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P1_Livro3_Mecanica_Alelex_1a90 07/08/12 08:44 Página I

LIVRO

1
3 FÍSICA
CIÊNCIAS DA
Índice
NATUREZA E SUAS
TECNOLOGIAS
EDUARDO FIGUEIREDO
Coordenador e Professor Mecânica
do Curso e Colégio Objetivo
RONALDO FOGO
1 – Estudo do Plano Inclinado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
CAIO SÉRGIO V. CALÇADA
RICARDO HELOU DOCA 2 – Componentes da Força Resultante . . . . . . . . . . . . 8
Professores do Curso e Colégio Objetivo
3 – Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

4 – Potência Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

5 – Energia Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Óptica
1 – Ângulo Limite e Reflexão Total . . . . . . . . . . . . . . 91

2 – Dioptro Plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

3 – Lâmina de Faces Paralelas . . . . . . . . . . . . . . 104

4 – Prismas Ópticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111

5 – Lentes Esféricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

6 – Óptica da Visão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149

7 – Instrumentos de Óptica . . . . . . . . . . . . . . . 159


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Eletrostática
1 – Propriedades do Campo Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167

2 – Condutor em Equilíbrio Eletrostático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176

3 – Campo Elétrico Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191

4 – Capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201

Ondas
1 – Oscilações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219

2 – Noções Gerais de Ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236

3 – Estudo Matemático da Onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250


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CAPÍTULO
Mecânica

1 ESTUDO DO
PLANO INCLINADO

A balança indica a força normal que comprime a sua


mola.
Para calculá-la, devemos aplicar a 2.a Lei de Newton na
direção vertical.

1. Componentes do peso Ainda no triângulo em destaque, temos:



Consideremos um plano inclinado de um ângulo ␣ | Pt | →
sen ␣ = ––––

⬖ | Pt | = Pt = Psen ␣
em relação ao plano horizontal.
|P|

| Pn | →
cos ␣ = ––––

⬖ | Pn | = Pn = Pcos ␣
|P|
Como não há aceleração na direção perpendicular ao

plano, concluímos que a reação normal de apoio Fn equi-

libra a componente normal do peso Pn, isto é:
→ → → → → → →
Fn + Pn = 0 ⇒ Fn = –Pn ⇒ | Fn| = | Pn| = Pcos ␣
Um objeto colocado nesse plano, supondo a inexis-
tência de atrito, fica sob a ação de duas forças: 2. Aceleração no
→ plano inclinado sem atrito
1) força peso P aplicada pela Terra;
→ A força resultante, responsável pela aceleração do
2) força de reação normal do plano Fn. →
corpo, será a componente tangencial de seu peso: Pt , isto é,
No estudo→
do plano inclinado, é usual decompormos tudo se passa como se a única força atuante no corpo fos-

a força peso P em duas parcelas: → se Pt.
I. Componente paralela ao plano Pt, denominada → →
componente tangencial do peso e que solicita o bloco 2.a Lei de Newton: Pt = m a
para baixo. (PFD)
→ Psen ␣ = ma
II. Componente normal ao plano Pn, denominada
componente normal do peso e que é responsável pela mg sen ␣ = ma
compressão do bloco contra o plano de apoio; tal compo-
nente tem relevante importância em problemas em que a = g sen ␣
existe atrito.
Portanto, concluímos que, quando o corpo escorrega
Na figura, o ângulo assinalado no triângulo em des- livremente, em um plano inclinado de ␣, sem atrito, sua
taque é igual ao ângulo ␣ do plano por ter lados perpen- aceleração terá módulo igual a g sen ␣, em que g é o mó-
diculares ao referido ângulo. dulo da aceleração da gravidade local.

1
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Destaque-se o fato de que tal aceleração independe da massa do corpo (fenômeno análogo à queda livre vertical).

As distâncias percorridas num mesmo intervalo de tempo vão aumentando em progressão aritmética.

A bola desliza no plano inclinado em movimento uniformemente variado. As distâncias percorridas num mesmo intervalo de tempo vão aumentando em progressão
aritmética.

1. (UNIFESP-MODELO ENEM) – Conforme noticiou um site da Nestas condições, o módulo da aceleração desenvolvida por uma
Internet, cientistas da Universidade de Berkeley, Estados Unidos, telha, em m/s2, é
“criaram uma malha de microfibras sintéticas que utilizam um a) 3,8 b) 4,2 c) 4,4 d) 5,5 e) 5,6
efeito de altíssima fricção para sustentar cargas em superfícies Dados: coeficiente de atrito = 0,2
lisas”, à semelhança dos “incríveis pelos das patas das lagar- g = 10m/s2; o efeito do ar é desprezível
tixas”. (www.inovacaotecnologica.com.br). Segundo esse site, os Resolução
pesquisadores demonstraram que a malha criada “consegue
suportar uma moeda sobre uma superfície de vidro inclinada a até
80°” (veja a foto).
Dados sen 80° = 0,98,
cos 80° = 0,17 e tg 80° = 5,7

Pode-se afirmar que, nessa


situação, o módulo da força de atrito
estático máxima entre essa malha,
que reveste a face de apoio da
moeda, e o vidro, em relação ao
6,0
módulo do peso da moeda, equivale 1) sen ␪ = –––– = 0,60
a, aproximadamente, 10,0
a) 5,7% b) 11% c) 17%
d) 57% e) 98% cos ␪ = 0,80
Resolução 2) PFD (telha):
Para a moeda ficar em equilíbrio, temos: Pt – Fat = ma
Fat = Pt = P sen ␪ mg sen ␪ – ␮ mg cos ␪ = ma ⇒ a = g (sen ␪ – ␮ cos ␪)
Na iminência de escorregamento, vem:
Fat = P sen 80° a = 4,4m/s2
máx a = 10 (0,60 – 0,2 . 0,80) (m/s2) ⇒
Fat = P . 0,98 ⇒ Fat = (98%) P Resposta: C
máx máx

Resposta: E 3. (FATEC) – Um bloco de 40kg está apoiado sobre um plano incli-



nado de 30° e sobe, a partir do repouso, sob ação da força F para-
2. (VUNESP-MODELO ENEM) – Ao modificar o estilo de uma casa
lela ao plano inclinado, com aceleração escalar de 2,0m/s2. O
para o colonial, deseja-se fazer a troca do modelo de telhas
existentes. Com o intuito de preservar o jardim, foi montada uma coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o plano vale 0,40.
rampa de 10,0m comprimento, apoiada na beirada do Adotando-se g = 10m/s2, o valor de F é, aproximadamente:
madeiramento do telhado, a 6,0m de altura. a) 419N b) 280N c) 200N d) 180N e) 100N
No momento em que uma telha – que tem massa de 2,5kg – é
colocada sobre a rampa, ela desce acelerada, sofrendo, no entan-
to, a ação do atrito.

Resolução

Além da força F, o bloco está sujeito às seguintes forças:

1) o seu peso P, aplicado pela Terra, que é decomposto em uma
→ →
componente tangencial Pt e uma componente normal Pn.

2
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2) a reação de apoio R, aplicada pelo plano, que é decomposta 5. No esquema da figura, o fio e a polia são ideais e não se conside-

em uma componente de atrito Fat e uma componente normal ra a resistência do ar. O sistema é abandonado do repouso.
→ Os blocos A e B têm massas de 2,0kg.
Fn.
O módulo da aceleração de gravidade vale 10,0m/s2 e ␣ = 30°.
Como a aceleração do bloco não tem componente na direção
normal ao plano, obtemos:
→ → →
F + P = 0 ⇒ Fn = Pn = mg cos ␪
n n

Supondo-se a inexistência de atrito, determine


a) o módulo da aceleração do sistema;
b) a intensidade da força que traciona o fio.
Resolução
a) A força que acelera o sistema (A + B) é a componente
Representemos as forças na direção paralela ao plano e apli- tangencial do peso do bloco A:
quemos a 2.a Lei de Newton: PFD (A + B): PA . sen ␣ = (mA + mB) a

PFD: F – (Pt + Fat) = ma 1


2,0 . 10,0 . ––– = (2,0 + 2,0) a ⇒ a = 2,5m/s2
2
Como: b) Isolando-se o bloco B:
PFD (B): T = mB a
Pt = mg sen ␪
T = 2,0 . 2,5(N) ⇒ T = 5,0N
Fat = ␮ FN = ␮mg cos ␪
Respostas: a) 2,5m/s2
b) 5,0N

F – (mg sen ␪ + ␮mg cos ␪) = ma 6. (UFBA) – A figura abaixo mostra um plano inclinado sobre o qual
F – 400 (0,50 + 0,40 . 0,87) = 40 . 2,0 desliza, sem atrito, uma plataforma P, munida de uma balança B,
sobre a qual se encontra um bloco
F – 339 = 80 ⇒ F  419N de massa 40 kg. Determine a
massa m’ que deve ser colocada
Resposta: A nessa balança, em repouso, para
se ter um peso igual ao peso
4. (UFPE) – No plano inclinado da figura abaixo, o bloco de massa M aparente da massa m.
desce com aceleração dirigida para baixo e de módulo igual a 1
2,0m/s2, puxando o bloco de massa m. Dados: cos (60°) = ––
2
 3
sen (60°) = –––––
2
Resolução
O sistema constituído pela plataforma, balança e bloco desce o
plano inclinado com uma aceleração paralela ao plano e com
intensidade dada pela 2.a Lei de Newton:
Pt = Ma
Sabendo-se que não há atrito de qualquer espécie, qual é o valor
da razão M/m? Considere g = 10,0m/s2 e despreze o efeito do ar. Mg sen ␪ = Ma ⇒ a = g sen ␪
Resolução
A indicação da balança é provocada pela força vertical que o bloco
O bloco de massa M é solicitado para baixo pela componente
exerce sobre ela e cuja intensidade indicamos por FN.
tangencial de seu peso (Pt = Mg sen ␪).
O bloco de massa m é solicitado para baixo pelo seu peso (P’ = mg).
A força resultante, que acelera o sistema constituído pelos blocos
M e m, tem intensidade dada pela diferença entre Pt e P’.
Aplicando-se a 2.a Lei de Newton ao sistema (M + m), tem-se:

Pt – P’ = (M + m) a

Mg sen ␪ – P’ = (M + m) a Na figura, representamos as componentes das forças trocadas en-


tre a balança e o bloco m, de acordo com a lei da ação e reação.
1 A força de atrito que a balança aplica
M . 10,0 . ––– – m . 10,0 = (M + m) 2,0
2 sobre o bloco é responsável pela
componente horizontal de sua ace-
5,0M – 10,0m = 2,0M + 2,0m
leração ax.
A resultante entre a força normal
M que a balança aplica sobre o bloco e
3,0M = 12,0m ⇒ ––– = 4,0
m o seu peso é responsável pela com-
ponente vertical de sua aceleração
Resposta: 4,0
ay.

3
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ax = a cos ␪ = g sen ␪ cos ␪ 1,6mg – (0,6mg +0,8mg) = ma


ay = a sen ␪ = g sen ␪ . sen ␪ = g sen2 ␪ 1,6g – 1,4g = a

3 a = 0,2g = 0,2 . 10m/s2 ⇒ a = 2,0m/s2


Como sen ␪ = –––––, tem-se:
2 Resposta: D

 2 3
–––––
2 
ay = g 3 ⇒ ay = ––– g 8. Considere um trilho
4 circular de raio R em um
plano vertical e fixo no
Estudando-se apenas o movimento vertical do bloco e aplicando- solo horizontal, conforme
se a 2.a Lei de Newton, temos: mostra a figura.
Considere um plano
inclinado sem atrito com
uma das extremidades
P – FN = m ay presa em A e a outra em
um ponto qualquer B do
3 mg trilho circular.
mg – FN = m ––– g ⇒ FN = ––––
4 4 Uma partícula abandonada
em A desliza ao longo do
plano, gastando um tempo
Portanto, a indicação da balança (peso aparente) corresponde a um T para atingir o ponto B.
quarto do peso do bloco de massa m. Sendo g o módulo da aceleração da gravidade,
Para que a balança, em repouso, dê a mesma indicação, o corpo co- a) demonstre que, mantendo-se fixo o ponto A, o tempo gasto
m para atingir o ponto B independe da posição escolhida para B,
locado sobre ela deve ter uma massa m’ dada por: m’ = ––– = 10kg. isto é, é o mesmo ao longo de qualquer corda da
4
Resposta: 10kg circunferência que tenha o ponto A como uma das
→ extremidades.
7. (MACKENZIE-SP) – Um corpo de peso P sobe o plano inclinado b) demonstre que, se a partícula partisse do repouso em A, em
com movimento acelerado, devido à queda livre vertical, o tempo gasto de A até D também seria

ação da força horizontal F , de igual a T.
intensidade igual ao dobro da de seu Resolução
peso. O atrito entre as superfícies a) 1) A partícula terá uma aceleração de módulo a dada por:
em contato tem coeficiente dinâmico
igual a 0,4.
PFD: Pt = ma
mg sen ␪ = ma
Dados:
g = 10 m/s2; cos ␣ = 0,8; sen ␣ = 0,6 a = g sen ␪
O módulo da aceleração do corpo é:
a) 3,5 m/s2 b) 3,0 m/s2 c) 2,5 m/s2
d) 2,0 m/s2 e) 1,5 m/s2
Resolução 2) Na figura, o ângulo de vértice B no ⌬ABD é reto e,
portanto, o ângulo de vértice D no mesmo triângulo
também vale ␪ (lados perpendiculares aos de ␪).
No triângulo ABD, temos:
AB
sen ␪ = ––– ⇒ AB = 2 R sen ␪
2R

3) O tempo gasto de A até B é dado por:


␥ g sen ␪
⌬s = v0t + –– t2 (MUV) ⇒ AB = ––––––– T2
2 2

Substituindo-se o valor de AB:


1) Componentes de F:


Ft = F cos ␣ = 2mg . 0,8 = 1,6mg g sen ␪ R
2R sen ␪ = ––––––– T2 ⇒ T=2 ––––
Fn = F sen ␣ = 2mg . 0,6 = 1,2mg 2 g
2) Componentes do peso:
Pt = P sen ␣ = mg . 0,6 Observe que o valor de T independe do ângulo ␪, ou seja,
independe da particular posição do ponto B.
Pn = P cos ␣ = mg . 0,8
3) Na direção normal ao plano: b) Em queda livre vertical, temos:
Rn = Pn + Fn ␥
⌬s = v0t + –– t2 (MUV)
Rn = 0,8mg + 1,2mg = 2,0mg 2
4) Força de atrito:
Fat = ␮ Rn = 0,4 . 2,0mg = 0,8mg


g R
5) Aplicação da 2.a Lei de Newton: 2R = –– (T’)2 ⇒ T’ = 2 –––– = T
2 g
Ft – (Pt + Fat) = ma

4
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→ → → → → →
9. (FUVEST-SP) – O mostrador de uma balança, quando um objeto a)  f1  =  f2  = 0 b)  f1  =  f2  ≠ 0 c)  f1  >  f2 
é colocado sobre ela, indica 100N, como esquematizado em A. Se
→ → → → →
tal balança estiver desnivelada, como se observa em B, seu d)  f1  <  f2  e) f1 + f2 = mg
mostrador deverá indicar, para esse mesmo objeto, o valor de
a) 125N b) 120N c) 100N d) 80N d) 75N
12. Roupas e acessórios de alta tecnologia, que minimizam os efeitos
de resistência do ar e do atrito com a neve, permitem aos es-
quiadores em descidas de montanha atingir velocidades
equivalentes às dos carros de Fórmula 1. Um esquiador que utiliza
tais equipamentos parte do repouso no topo de uma pista de
competição e atinge a velocidade escalar de 288km/h no seu final.
Determine o comprimento dessa pista, considerando-a retilínea e
formando um ângulo de 53° com o plano horizontal.
Considere: g = 10m/s2; sen 53° = 0,80; cos 53° = 0,60

13. (UFRJ) – Duas pequenas esferas de aço são abandonadas a uma


10. (UFMG) – Durante uma aula de Física, o professor Domingos mesma altura h do solo. A esfera (1) cai verticalmente. A esfera
Sávio faz, para seus alunos, a demonstração que se descreve a (2) desce uma rampa inclinada de 30° com a horizontal, como
seguir. mostra a figura.
Inicialmente, dois blocos – I e II – são colocados, um sobre o
outro, no ponto P, no alto de uma rampa, como representado
nesta figura:

Em seguida, solta-se o conjunto formado por esses dois blocos.


Despreze a resistência do ar e o atrito entre as superfícies
envolvidas.
Assinale a alternativa cuja figura melhor representa a posição de Considerando-se os atritos desprezíveis, calcule a razão t1/t2 entre
cada um desses dois blocos, quando o bloco I estiver passando os tempos gastos pelas esferas (1) e (2), respectivamente, para
pelo ponto Q da rampa. chegarem ao solo.

14. (UFV-MG) – Um bloco de massa M é solto com velocidade inicial


nula na parte superior de um plano inclinado, conforme a figura
abaixo.

O coeficiente de atrito cinético entre o plano e o bloco é ␮. Sendo


g o módulo da aceleração gravitacional, após percorrer uma
distância L, o módulo da velocidade do bloco será:

a) ␪
2gLsen b) 

g(sen ␪ – ␮cos ␪)
11. (FATEC-SP) – Dois blocos, um de massa m e outro de massa c) 
2gL(sen ␪ – ␮cos ␪) d)  
gL(sen ␪ + ␮cos ␪)
m
––– deslizam sem atrito sobre uma superfície inclinada de 30° 15. Considere um plano inclinado de 30o em relação à horizontal e um
2
bloco abandonado do repouso de um ponto A.
com a horizontal.
O bloco escorrega livremente sem atrito de A para B e a partir
Dados:
desse ponto penetra em uma região onde o coeficiente de atrito
sen 30° = 0,50;
␮ é constante e para em um ponto C.
cos 30° = 0,87; m = 20 kg

Sabe-se que os tempos gastos entre A e B e entre B e C são
Sendo f1 a força que o corpo (1) iguais e valem 1,0s.

exerce em (2) e f2 a força que Adote g = 10m/s2 e despreze o efeito do ar.
o corpo (2) exerce em (1), é Pedem-se:
a) o coeficiente de atrito entre o bloco e o plano inclinado no tre-
correto afirmar que:
cho BC;

5
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b) o módulo da velocidade do bloco no ponto B; Desprezando-se o peso da corda e da segunda roldana, bem
c) construir o gráfico da velocidade escalar do bloco em função como os efeitos de atrito, determine o módulo da aceleração
do tempo no deslocamento de A para C. para cada um dos dois blocos.

19. (VUNESP-FMTM) – Sobre um sistema de planos com inclinações


iguais, dois corpos, A e B, unidos por um fio muito fino e
inextensível, encontram-se em repouso. O corpo A é maciço, com
massa 10,0kg e sofre ação de uma força de atrito, cuja
intensidade máxima é 20,0N. O corpo B é oco e tem massa 2,0kg,
porém está preenchido com 10,0kg de água e montado sobre
rodinhas que tornam nula a ação de forças de atrito.

16. A figura abaixo mostra um corpo de massa 50kg sobre um plano


inclinado sem atrito, que forma um ângulo ␪ com a horizontal. A

intensidade da força F que fará o corpo subir o plano com acele-
ração constante de módulo 2,0m/s2 e dirigida para cima é:
a) 400N b) 300N c) 200N d) 100N e) 50N

Devido à presença de um orifício, esse segundo corpo está


perdendo parte de sua massa de água. Considerando-se nulo o
atrito entre a roldana e seu eixo, a menor massa de água que o
corpo oco deverá possuir para que o sistema permaneça estático
é, em kg,
a) 4,0 b) 5,0 c) 6,0 d) 7,0 e) 8,0
Dados: g = 10m/s2; sen ␪ = 0,60
Dados: g = 10,0m/s2; sen 30° = 0,50; cos 30° = 0,87
17. Um bloco de massa 5,0kg é arrastado

para cima, ao longo de um
plano inclinado, por uma força F, constante, paralela ao plano e de
20. No esquema da figura, despreze os atritos e o efeito do ar. O fio
intensidade 50N, como mostra a figura abaixo.
e as polias são considerados ideais.

O coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e o plano vale 0,40


e a aceleração da gravidade tem módulo igual a 10m/s2. A
aceleração do bloco tem módulo, em m/s2, igual a
a) 0,68 b) 0,80 c) 1,0 d) 2,5 e) 6,0
Os blocos A e C têm massas iguais a 4,0kg cada um e o bloco B
18. (UFAL-MG) tem massa de 2,0kg.
a) Em um plano inclinado de 30° em relação à horizontal, são co- A aceleração local da gravidade tem módulo g = 10,0m/s2. O
locados dois blocos de massas M1 = 10kg e M2 = 10kg, sistema é abandonado do repouso da situação indicada na figura,
sustentados por uma única roldana, como mostra a figura abai- no instante t1 = 0.
xo. Admita que no instante t2 = 10,0s, o bloco A atinge o solo
horizontal.
Calcule, para 0 ≤ t < 10,0s:
a) o módulo da aceleração dos blocos;
b) a intensidade da força que traciona o fio (1);
c) a intensidade da força que traciona o fio (2);
d) a intensidade da força que o fio (1) aplica sobre a polia.

A aceleração da gravidade tem módulo g = 10m/s2, 21. (UFPR-MODELO ENEM) – O empregado de uma transportadora
sen 30° = 0,50 e cos 30° = 0,87. precisa descarregar de dentro do seu caminhão um balcão de
Desprezando-se o peso da corda, bem como os efeitos de atri- 200kg. Para facilitar a tarefa do empregado, esse tipo de
to, determine o módulo da aceleração do bloco de massa M1. caminhão é dotado de uma rampa, pela qual se podem deslizar os
b) No mesmo sistema, o bloco de massa M2 é preso agora a uma objetos de dentro do caminhão até o solo sem muito esforço.
segunda roldana. A corda em uma das extremidades está Considere que o balcão está completamente sobre a rampa e
fixada no ponto A, conforme figura abaixo. deslizando para baixo. O empregado aplica nele uma força para-
lela à superfície da rampa, segurando-o, de modo que o balcão
desça até o solo com velocidade constante. Adote g = 10m/s2.
Desprezando-se a força de atrito entre o balcão e a rampa, e
supondo-se que esta forme um ângulo de 30° com o solo, o
módulo da força paralela ao plano inclinado exercida pelo
empregado é igual a:
a) 200N b) 1000N c) 1000 3 N
d) 2000N e) 2000 3 N

6
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22. (VUNESP-MODELO ENEM) – Um dos fatores que mostram a


educação, o respeito para com o ser humano e o nível de cida-
dania de uma sociedade é a existência, em hospitais, ruas e de-
mais locais públicos, de rampas de acesso que facilitem a loco-
moção de portadores de deficiências físicas dependentes de
cadeiras de rodas.

A velocidade escalar da caixa, quando ela atinge a base da rampa,


vale:
a) 3,0m/s b) 40,0 m/s c) 31,0 m/s

d) 20,0 m/s e) 137,5 m/s

25. (VUNESP-MODELO ENEM) – Feita de aço revestido internamen-


Considere que uma pessoa numa cadeira de rodas esteja parada te com materiais refratários, a porta corta-chamas é um disposi-
numa rampa de 4,0m de comprimento, que permita uma elevação tivo de segurança que permite restringir o alastramento de um
vertical de 0,4m. incêndio, isolando um ambiente em chamas de outro ainda
Desprezando-se o atrito, adotando-se g = 10 m/s2 e considerando-se intacto. O esquema apresenta um modelo que tem seu fecha-
a massa do conjunto cadeira-pessoa igual a 80 kg, a força necessária mento devido exclusivamente à ação da força peso. Esta porta,
para mantê-la parada na rampa tem intensidade igual a: com peso de 10 100N, quando liberada, inicia uma descida com
a) 20 N b) 40 N c) 80 N d) 400 N e) 800 N 5,74° de inclinação, percorrendo sobre o trilho sem atrito uma
distância de 7,2m, enquanto traciona o contrapeso que diminui a
23. (UEPA-MODELO ENEM) – Atualmente os engenheiros espaciais aceleração do conjunto. A massa do contrapeso para que a porta
empregam robôs que se deslocam sobre rodas para a exploração tenha seu fechamento completo em 12 s deve ser, em kg, igual a
do planeta Marte. Um desses robôs, ao chegar a Marte, irá des- a) 90 b) 91 c) 99 d) 101 e) 110
cer uma rampa para atingir o solo, sem que suas rodas deslizem Dados: módulo da aceleração da gravidade: g = 10 m/s2;
sobre ela. Na Terra, o ângulo máximo de inclinação dessa rampa sen 5,74° = 0,1
para que o robozinho possa ficar parado sobre ela sem deslizar é Considerar: roldanas e polias ideais; desprezíveis a força de
␣. Em Marte, onde o módulo da aceleração da gravidade tem resistência do ar e a energia convertida em movimento de
metade do respectivo valor na Terra, o ângulo máximo para o robô rotação; cabo inextensível e de massa irrelevante.
não deslizar sobre a mesma rampa é:
␣ ␣
a) ␣ b) 2␣ c) 3␣ d) ––– e) –––
2 3

24. (UDESC-MODELO ENEM) – Para o descarregamento de merca-


dorias de um automóvel, utiliza-se uma rampa com 2,0m de com-
primento, conforme ilustrado na figura adiante. Uma caixa de
50,0kg desliza sobre a rampa, partindo do repouso no topo.
Durante o deslizamento, atua sobre a caixa uma força de atrito
constante de intensidade 137,5 N. Adote g = 10,0m/s2 e despreze
o efeito do ar.

9) D 10) A 11) A 12) 4,0 . 102m 16) A 17) B 18) a) a = 2,5m/s2


t1 1 b) a1 = a2 = 0 (sistema em
13) ––– = ––– 14) C
t2 2 equilíbrio)

19) A 20) a) 2,0m/s2 b) 32,0N


3 m c) 28,0N d) 32,0 
2N
15) a) ␮ = 2 tg ␪ = 2 . –––– b) vB = 5,0 ––
3 s
c) 21) B 22) C 23) A

24) A 25) A

7
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CAPÍTULO
Mecânica

2 COMPONENTES DA
FORÇA RESULTANTE

E m uma nave em órbita em torno da Terra, todo o


conjunto está em queda livre e os astronautas flutuam no interior
da nave. Isto significa que a gravidade aparente, no interior da
nave, é nula e os astronautas têm a sensação de
imponderabilidade.


1. Força resultante ( F ) → → →
a = at + acp
Consideremos uma partícula em trajetória curva e
movimento não uniforme em relação a um sistema de
→ → V2
referência inercial. com | at | = | ␥ | e | acp | = –––
→ R
Admitamos que atuem sobre a partícula n forças F1,
→ → em que:
F2, ..., Fn. Cada uma dessas forças admite uma reação, de
acordo com a 3.a Lei de Newton; tais reações estão apli- ␥ = aceleração escalar;
cadas nos agentes físicos que atuaram sobre a partícula. V = velocidade escalar;
As n forças atuantes admitem uma força resultante R = raio de curvatura da trajetória.
→ → → → →
F , que é dada pela soma vetorial: F = F1 + F2 + ... + Fn.
Compreende-se, pois, que a força resultante não é uma
Sendo m a massa da partícula, de acordo com a 2.a
força a mais a atuar na partícula, mas sim uma força hi- Lei de Newton, podemos escrever a expressão da força

potética que, substituindo a ação real das n forças atuan- resultante F :
tes, é capaz de proporcionar à partícula a mesma acelera-

ção (→ a ) que foi produzida pelo sistema das n forças. F=m.→
a = m( →
at + →
acp)
Do exposto, percebe-se que não cabe falar em reação
→ → →
da força resultante, a não ser no caso particular em que ou ainda: F = m . at + m . acp
apenas uma força atua na partícula, quando, então, a re-
sultante coincidirá com essa força única. A expressão apresentada mostra-nos que a força re-
→ →
A força resultante F traduz a ação combinada e si- sultante ( F ) também pode, à semelhança da aceleração
multânea das n forças e é responsável por toda e qualquer vetorial, ser decomposta em duas parcelas:
mudança de velocidade da partícula em qualquer de suas →
características vetoriais: módulo, direção e sentido. 1. Componente tangencial: | Ft | = m | ␥ |

→ V2
2. Componentes 2. Componente centrípeta: | Fcp | = m –––
R
da força resultante
Da Cinemática Vetorial, lembramos a expressão da A figura a seguir mostra essa decomposição feita

aceleração vetorial ( a ) de uma partícula: graficamente:

8
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A componente tangencial da resultante será constan-


te e não nula apenas no movimento retilíneo (direção
constante) e uniformemente variado (módulo e sentidos
constantes).

4. Componente centrípeta

A componente centrípeta (Fcp) está ligada à variação
de direção da velocidade vetorial, isto é, é usada para
“curvar” a trajetória.
Toda trajetória curva tem como causa determinante a
componente centrípeta da força resultante.
Cumpre salientar que a intensidade da componente
centrípeta da resultante depende da massa da partícula
(m), da velocidade escalar com que a partícula faz a
→ → → curva (V) e da geometria da curva (raio de curvatura R).
É evidente que F = Ft + Fcp ou, então, relacionando Para m e R constantes, a intensidade da componente
apenas as intensidades das forças, pela aplicação do Teo- centrípeta será proporcional ao quadrado da velocidade
rema de Pitágoras, temos: escalar:
→ → → → m
| F |2 = | Ft |2 + | Fcp |2 |Fcp| = ––– V2 = kV2
R
k
3. Componente tangencial
→ Representamos a seguir, para m e R constantes, os
A componente tangencial Ft está ligada às variações gráficos da intensidade da componente centrípeta da
do módulo da velocidade vetorial, isto é, é usada para resultante em função da velocidade escalar (V) e em
acelerar ou retardar a partícula. Toda mudança de módulo função do quadrado da velocidade escalar (V2).
da velocidade tem como causa determinante a compo-
nente tangencial da força resultante.
A componente tangencial da resultante e a velocida-
de vetorial, supostas não nulas, terão sempre a mesma di-
reção, que é a da reta tangente à trajetória.
Quando o movimento é acelerado, isto é, o módulo da→
velocidade está aumentando, a componente tangencial Ft
terá o mesmo sentido da velocidade vetorial e, quando o
movimento é retardado, a componente tangencial da re- N m
tg ␣ = –––
sultante terá sentido oposto ao da velocidade vetorial. R

A componente

centrípeta da resultante Fcp e a veloci-
dade vetorial V, supostas não nulas, têm direções per-
pendiculares entre si, pois a velocidade vetorial tem a di-
reção da tangente à trajetória e a componente centrípeta
tem a direção da normal à trajetória.
→ A componente centrípeta da resultante terá módulo
A componente tangencial Ft será constantemente nu-
 
la, ou quando a partícula estiver em repouso ou quando mV2
constante –––– , por exemplo, no movimento circular
seu movimento for uniforme com qualquer trajetória. R
Note que a intensidade da componente tangencial (m |␥ |) uniforme e no movimento helicoidal (a trajetória é uma
é independente da trajetória e somente será nula quando hélice cilíndrica) uniforme.
a aceleração escalar for nula. Sendo continuamente normal à trajetória, a compo-
A componente tangencial da resultante terá módulo nente centrípeta da resultante, suposta não nula, nunca
constante (m | ␥ |) e não nulo, nos movimentos unifor- terá direção constante e, portanto, nunca será vetorial-
memente variados (␥ = cte ≠ 0), com qualquer trajetória. mente constante.

9
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A componente centrípeta da resultante (Fcp) será cons-
tantemente nula, ou quando a partícula estiver em repouso
(V = 0) ou quando a trajetória for retilínea (R → ⬁).


Assim, a força resultante ( F ) se reduz à sua compo-
nente centrípeta:
→ → mV2
| F | = | Fcp | = ––––
R

5. Estudo de alguns estados


cinemáticos importantes

→ → Quando a nave está em órbita circular, a força gravitacional aplicada pela


Quando a partícula está em repouso ( V = cte = 0 ) ou
→ → Terra faz o papel de força centrípeta; as pessoas ficam flutuando dentro da
em MRU ( V = cte ≠ 0 ), não há nenhuma variação de ve- nave em uma eterna queda livre.

locidade vetorial e, portanto, a força resultante é nula e


tais estados cinemáticos traduzem as situações de equi-
líbrio (estático e dinâmico) mantidos por inércia.

No movimento circular e uniformemente variado, as


duas componentes da resultante não são nulas.
A componente tangencial terá módulo constante
Nos movimentos retilíneos (R → ⬁), a componente (m| ␥ |) e direção variável.
centrípeta da resultante é constantemente nula. No movi- A componente centrípeta terá módulo e direção va-
mento retilíneo e uniformemente variado (MRUV), a com- riáveis.
ponente tangencial da resultante→será constante e não nula. Sendo R o raio da circunferência descrita, ␥ a acele-
Assim, a força resultante F se reduz à sua compo- ração escalar e m a massa da partícula, teremos:
nente tangencial e é constante e não nula.
mV2
→ → Fcp = ––––– , em que V2 = V02 + 2␥⌬s (expressão de
| F | = | Ft | = m | ␥ | R
Torricelli).

m mV02 2m␥
Nos movimentos uniformes (␥ = 0), a componente Assim: Fcp = ––– (V02 + 2 ␥ ⌬s) = ––––– + –––– ⌬s
tangencial da resultante é constantemente nula. R R R
No movimento circular e uniforme (MCU), a com- mV02 2m␥
ponente centrípeta da resultante tem módulo constante Sendo –––– uma constante (k1) e –––– outra cons-
R R

 
mV2
––––– , porém varia em direção e, portanto, é uma for- tante (k2), temos: Fcp = k1 + k2 ⌬s e, portanto, a intensi-
R
dade da componente centrípeta da resultante será função
ça variável. do 1.o grau da variação de espaço (⌬s).

10
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Em particular, para V0 = 0 (móvel parte do repouso), 1.o caso: A velocidade vetorial inicial ( V0) é nula

a intensidade da componente centrípeta será proporcio- ou tem a mesma direção da força resultante ( F ).
nal a ⌬s. Nesse caso, a partícula terá trajetória retilínea na
mesma direção da força e o movimento será uniforme-
mente variado. →
2.o caso: A velocidade vetorial inicial (V0) não é
nula e tem direção não coincidente com a da força

resultante F.
Nesse caso, o movimento da partícula pode ser de-
composto em dois movimentos parciais:
I. Movimento →
numa direção normal à direção da
força resultante F.
Tal movimento será isento de forças e, portanto, do
tipo retilíneo e uniforme, tendo como velocidade vetorial


constante a projeção de V0 nessa direção normal a F.

Podemos ainda estudar a variação da componente II.Movimento na direção da força resultante F.
centrípeta da resultante com o tempo de trajeto (t). Tal movimento será do tipo retilíneo e uniformemen-
mV2 te variado, tendo como velocidade inicial a projeção de
→ →
Fcp = ––––, em que V = V0 + ␥ t V0 na direção de F e como módulo da aceleração o quo-
R
m F
ciente ––– , em que m é a massa da partícula.
Logo: Fcp = –– (V0 + ␥ t)2 m
R
O gráfico da função Fcp = f(t) será um arco de pará- A composição desses dois movimentos parciais nos dá
bola. o movimento da partícula com trajetória parabólica e ace-
m ␥2
Em particular, para V0 = 0, teremos: Fcp = ––––– t2. leração escalar variável. (Não é uniformemente variado.)
R

Consideremos uma partícula sob a ação de uma força


resultante constante e não nula.

Seja V0 a velocidade vetorial inicial da partícula.
Devemos distinguir dois casos:

1. (VUNESP – MODELO ENEM) – Na figura, representamos uma


cena do filme Homem-aranha no exato instante em que, partindo
do repouso, o herói lança-se em movimento pendular descre-
vendo uma trajetória circular de centro C.

Das setas numeradas de I a V, aquela que pode representar a


orientação da força resultante no homem-aranha, no instante
focalizado, é:
a) I b) II c) III d) IV e) V

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Resolução A força ( F ), que o chão exerce sobre o carro, admite duas com-
Como, no instante focalizado, a velocidade é nula, a componente ponentes:
centrípeta da força resultante é nula e a força resultante só tem → →
1) Componente normal ao chão Fn, que equilibra o peso P do
componente tangencial que é perpendicular ao fio: seta IV.
carro. →
Resposta: D
2) Componente de atrito Fat, que faz o papel de resultante centrí-
peta, permitindo ao carro fazer a curva.
2. (FUND. CARLOS CHAGAS) – A figura abaixo representa um pên-
dulo simples que oscila entre as posições A e B, no campo gravi- m V2
Fat = Fcp = –––––
tacional terrestre. Quando o pêndulo se encontra na posição P, a R
força resultante é mais bem indicada pelo vetor:
1,0 . 103 . (10)2
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Fat = ––––––––––––––– (N) ⇒ Fat = 1,0 . 103N
100
Resposta: 1,0kN

4. Uma partícula de massa 2,0kg parte do repouso e descreve uma


trajetória circular de raio 12,0m, em movimento uniformemente
variado, com aceleração escalar de módulo 4,0m/s2.
No instante t = 1,5s, calcule
a) a intensidade da componente tangencial da força resultante;
b) a intensidade da componente centrípeta da força resultante;
c) a intensidade da força resultante.
Resolução →
a) A componente tangencial da força resultante ( Ft) tem inten-
sidade dada por:
Ft = m | ␥ | = 2,0 . 4,0 (N) ⇒ Ft = 8,0N
Resolução
No trajeto de A para B, ao passar pelo ponto P, a esfera pendular b) A velocidade escalar (V) é dada por:
tem trajetória curva e movimento acelerado e, portanto, devem
existir as duas componentes da resultante: a componente tan- V = V0 + ␥ t (MUV)
gencial, com o mesmo sentido do movimento, e a componente V = 0 + 4,0 . 1,5 (m/s) ⇒ V = 6,0m/s
centrípeta, dirigida para o centro da circunferência descrita. →
A componente centrípeta da força resultante ( Fcp) tem inten-
sidade dada por:
mV2 2,0 (6,0)2
Fcp = –––– = ––––––––––– (N) ⇒ Fcp = 6,0N
R 12,0

c) A força resultante ( F ) é a soma vetorial das suas componen-
tes tangencial e centrípeta:

→ → →
F = Ft + Fcp

F2 = Ft2 + Fcp
2


A resultante ( F ) é dada pela soma vetorial (regra do paralelogra- F2 = (8,0)2 + (6,0)2 = 100 (SI)
mo) entre as resultantes tangencial e centrípeta.
Resposta: D
F = 10,0N
3. (UFPE) – Um automóvel de massa igual a 1,0t descreve uma cur-
va circular de raio 100m com velocidade escalar constante de
Respostas: a) 8,0N
10m/s, em um plano horizontal.
b) 6,0N
Qual a intensidade da força de atrito entre os pneus e a estrada
c) 10,0N
para evitar que o carro derrape?
Resolução
5. No esquema, representamos uma partícula de massa 1,0kg em
trajetória circular de centro C e raio R = 2,0m.
Em um instante t0, a partícula passa pelo ponto A e está subme-
→ → →
tida à ação exclusiva das forças F1, F2 e F3, indicadas na figura.

São dados:

| F1 | = 20,0N;

| F2 | = 15,0N;
4
cos ␪ = ––– ;
5

cos ␣ = 3/5;

| F3 | = 17,0N.

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A velocidade da partícula, no ponto A, tem módulo igual a: A componente centrípeta da força resultante Fcp tem intensi-
a) 8,0m/s b) 4,0m/s c) 16,0m/s dade dada por:

d)  m/s
50 e) zero mV2
Fcp = F cos 37° = ––––
Resolução R
A direção definida pela reta AC é a normal à trajetória no ponto A.
Note que: cos 37° = sen 53° = 0,80
A componente centrípeta da força resultante é obtida pela soma
→ → → 2,0 . (4,0)2
vetorial dos componentes de F1, F2 e F3 na direção da normal: Portanto: 80 . 0,80 = ––––––––––
R
mVA2
Fcp = F1 cos ␪ + F2 cos ␣ – F3 = ––––– 32 32
R 64 = –––– ⇒ R = –––– m ⇒ R = 0,5m
R 64
4 3 1,0 VA2 →
20,0 . ––– + 15,0 . ––– – 17,0 = –––––– b) A componente tangencial da força resultante ( Ft) tem inten-
5 5 2,0 sidade dada por:

VA2 Ft = F cos 53° = m at


16,0 + 9,0 – 17,0 = ––––
2,0
80 . 0,60 = 2,0 at ⇒ at = 24m/s2

VA2 = 16,0 ⇒ | VA | = 4,0m/s Respostas: a) 0,5m


b) 24m/s2

Resposta: B
7. (MODELO ENEM) – Considere uma estação espacial no espaço
sideral, afastada de qualquer corpo celeste. Para criar uma gravi-
6. (UFES) – Um corpo de massa m = 2,0kg descreve uma trajetória dade artificial em seu interior, a estação espacial, que tem formato
circular de raio R. Em um determinado instante T, o módulo da de um cilindro oco, gira com velocidade angular constante em
→ → torno de seu eixo. Seja R o raio do cilindro. Deseja-se que o peso
força resultante F no corpo vale 80N, o módulo da velocidade V é
→ → aparente de um astronauta seja igual a seu peso na superfície
4,0m/s e o ângulo entre F e V é 53°. terrestre, onde a aceleração da gravidade tem módulo g.

Determine O período T de rotação do cilindro será dado por:


a) o raio da trajetória (R);

  


b) o módulo da aceleração tangencial do corpo no instante T R R 1 R
considerado. a) 2π –– b) –– c) ––– ––
g g 2π g
Dados: sen 53° = 0,80 e cos 53° = 0,60
Resolução
a) d) 2π 
gR e) π

R
––
g

Resolução
A força normal que a pessoa troca com a superfície do cilindro
corresponde a seu peso aparente:
Pap = FN = m ␻ 2 R (resultante centrípeta)
m g = m ␻2 R


g g 2π
␻ 2 = –– ⇒ ␻ = –– = –––
R R T

T = 2π
R
––
g

Resposta: A

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8. (UFMG) – Um circuito, onde são disputadas corridas de automó-


veis, é composto de dois trechos retilíneos e dois trechos em
forma de semicírculos, como mostrado na figura.

→ → → → →
a) FA b) FB c) FC d) FD e) FE

11. (UNESP) – Uma bola de massa 0,5kg é presa na extremidade de


um fio ideal de comprimento 1,0m. Segurando na extremidade do
Um automóvel está percorrendo o circuito no sentido anti-horário, fio oposta à bola, uma pessoa faz esta se mover em movimento
com velocidade de módulo constante. circular em um plano horizontal sem atrito, como apresentado na
Quando o automóvel passa pelo ponto P, a força resultante que figura. A corda suporta uma força de tração máxima de intensida-
atua nele está no sentido de P para de 50N.
a) N b) K c) L d) M

9. (UFV-MG) – Em um autódromo completamente plano e hori-


zontal, um veículo parte da largada no instante t = 0 e percorre as
curvas circulares C1, C2, C3, C4 e C5, conforme indicado na figura
abaixo, com uma velocidade constante em módulo. Sabendo-se
que o raio de C2 > C1 = C3 > C4 = C5, o gráfico que melhor
representa a intensidade da força resultante que atua sobre o
veículo ao percorrer o circuito é:

a) Qual a velocidade escalar máxima da bola antes que a corda se


rompa?
b) Qual deve ser o comprimento mínimo dessa corda para que ela
não se rompa antes de a bola atingir a velocidade escalar de
20m/s?

12. (UNESP) – Suponha que um predador de massa 150kg possa


atingir e manter uma velocidade escalar de 40m/s, enquanto
persegue uma presa de massa 60kg que, por sua vez, corre a
30m/s.
a) Se ambos estiverem correndo no mesmo sentido, numa
mesma reta, e num dado instante a presa ficar 60 metros à
frente, quanto tempo mais demoraria para ela ser pega?
b) Uma estratégia para fugir é fazer uma curva. Calcular quais de-
vem ser as intensidades das forças resultantes necessárias
para presa e predador fazerem uma curva circular de raio
5,0 m, mantendo, em módulo, os valores das velocidades
indicadas acima.

13. (UFJF-MG) – Um artista de circo, de peso P, pretende fazer uma


apresentação utilizando uma corda que está presa em um ponto
fixo, a uma determinada altura, como mostram as figuras 1a e 1b.
A aceleração gravitacional tem módulo g, e a trajetória descrita
pelo artista será um arco de circunferência de raio R.

10. (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA) – Um carro movimenta-se


com velocidade escalar constante num trecho circular de uma
estrada

plana e horizontal, conforme a figura a seguir. A força
F representa a resistência que o ar exerce sobre o carro. Qual das
outras forças mostradas na figura melhor representa a força total
de atrito que a estrada aplica no pneu do automóvel?

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a) Com medo, o artista resolve testar se a corda suporta ou não


o seu peso, ficando pendurado em repouso, por algum tempo,
conforme a figura 1b. Faça o diagrama de forças atuando
sobre o artista de acordo com a figura 1b (considere o artista
como um ponto para fazer o diagrama). Não se esqueça de
identificar as forças e, utilizando a segunda Lei de Newton,
determine a intensidade da força de tração na corda.
Depois de verificar que a corda suporta o seu peso na posição
descrita na figura 1b, o artista salta, preso à corda, de uma
determinada altura. A sua velocidade inicial é nula. A trajetória
do artista é, inicialmente, um arco de circunferência de raio R, Sendo L o comprimento do fio, VA o módulo da velocidade da
como descrito na figura 1a. No entanto, quando o artista passa esfera em A e g o módulo da aceleração da gravidade, assinale a
pela primeira vez no ponto mais baixo da sua trajetória, a corda opção correta:
arrebenta. → MVA2 MVA2
b) Faça o diagrama e, utilizando a segunda Lei de Newton, a) | TA| = –––––– b) M g cos ␪ = ––––––
escreva uma equação para a intensidade da força de tração no L L
instante imediatamente antes de a corda arrebentar.
c) Qual foi o erro do artista? Isto é, por que o seu teste não MVA2 → MVA2
funcionou? c) M g sen ␪ = –––––– d) | TA| + M g sen ␪ = ––––––
L L
14. (UFRN) – Nos parques de diversões, as pessoas são atraídas por MVA2

brinquedos que causam ilusões, desafios e estranhas sensações e) | TA| + M g cos ␪ = ––––––
de movimento. Por exemplo, numa roda gigante em movimento, L
as pessoas têm sensações de mudança do próprio peso. Num
brinquedo desse tipo, as pessoas ficam em cadeiras que, tendo a
liberdade de girar, se adaptam facilmente à posição vertical, 16. Uma partícula de massa 3,0kg descreve uma trajetória circular de
deixando as pessoas de cabeça para cima. Esse brinquedo fá-las raio R = 1,6m com velocidade escalar constante v = 4,0m/s.
realizar um movimento circular sempre no plano vertical, con- Em um instante t0 a partícula está sob a ação das três forças
forme ilustrado na figura abaixo. indicadas na figura.

→ →
São dados: |F1| = 10,0N e |F2| = 30,0N.

A intensidade de F3 é
a) 10,0N b) 20,0N c) 30,0N d) 40,0N e) 50,0N

17. (UNICAMP-SP) – Algo muito comum nos filmes de ficção cien-


tífica é o fato de as personagens não flutuarem no interior das
naves espaciais. Mesmo estando no espaço sideral, na ausência
Imaginando-se uma pessoa na roda gigante, considere: de campos gravitacionais externos, elas se movem como se
I) g, o módulo da aceleração da gravidade local; existisse uma força que as prendesse ao chão das espaçonaves.
II) m, v e R, respectivamente, a massa, o módulo da velocidade Um filme que se preocupa com esta questão é “2001, uma
(suposto constante) e o raio da trajetória do centro de massa Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick. Nesse filme, a
da pessoa; gravidade é simulada pela rotação da estação espacial, que cria
III) N, o módulo da força de reação normal exercida pelo assento um peso efetivo agindo sobre o astronauta. A estação espacial,
da cadeira sobre a pessoa; em forma de cilindro oco, mostrada a seguir, gira com velocidade
IV) v2/R, o módulo da aceleração centrípeta. angular constante de módulo 0,2 rad/s em torno de um eixo ho-
Diante do exposto, atenda às solicitações abaixo. rizontal E perpendicular à página. O raio R da espaçonave é 40m.
a) Faça o diagrama das forças que atuam na pessoa, conside-
rando o ponto indicado na figura em que essa pessoa tem
maior sensação de peso.
b) Determine o módulo V da velocidade para que a pessoa tenha
a sensação de imponderabilidade (sem peso) no ponto II.

15. Um fio ideal é fixo em um ponto O e tem, na outra extremidade,


uma esfera de massa M.
A esfera recebe um impulso e passa a descrever uma circun-
ferência em um plano vertical.
Quando a esfera passa pelo ponto A, a força aplicada pelo fio

sobre ela é indicada por TA.

Admita que as únicas forças atuantes na esfera sejam a força TA

e o seu peso P , conforme ilustra a figura.

15
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a) Calcule o módulo da velocidade tangencial do astronauta re- a) O módulo da força de atrito que atua sobre o carro, resultante
presentado na figura. da interação dos pneus do carro e a rodovia, é constante e
b) Determine a intensidade da força de reação que o chão da igual a 3600 N, independentemente do módulo da velocidade
espaçonave aplica no astronauta que tem massa m = 80kg. de movimento do carro.
b) A força de atrito sobre o carro, resultante da interação entre os
18. (UPE-MODELO ENEM) – Um avião da esquadrilha da fumaça pneus do carro e a rodovia, é a força resultante centrípeta que
descreve um looping permite o movimento do carro.
num plano vertical, com c) Os vetores força peso e força centrípeta sobre o carro
velocidade escalar de possuem o mesmo sentido.
720 km/h. Para que, no d) A força de atrito sobre o carro, resultante da interação entre os
ponto mais baixo da tra- pneus do carro e a rodovia, atua em sentido contrário à força
jetória circular, a inten- centrípeta sobre o carro, que o mantém em movimento sobre
sidade da força que o a rodovia.
piloto exerce no banco e) A força resultante sobre o carro é nula.
seja o triplo de seu
peso, é necessário que 21. (UFABC-MODELO ENEM) – A separação dos melhores esper-
o raio do looping, em matozoides do sêmen se dá devido à rotação de tubos de ensaio
metros, seja de acoplados a uma centrífuga.
a) 1500 b) 1700 c) 2000 d) 2300 e) 3000
Dado: g = 10,0 m/s2

19. (UNICENTRO-PR-MODELO ENEM) – Observe a figura.

A figura mostra duas formigas idênticas em cima de um disco que


gira, num plano horizontal, com velocidade angular constante em
torno de seu centro. As formigas não deslizam sobre o disco, e o
coeficiente de atrito entre o disco e cada formiga vale ␮.
É correto afirmar que
a) a aceleração da formiga 1 é maior que a aceleração da formiga
2.
b) a velocidade angular da formiga 1 é menor que a velocidade
angular da formiga 2.
c) a força resultante sobre a formiga 1 é menor que a força
Com base nas leis de Newton e tendo-se em conta um referencial
resultante sobre a formiga 2.
fixo no solo terrestre, analise as seguintes afirmações.
d) a velocidade tangencial da formiga 1 vale a metade da
I. Nesse aparelho, a rotação gera a ação de uma força centrífuga
velocidade tangencial da formiga 2.
que empurra as partículas de maior densidade para o fundo
e) a aceleração da formiga 1 vale a metade da aceleração da
dos tubos de ensaio.
formiga 2.
II. Em todas as partes girantes do conjunto que prende os tubos
20. (UNIOESTE-MODELO ENEM) – Um carro de massa 1800 kg de ensaio, a frequência de rotação em torno do eixo vertical,
está em movimento circular sobre uma rodovia circular e em um dado instante, é a mesma.
horizontal de raio igual a 200 m. O módulo de sua velocidade é III. A velocidade escalar dos pontos mais próximos do fundo dos
constante. O coeficiente de atrito estático entre os pneus do carro tubos de ensaio é maior do que de outro ponto mais próximo
e a rodovia é de ␮e = 0,20. Considere a aceleração da gravidade do eixo de rotação do aparelho, quando esse está ligado.
com módulo g = 10 m/s2 e desconsidere o atrito com o ar. Para É verdadeiro o contido em
as condições de movimento descritas, assinale a alternativa a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas.
correta. d) II e III, apenas. e) I, II e III.

22. Na figura, temos um bloco de Resolução


massa m preso a um fio ideal Sobre o bloco, que está em movimento circular e uniforme, atuam
de comprimento d e fixo em três forças:
um ponto C. →
O bloco está descrevendo 1) força peso P, aplicada pelo planeta Terra;
movimento circular e unifor- →
me em um plano horizontal sem atrito. 2) força de reação normal N, aplicada pelo plano horizontal de
Sendo f a frequência do movimento, calcule a intensidade da for- apoio;

ça tensora no fio. 3) força de tração T, aplicada pelo fio ligado ao bloco.

16
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Esta velocidade de lançamento que transforma o corpo em um


satélite rasante à Terra é chamada velocidade de satelização ou
velocidade cósmica primeira.
Resposta: 8,0km/s

24. Existe um espetáculo circense conhecido como “globo da morte”.


No interior de uma esfera oca, feita de metal vazado, um moto-
ciclista realiza uma série de acrobacias, tendo como evolução
mais importante, e que constitui o ponto culminante do espetá-
→ → culo, a realização de uma circunferência num plano vertical.
A reação normal N vai equilibrar o peso P, pois não há aceleração Para conseguir completar essa curva, sem se desligar da pista, a
→ moto deve desenvolver uma certa velocidade escalar mínima.
segundo a vertical, e a força de tração T fará o papel de resultante Sendo g o módulo da aceleração da gravidade local e R o raio do
centrípeta. globo, obtenha a mínima velocidade escalar possível, no ponto
mV2 mais alto da trajetória, para que a moto consiga completar a
T = Fcp = ––––
R circunferência sem se destacar da pista.
⌬s 2πR
Porém: R = d e V = –––– = –––– = 2πfR, em que T’ é o período
⌬t T’
do movimento circular e uniforme e f é a respectiva frequência.
Assim:

m
T = ––– . 4π2 f2d2 ⬖ T = 4π2 m f2 d
d

Resposta: 4 π 2 m f 2 d

23. (CESGRANRIO) – A partir de um ponto muito próximo da super-


fície terrestre, na região polar, uma pedra é atirada horizontal-
mente e se transforma em um satélite artificial da Terra em órbita
circular.
Admitindo-se a Terra rigorosamente esférica de raio 6,4 . 106m,
desprezando-se a influência da atmosfera terrestre e adotando-se
g = 10m/s2, calcule a intensidade da velocidade de lançamento da
pedra.
Resolução
No ponto mais alto da trajetória, as forças externas atuantes no
sistema (moto-pessoa), que têm direção radial, são:

1) a força de gravidade P aplicada pelo planeta Terra;

2) a reação normal da pista Fn que é dirigida para dentro da tra-
jetória. (A moto aplica sobre a pista uma força para fora e a
pista reage sobre a moto com uma força para dentro.)

A resultante entre essas


Resolução → →
duas forças ( P e Fn), que
têm direção radial, será a
resultante chamada cen-
trípeta:
→ → →
Fn + P = Fcp

Tomando-se apenas as intensidades das forças:

A pedra descreverá movimento circular uniforme, e a força mV 2


Fn + mg = –––––
gravitacional que a Terra exerce sobre ela fará o papel de R
resultante centrípeta.
em que: m = massa do sistema
FG = Fcp V = velocidade escalar no ponto mais alto
R = raio do globo
mV2 Quanto maior a velocidade escalar V, maior será a intensidade da
mg = ––––
R reação normal da pista Fn, isto é, quanto maior a velocidade es-
calar, mais intensamente a moto comprime a pista, ficando
V= 
gR fortemente grudada na pista e não tendo o menor perigo de cair.
Diminuindo a velocidade escalar V, a reação normal da pista Fn
Sendo g = 10m/s2 e R = 6,4 . 106m, temos: também diminuirá; quando Fn = 0, a moto estará na iminência de
cair e a velocidade escalar correspondente será a mínima veloci-
V= 
10 .
6,4 . 106 (m/s) ⇒ V = 8,0 . 103m/s dade escalar possível, para completar a circunferência, sem se
desligar da pista:

17
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2 Resolução
m . Vmín a) Sendo o movimento circular e uniforme, a força resultante se-
0 + mg = ––––––––
R rá centrípeta e sua intensidade é dada por:
2
Vmín mV2 km
2
Portanto: g = –––––– ⇒ Vmín = gR Fcp = ––––, em que V = 36 –––– = 10m/s
R R h

1,6 . 103 . (10)2


Fcp = –––––––––––––– (N) ⇒ Fcp = 2,0 . 103N
Vmín = 
gR 80

Observe que a velocidade escalar mínima para não cair é indepen- b) Ao passar pelo ponto mais alto da pista, o carro está sujeito a
dente da massa do sistema (moto-pessoa). duas forças externas e verticais:

Resposta: 
gR (1) Força normal FN aplicada pela pista.

(2) Força de gravidade P aplicada pela Terra.
25. No esquema, temos um pêndulo simples de comprimento L e
com uma esfera de massa m, oscilando entre os pontos A e B.
A velocidade escalar da esfera ao pas-
sar pelo ponto M vale V.
A intensidade da força que traciona o
fio ao passar pelo ponto M será igual
a:
a) zero b) mg
mV2 mV2
c) mg – ––––– d) mg + –––––
L L
mV2
e) ––––– → →
L A resultante entre FN e P passa pelo centro C da circunferên-
cia descrita e faz o papel de força centrípeta:
Nota: g = módulo da aceleração da gravidade local. → → →
Resolução P + FN = Fcp
Sobre a esfera pendular, atuam duas forças: a força de gravidade
→ → Como a resultante é dirigida para o centro, tem-se P > FN e,
P aplicada pela Terra e a força de tração T aplicada pelo fio. portanto:
→ → P – FN = Fcp
Quando a esfera passar pelo ponto M, a resultante entre T e P
passará pelo centro C da circunferência descrita e, portanto, terá
apenas componente centrípeta: FN = P – Fcp
→ → → FN = mg – Fcp
T + P = Fcp
mV2 FN = 1,6 . 103 . 10,0 – 2,0 . 103 (N)
T – mg = ––––
L
FN = 16,0 . 103 – 2,0 . 103 (N)
Note que o raio da circunferência descrita pela
esfera é igual ao comprimento L do fio:
FN = 14,0 . 103N = 14,0kN
mV2
Portanto: T = mg + –––––
L Respostas: a) 2,0kN
b) 14,0kN
Resposta: D

27. (MODELO ENEM) – Em um parque de diversões, temos uma


26. (UFSC) – Um carro de massa m = 1,6 . 103 kg passa por uma ponte
roda gigante que gira com velocidade angular
convexa com velocidade escalar constante V = 36km/h. O raio da
constante. A cadeira é articulada de modo que
ponte, suposta com perfil circular, é R = 80m. Adote g = 10,0m/s2 e
a pessoa se mantenha sempre sentada na
despreze o efeito do ar.
posição normal. Quando a pessoa passa pelo
ponto A, mais baixo de sua trajetória, ela rece-
be da cadeira uma força vertical de intensidade
N1. Quando a pessoa passa pelo ponto B, mais
alto de sua trajetória, ela recebe da cadeira
uma força vertical de intensidade N2.
A força resultante na pessoa, durante todo o
movimento, tem intensidade constante e igual
a:
N1 + N2 N1 – N2
a) –––––––– b) ––––––––
2 2
c) zero d) N1 + N2
a) Qual a intensidade da força resultante sobre o carro enquanto
e) N1 – N2
estiver na ponte?
b) Qual a intensidade da força com que o carro pressiona a ponte
ao passar pelo seu ponto mais alto?

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Resolução Resolução
A força resultante é centrípeta e tem intensidade constante:
1) FN = P = mg
ponto A: N1 – P = Fcp (1)
ponto B: P – N2 = Fcp (2)
m V2
(1) + (2): N1 – N2 = 2 Fcp 2) Fat = Fcp = –––––
R
N1 – N2
Fcp = ––––––––
2 3) Atrito estático
Fat ≤ ␮E FN
Resposta: B
m V2
––––– ≤ ␮E mg ⇒ V2 ≤ ␮E g R
28. (UFLAVRAS-MG) – Nas provas do mundial de motovelocidade, as R
cenas mais emocionantes são aquelas em que os pilotos inclinam
as motos nas curvas, de forma a quase encostar a moto na pista. V≤ ␮E g R ⇒ Vmáx = ␮E g R
Considerando-se g = 10m/s2, uma curva plana circular e horizontal
de raio 100 m e o coeficiente de atrito estático pneu-asfalto ␮e = 0,9,
Vmáx = 0,9 . 10 . 100 (m/s)
a velocidade escalar máxima com a qual um piloto pode realizar a
curva é
a) dependente da massa do conjunto piloto/moto. Vmáx = 30m/s = 108km/h
b) 90 m/s. c) 1000 m/s.
d) 80 km/h. e) 30 m/s. Resposta: E

29. Considere uma mesa horizontal sem atrito com um pequeno orifí- Nestas condições, o coeficiente de atrito cinético entre o corpo e
cio central por onde passa um fio ideal. Uma das extremidades do a esfera vale:
fio está presa a um bloco A de massa M que permanece em a) 0,10 b) 0,20 c) 0,30 d) 0,40 e) 0,50
repouso suspenso pelo fio. Adote g = 10m/s2 e não considere o efeito do ar.
A outra extremidade do fio está presa a um bloco B de massa m
que descreve movimento circular uniforme de raio R e período T 31. (UNICAMP-SP) – Um míssil é lançado horizontalmente em órbita
sobre a mesa. circular rasante à superfície da Terra. Adote o raio da Terra
R = 6,4 . 106m. O efeito do ar foi desprezado e, para simplificar,
tome 3 como valor aproximado de ␲. Adote g = 10m/s2.
a) Qual é o módulo da velocidade de lançamento?
b) Qual é o período de translação do míssil?

32. (UFMG) – Um astronauta, de pé sobre a superfície da Lua,


arremessa uma pedra, horizontalmente, a partir de uma altura de
1,25m, e verifica que ela atinge o solo a uma distância de 15,0m.
Considere que o raio da Lua é de 1,6 x 106 m e que a aceleração
da gravidade na sua superfície tem módulo igual a 1,6 m/s2.
Com base nessas informações,
A aceleração da gravidade local tem módulo g. a) calcule o módulo da velocidade com que o astronauta arre-
M messou a pedra;
A razão –––– é dada por: b) calcule o módulo da velocidade com que, nas mesmas
m
condições e do mesmo lugar, uma pedra deve ser lançada,
4π2 R 2π R R também horizontalmente, para que, após algum tempo, ela
a) –––––– b) –––––– c) ––––––
gT2 gT2 gT2 passe novamente pelo local de lançamento.
R R
d) ––––––– e) –––––––– 33. (UNICAMP-SP) – Uma atração muito popular nos circos é o
4π gT2 4π2 gT2 “Globo da Morte”, que consiste numa gaiola de forma esférica no
interior da qual se movimenta uma pessoa pilotando uma
30. (MACKENZIE) – Um corpo de pequenas dimensões realiza voltas motocicleta. Considere um globo de raio R = 3,6m e adote
verticais no sentido horário dentro de uma esfera rígida de raio g = 10m/s2.
R = 1,8m. Na figura abaixo, temos registrado o instante em que
sua velocidade tem módulo igual a 6,0m/s e a força de atrito,
devida ao contato com a esfera, é equilibrada pelo peso.

19
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a) Faça um diagrama das forças que atuam sobre a motocicleta a) a intensidade da força resultante no carrinho;
nos pontos A, B, C e D, indicados na figura anterior, sem incluir b) a intensidade da força que o carrinho troca com o trilho.
as forças de atrito. Para efeitos práticos, considere o conjunto
piloto + motocicleta como sendo um ponto material. 38. Um automóvel de massa 2,0t tem velocidade escalar constante de
b) Qual o módulo da velocidade mínima que a motocicleta deve 72km/h e passa por uma ponte cujo perfil vertical é um arco de
ter no ponto C para não perder o contato com o interior do circunferência de raio 100m.
globo?

34. (UPE) – Uma corda é amarrada em um balde que contém água. O


balde é colocado para girar, executando uma trajetória circular de
raio 2,5 m, no plano vertical. A velocidade mínima do balde no
ponto mais elevado da trajetória circular, para que a água não caia
do balde, vale, em m/s,
Adote g = 10m/s2
a) 4,0 b) 5,0 c) 7,0 d) 8,0 e) 9,0

Adote g = 10m/s2. Quando o carro passa pelo ponto mais alto da


35. (UEL-PR) – A esfera, representada no es- ponte, a força que ele troca com o chão tem intensidade igual
quema, tem massa igual a 1,0kg e, quando a) à de seu peso; b) a 40% de seu peso;
abandonada, movimenta-se segundo um c) a 60% de seu peso; d) a 140% de seu peso;
arco de circunferência de raio 1,0m, devido e) a 160% de seu peso.
ao fio que a prende ao teto. Ao passar pelo
ponto A, instante em que o fio está na 39. (UFJF-MG) – O diálogo abaixo, entre Lomax e Martin, foi extraído
vertical, tem velocidade escalar de 4,0m/s. de um livro de Frederick Forsythe:“Dois carros de corrida entram
Considerando-se g = 10,0m/s2 e despre- numa curva, um carro mais leve e outro mais pesado. Qual deles
zando-se o efeito do ar, a intensidade da derrapa para fora da pista?”
força que traciona o fio, no instante em que a esfera passa pelo “O pesado”, disse Martin.
ponto A, vale, em newtons: “Certo.”
a) zero b) 6,0 c) 12,0 d) 26,0 e) 32,0 a) Faça um diagrama de forças para um carro de corrida que faz
uma curva sem derrapar. Assuma que a curva seja circular, de
36. (PUC-SP) – Um avião descreve, em seu movimento, uma raio R, e que a superfície da estrada seja horizontal. Certifique-se
trajetória circular, no plano vertical (loop), de raio R = 40 m, de que, no diagrama de forças, estejam somente as forças que
apresentando no ponto mais baixo de sua trajetória uma agem no carro.
velocidade de módulo igual a 144 km/h.

b) Se dois carros, um mais pesado que o outro, fazem a curva


com velocidade de módulo constante e igual a V, sem
derrapar, calcule o módulo da aceleração de cada um. A ace-
leração do carro leve, de massa m, tem módulo igual ao da
aceleração do carro pesado, de massa mp? Por quê? Conside-
re pequenas as dimensões dos carros, se comparadas ao raio
R da curva.
c) Calcule a intensidade da força de atrito que o chão faz sobre
cada um dos carros do item (b). A intensidade da força de
atrito sobre o carro leve é igual à intensidade da força de atrito
sobre o carro pesado? Justifique.
d) Você concorda com o que Lomax e Martin disseram? Justi-
fique.

40. (UFMG) – Ana está sentada em um banco de uma roda-gigante,


Sabendo-se que o piloto do avião tem massa de 70kg, a força de que gira com velocidade angular constante. Nesse movimento,
reação normal, aplicada pelo banco sobre o piloto, no ponto mais Ana passa, sucessivamente, pelos pontos P, Q, R e S, como
baixo, tem intensidade mostrado na figura abaixo.
a) 3,7 . 104 N b) 3,6 . 104 N c) 3,5 . 103 N
d) 2,8 . 103 N e) 7,0 . 102 N

37. Considere um trilho com o formato da figura, visto em corte ver-


tical.

O trecho curvo representa um arco de circunferência de raio


R = 2,0m e não existe atrito. Um carrinho de massa 3,0kg passa
pelo ponto A com velocidade escalar igual a 4,0 m/s. Calcule, no
ponto A:

20
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Considere que a massa de Ana é 30,0kg, que o raio de sua 43. (UFRRJ-MODELO ENEM)
trajetória é 5,0m e que o módulo de sua velocidade angular é
0,40rad/s. Foi que ele viu Juliana na roda com João
Com base nessas informações, Uma rosa e um sorvete na mão
a) determine a força resultante – módulo, direção e sentido – Juliana seu sonho, uma ilusão
sobre Ana quando esta passa pelo ponto Q, indicado na figura. Juliana e o amigo João
b) O módulo da força que o banco faz sobre Ana é maior no GIL, Gilberto. Domingo no Parque.
ponto Q ou no ponto S? Justifique sua resposta. A roda citada no texto é conhecida como roda-gigante, um brin-
quedo de parques de diversões.
(MODELO ENEM) – Texto para as questões de números 41 e 42. Considere:
– o movimento de Juliana como circular e uniforme;
Vendedores aproveitam-se da morosidade do trânsito para vender – o módulo da aceleração da gravidade local igual a 10m/s2;
amendoins, mantidos sempre aquecidos em uma bandeja – a massa da Juliana 50kg;
perfurada encaixada no topo de um balde de alumínio; dentro do – o raio da roda-gigante 2,0 metros;
balde, uma lata de leite em pó, vazada por cortes laterais, contém – a velocidade escalar constante de Juliana igual a 36km/h.
carvão em brasa (figura 1). Quando o carvão está por se acabar,
nova quantidade é reposta. A lata de leite é enganchada a uma
haste de metal (figura 2) e o conjunto é girado vigorosamente em
um plano vertical por alguns segundos (figura 3), reavivando a
chama.

A intensidade da reação normal vertical que a cadeira exerce so-


bre Juliana quando ela se encontrar na posição indicada pelo
ponto I vale
a) 1,0kN b) 2,0kN c) 3,0kN d) 4,0kN e) 5,0kN

44. (UECE-MODELO ENEM) – Em certos movimentos, percebemos,


em nossos órgãos internos, efeitos causados por variações
dinâmicas. A diferença entre a intensidade da força de reação (pe-
Despreze o efeito do ar. so aparente) que o assento de uma cadeira de uma roda-gigante
de raio R, girando em movimento circular uniforme com veloci-
41. Mantendo-se o movimento circular de raio 80cm, a menor dade tangencial de módulo v, exerce sobre uma pessoa de massa
velocidade escalar que a lata deve possuir no ponto mais alto de m sentada nela entre os pontos mais baixo e mais alto da roda-gi-
sua trajetória para que o carvão não caia da lata é, em m/s, gante é
a) 兹苶苶
2,0 b) 2,0 c) 2 兹苶苶
2,0 d) 4,0 e) 4 兹苶苶
2,0 mv2
a) –––––
mv2
b) –––––
3mv2
c) –––––
2R R 2R
42. No momento em que o braseiro atinge o ponto mais baixo de sua
2mv2 4mv2
trajetória, considerando-se que ele descreve um movimento no d) ––––– e) –––––
sentido anti-horário e que a trajetória é percorrida com velocidade R R
escalar constante, dos vetores indicados, aquele que mais se
aproxima da direção e sentido da força resultante sobre a lata é 45. (UFLA-MG-MODELO ENEM) – Um dos fatores que influem no
desempenho de um carro de Fórmula 1 é o “efeito asa”. Esse
efeito, que pode ser mais ou menos acentuado, surge na
interação do ar com a geometria do carro. Quando se altera o
ângulo de inclinação dos aerofólios, surge uma força vertical para
baixo, de forma que o carro fica mais preso ao solo. Conside-
rando-se um carro com “efeito asa” igual ao seu peso, coeficiente
de atrito estático ␮e = 1,25 entre pneus e asfalto, g = 10m/s2,
esse carro pode fazer uma curva plana horizontal de raio de
curvatura 100m, sem deslizar, com velocidade escalar máxima de:
a) 50m/s b) 180m/s c) 120m/s
d) 100m/s e) 80m/s

46. Na figura, temos quatro esferas idênticas presas em um fio ideal O sistema todo gira com velocidade angular constante ␻ em torno
(sem peso e inextensível). de um eixo vertical passando pelo ponto O.
As esferas se movem sobre um plano horizontal sem atrito.
Determine a tensão no fio nas diversas secções.
Resolução
Para cada esfera, a força peso é equilibrada pela reação normal de
apoio.

21
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Mostramos, a seguir, uma vista de perfil do sistema com o esque-


ma de forças em cada esfera.

mV2
Do exposto: Ty = mg e Tx = ––––
R
Tx
Da figura: tg ␪ = –––
Ty

mV2/R
Portanto: tg ␪ = –––––––
Todas as esferas terão a mesma velocidade angular ␻, pois giram mg
juntas, percorrendo o mesmo ângulo no mesmo intervalo de
tempo. Ainda: V2 = gR tg ␪ (1)
Cada esfera terá movimento circular e uniforme e, portanto, a for-
ça resultante será do tipo centrípeta.
mV2 m
Fcp = ––––– = ––– (␻R)2 = m␻2R
R R ⌬s 2πR
1) Para a esfera A, a força de tração T4 fará o papel de resultante Da Cinemática: V = ––– = –––– (2), em que t é o período do
⌬t t
centrípeta e o raio da circunferência descrita será 4 L.
movimento circular e uniforme da esfera, isto é, é o tempo
Assim:
necessário para uma volta completa.
T4 = Fcp = m␻2 4L ⬖ T4 = 4m␻2L
A Substituindo (2) em (1), temos:
4π2R2
2) Para a esfera B, a resultante entre as forças de tração T3 e T4 ––––––– = gR tg ␪
t2
fará o papel de resultante centrípeta e o raio da circunferência
descrita será 3 L.


4π2R R
Assim: t 2 = –––––– ⬖ t = 2π –––––– (3)
T3 – T4 = Fcp
B
g tg ␪ g tg ␪
T3 – 4m␻2L = m␻23L ⬖ T3 = 7m␻2L
Porém, da figura:
3) Para a esfera C, a resultante entre as forças de tração T2 e T3
fará o papel de resultante centrípeta e o raio da circunferência
R R
descrita será 2L. tg ␪ = ––– ou –––– = h (4)
h tg ␪
T2 – T3 = Fcp
C Substituindo (4) em (3), temos:
T2 – 7 m␻2L = m␻22L ⬖ T2 = 9m␻2L

4) Para a esfera D, a resultante entre as forças de tração T1 e T2


fará o papel de resultante centrípeta e o raio da circunferência
descrita será L.
t = 2π
 h
–––
g

T1 – T2 = Fcp
A Observe que, para g constante, o período do pêndulo cônico
T1 – 9 m␻2L = m␻2L ⬖ T1 = 10m␻2L dependerá unicamente da altura h, isto é, todos os pêndulos
cônicos que tiverem a mesma altura h terão o mesmo período,
não importando os demais elementos: m, ␪, R, v e L.
47. A figura mostra um pequeno corpo de


massa m, descrevendo um círculo
h
horizontal, com velocidade escalar Resposta: t = 2π –––
constante, preso na extremidade de g
um fio de comprimento L. À medida
que o corpo gira, o fio descreve a su-
perfície de um cone. Este aparelho é 48. Existe nos parques de diversões um “brinquedo” chamado “ro-
chamado pêndulo cônico. Ache o tem- tor”, que consiste de um cilindro vertical oco que é posto em mo-
po necessário para uma revolução vimento de rotação. As pessoas entram no interior do cilindro, en-
completa do corpo, em função do mó- costam-se à parede e o cilindro é posto a girar com velocidade
dulo da aceleração da gravidade g e da altura do cone h. angular ␻ crescente. Quando a velocidade angular atinge um valor
Resolução adequado, o piso é retirado e as pessoas ficam “pregadas” na pa-
A esfera pendular descreve um movimento circular e uniforme rede.
em um plano horizontal. Isto significa que a resultante das forças Sendo R o raio do cilindro, ␮ o coeficiente de atrito entre a pessoa
verticais deve ser nula e a resultante horizontal será do tipo cen- e a parede, g o módulo da aceleração da gravidade, determine o
trípeta. mínimo valor de ␻ para que, com a retirada do piso, a pessoa não
Atuam sobre a esfera duas forças: escorregue.
→ Se aumentarmos a velocidade angular acima do valor mínimo cal-
1) a força T aplicada pelo fio de suspensão, que será decomposta culado, há possibilidade de a pessoa subir? Justifique.
→ → Resolução
em uma parcela vertical Ty e uma parcela horizontal Tx; Quando a pessoa está encostada na parede, com o rotor girando
→ e o piso retirado, atuam sobre ela as seguintes forças:
2) a força peso P.
→ → →
A componente vertical Ty deverá equilibrar o peso P, e a componen- 1) a força de gravidade P aplicada pela Terra;
→ →
te horizontal Tx será a resultante centrípeta. 2) a força de reação normal Fn aplicada pela parede do rotor;

22
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3) a força de atrito fat também aplicada pela parede do rotor. própria partícula, ela estará em repouso e a resultante de todas as
forças atuantes sobre ela deverá ser nula.
Em relação ao sistema inercial, a partícula estava sujeita a um
conjunto de n forças (forças reais do tipo ação-reação) com uma

resultante F que, num caso genérico, admitia duas componentes:
→ →
a resultante tangencial Ft e a resultante centrípeta Fcp.
Para o referencial não inercial ligado à partícula, para que a re-
sultante de todas as forças seja nula, além das n forças reais, de-
vem existir duas outras forças (que inexistem para o referencial

inercial), capazes de equilibrar a resultante tangencial Ft e a re-

sultante centrípeta Fcp. Tais forças são chamadas de forças iner-
ciais ou forças fictícias ou forças de correção de referencial e
não são do tipo ação-reação, isto é, não são forças aplicadas por
Para que a pessoa não escorregue, a força de atrito deve equili- algum agente físico e não admitem força de reação.
brar o peso e a reação normal deve fazer o papel de resultante Estas forças inerciais deverão ter mesma intensidade, mesma
centrípeta. direção e sentido oposto à resultante tangencial e à resultante
→ → → → → → → centrípeta e são denominadas força de inércia de arrastamento
fat + P = 0 ⇔ fat = – P ⇒ | fat | = | P | = mg e força de inércia centrífuga, respectivamente.
Assim, a força de inércia centrífuga, que nos interessa
→ → mV2
Fn = Fcp ⇒ Fn = ––––– = m␻2R particularmente estudar, tem mesma intensidade da resultante
R mV2
centrípeta –––– , direção normal à trajetória e sentido “para fora”
Como não há escorregamento entre a pessoa e a parede do rotor, R
o atrito é estático e, portanto:
da curva (daí o nome centrífuga, que significa: foge do centro).
→ É fundamental compreender que a força de inércia centrífuga não
| fat| ≤ | fat | é reação da centrípeta, não existe para um sistema de refe-
destaque
rência inercial e não é do tipo ação-reação. Quando se per-
mg ≤ ␮ . m␻2R gunta se existe força de inércia centrífuga, a resposta é: “depen-
de do referencial”.


g g Para um referencial inercial, simplesmente não existe força
Assim: ␻2 ≥ ––– ⇒ ␻ ≥ ––– de inércia centrífuga.
␮R ␮R
Para um referencial não inercial (acelerado) que descreve uma
curva em relação ao referencial inercial, existe a força de inércia


centrífuga, que tende a jogar os corpos para fora da curva.
g
Logo: ␻mín = –––– A título de exemplo, imagine um carro fazendo uma curva em
␮R relação à Terra, suposta ser um sistema inercial. Durante a curva,
uma porta se abriu e um passageiro desprevenido foi projetado
para fora. Como explicar esse fato?
Observe que o funcionamento do rotor não depende da massa Um observador inercial, na Terra, afirma que o passageiro foi pro-
(m) da pessoa, porém a condição de retirada do piso está ligada jetado para fora, por causa de sua inércia de movimento (para ele,
ao coeficiente de atrito ␮ entre as roupas da pessoa e a parede do não existe força de inércia centrífuga).
rotor. Um observador dentro do carro afirma que o passageiro foi pro-
Se aumentarmos a velocidade angular ␻ acima do valor mínimo jetado para fora, pela força de inércia centrífuga (para ele, não vale
calculado, a força de atrito de destaque torna-se maior do que o o Princípio da Inércia de Newton).
peso da pessoa, porém a força de atrito efetiva (real) continua As duas explicações estão corretas, cada uma válida em seu sis-
com a mesma intensidade do peso, isto é, apenas o suficiente pa- tema de referência.
ra equilibrar o peso, evitando o escorregamento da pessoa para
baixo. 49. Um satélite da Terra, de massa m, tem órbita circular de raio r,
A força de atrito é uma força de reação passiva que sempre se com velocidade escalar V.
opõe à tendência de escorregamento entre os corpos em contato
e, portanto, no rotor, a força de atrito nunca ficará maior do que
o peso e a pessoa nunca subirá.

Baseado no texto que se segue, responda à questão 49.

Texto : Força de Inércia Centrífuga

Seja uma partícula descrevendo uma curva, em relação a um sis-


tema de referência inercial. As forças atuantes na partícula ad-
mitem uma componente normal à trajetória que é chamada “re-
sultante centrípeta”.
Ressalte-se ainda que resultante centrípeta não é uma força a
atuar na partícula, mas apenas o nome que uma componente da
força resultante recebe. Não se admite falar em reação da resul-
tante centrípeta que, via de regra, é uma soma de forças atuantes
na partícula.
Para esse referencial inercial, não existe força de inércia centrí-
fuga.
Considere-se, agora, um sistema de referência não inercial (cha- I. Qual diagrama representa as forças atuantes no satélite, vistas
mado sistema acelerado), ligado à partícula que faz uma curva em por um observador na Terra, suposta ser um referencial iner-
relação ao sistema inercial. Para o sistema de referência ligado à cial?

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II. Qual diagrama representa as forças atuantes no satélite, vistas


por um observador no satélite?
Resolução
I. Para um observador na Terra, suposta ser um sistema de refe-
rência inercial, o satélite tem movimento circular e uniforme; a
única força atuante no satélite (desprezam-se outras forças) é
a força de atração gravitacional exercida pela Terra e que faz o
papel de resultante centrípeta.
II. Para um observador no satélite, sistema de referência não
inercial (ou acelerado), o satélite está em repouso sob a ação
de duas forças que se equilibram: a força de atração gravita-
cional exercida pela Terra e a força de inércia centrífuga. Na estrela E2, a força resultante centrípeta é a soma vetorial das
Respostas: I. a forças gravitacionais aplicadas por E1 e E3.
II. c
O período de translação T de E2 e E3 em torno de E1 é dado por
50. (FUVEST-MODELO ENEM) – Um automóvel entra numa curva R R
circular, em uma autopista, com inclinação ␪ em relação ao plano a) T = 2πR ––––– b) T = 4πR ––––
5GM GM
horizontal.
A autopista está coberta por uma fina camada de gelo.
São dados: R R
c) T = 2πR –––– d) T = 4πR –––––
1. Módulo da velocidade do carro: 90km/h. GM 5GM
2. Módulo da aceleração da gravidade: 10m/s2.
3. tg ␪ = 0,25 R
Para que o automóvel consiga fazer a curva, sem derrapar, o raio e) T = 2π ––––
desta curva deve ser igual a: GM
a) 25m b) 100m c) 200m d) 250m e) 300m
Resolução Resolução
GM2 GM2 GM2
1) F12 = ––––– ; F32 = ––––– = –––––
R2 (2R)2 4R2

GM2 GM2 5 GM2


2) FR =F12 + F32 = –––––
2
+ –––––
2
= –– –––––
R 4R 4 R2

3) FR = Fcp
5 GM2 5 GM
–– –––– = M␻2R ⇒ ␻2 = –– ––––
4 R2 4 R3
1) Fy = P = mg

mV2
2) Fx = Fcp = ––––– 1 5GM 2π
R ␻ = –– ––––– = ––
2 R 3 T
Fx mV2/R
3) tg ␪ = ––– = ––––––

 
Fy mg R3 R
T = 4π ––––– = 4πR –––––
5GM 5GM
V2
tg ␪ = ––––
gR Resposta: D

V2 (25)2 52. Considere um pêndulo ideal fixo em um ponto O e com a esfera


R= –––––– = –––––––– (m) ⇒ R = 250m pendular descrevendo uma oscilação em um plano vertical.
g tg ␪ 10 . 0,25

Resposta: D

51. (MODELO ENEM) – Considere um sistema formado por três


estrelas, E1, E2 e E3, de mesma massa M.
Em relação a um sistema de referência inercial, a estrela E1 fica
em repouso, e as estrelas E2 e E3 gravitam em torno de E1 em
uma mesma órbita circular de centro em E1 e raio R, com
movimentos uniformes. As três estrelas são assimiláveis a
pontos materiais. A força gravitacional entre duas estrelas de Em um instante t0, a esfera passa pelo ponto A com velocidade
mesma massa M, cujos centros de massa estão separados por de módulo igual a 2,0m/s e o ângulo que o fio forma com a vertical
uma distância d, tem intensidade F dada por é tal que sen ␪ = 0,60 e cos ␪ = 0,80.
A esfera pendular tem massa de 2,0kg e o comprimento do fio é
de 0,50m.
G M2
F = ––––– Adote g = 10,0m/s2 e despreze o efeito do ar.
d2 Determine, para o instante t0,
a) o módulo da aceleração escalar da esfera;
G = constante de gravitação universal. b) a intensidade da componente centrípeta da força resultante na
As estrelas E1, E2 e E3 estão sempre alinhadas, conforme sugere esfera;
a figura. c) a intensidade da força que traciona o fio.

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Resolução ␥ = 10,0 . 0,60 (m/s2)

␥ = 6,0m/s2

mV2 2,0 . 4,0


b) Fcp = ––––– = –––––––– (N) ⇒ Fcp = 16,0N
R 0,50

c) T – Pn = Fcp
T – Pcos ␪ = Fcp
T – 20,0 . 0,80 = 16,0
T = 32,0N
a) Pt = P cos ␣ = m | ␥ |
mg sen ␪ = m |␥| Respostas: a) 6,0m/s2
b) 16,0N
␥ = g sen ␪
c) 32,0N

53. (UNICENTRO-PR) – Duas esferas muito pequenas giram, em 55. Um motociclista descreve uma circunferência de raio R num
torno do ponto O, sobre uma mesa horizontal e sem atrito, presas plano horizontal no interior de um cilindro oco posicionado
a fios muito leves, inextensíveis e de mesmo comprimento. As verticalmente, conforme indica a figura.
esferas têm a mesma velocidade angular, que é constante. Cada
esfera tem massa de 1,0kg.

O coeficiente de atrito estático entre os pneus e a parede do


a) Compare os módulos das velocidades e das acelerações das
cilindro vale ␮ e a aceleração da gravidade tem módulo g. A
esferas A e B.
velocidade da moto é a mínima possível (vmín) e a força que o
cilindro aplica na moto faz um ângulo ␪ com a horizontal.
T2 Assinale a opção correta:
b) Calcule a razão ––– entre as intensidades das trações nos
T1
fios (2) e (1), respectivamente. gR
a) Vmín = ––– e tg ␪ = ␮

54. (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA) – Em um pêndulo cônico,
temos uma corda de comprimento L e na sua extremidade um
corpo de massa m, que realiza um movimento circular no plano gR 1
b) Vmín = ––– e tg ␪ = ––
(veja figura). Como consequência deste movimento, a corda ␮ ␮
descreve a figura de um cone, razão pela qual o pêndulo adquire
esse nome. Determine
c) Vmín = 
␮gR e tg ␪ = ␮
a) a velocidade angular ␻ do corpo em função do módulo da ace-
leração da gravidade g, do comprimento L, e do ângulo ␪ de
inclinação da corda; 1
b) o tempo para o corpo dar uma volta completa. d) Vmín = 
␮gR e tg ␪ = ––

2gR
e) Vmín = –––– tg ␪ = ␮2

56. (FUVEST-SP) – Uma cunha triangular é fixada sobre a tampa


giratória de uma mesa de tal modo que a extremidade inferior da
cunha coincide com a linha que passa pelo centro da mesa (figura
A). A superfície da cunha possui um canalete e, no interior deste,
um pequeno bloco pode deslizar livremente. Observa-se que,
quando a tampa gira com velocidade angular constante, o bloco
permanece em equilíbrio sobre a cunha, estando seu centro de
massa a uma altura h = 0,10 m em relação ao nível da tampa
giratória (figura B).

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Assim, determine
a) o módulo da força de tração F, que permanece constante ao
longo de todo o fio, em função de M e g;
b) a razão K = sen ␣/sen ␪, entre os senos dos ângulos que o fio
faz com a horizontal;
c) o número N de voltas por segundo que o conjunto realiza
quando o raio R1 da trajetória descrita pela bolinha B for igual
a 0,10 m.
NOTE E ADOTE:
Não há atrito entre as bolas e o fio.
Sendo o ângulo de inclinação da cunha ␪ = 30° e g = 10,0 m/s2, a
magnitude da velocidade do bloco, medida em m/s, é Considere sen ␪ 0,4 e cos ␪ 0,9; π 3
a) 5,0 b) 4,0 c) 3,0 d) 2,0 e) 1,0

57. (UNICAMP-SP) – Observações astronômicas indicam que as 59. (FUVEST-SP) – Um ventilador de teto, com eixo vertical, é cons-
velocidades de translação das estrelas em torno de galáxias são tituído por três pás iguais e rígidas, encaixadas em um rotor de
incompatíveis com a distribuição de massa visível das galáxias, raio R = 0,10 m, formando ângulos de 120° entre si. Cada pá tem
sugerindo que grande parte da matéria do Universo é escura, isto massa M = 0,20 kg e comprimento L = 0,50 m. No centro de uma
é, matéria que não interage com a luz. O movimento de translação das pás, foi fixado um prego P, com massa mp = 0,020 kg, que
das estrelas resulta da força de atração gravitacional que as galá- desequilibra o ventilador, principalmente quando este se
xias exercem sobre elas. movimenta.
A curva no gráfico a seguir mostra como a intensidade da força
GMm , que uma galáxia de massa M exerce
gravitacional FG = –––––
r2
sobre uma estrela externa à galáxia, deve variar em função da dis-
tância r da estrela em relação ao centro da galáxia, considerando-se
m = 1,0 . 1030 kg para a massa da estrela. A constante de gravi-
tação G vale 6,7 . 10–11 m3 kg–1 s–2.
a) Determine a massa M da galáxia.
b) Calcule o módulo da velocidade de uma estrela em órbita
circular a uma distância r = 1,6 . 1020 m do centro da galáxia.

Suponha, então, o ventilador girando com uma frequência de 60


rotações por minuto e determine
a) a intensidade da força radial horizontal F, em newtons,
exercida pelo prego sobre o rotor;
b) a massa M0, em kg, de um pequeno contrapeso que deve ser
colocado em um ponto D0, sobre a borda do rotor, para que a
resultante das forças horizontais, agindo sobre o rotor, seja
nula;
c) a posição do ponto D0, localizando-a no esquema da folha de
respostas.
(Se necessário, utilize π
3)

60. (UNIFESP) – Uma estação espacial, construída em forma


58. (FUVEST-SP) – Um brinquedo consiste de duas pequenas bolas, cilíndrica, foi projetada para contornar a ausência de gravidade no
A e B, de mesma massa M, e um fio flexível: a bola B está presa espaço. A figura mostra, de maneira simplificada, a secção reta
na extremidade do fio e a bola A possui um orifício pelo qual o fio dessa estação, que possui dois andares.
passa livremente. Para o jogo, um operador (com treino!) deve
segurar o fio e girá-lo, de tal forma que as bolas descrevam
trajetórias circulares, com o mesmo período T e raios diferentes.
Nessa situação, como indicado na figura 1, as bolas permanecem
em lados opostos em relação ao eixo vertical fixo que passa pelo
ponto O. A figura 2 representa o plano que contém as bolas e gira
em torno do eixo vertical, indicando os raios e os ângulos que o
fio faz com a horizontal.

Para simular a gravidade, a estação deve girar em torno do seu


eixo com uma certa velocidade angular. Se o raio externo da
estação é R,
a) deduza a velocidade angular ␻ com que a estação deve girar
para que um astronauta, em repouso no primeiro andar e a
uma distância R do eixo da estação, fique sujeito a uma
aceleração de módulo igual a g.

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b) Suponha que o astronauta vá para o segundo andar, a uma


distância h do piso do andar anterior. Calcule o peso aparente
do astronauta nessa posição e compare com o seu peso
aparente quando estava no primeiro andar. O peso aparente
aumenta, diminui ou permanece inalterado?

61. (VUNESP-MODELO ENEM) – Em alguns processos industriais,


utiliza-se a centrifugação. Considere um tambor centrifugador
cilíndrico cujo eixo vertical mede 1,0m de raio e sua velocidade an-
gular é de 10rad/s, em um local onde g = 10m/s2. O valor do
coeficiente de atrito mínimo ␮ entre o produto a ser centrifugado
e a parede interna do tambor, a fim de que não haja
O garoto tem massa de 60 kg, o efeito do ar é desprezível e a
escorregamento, ou seja, para que o produto fique “grudado” na
aceleração da gravidade tem módulo g = 10 m/s2.
parede, deve ser igual a
A força que traciona a corda tem intensidade igual a:
a) 0,05 b) 0,10 c) 0,20 d) 0,40 e) 0,50
a) 60 N b) 1,0 . 102 N c) 6,0 . 102 N
3
d) 1,2 . 10 N 3
e) 6,0 . 10 N
62. (FUVEST-MODELO ENEM) – Numa
brincadeira de parque de diversões, as 64. Um veículo necessita deslocar-se num trecho circular de um autó-
pessoas vestem um macacão, entram dromo, com velocidade escalar constante de 180km/h. O raio de
em um cilindro oco que pode girar em curvatura da trajetória é 820m. Para que esse movimento seja
torno de seu eixo vertical e encostam-se possível, independentemente do atrito entre os pneus e a pista, a
na parede, em pé sobre um piso, con- estrada deverá apresentar uma sobrelevação, em relação à hori-
forme a figura ao lado. O cilindro co- zontal, correspondente a um ângulo ␣ aproximadamente igual a:
meça a girar e, em um dado momento, a) 2° b) 7° c) 13° d) 17° e) 20°
o piso desce, mas as pessoas não, por-
que ficam “grudadas” na parede do
cilindro. O coeficiente de atrito estático
entre uma pessoa e a parede do cilindro
é igual a 0,5 e o raio do cilindro é 3,2m.
Para que a pessoa não escorregue, o módulo de velocidade dos
pontos da superfície do cilindro tem de ser, no mínimo, de
a) 8,0 m/s b) 4,0 m/s c) 3,0 m/s
d) 2,0 m/s e) 1,0 m/s
2° 7° 13° 17° 20°

63. (Olimpíada Colombiana de Física-MODELO ENEM) – Um ga- sen 0,035 0,122 0,225 0,292 0,342
roto, em um parque de diversões, está-se divertindo em uma roda
mecânica giratória. A roda tem velocidade angular constante e a cos 0,999 0,992 0,974 0,956 0,940
corda de massa desprezível tem comprimento de 2,0m e forma
tg 0,035 0,123 0,231 0,306 0,364
um ângulo de 60o com a vertical, conforme ilustra a figura.

8) D 9) D 10) B 11) a) Vmáx = 10m/s c) O erro foi admitir que a intensidade da tração, no ponto
b) Lmín = 4,0m mais baixo, fosse a mesma, estando ele parado ou em mo-
vimento.
12) a) 6,0s
O seu teste não funcionou porque a força máxima que a
b) predador: 4,8 . 10 4N ou 48kN
corda aguenta tem intensidade F tal que:
presa: 1,08 . 10 4N ou 10,8kN
P V2
13) a) P < F < P + ––– –––
g R

mV2
14) a) NI = mg + ––––
R

b)

→ →
b) V = 
gR NII = 0

15) E 16) E 17) a) 8,0m/s 18) C


b) 128N

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19) C 20) B 21) D 29) A 30) E


Vmáx = 
␮gR (independe da massa)
31) a) 8,0km/s 32) a) 12,0m/s
b) 80min b) 1,6km/s
40) a) 24,0N (direção vertical e sentido para baixo)
33) a) b) FS > FQ pois P – FQ = Fcp = FS – P

41) C 42)A 43) C 44) D


F: força aplicada pelo 45) A 53) a) VA = 2VB e aA = 2aB
apoio T2 3
b) –––– = –––
→ T1 2
P: peso do conjunto


g
54) a) ␻ = –––––––
L cos ␪

b) 6,0m/s

34) B 35) D 36) C 37) a) 24N


b) T = 2π
L cos ␪
–––––––
g

b) 6,0N
38) C
55) A 56) E 57) a) M  1,5 . 1040 kg
b) V = 8,0 . 104 m/s
39) a)
58) a) 2,5Mg
b) 2
c) 2,5Hz

59) a) 0,252 N
b) 0,070 kg
c)
→ →
Na realidade,

FN e Fat são apenas componentes da força
de contato F que o chão exerce sobre o carro.
b) Sendo o movimento uniforme, a aceleração será centrípe-
ta e seu módulo é dado por
V2
acp = ––– , sendo igual para os dois carros (independe da
R

massa).
c) A força de atrito faz o papel de resultante centrípeta e sua
intensidade é dada por:
m V2
Fat = macp = ––––– , sendo maior para o carro mais pesado.
R


d) Não; a máxima velocidade permitida na curva sem derra- g
par independe da massa do carro e é dada por: 60) a) ␻ = –––
R
2
m Vmáx

 
Fat = ––––––– R–h
máx R b) Pap = mg ––––––
R

2
m Vmáx O peso aparente diminuiu.
␮ m g = –––––––
R
61) B 62) A 63) D 64) D

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CAPÍTULO
Mecânica

3 TRABALHO

Q uando uma nave está em órbita circular em torno do


centro da Terra, a força gravitacional faz o papel de resultante
centrípeta e seu trabalho é nulo.

1. Conceitos de
energia e trabalho
Conceitua-se energia como aquilo que nos capacita
a realizar tarefas, tais como: levantar um corpo, arre-
messar uma pedra, subir uma escada, preparar alimentos,
movimentar um carro etc.
A energia necessária para realizar as tarefas é prove-
niente de algum combustível, como, por exemplo: car-
vão, gasolina, alimentos etc.
O homem consegue empurrar o arquivo; há energia mecânica transferida e,
A energia pode manifestar-se sob diversas modali- portanto, realização de trabalho.
dades: a energia mecânica (do tipo potencial e do tipo
cinética), a energia elétrica, a energia química, a energia Exemplo
térmica, a energia radiante etc. Quando erguemos um corpo, o trabalho realizado pe-
A energia pode transferir-se de um corpo para outro ou las nossas forças musculares é medido pela energia
ainda pode transformar-se de uma modalidade em outra. mecânica transferida para o corpo.
Para se medir a energia mecânica transferida ou trans- Quando um corpo está em queda livre, o trabalho
formada com o conhecimento da força utilizada e do realizado pelo seu peso é medido pela energia mecânica
deslocamento do corpo, usamos o conceito de trabalho. transformada, isto é, pela energia mecânica potencial
Assim: que se transforma em energia mecânica cinética.
Trabalho é uma medida da energia mecânica Quando a força de atrito é usada para deter um corpo
transferida ou transformada por uma força. em movimento, o trabalho do atrito é medido pela energia
transformada da forma mecânica para a forma térmica.
A energia pode ainda ser transferida de um corpo pa-
ra outro por outros meios que não o trabalho, como, por
exemplo, pelo calor e pelas ondas eletromagnéticas.

2. Definição de trabalho
Vamos definir→trabalho para o caso particular de uma
força constante F aplicada a uma partícula que descreve
uma trajetória qualquer entre uma posição inicial (ponto
O homem não consegue empurrar a pedra, o trabalho é nulo. A) e uma posição final (ponto B).

29
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h1) Quando a força F cede energia mecânica à
partícula, o trabalho realizado é computado
como positivo (cos ␣ > 0); neste caso, a for-

ça F “favorece” o deslocamento da partícula.

h2) Quando a força F retira energia mecânica da
partícula, o trabalho realizado é computado
como negativo (cos ␣ < 0); neste caso, a for-

ça F “se opõe” ao deslocamento da partícula.

