction in the scale of 42 points, and a improvement average of 5, 7%
after each treatment session; the patient B (pompage), had a reduction in the scale of 56
points, and there was a improvement average of 5, 6% after each treatment session. The
treatments of the cervical pain of muscular origin accomplished in this research had
satisfactory results for the participant patients. The combination of the proposed techniques
went effective for the cases in subject, resulting in earnings of the width and relief of the pain,
however the patient that accomplished the pompage he/she obtained more favorable results,
being the most effective protocol.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE IMAGENS
da cintura escapular.................................................................................
IMAGEM 21 - Flexímetro................................................................................................ 91
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 7 - Comparação da escala analógica visual antes e após cada atendimento.... 100
cada atendimento
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 19
2.4 CERVICALGIA.................................................................................................. 30
2.4.1 Etiopatogenia....................................................................................................... 33
2.4.4 Tratamento........................................................................................................... 36
2.5 DOR..................................................................................................................... 37
2.7.4 Relaxamento........................................................................................................ 52
2.8.1 Pompage.............................................................................................................. 55
2.9.4 Dosagem.............................................................................................................. 63
15
2.9.6 Contra-indicações............................................................................................... 64
3 METODOLOGIA............................................................................................. 67
3.1 FOTOGRAFIAS.................................................................................................. 86
4 RESULTADOS.................................................................................................. 92
5 DISCUSSOES..................................................................................................... 102
GLOSSÁRIO...................................................................................................... 120
Gurgacz................................................................................................................ 129
16
1 INTRODUÇÃO
A coluna cervical pode ser responsável por sintomas no pescoço, ombro, braço,
essencial.
As dores musculares são comuns na região cervical, pois toda musculatura tônica
mais comum entre nós. As dores no pescoço e ombros são, na sua maioria, decorrentes de
inadequado, constituem o que conhecemos como mecanismos de lesão, estes acarretam uma
aos movimentos e à palpação e, por conseqüência, dificuldade nas atividades de vida diária
tecido fibroso denso, que substitui o tecido mole normal. Estes tecidos moles então perdem
rica e variada, deduzida nas aquisições cientificas sobre a fisiologia e patologia da coluna
Sabe-se que tanto a diatermia por ondas curtas como a pompage cervical são
visa comparar os dois métodos para verificar qual se torna mais eficaz no tratamento da dor e
amplitude de movimento. Kitchen (2003) diz que o calor é freqüentemente utilizado para o
alívio da dor em diversos distúrbios e que na maioria dos casos a diminuição da dor se dá por
no relaxamento muscular, porém Bienfait (1997) defende que a pompage pode produzir um
musculares.
distintos de tratamento para uma mesma sintomatologia, assim pode-se decidir pelo método
de tratamento mais adequado ao ambiente fisioterapêutico, além de ter como objetivo geral
específicos deste trabalho incluem a realização de uma extensa revisão bibliográfica sobre os
Para tanto, o presente estudo será dividido em seis capítulos que se disporão nessa
finais.
outros.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
modo a se ter uma curva suave de concavidade anterior (curva primária da coluna vertebral).
Entretanto, a extremidade superior desta curva retifica-se quando a criança se torna capaz de
erguer a cabeça. Mais adiante a curvatura primária é invertida, passando a ter uma
cervical é a coluna flexível que suporta o peso da cabeça e provê uma via protegida para a
medula espinhal no seu trajeto de descida, além de proteger as artérias vertebrais, veias
jugulares internas e a cadeia simpática do sistema nervoso autônomo (GROSS, FETTO &
ROSEN, 1996).
suboccipital ou ainda vértebras atípicas (C0, C1 e C2) e coluna cervical inferior ou vértebras
(atlas e áxis), as quais estão unidas entre si, além do occipital, por uma complexa cadeia
articular com três eixos e três graus de liberdade. As vértebras cervicais são todas do mesmo
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tipo, com exceção do atlas e do áxis, que são diferentes entre si e das outras vértebras
inferior do axis até o platô superior da primeira vértebra torácica e possuem dois tipos de
movimentos: por um lado, movimentos de flexão - extensão; e por outro lado, movimentos
cabeça.
O atlas se diferencia das demais vértebras principalmente por não apresentar corpo
vertebral, por ser um anel mais largo transversal que sagitalmente. Contém duas massas
laterais ovaladas com uma face articular superior e uma face articular inferior; o arco anterior
tem por face posterior uma face articular cartilaginosa ovalada que se articula com a apófise
odontóide do áxis. As apófises transversas estão perfuradas para dar passagem à artéria
vertebral orifício vertical pelo qual ascende à artéria vertebral (GOULD, 1993).
O áxis, por sua vez, apresenta um corpo vertebral cuja face superior recebe em seu
centro o processo odontóide, que serve de pivô para a articulação atlantoaxial. Possui duas
faces articulares, que se sobressaem lateralmente para fora do corpo vertebral. O arco
posterior está constituído por duas lâminas estreitas. A apófise espinhosa é composta por dois
orifício vertical pelo qual ascende à artéria vertebral, que leva o sangue oxigenado para a
quatro últimas vértebras cervicais, portanto é uma vértebra cervical padrão: possui um corpo
vertebral alongado transversalmente, sua face comporta o platô vertebral superior, limitada
articulares, cada uma das quais possui uma face articular superior e uma face articular
inferior. Essas apófises são unidas ao corpo vertebral pelo pedículo. As duas lâminas
vertebrais se unem na linha média apara dar origem à apófise espinhosa que contém dois
tubérculos.
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(as atlantoaxiais), que estabelecem a ligação entre a face inferior das massas laterais do atlas e
as superfícies articulares superiores do axis, ou seja, entre a faceta inferior convexa do atlas e
Pode-se dizer que existem duas articulações atlantoocipitais (entre o crânio e C1)
mecanicamente unidas, pares e simétricas que relacionam as faces articulares superiores das
atlantooccipital pode ser considerada uma enartrose, ou seja, uma articulação de superfície
esférica, com três eixos e, portanto três graus de liberdade: rotação axial (ao redor de um eixo
vertical), flexão-extensão (ao redor de um eixo transversal) e inclinação lateral (ao redor de
(GOULD, 1993).
cobre cada superfície articular dos corpos vertebrais, entre as camadas de cartilagem hialina ,
chamado de ânulo fibroso , que circunda uma massa gelatinosa interna chamada de núcleo
pulposo), portanto todas estas estruturas estão intimamente conectadas entre si. Além das
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Então cada par adjacente de vértebras articula-se entre si por meio de: uma articulação
formam a charneira cérvico-dorsal são: C7, T1,T2 e a primeira costela, e é nessa região que se
controla as paredes das artérias dos membros superiores e junto com os gânglios médio e
superior controlam as paredes arteriais intracranianas e fazem anastomose com o décimo par
craniano (vago) que controla o estômago, fígado, pâncreas, baço intestino delgado, cólon
ascendente e transverso. Portanto, problemas em qualquer das estruturas citadas a cima, deve-
torácicos que por vezes são confundidos com cervicobraquialgias quando comprimidos.
Existe também vários ligamentos que unem estas estruturas à pleura parietal e visceral. Além
nervoso da cabeça, tronco e membros superiores. Logo, todos estes fatores podem gerar
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Os ligamentos são estruturas fibrosas não contráteis, que unem um osso a outro e
promovem estabilidade (KONIN, 2006). Eles são flexíveis porém não extensíveis, contêm
2. Ligamento transverso
3. Ligamento occípto-transverso
4. Ligamento transversoaxoidiano
Ligamento Cruciforme.
Alguns dos ligamentos da coluna subocipital seguem pela coluna cervical inferior:
Ligamento cervical posterior, e por fim os Ligamentos intertransversos que estão presentes
Segundo Loudon, Bell & Johnston (1999) e Konin (2006), são músculos cervicais:
- Reto anterior da cabeça: occipúcio até a porção anterior da massa lateral de C1;
do processo mastóide;
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- Reto posterior maior da cabeça: processo espinhoso de C2 até a linha nucal inferior;
- Reto posterior menor da cabeça: arco posterior d eC1 até a linha nucal inferior;
- Longo do pescoço: região anterior dos corpos vertebrais médio cervicais T3 até os
processos transversos das vértebras situadas acima ou região anterior dos corpos vertebrais
C3;
C2 a C5;
C6;
a C4;
- Rotadores: processos transversos até os processos espinhosos desde o sacro até C2; cada
- Multífídos: processos transversos até os processos espinhosos desde o sacro até C2; cada
ser entendida da seguinte maneira: a coluna cervical se articula através de duas articulações;
posteriormente por meio das facetas e anteriormente através das articulações uncovertebrais.
