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Pesquisa em Biblioteca e Ciência da Informação 35 (2013) 127–136

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Pesquisa em Biblioteconomia e Ciência da Informação

Uso da biblioteca acadêmica e retenção de alunos: uma análise quantitativa

Gaby Haddow
Departamento de Estudos da Informação, Curtin University, GPO Box U1987, Perth, 6845 Western Australia, Austrália

informações do artigo abstrato

Disponível on-line em 29 de janeiro de 2013
Um componente-chave do modelo de retenção de Vincent Tinto é a importância da integração do aluno na instituição acadêmica. O uso
da biblioteca pode ser considerado uma forma de integração dentro de tais instituições. Foi aplicada uma abordagem quantitativa para
demonstrar como os dados institucionais podem ser combinados para examinar a utilização e retenção de bibliotecas numa única
instituição. Dados de estudantes de graduação e uso de bibliotecas foram analisados para identificar resultados que sugeriam associações
entre uso de bibliotecas e retenção de alunos. O uso da biblioteca foi medido por logins em recursos eletrônicos, bem como por
empréstimos da biblioteca. Os alunos de graduação matriculados pela primeira vez em 2010 compuseram a população. As características
dos alunos do subgrupo, idade e nível socioeconômico, foram submetidas a análise mais aprofundada. As descobertas mostram que os
alunos retidos fazem login em recursos autenticados e fazem empréstimos na biblioteca a taxas mais altas do que os alunos retirados. Os
estudantes em idade madura abandonam a universidade com taxas mais elevadas do que os estudantes mais jovens. Os logins em
recursos autenticados aumentam à medida que os alunos progridem ao longo do tempo em seus programas universitários. Nenhuma
associação notável foi encontrada entre origem socioeconômica, uso de biblioteca e retenção.
Para a instituição, estas conclusões podem informar o desenvolvimento de serviços bibliotecários destinados a grupos específicos de
estudantes, com base no facto de que uma maior utilização da biblioteca pode levar a uma melhor integração e retenção. Além disso, o
estudo descreve um desenho de pesquisa que é replicável em outras instituições e contribui para o uso e retenção de literatura da
biblioteca. © 2013 Elsevier Inc. Todos os direitos reservados.

1. Introdução O envolvimento e a retenção dos alunos são influenciados por fatores

Dentro do extenso corpo de literatura que considera como medir o impacto das
bibliotecas acadêmicas, a contribuição para o envolvimento, retenção e persistência
dos alunos é um subconjunto. Esses três termos são usados para descrever
conceitos relacionados e sobrepostos. O envolvimento “representa o tempo e a
energia que os alunos investem em atividades com propósito educacional” (Kuh,
Cruce, Shoup, & Kinzie, 2008, p. 542) e é um aspecto da noção de integração de
Tinto (1993) . A retenção é usada para indicar a progressão do aluno, que é
determinada pela matrícula contínua (Mezick, 2007). No Reino Unido, a retenção
“refere-se a estudantes que permanecem numa instituição de ensino superior
[ensino superior] e completam o seu programa de estudos dentro de um prazo
específico”
(A Academia de Ensino Superior, 2011, parágrafo 1). A persistência, tal como a
retenção, pode referir-se à continuação da matrícula, mas o termo também é
utilizado para descrever a conclusão do curso (Emmons & Wilkinson, 2011).
A relação entre os termos engajamento e persistência é delineada por Kuh et al.
(2008) como: “o envolvimento dos alunos… está positivamente relacionado com os
resultados académicos, representados pelas notas dos alunos do primeiro ano e
pela persistência entre o primeiro e o segundo ano na faculdade” (p. 555). Para
refletir a terminologia usada na Austrália, a retenção será usada para denotar a
continuação da matrícula, seja ao longo de um semestre ou no ano letivo seguinte
(van Stolk, Tiessen, Clift, & Levitt, 2007).
Endereço de e-mail: G.Haddow@curtin.edu.au.
relacionados à instituição e ao indivíduo, incluindo apoio social, experiência na
instituição, objetivos acadêmicos e status socioeconômico (Crosling, Thomas &
Heagney, 2008; Lotkowski, Robbins, & Noeth, 2004; Tinto , 1993). Entre os
“sistemas institucionais relevantes para melhorar o envolvimento dos
estudantes” (Paul Hamlyn Foundation, 2010, p. 9) está a biblioteca (Emmons &
Wilkinson, 2011; Kuh & Gonyea, 2003; Mezick, 2007). No entanto, o papel da
biblioteca académica recebe pouca atenção em grandes inquéritos nacionais de
estudantes, como o National Student Survey (NSS) (Higher Education Funding
Council for England, 2010), o National Survey of Student Engagement (NSSE)
(2012) e Pesquisa Australásia de Engajamento Estudantil (AUSSE) (Conselho
Australiano de Pesquisa Educacional, 2009).
As bibliotecas académicas reconhecem a importância do envolvimento e
retenção dos estudantes, bem como da oportunidade de demonstrar a sua
contribuição para os objectivos institucionais. Um dos primeiros estudos examinou
dados de empréstimos de bibliotecas em relação às notas e à retenção de novos alunos.
Correlações positivas foram encontradas entre empréstimos e notas mais altas,
bem como empréstimos e retenção (Kramer & Kramer, 1968). Nos últimos tempos,
grande parte da investigação utilizou grandes conjuntos de dados nacionais para
chegar a medidas do impacto das bibliotecas em todo o sector do ensino superior
(Emmons & Wilkinson, 2011; Gratch-Lindauer, 2007; Kuh & Gonyea, 2003; Kuh et
al., 2008 ; Mezick, 2007). Embora instituições individuais tenham sido objeto de
vários estudos, a investigação centrou-se geralmente na utilização da biblioteca e
no desempenho académico determinado pelas notas e não pela retenção (Goodall
& Pattern, 2011; Hiscock, 1986; Wong & Webb, 2011). Dada a diversidade da
população estudantil em

