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Grupo de Ensino e Pesquisa em Educação Matemática

Notas de Aula No 06

.5

Christian Q. Pinedo
ii Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
Dedico a
A meus filhos:
Milagros, André, Nykolas e Kevyn

iii
iv Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Palmas -TO

Q7
Quintana Pinedo, Christian José
Suplemento de Cálculo IV / Christian José Quintana Pinedo.
-
Palmas - TO, 2012.
386 p.: il.

1. Séries e Equações Diferenciais. I. Título.


CDD 515.3
SUMÁRIO

1 Série de potências 3
1.1 Séries de números reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Exercícios 1-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Séries de potências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Exercícios 1-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3 Série de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Exercícios 1-3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2 Equações diferenciais de 1a ordem. 37


2.1 Equações diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Exercícios 2-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.2 Tipos de equações de primeira ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Exercícios 2-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
2.3 Solução de equações de primeira ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Exercícios 2-3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
2.4 Equações diferenciais não lineares de primeira ordem . . . . . . . . . . . . 91
Exercícios 2-4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

3 Equações diferenciais de ordem n > 1. 105


3.1 Equações diferenciais não lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Exercícios 3-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
3.2 Equações diferenciais lineares de coeficientes constantes . . . . . . . . . . . 116
Exercícios 3-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
3.3 Equação não homogênea de ordem maior que dois . . . . . . . . . . . . . . 123
Exercícios 3-3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
3.4 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Exercícios 3-4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
3.5 Solução de Equação Diferencial por Série de Potências . . . . . . . . . . . . 138
Exercícios 3-5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138

v
Christian José Quintana Pinedo 1

4 Transformada de Laplace 151


4.1 Existência da transformada de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Exercícios 4-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
4.2 Transformada inversa de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Exercícios 4-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
4.3 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Exercícios 4-3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
4.4 Tabela de Transformadas de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190

5 Série e Transformada de Fourier 193


5.1 Série de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
Exercícios 5-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
5.2 Convergência da série de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
Exercícios 5-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
5.3 Transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204
Exercícios 5-3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204

APÊNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
2 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
Capítulo 1

Série de potências

1.1 Séries de números reais

Exercícios 1-1

Exercício 1.1.1.

+∞ √
9 n−1
Determine se a série dada √ converge.
2+3 n
n=1
n
Solução.


+∞ ∑
+∞ √
9 n−1
Seja an = √ .
2+3 n
n=1 n=1
n

+∞ +∞ √
∑ ∑
+∞
n 1
Consideremos a série bn = 2
= 3/2
, esta série é p-convergente.
n=1 n=1
n n=1
n
√ √
an 9 n−1 n 3/2
9n2 − n3
Como lim = lim 2 √ · = lim 2 √ = 9.
n→∞ bn n→∞ n + 3 n 1 n→∞ n + 3 n

O teste de Comparação permite concluir que a série dada é convergente.

Exercício 1.1.2.

+∞ 1( 1 )n 2
Determine a convergência da série n
1 +
n=1 2 n
Solução.

1( 1 )n2 √ n 1( 1 )n 2
Temos an = n 1 + , aplicando o critério de Cauchy n an = 1 + =
( 2 n 2n n
1 1 )n
1+ .
2 n
√ 1
Como lim n a =
n e > 1, a série diverge.
n→∞ 2
Exercício 1.1.3.

3
4 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015


+∞ 1
Determine se a série dada converge.
n=1 (n + 1)Ln(n + 1)
Solução.
1
Consideremos f (x) = , pelo critério da integral
(1 + x)Ln(1 + x)

∫+∞ +∞
1
dx = Ln(Ln(x + 1) = +∞
(1 + x)Ln(1 + x) 1
1

Portanto a série dada diverge.


Exercício 1.1.4.

∞ ∑

Verificar que o produto infinito (1 + an ) com an > 0 converge sempre an con-
n=0 n=0
verge.
Solução.
x2 xn
x
Sabe-se que e = 1 + x + + ... + + . . ., logo 1 + x ≤ ex , ∀ x > 0.
2! n!

∞ ∑∞
Assim, como an converge, logo an = M para algum M ∈ R.
n=0 n=0

Pn = (1 + a1 )(1 + a2 )(1 + a3 ) · · · (1 + an ) ≤ ea1 · ea2 · ea3 · · · ean = eM , ∀n∈N

então, sendo Pn sequência monótona crescente, e limitada, segue que existe L ∈ R tal que


∞ ∞
an
(1 + an ) ≤ e n=0 =L∈R
n=0



Portanto, (1 + an ) com an > 0 converge.
n=0
Exercício 1.1.5.
Determine os intervalos de convergência para as seguintes series de potências:
8 32 128 7 x x2 x3 x4
1. 2x + x3 + x5 + x + ··· 2. + + 2 + 3 + ···
3 5 7 1·2 2·3 2 ·4 2 ·5
x2 x4 x6
3. 1 − 2 + 2 2 − 2 2 2 + · · ·
2 24 246
Solução.
∑∞
22n+1 2n+1
1. Temos o desenvolvimento da série f (x) = x . Para calcular seu raio
n=0
2n + 1
de convergência
2n+3
1 an+1 1 2 2n + 1
= lim ⇒ = lim x2n+3
· 2n+1 2n+1 = 4|x|2 < 1
r n→∞ an r n→∞ 2n + 3 2 x
Christian José Quintana Pinedo 5

1
assim, 4|x|2 < 1 ⇒ |x| < =r
2
1
Portanto, o intervalo de convergência é |x| < .
2


xn
2. Podemos escrever a série na forma f (x) = . Para calcular seu raio
n=1
2n+1 (n + 1)
de convergência

1 an+1 1 x n+1
2 n
(n + 1) |x|
= lim ⇒ = lim n+1 · = <1
r n→∞ an r n→∞ 2 (n + 3) xn 2

assim, |x| < 2 ⇒ |x| < 2 = r.




(−2)n 1 ∑ (−1)n

Quando x = −2 tem-se, f (−2) = = converge abso-
n=1
2n+1 (n + 1) 2 n=1 n + 1
lutamente.
Portanto, o intervalo de convergência é −2 ≤ x < 2.


(−1)n x2n
3. Temos o desenvolvimento da série f (x) = . Para calcular seu raio de
n=0
22n (n!)2
convergência

an+1 (−1)n+1 x2n+2 2
= |x| · 0 < 1
2n 2
1 2 (n!)
= lim ⇒ lim 2n+2 ·
r n→∞ an n→∞ 2 ((n + 1)!)2 (−1)n x2n 22

assim, |x| < r = ∞ ⇒ x∈R


Portanto, o intervalo de convergência é todo R.

Exercício 1.1.6.
Calcule o raio de convergência das seguintes séries de potências:
Solução.
∞ (
∑ n )2n−1 n
1. x
n=1
2n + 1
( n )2n−1
Temos an = , logo aplicando o critério de Cauchy
2n + 1
√( √
√ n n )2n−1 ( n )2 n ( 2n + 1 )
n
an = =
2n + 1 2n + 1 n

1 √ ( n )2 √( 2n + 1 )
Como = lim n an = lim n
= 1
4
⇒ r = 4.
r n→∞ n→∞ 2n + 1 n
Portanto, o raio de convergência é r = 4.
6 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015



1 · 3 · 5 · · · (2n − 1) 2n
2. (−1)n x
n=1
2 · 4 · 6 · · · (2n)
(−1)n (2n − 1)!
Temos an = , logo
(2n)!

1 (−1)n+1 (2n + 1)! (2n)!
= lim · = lim (2n + 1) = 1 ⇒ r=1
r n→∞ (2(n + 1))! (−1)n (2n − 1)! n→∞ 2(n + 1)

Portanto, o raio de convergência é r = 1.


∞ (
∑ 1 )n 2
3. 1+ (x − 1)n
n=1
n
( 1 )n 2
Temos an = 1 + , aplicando o critério de Cauchy
n

√ ( 1 )n 2 ( 1 )n
n
n
an = 1+ = 1+
n n

1 √
Como = lim n an = e ⇒ r = e−1 .
r n→∞
Portanto, o raio de convergência é r = e−1

Exercício 1.1.7.
Encontre a região de convergência das seguintes séries de potências:
Solução.



(x − 3)n
1. Dada a série , temos
n=1
n · 5n

1 an+1 (x − 3)n+1 n · 5n
= lim ⇒ lim · = 1 |x − 3| < 1
r n→∞ an n→∞ (n + 1) · 5n+1 (x − 3)n 5

|x − 3| < 5 ⇔ −5 < x − 3 < 5 ⇔ −2 < x < 8


∞ (x − 3)n ∑∞ (−1)n
Quando x = −2, em temos a série alternada , ela converge
n=1 n · 5
n n
n=1
pelo teste da série alternada.
Portanto, o intervalo de convergência é [−2, 8).


(n + 1)5
2. Dada a série x2n , temos
n=0
2n + 1

1 an+1 (n + 2)5 x2n+2 (2n + 1)
= lim ⇒ lim · = 1 · |x|2 < 1 ⇒
r n→∞ an n→∞ (2n + 3) (n + 1)5 x2n
Christian José Quintana Pinedo 7

r = 1, |x|2 < 1 ⇔ −1 < x < 1



(n + 1)5 (n + 1)5
Se x = ±1, ⇒ (±1)2n diverge, pois lim ̸= 0
n=0
2n + 1 n→∞ 2n + 1

Portanto, o intervalo de convergência é (−1, 1)


∑ n [ x ]n

3. Dada a série , temos
n=1
n+1 2
[ ]
1 an+1 n + 1 [ x ]n+1 n + 1 2 n 1
= lim ⇒ lim · = · |x| < 1 ⇒
r n→∞ an n→∞ n + 2 2 n x 2

r = 2, |x| < 2 ⇔ −2 < x < 2

Portanto, o intervalo de convergência é (−2, 2).




x2n−1
4. Dada a série (−1)n+1 , temos
n=1
(2n − 1)!
2n+1
1 an+1 x (2n − 1)!
= lim ⇒ lim · = |x|2 · 0 = |x|2 · 1 < 1 ⇒
r n→∞ an n→∞ (2n + 1)! x2n−1 ∞

r = ∞, |x|2 < ∞ ⇔ −∞ < x < ∞

Portanto, o intervalo de convergência é (−∞, ∞)




2n xn
5. Dada a série 2
, temos ,
n=1
n
n+1 n+1
1 an+1 2 x n2
= lim ⇒ lim · n n = 2 · |x| < 1 ⇒
r n→∞ an n→∞ (n + 1)2 2 x
1 1 1 1
r= , |x| < ⇔ − <x<
2 2 2 2
Quando:

1 ∑

2n · (−1)n
1 ∑

2n · 1
x=− ⇒ 2n
< ∞; x= ⇒ 2n
< ∞;
2 n=1
n2 2 n=1
n2

1 1 1
Portanto, r = e o intervalo de convergência é [− , ]
2 2 2
∑∞
(x + 2)n
6. Dada a série , temos
n=1
Ln(n + 1)
Resposta r =, e o intervalo de convergência é [−3, −1)
8 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∑∞
Lnn
7. Dada a série (x − 5)n , temos
n=1
n + 1


1 an+1 (x − 5)n+1 Ln(n + 1) n+1
= lim ⇒
lim · = |x − 5| 1 < 1
r n→∞ an n→∞ n+2 (x − 5) Lnn
n 1

r = 1, |x − 5| < 1 ⇔ 4<x<6

Resposta, r = 1, o intervalo de convergência é [4, 6)



8. Dada a série n! · xn , temos
n=1


an+1 (n + 1)! · xn+1
1
= lim ⇒
lim = |x| lim n + 1 = |x| · ∞ = |x| < 1
r n→∞ an n→∞ n! · xn n→∞ 0

Portanto, o raio r = 0, e o intervalo de convergência se reduz ao ponto onde |x| = 0


é no ponto x = 0.



1
9. Dada a série , temos
n=1
1 + x2n
1 1
O termo geral é da forma an = 2n
. Para o caso |x| < 1 o limite lim =
1+x n→∞ 1 + x2n
1 ̸= 0, logo a série diverge.
1 1 1
Para caso |x| = 1, obtém-se a série divergente + + + +···
2 2 2
1 1 ∑∞ 1
Para o caso |x| > 1 temos < 2n , como a série converge, a série
1 + x2n x n=0 x
2n
em estudo também converge.
∑∞ 1
Portanto, a série 2n
converge quando |x| > 1
n=1 1 + x

Exercício 1.1.8.
(n!)2 n ∑
+∞
Determine o maior intervalo aberto em que a série x é convergente.
n=1 (2n)!
Solução.

Rpta. (−4, 4)

Exercício 1.1.9.

+∞( n + 1 )n
Determine a convergência da série · (x − 2)n
n=1 2n + 1
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 9
( n + 1 )n
Temos an = . Para achar o raio de convergência, consideremos
2n + 1
√(
n + 1 )n n+1 1
r−1 = lim n = lim =
n→∞ 2n + 1 n→∞ 2n + 1 2

logo r = 2. A série converge se |x − 2| < 2


Estudemos a convergência nos extremos. Considerando x = 4 obtemos a série numérica

+∞ (
∑ n + 1 )n n 1 ∑ ( 1 )n
+∞
·2 = 1+
n=1
2n + 1 2 n=1 2n + 1

( 1 )n √
como lim 1 + = e ̸= 0. Portanto, para x = 4 a série dada diverge. O mesmo
n→∞ 2n + 1
acontece quando x = 0.
Portanto, a série dada converge em (0, 4)

Exercício 1.1.10.

+∞ x2
Mostre que a série 2 n
é convergente em R.
n=1 (1 + x )
Solução.

Exercício 1.1.11.
∑∞
an+1 n+1
Considere a série de potências x ; com a ∈ R+ :
n=0
n+1

1. Determine o raio de convergência da série e estude a sua natureza nos extremos do


intervalo de convergência.

2. Considere a série numérica que se obtém fazendo x = −3. Justique que existe um único
valor de a para o qual a série numérica correspondente é simplesmente convergente
e determine-o.

Solução.
n+2
1 a n + 1 n+1 1
1. Tem-se, = lim xn+2
· n+1 n+1 = a|x| lim = a|x| logo r = .
r n→∞ n + 2 x a n→∞ n + 2 a
10 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1 ∑∞ an+1 1 ∑∞ 1
Se x = então ( )n+1 = , é divergente.
a n=0 n + 1 a n=0 n + 1

1 ∑∞ an+1 ( 1 )n+1 ∑ ∞ (−1)n


Se x = − então − = , é simplesmente convergente.
a n=0 n + 1 a n=0 n + 1

1 1
2. Quando x = −3, pela parte (1.) temos = a| − 3| < 1 de onde a < .
r 3
( 1 )n+1
1 ∑
∞ − ∑∞ (−1)n
Quando a = , então a série fica da forma 3 (−3)n+1 = ,é
3 n=0 n+1 n=0 n + 1
simplesmente convergente.

Exercício 1.1.12.
∑∞
xk+3
Considere a série de potências
k=1
k+3

1. Determine o maior intervalo onde a série é convergente.

2. Representando por f (x) a soma da série dada, escreva o desenvolvimento de f ′ (x) em


série de potências e determine a soma desta série.

3. Utilizando a parte 2. calcule a soma da série dada.

Solução.
k+4
1 an+1 x k + 3
1. Temos = lim ⇒ lim · k+3 = |x| · 1 < 1 ⇒
r n→∞ an n→∞ k + 4 x

r = 1, |x| < 1 ⇔ −1 < x < 1

Portanto, o maior intervalo de convergência é (−1, 1),


∑∞
xk+3 x4 x5 x6 xk+3
2. Seja f (x) = = + + + ··· + + · · · . Sua derivada
k=1
k+3 4 5 6 k+3



′ 3 4 5 k
f (x) = x + x + x + . . . + x + . . . = xk+2
k=1


∞ x3
Sendo a série geométrica, sabemos que f ′ (x) = x3 · xk−1 = sempre que
k=1 1−x
|x| < 1.
∫ ∫
′ x3 x3 1
3. Sendo f (x) = ⇒ f (x) = dx = − [x2 + x + 1 + ]dx
1−x 1−x x−1
x3 x2
Portanto, f (x) = − − − x − Ln(1 − x) sempre que |x| < 1.
3 2
Christian José Quintana Pinedo 11

Exercício 1.1.13.
Determine o intervalo de convergência das seguintes séries de potências e estude a sua
natureza nos extremos daquele intervalo:
Solução.


∞ xn
1. √
n=1 2n + n
Resposta:1. (−1, 1), simplesmente convergente em −1, divergente em 1,
∑∞ 2n xn
2. n
n=1 1 + 2

Resposta:2. (−1, 1), divergente nos extremos ,




3. [2 + (−1)n ]2n (x + 1)n
n=1
10 8
Resposta:3. (− , − ),divergente nos extremos
9 9
∑∞ (x − 3)n
4. √
n=1 n
Resposta:4. (2, 4) simplesmente convergente em 2, divergente em 4,
∑∞ (x − 1)n
5. 2
n=1 1 + n

Resposta:5. (0, 2), absolutamente convergente nos extremos ,



∞ (−1)n (n + 1)!
6. xn+1
n=1 2 × 4 × 6 × · · · × (2n)

Resposta:6. (−2, 2) divergente nos extremos ,


∑∞ (x + 5)n
7.
n=1 5n+1
Resposta:7. (−10, 0), divergente nos extremos ,

∑∞ (x + 3)2n
8. n
n=1 (n + 1)4

Resposta:8.(−5, −1) divergente nos extremos ,



∞ (−1)n
9. (x − 1)n
n=1 (2n + 1)!

Resposta:9.(−∞, +∞) ,
∑∞ (3x − 1)n
10.
n=1 32n
8 10
Resposta: 10. (− , ) divergente nos extremos
3 3
12 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∑∞ nx
11. nx
n=1 e
Resposta: x ≥ 0
∑∞ cos nx
12. nx
n=1 e
Resposta: x > 0
Christian José Quintana Pinedo 13

1.2 Séries de potências


Exercícios 1-2

Exercício 1.2.1.
x4
Desenvolver em séries de potências de x2 a fração f (x) =
x4 + x2 − 2
Solução.

Temos [ ] [ ]
x4 5 1 1 1
f (x) = 4 = · 2 + · 2 (1.1)
x + x2 − 2 3 x +2 3 x −1

∞ 1
Sabemos que ak = 1 + a + a2 + a3 + · · · + an−1 + · · · = , |a| < 1
k=0 1−a
x2 1 1 2
Quando a=− ⇒ = 2 = ; |x2 | < 2
2 1−a 1+ 2 x 2 + x2
1 1
Quando a = x2 ⇒ = ; |x2 | < 1
1−a 1 − x2
Em (1.1)
[ ] [ ]
5 2 1 1
f (x) = · 2 − · ; |x2 | < 1 ⇒
6 x +2 3 1 − x2
[∞ ] [∞ ]
5 ∑ ( x2)
k 1 ∑
f (x) = · (−1)k − · (x2 )k ; |x2 | < 1 ⇒
6 k=0 2 3 k=0
∞ [ ]
1 ∑ 5(−1)k
f (x) = − 1· x2k ; |x2 | < 1; r=1
3 k=0 2k+1

Exercício 1.2.2.
Dada a função f (x) = ex , expanda-a em série de Taylor, com aproximação até terceira
ordem, em torno de x0 = 0
Solução.

Temos f (n) (x) = ex , ∀ n ∈ N, logo f (n) (0) = e0 = 1, assim



f (n) (0) f ′ (0) f ′′ (0) 2 f ′′′ (0) 3
f (x) = (x − 0) n
⇒ f (x) = f (0) + x+ x + x + ...
n=0
n! 1! 2! 3!

x2 x3
Portanto a função f (x) = ex expandida até a terceira ordem é f (x) = 1+x+ + .
2 6
Exercício 1.2.3.
1
Idem ao exercício anterior , para a função g(x) =
(x + 2)2
Solução.
14 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

(−1)n n! (−1)n n!
Temos g (n) (x) = , ∀ n ∈ N, logo g (n) (0) = , assim
(x + 2)n+2 2n+2



g (n) (0) g ′ (0) g ′′ (0) 2 g ′′′ (0) 3
g(x) = (x − 0)n ⇒ g(x) = g(0) + x+ x + x + ...
n=0
n! 1! 2! 3!

isto é
1 2 3! 4!
2
− 3 x + 4 x2 − 5 x3 + . . .
g(x) =
2 2 2 2
−2
Portanto a função f (x) = (x + 2) expandida até a terceira ordem é g(x) =
1 3 3
− 212 x + 3 x2 − x3 .
4 2 4
Exercício 1.2.4.
x+2
Desenvolver em séries de potências de x a fração f (x) =
x2 +x+1
Solução.


1 +∞
Rpta: an xn onde an = 2 se n = 3k, an = 1 se n = 3k ± 1 onde k ∈ Z+ , r = 1.
3 n=0
Exercício 1.2.5.
1
Seja f (x) = . 1. Desenvolva em série de potências de x a função x · f ′ (x),
1−x
indicando o respectivo intervalo de convergência. 2. Utilize o desenvolvimento obtido em

+∞
k
(1). para mostrar que k
= 2.
k=1
2
Solução. 1.

Temos que desenvolver em séries de potências a função F (x) = x · f ′ (x), isto é


[ ]
1 1 d 1
F (x) = x · =− + ⇒
(1 − x)2 1 − x dx 1 − x

[∞ ]


d ∑ ∑∞ ∑∞
F (x) = − n
x + x =−
n n
x + nxn−1 ; |x| < 1
n=0
dx n=0 n=0 n=1


∞ ∑
∞ ∑

F (x) = − xn + (n + 1)xn = nxn ; |x| < 1
n=0 n=0 n=0

Solução. 2.
1 ∑∞
1 ∑
+∞
k
Pela parte (1.) temos x· = nx n
quando x = segue = 2 onde
(1 − x)2 n=0
2 k=1
2k

|x| < 1.

Exercício 1.2.6.
Christian José Quintana Pinedo 15

Desenvolva em série de potências de x as seguintes funções:


Solução.
1
1. f (x) =
(1 + x)2


1
Sabemos que xk = |x| < 1 então
k=0
1−x


∞ ∑

1
k
g(x) = (−x) = (−1)k xk =
k=0 k=0
1+x



1 1 ∑∞
assim g ′ (x) = (−1)k kxk−1 = − ⇒ = − (−1)k kxk−1 .
k=0
(1 + x)2 (1 + x)2 k=0


Portanto, f (x) = k(−1)k+1 xk−1 sempre que |x| < 1.
k=0

1 1 1 1 1 1
2. f (x) = = − = − · ⇒
(x − 1)(x − 2) 1−x 2−x 1−x 2 1− x
2



1 ∑ ( x )n

|x|
f (x) = x − n
. |x| < 1 ∧ <1
n=0
2 n=0 2 2



( 1 )
Portanto, f (x) = 1− xn sempre que |x| < 1.
n=0
2n+1

3. f (x) = arctan x


1 ∑

1
Sabemos que x =n
|x| < 1 ⇒ (−x2 )n = , assim
n=0
1−x n=0
1 − (−x2 )


∞ ∫ ∫ ∑

1 1
n 2n
(−1) x = ⇒ dx = (−1)n x2n dx ⇒
n=0
1 + x2 1 + x2 n=0



1
Portanto, f (x) = arctan x = (−1)n x2n+1 sempre que |x| < 1.
n=0
2n + 1

1−x
4. f (x) = Ln
1+x

∞ ∑

1 1
Sabemos que n
x + (−x)n = + , |x| < 1
n=0 n=0
1−x 1+x

∫ [ ∫ ∑ ∫ ∑
1 ]
∞ ∞
1 n n
+ dx = [1 + (−1) ]x dx = 2 x2n dx
1−x 1+x n=0 n=0
16 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015



1
⇒ −Ln(1 − x) + Ln(1 + x) = 2 x2n+1 ⇒
n=0
2n + 1

1 1−x ∑∞
1
Ln =− x2n+1
2 1+x n=0
2n + 1

1−x ∑∞
1
Portanto, f (x) = Ln =− x2n+1 sempre que |x| < 1.
1+x n=0
2n + 1

1
5. f (x) =
(1 − x)2


1
Sabemos que g(x) = xn = |x| < 1 ⇒
n=0
1−x



1 1 ∑∞

g (x) = nxn−1
=− ⇒ =− nxn−1
n=0
(1 − x)2 (1 − x)2 n=0



Portanto, f (x) = − nxn−1 sempre que |x| < 1.
n=0

2x
6. f (x) =
(1 − 2x)2

Exercício 1.2.7.
∑ ∞
1
Considere a série de potências (−1)k (1 − )k xk . 1. Determine o conjunto dos
k=1
k
pontos onde a série é convergente. 2. Seja f (x) a função definida pela série anterior.
Determine o domínio da função g(t) = f (1 − 2t)
Solução.

1. Para calcular o raio de convergência, usar a regra de L’Hospital



1 k+1 k+1 1 k+1
(−1) (1 −
k+1
) x (1 − )
k+1 k+1
lim = |x| lim = |x| < 1
n→∞ 1 k k n→∞ 1 k
(−1) (1 − ) x
k (1 − )
k k

Portanto, converge no intervalo (−1, 1).

2. Como g(t) = f (1 − 2t) então D(g) = { t ∈ R /. |1 − 2t| < 1 }

|1 − 2t| < 1 ⇔ −1 < 1 − 2t < 1 ⇔ −2 < −2t < 0 ⇔ 0<t<1

Portanto, o domínio de g é D(g) = (0, 1)


Christian José Quintana Pinedo 17

Exercício 1.2.8.
x3
Considere a função f (x) = . Desenvolva f (x) em série de potências de x,
1 + x2
determine o respectivo intervalo de convergência e calcule o valor de f (9) (0).
Solução.



Rpta. (−1)k x2k+3 , (−1, 1) f (9) (−1) = 9!
k=0

Exercício 1.2.9.
Desenvolva as seguintes funções em série de Taylor, na vizinhança do ponto a indicado,
e determine o maior intervalo aberto de R onde a série representa a função:

1
1. x2 ex , c=0 2. − , c = −1 3. sen2 x, c=0
x
√ 2
4. Lnx, c=1 5. x, c = 1 6. , c=0
(x + 1)(x + 2)

Solução.



xk+2
1. Resposta: , R
k=0
k!

1
2. Dado y = f (x) onde y = − temos as derivadas
x

1 2 3! 4! (−1)n+1 n!
y′ = , y ′′ = − , y ′′′ = , y (iv) = − , ··· , y (n) =
x2 x3 x4 x5 xn+1

f (n) (−1)
Logo o coeficiente principal da série de Taylor é an = ⇒ an =
n!
(−1)n+1 n!
= 1.
(−1)n+1 n!


A série de Taylor pedida é (x + 1)k , seu intervalo de convergência é (−2, 0)
k=0



(−1)k−1 22k−1
3. Resposta: x2k R
k=0
(2n)!
18 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

4. Dado y = f (x) onde y = Lnx temos as derivadas

1 1 2 3! (−1)n+1 (n − 1)!
y′ = , y ′′ = − , y ′′′ = , y (iv) = − , ··· , y (n) =
x x2 x3 x4 xn

O coeficiente principal da série é

f (n) (1) (−1)n+1 (n − 1)! (−1)n+1


an = ⇒ an = =
n! (1)n n! n

Como f (1) = 0, a série de Taylor pedida é



(−1)n+1 ∑

(−1)n+1
f (x) = Lnx = 0 + (x − 1) = k
(x − 1)k
k=1
n k=1
n

Seu raio de convergência é dado por



(−1)n+1 (n − 1)!
r = lim (n + 1) =1
n→∞ (−1)n+2 n!

Portanto, a série converge quando |x − 1| < 1, isto é em (0, 2)

1 ∑∞
1 × 3 × 5 × · · · × (2k − 3)
5. Resposta: 1 + (x − 1) + (−1)k−1 k · k!
(x − 1)k , (0, 2)
2 k=2
2

∑∞
2k+1 − 1 k
6. Resposta: (−1)k x , (−1, 1)
k=0
2k

Exercício 1.2.10.

+∞
(x + 1)k
Considere a série de potências √
k=1
k · 3k

1. Determine em que pontos a série converge absolutamente e em que pontos converge


simplesmente.

2 Sendo f (x) a função definida por aquela série nos pontos onde é convergente, calcule
f ′ (1); f ′′ (1) e escreva a série de Taylor de f no ponto x = 1 da função x + f ′ (x)

Solução.
Christian José Quintana Pinedo 19

1. Rpta. Absolutamente convergente em (−2, 4), simplesmente convergente em −2

√ √
2 4 2 ∑∞
k(x − 1)k−1
2. Rpta. 0, , + (1 + )(x − 1) + √
9 3 9 k=3
3k k

Exercício 1.2.11.
Diga, justificando, se são verdadeiras ou falsas as seguintes proposições:

+∞ ∑
+∞
1. Se ak xk tem raio de convergência 1/2 ; então ak é convergente.
k=1 k=1


+∞
2. Se ak xk tem raio de convergência 2; então lim ak = 0.
k=1 k→+∞

Solução.

1. Rpta. Falsa

2. Rpta. Verdadeira

Exercício 1.2.12.
Estude, para os diferentes valores de x, a natureza das séries:

+∞
(x − 4)k ∑
+∞
xk
1. 2.
k=1
(k + 1)3k+1 k=1
k(k + 2)2k
Solução.

1 1 ak+1
1. Temos ak =
, logo como = lim ⇒
(k + 1)3k+1 r n→∞ ak

(x − 4)k+1 (k + 1)3k+1 |x − 4| k+1
lim · =
lim <1
k→∞ (k + 2)3 k+2 (x − 4) k 3 k→∞ k + 2

Logo |x − 4| < 3 ⇒ x ∈ (1, 7).


Portanto, se x ∈ (1, 7) é absolutamente convergente.

+∞
(−1)k · 3k 1 ∑ (−1)k
+∞
• Se x = 1 temos k+1
= < +∞.
k=1
(k + 1)3 3 k=1
k + 1

+∞
(−1)k · 7k 1 ∑ (−1)k
+∞
Se x = 7 temos = < +∞.
k=1
(k + 1)7k+1 7 k=1 k + 1
Portanto, se x = 1 ou x = 7 é simplesmente convergente.
• Para os outros casos x ∈
/ [1, 7] mostra-se que a série é divergente.
Portanto, se x ∈ R r (1, 7) é divergente
20 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015


+∞ xk 1 ak+1
2. Temos ak = , logo como = lim ⇒
k=1 k(k + 2)2
k r n→∞ ak

Resposta. (2.) Se x ∈ (−2, 2) é absolutamente convergente e se x ∈ R r (−2, 2)


é divergente

Exercício 1.2.13.

+∞
(−1)k
Determine o domínio de convergência da série de potências k
(x + 2)k
k=1
5 (k + 2)
Solução.

(−1)k 1 ak+1
Temos ak = k , logo como = lim ⇒
5 (k + 2) r n→∞ ak

(−1)k+1 5k (k + 2) |x + 2| k+2

lim k+1 (x + 2) k+1
· = lim <1
k→∞ 5 (k + 3) k
(−1) (x + 2) k 5 k→∞ k + 3

Logo |x + 2| < 5 ⇒ x ∈ (−7, 3).


O maior subconjunto de R para o qual a série é absolutamente convergente é (−7, 3).

Exercício 1.2.14.

+∞ ( k )k
Considere a série de potências (1 − x)k. (1.) Determine o maior
k=1 k+1
subconjunto de R para o qual a série é convergente e indique se existem pontos para

+∞
k
os quais a série é simplesmente convergente. (2.) Sendo f (x) = (1 − x)k no
k=1
k + 1
intervalo de convergência desta série, determine f ′ (x).
Solução.

1. Rpta. (1.) (0, 2) não ha,



+∞ k k
2. f ′ (x) = (−k)(1 − x)k−1 ( )
k=1 k+1

Exercício 1.2.15.

+∞
(x + 3)k
Considere a série de potências . (1.) Determine o maior subconjunto
k=1
2k + 1

+∞
(x + 3)k
de R para o qual a série é absolutamente convergente. (2.) Sendo f (x) =
2k + 1
k=1
definida no intervalo de convergência desta série, determine a primitiva de f (x) que para
x = −3 toma o valor 2.
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 21

(x + 3)k
1. Temos ak = , logo
2k + 1

1 ak+1 (x + 3)k+1 2k + 1 k

= lim ⇒ lim · = |x + 3| lim 2 + 1 < 1
r n→∞ ak k→∞ 2k + 3 (x + 3)k k→∞ 2k+1 + 1

Logo |x + 3| < 2 ⇒ x ∈ (−5, −1).