3. Unidade e
→ dimensões de trabalho
Seja ␣ o ângulo formado entre a força constante F e
→ Da definição de trabalho, temos:
o deslocamento d.
→ →
→ a) uni [␶] = uni [ F ] . uni [ d ] . uni [cos ␣]
Define-se trabalho realizado pela força F, entre os →
No SI, temos: unidade [ F ] = newton (N)
pontos A e B, pela relação.

unidade [ d ] = metro (m)
→ →
␶AB = | F | | d | cos ␣ cos ␣ não tem unidade (adimensional)
Logo:
Notas unidade [␶] = newton . metro = N . m = joule (J)
a) Todas as manifestações de energia, inclusive o tra-
balho, são grandezas escalares. → →
b) O trabalho de uma força constante não depende da b) [␶] = [ F ] [ d ] [cos ␣]
trajetória entre os pontos A e B. Para o sistema MLT, temos:
→ →
c) A força F é apenas uma das forças atuantes no [ F ] = MLT –2
corpo; não é a única nem é a força resultante. →
Isto significa que podemos aplicar a definição [d]=L
apresentada para cada uma das forças constantes que
atuam na partícula. [ cos ␣ ] = M0L0T0 (adimensional)
d) Quando a força não for constante, a definição de Assim: [ ␶ ] = MLT–2 . L ⇒ [ ␶ ] = ML2 T–2
trabalho é mais complicada e é feita com recursos de Ma-
temática superior. Nota: Qualquer manifestação de energia terá as mes-
e) Quando o trabalho de uma força (constante ou mas dimensões e a mesma unidade de trabalho.
variável) não depende da trajetória, a força é denominada
conservativa. 4. Trabalho do peso

f) O valor | F | cos ␣ representa a projeção da for- Calculemos o trabalho do peso, no caso de uma par-
→ tícula que se desloca de um ponto A (nível mais elevado)
ça F na direção do deslocamento e, portanto, podemos
para um ponto B (nível mais baixo), com desnível H.
escrever:
→ →
␶AB = | d | . proj F


g) O valor | d | cos ␣ representa a projeção do des-
locamento na direção da força e, portanto, podemos es-
crever:
→ →
␶AB = | F | . proj d
→ →
h) No caso em que o trabalho está medindo a energia Sendo P o peso e d o deslocamento de A para B, o
mecânica transferida, o sinal do trabalho é interpretado trabalho do peso, calculado pela definição, será dado por:

como se segue: ␶p = | P | | d | cos ␣
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Da figura, obtemos:
H →
cos ␣ = –––––
→ ⇒ | d | cos ␣ = H
|d | Esse é o caso menos intuitivo.
Segue-se que: ␶p = mg H Procuremos justificá-lo, tomando como exemplo a
força centrípeta.
Observe que o trabalho do peso não depende da par- Sabemos que a força centrípeta é sempre perpendicu-
ticular trajetória entre os pontos A e B. (O peso é uma lar à trajetória e, portanto:
força conservativa.)
Se o deslocamento fosse de B para A, o ângulo entre A força centrípeta nunca realiza trabalho.
→ →
P e d seria ␤ = 180 – ␣.
Tentemos entender fisicamente por que a força
centrípeta não realiza trabalho: sabemos que, quando a
força centrípeta age sobre um ponto material, ela apenas
varia a direção de sua velocidade, sem, contudo, mudar
o módulo de sua velocidade. É intuitivo que a quanti-
dade de energia mecânica do ponto material depende do
módulo e não da direção de sua velocidade, mesmo
porque a energia é uma grandeza escalar que independe
do conceito de direção.
Como a força centrípeta altera apenas a direção da
velocidade vetorial, então:
Sendo cos ␤ = – cos ␣, o trabalho do peso entre B e
A é dado por: A força centrípeta não modifica a quantidade
de energia mecânica do ponto material.
␶p = – mg H

Portanto, no movimento de queda, o peso realiza


O que foi exposto significa que a força centrípeta não
trabalho positivo (favorece a queda) e, na subida,
transfere energia mecânica para o ponto material e,
trabalho negativo (opõe-se à queda).
portanto, não realiza trabalho.

5. Trabalho nulo
De acordo com o exposto como conceito de “TRA-
BALHO”, concluímos que o trabalho é nulo quando a
força não transfere nem transforma energia mecânica.
Analisando a relação que define matematicamente o
trabalho, constatamos que o trabalho será nulo em três
casos:

Esse caso é mais evidente e intuitivo, pois a força é


exatamente o veículo que realizará o trabalho.

Muitas vezes, exercemos uma força, mas não há des-


locamento, o que significa que houve uma tentativa de
realizar o trabalho, que, porém, não se consumou, porque
não ocorreu a transferência ou transformação de energia
mecânica. A força gravitacional aplicada pela Terra e que mantém o satélite em órbita
Assim, por exemplo, quando empurramos um carro circular é uma força do tipo centrípeta e, portanto, não realiza trabalho.
parado e esse carro não sai do lugar, há uma força exer-
cida, porém não há trânsito nem transformação de ener- Outro exemplo: quando uma partícula se desloca
gia mecânica, pois o carro não se deslocou, isto é, não es- horizontalmente, as forças verticais, como, por exemplo,
tá havendo trabalho. o peso e a reação normal de apoio, não realizam trabalho.

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1. Um bloco de peso 10N está em movimento sobre um plano hori-


zontal, no sentido da esquerda para a direita. No esquema, estão ␥ = a = 0,50 m/s2
representadas as forças que atuam no bloco.

O deslocamento d terá módulo dado por:
→ a
| d | = V0 t + ––– t2
2

→ 0,50 →
| d | = –––– (4,0)2 (m) ⇒ | d | = 4,0 m
2

→ → 4) Da figura, temos:
São dados | F1 | = 10,0N; | F2 | = 2,0N.
Calcule o trabalho que cada uma das forças realiza em um F2 8,0
cos ␪ = ––– = –––– = 0,80
deslocamento de 5,0m. F 10,0
Resolução
→ → F1 6,0
1) O peso P e a força de reação normal do plano FN são perpen- cos ␣ = ––– = –––– = 0,60
F 10,0
diculares ao deslocamento (␪ = 90o e cos ␪ = 0) e, portanto,
não realizam trabalho. → →
→ 5) Os trabalhos de F1 e F2 serão dados por:
2) O trabalho de F1 é dado por:
→ → → →
␶F = | F1 | | d | cos 60o
1 ␶F1 = | F1 | | d | cos ␣
␶F1 = 10,0 . 5,0 . 0,50 (J) ⇒ ␶F1 = 25,0J ␶F1 = 6,0 . 4,0 . 0,60 (J) ⇒ ␶F1 = 14,4 J

3) O trabalho de F2 é dado por: → →
→ →
␶F2 = | F2 | | d | cos ␪
␶F = | F2 | | d | cos 180°
2
␶F2 = 8,0 . 4,0 . 0,80 (J) ⇒ ␶F2 = 25,6 J
␶F2 = 2,0 . 5,0 . (–1) (J) ⇒ ␶F2 = –10,0J

Respostas: ␶p = ␶FN = 0; ␶F1 = 25,0J; ␶F2 = –10,0J 6) O trabalho da força resultante F é dado por:
→ →
2. (FUVEST) – Uma partícula de massa 20kg, partindo do repouso,
␶F = | F | | d | cos 0°
→ → ␶F
está sujeita à ação exclusiva de duas forças constantes, F1 e F2, = 10,0 . 4,0 . 1 (J) ⇒ ␶F = 40,0J
perpendiculares entre si e de intensidades respectivamente iguais
a 6,0N e 8,0N, que atuam durante 4,0s. Portanto: ␶F1 + ␶F2 = 14,4J + 25,6J = 40,0J
→ →
a) Calcule os trabalhos realizados por F1 e F2.
b) Mostre que o trabalho da força resultante é igual à soma dos ␶F1 + ␶F1 = ␶F
→ →
trabalhos de F1 e F2.
Resolução 3. (UFSE) – Um corpo de massa m é colocado sobre um plano incli-
1) nado de ângulo ␪ com a horizontal, num local onde a aceleração
da gravidade tem módulo igual a g. Enquanto escorrega uma dis-
tância d, descendo ao longo do plano, o trabalho do peso do corpo
é:
a) m g d sen ␪ b) m g d cos ␪ c) m g d
d) – m g d sen ␪ e) – m g d cos ␪
Resolução


A intensidade da força resultante F é dada por:
F2 = F12 + F22
F2 = 36,0 + 64,0 = 100,0 ⇒ F = 10,0N

2) A aceleração da partícula terá módulo a dado pela 2.a Lei de


Newton: F = ma
10,0 = 20a ⇒ a = 0,50m/s2

3) A partícula terá trajetória retilínea, na direção de F, e seu mo- O trabalho do peso é dado por:
vimento será uniformemente variado com aceleração escalar → ⎯ →
␥, tal que: ␶P = | P | | AB | cos ␣

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Porém: | P | = mg Resolução
⎯→ ␶ = F. d
| AB | = d Para haver conservação de trabalho, quando a força é dividida por
n, o deslocamento fica multiplicado por n.
cos ␣ = sen ␪ (ângulos complementares)
Resposta: A

Portanto: ␶p = mg d sen ␪ 6. (UFRRJ-MODELO ENEM) – Um funcionário de uma transporta-


dora, desejando colocar várias caixas na carroceria de um
Observe que d sen ␪ = H e também podemos escrever: caminhão, desenvolve um dispositivo que consiste numa rampa
de madeira apoiada na extremidade do veículo, conforme ilustra a
␶p = mg H figura.

Resposta: A

4. Uma partícula de massa 3,0kg descreve uma trajetória circular de


raio 2,0m com velocidade escalar constante de 4,0m/s.
a) Qual a intensidade da força resultante na partícula?
b) Qual o trabalho realizado por esta força resultante? Justifique
sua resposta.
Resolução A altura da carroceria em relação ao solo é igual a 1,0 m, e o
a) Sendo o movimento circular e uniforme, a força resultante é funcionário aplica a cada caixa uma força constante de
centrípeta e sua intensidade é dada por: intensidade 60 N, paralela à rampa. Se considerarmos que cada
caixa tem massa igual a 30 kg, que o coeficiente de atrito da caixa
mV2
Fcp = ——- com a rampa vale 0,20 e que a extensão da rampa é de 2,0 m,
R calcule o trabalho ␶F realizado pela força aplicada à caixa e o
trabalho ␶at realizado pela força de atrito. Adote g = 10m/s2
3,0 (4,0)2
Fcp = ————- (N) ⇒ Fcp = 24N Os valores de ␶F e ␶at são dados respectivamente por:
2,0
a) 120J e –60J b) 120J e 60
3J
b) A força resultante centrípeta é normal à trajetória e, portanto, c) 120J e –60
3J d) 60J e –120J
seu trabalho é nulo. e) 60J e –60
3J
Resolução
Respostas: a) 24 N → →
b) zero a) ␶F = F d cos 0°

5. (UEL-PR-MODELO ENEM) – Usam-se ferramentas e utensílios ␶F = 60 . 2,0 . 1 (J) ⇒ ␶F = 120 J


mecânicos adaptados para diminuir o esforço muscular em
muitas situações. A diminuição desse esforço pode levar ao en- b) Fat = ␮ P cos ␪
tendimento errôneo de que o trabalho físico também é menor. 3
Para que a diminuição de tal esforço seja compensada e o Fat = 0,20 . 300 . –––– (N) ⇒ Fat = 30
3N
trabalho físico realizado mantenha-se no mesmo valor, qual gran- 2
→ →
deza deve aumentar seu valor? ␶at = Fat d cos 180°
a) O deslocamento.
b) A força de atrito no sistema.
c) O coeficiente de atrito. ␶at = 30
3 . 2,0 (–1) (J) ␶at = – 603 J
d) O valor da massa da ferramenta.
e) A potência. Resposta: C

7. (UFAM) – Um bloco está inicialmente em repouso no ponto A de


uma superfície horizontal. Sobre este bloco, aplica-se uma força
constante F, cujas componentes valem Fx = 15N e Fy = 10N,
como mostra a figura. Qual o trabalho realizado por esta força,
quando o bloco se deslocar horizontalmente do ponto A para o
ponto B, sabendo-se que a distância entre eles vale d = 2,0m?
a) 10J b) 15J c) 20J d) 30J e) 50J →
Em I, o bloco é arrastado pela força F sobre o plano horizontal; por

causa do atrito, quando a força F cessa, o bloco para. Em II, o blo-
co, preso à mola e em repouso no ponto O, é puxado pela força

F sobre o plano horizontal, sem que sobre ele atue nenhuma força
de resistência; depois de um pequeno deslocamento, a força
cessa e o bloco volta, puxado pela mola, e passa a oscilar em
torno do ponto O.
Essas figuras ilustram:
a) I: exemplo de trabalho de força dissipativa (força de atrito),
8. (UNIFESP) – Na figura estão representadas duas situações físicas para o qual a energia mecânica não se conserva; II: exemplo
cujo objetivo é ilustrar o conceito de trabalho de forças conser- de trabalho de força conservativa (força elástica), para o qual a
vativas e dissipativas. energia mecânica se conserva.

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b) I: exemplo de trabalho de força dissipativa (força de atrito), 10. (MACKENZIE) – Sobre uma mesa
para o qual a energia mecânica se conserva; II: exemplo de horizontal, um pequeno corpo de
trabalho de força conservativa (força elástica), para o qual a massa m, ligado à extremidade de
energia mecânica não se conserva. um fio ideal que tem a outra ponta
c) I: exemplo de trabalho de força conservativa (força de atrito), fixa no ponto O, descreve um
para o qual a energia mecânica não se conserva; II: exemplo movimento circular uniforme de velocidade angular ␻, velocidade

de trabalho de força dissipativa (força elástica), para o qual a tangencial v, frequência f e raio R. O trabalho (␶) realizado pela
energia mecânica se conserva. força de tração no fio em 1/4 de volta vale
d) I: exemplo de trabalho de força conservativa (força de atrito), ␻ ␻2
para o qual a energia mecânica se conserva; II: exemplo de a) zero b) ––– c) m –––
trabalho de força dissipativa (força elástica), para o qual a 4R 4
energia mecânica não se conserva. ␻ πR␻
e) I: exemplo de trabalho de força dissipativa (força de atrito); II: d) m ––– e) m –––––
exemplo de trabalho de força conservativa (força elástica), 4R 4
mas em ambos a energia mecânica se conserva.
11. (VUNESP) – Um jovem exercita-se numa academia andando e
9. (UFSCar-SP) – Quino, criador da personagem Mafalda, é também
movimentando uma esteira rolante horizontal, sem motor. Um
conhecido por seus quadrinhos repletos de humor chocante.
dia, de acordo com o medidor da esteira, ele andou 40 minutos
Aqui, o executivo do alto escalão está prestes a cair em uma ar-
com velocidade constante de módulo igual a 7,2km/h e consumiu
madilha fatal.
300 quilocalorias.
a) Qual a distância percorrida pelo jovem em relação à esteira?
Qual o deslocamento do jovem em relação ao solo terrestre?
b) Num esquema gráfico, represente a esteira,

o sentido do mo-
vimento da esteira, o jovem e a força F que ele exerce sobre
a esteira para movimentá-la. Admitindo-se que o consumo de
energia assinalado pela esteira é o trabalho realizado pelo
jovem para movimentá-la, determine o módulo dessa força,
suposta constante.
Adote 1,0 cal = 4,0 J.

12. (VUNESP-FMCA) – Um
móvel de 100kg encontra-se
em uma superfície hori-
zontal, na qual o coeficiente
de atrito entre o móvel e a
superfície é 0,50. Aplica-se a
ele uma força constante de
módulo 250N que forma um
ângulo de 37° com o deslocamento.
O trabalho realizado pela força de atrito em um percurso de 10m
foi, em módulo, de
a) 600J b) 800J c) 1 000J
d) 3 500J e) 4 250J
Dados: g = 10 m/s2; sen 37° = 0,60; cos 37° = 0,80

13. (UFSCar-SP-MODELO ENEM) – A plaina é uma ferramenta es-


sencial do marceneiro, utilizada desde o preparo inicial da madeira
até retoques finais de um trabalho. Uma plaina consta basica-
mente de um corpo de aço sobre o qual estão montados três
apoios: um, em forma de bola, opcionalmente utilizado pelo
marceneiro para guiar a ferramenta durante o corte; outro, para o
posicionamento e fixação da lâmina de corte; o terceiro, suave-
Considere que
mente inclinado, para que o marceneiro, ao empurrar a ferramenta
• o centro de massa do tubo suspenso, relativamente à parte
para frente, exerça automaticamente uma força transversal.
inferior do tubo, está localizado a uma distância igual à altura
da cartola do executivo;
• a distância do centro de massa do tubo até o topo da cartola é
3,2 m;
• a vertical que passa pelo centro de massa do tubo passa
também pela cabeça do executivo;
• o tubo tem massa de 450 kg e, durante uma queda, não
sofreria ação significativa da resistência do ar, descendo com
aceleração de módulo 10 m/s2;
Desejando desbastar as laterais de uma prancha retangular de
• comparativamente à massa do tubo, a corda tem massa que
3,4m de comprimento, o marceneiro a afixa à sua bancada
se pode considerar desprezível.
horizontal e, a partir de uma de suas extremidades, inicia a
a) Após esmagar a cartola, sem resistência significativa, com que
passagem da plaina. Se o ângulo entre a direção de aplicação da
velocidade escalar, em m/s, o tubo atingiria a cabeça do
força e a direção em que a plaina irá deslocar-se é de 37°, e se
executivo?
devido à prática o marceneiro mantém uma força constante de
b) Para preparar a armadilha, o tubo foi içado a 5,5m do chão pela
intensidade 10 N, determine o trabalho total realizado pela mão do
própria corda que posteriormente o sustentou. Determine o
marceneiro em uma passada da plaina por toda a extensão da
trabalho, em J, realizado pela força peso na ascensão do tubo.
prancha.
Dê a resposta com notação científica e usando dois algarismos
Dados: sen 37° = 0,6; cos 37° = 0,8.
significativos.
a) 34,0J b) 27,2J c) 20,4J d) 16,0J e) zero

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14. (MACKENZIE-SP-MODELO ENEM) – Uma jovem, em uma Aproximando-se a energia química contida em um litro de
academia de ginástica, anda sobre uma esteira rolante horizontal gasolina para 30 x 106 J e considerando-se que um automóvel
que não dispõe de motor, com velocidade constante de módulo típico (Uno Mille, por exemplo) faz cerca de 15 km/ na estrada,
5,4 km/h e, em 7,0 minutos, são consumidas 36 kcal. Admitindo- sabendo-se, ainda, que apenas 13% da energia gerada no MCI vai
se que o consumo de energia pela esteira é devido ao trabalho da para os pneus, pergunta-se: qual o módulo da força média feita
força que a jovem aplica sobre ela para movimentá-la, a pelos pneus no asfalto para manter o automóvel com velocidade
intensidade dessa força, supostamente constante, é de: constante durante os 15 km em uma trajetória retilínea em um
a) 60 N b) 120 N c) 180 N d) 240 N e) 300 N plano horizontal ?
Adote: 1 cal = 4,2 J a) 240 N b) 260 N c) 390 N d) 450 N e) 585 N

15. (VUNESP-MODELO ENEM) – O atrito entre a espada e a pedra


17. (ETEC-SP-MODELO ENEM) – Com o auxílio de um guindaste,
de amolar realiza um trabalho que surte em aquecimento da
uma plataforma de massa 5kg é utilizada para erguer, desde o
lâmina de aço. Se o coeficiente de atrito entre a lâmina e a pedra
solo até a altura de 5m, a atriz que será destaque de um dos
tem valor 0,2 e a força de reação normal sobre a lâmina tiver carros alegóricos da escola de samba Unidos da Lua Cheia, cuja
módulo constante de 200 N, a energia térmica dissipada no fantasia tem massa de 25 kg. Se o trabalho que o peso do
decorrer de 20 voltas completas da pedra de amolar é, em J, conjunto atriz+fantasia+plataforma realiza durante esse
a) 1440 b) 1320 c) 1260 d) 1110 e) 1060 deslocamento tiver módulo igual a 4 500 J, a massa da atriz será,
Dados: ␲ = 3; raio da pedra de amolar = 0,3 m em kg, igual a
a) 90 b) 75 c) 60 d) 55 e) 40
16. (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA-MODELO ENEM) – Esti-
Dado: g = 10 m/s2
ma-se que de cada 100 litros (ou 100%) de gasolina colocados
num automóvel (veja o esquema), 62% são usados no motor de
combustão interna (MCI) ao transformar a energia química da 18. (VUNESP-MODELO ENEM) – Na sala de raios X, a mesa em que
gasolina em energia mecânica; 17% são perdidos nas paradas deitam os pacientes é movida mecanicamente sobre roletes. O
dos semáforos, congestionamentos etc. Assim, sobraram 21%. movimento se dá em torno de dois eixos horizontais x e y. Ao
Desse valor, 2% são gastos com ar-condicionado, motor de lim- deslocar-se um paciente de peso 1000 N por um distância de
pador de para-brisa, rádio etc; 6% com o atrito nos diferentes ti- 0,3m em direção a x e 0,4 m em direção a y, o trabalho realizado
pos de transmissão necessários para movimentação do auto- nesse deslocamento pelo peso do paciente é, em J,
a) 0 b) 0,1 c) 0,3 d) 0,4 e) 0,5
móvel. Vejam que perda! De cada 100 litros que compramos,
apenas 13 são usados para girar os pneus do automóvel. Infe-
19. (UEMA-MODELO ENEM) – De acordo com a figura abaixo, um
lizmente, nem toda esta energia é usada, pois 4% são perdidos
menino utiliza uma prancha de madeira não polida para se
no atrito cinético dos pneus com o solo e 2% pela resistência do
movimentar sobre a superfície de um morro de areia. Ele parte do
ar quando o automóvel se movimenta, sobrando somente 7%
repouso no ponto A e alcança o ponto B com velocidade de
para a movimentação do automóvel. Dessa maneira, o automóvel módulo v.
é uma máquina pouco eficiente. O valor de 17% pode ser Admitindo-se que a massa do sistema menino-prancha é igual a
bastante reduzido pela maneira de dirigir e pelo local, como 50kg e o coeficiente de atrito cinético entre a prancha e a
estradas, ruas com pouco trânsito etc. superfície do morro é de 0,50, determine o trabalho total realizado
sobre o sistema menino-prancha de A até B.
Considere: sen ␪ = cos ␪ ≈ 0,70, g = 10m/s2 e despreze a resis-
tência do ar.
a) 2,0kJ b) 2,5kJ c) 3,5kJ d) 5,0kJ e) 7,5kJ

Adaptado de (http://www.fueleconomy.gov/feg/atv.shtml

6. Teorema da energia ou dissipativas (que transformam outro tipo de energia,


cinética ou das forças vivas (TEC) chamada energia nobre, em térmica), forças externas ou
internas ao sistema.
O teorema da energia cinética é um dos teoremas Enunciado:
mais importantes na Física Clássica.
Esse teorema permite o cálculo do trabalho total de O trabalho total de todas as forças atuantes em um
todas as forças presentes em um sistema, sejam elas sistema físico (internas e externas) é dado pela va-
forças conservativas (que não dissipam energia nobre) riação da energia cinética do sistema.

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A demonstração do teorema será feita para o caso O trabalho total de todas as forças atuantes em um
particular de uma partícula em trajetória retilínea sob a sistema físico (internas e externas) é dado pela se-
ação de uma força resultante constante. mivariação das forças vivas.

7. Trabalho no
levantamento de um corpo
Consideremos um corpo de peso P, em repouso em
um ponto A.
Deseja-se transportar esse corpo para um ponto B
Seja V0 a velocidade escalar inicial e V a velocidade situado a uma altura H acima do ponto A. Sendo a velo-
escalar após o deslocamento de módulo igual a d. cidade no ponto B igual a zero, deseja-se obter o trabalho
Seja m a massa do ponto material e F a intensidade realizado pela força motriz que transportou o corpo, não
da força resultante. se considerando a presença de forças dissipativas.

O trabalho da força F será dado por:

␶=F.d (1)

Note que ␣ = 0 e cos ␣ = 1.

Do Princípio Fundamental da Dinâmica, obtemos:


F = m . ␥ (2)
e, da expressão de Torricelli:
V2 = V 2 + 2 ␥ d (3)
0
Tirando o valor de d em (3), temos:
V2 – V 2
0
d = ––––––––– (4)
2␥ No deslocamento de A para B, atuam sobre o corpo
→ →
Substituindo (2) e (4) em (1), obtemos: duas forças: seu peso P e a força motriz F.
De acordo com o teorema da energia cinética, a soma
(V2 – V 2 ) → →
␶ = m . ␥ ––––––––––
0
ou ainda: dos trabalhos de P e F é igual à variação da energia
2␥ cinética do corpo.
␶F + ␶P = ⌬Ecin
mV2 mV 2
␶ = –––––– – ––––––
0
Como vA = vB = 0, obtemos ⌬Ecin = 0 e
2 2

mV2 portanto: ␶F + ␶␳ = 0 e ␶F = –␶p


A grandeza ––––
2 é denominada energia cinética da Como ␶P = – PH (na subida, o trabalho do peso é ne-
partícula e, portanto: gativo), temos:

␶ = Ecin. final – Ecin. inicial ␶F = PH

o que demonstra o teorema.


Note-se que o trabalho da força motriz (␶F) não
Observação depende
A grandeza mV2, que representa o dobro da energia a) da trajetória descrita entre A e B;
cinética, é chamada impropriamente de força viva e, por
isso, o teorema da energia cinética pode ser também cha- b) do tempo de trajeto;
mado de teorema das forças vivas e enunciado assim: c) do tipo de força motriz.

36
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8. Método gráfico No gráfico do valor algébrico da força resultante,


para calcular o trabalho em função do espaço, a área sob o gráfico mede o
→ trabalho realizado.
Das componentes da →
força resultante F, apenas a
componente tangencial

F t realiza trabalho, pois a com- 2) Quando o movimento é progressivo (espaço cres-
ponente centrípeta Fcp , por ser perpendicular à trajetória, cente), temos:
não realiza trabalho, isto é, não transfere nem transforma a) Se Ft > 0 (gráfico acima do eixo dos espaços),
energia mecânica. a componente tangencial da resultante tem o
Admitamos que a componente tangencial da força mesmo sentido do movimento e o seu trabalho
resultante tenha intensidade constante (movimento uni- é positivo (movimento acelerado).
formemente variado) e construamos o diagrama cartesia- b) Se Ft < 0 (gráfico abaixo do eixo dos espaços),
no da intensidade da força tangencial Ft em função do a componente tangencial da resultante tem sen-
espaço s. tido oposto ao do movimento e o seu trabalho é
negativo (movimento retardado).

Se calcularmos a área hachurada do gráfico, teremos:

Área = Ft . ⌬s = ␶F
N

A propriedade apresentada foi demonstrada para um


caso particular, pois admitimos que a componente tan-
gencial da força resultante tivesse intensidade constante,
␶1 =N A1
␶2 = –A2
N } ␶total = ␶1 + ␶2 =N A1 – A2

3) Quando o movimento é retrógrado (espaço de-


porém

a conclusão obtida vale, mesmo que a intensidade
crescente), temos:
de Ft seja variável:
a) Se Ft > 0, o movimento é retardado e o trabalho
No gráfico do valor algébrico da componente tan- é negativo.
gencial da força resultante, em função do espaço, b) Se Ft < 0, o movimento é acelerado e o trabalho
a área sob o gráfico mede o trabalho da força re- é positivo.
sultante.

Notas 4) O método gráfico de calcular o trabalho também


1) Quando a trajetória é retilínea, a força resultante pode ser usado separadamente para cada força que age no
se reduz à sua componente tangencial e a propriedade corpo, usando, obviamente, o valor algébrico da com-
pode ser enunciada assim: ponente tangencial desta força.
37
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20. (UERJ-MODELO ENEM) – Suponha que o coração, em regime Determine o trabalho do peso ␶P, o trabalho da reação normal do
de baixa atividade física, consiga bombear 200g de sangue,
trilho ␶N, o trabalho do atrito ␶at e o trabalho da força resultante
fazendo com que essa massa de sangue adquira uma velocidade
de módulo 0,3m/s e, com o aumento da atividade física, a mesma ␶R.
quantidade de sangue atinja uma velocidade de módulo 0,6m/s. Resolução
O trabalho realizado pelo coração, decorrente desse aumento de a) O trabalho do peso ␶P é dado por:
atividade física corresponde a
a) 2,7 . 10–2J b) 2,7 . 10–1J c) 3,6 . 10–1J ␶P = PH = mgH
d) 2,7J e) 3,6J
Resolução ␶P = 1,0 . 10 . 2,0J ⇒ ␶P = 20J
m
TEC: ␶ = ⌬EC = ––– (V 2 – V 2)
2 0 b) O trabalho da reação normal de apoio ␶N é sempre nulo, por-
que a reação normal é perpendicular à trajetória.
0,2
␶ = ––– [(0,6)2 – (0,3)2] (J) ⇒ ␶ = 0,1 . (0,36 – 0,09) (J)
2 ␶N = 0

c) O trabalho da força resultante é dado pelo teorema da energia


␶ = 0,1 . 0,27 (J) ⇒ ␶ = 2,7 . 10–2J cinética.
Resposta: A m VB2 m VA2
␶R = ⌬Ecin = –––––– – ––––––
2 2
21. (INATEL-MODELO ENEM) – A violência que atinge o País levou
ao desenvolvimento de diferentes formas de proteção, especial-
mente por parte da classe média, que também passou a ser 1,0 . 36
␶R = ––––––– J ⇒ ␶R = 18J
vítima da violência no trânsito. A blindagem de carros populares e 2
o uso do vidro antivandalismo estão entre as opções de proteção.
De 1995 a 2001, a produção/ano de carros blindados no país teve d) O trabalho da força de atrito é dado pela expressão:
um crescimento de 1.106%, segundo dados da Associação
Brasileira de Blindagem (Abrablin). No nível mais seguro de ␶R = ␶P + ␶N + ␶at
blindagem autorizado (III), um vidro de blindagem automotivo
(vidro balístico) tem espessura de aproximadamente 20mm e ␶at ⇒ ␶at = –2J
18J = 20J + 0 +
deve resistir ao impacto de um projétil de 10g disparado com uma
Respostas: ␶p = 20J ; ␶N = 0 ; ␶at = –2J ; ␶R = 18J.
velocidade de módulo 400m/s. Determine a intensidade da força
média de resistência oposta, pelo vidro, à penetração do projétil
23. Um bloco de peso 5,0N, partindo do repouso na base do plano,
para pará-lo.
sobe uma rampa, sem atrito, sob a ação de uma força horizontal
a) 10 kN b) 20 kN c) 30 kN d) 40 kN e) 50 kN
constante e de intensidade 10,0N, conforme mostra a figura.
Resolução
Aplicando-se o TEC, vem:
␶F = ⌬Ecin 2
m V0
Fm . d . cos 180o = 0 – —–––
2
–10 . 10–3 . (400)2
Fm . 20 . 10–3 . (–1) = —–––––––––––––
2

10 . (400)2
Fm = —––––––– (N) ⇒ Fm = 4,0 . 104 N
40

Resposta: D Qual a energia cinética do bloco, quando atinge o topo do plano?


Resolução
22. Considere um trilho com atrito e um pequeno bloco partindo do O cálculo da energia cinética adquirida pelo corpo será feito pelo
repouso em A de uma altura H = 2,0m e deslizando até o ponto teorema da energia cinética (TEC) e, portanto, precisamos calcular
B, ao qual chega com velocidade de módulo igual a 6,0m/s. o trabalho de todas as forças atuantes no corpo.
O bloco tem massa de 1,0kg e adota-se g = 10m/s2.

38
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1) Trabalho da força F 25. (FEI) – Uma partícula de massa 2,0kg desloca-se

ao longo de um
→ eixo Ox, sob ação de uma força resultante F que tem a mesma
Como F é constante, temos:
orientação do eixo Ox e intensidade variando com a posição, con-
→ ⎯→ forme o gráfico a seguir.
␶F = | F | | AB | cos ␣ Sabe-se que na posição x1 = 0, a velocidade escalar da partícula é
de  m/s.
10
→ ⎯→
Porém: | F | = 10,0N e | AB | cos ␣ = 8,0 m

Portanto: ␶F = 10,0 . 8,0 (J) ⇒ ␶F = 80,0J

2) Trabalho do peso
Sendo o movimento de subida, o trabalho do peso é negativo
e é dado por:
␶p = – P H

Porém: P = 5,0 N e H = 6,0m

Portanto: ␶p = – 5,0 . 6,0 (J) ⇒ ␶p = – 30,0J

3) Trabalho da reação normal de apoio Determine →


a) o trabalho realizado pela força F entre as posições x1 = 0 e
A força de reação normal do apoio não realiza trabalho por ser
x2 = 3,0m;
perpendicular ao deslocamento (␪ = 900 e cos ␪ = 0).
b) a velocidade escalar da partícula na posição x2 = 3,0m.
Aplicando o teorema da energia cinética: Resolução
a) Cálculo do trabalho realizado.
␶total = ⌬Ecin O trabalho pode ser medido pela área sob o gráfico F = f(x):

␶F + ␶p + ␶N = EcinB – EcinA

80,0 – 30,0 = Ecin ⇒ Ecin


B
= 50,0J
B
Resposta: 50,0J

24. O gráfico a seguir representa a intensidade da força resultante em


um ponto material, em trajetória retilínea, em função da distância
por ele percorrida.
Qual o valor aproximado do trabalho realizado pela força entre
d1 = 0 e d2 = 7,0m?

3,0 . 10
[␶]30 = [ Área ]30 = –––––––– (J)
2

[␶]30 = 15 J

b) Cálculo da velocidade escalar.


A velocidade escalar adquirida pelo corpo pode ser calculada
pelo teorema da energia cinética:

m V32 m V02
[␶]30 = –––––– – ––––––
2 2

2 2
15 = ––– V32 – ––– . 10
2 2

V32 = 25 ⇒ V3 = 5m/s
Resolução
O trabalho é dado pela área sob o gráfico e esta é estimada con- Respostas: a) 15J
tando-se o número de quadradinhos hachurados e observando-se b) 5m/s
que cada quadradinho corresponde a um trabalho de 1,0J. Na fi-
gura, representamos 24 quadradinhos completos e as frações de
quadradinho correspondem, aproximadamente, a mais 4 quadra-
26. Uma partícula, em trajetória retilínea, está sob a ação de uma for-
dinhos. →
ça resultante F, sempre no mesmo sentido, e cuja intensidade é
Portanto: ␶  28 J dada, em função da distância à origem dos espaços, pelo gráfico
a seguir, em forma de um quadrante de circunferência.
Resposta: 28J

39
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a) vale 50J; b) vale 25π J;


c) vale 50π J; d) vale 100π J;
e) não pode ser calculada por falta de dados.
Resolução
A variação de energia cinética é medida pelo trabalho, que é
calculado pela área sob o gráfico força x distância.

␶ N
= área (F x d)

 1

A área em questão é a área de um quarto de círculo ––– π R2 , po-
4
rém, como o módulo de representação das escalas é diferente,
escrevemos:
1
␶ =N ––– π R1 R2
4
1
␶ = ––– π 10. 20 (J) ⇒ ␶ = 50π J
4
A variação de energia cinética da partícula entre as posições
d = 0 e d = 20m Resposta: C

27. (FEI-SP) – Um automóvel de massa m = 2,0 t está movimentando-se


com velocidade escalar constante v = 72,0 km/h. Ao avistar um sinal
vermelho, o motorista aciona os freios e para perto da faixa de
pedestres. Sabendo-se que as rodas travaram ao acionar os freios e
que o coeficiente de atrito dinâmico entre as rodas e o solo é ␮ = 0,2,
a distância que o automóvel percorre desde o instante em que o
motorista aciona os freios até parar vale:
a) 50m b) 75m c) 80m d) 100m e) 200m

28. (FUVEST-SP) – Um corpo de massa m desliza sobre um plano


horizontal, sendo ␮C o coeficiente de atrito cinético entre o corpo
e a superfície. No instante inicial, a magnitude da velocidade é v
e, após percorrer uma distância d, a magnitude da velocidade é
reduzida à metade do valor inicial. Nessas condições, o
coeficiente de atrito cinético ␮C, em termos de v, d e do módulo
da aceleração da gravidade g, é
3v2 v2 5v2 2v2 v2 →
a) –––– b) –––– c) –––– d) –––– e) –––– 31. Uma força constante F , de direção vertical e intensidade 30N,
8gd 2gd 8gd 3gd gd atua sobre um corpo de massa 1,0kg, inicialmente em repouso,
elevando-o a uma altura de 3,0m. Nesta posição final, a energia
29. (UNIFESP) – Em um acidente de trânsito, uma testemunha deu o cinética do corpo é de 40J.
seguinte depoimento: Adotando-se g = 10m . s–2, calcule

A moto vinha em alta velocidade, mas o semáforo estava a) o trabalho realizado pela força F neste deslocamento de 3,0m;
vermelho para ela. O carro que vinha pela rua transversal parou b) o trabalho da força de resistência do ar neste deslocamento de
quando viu a moto, mas já era tarde; a moto bateu violentamente 3,0m.
na lateral do carro. A traseira da moto levantou-se e seu piloto foi
lançado por cima do carro.
A perícia supôs, pelas características do choque, que o 32. (UFU-MG) – Um menino e seu skate, considerados como uma
motociclista foi lançado horizontalmente de uma altura de 1,25m única partícula, deslizam numa rampa construída para este
e caiu no solo a 5,0m do ponto de lançamento, medidos na esporte, como representado na figura abaixo. A parte plana da
horizontal. As marcas de pneu no asfalto plano e horizontal mos- rampa mede 2,0m, e ele parte do repouso, do ponto A, cuja altura,
traram que o motociclista acionou bruscamente os freios da em relação à base, é de 1,0m. Considerando-se que há atrito
moto, travando as rodas, 12,5m antes da batida. Após análise das somente na parte plana da rampa, e que o coeficiente de atrito
informações coletadas, a perícia concluiu que a moto deveria ter cinético é 0,20, assinale a alternativa correta.
atingido o carro com uma velocidade de módulo 54km/h (15m/s).
Considerando-se g = 10 m/s2 e o coeficiente de atrito entre o
asfalto e os pneus 0,7, determine
a) o módulo da velocidade de lançamento do motociclista, em m/s;
b) o módulo da velocidade da moto antes de começar a frear.

30. (ITA-SP) – Equipado com um dispositivo a jato, o homem-foguete


da figura cai livremente do alto de um edifício até uma altura h, on-
de o dispositivo a jato é acionado. Considere que o dispositivo
forneça uma força vertical para cima de intensidade constante F. a) O menino irá parar no centro da parte plana.
Determine a altura h para que o homem pouse no solo com b) Durante a primeira descida do menino, ele atinge o ponto D.
velocidade nula. Expresse sua resposta como função da altura H, c) O menino irá parar no ponto C, no final da rampa plana.
→ d) A energia mecânica dissipada até que ele pare é superior à
do módulo da força F, da massa m do sistema homem-foguete e do
energia potencial que o conjunto possui no ponto de partida.
módulo da aceleração da gravidade g, desprezando-se a resistência
e) O menino irá parar no ponto B.
do ar e a alteração da massa m no acionamento do dispositivo.

40
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33. Na figura, representamos um suporte curvo, sem atrito, fixo em O coeficiente de atrito entre o bloco e a superfície vale 0,50; adote
um plano horizontal. g = 10,0m/s2 e não considere a resistência do ar.
Pedem-se
a) a intensidade da força de atrito no bloco;
b) o trabalho total realizado sobre o bloco entre d = 0 e d = 2,0m;
c) o módulo da velocidade do bloco para d = 2,0m.

37. (FUVEST-SP) – Um ciclista, em trajetória retilínea em estrada


plana e horizontal, mantém velocidade constante de módulo igual
a V0 = 5,0m/s (18km/h).

Uma moeda é abandonada, a partir do repouso, no ponto A, de


uma altura H e vai parar no ponto C, após percorrer uma distância
D no plano horizontal. Sendo g o módulo da aceleração da
gravidade local, determine
a) o módulo da velocidade da moeda em B, em função de g e de
H;
b) o coeficiente de atrito (suposto constante) entre a moeda e o
plano horizontal (trecho BC), em função de H e de D.
Ciclista e bicicleta têm massa total M = 90kg. Em determinado
34. (VUNESP) – Uma esfera metálica de massa 1,0kg é abandonada momento, t = t0, o ciclista para de pedalar e a velocidade esca-
a 24,0m do solo e cai sob efeito da gravidade (g = 10,0m/s2). Ao calar V da bicicleta passa a diminuir com o tempo, conforme o
atingir o solo, penetra 2,0 . 10–1m e para. gráfico a seguir.
A partir do teorema do trabalho e energia cinética, determine a
intensidade da força média exercida pelo solo sobre a esfera.
(Despreze a resistência do ar durante a queda.)
a) 1,19kN b) 1,20kN c) 1,21kN
d) 1,22kN e) 1,23kN

35. (UEL-PR) – No instante t = 0, um corpo de massa 0,50kg inicia


um movimento de subida vertical, partindo do repouso, sob ação
exclusiva de seu peso e de uma força vertical, dirigida para cima
e cuja intensidade varia com a distância percorrida, conforme está
ilustrado no gráfico abaixo.

Assim, determine
a) a aceleração escalar A, em m/s2, da bicicleta, logo após o
ciclista deixar de pedalar;
b) a intensidade da força de resistência horizontal total FR, em
newtons, sobre o ciclista e sua bicicleta, devida principal-
mente ao atrito e à resistência do ar, quando a velocidade tem
módulo V0;
c) a energia E, em kJ, que o ciclista “queimaria”, pedalando
durante meia hora, com velocidade de módulo V0. Suponha
Considerando-se g = 10,0m/s2, a velocidade desse corpo, ao que a eficiência do organismo do ciclista (definida como a
completar 10,0m de percurso, tem módulo igual, em m/s, a razão entre o trabalho realizado para pedalar e a energia meta-
bolizada por seu organismo) seja de 22,5%.
a) 10,0 
3 b) 10,0 
2 c) 10,0
d) 5,0 
2 e) 5,0 38. Um recipiente de massa desprezível
contém, inicialmente, 30kg de água e
36. Um bloco de massa 10,0kg está em repouso sobre uma é içado verticalmente, com velocidade
superfície horizontal quando passa a atuar sobre este uma força constante, por um fio ideal que está
de direção constante e horizontal, cuja intensidade varia com a sendo puxado por uma pessoa, como
distância, de acordo com o gráfico a seguir. indica a figura.
O balde sofre uma elevação total de
20m.
O balde tem um furo, de modo que a
água vaza a uma taxa constante com o
tempo e, ao atingir a altura máxima de
20m, partindo da altura zero, a massa
de água é de apenas 10kg.
A aceleração da gravidade tem mó-
dulo g = 10m/s2.
Determine
a) a massa de água em função da al-
tura do balde;
b) a expressão da intensidade da
força com que a pessoa puxa o fio
em função da altura do balde;
c) o trabalho realizado pela pessoa para elevar o balde de 20m.

41
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39. (FMTM-MG-MODELO ENEM) – Ao passear com seu bebê em


um terreno horizontal, um pai aplica sobre o carrinho uma força de
intensidade constante e módulo 8,0N na direção e sentido
mostrados no esquema. Se durante um trecho retilíneo de 100m
o carrinho mantém velocidade constante, o valor absoluto do
trabalho realizado pelas forças dissipativas que agem sobre o car-
rinho, expresso em joules, é
a) 400 b) 512 c) 616 d) 770 e) 800
Dados: sen ␪ = 0,64
cos ␪ = 0,77

Com base nessas informações, é correto afirmar que


a) 2FI = FII e TI = TII . b) FI = 2FII e TI = TII .
c) 2FI = FII e 2TI = TII . d) FI = 2FII e TI = 2TII .
e) FI = FII e TI = TII .

43. (UFAL-MODELO ENEM) – Em Alagoas e Pernambuco os negros


resistiam à escravidão nos quilombos. Resistir é se opor, assim
como a madeira de uma porta resiste à penetração de um projétil.
40. (VUNESP-MODELO ENEM) – Em uma quermesse, um homem Suponha que uma bala de massa 20 g, disparada por um rifle,
atira rolhas de cortiça com uma espingarda de ar comprimido, em atinge uma porta de madeira, de 10 cm de espessura, com
pequenas caixas numeradas. O objetivo é derrubar as caixas. velocidade de módulo 400 m/s e, após atravessá-la, saia com
Contudo, ao acertar determinada caixa, a rolha de massa 5,0 g, velocidade de módulo 300 m/s. A força média de resistência da
transferindo toda sua energia, consegue apenas empurrar a caixa madeira à penetração da bala tem intensidade, em newtons, de
sem a derrubar. Se a rolha atinge seu alvo com velocidade de a) 1,4 . 102 b) 7,0 . 102 c) 1,4 . 103
módulo 28m/s, o módulo do trabalho da força de atrito, em J, é, d) 7,0 . 103 e) 1,4 . 104
aproximadamente,
a) 1,0 b) 2,0 c) 3,0 d) 4,0 e) 5,0 44. (UELON-PR-MODELO ENEM) – O coração humano é uma bomba
potente e extremamente confiável. A cada dia ele recebe e des-
41. (UNESP-MODELO ENEM) – O monumento de Stonehenge, na carrega cerca de 7,5 . 103 litros de sangue. Considerando-se que o
Inglaterra, é uma construção que impressiona pela sua trabalho realizado por um coração seja igual ao trabalho necessário
grandiosidade, sobretudo por ter sido construído por volta de para elevar essa quantidade de sangue até uma altura igual à altura
2800 a. C. A maior pedra em Stonehenge mede cerca de 10 m e de uma pessoa de 1,7m, sem acréscimo de energia cinética, e que
tem massa de 5,0 . 104 kg, tendo sido retirada de uma pedreira a a densidade do sangue seja igual a 1,05 x 103 kg/m3 e g = 10,0 m/s2,
30 km de distância do local. Uma das hipóteses a respeito de o trabalho realizado pelo coração em um dia, nas condições descri-
como um povo tão primitivo teria sido capaz de realizar tamanha tas anteriormente, será de aproximadamente:
façanha supõe que a pedra teria sido arrastada em algum tipo de a) 1,3 . 102 J b) 1,5 . 103 J c) 1,4 . 104 J
trenó primitivo por sobre a neve. d) 1,3 . 105 J e) 1,4 . 106 J

45. (FUVEST-SP-MODELO ENEM) – No ”salto com vara”, um atleta


corre segurando uma vara e, com perícia e treino, consegue
projetar seu corpo por cima de uma barra. Para uma estimativa da
altura alcançada nesses saltos, é possível considerar que a vara
sirva apenas para converter o movimento horizontal do atleta
(corrida) em movimento vertical, sem perdas ou acréscimos de
energia. Na análise de um desses saltos, foi obtida a sequência de
imagens reproduzida abaixo.

Considerando-se um coeficiente de atrito cinético de 0,2 e que


500 pessoas teriam participado do arraste da enorme pedra de
5,0 . 104 kg, realizado na horizontal e a velocidade constante, ao
longo dos 30 km, e adotando-se g = 10 m/s2, pode-se afirmar que
o valor médio para o trabalho realizado por cada indivíduo seria de
a) 2,0 . 103 kJ b) 5,0 . 103 kJ c) 5,5 . 103 kJ
d) 6,0 . 103 kJ e) 6,5 . 103 kJ

42. (UFMG-MODELO ENEM) – Antônio precisa elevar um bloco até


uma altura h. Para isso, ele dispõe de uma roldana e de uma corda
e imagina duas maneiras para realizar a tarefa, como mostrado Nesse caso, é possível estimar que a velocidade máxima atingida
nas figuras a seguir. pelo atleta, antes do salto, foi de, aproximadamente,
Despreze a massa da corda e a da roldana e considere que o bloco a) 4,0 m/s b) 6,0 m/s c) 7,0 m/s
se mova com velocidade constante. d) 8,0 m/s e) 9,0 m/s
Sejam FI o módulo da força necessária para elevar o bloco e TI o
trabalho realizado por essa força na situação mostrada na Figura I. Desconsidere os efeitos do trabalho muscular após o início do
Na situação mostrada na Figura II, essas grandezas são, salto. Adote g = 10 m/s2 e despreze o efeito do ar.
respectivamente, FII e TII .

42
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7) D 8) A 9) a) 8,0m/s 2) O trabalho realizado pelas forças musculares da


b) –2,5 . 104J (aproximadamente) pessoa é dado por:

10) A 11) a) 4,8km e zero ␶ = Fm . ⌬s = Fm . V ⌬t


b)
3) A energia E é dada por:
␶ ␶
␩ = –– ⇒ E = ––
E ␩

Fm . V ⌬t 22,5 . 5,0 . 1800


E= ––––––––––– = –––––––––––––– (J)
F = 2,5 . 102N ␩ 0,225
12) E 13) B 14) D 15) A 16) B
E = 9,0 . 105J = 9,0 . 102kJ
17) C 18) A 19) B 27) D 28) A

mgH Respostas: a) –0,25m/s 2


29) a) 10m/s 30) h = ––––––– b) 22,5N
b) 20m/s ou 72km/h F
c) 9,0 . 10 2kJ

31) a) 90J 32) A


38) a) A massa de água remanescente no balde é dada por:
b) –20J
m = m0 – k t

33) a) 
2g H 34) C 35) C Como a velocidade é constante, vem:
H h h
b) ␮ = –––
D
V = ––– ⇒ t = –––
t V

36) a) 50N k
Portanto: m = m0 – ––– h ⇒ m = m0 – C h
b) 125J V
c) 5,0m/s
C
37) Para h = 20m, temos m = 10kg

10 = 30 – C . 20 ⇒ 20 C = 20 ⇒ C = 1 (SI)

m = 30 – h (SI)

b) Sendo o movimento uniforme, vem:

F = P = mg = (30 – h) 10

F = 300 – 10h (SI)

c)

a) Logo após o ciclista parar de pedalar, entre os instantes


t0 = 0 e t1 = 4s, o gráfico V = f(t) é praticamente retilíneo e
a aceleração escalar é constante e dada por:
⌬V –1
A = –––– = ––– (m/s2) ⇒ A = – 0,25 m/s2
⌬t 4

b) Imediatamente após o ciclista deixar de pedalar, a força de


resistência ao movimento é responsável pela aceleração
␶F = área (F x d)
do veículo já calculada.
20
Aplicando-se a 2.a Lei de Newton: ␶F = (300 + 100) ––– (J) ⇒ ␶ = 4,0 . 103J = 4,0 kJ
2
| FR | = M | A |
Respostas: a) m = 30 – h (SI)
| FR | = 90 . 0,25 (N) ⇒ | FR | = 22,5N
b) F = 300 – 10h (SI)
c) 4,0kJ
c) 1) Durante a fase de movimento retilíneo uniforme, a
força motriz tem a mesma intensidade da força de
39) B 40) B 41) D 42) B 43)D
resistência.
| Fm | = | FR | = 22,5N 44) D 45) D

43
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CAPÍTULO
Mecânica

4 POTÊNCIA
MECÂNICA

A potência mecânica de uma máquina mede a


rapidez com que ela transfere energia.

1. Conceito de potência ␶
→ Pot = lim Potm = lim –––
A potência de uma força F é uma medida da rapidez ⌬t → 0 ⌬t → 0 ⌬t
com que a força transforma ou transfere energia.
Se a energia está sob a forma de trabalho, fala-se em
potência mecânica; se está sob a forma de calor, fala-se
em potência térmica; se está sob a forma de energia
elétrica, fala-se em potência elétrica. →
Consideremos uma força constante F realizando um

2. Potência mecânica média trabalho ␶ em um deslocamento d de uma partícula.
→ → →
Consideremos uma força F que realiza um trabalho Seja ␣ o ângulo entre F e d.
␶ (transferindo ou transformando energia mecânica) em Sabemos que:
um intervalo de tempo ⌬t. → →
Define-se potência mecânica média (Potm) como a
␶ = | F | | d | cos ␣
grandeza escalar dada por:
Se quisermos obter a potência mecânica média da
␶ → →
Potm = –––– força F no deslocamento d, fazemos:
⌬t →
Portanto, a potência mecânica de uma força mede a ␶ → |d|
Potm = –––– = | F | ––––– cos ␣
rapidez com que esta força realiza trabalho. Uma máqui- ⌬t ⌬t
na opera com grande potência mecânica quando realiza →
|d|
muito trabalho em pouco tempo. O quociente ––––– representa o módulo da veloci-
⌬t
3. Potência mecânica instantânea dade vetorial média do ponto material no deslocamento
considerado.
Assim, teremos:
A potência mecânica instantânea corresponde à → →
potência mecânica média calculada em um intervalo de Potm = | F | | Vm | cos ␣
tempo extremamente pequeno (tendendo a zero). Usando Se fizermos ⌬t tender a zero, os valores médios
uma linguagem matemática, dizemos que: a potência transformar-se-ão nos valores instantâneos:
mecânica instantânea é o limite para o qual tende a
potência mecânica média quando o intervalo de tem- → →
po considerado ⌬t tende a zero. Pot = | F | | V | cos ␣

44
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O ângulo ␣ nesta expressão é o ângulo formado en- Existem ainda unidades práticas de potência:
→ →
tre a força F e a velocidade vetorial V. 1 cavalo-vapor (cv) = 735W
1 horse-power (hp) = 746W

dim [ ␶ ]
b) dim [ Pot ] = ––––––––
dim [⌬t ]
Em relação ao sistema MLT , temos:
Notas [ ␶ ] = M L2 T–2 e [ ⌬t ] = T
1) Embora a demonstração tenha sido feita supondo Assim:

que a força F fosse constante, a expressão obtida é váli- M L2 T–2
→ [ Pot ] = ––––––––– ⇒ [ Pot ] = M L2 T–3
da mesmo que a força F seja variável. T
Com base na equação dimensional da potência, po-
2) Se a partícula estiver em uma trajetória retilínea e demos escrever:

F for a força resultante, teremos duas possibilidades: 1W = kg.m2 . s–3
→ →
a) ␣ = 0°, isto é, F e V têm a mesma direção e o
mesmo sentido. Neste caso, teremos cos ␣ = 1 e 5. Gráfico da potência mecânica
→ →
instantânea em função do tempo
(movimento acelerado)
Pot = | F | | V | Consideremos, inicialmente, uma potência mecânica
→ → instantânea constante.
b) ␣ = 180°, isto é, F e V têm a mesma direção e O gráfico Pot = f(t) será um segmento de reta parale-
sentidos opostos. Neste caso, teremos cos ␣ = –1 lo ao eixo dos tempos.
e → → (movimento retardado)
Pot = –| F | | V |
→ →
3) Para ␣ = 90°, isto é, F e V com direções perpen-
diculares, teremos cos ␣ = 0 e Pot = 0.
Como exemplo de ␣ = 90°, citamos o caso da
componente centrípeta da força resultante:
A componente centrípeta da força resultante não
realiza trabalho e sua potência é nula.
Procuremos interpretar a área sob o gráfico Pot = f(t).
N
A= P (t2 – t1) = P . ⌬t = ␶
4. Unidades e
dimensões de potência Portanto:
No gráfico da potência mecânica instantânea em
Da definição de potência média, obtemos:
função do tempo, a área sob o gráfico, entre dois
unidade [ ␶ ] instantes, mede o trabalho realizado entre aqueles
a) unidade [ Pot ] = ––––––––––––––
unidade [ ⌬t ] instantes.
No SI, temos:
unidade [ ␶ ] = joule (J) A propriedade enunciada foi demonstrada para o
unidade [ ⌬t ] = segundo (s) caso particular de função constante, porém também é
válida para potência instantânea variável.
Logo:
J
unidade [ Pot ] = ––– = J . s–1 = watt (W)
s
São também usuais:
quilowatt (kW) = 103W
megawatt (MW) = 106W
miliwatt (mW) = 10–3W
microwatt (␮W) = 10–6W
45
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1. (UNESP-MODELO ENEM) – O teste Margaria de corrida em


m V2 m V 20 m V2
escada é um meio rápido de medida da potência anaeróbica de ␶ = ⌬Ec = ––––– – –––––– ⇒ ␶= –––––
uma pessoa. Consiste em fazê-la subir uma escada de dois em 2 2 2
dois degraus, cada um com 18 cm de altura, partindo com veloci-
dade escalar constante de uma distância de alguns metros da m V2
escada. Quando pisa no 8.o degrau, a pessoa aciona um cronôme- Portanto: Potu = ––––––
2 ⌬t
tro, que se desliga quando pisa no 12.o degrau. Se o intervalo de
tempo registrado para uma pessoa de 70 kg foi de 2,8 s e consi-
derando-se a aceleração da gravidade com módulo igual a 10 m/s2,
2,4 . 103 (30) 2
a potência média avaliada por este método foi de Potu = ––––––– ––––– (W) ⇒ Potu  1,4 . 105W
a) 180 W b) 220 W c) 432 W 2 7,5
d) 500 W e) 644 W
Resolução 2) A potência total é dada por:
PotT = 300cv = 300 . 740W

PotT  2,2 . 105W

3) O rendimento ␩ é dado por:


Potu 1,4 . 105
␩ = ––––– = –––––––– ⇒ ␩  0,64
PotT 2,2 . 105

␩%  64%
H = 4h = 4 . 0,18m = 0,72m
Resposta: C
1) TEC: ␶total = ⌬Ecin
3. (AFA-MODELO ENEM) – O motor de um automóvel desenvolve
␶interno + ␶peso = 0 (MU) uma potência útil de 20 hp quando o automóvel tem uma velo-
cidade constante de módulo 50 km/h em uma estrada retilínea e
␶i – m g H = 0 horizontal. Se a força resistente tem intensidade proporcional ao
quadrado do módulo da velocidade, a potência, em hp, necessária
␶i = m g H para mantê-lo a 100 km/h vale:
␶i = 70 . 10 . 0,72 (J) ⇒ a) 10 b) 20 c) 40 d) 80 e) 160
␶i = 504J
Resolução
Para que o automóvel tenha velocidade constante:
␶i 504 J
2) Potm = ––– = ––––– ⇒ Potm = 180W Fmotriz = Fresistente = k V2
⌬t 2,8s
A potência motriz dada por:
Resposta: A
Potmotriz = Fmotriz . V
2. (UNIFESP-MODELO ENEM) – Após algumas informações sobre
o carro, saímos em direção ao trecho off-road. Na primeira Potmotriz = k V2 . V = k V3
acelerada, já deu para perceber a força do modelo. De acordo
com números do fabricante, são 300 cavalos de potência [...] e os Se a velocidade duplicou, a respectiva potência motriz ficará mul-
108 km/h iniciais são conquistados em satisfatórios 7,5 tiplicada por 8.
segundos, graças à boa relação peso-potência, já que o carro vem Resposta: E
com vários componentes de alumínio.
(http://carsale.uol.com.br/opapoecarro/testes/aval_050404discovery.shtml#5) 4. (FUVEST-SP-MODELO ENEM) – Nos manuais de automóveis, a
caracterização dos motores é feita em cv (cavalo-vapor). Essa uni-
O texto descreve um teste de avaliação de um veículo importado, dade, proposta no tempo das primeiras máquinas a vapor,
lançado recentemente no mercado brasileiro. Sabendo-se que a correspondia à capacidade de um cavalo típico, que conseguia
massa desse carro é de 2,4 . 103 kg, e admitindo-se 1 cv = 740 W, erguer, na vertical, com auxílio de uma roldana, um bloco de 75kg,
pode-se afirmar que, para atingir os 108 km/h iniciais, a potência com velocidade de módulo 1,0m/s. Para subir uma ladeira, inclina-
útil média desenvolvida durante o teste, em um plano horizontal, da como na figura, um carro de 1,0 .103 kg, mantendo uma veloci-
em relação à potência total do carro, foi aproximadamente de dade constante de módulo 15m/s (54km/h), desenvolve uma
a) 90% b) 75% c) 65% d) 45% e) 30% potência útil que, em cv, é, aproximadamente, de
(Sugestão: efetue os cálculos utilizando apenas dois algarismos a) 20 b) 40 c) 50 d) 100 e) 150
significativos.)
Resolução
1) A potência média útil é dada por:

Potu = –––
⌬t

O trabalho realizado é dado pelo teorema da energia cinética:


Despreze o efeito do ar e adote g = 10m/s2.

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Resolução ␮VgH
(1) Desprezando-se o efeito do ar, tem-se: Pot = ––––––
⌬t
Fmotor = Pt = P sen ␪ = m g sen ␪
Fmotor = 1,0 . 103 . 10 . 0,1 (N)
V
Sendo ––– = Z (vazão), resulta: Pot = ␮Z g H
Fmotor = 1,0 . 103N ⌬t

(2) Potmotor = Fmotor . V . cos 0° Tendo o processo de geração uma eficiência de 77%, resulta, para
a potência útil de cada unidade:
Potmotor = 1,0 . 103 . 15 (W) = 15 . 103W
Pot = 0,77 . ␮Z g H
mgH
(3) Pot = –––––– = mg V Pot = 0,77 . 1,0 . 103 . 7,0 . 102 . 10 . 130 (W)
⌬t
Pot  7,0 . 10 8W
1cv = 75 . 10 . 1,0 (W) = 750W
15 . 103
(4) Potmotor = ––––––– (cv) A potência total Pottotal gerada pelas 18 unidades é igual a:
750 Pottotal = 18 . Pot
Pottotal = 18 . 7,0 . 108 (W)
Potmotor = 20cv

Pottotal = 1,26 . 1010 W


Resposta: A

5. (UNICAMP-SP) – Uma usina hidroelétrica gera eletricidade a b) A potência elétrica consumida pela cidade de Campinas vale:
partir da transformação de energia potencial mecânica em energia
elétrica. A usina de Itaipu, responsável pela geração de 25% da E e
energia elétrica utilizada no Brasil, é formada por 18 unidades PotC = ––––
geradoras. Nelas, a água desce por um duto sob a ação da gravi- ⌬t
dade, fazendo girar a turbina e o gerador, como indicado na figura Sendo Ee = 6,0 . 10 9 Wh e ⌬t = 1 dia = 24h, resulta:
a seguir. Pela tubulação de cada unidade, passam 7,0 . 102 m3/s
de água. O processo de geração tem uma eficiência de 77%, ou 6,0 . 10 9 Wh
seja, nem toda a energia potencial mecânica é transformada em PotC = –––––––––––– PotC = 0,25 . 109W
energia elétrica. Considere a densidade da água 1,0 . 103kg/m3 e 24h
g = 10m/s2.

O número de cidades como Campinas que Itaipu é capaz de


suprir de energia elétrica vale:

Pot total 12,6 . 10 9


n = ––––––– ⇒ n = –––––––––– n = 50,4
PotC 0,25 . 109

Portanto, o número de cidades é de aproximadamente 50.

Respostas: a) 7,0 . 108W e 1,26 . 1010W


b) 50

6. Um corpo de peso P = 20N sobe um plano inclinado sem atrito,


puxado por uma força paralela a esse plano. O corpo parte do
a) Qual a potência gerada em cada unidade da usina se a altura da
repouso e após dois segundos ele atinge uma altura de dois
coluna-d’água for H = 130m? Qual a potência total gerada na
metros acima do ponto

de partida. A potência instantânea desen-
usina?
volvida pela força F é dada pelo gráfico abaixo.
b) Uma cidade como Campinas consome 6,0 . 10 9 Wh por dia.
Para quantas cidades como Campinas, Itaipu é capaz de suprir
energia elétrica? Ignore as perdas na distribuição.
Resolução
a) A potência teórica gerada é dada por:

␶peso
Pot = –––– , em que ␶peso é o trabalho que o peso da água
⌬t
realiza no intervalo de tempo ⌬t.
mgH
Sendo ␶peso= mgH, vem: Pot = –––––
⌬t
Determine →
m a) o trabalho realizado pela força F entre os instantes t0 = 0 e
Da definição de densidade ␮ = –– , temos m = ␮ . V t1 = 2,0s;
V
b) o módulo da velocidade do corpo no instante t1 = 2,0s.
Portanto: Adote g = 10m/s2 e despreze o efeito do ar.

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Resolução Resolução
a) A vazão do ar em relação às hélices é dada por:
Vol
Z = –––– = A . V → Vol = A . V . ⌬t (1)
⌬t

Vol = volume do ar
A = área varrida pelas hélices
V = módulo da velocidade do vento
m m
Sendo dar = –––– , vem: Vol = –––– (2)
Vol dar

Substituindo-se (2) em (1):


a) Como temos o gráfico da potência instantânea desenvolvida m
→ –––– = A V ⌬t ⇒ m = dar A V ⌬t (3)
pela força F em função do tempo, o trabalho pedido pode ser dar
calculado pela “área” compreendida entre o gráfico e o eixo
dos tempos, de t = 0 até t = 2,0s.
A potência média é dada por:
Assim:
(2,0 + 1,0) Ec m V2
␶F = ————— . 50(J) ⇒ ␶F = 75J
2 Potm = ––– = ––––– (4)
⌬t 2 ⌬t
→ →
b) Além da força F, atuam no corpo a força peso P e a reação nor-
→ Substituindo-se (3) em (4):
mal do plano N.
dar A V ⌬t V2 dar A V 3
Pelo teorema da energia cinética, aplicado entre t = 0 e Potm = –––––––––– . –––– ⇒ Potm = –––––––––
t = 2,0s, temos: 2 ⌬t 2
mV2 mV02
␶F + ␶P + ␶N = ——— – ———
2 2 1,2 . π (2,0) 2 . 10 3
Mas: Potm = ––––––––––––––––– (W)
V0 = 0 2
␶F = 75J
␶p = –P . h = –20 . 2,0 (J) ⇒ ␶P = –40J Pot  7,4 . 10 3W

→ b) Para os momentos de calmaria, quando a energia cinética do


␶N = 0 (pois N é perpendicular ao deslocamento) vento não é suficiente para mover as pás do gerador,
P 20 devemos usar a energia previamente armazenada em baterias
m = — = —— kg ⇒ m = 2,0kg
g 10 nos momentos em que o vento era abundante.
Então:
2,0 . V2
75 – 40 + 0 = ———— ⇒ V  5,9m/s 8. (UFLA-MG) – Elevadores possuem um contrapeso (CP) que auxi-
2 lia o motor em seu deslocamento, conforme mostra a figura
Respostas: 75J e 5,9m/s abaixo.

7. (UNIFESP) – Uma das alternativas modernas para a geração de


energia elétrica limpa e relativamente barata é a energia eólica.
Para a avaliação preliminar da potência
eólica de um gerador situado em um
determinado local, é necessário calcu-
lar a energia cinética do vento que atra-
vessa a área varrida pelas hélices
desse gerador por unidade de tempo.
a) Faça esse cálculo para obter a
potência média disponível, em
watts, de um gerador eólico com
hélices de 2,0m de comprimento,
colocado em um lugar onde, em
média, o módulo da velocidade do Considerando-se g = 10m/s2, um elevador com massa de
vento, perpendicular à área varrida 8,0 . 102kg e contrapeso de 4,0 . 102kg e desprezando-se a massa
pelas hélices, é de 10 m/s. dos cabos, resolva os itens a seguir.
Dados: área de um círculo de raio r: A = πr2 (adote π = 3,1); a) Supondo-se inicialmente que o elevador se desloque com
densidade do ar: dar = 1,2 kg/m3. velocidade constante de módulo igual a 0,5 m/s, calcule a
Z = A . V, em que Z é a vazão, A é a área e V é o módulo intensidade da força motriz FM exercida pelo motor na subida
da velocidade e na descida.
b) Mesmo em lugares onde o vento é abundante, há momentos b) A potência fornecida pelo motor na subida com velocidade
de calmaria ou em que sua velocidade não é suficiente para constante.
mover as pás do gerador. Indique uma forma para se manter o c) Supondo-se que o elevador suba com movimento acelerado e
fornecimento de energia elétrica aos consumidores nessas com aceleração de módulo 1,0m/s2, qual a intensidade da
ocasiões. força motriz exercida pelo motor sobre o elevador?

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Resolução b) PotM = FM . V . cos 0°


1) a)
T = P = mg = 4,0 . 102 . 10 (N) PotM = 4,0 . 103 . 0,5 . 1 (W) ⇒ PotM = 2,0kW

c)
T = 4,0 . 103N
P – T’ = ma

4,0 . 103 – T’ = 4,0 . 102 . 1,0

T’ = 3,6 . 103N

T’ + FM – PE = M a
FM + T = PE

FM + 4,0 . 103 = 8,0 . 102 . 10 3,6 . 103 + FM – 8,0 . 103 = 0,8 . 10 3 . 1,0

FM = 4,0 . 103 N = 4,0kN FM = 5,2 . 103N = 5,2kN

Respostas: a) 4,0kN
b) 2,0kW
c) 5,2kN

9. (FUVEST-SP) – Uma esteira rolante transporta 15 caixas de bebida (108km/h) em 10s em um plano horizontal. Despreze o efeito do
por minuto, de um depósito no subsolo até o andar térreo. A ar. Neste intervalo de tempo, a potência média útil desenvolvida
esteira tem comprimento de 12m, inclinação de 30° com a pelo motor do carro, em kW, vale:
horizontal e move-se com velocidade constante. As caixas a a) 45 b) 90 c) 100 d) 126 e) 150
serem transportadas já são colocadas com a velocidade da estei-
ra. Se cada caixa pesa 200N, o motor que aciona esse mecanismo 12. (FUVEST-SP) – Um elevador de carga, com massa M = 5,0 . 103kg,
deve fornecer a potência de é suspenso por um cabo na parte externa de um edifício em
a) 20W b) 40W c) 3,0 . 102W construção. Nas condições das questões abaixo, considere que o
d) 6,0 . 102W e) 1,0 . 103W motor fornece uma potência constante P = 150 kW.

10. (FUVEST-SP) – Um jovem sobe correndo, com velocidade


constante, do primeiro ao segundo andar de um shopping, por
uma larga escada rolante de descida, ou seja, sobe “na
contramão”. No instante em que ele começa a subir, uma
senhora, que está no segundo andar, toma a mesma escada para
descer normalmente, mantendo-se sempre no mesmo degrau.
Ambos permanecem sobre essa escada durante 30s, até que a
senhora, de massa Ms = 60kg, desça no primeiro andar e o rapaz,
de massa Mj = 80kg, chegue ao segundo andar, situado 7,0m
acima do primeiro. Dado g = 10m/s2.


Supondo-se desprezíveis as perdas por atrito, determine a) Determine a intensidade da força F1, em N, que o cabo exerce
a) a potência P, em watts, que a senhora cede ao sistema da sobre o elevador, quando ele é puxado com velocidade cons-
escada rolante, enquanto permanece na escada; tante.

b) o número N de degraus que o jovem de fato subiu para ir do 1.o b) Determine a intensidade da força F2 , em N, que o cabo exerce
ao 2.o andar, considerando-se que cada degrau mede 20cm de sobre o elevador, no instante em que ele está subindo com
altura; uma aceleração para cima de módulo a = 5,0m/s2.
c) o trabalho T, em joules, realizado pelo jovem, para ir do 1.o ao 2.o
andar, na situação descrita. c) Levando-se em conta →a potência P do motor, determine o
módulo da velocidade V2, em m/s, com que o elevador estará
11. (ACAFE-SC) – Um fabricante de automóveis afirma que um deter- subindo, nas condições do item (b) (a = 5,0m/s2).
minado modelo de seus carros, de massa m = 1,0t, acelera unifor- d) Determine a velocidade escalar máxima VL, em m/s, com que
memente do repouso até uma velocidade de módulo v = 30m/s o elevador pode subir quando puxado pelo motor.

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c) Estime, para a Situação 3, a potência P3 do motor, em kW,


NOTE E ADOTE: para que o carro suba uma ladeira de inclinação dada por

A potência P, desenvolvida por uma força F, é igual ao produto
→ →
sen ␪ = 0,3, mantendo uma velocidade constante e com o
do módulo da força F pelo módulo da velocidade V do corpo mesmo módulo V0 = 60m/s.
→ →
em que atua, quando V tem a direção e o sentido da força F. NOTE E ADOTE:
g = 10m/s 2
Potência = Força x Velocidade
Considere, nessas três situações, que apenas a resistência do
ar dissipe energia mecânica.
g = 10m/s2
13. (PUC-RS) – A intensidade da força de atrito viscoso sobre um
determinado barco é diretamente proporcional ao módulo de sua
velocidade em relação à água. Verifica-se que, para deslocar o 16. (ITA) – Deixa-se cair continuamente areia de um reservatório a
barco com velocidade constante de módulo 12km/h, é necessária uma taxa de 3,0 kg/s diretamente sobre uma esteira que se move

uma potência motriz de 6,0kW. Para deslocar o mesmo barco na direção horizontal com velocidade constante V . Considere que
com velocidade constante de módulo 24km/h, será necessária a camada de areia depositada sobre a esteira se locomove com a

uma potência motriz de mesma velocidade V , devido ao atrito.
a) 24,0 kW b) 18,0 kW c) 16,0 kW
d) 14,0 kW e) 10,0 kW

14. (FUVEST-SP) – Um veículo para competição de aceleração (drag


racing) tem massa M = 1,10 . 103kg, motor de potência máxima
P = 2,64 x 106W (~3500 cv) e possui um aerofólio que lhe impri-
me uma força aerodinâmica vertical para baixo, Fa, desprezível em
baixas velocidades. Tanto em altas quanto em baixas velocidades,
a força vertical que o veículo aplica à pista horizontal está
praticamente concentrada nas rodas motoras traseiras, de 0,40m
de raio. Os coeficientes de atrito estático e dinâmico, entre os
Desprezando-se a existência de quaisquer outros atritos, conclui-se
pneus e a pista, são iguais e valem ␮ = 0,50.
Determine que a potência em watts, requerida para manter a esteira moven-
a) a máxima aceleração escalar do veículo quando o módulo de do-se a 4,0 m/s, é
sua velocidade é de 120m/s (432km/h), supondo-se que não a) 0 b) 3,0 c) 12,0 d) 24,0 e) 48,0
haja escorregamento entre as rodas traseiras e a pista. Des-
preze a força horizontal de resistência do ar; 17. (UNEB-BA) – A água é um elemento vital para o ser humano. Para
b) o mínimo valor da força vertical Fa, aplicada ao veículo pelo abastecer uma residência, a bomba retira água de um poço e
aerofólio, nas condições da questão anterior; enche o tanque de 1000ᐉ, em 10 minutos, conforme a figura. A
c) a potência desenvolvida pelo motor no momento da largada, água é lançada no tanque com velocidade de módulo 10m/s e não
quando a velocidade angular das rodas traseiras é ␻ = 600rad/s, há perdas por atrito no sistema.
a velocidade do veículo é desprezível e as rodas estão es-
corregando (derrapando) sobre a pista.
Dado: g = 10m/s2

15. (FUVEST-SP) – Um carro de corrida, de massa M = 800kg, per-


corre uma pista de provas plana, com velocidade constante de
módulo V0 = 60m/s. Nessa situação, observa-se que a potência
desenvolvida pelo motor, P1 = 120kW, é praticamente toda utiliza-
da para vencer a resistência do ar (Situação 1, pista horizontal).
Prosseguindo com os testes, faz-se o carro descer uma ladeira, Sendo o módulo da aceleração da gravidade local igual a 10m/s2 e
com o motor desligado, de forma que mantenha a mesma
a densidade da água 1,0kg/ᐉ, a potência útil da bomba é igual a
velocidade escalar V0 e que enfrente a mesma resistência do ar
a) 100W b) 200W c) 300W
(Situação 2, inclinação ␣). Finalmente, faz-se o carro subir uma d) 400W e) 500W
ladeira, com velocidade constante com o mesmo módulo V0,
sujeito à mesma resistência do ar (Situação 3, inclinação ␪). 18. (FUVEST) – A usina hidroelétrica de Itaipu possui 20 turbinas,
cada uma fornecendo uma potência elétrica útil de 680 MW, a
partir de um desnível de água de 120 m. No complexo, construído
no Rio Paraná, as águas da represa passam em cada turbina com
vazão de 600 m3/s.
a) Estime o número de domicílios, N, que deixariam de ser
atendidos se, pela queda de um raio, uma dessas turbinas
interrompesse sua operação entre 17h30min e 20h30min,
a) Estime, para a Situação 1, o módulo da força de resistência do
considerando-se que o consumo médio de energia, por
ar FR, em newtons, que age sobre o carro no sentido oposto a
domicílio, nesse período, seja de 4,0 kWh.
seu movimento.
b) Estime a massa M, em kg, de água do rio que entra em cada
b) Estime, para a Situação 2, o seno do ângulo de inclinação da
turbina, a cada segundo.
ladeira, sen ␣, para que o carro mantenha velocidade de c) Estime a potência mecânica P da água, em MW, em cada
módulo V0 = 60m/s.
turbina.

50
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2.a etapa: o espeleólogo é levantado com velocidade escalar


NOTE E ADOTE:
constante de 1,0m/s.
Densidade da água = 1,0 . 103 kg/m3
3.a etapa: o espeleólogo tem movimento uniformemente retar-
1 MW = 1 megawatt = 106 W dado até voltar ao repouso ao atingir a superfície.
1 kWh = 1000 W ⫻ 3600 s = 3,6 ⫻ 106 J Despreze o efeito do ar e adote g = 10,0m/s2.
g = 10 m/s2 A massa do espeleólogo é de 80,0kg.
A potência média útil desenvolvida pelo motor que aciona o cabo,
Os valores mencionados foram aproximados para facilitar os nesta operação, foi de:
cálculos.
a) 0,10kW b) 0,20kW c) 0,30kW
d) 0,48kW e) 0,50kW
19. “...o Brasil tem potencial para produzir pelo menos
15 mil megawatts por hora de energia a partir de
fontes alternativas. 23.
Somente nos estados da Região Sul, o potencial de geração de Na figura abaixo, está esquematizado um tipo de
energia por intermédio das sobras agrícolas e florestais é de usina utilizada na geração de eletricidade.
5.000 megawatts por hora.
Para se ter uma ideia do que isso representa, a usina hidroelétrica
de Ita, uma das maiores do País, na divisa entre o Rio Grande do
Sul e Santa Catarina, gera 1.450 megawatts de energia por hora.”

Esse texto, transcrito de um jornal de grande circulação, contém,


pelo menos, um erro conceitual ao apresentar valores de
produção e de potencial de geração de energia. Esse erro con-
siste em
a) apresentar valores muito altos para a grandeza energia.
b) usar unidade megawatt para expressar os valores de potência.
c) usar unidades elétricas para biomassa. A eficiência de uma usina, como a representada na figura, é da or-
d) fazer uso da unidade incorreta megawatt por hora. dem de 0,9, ou seja, 90% da energia da água no início do proces-
e) apresentar valores numéricos incompatíveis com as unidades. so se transforma em energia elétrica. A usina Ji-Paraná, do estado
de Rondônia, tem potência instalada de 513MW, e a barragem
20. (MODELO ENEM) – Um engenheiro deseja melhorar o projeto de tem altura de aproximadamente 114m. A vazão do Rio Ji-Paraná,
um elevador para um prédio. O projeto original utiliza um motor em litros de água por segundo, deve ser da ordem de:
que pode elevar, verticalmente, com velocidade constante, a) 5,0 . 101 b) 5,0 . 102 c) 5,0 . 103
1000 kg ao longo de uma distância de 20m em 30s. O engenheiro d) 5,0 . 104 e) 5,0 . 105
quer um motor que seja capaz de elevar, verticalmente, com Dados: 1) densidade da água: 1,0 . 103 kg/m3
velocidade constante, 800 kg ao longo de uma distância de 30m 2) g = 10m/s2
em 20s. Comparado com o motor original, o novo motor
a) deve aplicar uma força com intensidade maior com potência 24. (MODELO ENEM) – Um elevador de carga tem massa total de
maior. 1200kg e deve ser levantando partindo do repouso e voltando ao
b) deve aplicar uma força com intensidade menor com potência repouso. O contrapeso do elevador tem massa de 950kg e
maior. portanto o motor do elevador deve ajudar no seu levantamento. O
c) deve aplicar uma força com intensidade maior com potência elevador deve subir 54,0m em 3,0min. Pretende-se determinar a
menor. potência média que o motor do elevador deve fornecer neste
d) deve aplicar uma força com intensidade maior e mesma procedimento.
potência.
e) deve aplicar uma força com intensidade menor e mesma
potência.
Nota: adote g = 10m/s2

21. (VUNESP-MODELO ENEM) – Um operário de manutenção tem


de escolher, em uma loja, um motor com capacidade para levantar
uma carga de 100kg a uma altura de 5,0 metros, em um intervalo
de tempo máximo de 10 segundos. A carga parte do repouso e
volta ao repouso. Considerando-se que a aceleração da gravidade
tem módulo igual a 10 m/s2, que os preços dos motores são
diretamente proporcionais às suas potências e que as perdas
mecânicas na estrutura representam uma ordem de 5% da
potência consumida pelo motor, a solução mais econômica, entre
as opções disponíveis na loja, para atender os requisitos acima, é Teoria necessária para a resolução:
o motor com potência de
a) 300 W b) 400 W c) 500 W 1) Teorema da energia cinética.
d) 600 W e) 800 W O trabalho total realizado é dado pela variação da energia
cinética do sistema.
22. (MODELO ENEM) – Uma equipe de resgate em cavernas é
chamada para levantar um espeleólogo ferido que está no fundo 2) A potência média é a razão entre o trabalho realizado e o
de um buraco com profundidade total de 30,0m. O salvamento tempo gasto:
será feito em três etapas, cada uma correspondendo a um
deslocamento vertical de 10,0m. ␶
Um cabo é preso ao espeleólogo e puxado verticamente para Potm = –––
⌬t
cima pela ação de um motor.
As três etapas do salvamento estão descritas a seguir:
1.a etapa: o espeleólogo parte do repouso e é acelerado unifor- A potência média do motor, no levantamento do elevador, vale:
memente até atingir a velocidade escalar de 1,0m/s. a) 375W b) 400W c) 700W d) 750W e) 800W

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9) C F1 = P = Mg

F1 = 5,0 . 10 3 . 10 (N)
10) a) A senhora aplica sobre a escada uma força vertical para
baixo de intensidade igual à de seu peso e que sofre um
delocamento vertical H = 7,0m. F1 = 5,0 . 10 4N
Portanto: ␶ = PS . H

␶ = 60 . 10 . 7,0 (J) ⇒ ␶ = 4,2 . 103J

A potência cedida à escada é dada por:


b) Aplicando-se a 2.a Lei de Newton
␶ 4,2 . 103J para o instante considerado,
P = –––– = ––––––––––– ⇒ P = 1,4 . 102W
⌬t 30s temos:
F2 – Mg = Ma
b) 1) O número de degraus da escada é dado por: F2 = M (a + g)
H=nh
F2 = 5,0 . 10 3 . 15 (N)
7,0 = n . 0,2 ⇒ n = 35
F2 = 75 . 10 3N
2) Para que os tempos gastos pelo jovem e pela mulher
sejam iguais, devemos ter:
F2 = 7,5 . 10 4N
VR = VR
(jovem) (mulher)

A velocidade resultante do jovem é dada por:


VR = VJ – VE
(J)

A velocidade resultante da mulher é dada por: c) No instante T, em que a = 5,0m/s 2, temos F2 = 7,5 . 10 4N
VR = VE Pot = F2V2 (constante)
(M)

Portanto: VJ – VE = VE ⇒ 150 . 10 3 = 75 . 10 3 V 2 ⇒ V2 = 2,0m/s


VJ = 2VE

d) Como a potência é constante, a velocidade máxima VL


Sendo e a extensão do degrau, vem: ocorre quando a respectiva força aplicada pelo cabo for
Ne ne mínima; isto ocorre quando F = P = 5,0 . 10 4N.
––––– =2 –––––
⌬t ⌬t Pot = Fmín VL = constante

150 . 10 3 = 50 . 10 3 VL ⇒ VL = 3,0m/s
Portanto: N = 2n = 70
Respostas: a) 5,0 . 10 4N b) 7,5 . 10 4N
c) Para um referencial fixo na escada, o jovem tem ve-
c) 2,0m/s d) 3,0m/s
locidade escalar constante 2V e sobe uma altura 2H, em
que H é a altura da escada em relação ao solo.
13) A
Aplicando-se o teorema da energia cinética, vem:

T + ␶Peso = ⌬Ecin 14) a) 1) Para uma dada velocidade, a aceleração é máxima


quando o motor estiver desenvolvendo sua potência
máxima:
T – 2mgH = 0 ⇒ T = 2mgH
Potmáx = Fmáx . v

2,64 . 106 = Fmáx . 120 ⇒ Fmáx = 2,20 . 104N


T = 2 . 80 . 10 . 7,0 (J)

2) 2.a Lei de Newton


T = 1,12 . 104 J = 11,2 kJ
Fmáx = m amáx

Respostas: a) P = 1,4 . 102 W 2,20 . 104 = 1,10 . 103 amáx ⇒ amáx = 20,0m/s2
b) N = 70
c) T = 11,2kJ b) A força que acelera o veículo é recebida do chão por meio
do atrito e, portanto:
11) A F ≤ Fat
destaque
Fmáx = ␮ (P + Fa)
12) a) Quando o elevador se movimenta com velocidade cons-
2,20 . 104 = 0,50 (1,10 . 104 + Fa)
tante, a força resultante sobre ele é nula e a força aplicada
pelo cabo equilibra o peso do elevador. 4,40 . 104 = 1,10 . 104 + Fa ⇒ Fa = 3,30 . 104N

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c) Para as rodas derrapando, o atrito é dinâmico e a força de 2) A potência útil desenvolvida pelo motor será dada por:
atrito terá intensidade dada por: Pot = F’ V
Fat = ␮ P = 0,50 . 1,10 . 104 (N) = 5,50 . 103N Pot = 4,4 . 10 3 . 60 (W) ⇒ Pot = 264 . 10 3W
A velocidade dos pontos da periferia da roda tem módulo
Pot = 264 kW
v dado por:
v = ␻ R = 600 . 0,40 (m/s) = 240m/s
Respostas: a) 2,0 . 10 3N
Como o carro ainda não se movimentou, toda a potência b) sen ␣ = 0,25
fornecida pelo motor foi consumida pelo atrito: c) 264 kW
Potmotor = |Potatrito| = Fat . v
16) A areia deve receber da esteira uma força horizontal capaz de
Potmotor = 5,50 . 103 . 240 (W) ⇒ Potmotor = 1,32 . 106 W lhe comunicar uma velocidade horizontal de módulo V = 4,0m/s.
Respostas: a) 20,0m/s2 Essa força, suposta constante, terá intensidade F dada por:
b) 3,30 . 104N mV
F = –––
c) 1,32 . 106W ⌬t

15) m
Como ––– = 3,0 kg/s e V = 4,0m/s, vem:
⌬t

F = 3,0 . 4,0 (N) ⇒ F = 12,0 N


a) 1) A potência útil do motor do carro é dada por:
Pot = FV Para manter a esteira com velocidade constante, devemos
120 . 10 3 = F . 60 ⇒ F = 2,0 . 10 3N aplicar-lhe uma força para frente com a mesma intensidade F
2) Sendo constante a velocidade do carro, a força e cuja potência será dada por:
resultante é nula e portanto: PotF = F . V . cos 0°

Far = F = 2,0 . 10 3N ⇒ Far = 2,0 . 10 3N PotF = 12,0 . 4,0 . 1 (W) ⇒ PotF = 48,0 W
Resposta: E
b)
17) B

18) a) A energia que deixa de ser produzida por uma turbina em


3,0 h corresponde a:
Eturbina = Pot · ⌬t ⇒ Eturbina = 680 · 103 · 3,0 (kWh)
Eturbina = 2040 · 103 (kWh) ⇒ Eturbina = 2,04 · 106 kWh
Cada domicílio consome E1 = 4,0 kWh. Assim, o número
de domicílios N que deixariam de ser atendidos é dado
por:
Estando o carro com o motor desligado (motor desacopla- N · E1 = Eturbina ⇒ N · 4,0 = 2,04 · 106
do), a força de atrito trocada com o plano será nula e para
manter a velocidade constante, teremos: N = 5,1 · 105 domicílios
Pt = Far b) De acordo com os dados, a turbina recebe um volume de
Mg sen ␣ = Far 600 m3 de água em um segundo. Temos, então:
800 . 10 . sen ␣ = 2,0 . 10 3 ⇒ sen ␣ = 0,25 M
dágua = ––– ⇒ M = dágua · V = 1,0 · 103 · 600 (kg)
V
c)

M = 6,0 · 105 kg

c) A potência mecânica da turbina (P) pode ser obtida por:


␶P mgH dágua . V . g . H
P = ––– ⇒ P = ––––– ⇒ P = ––––––––––––––
⌬t ⌬t ⌬t

P = dágua · Z · g · H ⇒ P = 1,0 · 103 · 600 · 10 · 120 (W)

P = 7,2 · 108 W ⇒ P = 720 MW


Respostas:a) N = 5,1 · 105
b) M = 6,0 · 105 kg
1) Para manter a velocidade constante, a força resultante c) P = 720 MW
é nula e portanto:
F’ = Pt + Far ⇒ F’ = Mg sen ␪ + Far 19) D 20) B 21) D 22) D 23) E
24) D
F’ = 800 . 10 . 0,3 + 2,0 . 10 3 (N) ⇒ F’ = 4,4 . 10 3N

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CAPÍTULO
Mecânica

5 ENERGIA
MECÂNICA

E m uma queda d’água há


transformação de energia potencial
gravitacional da água em energia cinética.

1. Conceito 3. Modalidades
Apresentamos a noção de ENERGIA como um con- de energia mecânica
ceito intuitivo. A energia MECÂNICA pode-se apresentar funda-
É usual dizer-se que um sistema físico tem energia mentalmente sob duas formas:
mecânica em relação a um certo referencial, quando ele • energia cinética;
é capaz de modificar-se espontaneamente e de realizar • energia potencial.
trabalho, isto é, o sistema possui energia mecânica quan- Em relação a um dado referencial, um corpo tem
do existe a possibilidade de transformá-la ou transferi-la energia cinética quando estiver em movimento.
total ou parcialmente para outros sistemas físicos. Em relação a um dado referencial, um corpo tem
Energia mecânica traduz a capacidade para reali- energia potencial quando, em virtude de sua posição,
zar trabalho. ele tem possibilidade de entrar em movimento como, por
exemplo, uma pedra posicionada a uma certa altura aci-
Uma mola comprimida, o elástico esticado de um ma do solo (tomado como referência).
estilingue, um corpo no alto de um prédio, um carro em
movimento são exemplos de sistemas energizados. 4. Energia cinética
ou de movimento
2. Unidades e dimensões
A energia cinética, ou de movimento, é a energia
Lembrando que trabalho é uma forma de energia, que o sistema possui em virtude do movimento das par-
concluímos que as unidades e dimensões de qualquer ti- tes que constituem o sistema, em relação ao referencial
po de energia são as mesmas de trabalho. adotado.
Para deduzirmos a expressão da energia cinética, ou
u(E) = joule (J) de movimento, consideraremos o caso particular de um
[E] = ML2T–2 ponto material de massa m, inicialmente em repouso,

que recebe ação de uma força resultante constante F e se
No sistema de unidades denominado CGS (centíme- desloca em um plano horizontal.
tro-grama-segundo), a unidade de energia é o erg.
Na Termologia, costuma-se usar a unidade de ener-
gia denominada caloria.

1 erg = 10–7J
1 cal = 4,18J

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A energia cinética que o ponto material adquire é d) Se representarmos a energia cinética de um corpo
medida pelo trabalho realizado pela força resultante Ec em função do quadrado de sua velocidade escalar V2,

F. teremos uma função linear:
Da definição de trabalho, obtém-se:
␶=F.d=m.␥.d (1)
em que ␥ é a aceleração escalar e d é o módulo do deslo-
camento do ponto material.
Da Equação de Torricelli, da Cinemática, temos:
V2 = V02 + 2 ␥ d

e, como V0 = 0, tem-se: V2 = 2 ␥ d e ainda:


V2 e) A energia cinética de um corpo, de massa constan-
␥ d = ––– , (2) te, será constante quando o corpo estiver em movimento
2 uniforme, qualquer que seja a trajetória descrita.
Substituindo-se a expressão (2) na expressão (1),
obtém-se: 5. Energia potencial
m V2
␶ = –––––– A energia potencial, ou de posição, é a energia que
2
o sistema possui em virtude da posição especial das
Portanto: partes que constituem o sistema em relação ao referencial
adotado.
m V2
Ecinética = ␶ = –––––– A energia potencial costuma ser considerada como
2 uma forma de energia latente, uma energia armazenada
e pronta para ser transformada em outra forma de ener-
Notas gia, em geral ligada a movimento.
a) Sendo m > 0 e V2 ≥ 0, a energia cinética nunca A energia mecânica potencial admite ainda duas
será estritamente negativa. modalidades:
b) Como a velocidade escalar V depende do referen- • energia potencial de gravidade:
cial adotado, a energia cinética também dependerá do associada ao peso do corpo.
referencial adotado. • energia potencial elástica:
Por exemplo: seja um ônibus dotado de velocida- associada à força elástica desenvolvida por uma
de escalar V = 20m/s em relação à estrada e um deformação.
passageiro de massa M = 50kg parado em relação ao Energia
ônibus. Cinética
Se o referencial for o ônibus, a energia cinética do
passageiro é nula; se o referencial for a estrada, a energia
Energia
Mecânica + Energia Potencial
de Gravidade
cinética do passageiro será: Energia
Potencial
MV2 50 . (20)2 Energia Potencial
Ec = ––––– = ––––––––– (J) = 1,0 . 104J
2 2 Elástica

c) Como a função Ec = f(V) é do 2.o grau, o gráfico


será um arco de parábola. 6. Energia potencial de gravidade
• Campo de forças: uma região do espaço físico é
dita um campo de forças, se uma partícula colocada nos
pontos desse campo ficar sob ação de uma força de
campo.
O campo será conservativo se o trabalho da força de
campo não depender da trajetória descrita, entre o ponto
de partida e o ponto de chegada.
Em tais condições, a força de campo será dita con-
servativa e o seu trabalho, no deslocamento espontâneo

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da partícula, corresponderá à transformação de energia


potencial em energia cinética, porém conservando a sua
soma.
• A energia potencial de gravidade é uma forma de
energia de campo, isto é, consequência do campo de
forças gravitacionais que existe em torno da Terra.
Para determinar a equação que expressa a energia
potencial de gravidade, precisamos escolher um plano
horizontal de referência, isto é, um plano horizontal que
A pedra precisa receber energia mecânica para che-
corresponde ao valor zero da energia potencial de
gar ao nível zero.
gravidade.

Consideremos um ponto material de massa m, situa- Exemplo 2


do em um ponto A, a uma altura H, acima do plano de Se tomarmos como referencial o 5.o andar de um
referência. Seja g o módulo da aceleração da gravidade. prédio, no andar térreo as pessoas terão energia potencial
Procuremos determinar a energia potencial de gravi- de gravidade negativa.
dade associada ao sistema físico Terra-ponto material.
Se abandonarmos o ponto material, ele cairá, em
virtude da ação da força de gravidade, e a energia poten-
cial gradativamente se transformará em energia cinética.
Quando o ponto material chegar ao plano de refe-
rência, toda sua energia potencial se terá transformado
em energia cinética.
Essa transformação de energia potencial de campo
em energia cinética corresponde exatamente ao trabalho
da força peso.
Então, a energia potencial de campo (Egravidade) será
As pessoas precisam receber energia mecânica (por
dada por: exemplo, de um elevador), para chegar ao nível zero.
Egravidade = ␶peso = PH = mgH

Se o ponto material estiver em uma posição abaixo


do plano de referência, a energia potencial de gravidade
será considerada negativa, isto é, o valor de H será consi-
derado negativo.
Fisicamente, a energia potencial de gravidade nega-
tiva significa que o ponto material precisa RECEBER
ENERGIA MECÂNICA para conseguir atingir o plano
de referência, ou seja, o nível zero de energia potencial.

Exemplo 1
Tomando-se como referencial o nível do chão, uma
pedra em um buraco possui energia potencial negativa.

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Exemplo: adotemos o solo horizontal como plano


de referência e consideremos um poste homogêneo de
peso P e altura H.
O centro de gravidade do poste está a uma altura
H
–– acima do solo e a energia potencial de gravidade será
2
dada por:
PH
Ep = –––
2
A jovem realiza um trabalho, conferindo energia potencial de gravidade à
caixa.

Notas
a) A energia potencial de gravidade não é uma gran-
deza associada apenas a um corpo, e sim ao sistema
físico constituído pelo corpo e pela Terra, isto é, ao
conjunto corpo-Terra.
b) O valor da energia potencial de gravidade (mgH)
depende de H e, portanto, depende da posição do plano
de referência adotado, porém a variação de energia
potencial de gravidade (⌬EP = mg⌬H) não depende da
posição do plano de referência adotado, pois o valor de
⌬H traduz uma distância entre dois pontos que
independe da referência adotada.
Exemplo: consideremos uma partícula de massa
m que passa da posição A para a posição B, indicadas na Para medir a energia potencial de gravidade asso-
figura. ciada a corpos extensos, devemos usar a altura H
Admitamos que, em relação à referência (1), a do centro de gravidade do corpo.
energia potencial de gravidade em A valha 5,0J e em B
10J, ensejando uma variação de A para B de 5,0J.
d) Para um corpo de peso P constante, a energia
potencial de gravidade EP é proporcional à altura H e o
gráfico da função EP = f(H) é dado por:

Se adotamos a referência (2), a energia potencial de


gravidade em A passa a valer zero e em B 5,0J, de modo
que a variação de A para B continua valendo 5,0J.
Se adotamos a referência (3), a energia potencial de
A declividade (tg ␪) da reta que representa a fun-
gravidade em A passa a valer –5,0J e em B zero, de modo
ção EP = f(H) mede o peso P do corpo em estudo.
que a variação de A para B continua valendo 5,0J.
Note que H < 0 corresponde ao corpo posicionado
c) Quando o corpo em questão não é um ponto ma-
abaixo do plano de referência adotado e enseja valores
terial e sim um corpo extenso, a altura H refere-se ao
negativos para a energia potencial de gravidade.
centro de gravidade do corpo.

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1. Uma partícula de massa 1,0kg parte do repouso e percorre 1,0m, Sendo a massa da partícula igual a 2,0kg, a força resultante sobre
em um intervalo de tempo de 1,0s, com movimento uniforme- ela tem intensidade igual a:
mente variado. a) 1,0N b) 2,0N c) 3,0N d) 4,0N e) 5,0N
A energia cinética da partícula, ao final deste 1,0s de movimento, Resolução
vale Como o movimento é uniformemente variado, temos:
a) 0,5J b) 1,0J c) 2,0J d) 4,0J e) 8,0J V = V0 + ␥ t
Resolução
Sendo o movimento uniformemente variado, temos: Do gráfico, obtemos: t = 0 ⇒ Ec = 0 ⇒ V0 = 0

⌬s V0 + Vf Portanto, o resultado é: V = ␥ t
Vm = ––– = ––––––––
⌬t 2
A energia cinética Ec é dada por:
1,0 0 + Vf m m
–––– = ––––––– ⇒ Vf = 2,0m/s Ec = ––– V2 = ––– ␥ 2 t 2
1,0 2 2 2

Sendo m = 2,0kg, temos:


A energia cinética final é dada por:
2,0
mVf2 1,0 Ec = –––– ␥ 2 t 2 ⇒ Ec = ␥ 2 t2 (SI)
Ec = ––––– = –––– (2,0)2 (J) ⇒ Ec = 2,0J 2
f 2 2 f

Resposta: C Do gráfico, obtemos:

Nota: t = 2,0s ⇔ Ec = 9,0J


Não confunda a velocidade escalar média (Vm = 1,0m/s) com a
velocidade escalar final (Vf = 2,0m/s). Portanto: 9,0 = ␥ 2 . (2,0)2

2. Uma partícula de massa constante tem o módulo de sua veloci- ␥ 2 = 2,25 ⇒ | ␥ | = 1,5m/s2
dade aumentado de 20%. O respectivo aumento de sua energia
cinética será de
A força resultante que age na partícula, de acordo com a 2.a Lei de
a) 10% b) 20% c) 40% d) 44% e) 56%
Newton, tem intensidade dada por:
Resolução
Quando uma grandeza aumenta de 20%, o seu valor inicial fica FR = m | ␥ | = 2,0 . 1,5 (N) ⇒ FR = 3,0N
multiplicado por 1,2.
De fato: Resposta: C
20
Vf = V0 + ––––– V0 = V0 + 0,2V0 ⇒ Vf = 1,2V0
100 4. Um corpo de massa 3,0kg está posicionado 2,0m acima do solo
horizontal e tem energia potencial gravitacional de 90J.
Como a energia cinética é proporcional ao quadrado da veloci- A aceleração da gravidade no local tem módulo igual a 10m/s2.
dade escalar, o seu valor fica multiplicado por (1,2)2 = 1,44. Quando esse corpo estiver posicionado no solo, sua energia
De fato: potencial gravitacional valerá
m V02 m Vf2 a) zero b) 20J c) 30J d) 60J e) 90J
E0 = –––––– (1); Ef = –––––– (2) Resolução
2 2 Usando-se a relação da energia potencial de gravidade, temos:
(2) E Vf 21,2 V 2

(1) E0 ( ) = (––––––
Fazendo-se –––, tem-se: –––f = –––
V0 V ) 0
0 Ep = mgH

90 = 3,0 . 10 . H ⇒ H = 3,0m
Ef
––– = (1, 2)2 = 1,44 ⇒ Ef = 1,44E0
E0 Portanto, o corpo está posicionado 3,0m acima da referência e
2,0m acima do solo, conforme mostra a figura.
Note que, como E0 foi multiplicado por 1,44, podemos afirmar que
o aumento de energia cinética foi de 44%.
Resposta: D

3. Uma partícula, em trajetória retilínea, com movimento uniforme-


mente variado tem energia cinética Ec variando com o tempo t
segundo o gráfico a seguir.

