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Ainda que as normas sociais atravessem nossas vidas cotidianamente, raramente nós as
percebemos ou paramos para refletir sobre elas. Isso acontece porque através do
processo de socialização, que se dá desde nossa primeira infância, aprendemos a
internalizar as normas e reproduzi-las de forma quase espontânea. No entanto, quando
agimos de forma desviante - isso é, em desconformidade com alguma norma - somos
sancionados. A sanção pode ser entendida como a ação reativa das pessoas, grupos ou
instituições em relação a um comportamento considerado inadequado em relação às
normas sociais.
Quando a norma social está formalizada nas leis, pode acontecer uma forma de desvio
que conhecemos como crime. O crime é um tipo específico de desvio, que contraria as
leis estabelecidas e cujas sanções estão previstas pelo código penal. É provável que
todos nós, em algum momento da vida, tenhamos cometidos desvios, mas talvez o
mesmo não possa ser dito sobre o crime. Em todas as sociedades encontramos o desvio,
uma vez que o conflito com a ordem estabelecida é parte da própria dinâmica de
transformação social.
É importante notar, entretanto, que nem todas as normas sociais se aplicam igualmente
para todos os membros de uma sociedade. Há, por exemplo, normas que dizem respeito
apenas a como as mulheres ou os jovens devem se comportar. Além disso, normas
sociais não são fixas ou eternas. Diferentes sociedades possuem diferentes normas
sociais, uma vez que algo que é considerado aceitável em um cultura pode ser
intolerável em outra. Mesmo em uma única sociedade, notamos que as normas sociais
mudam ao longo da história. A homossexualidade, por exemplo, ainda é considerada
um desvio, mas isso tem se modificado ao longo das últimas décadas. Outro exemplo
ilustrativo é o divórcio, prática que não era prevista por lei no Brasil até o final da
década de 1970. Quando os valores de uma sociedade mudam, também mudam suas
normas e, por consequência, as sanções.
Bibliografia:
GIDDES, Anthony. Sociologia. 6a ed. Porto Alegre: Penso, 2012.