O maior subconjunto de R para o qual a série é absolutamente convergente é
(−5, 1).

2. Seja g(x) uma primitiva de f (x), logo f (x) = g ′ (x).


+∞
(x + 3)k+1 ∑
+∞
(−3 + 3)k+1
g(x) = ⇒ g(3) = =0
k=1
(k + 1)2k + 1 k=1
(k + 1)2k + 1


+∞
(x + 3)k+1
Portanto, g(x) = + 2.
k=1
(k + 1)(2k + 1)

Exercício 1.2.16.
1
Expresse a função como soma de uma série de potências. Em seguida, en-
(1 − x)2
∑∞ n
contre a soma da série numérica n
n=1 2
Solução.

Sabemos pela igualdade da série geométrica que

1
= 1 + x + x2 + x3 + · · · + xn + · · · , se |x| < 1 ⇒
1−x

derivando respeito de x segue

1
= 1 + 2x + 3x2 + 4x3 + · · · + nxn−1 + · · · , se |x| < 1
(1 − x)2

1 ∑ +∞
Portanto, = nxn−1 .
(x − 1)2 n=1
1
Em particular, quando x =
2

1 ∑ +∞
1 ∑+∞
1 ∑∞
n
= nxn−1 ⇒ = n · n−1 ⇒ 4=
(x − 1) 2
n=1
( 2 − 1)
1 2
n=1
2 n=1
2n−1

∑∞ n
Portanto n
= 2.
n=1 2
22 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Exercício 1.2.17.
Obtenha o desenvolvimento em série de potências da função f (x) abaixo em torno do
ponto a indicado.
Solução.
1
1. f (x) = em torno de a = 0. Podemos escrever
(x − 2)(x − 3)

1 1 1 1 1
f (x) = = − = −
(x − 2)(x − 3) 2−x 3−x 1− x
2
1− x
3

∞ [
∑ x x ] x x
f (x) = ( )n − ( )n onde | |<1 e | |<1 ⇒
n=1
2 3 2 3
∞ [ ]
∑ ∑

x n (x − 0)n
f (x) = = , onde |x| < 2
n=1
6 n=1
6n

2. f (x) = senhx, a=0

3. f (x) = sen2 x, a=0

4. f (x) = senx cos x, a=0

5. f (x) = Lnx em torno de a = 1.


1 ∑∞
Sabe-se que = yn, |y| < 1, logo quando y = 1 − x
1−y n=0

1 ∑

= (1 − x)n , |1 − x| < 1
x n=0

∫ ∑ ∞ ∫ ∑

1 1
Lnx = dx = (1 − x)n dx = (1 − x)n+1 , 0<x<2
x n=0 n=0
n+1



(−1)n+1
Em torno de a = 1 temos f (x) = (x − 1)n+1 , 0 < x < 2.
n=0
n+1

6. f (x) = cos x, a = π/3


Christian José Quintana Pinedo 23

1.3 Série de Taylor


Exercícios 1 − 3

Exercício 1.3.1.
Determine as constantes a0 , a1 , a2 , a3 e a4 de modo que

3x4 − 17x3 + 35x2 − 32x + 17 = a4 (x − 1)4 + a3 (x − 1)3 + a2 (x − 1)2 + a1 (x − 1) + a0

Solução.

Temos a4 = 3, a4 (x − 1)4 = 3x4 − 12x3 + 18x2 − 12x + 3.

a3 (x − 1)3 = a3 x3 − 3a3 x2 + 3a3 x − a3 ; a2 (x − 1)2 = a2 x2 − 2a2 x2 + a2

Por outro lado, −17 = −12 + a3 ⇒ a3 = −5, também 35 = 18 − 3(−5) +


a2 ⇒ a2 = 2.
Por último, −32 = −12 + 3(−5) − 2(2) + a1 ⇒ a1 = −1 ⇒ a0 = 6, portanto

3x4 − 17x3 + 35x2 − 32x + 17 = 3(x − 1)4 − 5(x − 1)3 + 2(x − 1)2 − (x − 1) + 6

Exercício 1.3.2.
Determine uma série de potências de x + 1 para a função f (x) = e2x , e uma série de
potências de x − 1 para a função g(x) = Lnx.
Solução.

• Suponhamos que f (x) tenha uma representação em série de potências de x + 1.


∑∞ f (n) (c)
Logo f (x) = an (x − c)n , onde an = onde c = −1, e temos
n=0 n!

f ′ (x) = 2e2x , f ′′ (x) = 22 e2x , f ′′′ (x) = 23 e2x , f ′ v(x) = 24 e2x , · · · f (n) (x) = 2n e2x

logo, f (n) (−1) = 2n e−2


∑∞ 2n
Portanto, f (x) = e−2 · (x + 1)n .
n=0 n!

• Suponhamos que g(x) tenha uma representação em série de potências de x − 1.


∑∞ g (n) (c)
Logo g(x) = an (x − c)n , onde an = onde c = 1, e temos
n=0 n!

1 1 2 3! (−1)n (n − 1)!
g ′ (x) = , g ′′ (x) = − , g ′′′ (x) = , g ′ v(x) = − ,··· , g (n) (x) =
x x2 x3 x4 xn

logo, g (n) (1) = (−1)n (n − 1)!


24 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∑∞ (−1)n
Portanto, g(x) = (x − 1)n .
n=0 n
Exercício 1.3.3.
Uma função f (x) tem as seguintes propriedades: f (x) > 0, ∀ x ∈ R, f ′ (x) =
2xf (x), ∀ x ∈ R e f (0) = 1. Achar uma série de potências que represente a função
f (x).
Solução.

Temos

f ′ (x)
f ′ (x) = 2xf (x)
2
⇒ = 2x ⇒ Ln[f (x)] = x2 + C1 ⇒ f (x) = Cex
f (x)

Observe que f (x) > 0 ∀ x ∈ R e como f (0) = 1 então C = 1, logo f (x) = ex . Por
2

outro lado
∑∞
1 2 n
f (x) = (x )
n=0
n!

∑∞
1 2n
Portanto, f (x) = x é a série procurada.
n=0
n!

Exercício 1.3.4.
Idem ao exercício 1.3.3 para uma função g(x) com as propriedades: g(0) = 0, g ′ (0) =
1 e g ′′ (x) = −g(x), ∀ x ∈ R.
Solução.

Exercício 1.3.5.
Desenvolva as seguintes funções em série de Taylor no ponto x = 1 e indique o maior
intervalo aberto em que a série representa a função:

1 Ln x
1. f (x) = 2 2. f (x) =
x (x − 1)2
Solução.

+∞ ∑
+∞ (−1)k
Rpta. (1.)f (x) = (−1)k+1 k(x−1)k−1 , (0, 2)(2.)f (x) = (x−1)k−1 , (0, 2)
k=0 k 2(k + 1)

Exercício 1.3.6.
1
Represente numa série de MacLaurin para |x| < 1.
(1 − x)2
Solução.


Rpta. (n + 1)xn .
n=0

Exercício 1.3.7.
Christian José Quintana Pinedo 25

1
Sendo g(x) = , desenvolva em série de potências de x − c função g ′ (x) e indique
4 + x2
o maior intervalo aberto em que o desenvolvimento é válido.
Solução.

+∞ 2kx2k−1
Respostas: g ′ (x) = (−1)k , (−2, 2)
k 4k+1

Exercício 1.3.8.
1
Desenvolva em série de MacLaurin a função f (x) = Ln e indique o maior in-
x+2
tervalo aberto em que esse desenvolvimento é válido.
Solução.

+∞ xk+1 1
Rpta. f (x) = (−1)k+1 k+1
+ Ln , (−2, 2)
k 2 (k + 1) 2

Exercício 1.3.9.
∫x ∑
+∞
−t2 (−1)n
Verificar que e dt = x2n+1 .
(2n + 1) · n!
0
Solução.

Exercício 1.3.10.

+∞ ∫π ∑∞
sennx 1
Dado f (x) = , verificar que f (x)dx = 2 .
n=1
n 3
n=1
(2n − 1) 4
0
Solução.

Exercício 1.3.11.
Considere a função f (x) = arctan(x2 ). 1. Escreva o desenvolvimento em série de
MacLaurin de f ′ (x), indicando o maior intervalo aberto onde esse desenvolvimento é
válido. 2. Usando a item anterior, calcule f ′ ( 12 ) + f ′′ (0).
Solução.

+∞ 16
Rpta. (1.)f ′ (x) = 2(−1)k x4k+1 , (−1, 1) (2.) +2
k 17
Exercício 1.3.12.
Dado um k ∈ Z+ considere a k-ésima derivada da Função de Bessel de primeira
∑ (−1)n ( x )2n+k
+∞
espécie Jk (x), definida por Jk (x) =
n=0
n!(n + k)! 2

1. Determine o raio de convergência desta série.


x2
2. Mostre que o erro cometido ao aproximar Jk (x), 0 ≤ x ≤ 1, pelo polinômio 1 − +
4
x4 x6
− é inferior a 10−5 .
64 2304
26 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

3. Verificar que J0′ (x) = −J1 (x) e x3 J2 (x)dx = x3 J3 (x)

Solução.

Exercício 1.3.13.
Encontre uma expansão em série de potências de x para x2 e−x , logo derive este resul-
∑ (−1)n (n + 2)2n
+∞
tado para provar que = 6.
n=2 n!
Solução.


+∞
(−1)n xn+2 ∑
+∞
(−1)n (n + 2)xn+1
2 −x −x
Temos x e = derivando e (2x − x ) = 2
n!
n=0 n=1
n!

+∞ n
(−1) (n + 2)xn+1
isto é e−x (2x − x2 ) = −3x2 + .
n=2
n!

+∞
(−1)n (n + 2)2n
Quando x = 2, temos e−2 (4 − 22 ) = −12 + 2 .
n=2
n!
∑ (−1)n (n + 2)2n
+∞
Portanto, = 6.
n=2 n!
Exercício 1.3.14. 
 1 − cos x se x ̸= 0
Ache a série de MacLaurin para f (x) = x e indique o raio
 0 se x = 0
de convergência.
Solução.

Exercício 1.3.15.
x − arctan x
Calcular lim .
x→0 x2
Solução.

d 1 ∑ ∞
Sabemos que arctan x = = (−1)n x2n sempre que |x2 | < 1. Logo temos
dx 1 + x2 n=0
∑∞
(−1)n 2n+1 ∑∞
(−1)n 2n+1
a igualdade arctan x = x =x+ x o limite
n=0
2n + 1 n=1
2n + 1

1 ∑ (−1)n 2n+1 ∑ (−1)n 2n−1


∞ ∞
x − arctan x
lim = − lim 2 x = x =0
x→0 x2 x→0 x
n=1
2n + 1 n=1
2n + 1

Exercício 1.3.16.
1 − cos x
Calcular lim .
x→0 ex − 1 − x
Solução.

Exercício 1.3.17.
Christian José Quintana Pinedo 27

∫0,2
senx
Calcular com precisão até 0, 0001.
x
0
Solução.

Exercício 1.3.18.
∫0,1 x
e −1
Calcular com precisão até 0, 001.
x
0
Solução.
ex − 1 ∑ xn
+∞
Mostra-se no Exercício (1.3.22) que = , logo
x n=0
(n + 1)!

∫0,1 ∫0,1∑
+∞ ∑
+∞ 0,1 ∑
+∞
ex − 1 xn xn+1 (0, 1)n+1
= dx = = =
x n=0
(n + 1)! n=0
(n + 1)!(n + 1) 0 n=0
(n + 1)!(n + 1)
0 0

(0, 1)2 (0, 1)3 (0, 1)4


= 0, 1 + + + + · · · ≈ 0, 102556597222222 . . .
4 18 96
∫0,1
ex − 1
Portanto, ≈ 0, 1026.
x
0

Exercício 1.3.19.
Determine o grau do polinômio de Taylor Pn (x), expandido em torno de x = 1, de
modo que o resto da aproximação de Ln(1, 2) seja menor do que 0, 001
Solução.

Exercício 1.3.20.
Desenvolver pela fórmula de MacLaurin até os termos de terceira ordem, inclusive, a
função f (x, y) = senhy cos x.
Solução.

Exercício 1.3.21.
Desenvolver pela fórmula de MacLaurin até os termos de quarta ordem, inclusive, a
função g(x, y) = e−y senx.
Solução.

Exercício 1.3.22.
ex − 1
Determine a série de Taylor da função em torno de a = 0.
x
Solução.

+∞ n
x ∑
+∞ n−1
x ex − 1 ∑
+∞
xn
Temos ex − 1 = ⇒ ex − 1 = x ⇒ =
n=1
n! n=1
n! x n=0
(n + 1)!
quando |x| < 1
28 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

ex − 1 ∑ xn
+∞
Portanto, = quando |x| < 1.
x n=0
(n + 1)!
Exercício 1.3.23.
Por diferenciação termo a termo da série de potências do exercício 1.3.22, mostre que
∑∞ n
=1
n=1 (n + 1)!
Solução.

Exercício 1.3.24.
Calcule as seguintes integrais com erro inferior a 10−4 :

∫1/2 ∫1 ∫1/3
senx dx
1. senx2 dx 2. dx 3.
x 1 + x4
0 1/2 0


4. q cos xdx 5. 6.
0

Solução.

Exercício 1.3.25.
1
Use séries de potências para calcular Ln(1, 2) e arctan , com erro inferior a 10−4 .
4
Solução.

Exercício 1.3.26.
Derivando termo a termo duas vezes uma série de potências que representa a função
∑ (−1)n+1 (n + 2)
+∞
e−x , mostre que
2
= 1.
n=1 n!2n
Solução.

Exercício 1.3.27.
Determine o polinômio de Taylor de ordem m das funções seguintes nos pontos indi-
cados.
1
1. f (x, y) = , m = 2, (x0 , y0 ) = (2, 1)
2 + x − 2y
2. f (x, y) = cos(x + seny), m = 2, (x0 , y0 ) = (0, 0)

3. f (x, y) = ex+2y , m = 3, (x0 , y0 ) = (0, 0)

4. f (x, y) = y x , m = 2, (x0 , y0 ) = (1, 1)

Solução.

Exercício 1.3.28.
2
Desenvolva em série de potências de x a função f (x) = .
3 + 4x3
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 29

1 ∑ ∞
3
Sabe-se que = yn, |y| < 1, logo quando y = − 4x3
1−y n=0

∑ 4x3∞ ∑ ∞ 3
1 3 3
n 4x n
4x
= (− )n , ⇒ = (−1) ( ) ⇒
1+ 34x3 3 3 + 4x3 3 3 <1
n=0 n=0

2∑ ∑
∞ n 3n ∞ 2n+1 3n
2 n4 x n2 x 3
3
= (−1) n
, = (−1) n+1
|x3 | <
3 + 4x 3 n=0 3 n=0
3 4
√ √

+∞ 2 2n+1
3 3
Portanto, f (x) = (−1)n n+1 x3n , (− 3 , 3 ).
n=0 3 4 4

Exercício 1.3.29.
∫1 √
Calcular 1 − x3 dx com quatro casas decimais.
0
Solução.

Exercício 1.3.30.
∫1
Calcular senx2 dx com cinco casas decimais.
0
Solução.

y y2 y5 y7
Sabemos que seny = − + − + · · · , logo
1! 3! 5! 7!

∫1 ∫1 [ ]
x2 x6 x10 x14 1 1 1 1
2
senx dx = − + − + · · · dx = − + − +· · · = 0, 31028
1! 3! 5! 7! 3 42 1320 75.600
0 0

Exercício 1.3.31.
Dada a função f (x) = senx expanda-a em série de Taylor, com aproximação até
terceira ordem, em torno de x0 = 0 (ou c = 0).
Solução.

Temos que f (x0 ) = f (0) = sen0 = 0. Por outro lado, f ′ (x) = cos x ⇒ f ′ (0) =
cos 0 = 1.
Também f ′′ (x) = −senx ⇒ f ′ (0) = −sen0 = −. Por último, f ′′′ (x) = − cos x ⇒
f ′′′ (0) = − cos 0 = −1.
30 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Na fórmula de Taylor temos

f ′ (x0 ) f ′′ (x0 ) f ′′′ (x0 )


f (x) = f (x0 ) + (x − x0 ) + (x − x0 )2 + (x − x0 )3
1! 2! 3!

f1 (−1) 1
f (x) = 0 + (x − 0) + 0 + (x − 0)3 = x − x3
1! 3! 3!
1 3
Portanto, senx = x − x.
3!
Se a expansão for com aproximação até quinta ordem, teremos

1 3 1 5
senx = x − x + x
3! 5!

com x em radianos. Esta expansão é muito usada na Física.

Exercício 1.3.32.
1
Dada a função f (x) = √ expanda-a em série de Taylor, com aproximação até
1+x
terceira ordem, em torno de x0 = 0 (ou c = 0).
Solução.

1 1
Temos que f (x0 ) = f (0) = √ = 1. Por outro lado, f ′ (x) = − √ ⇒
1+0 2 (1 + x)3
1 1
f ′ (0) = − √ =− .
2 (1 + 0)3 2
3 3 3
Também f ′′ (x) = √ ⇒ f ′′ (0) = √ = . Por último, f ′′′ (x) =
4 (1 + x)5 4 (1 + 0)5 4
15 15 15
− √ ⇒ f ′′′ (0) = − √ =− .
8 (1 + x) 7 8 (1 + 0) 7 8
Na fórmula de Taylor temos

f ′ (x0 ) f ′′ (x0 ) f ′′′ (x0 )


f (x) = f (x0 ) + (x − x0 ) + (x − x0 )2 + (x − x0 )3
1! 2! 3!

1 3 15
− −
f (x) = 1 + 2 (x − x0 ) + 4 (x − x0 )2 + 8 (x − x0 )3
1! 2! 3!

1 3 15
f (x) = 1 − x + x2 − x3
2 8 48
1 1 3 15
Portanto, f (x) = √ = 1 − x + x2 − x3 .
1+x 2 8 48

Exercício 1.3.33.
Christian José Quintana Pinedo 31

Demonstre as seguintes desigualdades

x3
x− ≤ senx ≤ x, x≥0
6

Sugestão: aplique a fórmula de Taylor de primeira e segunda ordem.


Solução.

Exercício 1.3.34.
Se possível, encontre os desenvolvimentos em série de Mac-Laurin das seguintes fun-
ções:

1 1
1. 2. cosh x 3.
senhx (x + 1)(x − 1)
∫x
4. Ln(1 + x) 5. sen(x2 − 1) 6. sen(t2 − 1) cos(2t2 + 1)dt
0

Determine o conjunto dos números reais tais que a soma das respectivas séries de
Mac-Laurin que encontrou, coincidem com o valor das funções que representam.
Solução.

1.

2.

3.

4.

5.

6.

Exercício 1.3.35.
Determine os desenvolvimentos em série de Taylor no ponto x = C, das seguintes
funções:

1
1. sen2 (x), C=0 2. , C=0 3. Ln(x + 1), C=1
(1 − x)(1 + x2 )
π 1
4. x cos(2x), C= 5. (x + 1)2 arctan x, C=0 6. 3x + , C=1
2 x3

Determine o conjunto dos números reais tais que a soma das respectivas séries de
Taylor que encontrou, coincidem com o valor das funções que representam.
Solução.
32 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1
1. Da fórmula sen2 (x) = (1 − cos(2x)) , obtém-se
2

1( ∑ 2n )
1∑
+∞ +∞
n n x x2n
2
sen (x) = 1− (−1) 4 = (−1)n+1 4n , x∈R
2 n=0
(2n)! 2 n=1
(2n)!

2. Da fórmula para o coseno da soma, obtém-se

( ) ( π ) ∑
+∞
n+1 n (x − 2 )
π 2n
π
cos(2x) = cos 2(x − + π) = − cos 2(x − ) = (−1) 4 , x∈R
2 2 n=1
(2n)!

Logo


+∞
− π2 )2n+1 π ∑
+∞
(x − π2 )2n
n+1 n x
x · cos(2x) = (−1) 4 + (−1)n+1 4n , x∈R
n=1
(2n)! 2 n=1 (2n)!

3. Tendo em atenção a alínea do Exercício (1.3.34) - 4. obtém-se


( ( x − 1 )) ( x − 1)
Ln(1 + x) = Ln 2 1 + = Ln2 + Ln 1 +
2 2


+∞
(x − 1)n
= Ln2 + (−1)n+1 , x ∈ (−1, 3]
n=1
2n n

4. A decomposição em frações simples permite inferir

1 1( 1 1 x )
= + +
(1 − x)(1 + x2 ) 2 1 − x 1 + x2 1 + x2

1∑ n
+∞
= x + (−1)n x2n + (−1)n x2n+1
2 n=0

1∑ 1∑
+∞ +∞
= [1 + (−1)n ]x2n + [1 + (−1)n ]x2n+1 , |x| < 1
2 n=0 2 n=0

5. De forma análoga à alínea (1.3.35)-4, obtém-se


+∞
x2n+1
arctan x = (−1)n , |x| < 1.
n=0
2n + 1

Usando o critério de Leibnitz para séries alternadas, obtém-se que a série de Mac-
Laurin anterior converge em ambos os extremos do intervalo de convergência. Do

+∞ x2n+1
critério de Abel conclui-se que a série (−1)n converge uniformemente no
n=0 2n + 1
Christian José Quintana Pinedo 33

intervalo [−1, 1] . Consequentemente define uma função contínua, e


+∞
1 ∑
+∞
x2n+1 π
± (−1) n
= lim ∓ (−1)n = lim ∓ arctan x = ±
n=0
2n + 1 x→±1 n=0 2n + 1 x→±1 4

Consequentemente a série de Mac-Laurin da função f (x) = (x+1)2 arctan x representa-


a no intervalo [−1, 1] , e obtém-se da forma


+∞
x2n+1
2 2
(x + 1) arctan x = (x + 2x + 1) (−1)n
n=0
2n + 1


+∞
x2n+1 ∑
+∞ 2n
n+1 n+1 x
=x+2 (−1) + 2 (−1)
n=1
4n2 − 1 n=1
2n − 1

6. O desenvolvimento em série de Mac-Laurin da exponencial fornece


+∞
(Ln3)n
3 =3·3
x x−1
= 3e x−1)
Ln3 = 3 (x − 1)n , x∈R
n=0
n!

A soma da série geométrica e a derivação termo a termo de séries de funções uni-


formemente convergêntes, permite concluir

1 d2 ∑ 1∑
+∞ +∞
1 1 d2 1
= = n n
(−1) (x−1) = (−1)n (n+2)(n+1)(x−1)n , |x−1| < 1
x3 2 dx2 x 2 dx2 n=0 2 n=0

As duas fórmulas anteriores permitem concluir

+∞ [
∑ ]
1 (−1)n (Ln3)n
3+ 3 = (n + 2)(n + 1) + 3 (x − 1) ,
n
|x − 1| < 1
x n=0
2 n!

Lembre que soma de uma série convergente com uma outra divergente é uma série
divergente.

Exercício 1.3.36.
2x(x − 2)
Co.nsidere a função f : R \ {−2} −→ R, .
f (x) =
(x + 2)(x2 + 4)
1. Determine o desenvolvimento de Mac-Laurin de f .
2. Determine f (n) (0), n ∈ N.
Solução.

2x(x − 2) 2 4 ∑
+∞
kx
k ∑
+∞
kx
2k
1. f (x) = = − = (−1) − (−1)
(x + 2)(x2 + 4) x + 2 x2 + 4 k=0 2k k=0 4k
34 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

(2n)!
2. • f 2n (0) = (1 + (−1)n+1 ), n∈N
4n
1 (2n + 1)!
• f 2n+1 (0) = − , n∈N
2 4n

Exercício 1.3.37.
Usando os desenvolvimentos obtidas nos exercícios (1.3.34), (1.3.35) e (1.3.36), indi-
que justificadamente a existência de extremos das funções consideradas, respectivamente,
nos pontos aos quais são relativos os desenvolvimentos de Taylor.
Solução.

Exemplificamos resolvendo a questão relativa ao exercício :

1. Seja f (x) = sen2 (x). Então f ′ 0) = 0 e f ′′ (0) = 2 > 0. Logo f tem um ponto de
mínimo local em x = 0;
1
2. Seja h(x) = . Então h′ (0) = 1 ̸= 0 e logo h não tem um ponto de
(1 − x)(1 + x2 )
extremo local em x = 0;
1
3. Seja g(x) = Ln(1 + x) . Então g ′ (1) = ̸= 0 e logo h não tem um ponto de extremo
2
local em x = 1;

4. Seja f (x) = x cos(2x) . Então f ′ ( π2 ) = 0 e f ′′ ( π2 ) = 4 > 0. Logo f tem um ponto de


π
mínimo local em x = ;
2
5. Seja g(x) = (x+1)2 arctan x. Então g ′ (0) = 1 ̸= 0 e logo não tem um ponto de extremo
local em x = 0;
1
6. Seja h(x) = 3x + 3 . Então h′ (1) = 3(Ln3 − 1) ̸= 0 e logo h não tem um ponto de
x
extremo local em x = 1.

Exercício 1.3.38.
Dad.
Solução.

Exercício 1.3.39.
Dad.
Solução.

Exercício 1.3.40.
Dad.
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 35

Exercício 1.3.41.
Dad.
Solução.

Exercício 1.3.42.
Dad.
Solução.
36 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
Capítulo 2

Equações diferenciais de 1a ordem.

2.1 Equações diferenciais

Exercícios 2-1

Exercício 2.1.1.
Para os exercícios seguintes classificar cada equação diferencial segundo a ordem, o
grau (quando possível) e a linearidade. Determine a função incógnita e a variável inde-
pendente.
Solução.

1. y ′′′ − 9xy ′ = senx + 2.


Equação diferencial ordinária, linear com coeficientes variáveis de terceira ordem
não homogênea de primeiro grau.
[ √ ]
2. xy ′′ − x2 y ′ + Ln x y = x2 .
Equação diferencial ordinária, não linear com coeficientes variáveis e não homogênea
de segunda ordem.
d2 s ds
3. t2 2
− st = t
dt dt
4. y ′′′ − 9xy ′ = senx + 2
Equação diferencial ordinária, linear com coeficientes variáveis e não homogênea de
segunda ordem.

5. xy − x2 y ′ + Lnx y = x2 − x − 1

d2 s ds
6. t2 2
− st = t
dt dt
37
38 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

dn x
7. = y2 + 1
dy n
dt 5
8. ( ) = 8p
dp

9. y (5) + xy ′′ + x2 y ′ + cos y = 0
d6 s
10. − 9p = 0
dp6

11. x4 y (4) + 2xy ′′′ = ex

12. (y ′′ )2 − 8xy ′ + 2xy = 0


Equação diferencial não linear ordinária de segunda ordem homogênea de segundo
grau.

Exercício 2.1.2.
Para cada exercício, elimine as constantes arbitrárias e construa a equação diferencial
respectiva.
Solução.

1. x3 − 3x2 y = C ⇒ 3x2 − 6xy − 3x2 y ′ = 0. Logo 3x2 y ′ + 6xy = 3x2 .


A equação pedida é xy ′ + 2y = x..

2. y = C1 e−x + C2 e−3x ⇒ y ′ = −C1 e−x − 3C2 e−3x , derivando novamente y ′′ =


C1 x−x + 9C2 e−3x . Logo y ′ + y = −2C2 e−3x e y ′′ − y = 8C2 e−3x .

−4(y − y ′ ) = y ′′ − y ⇒ y ′′ + 4y ′ + 3y = 0

A equação pedida é y ′′ + 2y ′ − 3y = 0.

3. y = C1 e2x + xC2 e2x ⇒ y ′ = 2C1 e2x + 2xC2 e2x + C2 e2x = 2y + C2 e2x derivando
novamente y ′′ = 2y ′ +2C2 e2x como y ′ −2y = C2 e2x , substituindo y ′′ = 2y ′ +2(y ′ −2y).
A equação pedida é y ′′ − 4y ′ + 4y = 0.

4. y 2 = 4Cx ⇒ 2yy ′ = 4C, derivando novamente 2(y ′ )2 + 2yy ′′ = 0.


A equação pedida é yy ′′ + (y ′ )2 = 0.

5. y = Cx + C 2 + 1

6. y = C1 cos(ωx) + C2 sen(ωx)

7. x2 y = 1 + Cx
Christian José Quintana Pinedo 39

8. y = C1 + C2 e−3x

9. y = x + C1 e−x + C2 e−3x

10. Cy 2 = x2 + y

11. y = xC1 + xC2 e−x

12. y = x2 C1 + C2 e2x

Exercício 2.1.3.
Para cada exercício, aplicando o teorema de existência e unicidade, determine uma
região onde admite solução a equação diferencial.
Solução.

O teorema diz:

“Seja dada uma equação diferencial y ′ = f (x, y), onde a função f (x, y)
está definida no recinto R = { (x, y) ∈ R2 /. |x − x0 | ≤ a, |y − y0 | ≤ b } do
plano-xy que contêm o ponto (x0 , y0 ).”
“Se a função f (x, y) satisfaz as condições:”

i) Ser função contínua nas duas variáveis x e y, no região R.


∂f
ii) Admitir derivada parcial contínua com respeito a x e y, no região R.
∂y
Então existe uma, e somente uma solução y = y(x) da equação dada que
satisfaz o problema de valor inicial y ′ = f (x, y), y(x0 ) = y0 .

Solução 1.

Para a equação y ′ = x2 + y 2

Segundo o teorema temos que f (x, y) = x2 + y 2 , esta função é contínua em R2 .


∂f
Sua derivada parcial = 2y é contínua com respeito a x e y, no região R2 .
∂y
Portanto, existe solução em qualquer ponto (x0 , y0 ) ∈ R2 .
x
2. Equação y ′ =
y

3. Equação y′ = y + 3 3 y

4. Equação y′ = x−y
40 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Solução 5.

Para a equação y ′ = x2 − y − x

Temos que f (x, y) = x2 − y − x é contínua em R = { (x, y) ∈ R2 . x2 − y ≥ 0 },
isto é, contínua nos pontos embaixo e na fronteira da parábola y = x2 .
∂f 1
Sua derivada parcial = − √ é contínua com respeito a x e y, no região
∂y 2 x2 − y
totalmente embaixo da parábola y = x2 (não considerar a fronteira)
Portanto, existe solução em qualquer ponto (x0 , y0 ) ∈ R, sen considerar sua fron-
teira.

Solução 6.

Para a equação y′ = 1 − y2

Temos que f (x, y) = 1 − y 2 é contínua em R = { (x, y) ∈ R2 . 1 − y 2 ≥ 0 }, isto
é, contínua nos pontos da faixa horizontal limitada pelas retas y = ±1, ∀ x ∈ R.
∂f yy ′
Sua derivada parcial = −√ é contínua com respeito a x e y, no região
∂y 1 − y2
da faixa −1 < y < 1, ∀ x ∈ R, ∀ x ∈ R.
Portanto, existe solução em qualquer ponto (x0 , y0 ) ∈ R r { y ̸= ±1 }.
y+1
7. Equação y′ =
x−y
8. Equação y ′ = seny − cos y

9. Equação y ′ = 1 − cot y

10. Equação y ′ = 3x − y − 1
3


11. Equação 2y ′ = 3 3 y 2

Exercício 2.1.4.
Determine se, a função indicada é solução da equação:
Solução.

1. função: y(x) = 2e−x + xex , equação: y ′′ + 2y ′ + y = 0.


Temos y = 2e−x + xex ⇒ y ′ = −2e−x + ex + xex ⇒ y ′′ = 2e−x + 2ex + xex ,
logo

y ′′ + 2y ′ + y = (2e−x + 2ex + xex ) + 2(−2e−x + ex + xex ) + (2e−x + xex ) =

= 4ex + 4xex = 4ex (1 + x) ̸= 0

Não, é solução da equação y ′′ + 2y ′ + y = 0.


Christian José Quintana Pinedo 41

2. função: y = 1, equação: y ′′′ + 2y ′ + y = x.