Estas duas estruturas formam o forame de conjugação. Por ser o segmento mais móvel da
coluna vertebral é submetida a um grande número de agressões e pressões como por exemplo
- Extenção: onde a vértebra superior desliza sobre a inferior e o núcleo pulposo do disco
deslizamento da vértebra superior, porém este movimento limita-se pela cápsula contralateral,
Bienfait (1995), diz que, com o exame da cintura escapular torna-se possível perceber
são quase fisiológicos. É excepcional não encontrá-los em um paciente, e são quase sempre
estáticos, garantidos pela musculatura cervical, que para isso deve ficar absolutamente livre.
Como essa musculatura não tem ponto fixo no indivíduo ereto, é sempre a cintura escapular
2.4 CERVICALGIA
no pescoço ocorre de uma forma isolada. A cervicalgia é uma manifestação muito freqüente
nos processos que ocorrem no segmento cervical da coluna vertebral (BUENO, 2004).
et al. (2004) apud Moraes, et al. (2004), em recente estudo, cita que 15% da população
fisioterapia. A cervicalgia é uma das queixas mais comuns no cotidiano da prática clínica e
tem sido observada em cerca de 25% das pessoas entre 25 a 29 anos de idade, porém em
31
indivíduos acima de 45 anos, esta proporção sobe significativamente para 50% da população
da cintura escapular, é uma síndrome clínica muito comum e bem definida, mas de etiologia
diversa e caracteriza-se pela presença de dor, espontânea e/ou à palpação, sentida diretamente
no pescoço ou produzida neste e sentida em outras áreas, edema em região cervical, sem
As dores musculares são comuns na região cervical, pois toda musculatura tônica
mais comum entre nós. As dores no pescoço e ombros são, na sua maioria, decorrentes de
inadequado, constituem o que conhecemos como mecanismos de lesão, estes acarretam uma
aos movimentos e à palpação e, por conseqüência, dificuldade nas atividades de vida diária
tecido fibroso denso, que substitui o tecido mole normal. Estes tecidos moles então perdem
repetitivos, secundários a erros posturais ou ergonômicos da coluna cervical ou ainda ser uma
sintomatologia secundária (dor referida) que pode ser por alterações do forame intervertebral,
do canal vertebral ou artérias vertebrais; na grande maioria dos pacientes, porém, a dor é
Síndrome dolorosa miofacial da musculatura cervical e da cintura escapular, que nada mais é
que do que uma afecção álgica do aparelho locomotor, que acomete músculos, tendões,
fáscias e ligamentos e é caracterizada por dor e aumento de tenção dos músculos afetados.
um fator revelador de uma doença local, regional ou sistêmica grave (RADU & PASOTO,
2000).
Os mesmos autores ainda citam que, os sintomas geralmente são devidos a espasmos
de 1% dos casos.
Bueno (2004) descreve que o travamento agudo da coluna cervical está relacionado
com a clínica de algum estado mecânico imperfeito que impede o movimento e a posição
2.4.1 Etiopatogenia
Ao contrário, a simples compressão da raiz nervosa não é suficiente para causar dor, é preciso
que além da compressão haja inflamação para o aparecimento de dor radicular. Além dos
fatores citados acima, é necessário ressaltar o papel dos músculos cervicais na origem da dor
nessa região (CAILLIET, 1993). As cervicalgias costumam estar ligadas à sensibilidade focal
fibras simpáticas que podem estar ligadas nas alterações simpático-reflexas da Síndrome de
Para Barros Filho & Mendonça Netto (1995), as cervicalgias agudas podem ocorrer
cervicalgias sintomáticas são menos freqüentes, porém seu diagnóstico precoce é de extrema
evolução para a cura em alguns dias ou semanas, portanto é muito importante diferenciar
cervicalgias são poucos conhecidos, traumas e fatores ocupacionais podem estar envolvidos,
esforçar ao máximo para obter a melhor história e exame físico possíveis, somente desta
importante também caracterizar se o paciente tem somente dor cervical, somente radiculoalgia
cervical, mielopatia ou uma combinação entre elas. Além disso, é fundamental diferenciar se
de dois tipos: por retração muscular ou distenção muscular. Ambos os tipos são bastante
dos sintomas, já aqueles associados com distenção muscular geralmente tem surgimento
agudo. (KENDAL, McCREARY & PROVANCE, 1995). A dor cervical associada à retração
extensão. A dor pode diminuir quando o paciente deita, porém tende a estar presente
O interrogatório deve ser o mais completo possível e deve incluir dados como
dor. A topografia dever ser bem detalhada. Febre ou perda de peso são sinais de alerta que
vertigens e nistagmo podem ser entendidos como compressão da artéria vertebral (HALI,
Radu & Pasoto (2000), afirmam que a dor costuma ser do tipo mecânico, isto é,
processo inflamatório.
Para Hali (1985), a dor cervical pode irradiar para a cabeça, ombros, região
escapular, coluna torácica superior e região precordial. Uma irradiação para o braço com o
trajeto dermatométrico pode indicar compressão radicular e pode ser agravada com tosse,
espirros e movimentos da cabeça. Assim também, a presença de cefaléia não pulsátil, que
piora com movimentos da cabeça e pescoço e mais intensa no final do dia, sugere
Para que o exame físico seja adequado o paciente deve estar em posição confortável
e acima de tudo seguro, somente assim é possível distinguir pontos dolorosos, tensões
musculares e amplificação dos sintomas pelo paciente. O exame não deve ser realizado
apenas no segmento cervical e deve conter sinais vitais, inspeção, palpação dos tecidos
1993).
(CIPRIANO 2005).
36
mecânicos, apenas alguns pacientes evoluem para uma cronicidade. A cervicalgia crônica
também costuma ser de ordem mecânica, porém é necessário que se excluam outras
patologias mais graves e potencialmente tratáveis. Uma história cuidadosa e o exame clínico
completo quase sempre estabelecem a origem musculoesquelética da dor cervical (RADU &
PASOTO, 2000).
inervadas pelos nervos espinhais cervicais. Isso inclui fontes locais, nas estruturas intrínsecas
da coluna cervical, bem como fontes distantes que produzem dor referida na região do
pescoço pela estimulação de nervos que tem origem na região cervical (CAILLIET, 1993).
2.4.4 Tratamento
porém estudos demonstram não haver diferenças nos resultados obtidos em abordagens
reservado aos casos de dor rebelde aos tratamentos conservadores ou de fraqueza muscular
progressiva (RADU & PASOTO, 2000; HALI, 1985; BARROS FILHO & MENDONÇA
NETTO, 1995).
Para Moraes, et al. (2004), na prática clinica, a terapia manual e exercícios são
freqüentemente combinados para proporcionar, aos pacientes com cervicalgia, o alivio da dor
e melhora funcional.