0740-8188/$ – ver capa © 2013 Elsevier Inc. Todos os direitos reservados. http://dx.doi.org/
10.1016/j.lisr.2012.12.002
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instituições diferentes, bem como características institucionais variadas, a pesquisa
que se concentra em uma instituição específica pode produzir resultados que podem
contribuir diretamente para os objetivos institucionais. Tal abordagem é encorajada
…
por Tinto (1993), que afirma que “a avaliação institucional é um pré-requisito crítico
para o estabelecimento de uma política de retenção institucional” (p. 154).
2. Declaração do problema
O envolvimento e a retenção de estudantes nas instituições de ensino superior
são critérios cada vez mais importantes para medir o sucesso das universidades.
O sucesso afecta classificações universitárias influentes e acarreta implicações de
financiamento. O acompanhamento do progresso dos alunos (por exemplo,
envolvimento e retenção) pode ser observado quantitativa e qualitativamente. No
que diz respeito ao envolvimento, as notas e a continuidade das matrículas são os
principais métodos quantitativos e geralmente são de responsabilidade das áreas
de ensino e dos órgãos de matrícula. Como medidas qualitativas do progresso dos
estudantes, grandes inquéritos nacionais, que incluem questões sobre serviços e
recursos de apoio institucional, envolvem implicitamente a biblioteca académica.
Além disso, as bibliotecas académicas administram os seus próprios inquéritos aos
estudantes, como o LibQUAL+™ (Cook, 2002), para recolher dados sobre a
qualidade do serviço. As bibliotecas também geram relatórios quantitativos de
utilização da biblioteca para uma ampla gama de atividades e serviços, tais como
em universidades
empréstimos (por exemplo, empréstimos de biblioteca), acesso a recursos eletrónicos, participação
Embora estes dados da biblioteca possam indicar tendências e padrões de utilização
ao longo de vários anos, oferecem pouco em termos de medição do impacto e do
valor para o progresso dos alunos. No entanto, em combinação com os dados de
matrículas, podem apontar para possíveis associações entre a utilização da
biblioteca, o envolvimento e a retenção dos alunos. Os resultados de tais medidas
podem demonstrar a contribuição da biblioteca para os objectivos institucionais.
O modelo de integração estudantil de Vincent Tinto (1993) é utilizado como
referencial teórico para este estudo. Sendo um dos sistemas institucionais que
podem contribuir para a integração dos estudantes, é importante compreender o
papel da biblioteca como repositório de recursos de estudo. A biblioteca é o elo
entre o uso desses recursos e a persistência dos alunos que fundamenta a questão
de pesquisa deste estudo: Os alunos que se envolvem em níveis mais elevados de
uso da biblioteca têm maior probabilidade de serem retidos pela instituição? Em
particular, o estudo explorou dois factores, a idade e o estatuto socioeconómico,
que demonstraram influenciar a retenção dos alunos (Yorke, 2003). Para explorar
estes factores, o estudo também pergunta: Existe uma associação entre a utilização
e retenção da biblioteca, bem como a idade ou o estatuto socioeconómico do aluno?
Os resultados da pesquisa são importantes para a instituição e para a
comunidade bibliotecária acadêmica. Para a instituição, a alocação de recursos
pode ser direcionada para melhorar os serviços a grupos específicos de estudantes
se for constatado que determinados fatores influenciam o uso da biblioteca. No
âmbito do modelo de Tinto, um aumento na utilização da biblioteca pode então
influenciar a retenção dos alunos, o que contribui para os objectivos mais amplos da
instituição. Ao adoptar uma abordagem quantitativa para examinar a utilização e
retenção de bibliotecas numa única instituição, o estudo ilustra como diferentes
fontes de dados institucionais podem ser combinadas. Além disso, o estudo
demonstra a disposição da biblioteca em investigar questões que contribuam para
os objetivos institucionais. Tomando uma visão mais ampla, a pesquisa explora a
retenção de alunos usando um desenho de estudo com poucos precedentes;
também amplia a literatura de pesquisa em biblioteconomia e ciência da informação
que se preocupa em medir o impacto e o valor da biblioteca em instituições de ensino superior.
England, 2011a). , 2011b).
3. Revisão da literatura
3.1. Retenção e retirada de alunos
O trabalho de Vincent Tinto (1993) sobre o progresso dos estudantes é
considerado por muitos como pioneiro e duradouro (Emmons & Wilkinson, 2011;
Foster, 2002a; Mezick, 2007). Seu modelo identifica a integração ou envolvimento
dos alunos como um fator crítico para que os alunos continuem seus estudos. A
integração assume duas formas dentro do sistema acadêmico: integração acadêmica
e integração social. Essas formas são influenciadas
pela formação, atributos e experiência educacional anterior de um indivíduo, bem
como pelo próprio sistema acadêmico. Tinto (1993) descreve estas influências como
uma “complexa interação de forças” (p. 3), o que significa que o desenvolvimento de
iniciativas destinadas a melhorar a retenção dos alunos é igualmente complexo.
Significa também que grande parte da investigação sobre retenção limita a
investigação a uma única instituição ou centra-se em alguns aspectos relacionados
com a integração dos estudantes.
Um factor agravante para chegar a conclusões gerais da investigação sobre
retenção é a falta de uma terminologia consistente e acordada. Conforme observado
acima, várias definições são usadas para descrever retenção, persistência e retirada.
Além disso, os métodos de recolha de dados sobre o progresso dos alunos diferem
entre e dentro dos sistemas educativos nacionais (Crosling, Thomas, & Heagney,
2008; Tinto, 1993). No entanto, existe um consenso geral de que a desistência dos
estudantes é multifacetada e “raramente há uma única razão pela qual os
estudantes abandonam” (Jones, Thomas, & May, 2009, p. 18), bem como um acordo
de que compreender e lidar com a retenção de estudantes é importante para os
estudantes e para as instituições (Crosling, Thomas & Heagney, 2008; Tinto, 1993).
Quando são considerados os dados relativos às taxas de retenção no Reino Unido,
na Austrália e nos Estados Unidos, embora utilizando terminologia diferente, a
importância de abordar a retenção é evidente: as “taxas de continuação” no Reino
Unido em 2004-2005 situavam-se entre 85% e 96%. % (Gabinete Nacional de
Auditoria, 2007, p. 9); as taxas foram de 80% no mesmo período na Austrália (van
Stolk et al., 2007); e apenas cerca de 58% dos estudantes americanos matriculados
entre 1995
em workshops e 1996 concluíram o seu curso de quatro anos no
e visitas.
prazo de seis anos (Kuh et al., 2008, p. 540).
Entre as muitas razões pelas quais os alunos abandonam os estudos estão
fatores relacionados às expectativas dos alunos em relação ao curso e seu grau de
dificuldade, bem como os objetivos e intenções de cada aluno, as habilidades e a
experiência do aluno ao ingressar em um curso, e fatores externos, como segurança
financeira e circunstâncias familiares (McGivney, 1996; Tinto, 1993). Mezick (2007)
refere-se ao desempenho acadêmico como “uma causa importante, se não a mais
significativa, do abandono dos alunos” (p. 562).
Além disso, a literatura mostra que o primeiro ano de matrícula é o período de maior
risco de desistência dos alunos (Lau, 2003). Yorke (2003) observou: “A retenção
correlaciona-se inversamente com a classe social e a entrada madura” (parágrafo
10). Um relatório encomendado pelo Gabinete Nacional de Auditoria do Reino Unido,
que comparou as taxas de retenção de cinco países, confirmou a afirmação de
Yorke, observando que os estudantes mais velhos e os estudantes com rendimentos
familiares mais baixos nos Estados Unidos são mais propensos a abandonar os
estudos. Resultados semelhantes foram encontrados no Reino Unido e na Austrália
(van Stolk et al., 2007). McGivney (1996) também discute os desafios para
estudantes maduros, sugerindo que eles podem ser “mais suscetíveis do que
outros” (p. 110), possivelmente decorrentes de questões financeiras.
A influência da classe social e da retenção num curso universitário é reconhecida
em pesquisas sobre retenção e pelos governos. Por exemplo, uma iniciativa recente
do governo australiano penalizará financeiramente as universidades se estas não
conseguirem reter estudantes, ao mesmo tempo que introduz uma política que
financia e abre matrículas universitárias a mais estudantes provenientes de meios