Temos y = 1 ⇒ y ′ = y ′′′ = 0, como y ′′′ + 2y ′ + y = 0 + 2(0) + 1 ̸= x
Não, é solução para todo x ∈ R.
senx
3. função: y = , equação: xy ′ + y = cos x.
x
senx
Supondo x ̸= 0, temos que existe y = ⇒ xy = senx derivando implícita-
x
mente y + xy ′ = cos x.
Sim, é solução em R r {0}.
1
4. função: y = Ce−2x + ex , equação: y ′ + 2y = ex .
3

5. função: y = x 1 − x2 , equação: yy ′ = x − 2x3 .

Supondo x ∈ [−1, 1], temos que existe y = x 1 − x2 ⇒ y 2 = x2 (1 − x2 )
derivando implícitamente 2yy ′ = 2x − 4x3 = 2(x − x3 ).
Sim, é solução ∀ x ∈ [−1, 1].

6. função: y = 2 + C 1 + x2 , equação: (1 − x2 )y ′ + xy = 2x.

7. função: y = earcsenx , equação: xy ′ = tan Lny.


∫x
equação: y ′ − y = ex+x .
2 2
8. função: y = ex et dt,
0
Aplicando o teorema fundamental do cálculo integral segue que

∫x ∫x
t2 ′ 2 2 2
y=e x
e dt ⇒ y =e x
et dt + ex (ex ) = y + ex+x
0 0

logo, y ′ − y = ex+x .
2

Observe, se x = 0 temos y = e0 (0) = 0 de onde 0 = y ′ − y ̸= 1 = e0+0 .


2

Portanto, sim, é solução em R r {0}.


∫x
sent
9. função: y = x dt, equação: xy ′ = y + xsenx.
t
0
Aplicando o teorema fundamental do cálculo integral segue que

∫x ∫x
sent sent
y=x dt ⇒ y′ = dt + senx
t t
0 0

logo, xy ′ = y + xsenx.
42 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Portanto, sim, é solução em R.


[∫ ]
ex
10. função: y = x dx , equação: xy ′ − y = xex .
x
}
x = cos t
11. função: , equação: x + yy ′ = 0.
y = sent
Temos
}
dx = −sent dy dy
cos t x
⇒ = dt
dx
=− =− ⇒ x + yy ′ = 0
dy = cos t dx dt
sent y

Sim é solução!
}
x = tet
12. função: equação: (1 + xy)y ′ + y 2 = 0.
y = e−t
Temos
}
dx = (t + 1)et dt dy e−t e−2t
⇒ =− = − ⇒
dy = −e−t dt dx (t + 1)et (t + 1)

(t + 1)y ′ + e−2t = 0 ⇒ (t + 1)y ′ + y 2 = 0 ⇒ (xy + 1)y ′ + y 2 = 0

Sim, é solução em R.
}
arctan t
x=e
13. função: , equação: y − xy ′ = 0.
y = e− arctan t
Temos

dt xdt 
dx = e ·
arctan t
=  dy y
1+t 2 1 + t2
−ydt ⇒ =− ⇒ xy ′ + y = 0
dy = e− arctan t ·
(−dt)
= 
 dx x
1+t 2 1 + t2

Não é solução!

x = tLnt } y′
14. função: , equação: y ′ Ln( ) = 4x.
y = t2 (2Ln(t) + 1) 4
Temos
}
dx = (Lnt + 1)dt 4tLnt + 4t y′
⇒ y′ = = 4t e Ln( ) = Ln(t)
dy = (4tLnt + 3t)dt Lnt + 1 4
Christian José Quintana Pinedo 43

Multiplicando estas duas últimas igualdades

y′
y ′ Ln( ) = 4tLn(t) = 4x
4

Sim é solução!
{
−x2 se, x<0
15. função: y = , equação: xy ′ − 2y = 0.
x2 se, x≥0
A função y = y(x) é contínua em x = 0, mediante a definição da derivada, mostra-se
que
f (h) − f (0) −h2 − 0
f ′ (0− ) = lim− = lim− =0
h→0 h h→0 h
f (h) − f (0) h2 − 0
f ′ (0+ ) = lim+ = lim+ =0
h→0 h h→0 h
{ {
dy −2x se, x < 0 dy −2x2 se, x<0
Temos = ⇒ x =
dx 2x se, x ≥ 0 dx 2x2 se, x≥0
{
2x2 se, x < 0
Também −2y = ⇒ xy ′ − 2y = 0
−2x2 se, x ≥ 0
Sim, é solução em R.
{
0 se, x<0
16. função: y = , equação: (y ′ )2 − 9xy = 0.
x3 se, x≥0

A função y = y(x) é contínua em x = 0, mediante a definição da derivada, mostra-se


que { {
0 se, x < 0 0 se, x < 0
y′ = ⇒ (y ′ )2 =
3x se, x ≥ 0
2
9x4 se, x ≥ 0

Como {
0 se, x<0
−9xy = ⇒ (y ′ )2 − 9xy = 0
−9x se,
4
x≥0

Sim, é solução em R.

17. função: y = Lnx , equação: xy ′′ + y ′ = 0 em (0, ∞), porém não é solução


em (−∞, +∞).
1
A função Lnx está definida em (0, +∞), logo nesse intervalo y ′ = ⇒ y ′′ =
x
1 1 1 1
− 2 ⇒ y ′′ = − · = y ′ · . Assim xy ′′ + y ′ = 0
x x x x
Sim, é solução em (0, +∞), porém não no intervalo (−∞, +∞) pois Lnx não esta
definido em (−∞, +∞).
44 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1
18. função: y = , equação: y ′ + 2xy 2 = 0 em (−1, 1) porém não em
x2 −1
qualquer outro intervalo mas amplo contendo (−1, 1).
1
A função y = 2 é contínua em R quando x ̸= ±1.
x −1
[ ]2
df 2x 1
Sua derivada =− 2 = −2x · 2 = −2xy 2 ⇒ y ′ + 2xy 2 = 0.
dx (x − 1)2 x −1
Sim, é solução em (−1, 1) porém não em algum intervalo mas amplo que contenha
o intervalo (−1, 1).

Exercício 2.1.5.
√ √ dy x
Mostre que y = 9 − x2 e y = − 9 − x2 são soluções para = − no intervalo
{ √ dx y
9−x 2 se, −3 < x < 0
(−3, 3). Explicar por que y = √ não é uma solução para
− 9−x 2 se, 0 ≤ x < 3
a equação diferencial no intervalo (−3, 3).
Solução.

Temos que y = 9 − x2 existe em R sempre que x ∈ [−3, 3]. Se x = ±3 segue que
dy x
y = 0, assim, = − não tem sentido. Logo, caso exista solução será no intervalo
dx y
(−3, 3).
√ x
Como y = 9 − x2 ⇒ y 2 = 9 − x2 ⇒ 2yy ′ = −2x de onde y ′ = − em
√ y
(−3, 3). O caso y = − 9 − x2 é análogo.
√ √ dy x
Portanto y = 9 − x2 e y = − 9 − x2 são soluções para = − no intervalo
dx y
(−3, 3).
Para o caso da função dada temos
{ √
9 − x2 se, −3 < x < 0
y= √
− 9 − x2 se, 0 ≤ x < 3

que ela não é contínua em x = 0, consequentemente ela não é derivável em x = 0, logo


não será solução equação diferencial dada.

Exercício 2.1.6.
Determine valores de m para que y = xm seja uma solução para cada equação diferen-
cial.
Solução.

1. Dado y = xm ⇒ y ′ = mxm−1 ⇒ y ′′ = m(m − 1)xm−2 . Substituindo na


equação:

x2 y ′′ − y = 0 ⇒ m(m − 1)xm − xm = 0 ⇒ xm (m(m − 1) − 1) = 0


Christian José Quintana Pinedo 45
√ √
1+ 5 1− 5
supondo xm ̸= 0 então m2 − m − 1 = 0 ⇒ m= ou m = .
2 2
2. Dado y = xm ⇒ y ′ = mxm−1 ⇒ y ′′ = m(m − 1)xm−2 . Substituindo na
equação:

x2 y ′′ +6xy ′ +4y = 0 ⇒ m(m−1)xm +6mxm +4xm = 0 ⇒ xm (m2 +5m+4) = 0

supondo xm ̸= 0 então m2 + 5m + 4 = 0 ⇒ m = −1 ou m = −4.

Exercício 2.1.7.
Determine valores de m para que y = emx seja uma solução para cada equação dife-
rencial.
Solução.

1. Dado y = emx ⇒ y ′ = memx ⇒ y ′′ = m2 emx . Substituindo na equação:

y ′′ − 5y ′ + 6y = 0 ⇒ emx (m2 − 5m + 6) = 0

como emx ̸= 0 então m2 − 5m + 6 = 0 ⇒ m = 2 ou m = 3.

2. Dado y = emx ⇒ y ′ = memx ⇒ y ′′ = m2 emx . Substituindo na equação:

y ′′ + 10y ′ + 25y = 0 ⇒ emx (m2 + 10m + 25) = 0

como emx ̸= 0 então m2 + 10m + 25 = 0 ⇒ m = 5 é raiz de multiplicidade dois.

Exercício 2.1.8.
Determine uma solução do problema de valor inicial (pvi) indicado para a solução
geral dada, onde C1 e C2 são constantes arbitrárias.
Solução.

1. Ao determinar uma solução do pvi está implícito que a solução é particular.


Para y ′ + y = 0, por dados temos o valor inicial y(3) = 2 e a solução geral
y = C1 e−x , então 2 = C1 e−3 , isto implica que C1 = 2e3 .
Portanto, uma solução do pvi é y = 2e3 e−x = 2e3−x

2. Ao determinar uma solução do pvi está implícito que a solução é particular.


Para y ′′ + 4y = 3senx, por dados temos os valores iniciais y(0) = 0, y ′ (0) = 1
e a solução geral y = C1 senx + C2 cos x.
De y = C1 senx + C2 cos x ⇒ y(0) = 0 ⇒ C2 = 0, de y ′ = C1 cos x −
C2 senx ⇒ y ′ (0) = 1 ⇒ C1 = 1
46 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Por outro lado, y ′′ = −C1 senx − C2 cos x, isto implica que

y ′′ + 4y = 3C1 senx + 3C2 cos x = 3senx, C1 = 1, C2 = 0

Portanto, a solução do pvi é y = senx

3. y′ = 1 + y2; y(0) = 0. Solução geral: y = C1 tan x.

Exercício 2.1.9.
Determine uma solução do problema de valores de contorno indicado para a solução
geral dada, onde C1 e C2 são constantes arbitrárias.
Solução.

π π
1. y ′′ + 4y = 0;
y( ) = 0, y( ) = 1..
8 6
Como a solução geral é: y = C1 sen2x + C2 cos 2x então

π π √
0 = C1 sen + C2 cos ⇒ 0= 2(C1 + C2 ) ⇒ 0 = C1 + C2
4 4
π π 1 √ √
1 = C1 sen + C2 cos ⇒
1 = ( 3C1 + C2 ) ⇒ 2= 3C1 + C2
3 3 2
√ √
Resolvendo o sistema C1 = 3 + 1, C2 = − 3 − 1
π
2. y ′′ + 4y = 0;
y(0) = 1, y( ) = 2.
2
Como a solução geral é: y = C1 sen2x + C2 cos 2x então

1 = C1 sen0 + C2 cos 0 ⇒ 1 = C2

π π
2 = C1 sen + C2 cos ⇒ 2 = C1 + 1 ⇒ 1 = C1
2 2

Portanto, C1 = 1, C2 = 1.

Exercício 2.1.10.
Determine C1 e C2 de modo que a função dada, satisfaça as condições indicadas.
Solução.


1. Função: y = C1 sen2x + C2 cos 2x + 1. Condições: y( π8 ) = 0, y ′ ( π8 ) = 2
√ √
2 2
Observe que y( π8 ) = C1 sen 2π
8
+ C2 cos 2π
8
+1=0 ⇒ C1 + C2 = −1.
2 2

A derivada y ′ = 2C1 cos 2x−2C2 sen2x ⇒ y ′ (0) = 2C1 cos 2π
8
−2C2 sen 2π
8
= 2
Christian José Quintana Pinedo 47

Resolvendo o sistema
√ } √ √
C1 + C2 = − 2 1− 2 1+ 2
⇒ C1 = C2 = −
C1 − C2 = 1 2 2

√ √
1− 2 1+ 2
Portanto, y(x) = sen2x − cos 2x + 1.
2 2
2. Função: y = C1 e2x + C2 ex + 2senx. Condições: y(0) = 1, y ′ (0) = 1
Observe que y(0) = C1 e0 + C2 e0 + 2sen0 = 1 ⇒ C1 + C2 = 1.
A derivada y ′ = 2C1 e2x + C2 ex + 2 cos x ⇒ y ′ (0) = 2C1 + C2 + 2 = 1
Resolvendo o sistema
}
C1 + C2 = 1
⇒ C1 = −2 C2 = 3
2C1 + C2 = −1

Portanto, y(x) = −2e2x + 3ex + 2senx.

3. Função: y = C1 ex + C2 e−x + 4senx. Condições: y(0) = 1, y ′ (0) = −1

4. Função: y = C1 x + C2 + x2 . Condições: y(1) = 1, y ′ (1) = 2

5. Função: y = C1 ex + C2 e2x + 3e3x . Condições: y(0) = 0, y ′ (0) = 0

6. Função: y = C1 senx + C2 cos x + 1. Condições: y(π) = 0, y ′ (π) = 0

7. Função: y = C1 ex + C2 xex + x2 ex . Condições: y(1) = 1, y ′ (1) = −1

Exercício 2.1.11.
Para os seguintes exercícios, determine C1 e C2 de modo que y(x) = C1 senx+C2 cos x
satisfaça s condições dadas. Determine se tais condições são iniciais ou de contorno.

Solução.

1. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y(0) = 1, y ′ (0) = 2 então

y(0) = 1 ⇒ 1 = C1 sen0 + C2 cos 0 ⇒ C2 = 1

y ′ (x) = C1 cos x − C2 senx ⇒ 2 = C1 cos 0 − C2 sen0 ⇒ C1 = 2

As condições são iniciais, e C1 = 2, C2 = 1

2. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y(0) = 2, y ′ (0) = 1


48 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

π π
3. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y( ) = 1, y ′ ( ) = 2
2 2
π
4. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y(0) = 1, y( ) = 1
2
π
5. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y ′ (0) = 1, y( ) = 1
2
6. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y(0) = 1, y ′ (π) = 1 então

y(0) = 1 ⇒ y(0) = C1 sen0 + C2 cos 0 = 1 ⇒ C2 = 1

y ′ (x) = C1 cos x − C2 senx ⇒ y ′ (0) = C1 cos π − C2 senπ = 1 ⇒ C1 = −1

As condições são de contorno, e C1 = −1, C2 = 1

7. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y(0) = 1, y(π) = 2

então
y(0) = 1 ⇒ y(0) = C1 sen0 + C2 cos 0 = 1 ⇒ C2 = 1

y ′ (x) = C1 cos x − C2 senx ⇒ y ′ (π) = C1 cos π − C2 senπ = 2 ⇒ C1 = −2

As condições são de contorno, e C1 = −1, C2 = −2

8. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y(0) = 0, y ′ (0) = 0


π π
9. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y( ) = 0, y( ) = 1
4 6
π
10. Dado y(x) = C1 senx + C2 cos x, como y(0) = 0, y ′ ( ) = 1
2
Exercício 2.1.12.
Demonstrar que a curva cujo coeficiente angular da tangente em cada ponto é propor-
cional à abscissa do ponto de tangencia é uma parábola.
Solução.

Seja y = y(x) a curva. No ponto (x0 , y0 ) da curva, temos que o coeficiente angular da
dy
reta tangente é dado por (x0 ).
dx
dy
Pela hipótese do problema temos que (x0 ) = Kx0 , onde K ∈ R é uma constante.
dx
Em geral em qualquer ponto da curva y = y(x) temos a equação diferencial que satisfaz
dy dy
as condições do problema é (x) = Kx, isto é = Kx ⇒ y = K1 x2 + K2 onde
dx dx
1
K1 = K.
2
Portanto, a parábola y = K1 x2 + K2 satisfaz as condições do problema.
Christian José Quintana Pinedo 49

Exercício 2.1.13.
Achar uma curva que passe pelo ponto (1; 1) de tal maneira que o coeficiente angular
da tangente em cada ponto seja proporcional ao quadrado da ordenada nesse ponto.
Solução.

Seja y = y(x) a curva, então 1 = y(1), o coeficiente angular da curva em qualquer


dy
ponto esta dado por (x0 ).
dx
dy dy 1
Pelas condições de problema (x) = Ky 2 ⇒ = Kdx ⇒ − = Kx + C.
dx y2 y
Das condições iniciais −1 = K + C ⇒ C = −(1 + K)
Portanto, Kyx = y(1 + K) − 1 é a equação pedida

Exercício 2.1.14.
√ 1
Verificar que y1 (t) = t e y2 (t) = são soluções da equação diferencial 2t2 y ′′ +
t
3ty ′ − y = 0.
Solução.
√ 1
Como y1 (t) = t e y2 (t) = são linearmente independentes e pelas propriedades
t
√ 1
da linearidade da derivada, então y(t) = t + também será solução. Temos
t
1 1 1 2
y ′ (t) = √ − 2 ⇒ y ′′ (t) = − √ + 3
2 t t 4t t t

3t 3 t 4
3ty ′ = √ − ⇒ 2t2 y ′′ = − √ +
2 t t 2 t t
somando

t 4 3t 3 √ 1
2t2 y ′′ + 3ty ′ = − √ + + √ − = t + = y ⇒ 2t2 y ′′ + 3ty ′ − y = 0
2 t t 2 t t t

√ 1
Portanto, y1 (t) = t e y2 (t) = são soluções da equação diferencial 2t2 y ′′ +
t
3ty ′ − y = 0.

Exercício 2.1.15.

2 t2
Verificar que y(t) = 1 + Ln(1 + t3 ) é solução do pvi y′ = , y(0) = 1.
3 y(1 + t3 )
Para qual intervalo esta solução é válida?
Solução.

2
Dado y(t) = 1 + Ln(1 + t3 ) então
3

2 2 3t2 t2
y 2 = 1 + Ln(1 + t3 ) ⇒ 2yy ′ = · ⇒ y′ =
3 3 1 + t3 y(1 + t3 )
50 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
√ √
2 2
Em y(t) = 1 + Ln(1 + t3 ) ⇒ y(0) = 1 + Ln(1 + 03 ) = 1.
3
√ 3
2
Portanto, y(t) = 1 + Ln(1 + t3 ) é solução do pvi dado.
3
Exercício 2.1.16.

O problema de valor inicial y ′ = 2 |x|; y(0) = 0 admite duas soluções y = x|x| e
y = 0. Este resultado contradiz o Teorema 2.1?
Solução.

Não contradiz o Teorema 2.1, em verdade não satisfaz as condições do teorema, pois
não é lipschitziana na origem. Este problema admite, no entanto, soluções, embora não
haja unicidade.
√ ∂f
Duas possíveis soluções são: y ′ = f (x, y) = 2 |x| ⇒ = ...
∂y
Exercício 2.1.17.
A população de uma cidade é de 1.000.000 de habitantes. Houve uma epidemia e 10%
da população contraiu um vírus. Em sete dias esta porcentagem cresceu para 20%. O vírus
se propaga por contato direto entre indivíduos enfermos e sãos (logo, é proporcional ao
número de contatos). A partir destes dados e supondo que o modelo seja fechado, isto é,
a população se mantém constante, sem nascimentos, mortes ou migração, e os indivíduos
tendo toda a liberdade de interagir, calcule:

1. A proporção de indivíduos enfermos e sãos, como uma função do tempo.

2. O tempo necessário para que a porcentagem de indivíduos enfermos seja 50%.

Solução. 1.

A proporção de indivíduos enfermos e sãos, como uma função do tempo.

nε nδ
x= , y= , x + y = 1, n ε + nδ = n
n n

onde: n = número total de habitantes, ne = número de indivíduos enfermos, ns = número


de indivíduos sãos x = proporção de indivíduos enfermos, y = proporção de indivíduos
sãos.
dx
Pelos dados do problema temos que = kxy = kx(1 − x) onde k é a constante de
dt
proporcionalidade dos contatos. Assim
∫ ∫
1 1 x
dx = k · dt ⇒ dx = k · dt ⇒ Ln = kt + C
x(1 − x) x(1 − x) 1−x

x
⇒ = Aekt onde A = eC
1−x
Christian José Quintana Pinedo 51

1
Quando t = 0 temos que x = 10% = 0, 1, assim 1−0,1 0,1
= Aek·0 ⇒ A = de onde
9
x 1 kt
1−x
= e .
9
1 1
Quando t = 7 temos que x = 20% = 0, 2, assim 1−0,2 0,2
= e7k ⇒ k = Ln 94 de
9 7
x 1 kt
onde 1−x = e .
9
exp( 7t Ln 49 ) 9
Portanto, x(t) = t 9 e y(t) = .
9 + exp( 7 Ln 4 ) 9 + exp( 7t Ln 94 )
Solução. 2.
O tempo necessário para que a porcentagem de indivíduos enfermos seja de 50% é
1
x(t∗ ) = = 0, 5.
2

x 1 t∗ 9 0, 5 1 t∗ 9 Ln9
= exp( Ln ) ⇒ = exp( Ln ) ⇒ t∗ = 7 ≈ 19 dias
1−x 9 7 4 1 − 0, 5 9 7 4 Ln 94
52 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

2.2 Tipos de equações de primeira ordem

Exercícios 2-2

Exercício 2.2.1.
Determine quais das seguintes equações diferenciais são de variáveis separáveis.
[ ]2
dy 2y + 3
1. (1 + xy)dx + ydy = 0 2. = 3. xy 2 dx − x2 y 2 dy = 0
dx 4x + 5
dx 1 + 2y 2
4. senxdx + y 2 dy = 0 5. = 6.
dy ysenx
dy dS √
7. (y − yx2 ) = (y + 1)2 8. = kS 9. x 1 − y 2 dx = dy
dx dr

10. (1 + x2 + y 2 + x2 y 2 )dy = y 2 dx
Solução.

1. (1 + xy)dx + ydy = 0
Não, é de variáveis separáveis.
[ ]2
dy 2y + 3 dy dx
2. = ⇒ 2
− =0
dx 4x + 5 (2y + 3) (4x + 5)2
Sim, é de variáveis separáveis.
dx dx
3. xy 2 dx − x2 y 2 dy = 0 ⇒ x2 y 2 ( − dy) = 0 ⇒ − dy = 0 ou xy = 0
x x
Sim, é de variáveis separáveis.

4. senxdx + y 2 dy = 0
Sim, é de variáveis separáveis.

dx 1 + 2y 2 1 + 2y 2
5. = ⇒ senxdx − dy = 0
dy y · senx y
Sim, é de variáveis separáveis.

6. 1
dy dy dx ydy
7. (y − yx2 ) = (y + 1)2 ⇒ y(1 − x2 ) = (y + 1)2 ⇒ − =0
dx dx 1 − x2 (y + 1)2
Sim, é de variáveis separáveis.
dS dS
8. = kS ⇒ − kdr = 0
dr S
Sim, é de variáveis separáveis.
Christian José Quintana Pinedo 53

√ dy
9. x 1 − y 2 dx = dy ⇒ xdx − √ = 0.
1 − y2
Sim, é de variáveis separáveis.

10. (1 + x2 + y 2 + x2 y 2 )dy = y 2 dx ⇒ (1 + y 2 )(1 + x2 )dy = y 2 dx podemos escrever


dx (1 + y 2 )
na forma − dy = 0.
1 + x2 y2
Sim, é de variáveis separáveis.

Exercício 2.2.2.
Determine quais das seguintes equações diferenciais são exatas.

1. 3x2 ydx + (y + x3 )dy = 0 2. (5y − 2x)y ′ − 2y = 0 3. xydx + y 2 dy


2x x2 2y
4. xy 2 dx + (x2 y + y 2 )dy = 0 5. dx − 2 dy = 0 6. y ′ = −
y y x

dx
7. (1 − 2x2 − 2y) = 4x3 + 4xy
dy
Solução.

1. Na equação 3x2 ydx+(y+x3 )dy = 0 considere-se M (x, y) = 3x2 y e N (x, y) = y+x3 ,


temos
∂M ∂N
= 3x2 , = 3x2
∂y ∂x

Sim, é uma equação diferencial exata.

2. Na equação (5y − 2x)y ′ − 2y = 0 considere-se M (x, y) = −2y e N (x, y) = 5y − 2x,


temos
∂M ∂N
= −2, = −2
∂y ∂x

Sim, é uma equação diferencial exata.

3. Na equação xydx + y 2 dy considere-se M (x, y) = xy e N (x, y) = y 2 , temos

∂M ∂N
= x, =0
∂y ∂x

Não, é uma equação diferencial exata.

4. Na equação xy 2 dx + (x2 y + y 2 )dy = 0 considere-se M (x, y) = xy 2 e N (x, y) =


x2 y + y 2 , temos
∂M ∂N
= 2xy, = 2xy
∂y ∂x

Sim, é uma equação diferencial exata.


54 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

2x x2 2x x2
5. Na equação dx − 2 dy = 0 consideremos M (x, y) = e N (x, y) = 2 , temos
y y y y

∂M 2x ∂N 2x
= − 2, =− 2
∂y y ∂x y

Sim, é uma equação diferencial exata.


2y
6. Na equação y ′ = − ⇒ 2ydx + xdy = 0 considere-se M (x, y) = 2y e
x
N (x, y) = x, temos
∂M ∂N
= 2, =1
∂y ∂x

Não, é uma equação diferencial exata.


dx
7. Na equação (1 − 2x2 − 2y) = 4x3 + 4xy considere-se M (x, y) = 1 − 2x2 − 2y e
dy
N (x, y) = −(4x3 + 4xy), temos

∂M ∂N
= −2, = −12x2 − 4y
∂y ∂x

Não, é uma equação diferencial exata.

Exercício 2.2.3.
Suponha que M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 seja uma equação homogênea. Mostre que a
substituição x = uy transforma a equação em uma com variáveis separáveis.
Solução.

Supondo u = u(x) segue dx = udy + ydu então substituindo na equação homogênea

M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 ⇒ M (uy, y)(udy + ydu) + N (uy, y)dy = 0 ⇒

y α [M (u, 1)(udy + ydu) + N (u, 1)dy = 0 ⇒ [uM (u, 1) + N (u, 1)]dy + ydu = 0

onde α é a ordem da homogênea.


dy du
Logo + = 0, é uma EDO de variáveis separáveis.
y uM (u, 1) + N (u, 1)
Exercício 2.2.4.
Suponha que M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 seja uma equação homogênea. Mostre que a
substituição x = r cos θ, y = rsenθ transforma a equação em uma com variáveis separáveis.
Solução.

Temos x = r cos θ, y = rsenθ, logo

dx = cos θ · dr − rsenθ · dθ, dy = senθ · dr + r cos θ · dθ


Christian José Quintana Pinedo 55

em M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 segue

M (r cos θ, rsenθ)(cos θ · dr − rsenθ · dθ) + N (r cos θ, rsenθ)(senθ · dr + r cos θ · dθ) = 0

Como é homogênea então M (r cos θ, rsenθ) = rβ M (cos θ, senθ) análogamente temos


que N (r cos θ, rsenθ) = rβ N (cos θ, senθ) de onde
[ ]
1 N (cos θ, senθ) cos θ − M (cos θ, senθ)senθ
· dr + dθ = 0
r M (cos θ, senθ) cos θ + N (cos θ, senθ)senθ

Portanto, a equação em uma com variáveis separáveis.

Exercício 2.2.5.
Suponha que M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 seja uma equação homogênea. Mostre que a
dy
equação pode ser escrita = G(x, y).
dx
Solução.

Exercício 2.2.6.
Diga se as seguintes equações diferenciais são homogêneas.
Solução.

x+y αx + αy
1. y′ = = f (x, y) ⇒ f (αx, αy) = = f (x, y) para α ∈ R, α ̸= 0
x αx
Sim, é homogênea.

y2 (αy)2
2. y′ = = f (x, y) ⇒ f (αx, αy) = = αf (x, y) para α ∈ R, α ̸= 0
x αx
Não, é homogênea.
x αx

′ 2xye y (2αx)(αy)e αy
3. y = 2 = f (x, y) ⇒ f (αx, αy) =
x + y 5 sen( xy ) (αx)2 + (αy)5 sen( αx
αy
)

x x
α2 (2xy)e y 2xye y
f (αx, αy) = 2 2 x = ̸= f (x, y)
α (x + α3 y 5 sen( y )) x2 + α3 y 5 sen( xy )

Não, é homogênea.

x2 + y
4. y′ =
x3
x2 + y (αx)2 + αy
y′ = = f (x, y) ⇒ f (αx, αy) = ̸= f (x, y) para α ∈
x3 (αx)3
R, α ̸= 0

Não, é homogênea.
56 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

xy 2
5. y′ =
x2 y + y 3
Sim, é homogênea.

6. y 2 y ′ = x2
Sim, é homogênea.

Exercício 2.2.7.
Determine quais das seguintes equações diferenciais são lineares:
Solução.

1. y ′ = (senx)y + ex , é da forma y ′ − (senx)y = ex , podemos escrever

a2 (x)y ′ +a1 (x)y+a0 (x) = b(x), a2 (x) = 1, a1 (x) = senx, a0 (x) = 0, b(x) = ex

Portanto, a equação diferencial sim é linear.

2. y ′ = xseny + ex , é da forma y ′ − xseny = ex , não podemos escrever na forma

a2 (x)y ′ +a1 (x)y+a0 (x) = b(x), a2 (x) = 1, a1 (x) = −x, a0 (x) = 0, b(x) = ex

Portanto, a equação diferencial não é linear.

3. y′ = y2 + x
A equação diferencial não é linear.

4. y′ = 5
A equação diferencial sim é linear.

5. y ′ = xy + 1
A equação diferencial sim é linear.

6. xy ′ + 2y = 0
A equação diferencial sim é linear.

Exercício 2.2.8.
Prove que uma equação diferencial de variáveis separáveis é sempre exata.
Solução.

Seja A(x)dx + B(y)dy = 0 uma equação de variáveis separáveis.


∂A ∂B ∂A ∂B
Temos = 0 e = 0 então = , satisfaz a condição para se uma
∂y ∂x ∂y ∂x
equação exata.
Portanto, A(x)dx + B(y)dy = 0 é exata.
Christian José Quintana Pinedo 57

Exercício 2.2.9.
Resolver ex dx − ydy = 0, y(0) = 1.
Solução.

Integrando, ∫ ∫
1
e dx −
x
ydy = C ⇒ ex − y 2 = C
2
Das condições iniciais

1 1
e0 − (1)2 = C ⇒ C=
2 2

Portanto, y 2 = 2ex − 1.

Exercício 2.2.10.
Determine a solução geral para as seguintes equações de variáveis separáveis.
Solução.

1 1
1. (1 + y 2 )dx + (1 + x2 )dy = 0 ⇒ 2
dx + dy = 0
1+x 1 + y2
∫ ∫
1 1
dx + dy = C ⇒ arctan x + arctan y = C
1 + x2 1 + y2

Portanto, arctan x + arctan y = C é a solução geral na forma implícita da equação


diferencial.
1 y
2. (1 + y 2 )dx + xydy = 0 ⇒ dx + dy = 0
x 1 + y2
∫ ∫ √
1 y
dx + dy = C ⇒ Lnx + Ln( 1 + y 2 ) = LnC1
x 1 + y2


Portanto, x 1 + y 2 = C é a solução geral na forma implícita da equação diferen-
cial.
y2 x2
3. (y 2 + xy 2 )y ′ + x2 − yx2 = 0 ⇒ dy + dy = 0
1−y 1+x
∫ ∫
x2 y2 1 2 1
dx + dy = C ⇒ x − x + Ln(x + 1) − y 2 − y − Ln(y − 1) = C
1+x 1−y 2 2

1 2 x+1
Portanto, (x − y 2 ) − (x + y) + ln = C é a solução geral na forma implícita
2 1−y
da equação diferencial.
58 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1 1
4. (1 + y 2 )dx = xdy ⇒ dx − dy = 0
x 1 + y2
∫ ∫
1 1
dx − dy = C ⇒ Lnx − arctan y = C
x 1 + y2

Portanto, y = tan[C1 + Lnx] é a solução geral da equação diferencial.