2.5 DOR
A dor é um sinal de alerta que ajuda a proteger o corpo de danos nos diversos tecidos
Para a maioria dos neurologistas, a dor pode ser conceituada como uma experiência
teciduais, além de ser uma modalidade perceptual complexa que pode ser modificada por
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vários aspectos, como por exemplo, culturais, sociais, raciais, sexuais, etários e mentais dos
Segundo Wood (2003), a definição de dor geralmente trás problemas pois para a
maioria das pessoas pode ter uma qualidade variável desde uma leve irritação até uma dor
imaginável ou muito severa, na maioria dos casos essas sensações estão associadas com a
refletem a força e a gravidade da ativação dos nociceptores assim como respostas psicológicas
paciente para descrever sua experiência subjetiva aos profissionais de saúde pode ser difícil
devido à forma de se comunicar, uma vez que o paciente e profissional possuem diferentes
dolorosa aos profissionais de saúde é fundamental para o diagnóstico etiológico da dor e para
nociceptores são pequenos terminais nervosos livres, localizados em vários tecidos corporais,
central até sua interpretação final pelo córtex), explica no nível clinico, aspectos da
limiar fisiológico estável de um indivíduo para outro, é definido como o momento em que um
dado estímulo é reconhecido como doloroso, neste caso o limiar fisiológico permite
limiar de tolerância, por sua vez, é o ponto em que todo o estímulo alcança tal intensidade que
na pode ser aceitavelmente suportada, é neste ponto que faz com que o paciente procure
estratégias para o alívio da dor. Já a resistência à dor, seria a diferença entre os dois limiares,
conduzida por fibras nervosas. Os fatores mecânicos que darão origem à dor terão deste
modo, que afetar diretamente as fibras nervosas existem dois fatores mecânicos que devem
ser levados em conta em problemas de mecânica corporal defeituosa: a pressão sobre a raiz
nervosa e a tensão nas estruturas que contem terminações nervosas sensíveis à deformação,
dor ao longo do curso do nervo comprometido e das áreas de distúrbio sensorial cutâneo são
auxílios na determinação do local da lesão, pois a dor pode ser localizada abaixo do nível de
receptor, além da integridade do cérebro como interpretador. O percurso da dor segue pelas
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terminações nervosas locais, passa pela medula espinhal até chegar ao cérebro que é
com o movimento ou em repouso. A dor cervical pode ser resultante dos mais variados
estímulos e fatores como, por exemplo, por espasmo muscular, discopatias, artrite,
central e psicogênicas. E também pode ser classificada conforme o tempo de duração como,
destes tipos de dor são muito distintos e, portanto os mais variados (ANGERAMI, et al.,
Para Ricard & Sallé (2002), a dor óssea é precisa, centrada sobre a vértebra
imediatamente, sem tempo de latência. Ao nível cervical esta dor pode ampliar-se com
esforços, pois aumenta a pressão intrameníngea na coluna toda, mas o paciente deve ser capaz
Aparece quando se mantém uma postura durante muito tempo: não é imediata,
aparece ao final de amplitudes articulares. É descrita quase sempre como uma sensação de
que coloca em tensão o músculo, é responsável por um rebote causado por um espasmo
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muscular. Pode existir uma dor referida e um ponto gatilho no seio do músculo. A dor é do
A dor radicular é descrita como do tipo filiforme: o paciente pode indicar o trajeto
com um dedo. Aumenta com certos movimentos, e às vezes, pelo apoio sobre o processo
do paciente no trabalho ou em suas atividades de lazer, que podem ser fatores agravantes ou
Para Angelotti (2001), uma das características que influencia o estado da dor é a
ansiedade, a qual como uns dos componentes afetivos da dor, é primeiramente observada
como uma qualidade negativa, sendo despendida maior atenção aos pacientes com dor
crônica. É também associada com aumento da percepção da dor e com os fatores que
resposta emocional básica do indivíduo à dor, na medida em que ela apresenta um evento
Gatchel (1996) apud Angelotti (2001), verificou que pacientes atendidos em atenção
primária por médicos não psiquiatras, com queixa inicial de outra natureza, podem constatar a
relação da dor com certos problemas psicológicos, tal como a depressão. Darini (1991) apud
Angelotti (2001), acredita ser a depressão um dos fatores psicológicos mais pesquisados nos
pacientes com dor crônica. Alguns deles desenvolvem depressão secundária através da dor
crônica.
uma fonte geradora de estresse. Os indivíduos mais vulneráveis encaram com dificuldade os
eventos que podem desenvolver a resposta da dor; muitas vezes, o estresse ocorre em
conjunto com a dor crônica, de modo que pode agravar a intensidade da dor e esta por outro
Lipp & Malagris (1995), relatam que o estresse pode provocar uma reação orgânica,
com componentes físicos e/ou psicológicos, tendo como causa as alterações psicofisiológicas
que ocorrem quando o indivíduo se confronta com situações que podem ser agradáveis ou
Podem ocorrer sintomas corporais ligados ao estresse, tais como: aumento dos
úmida, boca seca, adrenalina e outros hormônios sendo liberados na corrente sangüínea,
um segmento dentro do músculo, que ocorre como resultado de estimulação nervosa dolorosa.
A irritação devido ao nível de raízes, plexo ou ramos de nervos periféricos tenderá a causar
espasmo em vários músculos, enquanto que o espasmo devido à irritação das terminações
PROVANCE, 1995).
De acordo com Greve & Amatuzzi (1999), espasmos musculares são caracterizados
pelo deslizamento concêntrico das fibras musculares das extremidades tendinosas em direção
apropriado.
45
Para Goodman & Snyder (2002), o espasmo muscular é tipo de dor miofacial, por
musculoesquelético também pode ter um grau variado de espasmos musculares reflexos para
proteger a articulação envolvida. O espasmo doloroso não pode ser atribuído ao aumento da
ocorrer de uma contração sob uma situação isquêmica, porque um aumento na pressão parcial
movimento esteve relacionado á vida desde o inicio dos tempos e nos organismos superiores
os mecanismos pelos quais ele ocorre são diversos. O músculo esquelético é o mais notável e
Para Alter (1999), a função do músculo é desenvolver ou gerar tensão. Esse processo
é chamado de contração. O mecanismo pelo qual os músculos contraem-se pode ser explicado
através da estrutura do sarcômero, que nada mais é que uma unidade funcional do músculo.
medidas exclusivamente pelo relativo deslizamento dos filamentos grossos (miosina) e finos
(actina).
miofilamentos finos e grossos uns sobre os outros, sem que estes filamentos mudem de
pontes cruzada de miosina, que se unem ou fixam, rodam e se separam ciclicamente dos
o outro, a fim de que cada fibra encurte-se. Para que esse processo ocorra, a linha-Z do
sarcômero se movimenta em direção da banda A, que mantêm seu tamanho original, enquanto
maneira: no momento de repouso a ATP liga-se a ATPase das cabeças de miosina. Para atacar
a molécula de ATP e liberar energia, a miosina necessita da actina, que atua como co-fator.
Quando ocorre a liberação de íons de cálcio para o interior da célula, este promove uma
livres para se ligar á miosina. Com a ligação dessas duas proteínas o ATP é convertido em
difosfato de adenosina (ADP), fosfato iônico (Pi) e energia. Como a actina está combinada
deslizamento. À medida que ocorre o deslizamento, novos locais para a formação de pontes
aparecem, as quais se desfazem após ocorrer a ligação da miosina a uma nova molécula de
Junqueira & Carneiro (1999), dizem que a contração muscular continua até que os
C) entre a actina e a miosina, sendo que esta última funciona como uma dobradiça e faz com
Todo músculo possui uma função tônica e dinâmica, o que existe na verdade, é o
predomínio desta função. As fibras tônicas reagem de maneira reflexa para controlar todos os
conscientes. Um desequilíbrio só é controlado por uma atividade tônica até certo nível, acima
ocorre por uma penetração permanente dos filamentos de actina em direção ao centro, é
48
permanente dos filamentos de actina na região dos sarcômeros, mas a um número insuficiente
alongamento, uma força externa ao músculo deve ser recebida. Entre essas forças estão a
(ALTER, 1999).
da articulação envolvida (FERNANDES, et al., 2002). Conforme Kisner & Colby (1998),
para que haja amplitude de movimento normal, é necessário haver mobilidade e flexibilidade
dos tecidos moles que circundam a articulação, ou seja, músculos, tecido conectivo e pele,
amplitude de movimento normal das articulações e a mobilidade dos tecidos moles que a
cautela em relação à força com que procede a mobilização, se passiva, ou no controle dos
A mobilidade articular pode ser restrita por tecidos moles como músculos, tecido
conectivo e pele, cada um destes tecidos apresentam qualidades próprias que afetam a sua
irão afetar a resposta dos diferentes tipos de tecidos moles. Tanto as características mecânicas
contrátil afetam o alongamento do tecido mole. No momento que o tecido mole é alongado,
do tecido mole de assumir um novo comprimento e maior após a força de alongamento ter
50
sido removida. Tanto os tecidos contráteis quanto os não contráteis tem propriedades elásticas
amplitude de movimento favorável. São eles: os fusos musculares, órgãos tendinosos de Golgi
assim, quando o músculo é alongado ocorre o alongamento do fuso (SMITH, WEISS &
LEHMKUHL, 1997; ALTER, 1999). Cada fuso muscular é formado por cerca de 3-10
pequenas fibras musculares (HALL, 2000). São os principais órgãos sensitivos do músculo,
do músculo. As fibras dos fusos musculares são sensíveis à rapidez com a qual um músculo é
alongado. As fibras aferentes primárias (tipo Ia) e secundárias (tipo II), originam-se nos fusos
resposta rápida através de uma transmissão neural, com estimulação dos nervos aferentes que
conduzem estímulos dos fusos até a medula espinhal, os nervos eferentes trazem de volta a
1999).