socioeconómicos desfavorecidos (Department of Education, Employment and
Workplace Relações, 2010). O Reino Unido também lançou iniciativas que aumentam
o financiamento para instituições de ensino superior e ampliam a participação de
estudantes oriundos de meios desfavorecidos (Higher Education Funding Council
for England, 2011a), bem como estabelecem padrões de referência para o
financiamento de programas de retenção (Higher Education Funding Council for
Em relação aos estudantes de “origens desfavorecidas e/ou minoritárias”, Tinto
(1993, p. 49) argumenta que a preparação académica e a experiência social são
factores importantes a considerar quando se tenta compreender porque é que estes
estudantes têm maior probabilidade de abandonar os estudos. . Heagney (2008)
acrescenta a necessidade de “trabalhar longas horas em empregos
remunerados” (p.21) como uma questão específica para estudantes oriundos de
meios de baixos rendimentos. As tentativas de abordar a preparação académica
para estudantes não tradicionais, incluindo aqueles oriundos de meios
socioeconómicos desfavorecidos, têm sido o foco de uma série de iniciativas e estudos.
Alguns destes estudos observaram o uso de recursos de biblioteca como um
componente (Kirk, 2008; Whitmire, 2001).
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3.2. Retenção de alunos e bibliotecas acadêmicas
O papel da biblioteca acadêmica na retenção dos alunos é destacado por Mezick
(2007), que se refere à pesquisa que constatou que o uso da biblioteca, com base no
espaço físico e nos recursos, é um fator de integração dos alunos. Esta ligação foi
testada em instituições individuais e em muitas instituições.
Vários estudos, incluindo o de Mezick, examinaram os resultados de grandes inquéritos
nacionais a estudantes relativamente a factores relacionados com as bibliotecas e a
sua utilização. As pesquisas nacionais são realizadas todos os anos para avaliar a
satisfação e o envolvimento dos alunos com sua instituição e incluem o NSS do Reino
Unido, o NSSE dos Estados Unidos e do Canadá, bem como o AUSSE da Austrália e
da Nova Zelândia. Embora aborde uma ampla gama de atividades de aprendizagem e
de campus, o papel da biblioteca acadêmica na experiência do aluno recebe pouca ou
nenhuma atenção. O NSS inclui um item: “Os recursos e serviços da biblioteca são
bons o suficiente para as minhas necessidades” (Higher Education Funding Council for
England, 2010, p. 23). A AUSSE pede aos estudantes que avaliem a frequência com
que “utilizaram recursos da biblioteca no campus ou online” (Australian Council for
Educational Research, 2009, p. 58). O NSSE não inclui nenhum item relacionado com
bibliotecas no inquérito, embora o College Student Experiences Questionnaire (CSEQ,
2007) tenha introduzido itens relacionados com bibliotecas na sua quarta edição
(Gonyea, Kish, Kuh, Muthiah, & Thomas, 2003). No relatório de 2009 dos resultados do
AUSSE (Australian Council for Educational Research, 2009, p. 19), 74,1% da amostra
relatou ter utilizado recursos da biblioteca com frequência ou com muita frequência. O
papel da biblioteca também foi reconhecido num guia de melhoria educacional
australiano, que afirma que “os alunos tendem a estar mais envolvidos na aprendizagem
em geral se se envolverem com os recursos da biblioteca, interagirem com o pessoal
da biblioteca e passarem tempo a utilizar as bibliotecas”
(Conselho Australiano de Pesquisa Educacional, sd, p. 1).
A investigação que utilizou resultados de inquéritos a estudantes para examinar o
papel das bibliotecas no progresso dos estudantes tem frequentemente adotado uma
abordagem ampla, incluindo dados relacionados com bibliotecas de muitas instituições
(Emmons & Wilkinson, 2011; Gratch-Lindauer, 2007; Kuh & Gonyea, 2003; Mark e
Boruff Jones, 2003; Mezick, 2007; Webb, Schaller e Hunley, 2008). O pessoal da
biblioteca foi explorado em dois estudos, e cada estudo concluiu que um maior número
de funcionários estava positivamente associado à retenção de estudantes (Emmons &
Wilkinson, 2011; Mezick, 2007). O artigo de Kuh e Gonyea (2003) sobre a experiência
da biblioteca, extraído do CSEQ, e o envolvimento dos alunos, comentou que mais de
50% dos alunos do primeiro e do segundo ano estavam usando “índices e bancos de
dados” (p. 263), o que demonstrou aumento utilização dos recursos da biblioteca.
Contudo, mais importante ainda, os autores observaram: “as experiências na biblioteca
não estão diretamente relacionadas com a alfabetização informacional, com os ganhos
gerais na faculdade ou com a satisfação com a experiência universitária” (Kuh &
Gonyea, 2003, p. 266).
A literacia informacional e as pontuações da NSSE foram o foco de dois estudos que
exploraram como alguns itens do inquérito poderiam refletir o desenvolvimento da
literacia informacional (Gratch-Lindauer, 2007; Mark & Boruff-Jones, 2003). Mark e
Boruff-Jones (2003) relataram que os seus resultados “não demonstram inequivocamente
que as classificações [pontuações NSSE] foram necessariamente melhoradas pela
instrução na biblioteca” (p. 490). As pontuações NSSE para uma única instituição
também foram utilizadas por Webb et al. (2008), que examinou o uso do espaço da biblioteca.4.1. Fundo
Quando se adota um foco mais restrito, há relativamente poucos estudos que
combinem conjuntos de dados institucionais para investigar o uso da biblioteca e o
progresso ou retenção dos alunos. Dois estudos encontraram correlações positivas
entre maiores empréstimos e notas mais altas após examinar o uso da biblioteca e as
notas dos alunos (Kramer & Kramer, 1968; Wong & Webb, 2011). Na Glas gow
Caledonian University, um estudo longitudinal examinou a utilização de serviços de
informação electrónica (EIS) e as características dos estudantes que podem influenciar
a utilização dos EIS (Crawford, 2005; Crawford, de Vincente, & Clink, 2004; Crawford &
Irving, 2005). Crawford et al. (2004) observaram: “muitos estudantes têm uma grande
confusão sobre o que constitui uma base de dados” (p. 108) e descobriram que os
estudantes fora do campus, em particular, usaram o EIA em níveis baixos. Os
investigadores descobriram que a utilização do EIS estava associada à retenção dos
alunos, o que foi demonstrado em coortes de estudantes com maior utilização do EIS e
taxas de retenção mais elevadas (Crawford, 2005; Crawford et al., 2004).
129
A pesquisa de Hiscock (1986) sobre o uso da biblioteca por estudantes universitários
de uma instituição australiana incluiu fatores como: pedido de ajuda ao pessoal da
biblioteca, uso do catálogo e de materiais de referência, bem como uso das instalações
da biblioteca. O uso foi analisado em relação ao desempenho acadêmico; o uso do
catálogo foi uma das poucas correlações positivas nos resultados. Além disso, Hiscock
investigou o papel da idade do aluno e do uso da biblioteca no desempenho acadêmico,
relatando que o uso e a idade não estavam associados ao desempenho acadêmico do
aluno. No Reino Unido, a biblioteca da Universidade de Teesside examinou a experiência
bibliotecária dos estudantes como um factor de retenção e centrou-se nos estudantes
que frequentavam cursos fora do campus (Foster, 2002b). O estudo não encontrou
ligações diretas entre a experiência na biblioteca e a retenção, mas o autor observou a
falta de confiança e de competências dos alunos quando utilizam a biblioteca (Foster,
2002b, parte 8, para. 1). O estudo mais recente (Goodall & Pattern, 2011) explorou
prêmios de nível honorário e nenhum ou baixo uso da biblioteca acadêmica, definindo
o baixo ou nenhum uso como “menos de cinco visitas à biblioteca ou empréstimo de
menos de cinco livros, ou login para coleta de recursos eletrônicos menos de cinco
vezes” (p. 163). Embora os resultados indiquem correlações positivas entre uma …
maior utilização da biblioteca e uma nota mais elevada, os autores observam que
“alguns alunos estão a sair-se extremamente bem, embora quase nunca… se envolvam
com os serviços e recursos da biblioteca” (Goodall & Pattern, 2011, p. 166) .
O acesso a recursos eletrónicos e o empréstimo são indicadores de utilização de
bibliotecas habitualmente utilizados. Um resultado preocupante da investigação de
Goodall e Pattern (2011) é o número de estudantes que não recorrem à biblioteca
(47%) e que não acedem a recursos eletrónicos (quase 39%). O baixo ou nenhum uso
da biblioteca também foi discutido por: (a) Whitmire (2001), que observou “alunos de
graduação envolvidos em experiências bibliotecárias apenas ocasionalmente” (p. 532);