√ √ x y
5. x 1 + y 2 + yy ′ 1 + x2 = 0 ⇒ √ +√ y′ = 0
1+x2 1 + y2
∫ ∫ √ √
x y
√ dx + √ dy = C ⇒ 1 + x2 + 1 + y 2 = C
1 + x2 1 + y2

√ √
Portanto, 1 + x2 + 1 + y 2 = C é a solução geral na forma implícita da equação
diferencial.
√ √ x y
6. x 1 − y 2 dx + y 1 − x2 dy = 0, y(0) = 1 ⇒ √ dx + √ dy = 0
1 − x2 1 − y2
∫ ∫ √ √
x y
√ dx + √ dy = C ⇒ 1 − x2 + 1 − y 2 = −C
1 − x2 1 − y2

√ √
Quando y(0) = 1 ⇒ x = 0, y = 1, logo 1 − 02 + 1 − 12 = −C ⇒ C =
−1
√ √
Portanto, 1 − x2 + 1 − y 2 = 1 é a solução geral na forma implícita da equação
diferencial.
dy 1
7. e−y (1 + y ′ ) = 1 ⇒ (1 +) = ey ⇒ dy = dx ⇒
dx e −1
y

∫ ∫
e−y
dy − dx = 0 ⇒ Ln(1 − e−y ) − x = LnC
1−e −y

Portanto, y = −Ln(1 − Cex ) é a solução geral da equação diferencial.

1 1
8. yLnydx + xdy = 0, y(1) = e2 ⇒ dx + dy = 0 ⇒
x yLny
∫ ∫
1 1
dx + dy = C1 ⇒ Lnx + Ln(Lny) = LnC ⇒ xLny = C
x yLny

Pela condição inicial segue 1 · Lne2 = C ⇒ C=2

Portanto, xLny = 2 é a solução particular da equação diferencial.


Christian José Quintana Pinedo 59

9. y ′ = ax+y , (a > 0, a ̸= 1) ⇒ ax dx − a−y dy = 0 ⇒


∫ ∫
ax a−y
a dx −
x
a−y dy = C ⇒ + =C
Lna Lna

Portanto, ax + a−y = CLna é a solução geral da equação diferencial.


1 + x2 1 + ey
10. ey (1 + x2 )dy − 2x(1 + ey )dx = 0 ⇒ dx − dy = 0 ⇒
2x ey
∫ ∫
1 + x2 1 + ey 1
dx − dy = C ⇒ (2Lnx + x2 ) + e−y − y = C
2x ey 4

1
Portanto, (2Lnx + x2 ) + e−y − y = C é a solução geral da equação diferencial.
4
dx
11. (1 + ex )yy ′ = ey , y(0) = 0 ⇒ ye−y dy − = 0, logo
1 + ex
∫ ∫ ∫
−y dx
ye dy − =C ⇒ −ye dy − (−e−y )dy + Ln(e−x + 1) = C
−y
1 + ex

Da condição inicial −0e−0 − e−0 + Ln(e−0 + 1) = C ⇒ C = 0.


Portanto, (y + 1)e−y = Ln(1 + e−x ) é solução particular da equação diferencial.
(1 + y)
12. (1 + y 2 )(e2x dx − ey dy) − (1 + y)dy = 0 ⇒ e2x dx − [ey + ]dy = 0
(1 + y 2 )
∫ ∫
(1 + y) 1 2x 1
e dx −
2x
[ey + ]dy = 0 ⇒ e − [ey + arctan x + Ln(1 + y 2 )] = C
(1 + y 2 ) 2 2

1 2x 1
Portanto, e − [ey + arctan x + Ln(1 + y 2 )] = C é a solução geral na forma
2 2
implícita da equação diferencial.
dy dz dy dz
13. = (x + y + 1)2 . Seja z = x + y + 1 ⇒ = 1 + , logo − 1 = z2 ⇒
dx dx dx dx
1
dz − dx = 0 ⇒ x = C + arctan z
z2 +1

Portanto, x = C + arctan(x + y + 1) é a solução geral na forma implícita da


equação diferencial.
dy 1−x−y dz dy
14. = . Seja z = x + y, então = 1 + , logo
dx x+y dx dx

dy 1−x−y dz 1−z dz 1
= ⇒ −1= ⇒ = ⇒
dx x+y dx z dx z
60 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
∫ ∫
1 2
zdz − dx = C ⇒ z −x=C
2

Portanto, (x + y)2 − 2x = 2C.


dy dz dy
15. = tan2 (x + y). Seja z = x + y, então = 1 + , logo
dx dx dx

dy dz dz
= tan2 (x + y) ⇒ − 1 = tan2 z ⇒ = sec2 z ⇒
dx dx dx
∫ ∫
cos zdz − dx = C ⇒ z + sen(2z) − 2x = C
2

Portanto, y − x + sen(2x + 2y) = C.


dy dz dy
16. = sen(x + y). Seja z = x + y, então = 1 + , logo
dx dx dx

dy dz 1 − senz
= sen(x + y) ⇒ − 1 = senz ⇒ dz − dx = 0 ⇒
dx dx cos2 z
∫ ∫ ∫
sec zdz − (sec z tan z)dz − dx = C
2
⇒ tan z − sec z − x = C

Portanto, tan(x + y) − sec(x + y) − x = C é a solução geral da equação diferencial.


dy √ dz dy
17. = 2 + y − 2x + 3. Seja z = y − 2x + 3 ⇒ = − 2, logo
dx dx dx

dz √ dz √
+2=2+ z ⇒ √ − dx = 0 ⇒ 2 z−x=C
dx z


Portanto, 2 y − 2x + 3 − x = C é solução geral da equação diferencial.
dy dz dy
18. = 1 + ey−x+5 . Seja z = y − x + 5 ⇒ = − 1, logo
dx dx dx

dz dz
+ 1 = 1 + ez ⇒ − dx = 0 ⇒ −e−z − x = C1
dx ez

e−z = −(x + C1 ) ⇒ −z = Ln[−(x + C1 )] ⇒ y − x + 5 = −Ln|x + C1 |

Portanto, y(x) = x − 5 − Ln|x + C1 | é solução geral da equação diferencial.

Exercício 2.2.11.
Para cada exercício, encontre uma solução para cada equação diferencial dada que
passe pelos pontos indicados:
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 61
∫ ∫
dy dy dy
1. − y 2 = −9 ⇒ − dx = 0 ⇒ − dx = 0 logo a solução
y −9 y −9
dx 2 2

1 y − 3
geral é Ln −x=C
6 y + 3

1 0 − 3
(a) Quando passa por (0, 0) ⇒ Ln −0 = C ⇒ C = 0. A equação
6 0 + 3
y − 3
pedida é Ln = 6x
y + 3

1 3 − 3
(b) Quando passa por (0, 3) ⇒ Ln − 0 = C ⇒ C = −∞, pois
6 3 + 3
lim Lnε = −∞. Não existe solução da equação que passe por (0, 3).
ε→0

1 1 1 − 3 1 1 1 1
(c) Quando passa por ( , 1) ⇒ Ln − =C ⇒ C = Ln − .
3 6 1 + 3 3 3 2 3
y − 3
A equação pedida é Ln − 6x = 1
y + 3
∫ ∫
dy dy 1 dy 1
2. x = y2 − y ⇒ − dx = 0 ⇒ − dx = C1 logo a
y − y y2 − y
dx 2 x x
y − 1
solução geral é Ln − Lnx = LnC ⇔ y − 1 = Cxy
y
(a) Quando passa por (0, 1) ⇒ y − 1 = Cxy ⇒ C = 0. A equação pedida
é y=1

(b) Quando passa por (0, 0) ⇒ y − 1 = Cxy ⇒ −1 = 0. A equação


pedida não existe.
1 1 1 1
(c) Quando passa por ( , ) ⇒ −1 = C ⇒ C = −2. A equação
2 2 2 4
pedida é y − 1 = −2xy.

Exercício 2.2.12.
Verifique se as seguintes equações diferenciais são exatas, e resolva as que forem.
Solução.

1. (2xy + x)dx + (x2 + y)dy = 0. Temos M (x, y) = 2xy + x, N (x, y) = x2 + y, então


∂M ∂N
= 2x, = 2x.
∂y ∂x
∂F
Sim, é exata. seja (x, y) = M (x, y) então
∂x

1
F (x, y) = (2xy + x)dx = x2 y + x2 + u(y)
2
62 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∂F
Por outro lado, (x, y) = N (x, y) então
∂y

∂F 1
(x, y) = x2 + u′ (y) = x2 + y ⇒ u(y) = y 2
∂y 2

1 1
Portanto, a solução geral da equação é x2 y + x2 + y 2 = C.
2 2
2. (y + 2xy 3 )dx + (1 + 3x2 y 2 + x)dy = 0. Temos M (x, y) = y + 2xy 3 , N (x, y) =
∂M ∂N
1 + 3x2 y 2 + x, então = 1 + 6xy 2 , = 6xy 2 + 1.
∂y ∂x
∂F
Sim, é exata. seja (x, y) = M (x, y) então
∂x

F (x, y) = (y + 2xy 3 )dx = xy + x2 y 3 + u(y)

∂F
Por outro lado, (x, y) = N (x, y) então
∂y

∂F
(x, y) = x + 3x2 y 2 + u′ (y) = 1 + 3x2 y 2 + x ⇒ u(y) = y
∂y

Portanto, a solução geral da equação é xy + x2 y 3 + y = C.


∂M
3. yexy dx + xexy dy = 0. Temos M (x, y) = yexy , N (x, y) = xexy , então =
∂y
∂N
exy (1 + xy), = exy (1 + yx).
∂x
∂F
Sim, é exata. seja (x, y) = M (x, y) então
∂x

F (x, y) = yexy dx = exy + u(y)

∂F
Por outro lado, (x, y) = N (x, y) então
∂y

∂F
(x, y) = xexy + u′ (y) = xexy ⇒ u(y) = C1
∂y

Portanto, a solução geral da equação é exy = C.

4. xexy dx + yexy dy = 0

5. 3x2 y 2 dx + (2x3 y + 4y 3 )dy = 0


Christian José Quintana Pinedo 63

6. ydx + xdy = 0

7. (x − y)dx + (x + y)dy = 0

8. (ysenx + xy cos x)dx + (xsenx + 1)dy = 0. Temos M (x, y) = ysenx + xy cos x,


∂M ∂N
N (x, y) = xsenx + 1, então = senx + x cos x, = senx + x cos x.
∂y ∂x
∂F
Sim, é exata. seja (x, y) = M (x, y) então
∂x

F (x, y) = (ysenx + xy cos x)dx = yxsenx + u(y)

∂F
Por outro lado, (x, y) = N (x, y) então
∂y

∂F
(x, y) = xsenx + u′ (y) = xsenx + 1 ⇒ u(y) = y
∂y

Portanto, a solução geral da equação é yxsenx + y = C.

9. x(2x2 +y 2 )+y(x2 +2y 2 )y ′ = 0. Temos M (x, y) = x(2x2 +y 2 ), N (x, y) = y(x2 +2y 2 ),


∂M ∂N
então = 2xy, = 2yx.
∂y ∂x
∂F
Sim, é exata. seja (x, y) = M (x, y) então
∂x

1 1
F (x, y) = (2x3 + xy 2 )dx = x4 + x2 y 2 + u(y)
2 2

∂F
Por outro lado, (x, y) = N (x, y) então
∂y

∂F 1
(x, y) = x2 y + u′ (y) = yx2 + 2y 3 ⇒ u(y) = y 4
∂y 2

Portanto, a solução geral da equação é x4 + x2 y 2 + y 4 = C.

10. (3x2 + 6xy 2 )dx + (6x2 y + 4y 3 )dy = 0. Temos M (x, y) = 3x2 + 6xy 2 , N (x, y) =
∂M ∂N
6x2 y + 4y 3 , então = 12xy, = 12xy.
∂y ∂x
∂F
Sim, é exata. seja (x, y) = M (x, y) então
∂x

F (x, y) = (3x2 + 6xy 2 )dx = x3 + 3x2 y 2 + u(y)
64 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∂F
Por outro lado, (x, y) = N (x, y) então
∂y

∂F
(x, y) = 6x2 y + u′ (y) = 6x2 y + 4y 3 ⇒ u(y) = y 4
∂y

Portanto, a solução geral da equação é x3 + 3x2 y 2 + y 4 = C.

Exercício 2.2.13.
Para cada uma das equações, determine o valor da constante k para que a equação
seja exata.
Solução.

1. (y 3 + kxy 4 − 2x)dx + (3xy 2 + 20x2 y 2 )dy = 0

Temos M (x, y) = y 3 + kxy 4 − 2x, N (x, y) = 3xy 2 + 20x2 y 3 , então

∂M ∂N
= 3y 2 + 4kxy 3 , = 3y 2 + 40xy 3 ⇒ 3y 2 + 4kxy 3 = 3y 2 + 40xy 3
∂y ∂x

Para ser exata k = 10.

2. (2xy 2 + yex )dx + (2x2 y + kex − 1)dy = 0

Temos M (x, y) = 2xy 2 + yex , N (x, y) = 2x2 y + kex − 1, então

∂M ∂N
= 4xy + ex , = 4xy + kex ⇒ 4xy + ex = 4xy + kex
∂y ∂x

Para ser exata k = 1.

3. (2x − ysenxy + ky 4 )dx − (20xy 3 + xsenxy)dy = 0

Temos M (x, y) = 2x − ysenxy + ky 4 , N (x, y) = −(20xy 3 + xsenxy), então

∂M ∂N
= −senxy − yx cos xy + 4ky 3 , = −20y 3 − senxy − xy cos xy
∂y ∂x

⇒ −senxy − yx cos xy + 4ky 3 = −20y 3 − senxy − xy cos xy ⇒

Para ser exata k = 5.

4. (6xy 3 + cos y)dx + (kx2 y 2 − xseny)dy = 0


Christian José Quintana Pinedo 65

Exercício 2.2.14.
Determine a solução geral para as seguintes equações homogêneas.
Solução.

dy du
1. 4x − 3y + y ′ (2y − 3x) = 0. Seja y = ux ⇒ =u+x .
dx dx

y dy du y
4x − 3y + y ′ (2y − 3x) = 0 ⇒
4−3 +( = u + x )(2 − 3) = 0 ⇒
x dx dx x
∫ ∫
dx 2u − 3
2u dx − 6u + 4 + x(2u − 3)du = 0 ⇒
2
+ du = 0
x 2u − 6u + 4
2

1 1
Lnu + Ln(2u2 − 6u + 4) = LnC1 ⇒ Ln(2y 2 − 6xy + 4x2 ) = LnC1
2 2

Portanto, 2y 2 − 6xy + 4y 2 = C é a solução geral



2. xy ′ = y + y 2 − x2

3. 2xy ′ (x2 + y 2 ) = y(y 2 + 2x2 )

4. 4x2 + xy − 3y 2 + y ′ (y 2 − 5x2 + 2xy) = 0

2xy
5. y′ =
3x2 − y 2

6. 4x2 − xy + y 2 + y ′ (x2 − xy + 4y 2 ) = 0

7. xy ′ = y 2 − x2

8. (y 2 − 3x2 )dy = −xydx

9. y 3 dx + 2(x3 − xy 2 )dy = 0

10. (y − xy ′ )2 = x2 + y 2

11. 3x + y − 2 + y ′ (x − 1) = 0

12. 2x + 2y − 1 + y ′ (3x − 7y − 3) = 0

Exercício 2.2.15.
Para os seguintes exercícios, determine a solução das equações que satisfazem as con-
dições dadas.
Solução.
66 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1. y ′ − 2xy = cos x − 2xsenx, onde y é função limitada quando x → ∞. Temos


∫ ∫
y ′ − 2xy = cos x − 2xsenx ⇒ e −2xdx
(y ′ − 2xy) = e −2xdx
(cos x − 2xsenx)
∫ ∫
−x2 −x2
e−x xsenxdx + C =
2
logo e y= e cos xdx − 2

∫ ∫
−x2 −x2
e−x cos xdx + C
2
= e cos xdx + e senx −

Pelas condições do problema, quando x → ∞, temos |y| ≤ M de onde C = 0, logo


y = senx.
√ √ √
2. 2 xy ′ − y = −sen x − cos x , onde y é limitada quando x → +∞.

3. y ′ − yLn2 = 2senx (cos x − 1)Ln2, onde y é limitada quando x → +∞.

4. 2x2 y ′ − xy = 2x cos x − 3senx, onde y → 0 quando x → +∞.

sen2 x
5. y ′ senx − y cos x = − , onde y → 0 quando x → ∞.
x2
π
6. (1+x2 )Ln(1+x2 )y ′ −2xy = Ln(1+x2 )−2x arctan x, onde y → − quando x → −∞.
2

− 2x
dx 1
= e−Ln(Ln(1+x
2 ))
O fator de integrante é e (1+x2 )Ln(1+x2 ) = , logo
Ln(1 + x2 )

d 1 1 2x arctan x
[y · ] = − ⇒
dx Ln(1 + x2 ) (1 + x2 )Ln(1 + x2 ) (1 + x2 )Ln2 (1 + x2 )

∫ ∫
1 1 2x arctan x
y· = dx − dx ⇒
Ln(1 + x2 ) (1 + x2 )Ln(1 + x2 ) (1 + x2 )Ln2 (1 + x2 )

[ ∫ ]
1 − arctan x 1
y· = Ln(Ln(1 + x )) −
2
+ dx ⇒
Ln(1 + x2 ) Ln(x2 + 1) (1 + x2 )Ln(1 + x2 )

1 arctan x
y· 2
=− +C ⇒ y = CLn(x2 + 1) + arctan x
Ln(1 + x ) Ln(x2 + 1)
π
Para y → − quando x → −∞ então C = 0.
2
Portanto, y = arctan x é solução particular da equação.
Christian José Quintana Pinedo 67

1 1 1
7. y ′ − ex y =2
sen − ex cos , onde y → 2 quando x → −∞.
x x x
1 1 1 d 1 1
Temos y ′ − 2 sen = ex y − ex cos ⇒ [y − cos ] = ex [y − cos ] ⇒
x x x dx x x
∫ ∫
1 1 1
d[y − cos ] = ex dx + C1 ⇒ Ln[y − cos ] = ex + C1 ⇒
1 x x
[y − cos ]
x
1 x 1 x
y − cos = Cee ⇒ y(x) = − cos + Cee
x x
1
Quando x → −∞ temos que ee → e0 = 1 e cos →0 ⇒
x
C = 2.
x
1
y(x) = − cos
x
Portanto a solução da equação é + 2ee .
x
8. y ′ − yLnx = −(1 + 2Lnx)x−x , onde y → 0 quando x → +∞.

O fator de integrante é e− Lnxdx
= e−x(Lnx−1) = ex x−x , logo

d x −x
[e x y] = −ex x−x · (1 + 2Lnx)x−x ⇒ x −x
e x y= ex x−2x (1 + 2Lnx)dx + C
dx

ex x−x y = −ex x−2x + C ⇒ y = −x−x + Ce−x xx

Para y → 0 quando x → 0 então C = 0.


Portanto, y = x−x é solução particular da equação.

Exercício 2.2.16.
Um tubo em forma de U está cheio (Figura (2.1)) com um líquido homogêneo, que
é levemente comprimido em um dos lados do pistão. O pistão é removido e o nível do
líquido em cada ramo oscila. Determine a altura do nível do líquido em um dos ramos
em função do tempo.
Solução.

Consideremos o fluido ideal.


São características do fluido ideal, quando:
1. O escoamento é uniforme: A velocidade do fluido em
qualquer ponto não muda com o tempo, em magnitude, em
direção e em sentido.
2. O escoamento é incompressível: A densidade do
fluido é constante.
3. O escoamento é não-viscoso: Então um objeto se Figura 2.1:
movendo através do fluido não experimenta nenhuma força
resistiva devido à viscosidade.
68 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

4. O escoamento é irrotacional: Então um corpo imerso


no fluido não gira em torno do eixo que passa pelo seu centro de massa.
Quando o nível em um dos ramos do tubo em U desce de uma quantidade y, a diferença
de pressão do líquido entre os dois ramos é

△p = 2ρgy

onde ρ e a densidade do líquido e g e a aceleração da gravidade. Dessa forma, a força


restauradora pode ser escrita como

F = −A△p = 2ρAgy

onde A é a área da seção transversal do tubo. Temos então que

d2 y d2 y 2ρAg
m 2 = −2ρAgy ⇒ + y=0
dt dt2 m

mas,
2ρAg 2ρAg 2ρAg 2g
= = =
m ρV ρAℓ ℓ
dai
d2 y 2g
+ y=0
dt2 ℓ
onde ℓ e o comprimento total da coluna líquida e m = ρV e√a massa total de líquido.
2g 2g
A equação característica é r2 + = 0 de onde r = ± i, logo
ℓ ℓ

iωt −iωt 2g
y(t) = C1 e + C2 e onde ω =

Ainda podemos escrever

y(t) = A cos ϕ cos ωt − Asenϕsenωt = A cos(ωt + ϕ)

onde
C1 + C2 + A cos ϕ e C1 − C2 = −Asenϕ

2g
Portanto, y(t) = A cos( t + ϕ)

Christian José Quintana Pinedo 69

2.3 Solução de equações de primeira ordem


Exercícios 2-3

Exercício 2.3.1.
Determine a função M (x, y) para que a equação
( 1)
M (x, y) + xex y + 2xy + dy = 0
x

seja exata.
Solução.
1 ∂N 1
Seja N (x, y) = xex y + 2xy + , então = ex y + xex y + 2y − 2 , logo
x ∂x x

∂M 1 1 y
= ex y + xex y + 2y − 2 ⇒ M (x, y) = [(1 + x)ex + 2]y 2 − 2
∂y x 2 x

1 y
Portanto, M (x, y) = [(1 + x)ex + 2]y 2 − 2 = u(x) onde u(x) é função só de x.
2 x
Exercício 2.3.2.
Determine a função N (x, y) para que a equação
(√ √ x )
y x−1 + dx + N (x, y)dy = 0
x2 + y

seja exata.
Solução.
√ √ −1 x ∂M 1 x
Seja M (x, y) = y x + , então = √ − 2 , logo
x2 +y ∂y 2 xy (x + y)2

∂N 1 x x 1
= √ − 2 ⇒ N (x, y) = √ + + h(y)
∂x 2 xy (x + y)2 y 2(x2 + y)

x 1 2
Portanto, N (x, y) = + (x + y)−1 + h(y) onde h(y) é função só de y.
y 2
Exercício 2.3.3.
My − Nx ∫t
Mostre, se = R(xy) então e R(s)ds é um fator integrante , onde t = xy.
yN − xM
Solução.
Seja a equação linear de primeira ordem M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 e I(x, y) um
fator integrante, pela Propriedade 2.4, temos
[ ]
∂M ∂N ∂I ∂I
I(x, y) − = N (x, y) − M (x, y) ⇒
∂y ∂x ∂x ∂y
70 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∂I ∂I
I(x, y) · [My − Nx ] = N (x, y) − M (x, y) ⇒
∂x ∂y
isto é dividindo por yN − xM e usando a hipótese
[ ] [ ]
N (x, y) ∂I M (x, y) ∂I
I(x, y) · R(xy) = · − ·
yN − xM ∂x yN − xM ∂y

então

Exercício 2.3.4.
Quais são as condições para que M dx + N dy = 0 tenha um fator integrante da forma
I(x + y)?
Solução.

Exercício 2.3.5.
1
Mostre, se M dx + N dy = 0 é homogênea então I(x, y) = é um fator
xM + yN
integrante.
Solução.

Exercício 2.3.6.
Para cada um dos seguintes exercícios, determine um fator integrante apropriado para
cada equação, e resolva-a.
Solução.

1. (y + 1)dx − xdy = 0.
Primeira solução : Podemos escrever

dy 1 1 ∫ 1
y′ − y = e−
1
(y + 1) − x =0 ⇒ ⇒ x
dx
=
dx x x x

1
Portanto o fator integrante é I(x) = .
x
A solução da equação é:
[ ] [ ] ∫
1 ′ 1 1 d 1 1 1 1
y − y= ⇒ y· = 2 ⇒ y· = dx
x x x dx x x x x2
Christian José Quintana Pinedo 71

1 1
⇒ y· =− +C ⇒ y = Cx − 1
x x

A solução geral é y = Cx − 1.
Segunda solução : Sejam M (x, y) = y + 1, N (x, y) = −x.
∂M ∂N 1 ∂M ∂N 2
Como = 1 ̸= = −1. Pela Observação 2.11 temos ( − )= =
∂y ∂x N ∂y ∂x −x
∫ 1
g(x) um fator integrante é I(x, y) = e− g(x)dx = 2 .
x
1
Multiplicando a equação (y + 1)dx − xdy = 0 pelo fator integrante resulta
x2
1 f = 1 (y + 1) e N e = −1 ⇒
2
[(y + 1)dx − xdy = 0] ⇒ M 2
x x x

dF f ⇒ F (x, y) = 1 1
=M (y + 1)dx + g(y) = − (y + 1) + g(y) ⇒
dx x2 x
dF 1 e = −1
= − + g ′ (y) = N ⇒ g(y) = C2
dy x x

1
Como F (x, y) = − (y + 1) + C2 = C1 ⇒ y = Cx − 1
x
A solução geral é y = Cx − 1.
Terceira solução : A equação (y + 1)dx − xdy = 0 podemos escrever na forma
1
ydx − xdy + dx = 0 um fator integrante é − 2
x

ydx − xdy 1 y 1
⇒ − 2
− 2 dx = 0 ⇒ d( ) − 2 dx = 0
x x x x
∫ ∫
y 1 y 1
d( ) − 2
dx = C ⇒ + =C
x x x x

Portanto, a solução geral é y = Cx − 1.

2. ydx + (1 − x)dy = 0

Esta equação podemos escrever na forma ydx − xdy + dy = 0, um fator integrante


1 ydx − xdy 1 x 1
é 2
, logo 2
+ 2 dx = 0 ⇒ d( ) + 2 dx = 0 ⇒
y y y y y
∫ ∫
x 1 x 1
d( ) + dx = C ⇒ − =C
y y2 y y

Portanto, a solução geral é x = Cy + 1.

3. (x2 + y + y 2 )dx − xdy = 0


72 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Podemos escrever na forma ydx − xdy + (x2 + y 2 )dx = 0, multiplicando pelo fator
1
integrante I(x, y) = − 2 temos
x + y2

ydx − xdy (x2 + y 2 ) y


− − 2 dx = 0 ⇒ d(arctan ) − dx = 0 ⇒
x2 + y 2 x + y2 x
∫ ∫
y y
⇒ d(arctan ) − dx = C ⇒ arctan − x = C
x x

Portanto, y = x tan(x + C).

4. (y + x2 y 3 )dx + xdy = 0
Podemos escrever na forma ydx + xdy + x2 y 3 dx = 0 logo

ydx + xdy 1 1 1 1
+ dx = 0 ⇒ − d( ) + dx = 0 ⇒
x3 y 3 x 2 (xy)2 x
∫ ∫
1 1 1 1
− d( )+ dx = C ⇒ − + Lnx = C
2 (xy)2 x 2(xy)2

Portanto, 2(xy)2 Lnx = 2(xy)2 C + 1 é a solução geral.

5. (y + x4 y 2 )dx + xdy = 0
Sejam M (x, y) = y + x4 y 2 , N (x, y) = x.
∂M ∂N ∂M ∂N
Como = 1 + 2x4 y, = 1, então − = 2x4 y
∂y ∂x ∂y ∂x
Seja I = I(x, y) um fator integrante, como M = y · (1 + x4 y) e N = x · g(x, y),
1 1
pela Propriedade 2.4 − (3) temos que I(x, y) = = 5 2 é o fator
x(y + x y ) − y(x)
4 2 xy
integrante procurado, logo

1 [ ] 1 1 1
(y + x4 y 2 )dx + xdy = 0 ⇒ ( + )dx + 4 2 dy = 0
x5 y 2 5
xy x xy

6. (3x2 y − x2 )dx + dy = 0

7. dx − 2xydy = 0
Sejam M (x, y) = 1, N (x, y) = −2xy.
∂M ∂N ∂M ∂N
Como = 0, = −2y, então − = 2y
∂y ∂x ∂y ∂x
Seja I = I(x, y) um fator integrante, pela Propriedade 2.4 temos

1 ( ∂M ∂N ) 1 ∫ 1
I = e−
1
− ≡ g(x) = − ⇒ x
dx
=
N ∂y ∂x x x
Christian José Quintana Pinedo 73

1
logo dx − 2ydy = 0 é exata
x
A solução geral é y 2 = Lnx = C.

8. 2xydx + y 2 dy = 0

9. ydx − 3ydy = 0
( x)
10. 2xy 2 + 2 dx + 4x2 ydy = 0
y

11. xy 2 dx + (x2 y 2 + x2 y)dy = 0

12. xy 2 dx + x2 ydy = 0

Exercício 2.3.7.
Para cada um dos seguintes exercícios, achar o fator integrante e resolver pelo método
da exatas.
Solução.

1. (cos 2y − senx)dx − 2 tan x · sen2ydy = 0


Sejam M (x, y) = cos 2y − senx, N (x, y) = −2 tan x · sen2y.
∂M ∂N ∂M ∂N
Como = −2sen2y, = −2 sec2 x · sen2y, então − = −2sen2y +
∂y ∂x ∂y ∂x
−2 sec2 x · sen2y = 2 tan2 xsen(2y), por outro lado,
[ ]
1 ∂M ∂N 2 tan2 x · sen(2y)
− = = − tan x
N ∂y ∂x −2 tan x · sen(2y)


Pela Observação 2.11, temos que o fator integrante é I(x, y) = e − tan xdx =
eLn cos x = cos x. Multiplicando pelo fator integrante a equação original temos

cos x[(cos 2y − senx)dx − 2 tan xsen2ydy] = 0 (2.1)

f(x, y) = cos x(cos 2y − senx),


Sejam M e (x, y) = −2 cos x tan xsen2y.
N
Resolvendo pelo método da exatas (2.1).

∂F e (x, y)
=N ⇒ F (x, y) = −2 cos x tan xsen2ydy + u(x) ⇒
∂y

F (x, y) = cos(2y)senx + u(x)

∂F
Logo, = cos(2y) cos x + u′ (x) de onde
∂x
74 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∂F f ⇒
= cos(2y) cos x + u′ (x) = cos x(cos 2y − senx) = M
∂x
1 1
u′ (y) = − cos xsenx = cos2 x ⇒ F (x, y) = cos(2y)senx + cos2 x = C
2 2
1
Portanto, a solução da equação é senx cos(2y) + cos2 x = C.
2
2. (3xy 3 + 4y)dx + (3x2 y 2 + 2x)dy = 0

Resposta: x3 y 3 + 2x2 y = C

3. 2xyLnydx + (x2 + y 2 y 2 + 1)dy = 0

Sejam M (x, y) = 2xyLny, N (x, y) = x2 + y 2 y 2 + 1 então

∂M ∂N ∂M ∂N
= 2x(Lny + 1), = 2x ⇒ − = 2xLny
∂y ∂x ∂y ∂x
∂M
− ∂N
2xLny 1 ∫ 1
I(x, y) = e−
∂y ∂x 1
= =− ⇒ y =
−M −2xyLny y y

Multiplicando a equação original pelo fator integrante I(x, y) = e−
1
y = y1 , temos
que resolver a equação
( √ )
x2 2
2xLnydx + + y y + 1 dy = 0
y

esta última equação é exata



∂F x2
F (x, y) = 2xLnydx + v(y) = x2 Lny + v(y) ⇒ = + v ′ (y)
∂y y

assim

∂F x2 x2 √ 1√ 2
= + v ′ (y) = + y y2 + 1 ⇒ v(y) = (y + 1)3
∂y y y 3

1√ 2
Portanto, a solução da equação é: x2 Lny +
(y + 1)3 = C.
3
[ ] ( )
x 1 1 1 1 x
4. √ + + dx + √ + − dy = 0
x2 + y 2 x y x2 + y 2 y y 2

2y 3 3y 2
5. (3x2 tan y − )dx + (x3
sec 2
y + 4y 3
+ )dy = 0
x3 x2
Christian José Quintana Pinedo 75
[ ]
x2 + y 2 x2 + y 2
6. 2x + dx = dy
x2 y xy 2
[ ]
sen2x sen2 x
7. + x dx + (y − )dt = 0
y y2

8. (3x2 − 2x − y)dx + (2y − x + 3y 2 )dy = 0


[ ]
xy y √
9. √ + 2xy − dx + ( 1 + x2 + x2 − Lnx)dy = 0
1 + x2 x

Exercício 2.3.8.
dy 3x2 y + y 2
Achar a solução particular da equação =− 3 que passa pelo ponto y(1) =
dx 2x + 3xy
−2.
Solução.