Quando o corpo estiver no solo, ele estará 1,0m acima da referên-


cia e sua energia potencial de gravidade será dada por:
Ep = mgh

Ep = 3,0 . 10 . 1,0 (J) ⇒ Ep = 30J


Resposta: C

58
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5. Dois recipientes cilíndricos de mesmo diâmetro contêm água e


óleo, como se mostra na parte (I) da figura abaixo. A massa do NOTE E ADOTE:
óleo é M. Qual é a energia potencial gravitacional do óleo, depois
de despejado no recipiente que contém água, em relação à base q = módulo da carga do elétron = carga do próton
do recipiente? (g é módulo da aceleração local da gravidade.) ε0 = constante dielétrica do vácuo
1 q2
F = –––––– ––– = intensidade da força eletrostática entre o
4π ε0 r2
próton e o elétron

Resolução
Sendo o movimento do elétron circular e uniforme, a força
eletrostática faz o papel de resultante centrípeta:
F = FCP

1 q2 m V2
––––– . ––– = –––––
Resolução 4π ε0 r2 r
Quando se trata de um corpo extenso, a altura a ser considerada,
na medida da energia potencial gravitacional, é a altura do centro 1 q2
m V 2 = ––––– –––
4π ε0
de gravidade (C.G.) do corpo, em relação ao plano de referência
r
adotado.

m V2 1 q2
EC = –––––– = –––––– –––
2 8π ε0 r

Resposta: E

Sendo o corpo homogêneo, o (C.G.) coincide com o centro geo- 8. (MODELO ENEM) – O texto a seguir é um fragmento de um
métrico. artigo do físico brasileiro Marcelo Gleiser publicado no jornal Folha
de S. Paulo, relativo à cratera formada na superfície terrestre pelo
3 impacto de um meteorito.
Assim, temos: Epot = MghCG ⇒ Epot = ––– Mgh
2 A cratera é bem recente, ao menos em termos geológicos: foi
3 formada há 50 mil anos, quando um meteorito de cerca de 40
Resposta: ––– Mgh metros de diâmetro – o equivalente a um prédio de 15 andares –
2
feito praticamente de ferro puro chocou-se com o solo a uma
6. Considere uma partícula no interior de um campo de forças. Se o velocidade de 36 mil quilômetros por hora. A energia do impacto
movimento da partícula for espontâneo, sua energia potencial foi equivalente à detonação simultânea de 20 bombas de
diminuirá e as forças de campo realizarão um trabalho motor hidrogênio.
(positivo), que consiste em transformar energia potencial em Considere o meteorito como sendo uma esfera maciça de ferro
cinética. cuja densidade vale 8,0 . 103kg/m3.
Entre as alternativas a seguir, assinale aquela em que a energia Adote π = 3.
potencial aumenta: De acordo com os dados do texto, a energia liberada por uma
a) Um corpo caindo no campo de gravidade da Terra. bomba de hidrogênio, em joules, é um valor mais próximo de:
b) Um próton e um elétron se aproximando. a) 6,4 . 1012J b) 1,3 . 1014J c) 6,4 . 1014J
c) Dois elétrons se afastando. d) 1,3 . 1016J e) 6,4 . 1016J
d) Dois prótons se afastando. Resolução
e) Um próton e um elétron se afastando.
Resolução 4
1) m = ␮ Vol = ␮ . –– π R3
Para que a energia potencial aumente, o movimento deve ser não 3
espontâneo, isto é, a partícula deve caminhar contra a força de
4
campo. m = 8,0 . 103 . –– . 3 . (20)3 (kg)
Isto ocorre na opção (e), pois o próton e o elétron se atraem e o 3
seu afastamento não é espontâneo.
Nas demais opções, o movimento é espontâneo e, por isso, a m = 256 . 106kg = 2,56 . 108kg
energia potencial diminui.
36
Resposta: E 2) V = 36 . 103km/h = ––– . 103m/s = 1,0 . 104m/s
3,6
7. (OLIMPÍADA PAULISTA DE FÍSICA-MODELO ENEM) – O mV2 2,56 . 108
modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio pressupõe que o 3) Ec = –––– = ––––––––– . 108(J)
elétron descreve uma órbita circular de raio r em torno do próton. 2 2
A energia cinética do sistema elétron-próton é dada por:
1 q2 1 q 1 q Ec  1,28 . 1016J
a) ––––– ––– b) ––––– ––– c) ––––– ––– Ec 1,28 . 1016
ε
4π 0 r2 ε
8π 0 r ε
4π 0 r 4) Eb = –––– = –––––––––– J = 0,064 . 1016J
20 20
1 q2 1 q2
d) ––––– ––– e) ––––– ––– Eb = 6,4 . 1014J
ε
4π 0 r ε
8π 0 r
Resposta: C

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9. (UNIFESP) – Uma criança de massa 40kg viaja no carro dos pais, 12. (FUVEST-TRANSFERÊNCIA) – Uma das extremidades de um fio
sentada no banco de trás, presa pelo cinto de segurança. Num inextensível, de comprimento L = 1,0m e de massa desprezível,
determinado momento, o carro atinge uma velocidade de módulo está presa em um ponto O enquanto, na outra extremidade, há um
72km/h. corpo de massa m = 0,20kg e de dimensões desprezíveis em rela-
Nesse instante, a energia cinética dessa criança é ção a L. O corpo, com energia cinética inicial Ec = 20J, é obrigado
a) igual à energia cinética do conjunto carro mais passageiros. pelo fio a se mover em um plano horizontal e ao longo de uma
b) zero, pois fisicamente a criança não tem velocidade, logo, não circunferência com centro no ponto O, pertencente ao plano.
tem energia cinética. Durante seu movimento, uma força de módulo constante e direção
c) 8,0 . 103J em relação ao carro e zero em relação à estrada. paralela à da velocidade do corpo realiza trabalho que acrescenta
d) 8,0 . 103J em relação à estrada e zero em relação ao carro. ⌬Ec = 2,0J à energia cinética da partícula a cada volta completa. Se
e) 8,0 . 103J, independentemente do referencial considerado, pois a intensidade da tração máxima suportada pelo fio, antes de se
a energia é um conceito absoluto. romper, for 100N, o fio se romperá após o corpo completar
a) 15 voltas b) 20 voltas c) 40 voltas
10. (FUND. CARLOS CHAGAS) – Um corpo de massa 1,0kg executa d) 60 voltas e) 100 voltas
um movimento cuja velocidade escalar V, em função do tempo t,
está representada no gráfico a seguir. A energia cinética do corpo
é igual a 2,0 . 102J 13. (PUC-SP) – O coqueiro da
a) somente no instante t = 4,0s. figura tem 5,0m de altura em
b) somente no instante t = 8,0s. relação ao chão e a cabeça do
c) somente no instante t = 12,0s. macaco está a 0,5m do solo.
d) somente no instante t = 16,0s. Cada coco, que se desprende
e) nos instantes t = 8,0s e t = 16,0s. do coqueiro, tem massa
2,0 . 102g e atinge a cabeça
do macaco com 7,0J de ener-
gia cinética. A quantidade de
energia mecânica dissipada
na queda é
a) 2,0J
b) 7,0J
c) 9,0J
d) 2,0kJ
e) 9,0kJ

Dado: g = 10m/s2

11. (UEM-PR) – Um objeto é abandonado em queda livre próximo à


superficie da Terra. Desprezando-se o efeito do ar atmosférico, o
gráfico que melhor representa a relação entre a energia cinética
EC e o tempo t é 14. (VUNESP-FMTM-MG) – Enquanto limpava externamente os vi-
dros de um edifício, o operário deixa acidentalmente cair seu
relógio de pulso.
Considere
• que antes da queda do relógio, a velocidade deste, relati-
vamente ao chão, era nula;
• g = 10m/s2;
• desprezível a ação do ar sobre o movimento de queda do
relógio.
a) Sabendo-se que o relógio atinge o chão com velocidade de
módulo 20 m/s, determine a altura de sua queda.
b) Se a massa do relógio é de 180g, determine a energia
mecânica dissipada no choque contra o solo, sabendo-se que
toda a energia mecânica que o relógio possuía é transferida
para o chão.

15. (VUNESP) – Um corpo de massa 1,0kg é lançado obliquamente,


a partir do solo, sem girar. O módulo da componente vertical da
velocidade, no instante do lançamento, é 2,0m/s e o módulo da
componente horizontal é 3,0m/s. Supondo-se que o corpo esteja
sujeito exclusivamente à ação da gravidade, determine sua
energia cinética
a) no instante do lançamento;
b) no ponto mais alto da trajetória.

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16. (UFRN-MODELO ENEM) – Recentemente, foi anunciada a des- 19. (VUNESP-MODELO ENEM) – Veja esta tirinha de Bill Watterson.
coberta de um planeta extra-solar, com características semelhan-
tes às da Terra. Nele, o módulo da aceleração da gravidade nas
proximidades da sua superfície é aproximadamente 2g (g repre-
senta o módulo da aceleração da gravidade nas proximidades da
Terra).
Quando comparada com a energia potencial gravitacional arma-
zenada por uma represa idêntica construída na Terra, a energia
potencial gravitacional de uma massa d’água armazenada numa
represa construída naquele planeta seria
a) um quarto. b) a metade. c) igual
d) o dobro. e) o quádruplo.

17. (UNIMONTES-MODELO ENEM) – As cachoeiras que aparecem


numa das fotos abaixo estão localizadas em Papua, Nova Guiné.
A maior delas tem 80 m de altura. Na outra foto, temos uma
refeição típica, servida a alunos de uma escola em Sapporo,
Japão. A refeição é composta de sopa de missô, espinafre e aipo
com pasta de amêndoa, natô (soja fermentada), arroz, leite, e
possui, ao todo, 621 kcal. Imagine, hipoteticamente, que toda a Calvin, com seus 25kg, inicia a descida do alto de seu escorrega-
energia contida nos alimentos pudesse ser integralmente dor de 2,0m de altura a partir do repouso, chegando ao nível do
transformada em energia potencial de gravidade do estudante na chão com velocidade de módulo 4,0m/s. A energia mecânica
subida de uma montanha. dissipada desde a partida até a chegada ao chão foi de:
Dados: 1kcal = 1000cal; a) 100J b) 150J c) 250J d) 300J e) 350J
Dado: g = 10m/s2
g = 10m/s2;
1cal = 4,2J
20. (UEPA-MODELO ENEM) – No caos diário que enfrentamos no
trânsito das grandes cidades, é comum ocorrerem colisões entre
veículos, principalmente devido à imprudência dos motoristas. Ao
dirigir em velocidades altas, o motorista coloca em risco sua vida
e a de outros. Quando um carro colide com outro que está parado,
a energia do choque é a sua energia cinética no momento da
colisão. Considere a energia envolvida numa colisão quando um
carro estava a 40km/h. De acordo com a Física, se o mesmo carro
colidir a 80km/h, a energia da colisão será:
a) 50% maior. b) o dobro.
c) três vezes maior d) quatro vezes maior.
e) cinco vezes maior.

21. (INATEL-MODELO ENEM) – Os gatos são mestres em acumular


energia potencial sobre os guarda-roupas, subindo neles. Durante
Para ter energia suficiente para escalar a montanha até o topo da o salto para cima, sua energia cinética se converte em energia
maior das cachoeiras, o número mínimo de refeições que um potencial. Essa energia vai depender do gato (gordo ou magro) do
estudante de massa 70 kg deveria ingerir seria: guarda-roupas (alto ou baixo) e do planeta onde o fenômeno se
a) 1 b) 5 c) 10 d) 20 e) 50 dá. (GREF 1991 (v.1), p.95)
18. (VUNESP-MODELO ENEM) – A bicicleta Freedom Mountain O valor da energia potencial acumulada pelo gato sobre o guarda-rou-
Bike é fabricada em aço carbono e alumínio, o que a torna extre- pas será maior quando
mamente leve, apresentando massa de 8,5kg. É uma nova opção a) o gato é gordo, o guarda-roupas é baixo e o fenômeno ocorre na
de transporte para ir ao trabalho, às compras e também para Terra;
exercícios e lazer. O gráfico mostra como varia a energia cinética b) o gato é gordo, o guarda-roupas é alto e o fenômeno ocorre na
do conjunto ciclista e esta bicicleta em função do quadrado de sua Lua;
velocidade escalar. c) o gato é magro, o guarda-roupas é baixo e o fenômeno ocorre na
Terra;
d) o gato é gordo, o guarda-roupas é alto e o fenômeno ocorre na
Terra;
e) o gato é magro, o guarda-roupas é baixo e o fenômeno ocorre na
Lua.

22. (FUVEST-MODELO ENEM) – No rótulo de uma lata de leite em


pó, lê-se:
“Valor energético: 1,5 . 103 kJ por 100 g”.
Se toda a energia armazenada em uma lata contendo 400g de
leite fosse utilizada para levantar um objeto de 10kg, a altura
Da análise do gráfico, pode-se determinar a massa do ciclista que, máxima atingida seria de:
em kg, tem valor igual a a) 25cm b) 15m c) 400m d) 2,0km e) 60km
a) 85,0 b) 72,5 c) 60,0 d) 51,5 e) 43,5 Adote g = 10m/s2

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7. Energia potencial x . kx k x2
␶agente externo = –––––– = –––––
elástica ou de deformação 2 2
A energia potencial elástica, ou de deformação, é Logo:
uma forma de energia mecânica armazenada em uma k x2
mola deformada ou em um elástico esticado. É, tipica- Eelástica = ␶agente externo = –––––
mente, uma forma de energia latente que pode transfor- 2
mar-se em energia de movimento.
Para deduzirmos a expressão da energia elástica, Notas
imaginemos uma mola comprimida. a) Sendo k > 0 e x2 ≥ 0, a energia potencial elástica
nunca será estritamente negativa.
b) Sendo Ep = f(x) uma função do 2.o grau, o gráfico
de Ep em função de x terá a forma de um arco de
parábola.

Sendo x a deformação da mola, sabemos que a inten-


sidade da força que a mola opõe à sua deformação é dada
por:
F=kx

(Lei de Hooke)

em que k representa uma grandeza característica da mola


(ou do sistema elástico, se for o caso) denominada
“constante elástica”, que mede a rigidez da mola.
Para deformar a mola, um agente externo aplicou

uma força F, produzindo um deslocamento x e, portanto,
realizando um certo trabalho.
A força desenvolvida pelo agente externo é usada
para vencer a resistência que a mola opõe à sua defor-
mação e, portanto, tem intensidade kx.
Quando a pessoa comprime a mola, ela realiza um trabalho, armazenando
O trabalho do agente externo corresponde à energia energia potencial elástica.
mecânica que o agente transfere e fica armazenada na
mola sob a forma de energia elástica. c) A unidade da constante elástica k pode ser escrita
Se quisermos saber a quantidade de energia elástica de duas maneiras:
armazenada, basta calcular o trabalho do agente externo. F = kx ⇒ u(k) = N/m
Para tal, construímos o diagrama da intensidade da força

aplicada F em função do deslocamento de seu ponto de kx2
E = –––– u(k) = J/m2
aplicação d. 2 ⇒

d) Observe que a força elástica F é a derivada da


energia potencial elástica com relação a x:

k x2 dE 2kx
E = –––– ⇒ F = ––– = ––––– = kx
2 dx 2
Analogamente, a força de gravidade P é a derivada
da energia potencial de gravidade com relação à altura h:
dE
O trabalho desenvolvido é medido pela área do E = mgh ⇒ P = ––– = mg
triângulo destacado na figura. dh

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8. Energia mecânica total H Epot Ecin Em


A energia mecânica total Em é a soma das energias (altura) (joule) (joule) (joule)
cinética e potencial. 100 1000 0 1000
Em = Ecinética + Epotencial 80 800 200 1000
60 600 400 1000
Cumpre salientar que o valor da energia mecânica 50 500 500 1000
total depende do referencial e pode ser negativo, positivo
ou nulo. 40 400 600 1000
20 200 800 1000
9. Sistema de forças conservativo 0 0 1000 1000
Um sistema de forças é dito conservativo quando
ele não altera a energia mecânica do corpo ou sistema de Apresentamos, a seguir, alguns sistemas conser-
corpos sob a ação das forças que o constituem. vativos importantes.
É relevante salientar o fato de que as energias poten-
cial e cinética, em geral, variam e apenas a sua soma per-
manece constante.
Isto significa que a energia mecânica pode mudar de
forma, passando de potencial para cinética ou vice-versa, A força de gravidade é um dos exemplos mais sig-
porém o conteúdo total continua o mesmo, isto é, o que nificativos de força conservativa, isto é, incapaz de al-
perde de energia potencial o sistema ganha em energia terar a energia mecânica do corpo.
cinética ou vice-versa. O corpo pode estar
a) em queda livre vertical;
Em = Ecin + Epot = constante
b) subindo verticalmente;
c) em movimento balístico;
Em particular, para uma partícula sob a ação exclu-
siva do campo de gravidade da Terra, suposto uniforme, d) em órbita circular ou elíptica em torno do centro
temos: da Terra.

m V2
Em = –––––– + m g H = constante
2
Se a partícula estiver sob a ação de uma força elás-
tica, além da energia potencial de gravidade mgH, tam-
bém devemos computar a energia potencial elástica, da-
kx2
da por Ee = –––– , em que k é a constante elástica da força
2
e x o afastamento da posição de energia potencial nula.
Assim:
mV2 kx2
Em = ––––– + mgH + ––––– = constante
2 2

Exemplo
Consideremos uma pedra de massa 1,0kg abando-
nada da janela de um edifício, de uma altura de 100m em
relação ao nível do chão.
Consideremos desprezíveis os efeitos do atrito com o
ar; adotemos o nível do chão como plano de referência e
façamos g = 10m/s2.
Mostramos, a seguir, uma tabela com valores da
energia potencial, cinética e mecânica da pedra desde o
instante em que foi abandonada até atingir o solo.

63
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A energia mecânica se conserva porque o peso P é

uma força conservativa e a reação normal de apoio N não
realiza trabalho por ser normal à trajetória do corpo.

A energia mecânica total do conjunto dos dois blocos


→ →
se conserva porque os pesos PA e PB são forças conser-
→ →
vativas e os trabalhos de TA e TB têm módulos iguais e
sinais contrários, de modo que a sua soma é nula.

␶T = T . d ; ␶T = – T . d ⇒ ␶T + ␶T = 0
A B A B

mAVA2 mBVB2
––––––– + mAghA + ––––––– + mBghB = constante
2 2

10. Gráficos de energias


para um sistema conservativo
→ Consideremos um sistema de forças conservativo e
A energia mecânica se conserva →
porque o peso P é os gráficos das energias potencial (Ep) e cinética (Ec) em
uma força conservativa e a força T não realiza trabalho função do tempo (t) ou em função de uma coordenada de
por ser normal à trajetória da esfera. posição (x).
Como a soma Ep + Ec é constante, os gráficos serão
simétricos em relação a um eixo paralelo ao eixo dos tem-
pos (ou das posições) e correspondente a uma energia igual
Ep + Ec
a ––––––– , ou seja, metade da energia mecânica total.
2

Em uma máquina de Atwood ideal, cada→bloco fica



sob ação exclusiva de seu peso P e da força T aplicada
pelo fio. E1 = Energia Cinética
→ →
Indiquemos por TA e TB as forças que o fio aplica E2 = Energia Potencial
aos blocos A e B. Em = Energia Mecânica

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11. Sistemas não conservativos


Em um sistema de forças não conservativo, há varia-
ção da energia mecânica total. Quando o sistema físico está sujeito à ação de forças
Citemos alguns exemplos: externas que realizam trabalho sobre o sistema, a sua
energia mecânica pode variar, o que implica um sistema
não conservativo.
Exemplificando, quando empurramos um bloco para
Quando há uma explosão, há libertação de energia cima em um plano inclinado com velocidade constante, a
potencial química ou energia nuclear, havendo um au- energia mecânica do bloco aumenta e o sistema não é
mento da energia mecânica. conservativo.
Por exemplo: quando uma granada explode, os frag-
mentos adquirem grande quantidade de energia cinética, 12. Trabalho da força de atrito
havendo extraordinário aumento da energia mecânica do
sistema. Quando a força de atrito realiza trabalho negativo,
este corresponde à dissipação de energia mecânica em
térmica.
→ →
Se atuam em uma partícula forças conhecidas, F1, F2,

Nas colisões inelásticas, há diminuição da energia ..., Fn, além da força de atrito, podemos escrever:
mecânica do sistema, pois há transformação de energia ␶total = ␶at + ␶F + ␶F + ... + ␶F
1 2 n →
mecânica em térmica e sonora (provocando aquecimento Calculados os trabalhos das forças conhecidas, F1,
→ →
e “barulho”) e ainda em trabalho nas deformações per- F2, ..., Fn, e o trabalho total pelo teorema da energia
manentes. cinética (TEC), obtemos, da expressão anterior, o tra-
balho da força de atrito.
→ → →
Se as forças F1, F2, ..., Fn forem forças mecânicas
Quando existem, no sistema, forças dissipativas, como conservativas, o trabalho do atrito é medido pela varia-
a força de resistência do ar, a força de atrito, a força visco- ção da energia mecânica da partícula.
sa de líquidos, há diminuição da energia mecânica, com
a transformação, principalmente, em energia térmica. ␶at = ⌬Emec

23. (UNICAMP) – O gráfico a seguir representa a intensidade da força


kx2
aplicada a uma mola em função de sua deformação. Ee = –––––
2

24
Ee = –—- (0,5)2 (J) ⇒ Ee = 3,0 J
2

Respostas: a) 24N/m
b) 3,0J

24. (MACKENZIE) – Um corpo de massa 0,50kg é abandonado do re-


pouso de uma posição A, comprimindo de 10cm uma mola
elástica ideal de constante elástica k = 2,0 . 103 N/m.
a) Qual a constante elástica da mola? A mola se distende, o bloco se destaca da mola no ponto B e para
b) Qual a energia elástica armazenada na mola para x = 0,5m? no ponto C.
Resolução No trecho AB não há atrito, porém no trecho BC existe atrito e o
a) De acordo com a Lei de Hooke: coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e o apoio vale 0,40.
Adote g = 10m/s2 e despreze o efeito do ar.
F=kx

Para x = 0,50m, temos F = 12N.

Portanto: 12 = k . 0,5 ⇒ k = 24 N/m

b) A energia elástica armazenada é dada por: A distância BC é igual a


a) 1,0m b) 2,0m c) 3,0m d) 4,0m e) 5,0m

65
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Resolução 26. Na figura adiante, temos um tobogã sem atrito. Um corpo, assi-
A energia elástica armazenada na mola é transferida para o bloco milável a um ponto material, é abandonado a partir do repouso no
na forma de energia cinética: ponto A e desliza livremente no tobogã, atingindo o ponto B. A
kx2 2,0 . 103 aceleração de gravidade local é constante e de módulo g.
Ecin = —— = ———–— (0,10)2 (J) ⇒ Ecin = 10J
B 2 2 B

No trecho BC, a energia cinética do bloco é transformada em


energia térmica pelo trabalho do atrito.
Aplicando-se o teorema da energia cinética entre os pontos B e C,
tem-se:
␶total = ⌬Ecin

␶P + ␶N + ␶at = Ecin – Ecin


B
C
→ →
Porém: ␶P = ␶N = 0, pois o peso P e a reação normal de apoio N
não realizam trabalho, por serem perpendiculares ao deslocamen-

to BC.
Ecin = 0, pois o bloco para em C. Determine em função de g e h o módulo da velocidade do corpo
C
ao atingir o ponto B.
Portanto: ⎯→ Resolução
Fat . | BC | . cos 180° = 0 – Ecin Tomemos como plano de referência o plano horizontal que passa
⎯→ B
pelo ponto B. Como não existe atrito, a energia mecânica do cor-
␮mg | BC | (–1) = – Ecin
B po permanecerá constante (sistema conservativo).
⎯→ ⎯→ A energia mecânica do corpo no ponto A é exclusivamente po-
0,40 . 0,50 . 10 | BC | = 10 ⇒ | BC | = 5,0m tencial, pois sua velocidade é nula; a energia mecânica do corpo
Resposta: E no ponto B é exclusivamente cinética, pois pertence ao plano
horizontal de referência.
25. Na figura 1, as molas elásticas estão ligadas em paralelo e sus- EA = EB
tentando um bloco. Suponha que as molas elásticas sejam idên- m VB2
ticas e que sejam ligadas em série com o mesmo bloco suspenso mgh = ––––––
2
(fig. 2). VB2 = 2gh ⇒ VB =   
2gh

Observe que a velocidade escalar de chegada a B é indepen-


dente da massa do corpo e da forma da trajetória.
Para g constante, o módulo de velocidade de chegada é propor-
cional à raiz quadrada da altura inicial de partida.

27. (UFC) – No gráfico a seguir, estão representadas as energias me-


cânica (Em) e cinética (Ec), em função da altura relativa ao solo, cor-
respondentes ao movimento de um projétil de massa m = 2,0kg,
lançado a partir da superfície de um planeta, isento de atmosfera.

Indiquemos por E1 e E2 as energias elásticas armazenadas pelo


sistema das duas molas, respectivamente, nas associações da
figura (1) e da figura (2).
Vale a relação:
E1 E1
a) E2 = ––– b) E2 = ––– c) E2 = E1
4 2
d) E2 = 2E1 e) E2 = 4E1
Resolução
Seja P o peso do bloco, k a constante elástica de cada mola e x a
respectiva deformação. Com base no gráfico, podemos dizer que o módulo da aceleração
Para o equilíbrio do bloco, temos: da gravidade na superfície do planeta é igual a:
a) 2,0m/s2 b) 4,0m/s2 c) 6,0m/s2
P d) 8,0m/s 2 e) 10,0m/s 2
fig. (1): 1) 2 kx1 = P ⇒ x1 = ——
2k Resolução
Para h1 = 4,0m, a energia potencial de gravidade é dada por:
k x12 P2 P2
 
2
P
2) E1 = 2 ——- = k —— ⇒ E1 = —— Ep = Em – Ec = 100 – 36 (J) ⇒ Ep = 64J
2 2k 4k 1 1 1

P Usando-se a expressão da energia potencial de gravidade:


fig. (2): 1) kx2 = P ⇒ x2 = —— Ep = mgh
k 1
64 = 2,0 . g . 4,0 ⇒ g = 8,0m/s2
k x22 P2
 
2
P
2) E2 = 2 ——- = k —— ⇒ E2 = —— Resposta: D
2 k k

Comparando-se E2 e E1, temos: E2 = 4E1 28. (UFPA-MODELO ENEM) – Nos Jogos dos Povos Indígenas,
evento que promove a integração de diferentes tribos com sua
Resposta: E cultura e esportes tradicionais, é realizada a competição de arco e

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flecha, na qual o atleta indígena tenta acertar com precisão um Para o equilíbrio do arco:
determinado alvo. O sistema é constituído por um arco que, em → → → → →
conjunto com uma flecha, é estendido até um determinado ponto, F1 + F2 = 0 ⇒ F1 = –F2
onde a flecha é solta (figura abaixo), acelerando-se no decorrer de II) VERDADEIRA. Conservação da energia.
sua trajetória até atingir o alvo.
III) VERDADEIRA. Em relação ao eixo CD, a energia potencial
gravitacional é nula e toda a energia elástica é transformada
em cinética.
IV) FALSA. O trabalho realizado será dado pela variação da ener-
gia mecânica da flecha.
Resposta: D

29. (UFF-RJ-MODELO ENEM) – O salto com vara é, sem dúvida,


uma das disciplinas mais exigentes do atletismo. Em um único
salto, o atleta executa cerca de 23 movimentos em menos de 2
segundos. Nas Olimpíadas de Atenas, a atleta russa Svetlana
Feofanova bateu o recorde feminino, saltando 4,88m.
A figura a seguir representa um atleta durante um salto com vara,
em três instantes distintos.

Para essa situação, são feitas as seguintes afirmações:


I. A força exercida pela mão do atleta sobre o arco é igual, em
módulo, à força exercida pela outra mão do atleta sobre a
corda.
II. O trabalho realizado para distender a corda até o ponto C fica
armazenado sob forma de energia potencial elástica do con-
junto corda – arco.
III. A energia mecânica da flecha, em relação ao eixo CD, no
momento do lançamento, ao abandonar a corda, é
exclusivamente energia cinética.
IV. O trabalho realizado na penetração da flecha no alvo é igual à
variação da energia potencial gravitacional da flecha.
Estão corretas somente Assinale a opção que melhor identifica os tipos de energia envol-
a) I e II b) II e III c) I e IV vidos em cada uma das situações I, II e III, respectivamente.
d) I, II e III e) II, III e IV Admita ser nula a energia potencial gravitacional quando o atleta
Resolução está no solo.
I) VERDADEIRA a) cinética – cinética e gravitacional – cinética e gravitacional.
b) cinética e elástica – cinética, gravitacional e elástica – cinética
e gravitacional.
c) cinética – cinética, gravitacional e elástica – cinética e gra-
vitacional.
d) cinética e elástica – cinética e elástica – gravitacional.
e) cinética e elástica – cinética e gravitacional – gravitacional.
Resolução
1) Quando o atleta está correndo no solo, a energia mecânica é
apenas cinética.
2) Na situação II, o atleta tem energia cinética e potencial gra-
vitacional e a vara vergada tem energia potencial elástica.
3) Na situação III, o atleta tem energia cinética e potencial gra-
vitacional.
Resposta: C

30. Um brinquedo é formado por uma mola elástica ideal contida em


um cilindro posicionado verticalmente. Uma pequena esfera é
pressionada contra a mola de modo a travá-la com uma certa
deformação x. Quando a mola é destravada, a esfera é arremes-
sada verticalmente para cima, subindo a uma altura máxima H.
Despreze o efeito do ar.

Se a deformação da mola passar a ser 2x, então a altura máxima


que a esfera vai subir será:
H H
a) –– b) –– c) H d) 2H e) 4H
4 2

67
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31. (UNICAMP-SP) – Sensores de dimensões muito pequenas têm


sido acoplados a circuitos microeletrônicos. Um exemplo é um
medidor de aceleração que consiste de uma massa m presa a
uma micromola de constante elástica k. Quando o conjunto é

submetido a uma aceleração a, a micromola se deforma, apli-

cando uma força Fel na massa (ver diagrama abaixo). O gráfico
abaixo do diagrama mostra o módulo da força aplicada versus a
deformação de uma micromola utilizada num medidor de acele-
ração.
a) Qual é a constante elástica k da micromola?
b) Qual é a energia necessária para produzir uma compressão de
0,10␮m na micromola?
c) O medidor de aceleração foi dimensionado de forma que essa Durante a subida,
micromola sofra uma deformação de 0,50 ␮m quando a a) a energia mecânica da pessoa permanecerá constante.
massa tem uma aceleração de módulo igual a 25 vezes o da b) a energia potencial de gravidade da pessoa permanecerá
aceleração da gravidade. Qual é o valor da massa m ligada à constante.
micromola? c) a energia cinética da pessoa vai diminuindo.
d) a energia cinética da pessoa vai aumentando.
e) a energia mecânica da pessoa vai aumentando.

34. (UERJ) – A probabilidade de uma pessoa machucar-se em uma


montanha russa é de uma em 6 milhões. Mesmo assim, alguns
especialistas vêem a diversão com grande preocupação. Uma
delas é que no princípio de algumas subidas, quando a velocidade
do carro é alta, algumas pessoas poderiam desmaiar.
(Adaptado de Veja on-line, 17/07/2002)

Considere o esquema da montanha russa abaixo.

O ponto em que o risco apontado no texto atinge o máximo é o


de número:
a) I b) II c) III d) IV

35. (UNESP) – O bungee jump é um esporte radical bastante pratica-


do no mundo inteiro e também conhecido como “iôiô humano”.
32. (UFMG) – Observe o perfil de uma montanha russa representado A altura de um certo bungee jump é de 40 metros, e o praticante
nesta figura: desce por cerca de 11 m em queda livre. Supondo-se que a
massa da corda elástica utilizada nestes saltos seja desprezível e
considerando-se que um atleta, com 60 kg, tenha partido do
repouso, determine o tempo de queda livre, desprezando-se a
resistência do ar. Calcule a variação das energias potencial gravita-
cional e cinética, sofridas pelo esportista, durante esse intervalo
de tempo. Adote g = 10 m/s2.

Um carrinho é solto do ponto M, passa pelos pontos N e P e só 36. (UNICAMP) – Que altura é possível atingir em um salto com
consegue chegar até o ponto Q. vara? Essa pergunta retorna sempre que ocorre um grande
Suponha que a superfície dos trilhos apresenta as mesmas evento esportivo, como os jogos olímpicos. No salto com vara,
características em toda a sua extensão. um atleta converte sua energia cinética obtida na corrida em
Sejam ECN e ECP as energias cinéticas do carrinho, energia potencial elástica (flexão da vara), que por sua vez se
respectivamente, nos pontos N e P e ETP e ETQ as energias converte em energia potencial gravitacional. Imagine um atleta
mecânicas totais do carrinho, também respectivamente, nos com massa de 80kg que atinge uma velocidade horizontal de
pontos P e Q. módulo 10m/s no instante em que a vara começa a ser flexionada
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que para o salto.
a) Qual é a máxima variação possível da altura do centro de
a) ECN = ECP e ETP = ETQ b) ECN = ECP e ETP > ETQ massa do atleta, supondo-se que, ao transpor a barra, sua
c) ECN > ECP e ETP = ETQ d) ECN > ECP e ETP > ETQ velocidade seja praticamente nula?
b) Considerando-se que o atleta inicia o salto em pé e ultrapassa
a barra com o corpo na horizontal, devemos somar a altura
33. (UNIP-SP) – Uma pessoa de bicicleta sobe uma rampa inclinada inicial do centro de massa do atleta à altura obtida no item
de 30° com velocidade de módulo constante. anterior para obtermos o limite de altura de um salto. Faça
uma estimativa desse limite para um atleta de 2,0m de altura.

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c) Um atleta com os mesmos 2,0m de altura e massa de 60kg d) Seu amigo, pois objetos mais leves são facilmente acelerados.
poderia saltar mais alto? Justifique sua resposta, admitindo-se e) Você, porque seu tempo de deslizamento pelo escorregador é
que a velocidade horizontal seja a mesma (10m/s). menor.

37. (UNIP-SP) – Uma pedra é lançada horizontalmente da janela de 41. (VUNESP-MODELO ENEM) – Supondo que Miguelito passe pelo
um prédio em um local onde o efeito do ar é desprezível. ponto mais baixo com uma velocidade de módulo 14,4 km/h, a
No instante do lançamento, a pedra tem energia potencial de máxima altura que ele poderá alcançar com sua balança,
300J e energia cinética de 100J, em relação ao solo. relativamente a esse ponto, é, em cm, de
No instante em que a intensidade da velocidade da pedra for duas a) 80 b) 72 c) 68 d) 54 e) 50
vezes maior do que a intensidade da velocidade de lançamento, Dado: g = 10 m/s2 e despreze o efeito do ar
então
a) a energia potencial da pedra valerá 200J.
b) a energia cinética da pedra valerá 200J.
c) a pedra estará chegando ao solo.
d) a energia cinética da pedra será nula.
e) a energia mecânica da pedra valerá 300J.

38. (UDESC) – O gráfico abaixo representa a energia cinética de uma


partícula de massa 80g, sujeita somente a forças conservativas,
em função da sua posição x. A energia mecânica da partícula é de
450 J.

a) Determine a energia potencial da partícula para x = 2,0m.


b) Calcule o módulo da velocidade da partícula para x = 6,0m.
c) Determine a velocidade escalar máxima da partícula.
d) Determine os pontos em que a partícula tem velocidade nula.
(Quino, Toda Mafalda)
39. (UFAM) – Uma partícula de massa m = 10 g move-se ao longo do
eixo x, sob a ação de forças conservativas, com energia mecânica 42. (CESGRANRIO-UNIFICADO-RJ-MODELO ENEM) – O Beach
total igual a 50J. O gráfico representa a energia cinética da Park, localizado em Fortaleza-CE, é o maior parque aquático da
partícula em cada ponto de sua trajetória, em função da distância América Latina situado na beira do mar. Uma de suas principais
(x). Com relação a esta partícula, podemos afirmar: atrações é um toboágua chamado “Insano”. Descendo esse
a) Em x = 0, sua energia mecânica total é de 25J. toboágua, uma pessoa atinge sua parte mais baixa com
b) Em x = 1m, sua energia potencial é nula. velocidade de módulo 28m/s. Considerando-se a aceleração da
c) Em x = 3m, sua velocidade é nula. gravidade com módulo g = 9,8m/s2 e desprezando-se os atritos,
d) Em x = 3m, sua velocidade tem módulo igual a 50 m/s. conclui-se que a altura do toboágua, em metros, é de:
e) Em x = 1m, sua energia potencial é de 50J. a) 40 b) 38 c) 37 d) 32 e) 28

43. (VUNESP-MODELO ENEM) – Os veículos de combustão interna


deverão ser remodelados para atender à expectativa de “salva-
mento” do planeta. Nesse sentido, já estão sendo construídos
veículos híbridos, movidos por combustão e por eletricidade. A ele-
tricidade é provida por meio de geradores que, conectados aos
eixos das rodas, convertem a energia do movimento do carro nos
momentos em que o motor não realiza esforço, como nos declives.
Supondo-se que o reaproveitamento seja de 80%, a energia que
um híbrido de 900 kg, que já se movimentava com velocidade de
módulo 20 m/s, consegue converter durante uma descida que o
leva a 50 m abaixo do ponto de partida é, em kJ, aproximadamente,
a) 630 b) 504 c) 450 d) 366 e) 180
Dado: g = 10 m/s2
40. (OLIMPÍADA PAULISTA DE FÍSICA-MODELO ENEM) – Estan-
do em um “playground”, você e seu amigo brincam em um 44. (VUNESP-MODELO ENEM) – Quando surgiu, a bicicleta não era
escorregador sem atrito. Sua massa é de 75kg, enquanto a de seu muito mais que uma estrutura de madeira com duas rodas. Não
amigo é 25kg. Suponha que ambos começam a deslizar no possuía freios nem pedais e seu funcionamento dava-se por
escorregador ao mesmo tempo, partindo do repouso. Qual das empurrões no chão com os pés de quem a conduzia. Vantagem
afirmações seguintes explica melhor quem terá a maior veloci- mesmo era descer uma ladeira com a engenhoca! De fato, com
dade escalar final? uma bicicleta, a partir do repouso, se você descer uma ladeira de
a) Ambos terão a mesma velocidade escalar final. desnível 5m, sem utilizar os pedais ou freios, a máxima
b) Seu amigo, porque ele não pressiona a superfície do velocidade que poderá ser atingida, em m/s, será
escorregador como você, visto que tem menor massa. a) 2 b) 4 c) 5 d) 10 e) 15
c) Você, pois é mais pesado do que ele, o que resulta numa Dado: g = 10m/s2 e o atrito e o efeito do ar são desprezíveis.
maior aceleração.

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45. (VUNESP-MODELO ENEM) – Veja esta tirinha:

(Quino, Gente en su sitio. Adaptado)


Sendo 3,2m a altura entre os pisos superior e inferior, o módulo da velocidade de chegada ao piso inferior, ao se utilizar o escorregador, é, em
m/s,
a) 8,0m/s b) 6,0m/s c) 4,0m/s d) 2,0m/s e) 1,0m/s
Considerar o módulo da aceleração da gravidade, g = 10,0m/s2 e ausentes quaisquer ações dissipativas.

46. (UNIFICADO-RJ) – Um corpo é lançado verticalmente para cima. Resolução


Desprezando-se a resistência do ar, construa os gráficos das ener-
gias cinética, potencial e mecânica do corpo em função da altura
h, relativa ao solo.
Considere o plano de referência para medir a energia potencial de
gravidade fixo no solo horizontal.
Resolução
1. A energia mecânica total Em permanece constante, pois o
corpo está sob ação exclusiva de seu peso, que é uma força
conservativa.
2. A energia potencial de gravidade Ep é função proporcional da
altura h : Ep = mgh.
3. A energia cinética Ec é dada por:
A energia mecânica da bola vai conservar-se:
Ec = Em – Ep = Em – mgh
Observe que os gráficos de Ec e Ep são simétricos em relação a EB = EA
uma reta paralela ao eixo das alturas e correspondente à metade (ref. em B)
mgH mVB2 mV02
( )
da energia mecânica total ––––– .
2 –––– = –––– + mgH
2 2

VB2 = V02 + 2gH ⇒ VB = V02 + 2gH

VB > V0 ⇒ VB > 30m/s


Resposta: E

48. (UFJF-MG-MODELO ENEM) – Em uma estação ferroviária, exis-


te uma mola destinada a parar sem dano o movimento de
locomotivas. Admitindo-se que a locomotiva a ser parada tem
velocidade escalar de 7,2km/h, massa de 7,0 . 104kg, e a mola
sofre uma deformação de 1,0m, qual deve ser a constante
elástica da mola? Admita que na colisão não haja dissipação de
energia mecânica.
47. (VUNESP-MODELO ENEM) – Numa partida de tênis, o jogador
que está sacando põe a bola em jogo elevando-a a uma altura de
2,2m em relação ao chão e imprimindo-lhe uma velocidade inicial
horizontal de módulo 108km/h, assim que acaba de perder o con-
tato com a raquete. Desprezando-se o efeito do ar, o módulo da
velocidade da bola ao tocar o chão, do outro lado da quadra, é
a) menor que 20m/s b) entre 20 e 25m/s
c) entre 25 e 30m/s d) igual a 30m/s a) 2,8 . 105 N/m b) 3,62 . 106 N/m c) 2,8 . 105 J
e) maior que 30m/s
d) 3,62 . 106 W e) 3,62 . 106 J

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Resolução
A energia cinética da locomotiva vai transformar-se em energia
potencial elástica da mola.
m V2 k x2
––––– = –––––
2 2

m V2 7,0 . 104
k = ––––– = ––––––––– . (2,0)2 (SI) ⇒ k = 2,8 . 105 N/m
x2 (1,0)2

Resposta: A

49. (FUVEST) – Dois móveis, A e B, são abandonados simultanea-


mente de uma altura h acima do solo. O móvel A cai em queda
livre e o móvel B escorrega por um plano inclinado sem atrito.
Qual dos pontos materiais chegará ao chão com o maior módulo
Podemos afirmar que
de velocidade? Justifique.
Resolução
Como desprezamos a resistência do ar, a energia mecânica de ca-
da ponto material permanecerá constante (sistema conservativo).
Adotando-se como plano de referência o plano do chão, teremos:
mV2 mV02
––––– = ––––– + mgH
2 2

Observe que, no ato de lançamento, o ponto material possui


energia potencial e cinética, porém, ao atingir o chão, a energia
a) A atinge o solo ao mesmo tempo que B e com velocidade potencial vale zero.
maior do que B.
b) A atinge o solo ao mesmo tempo que B e com velocidade Segue-se que: V2 = V02 + 2gH
menor do que B.
c) A atinge o solo ao mesmo tempo que B e com velocidade de
módulo igual ao da de B. Logo: V= 
V02 + 2gH
d) A atinge o solo antes de B e com velocidade de módulo igual
ao da de B. Como g é constante e para todos os pontos materiais temos o
e) A atinge o solo antes de B e com velocidade maior que a de mesmo V0 e o mesmo H (altura de partida), todos os pontos ma-
B. teriais chegarão ao chão com o mesmo módulo de velocidade:
Resolução
A velocidade de chegada ao chão tem seu módulo calculado pela
conservação da energia mecânica. VA = VB = VC

Einicial = Efinal Observe que a conclusão apresentada independe da massa dos


pontos materiais, que poderão ser iguais entre si ou diferentes.
Observe ainda que os movimentos verticais dos três pontos ma-
m Vf2 teriais são diferentes, pois, embora a aceleração vertical seja a
mgh = –––––– →
2 mesma ( g ), as velocidades iniciais, segundo a vertical, são
diferentes. Isto acarreta uma diferença nos tempos de queda. Os
Logo: Vf = 
2gh e, para o mesmo h, a velocidade final terá o tempos de queda dos três pontos materiais são diferentes.

mesmo módulo: VA = VB. 51. Na figura, M é um bloco de madeira de massa 1,0kg que cai, em
queda livre, a partir do repouso, de uma altura de 1,0m sobre uma
Na queda vertical, o tempo de queda é dado por: mola elástica de massa desprezível, comprimindo-a de 10cm. A
massa da plataforma, os atritos e a perda de energia mecânica na

2h colisão são desprezíveis.


V = V0 + ␥ t ⇒  = 0 + gtA
2gh ⇒ tA = ––––
g

Na queda no plano inclinado, temos:

V = V0 + ␥ t ⇒  = 0 + g sen ␣ tB
2gh


1 2h
tB = –––––– –––
sen ␣ g

Sendo sen ␣ < 1, temos: tB > tA.

Resposta: D

50. De uma mesma altura são lançados, simultaneamente, três pon-


tos materiais, A, B e C, com velocidades de mesmo módulo, po- A aceleração da gravidade local é constante e de intensidade igual
rém em direções diferentes. O ponto material A é lançado verti- a 10m/s2.
calmente para baixo, o ponto B verticalmente para cima e o ponto A constante elástica da mola, medida em unidades SI (N/m), vale:
C horizontalmente, como sugere a figura. Despreza-se a resis- a) 2,0 . 103 b) 2,2 . 103 c) 3,7 . 103
tência do ar e admite-se o campo de gravidade uniforme. d) 4,2 . 103 e) 3,3 . 103

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Resolução 53. No esquema da figura, temos uma Máquina de Atwood ideal (polia
Usando-se a conservação da energia mecânica entre A e B (ponto e fio têm massas desprezíveis) em que o bloco A tem massa M e
de compressão máxima), temos: o bloco B tem massa m, sendo M > m.
A aceleração local da gravidade tem módulo igual a g e despreza-se
o efeito do ar.
O sistema é abandonado do repouso com a configuração indicada
na figura.

EB = EA
2
Kxmáx
–––––– = mg (H + xmáx)
2 Seja V o módulo da velocidade dos blocos, quando o bloco A esti-
ver chegando ao solo.
K
––– (0,10)2 = 1,0 . 10 . 1,1 Assinale a opção que traduz a conservação da energia mecânica
2 do sistema formado pelos blocos A e B.
K = 2,2 . 103N/m MV2
K . 10–2 = 22 ⇒ a) MgH = –––––
2
Resposta: B
(M + m)V2
b) MgH = ––––––––––
52. (VUNESP) – Um bloco de massa m encontra-se em repouso 2
(M + m) V2
sobre uma plataforma horizontal e preso, como mostra a figura, a c) MgH = mgH + –––––––––––
uma mola de massa desprezível que não está distendida nem 2
comprimida. mV2
d) MgH = mgH + –––––
2
mV2
e) MgH = –––––
2
Resolução

Quando a plataforma é puxada rapidamente para baixo, o bloco cai


e estica a mola. Despreze perdas de energia mecânica. Se g é o
módulo da aceleração da gravidade e k a constante elástica da
mola, a máxima distensão que a mola sofrerá será dada por:
mg mg 2mg
a) –––– b) –––– c) ––––
2k k k

d)
 
mg
––––––
k
e)
 mg
–––
k

Resolução
O bloco parte do repouso (ponto A) e estará novamente em repou-
so (ponto B) quando a mola atingir seu alongamento máximo d. Para um referencial fixo no solo, usando-se a conservação da
energia mecânica do sistema (A + B), obtemos:
Usando-se a conservação da energia
mecânica entre as posições A e B, temos: Efinal = Einicial

EB = EA (M + m)
mg2H + –––––––– V2 = (M + m) g H
(Referência em B) 2

kd2 (M + m)
–––– = mgd 2mgH + –––––––– V2 = MgH + mgH
2 2

2mg (M + m)
d = ––––– MgH = mgH + –––––––– V2
k 2

Resposta: C
Resposta: C

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54. Um projétil é lançado verticalmente para cima a partir do solo


terrestre, tomado como referencial, numa região onde a
resistência do ar é desprezível.
O gráfico a seguir representa as energias cinética, potencial e
mecânica total do projétil em função da altura h do projétil acima
do solo.

Determine
a) o módulo da velocidade da esferinha ao passar pela posição B;
b) o módulo da velocidade da esferinha ao passar pelo ponto C e
ao chegar ao solo em D;
c) o trabalho realizado pelo peso da esferinha entre as posições
a) Faça a correspondência entre os gráficos A, B e C e as ener-
A (lançamento) e D (chegada ao solo).
gias potencial, cinética e mecânica do projétil.
b) Determine a massa do projétil. 58. (UNESP) – Um bloco sobe uma rampa
c) Determine o módulo da velocidade inicial do projétil. deslizando sem atrito, em movimento
Adote g = 10,0m/s2. uniformemente retardado, exclusiva-
mente sob a ação da força da gra-
55. (UERJ) – Um corpo cai em direção à Terra, a partir do repouso, no vidade e da força do apoio, conforme
instante t = 0. mostrado na figura.
Observe os gráficos abaixo, nos quais são apresentadas dife- Ele parte do solo no instante t = 0 e
rentes variações das energias potencial (Ep) e cinética (Ec) deste chega ao ponto mais alto em 1,2s. O
corpo, em função do tempo. módulo da velocidade em função do tempo é apresentado no
gráfico.

Considerando-se g = 10,0m/s2, a altura em que o bloco se


encontrava em t = 0,4s era
a) 0,5m b) 1,0m c) 1,6m d) 2,5m e) 3,2m

59. (UESPI) – Uma partícula de massa m é abandonada a partir do


O gráfico energia x tempo que representa melhor a variação das repouso do topo (ponto A da figura) de uma superfície circular de
duas grandezas descritas é o de número: raio R. O ponto A é situado a uma altura h em relação ao solo. A
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 partícula desliza sem atrito ao longo de toda a superfície circular.
A partir do ponto B (ponto mais baixo da superfície circular), a
56. (VUNESP-FAMECA-SP) – Uma bola, de massa 1,0kg, é lançada partícula é lançada em queda livre até atingir o solo no ponto C,
verticalmente para baixo, de uma altura de 100 m, com velocidade como ilustrado na figura.
de módulo 105 m/s, rebatendo no solo e tornando a subir a uma
altura de 45 m. Desprezando-se o atrito do ar e considerando-se
g = 10 m/s2, determine
a) o módulo da velocidade com que a bola chega ao solo;
b) a energia mecânica dissipada no contato com o solo.

57. De uma janela que se encontra a uma altura y0 = 4,0m acima do


solo horizontal, uma esferinha é lançada obliquamente com
velocidade de módulo 6,0m/s.
A esferinha tem massa de 0,50kg e sobe até uma altura máxima
de 1,0m acima da janela.
O efeito do ar é desprezível e adota-se g = 10,0m/s2.
O gráfico a seguir representa a trajetória parabólica da esferinha
desde seu lançamento até atingir o solo em D.

73
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A velocidade na posição B é horizontal. A aceleração da gravidade A máxima compressão da mola vale,


no local é →
g, e O é a origem do sistema de coordenadas x-y. Para a) 0,80m b) 0,40m c) 0,20m d) 0,10m e) 0,05m
tal situação, qual é o valor do alcance OC (posição que a partícula
toca o solo)? 63. (UFPE) – Uma bolinha de massa 0,1kg está conectada a uma
a) h/2 b) R c) 2R(h
– R) mola ideal de constante elástica igual a 180N/m, como mostrado
d) 2 
R(h – R) e) 
h(h – R)/2 na figura. A bolinha é largada, a partir do repouso, quando a
distensão da mola vale 10cm. Calcule o módulo da velocidade da
bolinha, em m/s, no instante em que ela passa pelo ponto onde
60. (UFAM) – Uma bolinha de massa m é abandonada no ponto A de
a mola não está nem distendida nem comprimida. Considere que
um trilho, a uma altura H do solo, e descreve a trajetória ABCD
a bolinha se move ao longo de um tubo vertical de vidro sem
indicada na figura abaixo. A bolinha passa pelo ponto mais elevado
atrito. Despreze o efeito do ar e adote g = 10m/s2.
da trajetória parabólica (BCD), a uma altura h do solo, com
velocidade cujo módulo vale VC = 10m/s e atinge o solo no ponto
D com velocidade de módulo igual a VD = 20m/s. Podemos afir-
mar que as alturas referidas no texto valem:
a) H = 19m; h = 15m. b) H = 18m; h = 10m.
c) H = 20m; h = 4m. d) H = 12m; h = 8m.
e) H = 20m; h = 15m.
(Adote g = 10m/s2 e despreze os atritos e o efeito do ar.)

64. Em um local onde o efeito do ar é desprezível e a aceleração da


gravidade é constante, um conjunto de partículas parte simul-
taneamente, no instante t = 0, de uma mesma altura H acima do
solo horizontal com as velocidades iniciais indicadas na figura.
61. (FUVEST-SP) – Um corpo de massa m é lançado com velocidade

inicial V0 na parte horizontal de uma rampa, como indicado na
figura. Ao atingir o ponto A, ele abandona a rampa, com uma

velocidade VA (VAx, VAy), segue uma trajetória que passa pelo
ponto de máxima altura B e retorna à rampa no ponto C. Despreze
o atrito. Sejam hA, hB e hC as alturas dos pontos A, B e C,

respectivamente, VB (VBx, VBy) a velocidade do corpo no ponto B

e VC (VCx, VCy) a velocidade do corpo no ponto C.

Indiquemos por Ti o tempo gasto para chegar ao solo e por Vi o


Considere as afirmações: módulo da velocidade com que a partícula chega ao solo. O índice
I. V0 =VAx = VB = VCx i vai identificar a partícula.
II. VAx =VB = VCx
Assinale a opção correta.
III. (1/2) m VB2 = (1/2) m VA2 – m g (hB – hA)
a) TD < TA = TB < TC = TE b) TA < TB < TC < TD < TE
IV. (1/2) m V02 = m g hB
2 VA < VB = VC = VD < VE VA < VB = VC = VD = VE
V. (1/2) m VAy = m g (hB – hA)
São corretas:
c) TD < TA = TB < TC = TE d) TA = TB < TC = TD < TE
a) todas as afirmações. b) somente I e II.
c) somente II, III e IV. d) somente II, III, IV e V. VA < VB = VD < VC < VE VA < VB = VC = VD < VE
e) somente II, III e V.
e) TA = TB = TC = TD = TE
62. (FATEC-SP) – Um bloco de massa 0,60kg é abandonado, a partir
do repouso, no ponto A de uma pista no plano vertical. O ponto VA = VB = VC = VD = VE
A está a 2,0m de altura da base da pista, onde está fixa uma
mola de constante elástica 150N/m. São desprezíveis os efeitos 65. (FEI-SP) – Um elevador de massa 600kg, com 5 pessoas dentro
do atrito e adota-se g = 10m/s2. com 80kg cada uma, despencou de uma altura de 19,5m. O
sistema de freios não funcionou e os atritos eram desprezíveis.
Ao chegar ao solo, a compressão máxima da mola que amortece
o choque foi de 0,5m. Qual é, aproximadamente, a constante
elástica da mola? Adote g = 10m/s2 e despreze o efeito do ar.
a) 6,0 . 102 kN/m b) 8,0 . 102 kN/m
c) 1,0 . 103 kN/m d) 1,2 . 103 kN/m
e) 1,6 . 103 kN/m

74
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66. (FATEC-SP) – O cientista inglês Robert Hooke estudou as mais Sabendo-se que não existe atrito entre o bloco A e a mesa, que a
diversas áreas da ciência. Realizou trabalhos científicos com massa da polia e a resistência do ar são desprezíveis e que a
Boyle, Newton e Huygens, por exemplo. Na Física, foi respon- aceleração da gravidade no local tem módulo g, é correto afirmar
sável por descrever a deformação de materiais elásticos e sua que, quando o bloco B tiver percorrido a altura h (imediatamente
relação com a força. antes da colisão com o chão), a energia cinética do bloco A é
Em um de seus experimentos, soltou de uma altura de 3,0 me- expressa por:
tros, em relação ao solo, uma esfera de massa 70 kg sobre uma 1 1 gMmh
cama elástica de circo. A cama elástica sofreu uma deformação a) ––– Mgh b) ––– –––––––
de 50 cm, conforme mostra a figura a seguir. Dado: g = 10m/s2 2 2 (M + m)
2gMmh gMmh
c) ––––––– d) –––––––
(M + m) (M + m)
e) Mgh

69. (UFRJ) – O sistema ilustrado na figura abaixo é uma Máquina de


Atwood. A roldana tem massa desprezível e gira livremente em
torno de um eixo fixo perpendicular ao plano da figura, passando
pelo centro geométrico da roldana.

Supondo-se que haja conservação de energia mecânica em


qualquer instante e que a cama elástica se deforme uniforme-
mente, o valor da constante elástica da cama é, em N/m, de
a) 1,96 . 104 b) 1,6 . 104 c) 1,4 . 104
d) 1,1 . 104 e) 8,4 . 103

67. (UNIRIO) – Dois corpos, A (mA = 3,0kg) e B (mB = 2,0kg), possuem


dimensões desprezíveis. Os corpos A e B estão interligados por
Uma das massas vale m e a outra, 2m. O sistema encontra-se
uma corda inextensível e de massa desprezível que passa por uma
inicialmente na situação ilustrada pela figura (a), isto é, com os
polia ideal, como mostra a figura abaixo.
corpos A e B no mesmo nível. O sistema é então abandonado a
partir do repouso e, após um certo intervalo de tempo, a distância
vertical entre as massas é h, figura (b).
O módulo da velocidade de cada um dos corpos (A e B) na
situação mostrada na figura (b) vale:
gh gh
a) ––– b) ––– c) 
gh
3 2

d) 
2gh e) 2 
gh
Despreze o efeito do ar. A aceleração da gravidade tem módulo g.

Questões 70 e 71.
Na figura abaixo, está esquematizado um tipo de usi-
na utilizada na geração de eletricidade.

Os corpos inicialmente estão em repouso. Considerando-se


g = 10m/s2 e que não existam forças dissipativas, determine
a) a energia mecânica inicial do sistema, para um referencial fixo no
solo;
b) o módulo da velocidade com que o corpo A chega ao solo.

68. Os blocos A e B, representados na figura abaixo, estão inicial-


mente em repouso, têm massas M e m, respectivamente, e
estão ligados por um fio inextensível de massa desprezível.

70. Analisando-se o esquema, é possível identificar que se trata de


uma usina
a) hidroelétrica, porque a água corrente baixa a temperatura da
turbina.
b) hidroelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética da
água.
c) termoelétrica, porque no movimento das turbinas ocorre
aquecimento.
d) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água.
e) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo das moléculas de
água.

75
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71. No processo de obtenção de eletricidade, ocorrem várias trans-


formações de energia. Considere duas delas:

I. cinética em elétrica
II. potencial gravitacional em cinética

Analisando-se o esquema, é possível identificar que elas se en-


contram, respectivamente, entre
a) I – a água no nível h e a turbina, II – o gerador e a torre de
distribuição.
b) I – a água no nível h e a turbina, II – a turbina e o gerador.
c) I – a turbina e o gerador, II – a turbina e o gerador.
d) I – a turbina e o gerador, II – a água no nível h e a turbina.
e) I – o gerador e a torre de distribuição, II – a água no nível h
e a turbina.
O carrinho é levado até o ponto mais alto por uma esteira, atin-
gindo o ponto A com velocidade que pode ser considerada nula.
72. (UFRRJ-MODELO ENEM) – Nos momentos de lazer, nos A partir desse ponto, inicia seu movimento e ao passar pelo ponto
parques de diversões, frequentemente vemos famílias inteiras B sua velocidade tem módulo igual a 10 m/s. Considerando-se a
divertindo-se nos mais variados brinquedos. Um dos que mais massa do conjunto carrinho+passageiros como 400 kg, pode-se
chamam a atenção é a montanha russa. Observe o esquema a afirmar que o módulo da energia mecânica dissipada pelo sistema
seguir. foi de (dado g = 10m/s2)
a) 96kJ b) 60kJ c) 36kJ d) 9,6kJ e) 6,0kJ

74. (UNESP-MODELO ENEM) – Em um centro de treinamento, dois


paraquedistas, M e N, partindo do repouso, descem de uma
plataforma horizontal agarrados a roldanas que rolam sobre dois
cabos de aço. M segura-se na roldana que se desloca do ponto A
ao ponto B e N, na que se desloca do ponto C ao D. A distância
CD é o dobro da distância AB e os pontos B e D estão à mesma
altura em relação ao solo. Ao chegarem a B e D, respectivamente,
com os pés próximos ao solo horizontal, eles se soltam das
roldanas e procuram correr e se equilibrar para não cair, tal como
se estivessem chegando ao solo de paraquedas.
Neste pequeno trecho, o carrinho da montanha russa passa pelo
ponto A com velocidade de módulo 54 km/h. As alturas ha e hb
valem, respectivamente, 15 metros e 25 metros. Desconside-
rando-se toda e qualquer forma de atrito, o módulo da velocidade
com que o carrinho atingirá o ponto B será de
a) 12 km/h b) 18 km/h c) 21 km/h
d) 24 km/h e) 31 km/h
Adote g = 10 m/s2 Desprezando-se perdas por atrito com o ar e nas roldanas, a razão
entre os módulos das velocidades finais de M e N, no momento
em que se soltam das roldanas nos pontos B e D, vale
73. (PUC-SP-MODELO ENEM) – A figura mostra o perfil de uma
montanha russa de um parque de diversões. a) 
2 /2 b) 1 c) 
2 d) 2 e) 2 
2

75. (FUVEST) – A figura representa um plano inclinado CD. Um pe- Use para o módulo da aceleração da gravidade o valor
queno corpo é abandonado em C, desliza sem atrito pelo plano e g = 10m/s2;
cai livremente a partir de D, atingindo finalmente o solo. Despre- b) o valor do módulo da velocidade do corpo, imediatamente
zando-se a resistência do ar, determine antes de ele atingir o solo, em m/s;
c) o valor da componente horizontal da velocidade do corpo, ime-
diatamente antes de ele atingir o solo, em m/s.
Resolução
a) No trecho CD, a força resultante no corpo é a componente tan-
gencial de seu peso.
Aplicando-se a 2.a Lei de Newton, obtemos:

Pt = m a

m g sen ␪ = m a

a = g sen ␪

–––
Por Pitágoras, obtemos CD = 5,0m
a) o módulo da aceleração a do corpo, no trecho CD, em m/s2. No triângulo ACD, temos:

76
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3
sen ␪ = ––– = 0,60
5
Portanto: a = 10 . 0,60 (m/s2) ⇒ a = 6,0 m/s2

b) Como não há atrito nem resistência do ar, o sistema de forças


é conservativo e, portanto:

EB = EC
O projétil descreve uma parábola (resistência do ar desprezível)
(referência em B) atingindo uma altura máxima H, em relação ao solo. Quando o
H
projétil passar pelo ponto C, a uma altura ––– do solo, sua ener-
m VB2 2
–––––– = m g H gia cinética, em relação ao solo,
2
a) não está determinada com os dados apresentados.
VB = 
2 g
H = 
2 . 10 . 6,0 (m/s) b) valerá 15 J.
c) valerá 20 J.
d) valerá 25 J.
VB = 

120 m/s  11m/s
e) será igual à energia potencial.
Resolução
c) A partir do ponto D, a única força atuante no corpo é o seu
Quando o projétil passa pelo ponto B, sua velocidade se reduz à
peso (força vertical) e, portanto, a partir do ponto D, a veloci-

dade horizontal do corpo permanece constante: componente horizontal de V0:
V0
Vh = Vh = VD cos ␪ (I) VB = V0x = V0 cos 60° = –––
B D 2

Portanto, de A para B, o módulo da velocidade se reduziu à me-


tade e a energia cinética se reduziu à quarta parte, pois é propor-

 mV2
cional ao quadrado da velocidade Ec = –––– .
2

De B para C, a altura se reduziu à metade e, portanto, a energia
potencial de gravidade também se reduziu à metade, pois é
proporcional à altura (Ep = mgh).

Segue-se uma tabela de energias:

Ponto Ep(J) Ec(J) Em(J)

A 0 40 40
Para obter o módulo da velocidade em D, podemos usar a con-
servação da energia mecânica de C para D ou a Equação de B 30 10 40
Torricelli.
C 15 25 40

ED = EC
Resposta: D
(referência em D)
77. (UFMG) –

m VD2
–––––– = m g h
2

VD = 
2 g
H = 
2 . 10 . 3,0 (m/s) ⇒ VD = 
 m/s
60 (II)

Substituindo-se (II) em (I), tem-se:


4
Vh =   . ––– (m/s) ⇒
60 Vh  6,2m/s
B
B 5
Respostas: a) 6,0m/s2
b)  m/s ou  11m/s
120
Uma esferinha é abandonada do repouso no ponto P.
c) 0,80 
 m/s ou  6,2m/s
60
Após percorrer o trecho horizontal da mesa, cai no potinho que
está no chão (ver a figura). Desprezando-se os atritos, em que
76. (UNIP) – Um projétil é disparado a partir do solo horizontal (ponto situação, abaixo, a bolinha continuará a cair no potinho?
A), com energia cinética de 40J (relativa ao solo) e com velocida- a) Dobra-se h; dobra-se d; mantém-se H.
→ b) Dobra-se H; dobra-se d; mantém-se h.
de inicial V0, formando um ângulo de 60° como o plano do solo, c) Divide-se d por 2; dobra-se h; mantém-se H.
em um local onde o campo de gravidade é uniforme. d) Divide-se h por 2; divide-se H por 2; mantém-se d.
e) Divide-se H por 2; dobra-se h; mantém-se d.

77
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Resolução
a) V =
 gL
–––
2
b) V = 
gL c) V = 
2gL

d) V = 2 
gL e) V = 4 
gL
Resolução
Desprezando-se o atrito e o efeito do ar, a energia mecânica da
corda permanece constante.
Isto significa que a energia potencial perdida é transformada em
energia cinética.
O conceito fundamental desta questão é o fato de que, na medida
da energia potencial de gravidade, devemos raciocinar com a
perda de altura do centro de gravidade CG da corda.

1) Usando a conservação da energia mecânica de P para A, te-


mos:
EA = EP

(Referência em A)
2 _____
mVA Epot = Ecin
––––– = mgh ⇒ VA = 
2gh
perdida ganha
2
L M V2
Mg ––– = –––––
2) O tempo de queda de A para B é calculado analisando-se ape- 2 2
nas o movimento vertical (MUV):
V= 
gL
␥y
⌬y = V0y t + –––– t2 (↓) Resposta: B
2
79. Um novo esporte da moda é o “bungee jump”, conhecido como


g 2 2H o “ioiô humano”.
H = ––– tQ ⇒ tQ = ––– Considere uma pessoa de massa 70kg que vai saltar, a partir do
2 g
repouso, de uma plataforma presa a uma corda elástica ideal de
constante elástica k = 140 N/m.
3) A distância horizontal d é calculada analisando-se o movimen- Despreze o efeito de resistência do ar e adote g = 10m/s2.
to horizontal (MU): A corda elástica, presa à plataforma, tem um comprimento natural
⌬x = Vx t de 17,5m.

d = VA . tQ ⇒ d = 
2 gh .
2H
–––
g

d=2 
hH

Observe que d independe do valor da aceleração da gravidade g.


Se, por exemplo, dividirmos H por 2 e duplicarmos h (opção E), o
valor de d não se altera.
a) Qual a deformação da corda quando a velocidade escalar da
Resposta: E
pessoa for máxima?
b) Qual a velocidade escalar máxima da pessoa?
78. Considere uma corda homogênea de comprimento L e espessura
c) Qual o comprimento da corda quando a velocidade escalar da
desprezível (em comparação com L) que está em repouso sobre
pessoa se anula?
uma mesa horizontal sem atrito (fig. 1).
Resolução
A corda está junto à borda da mesa e, recebendo um pequeno
a) Quando a corda começa a se deformar (L > 17,5m), a pessoa
impulso (desprezível), começa a escorregar para fora da mesa. →
Quando a corda estiver desprendendo-se da mesa (fig. 2), sua fica sob ação de duas forças verticais: o seu peso P e a força
velocidade terá módulo V. →
F aplicada pela corda.
Enquanto P > F, a força resultante é dirigida para baixo e o
movimento da pessoa é acelerado.
Quando F > P, a força resultante passa a ser dirigida para cima
e a pessoa começa a frear.
Portanto, a velocidade escalar máxima ocorre na posição de
equilíbrio, quando F = P.
Na posição de velocidade escalar máxima, a deformação x1 da
corda é dada por:
kx1 = mg
Sendo g o módulo da aceleração da gravidade, suposta constan-
140 . x1 = 70 . 10 ⇒ x1 = 5,0m
te, e desprezando-se o efeito do ar, o valor de V é dado por:

78
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b) A esfera é abandonada do repouso, com o pêndulo formando um


Para obter o valor da velocidade es- ângulo ␪ = 60° com a vertical.
calar máxima, devemos usar a con- Despreze o efeito do ar e considere a aceleração da gravidade
servação da energia mecânica entre constante e com módulo igual a g.
a posição inicial (A) e a posição de Quando o pêndulo estiver com fio vertical, determine
velocidade escalar máxima (B). a) o módulo da velocidade da esfera pendular;
b) a intensidade da força que traciona o fio.
Resolução
EB = EA
(Referência em B)

mV12 k x12
––––– + ––––– = mg (L0 + x1)
2 2
70 2 140
––– V1 + –––– (5,0)2 = 70 . 10 . 22,5
2 2

35V12 + 1750 = 15750

35V12 = 14000

V12 = 400 ⇒ V1 = 20m/s

c) Para obter o comprimento máximo


da corda, usamos a conservação da a) 1) Da figura:
energia mecânica entre a posição L
OC = L cos 60° = –––
inicial (A) e a posição final (C), 2
quando a velocidade da pessoa
volta a se anular.
L
h = L – OC ⇒ h = –––
EC = EA 2

(Referência em C) 2) A força tensora aplicada pelo fio não realiza trabalho porque
kx22 é perpendicular à trajetória.
—— = mg (L0 + x2)
2
TEC: ␶total = ⌬Ecin
140
—— x22 = 70 . 10 (17,5 + x2) (A → B)
2

x22 = 175 + 10x2 mV 2 mV 2


␶P = ––––––
B A
– ––––––
2 2
x22 – 10x2 – 175 = 0
L mVB2
10 ± 
100 + 700 mg ––– = –––––– ⇒ VB = 
gL
x2 = ————————— (m) 2 2
2

x2 = 5,0 + 10 
2 (m) ⇒ x2  19,1m b) No ponto B, a força resultante na esfera pendular é centrípeta:

O comprimento máximo da corda é dado por: TB – P = Fcp


B

Lmáx = L0 + x2 ⇒ Lmáx = 36,6 m


mVB2
TB = mg + –––––
Respostas: a) 5,0 m L
b) 20 m/s
c) 36,6 m m
TB = mg + ––– . gL ⇒ TB = 2mg
L
80.
Respostas: a) VB = 
gL
b) TB = 2mg

81. Demonstre que: “Se um pêndulo simples oscila com a maior os-
cilação lateral possível, isto é, se ele descreve um quarto de cir-
cunferência, quando chegar ao ponto mais baixo da trajetória, irá
esticar o fio com uma força de intensidade três vezes maior que
a que deveria agir se o pêndulo fosse simplesmente suspenso
pelo fio”.
Resolução
Um pêndulo, fixo em O, tem comprimento L e sustenta em sua Para a esfera pendular simplesmente suspensa pelo fio e em
extremidade uma esfera de massa m. equilíbrio, temos:

79
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Resolução
a) Quando o pêndulo é constituído por um fio ideal (o fio pode
ficar frouxo), a velocidade escalar mínima no ponto mais alto
(ponto B) é obtida impondo-se a condição de que, neste ponto,
a força tensora no fio se anule e o peso da esfera faça o papel
de resultante centrípeta.

P = Fcp
B

mVB2
mg = ———
R
Quando a esfera é abandonada do repouso no ponto A (VA = 0),
supondo o sistema conservativo e adotando um plano de referên-
cia passando por B, temos: VB = 
gR

EA = EB

m VB2
mg L = ––––––– A velocidade escalar mínima em A é obtida usando-se a con-
2 servação da energia mecânica:

EA = EB

m VB2 (Referência em A)
Da qual: –––––– = 2mg
L mVA2 mVB2
—–— = mg 2R + ———
2 2
mVB2 VA2 = 4 g R + VB2
Porém, –––––– representa a intensidade da resultante centrípeta
L
Substituindo-se VB2 por g R, obtém-se:
no ponto B: Fcp = 2 mg = 2P.
B

Por outro lado, a intensidade da resultante centrípeta em B é dada VA2 = 5 g R ⇒ VA = 


5 g
R
pela diferença entre as intensidades da força de tração (T2) e do
peso da esfera (P).
Para g = 10m/s2 e R = 0,10m, tem-se: VA = 
5 m/s
Assim: Fcp = T2 – P
B
b) Quando o pêndulo é constituído por uma haste rígida (haste
Da qual: T2 = Fcp + P não pode ficar frouxa), a velocidade escalar mínima no ponto
B
T2 = 3P mais alto é nula.
Como Fcp = 2P, vem (2)
B Usando-se a conservação da energia mecânica, obtém-se:

Comparando-se (1) e (2), vemos que T2 = 3 T1 (c.q.d.) EA = EB

(Referência em A)
82. (MACKENZIE) – Considere um pêndulo fixo em um ponto O e
tendo na outra extremidade uma pequena esfera, que vai ser mVA2
lançada com velocidade V0, a partir do ponto A, de modo a des-
––––– = m g 2R ⇒ VA = 2 
gR
2
crever uma circunferência em um plano vertical (“looping”).
Sendo g = 10m/s2 e R = 0,10m, tem-se: VA = 2,0m/s

Respostas: a) 5 m/s


b) 2,0m/s

83. (AFA) – Uma partícula de massa M escorrega livremente sobre


uma superfície sem atrito e descreve um trilho circular e vertical
de raio R = 40cm, conforme mostra a figura. O trilho termina no
ponto D.

Adote g = 10m/s2 e despreze forças dissipativas.


Sendo o comprimento do pêndulo igual a 10cm, calcule o mínimo

valor possível para o módulo de V0 nos seguintes casos:
a) o pêndulo é constituído por um fio ideal;
b) o pêndulo é constituído por uma haste rígida de massa
desprezível.

80
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A partícula parte do repouso do ponto A e só se destaca do trilho 84. (UFRJ) – Uma pequena esfera de aço, de 0,20kg, está presa a
no ponto D. uma das extremidades de um fio ideal. A outra extremidade está
Determine, adotando-se g = 10m/s2 e desprezando-se o efeito do fixada a um suporte. Com o fio esticado e na horizontal, a esfera
ar: é abandonada sem velocidade inicial. O fio não suporta a tensão a
a) a mínima velocidade possível no ponto C; que é submetido no instante em que faz 30° com a horizontal, e
b) a mínima velocidade possível no ponto B; rompe-se.
c) o mínimo valor de H.
Resolução

Supondo-se os atritos desprezíveis e g = 10m/s2, calcule a inten-


sidade da força de tração que, nesta posição, causou o rompimen-
to do fio.
Resolução

a) Quando a partícula passa pela posição C, mais alta do trilho


circular, a velocidade terá módulo mínimo quando a força de
contato com a pista se anular e, neste caso, o peso fará o pa-
pel de resultante centrípeta:
P = Fcp

mVC2 _____
mg = ——— ⇒ VC = 
gR
R

Sendo g = 10m/s2 e R = 0,40m, tem-se: VC = 2,0m/s

b) Usando-se a conservação da energia mecânica entre os pon-


tos B e C, tem-se:

EB = EC 1) Usando-se a conservação da energia mecânica entre A e B,


obtém-se:
(Referência em B)
EB = EA
mVB2 mVC2 (Referência em B)
—––— = mg 2 R + ———
2 2
mVB2
⎯⎯⎯ = mgh
VB2 = 4 g R + VC2 2

Substituindo-se VC2 por g R, vem: Da figura: h = L cos ␪

VB2 = 5 g R ⇒ VB = 
5gR
Portanto: VB2 = 2 g L cos ␪


2) No ponto B, a resultante entre a força aplicada pelo fio T e a
Sendo g = 10m/s2 e R = 0,40m, tem-se: VB = 2,0 
5 m/s →
componente normal do peso Pn faz o papel de força centrípe-
ta:
c) Usando-se a conservação de energia mecânica entre os pon- mVB2
tos A e B, obtém-se: T – Pn = ⎯⎯⎯
L
EA = EB Sendo Pn = mg cos ␪ e VB2 = 2 g L cos ␪, vem:
(Referência em B) m
T – mg cos ␪ = ––– 2 g L cos ␪ ⇒ T = 3 m g cos ␪
mVB2 L
mgh = –––––
2 No caso particular desta questão, queremos saber o valor de T
para ␪ = 60°.
5gR
gh = ⎯⎯ ⇒ h = 2,5R 1
2 Assim: T = 3 . 0,20 . 10 . ⎯ (N) ⇒ T = 3,0N
2
Para R = 0,40m, tem-se: h = 1,0m Resposta: 3,0N

Respostas: a) 2,0m/s 85. Considere um hemisfério de raio R, sem atrito, fixo em um plano
b) 2,0 
5 m/s horizontal, conforme mostra a figura.
c) 1,0m A aceleração da gravidade tem módulo igual a g.

81
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Comparando-se as relações (I) e (II), vem:

2 gR (1 – cos ␪) = g R cos ␪
2
2 – 2 cos ␪ = cos ␪ ⇒ cos ␪ = –––
3

2
b) Da expressão h = R cos ␪, resulta: h = ––– R
3

c) Usando-se a conservação da energia mecânica entre a posição


inicial (A) e a posição de chegada ao solo (C), temos:

EC = EA
Uma partícula, abandonada do repouso em A, desliza livremente
ao longo da superfície do hemisfério, do qual se desliga no ponto (Referência em C)
B.
Determine, desprezando-se o efeito do ar: mVC2
a) o valor de cos ␪; ⎯⎯⎯ = mg R ⇒ VC = 
2
gR
b) a altura h; 2
c) o módulo da velocidade com que a partícula atinge o solo. 2
Resolução Respostas: a) –––
3
a)
2
b) ––– R
3

c) 
2
gR

86. (ITA) – Uma foca de 30,0kg sobre um trenó de 5,0kg, com uma
velocidade escalar inicial de 4,0m/s, inicia a descida de uma mon-
tanha de 60m de comprimento e 12m de altura, atingindo a parte
mais baixa da montanha com a velocidade escalar de 10m/s. A
energia mecânica que é transformada em calor será (considere
g = 10m/s2):
a) 8,4 kJ b) 4,2 kJ c) 2,73 kJ d) 1,47 kJ
1) Da figura: h = R cos ␪ e) Impossível de se determinar sem o conhecimento do coefi-
2) Usando-se a conservação da energia mecânica entre A e ciente de atrito cinético entre o trenó e a superfície da monta-
B, vem: nha.
EB = EA

(Referência em B)

mVB2
⎯⎯⎯ = mg (R – h)
2

VB2 = 2 g ( R – h)

Substituindo-se h por R cos ␪, obtém-se:

VB2 = 2 g ( R – R cos ␪) ⇒ VB2 = 2 g R (1 – cos ␪) (I)


Resolução
3) Na posição B, em que a partícula abandona o hemisfério, a Para obtermos a energia mecânica dissipada na forma de calor,
força de contato se anula e a componente normal do peso por conta do trabalho das forças dissipativas (atrito e resistência
→ do ar), basta fazer a diferença entre a energia mecânica inicial
Pn faz o papel de resultante centrípeta.
(ponto A) e a energia mecânica final (ponto B).

Ed = EA – EB (Referência em B)

mVA2
EA = m g hA + ⎯⎯⎯
2
Pn = Fcp
35,0
EA = 35,0 . 10 . 12 + ⎯⎯ . (4,0)2 (J) ⇒ EA = 4,48kJ
2

mVB2 35,0
EB = ⎯⎯⎯ ⇒ EB = ⎯⎯ . (10)2 (J) ⇒ EB = 1,75kJ
2 2

mVB2 Portanto: Ed = 4,48 – 1,75 (kJ) ⇒ Ed = 2,73 kJ


m g cos ␪ = ⎯⎯⎯ ⇒ VB2 = g R cos ␪ (II)
R
Resposta: C

82
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87. (UFPB-MODELO ENEM) – Numa exibição de body jumping, um 88. (MODELO ENEM) – Um jogador de→futebol bate uma falta
artista, de massa m, resolve efetuar um salto de demonstração imprimindo à bola uma velocidade inicial V0 inclinada de 60° em re-
sobre um lago. Querendo provocar grande impressão no público, lação ao solo horizontal. A energia cinética da bola, ao sair do solo,
resolve fazer com que, nesse salto, sua cabeça se aproxime o vale 200J, e o efeito do ar é desprezível.
máximo possível da superfície da água. Para isso, prende-se pelos A bola atinge uma altura máxima H e retorna ao solo sem ser
pés a um fio elástico de massa desprezível e comprimento natural tocada por nenhum jogador. O referencial adotado é o solo
L, por meio de um mecanismo que o mantém de cabeça para terrestre.
baixo, ficando esta a uma altura h da água, como mostra a figura.

H
Quando a bola passar pela posição B, a uma altura –– , sua ener-
gia cinética valerá E. 2
A respeito do valor de E, podemos afirmar que
a) não pode ser calculado apenas porque não foi dado o valor do
módulo da aceleração da gravidade g.
b) não pode ser calculado apenas porque não foi dada a massa
da bola.
c) não pode ser calculado porque não foram dados os valores de

 V0, H e g (módulo da aceleração da gravidade).
d) E = 75J
e) E = 125J
Resolução
1) No ponto C, temos:
V0
VC = V0x = V0cos 60° = ––––
2
Dessa posição, o artista deverá ser solto, com velocidade inicial
nula. Admita que a energia mecânica do sistema elástico-artista 2) De A para C, a velocidade se reduziu à metade e, portanto, a
vai conservar-se. Sendo assim, para que ele apenas encoste sua- energia cinética ficou dividida por quatro.
vemente a cabeça na água, a constante elástica do fio, que Ecin
obedece à Lei de Hooke, deve ser igual a A 200
Ecin = ––––– = –––– (J) = 50J
a) mh2/L2 d) 2mgh/(h + L)2 C 4 4
b) mL2/(h – L)2 e) 2mgL/(h + L)2
c) 2mgh/(h – L)2 3) Como o efeito do ar é desprezível, a energia mecânica é
Resolução constante.

EC = EA

(referência em A)
EB = EA
Epot + Ecin = Ecin
C C A
(referência em B)
Epot + 50J = 200J ⇒ Epot = 150J
C C
k (h –L)2
–––––––––– =mgh
2 4) Como a altura de B é metade da altura de C, vem:
Epot
C
Epot = ––––– = 75J
2mgh B 2
k = ––––––––
(h – L)2
5) Como a energia mecânica total vale 200J, vem:

Em = Epot + Ecin
B B

200 = 75 + E ⇒ E = 125J
Resposta: C Resposta: E

83
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89. (UFF-RJ) – Um brinquedo infantil tem como objetivo acertar uma No instante em que um comprimento x de corda está na posição
bolinha, de massa m, numa cesta. A bolinha é disparada por uma vertical, ela tem uma velocidade de módulo v e uma aceleração
mola ideal, de constante elástica k e comprimento x, quando rela- de módulo a.
xada. A mola está confinada em um tubo guia, de paredes polidas,
podendo ser comprimida por uma haste. O tubo é fixado,
horizontalmente, de tal forma que sua saída se encontra a uma
distância d e a uma altura h da cesta, conforme mostra a figura.

Uma criança puxa a haste, reduzindo o comprimento da mola para


x/2. Ao soltar a haste, permitindo que a mola volte ao Determine
comprimento x, a bola é arremessada para fora do tubo, atingindo a) o valor de a em função de x;
o solo no centro da cesta. b) o valor de v em função de x;
Considere como dados m, k, x, h e o módulo da aceleração da c) os gráficos a e v em função de x, para x variando de 0 a L.
gravidade g. Despreze o atrito, a resistência do ar e a massa da
haste para resolver os itens a seguir. Determine uma expressão 92. Uma corda homogênea de comprimento L está suspensa em
para equilíbrio envolvendo uma pequena polia de massa e atrito
a) o módulo da velocidade com que a bolinha sai do tubo; desprezíveis, como indica a figura 1. A aceleração da gravidade
b) a distância d da cesta à saída do tubo. local tem módulo g.

90. (PUC-PR) – Conforme mostra a figura abaixo, uma bola, a partir


do repouso, desce sobre um plano inclinado de altura h, sob ação
apenas da gravidade (trecho 1), continua o movimento sobre um
plano horizontal (trecho 2) e, ao sair do plano horizontal, segue
uma trajetória de queda (trecho 3) até atingir o chão. Despre-
zando-se qualquer tipo de atrito, podemos afirmar que a distância
horizontal D percorrida na queda livre da altura H pode ser
expressa por:
A corda é ligeiramente afastada de sua posição de equilíbrio e vai
entrar em queda livre, conforme indica a figura 2.

1
1 – ––
a) D = 2 
(h
. H) b) D = ––– (h . H) 2
2

2h2 H2
c) D = ––– d) D = –––
H h

1
e) D = ––– 
(h
. H)
2
Desprezando-se o efeito do ar, a velocidade da corda ao começar
sua queda livre terá módulo igual a:
91. Uma corda homogênea, de espessura constante e comprimento
gL 
gL
L, está sobre uma mesa horizontal sem atrito, com uma das suas a) 
gL b) ––– c) ——–
pontas na extremidade da mesa. 2 2
A corda é tocada levemente e passa a escorregar para fora da
mesa. 
gL 
gL
A aceleração da gravidade tem módulo igual a g e despreza-se o d) ——– e) ——–
4 8
efeito do ar.

84
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93. (VUNESP) – Um praticante de esporte radical, amarrado a uma 96. (UFLA-MG) – Um menino de 40kg brinca num balanço preso a
corda elástica, cai de uma plataforma, a partir do repouso, um cabo de 4,0m de comprimento suposto sem massa e
seguindo uma trajetória vertical. A outra extremidade da corda inextensível. Ele parte do repouso, a uma altura de 0,8m, em
está presa na plataforma. A figura mostra dois gráficos que foram relação ao ponto mais baixo da trajetória.
traçados desprezando-se o atrito do ar em toda a trajetória. O pri- Adote g = 10m/s2 e despreze o efeito do ar.
meiro é o da energia potencial gravitacional, Ugravitacional, do Determine
praticante em função da distância y entre ele e a plataforma, no a) o módulo da velocidade do menino no ponto mais baixo da
qual o potencial zero foi escolhido em y = 30m. Nesta posição, o trajetória;
praticante atinge o maior afastamento da plataforma, quando sua b) a intensidade da força que traciona o cabo que suporta o
velocidade escalar se reduz, momentaneamente, a zero. O balanço, no ponto mais baixo da trajetória;
c) a intensidade da força que traciona o cabo no ponto mais alto
segundo é o gráfico da energia elástica armazenada na corda,
da trajetória.
Uelástica, em função da distância entre suas extremidades.
97. Considere um pêndulo formado por um fio ideal de comprimento
L fixo em O e uma pequena esfera de peso P na outra extre-
midade.
A esfera é abandonada do repouso de uma posição A com o fio
esticado e horizontal.
Quando o fio fica vertical, ele encontra em seu trajeto um
pequeno prego fixo em um ponto C de tal modo que o segmento
L
BC é vertical e tem comprimento –– .
2

Determine
a) o peso P do praticante e o comprimento L0 da corda, quando
não está esticada;
b) a constante elástica k da corda.

94. (ITA) – Um “bungee jumper” de 2,0m de altura e 100kg de mas-


sa pula de uma ponte usando uma “bungee cord” de 18m de
comprimento quando não alongada, constante elástica de 200N/m
e massa desprezível, amarrada aos seus pés. Na sua descida, a
partir da superfície da ponte, a corda atinge a extensão máxima,
sem que ele toque nas rochas embaixo. Das opções abaixo, a
menor distância entre a superfície da ponte e as rochas é:
a) 26m b) 31m c) 36m d) 41m e) 46m

95. Considere um pêndulo de comprimento L fixo em um ponto O e A aceleração da gravidade tem módulo igual a g e despreza-se o
tendo na outra extremidade uma partícula que vai ser lançada, efeito do ar.
→ Determine
com velocidade horizontal V0, com o pêndulo em posição vertical.
a) a intensidade da força tensora no fio imediatamente antes de o
A aceleração da gravidade tem módulo igual a g e o efeito do ar é
fio encostar no prego;
desprezível.
b) a intensidade da força tensora no fio imediatamente depois de
A partícula deverá descrever uma circunferência em um plano
o fio encostar no prego.
vertical.
98. No interior de um elevador, que está inicialmente em repouso,
temos um pêndulo ideal fixo em um ponto O do teto do elevador.
Na outra extremidade do pêndulo, há uma esfera que realiza um
movimento oscilatório entre as posições A e B, indicadas na
figura. As velocidades em A e B são nulas.

Considere as seguintes situações:


(I) o pêndulo é constituído por um fio ideal.
(II) o pêndulo é constituído por uma haste rígida de massa
desprezível.
Sejam:

V1 : mínimo valor possível para o módulo de V0 na situação (I)

V2 : mínimo valor possível para o módulo de V0 na situação (II)
Determine
a) o valor de V1; O pêndulo tem comprimento L, a aceleração da gravidade tem
b) o valor de V2. módulo g e despreza-se o efeito do ar.

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No instante t = t1 a esfera pendular está passando pelo ponto C, 101. (OLIMPÍADA DE FÍSICA-USP) – Um menino está sentado no alto
e nesse exato instante o elevador inicia um movimento de queda de um monte semiesférico de gelo (iglu).
livre. Ele recebe um leve empurrão e começa a deslizar sem atrito. Não
Imediatamente antes do instante t1, a força que traciona o fio tem considere o efeito do ar.
intensidade T1 e, imediatamente após o instante t1, passa a ter Demonstre que ele é projetado para fora do iglu de uma posição
intensidade T2.
2
cuja altura h relativa ao solo horizontal vale –– R, em que R é o raio
T2 3
A razão ––– :
T1 da semiesfera.

a) depende do valor de L b) depende do valor de g


c) vale 1/3 d) vale 1/2
e) vale 2/3

99. (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA) – Um cubo de gelo com


massa M parte do repouso do ponto 1 (veja figura abaixo) sobre
um trilho e está inicialmente posicionado a uma altura 4R, sendo
que R é o raio da parte circular da trajetória. O cubo desliza para
baixo sem nenhum tipo de atrito e entra na parte circular (looping).
Qual é a razão entre a intensidade da força exercida pelo trilho no
cubo e o seu peso Mg na posição 2?

102. (FUVEST-SP) – Uma pista é formada por duas rampas inclinadas,


A e B, e por uma região horizontal de comprimento L. Soltando-se,
na rampa A, de uma altura HA, um bloco de massa m, verifica-se
que ele atinge uma altura HB na rampa B (conforme figura), em
experimento realizado na Terra. O coeficiente de atrito cinético
entre o bloco e a pista é nulo nas rampas e igual a ␮ na região ho-
rizontal. A aceleração da gravidade na Terra tem módulo igual a g.

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

100. Uma pequena esfera E de massa 1,0kg descreve um movimento


circular num plano vertical no interior de uma calha circular de raio
R = 0,40m, sem atrito.
O conjunto está sobre o prato de uma balança de mola
(dinamômetro). A massa da calha com o seu suporte vale 0,50kg. Suponha que esse mesmo experimento seja realizado em Marte,
Adote g = 10,0m/s2. onde a aceleração da gravidade tem módulo gM  g/3, e
considere que o bloco seja solto na mesma rampa A e da mesma
altura HA. Determine
a) a razão Ra = vA Terra/vA Marte, entre os módulos das velo-
cidades do bloco no final da rampa A (ponto A), em cada uma
das experiências (Terra e Marte);
b) a razão Rb = WTerra/WMarte, entre as energias mecânicas
dissipadas pela força de atrito na região horizontal, em cada
uma das experiências (Terra e Marte);
c) a razão Rc = HB Terra/HB Marte, entre as alturas que o bloco
atinge na rampa B, em cada uma das experiências (Terra e
Marte).

103. (FUVEST-SP) – Uma pista de skate, para esporte radical, é


montada a partir de duas rampas, R1 e R2, separadas entre A e B
por uma distância D, com as alturas e ângulos indicados na figura.
A pista foi projetada de tal forma que um skater, ao descer a
rampa R1, salta no ar, atingindo sua altura máxima no ponto médio
entre A e B, antes de alcançar a rampa R2.
A energia mecânica da esfera é a mínima possível que lhe permite
realizar a circunferência sem se destacar da calha.
Calcule
a) o módulo da velocidade da esfera nas posições A (mais alta) e
B (mais baixa);
b) a intensidade da força que a calha aplica na esfera nas
posições A e B;
c) os valores máximo e mínimo lidos na balança.

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a) Determine o módulo da velocidade VA, em m/s, com que o No topo da trajetória, a força
skater atinge a extremidade A da rampa R1. normal exercida pela cadeira
b) Determine a altura máxima H, em metros, a partir do solo, que sobre a menina é igual a duas
o skater atinge, no ar, entre os pontos A e B. vezes o peso da menina, 2mg.
c) Calcule qual deve ser a distância D, em metros, entre os No ponto mais baixo da
pontos A e B, para que o skater atinja a rampa R2 em B, com trajetória, a força normal exer-
segurança. cida pela cadeira sobre a
menina tem intensidade
NOTE E ADOTE a) menor do que o peso da
Desconsidere a resistência do ar, o atrito e os efeitos das menina.
acrobacias do skater. b igual ao peso da menina.
c) igual à força normal no topo
sen 30° = 0,5; cos 30°  0,87; g = 10m/s2 da trajetória.
d) igual a quatro vezes o peso
da menina.
e) igual a oito vezes o peso da
104. (UFPB-MODELO ENEM) – A figura mostra um trapezista, prestes menina.
a executar o seu famoso salto “quíntuplo mortal”, no instante em Nota: admita que a energia
que a amplitude de seu movimento pendular é máxima. A mecânica do carro permanece
diferença entre as posições mais alta e mais baixa alcançadas
constante.
pelo centro de massa do trapezista é 3,0m. O trapezista tem
50,0kg de massa e a distância entre o seu centro de massa e o 106. (MODELO ENEM) – Em um jogo de basquete, um atleta faz um
suporte que prende os cabos do trapézio é 10,0m. arremesso e a bola descreve a trajetória indicada na figura.
Adote g = 10,0m/s2 e despreze o efeito do ar. →
A bola foi lançada a partir do ponto A com velocidade inicial V0,
que forma um ângulo de 60° com o plano horizontal.
Despreze o efeito do ar e considere a aceleração da gravidade
constante.
Para um referencial no solo, a bola tem, no ponto A, uma energia
potencial igual a E.
Ao passar pelo ponto B, mais alto da trajetória, a energia cinética
da bola é igual a:
4E
a) ––– b) ––– E E
c) ––– d) E E
e) –––
3 4 2 3

Nesse contexto, conclui-se que a intensidade da força de tração


em cada um dos dois cabos do trapézio, no ponto mais baixo da
trajetória, vale:
a) 200N b) 300N c) 400N d) 500N e) 600N

105. (UPE-MODELO ENEM) – Uma menina está no carro de uma


montanha russa, que faz uma volta circular completa na vertical,
conforme a figura.

9) D 10) E 11) D 12) A 36) a) 5,0m


b) 6,0m
13) A 14) a) 20m 15) a) 6,5J c) O valor da altura máxima depende da velocidade hori-
b) 36J b) 4,5J zontal máxima atingida pelo atleta.
Com a mesma velocidade horizontal máxima (10m/s), a
16) D 17) A 18) D 19) D 20) D altura máxima atingida será a mesma, independentemen-
te da massa do atleta.
21) D 22) E 30) E 31) a) 1,0N/m
b) 5,0 . 10 –15 J
37) C 38) a) 350J b) 50m/s
c) 2,0 . 10 –9kg
c) 100m/s d) Em nenhum ponto
32) D 33) E 34) B
39) E 40) A 41) A 42) A
35) 1,5s;
– 6 600J: redução da energia potencial; 43) B 44) D 45) A
+ 6 600J: incremento da energia cinética.

87
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54) a) A: energia potencial (Ep = mgh)


Esolo = EB
B: energia cinética (Ec = Em – mgh)
C: energia mecânica (Em = 2,5kJ = constante) (referência no solo)
b) m = 50,0kg
c) V0 = 10,0m/s m V02 m VB2
–––––– = m g hB + ––––––
2 2
55) A 56) a) 50m/s
b) 8,0 . 102J V) CORRETA. Usando-se a conservação da energia mecânica
entre A e B, vem:
57) a) 4,0m/s 58) B
b) 6,0m/s e 
116 m/s m VA 2
m VB2
c) 20,0J –––––––– = –––––––– + m g (hB – hA)
2 2

59) 1) Cálculo do módulo de VB: 2 2 2
Porém, VA = VAy + VAx e VAx = VB
De A para B, a energia mecânica se conserva:

EB = EA Portanto:

(referência em B) m m m VB2
––––– VA2y + ––––– VB2 = –––––––– + m g (hB – hA)
2 2 2
m VB2
––––– = mgR ⇒
2
VB = 
2gR
m 2
––––– VAy = m g (hB – hA)
2
2) Cálculo do tempo de queda de B para C:
␥y Resposta: E
⌬sy = V0y t + –––– t2 (MUV)
2
62) B 63) 4,0m/s 64) A 65) E
g
h – R = 0 + –––– T2 ⇒ 2(h – R)
2 T= ––––––– 66) C 67) a) 30J 68) D 69) A
g
b) 2,0m/s
3) Cálculo do alcance OC:
70) B 71) D 72) B 73) B 74) B

⌬sx = Vx t (MU) ⇒ OC = 


2gR .
2(h – R)
––––––––
g x k
89) a) V = ––– –––
2 m
OC = 2 

R(h – R)
x 2kh
Resposta: D b) d = ––– –––––
2 mg

60) E
90) A
61) I) FALSA. A componente horizontal da velocidade só se
mantém constante depois que o corpo abandona a rampa 91) a) A corda vai ser acelerada pelo peso da parte dela que está
e fica sob ação exclusiva da gravidade. pendente (comprimento x).
PFD: Px = M . a
II) CORRETA. No trecho ABC, a velocidade horizontal é cons- mx . g = M . a
→ →
tante porque a aceleração do corpo é vertical ( a = g ). A massa da corda é proporcional ao respectivo compri-
mento:
III) CORRETA. Usando-se a conservação da energia mecânica mx = k . x e M = k . L
entre A e B, vem:
g
Portanto: k x g = k L a ⇒ a = ––– x
L
EB = EA
b) A energia potencial perdida é transformada em energia
(referência em A)
cinética.
2
m VB2 m VA
–––––––– + m g (hB – hA) = ––––––––
2 2

m VB2 2
m VA
–––––– = –––––– – mg (hB – hA)
2 2

IV) FALSA. Usando-se a conservação da energia mecânica


entre o solo e o ponto B, temos:

88
P1_Livro3_Mecanica_Alelex_1a90 07/08/12 08:45 Página 89

O centro de massa da parte pendente desceu uma distân- 94)


x
cia –– e, portanto:
2

x k L v2
kx g –– = ––––––
2 2

x2 g = L v2
g g
v2 = –– x2 ⇒ V= –– . x
L L

c)

Seja x a deformação máxima da corda.


Usando-se a conservação da energia mecânica com um plano
de referência passando pela posição mais baixa do centro de
gravidade da pessoa, vem:

Kx2
—— = mg (L0 + x + 2h)
2

200
—— x2 = 1000 (18 + x + 2,0)
2

x2 = 10 (20 + x)
92) B
x2 = 10x + 200
93) a) 1) A energia potencial
gravitacional para x2 – 10x – 200 = 0
y = 0 é dada por
10 ⫾ 
100 + 800
x = ————————— (m)
U=mgH 2
24 . 103 = P . 30 10 ⫾ 30
x = ———— (m) ⇒ x1 = – 10m (rejeitada)
2
P = 8,0 . 10 2N
x2 = 20m

2)
A energia elástica
começa a ser arma- Logo: H = 40m
zenada a partir do
Se ele não atingiu as rochas, dos valores citados, a menor
valor y = 20m. Isto
distância possível é de 41m.
significa que o com-
primento natural da Resposta: D
corda é L0 = 20m.
b) Quando a pessoa atinge o ponto B, tomado como re- 95) a) 
5gL 96) a) 4,0m/s
ferência, toda a energia mecânica está na forma elástica. b) 2
gL b) 560N
EB = EA c) 320N

(referência em B) 97) a) 3P 98) E 99) C


b) 5P
kx 2 k
––– = mg H ⇒ ––– (10) 2 = 24 . 103 ⇒ k = 480N/m
2 2 100) a) 2,0m/s e 2,0  m/s
5,0
b) 0 e 60,0N
c) 5,0N e 65,0N
Respostas: a) P = 8,0 . 102N
L0 = 20m 101) 1) O menino perderá o contato com o iglu quando a força
b) k = 480N/m normal de contato se anular.

