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UD II - Limites
UD II - Limites
e Integral
Material Teórico
Limites
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Limites
• Introdução
• Limites
• Problemas de aplicação
Para ajudá-lo, realize a leitura dos textos indicados, acompanhe e refaça os exemplos resolvidos,
além de treinar com as Atividades Práticas disponíveis e suas resoluções ao final do conteúdo.
Não deixe de assistir, também, à apresentação narrada do conteúdo e de alguns exercícios resolvidos.
Finalmente, e o mais importante, fique atento às atividades avaliativas propostas e ao prazo
de realização e envio.
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Unidade: Limites
Contextualização
“Ninguém aprende Matemática ouvindo o professor em sala de aula, por mais organizadas e claras
que sejam suas preleções, por mais que se entenda tudo que ele explica”. Isto ajuda muito, mas
é preciso estudar por conta própria logo após as aulas, antes que o benefício delas desapareça
com o tempo... Mas esse estudo exige muita disciplina e concentração: estuda-se sentado à mesa,
com lápis e papel à mão, prontos para serem usados a todo o momento. Você tem de interromper
a leitura... para fazer um gráfico ou diagrama, ou alguma figura que ajude a seguir o raciocínio
do livro, sugerir ou testar uma ideia... Por isso mesmo, não espere que o livro seja completo, sem
lacunas a serem preenchidas pelo leitor; do contrário, esse leitor será induzido a uma situação
passiva, quando o mais importante é desenvolver as habilidades para o trabalho independente...
Os exercícios são uma das partes mais importante do livro. De nada adianta estudar a teoria sem se
aplicar na resolução dos exercícios propostos. Muitos desses exercícios são complementos da teoria
e não podem ser negligenciados, sob pena de grande prejuízo no aprendizado. Você estará fazendo
progresso significativo quando sentir que está realmente aprendendo a aprender.”
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Introdução
A ideia de limite surgiu na Grécia antiga (século V a.C.). Nesse tempo, Zenão de Eleia desafiou
os filósofos gregos com uma série de paradoxos . Entre eles, o de Aquiles e a tartaruga.
Glossário
Um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica,
ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é “o oposto
do que alguém pensa ser a verdade”. A identificação de um paradoxo baseado em conceitos
aparentemente simples e racionais tem, por vezes, auxiliando significativamente o progresso da
Ciência, Filosofia e Matemática.
O veloz Aquiles corre para alcançar uma tartaruga que se afasta dele, mas quando ele chega
ao lugar em que a tartaruga estava ela já partiu. Aquiles nunca pode alcançar a tartaruga,
porque na altura em que atinge o ponto de onde a tartaruga partiu, ela já terá se deslocado
para outro ponto. Na altura em que alcança esse segundo ponto, ela terá se deslocado de novo,
e assim sucessivamente, ad infinitum.
Arquimedes consolida esse conceito definindo a área do círculo como limite dos polígonos
inscritos e circunscritos, determinando como consequência o valor de π.
Vamos observar algumas situações em que estão presentes as ideias intuitivas de limite.
Se o câmbio do dólar americano se estabilizar em torno de R$ 2,00, então, o valor pago por
100 dólares estabilizará em R$ 200,00.
Logo, podemos dizer que o limite (valor pago por 100 dólares) é igual a R$ 200,00 quando
o valor pago por 1 dólar tende a R$ 2,00.
1
Considere sequência (an) de números, com an = , n ò * .
n
Veja a sequência numérica e observe o que acontece com a_n, conforme n cresce
indefinidamente.
Dizemos que quando n tende ao infinito, o limite da sequência é igual a zero, pois o valor
obtido tende a zero.
Sequência=1 0,1 0,01 0,001 0,0001 0,00001...
Imagine uma placa metálica quadrada que se expande de maneira uniforme ao ser aquecida.
Se é o comprimento do lado, a área da placa é dada por A = 2 . Portanto, quando se
aproxima de = 2 se aproxima de 9 como um limite. Simbolicamente, escreveremos lim 2 = 9.
A 3, →3
Pense agora que você está acelerando um automóvel. Quando o acelerador for calcado para
baixo cerca de 2 cm, a velocidade se manterá próxima a 60 km/h.
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Unidade: Limites
Logo, podemos dizer que o limite (a velocidade instantânea do carro) é 60 km/h quando o
acelerador tender a 2 cm para baixo.