Este é um PVI
Sejam M (x, y) = 3x2 y + y 2 , N (x, y) = 2x3 + 3xy então

∂M ∂N ∂M ∂N
= 3x2 + 2y, = 6x2 + 3y ⇒ − = −(3x2 + y)
∂y ∂x ∂y ∂x
[ ]
1 ∂M ∂N −(3x2 + y) 1
− = 2
=−
M ∂y ∂x y(3x + y) y

Pela observação 3.11 um fator integrante I(x, y) = e− − y1 dy
= y, logo temos que
resolver a equação

dy 3x2 y + y 2
=− 3 ⇔ y(3x2 y + y 2 )dx + y(2x3 + 3xy)dy = 0
dx 2x + 3xy

esta equação é exata


∂F
Seja = y(3x2 y + y 2 ) então
∂x

F (x, y) = y(3x2 y + y 2 )dx + u(y) = x3 y 2 + y 3 x + u(y) ⇒

F (x, y) = x3 y 2 + y 3 x + u(y) (2.2)

Derivando respeito de y temos

∂F
= 2x3 y + 3y 2 x + u′ (y) ⇒
∂y

2x3 y + 3y 2 x + u′ (y) = y(2x3 + 3xy) ⇒ u(y) = C2

Na igualdade (2.2) x3 y 2 + y 3 x + C2 = C1 ou x3 y 2 + y 3 x = C
76 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Pelo dado y(1) = −2, quando x = 1 segue y = −2, assim 13 (−2)2 + (−2)3 · 1 = C ⇒
C = 4.
Portanto, x3 y 2 + y 3 x = 4 é a solução do pvi.

Exercício 2.3.9.
Mostre que a solução geral da equação

(xn y n+1 + ay)dx + (xn+1 y n + bx)dy = 0

é da forma {
xn y n = nLn(Cx−a y −b ), se n ̸= 0
xy = C1 x−a y −b , se n = 0
Solução.

Suponhamos n ̸= 0
Sejam M (x, y) = xn y n+1 + ay, N (x, y) = xn+1 y n + bx então

∂M ∂N ∂M ∂N
= (n + 1)xn y n + a, = (n + 1)xn y n + b ⇒ − =a−b
∂y ∂x ∂y ∂x

Por outro lado, xM − yN = x(xn y n+1 + ay) − y(xn+1 y n + bx) = xy(a − b) então como

My − Nx (a − b) 1
= = = R(xy)
yN − xM −xy(a − b) −xy

∫t
pelo Exercício (2.3.3) temos que I(x, y) = e R(s)
ds = (xy)−1 é um fator integrante
A equação exata a resolver é

(xy)−1 (xn y n+1 + ay)dx + (xy)−1 (xn+1 y n + bx)dy = 0

∂F
Seja = (xy)−1 (xn y n+1 + ay) então
∂x
∫ ∫
−1 n n+1
F (x, y) = (xy) (x y + ay)dx + u(y) = (xn−1 y n + ax−1 )dx + u(y) ⇒

1 n n
F (x, y) = x y + aLnx + u(y) (2.3)
n
Derivando respeito de y temos

∂F
= xn y n−1 + u′ (y) = (xy)−1 (xn+1 y n + bx) ⇒
∂y

xn y n−1 + u′ (y) = xn y n−1 + by −1 ⇒ u(y) = bLny


Christian José Quintana Pinedo 77

Na igualdade (2.3)

1 n n
F (x, y) = x y + aLnx + bLny = C1
n
1 n n
x y = C − aLnx − bLny ⇒ xn y n = n · Ln[Cx−a y −b ]
n
Portanto, se n ̸= 0 então xn y n = n · Ln[Cx−a y −b ] é a solução geral.
Se n = 0 temos (y + ay)dx + (x + bx)dy = 0, neste caso temos que o fator integrante
podemos calcular de

My − Nx (a − b) 1
= = = R(xy)
yN − xM −xy(a − b) −xy

∫t
pelo Exercício (2.3.3) temos que I(x, y) = e R(s)
ds = (xy)−1 é um fator integrante
A equação exata a resolver é

(xy)−1 (y + ay)dx + (xy)−1 (x + bx)dy = 0

∂F
Seja = (xy)−1 (y + ay) então
∂x
∫ ∫
F (x, y) = (xy) (y + ay)dx + u(y) = (1 + a)x−1 dx + u(y)
−1

F (x, y) = (1 + a)Lnx + u(y) (2.4)

Derivando respeito de y temos

∂F
= u′ (y) = (xy)−1 (x + bx) ⇒ u′ (y) = (1 + b)y −1 ⇒ u(y) = (1 + b)Lny
∂y

Na igualdade (2.6)

F (x, y) = (1 + a)Lnx + (1 + b)Lny = C1 ⇒ x1+a y 1+b = C

Portanto, se n = 0 então xy = x−a y −b C é a solução geral.


Segunda solução.
Temos (xn y n+1 + ay)dx + (xn+1 y n + bx)dy = 0 ⇒

xn y n (ydx + xdy) + (aydx + bxdy) = 0

Pelos resultados da Tabela 2.1 temos


78 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

xn y n (ydx + xdy) + (aydx + bxdy) = 0

1
(xy)n (ydx + xdy) + (aydx + bxdy) = 0 ⇒ (xy)n d(xy) + d(xa y b ) = 0 ⇒
xa−1 y b−1

considerando u = xy e v = xa y b segue
∫ ∫
u 1
n
u du + dv = 0 ⇒ u n−1
du + dv = 0
v v

Se n = 0 ⇒ Lnu + Lnv = LnC ⇒ uv = C, isto é xa+1 y b+1 = C de onde


xy = x−a y −b C.
1 n
Se n ̸= 0 ⇒ u + Lnv = LnC ⇒ un = nLn(Cv −1 , isto é (xy)n =
n
nLn(Cx−a y −b ) de onde xn y n = nLn(Cx−a y −b ).

Exercício 2.3.10.
Mostre que a solução geral da equação

(xn+1 y n + ay)dx + (xn y n+1 + ax)dy = 0

é da forma {
(n − 1)(xy)n−1 (x2 + y 2 − C) = 2a, se n ̸= 1
x2 + y 2 − C = −2aLn(xy), se n = 1
Solução.

Suponhamos n ̸= 1
Sejam M (x, y) = xn+1 y n + ay, N (x, y) = xn y n+1 + ax então

∂M ∂N ∂M ∂N
= ny n−1 xn+1 + a, = nxn−1 y n+1 + a ⇒ − = nxn−1 y n−1 (x2 − y 2 )
∂y ∂x ∂y ∂x

Por outro lado, xM − yN = x(xn+1 y n + ay) − y(xn y n+1 + ax) = xn y n (x2 − y 2 ) então
como
My − Nx nxn−1 y n−1 (x2 − y 2 ) n
= = = R(xy)
yN − xM −xn y n (x2 − y 2 ) −xy
∫t
pelo Exercício (2.3.3) temos que I(x, y) = e R(s)
ds = (xy)−n é um fator integrante
A equação exata a resolver é

(xy)−n (xn+1 y n + ay)dx + (xy)−n (xn y n+1 + ax)dy = 0


Christian José Quintana Pinedo 79

∂F
Seja = (xy)−n (xn+1 y n + ay) então
∂x
∫ ∫
F (x, y) = (xy) (x y + ay)dx + u(y) = (x + ax−n y −n+1 )dx + u(y)
−n n+1 n

1 a
F (x, y) = x2 + x1−n y −n+1 + u(y) (2.5)
2 1−n
Derivando respeito de y temos

∂F
= ax−n+1 y −n + u′ (y) = (xy)−n (xn y n+1 + ax) ⇒
∂y

1
ax−n+1 y −n + u′ (y) = y + ax−n+1 y −n ⇒ u(y) = y 2
2
Na igualdade (2.5)

1 a 1
F (x, y) = x2 + x−n+1 y −n+1 + y 2 = C
2 1−n 2

1 2 a
(x + y 2 ) − C1 = x−n+1 y −n+1 ⇒ (n − 1)[(x2 + y 2 ) − C] = 2ax−n+1 y −n+1
2 n−1
Portanto, se n ̸= 1 então (n − 1)(xy)n−1 (x2 + y 2 − C) = 2a é a solução geral.
Se n = 1 temos (x2 y+ay)dx+(xy 2 +ax)dy = 0, neste caso temos que o fator integrante
é calculado de
My − Nx (x2 − y 2 ) 1
= = = R(xy)
yN − xM −xy(x − y )
2 2 −xy
∫t
pelo Exercício (2.3.3) temos que I(x, y) = e R(s)
ds = (xy)−1 é um fator integrante
A equação exata a resolver é

(xy)−1 (x2 y + ay)dx + (xy)−1 (xy 2 + ax)dy = 0

∂F
Seja = (xy)−1 (x2 y + ay) então
∂x
∫ ∫
F (x, y) = (xy) (x y + ay)dx + u(y) = (x + ax−1 )dx + u(y)
−1 2

1
F (x, y) = x2 + aLnx + u(y) (2.6)
2
Derivando respeito de y temos

∂F 1
= u′ (y) = (xy)−1 (xy 2 + ax) ⇒ u′ (y) = y + ay −1 ⇒ u(y) = y 2 + aLny
∂y 2
80 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Na igualdade (2.6)

1 1
F (x, y) = x2 + aLnx + y 2 + aLny = C
2 2

Portanto, se n = 1 então (x2 + y 2 − C) = −2aLnx é a solução geral.

Exercício 2.3.11.
Determine se possível a solução geral das equações diferenciais.

dy 1 + y2
1. (x − 1)dy − ydx = 0 2. =
dx (1 + x2 )xy
3. (x2 − y 2 )dx − 2xydy = 0 4. (x + y 2 )dx − xydy = 0
2

5. (x − y)dx − (x + y)dy = 0 6. (2x − y + 1)dx − (x + 3y − 2)dy = 0


2x y 2 − 3x2
7. dx + dy = 0 8.
y3 y4
[ ] [ ]
y √ 1
9. y cos(xy) + √ dx + x cos(xy) + 2 x + dy = 0
x y
Solução.

1. (x − 1)dy − ydx = 0
1 1
Temos (x − 1)dy − ydx = 0 ⇒ dy − dx = 0 ⇒
y (x − 1)
∫ ∫
1 1
dy − dx = LnC ⇒ Ln(y) − Ln(x − 1) = LnC ⇒
y (x − 1)
[ ]
y y
Ln = LnC ⇒ =C
x−1 x−1

Portanto, a solução geral é y = C(x − 1).

dy 1 + y2
2. =
dx (1 + x2 )xy
dy 1 + y2 y 1
Temos = ⇒ dy = dx ⇒
dx (1 + x2 )xy 1+y 2 (1 + x2 )x
∫ ∫ ∫ [ ]
y 1 1 1 x
dy − dx = C1 ⇒ Ln(1 + y 2 ) − − dx = C1
1 + y2 (1 + x2 )x 2 x 1 + x2
[ ]
1 1 (1 + y 2 )(1 + x2 )
⇒ Ln(1 + y 2 ) − Lnx + Ln(1 + x2 ) = C1 ⇒ Ln = C1
2 2 x2
x2 C x2 C
⇒ 1 + y2 = ⇒ y2 = −1
1 + x2 1 + x2
Christian José Quintana Pinedo 81

x2 C
Portanto, a solução geral é y2 = − 1.
1 + x2

3. (x2 − y 2 )dx − 2xydy = 0

Substituindo x por λx e y por λy temos uma equação homogênea de ordem dois.


Para resolver fazemos a mudança y = ux de onde dy = udx + xdu; substituindo na
equação original.

(x2 − y 2 )dx − 2xydy = 0 ⇔ (x2 − (ux)2 )dx − 2x(ux)[udx + xdu] = 0 ⇔

(1 − u2 )dx − 2u[udx + xdu] = 0 ⇔ (1 − 3u2 )dx − 2uxdu = 0 ⇔


∫ ∫
1 2u 1 1 6u 1
dx + 2 du = 0 ⇔ dx + du = LnC ⇔
x 3u − 1 x 3 3u − 1
2 3
( y )2
Lnx3 + Ln(3u2 − 1) = LnC ⇔ x3 (3u2 − 1) = C ⇔ x3 (3 − 1) = C
x
⇔ 3xy 2 − x3 = C ⇔ x3 − 3xy 2 = K onde K = −C

Portanto, a solução geral é x3 − 3xy 2 = K.

4. (x2 + y 2 )dx − xydy = 0

Substituindo x por λx e y por λy temos uma equação homogênea de ordem dois.


Para resolver fazemos a mudança y = ux de onde dy = udx + xdu; substituindo na
equação original.

(x2 + y 2 )dx − xydy = 0 ⇔ (x2 + (ux)2 )dx − x(ux)[udx + xdu] = 0 ⇔

1
(1 + u2 )dx − u[udx + xdu] = 0 ⇔ dx − xdu = 0 ⇔ dx − udu = 0
x
∫ ∫
1 1 2 /2
dx − udu = C ⇔ Lnx = C + u2 ⇔ x = eC+u ⇔
x 2
x2 x2
xe−C = e 2y2 onde C1 = e−C
2 /2
x = eC eu ⇔ ⇔ xC1 = e 2y2
x2
Portanto, a solução geral é xC1 = e 2y2 .

5. (x − y)dx − (x + y)dy = 0

Substituindo x por λx e y por λy temos uma equação homogênea de ordem um.


Para resolver fazemos a mudança y = ux de onde dy = udx + xdu; substituindo na
equação original.

(x − y)dx − (x + y)dy = 0 ⇔ (x − (ux))dx − (x + (ux))[udx + xdu] = 0 ⇔


82 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

(1 − u)dx − (1 + u)[udx + xdu] = 0 ⇔ [1 − 2u − u2 ]dx − x(1 + u)du = 0


∫ ∫
1 (u + 1) 1 1 (2u + 2) 1
dx + 2 du = 0 ⇔ dx + du = LnC
x u + 2u − 1 x 2 u + 2u − 1
2 2
1 1
Lnx + Ln(u2 + 2u − 1) = LnC ⇔ x2 (u2 + 2u − 1) = C
2 2

Substituindo a variável y = ux temos

(xu)2 + 2x(xu) − x2 ) = K ⇔ y 2 + 2xy − x2 = C

Portanto, a solução geral é y 2 + 2xy − x2 = C.

6. (2x − y + 1)dx − (x + 3y − 2)dy = 0

Resolvendo o sistema
{ {
2x − y + 1 = 0 6x − 3y = −3 1 5
⇒ ⇒ x=− ; y=
x + 3y − 2 = 0 x + 3y = 2 7 7

1 5
suponhamos x = s − e y = t + , logo dx = ds; dy = dt e substituindo na
7 7
equação original resulta (2x − y + 1)dx − (x + 3y − 2)dy = 0 ⇔

1 5 1 5
⇔ [2(s − ) − (t + ) + 1]ds − [(s − ) + 3(t + ) − 2]dt = 0 ⇔
7 7 7 7

(2s − t)ds − (s + 3t)dt = 0

Substituindo s por λs e t por λt temos uma equação homogênea de ordem um.


Para resolver fazemos a mudança t = us de onde dt = uds + sdu; substituindo na
equação transformada da original.

(2s − t)ds − (s + 3t)dt = 0 ⇔ (2s − (us))ds − (s + 3(us))[uds + sdu] = 0 ⇔

(2 − u)ds − (1 + 3u)[uds + sdu] = 0 ⇔ [2 − 2u − 3u2 ]ds − s(3u + 1)du = 0


∫ ∫
1 (3u + 1) 1 1 (6u + 2) 1
ds + 2 du = 0 ⇔ ds + du = LnC1
s 3u + 2u − 2 s 2 3u + 2u − 1
2 2
1 1
Lns + Ln(3u2 + 2u − 2) = LnC1 ⇔ s2 (3u2 + 2u − 2) = C1
2 2

Substituindo a variável t = us temos

s2 (3u2 + 2u − 2) = C1 ⇔ 3(su)2 + 2us2 − 2s2 = C1


Christian José Quintana Pinedo 83

1
assim 3t2 + 2st − 2s2 = C1 , como x = s − ; y =t+ 5
7
segue
7
5 1 5 1
3t2 + 2st − 2s2 = C1 ⇔ 3(y − )2 + 2(x + )(y − ) − 2(x + )2 = C1
7 7 7 7
5 1 5 1
3(y − )2 + 2(x + )[(y − ) − (x + )] = C1 ⇔
7 7 7 7
30 75 12 2 12 30 2
y− − 2xy + 2x2 + x − y − 3y 2 + + y + x = −C1 ⇔
7 49 7 7 49 7 7
9
2x2 − 3y 2 + 4y + 2x − 2xy = C onde C = − C1
7

Portanto, a solução geral é 2x2 − 2xy + 2x − 3y 2 + 4y = C.

2x y 2 − 3x2
7. dx + dy = 0
y3 y4
2x y 2 − 3x2 ∂M 6x ∂N 6x
Temos M (x, y) = 3 e N (x, y) = logo = − e =− 4
y y4 ∂y y4 ∂x y
logo a equação dado no problema é exata.

Cálculo da solução da equação.



2x x2
F (x, y) = dx + g(y) ⇒ F (x, y) = + g(y)
y3 y3

∂F 3x2 y 2 − 3x2
derivando em relação a y resulta = − 4 + g ′ (y) = ⇒
∂y y y4

′ 1 1 1
g (y) = 2 ⇒ g(y) = dy ⇒ g(y) = −
y y2 y

x2 x2 1
de onde F (x, y) = + g(y) = C ⇒ − = C.
y3 y3 y
x2 1
Portanto, a solução geral é − = C.
y3 y
8.
[ ] [ ]
y √ 1
9. y cos(xy) + √ dx + x cos(xy) + 2 x + dy = 0
x y
y √ 1
Temos M (x, y) = y cos(xy) + √ e N (x, y) = x cos(xy) + 2 x + logo
x y

∂M y ∂N 1
= cos(xy) − xysen(xy) + √ e = cos(xy) − xysen(xy) + √
∂y x ∂x x

assim a equação dado no problema é exata.


84 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Cálculo da solução da equação.



y √
F (x, y) = (y cos(xy) + √ )dx + g(y) ⇒ F (x, y) = sen(xy) + 2y x + g(y)
x

derivando em relação a y resulta

∂F √ √ 1
= x cos(xy) + 2 x + g ′ (y) = x cos(xy) + 2 x + ⇒
∂y y

′ 1 1
g (y) = ⇒ g(y) = dy ⇒ g(y) = Lnx
y y

de onde F (x, y) = sen(xy) + 2y x + Lnx = C.

Portanto, a solução geral é sen(xy) + 2y x + Lnx = C.

Exercício 2.3.12.
Mostre que as equações abaixo não são exatas mas tornam-se exatas quando multipli-
cadas pelo fator integrante dado ao lado. Portanto resolva as equações.

1
1. x2 y 3 dx + x(1 + y 2 )dy = 0, I(x, y) =
xy 3
( seny ) [ ]
−x cos y + 2e−x cos x
2. − 2e senx dx + dy = 0, I(x, y) = yex
y y

Solução. 1.
1
Tem-se x2 y 3 dx + x(1 + y 2 )dy = 0, I(x, y) =
xy 3
∂M ∂N
Temos M (x, y) = x2 y 3 e N (x, y) = x(1 + y 2 ) logo = 3x2 y 2 e = 1 + y2,
∂y ∂x
∂M ∂N
como ̸= logo a equação x2 y 3 dx + x(1 + y 2 )dy = 0 não é exata.
∂y ∂x
1
Multiplicando a equação pelo fator integrante I(x, y) = 3 resulta
xy

1 1 1 1
3
· x2 y 3 dx + 3 · x(1 + y 2 )dy = 0 ⇔ xdx + ( 3
+ )dy = 0
xy xy y y

1 1 ∂M
Nesta última igualdade temos M (x, y) = x e N (x, y) = 3
+ logo =0 e
y y ∂y
∂N ∂M ∂N 1 1
= 0, como = logo a equação xdx + ( 3 + )dy = 0 é exata.
∂x ∂y ∂x y y
Cálculo da solução da equação.

1
F (x, y) = xdx + g(y) ⇒ F (x, y) = x2 + g(y)
2
Christian José Quintana Pinedo 85

∂F 1 1
derivando em relação a y resulta = 0 + g ′ (y) = 3 + ⇒
∂y y y

1 1 1
g(y) = ( 3
+ )dy ⇒ g(y) = − + Lny
y y 2y 2

1 1 1 1
de onde F (x, y) = x2 − 2 + Lny = C ⇒ x2 − 2 + 2Lny = C.
2 2y 2 y
1
Portanto, a solução geral é x2 − 2 + Lny 2 = C.
y
Solução. 2. [ ]
( seny ) cos y + 2e −x
cos x
Tem-se − 2e−x senx dx + dy = 0, I(x, y) = yex
y y
seny cos y + 2e−x cos x
Temos M (x, y) = − 2e−x senx e N (x, y) = logo
y y

∂M y cos y − seny ∂N 2e−x


= e =− (cos x + senx)
∂y y2 ∂x y

∂M ∂N
como ̸= logo a equação dado no problema não é exata.
∂y ∂x
Multiplicando a equação pelo fator integrante λ(x, y) = yex resulta
( seny ) [ ]
−x cos y + 2e−x cos x
ye ·
x
− 2e senx dx + ye · x
dy = 0 ⇒
y y

(ex seny − 2ysenx)dx + (ex cos y + 2 cos x)dy = 0 (2.7)

Nesta última igualdade temos

M (x, y) = ex seny − 2ysenx e N (x, y) = ex cos y + 2 cos x

∂M ∂N
logo = ex cos y − 2senx e = ex cos y − 2
∂y ∂x
∂M ∂N
senx, como = logo a equação (2.7) é exata.
∂y ∂x
Cálculo da solução da equação.

F (x, y) = (ex seny − 2ysenx)dx + g(y) ⇒ F (x, y) = (ex seny + 2y cos x) + g(y)

derivando em relação a y resulta

∂F
= ex cos y + 2 cos x + g ′ (y) = ex cos y + 2 cos x ⇒ g ′ (y) = 0 ⇒ g(y) = C1
∂y

de onde F (x, y) = ex seny + 2y cos x + C1 = C, isto é ex seny + 2y cos x = K onde


K = C − C1
86 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Portanto, a solução geral é ex seny + 2y cos x = K.

Exercício 2.3.13.
Sabe-se que a lei de variação de temperatura de Newton afirma que:
A taxa de variação de temperatura T (t) de um corpo é proporcional diferença de
temperatura T (t) entre o corpo e o meio ambiente Tm (t).
dT
Isto é = −K(T − Tm ), onde a constante de proporcionalidade K > 0.
dt
1. Coloca-se uma barra de metal, à temperatura de 100o F em um quarto com temperatura
constante 0o F . se após 20 minutos a temperatura da barra chega à temperatura de
50o F , determine: (a) O tempo necessária para a barra chegar à temperatura de
25o F (b) A temperatura da barra após 10 minutos.

2. Um corpo com temperatura desconhecida é colocado em uma geladeira mantido à tem-


peratura constante de 0o F . se após 20 minutos a temperatura do corpo é 40o F e
após 40 minutos é 20o F , determine a temperatura inicial do corpo.

3. Coloca-se um corpo temperatura de 0o F em um quarto mantido à temperatura constante


de 100o F . Se após 10 minutos a temperatura do corpo é 25o F , determine: (a) O
tempo necessária para a temperatura do corpo atingir 50o F (b) A temperatura do
corpo após 20 minutos.

Solução. 1.
dT
Pelos dados do problema temos que (t) = −K(T (t) − Tm (t))
dt
Para um instante donde t = 0 temos T (0) = 100o F , depois de 20 minutos T (20) =
50o F .
Como Tm = 0o F é a temperatura do ambiente, da lei do resfriamento segue.
∫ ∫
dT 1
= −K(T − Tm ) ⇒ − = K · dr ⇒ −Ln(T ) = Kt + C
dt T −0

⇒ T (t) = Ae−Kt

Quando t = 0 ⇒ T (0) = 100 ⇒ 100 = A, assim T (t) = 100e−Kt .


1
Quando t = 20 ⇒ T (20) = 50 ⇒ 100e−20K = 50 ⇒ K = Ln2 logo
20
K ≈ 0, 0347. Assim, T (t) = 100e−0,0347t .
a) Seja t∗ o tempo para ficar a temperatura em 25o F , então T (t∗ ) = 25o F de onde

∗ 1
25 = 100e−0,0347t ⇒ t∗ = Ln4 ≈ 39, 9 min
0, 0347

Portanto, o tempo necessário para a barra chegar a 25o F é de 99, 9 min


Christian José Quintana Pinedo 87

b) Quando t = 10 temos T (10) = 100e−0,347 = 70, 60 F.


Solução. 2.
Seja T (t) a temperatura do corpo em qualquer instante, no instante t = 0 temos
T (0) = X temperatura desconhecida, a temperatura do meio ambiente (geladeira) diz
dT
que es constante logo Tm = 0o F . Como (t) = −K(T (t) − Tm (t)), então
dt
∫ ∫
dT 1
= −K(T − Tm ) ⇒ − = K · dr ⇒ −Ln(T ) = Kt + C
dt T −0

⇒ T (t) = Ae−Kt ⇒ T (0) = X = Ae0·K ⇒ A=X

Logo T (t) = Xe−Kt ; para um instante donde t = 20 temos T (20) = 40o F = Xe−20K ,
depois de 40 minutos T (40) = 20o F = Xe−40K , logo

1
2Xe−40K = Xe−20K ⇒ K= Ln2 ⇒ K ≈ 0, 0347
20

Assim temos T (t) = Xe−0,0347 , para determinar a temperatura inicial, escolhemos


t = 20, logo
T (20) = 40 = Xe−20(0,0347) ⇒ X = 80, 06

Portanto, a temperatura inicial aproximadamente era de 80, 06o F .


Solução. 3.
Como Tm = 100o F é a temperatura do ambiente, da lei do resfriamento segue.
∫ ∫
dT 1
= −K(T − 100) ⇒ − = K · dr ⇒ −Ln(T − 100) = Kt + C
dt T − 100

⇒ T (t) = 100 + Ae−Kt

Para um instante onde t = 0 temos T (0) = 0o F = 100 + Ae−0·K ⇒ A = −100,


logo segue T (t) = 100 − 100e−Kt .
1 4
Depois de 10 minutos T (10) = 25o F = 100 − 100e−10K ⇒ K= Ln ≈ 0, 029.
10 3
A função que descreve o fenômeno é T (t) = 100 − 100e−0,029t
a) Seja t∗ o tempo para ficar a temperatura em 50o F , então T (t∗ ) = 50o F de onde

∗ 1
50 = 100 − 100e−0,029t ⇒ t∗ = Ln2 ≈ 23, 9 min
0, 029

Portanto, o tempo necessário para a barra chegar a 50o F é de 23, 9 min


b) Quando t = 20 temos T (20) = 100 − 100e−0,0014 = 440 F.

Exercício 2.3.14.
88 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Seja N (t) a quantidade de uma substância. Sabe-se que a lei de crescimento ou de-
crescimento de uma substância afirma que:
“A taxa de variação da substância N (t) é proporcional à quantidade de substância
presente”.
dN (t)
Isto é = KN (t), onde a constante de proporcionalidade K ∈ R.
dt
1. Sabe-se que a população de Patópolis cresce a uma taxa proporcional ao número da
habitantes existentes, se após dois anos a população é o dobro da população inicial,
e após três anos é de 20.000 habitantes, determine a população inicial.

2. Certa substância radioativa decresce a uma taxa proporcional à quantidade de subs-


tância presente. Se, para uma quantidade inicial de substância de 100 miligramas,
se observa um decrescimento de 5% após dois anos, determine: (a) Uma expressão
para a quantidade restante no tempo t. (b) O tempo necessário para uma redução
de 10% da quantidade inicial.

3. Sabe-se que a população de determinada cidade cresce a uma taxa proporcional ao


número de habitantes existente; se, após 10 anos, a população triplica, e após 20
anos é de 150.000 habitantes., determine a população inicial.

Solução. 1.

dN (t) dN
Sabemos que = KN (t), então = kdt, logo LnN (t) = kt + C1 , assim
dt N
N (t) = Cekt .
Quando do início da observação t = 0 suponhamos x0 habitantes, então para t = 2 a
população é o dobro da original, isto é 2x0 habitantes.

Assim, N (0) = C = x0 , N (2) = x0 e2k = 2x0 , logo k = Ln 2. Quando t = 3 segue
√ √ 20000
N (3) = 20000 = x0 e3Ln 2 , isto é 20000 = x0 ( 2)3 assim x0 = √ ≈ 7071, 06.
8
Estima-se que a população no início da observação era de aproximadamente 7072
habitantes.
Solução. 2.
Pela parte (1.) sabemos que a função N (t) = Cekt descreve o fenômeno.
Para uma quantidade inicial de substância de 100 miligramas, então t = 0 e N (0) =
100, logo 100 = Ce0·k ⇒ C = 100 assim, N (t) = 100ekt
Quando temos um decrescimento de 5% após dois anos, segue que quando t = 2 então
N (2) = 95, assim :95 = 100e2k ⇒ k = −0, 026.
a) Uma expressão para a quantidade restante no tempo t é N (t) = 100e−0,026t .
Solução. b)
Christian José Quintana Pinedo 89

O tempo necessário para uma redução de 10% da quantidade inicial, então estamos
pensando em 90 miligramas. Seja t∗ o tempo necessário para atingir 90 miligramas, então

∗ 1 10
90 = 100e−0,026t ⇒ t∗ = Ln ≈ 4, 014
0, 026 9

Portanto, o tempo necessário para uma redução de 10% da quantidade inicial é de


4, 014 anos.
Solução. 3.
Suponhamos que hoje quando t = 0 a população inicial seja de X habitantes.
Pela parte (1.) sabemos que a função N (t) = Cekt descreve o fenômeno.
Quando t = 0 segue N (0) = X = Ce0·k ⇒ C = X. Quando t = 10 temos 3X
habitantes logo 3X = Xe10k ⇒ k ≈ 0, 1098.
Assim, N (t) = Xe0,1098t , quando t = 20 segue

150.000
N (20) = 150.000 = Xe2,196 ⇒ X= = 16687
e2,196

A população inicial foi de 16687 habitantes.

Exercício 2.3.15.
Um corpo de 1, 2 quilogramas cai à terra com velocidade inicial v0 desde uma deter-
minada altura. Na medida em que o corpo cai, a resistência do ar atua sobre o corpo.
Suponha que esta resistência em quilogramas equivale numéricamente ao dobro da velo-
cidade em metros por segundo. 1.) Determine a velocidade e a distância da queda com
1
respeito ao tempo. 2.) Qual deve ser o valor de v0 ao término de Ln2 segundos a velo-
8
cidade se duplique? Considere g = 4.8m/s2 .
Solução.
dv
Pela segunda Lei de Newton temos m = F1 + F2 , onde:
dt
W peso 1, 2
• m= = = = 0, 25
g g 4, 8
• F1 = força da queda = m · g = 1, 2

• F2 = força da resistencia do ar = −2v


dv dv
assim temos a equação 0, 25 = 1, 2 − 2v ⇒ 0, 25 = 2dt, integrando
dt 0, 6 − v
∫ ∫
dv
0, 25 =2 dt ⇒ Ln(1, 2 − v) = −8t + C ⇒ e−8t · eC = 1, 2 − v
0, 6 − v

Assim, v(t) = 1, 2 − A · e−8t onde A = eC .