89
P1_Livro3_Mecanica_Alelex_1a90 07/08/12 08:45 Página 90

Neste caso, o componente normal do peso (Pn = P cos ␪) c) Aplicando-se o teorema da energia cinética entre a po-
fará o papel de resultante centrípeta. sição inicial na rampa A e a posição final na rampa B, vem:
2
m VB ␶P + ␶at = ⌬Ecin
Pn = Fcp = –––––
B
R mg(HA – HB) – ␮mgL = 0
2
m VB HA – HB = ␮L
m g cos ␪ = –––––
R HB = HA – ␮L
2
VB
g cos ␪ = ––––– (1) Portanto: HB(T) = HB(M) e RC = 1
R
Respostas: a) 3
h b) 3
2) Da figura: cos ␪ = –– (2)
R c) 1

2
h VB 2 103) a) Usando-se a conservação da energia mecânica entre a
(2) em (1): g . –– = –––– ⇒ VB = g h (3) posição inicial e a posição A, vem:
R R
EA = E0 (referência em A)

3) Usando-se a conservação da energia mecânica entre A e


2
B: m VA
EB = EA ––––––– = mg (H0 – HA)
2
(referência em B)
VA = 
2g(H0 – HA) = 
2 . 10 . 5,0 (m/s)
2
m VB
––––– = m g (R – h) VA = 10 m/s
2

2 b) Analisando-se o movimento vertical:


VB = 2 g (R – h) (4)
2
Vy2 = V0y + 2 ␥y ⌬sy
4) Comparando-se (3) e (4):
1
V0y = VA sen ␪ = 10 . ––– (m/s) = 5,0 m/s
g h = 2 g (R – h) 2

2 0 = 25 + 2 (– 10) (H – 3,0)
h = 2R – 2h ⇒ h = –– R
3
20(H – 3,0) = 25

102) a) Não havendo atrito na descida da rampa A, a energia me- H – 3,0 = 1,25 ⇒ H = 4,25 m
cânica permanece constante:

m VA2 c) 1) O tempo de subida é dado analisando-se o movimento


mgHA = –––––––
2 vertical:
Vy = V0y + ␥y t (MUV)

VA = 
2g HA 0 = 5,0 – 10 ts ⇒ ts = 0,5s

2) O tempo de voo T é dado por


A razão pedida é dada por:
T = ts + tQ = 2ts = 1,0s


VA(T) gT 3) O alcance D é obtido analisando-se o movimento
Ra = ––––––– = –––– ⇒ Ra = 
3
VA(M) gM horizontal:
⌬sx = Vx t (MU)
b) A energia mecânica dissipada na região horizontal é
Vx = VA cos ␪ = 10 . 0,87 (m/s) = 8,7 m/s
medida pelo trabalho do atrito:
D = 8,7 . 1,0 (m)
W = |␶at | = Fat . L
D = 8,7 m
W = ␮mgL

Respostas:a) VA = 10 m/s
A razão pedida é dada por:
b) Hmáx = 4,25 m

WT gT c) D = 8,7 m
Rb = ––––– = ––––– ⇒ Rb = 3
WM gM
104) C 105) E 106) E

90
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CAPÍTULO
Óptica

1 ÂNGULO LIMITE
E REFLEXÃO TOTAL

O endoscópio, utilizado
para observações internas do
organismo, tem como princípio de
funcionamento o fenômeno da
reflexão total.

n1 < n2 ⇔ i > r

Se aumentarmos o ângulo de incidência (i), o ângulo


de refração (r) também aumentará, porém sempre
respeitando a condição r < i.
Quando o ângulo de incidência (i) for máximo, isto
Ultrapassando o ângulo limite ou é, i = 90° (incidência rasante), o ângulo de refração (r)
crítico, a luz sofre o fenômeno da reflexão total. também será máximo, porém rmáx < imáx = 90°.
O valor máximo do ângulo de refração é denomi-
1. Ângulo limite de refração nado ângulo limite de refração (Lr) e pode ser
calculado pela aplicação da Lei de Snell:
Consideremos dois meios transparentes e homogê-
neos (1) e (2), delimitados por uma fronteira (F), com n1 sen i = n2 sen r
índices de refração absolutos n1 e n2, tais que n2 > n1, n1 sen 90° = n2 sen Lr
para uma dada luz monocromática.
Se a luz incide proveniente do meio (1), que é menos
refringente, o raio de luz vai aproximar-se da normal no
n1
sen Lr = –––
n
meio (2), isto é, o ângulo de refração r será menor do que 2
o ângulo de incidência i.
91
P2_Livro3_Optica_Alelex_91a166 07/08/12 08:52 Página 92

c) Lembrando que L < 90° e sen L < 1, podemos es-


crever:

nmenor
sen L = ––––––
nmaior
em que nmenor é o menor e nmaior é o maior entre os
índices de refração absolutos dos meios considerados.

3. Reflexão total ou interna

2. Ângulo limite de incidência


Consideremos, ainda na suposição de n2 > n1, a luz
incidindo na fronteira proveniente do meio (2), que é
mais refringente. O raio de luz vai afastar-se da normal
no meio (1), isto é, o ângulo de incidência (i) será menor
do que o ângulo de refração r.
n2 > n1 ⇔ i < r

Se aumentarmos o ângulo de incidência (i), o ângulo


de refração (r) também aumentará, porém sempre
Consideremos o caso em que a luz incide na fron-
respeitando a condição i < r.
teira, provindo do meio mais refringente.
Quando o ângulo de refração (r) for máximo e igual
Se a luz incidir na fronteira com ângulo de incidên-
a 90° (emergência rasante), o ângulo de incidência
cia maior do que o ângulo limite (L), não poderá ocor-
correspondente será o ângulo de incidência máximo para
rer refração; a luz será totalmente refletida e o fenômeno
o qual ainda ocorre refração e é denominado ângulo
é denominado REFLEXÃO TOTAL ou INTERNA.
limite de incidência (Li).
Notas:
a) Para qualquer ângulo de incidência, ocorre,
usualmente, reflexão da luz, acompanhando o fenômeno
de refração.
b) Para ocorrer reflexão total, a luz deve
provir do meio mais refringente e o ângulo
de incidência deve superar o ângulo limite.

Observemos, na figura, quatro casos importantes,


fornecendo-nos uma visão geral do fenômeno da refra-
ção e da reflexão total.
O ângulo limite de incidência (Li) pode ser calculado
pela aplicação da Lei de Snell.
n2 sen i = n1sen r
n2 sen Li = n1 . sen 90°

n1
sen Li = –––
n 2

Notas:
a) Para um par de meios (1) e (2), os ângulos limites
de incidência (Li) e refração (Lr) são iguais.
b) O ângulo limite de incidência ou refração ocorre I) Incidência normal (refração sem desvio).
sempre no meio mais refringente. II) Incidência oblíqua (refração com desvio).

92
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III) Ângulo de incidência igual ao ângulo limite Como, via de regra, o índice de refração absoluto é
(emergência rasante). uma função crescente da densidade, concluímos que “à
IV) Ângulo de incidência maior do que ângulo li- medida que nos elevamos na atmosfera, o seu índice
mite (reflexão total). de refração absoluto diminui”.
Quando um raio de luz penetra na atmosfera, encon-
4. Fibras ópticas trando camadas cada vez mais refringentes, o raio, gra-
dativamente, vai aproximando-se da normal.
Um filamento longo e muito fino feito de vidro ou
Se o ar fosse constituído por uma fileira de camadas,
plástico transparente pode, sob certas condições,
com fronteiras bem definidas, teríamos o trajeto indicado
“aprisionar” a luz, fazendo com que esta seja guiada no
no esquema.
seu interior.
Se o raio de luz penetrar no interior da fibra e atingir
sua parede interior formando um ângulo que supera o
ângulo limite, teremos o fenômeno da reflexão total.

n5 > n4 > n3 > n2 > n1


A ocorrência de sucessivas “reflexões totais” é a base
de funcionamento das fibras ópticas, fazendo a Na realidade, sendo o ar um meio contínuo, não
informação luminosa acessar locais que dificilmente existem as fronteiras separando as camadas e teremos,
seriam atingidos por iluminação direta. para o raio luminoso, uma trajetória curva.
A medicina e as telecomunicações são dois dos
maiores beneficiários deste fenômeno óptico.

6. Fatos explicados pela


refração atmosférica

Os raios luminosos que penetram em nossa


atmosfera, provenientes do Sol ou de estrelas, são
obrigados a seguir uma trajetória curva, conforme figura,
dando a impressão de que o astro se encontra mais
Um único filamento de fibra óptica pode ter seu diâmetro variando entre 0,01
milímetro e 0,15 milímetro.
elevado que sua posição real.
É o fenômeno conhecido como “elevação aparente
dos astros”.
Refração atmosférica

5. Variação do índice de
refração absoluto da atmosfera
À medida que nos elevamos na atmosfera, afastan-
do-nos da superfície terrestre, em geral, a densidade do
ar vai diminuindo.

93
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Os raios que penetram horizontalmente na atmosfera


terrestre são como que “levantados” de 0,5 grau. Em
virtude desse fato, quando o Sol parece estar exatamente
acima do horizonte, ao amanhecer ou ao entardecer, na
realidade ele está 0,5 grau abaixo do horizonte.
Observa-se ainda que, como o Sol leva aproxima-
damente dois minutos para percorrer uma distância igual
ao seu próprio diâmetro, no Equador o dia é aumentado
de dois minutos no nascer do Sol e mais dois minutos no
pôr-do-Sol. O fenômeno da miragem também pode ocorrer nas
O desvio sofrido pela luz ao atravessar a atmosfera regiões muito frias, onde uma camada fria, relativamente
terrestre diminui com o aumento do ângulo de elevação espessa, tem, superposta, outra mais aquecida.
do objeto em relação ao horizonte.
Em particular, para incidência normal, não há desvio
algum. Em relação ao Sol, os raios provenientes de seus
bordos superiores são menos desviados que os raios
provenientes de seus bordos inferiores. Isto é, a parte
inferior do Sol é “mais levantada” que a parte superior.
Consequentemente, o Sol, ao amanhecer e ao entardecer,
apresenta-se ligeiramente “achatado”.

Nos desertos quentes, pode suceder que, a uma


massa de ar quente junto ao solo, sobreponha-se uma
O observador veria simultaneamente o objeto e sua
massa de ar mais frio.
imagem invertida e situada a uma altura determinada.

Um observador O pode ver o ponto P, pela luz direta


e pela luz que sofre reflexão total, ao encontrar a camada
mais aquecida junto ao solo.
A visão simultânea do objeto e de sua imagem
invertida, por reflexão total, é denominada MIRAGEM
e dá sensação de existir uma superfície espelhante,
A gravura ilustra quão
refletindo os raios provenientes de P. espetacular pode ser o
Um indivíduo no deserto associa, instintivamente, a fenômeno da miragem.
“superfície espelhante” às águas de um lago.
Uma estrada sob sol intenso, e vista com um ângulo
rasante, parece estar molhada, em decorrência da
reflexão total.
Cumpre salientar que a situação da camada fria
superposta à quente é uma situação instável.
Assim, o fenômeno descrito pode ser observado em
um breve intervalo de tempo, para desaparecer em seguida.
Isto explica por que as miragens nos desertos (visão
das águas de um pseudolago) aparecem e desaparecem Nos dias quentes e secos, os fenômenos da refração e da reflexão total da
repentinamente. luz na atmosfera dão-nos a ilusão de poças-d’água formadas ao longo do solo.

94
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1. (UnB) – Um ladrão escondeu o produto de seu roubo numa pe- 5


quena caixa, pendurada por uma corda de 2,4m de comprimento Dados: h = 2,4m e n = –––
4
e amarrada no centro de uma boia de base circular.
5 2,4m 2,4m 2,4m 2,4m
A boia estava em águas de índice de refração absoluto ––– . R = –––––––––––––––– = ––––––––––––– = –––––––––––––– = –––––
4 3


(  
 
–––
5 2
Qual o raio mínimo que deve ter a boia, para que, de nenhuma po-
sição fora-d’água, se possa ver a caixa?
)––– – 1
4
25
–––– – 1
16
25 – 16
––––––––
16
4

R = 3,2m

Resposta: 3,2m

2. Um raio luminoso incide sobre um cubo de vidro, como indica a


figura. Qual deve ser o valor do índice
de refração absoluto do vidro para que
ocorra reflexão total na face vertical?

Dado: nar = 1.
Resolução

Resolução
Estudemos o caso limite:

Para que a caixa não seja visível fora-d’água, é preciso que todos
os raios de luz provenientes da caixa não consigam emergir da
água. Assim, os raios de luz provenientes da caixa, que incidem
entre A e B, são impedidos de sair pela presença da boia (meio
opaco). Os raios incidentes à direita de A ou à esquerda de B de-
vem sofrer reflexão total e, portanto, também não sairão da água.
Da figura construída, temos:
Aplicando a Lei de Snell na face horizontal, temos:
R
tg L = ––  R = h tg L (1)
h nar sen 45° = nvidro sen r

nar 1
Sendo: sen L = –––––– = ––– , temos: 2
1 . –––– = nvidro sen r
nágua n
2

cos L = 
1 – sen2L =
1
1 – ––– =
n2 – 1
––––––  n
2 – 1
= –––––––– 2
n2 n2 n
sen r = –––––––– (I)
2 nvidro

1 Calculemos, agora, o seno do ângulo limite para o dioptro vidro–ar.


––
sen L n 1
Assim: tg L = –––––– = –––––––––– ⇒ tg L = ––––––––– (2)
cos L nmenor 1
 n
2 – 1  n
2 – 1
sen L = ––––––– sen L = ––––––
nmaior nvidro
––––––––
n

Substituindo-se (2) em (1), vem: Porém, percebemos que L e r são ângulos complementares. As-
sim:
h
R = ––––––––– 1
cos r = sen L = ––––– (II)

n
2 – 1
nvidro

95
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Da trigonometria, vem: sen2r + cos2r = 1 b) Da definição de índice de refração absoluto de um meio, te-

 mos:
–––––––  + ––––––– 
2 2 1 2
=1
2n vidro n vidro c
n = ––––
V
1 1 1+2
––––––– + ––––––– = 1 ⇒ ––––––– = 1 Em que: c = módulo da velocidade de propagação da luz no
2 2 2 n2vidro
2nvidro n vidro vácuo.

V = módulo da velocidade de propagação da luz no


3 
3 
6 meio considerado.
n2vidro = –– ⇒ nvidro = –––– ⇒ nvidro = –––––
2

2 2 Sendo c uma constante, podemos concluir que o índice de
refração absoluto de um meio e o módulo da velocidade com
que a luz se propaga nesse mesmo meio são grandezas inver-
samente proporcionais.
Estudamos o caso em que o ângulo de incidência na face vertical
é o próprio ângulo limite.
Assim:
Se quisermos reflexão total, basta impormos: Se n2 < n1 ⇒ V2 > V1

6 Respostas: a) 1,005 b) Camada 2


nvidro > –––––
2
Nota: a rigor, n2 < 1,005 e não n2 (máx) = 1,005

6
Resposta: nvidro > ––––– 4. (MODELO ENEM) – Um fator que tem sido decisivo na melhoria
2
das telecomunicações no Brasil é a transmissão de dados digitais
por redes de fibras ópticas. Por meio desses infodutos de plástico
transparente, baratos e confiáveis, que hoje se acham instalados
3. (UNICAMP-MODELO ENEM) – Ao vermos miragens, somos le- ao longo das principais rodovias do País, é possível a troca de
vados a pensar que há água no chão de estradas. O que vemos é, imensos arquivos entre computadores (banda larga), integração
na verdade, a reflexão da luz do céu por uma camada de ar quente de sistemas de telefonia, transmissão de TV etc.
próxima ao solo. Isso pode ser explicado por um modelo Dentro de uma fibra óptica, um sinal eletromagnético propaga-se
simplificado como o da figura a seguir, na qual n representa o com velocidades pouco menores que a da luz no ar, sofrendo
índice de refração. Numa camada próxima ao solo, o ar é sucessivas reflexões totais.
aquecido, diminuindo assim seu índice de refração, n2. Considere a fibra óptica esquematizada a seguir, imersa no ar, na
Considere a situação na qual o ângulo de incidência é de 84°. qual é introduzido um estreito feixe cilíndrico de luz
Adote n1 = 1,010 e use a aproximação sen 84° = 0,995. monocromática com ângulo de 60° em relação à reta normal N no
ponto de incidência.

a) Qual deve ser o máximo valor de n2 para que a miragem seja


vista? Dê a resposta com três casas decimais.
b) Em qual das camadas (1 ou 2) a velocidade da luz é maior?
Justifique sua resposta.
Resolução
a)

Para que essa luz sofra reflexões totais no interior da fibra, é


necessário que o índice de refração absoluto n do material que a
constitui seja tal que
Em dias quentes, uma camada de ar mais próxima do solo é
aquecida, diminuindo seu índice de refração absoluto (n2) em
relação à camada de ar mais frio imediatamente superior. Assim,
como n1 > n2, pode ocorrer o fenômeno da reflexão total.
 3  5
a) n > –––––– b) n > ––––––
Para que tal fenômeno ocorra, devemos ter: 2 2
i>L
 6  7
sen i > sen L c) n > –––––– d) n > ––––––
2 2

n2 n2
sen 84° > –––– ⇒ 0,995 > –––––– ⇒  7
n2 < 1,005 e) n > ––––––
n1 1,010 3

96
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Resolução

 
2
3
(II) sen2r + cos2r = 1 ⇒ ––––– + cos2r = 1
2n

 
4n2 – 3
cos r = ––––––––––
2n

(III) Condição de reflexão total:

90° – r > L ⇒ sen (90° – r) > sen L

 
4n2 – 3 1
cos r > sen L ⇒ ––––––––––– > –––
2n n

(I) Lei de Snell para a refração de entrada: 4n2 – 3


––––––––– > 1 ⇒ 4n2 > 7
4
 3
n sen r = nar sen i ⇒ n sen r = 1 . ––––––
2 7
n > ––––––
 3
2
sen r = ––––––
2n Resposta: D

5. (U.F. PELOTAS) – Na figura abaixo, vemos um raio de luz in- Chamando de nA e nB os índices de refração absolutos dos meios
cidindo sobre a superfície de separação entre dois meios A e B, respectivamente, e de L o ângulo limite, então:
homogêneos e transparentes, A e B. a) nA = nB e ␣ = L b) nA > nB e ␣ = L
c) nA > nB e ␣ > L d) nA < nB e ␣ = L
e) nA < nB e ␣ < L

7. (ITA) – Uma gaivota pousada na superfície da água, cujo índice de


refração em relação ao ar é n = 1,3, observa um peixe que está
exatamente abaixo dela, a uma profundidade de 1,0m. Que
distância, em linha reta, deverá nadar o peixinho para sair do
campo visual da gaivota?
a) 0,84m b) 1,2m c) 1,6m d) 1,4m
e) O peixinho não conseguirá fugir do campo visual da gaivota.

8. (UFPE) – Uma pedra preciosa cônica, de 15,0mm de altura e


A partir desse enunciado, responda: índice de refração igual a 1,25, possui um pequeno ponto
a) Se o meio A é mais refringente que o meio B, e o raio ultra- defeituoso sob o eixo do cone a 7,50mm de sua base. Para
passar a superfície de separação, sofrendo refração, ele se esconder este ponto de quem olha de cima, um ourives deposita
aproxima ou se afasta da normal? um pequeno círculo de ouro na superfície. A pedra preciosa está
b) Quais as condições para que ocorra reflexão total do raio incrustada numa joia de forma que sua área lateral não está
incidente na superfície de separação dos dois meios? visível. Qual deve ser o menor raio r, em mm, do círculo de ouro
depositado pelo ourives?
6. (PUC) – A figura abaixo mostra um raio de luz monocromática que
incide na superfície de separação de dois meios homogêneos e
transparentes, A e B, vindo do meio A. Nessas condições, o raio
de luz emerge rasante à superfície.

9. (VUNESP-FMJ-MODELO ENEM) – Uma placa com a palavra


FÍSICA pintada foi presa no centro de uma boia circular de raio
r = 3m e essa, colocada para flutuar sobre um líquido de índice de
refração 5/3, como mostra a figura.

97
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lhada, normal à superfície no ponto


de incidência do raio luminoso, e os
três raios representados estão situa-
dos num mesmo plano.
a) De acordo com a figura, que fenô-
menos estão ocorrendo no ponto
A?
b) O ângulo limite para um raio da luz
considerada, quando se propaga
desse vidro para o ar, é 42°.
Reproduza a figura numa folha de
papel, mostrando o que acontecerá
com o raio no interior do vidro ao
Uma pessoa, colocada fora do líquido, não conseguirá ler comple- atingir o ponto B.
tamente a palavra pintada na placa devido à presença da boia e
também devido ao fenômeno da reflexão total da luz. Indique a 14. (UFRJ) – Um raio de luz monocromática, vindo do ar, incide com
alternativa que melhor representa o trecho da placa que poderá ângulo de incidência “l” na face superior de um bloco retangular
ser visto pela pessoa fora do líquido. (Adote nAR = 1)
de vidro, cujo índice de refração absoluto, para essa luz, é 
2.O
raio refrata-se com ângulo de refração r = 30° e atinge a face
lateral do bloco, como mostra a figura abaixo.

10. (UECE-MODELO ENEM) – As fibras ópticas, de grande uso diag-


nóstico em Medicina (exame do interior do estômago e de outras
cavidades), devem sua importância ao fato de que nelas a luz se
propaga sem “escapar” do seu interior, não obstante serem feitas
de material transparente. A explicação para o fenômeno reside na
ocorrência, no interior das fibras, de
a) reflexão total da luz. b) dupla refração da luz.
c) polarização da luz. d) difração da luz.
e) interferência da luz.

11. (UERJ-MODELO ENEM) – O esquema abaixo mostra, de modo a) Calcule o ângulo de incidência “l”.
simplificado, a transmissão de luz através de uma fibra óptica: b) Verifique se o raio refratado consegue emergir do bloco de
vidro para o ar pela face lateral, justificando sua resposta.

15. (UFPE) – Um feixe de luz de comprimento de onda ␭ = 400 nm,


paralelo à superfície BC de um prisma de vidro, incide na
superfície AB, como mostrado na figura. O índice de refração do
vidro depende de ␭, como indicado no gráfico a seguir. O maior
Para que as fibras possam funcionar como meio de transmissão, valor possível do ângulo ␪, para que o feixe seja totalmente
é necessário que sejam bem definidos dois parâmetros: refletido na superfície AB, é tal que
– o ângulo limite entre a fibra e o exterior e
– módulo da velocidade da luz no seu interior.
Para que uma fibra óptica de índice de refração absoluto igual a 
2,
imersa no ar (nar = 1), possa transmitir luz exclusivamente por re-
flexão, o ângulo de incidência ( i ) deve superar o valor mínimo de:
a) 0° b) 30° c) 45° d) 60° e) 90°

12. (UFSM-RS) – A figura mos-


tra um raio de luz que, a par-
tir do ar, incide perpendicular-
mente à superfície lateral
curva de uma peça de vidro
hemicilíndrica, sendo esse
raio refletido internamente
por sua superfície lateral pla-
na. Observa-se que o raio
passa a ser totalmente refle-
tido, quando ␪ > 45°. Consi-
derando o índice de refração absoluto do ar igual a 1, pode-se
concluir que o índice de refração absoluto n desse vidro é:
a) 
2 b) 2,0 
2 c) 
2/2 d) 2,0 e) 3,0 
2/2

13. (VUNESP) – A figura mostra um raio de luz monocromática propa-


gando-se no ar e atingindo o ponto A da superfície de um paralele-
pípedo retângulo feito de vidro transparente. A linha ponti-

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1 1 ar, nas proximidades do solo, são mais quentes que as camadas


a) sen ␪ = –––– b) sen ␪ = ––––
1,45 1,46 superiores. Como explicamos essa miragem?
a) Devido ao aumento de temperatura, a luz sofre dispersão.
1 1 b) A densidade e o índice de refração absoluto diminuem com o
c) sen ␪ = –––– d) cos ␪ = –––– aumento da temperatura. Os raios rasantes incidentes do Sol
1,47 1,46
alcançam o ângulo limite e há reflexão total.
1 c) Devido ao aumento de temperatura, ocorre refração com
e) cos ␪ = –––– desvio.
1,47
d) Ocorre reflexão simples devido ao aumento da temperatura.
e) Devido ao aumento de temperatura, a densidade e o índice de
16. (ITA) – Numa experiência em que se mediu a razão R entre a
refração absoluto aumentam. Os raios rasantes incidentes do
energia luminosa refletida e a energia luminosa incidente na
Sol alcançam o ângulo limite e sofrem reflexão total.
interface entre dois meios de índices de refração absolutos n1 e
n2, em função do ângulo de incidência ␪ (vide figura), obteve-se o
gráfico abaixo, em que R é dada em porcentagem. 18. (UFRJ) – A figura mostra uma estrela localizada no ponto O,
emitindo um raio de luz que se propaga até a Terra. Ao atingir a
atmosfera, o raio desvia-se da trajetória retilínea original, fazendo
com que um observador na Terra veja a imagem da estrela na
posição I. O desvio do raio de luz deve-se ao fato de o índice de
refração absoluto da atmosfera variar com a altitude.

Das afirmativas:
I. n2 < n1.
II. n1 / n2 > 1,4.
III. A razão entre a energia refletida e a refratada a 30° é maior que
0,2.
IV. Para ␪ > 42°, a luz é completamente refratada.
V. O raio refratado está mais afastado da normal do que o raio
incidente.
podemos dizer que
a) apenas I e II estão corretas. b) I, III e V estão corretas.
c) apenas III e V estão corretas. d) I, II e V estão corretas.
e) II, IV e V estão corretas. Explique por que o desvio ocorre do modo indicado na figura, res-
pondendo se o índice de refração absoluto cresce ou diminui à
17. (UEPB-MODELO ENEM) – Ao viajar num dia quente por uma es- medida que a altitude aumenta. (Na figura, a espessura da at-
trada asfaltada, é comum enxergarmos ao longe uma “poça-d’á- mosfera e o desvio do raio foram grandemente exagerados para
gua”. Sabemos que em dias de alta temperatura as camadas de mostrar com clareza o fenômeno.)

5) a) Afasta-se. 13) a) Reflexão e Refração da Luz. 14) a) 45°


b) nA > nB e o ângulo de incidência deve b) b) Não, pois i > L na face lateral.
superar o ângulo limite. 15) E
16) I) Correta II) Correta
III) Errada IV) Errada
6) B 7) E
V) Correta
8) r = 10,0mm 9) C
Resposta: D
10) A 11) C 17) B
12) A 18) O índice de refração absoluto diminui
com o aumento da altitude e, portanto,
o raio de luz aproxima-se cada vez
mais da normal.

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CAPÍTULO
Óptica

2 DIOPTRO PLANO

D evido ao fenômeno da refração, o peixe,


quando observado de fora-d’água, ocupa uma
posição mais próxima da superfície do que na
realidade está.

2. Formação de imagens
Considerando, por exemplo, o dioptro plano ar-água,
temos:

a) ponto objeto real P b) ponto objeto real P


na água no ar

O peixe sofre uma elevação aparente, graças ao fenômeno da refração que


ocorre no dioptro água-ar. Os esquemas apresentados mostram que:

No dioptro plano, objeto e imagem ficam sempre


1. Definição do mesmo lado em relação à superfície S e têm na-
turezas opostas.
Dioptro plano é um conjunto de dois meios homogê-
neos e transparentes separados por uma superfície plana.
Exemplo: o conjunto constituído pelo ar e pela água
3. Equação de Gauss
límpida e tranquila de um lago. O ar e a água, para que para os dioptros planos
haja homogeneidade e transparência, são considerados Sejam:
em pequenas camadas. p : distância do objeto P à superfície S.
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p’: distância da imagem P’ à superfície S. 4. Aumento linear transversal


n: índice de refração absoluto do meio onde está o
objeto P. i
A = –––
n’: índice de refração absoluto do outro meio. o
Nas condições de Gauss, um objeto linear colocado
Para raios de luz próximos à reta normal à superfície em posição transversal (paralelo à fronteira) apresenta
S e passando por P (condições de aproximação de para todos os seus pontos a mesma abscissa p e, portanto,
Gauss), temos: n’
n = ––
n’ as respectivas imagens terão a mesma abscissa p’ = p –– ,
–– n
p p’ isto é, a imagem A’B’ será paralela ao objeto AB.
Como os raios AA’ e BB’, sendo normais
___ à__ fronteira,
Demonstração são paralelos entre si, concluímos que A’B’ = AB, como
Pela Lei de Snell, temos: n sen i = n’ sen r segmentos de retas paralelas compreendidos entre retas
Nas condições de aproximação de Gauss (ângulos i e paralelas.
__ ___
r muito pequenos), temos: sen i  tg i e sen r  tg r Como AB = o e A’B’ = i, vem:
___
i A’B’
Portanto: n tg i = n’ tg r A = ––– = ––––– = 1 ⇒ A = 1
o AB
I1I2 I1I2 n = ––
n’
n . ––– = n’ . ––– –– Portanto, nas condições de Gauss, o aumento
p p’ p p’
linear transversal do dioptro plano vale sempre 1.

1. Se quisermos atingir, com um tiro de revólver, um peixe parado a A posição real do peixe é P. Porém, o observador vê o peixe na
uma certa profundidade em um tanque (admitindo que o cano da posição P’, mais próximo da superfície da água.
arma é colocado obliquamente à superfície da água e que a Assim, para um observador fora-d’água, os corpos no interior da
trajetória da bala é retilínea), devemos água sofrem uma elevação aparente, parecendo estar mais pró-
a) apontar diretamente para o ponto onde o peixe parece estar. ximos da superfície da água, isto é, a uma profundidade menor
b) apontar um pouco acima do ponto onde o peixe parece estar. que a real.
c) apontar um pouco abaixo do ponto onde o peixe parece estar. Resposta: C
Resolução
Para a visão do peixe, a luz deve partir do peixe, refratar-se ao
passar da água para o ar e atingir nossa retina. 2. Considere um peixe a uma
Como a água é mais refringente que o ar (nágua > nar), ao passar profundidade de 1,0m e um
da água para o ar, o módulo da velocidade de propagação da luz observador fora-d’água,
aumenta e o raio luminoso se afasta da normal. com os olhos a uma
distância de 1,0m da super-
fície da água, conforme
mostra o esquema.
Sendo o índice de refração
absoluto da água igual a 4/3,
determine:
a) Para o observador, qual a
distância aparente entre
seu olho e o peixe?
b) Para o peixe, qual a sua distância aparente ao olho do ob-
servador?

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Resolução p’ p p’ 2,8
a) Nessa situação, o peixe é objeto. –– = –– ⇒ –––– = –––– ⇒ p’ = 2,1m
n’ n 1,0 4
p = 1,0m (distância do objeto à fronteira) ––
3
4
n = –– (índice de refração absoluto do meio onde está o A elevação aparente será dada por: e = p – p’
3
objeto) e = 2,8 – 2,1(m) ⇒ e = 0,70m

n’ = 1,0 (índice de refração absoluto do outro meio: ar) Resposta: 0,70m


p’ = ? (distância da imagem à fronteira)
4. (UFMG-MODELO ENEM) – Um professor pediu a seus alunos
Da Equação de Gauss para dioptros planos, vem: que explicassem por que um lápis, dentro de um copo com água,
parece estar quebrado, como mostrado nesta figura:
p’ n’ p’ 1,0
–– = –– ⇒ –––– = –––– ⇒ p’ = 0,75m
p n 1,0 4
––
3
A profundidade “aparente” do peixe é de 0,75m (todo corpo
colocado dentro-d’água sofre uma elevação aparente para um
observador fora-d’água) e a distância entre o olho e o peixe,
para o observador, é de 1,75m.
b) Nessa situação, o olho será o objeto a ser observado pelo peixe.
p = 1,0m (distância do olho à fronteira)
n = 1,0 (índice de refração absoluto do meio onde está o objeto)
4
n’ = –– (índice de refração absoluto do outro meio: água)
3
Bruno respondeu: “Isso ocorre porque a velocidade da luz na
p’ = ? (distância da imagem à fronteira) água é menor que a velocidade da luz no ar.”
4 Tomás explicou: “Esse fenômeno está relacionado com a
–– alteração da frequência da luz quando esta
p’ n’ p’ 3 muda de meio.”
Assim, vem: –– = –– ⇒ –––– = –––– ⇒ p’ = 1,33m
p n 1,0 1,0 Considerando-se essas duas respostas, é correto afirmar que
a) apenas a de Bruno está certa.
A altura aparente do olho do observador é de 1,33m (todo corpo b) apenas a de Tomás está certa.
no ar sofre um afastamento aparente para um observador c) as duas estão certas.
dentro-d’água) e a distância aparente entre o olho e o peixe é de d) nenhuma das duas está certa.
aproximadamente 2,33m. Resolução
Respostas: a) 1,75m (I) Bruno está certo, pois o fenômeno observado (lápis “que-
b)  2,33m brado”) deve-se à refração da luz, que, ao passar do ar para a
água, diminui de velocidade (VH O < Var).
2
3. Um tijolo encontra-se no fundo de uma piscina na qual a profun-
didade da água é de 2,8m. O índice de refração absoluto da água O esquema a seguir justifica o fato de o lápis aparentar estar
“quebrado para cima”.
4
é –– . Um observador fora da água, na vertical que passa pelo
3
objeto, visa-o . Determinar a elevação aparente do tijolo.
Resolução

(II) Tomás está errado, já que, na refração, a frequência da luz (ou


de qualquer outra onda) não se altera.
Isso pode ser comprovado pela manutenção da cor exibida
Do esquema, temos: pelo lápis, quando iluminado por um determinado tipo de luz.
Se ele apresentar-se vermelho, por exemplo, fora-d’água, tam-
p = 2,8m (distância do objeto à superfície S) bém será vermelha a parte sua imersa nesse líquido.
4 Resposta: A
n = –– (índice de refração absoluto do meio onde está o objeto)
3
5. (UECE) – Um peixe, observado diretamente do alto sobre um
n’ = 1,0 (índice de refração absoluto do ar) lago, parece estar a 3,0m da superfície. Se o índice de refração da
p’ = ? (distância da imagem do tijolo à superfície S) água em relação ao ar é 4/3, a profundidade em que se encontra
realmente o peixe, em relação à superfície do lago, é:
Da Equação de Gauss, para o dioptro plano, vem: a) 2,0m b) 3,0m c) 4,0m d) 5,0m

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Resolução Pela Equação de Gauss, para o dioptro plano, temos:

nobs
p’ = p –––––– , em que: nobs → índice de refração absoluto
nobj do meio onde está o obser-
vador.
nobj → índice de refração absoluto
do meio onde está o objeto.

nar 1
Assim: p’ = p –––––– ⇒ 3,0 = p –––––– ⇒ p = 4,0m
nágua 4
––
3

Resposta: C

6. (UFMG) – Qual a alternativa que melhor explica por que a profun- 9. (UFBA) – Um helicóptero faz um voo de inspeção sobre as águas
didade aparente de uma piscina é menor do que a real? transparentes de uma certa região marítima e detecta um
a) A luz refletida na superfície da água é perturbada pela luz refle- submarino a uma profundidade aparente de 450m no momento
tida pelo fundo da piscina. em que seus centros estão unidos pela mesma vertical. O índice
b) A luz refletida pela superfície da água sofre refração no ar. de refração absoluto da água do mar é 1,5 e o do ar é 1,0.
c) A luz refletida pelo fundo da piscina sofre reflexão total na Determine a profundidade real do submarino.
superfície da água.
d) A luz refletida pelo fundo da piscina sofre refração ao passar 10. (UNEMAT-MT-MODELO ENEM) – O esquema abaixo mostra um
da água para o ar. pescador próximo a
e) A luz é refratada ao passar do ar para a água. um lago observando
um peixe que se en-
7. (UFCE) – Coloca-se água num aquário de modo a ocupar 60cm de contra dentro-d’água.
sua altura. Sabe-se que o pesca-
Quando visto verticalmente de cima para baixo, a água parece dor está com os olhos
ocupar uma altura diferente h. a 2,0 metros da super-
Supondo que a velocidade de propagação da luz no ar seja de fície da água e que o
3,00 . 105 km/s e na água, de 2,25 . 105 km/s, determine a altura peixe se encontra a
aparente h. uma profundidade de
1,3 metro.
8. (MACKENZIE) – De acordo com o desenho a seguir, considere-
mos para um determinado instante a seguinte situação: Sabe-se ainda que o índice de refração absoluto da água é igual a
4/3 e o índice de refração absoluto do ar é igual a 1. Com base nos
dados e no esquema acima, pode-se dizer que
a) a distância aparente entre o olho do pescador e o peixe é de
2,975m.
b) para o peixe, a distância aparente ao olho do pescador é de
aproximadamente 2,667m.
c) a luz deve provir do pescador, atravessar a fronteira água-ar e
dirigir-se para seu olho para que ele possa ver o peixe.
d) a distância aparente entre o olho do peixe e o pescador é de
1,73m.

Admitindo que 11. (FESP-PE) – No perfil do recipiente da figura, a largura e a altura es-
1) A seja uma andorinha que se encontra a 10m da superfície tão na razão 3/4. A é um ponto luminoso; P1 e P2 são as posições
livre do líquido; onde se coloca o observador. Com base nas informações dadas
2) P seja um peixe que se encontra a uma profundidade h da su- pelos desenhos, o índice de refração absoluto do líquido vale:
perfície S;
3) n = 1,3 seja o índice de refração absoluto da água,
podemos afirmar que
a) o peixe verá a andorinha só se estiver a 10m de profundidade.
b) o peixe verá a andorinha a uma altura aparente de 5,0m.
c) o peixe verá a andorinha a uma altura aparente de 13m acima
da superfície da água.
d) o peixe não verá a andorinha, pois a luz não se propaga de um
meio mais refringente para outro de menor refringência. 2 2 3 2 4 2 5 2
a) ––––– b) ––––– c) ––––– d) ––––– e) 
2
e) o peixe verá a andorinha a uma altura aparente de 26m. 6 6 6 6

6) D 7) 45cm 8) C 9) 675m 10) A 11) D

103
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CAPÍTULO
Óptica

3 LÂMINA DE FACES PARALELAS

A luz refletida pelos


objetos expostos na vitrine sofre
desvios ao atravessar a lâmina
de vidro.

É interessante o caso particular em que o meio (3)


coincide com (1).

Exemplo
Uma lâmina de vidro (meio 2) imersa no ar (meio 1 
 meio 3).

2. Trajeto de um raio de
luz ao atravessar a lâmina
Trajeto da luz ao atravessar uma lâmina de vidro imersa no ar.
Para efeito de raciocínio, admitamos que:

1. Definição n1 < n2 < n3


Denomina-se “lâmina de faces paralelas” uma
associacão de dois dioptros planos: dioptro (1) – (2) e o
E, portanto: i > r > i’
dioptro (2) – (3) com fronteiras paralelas.

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4. Desvio lateral

3. Propriedade No caso particular de (3)  (1), procuremos obter o


a) O ângulo de emergência i’ independe do meio (2). deslocamento lateral d (ver figura anterior) entre o raio
De fato, da Lei de Snell-Descartes, temos: emergente e o raio incidente.
sen i sen r Sendo e a espessura da lâmina,
n2 n3
––––– = –––– (I) e ––––– = –––– (II)
sen r sen i’ e
n1 n2 no ⌬I1I2A, temos: cos r = –––– (I)
I1I2
Multiplicando-se (I) e (II), membro a membro:
sen i sen r n2 n3 d
––––– . ––––– = –––– . –––– no ⌬I1I2B, temos: sen (i – r) = –––– (II)
sen r sen i’ n1 n2 I 1I 2
sen i n3
ou ––––– = –––– d sen (i – r)
sen i’ n1 Dividindo-se (II) por (I) ⇒ –– = –––––––––
e cos r
n1
Assim: sen i’ = ––– . sen i
n3 e sen (i – r)
d = –––––––––––
b) Se os meios (1) e (3) coincidem, então: cos r
O RAIO EMERGENTE SERÁ PARALELO AO
INCIDENTE.
De fato: se n1 = n3, resulta sen i’ = sen i, e como são
ângulos do primeiro quadrante, então: i = i’, o que de- Fazendo uso de fórmulas trigonométricas, podemos
monstra a propriedade. escrever:
Esquema, supondo n2 > n1 = n3: (sen i cos r – sen r cos i)
meio 1 (ar) d = e ––––––––––––––––––––––– (III)
meio 2 (vidro) cos r
meio 3 (ar)
Observe o esquema completo: sen i sen i
Porém: ––––– = n21 ⇒ sen r = ––––– (IV)
sen r n21


2 – sen2i
n21
e cos r = 
1 – sen2r ⇒ cos r = –––––––––––– (V)
n21

Substituindo-se (IV) e (V) em (III), resulta:


sen i n21
[
d = e sen i – ––––– . –––––––––––– cos i
n21 
2 – sen2i
n21
]
cos i
[
d = e sen i 1 – ––––––––––––––

2 – sen2i
n21
]

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Notas:
I. Para i = 0 (incidência normal), temos sen i = 0
e d = 0, isto é, quando a incidência da luz é normal à
lâmina, não há desvio lateral.

Para haver reflexão total na fronteira (2) ↔ (3) com a


luz provindo do meio (2), devemos ter n2 > n3 e o ângulo
de incidência superior ao ângulo limite desse dioptro.
Assim: r > L ⇒ sen r > sen L (I)
n1
Porém: n1 sen i = n2 sen r ⇒ sen r = ––– sen i (II)
n2
n3
Ainda: sen L = ––– (III)
n2
II. Para i = 90° (incidência rasante), temos sen i = 1;
cos i = 0 e d = e, isto é, quando a incidência da Substituindo-se (II) e (III) em (I), resulta:
luz é rasante à lâmina, o desvio lateral é máximo e n3
n1 n3 sen i > –––
igual à própria espessura da lâmina (e). ––– . sen i > –––– ⇒ n1
n2 n2
Portanto, somente haverá reflexão total para ângulos
de incidência (i) que satisfaçam a relação:
n3
sen i > ––––
n1
Note-se que, se n3 > n1 ou n3 = n1, não poderá haver
reflexão total, pois:
n3
–––– ≥ 1 e sen i não pode ser maior que 1.
n1
III. Para incidência não normal (i ≠ 0) e não rasan - Podemos, então, enunciar a seguinte importante pro-
te (i ≠ 90°), o desvio d será função crescente do priedade:
índice de refração relativo n21 (suposto maior que 1).
QUANDO EM UMA LÂMINA DE FACES PA-
Por outro lado, n21 é função crescente da frequência
RALELAS HÁ COINCIDÊNCIA DOS MEIOS
da luz usada.
(1) E (3), A LUZ PROVENIENTE DE UM DES-
Assim, o desvio lateral cresce da radiação vermelha
SES MEIOS NUNCA SOFRERÁ REFLEXÃO
para a violeta, isto é, é mínimo para a luz vermelha e
TOTAL NO INTERIOR DA LÂMINA.
máximo para a luz violeta.

6. Visão através de uma vidraça


Quando olhamos através de uma lâmina de faces pa-
ralelas, por exemplo uma lâmina de vidro, a imagem do
objeto estará mais próxima do observador do que o pró-
prio objeto.

5. Reflexão total
Considere-se uma lâmina de faces paralelas com os
três meios (1), (2) e (3) distintos.
Estudemos em que condições a luz proveniente do
meio (1) sofre reflexão total no dioptro (2) ↔ (3):

106
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1. Considere dois garotos, A e B, observando um peixe em um lago, d) reduzindo D0 de 5cm.


como indicado na figura abaixo. O garoto B observa o peixe e) reduzindo D0 de mais de 5cm.
diretamente sob ele. Sejam hA e hB as profundidades aparentes
Resolução
do peixe percebidas respectivamente pelos garotos A e B e seja
Com a presença da lâmina de vidro, um ponto P pertencente à
h a profundidade real do animal.
figura da folha sofre uma elevação aparente d, inferior a 5cm,
conforme mostra a figura.

A comparação entre hA, hB e h permite concluir que:


a) hA = hB = h b) hA = hB < h c) hA < hB < h
d) hA > hB > h e) hB < hA < h

Resolução
No esquema a seguir, traçamos os raios luminosos que definem
as imagens IA e IB contempladas respectivamente pelos garotos
A e B.
Para manter constante a distância entre a câmara fotográfica e o
seu objeto (que no caso passou a ser P’), a câmara deve ser
elevada de uma distância d (menor que 5cm).
Resposta: A

3. Um estreito feixe cilíndrico de luz monocromática deverá


atravessar um bloco de vidro de faces paralelas, de índice de
refração igual a 1,5. O feixe incide obliquamente na face A que
está em contato com o ar (índice de refração igual a 1,0) e emerge
pela face B que está em contato com a água (índice de refração
igual a 1,3). Desprezando as reflexões, aponte a alternativa que
melhor representa a trajetória da luz ao atravessar o bloco.

Do esquema, concluímos que

hA < hB < h

Resposta: C

2. (FUVEST) – Certa máquina fotográfica é fixada a uma distância D0


da superfície de uma mesa, montada de tal forma a fotografar,
com nitidez, um desenho em uma folha de papel que está sobre
a mesa.

Resolução
(I) Ao refratar-se do ar para o vidro, a luz aproxima-se ‘bastante’
Desejando manter a folha esticada, é colocada uma placa de
da normal, já que o índice de refração relativo entre o vidro e
vidro, com 5cm de espessura, sobre ela. Nesta nova situação,
o ar é relativamente grande.
pode-se fazer com que a fotografia continue igualmente nítida
(II) Ao refratar-se do vidro para a água, a luz afasta-se ‘pouco’ da
a) aumentando D0 de menos de 5cm.
normal, já que o índice de refração relativo entre o vidro e a
b) aumentando D0 de mais de 5cm. água é relativamente pequeno.
c) reduzindo D0 de menos de 5cm. Resposta: C

107
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4. Um raio de luz, propagando-se no ar, incide numa lâmina de faces nar sen i = nvidro . sen r
paralelas feita de um material cujo índice de refração absoluto vale
1,0 . 0,90 = 1,5 . sen r

3 ; a incidência na superfície da lâmina se dá sob um ângulo de
3,0
60° com a reta normal. sen r = –––– = 0,60
Se a lâmina tem espessura de 4,0cm, pede-se: 5,0
a) Desenhar a trajetória do raio de luz até a emergência da lâmi-
Da Trigonometria, obtém-se:
na.
b) Calcular o ângulo de refração interno à lâmina. sen2r + cos2r = 1
c) Calcular o desvio lateral sofrido pelo raio de luz.
Dado: nar = 1. (0,60)2 + cos2r = 1 ⇒ cos2r = 1 – 0,36 = 0,64
Resolução
a) Como o meio envolvente é o ar, então: cos r = 0,80

No triângulo ABC da figura, temos:


–––
AB 8,0 __
––– ⇒ 0,80 = –––––
cos r = ––––– –––
AC AC ⇒ AC = 10cm = 0,10m

Portanto, para a determinação do intervalo de tempo (⌬t), te-


mos:
⌬s
V = –––
⌬t
b) Aplicando a Lei de Snell à primeira face, vem:
n1 sen i = n2 sen r 0,10
2,0 . 108 = ––––– ⇒ ⌬t = 5,0 . 10–10 s
1,0 . sen 60° = 
3 . sen r ⌬t

3 Respostas: a) ver figura


1,0 . ––––– = 
3 sen r ⇒ sen r = 0,50 ⇒ r = 30° b) 5,0 . 10–10s
2

c) Utilizando a expressão do desvio, temos: 6. Determine a equação de conjugação para uma lâmina de faces
paralelas imersa em um meio menos refringente que o material
e sen (i – r) da lâmina.
d = ––––––––––––
cos r O índice de refração absoluto do material da lâmina vale n2 e do
meio externo vale n1.
4,0 sen (60° – 30°) 4,0 sen 30°
d = ––––––––––––––––– (cm) ⇒ d = –––––––––––––
cos 30° cos 30°
4,0 
3
d = 4,0 tg 30° (cm) ⇒ d = –––––––– cm ⇒ d  2,3cm
3
Resposta: 2,3cm

5. (FUVEST) – Um raio luminoso proveniente do ar atinge uma


lâmina de vidro de faces paralelas com 8,0cm de espessura e
índice de refração absoluto igual a 1,5. Este raio sofre refração ao
atingir a primeira superfície; refração e reflexão ao atingir a Resolução
segunda superfície (interna). 1) Para a refração no dioptro (1) → (2), temos:
a) Trace as trajetórias dos raios: incidente, refratados e refletidos.
objeto real P de abscissa p
b) Determine o tempo para o raio atravessar a lâmina, sendo o
imagem virtual P1 de abscissa p1
seno do ângulo de incidência igual a 0,90.
Dado: c = 3,0 . 108m/s.
Resolução n2
Portanto: p1 = p ––– (1)
a) Na figura, temos um traçado n1
completo dos raios de luz par-
ticipantes do fenômeno.
2) Para a refração no dioptro (2) → (1), temos:
objeto real P1 de abscissa p1 + e
imagem virtual P’ de abscissa p’ + e

n1
Portanto: p’ + e = (p1 + e) ––– (2)
n2

b) Determinemos, inicialmente, o módulo da velocidade da luz ao Substituindo-se (1) em (2), resulta:

 p –––n + e  –––n
se propagar na lâmina, através do índice de refração absoluto n2 n1
do vidro. p’ + e =
c 3,0 . 108 1 2
n = ––– 1,5 = –––––––––– ⇒ V = 2,0 . 108m/s
V V
__ n1 n1
No interior da lâmina, o segmento de reta AC determina a p’ + e = p + e –––
n2
⇒ (
p’ = p + e ––– – 1
n2 )
distância ⌬s percorrida pela luz. Para encontrar seu valor, apli-
quemos a Lei de Snell-Descartes à primeira face.

108
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7. (FUVEST) – Um feixe de luz monocromática incide sobre lâminas Pode-se afirmar que os ângulos ␣, ␤ e ␥ definidos na figura são,
paralelas de diamante e vidro, como representado na figura. pela ordem, iguais a:
Sendo os índices de refração absolutos de 2,42 para o diamante a) ␪i, ␪r e ␪i b) ␪i, ␪i e ␪r c) ␪r , ␪i e ␪r
e 1,52 para o vidro, qual das linhas da figura melhor representa a d) ␪r, ␪r e ␪i e) ␪r, ␪i e ␪i
trajetória do feixe luminoso?
10. (UEFS) – Uma lâmina de faces paralelas, construída de forma que
uma das suas faces é espelhada internamente, está imersa no ar.
Um raio luminoso, propagando-se no ar, incide, com ângulo i, na
face não espelhada e é refratado. Em seguida, o raio é refletido na
face espelhada e volta ao ar, depois de ser novamente refratado.
O ângulo de refração, no retorno do raio luminoso da lâmina para
o ar, é igual a:
a) i/2 b) i c) 3i/2 d) 2i e) 5i/2

11. (UFPA) – O desvio angular sofrido por um raio de luz que incide
segundo um ângulo de 60° com a normal à superfície de uma
lâmina de faces paralelas, após atravessá-la, é de:
a) 0° b) 15° c) 30° d) 60° e) 120°

12. Um raio luminoso incide formando um ângulo de 60° com a


normal, em uma lâmina de faces paralelas de índice de refração
8. (FUVEST) – Numa folha de papel, num plano horizontal, está dese- absoluto 
3.
nhado um círculo de centro C. Sobre a folha é colocada uma placa
Sendo a espessura da lâmina igual a  12cm e o meio envol -
grossa de vidro, cobrindo metade do círculo. A figura mostra uma
pessoa olhando para o círculo, com seu olho no eixo vertical OC. A vente o ar (n ar = 1), determine o desvio lateral sofrido pelo raio
figura que melhor representa o que a pessoa enxerga é: após atravessar a lâmina.

13. (PUCC) – Quando se observa um objeto através de uma vidraça


comum, vemos
a) uma imagem real do objeto.
b) uma imagem virtual do objeto.
c) o próprio objeto.
d) uma imagem imprópria do objeto.
e) uma imagem invertida.
9. (UFRGS) – Na figura abaixo, um feixe de luz monocromática I,
proveniente do ar, incide sobre uma placa de vidro de faces planas 14. (UFBA) – Um feixe de luz monocromática, cuja velocidade no
e paralelas, sofrendo reflexões e refrações em ambas as faces da vácuo tem módulo igual a 3,0 . 108m/s, incide perpendicularmen-
placa. Na figura, ␪i representa o ângulo formado pela direção do te em uma lâmina transparente e espessa de índice de refração
feixe incidente com a normal à superfície no ponto A, e ␪r absoluto n = 1,50. Determine a espessura da lâmina, sabendo
representa o ângulo formado pela direção da parte refratada que a luz gasta 1,0 . 10–10s para atravessá-la.
desse feixe com a normal no mesmo ponto A.
15. (UECE) – Um raio de luz propagando-se no ar incide com um
ângulo de incidência igual a 45° em uma das faces de uma lâmina
em forma de paralelepípedo feita com um material transparente
de índice de refração n, como mostra a figura.

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Sabendo-se que a linha AC é o prolongamento do raio incidente, d) Sim; uma das cores sofreria um deslocamento paralelo maior
d = 4cm e BC = 1cm, assinale a alternativa que contém o valor de que a outra, numa incidência oblíqua.
n. e) Sim; a cor do feixe emergente seria diferente para diferentes
5 
2 3 3 ângulos de incidência.
a) 2 
3 b) –––––– c) –––––– d) 1,5
6 2
19. (UFPE) – Uma lâmina de faces paralelas de um material de índice
de refração absoluto µ 1 = 1,5 separa um material de índice
16. (VUNESP) – Observe a tabela: de refração absoluto µ2 =  2 do ar. Qual deve ser o ângulo ␪2
Substância Massa de incidência sobre a lâmina para que um feixe luminoso que vem
Índice de refração
líquida específica do meio 2 sofra reflexão interna total na superfície da lâmina em
em relação ao ar
(ordem alfabética) (g/cm3) contato com o ar?
água
1,00 1,33
dissulfeto de
1,26 1,63
carbono

Volumes iguais desses dois líquidos foram


colocados cuidadosamente em um recipien-
te cilíndrico de grande diâmetro, mantido em
repouso sobre uma superfície horizontal,
formando-se duas camadas distintas, I e II,
de mesma altura, conforme figura.

a) Qual dessas substâncias forma a camada


I? Justifique sua resposta.
20. (E.E.MAUÁ) – Um sistema óptico é formado por três meios
b) Um raio de luz incide com ângulo i > 0° num ponto da super- homogêneos, transparentes, de índices de refração absolutos,
fície do líquido I e se refrata, sucessivamente, nas duas su- respectivamente, n1, n2 e n3, com n1 = n3 > n2. As superfícies de
perfícies de separação, atingindo o fundo do recipiente. separação entre os meios são dois planos paralelos, situados à
Copie a figura e esboce qualitativamente a trajetória desse distância mútua a. Um raio luminoso monocromático, vindo do
raio, desde o ar até o fundo do recipiente. primeiro meio, atinge a fronteira que separa os meios (1) e (2) com
ângulo de incidência i. Determine a condição que o ângulo i deve
17. (PUC-PR) – Uma superfície espelhada e plana E é recoberta por satisfazer para que o raio retorne ao meio 1, não passando para o
uma lâmina de vidro V de faces paralelas. As linhas pontilhadas meio 3.
são perpendiculares às faces de V. O vidro tem índice de refração
absoluto igual a 
3 . Um raio luminoso proveniente do ar (n = 1)
propaga-se neste sistema:

O ângulo ␣ mede: 21. Para o esquema dado, calcule o valor de i para que o trajeto da luz
a) 30° b) 60° c) 45° d) 15° e) 35° seja o indicado.

18. (MED.-TAUBATÉ) – Tem-se um aparelho que emite um feixe


colimado, estreito, de luz verde. Mas o feixe é, na verdade,
mistura de luz amarela com azul. Pode-se descobrir tal fato, fa-
zendo-se incidir o feixe numa lâmina de vidro de faces paralelas?
a) Não; os dois feixes emergeriam da lâmina coincidentes.
b) Sim; aumentando-se o ângulo de incidência até o ângulo limite
de refração de uma das cores; então só a outra se transmitiria.
c) Sim; uma das cores sofreria um desvio de direção maior que a
outra, numa incidência oblíqua.

7) B 8) B 9) A 10)B 16) a) água 17) A 18) D 19) ␪2 > 45°


11) A 12) 2,0cm 13)B b) n2
14) 2,0cm 15) B 20) sen i > –––
n1
21) i = 30°

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CAPÍTULO
Óptica

4 PRISMAS
ÓPTICOS

A luz atravessando um prisma de vidro


imerso no ar e decompondo-se nas suas
várias cores.

1. Definição e elementos d) Base do prisma: na prática, o prisma é limitado


por uma terceira superfície plana, oposta à aresta,
Define-se prisma óptico como uma associação de
denominada base do prisma.
dois dioptros planos não paralelos, isto é, um conjunto de
três meios homogêneos e transparentes, separados por e) Faces do prisma: as superfícies dióptricas e a
duas superfícies planas não paralelas. base do prisma são denominadas “faces do prisma”.

a) Ângulo de refringência: A (ou ângulo de


abertura do prisma) é o ângulo diedro, formado entre as
superfícies dióptricas (superfícies planas que constituem
as fronteiras dos dioptros associados).
b) Aresta do prisma: é a reta intersecção das
superfícies dióptricas.
c) Secção principal do prisma: é a secção do A: ângulo de abertura do prisma ou ângulo de refringência.
Vista frontal da secção principal.
prisma por um plano perpendicular à aresta.
111
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2. Hipóteses para o sen r’ n1 sen i’ n2


estudo dos prismas ––––– = ––––– ou ––––– = ––– (II)
sen i’ n2 sen r’ n1
a) Admitiremos que os meios (1) e (3) sejam
idênticos e que o meio (2) corresponda ao próprio mate- 3.o) O ângulo entre as normais n1 e n2 (ver figura) é
rial de que é feito o prisma. igual a A e externo ao triângulo I1I2M, portanto:
b) Admitiremos que n2 > n1, isto é, o material do
prisma seja mais refringente que o meio onde ele se A = r + r’ (III)
encontra imerso. pois um ângulo externo é a soma dos internos não adja-
c) A luz usada será sempre monocromática. centes.
Para a luz policromática, haverá o fenômeno de
4.o) O ângulo entre o raio incidente RI1 e o raio
dispersão, que será estudado oportunamente.
emergente I2R’ é denominado “ângulo de desvio do raio
d) Admitiremos que a luz incida sempre no plano de de luz” e representado por ⌬.
uma secção principal. Assim, a representação do prisma,
por nós adotada, será a de uma secção principal. O ângulo ⌬ é externo ao triângulo NI1I2 e, portanto,
vale a soma dos internos não adjacentes, isto é:
3. Caminho óptico do ⌬ = i – r + i’ – r’ ou ⌬ = i + i’ – (r + r’)
raio de luz ao atravessar o Como r + r’ = A, vem:
prisma. Equações do prisma
⌬ = i + i’ – A (IV)

Na foto, podemos observar o caminho óptico seguido pelo raio


Seja o raio RI1 incidindo no prisma, em um plano de de luz e as refrações sofridas nas faces de incidência e emergência.
uma secção principal (representada na figura).
Como, por hipótese, n2 > n1, o raio se aproximará da 4. Estudo do ângulo de desvio
normal, r<i , seguindo internamente ao prisma o tra- O ângulo de desvio ⌬ é função
a) do índice de refração relativo do prisma;
jeto I1 I2.
b) do ângulo de refringência A;
c) do ângulo de incidência i.
O raio emergente I2R’ torna a afastar-se da normal, o
I. Em relação ao índice de refração n21 e ao ângulo
que equivale a dizer que: i’ > r’ . de refringência A, o desvio é função crescente, isto é:
“O ÂNGULO DE DESVIO ⌬ AUMENTA,
Com base na Lei de Snell-Descartes e usando as QUANDO AUMENTAMOS O ÂNGULO DE RE-
propriedades geométricas da figura, procuremos estabe- FRINGÊNCIA A OU QUANDO AUMEN-
lecer as “equações do prisma”. TAMOS O ÍNDICE DE REFRAÇÃO n21.”
Observação
1.o) Na refração no dioptro (1) → (2), temos: O índice de refração n21 cresce com a frequência da
luz monocromática usada e, portanto:
sen i n2 “O DESVIO ⌬ É TANTO MAIOR QUANTO
––––– = ––– (I) MAIOR A FREQUÊNCIA DA LUZ MONO-
sen r n1 CROMÁTICA USADA.”
Assim, das radiações visíveis, o desvio é máximo
2.o) Na refração no dioptro (2) → (1), temos: para a luz violeta (frequência máxima) e mínimo para a
luz vermelha (frequência mínima).
112
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Quando luz branca atravessa um prisma, ela sofre o


fenômeno de dispersão, que consiste na separação das
cores que a constituem.
{ }
i = i1
i’ = i2
⇒ ⌬1 = i1 + i2 – A

Para cada cor, o prisma apresenta um índice de refra-


ção relativo (n21) diferente e, portanto, as diferentes co-
res sofrem diferentes desvios e são separadas.
A cor menos desviada é a vermelha e a mais desviada
é a violeta.
II. Em relação ao ângulo de incidência i, inicial-
mente, com o aumento de i o desvio diminui, passa por
um mínimo, para tornar a crescer.
O diagrama qualitativo da função ⌬ = f(i) é re-
presentado adiante:
{ }
i = i2
i’ = i1
⌬1 = i2 + i1 – A

5. Desvio mínimo (⌬m)


O diagrama da função ⌬ = f(i) nos indica que,
O fenômeno da dispersão da luz branca ao atravessar o prisma origina as sete quando o desvio assume seu valor mínimo ⌬m, o ângulo
cores do espectro. de incidência correspondente é único, isto é, i1 = i2, o que
nos leva a concluir que:
Do diagrama, observamos que, para um desvio
“PARA QUE O DESVIO EXPERIMENTADO
especificado ⌬1, existem dois ângulos de incidência i1 e
POR UM RAIO DE LUZ, AO ATRAVESSAR
i2 capazes de produzir tal desvio (ver figura).
UM PRISMA, SEJA MÍNIMO, O ÂNGULO DE
INCIDÊNCIA DEVE SER IGUAL AO DE
EMERGÊNCIA.”

Isto se explica pela reversibilidade da luz, pois, quando


o ângulo de incidência i for igual a i1, o ângulo de
emergência i’ será igual a i2 e, quando o ângulo de
incidência for i2, o de emergência será i1 e o ângulo de
desvio ⌬ = i + i’ – A será o mesmo, nos dois casos. { }i’ = i
r’ = r
⇒ ⌬ = ⌬m

113
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Procuremos obter os valores de im, rm e ⌬m, sendo im i i’


e rm os ângulos correspondentes ao desvio mínimo ⌬m. ––– = n21 e ––– = n21
r r’
Assim:
e o desvio ⌬ dado por:
De ⌬ = i + i’ – A , obtém-se: ⌬ = i + i’ – A

pode ser escrito:


{ ⌬ = ⌬m
i = i’ = im } ⇒ ⌬m = 2 im – A (1) ⌬ = r . n21 + r’ . n21 – A ⇔ ⌬ = (r + r’) n21 – A
Como r + r’ = A, resulta: ⌬ = A n21 – A

De r + r’ = A Ou ainda: ⌬ = A (n21 – 1)

A
Como r = r’ = rm, resulta: 2 rm = A ⇒ rm = ––– (2) Tal expressão nos mostra que:
2 “PARA PEQUENOS ÂNGULOS DE INCIDÊN-
CIA E PRISMAS DE PEQUENA ABERTURA, O
DESVIO INDEPENDE DO VALOR DO

{ }
sen i i = im
De ––––– = n21 , vem A ÂNGULO DE INCIDÊNCIA.”
sen r
r = rm = ––
2 E ainda nos revela, de maneira clara, que ⌬ cresce
com o aumento de A e de n21.
sen im Nota-se ainda que, para n21 fixo, ⌬ é função
––––––– = n21 (3)
A proporcional de A.
sen ––
2

As expressões (1) e (3) nos revelam um processo de


obtenção do índice de refração do prisma n21.

⌬m + A
De fato, de (1) temos: im = –––––––
2

que, substituído em (3), nos dá: 7. Prismas de reflexão total


⌬m + A Os materiais de que são constituídos tais prismas têm
sen ––––––– um índice de refração absoluto tal que o ângulo limite,
2
n21 = –––––––––––– (4) quando o prisma está imerso no ar, é da ordem de 42°.
A Os prismas de reflexão total visam conseguir mudar
sen ––
2 a direção de propagação da luz ou endireitar imagens,
fazendo com que a luz, internamente ao prisma, sofra
Importante uma ou mais reflexões totais.
⌬m é obtido experimentalmente e, para A medido
Exemplos
com instrumentação conveniente, podemos obter n21
A) Prisma de Amici, desvio de 90°, usado em pe-
pela equação (4).
riscópios.
6. Desvios para pequenos
ângulos de incidência e
prismas de pequena abertura
Para ângulos de incidência (i) e ângulo de
refringência (A) de alguns graus de medida (até
aproximadamente cinco graus), podemos usar a “Lei de
Kepler”:

114
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 2 nar
Como i = 45° ⇒ sen i = –––– e ainda sen L = ––– ,
2 n

em que nar = 1 (índice de refração absoluto do ar) e n


representa o índice de refração absoluto do material de
que é feito o prisma.

Substituindo na equação (1), temos:

 2 1 2
–––– > ––– ⇒ n > –––––– n > 
2
2 n 2
Para alguns ângulos críticos,
podemos observar o fenômeno de reflexão total.
PORTANTO, NOS PRISMAS DE REFLEXÃO
TOTAL DE AMICI (⌬ = 90°) E DE PORRO
(⌬ = 180°), O MATERIAL DE QUE É FEITO O
PRISMA DEVE TER ÍNDICE DE REFRAÇÃO
RELATIVO AO AR MAIOR DO QUE  2.

Em alguns modelos de periscópios, temos a utilização de prismas de reflexão total.

B) Prisma de Porro,
desvio de 180°, usado em binóculos. Caminho seguido por um raio de luz no interior de binóculos, em que o prisma
de Porro tem papel fundamental.

Nos exemplos citados, para que ocorra reflexão total


com ângulo de incidência i = 45°, devemos ter:

i > L (ângulo limite) ⇒ sen i > sen L (1)

115
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1. (ITAJUBÁ-MG) – Considere um prisma de ângulo de refringência


igual a 30°, mergulhado no ar.

Qual o valor do índice de re-


fração absoluto do material
do prisma, para que um raio
luminoso monocromático, in-
cidindo normalmente a uma
de suas faces, saia tangen-
ciando a face oposta?
Respostas: a) 60° b) 60°

Resolução 3. Sobre um prisma de vidro


Temos que: A = 30°; i = 0° e i’ = 90°
Da figura, tiramos que r’ = 30° e, aplicando a Lei de Snell para a (n2 = 
2 ) imerso no ar, faze-
refração na saída da luz do prisma, teremos: mos um raio de luz monocro-
mática incidir com ângulo de
1 = 1,0 . 1 ⇒ n = 2,0
n . sen 30° = nar . sen 90° n . –– incidência variável.
2
Sabe-se que o ângulo de
Resposta: n = 2,0 incidência (i) é igual a 45° e o
desvio sofrido pelo raio de luz
2. Um raio de luz incide na face é o mínimo possível.
de um prisma de acordo com a) Qual o ângulo de emergência i’?
a figura dada. b) Qual o valor de desvio mínimo?
Resolução
Se o meio envolvente é o ar
a) Sendo o desvio mínimo, devemos ter: i’ = i ⇒ i’ = 45°
(nar = 1,0), determine
a) o ângulo de emergência i2; b) O desvio é dado por: ⌬ = i + i’ – A
b) o desvio angular ⌬ sofrido
pelo raio de luz.
Como: i = i’ = 45° e A = 60°, obtém-se:
Resolução ⌬m = 45° + 45° – 60°
a) Aplicando a Lei de Snell-Descartes na face S1, temos:
⌬m = 30°
n1 . sen i1 = n2 sen r1
Respostas: a) 45° b) 30°
1,0 . sen 60° = n2 sen 30°

1,0 . 
3 / 2 = n2 1/2 ⇒ n2 = 
3 4. A respeito do desvio experimentado por um raio de luz ao
penetrar em um prisma, podemos afirmar:
Da expressão do ângulo de refringência, resulta: 1) é independente da radiação monocromática;
2) é função crescente do ângulo de incidência;
A = r1 + r2 3) é função crescente do ângulo de refringência;
4) é independente do índice de refração relativo do prisma.
60° = 30° + r2 Resolução
r2 = 30°

Podemos, finalmente, aplicar a Lei de Snell à face S2 e deter


minar o ângulo de emergência i2.

n2 sen r2 = n1 sen i2


3 . sen 30° = 1,0 . sen i2
1

3 . –– = sen i2
2 1) Errada – O desvio angular ⌬ é função crescente do índice de re-
fração relativo do material de que é feito o prisma e que, por sua
vez, é função crescente da frequência da radiação utilizada.
i2 = 60°
2) Errada – O desvio angular ⌬ é inicialmente função decrescente
do ângulo de incidência, atinge um valor mínimo e, em
b) Da expressão do desvio, temos: seguida, torna-se função crescente do ângulo de incidência (i).
⌬ = i1 + i2 – A 3) Correta.
4) Errada.
⌬ = 60° + 60° – 60°
5. (ITA) – O Método do Desvio Mínimo, para a medida do índice de
⌬ = 60° refração, n, de um material transparente, em relação ao ar, con-
siste em se medir o desvio mínimo ␦ de um feixe estreito de luz
Observe a trajetória completa do raio de luz. que atravessa um prisma feito desse material.

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Observa-se que nem todas as radiações atingem um anteparo


destinado a receber o espectro.
Quais as cores recebidas no anteparo? Justifique sua resposta.
Resolução
Sofrerão reflexão total e não atingirão o anteparo as radiações
para as quais o ângulo de incidência, que vale 45°, superar o
ângulo limite do dioptro prisma-ar.

Para que esse método possa ser aplicado (isto é, para que se Assim: 45° > L ⇒ sen 45° > sen L
tenha um feixe emergente), o ângulo A do prisma deve ser menor
que: 2 1
a) arcsen (n) b) 2 arcsen (1/n) c) 0,5 arcsen (1/n) –––– > –– ⇒ n > 
2
2 n
π
d) arcsen (1/n) e) ––
2
Como  2  1,41, teremos n >  2 , de acordo com a tabela dada,
para as radiações violeta, anil, azul e verde; tais cores sofrerão
Resolução reflexão total e não atingirão o anteparo. As demais cores (ama-
Nas condições de desvio mínimo, temos a seguinte configuração: relo, alaranjado e vermelho) atravessam o prisma e são detec-
tadas no anteparo.
Da geometria da fi- Resposta: vermelho, alaranjado e amarelo.
gura, nas condições
de desvio mínimo,
resulta: 7. (UNAMA-MODELO ENEM) – A Geometria e a Física podem
A solucionar, juntas, muitos fenô-
A = 2r r = –– (I)
2 menos físicos. A figura ao lado
representa a seção transversal de
um prisma óptico imerso no ar,
Para que o método possa ser aplicado e de fato tenhamos o feixe tendo dois lados iguais (AB e AC).
emergente do prisma, é necessário que o ângulo de incidência (r) na Perpendicularmente à face AB,
segunda face não supere o ângulo limite (L) do dioptro prisma-ar. incide um raio luminoso mono-
1 cromático que se propaga até a
Assim, r≤L sen r ≤ sen L sen r ≤ –– (II)
n face espelhada AC, onde é refle-
Substituindo-se (I) em (II): tido diretamente para a face AB.
Ao atingir esta face, o raio
A 1
sen –– ≤ –– luminoso sofre uma nova reflexão
2 n (reflexão total), de maneira que, ao
se propagar, atinge perpendicularmente a face BC, de onde
 ––n 
A 1
–– ≤ arc sen
2
1
a ≤ 2 arcsen –––
n ( ) emerge para o ar. Com base nestas informações, podemos
afirmar que o ângulo de refringência do prisma (ângulo ␣,
mostrado na figura) vale:
Resposta: B
a) 18° b) 72° c) 45° d) 36 e) 60°
Resolução
6. (FUVEST) – Um pincel de luz branca incide perpendicularmente
Na figura, o ângulo de
em uma das faces menores de um prisma, cuja secção principal
incidência na face AC vale ␣
é um triângulo retângulo e isósceles.
(i1 = ␣, já que i1 e ␣ são
O prisma está imerso no ar e é constituído de um material trans-
ângulos de lados perpen-
parente, que apresenta, para as sete radiações monocromáticas
diculares).
caracterizadas por sua cor, o índice de refração absoluto n, indica-
do na tabela a seguir. No triângulo I1 I2 I3, temos:
violeta ......................................................1,48 90° + 2␣ + 90° – i2 = 180°
anil ............................................................1,46
i2 = 2␣
azul............................................................1,44
verde ........................................................1,42 No triângulo I3 B I4, temos:
amarelo ....................................................1,40 90° + ␤ + 90° – i2 = 180°
alaranjado..................................................1,39
i2 = ␤
vermelho ..................................................1,38

Valores numéricos de alguns senos: Portanto, ␤ = 2␣

1 2 3 No triângulo ABC, temos:


sen 30° = –– ; sen 45° = –––– ; sen 60° = ––––
2 2 2 ␣ + 2␤ = 180° ⇒ ␣ + 4␣ = 180° ⇒ 5␣ = 180° ⇒ ␣ = 36°
Resposta: D

8. (FAZU-MODELO ENEM) – No laboratório didático da escola, é


feita a seguinte experiência: um prisma de vidro tem ângulo de
abertura A = 75° e índice de refração absoluto n = 
2 . O prisma
encontra-se imerso no ar. Tem-se a trajetória de um raio de luz
monocromática que incide em uma das faces do prisma sob
ângulo de 45°.

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Podemos afirmar que o desvio sofrido pelo raio de luz ao 1) Aplicando a Lei de Snell na 1.a face, temos:
atravessar o prisma é de: sen i nar = sen r n
sen 45° . 1 = sen r . 
2

1
sen r = –––
2
r = 30°

2) Da expressão do ângulo de refringência (A), vem:


A = r + r’
75° = 30° + r’ ⇒ r’ = 45°
a) 30° b) 60° c) 75° d) 90° e) 45°
Resolução
3) Aplicando a Lei de Snell na 2.a face, temos:
sen r’ n = sen i’ nar
2
sen 45° . 
2 = sen i’ . 1 ⇒ ––––– . 
2 = sen i’
2
sen i’ = 1
i’ = 90° (emergência rasante)

4) O desvio angular (⌬) é dado por:


⌬ = i + i’ – A ⇒ ⌬ = 45° + 90° – 75° ⇒ ⌬ = 60°
Resposta: B

9. A figura abaixo mostra um raio monocromático de luz que 11. (U.E.LONDRINA) – No esquema adiante, considere:
incide horizontalmente sobre um bloco de vidro. I – raio incidente;
N1 e N2 – normais às faces do prisma;
r1 – ângulo de refração na primeira face;
r2 – ângulo de incidência na segunda face;
␪ – ângulo do prisma = 60°.

Sabendo-se que o bloco está imerso no ar (nar = 1) e que o índice


de refração absoluto do vidro vale 
3 , o ângulo de refração na 1.a
face do bloco de vidro vale:
a) 0° b) 30° c) 45° d) 60° e) 90°
Dados:
0° 30° 45° 60° 90° Considerando as indicações do esquema, é correta a relação:
a) r1 – r2 = ␪ b) r1 + r2 = ␪ c) r1 + r2 = 90° – ␪
0
1
––  2  3 1 d) r1 – r2 = 90° – ␪ e) 2(r1 + r2) = ␪
Sen 2 ––––– –––––
2 2
12. (MACKENZIE) – Um raio luminoso atravessa um prisma de vidro
Cos 1 
3 
2 1
–– 0 de índice de refração absoluto 
3 , conforme a figura abaixo.
––––– ––––– 2
2 2

10. (FUVEST) – O esquema representa um bloco de vidro com uma


cavidade prismática vazia e a trajetória percorrida por um raio de
luz incidente no ponto A.

O ângulo ␣ dessa figura vale:


a) 15° b) 30° c) 45° d) 60° e) 75°

13. (UELON-PR) – A figura ao


lado representa um raio de
luz que atravessa um pris-
ma.
O desvio sofrido por esse
a) Desenhe a trajetória de um outro raio que entra na cavidade, raio de luz, em graus, vale:
no ponto B, perpendicularmente à face. a) 20 b) 30 c) 50
b) Calcule o índice de refração absoluto do vidro. d) 60 e) 90

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14. (MACKENZIE) – Um raio luminoso atravessa um prisma de índice Analisar as seguintes afirmativas:
de refração absoluto maior que o do meio que o envolve. Assinale I. O índice de refração absoluto do vidro é maior para a luz violeta.
a alternativa que mostra o caminho correto deste raio luminoso. II. O índice de refração absoluto do vidro é maior para a luz vermelha.
III. O módulo da velocidade da luz violeta dentro do vidro é maior
que o da luz vermelha.
IV. O módulo da velocidade da luz vermelha dentro do vidro é maior
que o da violeta.
V. As velocidades das luzes vermelha e violeta têm módulos iguais
dentro do vidro.
São verdadeiras:
a) II e IV b) I e V c) I e III d) I e IV e) II e III

20. (FUVEST-MODELO ENEM) – Um feixe de luz é uma mistura de


três cores: verde, vermelho e azul. Ele incide, conforme indicado
na figura, sobre um prisma de material transparente, com índice
15. (FATEC) – A figura abaixo representa a trajetória de um raio de luz de refração crescente com a frequência. Após atravessar o
que incide perpendicularmente a uma das faces do prisma e emer- prisma, a luz atinge um filme para fotografias em cores que, ao
ge paralelamente à outra. (Dados: sen 37° = 0,60; sen 53° = 0,80; ser revelado, mostra três manchas coloridas.
sen 90° = 1)

De cima para baixo, as cores dessas manchas são, respectiva-


mente:
a) verde, vermelho e azul. b) vermelho, azul e verde.
O índice de refração absoluto desse prisma vale, aproximadamen- c) azul, vermelho e verde. d) verde, azul e vermelho.
te: e) vermelho, verde e azul.
a) 2,0 b) 1,7 c) 1,25 d) 1,0 e) 0,60
21. (UFPR) – A figura abaixo representa um feixe de luz incidindo num
16. (VUNESP) – Um prisma de vidro tem os três prisma de seção triangular e, à sua direita, um anteparo. Ao atra-
lados iguais e índice de refração n = 
2 em vessar o prisma, a luz sofre dispersão, observando-se no anteparo
relação ao do ar, para um determinado as cores vermelha, amarela, verde, azul e violeta.
comprimento de onda ␭. Um raio luminoso de
comprimento de onda ␭ incide no prisma,
formando um ângulo de 45° com a normal e paralelo à base do
prisma. Calcule o ângulo de desvio do raio que emerge do prisma,
em relação ao raio incidente.
a) 60° b) 45° c) 0° d) 30° e) 15°

17. (UFPE) – Um feixe de luz monocromática


incide normalmente sobre a face vertical de
um prisma transparente de ângulo de
abertura de 30°, conforme a figura ao lado. O
Sabendo-se que os índices de refração relativos do prisma para
índice de refração absoluto do material do
essas cores valem, respectivamente, 1,50, 1,51, 1,52, 1,53 e
prisma é 3 . Qual é, em graus, o ângulo 1,54, é correto afirmar que
entre o feixe que sai do prisma e a direção inicial de propagação? (01) no interior do prisma, a luz amarela tem velocidade menor
que a luz azul.
18. (UEPG-RS) – Se fizermos incidir sobre um prisma um fino feixe (02) em cada face do prisma, a luz que sofre maior desvio é a
de luz branca, veremos emergir do outro lado um feixe de luz violeta.
colorido e mais espesso, que nos lembra um arco-íris. Com (04) ao se percorrer o anteparo, de cima para baixo, a sequência
relação a esse fenômeno, que é chamado de dispersão da luz, das cores que ali aparecem é: violeta, azul, verde, amarelo e
assinale a alternativa que contém uma afirmação incorreta. vermelho.
a) A luz branca é uma combinação das cores do espectro. (08) este fenômeno que acontece no prisma é utilizado para
b O índice de refração absoluto do prisma é único para todas as explicar a sequência das cores que aparecem num arco-íris.
cores. (16) na face esquerda do prisma, uma parte do feixe incidente
c) As cores do espectro são puras. sofre reflexão.
d) O índice de refração absoluto do prisma é diferente para cada Dê como resposta a soma dos números associados às propo-
uma das cores. sições corretas.
e) O índice de refração absoluto do prisma é maior para luz
violeta do que para luz vermelha. 22. (FATEC) – Um prisma tem ângulo refringente (abertura) A, índice
de refração relativo n e é atravessado por um pincel de luz,
19. (U.F.VIÇOSA-MODELO ENEM) – Ao incidir um feixe de luz bran- conforme o esquema abaixo.
ca sobre um prisma, observamos a dispersão da luz no feixe
emergente, sendo que a cor violeta sofre o maior desvio e a
vermelha, o menor.

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Assinalar a proposição incorreta:


sen i1 sen i2
a) Quando i1 = i2, temos r1 = r2 b) –––––– = –––––– = n
sen r1 sen r2

c) r1 + r2 = A d) ␦ = i1 + i2 – A

i1 i2
e) –– = ––
r1 r2

Se o aparelho está imerso no ar, o índice de refração mínimo do


23. Na face AB do prisma de vidro (nV =  2 ) imerso no ar (nAr = 1), material de que são constituídos os prismas deve ser igual a:
representado a seguir, incide um raio de luz monocromática com
um ângulo ␪. 
2 3 
2
a) ––––– b) 
2 c) 2 d) ––––– e) 3 
2
2 2

26. (EFEI) – Um feixe de luz incide sobre uma superfície de um prisma


(conforme a figura), cujo índice de refração em relação ao ar é 1,5.
Determine o valor do ângulo ␪ que faz com que o feixe incidente
na superfície AB sofra reflexão total.

O menor valor de ␪ para o qual ainda há refração da luz na face BC


é igual a:
a) 0° b) 30° c) 45° d) 60° e) 75°
27. (CESGRANRIO) – Um feixe de luz incide normalmente sobre a
24. (FUVEST) – Alguns instrumentos de óptica utilizam “prismas de superfície de um prisma de vidro, imerso no ar, de índice de
reflexão total” como espelhos, como no caso da figura. refração absoluto n = 1,6, como mostra a figura abaixo.

O valor do ângulo i, que faz com que esse feixe seja refratado
O valor do índice de refração absoluto do vidro desse prisma deve rasante à superfície AB, é:
ser maior que: a) arccos 1,00 b) arccos 0,625 c) arcsen 1,00
a) 3,00 b) 2,00 c) 1,60 d) 1,50 e) 1,41 d) arcsen 0,781 e) arcsen 0,625

25. (UFTM-MODELO ENEM) – O instrumento óptico apresentado é


formado por dois prismas triangulares cujos ângulos da base são
iguais a 45°. Os prismas são utilizados nessa disposição para
produzir reflexão interna total da luz em duas superfícies.

11) B 12) D 13) A 14) B 15) B


9) B 10)a) b) 
3
16) D 17) 30° 18) B 19) D 20) E

21) 30 22) E 23) C 24) E 25) B

 
2
26) ␪ < 90° – arc sen –– 27) E
3

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CAPÍTULO
Óptica

5 LENTES ESFÉRICAS

Para uma posição adequada


entre o objeto e a lente, esta atuará
como lente de aumento (lupa).

Feixes de luz atravessando uma lente de vidro imersa no ar.

1. Lentes esféricas
Denomina-se lente esférica uma associação de dois
dioptros, dos quais um é necessariamente esférico, e o
outro, esférico ou plano.

2. Classificação das
lentes quanto à geometria
Conforme as espécies de dioptros associados,
podemos ter os tipos de lentes indicados a seguir:
121
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3. Nomenclatura das lentes


A nomenclatura das lentes é feita visando indicar as
espécies de dioptros associados; convenciona-se citar,
inicialmente, o nome da face de maior raio de curvatura.
Sendo uma das faces planas, o seu nome é citado
sempre em primeiro lugar, pois o raio de curvatura da
face plana tende para infinito (R → ⬁).

Assim, teremos para as lentes citadas: OBS.: O estudo das lentes é feito admitindo-se que
1. biconvexa; 4. bicôncava; os meios que banham as faces da lente sejam idênticos.
2. plano-convexa; 5. plano-côncava; “SE O MATERIAL DE QUE É FEITA A LENTE
3. côncavo-convexa; 6. convexo-côncava. FOR MAIS REFRINGENTE DO QUE O MEIO
ONDE ELA ESTÁ IMERSA, SÃO CONVERGEN-
Note-se que as lentes, cujos nomes terminam com a TES AS LENTES DE BORDOS FINOS E DIVER-
palavra convexa, são de “bordos finos” e aquelas cujos GENTES AS LENTES DE BORDOS ESPESSOS.”
nomes terminam com a palavra côncava são de “bordos
espessos”. “SE O MATERIAL DE QUE É FEITA A LENTE
FOR MENOS REFRINGENTE QUE O MEIO
4. Classificação das ONDE ELA ESTÁ IMERSA, SÃO CONVERGEN-
lentes quanto ao TES AS LENTES DE BORDOS ESPESSOS E DI-
comportamento óptico VERGENTES AS LENTES DE BORDOS FINOS.”
Quando um pincel cilíndrico de luz incide em uma Como, em geral, o material da lente é mais refrin-
lente esférica, esta pode ter dois comportamentos ópticos gente que o meio onde ela se encontra, costuma-se cha-
distintos: mar a lente côncavo-convexa de “menisco convergen-
a) o feixe emergente é do tipo cônico convergente; te” e a lente convexo-côncava de “menisco divergente”.

5. As lentes delgadas
Os raios de curvatura R1 e R2 dos dioptros cons-
tituintes da lente são denominados RAIOS DE CUR-
VATURA DA LENTE.
A lente é denominada convergente. Quando a espessura da lente for desprezível, quando
comparada com R1 e R2, ela é dita uma LENTE
DELGADA.

b) o feixe emergente é do tipo cônico divergente.

A lente é denominada divergente.

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Como, via de regra, o material da lente é mais refrin-


gente que o meio onde ela está imersa, a representação
sugere o fato de que as lentes convergentes são as de
bordos finos e as divergentes são as de bordos espessos.

6. O centro óptico (C)


Para as lentes delgadas, existe um ponto privilegiado
denominado “CENTRO ÓPTICO” (C) e que goza da
seguinte propriedade:

“TODO RAIO INCIDENTE, PASSANDO PELO


CENTRO ÓPTICO (C), ATRAVESSA A LENTE
SEM SE DESVIAR.”

Qualquer reta, distinta do eixo principal, que contém


o centro óptico (C) é denominada eixo secundário.

8. Foco imagem principal


A própria conceituação de lente convergente e diver-
gente nos ensina que
a) para as lentes convergentes, a um pincel cilíndrico
incidente associa-se um pincel emergente cônico conver-
gente. Portanto:
Os raios de luz atravessam o centro óptico da lente sem se desviar.
“PARA UM OBJETO IMPRÓPRIO, DEFINIDO
POR RAIOS PARALELOS AO EIXO PRINCI-
PAL, A LENTE CONJUGA COMO IMAGEM
7. O eixo principal;
UM FOCO REAL, SITUADO SOBRE O EIXO
eixos secundários PRINCIPAL E DENOMINADO FOCO IMA-
Denomina-se eixo principal de uma lente esférica GEM PRINCIPAL.”
uma reta que b) para as lentes divergentes, a um pincel cilíndrico
1) contém os centros de curvatura dos dioptros da incidente associa-se um pincel emergente cônico diver-
lente, supostos ambos esféricos; gente. Portanto:
“PARA UM OBJETO IMPRÓPRIO, DEFINIDO
2) contém o centro do dioptro esférico e é perpendi- POR RAIOS PARALELOS AO EIXO PRIN-
cular ao plano, quando um é esférico e o outro plano. CIPAL, A LENTE CONJUGA COMO IMAGEM
UM FOCO VIRTUAL, SITUADO SOBRE O
O centro óptico das lentes delgadas é a intersecção
EIXO PRINCIPAL E DENOMINADO FOCO
do eixo principal com a própria lente.
IMAGEM PRINCIPAL.”

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A abscissa do foco imagem principal, tomando-se 9. Pontos antiprincipais


como origem o centro óptico, é denominada DISTÂN-
CIA FOCAL DA LENTE e representada por f.

Os pontos A e A’, representados na figura, estão si-


tuados a uma distância da lente igual ao dobro da dis-
tância dos focos à lente. São denominados, respectiva-
mente, ponto antiprincipal objeto A e ponto antiprincipal
imagem A’.

10. Raios notáveis


(A) Todo raio de luz paraxial que incide numa
lente paralelamente ao seu eixo principal emerge
numa direção que passa pelo foco imagem principal
F’.

F’ tem natureza real nas lentes convergentes.


Para a convenção de sinais adotada, em relação à
natureza dos pontos objeto e imagem (elemento real tem
abscissa positiva e elemento virtual tem abscissa
negativa), concluímos que

“PARA AS LENTES CONVERGENTES, A


DISTÂNCIA FOCAL É POSITIVA.”

“PARA AS LENTES DIVERGENTES, A


DISTÂNCIA FOCAL É NEGATIVA.” F’ tem natureza virtual nas lentes divergentes.

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(B) Todo raio de luz paraxial que incide na lente (D) Todo raio de luz paraxial que incide na lente
numa direção que passa pelo foco objeto principal F numa direção que passa por A emerge numa direção
emerge paralelamente ao eixo principal. que passa por A’.

F tem natureza real nas lentes convergentes.

F tem natureza virtual nas lentes divergentes.


(C) Todo raio de luz que incide, passando pelo
centro óptico C, atravessa a lente sem se desviar.

(E) Todo raio de luz paraxial que incide numa


lente paralelamente a um eixo secundário emerge nu-
ma direção que passa pelo respectivo foco secundário.

1. O fato de uma lente ser convergente ou divergente depende 2. Uma lente de vidro (índice de refração absoluto igual a 1,5) é
a) apenas da forma da lente. imersa sucessivamente no ar (índice de refração absoluto igual a
b) apenas do meio onde ela se encontra. 1,0) e num meio X de índice de refração absoluto igual a 2,0.
c) do material de que é feita a lente e da forma da lente. Sabendo que no ar a lente se apresenta divergente, responda:
d) da forma da lente, do material de que é feita a lente e do meio a) Quanto à sua geometria, qual o tipo de lente?
onde ela se encontra. b) Qual o comportamento óptico da lente no meio X?
Resolução Resolução
O comportamento óptico de uma lente (convergente ou a) Uma lente que, imersa em um meio menos refringente do que
divergente) depende de sua forma ou geometria (bordos finos ou ela (nlente > nexterno), se apresenta divergente é de bordos
bordos grossos) e do índice de refração do material da lente em espessos e, portanto, sua nomenclatura termina com a palavra
relação ao meio externo e, portanto, depende do material de que côncava: bicôncava, plano-côncava ou convexo-côncava.
é feita a lente e do meio externo onde ela está imersa. b) Se a lente de bordos espessos é imersa em um meio mais
Resposta: D refringente do que ela (nlente < nX), o comportamento óptico
será de lente convergente. Observe-se, pois, que uma mes-
ma lente, quanto à geometria, pode ter, em meios ópticos
distintos, comportamento óptico oposto.

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3. Na figura abaixo, na qual são fornecidos o eixo principal de uma


lente delgada, um objeto AB e sua
imagem A’B’, fornecida pela lente,
determinar
a) geometricamente o centro óptico da
lente e o seu foco;
b) a natureza da lente (se é convergente
ou divergente).

Resolução

Como o foco imagem principal (F i ) resultou virtual, a lente é do


tipo divergente.
Resposta: D

5. Considere uma lâmpada L, uma tela T e uma lente convergente.

a) Valendo-se da propriedade de que todo raio que passa pelo


centro óptico da lente não sofre desvio, o encontro do raio AA’
com o eixo óptico determina o centro óptico da lente (C).
Como todo raio que incide paralelamente ao eixo óptico
principal refrata-se na direção do foco imagem principal, a
intersecção do raio DA’ com o eixo principal fornece-nos o
foco imagem principal (F’). O foco objeto principal (F) é Sabe-se que, quando a lente está no ponto médio entre a lâmpada
simétrico a (F’), em relação à lente delgada. e a tela, a imagem da lâmpada forma-se nítida sobre a tela.
b) A lente em questão é convergente, pois os focos são reais. a) Quais as características da imagem da lâmpada?
Respostas: a) vide figura b) convergente. b) Qual a distância focal da lente?
Resolução
4. (FUND. CARLOS CHAGAS) – A figura representa um objeto real a) Como objeto e imagem estão dispostos à mesma distância da
o, apoiado sobre o eixo principal xy de uma única lente delgada, lente (p’ = p), concluímos que objeto e imagem estão situados
sendo i a correspondente imagem. nos pontos antiprincipais (A o e A i ), e, portanto, a ima -
gem se rá real (recebida na tela), invertida (objeto e imagem
da mesma natureza) e do mesmo tamanho do objeto (p’ = p).

b) Como os pontos antiprincipais distam 2f da lente, temos:

d = 2f = 30cm ⇒ f = 15cm
A lente é
a) convergente e situada à esquerda de o. Respostas:
b) divergente e situada à esquerda de o. a) real, invertida e do mesmo tamanho que o objeto.
c) convergente e situada entre o e i. b) 15cm
d) divergente e situada à direita de i.
e) convergente e situada à direita de i.
Resolução 6. (MACKENZIE-SP-MODELO ENEM) – Na produção de um bloco
Sendo o objeto real e a imagem direta, ela será de natureza virtual. de vidro flint, de índice de refração absoluto 1,7, ocorreu a
Para localizar a posição da lente, basta lembrarmos que o ponto formação de uma “bolha” de ar (índice de refração absoluto 1,0),
objeto, o respectivo ponto imagem e o centro óptico estão com o formato de uma lente esférica biconvexa. Um feixe
sempre alinhados. luminoso monocromático, paralelo, incide perpendicularmente à
face A do bloco, conforme a figura abaixo, e, após passar pelo
bloco e pela bolha, emerge pela face B.

Para obter a natureza da lente, basta tomarmos um raio paralelo ao


eixo principal, passando por B; o raio refratado deverá passar por B’
e pelo foco imagem principal (Fi ). A posição de Fi define sua natu-
reza (real ou virtual) e permite caracterizar o tipo de lente (conver-
gente ou divergente). A figura que melhor representa o fenômeno é:

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7. (UFLA-MODELO ENEM) – Coloca-se uma pequena lâmpada L no


foco principal de uma lente biconvexa de índice de refração nL
imersa num líquido de índice de refração n1. Esta situação está
esquematizada abaixo.

Mantendo-se a posição da lâmpada em relação à lente e


imergindo-se o conjunto num outro líquido de índice de refração
n2, obteve-se o seguinte percurso para os raios luminosos:

É correto afirmar que:


a) n2 > n1 > nL b) n2 = nL > n1 c) nL > n2 > n1
Resolução d) n2 > nL > n1 e) nL = n1 > n2
Como o índice de refração da lente (1,0) é menor que o do meio Resolução
(1,7), a lente biconvexa terá comportamento divergente. Ao sair Operando imersa no líquido de índice de refração n1, a lente
do bloco de vidro flint, os raios de luz irão passar para o ar (índice apresenta comportamento convergente, logo:
de refração menor), afastando-se da normal. nL > n1

Operando imersa no líquido de índice de refração n2, entretanto,


a lente passa a apresentar comportamento divergente, logo:
n2 > n1

Assim,
n2 > nL > n1

Resposta: D

Sugestão: Para o aluno notar claramente os comportamentos


convergente e divergente da lente, é recomendável inverter em
ambos os casos o sentido de propagação da luz (reversibilidade
Resposta: B luminosa).

8. (U.E. LONDRINA) – O perfil de uma lente delgada, de índice de 9. (FUND. UNIV. DE ITAÚNA) – Um feixe de luz paralelo penetra
refração n, em relação à água, está esquematizado ao lado. R1 e R2 num orifício de uma caixa, saindo por outro orifício da maneira
são os raios de curvatura de cada uma das suas faces. mostrada na figura. No meio da caixa, há um dos 5 elementos óp-
ticos a seguir:
1: Lente Convergente
2: Lente Divergente
3: Lâmina de Faces Paralelas
4: Espelho Convexo
5: Espelho Plano

Se R2 > R1, esta lente, quando mergulhada na água, será:


a) divergente se n > 1. b) divergente se n = 1.
c) convergente se n = 1. d) convergente se n > 1.
e) divergente se n < 1.

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Sabendo-se que o elemento é colocado da maneira mostrada, no a) Espelho plano. b) Espelho côncavo.
meio da caixa, o elemento óptico usado é: c) Espelho convexo. d) Lente convergente.
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 e) Lente divergente.

10. (FUND. CARLOS CHAGAS) – Uma lente, feita de material cujo 14. (UFF) – Raios luminosos paralelos ao eixo principal incidem sobre
índice de refração absoluto é 1,5, é convergente no ar. Quando uma lente plano-convexa de vidro imersa em ar.
mergulhada num líquido transparente, cujo índice de refração Entre as opções a seguir, assinale aquela que melhor representa
absoluto é 1,7, ela o trajeto desses raios ao atravessar a lente.
a) será convergente.
b) será divergente.
c) será convergente somente para a luz monocromática.
d) se comportará como uma lâmina de faces paralelas.
e) não produzirá nenhum efeito sobre os raios luminosos.

11. (CESGRANRIO) – Um estudante deseja queimar uma folha de


papel concentrando, com apenas uma lente, um feixe de luz solar
na superfície da folha.
Para tal, ele dispõe de 4 lentes de vidro, cujos perfis são mostra-
dos a seguir.

15.
(UNAERP) – Uma bolha
Para conseguir seu intento, o estudante poderá usar as lentes: de ar imersa em vidro
a) I ou II somente. b) I ou III somente. apresenta o formato da
c) I ou IV somente. d) II ou III somente. figura. Quando três raios
e) II ou IV somente. de luz, paralelos, a atin-
gem, observa-se que seu
12. (VUNESP) – Um aquário esférico de paredes finais é mantido comportamento óptico é
dentro de outro aquário que contém água. Dois raios de luz de um(a)
atravessam esse sistema da maneira mostrada na figura, que
representa uma secção transversal do conjunto.
a) lente convergente. b) lente divergente.
c) lâmina de faces paralelas. d) espelho plano.
e) espelho convexo.

16. (UERJ-MODELO ENEM) – Um estudante possui uma lente


convergente de 20cm de distância focal e quer queimar uma folha
de papel usando essa lente e a luz do sol.

Pode-se concluir que, nessa montagem, o aquário esférico de-


sempenha a função de
a) espelho côncavo. b) espelho convexo.
c) prisma. d) lente divergente.
e) lente convergente.

13. (VUNESP) – O diagrama mostra um objeto (O), sua imagem (I) e


o trajeto de dois raios luminosos que saem do objeto.
Para conseguir seu intento de modo mais rápido, a folha deve
estar a uma distância da lente igual a:
a) 10cm b) 20cm c) 40cm d) 60cm e) 80cm

17. (UNIP) – Considere os seguintes dispositivos ópticos:


E1: espelho plano
E2: espelho esférico côncavo
E3: espelho esférico convexo
L1: lente esférica convergente
L2: lente esférica divergente
Uma pessoa pretende acender um cigarro utilizando a luz solar e
um dos dispositivos citados.
A pessoa pode usar
Que dispositivo óptico colocado sobre a linha PQ produzirá a ima- a) E1 b) E3 c) L2 ou L1
gem mostrada? d) E2 ou L1 e) E2 ou L2

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18. (UNIRIO) – O esquema abaixo mostra um objeto real e sua ima-


gem, a qual é obtida por meio de uma lente convergente.