(b) Van Scoyoc e Cason (2006), que constataram que até 71,7% dos estudantes de
graduação não utilizavam recursos eletrônicos para realizar pesquisas; (c) e Toner
(2008), cujos resultados indicaram que o maior número de não usuários tinha mais de
40 anos. Em sua discussão sobre o uso de bibliotecas nas bibliotecas da Universidade
de Harvard, Martell (2008) descreveu o aumento do uso de recursos eletrônicos nos
anos até 2006, concluindo que “os usuários de hoje substituíram o uso virtual pelo uso
pessoal” (p. 406). Martell (2008) também se refere ao aumento do número de portas em
17% entre 1996 e 2004.
Conforme demonstrado na discussão acima, várias definições e métodos aplicados
para medir o uso da biblioteca e a retenção de alunos permanecem um tanto dispersos
no desenho do estudo, o que reduz o potencial de comparação de resultados. A
variedade de diferentes ambientes sociais e educativos nas instituições de ensino
superior contribui para este problema. Assim, concentrar-se em uma única instituição
para explorar a contribuição de uma biblioteca acadêmica para a retenção de
estudantes pode ser mais eficaz na geração de resultados que possam contribuir para
os processos dessa instituição. Este estudo foi realizado com esse objetivo; a sua
concepção, baseada em dados facilmente disponíveis, fornece um quadro para
investigação semelhante a ser realizada noutros locais.
4. Procedimentos
A Curtin University é uma grande instituição de ensino e pesquisa com mais de
44.000 alunos, matriculados em cursos não premiados até doutorados em pesquisa,
localizada em vários campi na Austrália Ocidental, Sydney, Malásia e Cingapura. Um
dos princípios orientadores do plano de retenção da Universidade é: “A retenção dos
alunos é uma responsabilidade de toda a comunidade universitária” (Curtin University,
2008, p. 3). A principal Biblioteca Robertson no campus da Bentley Western Australia
oferece um serviço centralizado na aquisição e coordenação do acesso a recursos
eletrônicos. Todos os alunos matriculados nos cursos da Bentley podem fazer
empréstimos em seu grande acervo físico. As visitas à biblioteca aumentaram pouco
mais de 1% entre junho de 2010 e junho de 2011.
Com base num artigo anterior (Haddow & Joseph, 2010), este estudo quantitativo
concentrou-se no uso e retenção da biblioteca por estudantes de graduação nos
primeiros 18 meses na universidade, entre abril de 2010 e
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130 G. Haddow/Biblioteca e Pesquisa em Ciência da Informação 35 (2013) 127–136
Junho de 2011. Uma análise mais aprofundada examinou a idade e o status socioeconômico dos
alunos, seu uso da biblioteca e retenção. Embora o uso da biblioteca possa incluir
muitas atividades diferentes, apenas duas atividades, para as quais dados confiáveis
estavam disponíveis, foram aplicados neste estudo: (a) logins em
recursos eletrônicos e (b) empréstimos de itens físicos à biblioteca (Powell,
1992).
4.2. Dados coletados
Os dados do estudo coletados foram gerados por duas fontes: o
sistema de matrícula de estudantes da universidade (conjunto de dados do aluno) e o
sistema de gerenciamento da biblioteca (conjunto de dados de uso da biblioteca). O primário
o conjunto de dados de alunos incluiu todos os alunos matriculados pela primeira vez na Curtin
Universidade em abril de 2010. Os dados listavam os números de identificação dos alunos
(BI) contra informações registadas nos pedidos de documentação de entrada, tais como:
sexo, idade (menos de 21 anos ou idade madura),
código postal para residentes australianos, país de residência permanente,
e tipo de curso (por exemplo, graduação e pós-graduação). O 'maduro
a classificação etária para estudantes com 21 anos ou mais é aplicada pela universidade para
efeitos de procedimentos internos; desagregação desses dados
não eram possíveis.
O primeiro conjunto de dados de alunos foi gerado após a data do censo (antes desta
data os alunos podem desistir sem multa) no semestre
um 2010. Um semestre dura 16 semanas, incluindo semanas de estudo e exames.
Três relatórios subsequentes gerados pelas matrículas da universidade
sistema identificou alunos: (a) retidos no final do primeiro semestre
2010; (b) reingressados no primeiro semestre de 2011 (ou seja, retidos no segundo
ano de universidade); e (c) retidos no final do primeiro semestre de 2011.
Os relatórios permitiram a identificação de retidos e retirados
alunos em três etapas do progresso da matrícula.
A codificação do status socioeconômico (SES) foi implementada usando o
Índices Socioeconômicos por Áreas de 2006 (SEIFA), um índice baseado em código postal
método para atribuição de status socioeconômico pelo Australian Bureau
de Estatística. Embora reconhecido como imperfeito, era o único método
disponível para codificar alunos com endereço permanente na Austrália como
SES baixo, médio ou alto (Departamento de Educação, Emprego
e Relações no Local de Trabalho, 2009). Além disso, os alunos do conjunto de dados
foram codificados para residência metropolitana ou não metropolitana para analisar
empréstimos e retenção de bibliotecas. A área metropolitana é definida por códigos postais
da biblioteca. Os alunos que residem nessas áreas com código postal são
esperava visitar o campus da Bentley para pegar materiais emprestados.
O sistema de gerenciamento de biblioteca gerou dados de uso (por exemplo, logins em
recursos autenticados e empréstimos de biblioteca), para todos os IDs nos dados do aluno
definir. O acesso a recursos autenticados exige que o aluno insira seu ID
e senha. Como resultado, é fornecido um link para bancos de dados, periódicos eletrônicos,
e-books, leituras de cursos, provas e serviços, como sistema de chat de referência virtual,
inscrição em workshops, bem como renovação e
recall de itens emprestados. Os dados de uso foram coletados em três pontos do
primeiro semestre de 2010 e 2011 em 1º de abril, 15 de maio e 26 de junho.
as datas coincidem logo após a data do censo, meados do semestre e depois
época de exames no final do semestre. Logins e empréstimos de biblioteca
foram relatados como valores numéricos dos quais médias, medianas e
modos para cada tipo de uso foi calculado para as diferentes coleções
datas.
4.2.1. Análise
O programa SPSS Statistics 19 foi utilizado para realizar a coleta de dados
análise. Distribuições de frequência relacionadas à média, mediana, moda,
intervalo e inclinação foram gerados. Tabulações cruzadas foram aplicadas a
compare o uso da biblioteca entre subgrupos, como retirados e
alunos retidos, dentro da população estudada. A análise explorou:
• Login de estudantes de graduação para recursos autenticados e retenção;
• Login de estudantes maiores de 21 anos para autenticação
recursos e retenção;
• Status socioeconômico, logins e retenção para estudantes de graduação com endereço
permanente na Austrália;
• Empréstimos e retenção de bibliotecas para estudantes metropolitanos; e
• Biblioteca para estudantes metropolitanos de idade madura e menores de 21 anos
empréstimos e retenção.
4.3. População estudantil de graduação
Dos 8.526 alunos matriculados pela primeira vez na Curtin
Universidade, 6.330 eram alunos de graduação. A maior taxa de retirada
(22,9%) ocorreram no primeiro ano, e no final do semestre um
2011 (18 meses após a primeira matrícula) 26% do grupo de graduação
haviam desistido dos estudos. No final do primeiro semestre de 2010,
96,4% do grupo de alunos foram retidos. Na seguinte inscrição
ano, 77,1% da coorte original de alunos havia se reinscrito e, pelo
ao final do primeiro semestre de 2011, 73,9% foram retidos.
Com uma população de 6.330 habitantes, a análise baseou-se nos três
etapas mencionadas acima:
• Mantidos em junho de 2010: 6.102 alunos permaneceram matriculados para seus
primeiro semestre;
• Retidos em abril de 2011: 4.883 alunos matriculados novamente para os seguintes
ano acadêmico; e,
• Mantidos em junho de 2011: 4.684 alunos permaneceram matriculados para seus
terceiro semestre.
5. Descobertas
A extensão do uso da biblioteca por meio de logins em recursos autenticados
foi analisado em três etapas do progresso dos alunos: retenção em junho
2010, retenção em abril de 2011 e retenção em junho de 2011. Meios,
intervalo e distorção para dados de login foram calculados para todos os alunos
matriculado em abril de 2010, e as três etapas do progresso do aluno.
A Tabela 1 apresenta esses dados com base nos logins em junho de 2010 e junho de 2011.
Os dados da Tabela 1 mostram uma ligeira diminuição na média de logins no segundo