Matematicamente, expressamos essa informação da seguinte maneira:
lim v ( x ) = 60
x→ 2
Limites
Podemos observar claramente que quanto mais x se aproxima de 2, tanto para valores
menores do que 2 (pela esquerda), como para valores maiores do que 2 (pela direita), f(x) se
aproxima cada vez mais de 4.
Observe no gráfico e analise para que valor a função tende (olhe no eixo y), quando nos
aproximamos do valor 2 (eixo x).
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Seja f(x) uma função definida em um intervalo aberto em torno de x0, Se f(x), fica tão
próximo de L (tanto quanto quisermos) para todos os valores de x de próximos de x0, dizemos
que f tem um limite L quando x tende a x0 e escrevemos:
lim f ( x ) = L
x → x0
9
Unidade: Limites
Limite inexistente
Vamos analisar o seguinte caso:
x x, se x ≥ 0
Seja a função f ( x ) = , sendo x =
x − x. se x < 0
Observe a função e verifique se ela tem limite ou não. Lembre-se de que para que exista o
limite, a função deverá tender para o mesmo número, tanto pela direita como pela esquerda.
Se escolhermos para x qualquer valor positivo, o resultado será sempre 1. Portanto, uma
função constante de valor 1.
Por exemplo, se escolhermos o valor 5 para o x, para calcular o valor da função vamos
substituir na expressão:
5
f ( 5=
) = 1
5
Se a escolha recair em um número negativo, o resultado sempre -1.
Vamos verificar o que acontece com a função quando nos aproximamos do valor zero.
Se nos aproximarmos do zero pela esquerda (valores menores do que zero, portanto, números
negativos) o valor da função tende para -1.
Se nos aproximarmos do zero pela direita (valores maiores do que zero, portanto, números
positivos) o valor da função tenderá para 1.
Conclui-se, então, que os limites tendem para valores diferentes quando nos aproximamos de
zero pela esquerda ou pela direita.
Se os valores não coincidem implica que a função não tem limite quando x tende a zero.
10
Se isto acontecer, significa que a função tem limite e o valor desse limite é o mesmo para o
qual a função tende.
A função f(x) que estamos analisando não está definida no ponto 4, ou seja, não é possível
calcular a sua imagem no ponto 4.
Queremos saber se a função tem limite quando x tende a 4. A função é definida em partes,
para valores maiores e menores do que 4. Portanto, teremos de calcular os limites laterais para
saber se a função terá ou não limite.
Para calcular o limite de forma algébrica, basta substituir o valor de x diretamente na função.
Observe:
lim f ( x ) = 4 − 4 = 0
x → 4−
lim f ( x ) = 4 − 4 = 0
x → 4+
Portanto, a função tende a zero quando f se aproxima do 4 tanto pela esquerda quanto
pela direita.
Se a função tende para um único valor, significa que a função tem limite e o valor desse limite
é o valor para o qual ela tende.
É importante observar que o fato da função não estar definida em um ponto não implica a
existência ou não de um limite, pois vamos observar o comportamento da função na vizinhança
do ponto.
11
Unidade: Limites
0
Sempre que chegarmos ao resultado , implica que o nosso limite está indeterminado, ou
0
seja, ele pode ou não existir.
Para resolver esse problema, teremos que manipular algebricamente essa função para saber
se o limite existe ou não.
Nosso objetivo será eliminar o denominador que está “atrapalhando” a resolução do
nosso problema.
Podemos fatorar a expressão do numerador e com isso será possível cancelar o
denominador, observe:
x2 − 4 4 − 4 0
lim = =
x→ 2 x − 2 2−2 0
Ao se reescrever a função como um produto de dois fatores, é possível cancelar um deles (x-2) e,
portanto, calcular o limite da função substituindo o x por 2.
Notação:
Trocando Ideias
Lembre-se de que infinito não é número real que se representa na reta real, mas sim um conceito.
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Quando X tende para zero
Analise o comportamento da função abaixo, observando a tabela.
Verifique o seu limite pela esquerda e pela direita, quando x tende para zero: f(x) =1/x.
Verifique, também, se quando x tende para zero se a função tem valores se aproximando de
um limite bem definido:
Note que quando nos aproximamos de zero pela esquerda (valores menores do que zero), a
função vai tendendo para um valor cada vez menor. Ele tende para o menos infinito.