Se o objeto fosse colocado no ponto B, em que ponto se formaria


a nova imagem?
a) A b) B c) C d) D e) E

19. (VUNESP) – A figura mostra um objeto AB, uma lente conver-


gente L, sendo utilizada como lupa (lente de aumento), e as po-
sições de seus focos, F e F’.

a) Copie esta figura em seu caderno de respostas. Em seguida,


localize a imagem A’B’ do objeto, fornecida pela lente, Em seguida, sem mover a cabeça ou o livro, vai aproximando a
traçando a trajetória de, pelo menos, dois raios incidentes, lente de seus olhos. A imagem, formada pela lente, passará a ser
provenientes de A. a) sempre direita, cada vez menor.
b) A imagem obtida é real ou virtual? Justifique sua resposta. b) sempre direita, cada vez maior.
c) direita cada vez menor, passando a invertida e cada vez menor.
20. (VUNESP) – A figura mostra um objeto AB, uma lente divergente d) direita cada vez maior, passando a invertida e cada vez menor.
L e as posições de seus focos, F’ e F. e) direita cada vez menor, passando a invertida e cada vez maior.

23. (VUNESP) – Suponha que você tem em mãos duas lentes de


mesmo diâmetro e confeccionadas com o mesmo tipo de vidro,
sendo uma plano-convexa (convergente) e outra plano-côncava
(divergente). Como proceder para verificar, sem auxílio de
instrumentos de medida, se a convergência de uma é igual, em
módulo, à divergência da outra?

24. (UFRN-MODELO ENEM) – Durante uma aula de Biologia, a


a) Copie esta figura em seu caderno de respostas. Em seguida, professora Gioconda resolveu fazer uma experiência para
localize a imagem A’B’ do objeto fornecida pela lente, traçando identificar o mosquito Aedes aegypti com uma lupa. Como não
a trajetória de, pelo menos, dois raios incidentes, provenientes dispunha desse instrumento, ela aproveitou duas lentes que havia
de A. no laboratório de Física da escola.
b) A imagem obtida é real ou virtual? Justifique sua resposta. As figuras a seguir mostram o mosquito visto a olho nu, através
da lente L1 (Fig. 1) e através da lente L2 (Fig. 2).
21. Na figura a seguir, notamos um objeto real e a correspondente
imagem produzida por uma lente esférica delgada.

a) Qual o comportamento óptico da lente? Ela ficou surpresa ao perceber que, em uma das lentes, a imagem
b) Obtenha graficamente o centro óptico, os focos principais do mosquito era reduzida (e não ampliada, conforme ela esperava
(objeto e imagem) e os pontos antiprincipais (objeto e que ocorresse).
imagem). a) Identifique qual o tipo de cada lente. Justifique sua resposta.
b) Especifique cada uma das imagens produzidas pelas lentes L1
22. (FUVEST-SP-MODELO ENEM) – Uma pessoa segura uma lente e L2, respectivamente, segundo as seguintes características:
delgada junto a um livro, mantendo seus olhos aproximadamente real ou virtual, aumentada ou diminuída e direita ou
a 40cm da página, obtendo a imagem indicada na figura. invertida.

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11. Equação de Como A’Fi = p’ – f; CFi = f; CD = AB, temos:


conjugação de Gauss; A’B’ p’– f
aumento linear transversal –––– = ––––– (2)
AB f
Consideremos uma lente convergente de distância
focal f. Um pequeno objeto frontal AB é disposto confor-
Comparando-se (1) e (2), resulta:
me figura. Para o objeto AB, a lente conjuga uma
imagem real A’B’. p’ p’– f
––– = –––––
p f

Assim: p’f = pp’ – pf ⇔

p’f + pf = pp’

Dividindo-se toda a expressão por pp’f ≠ 0, obtém-se:


p’f pf pp’
––––– + ––––– = –––––
pp’f pp’f pp’f

1 1 1
––– + ––– = ––– (Equação de Gauss)
p’ p f

Os triângulos ABC e A’B’C da figura são semelhan- A’B’ p’


tes e, portanto, teremos: Retornando à equação (1) –––– = ––– , temos:
CD p
A’B’ p’
–––– = ––– (1)
AB p i = – A’B’ (como a imagem é invertida, temos i < 0)
o = AB
Os triângulos CDFi e A’B’Fi são semelhantes e, por-
tanto, teremos: –i p’ i p’
Portanto: ––– = ––– ou ––– = – –––
A’B’
o p o p
A’F
–––– = ––––i
CD CFi (Aumento linear transversal)

25. (ITA) – Uma pequena lâmpada é colocada a 1,0m de distância de Da Equação de conjugação de Gauss, vem:
uma parede. Pede-se a distância a partir da parede em que deve 1 1 1
ser colocada uma lente de distância focal 22,0cm para produzir na ––– = ––– + –––
parede uma imagem nítida e ampliada da lâmpada. f p p’
a) 1,40cm b) 26,2cm c) 32,7cm 1 1 1
d) 67,3cm e) 70,0cm –––– = ––––––– + ––
22,0 100 – x x
Resolução

1 100 – x + x
–––– = –––––––––––– ⇒ 100x – x2 = 2200
22,0 x(100 – x)

x2 – 100 x + 2200 = 0
{ x1 = 67,3cm
x2 = 32,7cm

Para optar pela resposta correta, devemos observar que a ima-


gem é ampliada (p’ > p) e, portanto, p’ = x1 = 67,3cm.

Resposta: D

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26. Sejam p e p’ as abscissas gaussianas do objeto e de sua respec- Aplicando-se a Equação de conjugação de Gauss:
tiva imagem em relação a uma lente esférica delgada, nas condi-
1 + ––
1 = ––
1
ções de Gauss. ––
Construa o gráfico de função p + p’ = f(pp’). p p’ f
Resolução
Da Equação de Gauss, temos: 1 + ––
1– = ––
1– ⇒ p = 30cm
––
1 1 1 p + p’ 1 p 15 10
–– + –– = –– ⇒ –––––– = ––
p’ p f pp’ f
Resposta: 1.a possibilidade: fonte a 10cm da lente.
2.a possibilidade: fonte a 30cm da lente.
1
Então: p + p’ = –– (pp’)
f
28. (FEI) – É dada a lente delgada indicada na figura. Para o ponto ob-
jeto A, determinar a posição e natureza da imagem A’.

p + p’ = y
pp’ = x
Fazendo-se , resulta: y = kx
1
–– = k (constante)
f

A função y = kx é linear proporcional e o seu gráfico é uma reta


passando pela origem:

Resolução

27. Uma lente delgada convergente, de distância focal f = 10cm, é


disposta com eixo principal normal a um anteparo situado à
distância d = 30cm. Ao longo do eixo principal, desloca-se uma
fonte puntiforme. Há duas posições da fonte para as quais a luz
emergente da lente ilumina, no anteparo, um círculo do tamanho Da figura, concluímos que:
da lente. Para qualquer uma dessas posições, determinar a Sendo P⬁ um ponto objeto impróprio, o ponto P’ é um foco ima-
distância da fonte à lente. gem secundário e, portanto, a distância focal da lente é f = 40cm.
Resolução Aplicando-se a Equação de conjugação de Gauss, resulta:
A primeira posição da fonte (P) que produz imagem nítida, circular 1 + ––
1 = ––
1
e com as dimensões da lente, ocorre quando a fonte está ––
p p’ f
colocada no foco objeto da lente:
1 1 1
––– + –– = –––
30 p’ 40

1 1 1 3,0 – 4,0
–– = ––– – ––– ⇒ –––––––––
p’ 40 30 120

1 –1,0
––– = –––– ⇒ p’ = –120cm
p’ 120
Portanto: P  F e a distância é 10cm.
A segunda posição da fonte ocorre quando o objeto (P) é colocado Resposta: A imagem é virtual e encontra-se a 120cm da lente, do
numa posição tal que os triângulos OAB e OA’B’ da figura 2 são mesmo lado que o objeto e sobre o eixo óptico principal.
congruentes; assim, teremos uma imagem com as mesmas
dimensões da lente. 29. (FUVEST) – A distância entre um objeto e uma tela é de 80cm. O
objeto é iluminado e, por meio de uma lente delgada posicionada
adequadamente entre o objeto e a tela, uma imagem do objeto,
nítida e ampliada 3 vezes, é obtida sobre a tela. Para que isto seja
possível, a lente deve ser
a) convergente, com distância focal de 15cm, colocada a 20cm
do objeto.
b) convergente, com distância focal de 20cm, colocada a 20cm
do objeto.
c) convergente, com distância focal de 15cm, colocada a 60cm
do objeto.
d) divergente, com distância focal de 15cm, colocada a 60cm do
objeto.
e) divergente, com distância focal de 20cm, colocada a 20cm do
objeto.

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Resolução

Do enunciado, vem:
objeto iluminado ⇒ objeto real; imagem projetada ⇒ imagem real
2) Observando a escala representada na figura, podemos con-
Como objeto e imagem são reais, a imagem deve ser invertida em cluir que a distância d entre a fonte luminosa FL e a lente
relação ao objeto (A < 0). vale 3cm.
b) 1) Da figura, temos p = d = 3cm
Assim: p’ = 6cm
–p’ – p’ 2) Utilizando a Equação de Gauss, vem:
A = ––– ⇒ –3 = ––– ⇒ p’ = 3p
p p 1 1 1
––– = ––– + –––
mas: p + p’ = 80cm f p p’

p = 20cm 1 1 1
p + 3p = 80cm ⇒ ––– = ––– + ––– ⇒ f = 2cm
p’ = 60cm f 3 6

Da Equação dos pontos conjugados de Gauss, temos: Respostas: a) 3cm


b) 2cm
1 1 1
––– = –– + –– 31. (FUVEST-MODELO ENEM) – A figura abaixo mostra, numa
f p p’
mesma escala, o desenho de um objeto retangular e sua imagem,
1 1 1 formada a 50cm de uma lente esférica convergente de distância
––– = ––– + ––– focal f. O objeto e a imagem estão em planos perpendiculares ao
f 20 60 eixo óptico da lente.
Podemos afirmar que o objeto e a imagem
1 3+1
––– = –––––– ⇒ f = 15cm
f 60

Conclusão: A lente é convergente (f > 0) de distância focal 15cm


e o objeto está posicionado a 20cm da lente.
Resposta: A

30. (UNESP-MODELO ENEM) – Na figura, AB é o eixo principal de


uma lente convergente e FL e I são, respectivamente, uma fonte a) estão do mesmo lado da lente e que f = 150cm.
luminosa pontual e sua imagem, produzida pela lente. b) estão em lados opostos da lente e que f = 150cm.
c) estão do mesmo lado da lente e que f = 37,5cm.
d) estão em lados opostos da lente e que f = 37,5cm.
e) podem estar tanto do mesmo lado como em lados opostos da
lente e que f = 37,5cm.
Resolução
O traçado da imagem mencionada é representado na figura
abaixo.

Determine
a) a distância d entre a fonte luminosa e o plano que contém a
lente e
b) a distância focal f da lente.
Resolução
a) 1) Tracemos, inicialmente, um raio de luz que, partindo da
fonte luminosa FL (objeto real), atinge a respectiva imagem
I. No ponto em que o raio de luz intercepta o eixo principal
AB, obtemos o centro óptico O da lente esférica
convergente.

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p’ 1 50
A = – ––– ⇒ – ––– = – ––– ⇒ p = 150cm
p 3 p

Aplicando a Equação de Gauss, calculamos a distância focal da


lente.

1 1 1 1 1 1
––– = ––– + ––– ⇒ ––– = –––– + –––
f p p’ f 150 50

A imagem é invertida e três vezes menor que o objeto. Assim, a 1 1+3 150
––– = –––––– ⇒ f = –––– (cm) ⇒ f = 37,5cm
1 f 150 4
ampliação vale A = – ––– .
3
Resposta: D

32. (CESGRANRIO) – Um objeto real é colocado perpendicularmente 38. (UNICAMP-MODELO ENEM) – Um sistema de lentes produz a
ao eixo principal de uma lente convergente de distância focal f. Se imagem real de um objeto, conforme a figura. Calcule a distância
o objeto está a uma distância 3f da lente, a distância entre o focal e localize a posição de uma lente delgada que produza o
objeto e a imagem conjugada por essa lente é: mesmo efeito.
a) f/2 b) 3f/2 c) 5f/2 d) 7f/2 e) 9f/2

33. (VUNESP) – Sobre o eixo de uma lente convergente, de distância


focal 6,0cm, encontra-se um objeto, afastado 30cm da lente.
Nessas condições, a distância da imagem à lente será:
a) 3,5cm b) 4,5cm c) 5,5cm d) 6,5cm e) 7,5cm

34. (PUCC) – Um objeto real é disposto perpendicularmente ao eixo


principal de uma lente convergente, de distância focal 30cm. A
imagem obtida é direita e duas vezes maior que o objeto. Nessas
condições, a distância entre o objeto e a imagem, em cm, vale:
a) 75 b) 45 c) 30 d) 15 e) 5,0 39. (UNIMONTES-MODELO ENEM) – Sobre um anteparo translú-
cido, à distância p’ = 5,0m de uma lente plano-convexa de dis-
35. (UFF-RJ) – Sobre o eixo óptico de uma lente delgada convergen-
tância focal f = 15cm, utilizada num projetor de diapositivos,
te, e muito afastado dela, é colocado um objeto real e pontual. A
forma-se uma imagem. A figura, no diapositivo, mede 1,5cm de
imagem deste objeto, formada pela lente, situa-se a 6,0cm dela.
altura e encontra-se a uma distância p da lente (veja a figura).
Colocando-se agora este objeto a 18,0cm da lente (ainda sobre o
seu eixo óptico), a nova imagem estará situada a uma distância da
lente aproximadamente igual a:
a) 3,0cm b) 4,5cm c) 9,0cm d) 12,0cm e) 24,0cm

36. (CEFET-PR) – Uma equipe de alunos obtém imagens reais da


chama de uma vela. Coletando os dados sobre a distância x da
vela à lente e a distância y da lente ao anteparo, obtiveram o
diagrama representado a seguir.

Podemos afirmar que a altura da imagem projetada no anteparo é


igual a:
a) 30,5cm b) 48,5cm c) 50,5cm d) 60,5cm

40. (UFES) – Um objeto de altura AB = 10cm é colocado a uma


distância de 20cm de uma lente. Verifica-se a formação de uma
imagem virtual do objeto, com altura A’B’ = 5,0cm.
a) Qual a distância da imagem à lente?
A partir dele, podemos afirmar que a distância focal da lente usa- b) Qual a distância focal e o tipo de lente?
da vale, em m:
a) 5,0 b) 2,5 c) 1,0 d) 0,20 e) 0,10 41. (FUVEST) – Uma lente L é
colocada sob uma lâmpada
37. (FATEC) – Na figura abaixo, estão esquematizados sobre o eixo fluorescente AB cujo com-
dos x um objeto AB, de 12cm de altura, e sua imagem A’B’, de primento é AB = 120cm. A
36cm de altura, conjugada por uma lente cujo centro óptico está imagem é focalizada na
sobre o eixo dos x: superfície de uma mesa a
36cm da lente. A lente si-
tua-se a 180cm da lâmpada
e o seu eixo principal é per-
pendicular à face cilíndrica
da lâmpada e à superfície
Determine plana da mesa. A figura ao
a) a posição da lente; lado ilustra a situação.
b) a sua distância focal.

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Pedem-se: lente e seus dois focos; a imagem e pelo menos dois raios de
a) a distância focal da lente; luz que emergem do objeto, atravessem a lente e formem a
b) o comprimento da imagem da lâmpada e a sua representação imagem no anteparo.
geométrica. Utilize os símbolos A’ e B’ para indicar as extremi- b) Nessa condição, determine a distância focal da lente, sendo
dades da imagem da lâmpada. dadas as posições dos seguintes componentes, medidas na
escala do banco óptico: anteparo, na abscissa 15cm; suporte
42. (ITA) – Um objeto tem altura ho = 20cm e está situado a uma da lente, na abscissa 35cm; fonte, na abscissa 95cm.
distância do = 30cm de uma lente. Esse objeto produz uma
imagem virtual de altura hi = 4,0cm. 44. (UFF-RJ) – Uma lente convergente de distância focal f = 4,0cm
A distância da imagem à lente, a distância focal e o tipo da lente fornece uma imagem real de um objeto, colocado sobre seu eixo
são, respectivamente: óptico, com aumento linear igual a –1,0. Deslocando-se a lente de
a) 6,0cm; 7,5cm; convergente. 2,0cm, aproximando-a do objeto, forma-se nova imagem, que
b) 1,7cm; 30cm; divergente. dista x cm da imagem anterior.
c) 6,0cm; –7,5cm; divergente. Determine
d) 6,0cm; 5,0cm; divergente. a) a distância x;
e) 1,7cm; –5,0cm; convergente. b) o novo aumento linear.

43. (UNIFES) – A figura representa um banco óptico didático: coloca-se 45. (UNITAU) – Uma lente de distância focal f projeta sobre um an-
uma lente no suporte e varia-se a sua posição até que se forme no teparo a imagem de um objeto real ampliada ␭ vezes. A distância
anteparo uma imagem nítida da fonte (em geral, uma seta luminosa da lente ao anteparo é:
vertical). As abscissas do anteparo, da lente e do objeto são a) f(␭ + 1) b) f ␭ c) ␭ d) ␭ (f – 1) e) ␭ ( ␭ + f)
medidas na escala, que tem uma origem única.
46. (FEI-SP) – Um palito de fósforo de 4,0cm de comprimento é
colocado sobre o eixo principal de uma lente convergente de dis-
tância focal f = 20cm, com a cabeça a 10cm do foco objeto
principal, conforme a figura.

Nessas condições, a imagem do palito tem comprimento de


a) Represente graficamente no caderno de respostas (sem aproximadamente:
valores numéricos) a situação correspondente ao esquema da a) 2,0cm b) 4,0cm c) 8,0cm
figura, em que apareçam: o objeto (seta luminosa da fonte); a d) 9,2cm e) 11cm

Observação da imagem de uma vela através de lente, respectivamente, diver- A lente L2 é mais convergente que a lente L1, pois,
gente e convergente. tendo menor distância focal, converge mais repentina-
mente os raios de luz.
12.Vergência de uma lente Para medir o poder de uma lente em convergir ou
É intuitivo que quanto menor é a distância focal de divergir raios de luz, define-se uma nova grandeza, que
uma lente mais repentinamente ela converge ou diverge será denominada VERGÊNCIA ou CONVERGÊNCIA
raios de luz paralelos, isto é, “quanto menor sua distân- da lente.
cia focal, maior é seu poder de convergir ou divergir Define-se vergência V de uma lente como o inver-
raios de luz”. so de sua distância focal.

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1 14. Focos
V = ––– secundários – planos focais
f
Todo o estudo de focos, feito para o eixo principal,
pode ser repetido para um eixo secundário, por isso
existem focos secundários.
Para cada direção de um pincel cilíndrico incidente
Sendo a distância focal f um comprimento, a ou emergente, existe associado um foco imagem ou
vergência tem dimensão de inverso de comprimento. objeto correspondente.
Sua unidade de medida é o (cm)–1 ou o m–1. Nas condições de Gauss, todos os focos objetos en-
Esta última unidade m–1 (inverso do metro) é a usual contram-se em um plano perpendicular ao eixo principal
na prática, recebendo a denominação de DIOPTRIA, e passando pelo foco objeto principal, denominado PLA-
sendo representada por di. NO FOCAL OBJETO; e todos os focos imagens encon-
Nota: tram-se em um plano perpendicular ao eixo principal,
Quando a vergência de um sistema óptico é nula (por passando pelo foco imagem principal, denominado
exemplo, uma lâmina de faces paralelas), o sistema é dito PLANO FOCAL IMAGEM.
afocal (sem focos).

13. Foco objeto principal


Quando os raios emergem da lente, paralelos ao eixo
principal, definindo um ponto imagem impróprio, o
ponto objeto está em uma posição privilegiada no eixo
principal, denominada FOCO OBJETO PRINCIPAL.

Nota:
Tomando a Equação de Gauss, façamos: Para obtermos os focos secundários correspondentes
p = fo (distância focal objeto) e p’ → ⬁ →
a uma dada direção ( r ) do pincel cilíndrico, basta traçar
o eixo secundário paralelo à direção do pincel e obter
1 1 1 1 1 suas intersecções com os planos focais.
teremos: ––– + ––– = ––– ⇒ ––– = –––
p’ p f f0 f

portanto: fo = f

isto é: “A DISTÂNCIA FOCAL OBJETO É IGUAL


À DISTÂNCIA FOCAL IMAGEM.”

e portanto: “OS FOCOS OBJETO E IMAGEM


PRINCIPAIS SÃO SIMÉTRICOS COM →
F’o C F’i = eixo secundário paralelo à ( r )
RELAÇÃO AO CENTRO ÓPTICO DA F’o = foco objeto secundário
LENTE.” F’i = foco imagem secundário

15. Cálculo da distância focal


A distância focal de uma lente depende
a) do material de que a lente é feita, representado
por seu índice de refração absoluto (n2);
b) do meio externo que envolve a lente, represen-
tado por seu índice de refração absoluto (n1);
Nas lentes convergentes, f > 0 e ambos os focos são reais. c) da geometria da lente, representada pelos raios
Nas lentes divergentes, f < 0 e ambos os focos são virtuais. de curvatura, R1 e R2.

135
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O valor da distância focal (f) é calculado pela Equa- Para localizar tais pontos, usamos a definição:
ção de Halley ou dos “fabricantes de lentes”:
i p’
––– = ––– = –1 ⇒ p’ = p
  
1 n2 1 1 o p
––– = ––– –1 ––– + –––
f n1 R1 R2
A equação p’ = p nos mostra que os pontos antiprin-
Nota
cipais são equidistantes da lente, isto é, simétricos em
n2 relação ao centro óptico (C).
––– = n2,1 é o índice de refração da lente em relação
n1
Fazendo p’ = p na Equação de conjugação de Gauss,
ao meio externo. temos:
Para os sinais de R1 e R2, a convenção adotada é a
seguinte, para um observador externo à lente: 1 1 1 2 1
––– + ––– = ––– ⇒ ––– = ––– ⇒ p = 2f
I. Face convexa: raio de curvatura positivo p p’ f p f
(R = R )
II. Face côncava: raio de curvatura negativo Podemos, então, enunciar:
(R = – R )
(I) OS PONTOS ANTIPRINCIPAIS SÃO SIMÉ-
 
1 1 TRICOS EM RELAÇÃO AO CENTRO ÓPTI-
Notemos que o fator ––– + ––– traduz a geometria
R1 R2 CO E SITUADOS A UMA DISTÂNCIA DA
da lente, sendo positivo para as lentes de bordos finos LENTE IGUAL AO DOBRO DA DISTÂNCIA
(terminadas pela palavra convexa) e negativo para as len- FOCAL.
tes de bordos espessos (terminadas pela palavra cônca-
va). (II) QUANDO UM OBJETO FRONTAL LINEAR
A equação dos fabricantes de lentes evidencia o É COLOCADO NO PONTO ANTIPRINCI-
comportamento óptico das lentes já estudado e esque- PAL OBJETO, SUA IMAGEM RESULTA NO
matizado a seguir: PONTO ANTIPRINCIPAL IMAGEM, É DO
MESMO TAMANHO QUE O OBJETO E IN-
I. Lentes de bordos finos: VERTIDA.
n2,1 > 1 ⇒ f > 0 (lente

1 1

––– + ––– > 0
R1 R2 convergente)
n2,1 < 1 ⇒ f < 0 (lente
divergente)
(III) NAS LENTES CONVERGENTES, OS PON-
TOS ANTIPRINCIPAIS SÃO AMBOS REAIS
E, NAS LENTES DIVERGENTES, SÃO AM-
BOS VIRTUAIS.
II. Lentes de bordos espessos:
(IV) TODO RAIO INCIDENTE, NAS CONDI-
n2,1 > 1 ⇒ f < 0 (lente


ÇÕES DE GAUSS, PASSANDO PELO PON-
 ––– + –––  < 0
1 1 divergente) TO ANTIPRINCIPAL OBJETO (Ao), ORIGI-
R1 R2 n2,1 < 1 ⇒ f > 0 (lente NA UM RAIO REFRATADO PASSANDO PE-
convergente) LO PONTO ANTIPRINCIPAL IMAGEM (Ai).

Cumpre ressaltar, ainda, que, quando uma das faces


é plana, o raio de curvatura tende ao infinito (R → ⬁) e,
1
portanto, o termo ––– tende a zero.
R

16. Pontos antiprincipais


Denominam-se pontos antiprincipais de uma lente Ao = ponto antiprincipal objeto real
dois pontos conjugados (um ponto objeto e o corres- Ai = ponto antiprincipal imagem real
pondente ponto imagem), pertencentes ao eixo
principal, para os quais o aumento linear transversal AiBi = AoBo
vale – 1.
136
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Ao = ponto antiprincipal objeto virtual


Ai = ponto antiprincipal imagem virtual

AiBi = AoBo

47. (UFSE) – A medida da vergência ou convergência de uma lente é Logo: p = 5,0cm ⇒ p’ = 2,0cm
dada em dioptrias, a qual, na linguagem popular, é conhecida
como ”grau”. A dioptria é definida como o inverso da distância Pela equação de conjugação, temos:
focal, medida em metros. Logo, a vergência de uma lente 1 1 1 1 1
––– + ––– = ––– = V ⇒ V = –––––––– + ––––––––
convergente de 25cm de distância focal, em dioptrias, é: p p’ f 0,050m 0,020m
a) 0,040 b) 0,25 c) 0,4 0 d) 2,5 e) 4,0
Resolução
Da definição de vergência, temos: V = 20 di + 50 di ⇒ V = 70 di
1
V = ––– Resposta: 70 di
f

Para que a unidade de vergência seja a dioptria, a distância focal 50. Sabe-se que uma lente bicôncava, simétrica (raios de curvatura
deve ser medida em metros, assim: iguais), tem distância focal igual a 10cm, em módulo, quando
1 imersa no ar. Sendo 1,5 o índice de refração absoluto do vidro de
V = –––––––– (di) que é feita a lente, pedem-se:
25 . 10–2
a) o valor dos raios de curvatura;
100 b) o valor da distância focal, se a lente foi imersa num líquido de
V = –––– (di) índice de refração absoluto 1,8.
25
Resolução
a) Tomemos a equação dos fabricantes de lentes:
V = 4,0 di

 ––– R 
1 1 1
––– = (n2,1 – 1) + –––
Resposta: E f R 1 2

48. Qual a vergência, em dioptrias, de uma lente divergente de Temos que: R1 = R2 = R; f = –10cm (lente divergente);
200cm de distância focal?
Resolução n2,1 = 1,5
Sendo a lente divergente, temos f < 0 e, portanto,
 –––R + –––R 
1 1 1
f = –200cm = – 2,00m – –––––– = (1,5 – 1)
10cm
Como a vergência é o inverso da distância focal, temos:
1 1 1 2
V = ––– = – –––––– ⇒ V = – 0,500m–1 = – 0,500 di – –––––– = 0,5 . ––– ⇒ R = –10cm
f 2,00m 10cm R

O sinal (–) no valor de R apenas confirma a convenção de sinais


Resposta: – 5,00 . 10–1 di
adotada: face côncava tem raio de curvatura negativo.
49. (MED-SANTOS) – A distância entre um objeto e sua imagem real b) Retomando a equação dos fabricantes de lentes:
dada por uma lente é 7,0cm. Sendo 0,40 o aumento linear,

 –––   ––– R 
calcular a vergência dessa lente. 1 n2 1 1
––– = –1 + –––
Resolução f n 1 R 1 2
Admitindo-se que o objeto seja real, como a imagem é real,

 –––   – –––––– 10cm 


conclui-se que a lente é convergente. Assim sendo, a imagem e 1 1,5 1 1
––– = –1 – ––––––
o objeto estão em lados opostos em relação à lente e a imagem f 1,8 10cm
é invertida.
Assim:
 ––––––––   – ––––––
10cm 
1 1,5 – 1,8 2
––– =
f 1,8
p + p’ = 7,0cm (1)

 – ––––––
5cm 
p 1 –0,3 1
A = – ––’ = –0,40 ⇒ ––– = ––––– . ⇒ f = 30cm
p f 1,8

⇒ p’ = 0,40 p (2)
Observe que, como f > 0, a lente passou a ter comportamento
convergente.
Substituindo: (2) em (1):
Respostas: a) 10cm
p + 0,40 p = 7,0 ⇒ 1,4 p = 7,0
b) 30cm

137
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51. (ITA) – Uma vela encontra-se a uma distância de 30cm de uma


–––– – 1
1,5 1
lente plano-convexa que projeta uma imagem nítida de sua chama V= ––––––––– (di) ⇒ V = 200di
em uma parede a 1,2m de distância da lente. Qual é o raio de 1,0 2,5 . 10–3
curvatura da parte curva da lente se o índice de refração dela, em
relação ao meio externo, é 1,5?
a) 60cm b) 30cm c) 24cm d) 12cm e) 10cm Resposta: E
Resolução
Do enunciado, temos:
53. (UFC-MODELO ENEM) – Uma lente esférica delgada, constituída
p = 30cm de um material de índice de refração n, está imersa no ar
(nar = 1,00). A lente tem distância focal f e suas superfícies
p’ = + 1,2m = +120cm (a imagem projetada é de natureza real). esféricas têm raios de curvatura R1 e R2. Esses parâmetros
obedecem a uma relação, conhecida como “equação dos
Assim: fabricantes”, expressa por
1 = –––
1 + –––
1
–––

 –––– 
f p p’ 1 1 1
––– = (n – 1) + –––– .
1 = –––
1 + ––––
1 (cm)–1 f R R2
––– 1
f 30 120

1 = –––––
4 + 1 (cm)–1 ⇒
––– f = 24cm
f 120

Podemos, agora, determinar o raio da face curva R1 por meio da


Equação de Halley.

1 = (n – 1) .
–––
f
2,1  –––
R
1 +
1
1
–––
R2 
em que R2 → ⬁ (face plana) e 1/R2 → 0

Suponha uma lente biconvexa de raios de curvatura iguais (R1 = R2 = R),


 –––R + 0 (cm)
1 = (1,5 – 1) . 1 –1
–––
24 distância focal f0 e índice de refração n = 1,8 (figura I). Essa lente é
1
partida ao meio, dando origem a duas lentes plano-convexas iguais
portanto: (figura II). A distância focal de cada uma das novas lentes é
1 4
1 = ––––
0,5 (cm)–1
––– ⇒ R1 = 12cm a) ––– f0 b) ––– f0 c) f0
24 R1 2 5

Resposta: D 9
d) ––– f0 e) 2f0
5
52. (UFSCar-MODELO ENEM) – Um livro de ciências ensina a fazer
um microscópio simples com uma lente de glicerina. Para isso,
Resolução
com um furador de papel, faz-se um furo circular num pedaço de

 –––R1 
folha fina de plástico que, em seguida, é apoiada sobre uma 1 1 1 1,6
lâmina de vidro. Depois, pingam-se uma ou mais gotas de Figura I: ––– = (1,8 – 1) + ––– ⇒ ––– = –––
f0 R f0 R
glicerina, que preenchem a cavidade formada pelo furo, que se
torna a base de uma lente líquida praticamente semiesférica.
Sabendo que o índice de refração absoluto da glicerina é 1,5 e que
o diâmetro do furo é 5,0 mm, pode-se afirmar que a vergência R
Assim: f0 = ––––– a
dessa lente é de, aproximadamente, 1,6
a) +10 di. b) –20 di. c) +50 di.
d) –150 di. e) +200 di.

 –––R 
Resolução 1 1 1 1 0,8
Figura II: ––– = (1,8 – 1) + ––– ⇒ ––– = –––
f ⬁ f R
123
tende a zero
R
Assim: f = –––––– b
0,8
A gota forma sobre o furo uma lente plano-convexa com raio de
curvatura R = 2,5 . 10–3m. Da Equação de Halley para lentes esfé-
ricas delgadas, temos: Comparando-se a e b: f = 2f0

V= –––nn’ – 1 –––R1  Resposta: E

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54. (PUC-RJ-MODELO ENEM) b) o raio de curvatura é sempre igual à metade do recíproco de


sua vergência.
c) ela é sempre convergente, qualquer que seja o meio envol-
vente.
d) ela só é convergente se o índice de refração do meio
envolvente for maior que o do material da lente.
e) ela só é convergente se o índice de refração do material da
lente for maior que o do meio envolvente.
Nas figuras acima, o objeto O é colocado a uma mesma distância
de duas lentes convergentes, L1 e L2. Um raio luminoso incide 60. (VUNESP-UFTM) – Uma lente delgada convexo-côncava,
paralelamente sobre o eixo principal das lentes. Sabendo-se de vidro flint, com índice de refração n = 1,6, encontra-se
que b > a, a respeito das vergências V1 e V2, das lentes L1 e L2, res- imersa no ar. Se o raio de sua superfície côncava é igual
pectivamente, pode-se afirmar que: a 20,0cm e sua vergência é C = – 1,8di, o raio de cur-
a) V2 > V1 b) V2 = V1 c) V2 < V1 vatura da superfície convexa tem valor, em cm, igual a
d) V2 = 2V1 e) V2 = V1/2 a) –30,0 b) –20,0 c) –10,0
d) +20,0 e) +50,0
55. (UEL-PR) – Uma lente tem distância focal de 40cm. A vergência
(convergência) dessa lente, em dioptrias (m–1), é de: 61. (AMAN) – Uma lente delgada, convergente, biconvexa, de índice
a) 0,40 b) 2,5 c) 4,0 d) 25 e) 40 de refração 1,5 em relação ao meio que a envolve, tem
superfícies esféricas de raios 4,0cm e 6,0cm. A distância focal da
56. (FEI) – De um objeto real, uma lente delgada fornece imagem lente vale:
real, invertida e de mesmo tamanho. Sabendo-se que a distância a) 2,4cm b) 3,6cm c) 4,8cm d) 7,2cm e) 10,0cm
entre objeto e imagem é d = 4,0m, a vergência da lente é, em
dioptrias: 62. (UFTM-MODELO ENEM) – Duas lentes esfé-
a) +1,0 b) –1,0 c) +0,25 d) +2,0 e) –2,0 ricas, uma plano-convexa e outra plano-côn-
cava, são justapostas e insertas no vácuo
57. (FEI) – Uma lente convergente possui vergência V = 25 di. Um (índice de refração igual a 1). Os raios de cur-
objeto é colocado a 5,0cm da lente. O aumento linear transversal vatura de ambas as lentes têm o mesmo valor
da lente é, em valor absoluto: R, entretanto, seus índices de refração n1 e n2
a) 1/4 b) 1/2 c) 1,0 d) 2,0 e) 4,0 diferem.
A vergência do conjunto, resultado da adição
58. (PUC-RJ) – Para se determinar a vergência de uma lente delgada das vergências individuais de ambas as lentes,
convergente: em di, pode ser determinada por
I. Varia-se a distância do objeto à lente, até obter sobre um n2 – n1
n1 + n2 n1
anteparo uma imagem do mesmo tamanho que o objeto. a) C = ––––––– b) C = ––– R c) C = –––––––
II. O objeto estava localizado perpendicularmente ao eixo 2R n2 R
principal da lente. n1 – n2
n1 + n2
III. A distância entre o objeto e a sua imagem foi determinada e o d) C = ––––––– e) C = –––––––
seu valor foi de 80cm. R R
Com as informações obtidas, pede-se
a) obter graficamente a imagem formada pela lente. 63. (U.F.-OURO PRETO) – Uma lente esférica de vidro, delgada,
b) determinar a vergência da lente. convexo-côncava, tem o raio da superfície côncava igual a 5,0cm
e o da convexa igual a 20cm. Sendo o índice de refração do vidro,
59. (MACKENZIE) – Considerando uma lente biconvexa cujas faces em relação ao ar, n = 1,5, para uma dada luz monocromática, a
possuem o mesmo raio de curvatura, podemos afirmar que convergência dessa lente é igual a:
a) o raio de curvatura das faces é sempre igual ao dobro da a) – 15 di b) – 7,5 di c) – 0,075 di
distância focal. d) 7,5 di e) 15 di

17. Associação de lentes delgadas


Seja uma associação de n lentes delgadas justa-
postas, de distâncias focais f1, f2, ... , fn.

Demonstremos, para o caso de duas lentes, o


Dois prismas e uma
teorema das vergências: lâmina de faces pa-
ralelas associados
PARA UMA ASSOCIAÇÃO DE LENTES DEL- simulando o
GADAS JUSTAPOSTAS, A VERGÊNCIA DA comportamento de
uma lente.
ASSOCIAÇÃO É IGUAL À SOMA ALGÉBRI-
CA DAS VERGÊNCIAS DAS LENTES ASSO- Por razões didáticas, não representaremos, na figura,
CIADAS. as lentes justapostas.

139
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Da definição de vergência, resulta:


V = V 1 + V2

Para n lentes, escrevemos, genericamente:


V = V1 + V2 + ... + Vn

Obs.: Se as lentes associadas não forem justapostas, mas


Para a lente L1, o ponto objeto real é P, com abscissa
sim, estiverem a uma distância d e com o eixo
gaussiana p e o respectivo ponto imagem real é P1, com
principal coincidente, pode-se demonstrar que:
abscissa gaussiana p1 + d, em que d → 0, pois as lentes
são justapostas. V = V 1 + V2 – V 1 . V 2 . d

Logo, aplicando a Equação de Gauss, temos:


• Associação de lentes
1 1 1
––– + ––– = ––– (1)
p1 p f1
Para a lente L2, o ponto objeto virtual é P1, com abs-
cissa gaussiana (–p1) e o respectivo ponto imagem real é Lente convergente
P’, com abscissa gaussiana p’. Vergência: V1
1
V1 = –––
f1
Aplicando-se, novamente, a Equação de Gauss, resulta:
1 1 1
––– + –––– = ––– (2)
p’ (–p1) f2

Somando-se (1) e (2), obtém-se: Lente divergente


1 1 1 1 Vergência: V2
––– + ––– = ––– + ––– (3) 1
p’ p f1 f2 V2 = –––
f2
Para a lente única equivalente à associação, o ponto
objeto real é P, com abscissa gaussiana (p) e o respectivo
ponto imagem real é P’, com abscissa gaussiana (p’).

Aplicando, para a lente equivalente, a Equação de


Gauss, temos:
1 1 1
––– + ––– = ––– (4)
p’ p f
Lente equivalente
em que f é a distância focal da lente equivalente. Vergência: V, em que V = V1 + V2
1 1 1
––– = ––– + –––
f f1 f2

Comparando-se (3) e (4), vem:


Associação de três len-
1 1 1 tes esféricas provocan-
––– + ––– = ––– do um desvio no feixe
f f1 f2 cilíndrico.

140
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Ajustam-se as posições das duas placas, em relação à


lente fixa, até que a imagem da semicircunferência
iluminada se sobreponha exatamente à semicircunferência
desenhada na segunda placa.
Quando isto ocorrer, a imagem estará sendo invertida e
18. Método do pincel cilíndrico do mesmo tamanho que o objeto, isto é, objeto e imagem es-
tarão localizados nos pontos antiprincipais e a distância en-
Faz-se incidir sobre a lente um pincel cilíndrico de luz tre eles será igual ao quádruplo da distância focal da lente.
(raios paralelos), na direção do eixo principal da lente.
Tal pincel pode ser constituído, por exemplo, por
raios solares.
Procura-se ajustar a posição da lente, de modo a se
focalizar, da maneira mais nítida possível, o centro do
pincel de luz emergente.
Esse centro será o foco imagem principal da lente e
sua distância até a lente é a distância focal (f).

21. Método da autocolimação


Em um banco óptico, montamos a lente cuja distân-
cia focal se quer obter e um espelho plano normal ao ei-
xo da lente.
Um pequeno objeto luminoso é deslocado ao longo
do eixo da lente, até que sua imagem conjugada pelo sis-
tema óptico, constituído pela lente e pelo espelho, sobre-
19. Método de Gauss ponha-se ao objeto. Quando ocorrer tal sobreposição, o
objeto estará situado no foco objeto principal da lente e
Em um trilho graduado, monta-se a lente cuja distân- sua distância até a lente é a distância focal desejada.
cia focal se deseja obter, um anteparo que vai cap tar
a imagem e um pequeno objeto luminoso. Mantendo-se
fixa a posição da lente (ou do anteparo), desloca-se o
objeto e o anteparo (ou a lente) para um posicionamento
adequado, em que a imagem do objeto é captada nitida-
mente no anteparo.
Medem-se as distâncias p e p’ da lente ao objeto e ao
anteparo e aplica-se a Equação de conjugação de Gauss:
1 1 1
––– = ––– + –––
f p p’ Observe que a distância espelho-lente não interfere
na sobreposição de P e P’ e deve ser, durante a experiên-
cia, variada para excluir a possibilidade de a coincidência
entre P e P’ ser causada pelo posicionamento particular
que se segue.

20. Método de Silberman


Mantendo-se a lente fixa num banco óptico, desloca-se
ao longo do trilho graduado o objeto, constituído por placa
de vidro fosco, na qual está desenhada uma semicircun- Se a coincidência entre P e P’ for motivada pelo po-
ferência bastante iluminada, e uma segunda placa, na qual sicionamento anterior, a variação de posição do espelho
está desenhada a parte restante da circunferência objeto. fará com que a sobreposição de P e P’ deixe de existir.

141
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22. Método de Bessel 2(d + D) + 2(d – D) 1 d2 – D2


––––––––––––––––– = ––– ⇒ f = ––––––
Dispomos, em um banco óptico, de um objeto AB e 2
d +D 2 f 4d
um anteparo que serão mantidos em posições fixas e a
uma distância adequada. Nota Importante:
Verifica-se a ocorrência de duas posições distintas da Para a realização prática do método de Bessel, a dis-
lente para as quais a imagem do objeto fixo AB resulta tância d deve ser adequada para que existam as duas
nítida no anteparo. posições distintas da lente, com imagem nítida no
Seja D a distância entre essas duas posições da lente anteparo.
e d a distância do objeto ao anteparo. Sendo p + p’ = d, vem: p’ = d – p.
Usando-se a Equação de Gauss:
1 1 1 1 1 1
––– + ––– = ––– ⇒ ––––– + ––– = –––
p’ p f d–p p f

p+d–p 1
–––––––– = –– ⇒ df = pd – p2
p(d – p) f
2
p – pd + df = 0
Para que a equação acima tenha duas soluções reais
distintas, o seu discriminante deve ser positivo:
⌬ = d2 – 4df > 0 ⇒ d > 4f
Portanto, a distância fixa entre objeto e anteparo de-
ve ser maior do que o quádruplo da distância focal (f) que
deve ser estimada, ainda que de modo grosseiro, por ou-
Para a lente na posição (1), teremos: tro método qualquer, antes da montagem no banco óptico.
1 1 1
p = p1; p’ = d – p1 e ––– + ––––– = ––– (1)
p1 d – p1 f 23. Método dos oculistas
Para a lente na posição (2), teremos: Justapõem-se à lente dada lentes de vergência conhe-
cida, até que o sistema das duas lentes justapostas tenha
1 1 1
p = p2; p’ = d – p2 e ––– + ––––– = ––– (2) vergência nula (sistema afocal). Quando tal ocorrer, as
p2 d – p2 f
lentes terão vergências iguais em módulo e de sinal
contrário. O inverso da vergência será a distância focal
Como as equações (1) e (2) são simétricas em rela-
 
1
ção a p 1 e p 2 , para uma solução única de f, devemos f = ––– .
V
ter: p2 = d – p1.
Para verificar a nulidade da vergência, basta obser-
Portanto: p2 + p1 = d (1) var um objeto plano fixo, deslocando-se o sistema das
duas lentes justapostas, paralelamente ao objeto; a ver-
p 2 – p1 = D (2) (ver figura)
gência será nula, quando a imagem permanecer fixa, pois
d+D o sistema se comportará como uma simples lâmina de
Fazendo-se (1) + (2), obtém-se p2 = ––––– faces paralelas.
2

d–D 24. Lentes divergentes


Fazendo-se (1) – (2), resulta: p1 = –––––
2 Para as lentes divergentes, podemos utilizar o méto-
do dos oculistas ou então justapormos, à lente divergente
Na equação (1), temos: L, uma outra conhecida L’, convergente, de tal forma que
o sistema resulte convergente.
1 1 1
–––––– + –––––– = ––– Por um dos processos mencionados, determina-se a
d–D d+D f
––––– ––––– distância focal do sistema (L + L’) e, lembrando o teore-
2 2

 
1 1 1
2 2 1 ma da vergência ––– = ––– + ––– , obtém-se a distân-
–––––– + –––––– = ––– feq f f’
d–D d+D f
cia focal f da lente incógnita.
142
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25. Foco para as diversas Do exposto, segue-se que a distância focal é máxima
luzes monocromáticas para a luz vermelha e mínima para a luz violeta.

A equação dos fabricantes de lentes (fórmula de


Halley):
1
f
1
R1 ( 1
––– = (n21 – 1) ––– + –––
R2 )
revela-nos que a distância focal f depende do índice de
refração relativo n21. Quanto maior o valor de n21, menor
será a distância focal f.
Por outro lado, o índice de refração relativo n21 de- Quando a luz branca incide na lente paralelamente
pende da particular luz monocromática usada, sendo uma ao eixo principal, os raios emergentes, para cada luz
função sempre crescente da frequência da luz. monocromática, deverão passar pelo correspondente
Para as radiações visíveis, n21 é máximo para a luz foco, resultando na separação das diversas cores, o que se
violeta (frequência máxima) e mínimo para a luz ver- convencionou chamar de uma “aberração cromática”.
melha (frequência mínima). A fim de evitar esta aberração cromática, justapõe-se
uma lente convergente a uma divergente, de sorte a haver
uma compensação com a coincidência aproximada dos
focos de luz vermelha e violeta, para o conjunto.

Na borda da lupa,
observa-se o fenômeno
da aberração cromática. Cada raio de luz monocromática converge para seu foco correspondente.

64. Justapõem-se duas lentes delgadas cujas distâncias focais são 1 1 1


+10cm e –20cm, respectivamente. Qual a distância focal equi- ––– = ––– – –––
f2 2F F
valente?
Resolução
1 1–2
A vergência equivalente (Veq) da associação pode ser determina- ––– = –––––––
da pelo teorema das vergências, assim: f2 2F
Veq = V1 + V2
f2 = – 2F
1 1 1 1 1 1
––– = ––– + ––– ⇒ ––– = ––– – ––– (cm)–1
feq f1 f2 feq 10 20 Resposta: A segunda lente é divergente e de distância focal
de módulo 2F.
1 2–1
––– = ––––––– (cm)–1 ⇒ feq = 20cm
feq 20
66. (UNIP) – No esquema da figura, a lente L1 tem vergência de 10
Resposta: 20cm dioptrias e a lente L2 tem vergência de 20 dioptrias.

65. (FUND. CARLOS CHAGAS) – Uma associação de lentes delga-


das superpostas é formada por duas lentes. Uma delas é con-
vergente de distância focal igual a F. A distância focal da associa-
ção é 2F. Qual o tipo e a distância focal (x) da segunda lente?
Resolução
A distância focal equivalente (feq) da associação é dada por:
1 1 1 1 1 1
––– = ––– + ––– ⇒ ––– = ––– + ––– Representamos o trajeto de dois raios luminosos (1) e (2) através
feq f1 f2 2F F f2
do sistema óptico constituído pelas lentes L1 e L2.

143
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Ao incidirem em L1 e ao emergirem de L2, os raios (1) e (2) são


1 1 1
paralelos ao eixo principal das lentes. ––– = ––– + –––
A distância d entre L1 e L2 vale: f2 p2 p’2
a) 5,0cm b) 10cm c) 15cm d) 20cm e) 25cm
Resolução 1 1 1 1 1 1
––– = ––– + ––– (cm)–1 ⇒ ––– = ––– – ––– (cm)–1
30 50 p’2 p’2 30 50

1 5–3
––– = ––––– (cm)–1 ⇒ p2’ = 75cm
p’2 150

Resposta: A imagem final irá formar-se a 75cm da lente 2.

68. (CESGRANRIO) – Para determinar experimentalmente a distância


focal de uma lente convergente, você dispõe de um banco óptico,
Cálculo de f1 e f2: da lente, de um espelho plano e de uma fonte pontual. Na monta-
gem esquematizada a seguir, na qual são também indicadas as dis-
1 1 tâncias entre os vários elementos, você observa que a imagem da
f1 = ––– ⇒ f1 = ––– (m) ⇒ f1 = 10cm
V1 10 fonte se forma ao lado desta sobre o anteparo que contém a fonte.

1 1
f2 = ––– ⇒ f1 = ––– (m) ⇒ f2 = 5,0cm
V2 20

Da figura, a distância d é:

d = f1 + f2 ⇒ d = 10 + 5,0 (cm) ⇒ d = 15cm

Resposta: C

67. Um objeto luminoso é colocado a 60cm de uma lente conver- A distância focal da lente pode ser:
gente, de 20cm de distância focal. Uma segunda lente a) 15cm b) 30cm c) 45cm
convergente, de 30cm de distância focal, é colocada a 80cm da d) 60cm e) 75cm
primeira lente, tendo seus eixos principais coincidentes. A que Resolução
distância, da segunda lente, fica a imagem final formada pelo Trata-se do método de autocolimação para a determinação da
sistema? distância focal de uma lente convergente.
A imagem se superpõe ao objeto, que deve estar colocado no
foco objeto principal da lente e, portanto: p = f = 15cm.
Resposta: A

69. (VUNESP) – Duas lentes delgadas, uma convergente e outra


divergente, com distâncias focais respectivamente iguais a 1,0m
e –2,0m, encontram-se justapostas. Um objeto é colocado a 3,0m
das lentes. A distância entre a imagem e o sistema de lentes
(considerado de espessura desprezível) vale:
a) 0,54m b) 0,65m c) 0,76m d) 1,2m e) 6,0m
Resolução

Utilizando o teorema das vergências, vem:


Determinemos, inicialmente, a posição onde se forma a imagem
Veq = V1 + V2
produzida pela lente 1.
Do enunciado, temos: 1 1 1
–––– = ––– + –––
p1 = 60cm , f1 = 20cm , assim: feq f1 f2
1 1 1
––– = ––– + ––– (cm)–1 1 1 1
f1 p1 p’1 –––– = ––– – ––––
feq 1,0 2,0
1 1 1
––– = ––– + –––
20 60 p’1
feq = 2,0m
1 1 1 1 3–1
––– = ––– + ––– (cm)–1 ⇒ ––– = ––––– (cm)–1
p’1 20 60 p’ 60 Pela Equação de Gauss, temos:
1 1 1
p1’ = 30cm –––– = ––– + –––
feq p p’
Como a distância entre as lentes é 80cm, temos:
1 1 1
p1’ + p2 = 80cm –––– = ––– + –––
2,0 3,0 p’
30cm + p2 = 80cm ⇒ p2 = 50cm

A imagem formada pela lente 1 atuará como objeto para a lente p’ = 6,0m
2, assim:
Resposta: E
p2 = 50cm; f2 = 30cm

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70. (UFPE-MODIFICADO) – Duas lentes delgadas biconvexas, L1 e


1 1 1 1 1 1
L2, de vidro em operação no ar são justapostas, como representa –– = –– + –– ⇒ –– = ––– + –––
a figura. Um objeto luminoso é colocado diante da associação, f f1 f2 f 20 30
obtendo-se uma imagem com a metade das dimensões lineares
do objeto, distante 54cm deste.
1 3+2 5 (A lente equiva-
–– = ––––– = ––– ⇒ f = 12cm
f 60 60 lente também é
convergente)
b) Se a imagem é menor que o objeto, sua natureza é real. Além
disso, essa imagem é invertida. Logo:

p’ 1 p’
A = – ––– ⇒ – ––– = – –––
p 2 p

p = 2p’ a
Sabendo que os módulos das distâncias focais de L1 e L2 valem,
respectivamente, 20cm e 30cm, determine Mas: p + p’ = 54cmb
a) a distância focal da lente equivalente à associação;
b) a distância entre a imagem e as lentes. a em b: 2p’ + p’ = 54
Resolução
a) As lentes L1 e L2 têm comportamento convergente, já que
3p’ = 54 ⇒ p’ = 18 cm
são de vidro e estão em operação no ar (o vidro é mais re-
fringente que o ar). Por isso, suas distâncias focais têm sinal
positivo. Sendo f a distância focal da lente equivalente à Respostas: a) 12cm
associação, temos: b) 18cm

71. (UFMG) – Ao associar duas lentes delgadas de distâncias 76. (U.E. LONDRINA) – Duas lentes delgadas convergentes, de
focais f1 = 10cm e f2 = 40cm, ambas convergentes, você obtém distâncias focais f1 e f2, estão a uma distância d, uma da outra.
um sistema equivalente a uma lente de convergência: Um feixe de raios paralelos incide na primeira lente e origina um
a) 0,125 di b) 2,0 di c) 8,0 di feixe de raios, também paralelos, conforme mostra o esquema.
d) 12,5 di e) 50 di Assim, é correta a relação:

72. (ITA) – Uma lente A, convergente (fA = 10cm), é justaposta a ou-


tra lente, convergente, B (fB = 5,0cm). A lente equivalente é
a) divergente e | f | = 3,33cm.
b) divergente e | f | = 5,2cm.
c) convergente e f = 5,2cm.
d) convergente e f = 15cm.
e) convergente e f = 3,33cm.

73. (CEFET-PR) – Justapondo-se duas lentes delgadas esféricas, deseja- a) f1 + f2 = d b) f1 + 2f2 = d c) f1 + f2 > d
se um conjunto que tenha convergência igual a +6,25 dioptrias. d) f1 – f2 = d e) f1 – f2 > d
Dispõe-se de uma lente divergente com distância focal igual
a –0,800m. A distância focal da outra lente deve ser, em metros: 77. (CESGRANRIO) – Duas lentes delgadas, ᐉ1 e ᐉ2, de eixos ópticos
a) – 0,640 b) – 0,200 c) 0,133 coincidentes, estão separadas por uma distância d = 10,0cm
d) 0,480 e) 0,960 (figura). A lente ᐉ1 é convergente e de distância focal f1 = 30,0cm.
O sistema formado pelas duas lentes é tal que raios paralelos ao
74. (UFPA) – Dispõe-se de duas lentes delgadas convergentes de eixo óptico incidentes em ᐉ1 continuam nessa mesma direção ao
distâncias focais f1 e f2. Justapondo-se as duas lentes, é possível emergir de ᐉ2 (sistema afocal).
obter um sistema de distância focal
a) maior que f1 e f2.
b) menor que f1 e f2.
c) entre f1 e f2.
d) igual a f1.
e) igual a f2.

75. (F.C. CHAGAS-BA) – Justapondo uma lente convergente a outra


divergente, obtivemos um sistema convergente de distância focal Qual das opções fornece, então, corretamente, o tipo e a distân-
60cm. As duas lentes podem ter distâncias focais, em cia focal (em módulo) da lente ᐉ2?
centímetros, iguais a: a) Divergente, 10,0cm. b) Convergente, 10,0cm.
a) 60 e –30 b) 30 e –30 c) 30 e –20 c) Divergente, 20,0cm. d) Convergente, 20,0cm.
d) 20 e –15 e) 20 e –30 e) Divergente, 30,0cm.

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78. (UEL-MODELO ENEM) – Um raio de luz r1 incide num sistema de a) Calcule a distância entre a lente B e o anteparo.
duas lentes convergentes, L1 e L2, produzindo um raio emergente b) Determine a distância focal de cada lente (incluindo o sinal ne-
r2, conforme indicações e medidas do esquema abaixo. gativo no caso de a lente ser divergente).

82. (UNIRIO) – A figura a seguir mostra duas lentes associadas


formando o que denominamos de sistema afocal, ou seja, quando
um feixe luminoso paralelo, incidindo na primeira lente, refrata-se
na segunda, também paralelo. Imagine, agora, que você tenha
uma lente convergente, com 6,0cm de distância focal, e outra,
divergente, com 3,0cm de distância focal (em módulo) dispostas
de modo que seus eixos ópticos coincidam.

As distâncias focais das lentes L1 e L2 são, respectivamente, em


cm, iguais a:
a) 16 e 4,0 b) 15 e 5,0 c) 6,0 e 14
d) 5,0 e 15 e) 3,0 e 2,0

79. (UFPI) – A figura abaixo representa um raio de luz atravessando


duas lentes, L1 e L2, com eixos principais coincidentes, separadas
Qual deve ser a distância (d) entre as lentes, para que o sistema
de 30cm.
seja afocal?
a) zero b) 2,0cm c) 3,0cm
d) 6,0cm e) 9,0cm

83. (UFMG) – Observe a figura:

Podemos afirmar que as distâncias focais de L1 e L2, em módulo,


são de:
a) 10cm e 20cm. b) 10cm e 30cm.
c) 20cm e 10cm. d) 20cm e 20cm.
e) 20cm e 30cm.

Uma lente delgada convergente L1 tem distância focal f. Outra


80. (UFES) – Um feixe luminoso de raios paralelos incide sobre uma
lente delgada convergente, L2, tem distância focal 2f. Essas
lente cuja distância focal é de 20cm, convergindo no ponto S
lentes são colocadas sobre um mesmo eixo óptico, de modo que
indicado na figura. O ponto no qual devemos colocar uma lente
os seus focos coincidem. Um objeto luminoso está a uma
divergente de distância focal – 5,0cm, para que o feixe luminoso,
distância 3f da lente L1, como mostra a figura.
após atravessá-la, seja paralelo ao eixo do sistema é
a) Por um processo gráfico, aproximado, mostre como será
formada a imagem do objeto vista pelo observador situado na
posição indicada na figura.
b) Cite as características da imagem vista pelo observador (real
ou virtual; maior, menor ou igual ao objeto; direta ou invertida).
c) Sabendo que a altura do objeto é de 2,0cm, determine a altura
da imagem formada pela lente L1.

84. (PUC-RJ-MODELO ENEM) – Um estudante monta um dispo-


a) P b) Q c) R d) S e) T
sitivo composto de uma lente (L) biconvexa e um espelho
convexo (E), de acordo com o esquema abaixo.
81. (UNICAMP) – A figura adiante representa um feixe de luz
paralelo, vindo da esquerda, de 5,0cm de diâmetro, que passa
pela lente A, por um pequeno furo no anteparo P, pela lente B e,
finalmente, sai paralelo, com um diâmetro de 10cm. A distância
do anteparo à lente A é de 10cm.

Nesse esquema, são representadas as trajetórias de dois raios


luminosos que incidem paralelamente ao eixo principal comum à
lente e ao espelho.

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Com base nele, é correto afirmar que o raio de curvatura do espe- Este sistema proporciona a formação de três imagens do objeto:
lho vale, em centímetros: I1 – obtida após a primeira incidência, sobre a lente, da luz
a) 40 b) 50 c) 60 d) 70 e) 80 proveniente do objeto;
I2 – obtida após a reflexão da luz pelo espelho;
85. (UFF-RJ) – Na figura 1, está representada a associação de duas
I3 – obtida após a segunda incidência da luz sobre a lente.
lentes convergentes e o trajeto da luz ao atravessá-las. Na figura
2, está representado o trajeto seguido pela luz quando a lente L2
é substituída por um espelho côncavo: A opção que expressa corretamente a posição das imagens I1, I2
e I3 é:

I1 I2 I3
a) no infinito em P no infinito
b) em P em Q no infinito
c) entre O e P no infinito entre P e Q
d) no infinito em Q em P
e) entre Q e P no infinito em R

87. (UERJ) – Observe a figura abaixo.

Indique a alternativa correta, sabendo que f1, f2 e f são, respec-


tivamente, as distâncias focais das lentes L1 e L2 e do espelho:
a) f1 > f2 = f b) f1 = f2 > f
c) f1 = f2 < f d) f1 > f2 = f/2
e) f1 > f2 = 2f

86. (UFF-RJ-MODELO ENEM) – O sistema óptico da figura é consti-


tuído por um espelho esférico côncavo, de raio de curvatura 2x, e
uma lente convergente, de distância focal x. Um objeto é
colocado sobre o eixo óptico do sistema e a uma distância x, à
direita da lente. Um espelho plano é colocado perpendicularmente ao eixo
principal de uma lente convergente, a 15cm de seu centro óptico.
Um feixe de raios luminosos paralelos ao eixo principal atravessa
a lente, reflete-se no espelho e converge para um ponto do eixo
principal distante 5,0cm do espelho.
A distância focal da lente é igual a:
a) 25cm b) 20cm c) 15cm d) 10cm e) 5,0cm

8) A 9) B 10) B 11) B 12) D 13) E 20) a)


14) B 15) B 16) B 17) D 18) A
19) a)

b) Virtual.
A’ é vértice de um pincel de luz emergente, cônico diver-
b) Virtual. gente.
A’ é vértice de um pincel de luz emergente, cônico divergen-
te.

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21) a) Convergente 41) a) 30cm


b) b) 24cm

42) C

43) a)

C : centro óptico
F’ : foco imagem principal
F : foco objeto principal
A : ponto antiprincipal objeto
A’ : ponto antiprincipal imagem

22) A

23) Observar se elas podem ser perfeitamente justapostas; b) 15cm


assim, um pincel incidente cilíndrico emerge também
cilíndrico; isto é, justapostas, elas se transformam em 44) a) 2,0cm
uma lâmina de faces paralelas. b) –2,0

45) A 46) E 54) C 55) B

24) a) 56) A 57) E

58) a)

b) 5,0 di

59) E 60) E 61) C 62) E 63) B 71) D

72) E 73) C 74) B 75) E 76) A 77) C

78) B 79) C 80) C 81)a) 20cm


b) fA = 10cm; fB = 20cm

82) C

83) a)

b) Imagem de L1: virtual, aumentada e direita.


Imagem de L2: virtual, diminuída e direita.

32) E 33) E 34)D 35) C 36) D

37) a) 20cm 38) f = 16cm;


b) 15cm A lente está a 80cm do objeto. b) Virtual, maior e invertida.
c) 1,0cm.
39) B 40) a) 10cm
b) f = – 20cm, divergente. 84) E 85) E 86) A 87) B

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CAPÍTULO
Óptica

6 ÓPTICA DA VISÃO

I magem ampliada do globo


ocular, na qual vemos destacada a
pupila, que controla a entrada de luz,
e a íris, que determina a cor do olho.

O esquema apresentado é denominado “olho re-


duzido”.
a) Cristalino: é uma lente convergente, do tipo
biconvexa.
De um objeto real, esta lente deve dar uma imagem
1. Representação
real sobre a retina.
esquemática do olho b) Pupila: comporta-se como um diafragma,
Nesta representação, destacamos apenas as partes controlando a quantidade de luz que penetra no olho.
mais importantes na formação das imagens, indicando c) Retina: é a parte sensível à luz, onde deve
sua função óptica. formar-se a imagem, para ser nítida.
149
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Comporta-se como um anteparo sensível à luz.


d) Músculos cilia-
res: comprimem conve-
nientemente o crista-
lino, alterando sua dis-
tância focal.
A distância da retina
ao cristalino é constante
e da ordem de 1,5cm e
corresponde à abscissa
da imagem p’.

2. Adaptação visual
A quantidade de luz que penetra no olho deve ser,
dentro de certos limites, praticamente constante. Aspecto de cones e bastonetes vistos ao
Para tanto, a pupila assume aberturas convenientes, microscópio com aumento de 1600 vezes.
dilatando-se em recintos pouco iluminados e contraindo-
se em recintos de muita luz.
Esse trabalho realizado pela pupila é denominado
“adaptação visual”.

3. Acomodação visual
Como já ressaltamos, a abscissa p’ da imagem
(distância do cristalino à retina) é constante e, como a
abscissa p do objeto assume valores distintos, conforme
a particular posição do objeto visado, a equação
1 1 1
––– + ––– = ––– mostra-nos que a distância focal do
p’ p f
Ponto cego, onde o nervo óptico e a retina se
cristalino deve ser variável. encontram, impossibilitando a detecção da luz.
Para cada valor de p, a distância focal f assume um
valor conveniente, para que a imagem se forme exa- 4. Ponto cego
tamente sobre a retina. A variação da distância focal do
cristalino é feita com a intervenção dos músculos Apesar de difícil percepção, uma pequena parte de
ciliares. nossa retina não é capaz de detectar a luz.
Sendo p’ = constante, percebemos pela Equação de Essa área onde as fibras de diversas terminações
Gauss que, quanto menor for p (objeto mais próximo da nervosas juntam-se para formar o nervo óptico é
vista), menor deverá ser a correspondente distância focal f. denominada ponto cego.
Assim, à medida que aproximamos o objeto do olho, Você pode confirmar a existência do ponto cego
os músculos ciliares comprimem o cristalino, diminuin- através de uma experiência simples.
do o raio de curvatura das faces e também a distância Feche o olho esquerdo e olhe fixamente, com o direi-
focal f. to, para a marca X da figura que se segue. Aproxime,
O trabalho realizado pelos músculos ciliares, de va- lentamente, o seu rosto da página; quando você estiver a
riação da distância focal do cristalino, é denominado aproximadamente 25cm de distância, a imagem do
“ACOMODAÇÃO VISUAL”. quadrado “cai” no ponto cego e ele desaparece. Se a
aproximacão for maior ainda, o quadrado reaparece e o
Resumindo: círculo some.
“PARA CADA POSIÇÃO DO OBJETO, O CRIS-
TALINO ASSUME UMA DISTÂNCIA FOCAL
CONVENIENTE, DE MODO A ACOMODAR A
IMAGEM SOBRE A RETINA.”

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5. Ponto próximo – ponto remoto


Para o objeto afastado (situado no infinito), a ima-
gem forma-se nítida sobre a retina, com os músculos
ciliares relaxados. A distância focal do cristalino é má-
xima e igual à distância entre a retina e o cristalino, sendo
esta a situação de menor esforço visual.
Aproximando-se cada vez mais o objeto, a distância
focal vai diminuindo em virtude de uma compressão
8. Acuidade visual
cada vez maior do cristalino e, portanto, o esforço visual Para que dois pontos objetos, A e B, sejam vistos
é cada vez mais intenso. distintamente, eles devem ser observados sob um ângulo
Existirá, então, uma posição do objeto, para a qual os mínimo, da ordem de um minuto, denominado ACUI-
músculos ciliares realizarão sua máxima compressão DADE VISUAL.
sobre o cristalino, correspondendo a uma distância focal
mínima e um máximo esforço visual.
Se ainda aproximarmos o objeto, como a distância
focal não pode diminuir mais, a imagem não será nítida,
pois não se formará na retina.
O ponto mais próximo da vista, para o qual a imagem
ainda é nítida, denomina-se PONTO PRÓXIMO e sua dis-
tância ao olho é a “distância mínima de visão distinta”.
Para o olho normal (ou emetrope), o ponto mais
afastado que pode ser visto com nitidez está no infinito;
porém, para olhos anormais, este ponto pode estar a uma Se o ângulo visual for inferior ao de ACUIDADE VI-
distância finita, sendo então denominado PONTO RE- SUAL, as imagens A’ e B’ formar-se-ão numa mesma
MOTO e sua distância ao olho é a “distância máxima célula sensitiva e teremos a impressão de um ponto único.
de visão distinta”.
9. Observações
6. Amplitude de acomodação A. Quando substituímos o globo ocular por uma
lente convergente, os meios que banham as faces dessa
É a grandeza a, definida pela expressão:
lente serão distintos, o que implica uma diferença entre a
1 1
a = –– – –– , em que d é a distância mínima de visão dis- distância focal objeto fo e a distância focal imagem fi.
d D Assim, o meio (1), por onde a luz penetra, será o ar
tinta e D é a distância máxima de visão distinta. (índice de refração absoluto igual a 1) e o meio (3), por
1 onde a luz abandona a lente, será o humor vítreo (índice
Para um observador normal, D → ⬁ e a = –– . de refração absoluto igual a 1,336), valendo a relação:
d
Observe-se que a tem dimensão de inverso de com-
f f
primento, sendo usualmente medido em dioptrias (in- ––o = ––i
verso do metro). n1 n3
Sendo de aproximadamente 25cm a distância míni-
ma de visão distinta, teremos: B. O raio de curvatura da face anterior do cristalino
é maior que o da face posterior.
1 A variação da distância focal do cristalino se dá,
d = 25cm = –– m ⇒ a = 4 di
4 sobretudo, pela variação do raio de curvatura da face an-
terior, permanecendo o raio da face posterior pratica-
7. Zona de acomodação mente constante.
C. O cérebro humano retém a imagem de um
Para que um ponto objeto possa ser visto com niti- fotograma observado por, aproximadamente, um décimo
dez, ele deve situar-se entre o ponto próximo e o ponto de segundo após ele ter desaparecido.
remoto do olho. Nos filmes de cinema, são projetados 24 quadros
A região do espaço compreendida entre tais pontos é fotográficos a cada segundo. Graças à persistência de
denominada “zona de acomodação” ou “intervalo de visão, essa sucessão de fotos é reunida pelo cérebro numa
visão distinta”. sequência que dá a impressão do movimento contínuo.
151
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Por causa do fenômeno da persistência retiniana, durante a


projeção da película temos a sensação de movimento contínuo.

De um objeto impróprio, a lente corretiva divergente


10. Miopia dá uma imagem em seu foco imagem; como tal imagem
A miopia é um defeito de visão que consiste em um vai ser objeto para o olho, ela deverá estar posicionada
alongamento do globo ocular. no ponto remoto do olho míope (PR  Fi).
Há um afastamento da retina em relação ao cristali- Desprezando a distância entre a lente corretiva e o o-
no e, com isto, a imagem de um objeto impróprio forma- lho, podemos afirmar que:
se aquém da retina e, portanto, não é nítida (o objeto apa-
rece borrado).
PARA CORREÇÃO DA MIOPIA, USAMOS UMA
LENTE DIVERGENTE, CUJA DISTÂNCIA
FOCAL TEM MÓDULO IGUAL À DISTÂNCIA
MÁXIMA DE VISÃO DISTINTA.

Sendo D a distância máxima de visão distinta,


a lente corretiva terá distância focal f = –D e ver-

gência
1 1
V = –– = – –– .
Para o míope, o ponto remoto está a uma distância f D
finita, maior ou menor, conforme o grau de miopia.
Quando o objeto está no ponto remoto, a imagem
Exemplificando: para um míope, cuja distância
forma-se nítida na retina, com os músculos ciliares
máxima de visão vale 50cm = 0,50m, terere mos
relaxados (condição de visão mais cômoda).
1
f = –50cm = –0,50m e V = –– = –2,0 di.
f
Cumpre ressaltar ainda que a distância mínima de
visão distinta para o olho míope é menor do que para o
olho normal (emetrope).

11. Hipermetropia
A hipermetropia é um defeito oposto à miopia, isto é,
para um objeto impróprio e os músculos ciliares
PR = ponto remoto do olho míope.
relaxados, a imagem forma-se além da retina.
D = distância máxima de visão distinta do olho míope. Porém, o problema do hipermetrope não é a visão de
P’ = imagem nítida do ponto remoto sobre a retina. objetos distantes, pois, com uma acomodação convenien-
te, a distância focal do sistema é reduzida, possibilitando
Como a distância focal máxima do cristalino está a visão nítida do objeto impróprio.
sendo demasiado pequena, isto é, sua vergência é maior A dificuldade reside no afastamento do ponto próximo.
do que a ideal, a correção é feita com o uso de uma lente A distância focal mínima do sistema é maior do que
divergente. deveria ser, fazendo com que a visão de objetos próximos
Tal lente divergente deve fornecer, de um objeto não seja possível, com nitidez.
impróprio, uma imagem virtual no ponto remoto do olho. Nesse caso, a vergência do sistema deve ser aumen-
Esta imagem virtual comporta-se como objeto real para o tada, com o uso de uma lente corretiva convergente. Tal
olho, dando uma imagem final real e nítida sobre a retina. lente convergente deve fornecer, de um objeto real, si-
152
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tuado no ponto próximo do olho normal, uma ima - 12. Astigmatismo


gem virtual, no ponto próximo do olho hiper me tro -
O astigmatismo consiste no fato de que as superfí-
pe. Esta imagem se comporta como objeto real para o
cies que compõem o globo ocular apresentam diferentes
olho, dando uma imagem final nítida sobre a retina.
raios de curvatura, em diferentes secções meridianas do
globo ocular (secções que contêm o eixo óptico).
Trata-se, portanto, de uma falta de simetria de revo-
lução em torno do eixo óptico. A correção é feita com o
uso de lentes cilíndricas capazes de compensar tais dife-
renças entre os raios de curvatura.

13. Presbiopia ou vista cansada


Em vista do envelhecimento da pessoa, os músculos
ciliares, que realizam o trabalho de acomodação visual,
perdem um pouco de sua elasticidade; com isto, a zona de
acomodação diminui e o ponto próximo afasta-se da vista.
O problema de visão do presbiope é análogo ao do
hipermetrope, sendo a correção feita com o uso de lentes
convergentes.
Se, contudo, a perda de elasticidade dos músculos
ciliares for acentuada, o presbiope também terá proble-
mas de visão a longa distância, com a aproximação do
ponto remoto, isto é, problema de visão análogo ao do
míope, com a correção feita com lentes divergentes. Em
tais casos, é usual o emprego de lentes bifocais, que
permitem a visão de longe (lentes divergentes) e a visão
de perto (lentes convergentes).

14. Estrabismo
Tal anomalia consiste no desvio do eixo óptico do glo-
bo ocular; a correção é feita com o uso de lentes prismáticas.

15. Zonas de acomodação


Representamos, a seguir, esquematicamente, as zo-
O olho hipermetrope tem seu ponto
próximo mais afastado do que o olho nas de acomodação para os indivíduos emetrope (nor-
normal. mal), míope, hipermetrope e presbiope.

PPN = ponto próximo do olho normal (emetrope)


PPH = ponto próximo do olho hipermetrope
Sendo d a distância mínima de visão distinta para o
olho emetrope, dH a distância mínima de visão distinta
para o olho hipermetrope e V a vergência da lente cor-
retiva, teremos:
p = +d (objeto real); p’ = –dH (imagem virtual)

1 1 1 dH – d
E ainda: V = –– = –– – ––– = ––––––
f d dH d . dH

153
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16. “O olho e a máquina”

Nas ilustrações acima, temos uma comparação direta no processo de formação de imagens de uma câmara fotográfica com o olho humano. A película fotossensível
(filme) faz o papel da retina e o cristalino atua como uma lente convergente.

As frequências luminosas que chegam à retina são transformadas em impulsos


elétricos que são guiados pelo nervo óptico ao córtex visual para decodificação e
interpretação dos sinais recebidos.

1. (FUVEST) – Na formação das imagens na retina da vista humana Resolução


normal, o cristalino funciona como uma lente Para o objeto a 10m do olho, teremos:
a) convergente, formando imagens reais, diretas e diminuídas. p1 = 10m; p’ = 16 . 10–3m; V = V1 = ?
b) divergente, formando imagens reais, diretas e diminuídas.
1 1 1 103
c) convergente, formando imagens reais, invertidas e diminuídas. V1 = ––– + ––– ⇒ V1 = ––– di + ––– di
d) divergente, formando imagens virtuais, diretas e ampliadas. p1 p’ 10 16
e) convergente, formando imagens virtuais, invertidas e diminuí-
das. V1 = 0,1 di + 62,5 di ⇒ V1 = 62,6 di
Resolução
O cristalino funciona como uma lente convergente que fornece, Para o objeto a 25cm do olho, teremos:
de um objeto real, uma imagen também real e, portanto, invertida
(quando objeto e imagem têm mesma natureza, a imagem é 1
p2 = 25cm = ––– m; p’ = 16 . 10–3m; V = V2 = ?
invertida). A imagem é reduzida por ter abscissa gaussiana menor 4
do que a do objeto (p’ < p).
Resposta: C
1 1 103
V2 = ––– + ––– ⇒ V2 = 4,0 di + ––– di
2. (EMC-RJ) – O cristalino funciona como lente biconvexa, que tem p2 p’ 16
a propriedade de alterar a sua convergência, de modo que a
imagem se forme sempre à distância de 16 mm do centro óptico.
Quando um objeto, visto com nitidez a 10m, aproxima-se até V2 = 4,0 di + 62,5 di ⇒ V2 = 66,5 di
25cm do centro óptico, isto requer, para conservar a nitidez da
imagem, que o cristalino altere sua convergência, A variação de vergência (⌬V) será dada por:
a) aumentando-a de 0,40 di
b) diminuindo-a de 0,40 di ⌬V = V2 – V1 = 66,5 di – 62,6 di ⇒ ⌬V = 3,9 di
c) aumentando-a de 3,9 di
d) diminuindo-a de 3,9 di Resposta: C

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3. Um míope tem intervalo de visão distinta de 20cm a 1,0m. 1


Pedem-se: c) Para V = – 4,0 di, temos: ––– = 4,0 ⇒ | f | = 0,25m
|f|
a) as posições do ponto próximo e do ponto remoto;
b) a amplitude de acomodação;
c) as características das lentes corretivas, a serem usadas. Portanto: dp = | f | = 0,25m
Resolução R
a) Ponto próximo: d = 20cm = 0,20m
Ponto remoto: D = 1,0m OBS.: Para d > 25cm, a pessoa “não” enxergará bem sem
óculos. De d = 25cm até o seu ponto próximo, a pessoa poderá
1 1 1 1 enxergar bem sem os óculos.
b) a = ––– – ––– ⇒ a = ––––––– – –––––––
d D 0,20m 1,0m Respostas: a) ver esquema b) – 2,5 di c) 25cm

5. (UNITAU-SP) – A figura mostra a formação da imagem, num olho,


a = 5,0 di – 1,0 di ⇒ a = 4,0 di de um ponto P distante 1,0m dele. (A figura não está em escala.)

c) As lentes corretivas serão divergentes de distância focal


1
f = –1,0m e vergência V = ––– = – 1,0 di.
f

Respostas: a) 0,20m e 1,0m


b) 4,0 di
c) divergentes com V = –1,0 di

4. (UNICAMP) – Nos olhos das pessoas míopes, um objeto localiza- O cristalino, nessa situação, está abaulado ao máximo. Conside-
do muito longe, isto é, no infinito, é focalizado antes da retina. rando que, na visão normal, enxerga-se com nitidez desde 20cm
À medida que o objeto se aproxima, o ponto de focalização se de distância até o infinito, que lente deve ser usada para corrigir a
afasta até cair sobre a retina. A partir deste ponto, o míope en- visão desse olho, se for o caso?
xerga bem. A dioptria D, ou “grau”, de uma lente é definida como a) Uma lente divergente de –1,0 di (dioptria).
1 b) Uma lente divergente de –2,0 di.
D = –––––––––––––– e 1 grau = 1m–1. Considere uma pessoa
distância focal c) Uma lente convergente de 1,0 di.
d) Uma lente convergente de 4,0 di.
míope que só enxerga bem objetos mais próximos do que 0,40m e) Não é preciso lente; o olho é emetrope.
de seus olhos. Resolução
a) Faça um esquema mostrando como uma lente bem próxima Como o cristalino está na condição de máximo esforço visual, a
dos olhos pode fazer com que um objeto no infinito pareça distância fornecida de 1,0m é o ponto próximo para este olho.
estar a 40cm do olho. Este ponto próximo está mais afastado do que em um olho
b) Qual a vergência dessa lente? normal; e este defeito é conhecido por hipermetropia.
c) Até que distância uma pessoa míope que usa óculos de “4,0 A lente corretiva da hipermetropia é a convergente. Observe o
graus” pode enxergar bem sem os óculos? esquema.
Resolução
a)

Para um objeto real colocado a 20cm de distância do olho, a lente


convergente deve fornecer uma imagem virtual situada sobre o
ponto próximo do hipermetrope.
b) A imagem de um objeto impróprio deve ser conjugada pela Da figura, temos: p = +20cm (objeto real)
lente corretiva sobre o ponto remoto PR do míope. Essa ima- p’ = –100cm (imagem virtual)
gem é de natureza virtual. Da Equação dos Pontos Conjugados
de Gauss, temos:
1 1 1
1 1 1 Assim: ––– = ––– + –––
––– + ––– = ––– f p p’
p p’ f
1 1 1 1
Como o objeto é impróprio, p tende a infinito e ––– tende a ––– = ––– – –––– (cm)–1
p f 20 100
zero.
1 4
1 1 ––– = –––– (cm)–1 ⇒ f = 0,25m
Logo: –––––– = –– ⇒ f = – 0,40m f 100
–0,40 f
A vergência da lente é dada por:
O sinal negativo indica que a lente é divergente.
1 1
1 –1 V = ––– = –––– (di)  V = 4,0 di
––– di ⇒ V = – 2,5 di
A vergência V é dada por: V = –– = –– f 0,25
f 0,40
Resposta: D

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6. (UFMG-MODELO ENEM) – Após examinar os olhos de Sílvia e O defeito de visão chamado presbiopia pode ser também
de Paula, o oftalmologista apresenta suas conclusões a respeito corrigido com lentes convergentes.
da formação de imagens nos olhos de cada uma delas, na forma
de diagramas esquemáticos, como mostrado nestas figuras: b) A = 1,25 e p = 2cm

Usando-se a equação do aumento linear:


f f
A = ––––– ⇒ 1,25 = –––––
f–p f–2

1,25 f – 2,5 = f ⇒ 0,25 f = 2,5 ⇒ f = 10cm = 0,1m

A vergência V é dada por:

1 = 1 di ⇒
V = ––– ––– V = 10 di
f 0,1

Com base nas informações contidas nessas figuras, é correto afir- Respostas: a) hipermetropia; convergente
mar que b) 10 di
a) apenas Sílvia precisa corrigir a visão e, para isso, deve usar
lentes divergentes. 8. (UEG-MODELO ENEM) – A equação dos fabricantes de lentes
b) ambas precisam corrigir a visão e, para isso, Sílvia deve usar (Equação de Halley) mostra que um dos fatores determinantes do
lentes convergentes e Paula, lentes divergentes. valor da convergência de uma lente é o seu raio de curvatura. E
c) apenas Paula precisa corrigir a visão e, para isso, deve usar essa é a finalidade das cirurgias de correção da miopia: alterar o
lentes convergentes. raio de curvatura da córnea, principal elemento óptico do globo
d) ambas precisam corrigir a visão e, para isso, Sílvia deve usar ocular.
lentes divergentes e Paula, lentes convergentes. O objetivo da cirurgia é reduzir a curvatura da córnea, sobretudo
Resolução quando ela é muito grande e exige óculos com lentes muito
Sílvia é míope e a correção da miopia se faz com lentes grossas para sua correção. A figura a seguir mostra o perfil,
divergentes. exageradamente curvo, de uma córnea e o seu perfil mais
Paula é hipermetrope e a correção da hipermetropia se faz com achatado, depois da cirurgia. Há dois procedimentos cirúrgicos
lentes convergentes. para o achatamento da córnea e a correção da miopia: a
Resposta: D queratotomia radial e a laser-queratoplastia. Na queratotomia
radial, o cirurgião faz cerca de oito cortes radiais na córnea. Com
7. (UNIFESP-MODELO ENEM) – As figuras mostram Nicodemus, a cicatrização, a córnea se contrai, sendo reduzida a sua curvatura.
símbolo da Associação Atlética dos estudantes da Unifesp, Na laser-queratoplastia, elimina-se parte da espessura da córnea
ligeiramente modificado: foram acrescentados olhos, na 1.a figura, por meio de raio laser, obtendo-se o mesmo efeito.
e óculos transparentes, na 2.a.

Associação Paulista de Medicina,


Guia médico da família, Nova Cultural
De acordo com o texto e com a óptica da visão, é correto afirmar
que
a) a miopia é causada por um aumento no raio de curvatura da
córnea.
a) Supondo que ele esteja usando os óculos devido a um defeito
b) lentes convergentes são utilizadas para correção de miopia.
de visão, compare as duas figuras e responda: Qual pode ser
c) o estrabismo pode ser corrigido por lentes esferocilíndricas.
este provável defeito? As lentes dos óculos são convergentes
d) o astigmatismo se deve ao não paralelismo dos eixos visuais
ou divergentes?
dos dois olhos.
b) Considerando que a imagem do olho de Nicodemus com os
e) a hipermetropia se deve ao encurtamento do globo ocular em
óculos seja 25% maior que o tamanho real do olho e que a
relação ao comprimento normal.
distância do olho à lente dos óculos seja de 2cm, determine a
Resolução
vergência das lentes usadas por Nicodemus, em dioptrias.
a) miopia: alongamento do globo ocular na direção ântero-
Resolução
posterior.
a) De acordo com a figura, a imagem do olho é maior que o seu
b) correção da miopia: lentes divergentes.
tamanho real, isto é, a imagem é ampliada e por isso a lente
c) correção do estrabismo: lentes prismáticas.
usada só pode ser convergente, pois as lentes divergentes,
As lentes esferocilíndricas prestam-se à correção do astigma-
para um objeto real, fornecem imagens sempre virtuais,
tismo.
diretas e reduzidas.
d) O defeito citado é o estrabismo.
O provável defeito de visão que é corrigido com lentes
Resposta: E
convergentes é a hipermetropia.

156
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9. (UFPA-MODELO ENEM) – O olho humano pode ser considerado,


de forma simplificada, como um sistema óptico que atua como
uma lente biconvexa. Para que a imagem de um objeto se forme
sempre na retina, é necessário que a vergência do globo ocular
se altere. Um objeto muito distante (no infinito) pode-se
aproximar de um observador até o ponto próximo, distância
mínima necessária para visão distinta. Para uma pessoa de visão
normal, o ponto próximo pode ser assumido como 25cm. A a) divergente e convergente. b) divergente e divergente.
variação da vergência do globo ocular durante esse processo é c) biconvexa e bicôncava. d) convergente e divergente.
denominada amplitude de acomodação visual. e) convergente e convergente.

13. (UFMG) – Dois defeitos visuais bastante comuns no ser humano


são a miopia e a hipermetropia. Num olho míope, a imagem é
formada antes da retina, enquanto num olho hipermetrope, a
imagem é formada depois da retina.
Na figura, estão representados três raios de luz emergindo de
uma fonte localizada em P, passando pelas lentes delgadas L1 e
L2 e atingindo Q.

Com base no enunciado, responda:


a) Quais as características da imagem formada na retina?
b) Enquanto o objeto se aproxima do olho do observador, o que
acontece com os raios de curvatura da lente do globo ocular
(não se alteram, aumentam ou diminuem)? Com relação às lentes L1 e L2, a afirmativa correta é:
c) Quanto vale a amplitude de acomodação visual para uma a) L1 e L2 podem corrigir hipermetropia.
pessoa de visão normal? b) L1 e L2 podem corrigir miopia.
c) L1 pode corrigir hipermetropia e L2, miopia.
10. (PUC-RJ) – O esquema a seguir representa um olho humano que d) L1 pode corrigir miopia e L2, hipermetropia.
observa, sem o auxílio de lentes artificiais, um objeto distante. A
acomodação visual é tal que o cristalino se apresenta com a sua 14. A correção para o astigmatismo pode ser feita por
máxima distância focal. Nestas condições, qual das opções a a) lente esférica convergente.
seguir relaciona corretamente o ponto (1, 2 ou 3) em que se forma b) lente esférica divergente.
a imagem do objeto com o tipo de visão (míope, normal e c) lente esférica côncavo-convexa.
hipermetrope) do observador? d) lente esférica plano-convexa.
e) lente cilíndrica.

15. (UEPG-PR) – O olho humano pode ser considerado um conjunto


de meios transparentes, separados um do outro por superfícies
sensivelmente esféricas, que podem apresentar alguns defeitos
tais como miopia, daltonismo, hipermetropia etc. O presbiopismo
é causado por
a) achatamento do globo ocular.
b) alongamento do globo ocular.
visão míope visão normal visão hipermetrope
c) ausência de simetrias em relação ao eixo ocular.
a) 1 2 3 d) endurecimento do cristalino.
b) 1 3 2 e) insensibilidade ao espectro eletromagnético da luz.
c) 2 1 3
16. A característica do globo ocular que possibilita a visão cinemato-
d) 2 3 1
gráfica é:
e) 3 2 1 a) estrabismo. b) persistência retiniana.
c) adaptação retiniana. d) hipermetropia.
11. (CESGRANRIO-RJ) – A correção da miopia e a correção da e) acomodação rápida.
hipermetropia são feitas com lentes, respectivamente:
MIOPIA HIPERMETROPIA 17. (POUSO ALEGRE) – Considere o sistema óptico do olho humano
como uma lente delgada, situada a 20 mm da retina. Uma pessoa
a) afocal divergente
está lendo, normalmente, um livro situado a 40cm de distância dos
b) convergente divergente seus olhos. Nestas condições, qual a distância focal da lente citada?
c) afocal convergente
d) divergente afocal 18. (MED.-ARARAS) – Uma pessoa não pode ver com nitidez objetos
situados a mais de 50cm de seus olhos. O defeito de visão dessa
e) divergente convergente
pessoa e a vergência das lentes que ela deve usar para corrigir tal
defeito correspondem, respectivamente, a:
12. (PUC-SP) – Os esquemas correspondem a um olho míope (1) e a) miopia, 2,0 di. b) hipermetropia, –2,0 di.
um olho hipermetrope (2). As lentes corretivas devem ser, c) miopia, –2,0 di. d) astigmatismo, 0,50 di.
respectivamente, para (1) e (2), e) miopia, –0,50 di.

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19. (FUVEST) – O ponto remoto corresponde à maior distância que Considere a receita abaixo, fornecida por um médico oftalmo-
pode ser focalizada na retina. Para um olho míope, o ponto logista a uma pessoa com dificuldades para enxergar nitidamente
remoto, que normalmente está no infinito, fica bem objetos afastados.
próximo dos olhos.
a) Que tipo de lente o míope deve usar para corrigir o defeito?
Lentes Lentes
b) Qual a distância focal de uma lente para corrigir a miopia de Eixo DP
esféricas cilíndricas
uma pessoa cujo ponto remoto se encontra a 20cm do olho?
Longe OD –2,0 di
OE –2,5 di
20. (UFPE-MODELO ENEM) – Uma pessoa com alto grau de miopia
só pode ver objetos definidos claramente se a distância até o Perto OD
objeto, medida a partir do olho, estiver entre 15cm e 40cm. Para
enxergar um objeto situado a 1,5m de distância, esta pessoa pode OE
usar óculos com uma lente de distância focal f = –30cm. A que
distância, em cm, à esquerda da lente (ver figura), se formará a DP – Distância entre os eixos dos olhos
imagem do objeto?
OD – Olho direito
OE – Olho esquerdo

Em relação ao exposto, é incorreta a alternativa:


a) A pessoa apresenta miopia.
b) A distância focal da lente direita tem módulo igual a 50cm.
c) As lentes são divergentes.
d) Essas lentes podem funcionar como lentes de aumento.
e) As imagens fornecidas por essas lentes serão virtuais.

23. (VUNESP) – Uma pessoa apresenta deficiência visual, conseguin-


do ler somente se o livro estiver a uma distância de 75cm. Qual
21. (UNESP-MODELO ENEM) – Observe deve ser a distância focal dos óculos apropriados para que ela
a foto. consiga ler, com o livro colocado a 25cm de distância?

Nesta situação, o cidadão consegue 24. (VUNESP) – Uma pessoa normal deve ser capaz de perceber um
ler nitidamente a revista. Pode-se objeto com nitidez a uma distância de 25cm. Que tipo de lente
supor que ele possui qualquer um dos deve ser usado e qual a distância focal dessa lente para tornar
seguintes defeitos visuais: normal a visão de uma pessoa hipermetrope que consegue ver,
com nitidez, apenas objetos situados a mais de 125cm?

a) presbiopia e hipermetropia. b) hipermetropia e miopia. 25. (PUC-PR) – Um presbiope tem 1,5m para a mínima distância de
c) miopia e presbiopia. d) astigmatismo e miopia. visão distinta. Ele necessita ler a 50cm. A vergência das lentes
e) estrabismo e astigmatismo. que deve utilizar, supondo-as de espessura desprezível, é:
a) – 4,0 di b) – 0,75 di c) 0,75 di
4
22. (ACAFE-MODELO ENEM) – O uso de óculos para corrigir d) ––– di e) 4,0 di
3
defeitos da visão começou no final do século XIII e, como não se
conheciam técnicas para o polimento do vidro, as lentes eram
rústicas e forneciam imagens deformadas. No período da 26. (U.F.PR) – Se o ponto próximo de uma pessoa idosa está a
Renascença, as técnicas foram aperfeiçoadas e surgiu a profissão 1,0m dos seus olhos, qual é a convergência, em dioptrias, da
de fabricante de óculos. Para cada olho defeituoso, existe um tipo lente de correção que essa pessoa deve usar a fim de que possa
conveniente de lente que, associado a ele, corrige a anomalia. ler um livro a 0,25m de distância?

9) a) Real, invertida e menor. 18) C 19) a) Divergente 20) 25cm


b) Diminuem, para aumentar a vergência. b) f = –20cm
c) 4,0 di 21) A 22) D 23) f = 37,5cm
10) A 11) E 12) A 13) A 24) Convergente e f = 31,25cm
14) E 15) D 16) B 17)  19 mm 25) D 26) +3,0 di

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CAPÍTULO
Óptica

7 INSTRUMENTOS DE ÓPTICA

M esmo os instrumentos ópticos mais


modernos são compostos por lentes e espelhos.
Quando convenientemente associados, fornecem-nos
imagens com impressionante nitidez.

Tais instrumentos fornecem, de um objeto real, uma


imagem final virtual e que, portanto, não pode ser cap-
tada em um anteparo, mas apenas vista subjetivamente
pelo observador.
Os instrumentos de observação subjetiva podem,
ainda, ser de dois tipos:
a) Instrumentos de aumento: fornecem uma ima-
O microscópio é
um instrumento gem ampliada em relação ao objeto. Como exemplos,
de aumento, de temos a lupa e o microscópio composto.
observação
subjetiva, que b) Instrumentos de aproximação: permitem a vi-
fornece uma
imagem final
são dos objetos distantes sob ângulo visual maior, em-
virtual e bora a imagem seja reduzida em relação ao objeto. Como
invertida. exemplo, temos as lunetas e os telescópios.

1. Preliminares Tais instrumentos fornecem, de um objeto real, uma


imagem final real que deve ser recebida em uma tela,
Os instrumentos de óptica destinam-se a melhorar as
anteparo ou filme. Como exemplo, temos a máquina
condições de visão dos objetos e podem ser classificados
fotográfica e o projetor de slides.
em duas categorias:

159
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2. Lupa, microscópio
simples ou lente de aumento

A imagem da lupa é virtual, direta e ampliada.

O aumento da lupa é tanto maior quanto menor for a


distância focal f. Para se obter f pequeno, usa-se vidro de
índice de refração absoluto elevado a fim de que, para
uma dada curvatura das faces, haja uma mudança
acentuada na direção da luz.
Por outro lado, para diminuir f, precisamos de faces
com pequeno raio de curvatura. Isto implica, contudo,
lentes pequenas, pois o diâmetro da lente não pode ser
maior que o dobro do raio de curvatura.
Assim, as lupas de grande aumento (em torno de 100
vezes) são de tamanho muito reduzido como, por exem-
A lupa é um sistema convergente de distância focal
plo, as usadas pelos joalheiros.
da ordem de centímetro. Pode ser constituída por uma
Uma lupa de grande tamanho dá um amplo campo
única lente convergente ou por uma associação de duas
visual, porém seu aumento é relativamente pequeno.
lentes justapostas.
A redução do tamanho da lupa, embora seja impor-
tante para se obter maior aumento, acarreta um grave in-
A imagem dada pela lupa:
conveniente: a quantidade de luz interceptada torna-se
“DE UM OBJETO REAL COLOCADO ENTRE O pequena e, ainda que o objeto esteja fortemente ilumina-
FOCO OBJETO E O CENTRO ÓPTICO, A LUPA do, a imagem pode tornar-se tão apagada que não será
CONJUGA UMA IMAGEM VIRTUAL, DIRETA visível.
E AMPLIADA.”
3. Microscópio composto
A imagem dada pela lupa A’B’ vai-se comportar co-
mo objeto real para o olho do observador e, portanto, O microscópio composto é constituído por dois
deverá situar-se dentro de sua zona de acomodação, isto sistemas convergentes de lentes:
é, entre o ponto próximo e o ponto remoto. Objetiva: sistema convergente de distância focal da
ordem de milímetro.
Construção gráfica: Ocular: sistema convergente que funciona como lupa.
O objeto real deve ser colocado além do foco objeto
da objetiva (Fob).
Do objeto real AB, a objetiva dá uma imagem real
A1B1, invertida e ampliada.
A imagem real A1B1, dada pela objetiva, comporta-
se como objeto real para a ocular (lupa) e, portanto, deve
situar-se entre o centro óptico da ocular e o seu foco
objeto (Foc).
A imagem final A’B’ dada pelo microscópio, a qual
se comporta como objeto real para o olho, será VIR-
TUAL, INVERTIDA e AMPLIADA.

160
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Formação da imagem no microscópio composto.

Sendo ␤ o ângulo visual do objeto impróprio,


quando visto a olho nu, e ␣ o ângulo visual sob o qual é
vista a imagem final A’B’, define-se aumento angular
da luneta como o número (A), dado por:

tg ␣
A = –––––
tg ␤

Microscópio composto.

4. Luneta astronômica

A luneta astronômica é constituída por dois sistemas Para o olho colocado no foco imagem da ocular, te-
convergentes de lentes: mos o aumento angular nominal ou intrínseco, dado por:
a) Objetiva: sistema convergente de distância focal
da ordem de metro. fob
An = ––––
b) Ocular: sistema convergente que funciona como foc
uma lupa.
Assim:
“O AUMENTO ANGULAR NOMINAL DA LU-
NETA É DIRETAMENTE PROPORCIONAL À
DISTÂNCIA FOCAL DA OBJETIVA E INVER-
SAMENTE PROPORCIONAL À DISTÂNCIA
FOCAL DA OCULAR.”

De um objeto impróprio A⬁B⬁, a lente objetiva dá 5. Luneta terrestre


uma imagem real A1B1, situada no plano focal imagem Para observações de objetos da Terra, a luneta astro-
da objetiva. nômica apresenta um inconveniente: a imagem final é in-
Esta imagem A1B1 comporta-se como objeto real vertida.
para a lupa e, portanto, deve situar-se entre o foco objeto Por isso, ela é substituída pela chamada “LUNETA
da ocular (Foc) e o seu centro óptico. A imagem final A’B’ TERRESTRE”, cujo funcionamento é análogo ao da lu-
será, em relação ao objeto impróprio AB, virtual, neta astronômica, apenas acrescentando um dispositivo
reduzida e invertida. capaz de desinverter a imagem final.

161
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6. Telescópio
A diferença construtiva entre as lunetas astronômi-
cas e os telescópios é que, nestes últimos, a objetiva é um
sistema refletor.
Tal sistema refletor é constituído por um espelho pa-
rabólico côncavo, de grande distância focal (da ordem de
metro). O filme (película) da máquina
O uso do espelho, em vez da lente objetiva, é feito atua como a retina no olho
humano.
com o intuito de evitar as aberrações cromáticas, isto é, a
dispersão da luz motivada pelo fato de a lente apresentar
8. Projetor de slides (diascópio)
diferentes distâncias focais para as diferentes luzes
monocromáticas. É um sistema óptico que, de um objeto real e plano,
conjuga uma imagem real, invertida e ampliada, projeta-
da sobre um anteparo.
Os elementos ópticos do projetor de slides são os
seguintes:
1) Fonte de luz F: pode ser uma simples lâmpada de
incandescência ou ainda uma lâmpada de arco-voltaico.
2) Espelho esférico: que recebe parte da luz prove-
Telescópio refrator. Telescópio refletor. niente de F (que está situada em seu foco), enviando-a,
por reflexão, para um sistema de lentes (condensador).
7. Câmara fotográfica 3) Condensador: sistema convergente de lentes
É um sistema óptico que, a um objeto real, conjuga que concentra a luz no objeto.
uma imagem real e invertida sobre uma película sensível 4) Chassi porta-objeto: dispositivo onde o slide é co-
à luz. locado invertido, para que a imagem projetada na tela, e que
Os elementos ópticos da câmara fotográfica são os é invertida em relação ao objeto, resulte na posição certa.
seguintes: 5) Objetiva: sistema convergente que fornece do
1) Objetiva: sistema convergente de lentes (uma slide a imagem no anteparo.
ou mais lentes). 6) Tela: anteparo, onde é recebida a imagem do slide.
2) Obturador: lâmina opaca, que impede a pas- A focalização é feita deslocando-se a objetiva ou
sagem da luz que atravessa a objetiva. uma das lentes que compõem a objetiva.
3) Diafragma: orifício de diâmetro reduzido, que
limita a quantidade de luz que penetra na câmara escura.
4) Disparador: dispositivo que, ao ser acionado,
retira o obturador de sua posição normal, permitindo,
durante um certo intervalo de tempo, a passagem da luz.
Esse intervalo de tempo é denominado tempo de ex-
posição e é da ordem de 1,0 . 10–2 segundo.
5) Câmara escura: região compreendida entre o
diafragma e a película fotossensível.
6) Película fotossensível: é uma chapa que, ao ser
impressionada pela luz, sofre decomposição química,
fixando a imagem projetada sobre ela, durante o tempo
de exposição.