ano de inscrição, o que reverte a média ligeiramente superior de logins em
2010 para alunos que se reinscreveram em 2011. O valor muito mais baixo
medianas e modas para todos os cálculos de log-ins demonstram o
dados distorcidos negativamente e sugerem que um grande número de alunos está
ou não faz login ou está em níveis baixos. Análise de dados de login para
todos os alunos durante o primeiro semestre descobriram que 21,1% da coorte tinha
não logado em recursos autenticados até junho de 2010 e 46,3% tinham
conectado entre uma e 28 vezes. Na prática, a segunda conclusão
significa que os alunos fazem login nos recursos duas vezes por semana em
média. Os dados da Tabela 1 forneceram uma referência a partir da qual os intervalos
de logins foram criados para apresentação dos dados nas Figs. 1 a 4. As categorias de um a
28 logins e 29+ logins são baseadas na média de logins
calculado para todos os alunos matriculados em abril de 2010; as categorias 1 a 25
e 26+ logins baseiam-se na média de logins calculada em junho de 2011.
A decisão de agrupar logins em intervalos foi tomada para que os resultados
poderia ser apresentado de uma maneira fácil de ler, permanecendo alinhado
tabela 1
Logins em recursos autenticados por alunos de graduação.
Logins em junho de 2010ÿ Logins em junho de 2011ÿÿ
Alunos Modo Mediana Média Modo Mediana Média
Inscrito em abril de 2010a 28,06 12 Retido 0
0
em junho de 2010b 28,77 13 Inscrito em
abril de 2011c 30,8 Retido em 15 0 24,7 9 0
junho de 2011d 25,5 10 0
Observação.
ÿ
Faixa=0–509.
ÿÿ
Faixa=0–840.
a
n=6330.
b
n=6102.
c
n=4883.
d
n=4684.
Machine Translated by Google
G. Haddow/Biblioteca e Pesquisa em Ciência da Informação 35 (2013) 127–136
com as descobertas gerais para logins médios e medianos do grupo de estudantes.
Para explorar se os alunos que se envolvem em níveis mais elevados de
utilização da biblioteca têm maior probabilidade de serem retidos pela instituição,
os logins dos alunos retidos foram comparados com os dos alunos que
abandonaram os estudos. Foram realizadas duas tabulações cruzadas; primeiro,
para analisar os logins em junho de 2010, e a retenção ou desistência em junho
de 2010, e segundo, para analisar os logins em junho de 2011 por alunos que
haviam se reingressado em abril de 2011. A análise testou a diferença entre retidos
e retirados. alunos ao longo de cada semestre.
Embora uma proporção maior de alunos retirados tenha feito login em recursos
autenticados entre uma e 28 vezes ao longo do semestre, uma proporção muito
maior de alunos retidos fez login mais de 28 vezes. No outro extremo da escala,
os alunos desistentes tiveram zero logins, quase o dobro da proporção de alunos
retidos ao longo do semestre.
Uma análise mais aprofundada dos dados de login foi realizada para investigar
se os logins na primeira metade de um semestre em abril e maio sugeriam
resultados alternativos aos baseados nos logins de junho. Ou seja, se os alunos
afastados tivessem utilizado a biblioteca no início do semestre, então qualquer
tentativa de estabelecer associações entre o uso da biblioteca e a retenção seria
infundada. Usando as médias calculadas para os dados de abril (um a oito logins)
e maio (um a 20 logins), a análise encontrou proporções mais altas de alunos
desistentes do que de alunos retidos, que tiveram zero logins em recursos
autenticados em ambos os pontos no semestre (ou seja, 51,3% ante 31,9% em
abril e 39,9% ante 24,5% em maio). Além disso, proporções mais elevadas de
alunos retidos iniciaram sessão em recursos autenticados com mais frequência do
que os alunos retirados em ambos os momentos do semestre (ou seja, 32,2% em
comparação com 22,8% em abril e 33,2% em comparação com 16,7% em maio).
Para as faixas mais baixas de logins, há menos contraste nas descobertas. Mais
alunos retidos fizeram login entre uma a oito vezes em abril (36% em comparação
com 25,9%) e uma proporção ligeiramente maior de alunos retirados fez login
entre 1 e 20 vezes em maio (43,4% em comparação com 42,2%).
A Figura 2 apresenta os resultados dos dados de logins em junho de 2011
para alunos que realizaram rematrícula em abril de 2011 e retenção ou desistência
no final do semestre. A diferença entre os logins dos alunos retidos e dos
sorteados é acentuada, principalmente na faixa de 26+ logins e para zero logins.
Embora uma proporção maior de alunos retidos esteja fazendo login em recursos
autenticados, o número real de logins de muitos alunos é baixo. Mais da metade
dos alunos retidos efetuaram login, no máximo, 25 vezes durante o semestre de
16 semanas, e uma proporção considerável (17,6%) não fez login nesses recursos.
Para testar se os resultados de Junho de 2011 foram precedidos por tendências
semelhantes no início do semestre, foram realizadas análises adicionais para os
registos em Abril e Maio de 2011. Mais da metade dos grupos de estudantes
retirados tiveram zero
9.2
Mais de 29 logins
33,4
1-28 logins
Nenhum login
20.4
0 10 20 30 40
Porcentagem de alunos em grupos retirados/retidos
Figura 1. Logins em recursos autenticados e retenção ou desistência em junho de 2010 por alunos matriculados em abril de 2010 (n=6.330).
131
logins em recursos autenticados em abril e maio de 2011 (61,3% e 58,8%
respectivamente). Isto se compara com 33,2% e 19,7% nos mesmos pontos para
alunos retidos. No entanto, é notável que mais de 40% dos estudantes retirados
até Junho de 2011 tinham iniciado sessão em recursos autenticados em Maio de
2011.
Os resultados mostram que os alunos que permaneceram matriculados
acessaram recursos autenticados em proporções muito maiores do que os alunos
que desistiram (82,4% em comparação com 37,2%). Logicamente, esta é a única
conclusão possível; quando um aluno abandona os estudos, deixa de ter acesso
aos recursos da biblioteca. No entanto, os resultados sugerem que,
independentemente do momento da sua saída da universidade, os logins dos
alunos desistentes são inferiores aos logins dos alunos retidos ao longo do
semestre. Durante os primeiros semestres de 2010 e 2011, mais da metade dos
alunos retirados não haviam feito login em recursos autenticados até abril, e quase
40% e 60%, respectivamente, não tiveram login em maio de cada ano.
Para explorar se poderia ser observada uma associação entre o uso da
biblioteca, a idade e a retenção dos alunos, foram analisados os dados dos alunos
em idade madura (21 anos ou mais) e dos alunos com menos de 21 anos.
Os alunos em idade madura representam uma proporção considerável das
matrículas na universidade, com uma coorte em abril de 2010 que compreendia
31,4% (alunos de 1.986) do grupo de graduação. Do grupo de alunos em idade
madura matriculados pela primeira vez em abril de 2010, 94%, 64% e 59,4% foram
retidos em junho de 2010, abril de 2011 e junho de 2011, respectivamente. Isto se
compara às taxas de retenção daqueles na coorte de menores de 21 anos nos
mesmos pontos de tempo de 97,5%, 83,2% e 80,7%. Quando os logins em
recursos autenticados foram analisados por idade, uma proporção maior de alunos
em idade madura não teve logins em junho de 2010 e junho de 2011, embora na
data posterior tenha havido pouca diferença entre os logins das duas faixas
etárias . Em Junho de 2010, uma proporção maior de estudantes com menos de
21 anos de idade registava-se em níveis mais elevados (29 vezes ou mais) do que
os estudantes em idade adulta. Até junho de 2011, essas diferenças foram
revertidas; os estudantes em idade madura estavam acessando recursos
autenticados em níveis mais elevados (26 vezes ou mais) do que aqueles com
menos de 21 anos. Essas descobertas são apresentadas na Figura 3.
Os três estágios do progresso dos alunos foram usados para examinar os
logins das diferentes faixas etárias em relação à retenção ou abandono dos
estudos. Foram realizadas tabulações cruzadas para: (a) retenção em junho de
2010 e retenção ou retirada em abril de 2011; e (b) retidos em abril de 2011 e
retenção ou retirada em junho de 2011. Os logins de junho de 2010 foram utilizados
para a primeira análise e os logins de junho de 2011 para a segunda. A análise
centra-se nos logins a partir de duas perspectivas, uma retrospectiva e outra
concorrente. O primeiro analisou o login no primeiro semestre na universidade e a
rematrícula no ano seguinte. A segunda análise examinou alunos em idade madura
e menores de 21 anos retidos no segundo ano da universidade, bem como seus
logins e retenção ou desistência ao final do semestre.
51,8
46,1 Retirado
Retida
39
50 60 70
Machine Translated by Google