Quando nos aproximamos do zero pela direita, para valores maiores do que zero, a função
tende para valores cada vez maiores, ou seja, tende ao mais infinito.
Dizer que uma função tende para mais infinito ou menos infinito é uma forma de dizer que
essa função não tem limite.
Pro priedade 1
Para qualquer constante real k, lim k = k
x→ a
lim 7 = 7
x→ 2
Propriedade 2
Para qualquer número real n, lim x n = a n
x→ a
Exemplo:
2 2
lim x= 3= 9
x →3
Propriedade 3
lim kf ( x ) = k lim f ( x )
x→ a x→ a
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Unidade: Limites
Exemplo:
lim 3 x 2 = 3lim x 2
x→ 2 x→ 2
x 2 3. ( 2=
) 3.4 2
lim 3= = 12
x→ 2
x 2 3. ( 2=
) 3.4 2
3lim = = 12
x→ 2
Propriedade 4
lim f ( x ) ±=
g ( x ) lim f ( x ) ± lim g ( x )
x→ a x→ a x→ a
Exemplo:
Propriedade 5
Exemplo:
lim
=
x →5
x 2 .3 x (=
5) .3.5
2
375
lim x 2 = 25
x →5
x 3.5
lim 3= = 15
x →5
lim x 2 .lim
= 3 x 25.15
= 375
x →5 x →5
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Propriedade 6
f ( x ) lim f ( x)
=lim x→ a
, se lim g ( x ) ≠ 0
x→ a g ( x ) lim g ( x ) x→ a
x→ a
Exemplo:
x 2 + 1 lim x2 + 1
lim = x→ 2
x→ 2 x + 3 lim x + 3
x→ 2
x 2 + 1 22 + 1 5
lim = = = 1
x→ 2 x + 3 2+3 5
lim x 2 + 1 = 22 + 1 = 5
x→ 2
lim x + 3 = 2 + 3 = 5
x→ 2
lim x 2 + 1 5
x→ 2
= = 1
lim x + 3 5
x→ 2
Tempo(s) 0 1 2 3 4 5 6 7 ...
Espaço (m) 0 2 5 9 14 20 27 35 ...
14 − 2
[1, 4]
tvm= = 3m / s
4 −1
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Unidade: Limites
f ( X B ) − f ( X A ) Äy
=tvm =
[X A,XB ] XB − XA Äx
Retas Tangentes
Reta tangente a uma curva y = f(x) num ponto P(x0, f(x0)). Considere um ponto Q(x, f(x)) que
seja distinto de P e calcule a inclinação da reta secante PQ (m PQ):
f ( x ) − f ( x0 )
m PQ =
x − x0
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Para obter a velocidade instantânea no instante t0, consideram-se intervalos de tempo entre
t0 e t0 + h e se calcula o limite das taxas de variação (tvm [t0, t0 + h]) quando h tende para zero.
A velocidade instantânea ou a taxa de variação instantânea (tvi) de uma função f no instante
t0 ou a derivada da função é dada por:
∆y
lim
∆x → 0 ∆x
Sendo:
∆y = f(x0 + ∆x) – f(x0)
O valor desse limite é denotado por f’(x0) e dizemos que f é derivável em x0.
Para ∆x tendendo a zero, a reta secante que passa por PQ muda de posição, pois o ponto Q
vai se aproximando do ponto P, ou seja, tendo à reta tangente ao gráfico em P.
f ( xo + ∆x ) − f ( x0 )
m = lim
∆x → 0 ∆x
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Unidade: Limites
Exemplo
Vamos usar a ideia de limite para obter a equação da reta t, tangente ao gráfico de f(x) = –
x – 1 no ponto P de abscissa 1.
2
Resolução
O ponto P é um par ordenado. Portanto P (x, y), temos o valor de x e, portanto, precisamos
achar o valor de y, pela função, ou seja, f(1) = –2, logo P = (1, –2).