ligadas em série a cada órgão tendinoso de Golgi. É estimulado pela tensão produzida por
esse pequeno feixe de fibras musculares. A diferença entre a excitação do órgão tendinoso de
Golgi e o fuso muscular é que o fuso detecta o comprimento do músculo e suas variações e o
tensão do músculo que deveria ser alongado. Quando é aplicada uma força de alongamento
ocorre com o alongamento do tecido conjuntivo são a quantidade e duração da força aplicada
exacerbado pelo alongamento com muita força e pouca duração, ao passo que o plástico
A força de alongamento é geralmente aplicada por não menos que 6 segundos, apesar
e repetida várias vezes em uma sessão de exercícios (ALTER, 1999; KISNER & COLBY,
Madding et al. (1987) apud Pinfildi, Prado & Liebano (2004), concluíram em
2.7.4 Relaxamento
Conforme Kisner & Colby (1998), é importante que haja o relaxamento local antes
entre elas está o uso do calor, pois os músculos aquecidos relaxam e alongam-se mais
modo pode diminuir a dor muscular tardia que ocorre após os exercícios. O uso apenas do
calor sem alongamento parece ter pouco efeito na melhora em longo prazo da flexibilidade
53
longo prazo no comprimento do tecido que o alongamento sem aplicação prévia de calor.
Outra forma eficaz de obter relaxamento é a pompage, a qual aumenta a circulação local,
traumatismos teciduais; limitação da ADM por alterações que não sejam por retração
Algumas precauções dever ser priorizadas durante a execução dos exercícios: não
vigorosos após uma imobilização prolongada, devido à perda de tensão sofrida pelos tendões
devidos cuidados com pacientes com osteoporose, repouso prolongado no leito e idade
A. manipulação.de. tecidos moles é uma das formas mais antigas de terapia física
mencionada em registros médicos antigos. Desde a época de Hipócrates (460-380 AC), que em
Para Makofsky (2006), apesar do termo terapia manual ser sinônimo de manipulação,
ele reúne não apenas a arte de manipulação terapêutica, mas é o fundamento cientifico no qual
a arte se baseia.
A terapia manual, definida por Lederman (2001), consiste na utilização das mãos
para curar e se define como o uso da manipulação como propósitos terapêuticos. Ainda,
Barak, Rosen & Sofer (1993), definem a terapia manual como sendo uma concepção
normalizar as funções.
que tais tecidos são mais densos como nas origens e inserções musculares. Seu objetivo
consideração basicamente o que ocorre aos tecidos manipulados, e como os tecidos reagem às
manipulação as forças mecânicas exercidas afetam os tecidos de três formas principais: nos
processos de reparo após a lesão tecidual, em alterações nas propriedades físicas e mecânicas
2.8.1Pompage
para posteriormente realizar a correção da lesão. Porém podem ser utilizadas com objetivos
devido á tensão. As condições dolorosas provocadas pelas tensões dos tecidos moles do
evitando a estase liquida. No tecido muscular, atua sobre a retração, pois ocorre uma fixação
de fibras colágenas paralelas às linhas de tensão impostas pelo movimento, prevenindo assim
56
a formação de elos anormais tanto entre fibras conjuntivas quanto aos miofilamentos de
actina-miosina (ROSA, GABAN & PINTO, 2002). No plano articular, Bienfait (1999), diz
que a técnica permite intervir nos processos de artroses e, sobretudo, na evolução das mesmas.
A pompage é uma técnica que ocorre em três tempos. No primeiro tempo ocorre o
último, o terceiro tempo que é o tempo de retorno, que deve ser o mais lento possível para não
provocar reflexo contrátil do músculo; a fáscia puxa a mão do terapeuta, mas é necessário
controlar a tração para obrigá-la a trabalhar, a solicitar todas as suas possibilidades ao longo
Júnior (2002), a fase expiratória pode contribuir para relaxar músculos posturais e acessórios
abdominal e fáscias musculares), essa redução da tensão será transmitida ao músculo pelos
conseqüência da menor percepção de estresse. Em vista disso, Lederman (2001), propõe que
a adição de tensão no tecido, após atingir a força de relaxamento, deve ser dada na fase
expiratória.
vinte segundos, para se obter a desembricação de actina dos filamentos de miosina nos
57
deve ser lento, regular e progressivo, não ultrapassando elasticidade fisiológica dos tecidos.
- Podem ser realizadas com objetivos circulatórios, neste caso procura-se liberar os
- podem procurar obter um relaxamento muscular, neste caso serão realizadas no sentido
encurtamentos e retrações;
Conforme Salgado (2004), fazem parte das contra indicações da terapia manual:
paciente.
Scott (2003), expõe que a diatermia por ondas curtas é a radiação não-ionizante da
para enviar calor e energia para os tecidos. Alguns aparelhos permitem que a energia
transportadores de carga quando uma corrente flui nos tecidos. Se um campo elétrico é
aplicado primeiro em uma direção e depois na outra, os íons são acelerados primeiro de um
modo e depois na direção oposta, colidindo com as moléculas adjacentes e liberando alguma
energia, aumentando assim o movimento aleatório total que é o calor. Na freqüência de 27,12
neutras como moléculas totais, elas são polares, isto é, as extremidades das moléculas
carregam pequenas cargas opostas, por isso às vezes são chamadas de dipolos. Quando são
aplicadas cargas, que se revertem rapidamente, às moléculas polares, elas rodam para um lado
e para outro. Essa energia rotacional perturba o movimento de moléculas adjacentes causando
mais movimento aleatório total e, portanto mais calor (SCOTT, 2003; LOW & REED, 2001).
- Distorção Molecular: para Low & Reed (2001), os átomos e moléculas que não
tem carga podem também ser afetados rapidamente pelo campo elétrico oscilante, já que o
percurso de seus elétrons que estão em órbita é distorcido. À medida que o campo elétrico
muda de direção, um lado se torna mais positivo e o outro mais negativo de modo que
posição média da concentração de elétrons se altera, sendo atraída pelo lado positivo e
repelida pelo negativo. Isso não causa movimento das moléculas, mas a interação com outras
moléculas vizinhas leva a mais movimentos aleatórios e assim gera mais calor. Todavia, deve-
se notar que uma energia muito pequena é convertida em calor por meio deste último
movimento iônico é o que tem mais conseqüências, pois é um conversor muito eficiente de
estimulação dos termosensores da pele ou um dano térmico local do tecido. Nesses efeitos
60
que o calor gera um aumento na temperatura dos tecidos, provocando uma reação do sistema
nervoso, depende, por outro lado, da potencia da energia eletromagnética, e por outro, da
aquecimento. Em parte elas são produzidas pela ação direta do aumento da temperatura sobre
- Aumento do fluxo sanguíneo: Machado (1991) diz que, o aumento do fluxo sangüíneo
- Estimulação do nervo: para Low & Reed (2001), ocorre a estimulação dos receptores
estimulados pelo calor têm um efeito analgésico, pois agem no mecanismo de controle da
maior aporte de oxigênio, substâncias nutritivas e eletrólitos, o que leva a uma maior troca a
nível celular;
- Resolução da inflamação: conforme Andrews, Harrelson & Wilk (2000), à medida que a
temperatura tecidual aumenta, ocorre vasodilatação, que trará grandes quantidades de sangue
combinação com maior velocidade de reação química, isso acelera a cicatrização dos tecidos
61
- Alterações do tecido colagenoso: de acordo com Low & Reed (2001), tem-se mostrado
que o tecido colagenoso derrete a temperaturas acima de 50ºC, e que com temperaturas dentro
aumenta. Isso ocorre apenas se o tecido for simultaneamente alongado e requer temperaturas
mais elevadas;
- Redução do espasmo muscular: Low & Reed (2001), têm sugerido que o aquecimento
das terminações nervosas dos fusos musculares aferentes secundários e das terminações
tendíneas de Golgi pode ser o modo pelo qual a influência inibitória é aplicada ao grupo de
neurônios motores para diminuir a excitação muscular. Como a dor e o espasmo muscular são
Lehmann (1994), tem-se demonstrado que o aquecimento de tecidos afeta a atividade de fibra
reflexos desencadeados pelos receptores de temperatura, pode ser a base fisiológica para o
relaxamento do espasmo muscular após ouso de calor. Já para Machado (1991), ocorre devido
à diminuição da dor pelo aumento do limiar das fibras nervosas motoras. O calor produz um
amolecimento ou desagregação muscular, isto pode perder calor ao meio externo, que por
meio da vasodilatação e o aumento da circulação dissipa este calor para outras regiões. Com o
- Alívio da dor: Scott (2003), diz que o calor é freqüentemente utilizado para o alívio da
dor em diversos distúrbios e que na maioria dos casos a diminuição da dor se dá por redução
relaxamento muscular. Para LOW & REED (2001), boa parte do aquecimento terapêutico
ocorre na pele, portanto, pode-se dizer que, os principais efeitos no alívio da dor são
vasculares também podem contribuir para a redução da dor local, pois com o aumento do
fluxo sangüíneo pode-se drenar parte dos metabólitos causadores de dor que resultam de lesão
tissular. Outro mecanismo para redução da dor, inclui a redução do espasmo muscular.