132 G. Haddow/Biblioteca e Pesquisa em Ciência da Informação 35 (2013) 127–136

5
Mais de 26 logins
29,3

36,7
1 a 25 logins
53.1 Retirado

Retida

58,3
Nenhum login
17.6

0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de alunos em grupos retirados/retidos
Figura 2. Logins em recursos autenticados e retenção ou desistência em junho de 2011 por alunos matriculados em abril de 2011 (n=4.883).

Diferenças notáveis foram encontradas para logins em junho de 2010 pelas duas
coortes de idade e retenção ou desistência em abril de 2011. A análise indicou que um
número maior do que o esperado de estudantes em idade madura que desistiram dos
estudos tiveram zero logins. Além disso, um número inferior ao esperado de estudantes
em idade madura iniciaram sessão com taxas mais elevadas (29 vezes ou mais) no
grupo retirado. Não houve diferenças notáveis entre as coortes de idade nos alunos
retidos durante este período. Para a coorte de alunos de graduação retidos em abril de
2011, logins em junho de 2011 e retenção em junho de 2011, mais alunos retidos em
idade madura do que o esperado estavam acessando recursos autenticados em níveis
mais altos (26 ou mais vezes) quando comparados com os mais jovens. grupo de
estudantes.
O estatuto socioeconómico (SES) foi identificado como um factor que influencia a
retenção. Este estudo procurou responder à questão: Existe associação entre o uso e
retenção da biblioteca e a situação socioeconômica dos alunos? O subconjunto de
alunos de graduação que foram codificados com um nível de NSE compreendia 5.125
alunos em abril de 2010, dos quais 9,8% foram codificados como NSE baixo, 52,8%
como médio e 37,4% como NSE alto.
Foram realizadas tabulações cruzadas para testar se o nível de NSE neste grupo de
estudantes de graduação estava associado à retenção ou desistência.
Não foram observadas diferenças entre os grupos SES e retenção ou retirada em
junho de 2010, abril de 2011 e junho de 2011.
Os dados de logins dos alunos codificados SES foram analisados usando
tabulações cruzadas para determinar se o nível SES está associado aos logins dos
alunos retidos em junho de 2010 (n=5.125), abril de 2011 (n=3.998) e junho de 2011
( n=3819). As diferenças entre o nível SES e
os logins foram menores, como pode ser visto na Figura 4. No entanto, os resultados
mostram que proporções menores de alunos codificados como de baixo NSE efetuam
login em recursos autenticados nas taxas mais altas (29+ e 26+ vezes) e proporções
mais altas dos alunos codificados como NSE baixo tiveram zero logins em cada etapa.
Para determinar se o NSE e os logins estavam associados à retenção, foram
realizadas tabulações cruzadas adicionais para: (a) alunos retidos em junho de 2010,
logins em junho de 2010 e retenção ou desistência em abril de 2011, e (b) alunos
retidos em abril de 2011, logins em junho de 2011 e retenção ou retirada em junho de
2011. Mais uma vez, não foram encontradas diferenças notáveis para o nível SES,
logins e retenção em ambos os estágios do progresso do aluno.
Neste estudo, o uso da biblioteca foi definido como logins em recursos autenticados
e empréstimos de itens físicos da biblioteca. Um subconjunto de alunos de graduação,
aqueles que residem na área metropolitana de Perth (4.681 em abril de 2010) e que
deveriam visitar o campus principal para pedir empréstimos, foram examinados para
determinar se os empréstimos da biblioteca estavam associados à retenção. Os
empréstimos de bibliotecas por estudantes metropolitanos foram calculados como
médias nos diferentes estágios de progresso dos alunos, apresentados na Tabela 2.
Estas conclusões indicam o baixo nível de empréstimos de bibliotecas em todas as
fases e uma ligeira diminuição nos empréstimos por parte dos alunos retidos no
segundo ano na universidade. O grande número de estudantes desta coorte que não
contraem nenhum empréstimo na biblioteca também é indicado pelas medianas e
modas apresentadas na Tabela 2. Mais da metade (59,4%) dos estudantes
metropolitanos não tinham nenhum empréstimo de biblioteca no final de seu primeiro semestre.
Dos estudantes metropolitanos rematriculados até abril de 2011, 63,9% não haviam

Retido em junho de 2011: mais de 26

logins 1 a 25 logins

Nenhum login

Retido em abril de 2011: mais de 29 logins

1-28 logins <21 anos

Nenhum login Idade madura

Retido em junho de 2010: mais de 29

logins 1-28 logins

Nenhum login

0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de alunos em faixas etárias
Figura 3. Logins em recursos autenticados por alunos maiores de idade e menores de 21 anos.
Machine Translated by Google

G. Haddow/Biblioteca e Pesquisa em Ciência da Informação 35 (2013) 127–136 133

Retido em junho de 2011: mais de 26 logins

1 a 25 logins

Nenhum login

Retido em abril de 2011: mais de 29 logins

SES alto
1-28 logins
SES Médio
Nenhum login
SES baixo

Retido em junho de 2010: mais de 29 logins

1-28 logins

Nenhum login

0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de alunos em coortes do SES
Figura 4. Logins em recursos autenticados por situação socioeconômica do aluno (SES).

emprestado da biblioteca em junho de 2011. Retenção por metropolitano
alunos de graduação e seus empréstimos à biblioteca até o final do semestre foram
analisados para alunos matriculados em abril de 2010 e abril de 2011. Esses
dados, apresentados na Tabela 3, indicam que há apenas uma ligeira diferença
entre os empréstimos da biblioteca de alunos retidos e retirados
depois do primeiro ano. No entanto, diferenças marcantes podem ser observadas no
empréstimos de biblioteca por alunos retidos e retirados no terceiro semestre
em junho de 2011 na universidade. As faixas de empréstimos da biblioteca são baseadas no
médias exibidas na Tabela 2.
Foram realizadas tabulações cruzadas para examinar empréstimos de bibliotecas em
diferentes momentos do primeiro semestre: abril, maio e junho de 2010. Retenção ou
a retirada também foi avaliada em abril de 2011. Refletindo as conclusões
apresentado na Tabela 3, nenhuma diferença notável foi encontrada no primeiro
semestre até junho, quando os alunos retidos pegaram empréstimos em taxas mais altas
cotações. Em abril, maio e junho de 2011, as diferenças entre bibliotecas
empréstimos por alunos retidos e retirados em junho de 2011 estão marcados em
todas as etapas, sugerindo que a retenção no segundo ano está associada
empréstimos de biblioteca. No entanto, o número extremamente elevado de alunos retidos
que não pediu nenhum empréstimo da biblioteca durante este período reduz
o potencial para argumentar que esses fatores estão associados.
Um estudo relacionado realizado por Haddow e Joseph (2010) descobriu que
estudantes de mais idade tendem a pedir mais itens emprestados do que estudantes com menos de 21 anos
velhos no primeiro semestre na universidade. As tabulações cruzadas foram
realizado para testar se as diferenças observadas no estudo anterior
eram verdadeiras para os estudantes metropolitanos de graduação, pois eles
progrediu na universidade. Os empréstimos médios da biblioteca para todos os estudantes
metropolitanos em abril, maio e junho de 2010 e 2011 foram usados para
Tabela 2
Empréstimos de bibliotecas por alunos de graduação metropolitana.
dados de empréstimos de bibliotecas em grupo (ver Tabela 2). Houve diferenças notáveis
empréstimos entre as duas faixas etárias. Durante o primeiro semestre em
2010, uma maior proporção de estudantes em idade madura contraíam empréstimos a
taxas mais elevadas do que os menores de 21 anos. Esta tendência continuou em
seu segundo ano na universidade, embora ambos os alunos em ambas as idades
os grupos pediam menos empréstimos na biblioteca. Essas descobertas são
apresentado na Figura 5 usando dados de empréstimos de bibliotecas de junho de cada ano.
Estes resultados mostram também que uma maior proporção de jovens com menos de
21 anos não recorreu à biblioteca em ambos os anos. No entanto, a proporção de estudantes
que contraem empréstimos a taxas mais elevadas (mais de três bibliotecas)
empréstimos) diminui no segundo ano para cada faixa etária.
6. Discussão
Este estudo descobriu que mais de um quarto dos recém-inscritos
estudantes de graduação abandonaram seus estudos universitários
dentro de 18 meses, com estudantes em idade madura desistindo muito
taxas mais elevadas do que a coorte de menores de 21 anos. Status socioeconômico
não parecia estar associado à retenção. Embora os alunos retidos
no estudo tendiam a se envolver em níveis mais elevados de uso da biblioteca, esses
as descobertas precisam ser temperadas com os resultados gerais para uso da biblioteca,
que é baixo e diminui à medida que os alunos progridem nos estudos.
Embora estas afirmações sejam verdadeiras no contexto dos dados recolhidos
e analisados, existem algumas limitações importantes para o estudo que
devem ser reconhecidos antes de discutir as descobertas com mais detalhes.
Primeiro, uma série de fatores podem influenciar se um aluno permanece
matriculado na universidade. Como afirma Tinto (1993) , este é um “complexo
interação de forças” (p. 3), e neste estudo muitas dessas forças são desconhecidas. Por
exemplo, a situação familiar e financeira dos estudantes não é