A partir dessa informação, podemos calcular o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico
no ponto P.
f (1 + ∆x ) − f (1)
lim
∆x → 0 ∆x
f [(1 + ∆x ) − 1] − ( −2)
2
lim
∆x → 0 ∆x
− 1 + 2 ∆x + ( ∆x ) − 1 + 2
2
lim
∆x → 0 ∆x
−1 − 2 ∆x − ( ∆x ) − 1 + 2
2
lim
∆x → 0 ∆x
−2 ∆x − ( ∆x )
2
lim
∆x → 0 ∆x
∆x ( −2 − ∆x ) -2
lim
∆x → 0 ∆x
Como o limite encontrado é igual à inclinação da reta (ou seja, é o seu coeficiente angular),
podemos substituir na fórmula:
y=ax+b
y=-2x+b
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Nosso próximo passo será achar o valor de b, e conseguimos isso substituindo os valores
conhecidos de x e y (ponto P), na função:
A ordenada no ponto p é -2
-2=-2.1+b P (1, -2)
b=0
A equação da reta tangente ao ponto P é: y=-2x.
Observe no gráfico a seguir a equação da reta encontrada e a equação tangente ao gráfico
da parábola abaixo.
f 2+ ∆ x−2 − 0
lim
∆x → 0 ∆x
∆x 1, se x > 0
lim =
∆x → 0 ∆x −1, se x < 0
Podemos observar que os limites laterais não coincidem, ou seja, os limites são diferentes e
isso implica que não existe limite no ponto 2.
Conclusão: a função não é derivável no ponto 2.
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Unidade: Limites
Problemas de aplicação
Exercício 1
Seja f: RR dada por f(x) = ax2, derivável. Calcule o coeficiente angular da reta tangente à
curva no ponto de abscissa x= a.
Resolução
Como já vimos no exercício anterior, o coeficiente angular da reta tangente à curva em um ponto
P qualquer é numericamente igual ao limite da função nesse ponto quando o ∆x tende a zero.
Nosso primeiro passo é calcular esse limite:
f ( a + ∆x ) − f ( a )
lim ax 2 =
∆x → 0 ∆x
f ( a + ∆x ) = a. ( a + ∆x ) = a a 2 + 2a ∆x + ( ∆x )
2 2
f ( a + ∆x ) = a 3 + 2a 2 ∆x + ( ∆x )
2
( a ) a=
f= .a 2 a 3
a 3 + 2a 2 ∆x + ( ∆x ) 2 − a 3
lim ax 2 =
∆x → 0 ∆x
2a 2 ∆x + ( ∆x )
2
2
lim ax =
∆x → 0 ∆x
lim ax
=
∆x 2a 2 + ∆x
= 2a 2 2 ( )
∆x → 0 ∆x
Resposta
O coeficiente angular da reta tangente à curva f(x)= ax2 é 2a2.
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Exercício 2
Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de f(x) = x2 no ponto de abscissa -2.
Resolução
Se o que buscamos é a equação da reta tangente, nosso primeiro passo será identificar
o coeficiente angular dessa reta, que sabemos ser numericamente igual ao limite da função
quando o valor de x tende à -2:
f ( −2 + ∆x ) − f ( −2)
lim x 2 =
x →−2 ∆x
f ( 2 + ∆x ) =( 2 + ∆x ) =4 − 2 ∆x + ( ∆x )
2 2
f ( −2) =( −2) =4
2
4 − 2 ∆x + ( ∆x ) − 4
2
2
lim x =
x →−2 ∆x
∆x ( −2 + ∆x )
lim x 2 = = −4
x →−2 ∆x
Basta substituir os valores de x e y por um par ordenado conhecido. Sabemos que quando x
é -2, o y = 4, portanto:
4=-4.(-2)+b
4=8+b
A equação da reta procurada é y=-4x-4.
Continuidade
Dizemos que uma função f(x) é contínua num ponto a de seu domínio se as seguintes
condições são satisfeitas:
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Unidade: Limites
2) lim f ( x ) existe.
x→ a
3) lim f ( x ) =f(a)
x→ a
Para que a função seja contínua, ela não pode ter nenhuma interrupção. É a ideia de uma
linha continua, sem quebras.
No caso dessa função, observe que ela não está definida no ponto 2, ou seja, não há imagem
para x = 2. Portanto, ela não é contínua porque não está definida no ponto x = 2.
A função não atende uma das condições acima mencionadas. Para a função ser contínua, ela
tem que atender as três condições simultaneamente.
lim 2 x = 10
x → 5−
lim 3 x + 5 =20
x → 5+
Os limites laterais não coincidem. Portanto, o limite de f(x) não existe. Com essa informação
percebe-se que a função não atende a condição 2, portanto a função não é contínua.