Técnica capacitativa: este método possui dois tipos distintos de eletrodos, que são
ser tratada) e os discos rígidos. Durante a técnica os eletrodos escolhidos devem ter o mesmo
tamanho e serem ligeiramente maior que a parte do corpo a ser tratada e devem estar
eqüidistantes (a distância entre eletrodos deve ser sempre maior que a distância entre eletrodo
e pele) e em ângulo reto com a superfície da pele (é considerada ideal uma distancia entre 2 a
4 cm entre a pele e a placa metálica). A disposição dos eletrodos podem ser pelo modo
contraplanar (um eletrodo é aplicado a cada lado do membro. Ex. um eletrodo anterior e outro
63
posterior ou um eletrodo lateral e outro medial), coplanar (os eletrodos são aplicados no
mesmo plano) e longitudinal (os eletrodos estão dispostos de uma extremidade a outra e
eletromagnético é gerado sempre que uma corrente elétrica flui por um material. As linhas de
força do campo magnético irradiam-se em ângulos retos com a direção da corrente. Esse
processo tem um inverso denominado indução magnética, em que o campo magnético induz a
Curtas utiliza a indução magnética para a geração de pequenas correntes parasitas nos tecidos.
As correntes parasitas podem resultar numa elevação na temperatura dos tecidos. O senso
comum estabelece que as correntes parasitas geram os efeitos fisiológicos. O papel do campo
magnético consiste em funcionar como meio transportador até os tecidos (SCOTT, 1998).
2.9.4 Dosagem
medidor do painel não dá esta informação. A dosimetria ainda depende em grande parte de
dosagem é alta a sensação de calor sobe ao nível de tolerância e deve ser evitada; quando a
paciente mal sente o aquecimento. Embora estas sejam orientações, é obvio que não são
alerta por parte do paciente, além de que o terapeuta deve ter a capacidade de distinguir se o
Se a energia for acrescentada aos tecidos mais rápido do que esta sendo dissipada, a
temperatura poderá subir, causando vasodilatação para aumentar a remoção de calor até que o
ganho e perda de calor fiquem novamente em equilíbrio em uma nova temperatura local, mais
elevada. Geralmente leva cerca de 15 a 20 minutos para que estes ajustes vasculares ocorram
e assim atinjam um estado de estabilidade, mas isso pode demorar um pouco mais. Esta é a
razão para aplicar tais tratamentos por 20 a 30 minutos (LOW & REED, 2001).
2.9.6 Contra-indicações
Para Scott (2003); Low & Reed (2001); Longo & Fuirini (2000), entre as contra
- Marcapassos implantados;
- Áreas hemorrágicas;
65
- Tecido isquêmico;
- Gestação;
- Tumores malignos;
- Tuberculose ativa;
- Paciente piréxico
Segundo Scott (2003), por meio dos procedimentos é que se deve assegurar o
pelo órgão regulamentador da área de saúde e pesquisa da Austrália (National Health and
Preparar o paciente:
- excluir contra-indicações
tratamento
66
- os cabos não sejam colocados perto de tecidos do paciente que não se pretenda tratar
- o suporte de apoio do paciente não seja metálico e que todos os objetos metálicos sejam
3 METODOLOGIA
explicativa, participante, do tipo causa e efeito com corte longitudinal. A amostra teve caráter
Esta pesquisa teve como critério de análises variáveis controláveis como ADM,
EAV, dias e horários de atendimento e por outro lado variáveis não controláveis como grau de
força muscular, nível de estresse, atividades diárias, não seguimento das orientações passadas
pela pesquisadora.
marca Sanny*; divã marca ISP*; rolo de apoio para joelhos*; travesseiros*; toalhas*; lençol*;
banco de madeira marca ISP*; papel sulfite A4 marca Chamex; caneta marca Faber Castell;
masculino ou feminino, idade entre 20 a 50 anos e pacientes que não façam uso de
tratamento que foram utilizados, pacientes que não se enquadraram em algum dos critérios de
inclusão, portanto, a amostra foi composta por dois pacientes com idades de 29 e 35 anos, de
ambos os sexos.
da Fundação Assis Gurgacz – FAG, nos dias e horários determinados, onde assinaram o termo
de consentimento livre e esclarecido para a participação do estudo, que foi aprovado pelo
dúvidas, logo após foram submetidos a uma avaliação inicial constando anamnese, história da
caracterizada pela ausência de dor e na extremidade direita caracteriza a pior dor possível, ou
seja, uma dor insuportável, sendo que o paciente corre o marcador demonstrando a
intensidade da dor que está sentido no momento. Posteriormente esta régua é virada onde
contém os números dados em centímetros, que vão de zero a dez possibilitando assim uma
além dos testes específicos conforme consta no apêndice-2. Após realizada a avaliação, os
meio de sorteio, onde foi oferecido aos pacientes A e B dois papéis, em cada um dos papéis
foram atendidos três vezes por semana num período de um mês. Com o paciente A, foi
cintura escapular ativos. Já com o paciente B, outro protocolo foi utilizado: Pompages
setembro de 2006, totalizando onze atendimentos por paciente, com duração média de 40
minutos.
Paciente A:
técnica capacitativa, eletrodos de placas metálicas, modo coplanar (uma na região cervical e
Fonte: Autora
Nota: Ondas curtas Thermopulse Automatic da marca Ibramed
70
Fonte: Da Autora
Anderson (1998), Geoffroy (2001) e Fernandes, et al. (2002), onde, elaborou-se o seguinte
protocolo de alongamentos:
Fonte: Da Autora
trapézio porções média e inferior, rombóides maior e menor. Exercício: em pé, membros
Fonte: Da Autora
estando o cotovelo flexionado de tal forma que permitia o apoio da mão parietal contralateral.
A escápula do lado oposto ficou ficar fixa, ou seja, não permitiu o movimento de elevação
cabeça e da cervical.
73
Fonte: Da Autora.
dedos das mãos entrelaçados. Para maior aproveitamento do alongamento evitou-se a rotação
de tronco para o lado do membro superior alongado; todavia para maior segurança do
Fonte: Da Autora.
escápula, trapézio parte transversa. Exercício: em pé, membros inferiores afastados, ombros
Fonte: Da Autora.
flexão lateral de tronco com abdução do ombro, rotação lateral da cintura escapular, com o
Fonte: Da Autora.
Fonte: Da Autora.
Fonte: Da Autora.
menor, peitoral menor. Exercício: em pé, membros inferiores afastados, um dos membros
com rotação lateral e ligeira abdução e elevação da cintura escapular, com o cotovelo
flexionado.
79
Fonte: Da Autora.
