A utilização de inteligência artificial na criação ou cocriação artística tem sido

fonte para grandes debates entre os limites do que pode ser considerado Arte,
principalmente quando há mínimo envolvimento humano em sua criação. Outra grande
preocupação gira em torno do possível impacto no processo criativo e na indústria
da arte a longo prazo.

Para aprofundar essa discussão, recomendamos a leitura do artigo ChatGPT, DALL-E e

mais: como a IA impacta o futuro da criatividade, que traz uma boa visão geral
sobre o assunto.

Proteção à Arte e direitos autorais vs. AI generativa texto-para-imagem

Com o uso das redes para a divulgação de obras de arte, muitos artistas passaram a
buscar meios de proteger os seus trabalhos para que seus estilos, padrões e
assinaturas artísticas não alimentem os inputs dos bancos de dados de AI
Generativas de imagens. Um exemplo dessa iniciativa pode ser vista no artigo do New
York Times, This Tool Could Protect Artists From A.I.-Gererated Art That Steals
Their Style, que aborda uma ferramenta criada por um time de pesquisadores de
Ciências da Computação da Universidade de Chicago, que tenta proteger artistas e
seus estilos artísticos de AI generativas como o Midjourney ou Stable Diffusion.

O Glaze, como ficou conhecido, aplica um “revestimento estilístico” diferente na

arte digital antes do seu compartilhamento em rede, o que causa um ruído na
extração de dados dessas inteligências artificiais focadas em criação de imagens.
Caso queira conhecer mais sobre essa ferramenta de proteção de estilos a modelos de
AI texto-para-imagem, você pode acessar o artigo GLAZE: Protecting Artists from
Style Mimicry by Text-to-Image Models.

AI como ferramenta de cocriação artística

Por outro lado, na contramão dessa discussão, alguns artistas abraçam as diferentes
ferramentas de AI em seus processos criativos. Um exemplo desse trabalho que
envolve o uso de inteligência artificial como suporte à criação artística é o
projeto Little Martians, da artista, ilustradora e diretora de arte Vanessa Rosa. A
artista incorpora modelos cerâmicos feitos à mão a diferentes processos de AI,
transformando os modelos em objetos digitais 3D e finalizando sua obra em animações
baseadas nas esculturas.

Formada em História da Arte, Vanessa Rosa é uma entusiasta e pesquisadora da

incorporação de AI como cocriação artística. Como contribuição à reflexão sobre o
uso de inteligências artificiais no universo da Arte, sugerimos o seu artigo
Copyright Storm - Autoria na era da inteligência artificial.