(1): lente objetiva (2): obturador (3): diafragma


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1. (U.F.ES-MODELO ENEM) – Uma lupa é construída com uma


lente convergente de 3,0cm de distância focal. Para que um
observador veja um objeto ampliado de um fator 3, a distância
entre a lupa e o objeto deve ser, em centímetros:
a) 1,5 b) 2,0 c) 3,0 d) 6,0 e) 25
Resolução
Esquema de formação de imagem em uma lupa:

Para a ocular, temos:


p2 = ?
p2’ = – 25cm
foc = 3,0cm
Aplicando a Equação de Gauss, obtém-se:
1 1 1 1 1 1
––– + ––– = ––– ⇒ – –––––– + ––– = –––––––
p’2 p2 foc 25cm p2 3,0cm

Da expressão do aumento linear transversal, resulta: –p’


A = ––– 1 1 1 25 + 3,0 75
p ––– = ––––––– + –––––– = –––––––– ⇒ p2 = ––– cm
p2 3,0cm 25cm 75cm 28
–p’
3 = –––– ⇒ p’ = – 3p
p A distância D entre as lentes será, então:
Utilizando a equação dos pontos conjugados, temos: 75
D = p1’ + p2 = 12cm + ––– cm ⇒ D  15cm
28
1 1 1
––– = ––– + –––
f p p’ O aumento linear total (A) será dado por:

1 1 1 i2 i2 i1
–––– = ––– – –––– A = ––– = ––– . ––– = Aoc . Aob
3,0 p 3p o i1 o

1 3–1 1 2 i1 p’1 7
–––– = –––––– ⇒ –––– = ––– p = 2,0cm Aob = ––– = ––– = 12 . ––– ⇒ Aob = –14
3,0 3p 3,0 3p o p1 6

Resposta: B i2 p’2 28 28
Aoc = ––– = – ––– = –(–25) . ––– ⇒ Aoc = –––
i1 p2 75 3

2. (MED.-SANTOS-MODELO ENEM) – A objetiva e a ocular de um 28


microscópio composto têm distâncias focais 0,80cm e 3,0cm, Das quais: A = – 14 . ––– ⇒ A  –131
3
respectivamente. Uma bactéria, estando a 6/7cm de distância da
objetiva, tem sua imagem vista pelo microscópio na distância
mínima de visão distinta (25cm). Qual é a distância de separação Respostas: 15cm e 131 vezes (valores aproximados)
das lentes e o aumento total do sistema?
Considerar o olho do observador justaposto à ocular. 3. Uma câmara fotográfica tem, como objetiva, uma lente delgada
Resolução de 10cm de distância focal.
Para a objetiva, temos: Pergunta-se:
a) Qual deverá ser o deslocamento longitudinal dessa objetiva, a
6 4 fim de que a câmara possa focalizar objetos situados
p1 = ––– cm; fob = 0,80cm = ––– cm desde 90cm da objetiva até o infinito.
7 5
b) Substituindo-se a objetiva original por uma teleobjetiva, cuja
distância focal (equivalente a de uma lente delgada) é de
A imagem dada pela objetiva terá abscissa p1’, dada por: 40cm, qual será a relação das dimensões das imagens re-
gistradas no filme, no caso de serem fotografados objetos
1 1 1 1 7 5 colocados a 50m da câmara, comparadas com aquelas obtidas
––– + ––– = ––– ⇒ ––– + –––––– = ––––––
p’1 p1 f p’1 6cm 4cm com as objetivas simples?
Resolução
a) Para um objeto impróprio (no infinito), a imagem resulta no
1 5 7 30 – 28
––– = –––––– – –––––– = ––––––– ⇒ p’ = 12cm plano focal da lente objetiva, que, portanto, deve ter a sua
p’1 4cm 6cm 24cm 1 posição coincidente com a da película fotossensível, isto é,
p1’ = f = 10cm.

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Para um objeto a 90cm da lente, isto é, p = 90cm, teremos: grande distância focal.
c) convergente, de pequena distância focal, e convergente, de
1 1 1 1 7 1 pequena distância focal.
––– + ––– = ––– ⇒ ––– + –––––– = –––––– d) convergente, de pequena distância focal, e convergente, de
p’2 p f p’2 90cm 10cm
grande distância focal.
e) convergente, de pequena distância focal, e divergente, de
1 1 1 9,0 – 1,0 8,0 grande distância focal.
––– = –––––– – –––––– = ––––––––– – ––––––
p’2 10cm 90cm 90cm 90cm Resolução
(I) Ocular: Sistema convergente, de distância focal da ordem de
centímetros, que opera como lupa.
p2’ = 11,25cm Objetiva: Sistema convergente, de distância focal da ordem
de metros.
O deslocamento longitudinal da objetiva será de: (II) Formação da imagem:

d = p2’ – p1’ = 11,25cm – 10cm ⇒ d = 1,25cm

Resposta: D
1 1 1
b) Da Equação de Gauss ––– + ––– = ––– , tiramos: 5. (UFF-MODELO ENEM) – A utilização da luneta astronômica de
p’ p f Galileu auxiliou a construção de uma nova visão do Universo. Esse
instrumento óptico, composto por duas lentes – objetiva e ocular –,
pf p’ f
p’ = –––––– ⇒ ––– = ––––– está representado no esquema a seguir.
p–f p p–f

p’ f
Como A1 = ––– , resulta A1 = –––––
p p–f

Para a objetiva simples, temos: p = 50m e f = 0,10m

0,10m 1
Assim: A1 = ––––––– ⇒ A1 = –––– (1)
49,9m 499

Para a teleobjetiva, temos: p = 50m e f = 0,40m Considere a observação de um objeto no infinito por meio da
luneta astronômica de Galileu. Nesse caso, as imagens do objeto
0,40m 4,0 1 formadas pelas lentes objetiva e ocular são, respectivamente:
Então: | A2 | = ––––––– = ––––– = –––––
49,6m 496 124 a) real e direita; virtual e direita.
b) real e invertida; virtual e invertida.
c) virtual e invertida; real e invertida.
| A2 | 1 | A2 |
Portanto: ––––– = ––––– . 499 ⇒ –––––  4,0 d) virtual e direita; real e direita.
| A1 | 124 | A1 | e) real e invertida; virtual e direita.
Resolução
Respostas: a) 1,25cm A imagem real e invertida que a objetiva gera no seu plano focal
b) 4,0 (F’objetiva) funciona como objeto real para a ocular. Esta lente, por
sua vez, opera como lupa, produzindo uma imagem virtual e
4. (VUNESP-MODELO ENEM) – Uma luneta astronômica é usada direita (em relação ao objeto que lhe deu origem) que será
para aproximar objetos distantes. Ela é constituída de duas lentes, contemplada pelo observador. O esquema abaixo ilustra o
chamadas de ocular e objetiva, que são, respectivamente, funcionamento da luneta.

a) divergente, de pequena distância focal, e divergente, de


grande distância focal.
b) divergente, de grande distância focal, e convergente, de Resposta: E

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6. (UERJ) – Uma pessoa utiliza uma lente Nesse esquema, os pontos A, B e C podem ser classificados
convergente para a leitura da página de como OBJETO ou IMAGEM (REAL ou VIRTUAL) em relação à
uma revista, como mostra a figura ao lado. lente objetiva (L1) ou à lente ocular (L2). Assinale a opção que
A natureza e a posição da imagem formada apresenta a classificação correta:
pela lente são, respectivamente: a) A é objeto virtual em relação a L1.
a) virtual / entre a lente e a revista. b) B é imagem virtual em relação a L1.
b) real / entre a lente e a revista. c) B é objeto real em relação a L1.
c) virtual / à direita da revista. d) C é imagem virtual em relação a L2.
d) real / à direita da revista. e) C é objeto real em relação a L2.

10. (MED.JUNDIAÍ-SP) – Os aparelhos que produzem imagens reais


invertidas são
7. (UFPEL-MODELO ENEM) – A lupa é um instrumento óptico a) luneta astronômica, lupa e câmara fotográfica.
barato, fácil de ser encontrado no comércio e com inúmeras utili- b) projetor de slides, câmara fotográfica e olho humano.
dades. O modelo de lente delgada pode descrever com boa c) câmara fotográfica, olho humano e luneta terrestre.
aproximação o funcionamento desse instrumento. d) lupa, olho humano e microscópio composto.
e) câmara fotográfica, luneta terrestre e microscópio composto.

11. (UFRJ) – Você examina um selo raro com o auxílio de uma lupa
de distância focal igual a 12cm.
Calcule a que distância da lupa deve ser colocado o selo a fim de
que as dimensões lineares do objeto sejam ampliadas três vezes
na imagem.

Acima, tem-se o efeito da lupa. 12. A figura mostra um microscópio artesanal construído com tubo de
a) Que tipo de lente delgada é usado em uma lupa? plástico PVC e duas lentes convergentes.
b) Faça a construção geométrica da imagem ampliada, que a lupa
fornece, da letra i da palavra imagem.

8. Um observador olha um grilo através de uma lupa, conforme


mostra a figura.

As lentes L1 e L2 distam 20,0cm uma da outra e têm distâncias


focais f1 = 3,0cm e f2 = 10,0cm, respectivamente. Um inseto,
colocado a 4,0cm da lente L1, é observado com este microscópio.
Nessa situação, o observador vê o inseto com tamanho N vezes
maior, sendo N igual a:
a) 3,0 b) 5,0 c) 8,0 d) 12 e) 15

O grilo está em repouso na mesa, sobre o eixo principal da lupa, 13. (UNESP-MODELO ENEM) – Uma câmara fotográfica rudimentar
exatamente no ponto médio entre o foco da lente (F) e o centro utiliza uma lente convergente de distância focal f = 50mm para
óptico (C) da lupa. Num dado instante, o grilo dá um pequeno salto focalizar e projetar a imagem de um objeto sobre o filme. A
vertical. Desprezando-se o efeito do ar, assumindo-se g = 10m/s2 e distância da lente ao filme é p’ = 52mm. A figura mostra o esboço
admitindo-se válidas as condições de Gauss, a aceleração da ima- dessa câmara.
gem do grilo, durante o salto, em relação ao observador, tem
intensidade igual a:
a) 0 b) 5,0m/s2 c) 10m/s2
d) 15m/s2 e) 20m/s2

9. (CESGRANRIO-MODELO ENEM) – O esquema a seguir mostra


a trajetória de dois raios luminosos no interior de um microscópio.

Para se obter uma boa foto, é necessário que a imagem do objeto


seja formada exatamente sobre o filme e o seu tamanho não deve
exceder a área sensível do filme. Assim:
a) calcule a posição em que o objeto deve ficar em relação à
lente;
b) sabendo-se que a altura máxima da imagem não pode exceder
36,0mm, determine a altura máxima do objeto para que ele
seja fotografado em toda a sua extensão.

14. (UFRN) – Uma pessoa deseja fotografar um objeto cuja altura é


dois metros e, para isso, ela dispõe de uma câmera fotográfica de
3,5cm de profundidade (distância da lente ao filme) e que permite
uma imagem de 2,5cm de altura (no filme). A mínima distância em
que ela deve ficar é:
a) 1,8m b) 2,0m c) 2,5m d) 2,8m e) 3,5m

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15. (ITA) – Dois estudantes se propõem a construir cada um deles 18. (UNESP-MODELO ENEM) – Um projetor rudimentar, confeccio-
uma câmara fotográfica simples, usando uma lente convergente nado com uma lente convergente, tem o objetivo de formar uma
como objetiva e colocando-a numa caixa fechada de modo que o imagem real e aumentada de um slide. Quando esse slide é
filme esteja no plano focal da lente. O estudante A utilizou uma colocado bem próximo do foco da lente e fortemente iluminado,
lente de distância focal igual a 4,0cm e o estudante B uma lente produz-se uma imagem real, que pode ser projetada em uma tela,
de distância focal igual a 10,0cm. Ambos foram testar suas como ilustrado na figura.
câmaras fotografando um objeto situado a 1,0m de distância das
respectivas objetivas. Desprezando-se todos os outros efeitos
(tais como aberrações das lentes), o resultado da experiência foi:
I. que a foto do estudante A estava mais “em foco” que a do
estudante B.
II. que ambas estavam igualmente “em foco”.
III. que as imagens sempre estavam entre o filme e a lente.
Neste caso, você concorda que
a) apenas a afirmativa II é verdadeira.
b) somente I e III são verdadeiras.
c) somente III é verdadeira.
d) somente a afirmativa I é verdadeira.
e) não é possível obter uma fotografia em tais condições. A distância focal é de 5cm e o slide é colocado a 6cm da lente. A
imagem projetada é real e direita. Calcule
16. (PUCCAMP-SP) – O esquema abaixo mostra a formação da a) a posição, em relação à lente, onde se deve colocar a tela, para
imagem em uma luneta astronômica: se ter uma boa imagem;
b) a ampliação lateral (aumento linear transversal).

19. (CESGRANRIO – UNIFICADO) – Durante o mês de junho de um


certo ano, foi possível observar Júpiter com seus satélites,
próximo da Constelação de Escorpião, com o auxílio de uma
pequena luneta. Sabendo disso, um estudante resolveu fazer
suas próprias observações, montando o seguinte dispositivo:

Numa certa luneta, as distâncias focais da objetiva e da ocular são


de 60cm e 30cm, respectivamente, e a distância entre elas é de
80cm. Nessa luneta, a imagem final de um astro distante se
formará a
a) 30cm da objetiva. b) 30cm da ocular. L1 e L2 são lentes, sendo L1 a ocular e L2 a objetiva. Sejam f1 e f2
c) 40cm da objetiva. d) 60cm da objetiva. as distâncias focais dessas lentes. Assinale a opção que indica o
e) 60cm da ocular. caso no qual foi possível o estudante fazer suas observações.
a) f1 < 0, f2 < 0 e |f1| < |f2|
17. (UNESP) – Assinale a alternativa correspondente ao instrumento
óptico que, nas condições normais de uso, fornece imagem virtual. b) f1 < 0, f2 < 0 e |f1| > |f2|
a) Projetor de slides. b) Projetor de cinema. c) f1 > 0, f2 < 0 e |f1| < |f2|
c) Cristalino do olho humano. d) Câmara fotográfica comum. d) f1 > 0, f2 > 0 e |f1| > |f2|
e) Lente de aumento (lupa). e) f1 > 0, f2 > 0 e |f1| < |f2|

6) C 7) a) convergente 8) E 9) D 10)B 11) 8,0cm 12) E 17) E


b)
13) a) 1,3m 18) a) 30cm
b) 90cm b) A ampliação da imagem é 5 e o au-
mento linear é –5 (imagem invertida).
14) D 15) D
19) E
16) E

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CAPÍTULO
Eletrostática

1 PROPRIEDADES DO CAMPO ELÉTRICO

A s cargas elétricas puntiformes criam, isoladamente, um campo elétrico cujas linhas de força são radiais
(figura a). Quando duas cargas puntiformes são colocadas próximas uma da outra, o campo elétrico pode ser
representado por linhas de força como as das figuras b e c. O espectro para uma carga positiva próxima de
outra negativa tem o aspecto da figura b. O espectro para duas cargas elétricas do mesmo sinal tem as linhas
de força da forma como mostra a figura c.
Aplicação do vetor campo elétrico em
alguns pontos das linhas de força.
Ele as tangencia e sua intensidade
varia de ponto a ponto. (a) (b) (c)

O estudo de um campo elétrico requer uma série de a) Campo gerado pela carga positiva (Q > 0)
definições. Entre elas, destacam-se a de linhas de força e A carga puntiforme positiva gera um campo elétrico
a de linhas e superfícies equipotenciais. de afastamento. Logo, suas linhas de força são centrífugas.

1. Linhas de força
As linhas de força constituem uma forma geométrica
de se visualizar um campo elétrico.

Linha de força é uma linha imaginária, tal que qual-


quer um de seus pontos tangencia um respectivo vetor
Fig. 2 – Linhas de força de uma carga elétrica puntiforme positiva.
campo elétrico.
b) Campo gerado pela carga negativa (Q < 0)
A carga puntiforme negativa gera um campo elétrico
de aproximação. Logo, suas linhas de força são centrípetas.

Fig. 1 – A linha de força é orientada no mesmo sentido do vetor campo elé-


trico.

As linhas de força criadas por uma carga puntiforme


(Q) são semirretas radiais e a sua orientação depende do
sinal da carga Q. Fig. 3 – Linhas de força de uma carga elétrica puntiforme negativa.

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c) Espectro do campo de duas cargas puntiformes


de sinais contrários e de mesmo módulo
A carga elétrica positiva gera um campo elétrico de
afastamento, enquanto a negativa, um de aproximação.

Fig. 7 – Campo elétrico uniforme (CEU).

No campo elétrico uniforme, o vetor campo elétrico


tem a mesma direção e o mesmo sentido das linhas de
força.
O estudo do campo elétrico uniforme será feito no
Fig. 4 – As linhas de força “nascem” na carga positiva e “morrem” na nega- capítulo 7.
tiva.

d) Espectro do campo de duas cargas puntiformes O potencial elétrico varia ao longo de uma linha de
positivas e de mesmo módulo força; o campo elétrico também varia. Se a linha de força
As duas cargas elétricas positivas geram campo elé- não for retilínea, o campo terá também direção alterada.
trico de afastamento. Deste modo, o espectro do campo A seguir, serão enunciadas algumas propriedades impor-
resultante é o da figura 5. tantes.
1.a) O potencial decresce no sentido da linha de
força.

Fig. 8 – V1 > V2 > V3.

Essa propriedade tem uma fácil demonstração para o


Fig. 5 – As linhas de força do campo resultante de duas cargas positivas.
caso de uma carga puntiforme gerando o campo elétrico.
a) Se o campo for gerado por uma carga Q positiva,
e) Espectro do campo de duas cargas puntiformes o potencial elétrico será positivo e a equação do potencial
negativas e de mesmo módulo. nos mostra que ele decresce com a distância d:
As duas cargas elétricas negativas geram campo elé- Q
trico de aproximação. Deste modo, o espectro do campo
resultante é o da figura 6.
VP = K0 . ––– > 0
d ( )

Fig. 9a – O potencial descresce no sentido da linha de força.

b) Se o campo for gerado por uma carga Q nega-


tiva, o potencial elétrico será negativo e a equação do po-
tencial nos mostra que ele cresce com a distância d:
Q
Fig. 6 – As linhas de força do campo resultante de duas cargas negativas. VP = K0 . ––– < 0
d ( )
f) O campo elétrico uniforme Consequentemente, se nos aproximarmos da carga
Campo elétrico uniforme é aquele em que as linhas Q, andando no sentido da linha de força, a distância d se-
de força são retas paralelas, do mesmo sentido e unifor- rá cada vez menor e o potencial será decrescente, pois
memente distribuídas (Fig. 7). tende a “menos infinito”.

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As linhas equipotenciais e as linhas de força,


quando se cruzam, são perpendiculares entre si
(Fig. 12).
Fig. 9b – O potencial descresce no sentido de LF que é de aproximação, pois
a carga é negativa.

2.a) As linhas de força de um campo elétrico não


podem ser fechadas.

Demonstração
Admitamos que uma linha de força L seja fechada e
mostremos que isto nos leva a um absurdo. Fig. 12 – Cruzamento de uma linha de força e de uma linha equipotencial.

Partindo do ponto A, vamos percorrer a linha de for- É possível acrescentar-se ao espectro de um campo
ça e chegar a um ponto B coincidente com A (Fig.10). elétrico as linhas equipotenciais, tomando-se o devido
cuidado de desenhá-las perpendicularmente nos seus
pontos de cruzamento. A figura 13 mostra um campo de
duas cargas de sinais contrários com as respectivas linhas
de força do campo elétrico resultante e com algumas de
suas linhas equipotenciais.

Fig. 10 – Se a linha de força L fosse fechada.

Sendo os pontos A e B coincidentes e sendo o po-


tencial uma função de ponto, temos:

VA = VB ........... (1)

Porém, de acordo com a propriedade anterior, ao nos


deslocarmos no sentido da linha de força, o potencial di-
minui, ou seja, deveremos ter:

VB < VA ......... (2)

As relações (1) e (2) são incoerentes, o que mostra o Fig. 13 – Campo elétrico de duas cargas puntiformes de sinais contrários e de
absurdo de se admitir que uma linha de força seja fecha- mesmo valor absoluto. As linhas cheias são as linhas de força e as linhas pon-
tilhadas são as equipotenciais.
da.

2. Linha e superfície equipotencial


A definição é análoga à de linha equipotencial. Su-
Linha equipotencial é aquela em que todos os seus perfície equipotencial é aquela em que todos os seus pon-
pontos têm um mesmo potencial elétrico (Fig. 11). tos têm um mesmo potencial elétrico (Fig. 14).

Fig. 11 – V1 = V2 = V3. Fig. 14 – Superfície equipotencial ou superfície de nível.

169
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Exemplo de construção de uma superfície equi-


potencial
Toda linha de força que “fura” uma superfície equi-
Imaginemos uma carga puntiforme positiva Q. Esta
potencial é perpendicular a ela (Fig.17).
cria um campo eletrostático cujas linhas de força são
centrífugas, conforme o esquema da figura 15.

Fig. 15

Em cada ponto do seu campo, o potencial é dado pe- Fig. 17 – Linha de força “furando” a superfície equipotencial.
la equação:
Q
VP = K0 . –––
r
Da qual se conclui que todos os pontos que distam r
da carga elétrica são dotados de um mesmo potencial elé- No campo elétrico uniforme, as linhas de força são
trico. Estes pontos pertenceriam a uma superfície es- retas paralelas uniformemente distribuídas naquele es-
férica de raio igual a r, em cujo centro estaria a carga Q. paço. Consequentemente, podem-se imaginar superfícies
Por outro lado, se aumentarmos gradativamente o equipotenciais planas perpendiculares a essas linhas de
valor de r, obteríamos diversas superfícies esféricas, força. Essas superfícies são paralelas entre si (Fig. 18).
concêntricas na carga Q, formando no espaço uma figura
semelhante à de uma “cebola” com as suas camadas su-
perpostas (Fig. 16).

Fig. 18 – No campo elétrico uniforme, as superfícies equipotenciais


são planas, paralelas entre si e perpendiculares às linhas de força.

␣ // ␤ // ␥
Fig. 16 – As diversas camadas esféricas são as superfícies equipotenciais em
torno da carga puntiforme Q. ␣ ⬜ LF ␤ ⬜ LF ␥ ⬜ LF

Fig. 19 – Linhas de força (cheias) e equipotenciais (tracejadas) (c) cabelo eletrizado. Em (d) conjunto de superfícies equipotenciais.
(a) campo de uma carga puntiforme positiva; tracejado, as equipotenciais;
(b) campo de duas cargas opostas;

170
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1. Considere que a intensidade do campo elétrico seja diretamente


proporcional à densidade de linhas de força. Considere ainda o
espectro de um campo elétrico desenhado na figura abaixo.
As linhas cheias são linhas de força e as pontilhadas são equipo-
tenciais.
a) Onde o campo elétrico tem maior intensidade: em A, B ou C?
b) Coloque em ordem decrescente os potenciais VA, VB e VC.

Analise as afirmativas e identifique a verdadeira:


a) O campo elétrico em A é mais intenso que em B.
b) A linha de força representa a trajetória de uma partícula de
carga positiva abandonada em repouso dentro do campo
elétrico.
Resolução c) Os pontos A e B da figura têm o mesmo potencial.
a) Na região do ponto B, as linhas estão mais próximas umas das d) As linhas de força são sempre linhas fechadas.
outras e teremos aí maior densidade de linhas de força. Disso, e) O potencial em C é maior que em B.
→ → → → Resolução
tiramos que | EA| < | EB | e | EB | > | EC |
a) Errada
Observemos que em A houve um maior afastamento da linha
de força. Logo, o campo em A tem a menor intensidade.
b) Errada
Somente para uma linha de força retilínea haverá coincidência
b) No sentido da linha de força, os potenciais elétricos são de- entre a trajetória da partícula positiva abandonada e a linha.
crescentes. c) Errada
Vamos desenhar as superfícies (linhas) equipotenciais. Na
Logo: VA > VB > VC figura, usaremos linhas tracejadas:

2. Considere um campo elétrico mostrado pelas suas linhas de força


(linhas cheias) e equipotenciais (pontilhadas). Calcule o trabalho da
força elétrica quando se desloca uma carga pontual q = 4,0 . 10–12 C
desde A até B.

Quando se caminha no sentido do campo, o potencial


Resolução decresce.
O trabalho da força elétrica (␶AB) quando se desloca uma carga no
campo é dado por: VA > VB

␶AB = q . (VA – VB) ␶AB = 4,0 . 10–12 . (20 – 15) (J)


d) Errada
␶AB = 2,0 . 10–11J As linhas de força nunca se fecham, são abertas.

e) Correta
3. (MODELO ENEM) – Michael Faraday idealizou o conceito de Quando caminhamos na linha de força, no sentido de sua
linhas de força para vizualizar melhor um campo elétrico. O orientação, encontramos pontos de potencial decrescente.
desenho das linhas de força obedece a determinados critérios:
VC > VB
elas são orientadas da carga positiva para a negativa; se apro-
ximam uma da outra quando o campo é mais intenso e se
afastam quando menos intenso; nunca se cruzam; etc. Resposta: E

171
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4. Considere as figuras abaixo. As linhas cheias são “linhas de for- A direção e sentido do campo elétrico em P é:
ça” e as pontilhadas são linhas equipotenciais.

7. (VUNESP) – Considere uma região onde atua um campo elétrico


uniforme.
Sobre o potencial elétrico nessa região, afirma-se que
I. o valor absoluto do potencial elétrico de um ponto é nume-
ricamente igual ao trabalho realizado pela força elétrica para
levar uma carga de prova unitária desse ponto até o infinito do
campo, adotado como referencial;
II. o potencial elétrico diminui quando se percorre uma linha de
campo em sentido contrário ao de sua orientação;
III. num campo elétrico, as linhas de campo são sempre perpen-
diculares às superfícies equipotenciais.
É correto o contido em
a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. e) I, II e III.

8. (UnB) – A figura abaixo representa, na convenção usual, a con-


figuração de linhas de forças associadas a duas cargas puntifor-
mes, Q1 e Q2. Podemos afirmar corretamente que
a) Q1 e Q2 são positivas;
b) Q1 e Q2 são negativas;
c) Q1 é positiva e Q2, negativa;
d) Q1 é negativa e Q2, positiva.
Analise cada proposição que se segue:
I. Na figura (1), os corpos (1) e (2) têm cargas positivas e nega-
tivas, respectivamente.
II. Na figura (2), os corpos (3) e (4) têm cargas positivas.
III. Na figura (1), os potenciais estão na seguinte ordem:
VA < VB < VC
IV. Na figura (2), os pontos M, N e P têm o mesmo potencial. Use,
para a resposta, o código abaixo:
a) Se todas forem verdadeiras.
b) Se, apenas, I, II e IV forem verdadeiras.
c) Se, apenas, I e II forem verdadeiras.
d) Se, apenas, III for verdadeira.
e) Se nenhuma for verdadeira.

5. (UFPA) – Com relação às linhas de força de um campo elétrico,


pode-se afirmar que são linhas imaginárias
a) tais que a tangente a elas em qualquer ponto tem a mesma di-
reção do campo elétrico.
b) tais que a perpendicular a elas em qualquer ponto tem a mes-
ma direção do campo elétrico.
c) que circulam a direção do campo elétrico. 9. (UNIFESP) – A figura representa a configuração de um campo
d) que nunca coincidem com a direção do campo elétrico. elétrico gerado por duas partículas carregadas, A e B.
e) que sempre coincidem com a direção do campo elétrico.

6. (PUC-MG) – A figura representa uma linha de força de um campo


elétrico.

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Assinale a linha da tabela que apresenta as indicações corretas a) Determine, em volt / metro, utilizando dados do gráfico, os
para as convenções gráficas que ainda não estão apresentadas módulos dos campos elétricos EP e EP criados, no ponto P,
nessa figura (círculos A e B) e para explicar as que já estão apre- A B
respectivamente, pelas esferas A e B.
sentadas (linhas cheias e tracejadas).
b) Estime o módulo do valor do trabalho ␶, em joules, realizado
carga da carga da linhas cheias linhas quando uma pequena carga q = 2,0nC é levada do ponto P ao
partícula A partícula B com setas tracejadas
ponto S, indicados no gráfico.
a) (+) (+) linha de força
superfície (2,0nC = 2,0 nanocoulombs = 2,0 x 10–9 C)
equipotencial

superfície linha de 11. Na figura, temos uma carga elétrica Q positiva e três circunfe-
b) (+) (–) rências concêntricas, de centro em Q. Elas representam três li-
equipotencial força
nhas equipotenciais, nas quais A e C são equidistantes de B.
superfície Sabendo que em A o potencial vale 12V, que em B vale 6,0V,
c) (–) (–) linha de força determine o potencial elétrico em C.
equipotencial

superfície linha de
d) (–) (+)
equipotencial força

superfície
e) (+) (–) linha de força
equipotencial

10. (FUVEST) – Duas pequenas esferas metálicas, A e B, são man-


tidas em potenciais eletrostáticos constantes, respectivamente,
positivo e negativo. As linhas cheias do gráfico na folha de
resposta representam as intersecções, com o plano do papel, das
superfícies equipotenciais esféricas geradas por A, quando não há
outros objetos nas proximidades. De forma análoga, as linhas
tracejadas representam as intersecções com o plano do papel,
das superfícies equipotenciais geradas por B. Os valores dos
potenciais elétricos dessas superfícies estão indicados no gráfico.

12. (UNIRIO) – No esquema a seguir, apresentam-se as superfícies


equipotenciais e as linhas de força no campo de uma carga
elétrica puntiforme Q fixa.

NOTE/ADOTE
Uma esfera com carga Q gera, fora dela, a uma distância r do
seu centro, um potencial V e um campo elétrico de módulo E,
dados pelas expressões: Considere que o meio é o vácuo (K0 = 9 x 109 Nm2/C2) e de-
V = K (Q/r) termine
a) o valor Q;
E = K (Q/r2 ) = V/r b) o trabalho realizado pela força elétrica sobre a carga
K = constante; 1 volt / metro = 1 newton / coloumb q = – 2,0 . 10–10 C para levá-la de A para C.

3. Movimento
espontâneo da carga Suponhamos que uma carga q seja abandonada num
Quando uma carga puntiforme q é abandonada num campo elétrico e suponhamos, ainda, que a carga esteja
campo elétrico isolado, atua sobre ela uma força que a submetida apenas às forças de campo. Neste caso, o tra-
desloca. O seu movimento é chamado de espontâneo. Es- balho da força eletrostática será sempre positivo, pois
tudaremos o trabalho do campo e a variação de energia tanto para q1 > 0 como para q2 < 0, a força que atua sobre
potencial e cinética sofrida pela carga. a carga tende a deslocá-la na própria direção e sentido,
conforme a figura 20.
173
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Consideremos dois casos: no primeiro deles a partí-


cula abandonada no campo elétrico tem carga elétrica po-
sitiva e, no segundo, negativa.
Na primeira carga elétrica, a força eletrostática atua
no sentido das linhas de força do campo e na segunda,
em sentido oposto.
Fig. 20 – Movimento espontâneo da partícula no campo; q1 > 0 e q2 < 0.

1º caso: carga positiva (q > 0)


Conclusão Como a força atua no sentido do campo, ela será des-
locada da região A para B (Fig. 21).
A força elétrica realiza sempre um trabalho positivo
sobre uma partícula eletrizada que, porventura,
tenha sido abandonada no campo elétrico.
Observemos ainda que a força eletrostática coloca a
partícula em movimento no campo elétrico, com direção
inicial tangencial a uma linha de força. No entanto, se o
campo não possuir linhas de força retilíneas, a direção da
força poderá variar durante seu movimento. Fica, por-
tanto, difícil de se prever a trajetória da partícula.
Fig. 21 – Uma carga positiva abandonada num campo elétrico uniforme.

Como VA > VB, pode-se concluir que:


A carga elétrica positiva abandonada no campo
A força elétrica acelera a partícula e, consequente- elétrico desloca-se, espontaneamente, para pontos
mente, teremos um aumento de sua velocidade escalar. A do campo de menor potencial elétrico.
energia cinética da partícula aumentará durante o movi-
mento espontâneo, pois:
2º caso: carga negativa (q < 0)
m . v2 Como a carga é negativa, a força eletrostática atuará
Ecin = ––––––– em sentido contrário ao das linhas de força do campo elé-
2
trico. A partícula será então deslocada de B para A.

Sendo o campo eletrostático um campo conservati-


vo, podemos escrever:

Ecin + Epot = Emec = constante

ou Epot = Emec – Ecin

Assim, havendo um aumento da energia cinética, ha-


Fig. 22 – Uma carga negativa abandonada num campo elétrico uniforme.
verá uma queda da energia potencial da partícula.

Como temos VA > VB, poderemos tirar a seguinte


Conclusão conclusão:
Toda carga elétrica puntiforme, abandonada num A carga elétrica negativa abandonada no campo
campo elétrico isolado, ganha energia cinética e elétrico desloca-se, espontaneamente, para pontos
perde energia potencial. do campo de maior potencial elétrico.

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13. Uma partícula de massa m e dotada de carga elétrica q é aban- Levando em conta que ela partiu do repouso e também a equa-
donada num →
campo elétrico uniforme no qual o vetor campo ção obtida no item (a), vem:
elétrico é E .
q.E 2qEd
V2 = 0 + 2 . –––––– . d ⇒ V = ––––––
m m

14. Uma carga puntiforme q é abandonada num campo elétrico, des-


locando-se espontaneamente desde o ponto A, onde foi aban-
donada, até um ponto B.
a) O que se pode afirmar sobre o trabalho do campo? Ele é posi-
tivo ou negativo?
Calcule b) O que se pode afirmar sobre a variação da energia cinética da
a) o módulo da aceleração adquirida pela partícula; partícula? Depende do sinal de q?
b) a velocidade escalar da partícula ao percorrer um trecho retilí- c) Se a carga q é negativa, quem é maior: o potencial elétrico VA
neo de comprimento d.
ou VB?
Resolução
Resolução
a) A força que atua na partícula é dada por:
a) O trabalho do campo elétrico, no movimento espontâneo, é
F = q . E e ainda: F = m . a sempre positivo e não depende do sinal da carga q.
Juntando as duas equações, vem: b) A energia cinética da partícula, no movimento espontâneo,
sempre aumenta. Não depende do sinal da carga q.
q. E c) Cargas negativas deslocam-se espontaneamente para pontos
m.a=q.E a = ––––
m de maior potencial. Logo:

b) Usemos a Equação de Torricelli:


VA < VB
V2 = V02 + 2 . a . ⌬s

15. Quando abandonamos, em repouso, uma partícula eletrizada no d) em movimento retilíneo e uniforme;
interior de um campo eletrostático isolado: e) de modo a aumentar sua energia mecânica.
I. Se ela for positiva, deslocar-se-á para pontos de menor poten-
cial. 17. Com relação ao trabalho realizado pelo campo elétrico ao abando-
II. Se ela for negativa, deslocar-se-á para pontos de maior poten- narmos uma carga elétrica em repouso nesse campo e ela se
cial. deslocar espontaneamente sob a ação exclusiva da força elétrica:
III. Durante seu movimento espontâneo, sua energia potencial di- a) será sempre positivo;
minuirá. b) será sempre negativo;
IV. Durante seu movimento espontâneo, sua energia cinética au- c) será sempre nulo;
mentará. d) será negativo, se a carga abandonada for negativa;
e) será nulo, se a carga for abandonada sobre uma linha equipo-
Use, para a resposta, o código abaixo:
tencial.
a) Se todas forem verdadeiras.
b) Se, apenas, I, II e IV forem verdadeiras.
18. (FEI) – Na figura, estão representadas algumas linhas de força e
c) Se, apenas, III e IV forem verdadeiras.
superfícies equipotenciais de um campo eletrostático uniforme.
d) Se, apenas, I for verdadeira.
Qual o trabalho da força elétrica que atua em uma partícula de
e) Se nenhuma for verdadeira.
carga q = 4,0pC, positiva, que foi abandonada na superfície equi-
potencial A e deslocou-se espontaneamente até C?
16. (UNIP) – Um ponto material eletrizado é colocado em repouso
sob a ação exclusiva de um campo eletrostático uniforme (a única
força atuante no ponto material será a força eletrostática).
Podemos afirmar que o ponto material vai deslocar-se
a) de modo a diminuir sua energia potencial elétrica;
b) de modo a diminuir o potencial elétrico;
c) no mesmo sentido da linha de força do campo;

4) B 5) A 6) A 7) C 8) C 12) a) Q = 5,0 . 10–9C


b) ␶AC = +2,0. 10–8J
9) E 10) a) 6,25 . 103V/m e 3,125 . 103V/m
b) 7,0 . 10–7J
15) A 16) A 17) A 18) ␶AC = +3,6 . 10–10J
11) 4,0V

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CAPÍTULO
Eletrostática

2 CONDUTOR EM
EQUILÍBRIO ELETROSTÁTICO

O cilindro oco

T rata-se de mais uma das inúmeras experiências de Faraday.


Ele montou a “aparelhagem” ao lado para pesquisar o campo
elétrico no interior de um condutor eletrizado, bem como
demonstrar que as cargas elétricas estavam na superfície externa. O cilindro de Faraday
O cilindro de metal está eletricamente carregado e em equilíbrio
eletrostático. No seu interior, o campo elétrico é nulo, porém no
exterior não o é.
Duas bolinhas de material isolante e muito leve são colocadas
no interior do cilindro e não são afetadas eletricamente, isto é,
permanecem unidas. Outras duas bolinhas do mesmo material
são colocadas externamente e, devido à presença do campo
elétrico, elas se afastam uma da outra.

1. Corpo condutor Convém ressaltarmos aqui que um condutor em equi-


líbrio eletrostático pode encontrar-se eletrizado ou neutro;
Todo corpo metálico é um condutor elétrico. Nele, as
basta que não apresente movimento de cargas no seu interior.
cargas elétricas poderão movimentar-se facilmente.
Um corpo de alumínio, ou de cobre, ou de latão são 3. Propriedades do condutor
exemplos de corpos condutores elétricos. Se pulverizar-
mos uma tinta metálica (alumínio, por exemplo) na su-
em equilíbrio eletrostático
perfície de uma bolinha de isopor, esta se tornará condu- A seguir, serão enunciadas algumas propriedades
tora (apenas na superfície). apresentadas por um condutor isolado e em equilíbrio
Tanto os corpos condutores, como os isolantes, po- elestrostático.
dem ser eletrizados. No entanto, quando se eletriza um
1.a) “As cargas elétricas em excesso de um condutor
corpo isolante, a carga elétrica fica estática no local em
em equilíbrio eletrostático não se localizam no
que foi depositada, ao passo que, no condutor, ela se es-
seu interior, mas se distribuem pela sua super-
palha, pois pode movimentar-se facilmente.
fície externa.”

2. Condutor em Seja dado um condutor maciço eletrizado e em equi-


líbrio eletrostático. Ele possui um excesso ou falta de
equilíbrio eletrostático
elétrons.
Quando um corpo condutor não apresenta movimen- Como essas cargas em excesso são de mesmo sinal,
to ordenado de cargas elétricas no seu interior, diz-se que elas se repelem e a tendência é se afastarem, o máximo
ele se encontra em equilíbrio eletrostático. possível, uma das outras.

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3.a) “O potencial elétrico em todos os pontos (inter-


nos e da superfície) de um condutor em equilí-
brio eletrostático é constante.”
A causa do movimento ordenado de cargas elétricas
entre dois pontos no interior de um condutor é a diferen-
ça de potencial entre eles.
No condutor em equilíbrio eletrostático, não existe
movimento ordenado de cargas elétricas. Logo, não pode
Fig. 1 – Corpos eletrizados e suas cargas na superfície. haver d.d.p. entre dois pontos quaisquer do condutor, se-
jam eles internos ou da sua superfície.
Assim, elas procuram a superfície externa do con-
Portanto, se não existe a diferença de potencial entre
dutor. Em resumo, podemos afirmar que: a carga elétrica
dois pontos é porque eles possuem o mesmo potencial.
em excesso, seja ela positiva ou negativa, está na super-
fície externa do condutor em equilíbrio eletrostático.
2.a) “O campo elétrico nos pontos internos de um
condutor em equilíbrio eletrostático é nulo.”

Fig. 3 – O potencial no condutor em equilíbrio eletrostático.

Esquematicamente, tem-se:
VA – VB = 0 ⇒ VA = VB = Vint
Fig. 2 – Campo no interior de um condutor em equilíbrio eletrostático. VC – VD = 0 ⇒ VC = VD = Vsup

De fato, se tal não acontecesse, os elétrons “livres”, VA – VD = 0 ⇒ VA = VD ⇒ Vint = Vsup


que existem em grande quantidade no condutor, sob a
ação do campo, estariam em movimento ordenado, o que Observações:
contrariaria a hipótese de o condutor estar em equilíbrio Estando o corpo condutor neutro e isolado de outros
eletrostático. corpos, o potencial em todos os seus pontos será nulo.

FOCO NA
TELA CÔNICA DE FARADAY
Michael Faraday realizou muitas experiências comprobatórias da distribuição de cargas elétricas em
excesso na superfície externa do condutor.
A tela cônica é mais uma dessas inúmeras experiên-
cias.
Trata-se de uma tela de forma cônica, muito parecida
com uma rede de caçar borboletas, feita de linho, que é
um material que conduz relativamente bem a ele-
tricidade.
Eletrizando a rede, Faraday constatou, com o auxílio
de um corpo de prova (um eletroscópio), a presença de
cargas elétricas em sua superfície externa e não na
superfície interna.
Fig. 4 – A tela cônica de Faraday.

Puxando o barbante preso ao seu vértice, virou a tela ao avesso, sem tocá-la.
Mais uma vez foi constatada a presença de cargas na superfície externa e não na interna, como era de
se esperar, pois a tela foi virada ao avesso.

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Estando o corpo condutor eletrizado e isolado de ou- No Sistema Internacional (SI), a unidade de densida-
tros corpos, o potencial em todos os seus pontos será de superficial é:
constante e diferente de zero.
unid (Q) C
unid (␴) = ––––––––– ⇒ unid (␴) = –––2
4.a) Em um condutor eletrizado e em equilíbrio ele- unid (A) m
trostático, o campo elétrico, nos pontos de sua
superfície, tem direção perpendicular a ela. Convém observar que a densidade superficial depen-
de do respectivo elemento de superfície escolhido, pois a
As cargas elétricas em excesso de um condutor iso-
distribuição de cargas elétricas no condutor nem sempre
lado, em equilíbrio eletrostático, estão na sua superfície
é uniforme.
externa e aí permanecem em repouso relativo. Assim sen-
do, a força resultante sobre elas é repulsiva. Não apresenta
componente tangencial, pois as cargas estão em repouso. 5. Distribuição de
Além disso, a superfície externa do condutor é equi- cargas elétricas no condutor
potencial. Logo, o campo elétrico é perpendicular a ela. A distribuição das cargas elétricas no condutor de-
pende de seu formato geométrico. O caso mais simples é
o do condutor esférico isolado, no qual a distribuição é ri-
gorosamente uniforme (Fig. 7a). Nesse caso, a densidade
superficial é constante em toda a sua superfície.
No caso dos condutores alongados, devido à repul-
são, há uma maior concentração de cargas elétricas nas
protuberâncias. Assim, nessas regiões, a densidade su-
perficial torna-se mais elevada (Fig. 7b, 7c).
Se o corpo apresentar ainda uma forma pontiaguda
(Fig. 7d), teremos nessa ponta uma acentuada densidade
de cargas elétricas.

Fig. 5 – O campo elétrico é perpendicular à superfície condutora.

4. Densidade
superficial de cargas

Consideremos um elemento de área ⌬A pertencente


à superfície de um condutor eletrizado e em equilíbrio
eletrostático.
Seja ⌬Q a quantidade de carga elétrica contida nesse
elemento.
Define-se densidade superficial de cargas (␴) como
sendo o quociente:
⌬Q
␴ = –––––
⌬A
Fig. 7 – Corpos eletrizados em equilíbrio eletrostático. As linhas pontilhadas
indicam a variação da densidade superficial de cargas elétricas.

6. O campo elétrico nas


vizinhanças do condutor
O campo elétrico na região que envolve o condutor
é proporcional à densidade superficial de cargas.
No caso de um condutor esférico, a densidade super-
ficial de cargas é constante em toda a sua superfície. O
Fig. 6 – Elemento de superfície de um condutor. campo elétrico nos pontos vizinhos à superfície do con-

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dutor (infinitamente próximos a ela) tem sempre a mes-


ma intensidade (Fig. 8a).
Consideremos um condutor metálico, eletrizado,
apresentando uma região pontiaguda (Fig. 9). Admita-
mos que ele esteja em equilíbrio eletrostático.
Devido à elevada densidade de cargas elétricas nas
pontas do condutor, o campo elétrico na vizinhança delas
torna-se muito elevado.

␴máx ⇒ Emáx

Fig. 9 – Condutor pontiagudo — campo máximo próximo da ponta.

Se um condutor pontiagudo estiver negativamente


eletrizado (Fig. 12), poderá ocorrer emissão de elétrons
pelas suas pontas. No vácuo, o escoamento pelas pontas
do condutor ocorre facilmente, ao passo que, no ar, o fe-
Fig. 8 – O campo elétrico nas vizinhanças do condutor (a) esférico; (b) alon-
gado. nômeno requer uma elevada densidade de cargas.
Se o campo elétrico na vizinhança das pontas do con-
Nos condutores alongados, a intensidade do campo dutor ficar muito intenso, ele ioniza os átomos dos
elétrico é variável nas vizinhanças do condutor. Nas pro- elementos que compõem o ar. Com isso, o ar deixa de ser
tuberâncias, ele é mais intenso. um isolante e torna-se um condutor elétrico.

FOCO NO
PARA-RAIOS
descarga elétrica atmosférica. Li- O campo elétrico vai ficando ca-
gando-o à terra, a carga elétrica é da vez mais intenso, até ultra-
conduzida seguramente para o so- passar a rigidez dielétrica do ar.
lo. Uma vez atingido esse limite, o ar
se ioniza, formando um caminho
O para-raios de Franklin (Fig.
condutor até as nuvens (Fig. 11). A
10) era constituído por uma haste
partir desse momento, ocorrem as
metálica fortemente ligada à terra
descargas elétricas.
por um grosso fio de cobre. No ex-
tremo superior dessa haste, existia
uma “coroa” de três pontas
metálicas, recobertas de platina
para suportar o forte calor gerado
pela descarga elétrica (Fig. 10).

Fig. 10. Uma nuvem eletrizada que


Atribui-se a Benjamin Franklin esteja passando nas proximidades
a invenção do para-raios. O do para-raios interage com ele,
princípio de seu funcionamento é provocando indução eletrostática.
o “poder das pontas” do condutor Cargas elétricas de sinal contrário
metálico. ao da nuvem são induzidas nas
pontas metálicas do para-raios e
A função do para-raios é pro- um forte campo elétrico vai-se
piciar um caminho seguro para a formando em suas vizinhanças. Fig. 11.

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Fig. 12 – Emissão de elétrons pelas pontas de um condutor negativo no vácuo.


Fig. 13 – Os detectores de carga elétrica não funcionam no interior do con-
dutor oco.
Aproximemos do condutor oco (A), inicialmente neu-
Ao máximo valor da intensidade do campo elétrico tro, um segundo corpo (B), fortemente eletrizado. O corpo
que um isolante suporta sem se ionizar, dá-se o nome de B funcionará como um indutor em A. No entanto, só haverá
rigidez dielétrica desse isolante. manifestação de cargas na superfície externa de A (Fig. 14).
O campo elétrico no interior do condutor A continuará nulo
A rigidez dielétrica do ar é: Emáx = 3 x 106 N/C e os instrumentos detectores de carga nada acusarão.
Dizemos que a carcaça metálica (condutora) de A
“protegeu” os instrumentos no seu interior, funcionando
Concluindo: Se a intensidade do campo elétrico nas
como uma espécie de “escudo protetor”, ou seja, uma
vizinhanças de um condutor eletrizado superar o valor da
blindagem eletrostática.
rigidez dielétrica do meio isolante que o envolve, este
torna-se condutor elétrico.

7. Blindagem eletrostática
O campo elétrico no interior de um condutor é sem-
pre nulo, não importando se ele é oco ou maciço.
Consideremos o condutor metálico oco da figura 13.
Ele foi previamente eletrizado e já se encontra em equi-
líbrio eletrostático. No seu interior, o potencial elétrico é
constante e positivo. O campo elétrico, como sabemos, é
nulo. Ali dentro, não funcionam eletrômeros, pêndulos
elétricos, eletroscópios e outros detectores de carga elé-
trica. Fig. 14 – Blindagem eletrostática.

FOCO NA
GAIOLA DE FARADAY
Conta-se que Michael Faraday, querendo comprovar a inexistência do campo elétrico no interior dos
condutores eletrizados, mandou construir uma grande gaiola de metal, entrou nela e pediu aos seus
assistentes que a eletrizassem, ligando-a ao gerador de cargas elétricas.
Faraday havia levado para o interior da gaiola diversos detectores de cargas elétricas (eletroscópios,
pêndulos, eletrômeros etc.) e nenhum deles conseguiu detectar nenhuma manifestação elétrica.
Segundo conta a história, ele relatou no final:
“Penetrei no interior da gaiola e ali permaneci sem
nenhum dano. Vi muitos eflúvios saltarem das pontas,
mas nenhum deles me atingiu no interior da gaiola...
Nenhum dos meus aparelhos funcionou dentro da
gaiola.”
A gaiola de Faraday acabou tornando-se um
importante auxiliar dos grandes laboratórios de testes
de aparelhos elétricos, principalmente das indústrias
que fabricam para-raios.
Fig. 15 – A gaiola de Faraday; (GE) = gerador eletrostático

180
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1. Conta a história que Benjamin Franklin foi um dos primeiros pesqui-


sadores a realizar experiências com corpos eletrizados. Numa certa
ocasião, eletrizou um cilindro de prata, oco, e fez descer uma
pequena esfera de cortiça pelo seu interior (Fig. a) e notou que ela
não era atraída pelas paredes internas. Colocando-a externamente,
era então atraída pela parede externa (Fig. b). Qual é a explicação?

Resolução
Ao adaptarmos os dois hemisférios à esfera eletrizada C, o sis-
tema A + B + C torna-se uma única esfera metálica (veja figura).
Consequentemente, a carga elétrica em excesso que ficara presa
entre os hemisférios e a esfera C, por repulsão, passa toda para a
superfície externa dessa "única" esfera metálica. Essa superfície
externa nada mais é que a superfície externa dos hemisférios.
Ao separar os hemisférios, haverá metade da carga elétrica para
Resolução cada um deles e nenhuma carga remanescente na esfera C.
As cargas elétricas em excesso do condutor estão na superfície
externa. É nulo o campo elétrico interno. Assim, não há indução
sobre a bolinha de cortiça quando ela desce internamente.

3. O condutor em equilíbrio eletrostático abaixo apresenta no ponto


(S) um potencial de 1000V. Nele, os pontos A e P são internos,
enquanto B e S pertencem à superfície.
Estando a carga na superfície externa, ocorre indução sobre a boli- Determinar
nha quando ela é aproximada da parede externa. a) a intensidade do campo elétrico no ponto (P);
b) o potencial nos pontos A e B.

2. Henry Cavendish realizou a seguinte experiência:


• Uma esfera eletrizada C está montada sobre um suporte iso-
lante (Fig. a).
• Dois hemisférios, A e B, que se adaptam perfeitamente à su-
perfície externa da esfera C, inicialmente neutros e ainda do-
tados de cabos isolantes, são encaixados nela.
• Ao separar os hemisférios, toda carga elétrica de C havia pas-
sado para os hemisférios (Fig. b).
Como se justifica o fenômeno? Resolução
a) O campo elétrico resultante nos pontos internos do condutor
é nulo.

Logo: Ep = 0

b) O potencial elétrico em todos os pontos internos e superficiais


do condutor é constante.
Logo: VA = VB = VP = VS

Assim: VA = 1000V VB = 1000V

→ →
Respostas: a) Ep = 0
b) VA = VB = 1000V

181
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4. (MACKENZIE-SP) – Um condutor eletrizado está em equilíbrio a) pode ser nula;


eletrostático. Pode-se afirmar que b) pode ser de sinal contrário ao da carga das cinco esferinhas;
a) o campo elétrico e o potencial interno são nulos; c) será igual, quer os contatos sejam feitos interna ou externa-
b) o campo elétrico interno é nulo e o potencial elétrico é mente;
constante e diferente de zero; d) será maior para os contatos externos;
c) o potencial interno é nulo e o campo elétrico é uniforme; e) será maior para os contatos internos.
d) campo elétrico e potencial são constantes;
e) sendo o corpo equipotencial, então na sua superfície o campo
é nulo. 8. No interior de uma gaiola de metal, é pendurado um pêndulo du-
plo, constituído de duas esferas muito leves cujas superfícies foram
5. (UNIFOR-CE) – Dadas as afirmativas: metalizadas. Os fios que sustentam as esferinhas são isolantes.
I – Na superfície de um condutor eletrizado, em equilíbrio ele- Uma esfera A, fortemente eletrizada com carga positiva, é aproxi-
trostático, o campo elétrico é nulo. mada da gaiola, como mostra a figura.
II – Na superfície de um condutor eletrizado e em equilíbrio ele-
trostático, o potencial é constante.
III – Na superfície de um condutor eletrizado em equilíbrio ele-
trostático, a densidade superficial de cargas é maior em re-
giões de menor raio de curvatura.
São corretas:
a) apenas a I b) apenas a II c) apenas a III
d) apenas II e III e) todas elas.

6. (POUSO ALEGRE-MG) – No interior de um condutor isolado em


equilíbrio eletrostático,
a) o campo elétrico pode assumir qualquer valor, podendo variar
de ponto para ponto.
b) o campo elétrico é uniforme e diferente de zero.
c) o campo elétrico é nulo em todos os pontos. Podemos afirmar que, decorrido algum tempo, até que se estabe-
d) o campo elétrico só é nulo se o condutor estiver descarregado. leça o equilíbrio eletrostático, as esferas pendulares assim ficarão:
e) o campo elétrico só é nulo no ponto central do condutor, au-
mentando (em módulo) à medida que nos aproximamos da su-
perfície.

7. (PUC-SP) – Cinco pequenas esferas igualmente carregadas cada


uma com carga q são usadas para carregar uma esfera oca bem
maior, também condutora, mediante toques sucessivos desta últi-
ma com cada uma das outras cinco. Quanto à carga total da
esfera oca após os sucessivos contatos com as cinco esferinhas,
podemos afirmar:

8. Esfera condutora eletrizada

Na figura abaixo, temos uma esfera condutora eletrizada em equilíbrio eletrostático. Como sabemos, suas cargas
elétricas distribuem-se uniformemente em sua superfície. Na figura 16a, a esfera está carregada positivamente e o
campo é de afastamento. Na figura 16b, a esfera está carregada negativamente e o campo é de aproximação.

Fig. 16 – Esferas eletrizadas em equilíbrio eletrostático.

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→ |Q|
| Epróx| = K0 . ––– c
R2
Como a esfera condutora está eletrizada e em equi-
líbrio eletrostático, valem as seguintes propriedades:
1.a) O campo elétrico é nulo em todos os pontos in-
ternos.
→ → Ao se passar de um ponto infinitamente próximo da
Eint = 0
esfera para um ponto da superfície, a intensidade do
campo é reduzida à metade:
2.a) O potencial elétrico é constante em todos os pon-
tos da esfera, sejam internos ou da superfície. Ela é equi-
→ 1 → 1 |Q|
potencial. | Esup| = –– . | Epróx| ⇒
2
 
Esup = –– . K0 . ––––
2 R2
d
Vint = Vsup = constante ⫽ 0
Quanto ao potencial na superfície, para calculá-lo,
basta substituirmos (d) por R na expressão (1)

Q
Vsup = K0 . ––– e
Pretende-se calcular o potencial elétrico e o módulo R
do vetor campo elétrico em P e, para tanto, admite-se to-
da carga elétrica da esfera concentrada no seu centro. (Válida para o referencial no infinito)
Tem-se, então, a seguinte configuração:
Observação: Como se viu, o potencial elétrico é o
mesmo em todos os pontos da esfera e, então, para se cal-
cular esse valor, usa-se a expressão (5):
Q
Vint = Vsup = Vesf ⇒ Vesf = K0 . ––– f
R
Fig. 17 – Para o cálculo do campo elétrico e do potencial externo, admite-se
toda a carga concentrada no centro da esfera.

Seja P um ponto geométrico externo à esfera e seja


d a distância dele até o seu centro (Fig. 18).
a) Considerações para a construção do gráfico do
potencial em função da distância d (Fig. 19)
Para d > R, isto é, pontos externos à esfera, o poten-
cial é calculado imaginando-se toda a carga concentrada
no centro da esfera e o seu valor é inversamente propor-
Fig. 18. cional à distância do ponto considerado até o centro da
esfera. Como V é inversamente proporcional a d, o grá-
Admitindo-se o referencial no infinito (V⬁ = 0), a fico tem a forma de um ramo de hipérbole equilátera.
expressão do potencial fica: Para d < R, o potencial é constante e o seu valor é da-
Q do pela expressão (5) anterior. Como consequência, o
VP = Vext = K0 . ––– a
d gráfico é um segmento de reta paralelo ao eixo da distân-
cia (d).
A expressão do módulo do vetor campo elétrico fica:
b) Considerações para a construção do gráfico
→ → |Q| do módulo do campo elétrico em função da
| Ep| = | Eext| = K0 . –––– b
d2 distância d (Fig. 20)
Para d > R, o campo elétrico é calculado imaginan-
Nota: Para o cálculo da intensidade do campo num do-se toda a carga no centro da esfera e a sua intensidade
ponto externo, porém infinitamente próximo à superfície, é inversamente proporcional ao quadrado da distância do
usa-se a expressão (2), e substituindo-se a distância (d) ponto considerado ao centro da esfera, o que implica um
por R. gráfico denominado hipérbole cúbica.
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O máximo valor do módulo do campo externo é obtido num ponto infinitamente próximo à superfície, com |Epróx|
dado pela expressão (3) anterior.
Para d = R, a intensidade do campo é reduzida à metade do valor anterior (expressão 4) e no gráfico ele é represen-
tado por um ponto isolado.
Para d < R, o campo elétrico é nulo ainda em razão da condição de equilíbrio eletrostático.

Fig. 19 – Gráfico do potencial elétrico da esfera em função da distância. Ad- Fig. 20 – Gráfico da intensidade do campo elétrico em função da distância.
mitida carga elétrica positiva.

9. O raio de uma esfera é igual a 10cm. Ela está uniformemente ele- Q


trizada. seus pontos. Sua expressão é: V = K0 –––
R
V.R
Então: V . R = K0 . Q ⇒ Q = –––––
K0

Sendo: V = 4,5 . 103 volts

R = 2,0m

K0 = 9 . 109 Nm2/C2, vem:

4,5 . 103 . 2,0


Sua carga é positiva e igual a 100␮C. Ela está imersa no vácuo. Q = ––––––––––––– (C) Q = 1,0 . 10–6C ⇒ Q = 1,0␮C
Determinar a intensidade do campo elétrico 9 . 109
a) no seu interior;
b) infinitamente próximo à superfície; 11. (MODELO ENEM) – Condutores em equilíbrio eletrostático
c) na superfície. apresentam um potencial constante em todos os seus pontos.
Consequentemente, a ddp entre eles é nula e também o campo
Resolução elétrico nos pontos internos.
→ →
a) Eint = 0, pois a esfera está em equilíbrio eletrostático. A figura abaixo representa uma esfera condutora homogênea po-
sitivamente carregada.
b) Campo infinitamente próximo:
Q 100 . 10–6
Epróx = K0 –––2
⇒ Epróx = 9 . 109 . ––––––––– (N/C)
R (0, 10)2

Epróx = 9,0 . 107 N/C

c) Campo na superfície:

Sobre o módulo do campo elétrico ( E) gerado, nos pontos A
Esup = 1/2 Epróx ⇒ Esup = 4,5 . 107 N/C (centro), B (próximo da superfície externa) e C (exterior), pela
carga da esfera, é correto afirmar:
a) EA > EB > EC
10. O potencial elétrico de uma esfera, em relação ao infinito, é
b) EA = 0; EB = 0; EC ≠ 0
+4,5 . 103V. Ela está uniformemente eletrizada. O meio que a en-
volve é o vácuo e seu raio é R = 2,0m. Dado K0 = 9 . 109 Nm2/C2, c) EA = EB = EC ≠ 0
determine sua carga elétrica. d) EA = 0; EB > EC > 0
Resolução
O potencial da esfera é aquele que ela apresenta em todos os e) EA = 0; EB = EC

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Resolução 3.o) O ponto C é externo e o campo em C é dado por:


1.o) Como o ponto A é interno à superfície da esfera, o campo Q
elétrico é nulo nesse ponto: EC = K ––– 3
d2
EA = 0 Comparando-se 2 e 3:
2.o) O ponto B é externo e seu campo não é nulo. Como ele está EB > EC
próximo da superfície externa, o campo em B vale: Sendo Q > 0, temos
Q EB > EC > 0
EB = K0 ––– 2
R2 Resposta: D

12. Uma esfera imersa no vácuo tem potencial interno igual a 9000V. 16. (UFMG) – Com relação à questão anterior, as intensidades do
Seu raio é R = 0,2m. Dado: K0 = 9 . 109 unidades S.I. campo elétrico nos pontos situados a 1,0cm e a 10cm do centro
Determine sua carga elétrica. da esfera são, respectivamente:
a) zero e zero.
13. (PUCC) – Uma esfera condutora de raio 40cm está no vácuo, ele- b) 1,0 . 105 V/m e 2,7 . 105 V/m.
trizada com carga elétrica de 4,0 . 10–6C e isolada de outros cor- c) 2,7 . 105 V/m e 2,7 . 105 V/m.
pos eletrizados. Com relação ao ponto no infinito tomado como d) zero e 2,7 . 105 V/m.
referencial, o potencial elétrico de um ponto P a 30cm do centro e) 5,4 . 104 V/m e 2,7 . 105 V/m.
da esfera, em volts, vale
a) 1,2 . 105 b) 9,0 . 104 c) 1,2 . 103 17. (UNICAMP-SP) – Um material isolante passa a conduzir eletri-
d) 9,0 . 102 e) zero cidade quando submetido a campos elétricos superiores a um va-
Dado: Constante eletrostática do vácuo: k0 = 9,0 . 109N . m2/C2 lor limite conhecido como “rigidez dielétrica”. A que potencial má-
ximo se pode manter carregada uma esfera metálica de 2,0cm de
14. Uma esfera no vácuo, de raio igual a 1,0m, é carregada com 1,0 . 10–3 raio, imersa no ar? Considere a esfera bem afastada de qualquer
coulomb de carga. Seu potencial elétrico, em volts, é igual a: outro objeto e a rigidez dielétrica do ar igual a 3,0 . 106 N/C.
a) 9,0 b) 9,0 . 102 c) 9,0 . 104
d) 9,0 . 106 e) 9,0 . 108 18. (UNIFOR-CE) – Para se eletrizar a um potencial de 120V um con-
Adote K0 = 9 . 109 unidades S.I. dutor esférico de 20cm de raio e sabendo-se que a carga de um
elétron é igual a 1,6 . 10–19 C, são necessários:
15. (UFMG) – Uma esfera metálica de raio R = 0,50m é carregada a um a) 6,0 . 109 elétrons.
potencial de 300V. A esfera ficará carregada com uma carga de: b) 1,7 . 1010 elétrons.
a) 1,7 . 10–8C. b) 8,3 . 10–5C. c) 5,0 C. c) 1,1 . 108 elétrons.
d) 3,8 . 103C. e) 3,0 . 10–5C. d) 5,0 . 109 elétrons.
Adote K0 = 9 . 109 unidades S.I. e) 1,0 . 109 elétrons.

9. Conexão entre dois


condutores eletrizados
Consideremos dois condutores, A e B, isolados, em
equilíbrio eletrostático. Sejam QA e VA a carga elétrica e
o potencial do condutor A e sejam ainda QB e VB a carga
elétrica e o potencial de B (Fig. 21).
Fig. 22 – Admitindo VB > VA, o sentido de movimento dos elétrons é de A
para B.

Os elétrons procuram espontaneamente pontos de


maior potencial elétrico. Assim, se VB > VA, os elétrons
fluem de A para B. Ora, com isso, o potencial elétrico de
Fig. 21 – Dois condutores, A e B, isolados um do outro. B vai diminuindo, ao passo que o de A, aumentando. Em
pouco tempo, estabelece-se o equilíbrio eletrostático en-
Vamos interligá-los por um fio de cobre (Fig. 22). tre eles e, ao final, ambos terão o mesmo potencial elé-
Imediatamente, estabelece-se uma corrente elétrica, de- trico. Nesse instante, cessa a corrente elétrica no fio. Po-
vido à diferença de potencial (desde que VA ⫽ VB). demos cortá-lo.

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Resumindo, no equilíbrio eletrostático, teremos:

V’A = V’B = Vfinal

Se A e B forem duas esferas condutoras de cargas Fig. 24 – As esferas interligadas atingem o equilíbrio eletrostático.
elétricas QA e QB quando ainda isoladas, teremos:
Pelo princípio da conservação da carga elétrica:

Q’A + Q’B = QA + QB a

Os potenciais se igualaram:

Q’A Q’B
V’A = V’B ⇒ K0 . –––– = K0 . –––– ⇒
RA RB
Fig. 23 – Esferas isoladas com cargas iniciais QA e QB.
Q’A RA
As esferas A e B são interligadas pelo fio de cobre e –––– = –––– b
Q’B RB
elétrons fluem de A para B (VB > VA). Estabelecido o
equilíbrio eletrostático entre elas:
A distribuição da carga elétrica nas esferas, após o
• As novas cargas elétricas passam a ser Q’A e Q’B. equilíbrio eletrostático, é diretamente proporcional
• O potencial final comum é Vf = V’A = V’B. aos seus raios.

19. Duas esferas isoladas, condutoras e em equilíbrio eletrostático


apresentam-se com cargas elétricas Q1 = +8,0pC e Q2 = –3,0pC. Q’1 + Q’2 = Q1 + Q2 ⇒ Q’1 + Q’2 = (+8,0) + (–3,0) = +5,0pC b
Seus respectivos raios geométricos são R1 = 2,0cm e R2 = 3,0cm.
As esferas são interligadas por um fio de cobre e estabelece-se
Das equações a e b, vem:
entre elas um equilíbrio eletrostático.
Determine
a) as novas cargas elétricas; Q’1 = +2,0pC e Q’2 = +3,0pC
b) o potencial de equilíbrio (Vfinal).

Adote K0 = 9,0 x 109 N/C. b) Para calcular o potencial de equilíbrio, basta usar a esfera a
Ambas têm o mesmo potencial.

Q’1
V’1 = Vf = Vesf = K0 ––––
R1

(+2,0 . 10–12)
Vf = 9,0 . 109 . –––––––––––––– (SI)
(2,0 . 10–2)

Resolução
a) Ao conectarmos o fio de cobre, haverá, imediatamente, passa- Vf = 9,0 . 10–1 volt
gem de elétrons da esfera 2, negativa, para a 1, positiva, até
que se igualem os potenciais elétricos:
Respostas: a) esfera (1): Q’1 = +2,0 x 10–12C = + 2,0pC
V’1 = V’2 = Vfinal (potencial final de equilíbrio)
esfera (2): Q’2 = +3,0 x 10–12C = + 3,0pC
Q’1 R1 Q’1 2,0 b) potencial final de equilíbrio:
–––– = –––– ⇒ –––– = –––– a
Q’2 R2 Q’2 3,0
Vf = 9,0 x 10–1V

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20. Considere dois condutores metálicos, A e B, eletrizados, em equi- seguida é levada novamente para longe.
líbrio eletrostático, próximos um do outro e interligados por um fio a) Qual é a diferença de potencial entre as esferas A e B antes de
metálico. a esfera C tocá-las? É dado K0, constante eletrostática no vácuo.
b) Qual é a carga final da esfera C?

22. (FEI-SP) – Duas esferas condutoras de raios R1 = 10cm e


R2 = 15cm estão eletrizadas, no vácuo, e os seus potenciais são
respectivamente V1 = 1000V e V2 = 2000V. As esferas são colo-
cadas em contato e depois afastadas uma da outra. Qual o novo
potencial de cada esfera?

Assinale a opção correta: 23. (FUVEST-SP) – Dois condutores esféricos, A e B, de raios res-
a) cada um dos condutores, necessariamente, tem carga elétrica pectivos R e 2R, estão isolados e muito distantes um do outro. As
positiva; cargas das duas esferas são de mesmo sinal e a densidade su-
b) o condutor A, necessariamente, tem carga total positiva; perficial de carga da primeira é igual ao dobro da densidade de car-
c) os condutores A e B têm potenciais elétricos iguais; ga da segunda. Interligam-se as duas esferas por um fio condutor.
d) o potencial elétrico de A é maior que o de B; Diga se uma corrente elétrica se estabelece no fio e, em caso
e) podem existir linhas de força do campo elétrico no interior do afirmativo, qual o sentido da corrente. Justifique sua resposta.
condutor A.
24. (FEI-SP) – Dois condutores esféricos de raios R1 = 2,0cm e
21. (UNICAMP-SP) – Duas esferas condutoras, A e B, distantes, pos- R2 = 3,0cm, supostos isolados e solitários, estão eletrizados com
suem o mesmo raio R e estão carregadas com cargas QA = –q e potenciais respectivamente iguais a V1 = 4,10V e V2 = 2,60V.
QB = +2q, respectivamente. Uma terceira esfera condutora, C, de Ligando-se os dois condutores por um fio condutor de capacidade
mesmo raio R porém descarregada, é trazida desde longe e é desprezível, o potencial de equilíbrio será, em volts:
levada a tocar primeiramente a esfera A, depois a esfera B e em a) 3,20 b) 4,10 c) 2,60 d) 6,70 e) 1,50

10. Capacitância
eletrostática de um condutor No Sistema Internacional, a carga se mede em cou-
Consideremos um condutor carregado com carga lomb e o potencial em volt.
elétrica Q e de potencial V (Fig. a). A unidade de capacitância é o farad, definido por:
Se dobrarmos a sua carga elétrica, o seu potencial 1 coulomb
também dobrará. Se triplicarmos a carga, também tripli- 1 farad = –––––––––––
1 volt
cará o seu potencial. Genericamente, se a sua carga elé-
trica passar a ser n . Q, então o seu potencial elétrico
passará a ser n . V (Fig. b).

Um condutor esférico de raio R, carregado com car-


ga Q, adquire potencial:

Q
V = K –––
R
a) Carga Q e potencial V. b) Carga n . Q e potencial n . V.

O potencial elétrico e a carga elétrica de um con- portanto:


dutor são proporcionais. Q Q
de C = ––– , vem C = ––––– ⇒ C = R/K
Define-se capacitância eletrostática de um condutor V KQ
––––
isolado como sendo a relação constante entre a sua carga R
elétrica e o seu potencial elétrico.
Q 11. Energia eletrostática
C = –––
V de um condutor
Observemos que: Consideremos um condutor carregado com carga Q
Q 2Q 3Q n.Q e tendo potencial V. O trabalho dispendido, para levar o
C = ––– = ––– = ––– = ... = –––––– = constante condutor desde o estado neutro até o estado final de ele-
V 2V 3V n.V
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trização, não é perdido e está armazenado no condutor A área hachurada sob o gráfico é numericamente
sob a forma de energia potencial elétrica. igual à energia armazenada procurada.
Para avaliarmos a quantidade de energia potencial
eletrostática armazenada no condutor, consideremos o n b.h Q.V
gráfico do potencial em função da carga elétrica (Fig. Weᐉ = área = ––––– ⇒ Weᐉ = –––––
2 2
25). Ele é retilíneo, pois:
Q Q Q
C = ––– ⇒ V = ––– Podemos ainda escrever: C = ––– ⇒ Q = C . V
V C V

Substituindo na equação da energia eletrostática, vem:

Q.V C.V.V C . V2
Weᐉ = ––––– = –––––––– ⇒ Weᐉ = ––––––
2 2 2

Unidade de energia no SI.


No SI, a unidade de energia eletrostática é o joule
(J).
Fig. 25.

FOCO NO
GERADOR DE VAN DE GRAAFF
As polias E e F são cobertas gas negativas para fora do terminal
com materiais diferentes, escolhi- superior. A remoção de cargas
dos de tal maneira que, quando a negativas é equivalente à adição de
correia D entra em contato com F, cargas positivas, de modo que
ela adquire uma carga positiva, ambos os lados da correia agem no
enquanto, em contato com E, ela sentido de aumentar a carga total
adquire carga negativa. Pontas positiva do terminal A. As cargas
finas G e H são ligadas eletri- negativas são removidas da correia
camente ao condutor superior A e ao passar pela ponta aguda H e es-
à base C. coam para a terra (massa).
As cargas desenvolvidas na
correia durante o contato desta
com as polias aderem a ela e são
por ela transportadas.
O lado esquerdo da correia,
Modelo simples de um Gerador que se move para cima, leva para
de Van de Graaff. o condutor superior um fluxo
contínuo de cargas positivas. Ao
A figura é um diagrama es- passar por G, induzem uma carga
quemático de um pequeno Gera- nesse condutor; este, tendo
dor de Van de Graaff. Um con- pontas agudas, produz um campo
dutor metálico oco A, aproximada- elétrico suficientemente alto para
mente esférico, apoia-se sobre um ionizar o ar entre a ponta e a
tubo isolante B, montado sobre correia. O ar ionizado estabelece A criança encosta sua mão no Ge-
uma base metálica C que, normal- um caminho condutor, através do rador de Van de Graaff e adquire
mente, é ligada à terra. Uma qual as cargas positivas da correia um elevado potencial. A outra
correia não condutora, contínua, podem passar para o condutor A. criança, de mãos dadas com a pri-
D, circula sobre duas polias não meira, também fica sob este mesmo
condutoras, E e F. A polia F pode Saindo da polia E, a correia fica potencial. Seus cabelos ficam ar-
ser acionada manualmente ou por carregada negativamente e o lado repiados devido ao campo elétrico.
um pequeno motor elétrico. direito da correia leva, então, car-

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25. A capacitância eletrostática de um condutor esférico imerso


no vácuo é C = 100nF. O seu potencial eletrostático é
V = 1,00 . 104 volts.
Estando ele isolado, determinar
a) seu raio;
b) sua carga elétrica;
c) a energia potencial eletrostática armazenada;
d) o gráfico da sua carga em função de seu potencial, quando
ambos variam.
a) potencial comum de equilíbrio:
Dado: K0 = 9 . 109 unidades S.I.
Resolução Q’1 = C1 . V + Q’2 = C2 . V
a) Sendo C = R/K0, vem: R = K0 . C
Substituindo numericamente, vem: Q’1 + Q’2 = C1 . V + C2 . V
R = 9 . 109 . 100 . 10–9
QTOT = (C1 + C2) V
R = 900m
QTOT
V = ––––––––
C1 + C2
b) A carga elétrica Q é dada por:

Q=CV Substituindo os valores numéricos


Q = 100 . 10–9 . 1,00 . 104 6,0 . 10–6
V = ––––––––––––––––––––––– (volts) V = 100 volts
0,01 . 10–6 + 0,05 . 10–6
Q = 1,00 . 103C ou Q = 1,00mC
b) novas cargas
Q’1 = C1 . V ⇒ Q’1 = 0,01 . 10–6 . 100(C) = 1,0 . 10–6C
c) A energia potencial é dada por:
ou Q’1 = 1,0µC
QV
Weᐉ = –––
2
Q’2 = C2V ⇒ Q’2 = 0,05 . 10–6 . 100(C) = 5,0 . 10–6C
1,00 . 10–3
. 1,00 . 104
Weᐉ = ––––––––––––––––––––– (J) Weᐉ = 5,00J ou Q’2 = 5,0µC
2

27. (MODELO ENEM) – A mão da garota da figura toca a esfera


d) gráfico eletrizada de uma máquina eletrostática conhecida como Gerador
de Van de Graaf.
Como Q = CV e a capacitância
é C = 100nF (constante),
temos a equação de uma reta
passando pela origem.

26. Dois condutores, bem afastados um do outro, de capacitância


C1 = 0,010 microfarads e C2 = 0,050 microfarads, estão ele-
trizados com cargas respectivamente iguais a Q1 = 10 microcou-
lombs e Q2 = –4,0 microcoulombs. Ligando-os por um fio metá-
lico, determinar
a) o potencial de equilíbrio;
b) a nova carga de cada um.
A respeito do descrito, são feitas as seguintes afirmações:
Resolução
Antes do contato pelo fio: I. Os fios de cabelo da garota adquirem cargas elétricas de
mesmo sinal e por isso se repelem.
II. O clima seco facilita a ocorrência do fenômeno observado no
cabelo da garota.
III. A garota conseguiria o mesmo efeito em seu cabelo, se na
figura sua mão apenas se aproximasse da esfera de metal
sem tocá-la.
Está correto o que se lê em
a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. e) I, II e III.
Resolução
QTOT = Q1 + Q2 = +6,0␮C I. Correto: Os cabelos da garota ficam eletrizados com carga de
mesmo sinal em relação à carga do Gerador de Van de Graaf –
Após a ligação: eletrização por contato.

189
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II. Correto: O ar seco é isolante elétrico, o que contribui para Tendo a esfera um raio R = 90cm, o gerador um potencial de
evitar que uma fração da carga elétrica do corpo da garota se 2,0 . 106 V e usando K0 = 9,0 . 109 N . m2/C2, determine a carga
perca para o ambiente. elétrica Q da esfera pendurada.
III. Falso: Haveria, neste caso, uma pequena indução eletrostática a) 1,0 . 10–4C b) 1,0 . 10–5C
no corpo da garota, o que não seria suficiente para provocar o –5
c) 2,0 . 10 C d) 2,0 . 10–4C
mesmo efeito no cabelo como o mostrado na ilustração.
–3
e) 2,0 . 10 C
Resposta: B
Resolução
28. (MODELO ENEM) – Nos laboratórios de eletrostática, existem O potencial elétrico da esfera é dado por:
grandes geradores de cargas elétricas que podem atingir
potenciais da ordem de 106V. A figura mostra um gerador ele- Q
V = K0 ––– ⇒ R .V = K0 . Q
trostático ligado a uma esfera pendurada no teto por um fio R
isolante.

R.V (90 . 10–2) (2,0 . 106)


Q = ––––– ⇒ Q = ––––––––––––––––––– (C)
K0 9,0 . 109

Q = 2,0 . 10–4C

Resposta: D

29. Um condutor esférico no vácuo é ligado a um gerador eletrostático c) é igual à de B.


de 5000V, o qual lhe confere uma carga 10,0mC. Determinar d) é maior que a de B.
a) sua capacidade eletrostática; e) é menor que a de B.
b) seu raio.
Dado: K0 = 9 . 109 un. S.I. 32. Uma esfera de alumínio está carregada eletricamente com um
potencial V = 5.000 volts acima do potencial da Terra. Sendo C a
30. (UFS-ES) – Duas esferas condutoras, A e B, de raios rA = 3,0cm capacidade elétrica da esfera, conclui-se que sua carga é
e rB = 5,0cm estão no vácuo, eletrizadas com cargas a) V . C a mais do que a carga da Terra.
QA = −2,0 . 10−6 C e QB = 6,0 .10−6 C, respectivamente. b) V . C a mais do que ela teria se estivesse ligada à Terra.
Analise as afirmações que se seguem, considerando a constante c) V . C a menos do que a carga da Terra.
eletrostática no vácuo igual a 9,0 . 109 S.I. d) V/C a mais do que ela teria se estivesse ligada à Terra.
(0) A capacitância eletrostática da esfera A vale 3,0nF. e) C/V a mais do que ela teria se estivesse ligada à Terra.
(1) O potencial elétrico da esfera B, em relação a um referencial
no infinito, vale 1,08 . 106 V. 33. (PUC-SP) – Duas esferas, A e B, de raios respectivamente iguais
(2) Colocando as esferas em contato, elas ficarão eletrizadas com a rA e rB, sendo rA = 2rB, estão carregadas com cargas iguais. Cha-
cargas de 2,0 . 10−6 C cada uma. mando EA e EB as energias de descarga mediante uma ligação de
(3) Após o contato, o potencial elétrico de cada esfera, em A e B com o solo, respectivamente, podemos afirmar:
relação ao potencial no infinito, será de 4,5 . 105 V. 1
a) EA = EB b) EA = ––– EB c) EA = 4EB
(4) Sendo a carga elementar e = 1,6 . 10–19C, o número de 2
elétrons que se transferem de um condutor a outro devido ao
1
contato é 5,0 . 1014. d) EA = 2EB e) EA = ––– EB
Estão corretas: 4
a) todas b) apenas (0), (1) e (2)
c) apenas (0); (2) e (4) d) apenas (1) e (3) 34. Têm-se duas esferas isoladas, 1 e 2. Sabe-se que suas capacitân-
e) apenas (3) e (4) cias eletrostáticas são, respectivamente, C1 = 1,0pF e C2 = 2,0pF,
ao passo que suas cargas elétricas valem Q1 = 2,0pC e
31. (PUC-SP) – Uma esfera metálica oca (A) e outra maciça (B) têm diâ- Q2 = 1,0pC. As esferas são interligadas por um fio de cobre de
metros iguais. A capacidade elétrica de A, no mesmo meio que B, capacitância desprezível. Calcule
a) depende da natureza do metal de que é feita. a) o potencial elétrico no equilíbrio eletrostático;
b) depende de sua espessura. b) as novas cargas elétricas após o equilíbrio.

4) B 5) D 6) C 7) E 21) a) |VA – VB| = 3K0 . q/R 29) a) 2,0␮F 30) D 31) C


8) E 12) 2,0 x 10–7C 13) B b) QC = 3q/4 b) 1,8 x 104m
22) 1600V 32) B 33) B 34) a) 1,0V
14) D 15) A 16) A
23) Não há corrente, pois VA = VB b) Q’1 = 1,0pC
17) 6,0 x 104V 18) B 20) C 24) A Q’2 = 2,0pC

190
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CAPÍTULO
Eletrostática

3 CAMPO ELÉTRICO UNIFORME

Entre as duas placas de um capacitor plano eletrizado,


surge um campo elétrico uniforme. Uma das placas é
carregada com carga positiva (+Q) e a outra com carga
negativa (–Q). O campo elétrico é perpendicular às
placas e tem o sentido da positiva para a negativa.
Semelhante a um sanduíche, o capacitor plano eletrizado
possui um campo elétrico entre as duas placas metálicas.

1. Definição Como as cargas desse plano são positivas, elas ge-


ram um campo elétrico de afastamento, cujas linhas de
força são perpendiculares ao plano. Logo, são retas para-
lelas entre si (Fig. 2).

Fig. 1 – Campo elétrico uniforme (CEU) Fig. 2 – As linhas de força são semirretas perpendiculares ao plano de cargas.
Linhas cheias = linhas de força. Elas se afastam do plano que possui cargas positivas.
Linhas pontilhadas = equipotenciais.
Teremos, portanto, em cada um dos semiespaços di-
Conforme já se definiu no Capítulo 5, o campo vididos pelo plano, um campo elétrico uniforme. Eles
elétrico uniforme é aquele que apresenta a mesma dire- têm sentidos opostos.
ção, o mesmo sentido e a mesma intensidade em todos os Por outro lado, se considerarmos um plano de cargas
seus pontos. negativas, de densidade superficial –␴, constante, as semir-
As linhas de força do campo elétrico uniforme são retas serão de aproximação em relação ao plano (Fig. 3b).
retas paralelas, orientadas num mesmo sentido e unifor-
memente distribuídas pela região que ocupam. As equi-
potenciais são planos perpendiculares às linhas de força
(Fig. 1).

2. Gerando um
campo elétrico uniforme
Fig. 3 – Vistos de perfil, os planos ␣ e ␤, isolados, geram, cada um deles, dois
Consideremos uma superfície plana e "infinita" com campos elétricos opostos.

cargas elétricas positivas, uniformemente distribuídas.


Demonstra-se que a intensidade do campo elétrico
Seja +␴ a densidade superficial de cargas positivas; ela é
gerado por um único plano de cargas uniformemente dis-
constante.

191
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→ →
tribuídas é diretamente proporcional à densidade super- Em P1, os vetores – E␣ e + E␤ se anulam.
ficial de cargas (␴), tomada em valor absoluto, e inversa-
→ →
mente proporcional à permitividade absoluta (ε) do meio Em P2, os vetores + E␣ e + E␤ não se anulam e temos:
que envolve o plano.
→ → → |␴| |␴| → ␴
|␴| | Eres| = | E␣| + | E␤| = –––– + –––– ⇒ | Eres| = ––
E = ––– 2ε 2ε ε

→ →
Em P3, os vetores + E␣ e – E␤ se anulam.
Assim, concluímos que somente há formação de um
campo elétrico uniforme entre os planos ␣ e ␤ de cargas
Consideremos duas superfícies planas, ␣ e ␤, parale- opostas (Fig. 6).
las entre si (Fig. 4). A primeira delas (␣) possui uma dis-
tribuição uniforme de cargas elétricas positivas de densi-
dade superficial +␴. Por outro lado, a segunda, ␤, possui
uma distribuição de cargas negativas de densidade –␴.

Fig. 6 – Campo elétrico uniforme entre as superfícies planas e paralelas de


cargas opostas.

Fig. 4 – ␣ e ␤ são superfícies eletrizadas com cargas opostas. São paralelas.

Para se determinar o campo elétrico resultante em 1.a) A permitividade absoluta ε, que aparece nas
cada uma das três regiões do espaço dividido por ␣ e ␤, equações do campo elétrico, é uma constante característi-
temos de lembrar que cada um dos planos gera, indepen- ca dos meios isolantes. No vácuo, o seu valor é
dentemente, um campo de intensidade: ε0 = 8,85 x 10–12 unidades.
|␴|
E = ––– Vale, ainda:
2ε 1
K0 = ––––– = 9,0 x 109 unidades SI
O campo elétrico é uma grandeza vetorial e poderá 4␲ε0

ser estudado, ponto a ponto, pelo vetor campo elétrico E.
2.a) Define-se permitividade relativa do meio
Na figura 5, estão representados, em pontos das três re-
giões, os respectivos vetores. isolante (εr) pela equação:
ε
εr = –––
ε0

Há tabelas de valores da permitividade relativa para


diversos meios isolantes. Abaixo, reproduzimos alguns
valores.
meio εr
Fig. 5 – Estudo do campo elétrico resultante em cada uma das três regiões. vácuo 1,000
ar 1,0
→ → |␴|
água 81,5
Temos: | E␣| = | E␤| = ––––

etanol 25

192
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3. O capacitor plano
Na prática, os planos ␣ e ␤ podem ser substituídos por
duas placas planas metálicas, paralelas e eletrizadas com
cargas opostas. Quanto mais perto ficarem uma da outra,
mais o campo elétrico formado entre elas se aproximará de
um campo elétrico uniforme. Entre elas, o dielétrico (iso-
lante) usado pode ser o próprio ar ou então uma substância
rígida, como cortiça, madeira, papel, isopor etc. O con-
junto é denominado capacitor plano.

4. Variação do potencial
Fig. 8 – As linhas pontilhadas são equipotenciais: VA – VB = U
no campo elétrico uniforme VB – VC = U

A intensidade do campo elétrico é constante em toda Demonstração


a região do campo elétrico uniforme. No entanto, ao per- Seja q uma carga de prova a ser transportada por um
corrermos uma linha de força desse campo, encontrare- operador desde um ponto A até outro, B, de duas equipo-
mos potenciais elétricos decrescentes no sentido desta li- tenciais, como mostra a figura 9.
nha (Fig. 7).
Por outro lado, as linhas (e superfícies) equipoten-
ciais são perpendiculares às linhas de força. Isto significa
que se cruzarmos as linhas de força do campo, numa di-
reção perpendicular a todas elas, não encontraremos va-
riação do potencial elétrico (Fig. 7).

Fig. 9 – Uma carga de prova q é deslocada por um operador desde A até B.

Independentemente do caminho seguido, o trabalho


do campo elétrico (conservativo) é sempre dado por:
␶AB = q . (VA – VB) ⇒ ␶AB = q . U a

Fig. 7 – As linhas cheias são linhas de força. Por outro lado, a força elétrica em q permanece
As pontilhadas A, B e C são equipotenciais. Caminhando-se constante no percurso de A até B e podemos escrever:
sobre a linha de força a, encontraremos potenciais decrescentes.
␶AB = F . d b
5. Relação entre a Sabemos ainda que:
intensidade do campo e a d.d.p.
F=q.E c
A variação do potencial ao longo de uma linha de
força não poderia ser aleatória. Ela obedece a uma lei mui- Igualando a e b e substituindo a c, vem:
to simples, relacionada com as distâncias entre os pontos
de uma mesma linha ou entre duas equipotenciais. F.d=q.U ⇒ q.E.d=q.U ⇒ E.d=U
Na figura 8, seja E a intensidade do campo elétrico
uniforme e seja d a distância entre duas equipotenciais
consecutivas. Seja ainda U a d.d.p. entre estas duas equi- 6. Gráfico do potencial no CEU
potenciais. Vale a equação:
Consideremos mais uma vez um campo elétrico uni-
forme (CEU) e tracemos dois eixos, x e y, para estudarmos
E.d=U o comportamento gráfico do potencial elétrico (Fig. 10).

193
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V P = V0 – E . x (1.o grau em x)

Fig. 10.

Para tanto, precisamos determinar as funções:


Fig. 11.
V = f(x) e V = f(y)
Observemos que o eixo x coincide com a linha de Trata-se de uma função do 1.o grau em x. Sua repre-
força. Nele, o potencial é decrescente (no sentido sentação gráfica é uma reta oblíqua ao eixo x.
positivo do eixo) e vale a equação: E . d = U A função é decrescente, pois temos o coeficiente
Para o ponto P, de abscissa x: E . x = VP – V0 negativo (–E).

1. Caminhando sobre a linha de força de um campo elétrico unifor- Substituindo-se 2 em 1, vem:


me, foram encontrados, a cada 20cm, os seguintes valores de V1 – V2 (40 – 5,0)V
potencial elétrico: d = –––––––– ⇒ d = –––––––––––
E 5,0V/m

d = 7,0m
Determine a intensidade do campo elétrico em unidades SI.
Resolução Resposta: 7,0m
Tomando-se os dois primeiros pontos:
U = 12V – 4,0V = 8,0V 3. (MODELO ENEM) – Pesquisas mostram que mais de 90% dos
raios que atingem o solo são cargas negativas que partem de
d = 20cm = 0,20m
nuvens, conforme a figura abaixo.
U 8,0V
E . d = U ⇒ E = ––– ⇒ E = –––––––
d 0,20m
V
Resposta: E = 40 –––
m

Nota: No SI, a unidade oficial de campo elétrico é o volt por


metro.

2. Na figura abaixo, ␲1 e ␲2 são dois planos equipotenciais, tais que


V1 = 40V e V2 = 5,0V. Sendo a intensidade do campo elétrico
constante e igual a 5,0V/m, determine a distância (d).

O sistema terra-nuvem é semelhante a um capacitor plano em


que a base inferior da nuvem é a placa negativa e a Terra é a placa
positiva.
Considere a diferença de potencial
elétrico entre a distribuição de
cargas negativas na base da nuvem
e o solo como sendo de 1 . 106 V.
De modo simplificado, considere
Resolução uma altura de 2km entre a base da nuvem e a Terra. A melhor
U aproximação para o módulo do vetor campo elétrico entre a
E . d = U ⇒ d = ––– (1) nuvem e o solo, em V/m, é:
E
a) 5 . 102 b) 5 . 106 c) 0,5 . 106
Mas U = V1 – V2 (2)
d) 0,5 . 107 e) 5 . 104

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Resolução Observemos também que, para calcularmos a d.d.p. entre A e B,


Temos, para este capacitor gigante: precisamos da distância d tomada paralelamente às linhas de
U = 1 . 106 V força.
d = 2km = 2 . 103m
No campo elétrico uniforme do capacitor, vale: 5. Tem-se uma placa plana infinita (␲),
uniformemente eletrizada com cargas
E.d=U
positivas. A esferinha amarrada no fio
U 1 . 106 V tem peso P = 5,0 . 10–4N e carga elé-
E = ––– ⇒ E = –––––––––
d 2 . 103 m trica q = +0,50␮C.
Determinar a intensidade do campo
E = 0,5 . 103 V/m ⇒ E = 5 . 102 V/m elétrico da placa e seu sentido (do lado
da esferinha).
Resposta: A

4. Calcule o trabalho da força elétrica, nos deslocamentos da carga


q = +2,0␮C, segundo
a) AB Resolução
b) ACB Sendo o plano uniformemente eletrizado com cargas positivas, ele
É dada a intensidade do campo elétrico: E = 3,0V/m.
cria na região da esferinha um campo elétrico uniforme, de afas-
tamento. Seu sentido será, portanto, da esquerda para a direita.
→ → →
Desenhemos as três forças que agem na esferinha: T, F e P

em que T: reação à tração

P: peso da esferinha

F: força elétrica

Resolução
Como o campo elétrico é conservativo, o trabalho não depende da
trajetória, sendo igual nos dois casos, pois a carga é sempre
levada de A para B.
Calculemos então ␶AC e ␶CB:
––
␶AC = q (VA – VC) = q . E . d = q . E . AC
␶AC = +2,0 . 10–6 . 3,0 . 0,40J →
Vamos decompor a tração T segundo as direções vertical e ho-
␶AC = 2,4 . 10–6J rizontal.

␶CB = q(VC – VB)


Como VC = VB (pertencem a uma mesma equipotencial)
␶CB = 0
Calculemos agora ␶ACB:
␶ACB = ␶AC + ␶CB
␶ACB = (2,4 . 10–6 + 0)J
␶ACB = 2,4 . 10–6J → → → →
Da figura, concluímos que Tx equilibra F e Ty equilibra P.
Logo: ␶AB = ␶ACB = 2,4 . 10–6J (Resposta) Logo: Tx = F
Observemos que, se a trajetória fosse uma curva qualquer (por Ty = P
exemplo, a da figura a seguir), o trabalho só dependeria da d.d.p.
Tx = T . cos 45°
entre os pontos A e B, isto é, teria dado o mesmo resultado.
Ty = T . cos 45°

Então Tx = Ty

Se Tx = Ty , então F=p (1)


Mas uma das equações fundamentais da eletrostática é:
F=q.E (2)

Então, substituindo (2) em (1), temos:


P
q . E = P ⇒ E = –––
q

Sendo: P = 5,0 . 10–4N


␶AB = q (VA – VB)
q = 0,50␮C = 0,50 . 10–6C = 5,0 x 10–7C

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Vem: a) 0,1mm b) 0,2mm c) 0,3mm


d) 0,4mm e) 0,5mm
5,0 . 10–4N Resolução
E = ––––––––––– ⇒ E = 1,0 . 103N/C Inicialmente, o nosso capacitor apresenta uma distância d1 = 0,7mm
5,0 . 10–7C
entre as placas e sua capacitância inicial é C1.
Resposta: 1,0 . 103N/C Temos: d1 = 0,7mm = 0,7 . 10–3m = 7 . 10–4m
A = 40mm2 = 40 . 10–6m2 = 4 . 10–5m2
6. (MODELO ENEM) – Considere o vão existente entre cada tecla
ε0 = 9 . 10–12 F/m
de um computador e a base do seu teclado. Em cada vão,
ε0A
existem duas placas metálicas, uma delas presa na base do Capacitância inicial: C0 = ––––
teclado e a outra, na tecla. Em conjunto, elas funcionam como um d0
capacitor de placas planas paralelas imersas no ar.
ε0A
Capacitância final: C = –––––
d

Se o circuito eletrônico é capaz de detectar uma variação de capa-


citância (⌬C) de 0,2 pF, vem:

⌬C = C – C0
ε0A ε0A
⌬C = ––––– – –––––
d d0

 
1 1
⌬C = ε0A ––– – –––
d d0

Substituindo-se pelos valores fornecidos, temos:

 
1 1
0,2 . 10–12 = 9 . 10–12 . 40 . 10–6 ––– – –––––––––
Quando se aciona a tecla, diminui a distância entre as placas e a d 0,7 . 10–3
capacitância aumenta. Um circuito elétrico detecta a variação da
d  0,5 . 10–3m ⇒ d = 0,5mm
capacitância, indicativa do movimento da tecla. Considere então
um dado teclado, cujas placas metálicas têm 40mm2 de área e O deslocamento da tecla será dado por:
0,7mm de distância inicial entre si. Considere ainda que a
⌬d = (0,7 – 0,5)mm
permissividade do ar seja ε0 = 9 . 10–12 F/m. Se o circuito
eletrônico é capaz de detectar uma variação da capacitância a ⌬d = 0,2mm
partir de 0,2 pF, então, qualquer tecla deve ser deslocada de pelo
menos Resposta: B

7. (PUC-RS) – Na figura ao podemos concluir que os potenciais elétricos de A e C são, res-


lado, estão representadas pectivamente, iguais a:
as linhas de força de um a) VA = 0 e VC = –50V; b) VA = –30V e VC = –40V;

campo elétrico E. As placas c) VA = 30V e VC = 40V; d) VA = 0 e VC = –40V;
paralelas A e B, de poten- e) VA = 0 e VC = 50V.
ciais indicados, estão dis-
tanciadas de 2,0cm. 9. (UNIRIO-RJ) – Com base no esquema abaixo, que representa a
A intensidade do campo elé- configuração das linhas de forças e das superfícies equipotenciais
trico entre as placas é de: de um campo elétrico uniforme de intensidade E = 5,0 . 102V/m,
a) 2,0 . 102V/m determine
b) 4,0 . 102V/m a) a distância entre as superfícies equipotenciais S1 e S2;
c) 4,0 . 103V/m b) o trabalho da força elétrica que age em q = 2,0 . 10–6C para
d) 2,0 . 104V/m esta ser deslocada de A para B.
e) 4,0 . 104V/m

8. (UNIP-SP) – Considere um campo elétrico uniforme E cujas linhas
de força estão representadas na figura.

→ V
Sendo o potencial elétrico do ponto B igual a zero e |E| = 10 ––– ,
m

196
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10. (CESGRANRIO-RJ) – Duas partículas carregadas penetram com


velocidades horizontais numa região em que existe um campo

elétrico vertical e uniforme de intensidade E.

A figura mostra as trajetórias das partículas no campo: elas são si-


métricas em relação à direção de incidência (em tracejado na figu-
ra).
Considere as seguintes afirmações:
I) As partículas têm massas iguais;
II) As cargas das duas partículas têm sinais contrários; A gota de óleo, com massa m, é abandonada a partir do repouso
III) Os valores das cargas são iguais em módulo. no interior do capacitor, onde existe um campo elétrico uniforme
São necessariamente corretas as afirmações: E. Sob ação da gravidade e do campo elétrico, a gota inicia um
a) I somente. b) II somente. c) III somente. movimento de queda com aceleração 0,2 g, em que g é a acelera-
d) II e III somente. e) I e II somente. ção da gravidade. O valor absoluto (módulo) da carga pode ser
calculado por meio da expressão
11. (FUVEST-SP) – Uma fonte F emite partículas (elétrons, prótons e a) Q = 0,8 mg/E b) Q = 1,2 E/mg c) Q = 1,2 m/gE
nêutrons) que são lançadas no interior de uma região onde existe d) Q = 1,2 mg/E e) Q = 0,8 E/mg
um campo elétrico uniforme.
15. (UFPB) – Os valores do potencial elétrico nos vértices A e B, de
um quadrado geométrico de lado ᐉ = 2,0m, desenhado num cam-
po elétrico, são, respectivamente, VA = 40V e VB = 20V.