Cabe frisar que cada exercício de alongamento foi realizado três repetições com o
tempo de 15 segundos cada série, totalizando 45 segundos cada músculo ou grupo muscular
Paciente B:
- Pompage global cervical: Paciente em decúbito dorsal. Terapeuta posicionou suas duas
mãos sob a cabeça do paciente, o occipital repousou em suas palmas. Os polegares apoiaram-
dedos levemente fletidas ao longo da linha curva do occipital superior. A pompage foi
Fonte: Da Autora
uma das mãos no occipital por intermédio do dedo mínimo e a outra mão em palma o mento.
A técnica foi executada por uma posteriorização do tronco do terapeuta, tracionando a cabeça
do paciente. A tração foi mantida três segundos e depois é relaxada lentamente para não
Fonte: Da Autora.
paciente com uma das mãos e a outra mão sustentou a cabeça do paciente. A cabeça do
paciente estava em rotação para o mesmo lado que o ombro estava fixo. A técnica foi
executada por uma elevação da cabeça e diagonal para o lado oposto durante a expiração.
Fonte: Da Autora.
82
outra mão sobre o ombro correspondente ao músculo a ser tratado. O tensionamento foi
Fonte: Da Autora.
a ser tratado, prendeu-se a base do crânio, cruzou-se os antebraços e apoiou-se a outra mão
espinha da escapula. O tensionamento foi obtido com o afastamento das duas mãos.
Fonte: Da Autora.
ser tratado. Com a mão do lado do músculo a ser tratado prende-se a base do crânio e a outra
mão apoiou-se sobre o esterno. O tensionamento foi obtido com o afastamento das duas mãos.
Fonte: Da Autora.
84
seus braços atrás da cabeça do paciente, colocou-se as mãos no ombro do mesmo. A técnica
foi realizada pela elevação da cabeça do paciente pelos antebraços do terapeuta. Esta elevação
Fonte: Da Autora.
Cabe ressaltar que cada pompage, com exceção da pompage do pescoço, foi
pesquisa, foram simulações com um indivíduo que se dispôs a posar para as fotografias, e
utilização do ondas curtas incluíam: em casos mais raros riscos de queimaduras na pele. Já no
caso da pompage cervical poderiam ocorrer náuseas, tonturas vertigens e em casos raros
desmaios.
vertigens, visão turva, além de que a pesquisadora esteve presente durante toda a terapia para
evitar intercorrências.
percentual simples, utilizando os programas Microsoft Excel versão 2003, Microsoft Word
3.1 FOTOGRAFIAS
digital da marca Olympus Lens 4.0 megapixel de zoom óptico, com uso de Flash e todas sem
Fundação Assis Gurgacz – FAG e de dados da obra literária de Cipriano (2005), direcionada
para analisar as alterações músculo-tendíneas por meio de uma escala analógica visual e
no componente sensorial. A percepção da dor pode ser útil na avaliação da efetividade das
(EAV) são meios eficazes de avaliação; são compostas por linhas de dez centímetros de
momento.
Fonte: Da Autora
88
Conforme Kendal, McCreary & Provance (1995), existe uma grande diferença entre
de movimento articular, refere-se ao comprimento do músculo. Para músculos que passam por
porém para músculos que passam por mais de uma articulação (multiarticulares) a amplitude
de movimento muscular normal será menor que a amplitude de movimento total sobre as
passiva é medida através de inclinômetros, pois é o instrumento mais adequado, porque mede
vezes para que haja continuidade do relatório e para avaliar a disposição do paciente, as três
medições devem estar entre 5º, ou 10% uma da outra para que o critério de avaliação seja
da coluna cervical.
neutra ou 0 para o movimento ativo e de 110º para o arco completo de flexão e extensão
ativas.
posição neutra ou 0 para o movimento ativo e de 90º para o arco completo de flexão lateral
neutra ou 0 para o movimento ativo. O arco completo de rotação passiva para a direita e para
20 a 29 anos: 183º ± 11
30 a 49 anos: 172º ± 13
ação gravitacional, que dispensa calibrações ou correções para medidas diretas e sucessivas.
Utiliza uma escala em graus para medida de ângulos articulares, é portátil e possui uma fita
para fixá-lo na articulação a ser medida, deixando as mãos do avaliador livres (LIMA, et al.,
2004).
90
Fonte: Da Autora
91
IMAGEM 21 – Flexímetro
Fonte: Da Autora
Nota: Flexímetro da marca Sanny
92
4 RESULTADOS
Nesta pesquisa foi comparado qual protocolo de tratamento foi mais eficiente para
A amostra foi composta por dois pacientes de ambos os sexos com idade de 29 e 35
Com o paciente A foi utilizado como tratamento fisioterapêutico, diatermia por ondas
fim de cada atendimento) a escala analógica visual (EAV) e para mensurar as amplitudes de
foram mensuradas, antes do tratamento, nos dois pacientes na avaliação inicial, realizada em
movimento de flexão 36º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 35º. Verifica-
com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 50º. Com a avaliação final, verifica-se
que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento de flexão 50º, com o paciente B
55
50 50
40
Medida em graus
36 35
Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora
movimento de extensão 52º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 50º.
extensão 56ºcom o paciente B observa-se que sua amplitude é de 60º. Com a avaliação final,
verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de movimento de extensão de 60º, com
60 60 60
56
Medida em graus
52
50
Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora
movimento de inclinação para direita de 40º, com o paciente B observa-se que sua amplitude
de inclinação para direita 45ºcom o paciente B observa-se que sua amplitude é de 40º. Com a
inclinação para direita de 45º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é de 45º.
95
45 45 45
40 40
Medida em graus
25
Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora
amplitude de movimento de inclinação para esquerda de 40º, com o paciente B observa-se que
sua amplitude é de 30º. Verifica-se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude
de movimento de inclinação para esquerda de 43º, com o paciente B observa-se que sua
amplitude é de 40º. Com a avaliação final, verifica-se que o paciente A apresenta uma
amplitude de movimento de inclinação para esquerda de 45º, com o paciente B observa-se que
45 45
43
40 40
Medida em graus
30
Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora
amplitude de movimento de rotação para direita de 60º, com o paciente B observa-se que sua
movimento de rotação para direita de 64º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é
de 60º. Com a avaliação final, verifica-se que o paciente A apresenta uma amplitude de
movimento de rotação para direita de 65º, com o paciente B observa-se que sua amplitude é
de 67º.
97
67
65
64
Medida em graus
60 60 60
Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora
amplitude de movimento de rotação para esquerda de 64º, com o paciente B observa-se que
sua amplitude é de 58º. Verifica-se na reavaliação, que o paciente A apresenta uma amplitude
de movimento de rotação para esquerda de 65º, com o paciente B observa-se que sua
amplitude é de 60º. Com a avaliação final, verifica-se que o paciente A apresenta uma
amplitude de movimento de rotação para esquerda de 65º, com o paciente B observa-se que
68
65 65
64
Medida em graus
60
58
Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora
obteve-se as seguintes variações numéricas: (Tendo em vista que o gráfico consta a partir do
fisioterapêutica).
atendimento a EAV caiu para 40. O paciente B apresentava uma EAV de 59, depois do
atendimento caiu para 45; No terceiro dia o paciente A apresentou uma EAV de 46 e depois
da sessão fisioterapêutica a diminuiu para 30. O paciente B apresentava uma EAV de 39,
depois do atendimento caiu para 21; No quarto dia de atendimento o paciente A mostrou uma
EAV de 27 e ao final da terapia reduziu para 25. O paciente B apresentava uma EAV de 32,
paciente A apresentou uma EAV de 33 antes do atendimento e após o atendimento houve uma
queda para 22. O paciente B apresentava uma EAV de 24, depois do atendimento houve uma
redução para 21; No sexto atendimento o paciente A apresentou uma EAV de 26 e ao final da
terapia caiu para 23. O paciente iniciou a terapia com 19 de EAV e ao final do atendimento
houve uma redução para 17; No sétimo dia atendimento fisioterapêutico o paciente A
apresentou uma EAV de 24 antes do atendimento e após o atendimento houve uma queda para
21. O paciente B apresentava uma EAV de 21, depois do atendimento houve uma redução
para 15; No oitavo dia atendimento o paciente A apresentou uma EAV de 19 e depois da
sessão fisioterapêutica a diminuiu para 16. O paciente B apresentava uma EAV de 11, depois
do atendimento caiu para 10; No nono dia de atendimento o paciente A mostrou uma EAV de
13 e ao final da terapia reduziu para 10. O paciente B apresentava uma EAV de 12, depois do
apresentou uma EAV de 12 antes do atendimento e após o atendimento houve uma queda para
7. O paciente B apresentava uma EAV de 7, depois do atendimento houve uma redução para
mostrou uma EAV de 8 e ao final da terapia reduziu para 1. O paciente B apresentava uma
70
59
60
50 46
45
43
40
39
40
EAV
33
32
30
30 27 27
26
25
24 24
23
22
21 21 21 21
19
20 17
19
16
15
13
12 12
11
10 10
9
10 7 7
8
6
5
3
1
0
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Fonte: Da Autora
mostrou uma melhora de 16% e o paciente B 9%; No nono dia atendimento o paciente A
paciente B 50%.