Como v(0) − v0 então v(0) = v0 = 1, 2 − A · e0 , logo A = (1, 2 − v0 )
90 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1. Logo temos, v(t) = 1, 2 − (1, 2 − v0 )e−8t . Para conhecer a distância percorrida,


dx dx
consideremos v(t) = onde x(0) = 0, assim = 1, 2 − (1, 2 − v0 )e−8t ⇒
dt dt

∫t ∫t
∗ 1 1
dx = [1, 2 − (1, 2 − v0 )e−8t ]dt∗ = 1, 2t + (1, 2 − v0 )e−8t − (1, 2 − v0 )
8 8
0 0

1
Portanto, x(t) = 1, 2t + (1, 2 − v0 )(e−8t − 1)
8
1
2. Para calcular v0 tal que v( Ln2) = 2v0 , temos que resolver
8
1 1
v( Ln2) = 1, 2 − (1, 2 − v0 )e−8 8 Ln2 = 2v0
1
⇒ 1, 2 − (1, 2 − v0 ) = 2v0
8 2

Portanto, a velocidade inicial v0 = 0, 6 m/s.


Christian José Quintana Pinedo 91

2.4 Equações diferenciais não lineares de primeira or-


dem
Exercícios 2-4

Exercício 2.4.1.
Resolver as seguintes equações diferenciais. Indique quais são equações de Bernoulli.
Solução.

1. y ′ + 2y = x2 + 2x

2dx
O fator integrante é e = e2x , logo
∫ ∫
′ d 2x
2x 2x 2
e (y + 2y) = e (x + 2x) ⇔ (e · y) = e2x (x2 + 2x)dx + C ⇔
dx

[1 2 1 1]
⇔ e2y · y = x + x − e2x + C
2 2 4
1 1′ 1
Portanto, a solução geral é y = x2 + x − + Ce−2x ; não é de Bernoulli.
2 2 4
2. (x2 + 2x − 1)y ′ − (x + 1)y = x − 1

3. xLnx · y ′ − y = x3 (3Lnx − 1)

x a2
4. (a2 − x2 )y ′ + xy = a2 ⇒ y′ + y = .
(a2 − x2 ) (a2 − x2 )
∫ x
dx 1
O fator integrante é e (a2 −x2 ) =√ , logo
a − x2
2

1 x 1 a2
√ (y ′ + 2 ) = √ ( ) ⇔
a2 − x2 (a − x2 ) a2 − x2 (a2 − x2 )
∫ ∫
d 1 a2 1 x
(√ · y) = dx + C ⇔ √ ·y = √ +C
dx a − x2
2 (a2 − x2 )3 a −x
2 2 a − x2
2


Portanto, a solução geral é y = x + C a2 − x2 ; não é de Bernoulli.
2
5. (x + 1)dy − [2y + (x + 1)4 ]dx = 0 ⇒ y′ − y = (x + 1)3 .
x+1
∫ 1
e−
2
dx
O fator integrante é x+1 = , logo
(x + 1)2
[ ]
1 ′ 2 1
y − y = · (x + 1)3 ⇔
(x + 1)2 x+1 (x + 1)2
92 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
∫ [ ] ∫
d 1 (x + 1)3 1 1
· y = dx + C ⇔ · y = (x + 1)2 + C
dx (x + 1)2 (x + 1)2 (x + 1) 2 2

Portanto, a solução geral é y = 12 (x + 1)4 + C(x + 1)2 ; não é de Bernoulli.

6. 2xy ′ − y = 3x2

7. xy ′ = y + x2 senx

y ′ − 2xy = 2xex .
2
8.

e− = e−x , logo
2xdx 2
O fator integrante é

e−x [y ′ − 2xy] = e−x · 2xex


2 2 2

∫ ∫
d −x2
2e−x · xex dx + C ye−x = x2 + C
2 2 2
[e · y] = ⇔
dx
2
Portanto, a solução geral é y = ex (x2 + C); não é de Bernoulli.

9. 3xy ′ − 2y = x3 y 2 é de Bernoulli.
2 1
Assim, y −2 y ′ − x−1 y −1 = x2 . Seja z = y −1 então dz = −y −2 dy, logo
3 3

dz 2 −1 1 d( ∫ 2 −1
) 1 ∫ 2 −1
+ x z = − x2 ⇒ e 3
x dx
· z = − x2 e 3
x dx
dx 3 3 dz 3

1 1 11/3 C − x11/3
x 2/3
·z =− x8/3 dx + C1 = − x + C1 ⇒ z=
3 11 x2/3

x2/3
Portanto, y=
C − x11/3
1 1
10. 8xy ′ − y = − √ é de Bernoulli, então y −3 8xy ′ − y −2 = − √ .
y3 x+1 x+1
Seja z = y −2 então dz = −2y −3 dy, logo

dz 1 −1 1 1 d( ∫ 1 −1
) 1 1 ∫ 1 −1
+ x z= · √ ⇒ e 4
x dx
·z = · √ ·e 4
x dx
dx 4 4 x x+1 dz 4 x x+1
∫ ∫
1 x1/4 1 x1/4
x 1/4
·z = √ dx + C ⇒ zx 1/4
= √ dx + C
4 x x+1 4 x x+1

Portanto, y=

11. (xy + x2 y 3 )y ′ = 1
Christian José Quintana Pinedo 93

y ′ − y = 2xex+x . O fator integrante é e− = e−x , logo
2 dx
12.
∫ ∫
d −x
ye−x = ex + C
2 2
[e · y] = 2 xex dx + C ⇔
dx

2 +x
Portanto, a solução geral é y = ex + Cex ; não é de Bernoulli.
1 dy 1 dx
13. y′ = ⇒ = ⇒ = xseny + 2sen2y
xseny + 2sen2y dx xseny + 2sen2y dy
logo, x′ − xseny = 2sen(2y)

O fator integrante é e− senydy
= ecos y , logo

d
[xecos y ] = 2ecos y sen(2y) ⇔ xe cos y
= 2ecos y sen(2y)dy + C ⇔
dy

xecos y = −4ecos y (cos y + 1) + C

Portanto, a solução geral é x = −4(cos y + 1) + Ce− cos y ; não é de Bernoulli.


2xy
14. y′ =
x2 − y 2 − a2
y
15. y′ =
2yLny + y − x
3x2 dx x3 + y + 1 1 1
16. y′ = 3
⇒ = 2
, logo x′ − x = (y + 1)x−2 , isto
x +y+1 dy 3x 3 3
dx 1 3 1
é x2 − x = (y + 1).
dy 3 3
dz
É equação de Bernuolli, seja z = x3 ⇒ = 3x2 , de onde substituindo na
dx
última igualdade

dz d −y
− z = (y + 1) ⇒ [e y] = e−y (y + 1) ⇒ z = −(2 + y) + Cey
dy dy

Portanto, a solução geral é x3 + (2 + y) = cey .

17. y ′ + y cos x = senx cos x. O fator integrante é esenx , logo

d
[yesenx ] = esenx cos xsenx ⇒ yesenx = esenx (senx − 1) + C
dx

Portanto, a solução geral é y = (senx − 1) + Ce−senx ; não é de Bernoulli.

18. y ′ − y tan x = sec x

19. 2xy ′ − y = 3x2


94 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

20. φ(αx)dα = nφ(x)

Exercício 2.4.2.
Integrar as seguintes equações diferenciais.
Solução.

1. (y ′ )2 − (2x + y)y ′ + (x2 + xy) = 0

2. x(y ′ )2 + 2xy ′ − y = 0

3. 4(y ′ )2 − 9x = 0

4. (y ′ )2 − 2yy ′ = y 2 (ex − 1)

5. x2 (y ′ )2 + 3xyy ′ + 2y 2 = 0

6. x(y ′ )2 − 2yy ′ + x = 0

7. (y ′ )2 − 2xy ′ − 8x2 = 0

8. (y ′ )3 + (x + 2)ey = 0

Resposta c

9. (y ′ )3 − y(y ′ )2 − x2 y ′ + x2 y = 0
x2 x2
Resposta (x + Ln|y| + C)(y + − C)(y − − C) = 0
2 2

Exercício 2.4.3.
Resolver as seguintes equações diferenciais. São do caso 1.
Solução.

1. (y ′ − senx)[(y ′ )2 + (2x − Lnx)y ′ − 2xLnx] = 0

(y ′ − senx)((y ′ )2 + (2x − Lnx)y ′ − 2xLnx) = 0

(y ′ − senx)(y ′ + 2x)(y ′ − Lnx) = 0

Para o fator y ′ − senx = 0 ⇒

dy
⇒ − senx = 0 ⇒ dy = senxdx ⇒ y = − cos x + C
dx

ϕ1 (x, y, C) = 0 = y + cos x − C
Christian José Quintana Pinedo 95

Para o fator y ′ + 2x = 0 ⇒

dy
− 2x = 0 ⇒ dy = −2xdx ⇒ y = −x2 + C ⇒
dx

ϕ2 (x, y, C) = 0 = y + x2 + C

Para o fator y ′ − Lnx = 0 ⇒



dy
= Lnx ⇒ dy = Lnxdx ⇒ y= Lnxdx + C
dx

então integrando por partes



y= ln xdx + C = xLnx − x + C

ϕ3 (x, y, C) = 0 = y − xLnx + x − C

Portanto, a solução geral é

(y + cos x − C)(y + x2 + C)(y − xLnx + x − C) = 0

dy 2 dy
2. 6x2 ( ) − 13xy − 5y 2 = 0 ⇒ (2xy ′ − 5y)(3xy ′ + y) = 0.
dx dx
dy 5 dx 5
Para o fator 2xy ′ − 5y = 0 ⇒ − · =0 ⇒ Lny = Lnx + LnC
y 2 x 2

ϕ1 (x, y, C) = 0 = y − Cx5/2

dy 1 1
Para o fator 3xy ′ + y = 0 ⇒ + =0 ⇒ Lny = Lnx + LnC de onde
dx 3x 3

ϕ2 (x, y, C) = 0 = y − Cx1/3

Portanto, a solução geral é

(y − Cx5/2 )(y − Cx1/3 ) = 0

3. (y ′ )3 − y(y ′ )2 − x2 y ′ + x2 y = 0

x2 x2
Resposta: (x + Ln|y| + C)(y + − C)(y − − C) = 0
2 2
96 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

dy
4. n2 ρ2 − x2n = 0, onde n ̸= 0, e = ρ = y′
dx

xn+1 xn+1
Resposta: (y + − C)(y − − C) = 0
n(n + 1) n(n + 1)

5. x2 (y ′ )2 + 2xyy ′ + y 2 = xy

Resposta:

Exercício 2.4.4.
Denotando por P qualquer ponto na curva C e T o ponto da interseção de uma tangente
a ela com o eixo-y. Determine a equação da curva C, se P T = k.
Solução.

Seja P (x0 , y0 ) qualquer ponto na curva C, e suponhamos que a função y = y(x)


descreva a curva. O coeficiente angular da reta tangente à curva, no ponto P é dado por
m = f ′ (x0 ).
A equação da reta tangente à curva C no ponto P é dada por y − y0 = f ′ (x0 )(x − x0 ).
Quando x = 0 obtém-se o ponto T (0, y0 − f ′ (x0 )x0 ), sabe-se que P T = k, então


k= (x0 − 0)2 + (y0 − (y0 − f ′ (x0 )x0 ))2 ⇒ k 2 = x20 + [f ′ (x0 )x0 ]2
df √
isto é x0 · (x0 ) = k 2 − x20 . Como (x0 , y0 ) é qualquer ponto da curva, então obtemos
dx √
dy k 2 − x2
a equação diferencial =± de onde
dx x
∫ ∫ √ 2 ∫ √ 2 ∫
dy k − x2 k − cos2 α
dx = ± dx = ±k cos αdα = ±k (sec α − cos α)dα − C
dx x k cos α
[ √ ] √ 2
k 2 − x2
x+ k − x2
⇔ y = ±k[Ln [sec α + tan α] − senα] − C = ±k[Ln − ]−C
x k
[
√ √k 2 − x2 − k ]2

2
Portanto, (y + C) = k − x + kLn
2 2
com |x| ≤ k, k > 0
x

Exercício 2.4.5.
dy
Resolver as seguintes equações diferenciais, considere ρ = . São do caso 2.
dx
Solução.

x2
1. y = (ρx + x2 )Lnx + (ρx + x2 )2 −
2
Christian José Quintana Pinedo 97

x2 dy ∂f ∂f dρ
Seja f (x, ρ) = (ρx+x2 )Lnx+(ρx+x2 )2 − , sabe-se que =ρ= + · ,
2 dx ∂x ∂ρ dx
assim

1 dρ
ρ = (ρ + 2x)Lnx + (ρx + x2 ) + 2(ρx + x2 )(ρ + 2x) − x + [xLnx + 2(ρx + x2 )x]
x dx


ρ = (ρ + 2x)Lnx + (ρ + x) + 2(ρx + x2 )(ρ + 2x) − x + [xLnx + 2(ρx + x2 )x]
dx

0 = (ρ + 2x)Lnx + 2(ρx + x2 )(ρ + 2x) + [xLnx + 2x2 (ρ + x)]
dx

0 = (ρ + 2x)[Lnx + 2x(ρ + x)] + x[Lnx + 2x(ρ + x)]
dx

0 = [Lnx + 2x(ρ + x)][(ρ + 2x) + x ] ⇒ 0 = h(x, ρ) · Φ(x, ρ, ρ′ )
dx

dρ dρ
Caso 1. Se Φ(x, ρ, ρ′ ) = (ρ + 2x) + x =0 ⇒ x + ρ = −2x supondo
dx dx
dρ ρ
x ̸= 0 segue + = −2 é uma equação linear
dx x

dρ ρ ∫ −1 ∫ −1
( + ) · e x dx = −2e x dx
dx x

de onde ρ = −x + Cx−1 .
Logo, substituindo na equação original temos

x2
y = (ρx + x2 )Lnx + (ρx + x2 )2 − ⇒
2

x2
y = [(−x + Cx−1 )x + x2 ]Lnx + [(−x + Cx−1 )x + x2 ] − ⇒
2
x2
Portanto, a solução geral é y = CLnx + C 2 − .
2
Caso 2. Suponhamos h(x, ρ) = Lnx + 2x(ρ + x) = 0 ⇒ 0 = Lnx + 2xρ + 2x2 ,
Lnx − 2x2
logo 2xρ = −Lnx − 2x2 , assim ρx = −
2
Logo, substituindo na equação original temos

x2
y = (ρx + x )Lnx + (ρx + x ) −
2 2 2

2
[( ] [( ]2
Lnx − 2x2 ) Lnx − 2x2 ) x2
y= − 2
x + x Lnx + − x+x2
− ⇒
2 2 2
Ln2 x Ln2 x x2
y=− + −
2 4 2
98 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Ln2 x x2
Portanto, a solução singular é y = − −
2 2
2. xρ2 − 2yρ + 3x = 0
Resposta 2Cy = C 2 x2 + 3, y 2 = 3x2

3. y = ρxLnx + ρ2 x2
1
Resposta y = CLnx + C 2 , y = − Ln2 x
4
4. ρ4 x4 = y + ρx
1
Resposta y = C 2 − cx−1 , y=−
4x2
5. 2y = 8xρ + 4x2 + 3ρ2
2x2
Resposta 2y = 3(C − x)2 + 8(C − x)x + 4x2 , y=−
3
Exercício 2.4.6.
dy
Resolver as seguintes equações diferenciais, considere ρ = . São do caso 3.
dx
Solução.

dβ 3 dβ
1. cos2 β( ) − 2α + 2 tan β = 0
dα α

Seja ρ = , então

cos2 β · ρ3 + 2 tan β cos2 β · ρ2 tan β


α= = + = g(β, ρ)
2ρ r ρ

dα 1 ∂g ∂g ∂ρ
Sabe-se que = = + · então
dβ ρ ∂β ∂ρ ∂β

1 sec2 β [ ] dρ
= − cos βsenβ · ρ2 + + ρ · cos2
ρ ρ dβ
como sec2 β = 1 + tan2 β então

[ ]
1 1 tan2 β tan β dρ
= − cos βsenβ · ρ + +
2
+ ρ · cos − 2
2
ρ ρ ρ ρ dβ
[ ]
tan2 β tan β dρ
0 = − cos βsenβ · ρ2 + + ρ · cos2 − 2
ρ ρ dβ
[ ] [ ]
tan β 1 2 tan β dρ
0 = − tan β ρ cos β −
2 2
+ ρ cos β −
2
ρ ρ ρ dβ
[ ][ ]
tan β 1 dρ
0 = ρ2 cos2 β − − tan β + ·
ρ ρ dβ
Christian José Quintana Pinedo 99

dβ dρ
0 = h(β, ρ) · Φ(β, ρ, ρ′ ), onde ρ = , ρ′ =
dα dβ
1 dρ dρ
Caso 1. Suponhamos Φ(β, ρ, ρ′ ) = − tan β + · =0 ⇒ = tan βdβ
ρ dβ ρ
resolvendo
C
Lnρ = − ln | cos β| + ln C ⇒ ρ=
cos β
Substituindo na equação diferencial original
3
C3 αC
cos β ·ρ −2αρ+2 tan β = 0
3
⇒ cos β · 3
−2 +2 tan β = 0 ⇒
cos β cos β

C 3 + 2senβ
α=
2C
C 2 senβ
Portanto, a solução geral é +α= ; c ̸= 0
2 C
tan β tan β
caso 2. Suponhamos h(β, ρ) = ρ2 cos2 β − = 0 ⇒ ρ2 · cos2 β −
ρ ρ
resolvendo √ √ √
3
3 tan β senβ senβ
ρ= 2
= 3
3
⇒ ρ =
cos β cos β cos β

Substituindo na equação original temos

(√3
)3 (√3
)
senβ senβ
cos β · − 2α + 2 tan β = 0 ⇒
cos β cos β
√3
senβ
tan β − 2α + 2 tan β = 0 ⇒
cos β
3√
depois de isolar α temos α = 3 sen2 β.
2
3√
Portanto, uma solução singular é α = 3 sen2 β.
2
2. x = yLnρ

C
Resposta x = y + Ln 1 + y
e
3. 2ρx = 2 tan y + ρ3 cos2 y
seny C 2
Resposta x = + , 8x3 + 27sen2 y
C 2
4. 4ρ2 = 25x
Resposta (3yC )2 = 25x3

5. 4ρx − 2y = ρ3 y 2
100 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

x C3 √
Resposta 4C − 2y = , 4x = 3 3 y 4
y y
Exercício 2.4.7.
Resolver as seguintes equações diferenciais.
Solução.

1. y = (y ′ )2 ey . Seja y ′ = t ⇒ dy = tdx ⇒ y = t2 et , derivando em relação a t.

dy
= 2tet + t2 et ⇒ tdx = (2tet + t2 et )dt
dt

t
dx = (2e + te )dt t
⇒ x= (2et + tet )dt + C = et (1 + t) + C

{
x = et (1 + t) + C
Portanto, é solução paramétrica da equação.
y = t2 et

2. x = (y ′ )2 − 2y ′ + 2
√ √ t
y ′ = ey′ . Seja y ′ = t ⇒ ⇒ ⇒
y y t
3. dy = tdx t= e y= , derivando
Lnt
em relação a t.
dy Lnt − 1 Lnt − 1
= 2 ⇒ tdx = dt
dt Ln t Ln2 t
[ ] ∫ [ ]
1 1 1 1
dx = − dt ⇒ x = − dt + C
tLnt Lnt tLnt tLn2 t


 x = Ln(Lnt) + 1 + C
Portanto, Lnt é solução paramétrica da equação.

 y =
1
Lnt
4. y = y ′ Lny ′

5. x = y ′ (1 + y ′ cos y ′ ). Seja y ′ = t ⇒ dy = tdx ⇒ y = t(1 + t cos t), derivando


em relação a t.

dy = [(1 + t cos t) + t(cos t − tsent)]dt ⇒ tdx = (1 + 2t cos t + t2 sent)dt

1
dx = ( + 2 cos t + tsent)dt ⇒ x = Lnt + sent + t cos t + C
t
{
x = Lnt + sent + t cos t + C
Portanto, é solução paramétrica da equação.
y = t(1 + t cos t)

6. x = Lny ′ + seny ′

y′
7. (y ′ )2 x = e. Seja y ′ = t ⇒ dy = tdx
Christian José Quintana Pinedo 101

8. y 4 − (y ′ )4 − y(y ′ )2 = 0

9. x(1 + (y ′ )2 ) = 1

10. y = (y ′ − 1)ey
√ √ √ √
y 2 + 5 (y ′ )2 = a2 . Seja y ′ = a cos5 t ⇒ dy = a cos5 tdx ⇒
5
11. 5 5
y2 =
√ √
a2 − t2 , isto é y = asen5 t, derivando em relação a t.
5 5

dy = 5asen4 t cos tdt ⇒ a cos5 tdx = 5asen4 t cos tdx

sen4 t 1
dx = dt ⇒ x= tan3 t − tan t + t + C
cos4 t 3

 x = 1 tan3 t − tan t + t + C
Portanto, 3 é solução paramétrica da equação.
 y = asen5 t

√ dx at3
12. x [1 + (y ′ )2 ]3 = a. Seja = t ⇒ dx = tdy ⇒ x = √ ,
dy [t2 + 1]3
derivando em relação a t.
√ √
3at2 t2 + 1 3at2 t2 + 1
dy = dt ⇒ tdy = dt
(t2 + 1)3 (t2 + 1)3
∫ √ ∫ √
3at t2 + 1 3a tan α tan2 α + 1
y−C = 2 3
dt = 2 3
sec2 αdα = −3aLn cos α
(t + 1) (tan α + 1)


 x = √ at
3

Portanto, [t2 + 1]3 é solução paramétrica da equação.


 y = 3aLn√t2 + 1 + C

13. y = arcseny ′ + Ln[1 + (y ′ )2 ]

Exercício 2.4.8.
Resolver as seguintes equações diferenciais.
Solução.

1. 2y = xy ′ + y ′ Lny ′ . Seja y ′ = t ⇒ dy = tdx ⇒ 2y = xt + tLnt, derivando


em relação a t.

2dy = tdx + xdt + (Lnt + 1)dt ⇒ 2tdx = tdx + xdt + (Lnt + 1)dt

dx 1 1 1 1 1
− x = (Lnt + 1) ⇒ x= (Lnt + 1)dt + C = Ln2 t + Lnt + C
dt t t t t 2
102 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

 1
 x = tLn2 t + tLnt + tC
Portanto, 2 é solução paramétrica da equação.

 y = 1 (xt + tLnt)
2
2. y = 2xy ′ + Lny ′

Seja y ′ = t ⇒ dy = tdx ⇒ y = 2xt + Lnt, derivando em relação a t.

1 1
dy = 2tdx + 2xdt + dt ⇒ tdx = 2tdx + 2xdt + dt
t t

dx 2 1 −2
+ x=− 2 ⇒ x = −t dt + Ct−2 = −t−1 + Ct−2
dt t t
{
x = −t−1 + Ct−2
Portanto, é solução paramétrica da equação.
y = y = y = 2xt + Lnt

3. y = xy ′ + (y ′ )2

Seja y ′ = t ⇒ dy = tdx ⇒ y = xt + t2 , derivando em relação a t.

dx dx
dy = tdx + xdt + 2tdt ⇒ t = t + x + 2t
dt dt

dy x x2
x + 2t = 0 ⇒ t= =− ⇒ y=− +C
dx 2 4

x2
Portanto, y=− + C é solução da equação.
4
4. y = x(1 + y ′ ) + (y ′ )2 .

Seja y ′ = t ⇒ dy = tdx ⇒ y = x(1 + t) + t2 , derivando em relação a t.

dy = (1 + t)dx + xdt + 2tdt ⇒ tdx = (1 + t)dx + xdt + 2tdt



dx −t
+ x = −2t ⇒ x = −2e tet dt + Ce−t = −2(t − 1) + Ce−t
dt
{
x = −2(t − 1) + Ce−t
Portanto, é solução paramétrica da equação.
y = y = x(1 + t) + t2

5. y = 2xy ′ + seny ′
a
6. y = xy ′ +
(y ′ )2

ay ′
7. y = xy ′ + √
1 + (y ′ )2
104 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

3 ′
8. y = xy ′ + ey
2
1
9. y = x(y ′ )2 −
y′
10. x(y ′ )2 − yy ′ − y ′ + 1 = 0
y 1
11. yx = ′
+ ′ 2
y (y )

12. y = xy ′ + a 1 + (y ′ )2
Capítulo 3

Equações diferenciais de ordem n > 1.

3.1 Equações diferenciais não lineares

Exercícios 3-1

Exercício 3.1.1.
Resolver as seguintes equações diferenciais [?].
Solução.
∫ ∫
d2 x dx 1 1
1. = t2 ⇒ = t dt + C = t3 + C1 ⇒ x(t) =
2
( t3 + C1 )dt + C2
dt2 dt 3 3
1
Portanto, a solução geral é x(t) = t4 + C1 t + C2 .
12
d2 y
2. = xe−x , y(0) = 1, y ′ (0) = 0
dx2
d2 y dy
Temos 2 = xe−x ⇒ = −xe−x −e−x +C ⇒ y = xe−x +2e−x +xC +C1
dx dx

1 = y(0) = 2 + C1 ⇒ C1 = −1 
dy ⇒ y = xe−x + 2e−x + x − 1
0= (0) = −1 + C ⇒ C=1 
dx

Portanto, a solução do pvi é y = xe−x + 2e−x + x − 1.

3. y ′′ = 2senx cos2 x − sen3 x

4. y = y ′ tan x − (y ′ )2 sec2 x
dz dz dx
Suponhamos que z = senx seja uma função de variável y, então z ′ = = · =
dy dx dy

105
106 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

dx
cos x · , isto é z ′ = (cos x) · x′ . Substituindo na equação original
dy

1 z ′ 1 2 x′ 2 z 1
y= [ x ] − [ ][ ] ⇒ y= − ′ 2 ⇒
x′ z ′ x′ z ′ z ′ (z )

y ′ (z ′ )2 − zz ′ + 1 = 0

dz
Seja u = z ′ = , então
dy
y(u)2 − zu + 1 = 0 (3.1)

derivando em relação a y

du du dz du du
u2 + 2yu −z −u =0 ⇒ u2 + 2yu −z − u2 = 0
dy dy dy dy dy

du du
(2yu − z) = 0 ⇒ =0 ⇒ u = C1 ⇒
dy dy
z = C1 y + C2 ⇒ senx = C1 y + C2

em (3.1) segue C12 y = C1 senx + 1 = 0.


z dz dy 1
Se 2yu − z = 0 ⇒ u= ⇒ = logo Lnz = Lny + LnC3 assim,
√ 2y z 2y 2
z = C3 y

Portanto sen2 x = C3 y.

A solução da equação diferencial é C1 y = senx − C2 ou y = C4 sen2 x.

5. xyy ′′ − x(y ′ )2 − yy ′′ = 0 Resolvido

6. x2 yy ′′ = (y − xy ′ )2 Resolvido

7. xyy ′′ + x(y ′ )2 = 2yy ′ Resolvido

d3 y
8. = x + senx
dx3

d2 y a + bx
9. 2
=
dx x

d2 y
10. x = 1 + x2
dx2

y y3
11. y 2 y ′′′ − 3yy ′ y ′′ + 2(y ′ )3 + (yy ′′ − (y ′ )2 ) = 2
x x
Christian José Quintana Pinedo 107
∫ ∫ ∫ ∫
Seja y = e z(x)dx ⇒ y ′ = z(x)e z(x)dx ⇒ y ′′ = z ′ e zdx + z 2 e zdx , logo
∫ ∫ ∫ ∫
y ′′′ = z ′′ e zdx + zz ′ e zdx + 2ze zdx z ′ + z 3 e zdx . Substituindo na equação original
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 
[e z(x)dx 2
] [z ′′ e zdx + zz ′ e zdx + 2ze zdx z ′ + z 3 e zdx ]− 

∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 
−3[e zdx ][z(x)e zdx ][z ′ e zdx + z 2 e zdx ] + 2[z(x)e zdx ]3 +
y ∫ ∫ ∫ ∫ y3 

+ ([e zdx ][z ′ e zdx + z 2 e zdx ] − [ze zdx ]2 ) = 2 
x x
∫ ∫ }
e3 zdx
[z ′′ + 3zz ′ + z 3 ] − e3 zdx
[3zz ′ + 3z 3 + 2z 3 ]+
∫ ∫
+e3 zdx [x−1 (z ′ + z 2 ) − z 2 ] = x−2 e3 zdx
∫ ∫
e3 zdx
[z ′′ + 3zz ′ + z 3 − 3zz ′ + 2z 3 + x−1 z ′ + x−1 z 2 + x−1 z 2 = x−2 e3 zdx

1
z ′′ + z ′ = x−2
x
Seja u = z ′ ⇒ u′ = z ′′ , logo a equação diferencial é da forma

1
u′ + u = x−2
x
∫ 1
dx
o fator integrante é e x = x, assim

′ −1 −1 1
xu + u = x ⇒ Dx (xu) = x ⇒ xu = dx + C1 = Lnx + C1
x

1 1 1 1 1 1
u= Lnx + C1 ⇒ z′ = Lnx + C1 ⇒ z = [ Lnx + C1 ]dx
x x x x x x
1
z = Ln2 x + C1 Lnx + C2
2

1
Portanto a solução é y = exp{ [ Ln2 x + C1 Lnx + C2 ]dx}.
2
1 1
12. y (iv) = cos2 x, y(0) = , y ′ (0) = y ′′ (0) = , y ′′′ (0) = 0
32 8

1 ′′′ 1
y (iv) = cos2 x ⇒ y (iv) = (1 + cos(2x)) ⇒ y = (1 + cos(2x))dx + C1
2 2

′′′ 1 ′′ 1
y = (2x + sen(2x)) + C1 ⇒ y = (2x2 − cos(2x)) + C1 x + C2
4 8
1 1
y ′ = (4x3 − 3sen(2x)) + C1 x2 + C2 x + C3
48 2
1 3 1 1
y = (x4 + cos(2x)) + C1 x3 + C2 x2 + C3 x + C4
48 2 6 2
1 1 1 3
y(0) = ⇒ = ( ) + C4 ⇒ C4 = 0
32 32 48 2
108 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1 1 1 1
y ′ (0) = = C3 , y ′′ (0) = = − + C2 ⇒ C2 =
8 8 8 4
′′′
y (0) = 0 = C1

1 4 1
Portanto, a solução da equação diferencial é y= (x + 6x2 + 6x) + cos(2x).
48 32
13. 4x2 yy ′ = 9xy 2 + 6x + 54y 6 + 108y 4 + 72y 2 + 16 Resolvido

Exercício 3.1.2.
Obter o Wronskiano para as seguintes funções indicadas, onde m, n ∈ Z, m ̸= n.
Solução.

1. x, xex .
x xex

ω= = ex [x(1 + x) − x2 ] = xex
x ex (1 + x)

2. senhx, cosh x
senhx cosh x

ω= = senh2 x − cosh2 x = 1
cosh x senhx

3. emx , enx ;
emx enx

ω= = e(m+n)x (n − m)
memx nenx

4. e−x , xe−x
e−x xe−x

ω= = e−2x
−e−x e−x − xe−x

5. ex senx, ex cos x

ex senx ex cos x

ω= x = −e2x
e (senx + cos x) ex (cos x − senx)

6. 1, x, x2 , · · · , xn n>1

7. ex , 2ex , e−x
ex 2ex e−x 1 2 1

x
ω = ex 2ex −e−x = e 1 2 −1 = 0

ex 2ex e−x 1 2 1

8. cos2 x, 1 + cos 2x

cos2 x 1 + cos 2x cos2 x 2 cos2 4x

ω= = 2 = 2sen2x(cos2 4x − cos2 2x)
−sen2x −2sen2x −sen2x −2sen2x
Christian José Quintana Pinedo 109

9. loga x, loga x2 , (x > 0)

10. 2, cos x, cos 2x



2 cos x cos 2x
−senx −2sen2x

ω = 0 −senx −2sen2x = 2 = 4(sen3x + senx cos 2x)
− cos x −4 cos 2x
0 − cos x −4 cos 2x

11. e−3x sen2x, e−3x cos 2x



e−3x sen2x e−3x cos 2x

ω = −3x = −2e−3x
e (2 cos 2x − 3sen2x) −e−3x (2sen2x + 3 cos 2x)

Exercício 3.1.3.
Mediante o Wronskiano, determine se cada um dos seguintes conjuntos são linearmente
independentes.
Solução.

1. 1, ex , 2e2x


1 ex 2e2x
ex 4e2x

ω = 0 ex 4e2x = 2 x = 5e3x ̸= 0
e 9e2x
0 ex 9e2x

Logo, pela Propriedade 3.2 o conjunto é linearmente independente ∀ x ∈ R.