As partículas penetram perpendicularmente às linhas de força do


campo. Três partículas emitidas atingem o anteparo A nos pontos
P, Q e R. Podemos afirmar que essas partículas eram, respectiva-
mente:
a) elétron, nêutron, próton. b) próton, nêutron, elétron.
c) elétron, próton, próton. d) nêutron, elétron, elétron.
e) nêutron, próton, próton.
a) Determine os potenciais nos pontos C e D, vértices do qua-
12. (FATEC-SP) – Millikan realizou um célebre experimento para me- drado.
dição da carga elétrica elementar. Um ensaio poderia consistir em b) Determine a intensidade do campo elétrico.
equilibrar uma gotícula de óleo sujeita exclusivamente à gravidade c) Esboce o gráfico da variação do potencial ao longo do lado AB.
→ → d) Esboce o gráfico da variação do potencial ao longo do lado BC.
g e a um campo elétrico vertical E. Admitir que o peso da gotícula
seja (m . g) = 1,6 x 10–17N, que o campo elétrico tenha intensida- 16. (MACKENZIE) – No estudo da Física de altas energias, duas par-

de | E | = 100V/m e que a gotícula possua um elétron excedente. tículas são bem conhecidas: a partícula alfa (␣), de carga elétrica
Assinalar o conjunto que encerra a carga do elétron (correta em

+2e e massa 4 u.m.a., e o elétron ( _ ␤), de carga elétrica – e e
valor absoluto e sinal) e o sentido do campo E (ascendente ↑, ou massa 5 . 10 – 4 u.m.a. Num equipamento de laboratório, temos
descendente ↓). entre as placas de um condensador plano a existência simultânea

de um campo elétrico e de um campo de indução magnética,
carga do elétron E ambos uniformes e perpendiculares entre si, conforme mostra a
a) –1,6 x 10–19C ↑ figura abaixo.

b) –1,6 x 10–19C ↓

c) –1,6 x 10–17C ↑

d) 1,6 x 10–17C ↓

13. (FAAP-SP) – Uma esfera de massa 20g, eletrizada com 1,0C, é


atirada com velocidade horizontal de 10m/s, em um campo ele-
trostático uniforme, vertical e ascencional.
Determine a intensidade do campo eletrostático que faz com que Sabe-se que uma partícula alfa descreve a trajetória pontilhada,
o movimento de esfera seja horizontal. com velocidade → v, quando a intensidade do campo elétrico é E e
a do campo de indução magnética é B. As ações gravitacionais
14. (UNESP) – Um dispositivo para medir a carga elétrica de uma gota são desprezadas. Para que um elétron descreva a mesma
de óleo é constituído de um capacitor polarizado no interior de um trajetória, separadamente da partícula alfa, com a mesma velo-
recipiente convenientemente vedado, como ilustrado na figura. cidade → v, deveremos

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a) inverter o sentido do campo elétrico e conservar as intensi- a) o módulo da aceleração da partícula alfa;
dades E e B. b) o valor da velocidade da partícula alfa ao atingir a placa nega-
b) inverter o sentido do campo magnético e conservar as intensi- tiva.
dades E e B.
c) conservar os sentidos dos campos e mudar suas intensidades 19. (UFU) – Considere as informações a seguir.
para 2 E e 4 B. Uma partícula de massa m e carga positiva q está fixa entre duas
d) conservar os sentidos dos campos e mudar suas intensidades placas de um capacitor de placas paralelas, que produz um campo
para 4 E e 2 B. elétrico uniforme de módulo E, como ilustra a figura ao lado.
e) conservar os sentidos dos campos bem como suas respec- Quando essa partícula é solta, desde uma altura H, em um local
tivas intensidades. onde a gravidade é g, ela cairá de forma a passar por um buraco,
existente em uma placa isolante, que está a uma distância
17. (FUVEST) – Um feixe de elétrons, todos com mesma velocidade, horizontal D da posição inicial da partícula.
penetra em uma região do espaço onde há um campo elétrico Com base nessas informações, faça o que se pede.
uniforme entre duas placas condutoras, planas e paralelas, uma a) Calcule o módulo da aceleração total da partícula em função de
delas carregada positivamente e a outra, negativamente. Durante E, m, q e g.
todo o percurso, na região entre as placas, os elétrons têm b) Determine o valor de D em função de E, H, m, q e g.
trajetória retilínea, perpendicular ao campo elétrico. Ignorando
efeitos gravitacionais, esse movimento é possível se entre as
placas houver, além do campo elétrico, também um campo
magnético, com intensidade adequada e
a) perpendicular ao campo elétrico e à trajetória dos elétrons.
b) paralelo e de sentido oposto ao do campo elétrico.
c) paralelo e de mesmo sentido que o do campo elétrico.
d) paralelo e de sentido oposto ao da velocidade dos elétrons.
e) paralelo e de mesmo sentido que o da velocidade dos elétrons.

18. (UNESP) – O campo elétrico entre duas placas paralelas, carrega-


das com a mesma quantidade de cargas, mas com sinais con-
trários, colocadas no vácuo, pode ser considerado constante e
perpendicular às placas. Uma partícula alfa, composta de dois
prótons e dois nêutrons, é colocada entre as placas, próxima à
placa positiva. Nessas condições, considerando que a massa da
partícula alfa é de, aproximadamente, 6,4 . 10–27 kg e que sua
carga vale 3,2 . 10–19 C, que a distância entre as placas é de 16cm
e o campo entre elas vale 0,010N/C, determinar

7. Uma aplicação do TEC ␶AB = ␶oper + ␶campo = Ecinf – Ecinin


no campo elétrico uniforme
Recordemos, inicialmente, o teorema da energia ci- Sendo:
nética (TEC): o trabalho de todas as forças que agem Ecin = Ecin e Ecin = Ecin
f B in A
sobre uma partícula é igual à variação de sua energia
cinética, considerados dois pontos de seu deslocamento. ␶oper + ␶campo = EcinB – EcinA a

Lembremos ainda que:


␶campo = q . (VA – VB) b
Fig. 12 – Uma partícula P é deslocada de A até B, sob a ação de diversas for-
ças.␶AB é o trabalho total dessas forças.

1. Quando a partícula partir do repouso em A, tem-se:


␶AB = Ecinf – Ecinin
Ecin = Ecin = 0
in A
ou
2. Quando a partícula chegar em repouso a B, tem-se:
␶AB = EcinB – EcinA
Ecin = Ecin = 0
f B
Consideremos agora uma partícula P sendo desloca- 3. Se ocorrerem ambos os casos:
da, no interior de um campo elétrico, entre dois pontos,
A e B, cujos potenciais elétricos são VA e VB. Seja q a Ecin = 0; Ecin = 0
A B
carga elétrica da partícula.
Sobre a partícula, estão agindo um operador e o pró- ␶campo + ␶oper = 0 ⇒ ␶operador = –␶campo
prio campo elétrico. Neste caso, a aplicação do TEC fica:

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20. Uma partícula eletrizada é deslocada por um operador, partindo do b) Cálculo do trabalho resultante (␶AB):
repouso em A e atingindo o ponto B com velocidade escalar
VB = 3,0 . 103m/s. São dados: carga da partícula q = 4,5␮C e ␶AB = ␶total = ⌬Ecin (TEC)
massa da partícula m = 2,0 . 10–12kg. m . V2 m . V2
␶AB = EcinB – EcinA = B
–––––––– A
– ––––––––
2 2

Temos:
VA = 0
m = 2,0 x 10–12 kg
VB = 3,0 x 103 m/s
(2,0 x 10–12) . (3,0 x 103)2
␶AB = –––––––––––––––––––––––– – 0 (J) ⇒ ␶AB = 9,0 x 10–6J
2
a) Determinar o trabalho do campo elétrico desde A até B.
b) Determinar o trabalho resultante e o do operador no
deslocamento AB. Trabalho do operador (␶oper):
Resolução
␶AB = ␶campo + ␶oper
a) Cálculo do trabalho do campo elétrico (␶campo):
9,0 x 10–6 = 9,0 x 10–6 + ␶oper ⇒ ␶oper = 0
␶campo = q . (VA – VB) ⇒ ␶campo = 4,5 x 10–6 x (20 – 18) (joules)
Respostas: a) ␶campo = 9,0 . 10–6J
␶campo = 9,0 x 10–6J
b) ␶AB = 9,0 x 10–6J ; ␶oper = 0

21. (PUC-SP) – Um elétron é colocado em Em uma certa experiência, elétrons livres saem do repouso da
repouso entre duas placas metálicas planas placa A e dirigem-se à placa B, sob a ação exclusiva do campo
e paralelas, entre as quais é aplicada uma elétrico uniforme, de intensidade E.
diferença de potencial de 20V (ver figura). Se um elétron atinge a placa B com velocidade de 2,56 . 106 m/s,
Qual a energia cinética que o elétron ao passar pelo ponto P, sua velocidade era de:
adquire quando atinge a placa de maior a) 1,0 . 106 m/s b) 1,4 . 106 m/s c) 1,6 . 106 m/s
potencial? 6
d) 1,8 . 10 m/s 6
e) 2,0 . 10 m/s

A carga do elétron vale, em módulo, 1,6 . 10–19C. 24. (PUC-RJ) – Uma partícula de massa 1,0 x 10–4kg e carga
a) 6,4 . 10–18J b) 0 (zero) c) 0,8 . 10–18J –1,0 x 10–6C é lançada na direção de um campo elétrico uniforme
de intensidade 1,0 x 105V/m. A velocidade mínima de lançamento
d) 1,6 . 10–18J e) 3,2 . 10–18J
para que ela percorra 20cm a partir da posição de lançamento, no
sentido do campo, é de:
22. (AMAN) – Uma pequena esfera condutora está com 10␮C e tem
a) 14m/s b) 20m/s c) 26m/s
massa igual a 4,0g. Quando a esfera passa de um ponto de poten-
d) 32m/s e) 38m/s
cial +1200V, onde estava em repouso, para outro de –2000V, ad-
quire uma velocidade de:
25. (ITA-SP) – Seja o dispositivo esquematizado na figura:
a) 6,0m/s b) 8,0m/s c) 4,0m/s d) 16m/s e) 2,0m/s

23. (MACKENZIE) – Duas pequenas placas idênticas estão dispostas


paralelamente uma à outra e submetidas a uma diferença de
potencial elétrico (d.d.p.), conforme a ilustração abaixo.

carga do elétron = 1,6 . 10–19C


A e B são placas condutoras muito grandes e C é uma grade. Na
placa A, existe um pequeno orifício por onde é introduzido um fei-
xe de elétrons com velocidade desprezível. Se os potenciais nas
placas são respectivamente VA = 0V, VC = –100V e VB = 5000V e
sabendo-se que a placa C se encontra a meio caminho entre A e
B, pode-se afirmar que
a) os elétrons chegam a B com uma energia cinética de
1,6 . 1015J.

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b) os elétrons chegam a B com uma energia cinética de


5,0 . 103J. NOTE E ADOTE:
c) os elétrons chegam a B com uma energia cinética de Nas condições do problema, o período T do pêndulo pode
8,0 . 10–16J. ser expresso por
d) os elétrons não chegam a B.


e) os elétrons chegam a B com uma energia diferente da ante-
massa x comprimento do pêndulo
rior. T = 2π ––––––––––––––––––––––––––––––––
Fe
26. (FUVEST) – Um certo relógio de pêndulo consiste em uma pe-
quena bola, de massa M = 0,1 kg, que oscila presa a um fio. O em que Fe é a força vertical efetiva que age sobre a massa,
intervalo de tempo que a bolinha leva para, partindo da posição A, sem considerar a tensão do fio.
retornar a essa mesma posição é seu período T0, que é igual a 2s. g = 10m/s2
Neste relógio, o ponteiro dos minutos completa uma volta (1 hora)
a cada 1800 oscilações completas do pêndulo.

27. (CEFET-SP) – Analise as afirmativas sobre o movimento de cargas


elétricas sob a influência de campos elétricos e (ou) magnéticos,
ambos uniformes.
I. Quando uma partícula eletrizada é lançada paralelamente às
linhas de um campo elétrico uniforme isolado, ela terá velo-
cidade crescente;
II. Quando uma partícula eletrizada é lançada paralelamente às
linhas de um campo magnético uniforme isolado, ela terá mo-
vimento uniforme;
III. Quando uma partícula eletrizada é lançada perpendicular-
mente às linhas de um campo elétrico uniforme isolado, ela
Estando o relógio em uma região em que atua um campo elétrico terá trajetória parabólica;
E, constante e homogêneo, e a bola carregada com carga elétrica IV. Quando uma partícula eletrizada é lançada perpendicular-
Q, seu período será alterado, passando a TQ. Considere a situação mente às linhas de um campo magnético uniforme isolado,
em que a bolinha esteja carregada com carga Q = 3 x 10–5 C, em ela descreverá um arco de circunferência;
presença de um campo elétrico cujo módulo E = 1 x 105 V/m. V. É impossível uma partícula eletrizada descrever MRU, se for
Então, determine lançada perpendicularmente em região onde haja presença de
a) a intensidade da força efetiva Fe, em N, que age sobre a bola campo elétrico e magnético, ao mesmo tempo.
carregada; Sobre as afirmativas, podemos dizer:
b) a razão R = TQ/T0 entre os períodos do pêndulo, quando a bola a) São verdadeiras apenas as afirmativas II e III;
está carregada e quando não tem carga; b) São verdadeiras apenas as afirmativas IV e V;
c) a hora que o relógio estará indicando, quando forem de fato c) São verdadeiras apenas as afirmativas II, III e IV;
três horas da tarde, para a situação em que o campo elétrico d) São verdadeiras apenas as afirmativas III,IV e V;
tiver passado a atuar a partir do meio-dia. e) São verdadeiras apenas as afirmativas II e IV.

7) C 8) D 9) a) 1,0 x 10–1m 16) E 17) A


b) 1,0 x 10–4J
10) B 11) E 12) B 18) a) 5,0 . 10 5m/s 2
b) 4,0 . 10 2m/s
13) 2,0 x 10–1N/C 14) A
15) a) VC = VB = 20V; VD = VA = 40V 
q2 . E2 + m2 . g2
19) a) a = ––––––––––––––––––––
b) 10V/m m
c)
2EH
b) D = –––––––
mg

21) E 22) C 23) D

24) B 25) C

d) 26) a) 4N
b) 1/2
c) 6h da tarde

27) C

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CAPÍTULO
Eletrostática

4 CAPACITORES

O s capacitores são elementos muito úteis nos


circuitos eletrônicos. Encontramos três tipos de capacitores:
cilíndricos, esféricos e planos.
O capacitor pode ajudar a lâmpada da máquina
fotográfica, descarregando nesta toda sua carga e
produzindo o flash.

1. Indução eletrostática Uma vez ligado o induzido à Terra, o potencial


deverá cair até ZERO, pois admitimos ser nulo o poten-
Consideremos o condutor (A), carregado positiva-
cial desta. Consequentemente, a carga do induzido passa-
mente, com uma carga Q. Como sabemos, Q produz um
rá a ser (–q'). Temos, então, no campo de A, a presença
campo elétrico, cujo potencial varia conforme o gráfico
de cargas negativas, o que abaixará novamente o poten-
abaixo (Fig. 1).
cial deste condutor para um valor V6.

Fig. 1.
Vamos imergir nesse campo o corpo neutro B (ver fi-
Fig. 2.
gura 2). Ele sofrerá indução, isto é, suas cargas irão se-
parar-se e teremos, do lado esquerdo (–q) e do lado di-
reito (+q). Isso se justifica, porque do lado esquerdo
temos um potencial máximo (V2) e do lado direito temos
um potencial mínimo (V3) e, consequentemente, as
cargas negativas procurarão pontos de maior potencial.
No entanto, uma vez terminada a indução, observe-
mos que o potencial do indutor (A) deverá diminuir, pois
sofrerá a influência das cargas negativas (–q) do lado
esquerdo do induzido (ver figura 2). Como cessou o mo-
vimento das cargas internas do condutor (B), não po-
demos ter uma d.d.p. entre o lado esquerdo e o lado direi-
to dele. Assim, o potencial nessa região adquire um valor
constante e igual a V4. Fig. 3.

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2. Indução total Sendo +Q a carga elétrica em excesso do indutor B,


então as cargas induzidas no condutor oco A serão –Q e
Ocorre indução total
+Q.
quando todas as linhas de
força que partem do in-
dutor atingem o induzido.
Quando isto acontece, a
carga induzida é igual à Se considerarmos um plano infinito de cargas +Q e
carga indutora, em mó- o colocarmos em paralelo com um segundo plano infi-
dulo. nito, condutor, haverá indução total e as cargas induzidas
Fig. 4 – Indução total. serão +Q e –Q.
No entanto, podemos ter, na prática, uma superfície
metálica plana, limitada, condutora, eletrizada, em para-
lelo com outra superfície plana idêntica (Fig. 6). Haverá
Colocando-se no interior de um condutor oco um
indução quase total. As cargas induzidas serão aproxima-
segundo condutor eletrizado, este produzirá indução total
damente iguais a –Q e +Q.
no primeiro. Todas as linhas de força que partem do con-
dutor interno, necessariamente, atingirão as paredes
internas do condutor oco (Fig. 5).

Fig. 6 – Indução praticamente total entre duas superfícies planas, limitadas,


␣ e ␤, condutoras. Elas são paralelas.
+Q = carga indutora de ␣
Fig. 5 – Condutor eletrizado (B) no interior do condutor oco (A); indução –Q; +Q = cargas induzidas em ␤
total.

FOCO EM
CONDENSAÇÃO DA CARGA ELÉTRICA
Quando um condutor qualquer está isolado e Se a indução for total, o fenômeno se acentua-
em equilíbrio eletrostático, a sua capacitância C tem rá. Tem-se uma nova carga Q" em A, tal que:
um determinado valor que depende apenas da sua
Q" > Q' > Q ⇒ C" > C' > C
geometria e do meio isolante que o envolve. Se for
eletrizado até um potencial V, adquirirá uma carga:
Q=C.V
O mesmo condutor é colocado em presença de
um segundo condutor ligado à Terra (Fig. 7).
Verifica-se que, se ele for eletrizado ao mesmo Fig. 7 – Em presença de B, ligado à Terra, o condutor
potencial V (anterior), adquirirá uma carga Q' > Q. A ligado ao gerador adquire maior carga elétrica do
Podemos então escrever: que se estivesse isolado.
Q' = C' . V A condensação de cargas é justificada pelo fato
de que a presença de um corpo induzido, com
Como a carga Q' > Q, concluímos que a nova
cargas elétricas de sinais contrários, produz um
capacitância é maior que a anterior.
"abaixamento" no nível de potencial elétrico do
O fenômeno do aumento da capacitância indutor. Com isso, ele perde elétrons e aumenta a
chama-se condensação de cargas. carga indutora.

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1. Uma esfera condutora A com carga elétrica igual a +8,0pC é colo-


cada no interior de uma segunda esfera metálica, B, oca, neutra,
como mostra a figura. Determine as cargas induzidas em B.

Resolução
Estando o condutor A no interior de B, todas as suas linhas de
forças "furarão" a esfera B. A indução será total e as cargas indu-
zidas em B serão, respectivamente, –8,0pC e +8,0pC nas super-
fícies interna e externa.

2. (PUC-SP) – Dois condutores, A e B, são esféricos e concêntricos. a) aumenta à medida que a carga +q se aproxima da placa nega-
O condutor A é maciço e tem raio 2,0cm e carga 5,0␮C; o con- tiva.
dutor B, ligado à Terra, tem raio interno 4,0cm e raio externo b) é inversamente proporcional à distância de +q à placa ne-
5,0cm. Um condutor C, inicialmente neutro, é aproximado do gativa.
condutor B, sem tocá-lo. Nestas condições, podemos afirmar que, c) é inversamente proporcional à distância de +q à placa positiva.
após a aproximação do condutor C, d) é nula, qualquer que seja a posição de +q entre as placas.
e) tem o mesmo valor, qualquer que seja a posição de +q entre
as placas.

4. (FEI-SP) – Quando um corpo eletrizado com carga +Q é intro-


duzido na cavidade de um condutor neutro, oco, este envolvendo
completamente aquele, sem que ambos se toquem,
a) o condutor oco sempre apresenta cargas cuja soma é nula.
b) a face da cavidade sempre se eletriza com carga +Q.
c) nunca há carga na face exterior do condutor oco.
d) o potencial do condutor oco é sempre nulo.
e) o potencial do corpo eletrizado sempre se anula.
a) a carga do condutor A passa a ser nula.
b) a carga total do condutor B é nula. 5. (ITA-SP) – Um condutor esférico oco, isolado, de raio interno R,
c) a carga induzida no condutor C é de +5,0␮C. em equilíbrio eletrostático, tem no seu interior uma pequena es-
d) a carga induzida no condutor C é nula. fera de raio r < R, com carga positiva. Neste caso, pode-se afirmar
e) a carga induzida no condutor C é de –5,0␮C. que
a) a carga elétrica na superfície externa do condutor é nula.
3. (UFMG) – Observe a figura: b) a carga elétrica na superfície interna do condutor é nula.
c) o campo elétrico no interior do condutor é nulo.
d) o campo elétrico no exterior do condutor é nulo.
e) todas as afirmativas acima estão erradas.

6. (ITA-SP) – A figura representa um condutor oco e um outro con-


dutor de forma esférica dentro da cavidade do primeiro, ambos
em equilíbrio eletrostático. Sabe-se que o condutor interno tem
carga total +Q.


O campo elétrico E, entre duas placas carregadas com cargas
iguais, mas de sinais contrários, é uniforme.
A respeito da intensidade da força elétrica que atua sobre uma
carga +q, colocada entre as referidas placas, pode-se afirmar que

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Sabe-se que o condutor oco estava inicialmente neutro, antes de o outro ser introduzido no interior dele.
Podemos afirmar que
a) não há campo elétrico dentro da cavidade.
b) as linhas de força dentro da cavidade são retas radiais em relação à esfera, como na figura.
c) a carga na superfície interna do condutor oco é –Q e as linhas de força são perpendiculares a essa superfície e à superfície esférica interna
do outro condutor.
d) a carga na superfície interna do condutor oco é –Q e as linhas de força tangenciam essa superfície e a superfície do outro condutor interno.
e) não haverá diferença de potencial entre os dois condutores se a carga total do condutor oco também for igual a Q.

3. Capacitores ou condensadores
Capacitores ou condensadores são dispositivos elé-
tricos capazes de realizar a condensação de cargas elé-
tricas.

Para que os condensadores funcionem a contento, a


indução eletrostática entre o induzido e o indutor deverá
ser total.

Basicamente, existem três tipos de condensadores: o


esférico, o cilíndrico e o plano.

Trata-se de uma esfera indutora no interior de outra Fig. 9 – Capacitor cilíndrico.


esfera oca, a qual deverá ser aterrada. A esfera indutora
deve ser ligada ao gerador elétrico. Entre as duas esferas,
há um dielétrico (isolante).
No capacitor plano, temos dois planos metálicos
paralelos, separados por um dielétrico (isolante). A placa
indutora é ligada ao gerador e a induzida, na Terra. Ocor-
re indução praticamente total. Apenas as linhas de força
das bordas acabam “fugindo” (Fig. 10).

Fig. 10 – Capacitor plano.


Fig. 8 – Capacitor esférico.

No interior do capacitor plano, tem-se um campo


elétrico uniforme.
Trata-se de um cilindro indutor no interior de uma
"casca" cilíndrica metálica, a qual deverá estar aterrada
(Fig. 9). O cilindro indutor deve ser ligado ao gerador
elétrico. Entre os dois cilindros, há um dielétrico (iso- Os dois condutores que fazem parte de um con-
lante). O sistema é semelhante ao das esferas concên- densador são denominados armaduras. No condensador
tricas: o cilindro indutor de cargas +Q induz na "casca" esférico, elas são as duas esferas; no cilíndrico, os dois
uma carga oposta –Q. A indução é total. cilindros e, no plano, são as duas placas planas metálicas.

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ou, ainda: Q=C.U


O símbolo do capacitor é sempre um par de traços
paralelos idênticos (Fig. 11). Não importa se o capacitor
A capacitância do capacitor depende da sua geo-
é plano, esférico ou cilíndrico, o símbolo é sempre o
metria (forma e tamanho), bem como do dielétrico (iso-
mesmo.
lante entre as armaduras).

5. Energia
Fig. 11 – Símbolo de um capacitor. armazenada no capacitor
Para se avaliar a energia armazenada no capacitor,
constrói-se o gráfico da carga elétrica em função da
Como vimos, nos capacitores ocorre indução total. d.d.p.
As armaduras ficam carregadas com cargas elétricas De Q = C . U, conclui-se que se trata de uma função
(+Q) e (–Q). Por definição, a carga do capacitor é: linear, pois C é constante.
|+Q| = |–Q| = Q

Entre as duas armaduras, eletrizadas com cargas


opostas, há uma d.d.p.: U.
Geralmente, o capacitor é ligado entre dois polos de
um gerador elétrico (Fig. 12) e adquire uma d.d.p. igual
à do gerador.
Fig. 13 – Gráfico de carga de um capacitor.

Para um dado valor de d.d.p., igual a U, tem-se uma


carga elétrica Q. Tomando-se a área hachurada, teremos,
numericamente, o valor da energia elétrica (Weᐉ) arma-
zenada no capacitor:
Fig. 12 – Capacitor ligado aos polos de uma bateria de 12V.
n b.h
Weᐉ = área do triângulo = –––––
4. Capacitância de um capacitor 2
Sendo Q a carga elétrica do capacitor e U a d.d.p. Q.U
entre as duas armaduras, a capacitância C é definida por: Weᐉ = –––––
2
Q
C = –––
U Lembrando que Q = C . U

A unidade de capacitância, no SI, é o farad (F). C.U.U C . U2


Weᐉ = –––––––– ⇒ Weᐉ = ––––––
A capacitância de um capacitor é uma constante, 2 2
pois a carga e a d.d.p. são proporcionais entre si. Es-
clarecendo:
• Se dobrarmos a d.d.p. do gerador que carrega o Observação:
capacitor, a carga elétrica armazenada dobrará. No gráfico da Fig. 13, a reta não é ilimitada; na rea-
• Se triplicarmos a d.d.p., então também triplicará lidade, trata-se de um segmento de reta. Existe, para cada
a carga. capacitor, um valor limite da d.d.p., a fim de que não
• Se a d.d.p. for multiplicada por um valor n, então ocorra ruptura do dielétrico.
a sua carga também o será.
Logo:
6. Circuito RC paralelo
Q 2Q 3Q n.Q
––– = ––– = ––– = ––––– = C Considere o circuito da Fig. 14 com o capacitor em
U 2U 3U n.U paralelo com o resistor.

205
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7. Circuito RC série
Considere o circuito da figura 16, no qual se tem um
gerador ideal G (que fornece uma tensão constante U),
um capacitor de capacitância C, um resistor de resis-
tência R e um amperímetro ideal A .

Fig. 14 – Capacitor em paralelo com um resistor.

A corrente elétrica do circuito passa integralmente


pelo resistor (R), mas não passa pelo capacitor (C) devi-
do ao seu isolante.
Entre A e B, temos uma d.d.p. U dada por:
Fig. 16.

U=R.i
Fechando-se a chave Ch, o amperímetro indicará
uma corrente elétrica de intensidade decrescente com o
Como o capacitor está ligado aos pontos A e B, entre tempo. O intervalo de duração dela é muito curto e de-
seus terminais a d.d.p. também é igual a U. Embora não pende dos valores do resistor e do capacitor. Ela é de-
passe a corrente elétrica contínua, ele se carrega. nominada “corrente transitória”.
Quando o amperímetro indicar zero, significa que
A sua carga elétrica vale: cessou a corrente transitória.
Justifica-se a sua existência pelo fluxo de elétrons,
no sentido anti-horário, que deixa a armadura superior de
Q=C.U
C, atravessa o resistor R, o gerador G, o amperímetro A
e chega à armadura inferior de C (Fig. 17).

A polaridade do capacitor pode ser identificada pelo


sentido da corrente elétrica em R (Fig. 15).

Fig. 17.
Fig. 15.

O capacitor se polariza, entre as armaduras vai-se es-


tabelecendo uma d.d.p. e o capacitor vai adquirindo uma
A energia elétrica armazenada no capacitor vale: carga elétrica. Na plena carga, o amperímetro indica
zero.

Q.U C . U2 Importante: Em nenhum momento, houve passa-


Weᐉ = ––––– ou Weᐉ = –––––– gem de elétrons pelo dielétrico do capacitor.
2 2

206
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7. Nas figuras que se seguem, o mesmo capacitor, de capacitância


C, foi ligado a dois geradores distintos.
Na ligação (1), ele adquiriu uma carga Q1 = 4,8␮C.
Determinar
a) sua capacitância;
b) a carga adquirida na ligação (2).

b) A intensidade da corrente é dada pela Lei de Pouillet:


E 16 16V
i = ––– = –––––––––––––– = ––––––
⌺R 1,0 + 3,0 + 4,0 8,0⍀

i = 2,0A
Resolução
a) Na figura (1), temos: U1 = 12V e Q1 = 4,8␮C = 4,8 . 10–6C A d.d.p. entre A e B é dada por U = R1 . i ⇒ U = 3,0 x 2,0 (V)
Q1 10–6
4,8 .
Então: C = ––– ⇒ C = –––––––––– (F) U = 6,0V
U1 12
c) O capacitor não é percorrido por corrente elétrica, mas se
polariza e fica sob a mesma d.d.p. de R1, pois ambos estão em
C = 4,0 . 10–7F ⇒ C = 0,40␮F paralelo.

b) Na figura (2), temos U2 = 6,0V e mesma capacitância C.

Logo: Q2 = CU2 ⇒ Q2 = 4,0 . 10–7 . 6,0 (C)

Q2 = 24 . 10–7C ⇒ Q2 = 2,4␮C

Observemos que poderíamos ter trabalhado diretamente em ␮C


e ␮F.
Respostas: a) 0,40␮F b) 2,4␮C
Sua carga é dada por:
8. No circuito elétrico abaixo, o capacitor possui uma capacitância
C = 2,0␮F. Q = C . U ⇒ Q = (2,0 x 10–6) . 6,0 (C)

Q = 12 . 10–6C ou Q = 12␮C

Respostas: b) 2,0A e 6,0V c) 12␮C

9. A capacitância de um capacitor é 4,0␮F e ele está sob uma d.d.p.


de 50V.
Determine a energia potencial armazenada.
Resolução
a) A energia eletrostática armazenada, sob a tensão de 50V, é
dada por:
C . U2 4,0 . 10–6 . 502
Weᐉ = ––––– ⇒ Weᐉ = –––––––––––––– (J)
2 2
a) Indicar o percurso da corrente elétrica e justificar.
b) Calcular a intensidade da corrente e a d.d.p. entre A e B.
Weᐉ = 5,0 x 10–3J
c) Calcular a carga elétrica armazenada no capacitor.
Para os itens a e b, use os seguintes dados:
R1 = 3,0⍀; R2 = 4,0⍀; r = 1,0⍀; E = 16V 10. (MODELO ENEM) – Considere dois capacitores (A e B) isolados,
com capacitâncias CA e CB, respectivamente, com CA > CB.
Resolução Nesse contexto, a diferença de potencial entre as placas do
a) A corrente elétrica, gerada pelo gerador (E, r), passará por R2, capacitor A é representada por VA e a do capacitor B, por VB; a
por R1 e voltará ao gerador, fechando assim o circuito elétrico. carga do capacitor A é representada por QA e a do capacitor B, por
Não passará corrente no capacitor C, pois ele possui um iso- QB. Com base nessas informações, identifique as proposições
lante entre as armaduras. verdadeiras:

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I. VA > VB quando QA = QB. I. A carga elétrica q, de cada gota, é positiva.


II. QA > QB quando VA = VB. II. O sentido do campo elétrico é da placa A para a placa B.
III. Na direção x, o movimento é uniforme e na direção y, é
III. CA e CB independem de QA e QB. uniformemente variado.
IV. CA e CB independem de VA e VB. IV. A aceleração da partícula tem a direção y e é constante.
São verdadeiras:
a) apenas II, III e IV b) apenas I e III Estão corretas as afirmativas:
c) apenas I, II e III d) apenas I, III e IV a) Apenas I, II e III b) Apenas II, III e IV
e) todas são verdadeiras c) I, II, III e IV d) Apenas, I e IV
Resolução e) Apenas I e III
QA = CA . VA (para o capacitor A) Resolução
I. Verdadeira
QB = CB . VB (para o capacitor B)
Como a trajetória mostra a gota desviando-se para a placa B,
CA > CB concluímos que ela se afasta da placa positiva e se aproxima
I. Falsa da negativa e portanto tem carga positiva.
VA CB
Se QA = QB, então: CA . VA = CB . VB ⇒ –––– = ––––
VB CA
Como CA > CB ⇒ VB > VA
II. Verdadeira
Sendo VA = VB
QA QB
–––– = ––––
CA CB
Como CA > CB ⇒ QA > QB

III. Verdadeira
A capacitância é uma propriedade das características geomé-
tricas e do isolante (dielétrico) usado. Portanto, não depende
da carga. II. Verdadeira
IV. Verdadeira O sentido do campo elétrico é da placa positiva para a placa
Pelo mesmo motivo anterior, a capacitância independe do negativa, ou seja, de A para B.
potencial.
Resposta: A

11. MODELO ENEM) – Em uma impressora a jato de tinta, pequenas


gotas são ejetadas de um pulverizador em movimento. Elas
passam por uma unidade eletrostática onde perdem alguns
elétrons, adquirindo uma carga q e, antes da impressão, se
deslocam no espaço entre as duas placas planas e paralelas,
eletricamente carregadas com cargas opostas, de um capacitor.
Considere todas as gotas de mesmo raio r, sendo lançadas com
velocidade de módulo V0 entre placas, conforme a figura. No
interior dessas placas, existe um campo elétrico vertical uniforme,
cujo módulo é conhecido e vale E. Considerando que a influência III. Verdadeira
da gravidade seja desprezível, podemos afirmar: Observemos que o campo tem a direção de y e portanto não
atua na direção x. Então, na→direção x não há forças e portanto
a velocidade é constante ( Vx = constante) e o movimento é
uniforme.
Na direção y, o campo acelera a partícula e o movimento é
acelerado.

IV. Verdadeira
A aceleração é na direção y, mesma direção do campo.
Como o campo é constante, a aceleração também é
constante.
Resposta: C

12. Determine a carga do capacitor e a energia eletrostática nele ar- 13. (PUC-SP) – A carga no capacitor do circuito abaixo vale:
mazenada. a) 10␮C b) 20␮C c) 30␮C d) 40␮C e) 50␮C

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14. (UFCE) – No circuito visto na figura, a bateria é ideal e o capacitor


C tem capacitância igual a 7,0␮F.

17. (ITA-SP) – No circuito esquematizado, considere dados ε, R1, R2


Determine a carga do capacitor C. e C. Podemos afirmar que a corrente i constante que irá circular
pelo circuito e a tensão VC no capacitor medem, respectivamente:
15. (MACKENZIE-SP) – No circuito a seguir, o capacitor está carregado
com carga Q = 100␮C. Substituindo-se esse capacitor por um
resistor de 9,0⍀, a corrente que atravessa o gerador tem intensida-
de de 2A.

a) i = 0 ; VC = 0
ε
A resistência interna do gerador vale: b) i = ––– ; VC = ε
a) 5,0⍀ b) 4,0⍀ c) 3,0⍀ d) 2,0⍀ e) 1,0⍀. R1

16. (UnB-DF) – Um amperímetro é introduzido no ramo do circuito a c) i = ε/(R1 + R2) ; VC = ε R2/(R1 + R2)
seguir, contendo o capacitor C. Estando o sistema em regime d) i = ε/(R1 + R2) ; VC = ε
estacionário, ache o valor da corrente indicada pelo amperímetro,
considerando: ε = 5,0V, R1 = 2,0⍀, R2 = 4,0⍀, R3 = 6,0⍀ e R1ε
C = 2␮F. e) i = ε/R2 ; VC = ––––
R2

8. Capacitor plano
Como já vimos na sua descrição, o capacitor plano é
um dispositivo constituído de duas placas planas metáli- Se ligarmos o capacitor a um gerador de corrente
cas, em paralelo. Entre elas, existe um isolante (dielétri- contínua, cuja d.d.p. (fem) seja U, suas placas se ele-
co) (Fig. 18). trizam com cargas elétricas opostas +Q e –Q. Entre as ar-
O material do isolante pode ser cortiça, papel, isopor, maduras, a d.d.p. é a mesma do gerador e estabelece-se no
ar, vácuo etc. dielétrico um campo elétrico uniforme. Desprezaremos
os efeitos de borda (Fig. 19).
Sejam as seguintes medidas do capacitor plano:
d = distância entre as placas.
A = área de cada placa.
ε = permitividade absoluta do dielétrico.

Fig. 19 – Há um CEU entre as placas planas.

Cabe aqui uma observação: quanto menor for a dis-


tância d em comparação com a das placas, menos se
acentua o efeito de borda. Aumenta também o efeito de
Fig. 18 – Capacitor plano. condensação das cargas (a capacitância).

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Como se viu no capítulo anterior, a intensidade do Da equação (2), vem: Q = ␴ . A


campo elétrico entre as duas placas planas vale: Da equação (1), vem: ␴ = E . ε
Logo Q = E . ε . A e

E = –– a
ε Substituindo as equações (3) e (5) na equação (4),
vem:
A densidade superficial de cargas (␴), por sua vez, Q E.ε.A ε.A
vale: C = ––– = ––––––– ⇒ C = –––––
U E.d d
Q
␴ = –– b Esta equação final da capacitância nos mostra que
A esta grandeza é uma constante que depende
• do dielétrico (ε).
Como o campo elétrico é uniforme, a relação entre • da área (A) das placas.
intensidade do campo e tensão elétrica é: • da distância (d) entre as placas.

E.d=U c A capacitância é diretamente proporcional à área


e inversamente proporcional à distância das
placas.

Observação:
Por definição, a capacitância de qualquer tipo de ca- • Se o meio isolante for o vácuo, a capacitância C0
pacitor vale: fica:
Q ε0 . A
C = –– d C0 = –––––
U d

A capacitância, na realidade, é uma constante que • Sendo ε = εr . ε0, temos


depende das medidas geométricas do capacitor e do die-
C = εr . C0
létrico.

18. Um capacitor plano, a vácuo, tem armaduras de área A = 0,10m2, A = 0,10m2


separadas pela distância d = 0,50cm.
a) Determinar sua capacitância, sendo dada a permitividade ab- d = 0,50cm = 5,0 . 10–3m, temos, no S.I.:
soluta do vácuo;
ε0 = 8,8 . 10–12 F/m 8,8 . 10–12 . 0,10
b) Determinar a carga armazenada sob d.d.p. de 1,0 . 103V. C = ––––––––––––––––– (F) ⬖ C  1,8 . 10–10F
5,0 . 10–3

b) Da definição de capacitância, vem:

Q
C = ––– ⇒ Q = C U
U

Sendo:
C  1,8 . 10–10F
Resolução
a) A capacitância do condensador plano é dada por: U = 1,0 . 103V, temos
ε0 . A Q  1,8 . 10–10 . 1,0 . 103 (coulomb)
C = –––––– Q  1,8 . 10–7C
d

Sendo: Respostas: a) 1,8 . 10–10F


ε0 = 8,8 . 10–12 F/m b) 1,8 . 10–7C

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19. (UNISA-SP) – Um capacitor plano de capacitância C e cujas 24. (FUVEST-SP) – Um capacitor é feito de duas placas condutoras,
placas estão separadas pela distância d encontra-se no vácuo. planas e paralelas, separadas pela distância de 0,50mm e com ar
Uma das placas apresenta o potencial V e a outra –V. entre elas. A diferença de potencial entre as placas é de 200V.
A carga elétrica armazenada pelo capacitor vale: a) Substituindo-se o ar contido entre as placas por uma placa de
a) CV b) 2CV c) V . d d) 2V/d e) CV/d vidro, de constante dielétrica 5 vezes maior do que a do ar, e
permanecendo constante a carga das placas, qual será a
20. Para um capacitor plano, a capacidade eletrostática C e a energia diferença de potencial nessa nova situação?
eletrostática armazenada E são dadas por: b) Sabendo-se que o máximo campo elétrico que pode existir no
Aε QU ar seco sem produzir descarga é de 0,80 x 106 volt/metro,
C = –––– e E = –––– determine a diferença de potencial máxima que o capacitor
e 2
pode suportar, quando há ar seco entre as placas.
em que:
A = área das placas. 25. (PUCC) – O campo elétrico entre as armaduras de um capacitor
ε = constante dielétrica do meio entre as placas. plano eletrizado é uniforme.
e = distância entre as placas. Um capacitor plano a vácuo, cuja distância entre as suas arma-
Q = módulo da carga armazenada em cada placa. duras é de 5,0cm, tem capacitância de 4,0 . 10 –10F e está carre-
U = tensão elétrica entre as placas. gado com carga de 6,0µC. O campo elétrico entre as armaduras
O capacitor está carregado e desligado de qualquer gerador. Se desse capacitor, suposto constante, tem intensidade, em V/m, de
aumentarmos a distância e entre as placas, a) 1,0 . 105 b) 2,0 . 105 c) 3,0 . 105
a) C e E vão aumentar. d) 4,0 . 105 e) 5,0 . 105
b) C diminui e E aumenta.
c) C diminui e E permanece constante. 26. (UFPA) – Constroem-se dois capacitores idênticos (A e C). Em um
d) C e E vão diminuir. deles, é introduzido um dielétrico (A) enquanto o outro (C) contém
e) C e E permanecem constantes. ar à pressão normal. Uma bateria B carrega os dois capa ci to res
até a mesma diferença de potencial.
21. Um capacitor plano cujo dielétrico é o ar está em equilíbrio ele-
trostático com um gerador de tensão constante U.

Nestas condições, afirmamos que


a) a carga acumulada no capacitor A é menor que a acumulada
no capacitor C.
Descreva o que acontecerá com a d.d.p. no capacitor, sua carga e b) a carga acumulada no capacitor A é maior que a acumulada no
o campo elétrico se dobrarmos a distância entre as placas sem, capacitor C.
contudo, desligá-lo do gerador. c) o capacitor A tem capacitância nula.
d) os capacitores A e C acumulam a mesma carga.
22. (FGV) – O maior valor do campo elétrico que pode ser aplicado a e) os capacitores A e C possuem a mesma capacitância.
um isolante sem que ele se torne condutor é denominado rigidez
dielétrica. Em se tratando da rigidez dielétrica do ar, nos dias em 27. Dois capacitores, A e B, são formados, cada um deles, por placas
que a umidade relativa é elevada, seu valor cai significativamente. perfeitamente iguais, de mesmo material, distanciadas igualmen-
Se duas placas paralelas, A e B, imersas no ar são mantidas a uma te de D, sendo que o dielétrico do capacitor A é vácuo e o die-
distância fixa e carregadas com cargas elétricas de mesma inten- létrico do capacitor B é papel.
sidade, contudo de sinais contrários, com o ar mais úmido, para Estes capacitores são ligados a duas baterias cujas diferenças de
que o dielétrico comece a conduzir eletricidade, potencial são, respectivamente, dadas por EA e EB, tal como mos-
a) o potencial na placa negativa deve ser menor. tra a figura.
b) a diferença de potencial entre A e B deve ser menor.
c) o módulo do campo elétrico na superfície das placas A ou B
deve ser maior.
d) o trabalho para mover uma carga individual de uma placa a ou-
tra deve ser maior.
e) a força elétrica percebida por uma carga individual de uma
placa pela carga da outra placa deve ser maior.

23. (MACKENZIE-SP) – A capacitância de um capacitor aumenta


quando um dielétrico é introduzido preenchendo todo o espaço
entre suas armaduras. Tal fato ocorre porque
a) cargas extras são armazenadas no dielétrico.
b) átomos do dielétrico absorvem elétrons da placa negativa para
completar suas camadas eletrônicas externas.
c) as cargas agora podem passar da placa positiva à negativa do
capacitor.
d) a polarização do dielétrico reduz a intensidade do campo
elétrico no interior do capacitor.
e) o dielétrico aumenta a intensidade do campo elétrico.

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Em relação às cargas e às capacidades dos capacitores A e B, 28. (UNICAMP) – Um raio entre uma nuvem e o solo ocorre devido
podemos afirmar que: ao acúmulo de carga elétrica na base da nuvem, induzindo uma
CA = capacidade do capacitor A. carga de sinal contrário na região do solo abaixo da nuvem. A base
CB = capacidade do capacitor B. da nuvem está a uma altura de 2 km e sua área é de 200 km2.
Considere uma área idêntica no solo abaixo da nuvem. A descarga
QA = carga do capacitor A.
elétrica de um único raio ocorre em 10–3s e apresenta uma
QB = carga do capacitor B.
corrente de 50 kA. Considerando ε0 = 9 x 10–12 F/m, responda:
a) Se EA = EB, conclui-se que QA = QB
b) Se EA = EB, conclui-se que CA = CB a) Qual é a carga armazenada na base da nuvem no instante
anterior ao raio?
c) Se EA > EB, conclui-se que QA = QB
b) Qual é a capacitância do sistema nuvem-solo nesse instante?
d) Se EA = EB, conclui-se que QA < QB c) Qual é a diferença de potencial entre a nuvem e o solo
e) Se EA < EB, conclui-se que QA > QB imediatamente antes do raio?

9. Associação de capacitores A carga total (Q) armazenada pelo sistema.


Os capacitores, tal como os resistores, também po- Q = Q1 + Q2 + ... Qn a
dem ser associados em série ou em paralelo.
Denomina-se capacitor equivalente da associação de Para cada condensador, temos:
capacitores aquele que, sob a mesma d.d.p. da associação, Q1 = C1 . U
armazena a mesma quantidade de carga elétrica que ela. Q2 = C2 . U
....................
Qn = Cn . U
somando membro a membro, vem:
As armaduras coletoras (positivas) são ligadas entre si Q1 + Q2 . . . + Qn = (C1 + C2 . . . + Cn) . U
e, portanto, sob mesmo potencial (VA) e todas as arma-
duras condensadoras (negativas) estão, também, ligadas Q = (C1 + C2 + C3 . . . + Cn) . U b
entre si, e, portanto, possuem o potencial comum (VB). Mas, para o condensador equivalente:
Q = Cp . U c
de (3) em (2), vem:
Cp = C1 + C2 + . . . + Cn

Neste tipo de associação, a armadura negativa (con-


Fig. 20 – Capacitores em paralelo. densadora) de um capacitor está ligada à armadura po-
Em paralelo, todos os condensadores estão sujeitos sitiva (coletora) do seguinte.
à mesma tensão: U = VA – VB. A armadura positiva do primeiro capacitor é a arma-
dura positiva (coletora) da associação, pois será esta que
receberá a carga elétrica (+Q) e induzirá (–Q) na ar-
madura negativa (condensadora). A carga induzida (+Q)
escoará para a armadura positiva do segundo con-
densador. Esta, por sua vez, induzirá (–Q) na sua arma-
dura negativa. Assim, a carga (+Q) escoará para a arma-
dura positiva do terceiro capacitor, que induzirá (–Q) na
sua armadura positiva e assim sucessivamente.

Fig. 21 – Capacitores em paralelo ligados ao gerador.

Fig. 23 – Capacitores em série.

Poderemos, portanto, concluir:


Em série, todos os condensadores apresentam a
mesma carga Q.
Fig. 22 – Capacitor equivalente.

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Q
U1 = ––––
C1
Q
U2 = ––––
C2
.
.
. Q
Un = ––––
Cn
Sendo Cs a capacitância do condensador equivalente,
vem:
Q Q Q
Cs = –––––––– = –––– ⬖ U = ––––
VA – VB U Cs
A tensão total U suportada pela associação é a soma
das tensões individuais de cada condensador. Substituindo-se U, U1, U2, . . . Un em (1), resulta:

U = U1 + U2 + U3 + . . . Un a
1 1 1 1
––– = ––– + ––– + . . . + –––
Cs C1 C2 Cn
Para cada condensador, temos:

Exemplo:

(a) Quatro capacitores associados;


(b) Os dois em paralelo dão um capacitor equivalente de 6,0␮F;
(c) Finalmente, os três fornecem um equivalente final de 2,0␮F.

29. Determine a capacitância equivalente da associação, vista pelos Observemos que uma expressão análoga foi obtida para dois re-
terminais A e B: sistores em paralelo.

30. Determine a capacitância equivalente, vista pelos terminais A e B.

Resolução
Como eles estão em série, sua capacitância é dada por:
1 1 1 1 C2 + C1
–––– = –––– + –––– ⇒ –––– = –––––––––
Ceq C1 C2 Ceq C1 . C2

C1 . C2
Invertendo, temos: Ceq = –––––––––– (Resposta)
C1 + C2

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Resolução Q = C . U, em que:
Como C1 e C2 estão em série, podemos escrever que sua capa- Q é a carga elétrica
citância série (Cs) equivalente é: C é a capacitância
U é tensão ou ddp nos terminais
C1 . C2 6 . 12 Após a leitura dos dois gráficos de potencial e da análise do
Cs = ––––––– ⇒ Cs = ––––––– (␮F)
C1 + C2 6 + 12 circuito elétrico, podemos afirmar que
I. os capacitores 1, 2 e 3 estão em série e, consequentemente,
Cs = 4,0␮F têm uma mesma carga elétrica Q;
II. a tensão (ddp) nos terminais A e B vale 12V e no capacitor 3,
Temos, então, o seguinte circuito equivalente: vale 5V;
III. a carga elétrica comum aos três capacitores em série é
Q = 4µC;
IV. a capacitância do capacitor 2 é C2 = 0,8µF.
Estão corretas:
a) todas as quatro afirmativas
b) apenas as afirmativas I e III
c) apenas as afirmativas I e II
d) apenas as afirmativas I, II e III
e) apenas as afirmativas II, III e IV
Resolução
Logo, a capacitância equivalente é: I. Correta

Ceq = Cs + C3 ⇒ Ceq = 4,0␮F + 3,0␮F ⇒ Ceq = 7,0␮F

Resposta: 7,0␮F A figura é típica da ligação (associação) de capacitores em


série.
II. Correta
31. (MODELO ENEM) – A figura mostra quatro capacitores, cujo Observemos o gráfico V (x) do capacitor 4: ele nos mostra uma
dielétrico é o ar, ligados em um circuito que faz parte de um ddp dada por:
circuito maior. O gráfico abaixo do circuito mostra o potencial
elétrico V(x) em função da posição x no ramo inferior do circuito, U = 12V – 0 ⇒ U = 12V
passando pelo capacitor 4. O gráfico acima do circuito mostra o
Ora, esta é também a ddp entre os terminais A e B da
potencial elétrico V(x) em função da posição x no ramo superior
associação.
do circuito, passando pelos capacitores 1,2 e 3. O capacitor 3 tem
No capacitor 3, temos:
uma capacitância de 0,8 µF.
U3 = 12V – 2V – 5V ⇒ U3 = 5V
III. Correta
Devemos calcular a carga do capacitor 3, pois ele é o único de
capacitância conhecida.
Q = C 3 . U3
Q = (0,8µF) . (5V) ⇒ Q = 4µC
Estando os três capacitores em série, todos têm a mesma
carga elétrica de 4µC.

IV. Correta
Q = C2 . U2
Q 4µC
C2 = –––– ⇒ C2 = –––– ⇒ C2 = 0,8 µF
U2 5V
Adote, para o capacitor: Resposta: A

32. Determine a capacitância equivalente entre A e B: b)

a)

214
P3_Livro3_Eletrostatica_Alelex_167a218 07/08/12 09:09 Página 215

c) 36. (FUF-PI) – O capacitor equivalente à associação AB da figura tem


valor igual a:
a) 4,0C b) 2C c) C d) C/2 e) C/4

33. Determinar a capacitância equivalente entre A e B.

37. (ITA-SP) – Qual dos pares de circuitos a seguir tem a mesma ca-
pacitância entre os pontos extremos?

34. Determinar a capacitância equivalente entre A e B nas figuras (1)


e (2).

38. (UFMT) – Como associar três capacitores idênticos de capa-


citância 2,0␮F para se obter um único capacitor de capacitância
35. A capacitância equivalente entre A e B vale 3,0␮F. Determinar o 3,0␮F?
valor de C.

39. (AFA-SP) – Dois capacitores, quando associados, constituem ca-


pacitâncias iguais a 10␮F ou 2,4␮F. As capacitâncias, em ␮F, des-
ses capacitores valem:
a) 1 e 9 b) 2 e 8 c) 3 e 7 d) 4 e 6

40. Um capacitor de 1,0␮F é ligado em série com outro de 4,0␮F.


C1 . C2 1,0 . 4,0
Ambos estavam inicialmente neutros. Ceq = ––––––– ⇒ Ceq = –––––––– (␮F)
O conjunto recebe uma d.d.p. de 100V. C1 + C2 1,0 + 4,0
a) Determinar a carga da associação.
b) Determinar a d.d.p. no de menor capacitância.
Resolução
Ceq = 0,80␮F

A carga Q do capacitor equivalente é:


Q = Ceq . U ⬖ Q = 0,80 . 100 (microcoulombs)

Q = 80␮C

Todos os capacitores eletrizam-se com a mesma carga Q = 80␮C


a) A capacitância equivalente é:
da associação.

215
P3_Livro3_Eletrostatica_Alelex_167a218 07/08/12 09:09 Página 216

b) A d.d.p. no primeiro capacitor fica:


Q1 = C1 . U = 3,0 . 2,5 (pC) ⇒ Q1 = 7,5pC
Q 80␮C
U1 = –––– ⬖ U1 = –––––– ⇒ U1 = 80V
C1 1,0␮F Q2 = C2 . U = 2,0 . 2,5 (pC) ⇒ Q2 = 5,0pC

Respostas: a) 80␮C b) 80V


b) QTOT = Q1 + Q2 ⇒ QTOT = 7,5 + 5,0 (pC)

41. Dois capacitores de capacitância C1 = 3,0pF e C2 = 2,0pF são li-


gados em paralelo a um gerador ideal G que fornece uma tensão QTOT = 12,5pC
de 2,5V.
Determine
a) a carga de cada capacitor; c) A energia armazenada vale:
b) a carga total armazenada;
c) a energia potencial armazenada no sistema.
QTOT . U 12,5 . 10–12 . 2,5
Resolução Weᐉ = ––––––––– ⇒ Weᐉ = –––––––––––––––––
a) Como eles estão em paralelo com o gerador, a d.d.p. em cada 2 2
um deles é U = 2,5V.
Weᐉ  15,5 . 10–12J ou

Weᐉ  15,5pJ

Respostas: a) 7,5pC e 5,0pC, respectivamente


b) 12,5pC
c) 15,5pJ

42. (UNISA-SP) – Dois capacitores são ligados em série, estando am- 44. (MACKENZIE) – Dois capacitores, de capacidades C1 = 3 nF e
bos inicialmente descarregados. A associação é conectada aos C2 = 2 nF, são associados em série e o conjunto é submetido à
terminais de um gerador ideal de 40V, como mostra a figura. d.d.p. de 5 V. A carga elétrica armazenada por essa associação é:
a) 2,4 10–10 C b) 6,0 10–10 C c) 3,0 10–10 C
d) 6,0 10–9 C e) 12 10–9 C

45. (MACKENZIE) – Dois capacitores de capacidade C1 e C2 com


C1 > C2 são associados em série e os terminais da associação são
ligados a um gerador de tensão constante U. Sendo U1 a
diferença de potencial elétrico (d.d.p.) entre os terminais do
capacitor de capacidade C1 e U2 a d.d.p. entre os terminais do
capacitor de capacidade C2, podemos afirmar que, para qualquer
valor de U, sempre teremos
As cargas adquiridas pelos capacitores de 2,0␮F e 6,0␮F valem,
a) U1 > U2 b) U1 < U2 c) U1 = U2
respectivamente:
a) 60␮C e 20␮C b) 20␮C e 60␮C d) U1 = (U2)2 e) U1 = 
U2
c) 60␮C e 60␮C d) 20␮C e 20␮C
e) 26,7␮C e 26,7␮C 46. (UEMT) – Dois condensadores, C1 e C2, são constituídos por pla-
cas metálicas, paralelas e isoladas por ar. Nos dois condensa-
43. (INATEL-MG) – Considere a seguinte associação de condensa- dores, a distância entre as placas é a mesma, mas a área das
dores, com C1 = 2,0␮F, C2 = 5,0␮F e C3 = 10␮F, sendo U = 8,0V placas de C1 é o dobro da área das placas de C2. Ambos estão
a diferença de potencial entre os terminais A e B da associação. carregados com a mesma carga Q. Se eles forem ligados em
paralelo, a carga de C2 será:
a) 2Q b) 3Q/2 c) Q
d) 2Q/3 e) Q/2

47. (FEI-SP) – Dispõem-se de cinco condensadores de capacidade


C = 1,0␮F cada um. Eletriza-se um deles com uma diferença de
potencial de 1000 volts. Coloca-se o segundo em paralelo com o
primeiro, separando-os. Depois o 3.o em paralelo com o 2.o, se-
Calcule parando-os. Assim, sucessivamente, até colocar o 5.o em paralelo
a) o valor da capacitância equivalente à associação; com o 4.o. Calcular as cargas Q1, Q2, Q3, Q4 e Q5 dos conden-
b) a carga total da associação. sadores.

216
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48. (FAAP-SP) – Um capacitor C1 de 5,0␮F está carregado com carga


de 500␮C. Ligando-o a um segundo capacitor, neutro, C2 de 15␮F,
qual a d.d.p. do conjunto?

Em consequência, a tensão constante Vb – Va vale:


a) 0,64V b) –0,26V c) 0,03V
d) +0,26V e) zero

49. (ITA-SP) – Considere o circuito abaixo, no qual CA = 0,20␮F e 52. (FEI-SP) – Dois capacitores, C1 = 6,0␮F e C2 = 16␮F, estão
CB = 0,10␮F. Então: ligados em série. O conjunto é submetido à tensão de 220V.
a) a carga do capacitor CA é 6,0␮C. Determinar
b) a carga total nos dois capacitores é 6,0␮C. a) a d.d.p. em C1;
c) a carga em CA é nula. b) a energia armazenada em C2.
d) a carga em CA é 9,0␮C.
e) n.d.a. 53. (ENG. ITAJUBÁ-MG) – Calcular a energia armazenada na asso-
ciação de capacitores indicada na figura a seguir.
Sabe-se que:
VAB = 100V
C1 = 2,5␮F; C2 = 7,0␮F; C3 = 3,0␮F

a) 2,0 . 10–4J b) 4,6 . 10–4J c) 1,0 . 10–2J


50. (FAAP-SP) – Determine a carga máxima no capacitor do circuito d) 2,3 . 10–2J e) 6,3 . 10–2J
da figura após o fechamento da chave Ch, sabendo que ele estava
inicialmente neutro. 54. (ITA-SP) – No circuito esquematizado, a corrente i é constante e
a capacitância C2 é o dobro da capacitância C1.

Designando por V1 e W1, respectivamente, a tensão e a energia


eletrostática armazenada no capacitor C1 e por V2 e W2 as
grandezas correspondentes para C2, podemos afirmar que:
51. (ITA-SP) – No circuito da figura, C1 = 10␮F, C2 = 5,0␮F, C3 = 1,0␮F, a) V2 = 2V1 e W2 = 2W1 b) V2 = V1/2 e W2 = W1/2
R1 = 1,0⍀, R2 = 1,0⍀, R3 = 2,0⍀ e ε = 1,0V. c) V2 = V1/2 e W2 = W1 d) V2 = V1 e W2 = 2W1
e) V2 = 2V1 e W2 = 8W1

217
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2) D 3) E 4) A 5) E 6) C 38) 39) D
12) 24␮C 13) C 14) Q = 28␮C
7,2 x 10–5 J
15) E 16) zero 17) C 19) B 20) B
21) A ddp se mantém constante. A capacitância cai pela metade.
A carga cai pela metade. O campo cai pela metade.
22) B 23) D 24) a) 40V 25) C 26) B
42) C 43) a) 17␮F
b) 400V
b) 136␮C
27) D 28) a) 50C 32) a) 4,0␮F
44) D 45) B 46) D
b) 9 . 10–7F b) 4,0␮F 47) Q1 = 500␮C; Q2 = 250␮C; Q3 = 125␮C; Q4 = Q5 = 62,5␮C.
c) 5,6 . 107V c) 4,0␮F 48) U = 25V 49) A 50) 16µC 51) C
33) 6,0␮F 34) (C/2); (C/3) 35) 3,0␮F 52) a) 160V 53) C 54) B
36) C 37) C b) 2,9.10–2J

218
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CAPÍTULO
Ondas

1 OSCILAÇÕES

N o mundo em que vivemos, oscilações estão presentes


em diversas situações, como no vai-e-vem de um pêndulo
ou no vibrar de uma lâmina flexível que, presa em sua
base, tem a extremidade oposta flexionada e em seguida abandonada. No universo eletrônico, cargas elétricas
vibram sob a ação de tensões alternadas e, de sua oscilação, surgem as ondas eletromagnéticas, responsáveis, por
exemplo, pelas telecomunicações.

1. Cinemática do M.H.S. À medida que M gira, sua sombra (projeção) M’ mo-


vimenta-se correspondentemente. Ao percorrer (no sen-
tido anti-horário) a semicircunferência superior, M faz
com que M’ se desloque retilineamente de A para A’. Ao
Consideremos a figura seguinte, na qual se observa percorrer (também no sentido anti-horário) a semicircun-
uma roda circular munida de uma manivela M (saindo do ferência inferior, M faz com que M’ se desloque retili-
plano desta página). A roda, postada num plano vertical, neamente, agora, de A’ para A.
é iluminada pela luz do “sol a pino” que projeta no solo, Tem-se, então, que, ao realizar seu M.C.U., M faz
suposto plano e horizontal, a sombra M’ de M. sua sombra M’ descrever, no solo, um movimento reti-
líneo, oscilatório, de período T (e frequência f), limitado
pelos pontos A e A’, equidistantes do ponto O. Cumpre
destacar que A e A’ são os pontos de inversão do movi-
mento oscilatório de M’.
Ao movimento retilíneo e oscilatório de M’, obtido
pela projeção diametral do M.C.U. de M, dá-se o nome
de MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (M.H.S.).
Em nossa vida diária, vários são os casos em que
corpos realizam M.H.S.

Seja a figura seguinte, na qual se tem um bloco em re-


pouso sobre um plano liso e horizontal. O bloco acha-se
acoplado a uma mola perfeitamente elástica. Desloca-se,
A roda é colocada em rotação uniforme (por exem- então, manualmente o bloco até o ponto A, abandonando-o
plo, no sentido anti-horário) de modo que M adquire deste local. O bloco adquire movimento para a esquerda,
M.C.U. de velocidade angular ␻, dada por assumindo velocidade nula no ponto A’.
2␲ De A’, o bloco retorna a A e de A, mais uma vez, a
␻ = ––– = 2␲f A’. Tendo-se em conta as condições ideais do sistema,
T verifica-se que o movimento retilíneo e oscilatório do
em que T e f são, respectivamente, o período e a frequên- bloco se perpetua, constituindo-se num MOVIMENTO
cia do movimento. HARMÔNICO SIMPLES (M.H.S.).
219
P4_Livro3Ondas_Alelex_219a266 07/08/12 09:10 Página 220

Buscando deduzir a função x = f(t) para o M.H.S.,


consideremos a situação seguinte, na qual uma partícula
P realiza M.C.U. anti-horário na circunferência de raio a
representada. Na figura,  é o ângulo formado pelo raio

girante OP e o eixo de referência. Convém lembrar que,
se P realiza M.C.U., o ângulo  (ângulo horário) é dado
em função do tempo t pela expressão:

 = t + 0

em que 0 é o ângulo horário inicial, isto é, o valor de 


em t0 = 0 e  é a velocidade angular no M.C.U.

O oscilador massa-mola descrito (oscilador harmôni-


co simples) tem os pontos A e A’ como pontos de inver-
são do movimento. Aí a velocidade do bloco se anula ins-
tantaneamente.
Cumpre ainda destacar que, ao passar pelo ponto O,
equidistante de A e A’, o bloco tem velocidade de módu-
lo máximo. O ponto O é denominado ponto de equilíbrio
do M.H.S.

Tem-se que, enquanto P realiza seu M.C.U., sua proje-


Formalmente, tem-se, por definição, que: ção P’ descreve sobre o diâmetro AA’ um M.H.S. limitado
Movimento Harmônico Simples (M.H.S.) é todo pelos pontos A e A’. Para a obtenção da função x = f(t),
movimento retilíneo e oscilatório em que a abs- orientemos a trajetória de P’ para a direita, fixando sua ori-
cissa x (chamada, no caso, de elongação) varia gem em O (centro da circunferência e ponto de equilíbrio
com o tempo t, segundo uma função do tipo: do M.H.S.). No triângulo retângulo OPP’, tem-se:
x
x = a cos (t + 0) cos  = ––– ⇒ x = a cos 
a
em que a,  e 0 são constantes, com a e  dife-
rentes de zero. Mas:  = t + 0

Substituindo, obtém-se:

x = a cos (t + 0)

Para o M.H.S., é utilizada a seguinte terminologia:


x → elongação
a → amplitude (raio da circunferência no M.C.U.)
Observe-se que a corresponde ao afastamento
máximo de P’ (partícula em M.H.S.) em rela-
ção ao ponto de equilíbrio.
 → pulsação ou frequência angular
(velocidade angular no M.C.U.)
Em alguns relógios do tipo
2
cuco, um boneco oscila vertical-
mente preso a uma mola. O pe-
 = ––– = 2f; unid. () = rad/s
ríodo das oscilações é igual a um
T
segundo e o movimento do bone-
co é harmônico simples.
0 → fase inicial (ângulo horário inicial no M.C.U.)

220
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Valores notáveis de 0 No ponto de inversão A:


x = a ⇒  = –2 a (mínima )
No ponto de inversão A’:
x = –a ⇒  = 2 a (máxima )
No ponto de equilíbrio O:
x=0⇒=0

Seja um M.H.S. cuja elongação varia com o tempo


conforme a função
x = a cos (t + 0)

Considerando, por simplicidade, 0 = 0, segue-se:


x = a cos (t)

As funções v = f(t) e  = f(t) correspondentes são da-


dx das por:
Tem-se que: V = ––– V = –a  sen (t)
dt
 = –a 2 cos (t)
Com x = a cos (t + 0), obtém-se:
Os gráficos representativos de x = f(t), V = f(t) e
V = –a  sen (t + 0)  = f(t) estão a seguir:

dV
Tem-se que:  = –––
dt
Com V = –a sen (t + 0), obtém-se:

 = –a 2 cos (t + 0)

Vimos que:
Aceleração Escalar:  = –a 2 cos (t + 0)
Elongação: x = a cos (t + 0)
Dividindo membro a membro, obtém-se:
 = –2 x

A aceleração escalar no M.H.S. é proporcional à


elongação com o sinal trocado; o coeficiente de
proporcionalidade é o quadrado da pulsação.

221
P4_Livro3Ondas_Alelex_219a266 07/08/12 09:10 Página 222

Analisando a tabela que acabamos de construir, con-


cluímos:
a) Toda vez que x é máximo,  é mínima, e vice-ver-
sa.

Num M.H.S., a aceleração escalar encontra-se em


oposição de fase com a elongação.

b) Toda vez que x é máximo ou mínimo, temos


v = 0, e vice-versa.

Num M.H.S., a velocidade escalar encontra-se em Na figura, uma bolinha realiza M.C.U. e sua sombra é projetada numa fita que
sobe com velocidade constante. Supondo que as posições da sombra da bolinha
quadratura de fase adiantada em relação à elonga-
fiquem registradas na fita, observaremos nesta um gráfico senoidal, que
ção. traduz a variação da elongação do M.H.S. da sombra em função do tempo.

1. Na figura abaixo, a partícula ligada à mola ideal realiza M.H.S. limi-


tado pelos pontos A e A’.

O ponto O, centro da trajetória, é tomado como origem das elon-


gações. Sabendo-se que em t0 = 0 a partícula passava por O no
sentido de O para A e que uma oscilação completa se realiza em
2,0s, pede-se obter
a) a função horária x = f(t);
b) a função horária da velocidade escalar;
c) a função horária da aceleração escalar;
d) o módulo da aceleração escalar no ponto de elongação
x = 1,0m.
Resolução
a) A função x = f(t) deve ser do tipo: Tendo-se determinado os parâmetros do M.H.S., segue-se
que:
x = a cos (t + 0)

Devemos determinar a,  e 0, denominados parâmetros do 冢 3


x = 2,0 cos t + ––––
2
冣 (SI)
M.H.S.
Da figura: a = 2,0 m b) A função V = f (t) é do tipo:
O período T é dado: T = 2,0 s, então:
V = – a  sen (t + 0)
2 2
 = ––– ⇒  = ––– ⇒  =  rad/s
T 2,0
A fase inicial 0 pode ser obtida, tendo-se em conta a figura a
Logo: 冢3
V = –2,0 sen t + ––––
2
冣 (SI)
seguir:

222
P4_Livro3Ondas_Alelex_219a266 07/08/12 09:10 Página 223

c) A função  = f(t) é do tipo:


x = –a2 cos (t + 0)
3
 = –2,02 cos ( t + –––
2 ) (SI)

d) Sabemos que  = –2 . x


Para  =  rad/s e x = 1,0m, vem:

|  | = ()2 . 1,0 ⇒ |  | = 2 m/s2

2. A elongação de uma partícula em movimento harmônico simples


varia com o tempo, conforme o gráfico abaixo.

Tal movimento oscilatório pode ser observado a partir da reta


imaginária (r) que passa pelas duas cristas ilíacas, perpendicular à
semirreta imaginária (s) que, na ilustração, representa a coluna
vertebral. Quando a mulher se desloca, no seu andar, a reta (r)
oscila em torno do centro C para cima e para baixo, acompa-
nhando o ritmo da pélvis, conforme mostram as figuras com os
Determine para o movimento: respectivos esquemas.
a) a amplitude das oscilações, o período e a frequência angular; Admitindo que o movimento se completa a cada 1,5 segundo e
b) a fase inicial 0 (ou ângulo de partida);
π
冢 ––– 冣

c) a função horária x = f (t). que a função (t) = ––– cos t , com  em rad e t em s,
Resolução 10 3

a) Do gráfico, obtém-se: representa a variação do ângulo  em função do tempo t, assinale


a = 2m
o esboço do gráfico dessa função no intervalo [0; 1,5].
Recordemos que o período (T) é o intervalo de tempo correspon-
dente à execução de um ciclo. Assim, também do gráfico:

T = 4s

A frequência angular () é dada por:


2 2 
 = ––– = ––– ⇒  = ––– rad/s
T 4 2

b) No gráfico, podemos observar que em t0 = 0 a partícula passa


pela origem em movimento retrógrado. Esquematicamente:

c) A função x = f (t) é do tipo:


x = a cos (t + 0)
com a,  e 0 conhecidos, obtém-se:

 
x = 2 cos
( ––– t + –––
2 2 ) (SI)

3. (UFMT-MODELO ENEM) – As figuras a seguir, com seus respec- Resolução


π
冢 ––– 冣
tivos esquemas, ilustram três das posições assumidas pelo gingar 4π
(t) = ––– cos t ( em rad; t em s)
feminino, mostrando que o balançar da pélvis feminina obedece a 10 3
um ciclo oscilatório.

223
P4_Livro3Ondas_Alelex_219a266 07/08/12 09:10 Página 224

t (s)  (rad)
0 π/10
3/8 0
3/4 – π/10
9/8 0
6/4 π/10

Gráfico:

Assim, a frequência do movimento da extremidade da haste será


de
a) 3,0Hz b) 1,5Hz c) 1,0Hz
d) 0,75Hz e) 0,5Hz

Resolução
A peça gira com velocidade angular igual a π rad/s.
Assim:
 = π rad/s
1
2π fp = π ⇒ fp = –– Hz
2
Resposta: A
Como para cada volta da peça a haste realiza 3 oscilações com-
pletas (MHS), temos:
4. (FUVEST-MODELO ENEM) – Uma peça, com a forma indicada, 1
gira em torno de um eixo horizontal P, com velocidade angular fMHS = 3 . fp = 3 . –– Hz
2
constante e igual a π rad/s. Uma mola mantém uma haste apoiada
sobre a peça, podendo a haste mover-se apenas na vertical. A
forma da peça é tal que, enquanto ela gira, a extremidade da haste fMHS = 1,5Hz
sobe e desce, descrevendo, com o passar do tempo, um
movimento harmônico simples como indicado no gráfico. Resposta: B

5. Podemos observar um movimento harmônico simples sempre que


a) deixamos cair uma pedra do alto de um prédio;
b) lançamos uma caixa de fósforos sobre uma mesa horizontal e
áspera;
c) alongamos lentamente uma mola elástica;
d) projetamos um movimento balístico no plano horizontal;
e) projetamos um movimento circular e uniforme sobre um diâ-
metro qualquer da circunferência.

6. (UNIMES) – Um M.H.S. (movimento harmônico simples) é


descrito pela função horária x = 5 cos (t/2 + 3/2), com x em
metros e t em segundos. É correto afirmar que
a) a amplitude do movimento é 10m;
b) a velocidade angular é 5/2 rad/s; Qual das alternativas abaixo pode traduzir a variação da posição x
c) a frequência do movimento é 0,25 Hz; (em metros) da sombra em função do tempo t (em segundos)?
d) o período do movimento é 0,50 s; a) x = 50 + 20t b) x = 50 + 20t + t2
e) a fase inicial é 3 radianos. c) x = 1,0 sen (20t) d) x = 0,50 cos (20t)
e) x = 1,0 cos (10t)

7. (MODELO ENEM) – A manivela representada no esquema a


8. (FEI) – Um movimento harmônico simples tem amplitude 1m, fre-
seguir é girada com velocidade angular constante de 20 rad/s. A quência 5 Hz e elongação inicial 0,5 m. Sendo x a elongação em
sombra do seu cabo, projetada no solo plano e horizontal, executa metros e t o tempo em segundos, segue-se que a equação horá-
um movimento oscilatório limitado pelos pontos P e P’. ria do movimento pode ser:

224
P4_Livro3Ondas_Alelex_219a266 07/08/12 09:10 Página 225

  b) Para que valor (ou valores) de x a velocidade de Q tem intensi-


(
a) x = cos 10t + ––
3 ) (
b) x = 0,5 cos 5t + ––
2 ) dade máxima?

13. (MACKENZIE-MODELO ENEM) – Na figura abaixo, D é um disco


( 4
c) x = cos 10t + –––
3 ) d) x = 0,1 cos (2t + ) de 0,30m de diâmetro, que executa um M.C.U. de frequência
igual a 0,55Hz. V é uma vela de diâmetro desprezível colocada
perpendicularmente num ponto periférico do disco.

(
e) x = 2 cos 2t + ––
3 )
9. Uma partícula oscila em M.H.S. de amplitude 4,0m e frequência
angular /2 rad/s. Sabendo-se que em t0 = 0 seu movimento é re-
trógrado, com elongação x0 = –2,0m, pede-se obter a expressão
x = f(t) da elongação em função do tempo.

10. A lei horária do movimento de uma partícula que oscila num eixo
Ox é:
( 3
)
x = 3 cos  t + ––– ... (SI)
2
em que x é a elongação e t, o tempo.
Pede-se obter
A sombra desta vela, projetada na parede, devido à incidência de
a) a amplitude, a pulsação, a frequência e a fase inicial do movi-
um feixe de luz paralelo, apresenta uma velocidade
mento;
a) constante, aproximadamente igual a 0,52m/s.
b) a expressão da velocidade escalar da partícula em função do
b) constante, aproximadamente igual a 1,03m/s.
tempo;
c) constante, aproximadamente igual a 5,2m/s.
c) a expressão da aceleração escalar da partícula em função do
d) máxima, aproximadamente igual a 0,52m/s.
tempo.
e) máxima, aproximadamente igual a 1,03m/s.
11. (UNIFESP) – Um estudante faz o estudo experimental de um mo-
14. No esquema a seguir, a esfera realiza movimento harmônico sim-
vimento harmônico simples (MHS) com um cronômetro e um
ples limitado pelos pontos A e A’.
pêndulo simples como o da figura, adotando o referencial nela
representado.

Se a frequência das oscilações é de 2,0 Hz, pode-se afirmar que a


aceleração escalar da partícula no ponto de abscissa x = 0,50m vale:
a) –162 m/s2 b) –8,02 m/s2 c) –2,0 m/s2
d) 2,0 m/s 2 2
e) 8,0 m/s 2

15. No movimento descrito por:


 
Ele desloca o pêndulo para a posição +A e o abandona quando cro-
nometra o instante t0 = 0. Na vigésima passagem do pêndulo por 3
(
x = 6 cos ––– t + –––
4
)
essa posição, após o instante t0 = 0, o cronômetro marca t = 30s. com x em metros e t em segundos, determine os valores máxi-
a) Determine o período (T) e a frequência (f) do movimento desse mos
pêndulo. a) da velocidade escalar;
b) Esboce no caderno de respostas o gráfico x (posição) x t b) da aceleração escalar.
(tempo) desse movimento, dos instantes t0 = 0 a t = 3,0s;
considere desprezível a influência de forças resistivas. 16. (UFG) – Um corpo realiza um movimento harmônico simples tal
que a sua velocidade máxima é de 2,0 m/s e a sua aceleração má-
12. (FUVEST) – Um ponto P percorre uma circunferência de raio R xima é 5,0 m/s2. Determine a amplitude, em metros, e a frequên-
com velocidade angular constante . No instante t0 = 0, o ponto cia do movimento, em Hz.
encontra-se na posição A indicada na figura.
17. Um ponto oscila sobre um eixo 0x em movimento harmônico sim-
ples de amplitude a e frequência angular . Das expressões
seguintes, a que relaciona corretamente a velocidade escalar V do
ponto material em função de sua elongação x é:
a) V2 = 2 (a2 – x2) b) V2 = 2 (a2 + x2)
c) V2 = 2 (x2 – a2) d) V =  (a – x)
e) V = x

18. Uma partícula executa movimento harmônico simples de ampli-


tude 10cm e frequência 2,0 Hz.
Pede-se calcular
a) a pulsação do movimento;
b) a velocidade escalar da partícula ao passar em movimento
a) Qual a equação horária do movimento do ponto Q, projeção de progressivo pelo ponto de elongação 8,0 cm;
P sobre o eixo x? c) a aceleração escalar da partícula nas condições do item anterior.

225
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19. Um partícula descreve movimento harmônico simples de período A figura anterior representa um trecho AB do traço, bem como as
4,0s e amplitude 10cm. O módulo de sua velocidade ao passar posições de alguns de seus pontos e os respectivos instantes.
por um ponto da trajetória, cuja elongação é 6,0 cm, vale: Pedem-se:
a) 64  cm/s b) 32  cm/s c) 16  cm/s a) a velocidade de deslocamento da folha;
d) 8,0  cm/s e) 4,0  cm/s b) a razão das frequências do movimento de vai-e-vem da caneta
entre os instantes 0 a 6 e 6 a 12 s.
20. Uma partícula oscila em M.H.S. de modo que sua velocidade es-
calar varia em função da elongação, conforme o gráfico abaixo. 24. O gráfico abaixo refere-se ao M.H.S. de uma partícula em um eixo
Ox.

Adotando 2 = 10, responda qual a aceleração escalar da partícu-


la no ponto de abscissa x = 1,0m. Determine para o movimento:
a) a amplitude, a frequência e a pulsação;
21. (FUVEST-MODELO ENEM) – Dois corpos, A e B, descrevem mo- b) a função horária x = f(t).
vimentos periódicos. Os gráficos de suas posições x em função
do tempo estão indicados na figura. 25. O gráfico abaixo mostra como varia a elongação de uma partícula
em movimento harmônico simples em função do tempo.

Podemos afirmar que o movimento de A tem


a) menor frequência e mesma amplitude;
b) maior frequência e mesma amplitude;
c) mesma frequência e maior amplitude;
d) menor frequência e menor amplitude;
e) maior frequência e maior amplitude. Pede-se determinar
a) a amplitude, a frequência e a pulsação do M.H.S.;
22. O diagrama seguinte representa a elongação (x) em função do b) a função horária x = f(t).
tempo (t) para os movimentos harmônicos simples de duas partí-
culas, (1) e (2). 26. O gráfico a seguir representa como varia a elongação x de uma
partícula em M.H.S. em função do tempo t.

Pede-se:
a) determinar a função horária x = f(t);
Pede-se comparar b) traçar os gráficos da velocidade escalar e da aceleração escalar
a) as amplitudes dos dois M.H.S.; da partícula em função do tempo.
b) os períodos e as frequências.
27. Dado o gráfico da elongação (x) de uma partícula em M.H.S. em
23. (FUVEST) – Enquanto uma folha de papel é puxada com veloci- função do tempo (t), pede-se:
dade constante sobre uma mesa, uma caneta executa movi-
mento de vai-e-vem, perpendicularmente à direção de desloca-
mento do papel, deixando registrado na folha um traço em forma
de senoide.

a) escrever a função horária x = f(t) do movimento;


b) construir os gráficos da velocidade escalar e da aceleração
escalar correspondentes.

226
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28. (FUVEST) – Uma caneta move-se ao longo do eixo y com um movimento


harmônico simples. Ela registra sobre uma fita de papel que se move com
velocidade de 10cm/s, da direita para a esquerda, o gráfico representado na figura.
a) Determine a função y = f(x) que representa a curva mostrada no gráfico.
b) Qual a frequência, em hertz, do movimento da caneta?
c) Supondo que o instante t = 0 corresponda à passagem da caneta pelo ponto
x = 0 e y = 0, determine a função y = f(t) que representa o seu movimento.

2. Dinâmica do M.H.S. Observemos também que a força responsável pelo


M.H.S. está sempre orientada para o ponto 0, centro da
trajetória. Pelo fato de que, quando x = 0 (móvel no
Aqui pretendemos estudar a causa do M.H.S. e tecer ponto 0), deve-se ter F = 0 (condição de equilíbrio para
considerações energéticas. Aproveitaremos para apresen- um ponto material), dizemos que o ponto 0 é a posição
tar alguns sistemas mecânicos (pêndulo simples, sistema de equilíbrio da partícula.
massa-mola leve) denominados genericamente de oscila- Indicando-se m2 por K, grandeza essencialmente
dores harmônicos. positiva, obtemos, para a força responsável pelo M.H.S.,
a expressão:

Na cinemática do M.H.S., verificamos que a acelera- F = –K x com K = m2


ção do ponto material que realiza esse movimento, em que nos informa que tal força é de restituição (força cu-
trajetória retilínea, tem direção da trajetória e tem seu jo sentido é sempre contrário ao deslocamento de seu
módulo e sentido dados por: ponto de aplicação) e do tipo elástica (força cujo módulo
 = –2 x é proporcional ao valor absoluto do deslocamento de seu
2 ponto de aplicação). Assim,
em que x é a elongação e  = ––– é a pulsação do movi-
T A força responsável pelo M.H.S. é uma força de
mento. restituição do tipo elástica.
Indicando-se por m a massa da partícula oscilante, o
Princípio Fundamental da Dinâmica assegura-nos que: A constante K é uma característica escalar do siste-
→ → ma mecânico que aplica no ponto material a força que
F =ma
→ produz o M.H.S. e denomina-se constante de força do
em que F representa a resultante de todas as forças que sistema ou constante elástica do sistema.
→ →
agem na partícula. A direção de F é a mesma de a,
ou seja, a da trajetória. O módulo e o sentido obtêm-se
Conhecida a constante elástica (K) do sistema mecâ-
fazendo, na expressão anterior, a =  = –2x, ou seja:
nico que aplica na massa m da partícula a força que pro-
F = –m2 x duz o M.H.S., podemos obter o período de oscilação do
movimento fazendo:
que nos informa que o valor algébrico da força é propor-
2 2
兹苶
m
cional à elongação (afastamento do ponto material da po-
sição de equilíbrio) e tem sinal trocado, como se ilustra T ( )
K = m2 ou K = m ––– , então T = 2 –––
K
nas figuras abaixo.
Observe que o período de oscilação da partícula é in-
dependente da amplitude do movimento.

São sistemas mecânicos capazes de aplicar numa


partícula uma força de restituição do tipo elástica, ou
seja, aquela que a faz realizar um M.H.S.. Nos esquemas
seguintes, estão representados alguns tipos de oscilado-
res harmônicos:
227
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A) sistema massa-mola leve;


B) pêndulo simples;
C) diapasão;
D) sistema massa-corda leve;
E) sistema massa-líquido ideal.

c) Energia Mecânica
Em = Ep + Ec

Observemos que, em qualquer posição, temos:


K a2
Em = –––––
2

Em = constante ⇒ sistema conservativo.

d) Gráficos das energias em função da elongação


K x2
Ep = –––––
2

K a2 K x2
Ec = Em – Ep = ––––– – –––––
2 2
K
Ec = ––– (a2 – x2)
2
K a2
Em = constante = –––––
2
a) Energia Potencial
A energia potencial é do tipo elástica, sendo dada
por:
K x2
Ep = –––––
2

b) Energia Cinética É um sistema mecânico constituído por um ponto ma-


m V2 terial, de massa igual a m, preso à extremidade de um fio
Ec = ––––– inextensível e de massa desprezível, capaz de oscilar
2
livremente (no vácuo), em torno de um ponto fixo sob a
ação do campo de gravidade, suposto uniforme.
228
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Para atender às necessidades práticas, molas são asso-


ciadas de modo a se obter uma constante elástica conve-
niente, denominada constante elástica equivalente.
Sempre que, na associação das molas, as deforma-
ções elásticas se somarem para formar a deformação
final, diremos que as molas estão associadas “em série”.
Quando as deformações elásticas individuais forem
iguais à deformação final, diremos que as molas estão
Para   5°, as oscilações são sensivelmente associadas “em paralelo”.
harmônicas.
Período
No caso de oscilações harmônicas (  5°), o perío-
do de oscilação do pêndulo simples é dado por:


T = 2 –––
g

Lei do Isocronismo
O período de oscilação de um pêndulo simples in-
depende da massa pendular.

a) Associação em Série
1 1 1 1
–––– = ––– + ––– + ... + –––
Keq K1 K2 Kn

b) Associação em Paralelo
Num relógio de pêndulo, as oscilações do pêndulo
têm pequena amplitude angular e, por isso, o movi- Keq = K1 + K2 + ... + Kn
mento é praticamente harmônico simples.

29. O corpo do esquema abaixo tem massa de 1,0kg e é puxado a Sabendo-se que a mola tem constante de elasticidade:
40cm de sua posição de equilíbrio. Abandonando-se o corpo, ele K = 2,0 . 103 N/m,
oscila em condições ideais, realizando M.H.S. pede-se calcular
a) as energias cinética e potencial elástica no instante em que o
corpo é abandonado;
b) a energia total do sistema;
c) a amplitude do M.H.S.
Resolução
a) Como o corpo foi abandonado a 40cm da posição de equilíbrio
com velocidade nula, esta posição de abandono corresponde
a um ponto de inversão no sentido do M.H.S. que ele realiza.

229
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Assim, a amplitude do movimento fica determinada: b) A energia total é a mesma em qualquer instante e é igual à
a = 40 cm soma da energia cinética com a energia potencial; logo:
Como na posição de abandono a velocidade é nula, a energia Em = Ec + Ep = 2,0 . 102 + 1,6 . 102 (J)
cinética também o é. A energia potencial, nessa posição, é
máxima e vale: Em = 3,6 . 102J
Ka2
Ep = –––– c) Sabe-se que:
2
2,0 . 103 (0,40)2 K(a2 – x2)
Ep = ––––––––––––––– (J) ⇒ Ep = 1,6 . 102J Ec = –––––––––
2 2

b) A energia total é constante no movimento e vale: Tem-se que, para x = 0,40m, Ec = 2,0 . 102J. Assim, segue-se
que:
Ka2
Em = –––– ⇒ Em = 1,6 . 102J
2 2,0 . 103 (a2 – 0,16)
2,0 . 102 = ––––––––––––––––––– a = 0,60m = 60cm
c) A amplitude, já vista, vale 40 cm. 2

Respostas: a) No instante em que o corpo é largado, sua Respostas: a) Ec = 2,0 . 102J; Ep = 1,6 . 102J
energia cinética é nula e sua energia potencial b) Em = 3,6 . 102 J
vale 1,6 . 102J.
b) A energia total do movimento é de 1,6 . 102J. c) a = 60 cm
c) A amplitude vale 40cm.
32. No esquema, o bloco de massa 1,0 kg oscila em condições ideais
30. Retomando a questão anterior, pede-se traçar, num mesmo dia- ligado às duas molas elásticas indicadas, cujas constantes de
grama, os gráficos das energias cinética, potencial elástica e me- elasticidade valem K1 = K2 = 2,0 . 104 N/m.
cânica para o sistema.
Resolução
Tem-se que:
K x2 K(a2 – x2)
Ep = ––––– ; Ec = –––––––––
2 2
Calcule a frequência natural das oscilações do sistema.
Ka2
e Em = –––– Resolução
2 Determinemos, inicialmente, a constante elástica equivalente (Keq)
Com K = 2,0 . 103 N/m e a = 0,40 m, segue-se que: ao sistema.
Como as duas molas apresentam em cada instante deformações de
Ep = 1,0 . 103 x2; Ec = 1,0 . 103 (0,16 – x2) mesmo valor, estando uma comprimida e a outra tracionada, tudo
Em = 1,6 . 102 J (constante) se passa como se estivessem associadas em paralelo. Assim:
A representação gráfica das três funções correspondentes ao
M.H.S. em estudo está dada a seguir. Keq = K1 + K2

Keq = 2 . 2,0 . 104 N/m ⇒ Keq = 4,0 . 104 N/m

m
O período das oscilações é calculado por: T = 2 ––
K

Consequentemente, a frequência é dada conforme se segue:

1 1 K
f = –– ⇒ f = ––– ––
T 2 m

1 4,0 . 104 1
f = ––– ––––––––– (Hz) f = ––– . 102 Hz
2 1,0 
31. Ainda em relação à situação proposta na questão 29, admitindo-se
que no instante em que o corpo foi abandonado, comunicou-se a
ele uma velocidade de módulo 20m/s, pedem-se: 33. (ITA-MODIFICADO-MODELO ENEM) – Diagramas causais ser-
a) os valores iniciais das energias cinética e potencial elástica; vem para representar relações qualitativas de causa e efeito entre
b) a energia mecânica (total) do sistema;
duas grandezas de um sistema. Na sua construção, utilizamos
c) a nova amplitude das oscilações do corpo.
Resolução figuras como para indicar que o aumento
a) No instante em que o corpo é abandonado, sua energia ciné- da grandeza r implica aumento da grandeza s e
tica é dada por:
para indicar que o aumento da grandeza r
mV2 1,0 (20)2
Ec = ––––– ⇒ Ec = –––––––– (J) ⇒ Ec = 2,0 . 102J implica diminuição da grandeza s. Sendo d a distância (em valor
2 2 absoluto) ao meio da trajetória, Ec a energia cinética e Ep a energia
A energia potencial elástica continua valendo 1,6 . 102J, pois
potencial elástica, qual dos diagramas a seguir melhor representa
não houve alteração na deformação inicial da mola.
o modelamento de uma partícula que descreve um movimento
Ep = 1,6 . 102J harmônico simples?

230
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Quando a energia cinética aumenta, a partícula vai de A para O ou


de A’ para O e a distância d diminui.

Resposta: A

34. (UFF-MODELO ENEM) – Dois pêndulos simples com diferença


de comprimentos de 1 – 2 = 22 cm oscilam em um mesmo
ambiente. Em um determinado intervalo de tempo t, o pêndulo 1
faz N1 = 100 oscilações e o outro, N2 = 120 oscilações. Determine
o comprimento de cada pêndulo.
Nota: Considere que os pêndulos oscilam harmonicamente.
a) 1 = 40 cm e 2 = 18 cm. b) 1 = 52 cm e 2 = 30 cm.
c) 1 = 62 cm e 2 = 40 cm. d) 1 = 72 cm e 2 = 50 cm.
Resolução

冦 Pêndulo 2: N
Pêndulo 1: N1 = 100 oscilações
(I) t1 = t2 = t
2 = 120 oscilações

t1 = t2 ⇒ 100T1 = 120T2

1 2
100 . 2π ––– = 120 . 2π –––
g g

Resolução
兹苵苵苵
1 = 1,2 兹苵苵苵
2 ⇒ 1 = 1,442 햲

(II) 1 – 2 = 22 cm 햳

햲 em 햳: 1,44 2 – 2 = 22
Quando d aumenta (em valor absoluto), a partícula P vai de O para
0,44 2 = 22 ⇒ 2 = 50 cm
kd2
A ou de O para A’ e a energia Ep = –––– aumenta.
2
De 햳: 1 – 50 = 22 ⇒ 1 = 72 cm
Quando a energia potencial aumenta, a energia cinética diminui
(sistema conservativo). Resposta: D

35. (MODELO ENEM) – Na figura, tem-se um oscilador harmônico


ideal. Nos pontos P e P’, equidistantes do ponto 0, ocorre
inversão no sentido do movimento da partícula.

Aponte a afirmação incorreta:


a) nos pontos P e P’, a energia cinética da partícula é nula;
b) nos pontos P e P’, a energia potencial elástica acumulada na
mola é máxima;
c) no ponto 0, a aceleração da partícula tem módulo máximo; 37. (MACKENZIE-MODELO ENEM) – Um oscilador harmônico é
d) no ponto 0, a velocidade da partícula tem módulo máximo; constituído de um corpo de massa igual a 0,50kg preso a uma mola
e) em qualquer ponto da trajetória, a soma da energia cinética da helicoidal de constante elástica k = 450N/m, conforme a ilustração.
partícula com a energia potencial elástica acumulada na mola
é constante.

36. Considere um bloco de massa m realizando movimento harmôni-


co simples de amplitude igual a 0,50m preso a uma mola de cons-
tante elástica k. O valor algébrico da força resultante sobre ele
varia em função da posição, dada por um eixo de referência Ox,
conforme o gráfico a seguir.
Sabendo que o bloco executa 40 oscilações por minuto, calcule
a) o valor de k;
b) o valor de m (adote nos cálculos  = 3).

231
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No instante em que o corpo se encontra na posição A, situada Para os osciladores 1, 2 e 3, tem-se, respectivamente, que os
10cm abaixo da posição de equilíbrio, o conjunto é abandonado e blocos têm massas 3M, 2M e M; as amplitudes de oscilação
passa a oscilar livremente. Na posição de equilíbrio, a velocidade valem a, 2a e 3a; os períodos de oscilação valem T1, T2 e T3. Se
do corpo tem módulo: as três molas são iguais, é correto que:
a) nulo. b) 1,0 m/s. c) 2,0 m/s. d) 3,0 m/s. a) T1 < T2 < T3 b) T1 > T2 > T3 c) T1 = T2 = T3
e) que depende da aceleração da gravidade local. d) T1 = T3 > T2 e) T1 = T3 < T1

38. Uma partícula oscila num plano horizontal presa a uma mola, con- 41. (UFV) – Uma impressora de computador, do tipo matricial, des-
forme representa a figura abaixo. loca o formulário contínuo a uma velocidade constante.
Concomitantemente ao movimento do formulário, uma caneta
oscila, com frequência constante, perpendicularmente à direção
do movimento do papel. A figura 1 ilustra as direções dos
movimentos do papel e da caneta, enquanto a figura 2 apresenta
o registro feito pela ponta da caneta em uma das folhas do
formulário, graduada em centímetros.

O gráfico corresponde à energia cinética (Ec) da partícula em fun-


ção de sua elongação (x). A mola é elástica, não há atritos e a re-
sistência do ar é desprezível.
Calcule Sabendo-se que a folha se movimenta a uma velocidade de
a) a constante elástica da mola; 7,0cm/s, faça o que se pede:
b) a energia potencial elástica acumulada na mola, quando a elon- a) Denomine o movimento descrito pela caneta.
gação da partícula é x = 1,0 m. b) Determine a amplitude e o período de oscilação da caneta.
39. Na figura, o oscilador harmônico é ideal e a constante elástica da c) Determine as frequências linear e angular do movimento da
mola vale 1,0 . 103 N/m. No gráfico, representa-se como varia a caneta.
elongação x do bloco em função do tempo t.
42. Na montagem experimental esquematizada a seguir, o bloco exe-
cuta movimento harmônico simples sobre a plataforma horizontal.
A mola à qual está conectado o bloco tem massa desprezível e
constante elástica 42 N/m. Fixo ao bloco, existe um lápis que,
durante as oscilações, risca a tira de papel em contato com ele.

Pede-se:
a) determinar a função horária x = f(t) para o movimento do osci-
lador;
b) calcular a energia mecânica do sistema; Sabendo-se que os pontos da tira de papel correm verticalmente pa-
c) traçar, num mesmo diagrama, os gráficos das energias cinéti- ra cima com velocidade escalar constante de 10cm/s, determinar
ca, potencial elástica e mecânica do oscilador em função de x. a) a frequência do movimento harmônico simples;
b) a massa do bloco.
40. (MODELO ENEM) – No esquema, são representados três con-
juntos massa-mola que oscilam em condições ideais: 43. MODELO ENEM – Na figura 1, tem-se um corpo de massa igual
a 1,0kg suspenso numa mola leve disposta verticalmente e
observa-se que na situação de equilíbrio o alongamento da mola
vale 10cm. Na figura 2, tem-se o mesmo conjunto massa-mola
oscilando num plano horizontal em condições ideais e, nesta
situação, a amplitude das oscilações vale 5,0cm.

232
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Sabendo-se que o módulo da aceleração da gravidade no local é 49. (ITA-MODELO ENEM) – Um pêndulo simples oscila com um pe-
10m/s2, pode-se afirmar que o período de oscilação do 3
sistema, nas condições da figura 2, vale: ríodo de 2,0s. Se cravarmos um pino a uma distância ––  do
4
   ponto de suspensão e na vertical que passa por aquele ponto,
a) –– s b) –– s c) –– s d)  s como mostrado na figura, qual será o novo período do pêndulo?
5 4 2
Desprezar os atritos. Considerar ângulos pequenos tanto antes
e) não há dados suficientes para o cálculo. quanto depois de atingir o pino.

44. Na figura, tem-se um bloco assimilável a um ponto material de


massa m = 2,0 . 10–2kg que pode oscilar livremente no plano ho-
rizontal, ligado à mola de constante elástica K = 2,0 . 102 N/m.

Dá-se ao bloco um deslocamento x0 = 10cm a partir de sua posi-


ção de equilíbrio (abscissa x = 0), abandonando-o em seguida.
4
No ponto x = –– x0, calcule para o bloco:
5 a) 1,5s b) 2,7s c) 3,0s d) 4,0s
e) o período de oscilação não se altera
a) o módulo da velocidade escalar;
b) o módulo da aceleração escalar.
50. (ITA-MODELO ENEM) – Dois pêndulos de comprimentos L1 e L2,
conforme a figura, oscilam de tal modo que os dois bulbos se
45. Um bloco de massa m é apoiado sobre um tábua plana e o con-
encontram sempre que são decorridos 6 períodos do pêndulo
junto é posto a oscilar horizontalmente, realizando um movimen-
menor e 4 períodos do pêndulo maior.
to harmônico simples de amplitude igual a 2,0m e frequência de
12 ciclos por minuto, sem que o bloco escorregue em relação à
tábua. Despreze os efeitos do ar, adote g = 10m/s2 e considere
2 = 10. Qual o menor coeficiente de atrito estático entre o bloco
e a tábua que viabiliza a situação proposta?

46. Na situação esquematizada na figura, tem-se uma caixa rígida C de


massa desprezível conectada a uma mola ideal M, de constante
elástica igual a 64N/m. Um bloco B, de massa igual a 4,0kg, está
apoiado na base horizontal da caixa e o sistema está oscilando
verticalmente, realizando movimento harmônico simples (M.H.S.)
de amplitude A, num local em que a influência do ar é desprezível

e | g | = 10m/s2.

A relação L2/L1 deve ser:


a) 9/4 b) 3/2 c) 2 d) 4/9 e) 2/3

51. Um pequena esfera de massa 1,0kg, inicialmente em repouso no


ponto A do trilho circular indicado, é abandonada, passando a os-
cilar com pequeno afastamento lateral. O trilho, perfeitamente liso,
tem raio de curvatura R = 40 cm e está postado verticalmente.

Desprezando as dimensões de B e de C, determine


a) o período de oscilação do sistema;
b) os valores de A para os quais o bloco não perde o contato com
a caixa.