Tabela 3
Itens emprestados em junho Itens emprestados em junho
2010ÿ 2011ÿÿ Empréstimos de bibliotecas por estudantes de graduação metropolitanos e retenção ou retirada.

Alunos Modo Mediana Média Modo Mediana Média Porcentagem de alunos

Inscrito em abril de 2010a 3.13 0 0 Itens emprestados em junho Itens emprestados em junho
Retido em junho de 2010b 3.22 0 0 2010ÿ 2011ÿÿ

Inscrito em abril de 2011c 3.09 0 0 2,22 0 0

Zero 1–3 4+ Zero 1–2 3+
Retido em junho de 2011d 2,29 0 0
Retido em abril de 2011 57,6 18,6 23,8
Observação.

ÿ Retirado em abril de 2011 65,8 13,8 20.3

Faixa=0–146.
ÿÿ Retido em junho de 2011 62,7 17,9 19.4
Faixa=0–114.
a n=4681. Retirado em junho de 2011 89,7 5.8 4,5

b n=4488. Observação.

c n=3648. ÿ
matriculados em abril de 2010 (n = 4.681).
d ÿÿ
n=3493. matriculados em abril de 2011 (n = 3.648).
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134 G. Haddow/Biblioteca e Pesquisa em Ciência da Informação 35 (2013) 127–136
Reinscrito em abril de 2011: mais de 3 empréstimos de biblioteca
1-2 empréstimos de biblioteca
Zero empréstimos de biblioteca
Inscrito em abril de 2010: mais de 4 empréstimos de biblioteca
1-3 empréstimos de biblioteca
Zero empréstimos de biblioteca
0 10 20 30
Porcentagem de alunos em faixas etárias
5. Empréstimos de bibliotecas para estudantes metropolitanos em idade madura e menores de 21 anos.
nem é conhecida a sua motivação para realizar o curso matriculado, nem as suas
competências e experiência ao ingressar no curso (McGivney, 1996, p. 86; Tinto,
1993, p. 38). Complementar os dados quantitativos com dados qualitativos
obtidos através de outras fontes, como uma pesquisa com alunos de graduação,
poderia esclarecer algumas das razões pelas quais os estudantes deste estudo
abandonaram a universidade.
Existem também problemas inerentes aos subgrupos de estudantes examinados
neste estudo. O estatuto socioeconómico dos alunos foi codificado com base nos
códigos postais da sua residência permanente, método utilizado pelo Australian
Bureau of Statistics. Este método é falho e é reconhecido como tal pelo governo
australiano (Departamento de Educação, Emprego e Relações no Local de
Trabalho, 2009). A implicação é que alguns alunos foram codificados com níveis
de SES que não refletiam a sua formação. Além disso, a classificação da idade
madura como 21 anos ou mais é uma categoria de idade imposta (para efeitos de
relatório), e não uma categoria de idade significativa. Codificar os alunos em duas
coortes de idade significa que um jovem de 20 e um jovem de 21 anos são
separados na análise. Se os dados estivessem disponíveis, as faixas etárias
provavelmente forneceriam resultados mais úteis.
O uso da biblioteca foi definido como logins em recursos eletrônicos
autenticados e empréstimo de itens da biblioteca. O primeiro inclui a conexão com
uma série de serviços, incluindo um serviço de referência por chat, bancos de
dados e inscrições em workshops. Também inclui o acesso a e-books.
A noção de empréstimos de biblioteca como empréstimo físico da biblioteca é
complicada pela crescente disponibilidade de recursos electrónicos. Onde antes
parecia haver uma delimitação clara entre itens físicos emprestáveis e itens
eletrónicos acessíveis, as fronteiras estão agora confusas.
Além das questões discutidas acima, o foco numa instituição limita a medida
em que os resultados podem informar outras instituições ou ser generalizados em
todo o sector do ensino superior. Existem boas razões para examinar uma única
instituição, como observa Tinto (1993) , e ao fazê-lo o estudo foi capaz de explorar
o uso e a retenção da biblioteca para toda a população de estudantes de
graduação durante os três primeiros semestres na universidade.
Os alunos no primeiro ano de matrícula apresentam alto risco de desistência
(Lau, 2003) e este estudo confirmou resultados anteriores com a maior taxa de
desistência (22,9%) observada entre abril de 2010 e abril de 2011. A literatura
também observou que a idade madura os estudantes e os estudantes oriundos de
meios socioeconómicos mais baixos tendem a abandonar a escola a taxas mais
elevadas (Kuh et al., 2008; McGivney, 1996; van Stolk et al., 2007; Yorke, 2003).
Embora este estudo tenha apoiado as descobertas anteriores para adultos
16,8
24,4
17,4
17,2
65,7
58,4
<21 anos
19,7
31 Idade madura
18,2
15,9
62,1
53,1
40 50 60 70
estudantes de idade avançada, a origem socioeconómica dos estudantes não
pareceu estar associada a taxas de abandono mais elevadas. Tinto (1993, p. 49)
comentou a importância da preparação académica como um factor que pode
influenciar os resultados dos estudantes oriundos de meios socioeconómicos
desfavorecidos, mas adverte que a preparação académica, ou a falta dela, pode
aplicar-se a estudantes de todas as origens. McGivney (1996) discutiu a
necessidade de estudantes oriundos de meios socioeconómicos desfavorecidos
realizarem trabalho remunerado por razões financeiras. Embora seja possível que
o método de codificação dos níveis socioeconómicos neste estudo tenha afetado
os resultados, também pode acontecer que a fraca preparação académica e a
necessidade de trabalhar enquanto estudam sejam cada vez mais questões que
afetam todos os alunos, independentemente da sua origem socioeconómica
( Chait & Veneza, 2009; Devlin, James, & Grigg, 2008).
O uso da biblioteca, que é demonstrado por logins em recursos autenticados
e empréstimo de itens físicos, foi examinado como um substituto para o
envolvimento usando o modelo de integração de Tinto (1993) . Esta abordagem
alinha-se com a visão de que a biblioteca está entre os “sistemas institucionais
relevantes para melhorar o envolvimento dos alunos” (Paul Hamlyn Foundation,
2010, p. 9), bem como com uma visão também apresentada por Emmons e
Wilkinson (2011), Kuh e Gonyea (2003) e Mezick (2007). Os resultados do estudo
sugerem que níveis mais elevados de utilização de bibliotecas estão associados
à retenção e reflectem os encontrados por Crawford e Irving (2005), que relataram
que grupos de estudantes com maior utilização de fontes de informação electrónica
tinham taxas de retenção mais elevadas (Crawford, 2005).
Uma proporção maior de alunos retidos no segundo ano de universidade
acessava recursos autenticados com mais frequência do que os alunos que
desistiram após o primeiro ano.
semestre. Isto pode reflectir uma crescente consciência dos recursos da biblioteca
à medida que os alunos progridem no curso, caso em que é lógico que os alunos
que desistiram e que não tiveram tempo para desenvolver o seu conhecimento
dos recursos disponíveis acedam a recursos autenticados em níveis mais baixos.
Para os alunos do segundo ano de matrícula, a associação entre logins e retenção
foi ainda mais pronunciada, com quase 60% dos alunos desistentes não fazendo
login em recursos autenticados. Contudo, a ligação entre a utilização da biblioteca
e a retenção não é clara, uma vez que mais de 17% dos alunos retidos não tinham
iniciado sessão durante o mesmo período. Estes resultados confirmam os de
investigadores anteriores (Goodall & Pattern, 2011; Toner, 2008; Van Scoyoc &
Cason, 2006; Whitmire, 2001), que relataram o número substancial de estudantes