2. Lnx, xLnx
Lnx xLnx

ω = 1 = Ln2 x

1 + Lnx
x

São linearmente independentes ∀ x ∈ R+ .


√ √
3. x, 3
x

4. 4, x
x−1
5. Ln ,1
x+1
x−1
Ln 1
x+1 2
ω= 2 =− 2
0 x −1
2
x −1

São linearmente independentes ∀ x ∈ R r {1, −1}.


110 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

6. 1, sen2 x, 1 − cos x

7. 1 − x2 , x
x
8. sen , cos2 x
2
9. x, aloga x , (x < 0)

10. ex , xax , x2 ex . Podemos supor x > 0, x ̸= 1, a ̸= 0



ex xax x2 ex


ω = ex a(1 + Lnx)xax ex (x2 + 2x) ⇒

ex axax [x−1 + a(1 + Lnx)2 ] ex (x2 + 4x + 2)


1 xax x2


ω = e2x 0 xax [a(1 + Lnx) − 1] 2x ⇒
[ ]
0 xax a[x−1 + a(1 + Lnx)2 ] − 1 4x + 2


a(1 + Lnx) 1 x
ω = 2e2x xax ⇒
a[x−1 + a(1 + Lnx)2 ] − 1 2x + 1
{ }

(1 + Lnx) x
2x ax
ω = 2e x a −1 − (x + 1) ⇒
x + a(1 + Lnx)2 2x + 1
[ ]
ω = 2e2x xax (x + 1)[a(2 + Lnx) − 1] + ax(1 + Lnx)2 ̸= 0

Nas condições acima descritas, o conjunto é linearmente independente.

11. x2 , x4 , x8 . Podemos supor x > 0, x ̸= 1



x2 x4 x8 1 1 1


ω = 2x 4x3 8x7 = 4x11 1 2 4 = 48x11 ̸= 0

2 12x2 56x6 1 6 28

Nas condições acima descritas, o conjunto é linearmente independente.

12. eax senbx, eax cos bx, b ̸= 0



eax senbx eax cos bx

ω = ax =
e (asenbx + b cos bx) eax (a cos bx − bsenbx)

ω = e2ax [(asenbx cos bx − bsen2 bx) − (a cos bxsenbx + b cos2 bx)] = −be2ax ̸= 0

São linearmente independentes eax senbx, eax cos bx, b ̸= 0.


Christian José Quintana Pinedo 111

Exercício 3.1.4.
Verificar que o sistema de funções {eαx senβx, eαx cos βx} onde β ̸= 0 é linearmente
independente em R. Determine os valores de C1 e C2 de modo que se cumpra a identidade
C1 eαx senβx + C2 eαx cos βx = 0.
Solução.

Dado o sistema de funções { eαx senβx, eαx cos βx } onde β ̸= 0



eαx senβx eαx cos βx

ω = αx = −βe2αx ̸= 0
e (αsenβx + β cos βx) eαx (α cos βx − βsenβx)

Logo o sistema { eαx senβx, eαx cos βx }, β ̸= 0 é linearmente independente.


Sendo o sistema linearmente independente, segue que C1 = C2 = 0

Exercício 3.1.5.
Suponha que y1 = ex e y2 = e−x sejam duas soluções de uma equação diferencial
linear homogênea. Explicar porque y3 = cos hx e y4 = senhx são também soluções da
equação.
Solução.

ex e−x

Observamos que ω = x = −2 ̸= 0, logo y1 = ex e y2 = e−x são linearmente
e −e−x
independentes e são soluções de uma equação diferencial linear homogênea.
Sabemos que

ex + e−x 1 ex − e−x 1
cosh x = = (y1 + y2 ) também senhx = = (y1 − y2 )
2 2 2 2

e como qualquer combinação linear de y1 e y2 também será solução da mesma equação


diferencial, então y3 = cos hx e y4 = senhx são também soluções da equação diferencial.

Exercício 3.1.6.
Determine se as funções dadas são linearmente independentes em seu campo de defi-
nição.
Solução.

1. 1, 2, x, x2

2. senx, cos x, cos(2x). Estas funções estão definidas em todo R, por outro lado

senx cos x cos(2x)


ω = cos x −senx −2sen(2x) = 3 cos(2x) ⇒ ω=0

−senx − cos x −4 cos(2x)
112 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

quando x = (2k+1)π
4
, k ∈ Z.
Assim, o conjunto não é linearmente independente em seu conjunto de definição.
(2k + 1)π
Portanto o conjunto é linearmente em R r { }, k ∈ Z.
4
3. 1, senx, cos(2x)

4. x, 2x, x2

5. 5, cos2 x, sen2 x

6. 1, arcsenx, arccos x

7. ex , xex , x2 ex

8. 5, arctan x, arccotx
∫x
ax2 ax2 at2
9. e 2 ,e 2 e 2 dt. Estas funções estão definidas em todo R, por outro lado
0

∫ x
ax2 ax2 at2
e 2 e 2 e dt 2
∫ x 20 3ax2
ω= = e 2 ⇒ ω ̸= 0, ∀x∈R
axe ax22 ax2
e 2 dt + eax
at 2
axe 2

Portanto o conjunto é linearmente em R.


∫1
et
10. x, x dt (x0 > 0)
t2
x0

11. cos x, cos(x + 1), cos(x − 2)

12. 1, sen(2x), (senx − cos x)2

Exercício 3.1.7.
Determine o Wronskiano para os seguintes sistemas de funções.
Solução.

1. 1, x
1
2. x,
x
π
3. senx, sen(x + )
4
4. e−x , xe−x
Christian José Quintana Pinedo 113

5. ex , 2ex , e−x

6. 2, cos x, cos(2x)

7. 1, 2, x2
x x
8. arccos , arcsen
π π
9. π, arcsenx, arccos x

10. 4, sen2 x, cos(2x)

11. x, Lnx

12. e−3x sen(2x), e−3x cos(2x)

13. ex senx, ex cos x


1 1
14. , ex
x
π π
15. sen( − x), cos( − x)
4 4
Exercício 3.1.8.
Mediante o método do determinante de Gram, determine se as funções do exercício
anterior são linearmente dependentes.
Solução.

1. Para o conjunto { 1, x } consideremos y1 = 1 e y2 = x


∫1 ∫1
2 1
Temos que < y1 , y1 >= 1 dx = 1, < y2 , y2 >= x2 dx = por último
3
0 0
∫1
1 1/2
1
< y1 , y2 >=< y2 , y1 >= 1 · xdx = , logo Γ(y1 , y2 ) = ̸= 0,
2 1/2 1/3
0
consequentemente, as funções y1 (x) e y2 (x) são linearmente independentes.
1
2. x,
x
π π
3. Para o conjunto { senx, sen(x + ) } consideremos y1 = senx e y2 = sen(x + )
4 4
∫1
1 1
Temos que < y1 , y1 >= senx2 dx = − sen2, por outro lado tem-se o produto
2 4
0
∫1
π 1 1 π 3 1
interno < y2 , y2 >= sen2 (x + )dx = − sen(2 + ) = − cos 2. Por
4 2 4 2 4 4
0
114 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

último o produto interno

∫1 √ ∫1
π 2 [ ]
< y1 , y2 >=< y2 , y1 >= senx · sen(x + )dx = 2sen2 x + sen2x dx =
4 4
0 0

√ √
2 1 1 2
= [(1 − sen2) − (cos 2 − 1)] = [3 − sen2 − cos 2]
4 2 2 8

1 2
(1 − sen2) [3 − sen2 − cos 2]

logo Γ(y1 , y2 ) = √ 4 8 ̸= 0, consequen-
2 1
[3 − sen2 − cos 2] (3 − cos 2)
8 4
temente, as funções y1 (x) e y2 (x) são linearmente independentes.

4. e−x , xe−x

5. ex , 2ex , e−x

6. 2, cos x, cos(2x)

7. 1, 2, x2
x x
8. arccos , arcsen
π π
9. π, arcsenx, arccos x

10. 4, sen2 x, cos(2x)

11. x, Lnx

12. e−3x sen(2x), e−3x cos(2x)

13. ex senx, ex cos x


1 1
14. , ex
x
π π
15. sen( − x), cos( − x)
4 4

Exercício 3.1.9.
Verificar que as os seguintes pares de funções são linearmente independentes e seu
Wronskiano é zero, construir o gráfico das funções num mesmo sistema de coordenadas.
Solução.
{ {
0 se 0 < x < 2 (x − 2)2 se 0 < x < 2
1. y1 (x) = ; y2 (x) =
(x − 2)2 se 2 < x < 4 0 se 2 < x < 4
Christian José Quintana Pinedo 115
{ {
x3 se − 2 < x < 0 0 se − 2 < x < 0
2. y1 (x) = ; y2 (x) =
0 se 0 < x < 2 x2 se 0 < x < 1

3. y1 (x) = x2 , y2 (x) = x|x|, −1 < x < 1.

Exercício 3.1.10.
Numéricamente, o determinante de Gram coincide com o quadrado do volume do pa-
ralelepípedo formado por três vetores. Verificar esta propriedade para três vetores qualquer
do espaço R3 .
Solução.

Numéricamente, o determinante de Gram coincide com o quadrado do volume do


paralelepípedo formado por três vetores. Verificar esta propriedade para três vetores
qualquer do espaço R3 .
116 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

3.2 Equações diferenciais lineares de coeficientes cons-


tantes

Exercícios 3-2

Exercício 3.2.1.
Formar as equações diferenciais lineares homogêneas dadas que se conhecem sua equa-
ções características.
Solução.

1. λ2 + 3λ + 2 = 0 ⇒ y ′′ + 3y ′ + 2 = 0

2. 2λ2 − 3λ − 5 = 0 ⇒ 2y ′′ − 3y ′ − 5y = 0

3. λ(λ + 1)(λ + 2) = 0 ⇒ y ′′′ + 3y ′′ + 2y ′ = 0

4. (λ2 + 1)2 = 0 ⇒ y (iv) + 2y ′′ + y

5. λ3 = 0 ⇒ y ′′′ = 0

6. λ2 + 5λ + 6 = 0 ⇒ y ′′ + 5y ′ + 6y = 0

Exercício 3.2.2.
Determine as equações diferenciais lineares homogêneas dado que se conhecem as raízes
da equação característica. Escrever suas soluções gerais.
Solução.

1. Dadas as raízes da equação características associado à equação λ1 = 1, λ2 = 2, sua


solução geral é da forma y(x) = C1 ex + C2 e2x .

A equação é de segunda ordem

y ′ = C1 ex + 2C2 e2x ⇒ y ′ − y = C2 e2x

também
y ′′ = C1 ex + 4C2 e2x ⇒ y ′′ − y = 3C2 e2x

de onde
3(y ′ − y) = (y ′′ − y) ⇒ y ′′ − y = 3y ′ − 3y

Portanto, y ′′ − 3y ′ + 2y = 0 é a equação procurada.


Christian José Quintana Pinedo 117

2. Dadas as raízes da equação características associado à equação λ1 = 1, λ1 = 1, sua


solução geral é da forma y(x) = C1 ex + C2 xe2x . Eliminando as constantes obtém-se
que a equação procurada é y ′′ − 2y ′ + 1 = 0.

3. Dadas as raízes da equação características associado à equação λ1 = 3 − 2i, λ2 =


3 + 2i, sua solução geral é da forma y(x) = C1 e3x cos 2x + C2 xe3x sen2x.
Como λ2 − 6λ + 13 = 0, então a equação procurada é y ′′ − 6y ′ + 13y = 0.

Exercício 3.2.3.
Forme as equações diferenciais lineares homogêneas, se se conhece o conjunto funda-
mental de soluções.
Solução.

1. e−x , ex ⇒ y(x) = C1 e−x + C2 ex

2. 1, ex ⇒ y(x) = C1 + C2 ex

3. e−2x , xe−2x ⇒ y(x) = C1 e−2x + C2 xe−2x

4. sen(3x), cos(3x) ⇒ y(x) = C1 sen(3x) + C2 cos(3x)

5. 1, x ⇒ y(x) = C1 + C2 x

6. ex , e2x , e3x ⇒ y(x) = C1 ex + C2 e2x + C3 e3x

7. ex , xex , x2 ex ⇒ y(x) = C1 ex + C2 xex + C3 x2 ex

8. 1, x, ex ⇒ y(x) = C1 + xC2 + ex C3

9. 1, senx, cos x ⇒ y(x) = C1 + C2 senx + C3 cos x

Exercício 3.2.4.
Resolver as seguintes equações diferenciais:
Solução.

1. y ′′ − y = 0
A equação característica é λ2 − 1 = 0, de onde λ1 = 1 e λ2 = −1,são raízes reais e
distintas, então a solução é y = C1 e−x + C2 ex .

2. 3y ′′ − 2y ′ − 8y = 0
3
A equação característica é 3λ2 − 2λ − 8 = 0, de onde λ1 = 2, λ2 = − ,são raízes
4
reais então a solução é y = C1 e2x + C2 e−2x/3 .
118 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

3. y ′′′ − 3y ′′ + 3y ′ − y = 0
A equação característica é 3λ3 − 3λ2 + 3λ − 1 = 0, de onde λ1 = λ2 = λ3 = 1,são
raízes reais então a solução é y = C1 ex + C2 xex + C3 x2 ex .

4. y ′′ − 2y ′ − 2y = 0
√ √
A equação característica é λ2 − 2λ − 2 = 0, de onde λ1 = 1 + 3 e λ2 = 1 − 3,são
√ √
raízes reais e distintas, então a solução é y = ex (C1 e 3x + C2 e− 3x ).

5. y (vi) + 2y (v) + y (iv) = 0. Seja z = y (iv) ⇒ z ′′ + 2z ′ + z = 0, logo as raízes da


equação característica são: r1 = r2 = −1 de onde

z = C1 e−x + C2 xe−2x ⇒ y (iv) = C1 e−x + C2 xe−2x


∫ ∫
′′′ −x
y = (C1 e )dx + (C2 xe−2x )dx =

6. y ′′′ + 6y ′′ + 11y ′ + 6y = 0
A equação característica é λ3 + 6λ2 + 11λ + 6 = 0, de onde λ1 = −1, λ2 = −2. λ3 =
−3,são raízes reais então a solução é y = C1 e−x + C2 e−2x + C3 e−3x .

7. 2y ′′′ − 3y ′′ + y ′ = 0 ⇔ 2z ′′ − 3z ′ + z = 0 onde z = y ′
1
A equação característica é 2λ2 − 3λ + 1 = 0, de onde λ1 = 1 e λ2 = , são raízes
1
2
reais e distintas, então a solução geral da equação é z = C1 e 2 x + C2 ex de onde
∫ 1 ∫ 1
y = C1 e 2 x dx + C2 ex dx. Portanto, y = 2C1 e 2 x dx + C2 ex + C3 .

8. y ′′′ − 3y ′ − 2y = 0

9. y (v) = 0

10. y ′′′ − 2y ′′ + 2y ′ = 0

11. y ′′′ + 2y ′′ − y ′ − 2y = 1

12. y ′′ − 2y ′ + 3y = 0

Exercício 3.2.5.
Determine a solução particular da equação linear não homogênea, se se conhecem as
raízes da equação característica e o segundo membro b(x).
Solução.

1. λ1 = 1, λ2 = 2; b(x) = Ax2 + Bx + C ⇒ yp = A1 x2 + A2 x + A3

2. λ1 = 0, λ2 = 1; b(x) = Ax2 + Bx + C ⇒ yp = x(A1 x2 + A2 x + A3 )


Christian José Quintana Pinedo 119

3. λ1 = 0, λ2 = 0; b(x) = Ax2 + Bx + C ⇒ yp = x2 (A1 x2 + A2 x + A3 )

4. λ1 = 1, λ2 = 2; b(x) = e−x (Ax + B) ⇒ yp = e−x (A1 x + A2 )

5. λ1 = −1, λ2 = 1; b(x) = e−x (Ax + B) ⇒ yp = xe−x (A1 x + A2 )

6. λ1 = −1, λ2 = −1; b(x) = e−x (Ax + B) ⇒ yp = x2 e−x (A1 x + A2 )

7. λ1 = 0, λ2 = 1; b(x) = senx + cos x ⇒ yp = A1 cos x + A2 senx

8. λ1 = −i, λ2 = i; b(x) = senx + cos x ⇒ yp = x(A1 cos x + A2 senx)

9. λ1 = −2i, λ2 = 2i; b(x) = Asen(2x) + B cos(2x) ⇒ yp = x(A1 cos(2x) +


A2 sen(2x))

10. λ1 = −ki, λ2 = ki; b(x) = Asen(kx) + B cos(kx) ⇒ yp = x(A1 cos(kx) +


A2 sen(kx))

11. λ1 = 1, λ2 = 1; b(x) = ex (Asenx + B cos x) ⇒ yp = ex (A1 cos x + A2 senx)

12. λ1 = −1 − i, λ2 = −1 + i; b(x) = e−x (Asenx + B cos x)

⇒ yp = xe−x (A1 cos x + A2 senx)

Exercício 3.2.6.
Determine a forma da solução particular para as seguintes equações diferenciais line-
ares não homogêneas.
Solução.

1. y ′′ + 3y ′ = 3. A equação característica é λ2 + 3λ = 0 ⇒ λ = 0 e λ = −3 são


raízes.

A solução geral da homogênea é yh = C1 + C2 e−3x

Como λ = 0 é raiz de multiplicidade s = 1, a solução particular é da forma yp = Ax,


de onde yp′ = A e yp′′ = 0. Assim 0 + 3A = 3 ⇒ A = 1 ⇒ yp = x.

Portanto, a solução geral da equação é y = C1 + C2 e−3x + x.

2. y ′′ − 7y ′ = (x − i)2

A solução geral da homogênea é yh = C1 + C2 e7x

Como λ = 0 é raiz de multiplicidade s = 1, a solução particular é da forma yp =


x[Ax2 + Bx + D], de onde yp′ = 3Ax2 + 2Bx + D e yp′′ = 6Ax + 2B.
120 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1
Assim −21A = 1. 6A − 14B = −2i, 2B − 7D = 1 ⇒ A = − , B =
21
1 1 2 2
− + i, D = − + i. Portanto, a solução geral da equação é
49 7 343 49
1 3 (1 1 ) ( 2 2 )
y = C1 + C2 e7x − x − − i x− − i
21 49 7 343 49

3. y ′′ + 3y ′ = e3
A solução geral da homogênea é yh = C1 + C2 e−3x
Como λ = 0 é raiz de multiplicidade s = 1, a solução particular é da forma yp = Ax,
e3
de onde yp′ = A e yp′′ = 0. Assim 3A = e3 ⇒ A = .
3
e3
Portanto, a solução geral da equação é y = C1 + C2 e−3x + x.
3
4. y ′′ + 7y ′ = e−7x

5. y ′′ − 8y ′ + 16y = (x − 1)e4x

6. y ′′ − 10y ′ + 25y = e5x . A equação característica é λ2 − 10λ + 25 = 0 ⇒ λ1 = 5


e λ2 = 5 são raízes.
A solução geral da homogênea é yh = C1 e5x + C2 xe5x
Como λ = 5 é raiz de multiplicidade s = 2, a solução particular é da forma yp =
x2 e5x A, de onde yp′ = Ae5x (5x2 + 2x) e yp′′ = Ae5x (25x2 + 20x + 2). Assim
1
Ae5x (25x2 + 20x + 2) − 10Ae5x (5x2 + 2x) + 25x2 e5x A = e5x ⇒ A = .
2
2
x
Portanto, a solução geral da equação é y = C1 e5x + C2 xe5x + e5x .
2

4y ′′ − 3y ′ = x e3x
4
7.

8. y ′′ − y ′ − 2y = ex + e−2x

9. y ′′ − 4y ′ = xe4x

10. y ′′ + 25y = cos(5x)

11. y ′′ + y = senx − cos x

12. y ′′ + 4y ′ + 8y = e2x (sen(2x) + cos(2x))

13. y ′′ + 16y = sen(4x + α)

14. y ′′ − 4y ′ + 8y = e2x (sen(2x) − cos(2x))

15. y ′′ + 6y ′ + 13y = e−3x cos(2x)


Christian José Quintana Pinedo 121

16. y ′′ + k 2 y = ksen(kx + α)

17. y ′′ + k 2 y = k

18. y ′′ + 4y = senxsen(2x)

Exercício 3.2.7.
Resolver as seguintes equações.
Solução.

1. y ′′ − 4y ′ + 4y = x2

2. y ′′ + 8y ′ = 8x

3. y ′′ + 4y ′ + 4y = 8e−2x

4. y ′′ − 2ky ′ + k 2 y = ex , (k ̸= 1)

5. y ′′ + 4y ′ + 3y = 9e−3x

6. 7y ′′ − y ′ = 14x

7. y ′′ + 3y ′ = 3xe−3x

8. y ′′ + 5y ′ + 6y = 10(1 − x)e−2x

9. y ′′ + 2y ′ + 2y = 1 + x

10. y ′′ + y ′ + y = (x + x2 )ex

11. y ′′ + 4y ′ − 2y = 8sen(2x)

12. y ′′ + y = 4x cos x

13. y ′′ − 2my ′ + m2 y = sen(mx)

14. y ′′ + 2y ′ + 5y = e−x sen(2x)

15. y ′′ − y ′ = ex senx

16. y ′′ + a2 y = 2 cos(mx) + 3sen(mx) m ̸= a

Exercício 3.2.8.
Determine os valores de α ∈ R para os quais o Problema de Valor Fronteira

y ′′ − αy = 0, y(0) = y ′ (0) e y(π) = y ′ (π)

tenha solução não trivial. Neste caso achar as soluções.


Solução.
122 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Sejam C1 e C2 constantes.

Caso α = 0: Neste caso a solução geral é da forma y(x) = C1 x + C2 , e pelas condições


da fronteira verifica-se sem dificuldade que C1 = C2 = 0.

Caso α < 0: Neste caso, o polinômio característico tem como raízes r = ± αi, e sua
solução é da forma
√ √
y(x) = C1 cos αx + C2 sen αx

As condições de fronteira conduzem as seguintes equações:


√ √ √ √ √ √ √ √
C1 = αC2 e αC2 cos απ + C2 sen απ = α(− αC2 sen απ) + C2 cos απ


Assim, C2 (1 + α)sen απ = 0 de onde, para existir solução não trivial necessária-

mente sen απ = 0 e então como α < 0 segue que α = −k 2 para k ∈ Z, neste caso
as soluções tem a forma

yk (x) = Ak [k cos(kx) + sen(kx)], Ak ∈ R r {0}


Caso α > 0: Neste caso, o polinômio característico tem como raízes r = ± α, e sua
solução é da forma
√ √
y(x) = C1 e αx + C2 e− αx

As condições de fronteira conduzem as seguintes equações:


√ √ √ √ √
(1 − α)C1 + 2C2 = 0 e e απ
(1 − α)C1 + e− απ (1 + α)C2 = 0

Conseqüentemente para não existir solução não trivial



1− α
2
√απ √ √ √ =0
e (1 − α) e− απ (1 + α)


de onde α = 1 então C2 = 0.
Portanto, para o caso α > 0 as únicas soluções não triviais correspondem a α = 1 e
têm a forma y(x) = Cex com C ∈ R r {0}.
Christian José Quintana Pinedo 123

3.3 Equação não homogênea de ordem maior que dois


Exercícios 3-3

Exercício 3.3.1.
Determine a solução particular da equação linear não homogênea, se se conhecem as
raízes da equação característica e o segundo membro b(x).
Solução.

1. λ1 = λ2 = λ3 = 1; b(x) = Ax2 + Bx + C ⇒ yp = A1 x2 + A2 x + A3

2. λ1 = 0, λ2 = 1, λ= 2; b(x) = Ax2 + Bx + C ⇒ yp = x(A1 x2 + A2 x + A3 )

3. λ1 = i, λ2 = −i, λ3 = 1; b(x) = senx + cos x ⇒ yp = x(A1 cos x + A2 senx)

4. λ1 = −1, λ2 = 1, λ3 = 2; b(x) = Ae−x + Bex ⇒ yp = x(A1 e−x + A2 ex )

5. λ1 = λ2 = 0, λ3 = 1; b(x) = Ae−x + Bex ⇒ yp = x2 (A1 e−x + A2 ex )

6. λ1 = 0, λ2 = 1, λ3 = 2; b(x) = (Ax2 +Bx+C)ex ⇒ yp = x2 ex (A1 x2 +A2 x+A3 )

7. λ1 = λ2 = k; b(x) = (ax2 + bx + c)ekx , k ̸= 1, k ̸= 0


⇒ yp = x2 ekx (A1 x2 + A2 x + A3 )

8. λ1 = λ2 = λ3 = k; b(x) = (ax2 + bx + c)ekx , k ̸= 1, k ̸= 0


⇒ yp = x3 ekx (A1 x2 + A2 x + A3 )

9. λ1 = λ2 = 1, λ3 = 2; b(x) = Asenx + B cos x ⇒ yp = A1 cos x + A2 senx

10. λ1 = −i, λ2 = i, λ3 = 0; b(x) = Asenx+B cos x ⇒ yp = x(A1 cos x+A2 senx)

11. λ1 = 3 − 2i, λ2 = 3 + 2i, λ3 = λ4 = 0; b(x) = e3x (sen(2x) + cos(2x))


⇒ yp = xe3x (A1 cos 2x + A2 sen2x)

12. λ1 = λ2 = 3 − 2i, λ3 = λ4 = 3 + 2i; b(x) == e3x (sen(2x) + cos(2x))


⇒ yp = x2 e3x (A1 cos 2x + A2 sen2x)

Exercício 3.3.2.
Resolver as seguintes equações.
Solução.

1. y ′′ + 2y ′ = −2
124 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

2. y ′′ + 2y ′ + y = −2

3. 5y ′′′ − 7y ′′ − 3 = 0

4. y ′′′ + y ′′ = 1

5. y ′′ + 9y − 9 = 0

6. y (iv) − 6y ′′′ + 6 = 0

7. 3y (iv) + y ′′′ = 2
dy d2 y du dy du du
8. y ′′ = y ′ [(y ′ )2 + 1]. Suponhamos u = y ′ = , então 2
= = · =u ,
dx dx dx dx dy dy
du du
logo y ′′ = y ′ [(y ′ )2 + 1] ⇒ u = u[u2 + 1] ⇒ u = 0 ou = u2 + 1
dy dy

dy du du
u= =0 ⇒ y = C1 ou = u2 + 1 ⇒ = dy ⇒
dx dy u2 +1

dy
arctan u = y + C2 ⇒ u = tan(y + C2 ) ⇒ = tan(y + C2 ) ⇒
dx
dy
= tan(y + C2 ) ⇒ cot(y + C2 )dy = dx ⇒ Ln[sen(y + C2 )] = x + C3
dx
logo sen(y + C2 ) = C4 ex
Portanto, a solução da equação é y = C1 ou y = arcsen(C4 ex ) − C2 .

9. y (iv) − 2y ′′′ + 2y ′′ − 2y ′ + y = 1

Exercício 3.3.3.
Para cada uma das seguintes equações determine as soluções particulares para os dados
iniciais.
Solução.

1. y ′′ − 5y ′ + 6y = (12x − 7)e−x ; y(0) = y ′ (0) = 0

2. y ′′ + 9y = 6e3x ; y(0) = y ′ (0) = 0

3. y ′′ − 4y ′ + 5y = 2x2 ex ; y(0) = 2, y ′ (0) = 3

4. y ′′ + 6y ′ + 9y = 10senx; y(0) = y ′ (0) = 0

5. y ′′ + y = 2 cos x; y(0) = 1, y ′ (0) = 0

6. y ′′ + 4y = senx; y(0) = y ′ (0) = 1


Christian José Quintana Pinedo 125

4 1
7. y ′′ − 6y ′ + 9y = x2 − x + 3; y(0) = , y ′ (0) =
3 27
8. y ′′ − 4y ′ + 4y = e2x ; y(0) = 2, y ′ (0) = 8

9. y ′′ + 4y = 4(sen(2x) + cos(2x)); y(π) = y ′ (π) = 2π

10. y ′′ − y ′ = −5e−x (senx + cos x); y(0) = −4, y ′ (0) = 5

11. y ′′ − 2y ′ + 2y = 4ex cos x; y(π)πeπ , y ′ (π) = eπ

12. y ′′′ − y ′ = −2x; y(0) = 0, y ′ (0) = 1, y ′′ (0) = 2

13. y (iv) − y = 8ex ; y(0) − 1, y ′ (0) = 0, y ′′ (0) = 1, y ′′′ (0) = 0

14. y ′′ − y = 2x; y(0) = y ′ (0) = 0, y ′′ (0) = 2

15. y (iv) − y = 8ex ; y(0) = 0, y ′ (0) = 2, y ′′ (0) = 4, y ′′′ (0) = 6

Exercício 3.3.4.
Para os seguintes problemas necessita achar a solução particular das equações que
cumpram no infinito as condições dadas.
Solução.

1. y ′′ − 4y ′ + 5y = senx; y é limitada para x → +∞


A equação homogênea tem como solução yh = C1 e2x cos x + C2 e2x senx.
A solução particular é da forma yp = A cos x + Bsenx de onde yp′ = −Asenx +
B cos x e yp′′ = −A cos x − Bsenx; Substituindo na equação inicial

(−A cos x − Bsenx) − 4(−Asenx + B cos x) + 5(A cos x + Bsenx) = senx ⇒

1
⇒ 4A − 4B = 0, 4A + 4B = 1 ⇒ A=B=
8
1 1
Logo a solução geral da equação é y = C1 e2x cos x + C2 e2x senx + cos x + senx.
8 8
Da condição y é limitada para x → +∞, temos C1 = C2 = 0.
1 1
Portanto, a solução y = cos x + senx satisfaz as condições do problema.
8 8
2. y ′′ + 2y ′ + 5y = 4 cos(2x) + sen(2x); y é limitada para x → −∞

3. y ′′ − y = 1; y é limitada para x → ∞

4. y ′′ − 2y ′ + y = 4e−x ; y → 3 para x → +∞

5. y ′′ − y = −2 cos x; quady é limitada para x → ∞


126 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

6. y ′′ + 4y ′ + 3y = 8ex + 9; y → 3 para x → −∞
1
7. y ′′ − y ′ − 5y = 1; y→− para x → ∞
5
8. y ′′ + 4y ′ + 4y = 2ex (senx + 7 cos x); y → 0 para x → −∞

9. y ′′ − 5y ′ + 6y = 2e−2x (9sen(2x) + 4 cos(2x)); y → 0 para x → −∞

10. y ′′ − 4y ′ + 4y = ()e−x ; y → 0 para x → +∞

Exercício 3.3.5.
Um tubo em forma de U está cheio (Figura 3.3 com um líquido homogêneo, que é
levemente comprimido em um dos lados do pistão. O pistão é removido e o nível do
líquido em cada ramo oscila. Determine a altura do nível do líquido em um dos ramos
em função do tempo.
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 127

3.4 Aplicações
Exercícios 3-4

Exercício 3.4.1.
Determine a solução geral de cada uma das equações diferenciais.
Solução.

1. y ′′ − 3y ′ − 2y = 0

2. y ′′ − 3y ′ + 2y = 0

3. y ′′′ + 5y ′′ = 0

4. 12y ′′ − 5y ′ − 2y = 0 ⇒ 12λ2 − 5λ − 2 = 0, resolvendo as raízes da equação


1 2
característica são λ = − e λ = .
4 3
A solução geral é y = C1 e− 4 x + C2 e 3 x .
1 2

5. y ′′ + 3y ′ − 5y = 0

6. 8y ′′ + 2y ′ − y = 0

7. 3y ′′ + 2y ′ + y = 0

8. 4y ′′′ + 4y ′′ + y ′ = 0

9. y ′′′ − 4y ′′ + 5y = 0 ⇒
λ3 − 4λ2
resolvendo as raízes da equação
√ + 5 = 0, √
5+ 5 5− 5
característica são λ = −1, λ = eλ= .
2 2
√ √

y = C1 e−x + C2 e
5+ 5 5− 5
x x
A solução geral é 2 + C3 e 2 .

10. y ′′′ + 5y ′′ = 0

Exercício 3.4.2.
Resolver as seguintes equações homogêneas de Euler.
Solução.