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Definição formal de limite
2 x − 1, se x ≠ 3
f ( x) =
= x 6,= se x 3
Intuitivamente, nota-se que quando mais próximo se está do número 3, mas para um número
diferente de 3, o limite L é 5, ou seja:
lim f ( x ) = 5
x →3
Para obter informações detalhadas de como f(x) se comporta (quanto varia) quanto mais
perto se está do número 5, podemos fazer o seguinte questionamento:
A que proximidade do 3 o x deve estar para que f(x) difira de 5 por menos de 0,1?
A distância de x até 3 é igual ao módulo: |x-3| e a distância de f(x) até
5 é |f(x)-5|.
Nosso problema será achar um número δ (letra grega delta), tal que:
|f(x)-5|<0,1 se |x-3|<δ
Vamos resolver essa inequação:
|(2x-1)-5|<0,1
|2x-6|<0,1
2|x-3|<0,1
|x-3|<0,1/2=0,05
δ<0,05
Saber que δ<0,05, que dizer que se o x estiver a uma distância de no máximo 0,05 do
número 3, então f(x) estará a uma distância de no máximo 0,1 de 5.
Se mudarmos o número 0,1 do nosso problema, para o número menor 0,01 e utilizarmos o
mesmo método para calcular o valor de δ, vamos verificar que f(x) estará distante de até 0,01
do número 5, desde que x esteja distante de até 0,005 de x.
Se mudarmos o 0,1 por 0,001, um número menor ainda, vamos achar um δ<0,0005.
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Unidade: Limites
Esses números 0,1, 0,01, 0,001 são chamados erros de tolerância, ou tolerância que se
pode admitir.
Para que o número 5 seja precisamente o limite de f(x) quando o x tende a 3 é preciso
conseguir que a diferença entre f(x) e o número 5 seja menor que qualquer número positivo.
Se chamarmos um número positivo arbitrário pela letra grega ε épsilon, podemos reescrever o
nosso problema da seguinte forma:
ε
|f(x)-5|<ε se 0<|x-3|<δ= .
2
A sentença acima é uma maneira precisa de dizer que f(x) está próximo de 5 quando x está
próximo de 3. Assim, é possível obter os valores de f(x) dentro de uma distância arbitrária ε do
ε
número 5 tomando os valores de x dentro de uma distância de do número 3.
2
Seja f uma função definida em um intervalo aberto que pode ou não conter o número a, dizemos
que o limite de f(x) quando x tende ao número a é L, e escrevemos:
lim f ( x ) = L
x→a
Uma vez que |x-a| é a distância do número a até o x e |f(x)-L| é a distância de f(x) até L, e
sabendo que ε pode ser arbitrariamente pequeno, podemos expressar a definição de limite (na
linguagem materna) como:
O limite da função f(x) quando x tende ao número a é L significa que a distância entre f(x) e L
pode ser arbitrariamente pequena tomando-se a distância de a até x suficientemente pequena,
mas diferente de zero.
Nosso problema consiste em demonstrar que para qualquer ε>0 é possível encontrar um
δ>0 adequado de tal modo que x seja diferente de 1e esteja a uma distância menor do que δ
de x0 = 1.
Isto é, sempre que 0<|x-1|<δ será verdade que |f(x)-2|<ε.
Encontra-se o valor de δ resolvendo a inequação:
|f(x)-L|<ε
|(5x-3)-2|<ε
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|5x-5|<ε
5|x-1|<ε
ε
|x-1|<
5
ε
Podemos tomar δ como , portanto ε=5δ
5
ε
Se 0<|x-1|< , então:
5
|(5x-3)-2|<5δ
|(5x-5)|<5δ
5|x-1|<5δ
5δ
|x-1|<
5
Como ε=5δ, então:
ε
|x-1|< 5
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Unidade: Limites
Material Complementar
Outra indicação:
• Capítulo 2 do livro Cálculo (George B. Thomas Jr), (volume 1), de Maurice D. Weir, Joel
Hass, Frank R. Giordano. São Paulo: Addison Wesley, 2009. p. 66-91.
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Referências
THOMAS JR., George B. et al. Cálculo (de) George B. Thomas jr. 12.ed. São Paulo:
Addison-Wesley, 2003.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Em curso de cálculo. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001-2002.
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Unidade: Limites
Anotações
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