que não se envolvem numa variedade de atividades de utilização da biblioteca.
Mais da metade
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G. Haddow/Biblioteca e Pesquisa em Ciência da Informação 35 (2013) 127–136
os alunos retidos neste estudo faziam login em recursos autenticados menos de duas
vezes por semana, em média, e 20% dos alunos retidos não faziam login no primeiro
semestre. Duas questões surgem das descobertas, que seriam úteis para testar em
pesquisas futuras.
Primeiro, esses estudantes estão recorrendo a fontes alternativas de informação para
seus estudos? O estudo de Van Scoyoc e Cason (2006) relatou que mais de 75% dos
alunos usaram “outros recursos da web” (p. 52). Em segundo lugar, com base na
proporção de alunos retidos que não fizeram login em recursos autenticados nos dois
semestres examinados (20% e 17%), o comportamento de uso da biblioteca de um
aluno, uma vez estabelecido no primeiro semestre de matrícula, continua no da mesma
forma durante o período restante do curso?
Parece que esse não é o caso dos estudantes em idade madura, que emergiram
como as estrelas do estudo em relação ao uso da biblioteca. Não só acedem a
recursos autenticados no segundo ano de matrícula a taxas mais elevadas do que os
alunos mais jovens, como também contraem empréstimos a taxas mais elevadas.
Embora encorajadores para uma instituição que matricula uma proporção considerável
de estudantes em idade madura, os resultados precisam ser considerados juntamente
com o alto risco de abandono associado aos estudantes em idade madura no primeiro
ano. A descoberta de que muitos dos estudantes em idade madura não iniciaram
sessão em recursos autenticados no seu primeiro semestre na universidade sugere
que os serviços bibliotecários específicos podem ter um impacto positivo no seu
progresso.
Em média, os estudantes metropolitanos de graduação pegaram emprestado três
itens durante o primeiro semestre de 16 semanas. No segundo ano de universidade,
os alunos pegam emprestado menos itens da biblioteca e em proporções menores.
Seria tentador especular que a utilização dos recursos electrónicos da biblioteca é
uma substituição de empréstimos mais baixos da biblioteca, mas um declínio paralelo
na proporção de logins de alunos retidos em recursos autenticados sugere que isso
não está a ocorrer. Estas são tendências preocupantes, relatadas em pesquisas
anteriores (Crawford et al., 2004; Goodall & Pattern, 2011; Van Scoyoc & Cason, 2006;
Whitmire, 2001), e merecem mais atenção.
O SES dos alunos e a análise de login indicaram que os alunos com SES baixo
estavam acessando recursos autenticados em níveis ligeiramente mais baixos do que
os alunos dos grupos de SES médio e alto. Estes resultados podem indicar falta de
preparação académica no grupo de baixo NSE. No entanto, como referido acima, as
conclusões devem ser consideradas no contexto do método de codificação do contexto
socioeconómico e da possibilidade de os dados não serem fiáveis.
7. Conclusão
Tanto o uso como a retenção da biblioteca são multifacetados, abrangendo fatores
externos e internos ao aluno, dos quais apenas alguns foram examinados nesta
pesquisa. Como resultado, independentemente das associações aparentes entre a
retenção e o uso da biblioteca, o estudo não pode esperar tirar conclusões inequívocas
sobre se o envolvimento com a biblioteca influenciará positivamente a retenção de um
estudante na universidade. No entanto, os resultados apontam para algumas questões
potencialmente úteis a serem investigadas em pesquisas futuras. Os dados sobre o
uso da biblioteca por estudantes em idade madura sugerem tendências interessantes
ao longo dos três primeiros semestres de matrícula. Por outro lado, é preocupante que
um número substancial de estudantes esteja a perder recursos académicos e de
qualidade através da biblioteca. Tais recursos podem ter facilitado seu progresso na
universidade.
Concentrar-se nos dados de uma instituição tem as suas vantagens. As
descobertas podem ser relacionadas tanto quanto possível com atividades e serviços
específicos dentro da instituição, como informar programas de retenção e gestão de
bibliotecas. Contudo, os resultados não podem ser generalizados para outras
instituições devido às inúmeras diferenças entre as universidades e as suas populações
estudantis. Numa nota positiva, embora os resultados possam ser limitados na
aplicação, os métodos aplicados nesta investigação não o são. Os métodos podem
ser replicados em pesquisas futuras. Um estudo deste tipo tem o potencial de
demonstrar tanto a vontade de contribuir para questões institucionais como o valor da
biblioteca.
135
Para obter uma compreensão profunda de qualquer relação entre o uso da
biblioteca pelos alunos e as razões para abandonarem ou permanecerem na
universidade, são necessárias informações adicionais dos próprios alunos. É duvidoso
que toda a população possa ser incluída, como foi nesta pesquisa. No entanto, um
inquérito alargado proporcionaria a oportunidade de obter uma apreciação mais rica
da “interacção de forças” (Tinto, 1993, p. 3) em funcionamento. Também num contexto
mais amplo, os investigadores precisam de considerar como o uso da biblioteca é
definido e contabilizado para desenvolver uma abordagem consistente, o que facilitará
estudos comparativos.
Finalmente, no que diz respeito aos dados de utilização das bibliotecas, é
importante que os dados recolhidos pelas bibliotecas académicas sejam utilizados da
melhor forma possível. Como observa Brooks-Kieffer (2010) , os dados da biblioteca,
por vezes incorretamente chamados de estatísticas, são frequentemente relatados de
tal forma que revelam pouco sobre o impacto ou o papel da biblioteca num contexto institucional.
Certamente, os dados de uso da biblioteca por si só não dizem nada sobre o progresso dos alunos.
Ao analisar estes dados em combinação com outros dados institucionais, uma
biblioteca académica tem a capacidade de fazer mais do que identificar tendências de
utilização. Tal análise pode detectar aspectos do serviço bibliotecário para melhorar,
monitorar e avaliar e, como consequência, contribuir para os objetivos institucionais
com uma maior compreensão do papel da biblioteca.
Agradecimentos
O apoio da Biblioteca da Universidade Curtin é muito grato.
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Gaby Haddow é professora sênior no Departamento de Estudos da Informação, Curtin University, Perth,
Austrália, lecionando nas áreas de métodos de pesquisa e alfabetização informacional. O seu doutoramento
em comunicação da investigação para a prática foi atribuído em 2002 pela Universidade da Austrália Ocidental
e os seus actuais interesses de investigação incluem a comunicação da investigação para a prática e a
avaliação da investigação nas ciências humanas e sociais. A sua posição anterior na Curtin Library levou a
um projeto colaborativo contínuo sobre retenção de alunos e utilização da biblioteca, e ela está atualmente
envolvida num estudo internacional que investiga as competências de literacia informacional de estudantes
de licenciatura em LIS. Ela preside o Comitê de Pesquisa da Australian Library and Information Association e
é coeditora da Australian Academic & Research Libraries.