47. (UFC-MODELO ENEM) – Considere dois osciladores, um pên- Considerando desprezível a resistência do ar e adotando:

dulo simples e um sistema massa-mola, que na superfície da | g | = 10 m/s2,
Terra têm períodos iguais. Se levados para um planeta onde a responda:
gravidade na superfície é 1/4 da gravidade na superfície da Terra, a) Qual o período de oscilação da esfera?
podemos dizer que a razão entre o período do pêndulo e o período →
b) Qual o módulo de g para que a esfera oscile com período
do sistema massa-mola, medidos na superfície do tal planeta, é:
0,20 s?
a) 1/4 b) 1/2 c) 1 d) 2 e) 4
52. (FCCB) – Ligam-se duas molas e no extremo de uma delas coloca-se
48. (UnB) – Considere que um corpo em oscilação livre com período T1
uma massa m, conforme o esquema abaixo. As superfícies de
esteja preso a um teto por um fio submetido a uma temperatura de
contato são perfeitamente lisas. Se as molas, separadas, têm cons-
0°C. Considere ainda que, quando submetido a uma temperatura
tantes elásticas C1 e C2, então a frequência de oscilação de m é:
de 1000°C, esse corpo, preso ao teto pelo mesmo fio, oscila livre-
mente com período T2. Nessa situação, sabendo que o coeficiente
T2
de dilatação linear do fio é igual a 2,1 . 10–4 °C–1, calcule 10 . ––– .
T1

233
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C1 . C2 No caso da figura A, o bloco oscila com período TA, enquanto, no


1 C1 . C2
a) f = –––– –––––––––– b) f = 2 –––––––––– caso da figura B, oscila com período TB. Calcule a relação TA/TB.
2 (C1 + C2)m (C1 + C2)m
55. Prende-se um corpo à extremidade de uma mola e, quando aban-
donado, ele oscila com frequência f1. Corta-se a mola ao meio e
(C1 + C2)m 1 (C1 + C2)m
c) f = 2 –––––––––– d) f = –––– –––––––––– põe-se o mesmo corpo a oscilar na extremidade de uma das par-
C1 . C2 2 C1 . C2 tes. Ele oscila com frequência f2.
Pode-se afirmar que:
1 C1 + C2 a) f2 = f1 b) f2 = 2f1
e) f = –––– ––––––––––
2 m 1
c) f2 = –– f1 d) f2 = 兹苶
2 f1
2
53. No esquema abaixo, o bloco de massa 9,0kg oscila em condições 兹苶2
ideais ligado às duas molas elásticas indicadas, cujas constantes e) f2 = ––––– f1
2
de elasticidade valem K1 = K2 = 4,5 . 104N/m.

56. Na figura, o bloco tem massa 10kg, o plano de apoio é horizontal e as


quatro molas ideais são idênticas, apresentando cada uma constante
elástica 2,5 . 102N/m. Com o bloco na posição de equilíbrio (ponto 0),
Determine o número de oscilações completas que o bloco realiza as quatro molas apresentam-se livres de qualquer deformação.
durante um intervalo de tempo de 2 s.

54. Com um mesmo bloco e duas molas leves iguais, são feitas as
montagens esquematizadas nas figuras A e B, nas quais o plano
de apoio é perfeitamente polido.

O bloco é então deslocado até o ponto P, de onde é abandonado,


passando a oscilar em condições ideais entre P e P’. Determine,
para o sistema oscilante:
a) a energia mecânica;
b) o período de oscilação.

5) E 6) C 7) D 8) A 13) D 14) B

 2 15) a) 2 m/s
9) x = 4,0 cos 冢 ––2 t + –––
3 冣
(SI)
22
b) ––– m/s2
3 3
10) a) 3m;  rad/s; 0,5 Hz; ––– rad
2


3 5,0
b) V = –3 sen t + –––
2 冣 (SI) 16) 0,80m; ––– Hz
4
17) A

3
c)  = –32 cos t + –––
2 冢 冣 (SI) 18) a) 4 rad/s
b) 24cm/s
c) –1282cm/s2
11) a) T = 1,5s; f 艑 0,67Hz
b) 19) E 20) –0,40m/s2 21) B

22) a) a1 = 4a2 23) a) 2,0cm/s

1 f]60
b) f1 = –– f2; b) –––– =2
3 f]12
6
T1 = 3T2


24) a) 2m; 0,25 Hz; –– rad/s
2


12) a) x = R cos t + –– 冣 
4 b) x = 2 cos 冢 ––2 t冣 (SI)
b) x = 0

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 38) a) 3,0 . 103N/m


25) a) 2m; 0,25 Hz; –– rad/s
2 b) 1,5 . 103J

  
b) x = 2 cos 冢 ––2 t + ––2 冣 (SI) 冢
39) a) x = 4,0 cos –––– t + 
4,0 冣 (SI)

b) 8,0 . 103J
c)

26) a) x = 2cos 冢 冣
–– t +  (SI)
2
b)

40) B

41) a) Movimento harmônico simples (MHS)


b) A = 10cm; T = 2,0s
c) f = 0,50Hz;  = π rad/s

42) a) 0,50Hz
b) 4,0kg
 3
27) a) x = 8cos 冢 ––4 t + –––
2 冣
(SI) 43) A 44) a) 6,0m/s 45) 0,32
b) 8,0 . 102m/s2
b)

46) a) –– s 47) D
2
b) 0 < A  62,5cm

T2
48) 10 . ––– = 11
T1

49) A 50) A

51) a) 0,40 s
b) 40m/s2

52) A 53) 100 oscilações


 3
2 冢
28) a) y = 2,0 cos –– x + –––
2 冣 (CGS)
54)
TA
––– =2 55) D
b) 2,5 Hz TB
3

c) y = 2,0 cos 5,0t + –––
2 冣 (CGS)
56) a) 20J

35) C 36) a) 40N/m 37) D 


b) –– s
b) 2,5kg 5

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CAPÍTULO
Ondas

2 NOÇÕES GERAIS
DE ONDAS

O conceito de onda inclui, além de ondas na


superfície da água e em cordas tracionadas, as ondas
sonoras e as radiações eletromagnéticas, como a luz
visível, o ultravioleta e os raios X. O funcionamento do
rádio do carro requer o recebimento de ondas. Ao se
utilizar o telefone celular, o aparelho opera transmitindo
e recebendo ondas. Nesses dois últimos casos, as ondas
eletromagnéticas cumprem seu papel essencial na
revolução frenética das telecomunicações.

Exemplo 1
Consideremos uma mola ligeiramente tensa, como
representa a figura. Se comprimirmos esta mola ligeira-
mente em uma de suas extremidades, estaremos pro-
vocando uma perturbação que se propagará através da
mola com velocidade v.

Ondas produzidas na superfície da água pelo impacto de pequenos corpos.

1. Perturbação
Consideremos um ponto P num certo meio. A este
ponto podemos associar grandezas físicas, tais como po-
sição, pressão, temperatura, densidade, potencial elétrico Se comprimirmos e distendermos a mola várias ve-
etc. zes sucessivas, num movimento de vaivém, provocare-
Perturbação (ou abalo) é qualquer variação de uma mos perturbações sucessivas que se propagarão na mola,
ou mais dessas grandezas. uma atrás da outra, constituindo várias ondas sucessivas
ou um trem de ondas.
2. Onda
ONDA é qualquer perturbação que se propaga.
Exemplo 2
Sendo assim, podemos ter ondas de posição, de pres- Consideremos uma corda ligeiramente tensa presa a
são, de temperatura etc. uma parede, como representa a figura a seguir. Se balan-
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çarmos a extremidade da corda com um movimento rápi-


do de sobe-desce, provocaremos um abalo que se propa-
gará ao longo da corda.

Graças à redução na profundidade do mar, as ondas


ao “quebrarem” na chegada a uma praia não são ondas
puras, mas uma espécie de correnteza capaz de arrastar os corpos.

Exemplos de ondas mecânicas: onda sonora (som),


Se provocarmos vários abalos sucessivos com movi- ondas em cordas e molas, ondas em superfícies líquidas.
mentos de sobe-desce, teremos várias perturbações pro-
pagando-se na corda, uma atrás da outra, constituindo
um trem de ondas.

3. Propriedade
fundamental da onda
Toda onda transmite energia sem propagação de
Na ilustração acima, um alto-falante produz som que é detectado por um obser-
matéria. vador. O cone do alto-falante vibra, avançando e retrocedendo, empurrando
sucessivamente o ar. Esses incrementos de pressão são transmitidos a outras
Consideremos uma pessoa provocando um trem de regiões do ar, constituindo uma onda. Ao atingirem o ouvido da pessoa, eles fa-
zem o tímpano vibrar, provocando a sensação da audição. Assim, o som é uma
ondas senoidais numa corda elástica muito longa que tem onda mecânica (onda de pressão), que exige um meio material para se propagar.
uma de suas extremidades presa numa parede, conforme
representa a figura. b) Ondas eletromagnéticas: são as constituídas por

Suponhamos que num dos pontos da corda exista um dois campos perpendiculares entre si, um elétrico ( E) e

anel metálico preso a ela. um magnético (B), variáveis com o tempo e com a posição
e perpendiculares à direção de propagação da onda.

Ao ser atingido pelas ondas, o anel oscilará numa dire-


ção perpendicular à da propagação ondulatória, demonstran-
do que está recebendo energia. O fato de o anel não
acompanhar as ondas, movendo-se na direção da propagação
delas, revela que não há propagação de matéria.
4. Natureza das ondas
As ondas podem ser de duas naturezas:
a) Ondas mecânicas: são as constituídas por impul-
sos mecânicos que se transmitem por meio de vibrações
das partículas que constituem o meio.
Observemos que as ondas mecânicas requerem a pre-
sença do meio material (das partículas) para se transmi-
tirem. Daí a razão pela qual as ondas mecânicas não se Na ilustração acima, representamos uma onda eletromagnética. Observemos
→ →
propagam no vácuo. que as direções dos campos elétrico ( E ) e magnético ( B) são perpendiculares
As ondas mecânicas transportam uma energia mecâ- entre si e perpendiculares à direção de propagação da onda. Na parte de
→ →
nica de vibração que se apresenta na forma de energia baixo da figura, estão representados os vetores E e B como “vistos” pelo
potencial e de energia cinética. observador durante meio período da onda (t = T/2).

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As ondas eletromagnéticas propagam-se em alguns


meios materiais e também no vácuo.
Exemplos de ondas eletromagnéticas: ondas de rá-
dio e TV, micro-ondas, infravermelho, luz visível, ultra-
violeta, raios X, raios  (gama).

Pulso longitudinal numa mola: um ponto da mola, ao ser atingido pelo pulso,
avança e retrocede na direção da propagação ondulatória.

b) Transversais: são as ondas em que a direção de


vibração das partículas é perpendicular à direção de
propagação da onda.

Os raios X têm grande utilização na medicina como, por exemplo, no diagnóstico


e avaliação de fraturas ósseas. Essas radiações propagam-se através dos
músculos, mas são bloqueadas pelos ossos. Assim, utilizando chapas sensíveis
aos raios X, é possível fazer uma “foto” de partes do corpo de uma pessoa na
qual ficam evidenciados os ossos com seus possíveis problemas.

Destaque:
O som é uma onda mecânica.
A luz é uma onda eletromagnética.

Portanto,
O som não se propaga no vácuo.
A luz propaga-se no vácuo e fora dele.

5. Ondas longitudinais
e ondas transversais Pulso transversal numa corda: um ponto P da corda, ao ser atingido pelo
pulso, sobe e desce numa direção perpendicular à da propagação ondulatória.
De acordo com a direção de vibração das partículas
em relação à direção de propagação, as ondas podem ser
classificadas em:
a) Longitudinais: são as ondas nas quais a direção
em que vibram as partículas (direção de vibração) coin-
cide com a direção de propagação da onda.

Exemplos de ondas longitudinais: som nos fluidos,


Pulso transversal produzido numa mola.
onda numa mola vertical sustentando um peso etc.

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c) Mistas: são ondas em que as partículas vibram A frente de onda movimenta-se com uma velocidade
longitudinal e transversalmente, ao mesmo tempo. que é chamada velocidade de propagação da onda.
Raio de onda é a trajetória dos pontos da frente de
onda.
Os raios dão sempre a direção de propagação da on-
da e são perpendiculares às frentes de onda nos pontos
considerados.

Exemplos de ondas mistas: som nos sólidos, ondas Exemplos:


nas superfícies dos líquidos. I) Se jogarmos uma pedrinha na superfície calma da
água de um lago, provocaremos uma perturbação que se
propagará circularmente nessa superfície líquida: será
uma onda circular (a frente de onda é uma circunferên-
cia). Portanto, onda circular é aquela em que a frente de
onda é uma circunferência.

Na figura acima, vê-se a mesma onda circular produzida pela queda de uma
pedrinha, nos instantes t1, t2 e t3.

Na ilustração acima, uma rolha que flutua na superfície da água é atingida por Se fizermos com que uma pedrinha bata periodica-
um trem de ondas. Observemos que ela vibra tanto transversal como longitudi- mente na superfície da água, criaremos um trem de ondas
nalmente, o que caracteriza as ondas na superfície da água como mistas. circulares.

Destaques:

Todas as ondas eletromagnéticas são transversais.

As ondas mecânicas podem ser longitudinais,


transversais ou mistas.

A luz é uma onda transversal.


O som nos fluidos é uma onda longitudinal.

6. Frente de onda e raio de onda


Frente de onda, num dado instante, é o conjunto dos Na figura acima, vê-se a representação de três frentes de ondas circulares num
instante t produzidas pelas batidas periódicas de uma pedrinha situada em F.
pontos atingidos pela perturbação no instante considerado.

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Ondas circulares produzidas na água por um estilete.

II) Se, ao invés de perturbarmos a água com uma pe-


drinha, batermos com uma régua, criaremos ondas retas,
cujas frentes de onda serão segmentos de reta. Portanto,
onda reta é aquela em que a frente de onda é um seg-
mento de reta.

7. Classificação das ondas


a) Quanto à natureza
mecânicas
eletromagnéticas

b) Quanto às direções de propagação e vibração


longitudinais
transversais
mistas

c) Quanto à frente de onda


puntiformes
retas
Ondas retas na superfície da água.
circulares
III) Quando uma bombinha estoura no ar, a onda so- planas
nora que se forma é uma onda esférica, cuja frente de on- esféricas etc.
da é uma superfície esférica. Portanto, onda esférica é
aquela em que a frente de onda é uma superfície esférica. d) Quanto à dimensão
Uma fonte luminosa puntiforme (fósforo aceso, por
unidimensionais
exemplo), num meio homogêneo, transparente e isótro-
po, emite onda luminosa esférica. bidimensionais
tridimensionais

8. Som, ultrassom e infrassom


Dependendo de sua frequência, uma onda mecânica
pode ou não excitar nossos ouvidos. Quando excita, di-
zemos que estamos ouvindo a onda, que recebe o nome
de som audível ou onda sonora.
A onda mecânica, para ser ouvida, deve ter sua fre-
quência compreendida entre 20Hz e 20 000Hz, aproxi-
madamente.
Se a frequência da onda mecânica é superior a
20 000Hz, a onda se diz ultrassom e se for inferior a
Frente de onda esférica de raio r.
20Hz, infrassom.

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9. Velocidade do som
Como vimos, o som se constitui de ondas mecânicas
que necessitam de um meio material para se propagar. É
possível ocorrer propagação sonora em meios fluidos,
como o ar e a água, e também em meios sólidos, como o
ferro e os cristais.
A velocidade do som no ar depende de fatores como
temperatura e ventos. De um modo geral, mantidas as de-
mais condições, quanto maior for a temperatura, maior
será a velocidade de propagação do som através do ar.
Por outro lado, podemos dizer também, grosso mo-
do, que, quanto mais partículas o meio oferecer por uni-
dade de volume, maior será a velocidade de propagação
do som através dele.
Verifica-se que a velocidade do som nos sólidos é
maior do que na água, que é maior do que no ar.
Na tabela abaixo, fornecemos valores da velocidade
de propagação do som em diversos meios materiais.
Morcegos emitem ultrassons. A figura mostra um morcego emitindo um sinal
que, após incidir parcialmente num inseto, é refletido, retornando ao morcego,
Temperatura Velocidade
Substância
que fica informado da presença do inseto a uma certa distância. (°C) do som (m/s)
Ar 0 331
GASES Ar 20 343
Ar 100 387
Dióxido
de Carbono 0 259
Oxigênio 0 316
Hélio 0 965
LÍQUIDOS

Clorofórmio 20 1 004
Etanol 20 1 162
Mecúrio 20 1 450
Água fresca 20 1 482
SÓLIDOS

Cobre — 5 010
Vidro Pirex — 5 640
Aço — 5 960
Berílio — 12 870

10. O espectro
eletromagnético e a luz visível
Há diversos tipos de ondas eletromagnéticas, que se
diferenciam pela frequência. Nem todas, entretanto, têm
a propriedade de excitar nossos órgãos visuais, propor-
cionando-nos a sensação da visão. As ondas eletromag-
néticas visíveis (luz) compreendem-se numa estreita fai-
Um equipamento fundamental nas embarcações modernas é o sonar (sound
navigation and ranging), que é um aparelho emissor-receptor de ultrassons. xa de frequências que se estende de 4,5 . 1014Hz (ver-
Para pesquisar a profundidade p do oceano, ele emite um pulso e mede o melho) a 7,5 . 1014Hz (violeta), aproximadamente. Nesta
intervalo de tempo t transcorrido entre a emissão do sinal e a recepção do faixa, estão as sete cores fundamentais que relacionamos
respectivo “eco” (sinal refletido). Conhecida a velocidade V dos ultrassons
V . t a seguir em ordem de frequências crescentes: vermelho,
冢 冣
na água (cerca de 1500m/s) e t, o sonar calcula p p = –––––– , informan-
2 alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
do à tripulação a presença de obstáculos, como bancos de areia e recifes, por As radiações de frequências menores que 4,5 . 1014Hz
exemplo. não estimulam nossos olhos sendo, portanto, invisíveis.

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São elas: o infravermelho (ondas de calor), as micro-ondas (fornos e telefonia) e as radiofrequências (TV e rádio AM e FM).
As radiações de frequências maiores que 7,5 . 1014Hz também são invisíveis. São elas: o ultravioleta, os raios X (uso
na medicina) e os raios  (tratamento do câncer).
Na figura a seguir, apresentamos o espectro eletromagnético em que os diversos tipos de ondas eletromagnéticas
aparecem relacionados pela respectiva frequência.

FOCO NA
VELOCIDADE DA LUZ
Oficialmente, foi Galileo Galilei (1564-1642) o aperfeiçoado por Fonconult que, em 1850, conseguiu
primeiro a tentar obter experimentalmente uma resultados notáveis. Em 1930, utilizando ainda o
medida para a velocidade da luz. Para tanto, Galileo método de Fizeau, Albert Michelson obteve a velo-
e um assistente subiram no topo de duas colinas, cidade da luz com precisão inédita para a época.
distantes entre si cerca de 2km. Cada qual trazia um Considerando a luz onda eletromagnética, pode-se
lampião encoberto por um pano preto. Galileo obter, analiticamente, sua velocidade. Isto é feito por
pretendia medir o intervalo de tempo gasto pela luz meio da prodigiosa teoria eletromagnética de James
para percorrer o dobro da distância entre os ob- Clerk Maxwell (1831-1879).
servadores. Para isso, descobria seu lampião e, assim A rapidez da luz pode ser obtida ainda por
que seu assistente via a luz emitida, descobria o seu. diversos processos que não mencionamos aqui.
Quando Galileo via a luz proveniente do lampião de Contudo, há uma concordância generalizada no que
seu auxiliar, estava findo o intervalo de tempo a ser concerne ao seu valor. No vácuo, a luz se propaga
medido. Conhecidos o intervalo de tempo e a com velocidade:
distância percorrida, poder-se-ia, de forma simples,
c = (2,997925 ± 0,000003) . 108m/s
calcular a velocidade da luz. O raciocínio de Galileo,
embora teoricamente correto, não levou a resultado Cumpre destacar que a velocidade acima não é
algum, pois o intervalo de tempo correspondente ao exclusivamente da luz. Ela se aplica a todos os tipos
caso era muito menor que as incertezas absolutas de ondas eletromagnéticas, das radiofrequências
inerentes a ele e a seus aparelhos. aos raios .
Foi o astrônomo Roemer que, em 1675, propôs No vácuo, adota-se para a luz e para as
um método que permitia obter a verdadeira ordem demais radiações eletromagnéticas a
de grandeza da velocidade da luz. O método consis- velocidade: c = 3,0 . 108m/s = 3,0 . 105km/s
tia de observações astronômicas em que eram
estudados os eclipses de uma das luas de Júpiter. Nota: A velocidade das radiações eletromag-
A primeira medição não astronômica da veloci- néticas no vácuo é a maior velocidade possível na
dade da luz foi feita pelo físico francês Fizeau, em natureza. Nenhuma partícula poderá apresentar
1849. Seu método, embora funcional, foi muito velocidade maior que 3,0 . 108m/s.
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1. Citar duas provas experimentais de que as ondas transportam 4. O módulo da velocidade do som em um determinado metal é V.
energia. Dá-se uma pancada numa das extremidades de um tubo desse
Resolução metal, de comprimento . Uma pessoa colocada no outro extre-
1.a) Quase toda a energia de que dispomos na Terra é recebida do mo ouve dois sons: um que se propagou pelo metal do tubo e
Sol por meio de radiações eletromagnéticas (visíveis e invi- outro que se propagou pelo ar do interior do tubo. Sendo v o
síveis) que atravessam o vácuo e chegam até nós. Neste caso, módulo da velocidade do som no ar, qual será o intervalo de
a energia transportada pela onda está associada aos campos tempo ( t) decorrido entre as recepções dos dois sons?
elétrico e magnético que a constituem.
2.a) As ondas sonoras transportam energia mecânica até nossos
ouvidos, fazendo vibrar a membrana do tímpano.

2. Da janela de um apartamento situado no 10.o andar de um edifício,


você observa um operário batendo um prego em uma tábua
postada no solo. Você primeiramente vê a martelada para depois
de um certo intervalo de tempo ouvir o ruído correspondente. Dê
uma explicação para o fato, justificando-a com dados numéricos. Resolução
Resolução Chamemos de tm o tempo gasto pelo som que se propagou pelo
O fato ocorre graças à informação luminosa viajar com velocidade metal, e de ta o tempo gasto pelo som que se propagou pelo ar.
de módulo muito maior que a informação sonora. Como os módulos das velocidades de propagação dos dois sons
são constantes, podemos escrever:
Vluz 艑 3,0 . 108m/s
   
Vsom 艑 340m/s V = ––– ⇒ tm = ––– e v = ––– ⇒ ta = –––
tm V ta v
3. Para pesquisar a profundidade do oceano numa certa região, usa- Deve-se observar que ta é maior que tm, pois o módulo da velo-
se um sonar instalado num barco em repouso. O intervalo de tem- cidade do som no ar é menor que no metal. O intervalo de tempo
po decorrido entre a emissão do sinal (ultrassom de frequência t entre as duas recepções será:
75 000Hz) e a resposta ao barco (eco) é de 1 segundo. Supondo  
que o módulo da velocidade de propagação do som na água é igual t = ta – tm = ––– – –––
a 1500m/s, a profundidade do oceano na região considerada é de: v V
a) 25m b) 50m c) 100m d) 750m e) 1500m .V–.v  (V – v)
Resolução t = ––––––––––––– = ––––––––––
Sejam: v.V v.V
p → profundidade do oceano na região considerada;
v → módulo da velocidade de propagação do som na água
 ( V – v)
Resposta: t = –––––––––
(v = 1500m/s); v.V
t → intervalo de tempo gasto pelo ultrassom desde a emissão
até a recepção do sinal refletido no fundo do oceano. 5. (VUNESP-FMJU-MODELO ENEM) – Dois garotos encontram-se
( t = 1s). em margens opostas de uma lagoa de águas tranquilas. Para
comunicarem-se, um dos garotos coloca em um frasco de vidro
um bilhete e, após tampar o frasco, coloca-o na água. Em seguida,
acredita que, dando à garrafa uma velocidade inicial e aplicando
movimentos periódicos sobre a água, utilizando-se de uma vara,
produzirá ondas que, ao se propagarem, provocarão um aumento
na velocidade do frasco em direção ao outro menino. É correto
afirmar que
a) ao produzir ondas de grande amplitude, a garrafa chegará à
outra margem mais rapidamente.
O movimento do som na água deve ser considerado uniforme, o b) o tempo que a garrafa gastará para atravessar o lago depen-
que significa que podemos escrever: derá de seu peso.
c) quanto maior a frequência das ondas, menor será o tempo de
d percurso até a outra margem.
V = –––
t d) a velocidade da garrafa não varia porque o que se transporta é
a perturbação e não o meio.
em que d é a distância percorrida pelas ondas ultrassônicas des- e) quanto menor o comprimento de onda, maior será o aumento
de a emissão até a recepção. As ondas são emitidas do navio, da velocidade da garrafa.
incidem no fundo do mar e, depois de refletidas, são captadas no- Resolução
vamente no navio. Assim: Devido à incidência das ondas, a garrafa apenas realiza um
movimento oscilatório em torno de sua posição de equilíbrio. Isso
Sendo: demonstra que as ondas transmitem energia sem propagação de
matéria.
v = 1500m/s
{ d = 2p
t = 1 s } ⇒
2p
1
1500
1500 = ––– ⇒ p = ––––– m
2
Resposta: D

6. (UFABC-SP-MODELO ENEM) – Na natureza, muitos animais


conseguem guiar-se e até mesmo caçar com eficiência, devido à
grande sensibilidade que apresentam para a detecção de ondas,
p = 750m
tanto eletromagnéticas quanto mecânicas. O escorpião é um
desses animais. O movimento de um besouro próximo a ele gera
Resposta: D tanto pulsos mecânicos longitudinais quanto transversais na su-

243
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perfície da areia. Com suas oito patas espalhadas em forma de Resolução


círculo, o escorpião intercepta primeiro os longitudinais, que são O intervalo de tempo t entre a percepção dos dois sinais é
mais rápidos, e depois os transversais. A pata que primeiro calculado por:
detectar os pulsos determina a direção onde está o besouro. A
seguir, o escorpião avalia o intervalo de tempo entre as duas t = ttransv – tlongit
recepções, e determina a distância d entre ele e o besouro.
Considere que os pulsos longitudinais se propaguem com
velocidade de 150m/s, e os transversais com velocidade de
d d
50m/s. Se o intervalo de tempo entre o recebimento dos t = ––––––– – –––––––
primeiros pulsos longitudinais e os primeiros transversais for de Vtransv Vlongit
0,006 s, determine a distância d entre o escorpião e o besouro.
a) 10cm b) 30cm c) 45cm d) 60cm e) 90cm

d d
0,006 = ––– – ––––
50 150

3d – d
0,006 = –––––– ⇒ 2d = 0,9
150

d = 0,45m = 45cm

Resposta: C

7. (MODELO ENEM) – Um rapaz e uma garota estão em bordas d) o despertador só tocará na hora em que for retirado do reci-
opostas de um lago de águas tranquilas. O rapaz, querendo piente.
comunicar-se com a garota, coloca dentro de um frasco plástico e) o despertador não tocará por causa da existência de vácuo no
um bilhete e, arrolhado o frasco, coloca-o na água, e lhe dá uma recipiente.
pequena velocidade inicial. A seguir, o rapaz pratica movimentos
periódicos sobre a água, produzindo ondas que se propagam, 9. Nos filmes de ficção científica, como o clássico Star Wars, obser-
pretendendo com isso aumentar a velocidade do frasco em vamos combates entre naves espaciais que disparam umas con-
direção à garota. Com relação a este fato, podemos afirmar: tra as outras, produzindo estrondos emocionantes. Considerando
a) Se o rapaz produzir ondas de grande amplitude, a garrafa che- que esses combates ocorrem no espaço sideral, onde reina o vá-
gará à outra margem mais rápido. cuo, responda:
b) O tempo que a garrafa gasta para atravessar o lago dependerá a) Os estrondos referidos realmente podem ser ouvidos?
de seu peso. b) Por quê?
c) Quanto maior a frequência das ondas, menor será o tempo de
percurso até a outra margem. 10. (MODELO ENEM) – Um professor de Física, que ministrava a
d) A velocidade da garrafa no seu movimento até a garota inde- primeira aula de Ondas, dava exemplos de ondas eletro-
pende das ondas produzidas pelo rapaz, já que essas ondas magnéticas. Ele dizia: “São exemplos de ondas eletromagnéticas
transmitem apenas energia, sem propagação de matéria. as ondas de rádio, a luz, as ondas de radar, os raios X, os raios .”
e) A velocidade inicial que o rapaz dá à garrafa não interferirá no Logo após ter citado os raios , um aluno entusiasmado
tempo de travessia do lago, pois quem faz a garrafa deslocar-se completou a lista de exemplos, dizendo: “Raios , raios
e raios
até a garota são as ondas produzidas pelo rapaz. catódicos”...
Pode-se afirmar que
8. (FEI-MODELO ENEM) – Num exame de Física, o professor coloca a) pelo menos um exemplo citado pelo professor está errado;
um despertador programado para tocar às 11h30min dentro de um b) todos os exemplos citados pelo professor e pelo aluno estão
recipiente onde se faz vácuo. corretos;
c) apenas um exemplo citado pelo aluno está errado;
d) os três exemplos citados pelo aluno estão errados;
e) há erros tanto nos exemplos citados pelo professor quanto na-
queles citados pelo aluno.

11. Dizer, em cada caso, se se trata de onda mecânica, onda eletro-


magnética ou se não se trata de onda.
a) raios
; b) raios catódicos; c) raios X;
d) micro-ondas; e) ondas de calor;
Analise as alternativas abaixo e assinale a correta: f) ondas de TV; g) ondas de radar;
a) o despertador tocará na hora certa, mas os alunos não escuta- h) raios Laser (light amplification by stimulated emission of radia-
rão nada. tion);
b) o despertador tocará com atraso de alguns minutos, por causa i) raios ; j) ondas luminosas; k) abalos sísmicos;
da existência do vácuo dentro do recipiente onde se encontra. l) ondas sonoras;
c) o despertador tocará alguns minutos antes do horário progra- m) ondas de Sonar (sound navigation and ranging);
mado, por causa da existência do vácuo no recipiente. n) ondas emitidas por um morcego.

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12. Considere as proposições: 18. No esquema a seguir, um homem está diante de um alvo a 340m
(I) – As ondas sonoras têm frequência compreendida na faixa deste, quando dispara um tiro. O projétil, suposto em movimento
de 20Hz a 20 000Hz, aproximadamente. retilíneo e uniforme com velocidade de módulo 170m/s, atinge o
(II) – Os raios X têm frequência menor que a mínima frequência alvo e o ruído produzido pelo impacto é ouvido pelo homem 3,0s
visível, enquanto as ondas de TV têm frequência maior que após o disparo. Pede-se determinar o módulo da velocidade das
a máxima frequência visível. ondas sonoras no local do tiro.
(III) – A frequência correspondente à luz amarela é menor que a
frequência correspondente à luz azul.
Responda mediante o código:
a) Se todas forem corretas. b) Se todas forem incorretas.
c) Se (I) e (II) forem corretas. d) Se (I) e (III) forem corretas.
e) Se (II) e (III) forem corretas.

13. (UERGS-MODELO ENEM) – São exemplos de ondas os raios X,


os raios gama, as ondas de rádio, as ondas sonoras no ar e as
ondas de luz. Cada um desses cinco tipos de onda difere, de
algum modo, dos demais.
Qual das alternativas apresenta uma afirmação que diferencia
corretamente o tipo de onda referido das demais ondas citadas?
a) Raios X são as únicas ondas que não são visíveis. 19. Um homem larga uma pedra na boca de um poço cilíndrico e
b) Raios gama são as únicas ondas transversais. vertical com 20m de profundidade. A pedra cai livremente, coli-
c) Ondas de rádio são as únicas ondas que transportam energia. dindo com o fundo do poço. Decorridos 2,06s do abandono da
d) Ondas sonoras no ar são as únicas ondas longitudinais. pedra, o homem escuta o ruído da colisão dela com o fundo do
e) Ondas de luz são as únicas ondas que se propagam no vácuo poço. Adotando g = 10m/s2, calcule o módulo da velocidade de
com velocidade de 300 000 km/s. propagação do som no local do evento.

14. (FESP) – Durante uma tempestade, ouviu-se o trovão 30s depois 20. (VUNESP) – Numa experiência para determinar o módulo da velo-
de se ter percebido o clarão do relâmpago. A que distância aproxi- cidade do som, dois observadores colocaram-se a uma distância
mada ocorreu o fenômeno? de 5,0km um do outro, munidos de um revólver e um cronômetro.
Desprezar o tempo gasto pela luz para chegar ao observador. O observador em A acionou seu cronômetro no instante em que
Adotar Vsom = 340m/s. viu o clarão do disparo do revólver de B, tendo registrado que o
som levou 15,5s para chegar ao seu ouvido. Em seguida, A atirou
15. (Olimpíada Brasileira de Física-MODELO ENEM) – A reflexão
e B registrou o tempo de 14,5s até ouvir o estampido. Calcule os
do som é aplicada pelos navios, submarinos e alguns barcos
módulos da velocidade do som e da componente da velocidade
pequenos para determinar a profundidade do mar ou a presença
do vento ao longo da linha A–B.
de obstáculos. Para isso, essas embarcações dispõem de um
aparelho – o sonar – que emite ultrassons e têm um mecanismo
21. (VUNESP-MODELO ENEM) – Uma solução para minimizar o
especial para captar os sons refletidos.
aquecimento global seria “colocar mais água nas nuvens”. Tal
Imagine que um sinal sonoro foi emitido de um navio, perpen-
empreendimento dar-se-ia pela pulverização das nuvens com
dicularmente ao fundo do mar e, após 1,0s, o som refletido foi
água salgada. O monitoramento dessas nuvens poderia ser feito
captado. Considerando a velocidade do som na água do mar igual
utilizando satélites.
a 1500 m/s, qual a profundidade do mar onde o navio se encontra?

Suponha que um satélite artificial, a 420km de altitude, realize a


16. Um caçador ouve o eco de um tiro 6,0s após ter disparado a arma. Sa- varredura das nuvens, direcionando seu feixe voltado para a
bendo-se que o som se propaga no ar com velocidade de módulo igual nuvem sob um ângulo de 30° em relação ao solo. Se o sinal
a 340m/s, o anteparo refletor encontra-se a uma distância igual a: recebido é instantaneamente enviado ao solo e, ainda, a nuvem,
a) 2040m b) 1020m c) 510m d) 340m e) 680m o satélite e a base de monitoramento estão nos vértices de um
triângulo retângulo, o intervalo de tempo mínimo para que o
17. No esquema seguinte, P representa um navio que, num dado satélite emita um sinal para a nuvem, receba-o de volta e realize
instante, explode. Nos pontos A e B, há dois sensores sonoros sua transmissão para a base de monitoramento no solo é, em s,
com a finalidade de captar o ruído produzido pela explosão. Dados: velocidade de propagação do sinal = 3 . 108m/s;
sen 30° = 0,50
a) 7 . 10–3 b) 6 . 10–3 c) 5 . 10–3
d) 4 . 10–3 e) 3 . 10–3

22. (MODELO ENEM) – Com seu telescópio, um astrônomo visa a


Lua para observar a decolagem de um módulo lunar. Ao mesmo
tempo, seu assistente observa o fenômeno pela televisão, que
faz uma transmissão via satélite. No instante da decolagem, o
Sabendo-se que o sensor A capta o sinal com 6,0s de atraso em satélite S e o observatório O (onde estão o astrônomo e seu
relação ao sensor B, pede-se calcular a distância d. assistente) acham-se sobre uma mesma circunferência, que tem
Dados: Módulo da velocidade do som no ar: 300m/s. centro na Lua, conforme mostra o esquema a seguir. A distância
Módulo da velocidade do som na água: 1500m/s. OS vale 6,0 . 104km.

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23. (FUVEST) – Um trecho dos trilhos de aço de uma ferrovia tem a


forma e as dimensões dadas a seguir. Um operário bate com uma
marreta no ponto A dos trilhos. Um outro trabalhador, localizado
no ponto B, pode ver o primeiro, ouvir o ruído e sentir com os pés
as vibrações produzidas pelas marretadas no trilho.
a) Supondo que a luz se propague instantaneamente, qual o
intervalo de tempo t decorrido entre os instantes em que o
trabalhador em B vê uma marretada e ouve o seu som?
b) Qual o módulo da velocidade de propagação do som no aço,
sabendo-se que o trabalhador em B, ao ouvir uma marretada,
sente simultaneamente as vibrações no trilho?
Dado: o módulo da velocidade do som no ar é de 340m/s. Para fa-
zer as contas, use  = 3.

O astrônomo e seu assistente cronometram o instante em que


aparecem as chamas do foguete do módulo lunar. Adotando-se
para as ondas eletromagnéticas uma velocidade de módulo igual
a 3,0 . 108m/s (no vácuo e na atmosfera terrestre), pode-se afir-
mar que o assistente vê o fenômeno
a) no mesmo instante que o astrônomo.
b) 0,20s antes do astrônomo.
c) 0,20s após o astrônomo.
d) 2,0s antes do astrônomo.
e) 2,0s após o astrônomo.

24. Na figura, representa-se no instante t0 = 0 a situação de uma cor- Notamos que o ponto P está sendo atingido pela parte frontal

da horizontal, alinhada com o eixo 0x, por onde se propaga um (anterior) do pulso e, por isso, em t = 0,10s, Vy é vertical e di-

pulso assimétrico com velocidade Vx de intensidade igual a rigida para cima.
20m/s. Não há dissipação da energia associada ao pulso. b) Enquanto a crista do pulso percorre um comprimento
x = 4,0cm, o ponto P deixa o nível de equilíbrio e atinge a
posição de altura máxima, deslocando-se verticalmente
y = 6,0cm. thorizontal = tvertical
→ →
Tanto Vx como Vy têm intensidades constantes durante o inter-
valo de tempo considerado.
Assim:
x y 4,0 6,0
––– = ––– ⇒ ––– = ––– ⬖ Vy = 30cm/s
Vx Vy 20 Vy

Respostas: a) vertical para cima ( Vy↑);
b) 30cm/s.

Sendo Vy a velocidade do ponto P de abscissa x = 6,0cm no ins- 25. Um jato supersônico voa paralelamente ao solo plano e horizontal
tante t = 0,10s, determine com velocidade constante de módulo 425m.s–1. Um observador,

a) a direção e o sentido de Vy; em repouso em relação ao solo, ouve o ruído produzido pelo avião

b) a intensidade de Vy. 12s depois de este ter passado pela vertical daquele.
Resolução Adotando-se para a velocidade do som o valor 340m.s–1, pode-se
a) No intervalo de tempo t = t – t0 = 0,10s, a crista do pulso afirmar que a altitude do jato é:
avança horizontalmente um comprimento x, dado por: a) 4080m b) 5100m c) 6800m d) 7420m e) 8160m
Resolução
x x
Vx = ––– ⇒ 20 = –––– ⇒ x = 2,0cm O som emitido pelo avião ao passar pelo ponto A é recebido pelo
t 0,10 observador fixo no ponto D 12s depois de o avião ter passado pelo
Assim, o perfil da corda no instante t = 0,10s é o que esque- ponto B. Os pontos A, B e D estão indicados na figura abaixo.
matizamos a seguir:

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340 . t
BCE: sen  = –––––––– ⇒ sen  = 0,80 1
425 . t

Na equação acima, partimos do fato de que, enquanto o avião per-


corre o segmento BC (12s), o som percorre o segmento BE.

DE 兹苶苶苶苶苶苶
H2 – (340 t)2
BDE: sen  = –––– ⇒ sen  = –––––––––––––––– 2
H H

兹苶苶苶苶苶苶
H2 – (340 t)2
De 1 e 2 , vem: –––––––––––––––– = 0,80
H

H2 – (340 t)2 = 0,64H2


Os barcos da foto são mais Ondas de choque provocadas
Observando que t = 12s, temos: velozes que as ondas que eles por um projétil "cortando" o ar.
provocam na água. Por isso, há
H2 – 0,64H2 = (340 . 12)2 ⇒ 0,36 H2 = (340 . 12)2 formação de ondas de choque,
que são as envoltórias das
ondas produzidas nas posições
0,60H = 340 . 12 ⇒ H = 6800m ocupadas anteriormente.

Resposta: C
26. (UNESP-SP-MODELO ENEM) – No final de dezembro de 2004,
um tsunami no Oceano Índico chamou a atenção pelo seu poder
Nota: A onda de choque produzida pelo avião é a "envoltória" das
de destruição. Um tsunami é uma onda que se forma no oceano,
ondas sonoras produzidas por ele nas posições ocupadas anterior-
geralmente criada por abalos sísmicos, atividades vulcânicas ou
mente. Essa onda transporta grande quantidade de energia e ao
pela queda de meteoritos. Este foi criado por uma falha geológica
atingir um observador provoca a audição de um forte estrondo. A
reta, muito comprida, e gerou ondas planas que, em alto mar,
onda de choque surge sempre que a fonte é mais veloz do que as
propagaram-se com comprimentos de onda muito longos,
ondas produzidas por ela, como ocorre no caso dos aviões super-
amplitudes pequenas se comparadas com os comprimentos de
sônicos, que têm velocidades superiores à do som.
onda, mas com altíssimas velocidades. Uma onda deste tipo
transporta grande quantidade de energia, que se distribui em uma
longa frente de onda e, por isso, não representa perigo em alto
mar. No entanto, ao chegar à costa, onde a profundidade do
oceano é pequena, a velocidade da onda diminui. Como a energia
transportada é praticamente conservada, a amplitude da onda
aumenta, mostrando assim o seu poder devastador. Considere
que a velocidade da onda possa ser obtida pela relação v = 兹苶苶
hg,
em que g = 10 m/s2 e h são, respectivamente, a aceleração da
gravidade e a profundidade no local de propagação. A energia da
onda pode ser estimada pela relação E = kvA2, em que k é uma
constante de proporcionalidade e A é a amplitude da onda. Se o
tsunami for gerado em um local com 6 250m de profundidade e
com amplitude de 2m, quando chegar à região costeira, com
Enquanto o avião percorre o comprimento OA, o 10 m de profundidade, sua amplitude será
som produzido por ele em O percorre o comprimento OB. a) 14m b) 12m c) 10m d) 8m e) 6m
Resolução
Considerando-se a conservação da energia do tsunami, vem:
E2 = E1 ⇒ kv2 A22 = kv1 A12

k 兹苶苶
gh2 A22 = k 兹苶苶
gh1 A12

A2 2 gh1
Da qual:
冢 –––
A 1
冣 = ––––
gh2

Sendo A1 = 2m, h1 = 6250m e h2 = 10m, calculemos a amplitude


A2 da onda na região costeira:

A2 2 6250 A2 2 A2
冢 冣 –––
2
=
10 2
冢 冣
–––– ⇒ ––– = 25 ⇒ ––– = 5 ⇒ A2 = 10m
2
No caso de um avião, a onda de choque produzida por ele é uma
superfície cônica (tridimensional).
Resposta: C

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27. (OLIMPÍADA DE CIÊNCIAS-MODELO ENEM) – Um avião super- (I) sA = 2VS t (avião)


sônico voa horizontalmente em linha reta a uma altitude de 5 km
em relação ao solo. Se a velocidade do avião é Mach 2 (o dobro
da velocidade do som no ar), qual é a melhor aproximação para a sS = VS t (som) ⬖ sA = 2 sS
distância entre o observador no solo e o avião no momento em
que o observador ouve o estampido sônico? sS sS
a) 10 km b) 14 km c) 17 km d) 20 km (II) sen θ = –––– = ––––
Resolução sA 2 sS

1
sen θ = ––– ⇒ θ = 30°
2

(III) No triângulo retângulo hachurado:


H 5
sen θ = ––– ⇒ sen 30° = –––
D D

1 5
––– = ––– ⇒ D = 10 km
2 D

Resposta: A

28. (UNICAMP) – A figura 1 representa um pulso transversal pro-


pagando-se da esquerda para a direita numa corda ideal, longa e
esticada. Num dado instante t0, os pontos A, B e C da corda en-
contram-se nas posições indicadas na figura 2. Quais devem ser
a direção e o sentido da velocidade de cada um dos pontos A, B
e C no instante t0?

Seja tA o intervalo de tempo necessário para que o ponto A da


corda chegue ao topo do pulso; seja tB o intervalo de tempo ne-
cessário para que o ponto B da corda retorne à sua posição ho-
rizontal de equilíbrio. Tendo em conta as distâncias indicadas na fi-
gura, calcule a razão tA / tB.

31. (ESCOLA NAVAL) – Considere o pulso transversal indicado, pro-


pagando-se num cabo homogêneo e não dispersivo. Sabe-se que

a velocidade de propagação Vx dele é de 100cm/s para a direita e
que no instante inicial t0 = 0 o pulso se encontra na posição mos-
29. (FUVEST) – A figura a seguir representa, nos instantes t0 = 0s e trada na figura.
t = 2,0s, configurações de uma corda sob tensão constante, na
qual se propaga um pulso cuja forma não varia.
a) Qual o módulo da velocidade de propagação do pulso?
b) Indique em uma figura a direção e o sentido das velocidades
dos pontos materiais A e B da corda, no instante t0 = 0s.


Determine a velocidade transversal Vy do ponto M do cabo no
instante t1 = 0,040s, em módulo e sentido.

32. (ITA) – Um avião, voando horizontalmente a 4000m de altura numa


trajetória retilínea com velocidade constante, passou por um ponto
A e depois por um ponto B situado a 3000m do primeiro. Um
observador no solo, parado no ponto verticalmente abaixo de B,
começou a ouvir o som do avião emitido em A 4,00 segundos antes
de ouvir o som proveniente de B. Se o módulo da velocidade do
30. (UFRJ) – A figura representa a fotografia, em um determinado som no ar era de 320m/s, o módulo da velocidade do avião era de:
instante, de uma corda na qual se propaga um pulso assimétrico a) 960m/s b) 750m/s c) 390m/s
→ d) 421m/s e) 292m/s
para a direita com velocidade V constante.

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33. (FUVESTÃO-MODELO ENEM) – Um avião, voando paralelamente 35. (MODELO ENEM) – Fotografando-se projéteis supersônicos por
ao solo plano e horizontal, com velocidade de intensidade igual a meio de processos avançados, obteve-se a foto esquematizada
468km/h, a uma altitude de 500m, larga uma bomba no exato abaixo, na qual aparece a frente da onda de choque produzida por
instante em que passa pela vertical de um observador parado em um projétil ao "cortar" o ar.
relação à Terra. O observador ouve o estrondo da explosão da
bomba ao atingir o solo 14s depois de ela ter sido abandonada do
avião. Se g = 10m/s2 e a influência do ar no movimento da bomba
é desprezível, pode-se concluir que a velocidade de propagação do
som no local tem módulo igual a:
a) 325 m/s b) 330 m/s c) 335m/s
d) 340m/s e) 345 m/s

34. (UNAERP-MODELO ENEM) – No instante que um helicóptero


fotografa um lago, um barco descreve movimento retilíneo e
uniforme em suas águas. A figura representa a foto.

Sabendo-se que um corpo que se move com velocidade “mach


1,00” tem velocidade de módulo igual à do som e que um corpo
Sabendo-se que naquela região do lago o módulo da velocidade de que se move com velocidade “mach 2,00” tem velocidade de
propagação das ondas formadas em sua superfície é de 7,0m/s, o módulo duas vezes maior que a do som, podemos afirmar que a
módulo da velocidade do barco será, aproximadamente, igual a: velocidade do projétil da foto vale:
a) 4,0m/s b) 6,0m/s c) 8,0m/s a) mach 1,00 b) mach 1,25 c) mach 1,32
d) 10m/s e) 12m/s d) mach 1,50 e) mach 1,67

7) D 8) A 28)

9) a) Não.
b) O som não se propaga no vácuo.

10) D

11) Onda mecânica: M 29) a) 10cm/s


Onda eletromagnética: E b)
Não se trata de onda: N
a b c d e f g h i j k l m n
N N E E E E E E E E MMMM

12) D 13) D
tA 1
14) 10,2km 15) 750m 30) ––– = ––
tB 3

16) B 17) 2250m

18) 340m/s 19) Aproximadamente 333m/s 31) 150cm/s, para baixo

20) Som: 333,7m/s; Vento: 11,1m/s 32) D 33) A

21) A 22) C 23) a) 1,5s 34) D 35) E


b) 4910m/s

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CAPÍTULO
Ondas

3 ESTUDO MATEMÁTICO
DA ONDA

O ndas eletromagnéticas diferentes,


propagando-se no vácuo, terão comprimentos de
onda inversamente proporcionais às respectivas
frequências. Essa propriedade decorre da equação
fundamental da ondulatória, V = f, em que V
é a intensidade da velocidade de propagação, é
o comprimento de onda e f é a frequência.
Como no vácuo todas as ondas eletromagnéticas
se propagam com velocidade de 3,0.108 m/s, à
maior frequência corresponderá o menor
comprimento de onda.

1. Período, frequência, amplitude No caso do exemplo, o período da onda é igual ao


e comprimento de onda tempo gasto pela mão do homem para executar uma
oscilação, isto é, um sobe-e-desce completo.
Suponhamos que um homem, segurando uma das
extremidades de uma corda tensa, passe a movimentar Chama-se frequência (f) da onda o número de ciclos
ritmadamente sua mão para cima e para baixo. realizados por um ponto vibrante na unidade de
Admitamos que o intervalo de tempo decorrido em tempo.
um sobe-e-desce da mão seja sempre constante e que a
altura da posição mais alta da mão em relação à posição
mais baixa seja invariável. n
Matematicamente: f = –––
Esses movimentos cadenciados da mão do homem t
produzirão uma sucessão de ondas senoidais que
percorrerão a corda com velocidade de intensidade V,
conforme ilustra o esquema. Se n = 1 ciclo, teremos t = T. Assim:

1 1
f = — ou T = —
T f

Se a unidade de tempo for o segundo (s), decorrerá


que:
Chama-se período (T) da onda o intervalo de tempo
1
necessário para que um ponto vibrante realize um unid (f) = ––– = s–1 = hertz (Hz)
ciclo completo. s

250
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Chama-se amplitude (A) da onda a distância de


3. Som, luz e
uma crista ou um vale ao nível de equilíbrio. radiações eletromagnéticas
Admitamos que um homem, segurando uma das ex-
tremidades de uma longa mola flexível, provoque nessa
Chama-se comprimento de onda ( ) a distância extremidade um movimento harmônico simples, de pe-
percorrida pela perturbação durante um período. ríodo T (e frequência f = 1/T), na direção do eixo longi-
tudinal da mola, conforme representa a figura.
Referindo-nos ao exemplo da corda, podemos dizer
que o comprimento de onda é a distância entre duas
cristas ou entre dois vales consecutivos.
É evidente que a distância entre uma crista e um vale
consecutivos equivale a meio comprimento de onda ( /2).

2. Relação
fundamental da ondulatória Ondas longitudinais percorrerão a mola com veloci-
dade V, dada por:
Geralmente, uma onda se propaga em movimento
uniforme, valendo a relação:

V = ––– = f
s T
V = –––
t
Observemos que, nesse caso, o comprimento de on-
Recordando que durante um período (T) a perturbação da é a distância entre duas regiões de máxima compres-
percorre um comprimento de onda ( ) e que a frequência são consecutivas.
(f) é o inverso do período, podemos escrever que: No caso do som propagando-se no ar, ocorre fato se-
melhante. Regiões de compressão alternam-se com re-
giões de rarefação, e o comprimento de onda é a dis-
tância entre duas regiões de compressão consecutivas,
V = ––– = f
T conforme representa o esquema.

Como vimos no capítulo 2, a luz e as demais radia-


ções eletromagnéticas constituem-se de ondas formadas
pela junção de dois campos – um elétrico e outro mag-
nético – que se propagam em conjunto, conforme esque-
matizamos a seguir.
Na figura, um trem de ferro constituído de vagões iguais percorre um trecho Para todas essas ondas, aplica-se também a relação
retilíneo da ferrovia, com velocidade constante. Um homem, parado em
relação ao solo, observa o trem, utilizando um cronômetro. O trem pode
fundamental da ondulatória:
ser comparado a uma onda progressiva. O comprimento de cada vagão
faz o papel do comprimento de onda , e o intervalo de tempo medido

pelo homem para que um vagão passe diante do marco de referência
R caracteriza o período T. Desprezando a distância entre dois vagões
V = ––– = f
. T
consecutivos, podemos calcular a velocidade V do trem, fazendo V = —
T

251
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Dependendo da frequência (e do comprimento de on-


da), as radiações eletromagnéticas manifestam-se dis-
tintamente, prestando-se a diferentes finalidades.

No esquema ao lado, apresentamos o espectro ele-


tromagnético, no qual evidenciamos frequências e com-
primentos de onda dos diversos tipos de radiação.

1. Os morcegos emitem ultrassons. O menor comprimento de onda Com s = 30m e t = 6,0s, vem:
produzido por um morcego é de aproximadamente 0,33cm, no ar. 30m
Qual a frequência mais elevada que os morcegos podem emitir? V = ––––– ⇒ V = 5,0m/s
6,0s
Admita o módulo da velocidade dessas ondas no ar igual a 330m/s.
Resolução O comprimento de onda corresponde à distância entre duas cris-
= 0,33cm = 33.10–4m tas consecutivas. Por isso:
V = 5,0m
Como f = –– , segue-se que:
Da relação fundamental da ondulatória:
V 330 V = f
fmáx = ––––– = ––––––––– (Hz) ⇒ fmáx = 1,0 . 105Hz
mín 33 . 10–4 calculemos a frequência das ondas.
V 5,0m/s
2. As ondas do mar percorrem 30m em 6,0s. Determinar o compri- f = ––– = ––––––– ⇒ f = 1,0Hz
5,0m
mento de onda dessas ondas e a frequência com que chegam à
praia, sabendo-se que a distância entre duas cristas consecutivas
é de 5,0m. 3. A figura mostra o aspecto instantâneo de uma corda, por onde se
Resolução propaga um trem de pulsos senoidais, com velocidade de módulo
32cm/s.

O movimento das ondas é uniforme. Por isso, sua velocidade po-


de ser dada por:
s
V = –––
t

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Determine A partir destes dados, determine a velocidade de propagação


a) o comprimento de onda correspondente ao caso; desta onda.
b) a frequência dos pulsos. a) 20 m/s b) 40 m/s c) 60 m/s
Resolução d) 80 m/s e) 120 m/s
a) Resolução
(I) O comprimento da onda é obtido a partir do gráfico da
amplitude em função da posição.

Na figura acima, pode-se observar que:

2,5 = 10cm ⇒ = 4,0cm


(II) O período T é obtido a partir do gráfico da amplitude em
V função do tempo.
b) V = f ⇒ f = –––

32cm/s
f = ––––––– ⇒ f = 8,0Hz
4,0cm

4. Admita que ondas de rádio de frequência igual a 1,5 . 106Hz es-


tejam sendo enviadas da Lua para a Terra por um grupo de astro-
nautas tripulantes de uma missão ao satélite. Sabendo que as
ondas de rádio se propagam com velocidade de módulo igual a
3,0 . 108m/s e que a distância da Lua à Terra é de 3,6 . 105km,
aproximadamente, calcule
(III) Equação fundamental da ondulatória:
a) o tempo gasto pelas ondas no trajeto da Lua à Terra;
b) o comprimento de onda dessas ondas.
Resolução V = f = ––
T
s s
a) V = ––– ⇒ t = ––– 8
t V V = ––– (m/s) ⇒ V = 80 m/s
0,1
Sendo s= 3,6 . 105km = 3,6 . 108m e V = 3,0 . 108m/s, vem:
Resposta: D
3,6 . 108
t = –––––––– (s) ⇒ t = 1,2s
3,0 . 108 6. (CEFET-RJ-MODELO ENEM) – A radiação eletromagnética é dita
ionizante quando possui energia suficiente para ionizar átomos e
V moléculas. Esta pode danificar as células do corpo humano,
b) V = f ⇒ = –––
f afetando o seu material genético, causando doenças como, por
exemplo, câncer. Em geral, as radiações são potencialmente
Lembrando que f = 1,5 . 106Hz, temos:
perigosas quando os seus comprimentos de onda situam-se
3,0 . 108 abaixo de 320 nm (1 nanômetro = 10–9 m). Os aparelhos celulares
= –––––––– (m) ⇒ = 2,0 . 102m
1,5 . 106 operam na faixa de frequências de 800 MHz a 1800 MHz. Os
celulares emitem radiação cujos comprimentos de onda estão
compreendidos na faixa de
5. (UEMS-MS-MODELO ENEM) – Os gráficos da amplitude em
a) 15 cm a 40 cm. b) 20 cm a 60 cm.
função da posição e da amplitude em função do tempo dão as
c) 15 cm a 30 cm. d) 40 cm a 60 cm.
características de uma onda.
Adote para a velocidade das radiações eletromagnéticas o valor
c = 3 . 108 m/s.
Resolução
Equação fundamental da ondulatória:
V
V = f ⇒ = –––
f
(I) Cálculo de mín:

c 3 . 108
mín = –––––– = ––––––––– (m) 艑 0,17m ⇒ mín 艑 17 cm
fmáx 1800 . 106

(II) Cálculo de máx:


c 3 . 108
máx = ––––– = ––––––––– (m) = 0,375m
fmín 800 . 106

máx = 37,5m 艑 40cm


Resposta: A

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7. (UFPE) – A elongação y em dois movimentos oscilatórios, A e B, é Considerando que o módulo da velocidade do som no ar vale
representada em função do tempo t, conforme o gráfico a seguir: 350m/s, determinar
a) o intervalo de tempo decorrido em uma vibração completa da
lâmina.
b) o comprimento de onda do som emitido pela lâmina.

10. (FUVEST) – Uma roda, contendo em sua borda 20 dentes regu-


larmente espaçados, gira uniformemente, dando 5 voltas por se-
gundo. Seus dentes chocam-se com uma palheta, produzindo
sons que se propagam a 340m/s.
a) Qual a frequência do som produzido?
b) Qual o comprimento de onda do som produzido?

11. (UFMG-MODELO ENEM) – Um menino caminha pela praia


arrastando uma vareta. Uma das pontas da vareta encosta na
areia e oscila, na direção transversal à direção do movimento do
menino, traçando no chão uma curva na forma de uma onda,
como mostra a figura.

Determine
a) a relação entre as frequências de A e B (fA/fB);
b) a relação entre as amplitudes de A e B (aA/aB).

8. (UFMG-MODELO ENEM) – Esta figura mostra parte de duas


ondas, I e II, que se propagam na superfície da água de dois
reservatórios idênticos.

Uma pessoa observa o menino e percebe que a frequência de


oscilação da ponta da vareta encostada na areia é de 1,2Hz e que
a distância entre dois máximos consecutivos da onda for-
mada na areia é de 0,80m. A pessoa conclui então que o módulo
da velocidade do menino é igual a:
Com base nessa figura, pode-se afirmar que a) 0,48m/s b) 0,67m/s c) 0,80m/s
a) a frequência da onda I é menor do que a da onda II, e o d) 0,96m/s e) 1,5m/s
comprimento de onda de I é maior que o de II.
b) as duas ondas têm a mesma amplitude, mas a frequência de 12. (UDESC-MODELO ENEM) – Um sensor colocado por um
I é menor do que a de II. estudante de computação para monitorar o comportamento de
c) as duas ondas têm a mesma frequência, e o comprimento de uma rolha flutuando verticalmente em um lago, onde são
onda é maior na onda I do que na onda II. produzidas ondas com cristas sucessivas, separadas por uma
d) os valores da amplitude e do comprimento de onda são distância de 0,80m, permitiu a construção do gráfico apresentado
maiores na onda I do que na onda II. a seguir.
e) os valores da frequência e do comprimento de onda são
maiores na onda I do que na onda II.

9. Na figura 1, está representada uma lâmina metálica flexível, ini-


cialmente em repouso. Na figura 2, a lâmina é defletida para a es-
querda e, abandonada, vibra livremente com frequência de 50cps,
emitindo som.

Com base nos dados, determine


a) a velocidade de propagação das ondas;
b) os instantes em que a velocidade da rolha é nula;
c) os instantes em que a velocidade da rolha tem intensidade
máxima;
d) a velocidade escalar média da rolha entre os instantes
t = 1,00s e t = 3,00s.

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13. (UFPE) – Na figura abaixo, cada crista de onda gasta 4,0s para ir
de A até B.

Esta informação se refere às três proposições a seguir:


I. O comprimento de onda vale 0,12m.
II. A frequência é de 2,5Hz. Utilizando o Sistema Internacional de Unidades, responda às se-
III. O módulo da velocidade de propagação das ondas é 0,35m/s. guintes perguntas e justifique suas respostas.
Responda mediante o código: a) Qual é o período das ondas que se propagam na água do tan-
a) Se todas forem corretas. que?
b) Se todas forem incorretas. b) Qual o módulo da velocidade de propagação dessas ondas?
c) Se somente (I) e (II) forem corretas.
d) Se somente (I) e (III) forem corretas. 17. (UFMG-MODELO ENEM) – O diagrama apresenta o espectro
e) Se somente (II) e (III) forem corretas. eletromagnético com as identificações de diferentes regiões em
função dos respectivos intervalos de comprimento de onda no
vácuo.
14. Na figura I, tem-se uma corda esticada, de comprimento
–––
AB = 2,0m, em repouso, fixa em B. No instante t0 = 0, uma fonte
F começa a produzir em A ondas senoidais.
A figura II mostra o perfil da corda no instante t = 0,050s, quando a
primeira frente de onda produzida por F atinge o ponto B. Pode-se
afirmar, para essas ondas, que

É correto afirmar que, no vácuo,


a) o ultravioleta tem maior comprimento de onda que o infraver-
melho.
b) os raios  se propagam com maiores velocidades que as on-
das de rádio.
c) os raios X têm menor frequência que as ondas longas.
d) todas as radiações têm a mesma frequência.
e) todas as radiações têm a mesma velocidade de propagação.

a) o comprimento de onda é 0,125m. 18. (UNIOESTE-MODELO ENEM) – Segundo dados da Anatel


b) o período é 0,50s. (Agência Nacional de Telecomunicações) sobre a densidade de
c) as ondas são longitudinais. aparelhos no Brasil, divulgados em agosto de 2006, conclui-se
d) o módulo da velocidade de propagação é 100m/s. que metade dos brasileiros possui telefone celular. Todo aparelho
e) a frequência é 80Hz. de telefonia celular se comunica com as antenas que estão nos
topos das torres por meio de radiações (ou ondas)
eletromagnéticas que se propagam com uma velocidade c e pode
15. (MODELO ENEM) – Movimenta-se periodicamente, para frente
operar na frequência f1 = 800 MHz empregando tecnologias
e para trás, a extremidade de uma mola helicoidal e, devido a isso,
ondas de compressão propagam-se, sem dissipação de energia. chamadas TDMA e CDMA, ou na frequência f2 = 1,8 GHz,
empregando a tecnologia GSM. Sendo c a velocidade da luz no
vácuo (c = 3,0 . 108 m/s), é incorreto afirmar:
a) Em uma hora, as ondas eletromagnéticas com frequências f1 e
f2, propagando-se no vácuo, percorrem uma distância de
1,08 . 109km.
b) O comprimento de onda da radiação de frequência f1 é maior
do que o comprimento de onda da radiação de frequência f2.
c) O comprimento de onda da radiação de frequência f1 é 0,375
metro.
d) A energia da onda de frequência f2 é 2,25 vezes menor do que
Se o intervalo de tempo que separa duas ondas sucessivas é 2,5s, a energia da onda de frequência f1.
o módulo da velocidade de propagação dessas ondas vale: e) Se uma dessas ondas eletromagnéticas parte da Terra e chega
a) 50cm/s b) 25cm/s a Plutão depois de 320 minutos, conclui-se que a distância
c) 8,0cm/s d) 4,0cm/s
entre a Terra e Plutão é de 5760 . 106 km.
e) 2,0cm/s
19. Uma rádio FM de São Sebastião do Paraíso (MG) transmite na
frequência de 100MHz. A distância percorrida pelas ondas dessa
16. (MODELO ENEM) – O estudante Leandro observa uma torneira
emissora, em termos do comprimento de onda , durante
com defeito, que pinga 30 gotas por minuto na água de um
0,80 milionésimo de segundo, é igual a:
tanque. Na superfície do líquido, formam-se ondas circulares cu-
a) 0,80 b) 8,0 c) 80
jas cristas distam 3,0cm uma da outra.
d) 8,0.102 e) 8,0.103

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20. Diante de uma câmera fotográfica instalada sobre um tripé, foi Resolução
colocada uma corda elástica horizontal, na qual foi gerado um
pulso assimétrico. Ao adentrar o campo da câmera, o pulso foi A = 3 ⇒ A = 3 . 2,0cm ⇒ A = 6,0cm
fotografado duas vezes com um intervalo de 0,20s. As fotos
foram copiadas num mesmo papel, sendo designadas por A e B
na figura abaixo, que está na escala de 1/10. = 4 ⇒ = 4 . 2,0cm ⇒ = 8,0cm

s 6 6 . 2,0cm
V = ––– = ––––– = ––––––––– ⇒ V = 24cm/s
t 0,50 0,50s

V = f ⇒ 24 = 8,0f ⇒ f = 3,0Hz

Respostas: A = 6,0cm = 8,0cm


V = 24cm/s e f = 3,0Hz

22. (VUNESP-MODELO ENEM) – Os gráficos I e II, desenhados nu-


ma mesma escala, representam a posição x em função do tempo
Calcular
t de dois objetos descrevendo movimentos oscilatórios perió-
a) a intensidade da velocidade de propagação do pulso;
dicos.
b) a relação entre as velocidades escalares médias dos pontos (1)
e (2) indicados, durante o intervalo de 0,20s que intercalou as
duas fotos.
Resolução
x 10cm
a) V = ––– ⇒ V = –––––– ⇒ V = 50cm/s
t 0,20s
y
b) Vm = –––
1 t ( ) 1
1
20cm
⇒ Vm = ––––––
t
y
Vm
2 ( )
= –––
t
2
2
–20cm
⇒ Vm = ––––––
t

Vm
⬖ 1
–––––– = –1
Vm
2

Respostas: a) 50cm/s
b) –1

21. As duas figuras a seguir representam pulsos senoidais que per-


correm horizontalmente a tela do osciloscópio de um técnico em
eletrônica, que utiliza o aparelho para verificar as características
do sinal existente entre dois pontos de um circuito.
Denominando AI e AII e fI e fII, respectivamente, as amplitudes e
as frequências de oscilação associadas a esses movimentos,
pode-se afirmar que
a) AI = AII e fI = fII b) AI = 2AII e fI = 2fII
c) AI = (1/2)AII e fI = (1/2)fII d) AI = (1/2)AII e fI = 2fII
e) AI = 2AII e fI = (1/2)fII
Resolução
A amplitude corresponde à elongação máxima do objeto em
oscilação. Observando os gráficos, verificamos que:

AI = 2 unidades

A figura 1 mostra a tela no instante t0 = 0 e a figura 2, no ins-


AII = 4 unidades } ⬖
1
AI = –––– AII
2

tante t1 = 0,50s. Sabendo que o intervalo de tempo t = t1 – t0 é Sendo n o número de oscilações executadas pelo objeto num
maior do que um período, porém menor do que dois períodos do intervalo de tempo t, a frequência f fica expressa por:
sinal, e que cada quadradinho das figuras tem lado  = 2,0 cm,
determine a amplitude (A), o comprimento de onda ( ), o módulo n
da velocidade de propagação (V) e a frequência (f) do sinal na tela f = ––––
t
do osciloscópio.

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Dos gráficos, concluímos que: a) = 20m; t = 5,0 horas; b) = 20m; t = 10 horas;


1 c) = 50m; t = 10 horas; d) = 50m; t = 5,0 horas
fI = ––––
t 1 e) = 60m; t = 15 horas.
⬖ fI = –––– fII Resolução
2 2
fII = –––– (I) V = f ⇒ 3,0 . 108 = . 6,0 . 106
t
= 50m
Resposta: C

23. (MODELO ENEM) – A sonda norte-americana Voyager I é o enge- (II) Movimento uniforme:
nho humano mais distante em operação no espaço. Lançada em
1977, a nave atingiu os limites do sistema solar, tendo visitado s s
Saturno, Urano e Plutão. Atualmente, a Voyager I está a uma dis- V = –––– ⇒ t = ––––
tância da Terra de aproximadamente 10,8 bilhões de quilômetros, t V
o que equivale a 72 vezes a distância entre a Terra e o Sol.
Admita que os sinais de rádio emitidos pela Voyager I tenham 10,8 . 109km
frequência igual a 6,0 . 106Hz e que se propaguem pelo espaço t = –––––––––––––– ⇒ t = 36000s ⬖ t = 10h
com a velocidade da luz (c = 3,0 . 105km/s). Isso significa que 3,0 . 105km/s
esses sinais têm comprimento de onda e atingem a Terra decor-
rido um intervalo de tempo t, após sua emissão, dados por: Resposta: C

24. O famoso fotógrafo, o Sr. Kod Akk, enquadrou em sua câmara um


trecho de uma corda por onde se propagavam ondas senoidais. A
foto obtida, copiada na escala 1/10, está representada abaixo.

Responda:
a) Que tipo de movimento apresentará o ponto P da corda duran-
te a passagem do pulso?
b) Qual a distância percorrida pelo ponto P, devido à passagem
do pulso?
Sabendo que o módulo da velocidade das ondas era de 4,0m/s, c) Se o módulo da velocidade de propagação do pulso é 3,2m/s,
responda: quanto tempo o ponto P gasta para percorrer 5,0cm?
a) Qual a sua amplitude?
b) Qual a sua frequência?
A figura mostra as fotos A e B obtidas de um mesmo trecho de
corda pela qual se propaga um trem de ondas senoidais. Cada
25. A figura mostra uma onda senoidal propagando-se para a direita quadradinho tem lado correspondente a 5,0cm reais.
em uma corda, com velocidade de módulo 12m/s. O ponto P,
ao ser atingido pela onda, leva 3,0 . 10–2s para retornar pela pri-
meira vez à posição inicial.

O comprimento dessa onda é:


a) 2,5 . 10–3m b) 2,0 . 10m c) 3,6 . 10–1m
d) 7,2 . 10–1m e) 1,8 . 10–1m

26. (MODELO ENEM) – Considere um pulso senoidal de dimensões Sabendo que a foto B foi tirada 0,10s após a foto A e que esse in-
conhecidas propagando-se com velocidade constante ao longo de tervalo de tempo é menor que o período das ondas, responda aos
uma corda elástica, conforme ilustra a figura a seguir: dois testes seguintes.

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27. A amplitude das ondas, bem como o comprimento de onda, va-


lem, respectivamente:
a) 30cm e 30cm b) 30cm e 60cm c) 60cm e 30cm
d) 12cm e 6,0cm e) 6,0cm e 12cm

28. O módulo da velocidade de propagação das ondas, bem como o


período, valem, respectivamente:
a) 1,0m/s e 0,60s b) 1,0m/s e 0,30s c) 20cm/s e 3,0s
d) 20cm/s e 0,60s e) 2,0m/s e 0,30s

29. A figura abaixo traduz a frequência (f) das ondas na superfície da


água de um tanque em função do inverso do comprimento de
onda (1/ ) para diferentes valores da profundidade (H = altura de
água do tanque).
A jovem vê então a garrafa e o barquinho oscilando para cima e
para baixo com frequências fg e fB, que valem:
v0 + vg v0
a) fg = –––––––– e fB = ––––

v0 – vg v0 + vg
b) fg = –––––––– e fB = ––––––––

v0 v0 – vg
c) fg = –––– e fB = ––––––––

v 0 – vg v0
d) fg = –––––––– e fB = ––––

v0 v0
e) fg = –––– e fB = ––––

a) Qual é o comprimento de onda de uma onda de frequência
3Hz, na profundidade H = 2cm? 34. (UFBA) – Um pequeno motor, situado em uma das extremidades
b) Para a profundidade H = 4cm, qual é a velocidade das ondas de uma cuba de ondas, produz ondas cujos comprimentos e
na superfície da água? frequências são apresentados no gráfico a seguir.
c) Aumentando a altura (H) de água no tanque, como varia a velo-
cidade das ondas na superfície da água?

30. (FUVEST) – Um forno de micro-ondas é projetado para, mediante


um processo de ressonância, transferir energia para os alimentos
que necessitamos aquecer ou cozer. Nesse processo de ressonân-
cia, as moléculas de água do alimento começam a vibrar, produ-
zindo calor necessário para o cozimento ou o aquecimento. A fre-
quência de ondas produzidas pelo forno é da ordem de 2,5 x 109Hz,
que é igual à frequência própria de vibração da molécula de água.
a) Qual o comprimento de onda das ondas do forno? Sabendo-se que uma das frentes de onda leva 1,5s para atingir a
b) Por que os fabricantes de fornos de micro-ondas aconselham outra extremidade da cuba, determinar, em centímetros, a distân-
aos usuários não utilizar invólucros metálicos para envolver os cia percorrida por ela nesse intervalo de tempo.
alimentos?
35. (UNICAMP-SP) – O diagnóstico precoce de doenças graves, como
31. (FUVESTÃO-MODELO ENEM) – Um vibrador, operando com o câncer, aumenta de maneira significativa a chance de cura ou
frequência igual a f, perturba a superfície tranquila da água de um controle da doença. A tomografia de ressonância magnética nuclear
tanque num dado ponto O, produzindo um trem de ondas circulares. é uma técnica de diagnóstico médico que utiliza imagens obtidas a
Essas ondas, ao se propagarem, atingem uma pequena boia situada partir da absorção de radiofrequência pelos prótons do hidrogênio
a 2,0m do ponto O, em um intervalo de tempo de 0,50s depois de submetidos a um campo magnético. A condição necessária para
terem sido emitidas pelo vibrador. Se a distância entre uma crista e que a absorção ocorra, chamada condição de ressonância, é dada
um vale consecutivos das ondas é igual a 10cm, o valor de f, em pela equação f = B, sendo f a frequência da radiação, B o campo
hertz, é: magnético na posição do próton, e  = 42MHz/T. Para se mapear di-
a) 5,0 b) 10 c) 20 d) 40 e) 80 ferentes partes do corpo, o campo magnético aplicado varia com a
posição ao longo do corpo do paciente.
32. Ondas periódicas propagam-se na superfície da água. Um obser-
vador em repouso registra a passagem de uma crista de onda a
cada 0,50s. Quando o observador se move no sentido contrário ao
da propagação das ondas, com velocidade de 12cm/s, observa a
passagem de uma crista de onda a cada 0,20s. Com base nesses
dados, calcule o comprimento de onda das ondas.

33. (FUVEST-MODELO ENEM) – Uma jovem, repousando à margem


de um canal, observa uma garrafa levada pela correnteza com
velocidade Vg e um barquinho B preso às margens por fios fixados
nos pontos M e N. No canal, propaga-se uma onda com
velocidade V0 > Vg no mesmo sentido que a correnteza. Todas as
velocidades são medidas em relação à jovem. A distância entre
cristas sucessivas da onda, representadas no desenho por C1, C2
e C3, é .

258
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a) Observa-se que a radiação de frequência igual a 63MHz é absorvida quando um paciente é submetido a um campo magnético que varia
conforme o gráfico anterior. Em que posição x do corpo do paciente esta absorção ocorre?
b) O comprimento de onda é a distância percorrida pela onda durante o intervalo de tempo de um período. O período é igual ao inverso da frequência
da onda. Qual é o comprimento de onda da radiofrequência de 63 MHz no ar, sabendo-se que sua velocidade é igual a 3,0 . 108m/s?

4. Equação da onda harmônica 5. Fase da onda no


Admitamos que um homem, segurando uma das ponto P e no instante t
extremidades de uma corda tensa, provoque na extremi- É a grandeza , dada por:
dade da corda um M.H.S. de amplitude a e pulsação 

冢 冣
( = 2f), a partir do instante t0 = 0. t x
 = 2 ––– – ––– + 0
Isso criará na corda um trem de ondas harmônicas T
que se propagarão com velocidade V(V = f).
Na figura, está representado o perfil da corda num A fase  é geralmente expressa em radianos (rad).
determinado instante, tendo sido considerado um refe- A fase inicial da origem é 0, isto é,  (x = 0; t = 0).
rencial cartesiano 0xy. A fase , ignorando a fase inicial 0, caracteriza o
número de vibrações realizadas pelo ponto P até o
instante t (cada 2 implica uma vibração). Veja exem-
plos na figura a seguir, que representa uma onda numa
corda no instante t.

O M.H.S. descrito pela fonte F – mão do homem –


tem a seguinte função horária:
y = a cos (t + 0) ou
y = a cos (2 f t + 0)
Um ponto P da corda, de abscissa x, também estará
oscilando em M.H.S., porém atrasado de um intervalo de
tempo t em relação a F. Esse atraso pode ser equa-
6. Diferença de fases
cionado por: ou defasagem ( )
x x x entre dois pontos
V = ––– ⇒ t = ––– = ––––– (I) É a diferença entre as fases desses pontos num ins-
t V f
tante qualquer.
O MHS de P tem, então, a seguinte função horária:
 = 1 – 2
y = a cos [ (t – t) + 0] ou
y = a cos [2 f(t – t) + 0] (II) O cálculo da defasagem entre dois pontos situados às
substituindo (I) em (II), vem: distâncias x1 e x2 da fonte pode ser feito pela seguinte
x regra de três:

y = a cos [2 f t – ––– + 0]
f 冣
→ 2 2
Da qual obtemos: x →  } ⇒  = ––– . x

x

y = a cos [2 ft – ––– + 0]

冣 sendo x = x1 – x2

Lembrando que o período (T) é o inverso da frequên- 7. Pontos em


cia, também podemos escrever:
concordância de fase
t x
T

y = a cos [2 ––– – ––– + 0]

冣 Dizemos que dois pontos estão em concordância de
fase, quando a diferença entre suas fases (defasagem) é
um múltiplo par (2k) de  radianos.
Esta equação, que traduz a variação da elongação y
em função da abscissa x e do tempo t, denomina-se
Equação da Onda Harmônica.  = 1 – 2 = 2k  rad (k inteiro)

259
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Para tais pontos, a perturbação y assume valores Na figura abaixo, os pontos P e Q vibram em oposi-
iguais em qualquer instante. ção de fase, o mesmo ocorrendo com os pontos R e S.
Na figura a seguir, os pontos P e Q vibram em concor-
dância de fase, o mesmo ocorrendo com os pontos R e S.

9. Pulsação () de uma onda


8. Pontos em oposição de fase Por definição, é a variação da fase ( ) dividida pelo
intervalo de tempo correspondente ( t).
Dizemos que dois pontos estão em oposição de fase,
quando a diferença entre suas fases (defasagem) é um 
 = ––––
múltiplo ímpar (2k + 1) de  radianos. t
Lembrando que numa vibração completa a fase varia
 = 1 – 2 = (2k + 1)  rad (k = 0, 1, 2, 3…)
de 2 rad e transcorre um período, segue-se que:
Para tais pontos, a perturbação y assume valores si- 2
métricos (mesmo módulo e sinais contrários) em qual-  = –––– = 2 f
T
quer instante.

36. Na figura a seguir, está esboçado no instante t0 = 0 o perfil de um


trecho de uma corda não absorvedora, pela qual se propaga um ção ter-se-á deslocado de x = –– = 1,0m e o perfil da corda
4
trem de ondas senoidais com velocidade de módulo igual a 32m/s.
será como esboçamos a seguir:

Considerando o referencial cartesiano 0xy, obtenha a expressão


y = f (t; x) que dá a elongação y dos pontos vibrantes em função
do tempo t e da abscissa x. x
Resolução
A expressão procurada é do tipo:
[ (
y = 2,5 cos 2 8,0t – ––– + 0
4,0 ) ]
x
[ ( )
y = a cos 2 ft – –– + 0
] 1
Observando que em t = ––– s e x = 0, temos y = –2,5m, calcule-
32
Da figura, obtemos diretamente: mos 0.

= 4,0m 1 0
a = 2,5m e
[ (
–2,5 = 2,5 cos 2 8,0 . ––– – ––– + 0
32 4,0 ) ]
Sendo V = f, com V = 32m/s, determinamos f:

32 = 4,0 f ⇒ f = 8,0Hz (
–1,0 = cos ––– + 0
2 ) ⇒ –1,0 = –sen 0

1 1 
O período T é dado por: T = –– T = –––– s ⬖ sen 0 = 1,0 ⇒ 0 = ––– rad
f 8,0 2

T 1 
Transcorrido um intervalo de tempo t = –– = ––– s, a perturba-
4 32
Logo: [
y = 2,5 cos 2 (8,0t – 0,25x) + ––
2 ] SI

260
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37. (FEI) – O gráfico abaixo representa uma onda produzida numa Considerando o referencial cartesiano 0xy, determine a “equa-
corda ao ser utilizado um vibrador de frequência 50Hz. ção” y = f (x,t) das ondas.

42. (MAUÁ) – A figura reproduz três fotografias instantâneas de uma


corda, cuja massa por unidade de comprimento é 0,20kg/m, na
qual se propaga uma onda harmônica.

O módulo da velocidade de propagação dessa onda, em m/s, vale:


a) 1,0 b) 20 c) 40 d) 50 e) 100

38. A equação de um trem de ondas harmônicas que se propaga em


um meio unidimensional e não absorvedor, em relação a um re-
ferencial cartesiano Oxy, é:

[ ]
y = 2,0 cos 2 (10t – 0,25x) + –– ,
2
com x e y em metros e t em segundos.
a) Qual a amplitude, a frequência e o comprimento de onda das A primeira fotografia, identificada pela letra A, foi feita no instante
ondas? t0 = 0; a segunda, B, no instante t1 = 0,050s e a terceira, C, no
b) Qual a velocidade de propagação das ondas? instante t2 = 0,10s. Determine
a) o módulo da velocidade de propagação da onda;
39. (ITA) – Ondas senoidais, observadas de um referencial 0xy, pro- b) o comprimento de onda, a frequência e o período;
pagam-se ao longo de uma corda ideal obedecendo à função: c) a expressão analítica y = f (x, t) para a onda dada.
y = 4 sen [ (2x – 4t)],
em que x e y são dados em metros e t é dado em segundos.
Para as ondas referidas, a frequência e o comprimento de onda 43. A figura abaixo representa uma corda elástica e não absorvedora,
valem, respectivamente: pela qual se propaga um trem de ondas harmônicas com veloci-
a) 0,5Hz e 1m b) 0,25Hz e 0,5m c) 2Hz e 1m dade de módulo V = 8m/s.
d) 4Hz e 2m e) 2Hz e 4m

40. (MACKENZIE) – Um corpo, preso à extremidade de uma mola


vertical, oscila, obedecendo à função horária:
y = 0,20 cos ( 0,50 t) (SI)

Levando-se em conta o referencial 0xy, pede-se determinar


a) a “equação” y = f(x, t) das ondas referidas;
b) o número de oscilações executadas por um ponto da corda,
atingido pelas perturbações, durante 3s.

Se prendermos a esse corpo uma corda horizontal, ideal e de 44. O vibrador de uma campainha elétrica, que emite vibrações contí-
comprimento infinito, a onda que se propagará nela terá velocida- nuas a uma frequência de 20Hz, está conectado a uma corda elás-
de de módulo 1,0m/s. Tendo a corda a outra extremidade livre, a tica, muito longa, conforme representa a figura.
equação da onda nela estabelecida, dada em unidades do SI, é:
a) y = 0,20 cos [(t – x)] b) y = 0,20 cos [0,50(t – x)]
c) y = 0,20 cos [2(t – x)] d) y = 0,20 cos [0,50(2t – x)]
e) y = 0,10 cos [2(t – x)]

41. A figura a seguir representa uma corda elástica e não absorve-


dora, percorrida por um trem de ondas harmônicas que se propa-
gam com velocidade de módulo 2m/s.

Esse vibrador provoca na corda um trem de ondas senoidais, que


se propagam com velocidade de intensidade V.
Observando-se o perfil da corda, constata-se que dois pontos, P e
Q, separados por 75cm, vibram em oposição de fase. Pedem-se:
a) o valor de V;
b) a defasagem (em rad) entre os pontos P e Q.

45. Um trem de ondas propaga-se ao longo de uma corda tensa, não


absorvedora de energia, conforme representa o esquema.

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O movimento ondulatório, observado do referencial cartesiano


0xy, é provocado em x = 0, a partir do instante t = 0. A “equação
de onda”correspondente ao caso é:
y = 1,0 cos [2 (0,25t – 0,25x) + ] (SI)
Pede-se:
a) calcular o módulo da velocidade de propagação das ondas;
b) dizer se dois pontos, P e Q, já atingidos pela ondas, com abs-
cissas xP = 1,0m e xQ = 5,0m, encontram-se em concordância
ou em oposição de fase.

10. Potência e intensidade de A grandeza física I traduz a quantidade de energia da


onda para ondas esféricas onda que atravessa a abertura por unidade de tempo e por
unidade de área.
Consideremos uma fonte pontual de ondas esféricas, Admitamos, agora, que a propagação ondulatória
como uma pequena lâmpada, por exemplo, colocada no ocorra sem dissipação da energia ligada à onda. Sendo
centro de uma superfície esférica de raio igual a x, que Pfonte a potência total emitida pela fonte e S = 4 x2 a
tem uma abertura de área igual a A, conforme representa área da superfície esférica, temos que a intensidade de
a figura. onda nessa superfície fica determinada por:
Seja W a quantidade de energia associada à onda que
atravessa a abertura num intervalo de tempo t.
Pfonte
A potência de onda (P) na abertura considerada é I = ––––––
dada pelo quociente: 4x2

W O gráfico de I em função de x é uma hipérbole cúbi-


P = ––––––
t ca, como mostramos a seguir.

Destaquemos que I é inversamente proporcional ao


quadrado da distância x à fonte. Dobrando-se x, I re-
duz-se à quarta parte. Triplicando-se x, I reduz-se à no-
na parte e assim por diante.

J
No SI, temos: unid (P) = ––– = watt (W)
s

A intensidade de onda (I) na abertura considerada é


dada pelo quociente:

P
I = –––
A
O raio médio da órbita de Saturno em torno do Sol (Rs = 1,43 . 109km) é
aproximadamente dez vezes maior que o raio médio da órbita da Terra em
torno do Sol (RT = 1,49 . 108km). Na Terra, a energia radiante proveniente do
J W Sol é recebida com intensidade próxima de 2,0cal/s . cm2. Isso significa que,
No SI, temos: unid (I) = –––––– = ––––– em Saturno, essa energia é recebida com intensidade cem vezes menor, isto é,
s m2 m2 2,0 . 10–2 cal/s . cm2.

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11. Variação da intensidade


de onda com as grandezas
características da onda
Verifica-se que, para uma onda esférica de frequên-
cia f e amplitude a que se propaga num meio não ab-
sorvedor de energia, a intensidade de onda é dada por:

I = k f 2 a2

Um fator primordial para que uma ligação telefônica em aparelho celular seja em que k é uma constante de proporcionalidade que de-
bem-sucedida é a intensidade de onda no local da ligação. Chamadas em pende do meio e do módulo da velocidade de propa-
locais em que o sinal é muito fraco não são completadas. Os telefones celu-
lares geralmente têm um medidor da intensidade de onda, que pode ser lido gação.
pelo usuário no painel luminoso do aparelho. A intensidade do sinal diminui
com a distância à antena.

46. Duas lâmpadas de potências P e 2P estão nos centros de duas P1 Px 4 y2


esferas ocas de raios x e y = 1,5 x, respectivamente. –––– = S . –––––– . –––––––
P2 4 x2 2S . Py

P1 1 Px y 2
––––
P2
= ––– . ––––
2 Py x冢 冣
. –––

P1 1 P 1,5x 2
––––
P2 2 2P 冢 冣
= ––– . –––– . ––––
x

P1 9
Da qual obtemos: ––– = –––
P2 16
Na primeira, faz-se uma abertura de área S e na segunda, outra
abertura de área 2S. Qual é a razão entre as quantidades de ener-
gia radiante que passam pelas referidas aberturas na unidade de 47. (ITA) – A distância de Marte ao Sol é aproximadamente 50%
tempo? maior do que aquela entre a Terra e o Sol. Superfícies planas de
Resolução Marte e da Terra, de mesma área e perpendiculares aos raios
solares, recebem por segundo as energias de irradiação solar UM
e UT, respectivamente. A razão entre as energias, UM/UT, é apro-
ximadamente:
a) 4/9 b) 2/3 c) 1 d) 3/2 e) 9/4
Resolução

Chamemos de Px e Py as potências das lâmpadas.


Sabemos que Px = P e que Py = 2P.
A quantidade de energia radiante que atravessa S na unidade de
tempo é uma potência que chamaremos de P1 e a quantidade de
energia radiante que atravessa 2S na unidade de tempo é outra
potência que chamaremos de P2. O que queremos calcular é
P1/P2.
Sendo I1 e I2 as intensidades das ondas, quando estas atingem as
superfícies das esferas ocas, temos:
Px
P1 = S . I1 = S ––––––
4 x2
A intensidade de irradiação solar na superfície de um planeta pode
Py ser expressa por:
P2 = 2S . I2 = 2S ––––––
4 y2 P
U = –––
A
Dividindo-se estas expressões, membro a membro, temos: em que

263
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P é a potência com que o Sol emana energia e A é a área da Resolução


superfície esférica da onda tridimensional emitida pela estrela. Conforme o enunciado: I = Kf2

冢 冣
Sendo A = 4 x2 (x é o raio da onda esférica), vem: IF KfF2 IF fF 2
Logo: ––– = –––– ⇒ ––– = –––
P IM KfM2 IM fM
U = ––––––
4 x2

冢 冣
IF 200 2 IF
––– = ––– ⇒ ––– = 4,00
IM 100 IM
P
Para Marte: UM = ––––––
4R2M
Resposta: E

P 49. (ITA-MODELO ENEM) – Um painel coletor de energia solar para


Para a Terra: UT = –––––– aquecimento residencial de água, com 50% de eficiência, tem su-
4R2T
perfície coletora com área útil de 10m2 . A água circula em tubos
fixados sob a superfície coletora. Suponha que a intensidade da
UM P 4R2
⬖ –––– = ––––––– T
. ––––––– energia solar incidente é de 1,0 . 103 W / m2 e que a vazão de
UT 4R 2 suprimento de água aquecida é de 6,0 litros por minuto. Assinale
P
M
a opção que indica a variação da temperatura da água.
UM RT 2 a) 12°C b) 10°C c) 1,2°C d) 1,0°C e) 0,10°C
––––
UT
= 冢–––
R 冣M
Resolução

Lembrando-se de que a “distância de Marte ao Sol é aproximada-


mente 50% maior do que aquela entre a Terra e o Sol”, podemos
escrever: RM = 1,5RT. Logo:
UM RT 2 UM 2 2
––––
UT 冢
= ––––––
1,5RT 冣 ⇒ ––––
UT 冢 冣
= –––
3

UM 4
––– = –––
UT 9

A intensidade de radiação aproveitada para o aquecimento da


Resposta: A
água (Iútil) é dada por:
48. (UFPR-MODELO ENEM) – Quando uma pessoa fala, o que de
fato ouvimos é o som resultante da superposição de vários sons Pot
Iútil = ––––
de frequências diferentes. Porém, a frequência do som percebido A
é igual à do som de menor frequência emitido. Em 1984, uma
pesquisa realizada com uma população de 90 pessoas, na cidade Q mc 
0,5 I = ––––– ⇒ 0,5 I = –––––––
de São Paulo, apresentou os seguintes valores médios para as t . A t . A
frequências mais baixas da voz falada: 100Hz para homens,
200Hz para mulheres e 240Hz para crianças. (TAFNER, Malcon Admitindo-se que a massa de água correspondente a 6,0 seja
Anderson. Reconhecimento de palavras faladas isoladas usando igual a 6,0kg ( H O = 1,0kg/), vem:
redes neurais artificiais. Dissertação de Mestrado, Universidade 2
Federal de Santa Catarina.) 6,0 . 4,2 . 103 . 
Segundo a teoria ondulatória, a intensidade I de uma onda mecâ- 0,5 . 1,0 . 103 = ––––––––––––––––
nica se propagando num meio elástico é diretamente proporcional 60 . 10
ao quadrado de sua frequência para uma mesma amplitude.
Portanto, a razão IF / IM entre a intensidade da voz feminina e a  = 11,9 °C 艑 12°C
intensidade da voz masculina é:
a) 0,25 b) 0,50 c) 1,50 d) 2,00 e) 4,00 Resposta: A

50. No esquema abaixo, estão representados uma antena transmissora Considerando-se desprezível o amortecimento das ondas durante a
de TV e dois prédios, P1 e P2. propagação, determine a relação I1/I2 entre as intensidades de onda
recebidas nos prédios P1 e P2.

51. (UFJF) – Uma pessoa deixa uma moeda cair e então ouve-se o
barulho do choque do citado objeto com o piso. Sabe-se que a
massa da moeda é de 12,6 g (12,6 艑 4π) e que ela cai de uma
altura igual a 2,0m.
a) Calcular a energia cinética com que a moeda chega ao piso
(adote g = 10 m/s2).
b) No primeiro toque contra o piso, 0,05% da energia da moeda
é convertida em um pulso sonoro que dura 0,10 segundo.
Calcular a potência do pulso sonoro.

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c) Supondo-se que a propagação das ondas ocorra igualmente


em todas as direções e que para se ouvir o barulho a
intensidade sonora no local deva ser no mínimo 10–8 W/m2,
calcular a distância máxima em que se pode ouvir a queda.

52. (UFRS) – Uma onda esférica, gerada por uma fonte puntiforme,
propaga-se num meio não absorvedor. A energia que incide por
segundo sobre uma superfície de 1m2, colocada perpendicular- 57. Considere duas cidades, A e B, interligadas por uma rodovia re-
mente à direção de propagação da onda, a 1km da fonte, é 5 jou- tilínea de 300km de extensão. Na cidade A, uma emissora de rádio
les. As energias que incidem por segundo sobre a mesma su- transmite com potência P, enquanto, na cidade B, uma outra emis-
perfície, colocada nas mesmas condições a 2km e a 3km da fonte sora de rádio transmite com potência 4P. Um carro sai da cidade A
são, respectivamente, em joules, iguais a: e ruma para a cidade B. A que distância de A o motorista receberá
a) 5 e 5 b) 4 e 3 c) 5/2 e 5/3 os sinais das duas emissoras com a mesma intensidade?
d) 5/4 e 5/9 e) 5/8 e 5/27
58. (UEL-Modificado-MODELO ENEM) – Onda é uma perturbação
53. (MODELO ENEM) – A figura abaixo representa um espelho plano ou distúrbio transmitido através do vácuo ou de um meio gasoso,
(E), uma fonte pontual de luz (F) e os pontos P e Q. No ponto P, a líquido ou sólido. As ondas podem diferir em muitos aspectos,
intensidade da luz vinda de F vale I e o espelho (E) reflete toda a mas todas podem transmitir energia de um ponto a outro. Quando
luz que nele incide. Na vizinhança de Q, a intensidade da luz refle- não há dissipação de energia, pode-se dizer que a intensidade I de
tida por E tem valor, praticamente uniforme, igual a I’. uma onda progressiva é igual à energia E transmitida pela onda,
dividida pela área S perpendicular à direção de propagação, em
um intervalo de tempo t. Essa intensidade também pode ser
escrita em termos de potência transmitida I = P/S.
Considere uma fonte puntiforme de ondas luminosas com
emissão constante em todas as direções. Com base nas leis da
Física, considere as afirmativas a seguir.
I. A área total, através da qual a onda se propaga, é a área da
superfície de uma esfera, tendo a fonte luminosa como seu
centro.
II. A uma distância d da fonte, a intensidade luminosa é dada por
P/4πd2.
III. Sendo a intensidade da radiação solar na Terra igual a
1,35 . 103W/m2, a intensidade dessa radiação no planeta
Mercúrio, cuja distância do Sol é de 0,387 vezes a distância do
Sol à Terra, é igual a 9,01 . 103W/m2.
IV. O Sol não pode ser considerado como fonte luminosa
Supondo-se a inexistência de outras fontes luminosas, a razão I/I’ puntiforme em nenhuma situação de análise.
é, entre os valores das alternativas, mais bem representada por: Estão corretas apenas as afirmativas:
a) 1 b) 2 c) 4 d) 9 e) 16 a) I e II . b) II e IV. c) I e III.
d) I, II e III. e) III e IV.
54. Na figura, representa-se uma superfície
esférica de raio igual a 0,50m dotada de 59. A quantidade média de energia que a Terra recebe do Sol por
 minuto e por cm2 é de 2,00cal. Se o raio médio da órbita terrestre é
um orifício circular de área –– m2. Su-
3 de 1,50 . 1011m e o de Plutão, 6,00 . 1012m, qual a quantidade mé-
pondo-se que no centro da superfície dia de energia que Plutão recebe do Sol, por minuto e por cm2?
esférica exista uma pequena lâmpada de a) 2,00cal b) 5,00 . 10–1cal c) 4,00 . 102 cal
–3
d) 1,25 . 10 cal e) não há elementos para o cálculo.
potência 60W, calcule que quantidade de
energia da lâmpada transpõe o orifício
numa unidade de tempo. 60. (UNIP-MODELO ENEM) – A intensidade de uma onda sonora,
propagando-se no ar, é proporcional ao quadrado de sua amplitude
55. Duas lâmpadas iguais, de dimensões desprezíveis, encontram-se de vibração e proporcional ao quadrado de sua frequência.
nos centros de duas superfícies esféricas de raios, respectiva- Um observador recebe, simultaneamente, dois sons, A e B, cujos
mente, iguais a x e 2x. Na superfície de raio x, faz-se uma abertu- perfis de onda são mostrados a seguir.
ra A, retirando-se uma calota de área S. Na outra superfície, faz-se
outra abertura, B, retirando-se uma calota de área 2S.

Determine a razão entre as quantidades de energia radiante que


saem pelas aberturas A e B, por unidade de tempo. Sabendo-se que os sons têm a mesma velocidade de propagação
no ar, a relação entre as intensidades IA e IB dos sons A e B,
56. (FEI) – Duas fontes sonoras independentes, A e B, emitem sons captados pelo observador, é dada por:
uniformemente em todas as direções do espaço. A fonte A tem a) IA = IB b) IA = 2IB c) IA = 4IB
potência acústica PA = 2,0 . 10–3W. Determinar a potência acús- IB
tica da fonte B, sabendo-se que um observador situado em C d) IA = 16IB e) IA = –––
ouve as duas fontes com a mesma intensidade. 4

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61. (FUVEST) – Uma lente circular convergente L, de área 20cm2 e absorvida pelo coletor e usada para aquecer 1,0cm3 de água,
distância focal 12cm, é colocada perpendicularmente aos raios so- inicialmente a 20°C.
lares, que neste local têm uma intensidade de radiação de b) Qual a temperatura da água ao fim de 2,0 minutos? O calor
0,10W/cm2. Admita que toda a radiação incidente é transmitida. Um específico da água é 1,0 cal/g°C e sua densidade vale
coletor solar C, de 5,0cm2 de área, é colocado entre a lente e o foco, 1,0g/cm3. Adote 1,0cal = 4,0J.
a 6,0 cm da lente, conforme representa o esquema.
62. (FUVEST) – Para o ouvido humano, a mínima intensidade sonora
perceptível é de 10–16 watt/cm2 e a máxima intensidade su-
portável sem dor é de 10–4 watt/cm2. Uma fonte sonora produz
som que se propaga uniformemente em todas as direções do
espaço e que começa a ser perceptível pelo ouvido humano a
uma distância de 1km.
Determine
a) a potência sonora da fonte;
b) a menor distância à fonte a que uma pessoa poderá chegar
a) Qual a intensidade de radiação no coletor? sem sentir dor.
Suponha agora que toda a energia transmitida pela lente seja Área da superfície esférica de raio R: 4R2

fA 1 31) C 32) 4,0cm 33) D 34) 60cm


7) a) ––– = –––
fB 3 35) a) x = 1,0m
aA b) = 4,8m
b) ––– =2
aB 37) C

8) A 38) a) 2,0m; 10Hz; 4,0m


b) 40m/s
9) a) 2,0 . 10–2s
b) 7,0m 39) C 40) B
t x 
10) a) 1,0 . 102Hz
b) 3,4m
41) y = 2 cos 2
[ ( –––2 – ) ]
––– + ––– (SI)
4 2
42) a) 10m/s
11) D 10
b) 3,0m; ––– Hz; 0,30s
12) a) 0,20m/s b) 1,00s; 3,00s; 5,00s… 3
c) 0,00s; 2,00s; 4,00s… d) –2,00cm/s
10t x 
13) C 14) E 15) D
[ ( 3 2 ) ]
c) y = 0,10 cos 2 ––– – –– + –– (SI)
3

16) a) 2,0s x 3
b) 1,5 . 10–2m/s [ ( )
43) a) y = 1 cos 2 2t – ––– + ––– (SI)
4 2 ]
b) 6 oscilações
17) E
44) a) 6,0m/s
18) D 19) C b) 5 rad

45) a) 1,0m/s
24) a) 30cm
b) concordância de fase
b) 5,0Hz
I1 9
50) ––– = –––
25) D I2 4

51) a) 2,52 . 10–1J


26) a) Movimento harmônico simples
b) 1,26 . 10–3W
b) 30cm
c) 100 m
c) 1,25 . 10–2s
J
52) D 53) D 54) 20 ––– (ou W)
s
27) B 28)A

1 PA
29) a) ––– m 55) ––– =2 56) 8,0 . 10–3W 57) 100km
3 PB
b) 2m/s 58) D 59) D 60) A
c) A velocidade das ondas aumenta.
61) a) 0,40W/cm2
30) a) 12cm b) 80°C
b) Porque esses invólucros refletem as micro-ondas, dificul- 62) a) 4 . 10–6W
tando o cozimento ou o aquecimento dos alimentos. b) 1,0mm

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