100%
90%
80%
70%
60%
EAV
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Paciente A Paciente B
Fonte: Da Autora
102
5 DISCUSSÃO
paciente A passa o dia fazendo crochê, enquanto o paciente B passa o dia realizando
se estressados.
diminuição da ADM. O calor vigoroso (maior que 4º acima da temperatura corpórea) aumenta
diatermia por ondas curtas pode produzir um calor vigoroso em grandes áreas, levando a um
termoterapia por adição, pode estar associada a três mecanismos: 1) o efeito analgésico
extensibilidade de colágeno ocorre com temperaturas mais elevadas. O calor é portanto usado
cicatrizes ou contraturas.
Yeng et al. (2001), relatam que a termoterapia por adição constitui um excelente
método de preparação para a terapia por exercícios, pois reduz a resistência elástica (elastina)
Kitchen (2003) refere que as propriedades de certos tecidos podem ser mudadas com o
103
maior alongamento se for aplicado calor, devido a alterações na mobilidade articular, ou seja,
estático após diatermia por ondas curtas versus alongamento estático nos músculos
grupos: o grupo 1 não realizou o protocolo de tratamento e serviu como grupo controle, o
grupo 2 realizou alongamento estático por 3 minutos, 3 vezes por semana durante um mês e o
grupo 3 realizou recebeu diatermia por ondas curtas contínuo por 20 minutos antes de realizar
o alongamento estático. Ao término da pesquisa constataram que o uso de diatermia por ondas
curtas antes do alongamento estático pode ser mais efetivo para o aumento da flexibilidade
muscular que os procedimentos utilizados nos grupos 1 e 2. Acredita-se que estes resultados
foram obtidos porque a elevação da temperatura aumenta a taxa de disparos das fibras tipo II
aferente do fuso muscular e gama aferente e um aumento na taxa de disparo das fibras tipo Ib
dos órgãos tendinosos de Golgi, e estas mudanças na taxa de disparo dos nervos contribuem
Segundo Kisner & Colby (1998), é importante que haja o relaxamento local antes que
elas está o uso do calor, pois os músculos aquecidos relaxam e alongam-se mais facilmente,
probabilidade de microtraumas aos tecidos moles durante o alongamento, deste modo pode
diminuir a dor muscular tardia que ocorre após os exercícios. O uso apenas do calor sem
alongamento parece ter pouco efeito na melhora a longo prazo da flexibilidade muscular; a
Moraes, et al. (2004), defendem que na pratica clínica a terapia manual e exercícios
amplitude de movimento, pois após realizar uma pesquisa utilizando pompages no tratamento
visual.
músculo com espasmo apresenta rapidamente uma isquemia e uma anóxia tissular responsável
De acordo com Bienfait (1999), as pompages têm como objetivo agir sobre a
circulação dos fluidos dos tecidos, sobre a musculatura, sobre a articulação e ainda ter uma
ação calmante. As pompages podem apresentar diferentes propósitos como alívio da dor pela
técnica neste estudo. Podem procurar obter um relaxamento muscular, neste caso serão
realizadas no sentido das fibras musculares. É uma técnica muito eficiente no tratamento de
A técnica de pompage promove uma ação antiálgica, principalmente nas dores devido
105
á tensão. As condições dolorosas provocadas pelas tensões dos tecidos moles do sistema
Barak, Rosen & Sofer (1993), relatam que a terapia manual visa a redução de tensões
superior a partir da posição neutra ou 0 para o movimento ativo, podendo variar entre 5 ou
10º. O paciente A partiu de uma amplitude de movimento de 36º (avaliação inicial) para 50º
(avaliação final), ou seja, obteve um aumento de 39%, o paciente atingiu a amplitude normal.
que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura escapular (39%),
normal é de 60º ou superior a partir da posição neutra ou 0 para o movimento ativo e de 110º
para o arco completo de flexão e extensão ativas. O paciente A partiu de uma amplitude de
movimento de 52º (avaliação inicial) para 60º (avaliação final), ou seja, obteve um aumento
amplitude de movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e
normais.
flexão lateral normal é de 45º ou superiora partir da posição neutra ou 0 para o movimento
ativo e de 90º para o arco completo de flexão lateral ativa a direita e para a esquerda. O
paciente A partiu de uma amplitude de movimento de inclinação lateral para a direita de 40º
(avaliação inicial) para 45º (segunda avaliação) permanecendo com a mesma amplitude até o
movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura
inicial) para 45º (avaliação final), ou seja, obteve um aumento de 13%, o paciente atingiu a
amplitude de movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e
normais.
superior a partir da posição neutra ou 0 para o movimento ativo. O paciente A partiu de uma
amplitude de movimento de rotação para a direita de 60º (avaliação inicial) para 65º
(avaliação inicial), ou seja, obteve um aumento de 8%, não atingindo amplitude normal. Com
tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e de cintura escapular (8%), assim,
partiu de 60º (avaliação inicial) para 65º (segunda avaliação) permanecendo com a mesma
amplitude até o final do tratamento, ou seja, obteve um aumento de 2%, não atingindo
amplitude de movimento maior que o tratamento com ondas curtas e alongamentos cervicais e
de cintura escapular (2%), assim, apesar da melhora, ambos os tratamentos não atingiram os
paciente A, se deve possivelmente ao fato de que quando se alonga um músculo aquecido, ele
se torna mais flexível, facilitando o alongamento, porém retorna ao seu comprimento normal
após resfriado e um músculo não aquecido quando alongado, obtém um aumento no seu
comprimento e mantém esse novo comprimento (PINFILDI, PRADO & LIEBANO, 2004).
pacientes e em todas as direções (flexão, extensão, inclinação lateral para a direita e esquerda,
rotação para a direita e esquerda), porém entre a primeira e a ultima avaliação o paciente B
apresentou uma melhora maior do que o paciente A nas amplitudes de movimento cervicais,
pesquisa, em vista da escala analógica visual, menciona-se que, o uso do calor no alívio da
dor é uma escolha comum, pois o aquecimento promove relaxamento muscular além da
2005).
Low & Reed (2001), dizem que o calor terapêutico é amplamente utilizado, dentre os
Lehmann & Lauter (1982) apud Low & Reed (2001), têm sugerido que o
aquecimento das terminações nervosas dos fusos musculares aferentes secundários e das
terminações tendíneas de Golgi, pode ser o modo pelo qual o espasmo muscular é reduzido
com o aquecimento. Como a dor e o espasmo muscular são interdependentes, uma redução de
um causará a redução de outro. Conforme Kottke & Lehmann (1994), tem-se demonstrado
109
temperatura, podem ser a base fisiológica para o relaxamento do espasmo muscular após ouso
de calor. Já para Machado (1991), ocorre devido à diminuição da dor pelo aumento do limiar
das fibras nervosas motoras. O calor produz um amolecimento ou desagregação muscular, isto
pode perder calor ao meio externo, que por meio da vasodilatação e o aumento da circulação
dissipa este calor para outras regiões. Com o aquecimento, a fibra muscular tem sua
Scott (2003), diz que o calor é freqüentemente utilizado para o alívio da dor em
diversos distúrbios e que na maioria dos casos a diminuição da dor se dá por redução do
relaxamento muscular. Para Low & Reed (2001), boa parte do aquecimento terapêutico ocorre
na pele, portanto pode dizer que os principais efeitos no alívio da dor são primariamente
também podem contribuir para a redução da dor local, pois com o aumento do fluxo
sangüíneo pode-se drenar parte dos metabólitos causadores de dor que resultam de lesão
tissular. Outro mecanismo para redução da dor, inclui a redução do espasmo muscular.
Kazanowski & Laccetti (2005), afirmam que o calor no alívio da dor é uma escolha
Para Kitchen (2003), mesmo com a utilização do calor para alívio da dor em vários
distúrbios, seu mecanismo ainda é incerto. Em alguns casos a dor pode ser aliviada com
redução do espasmo muscular secundário. A dor atribuída à isquemia pode ser reduzida pela
vasodilatação induzida com o calor, com células e substancias químicas vindo para a área
Barbour, McGuire & Kirchott (1986) apud Kitchen (2003), conduziram uma avaliação
subjetiva de métodos de alívio da dor usados por pacientes sofrendo de câncer e encontraram
que 68% usavam alguma forma de calor para auxiliar a controlar a dor, portanto, o calor atua
Já a pompage, em uma revisão sistemática feita por Albright, et al. (2001) apud
Moraes et al. (2004) movimentos lentos do pescoço realizados com pompages, apresentaram
alívio da dor sendo de grande importância clínica a utilização para a reabilitação em pacientes
Men (2004) em um estudo realizado com uma amostra de dez pacientes, de ambos os
sexos, não obesos, com idades entre 20 e 30 anos e que apresentavam cervicalgia, utilizou
em pacientes com torcicolo na fase aguda, com uma amostra de cinco pacientes do sexo
feminino, com idade média de 30 anos, constatou que a aplicação de pompages, manipulação
Moraes et al. (2004) dizem que, a terapia manual e exercícios são freqüentemente
após cada sessão de tratamento. A avaliação inicial (EAV de 43) em relação à avaliação final
(EAV de 01) demonstrou uma redução na escala de 42 pontos, ou média de redução de 4,2
111
pontos em cada sessão. Apesar da dor não ter cessado totalmente, foi reduzida
avaliação inicial (EAV de 59) em relação à avaliação final (EAV de 03) demonstrou uma
redução na escala de 56 pontos, ou média de redução de 5,6 pontos em cada sessão. Observa-
se que apesar da dor não ter cessado totalmente, foi reduzida significativamente, podendo
afirmar que a pompage e alongamentos cervicais e de cintura escapular também são eficazes
no tratamento da dor. Observa-se que houve redução substancial da dor nos dois protocolos de
Variáveis como nível de atividade diária e estresse foram interrogadas aos pacientes
para verificar indícios de que estas poderiam ter influenciado nos resultados obtidos, pois
segundo Angelotti (2001), podem ocorrer sintomas corporais ligados ao estresse, tais como:
pele quente e úmida, boca seca, adrenalina e outros hormônios sendo liberados na corrente
a terapia manual pode ajudar a reduzir esses sintomas, combatendo a ansiedade e o stress,
como: alterações gerais no tônus muscular; alteração nas atividades autônomas e viscerais;
(LEDERMAN, 2001). O toque possui um imenso valor e transmite uma mensagem imediata
o paciente. A partir do momento que o paciente aceita o toque do terapeuta, demonstra que ele
está começando a gostar de si mesmo e a confiar em outra pessoa. O toque também traz como
112
benefícios, diminuir a apreensão quanto ao futuro, como por exemplo, em pacientes pré-
intensivo (CASSAR, 2001). Portando pode-se explicar assim a redução da escala visual
A manipulação não está limitada ao local do toque, mas envolve o mundo abstrato da
imaginação, das emoções, dos pensamentos e das experiências de toda a vida do indivíduo. A
manipulação não constitui apenas um evento periférico que envolve uma porção de pele, uma
articulação aqui e ali ou um grupo de músculos, ela representa um catalisador potencial para
Kazanowski &Laccetti (2005), que o toque é uma estratégia simples utilizada nos
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
maior parte das vezes, o diagnóstico não apresenta dificuldades e a conduta conservadora
A combinação das técnicas propostas foi efetiva para os casos em questão, resultando
em ganho da amplitude de movimento e alívio da dor, contudo, os dois tratamentos devem ser
usados em conjunto, pois a diatermia por ondas curtas não é uma terapia isolada e sim
associada.
aprofundados que comprovem o efeito destas técnicas. Proponho que sejam realizados
trabalhos mais específicos sobre a aplicabilidade clínica das técnicas utilizadas nesta pesquisa
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120
GLOSSÁRIO
Anastomose - Comunicação entre duas ou mais artérias, veias ou nervos que, geralmente,
anastomose assegura eficiente irrigação da zona atingida a qual, de outro modo, sofreria
necrose. A anastomose pode ser obtida por meios cirúrgicos, entre segmentos de intestino,
Imbricação - Disposição de objetos colocados em parte, uns sobre os outros, como as telhas
de um telhado.
Cascavel,____/____/____.
Ao
01 Inclinômetro cervical
Toalha
03
Lençol
02
Atenciosamente,
______________________________________
Priscila Ferretti
123
Nome:____________________________________________________________________
Idade:___________________ Sexo:__________ Data de Nascimento: ___/___/______
Escolaridade:__________________
Profissão atual:________________________ Profissão anterior :______________________
Diagnóstico Clínico:__________________________________________________________
Diagnóstico Fisioterapêutico:__________________________________________________
Queixa do Paciente:__________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Anamnese Atual:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Anamnese Pregressa:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Exames complementares:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Sinais Vitais:
PA:
FC:
SaO2:
FR:
124
Exame Físico:
Palpação:
1ª avaliação:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2º avaliação:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3º avaliação:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
FM:
1º avaliação 2º avaliação 3º avaliação
Flexores cervicais:
Extensores cervicais:
Rotadores D:
Rotadores E:
EAV:
1º avaliação:______________________________________________________________
2º avaliação:______________________________________________________________
3º avaliação:______________________________________________________________
ADM:
1º avaliação 2º avaliação 3º avaliação
Flexão cervical:
Extenção cervical:
Inclinação cervical lateral p/ D
Inclinação cervical lateral p/ E
Rotação Cervical p/ D
Rotação Cervical p/ E
Testes específicos:
Sinal de Barre-Liéou:_________________________________________________________
Teste de Maigne:_____________________________________________________________
Teste de Artéria Vertebral:_____________________________________________________
Teste de Dekleyn:____________________________________________________________
Teste de Hautant:____________________________________________________________
Teste de Underburg:__________________________________________________________
Teste de Hallpike:____________________________________________________________
Triagem de George:___________________________________________________________
Manobra de O’Donoghue:______________________________________________________
Teste de Percussão da coluna:___________________________________________________
Teste de Soto-Hall:___________________________________________________________
Sinal de Rust:________________________________________________________________
Teste de Sharp-Purser:_________________________________________________________
125
Título do Projeto:
Estudo comparativo na avaliação de dor e amplitude de movimento em pacientes com
Cervicalgia de origem muscular, utilizando como tratamento fisioterapêutico Ondas Curtas
versus Pompage Cervical.
Área do Conhecimento: Ciências da saúde
Curso: Fisioterapia
Número de sujeitos no centro: 02 (dois) Número total de sujeitos: 02
(dois)
Patrocinador da pesquisa: Não se aplica
Instituição onde será realizado: Clínica de Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz
Nome dos pesquisadores e colaboradores: 02 (dois)
momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação, sem que isso traga
prejuízo a continuidade do meu tratamento fisioterapêutico.
11. A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico.
12. Os resultados obtidos durante este estudo serão de propriedade do pesquisador, mas
concordo que sejam divulgados em publicações científicas apresentadas em congressos,
jornadas e eventos científicos, bem como sua divulgação em meios de comunicação em
massa como livros, revistas, jornais, televisão etc., desde que meus dados pessoais não
sejam mencionados.
13. Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou o CEP-FAG, com
endereço na Faculdade Assis Gurgacz, Av. das Torres, 500, Cep 85807-030, Fone: (45)
3321-3965, e-mail: comitedeetica@fag.edu.br, sempre que entender necessário obter
informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no
mesmo.
14. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s) parcial(is) e
final(is) desta pesquisa.
___________________ ________________________________
Sujeito da pesquisa Responsável pelo sujeito da pesquisa
_________________________________
Pesquisador Responsável pelo Projeto
Testemunhas:
_____________________________ _____________________________
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF/MF: CPF/MF:
Telefone: Telefone:
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