1. x2 y ′′ + xy ′ − y = 0

2. x2 y ′′ + 3xy ′ + y = 0

3. x2 y ′′ + 2xy ′ + 6y = 0

4. xy ′′ + y ′ = 0
128 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

5. (x + 2)2 y ′′ + 3(x + 2)y ′ − 3y = 0

6. (2x + 1)2 y ′′ − 2(2x + 1)y ′ + 4y = 0

7. x2 y ′′′ − 3xy ′′ + 3y ′ = 0

8. x2 y ′′′ = 2y ′

9. ((x + 1)2 y ′′′ − 12y ′ = 0

10. (2x + 1)2 y ′′′ + 2(2x + 1)y ′′ + y ′ = 0

Exercício 3.4.3.
Resolver as seguintes equações não homogêneas de Euler.
Solução.

1. x2 y ′′ + xy ′ + y = x(6 − Lnx)

2. x2 y ′′ − xy ′ + y = 2x
16Lnx
3. x2 y ′′ − xy ′ − 3y = −
x
4. x2 y ′′ − 2xy ′ + 2y = x2 − 2x + 2

5. x2 y ′′ + xy ′ − y = xm , |m| ̸= 1

6. x2 y ′′ + 4xy ′ + 2y = 2Ln2 x + 12x

7. x3 y ′′′ − 3x2 y ′′ + 6xy ′ − 6y = x[?]

8. x2 y ′′ + 4xy ′ + 2y = 2Ln2 x + 12x

Exercício 3.4.4.
Resolver as seguintes equações pelo método de redução de ordem dado que y1 é uma
solução da equação.
Solução.

1. y ′′ − 9y = 0; y1 = e3x [?]

2. x2 y ′′ + xy ′ + y = 0; y1 = cos Lnx [?]

3. y ′′ + 9y = 0; y1 = cos x [?]

4. (1 − x2 )y ′′ − 2xy ′ + 2y = 0; y1 = x [?]

5. x2 y ′′ + 2xy ′ − 6y = 0; y1 = x2 [?]
Christian José Quintana Pinedo 129

6. x3 y ′′ + x2 y ′ + xy = 0; y1 = sen(Lnx) [?]

7. x2 y ′′ + xy ′ = 0; y1 = 1 [?]

8. x2 y ′′ − 4xy ′ + 6y = 0; y1 = x2 [?]

9. x2 y ′′ + 3xy ′ = 0; y1 = 1 [?]

10. x2 y ′′ − 2xy ′ + 2y = 0; y1 = x [?]

11. (2x + 1)y ′′ − 4(x + 1)y ′ + 4y = 0; y1 = x + 1 [?]

12. x2 y ′′ + 2xy ′ − 1 = 0

Exercício 3.4.5.
Resolver as seguintes equações pelo método dos coeficientes indeterminados.
Solução.

1. y ′′ + 2y ′ + y = x2 e−x [?]
1
2. y ′′ + y ′ + y = ex (sen3x − cos 3x) [?]
4
3. y ′′ − y ′ = x2 ex + 5 [?]

4. y ′′ + 4y = cos2 x.
A equação característica é r2 + 4 = 0 ⇒ (r + 2i)(r − 2i) = 0 e as raízes são
r = −2i e r = 2i de multiplicidade s = 1. A solução geral da equação homogênea é
yh = C1 cos(2x) + C2 sen(2x).
1 1
Como b(x) = cos2 x = + cos(2x) considerar a solução particular da forma
2 2
yp = D+x[A cos(2x)+Bsen(2x)], logo yp′ = (A+2xB) cos(2x)+(B −2xA)sen(2x)

yp′′ = (4B − 4xA) cos(2x) − (4B − 4xA)sen(2x) ⇒

1 1
y ′′ + 4y = cos2 x = + cos(2x) ⇒
2 2
1 1
[4(B−xA) cos(2x)−4(A−xB)sen(2x)]+4D+4x[A cos(2x)+Bsen(2x)] = + cos(2x)
2 2
1 1 1
4D + 4B cos(2x) − 4Bsen(2x) = + cos(2x) ⇒ A = 0, B = D =
2 2 8
1 x
Portanto a solução geral da equação é y = C1 cos(2x) + C2 sen(2x) + + sen(2x).
8 8
5. y ′′ + y ′ + y = xsenx [?]

6. y ′′ − y = 3xex cos 2x [?]


130 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

7. y ′′ + 25y = 6senx [?]

8. y ′′ − 2y ′ + 5y = ex senx [?]

9. y ′′ + 3y ′ + 2y = 6 [?]

10. y ′′ − 8y ′ = 20y = 100x2 − 26xex [?]

11. y ′′ + 3y = −48x2 ex [?]

12. 4y ′′ + 4y ′ − 3y = cos 2x[?]

13. y ′′ − 5y ′ = 2x3 − 4x2 − x + 6[?]

14. y ′′ − 16y = 2e4x [?]

15. y ′′ + 2y ′ − 24y = 16(x + 2)e4x [?]

16. y ′′′ − 2y ′′ − 4y ′ + 8y = 6xe2x [?]

Exercício 3.4.6.
Resolver as seguintes equações pelo método de variação de parâmetros.
Solução.

1. y ′′ + y ′ = sec x
A equação característica é r2 + r = 0 ⇒ r(r + 1) = 0 e as raízes são r = −1
e r = 0. A solução geral da equação homogênea é y = C1 + C2 e−x . Temos que
resolver o sistema {
u′1 (x) + u′2 (x)e−x = 0
(3.2)
−u′1 (x)0 − u′2 (x)e−x = sec x


u1 (x) = sec x ⇒ u1 (x) = sec xdx = Ln(tan x + sec x)

Na equação (3.2) tem-se



−u′2 (x)e−x = sec x ⇒ u2 (x) = − ex sec xdx =

Portanto, a solução geral da equação é∫


y = C1 + C2 e−x + Ln(tan x + sec x) − ex sec xdx

2. y ′′ − 2y ′ + y = ex
x
[?]

3. y ′′ − y ′ − y = e3x [?]
Christian José Quintana Pinedo 131

4. xy ′ + 4y = x4 [?]

5. x5 y ′′ − 2x5 y ′ − x5 y = ex [?]

6. y ′′ + 4y = sen2 2x [?]

7. y ′′ + y = −x−2 senx + 2x−1 cos x[?]

8. y ′′ + 5y + 6 = e−2x sec2 (1 + 2 tan x) [?]

9. y ′′ + 2y ′ + y = e−x Lnx

A equação característica é r2 + 2r + 1 = 0 ⇒ (r + 1)(r + 1) = 0 e as


raízes são r = −1 de multiplicidade dois. A solução geral da equação homogênea é
y = C1 e−x + C2 xe−x . Temos que resolver o sistema
{
u′1 (x)e−x + u′2 (x)xe−x = 0
(3.3)
′ −x ′
−u1 (x)e + u2 (x)e (1 − x) = e−x Lnx
−x


u′2 (x)e−x −x
= e Lnx ⇒ u2 (x) = Lnxdx = x(Lnx − 1)

Na equação (3.3) tem-se



3 1
u′1 (x)e−x + x(Lnx − 1)e −x
=0 ⇒ u1 (x) = − x(Lnx − 1)dx = x2 − x2 Lnx
4 2

Portanto, a solução geral da equação é


3 1
y = y = C1 e−x + C2 xe−x + x2 − x2 Lnx + x(Lnx − 1)
4 2
10. y ′′ − 3y ′ + 2y = cos(e−x ) [?]

11. y ′′ + 4y = 4 sec2 x[?]

12. y ′′ + y = csc x cot x [?]

e2x
13. y ′′ − 3y ′ + 2y =
1 + e2x
A equação característica é r2 − 3r + 2 = 0 ⇒ (r − 2)(r − 1) = 0 e as raízes
são r = 1 e r = 2. A solução geral da equação homogênea é y = C1 ex + C2 e2x .
Temos que resolver o sistema

 u′1 (x)ex + u′2 (x)e2x = 0
e2x (3.4)
 u′1 (x)ex + 2u′2 (x)e2x =
1 + e2x
132 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

e2x e−2x 1
u′2 (x)e2x = ⇒ u′2 (x) = ⇒ u2 (x) = − Ln(e−2x + 1)
1 + e2x e−2x + 1 2

Na equação (3.4) temos

e−2x e−x
u′1 (x)ex + −2x
· e2x = 0 ⇒ u′1 (x) = − ⇒ u1 (x) = arctan(e−x )
e +1 e−2x + 1

Portanto, a solução geral da equação é


1
y = C1 ex + C2 e2x + arctan(e−x ) − e2x Ln(e−2x + 1)
2
14. y ′′ − 2y ′ + y = e2x (ex + 1)−2 [?]

Exercício 3.4.7.
Resolva os problemas de valores iniciais:
Solução.

1. y ′′ + y ′ − 2y = t2 + 3, y(0) = 0, y ′ (0) = 0

A resolver y ′′ + y ′ − 2y = 0 ⇒ λ2 + λ − 2 = 0 ⇒ λ = −2, λ = 1. A
solução geral da homogênea é yh = C1 e−2t + C2 et .

Uma solução particular é da forma yp = A1 t2 + A2 t + A3 então y ′ = 2A1 t + A2 e


y ′′ = 2A1 , assim (2A1 ) + (2A1 t) − 2(A1 t2 + A2 t + A3 ) = t2 + 3 ⇒

1
t2 (−2A1 ) + t(2A1 − 2A2 ) + (2A1 − 2A3 ) = t2 + 3 ⇒ A1 = A2 = − , A3 = −1
2

1 1
Logo a solução geral da equação é y = C1 e−2t + C2 et − t2 − t − 1, sendo sua
2 2
′ −2t 1
derivada y = −2C2 e + C2 e − t −
t
2
1
Das condições iniciais y(0) = C1 + C2 − 1 = 0 e y ′ (0) = −2C1 + C2 − =
2
1 5
0 ⇒ C1 = , C2 = .
6 6
1 5 1 1
Portanto, y = e−2t + et − t2 − t − 1 é a solução particular do PVI.
6 6 2 2
2. y ′′ + 2y ′ + y = 3sen(2t), y(0) = 0, y ′ (0) = 0

A equação característica é λ2 + 2λ + 1 = 0 ⇒ λ1 = −1, λ2 = −1. A solução


geral da homogênea é yh = C1 e−t + C2 te−t .

Uma solução particular é da forma yp = A1 cos(2t) + A2 sen(2t) então

yp′ = −2A1 sen(2t) + 2A2 cos(2t) ⇒ yp′′ = −4A1 cos(2t) − 4A2 sen(2t)
Christian José Quintana Pinedo 133

yp′′ + 2yp′ + yp = (4A2 − 3A1 ) cos(2t) − (3A2 + 4A1 )sen(2t) = 0 · cos(2t) + 3sen(2t)
12 9
⇒ 4A2 − 3A1 = 0, 3A2 + 4A1 = −3 ⇒ A1 = − , A2 = −
25 25
12 9
Assim, a solução particular é da forma yp = − cos(2t) − sen(2t)
25 25

12 9
Logo, a solução geral da equação é y = C1 e−t + C2 te−t − cos(2t) − sen(2t).
25 25
12 18
Das condições iniciais y(0) = C1 − =0 e y ′ (0) = −C1 + C2 − =0 ⇒
25 25
12 6
C 1 = , C2 = .
25 25
12 6 12 9
Portanto, y = e−t + te−t − cos(2t) − sen(2t) é a solução particular do
25 25 25 25
pvi.

3. y ′′ − 4y ′ + 4y = 3e−t , y(0) = 0, y ′ (0) = 0

4. 2y ′′ + 2y ′ + y = t2 , y(0) = 0, y ′ (0) = 0

Exercício 3.4.8.
1. Encontre a solução geral da equação y ′′ + 2y ′ + αy = 0 para α > 1, para α = 1
e para α < 1. 2. Determine a forma adequada para uma solução particular da equação

y ′′ +2y ′ +αy = te−t sen(t α − 1) para α > 1. 3. Para quais valores de α todas as soluções
tendem a zero quando t → ∞.
Solução.

Temos y ′′ + 2y ′ + αy = 0 ⇒ λ2 + 2λ + α = 0 ⇒ λ = −1 ± 1 − α.
Se α > 1, então a solução geral da homogênea é
√ √
yh = C1 e−t cos(t α − 1) + C2 e−t sen(t α − 1)

Se α = 1, então a solução geral da homogênea é yh = C1 e−t + C2 te−t .


Se α < 1, então a solução geral da homogênea é
√ √
yh = C1 e(−1− 1−α)t
+ C2 e(−1+ 1−α)t

Solução. 2.
A forma adequada para uma solução particular quando α > 1 é
√ √
yp = t[(A0 + A1 t)e−t cos(t α − 1) + (B0 + B1 t)e−t sen(t α − 1)]

Solução. 3.
134 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Quando t −→ ∞.
√ √
Se α > 1, então y(t) → 0, observemos que cos(t α − 1) e sen(t α − 1) são limitadas,
e e−t → 0
Se α = 1, então y(t) → 0, observe que e−t → 0 e te−t → 0.
Se 0 < α < 1, então y(t) → 0, observe que as duas raízes são menores que zero.
Portanto, se α > 0 temos y(t) → 0 quando t → ∞. Para o caso α < 0 nunca
y(t) → 0.

Exercício 3.4.9.
√ √
Se y1 = x−1 cos x e y2 = x−1 senx formam un conjunto linearmente independente
1
e são soluções de x2 y ′′ + xy ′ + (x2 − )y = 0. Achar a solução geral para x2 y ′′ + xy ′ +
4
1 √
(x − )y = x x . [?]
2 3
4
Rpta x(t) = C1 x−1/2 cos x + C2 senx + x−1/2 .
Solução.

Exercício 3.4.10.
Se y1 = x e y2 = ex formam un conjunto linearmente independente e são soluções da
homogênea associada à ED (x − 1)y ′′ + xy ′ − y = 2(x − 1)2 e−x ; 0 < x < 1. Achar a
solução geral. [?]
Rpta x(t) = C1 x + C2 ex − xex
Solução.

Exercício 3.4.11.
Para x > 1 considere a seguinte equação diferencial

(x − 1)2
(x4 − x3 )y ′′ + (2x3 − 2x2 − x)y ′ − y =
x

1. Achar a solução geral da homogênea sabendo que uma de suas soluções é y1 = e1/x

2. Achar a solução geral da equação não homogênea.

Solução.

Exercício 3.4.12.
Um peso de 24 libras preso à extremidade de uma mola que se estende 4 polegadas.
Encontre a equação do movimento se o peso em repouso, é liberado a partir de um ponto
que é de 3 polegadas. na posição de equilíbrio.
1 √
Rpta x(t) = − cos 4 6t.
4
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 135

Exercício 3.4.13.
Encontrou-se num experimento que um corpo de 4 lb estica uma mola 6 polegadas. O
meio oferece uma resistência ao movimento do corpo numéricamente igual a 2, 5 vezes a
velocidade instantânea. Determine a equação do movimento sabendo que o peso esta se
desplazando 4 polegadas por baixo da posição de equilíbrio e é solta.[?]
Solução.

Exercício 3.4.14.
Um peso de 32lb estica uma mola 6 polegadas. O peso se move em um ambiente que se
opõe a uma força de amortecimento numéricamente igual a β vezes a velocidade instan-
tânea. Determine os valores de β para que o sistema mostre um movimento oscilatório.
Rpta. 0 < β < 16
Solução.

Exercício 3.4.15.
Uma massa de uma libra, está sujeita a uma mola cuja constante é 9 lb/pie. O meio
oferece resistência ao movimento numéricamente igual igual a 6 vezes a velocidade ins-
tantânea. A massa é liberada desde um ponto que está a 8 polegadas sobre a posição
de equilíbrio. Determinar os valores de v0 a fim de que posteriormente a massa passe a
posição de equilíbrio. Rta. v0 > 2 pies/sg.
Solução.

Exercício 3.4.16.
8
Um peso 16 lb estica uma mola em f t. Inicialmente peso a partir do repouso de
3
um ponto que é de 2 f t abaixo da posição de equilíbrio e o movimento posterior é feito
1
em um ambiente que se opõe uma força de amortecimento numéricamente igual a da
2
velocidade instantânea. Encontre a equação do movimento se o peso é impulsionado por
uma força externa igual a f (t) = 10 cos 3t. √
4 √ 64 47 10
Rpta x(t) = et/2 [− cos 247 t − √ sen t] + (cos 3t + sen3t).
3 3 47 2 3
Solução.

Exercício 3.4.17.
Uma massa pesa de 4 lb está pendurada no extremo de numa mola. Se a mola se
estica 2 polegadas por causa do peso da massa para em seguida, se mover 6 polegadas
da posição de equilíbrio e ser lançada com uma velocidade inicial de zero, encontrar a
equações diferencial do sistema, considerar que o meio ambiente oferece uma resistência
ao movimento de 6 lb quando a massa tem uma velocidade de 3 f t/s.
Solução.
4 lb 1
A massa m = = slug
32 f t/s2 8
136 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

F 4 lb
O coeficiente de recuperação k = = = 24(lb/f t)
δ (1/6) f t
6 lb
O coeficiente de fricção b = = 2( lb − s/f t)
3 f t/s
A equação diferencial é
1 ′′
y + 2y ′ + 24y = 0
8

√ √
y(t) = e−8t [C1 cos 128t + C2 sen 128t]
1
Pelas condições iniciais, y(0) = , y ′ (0) = 0 a solução procurada é
2
1 √
y(t) = e−8t cos( 128t + ϕ)
2

Exercício 3.4.18.
Um bloco de 4, 0 Kg está suspenso de uma certa mola, estendendo-a a 16, 0 cm além
de sua posição de repouso. 1. Qual a constante da mola? 2. O bloco é removido e um
corpo de 0, 5 Kg é suspenso da mesma mola. Se esta mola for então puxada e solta, qual
o período de oscilação?
Solução.
Exercício 3.4.19.
Uma massa de 100 gramas estica uma mola 10 centímetros. A massa está presa a um
amortecedor viscoso. Suponha que a aceleração da gravidade seja de 103 centímetros por
segundo ao quadrado. 1. Para quais valores da constante de amortecimento γ o sistema
é super-amortecido, tem um amortecimento crítico e é sub-amortecido. 2. Suponha que
o amortecedor exerce uma força de 104 dinas (=gramas × centímetros por segundos2 )
quando a velocidade é de 10 centímetros por segundo. Se a massa é puxada para baixo 2
centímetros e depois é solta, determine a posição x(t) em função do tempo t e faça um
esboço do seu gráfico. Qual o valor do quase período?[?]
Solução.
Exercício 3.4.20.
Encontre a corrente I em função do tempo t (em segundos), dado que I satisfaz a
equação diferencial:
dI
L· + RI = sen2t ,
dt
onde R e L são constantes não nulas.
Solução.
A forma padrão da equação diferencial dada é:

dI R 1
+ I = sen2t
dt L L
Christian José Quintana Pinedo 137

R ∫ R
Então P (t) = , de modo que e P (t)·dt = e L t , sabe-se que:
L

R 1 R
I · eL =
t
e L t sen2t · dt
L
R
R eLt
I ·e = L
t
· (Rsen2t − 2L cos 2t) + C1
4L2 + R2
Logo a corrente em função do tempo está dada por
[ R
]
−R eLt
I=e L
t
· · (Rsen2t − 2L cos 2t) + C1
4L2 + R2

onde C é uma constante.

Exercício 3.4.21.
Um circuito possui um capacitor de 0, 125 × 10−1 F , um resistor de 60 Ω e um indutor
de 10 H, em série. A carga inicial no capacitor é zero. No instante t = 0 conecta-se
o circuito a uma bateria cuja tensão é de 12 V e o circuito é fechado. 1. Determine a
carga no capacitor em qualquer instante t > 0. 2. Determine a carga no capacitor quando
t → ∞.3. Esboce o gráfico da solução obtida.[?]
Solução.

Exercício 3.4.22.
Um circuito possui um capacitor de 0, 5 × 10−1 F , um resistor de 25 Ω e um indutor de
5H, em série. O capacitor se encontra descarregado. No instante t = 0 conecta-se esse
circuito a uma bateria cuja tensão é de 10e−t/4 V , e o circuito ´ e fechado.[?] .
Solução.

Exercício 3.4.23.
Determinar a carga do capacitor num circuito em série LRC em t = 0, 01s, L = 0, 05h,
R = 2Ω, C = 0, 01 f , E(t) = 0 V , q(0) = 5 C e i(O) = 0 A. Encontre o primeiro momento
em que a carga no capacitor é zero [?]
Solução.
138 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

3.5 Solução de Equação Diferencial por Série de Potên-


cias

Exercícios 3-5

Exercício 3.5.1.
Resolver os seguintes exercícios no ponto ordinário x = 0.
Solução.



′′
1. (x )y − 6y = 0. Em torno de x = 0, supondo y =
2
an xn uma solução, temos
n=0

∞ ∑

y′ = nan xn−1 , y ′′ = n(n − 1)an xn−2 , substituindo na equação
n=1 n=2


∞ ∑

(x2 )y ′′ − 6y = 0 ⇔ (x2 ) n(n − 1)an xn−2 − 6 an xn = 0 ⇔
n=2 n=0


∞ ∑
∞ ∑

n(n − 1)an x − 6
n n
an x = 0 ⇔ [n(n − 1)an − 6an ]xn − a0 − 6a1 x = 0
n=2 n=0 n=2


∞ 3
Rpta y = a0 x2n + a1 (x − x3 )
n=0 (2n − 1)(2n − 3)
Christian José Quintana Pinedo 139



′′
2. y − xy = 0. Em torno de x = 0, supondo y = an xn uma solução, temos
n=0

∞ ∑

y′ = nan xn−1 , y ′′ = n(n − 1)an xn−2 , substituindo na equação
n=1 n=2


∞ ∑

y ′′ − xy = 0 ⇔ n(n − 1)an xn−2 − x an xn = 0 ⇔
n=2 n=0


∞ ∑
∞ ∑
∞ ∑

n(n−1)an x n−2
− an x n+1
=0⇔ (m+3)(m+2)am+3 x m+1
− an xn+1 = 0
n=2 n=0 m=−1 n=0



an
2a2 + [(n + 3)(n + 2)an+3 − an ]xn+1 = 0 ⇔ an+3 = , a2 = 0
n=0
(n + 3)(n + 2)
a0 a1 a3 1 a0 a4 1 a1
a3 = , a4 = , a5 = 0, a6 = = · , a7 = = ·
3·2 4·3 6·5 6·5 3·2 7·6 7·6 4·3
1 1 a0 1 1 a1
a8 = 0, a9 = · · , a10 = · ·
9·8 6·5 3·2 10 · 9 7 · 6 4 · 3

1 3 1 1 6 1 1 1 9
A solução da equação é y = a0 (1 + x + · x + · · x +
3·2 6·5 3·2 9·8 6·5 3·2
1 4 1 1 7 1 1 1 10
· · · ) + a1 (x + x + · x + · · x + · · · ).
4·3 7·6 4·3 10 · 9 7·6 4·3

3. (x2 + 1)y ′′ + 6xy ′ + 6y = 0



∞ ∑

n ′
Em torno de x = 0, supondo y = an x uma solução, temos y = nan xn−1 ,
n=0 n=1


y ′′ = n(n − 1)an xn−2 , substituindo na equação inicial
n=2


∞ ∑
∞ ∑

′′ ′
(x +1)y +6xy +6y = 0 ⇔ (x +1)
2 2
n(n−1)an x n−2
+6x nan x n−1
+6 an xn = 0
n=2 n=1 n=0


∞ ∑
∞ ∑
∞ ∑

n(n − 1)an x n−2
+ n(n − 1)an x + n
6nan x + n
6an xn = 0 ⇔
n=2 n=2 n=1 n=0


∞ ∑
∞ ∑
∞ ∑

(m + 2)(m + 1)am+2 x + m
n(n − 1)an x + n
6nan x +n
6an xn = 0 ⇔
m=0 n=2 n=1 n=0



2(a2 + 3a0 ) + 6x(a3 + 2a1 ) + [(n + 2)(n + 1)an+2 + [n(n − 1) + 6n + 6]an ]xn = 0
n=2

n+3
a3 = −2a1 , a2 = −3a0 , an+2 = − an , n = 2, 3, 4, . . .
n+1
140 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

5 6 7 8
a4 = − a2 = 5a0 , a5 = − a3 = 3a1 , a6 = − a4 = −7a0 , a7 = − a5 = −4a1
3 4 5 6
10
a8 = 9a0 , a9 = − a7 = 5a1 , a10 = −11a0 , a11 = −6a1 , a12 = 13a0
8

Assim, a2n = (−1)n (2n + 1)a0 , a2n+1 = (−1)n (n + 1)a1 , n = 0, 1, 2, 3, . . .

Portanto, a solução da equação diferencial é:


∞ ∑

y = a0 (−1)n (2n + 1)x2n + a1 (−1)n (n + 1)x2n+1
n=0 n

4. y ′′ − xy ′ − y = 0


∞ ∑

n ′
Em torno de x = 0, supondo y = an x uma solução, temos y = nan xn−1 ,
n=0 n=1


y ′′ = n(n − 1)an xn−2 , substituindo na equação inicial
n=2


∞ ∑
∞ ∑

y ′′ − xy ′ − y = 0 ⇔ n(n − 1)an xn−2 − x nan xn−1 − an xn = 0
n=2 n=1 n=0


∞ ∑
∞ ∑

n(n − 1)an x n−2
− nan x −
n
an xn = 0 ⇔
n=2 n=1 n=0


∞ ∑
∞ ∑

(m + 2)(m + 1)am+2 x − m
nan x −
n
an xn = 0 ⇔
m=0 n=1 n=0



[ ]
2a2 − a0 + (n + 2)(n + 1)an+2 − nan − an xn = 0 ⇒
n=1

1
a1 = a0 , (n + 2)an+2 = an , n = 1, 2, 3, 4, . . .
2
1 1 1 1 1
a3 = a1 , a 4 = a2 = a0 , a5 = a3 = a1 ,
3 4 2×4 5 5×3
1 1 1
a6 = a4 = a0 , a7 = a1 ⇒
6 2×4×6 3×5×7
1 1
an = n − par, an = , n − ímpar
2.4.6. · · · (2n) 1.3.5. · · · (2n + 1)


∞ 1 ∑∞ 1
Portanto, y = a0 x2n + a1 x2n+1
n=0 2.4.6. · · · (2n) n=0 1.3.5. · · · (2n + 1)
Christian José Quintana Pinedo 141



′′ ′
5. (x − 1)y + y = 0. Em torno de x = 0, supondo y = an xn uma solução, temos
n=0


∞ ∑

y′ = nan xn−1 , y ′′ = n(n − 1)an xn−2
n=1 n=2

substituindo na equação inicial


∞ ∑

′′ ′
(x − 1)y + y = 0 ⇔ (x − 1) n(n − 1)an x n−2
+ nan xn−1 = 0
n=2 n=1


∞ ∑
∞ ∑

n(n − 1)an x n−1
− n(n − 1)an x n−2
+ nan xn−1 = 0
n=2 n=2 n=1


∞ ∑
∞ ∑

m(m + 1)am+1 x − m
(m + 2)(m + 1)am+2 x + m
(m + 1)am+1 xm = 0
m=1 m=0 m=0



[ ]
a1 − 2a2 + (m + 1)2 am+1 − (m + 2)(m + 1)am+2 xm = 0
m=1

logo

(m + 1) 2 1
a1 = 2a2 e am+2 = am+1 , m = 1, 2, 3, · · · ⇒ a3 = a2 = a1
(m + 2) 3 3

3 1 4 1 1 1
a4 = a3 = a1 , a5 = a4 = a1 , a6 = a1 , · · · an = a1
4 4 5 5 6 n



1 1 1 1
Assim y = an xn = a0 + a1 x + x2 + x3 + x4 + · · · + xn + · · · =
n=0
2 3 4 n


∞ ∫ ∑
∞ ∫
1 1
y = a0 +a1 xn+1 = a0 +a1 n
x = a0 +a1 dx = a0 +a1 Ln|x−1|
n=0
n+1 n=0
1−x

Portanto, a solução da equação diferencial é: y = a0 − a1 Ln(x − 1) em torno de


x = 0.

6. (1 + x2 )y ′′ + 2xy ′ − 2y = 0

Rpta y(x) = a0 (1 + x arctan x) + a1 x


142 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

7. y ′′ + e−x y = 0. Sugestão: Determinar a série e−x e multiplicar-la pela série de y.

x2 x3 x4 x5 11x6 x3 x4 x5 6
Rpta y = a0 (1 − 2
+ 6
− 12
− 40
+ 6!
· · · ) + a1 (x − 6
+ 12
− 60
− + 360
x
···)

8. y ′′ − 2xy ′ + 8y = 0; y(0) = 3, y ′ (0) = 0

Rpta y = 3 − 12x2 + 4x4

9. y ′′ − xy ′ + y = −x cos x, y(0) = 0, y ′ (0) = 2

Rpta y(x) = x + senx

10. y ′′ − 2xy ′ + 4y = 0; y(0) = 1; y ′ (0) = 0

Rpta y = 1 − 2x2
Christian José Quintana Pinedo 143

11. (1 − x2 )y ′′ − (1 − x)y ′ − y = 0; y(0) = y ′ (0) = 1

1
Rpta y =
1−x

1
12. y ′′ − 2xy ′ − 2y = x; y(0) = 1, y ′ (0) =
4

Rpta y = ex −
2 x
4

13. y ′′ + xy ′ + (2x − 1)y = x; y(0) = 2, y ′ (0) = 3. Determine os seis primeiros


termos da solução particular

Rpta y = 2 + 3x + x2 − 12 x3 − 7 4
12
x − 11 5
120
x − ···

1
14. y ′′ − 2xy − 2y = x; y(0) = 1, y ′ (0) = −
4
144 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

x
Rpta y = − + ex
2

Exercício 3.5.2.
Dada a equação diferencial y ′′ + xy ′ + y = 0.

1. Determine duas soluções linearmente independentes y1 (x) e y2 (x)

2. Usando o critério do quociente, mostrar que as séries convergem para todo x ∈ R.

−( √x )2
3. verificar que y1 (x) = e 2 4. Determine y2 (x)

x2 x4 x6 x3 x5 x7
Rpta y1 (x) = 1 − 2!
+ 2.4
− 2.4.6
+ ···, y2 (x) = x − 3
+ 3.5
− 3.5.7
+ ···

Exercício 3.5.3.
Resolver o PVI y ′′ + xy ′ + (2x − 1)y = 0; y(−1) = 2, y ′ (−1) = −2, mediante séries
de Taylor.
Solução.

y ′′ + xy ′ + (2x − 1)y = 0; y(−1) = 2, y ′ (−1) = −2, mediante séries de Taylor.[?]

Exercício 3.5.4.
Resolvendo mediante séries, mostre que a solução de (x−1)y ′′ −xy ′ +y = 0; y(0) =
−2, y ′ (0) = 6 é y = 8x − 2ex
Solução.

Exercício 3.5.5.
Determine a solução particular da EDO de Ayry, entorno do ponto ordinário x = 1:
′′
y − xy = 0; y(1) = 1, y ′ (1) = 0.
Solução.

do ponto ordinário x = 1: y ′′ − xy = 0; y(1) = 1, y ′ (1) = 0 Rpta


2 3 4 5
y = 1 + (x−1)
2!
+ ()3! + (x−1)
4!
+ 4(x−1)
5!
+ ···
Christian José Quintana Pinedo 145

Exercício 3.5.6.
Resolver o PVI (t2 − 2t − 3)y ′′ + 3(t − 1)y ′ + y = 0; y(1) = 4, y ′ (1) = 1.
Solução.
Seja t = x − 1, logo, quando t = 1 segue que x = 0, assim podemos escrever a equação
original como

d2 y dy
(x2 − 4) 2
+ 3x + y = 0, ; y(0) = 4, y ′ (0) = 1
dx dt

Aplicando a técnica do sobe desce dos índices do somatório


∞ ∑
∞ ∑
∞ ∑

an (n − 1)x + 3
n n
an nx + an x − 4
n
an+2 (n + 1)(n + 2)xn = 0
n=0 n=0 n=0 n=0

Note-se que foram integrados os fatores dentro dos somatórios antes de mexe com os
índices. A relação de recorrência que se obtém é

(n + 1)
an+2 = an , n≥0
4(n + 2)

Podemos observar que tanto a0 quanto a1 ficam livres para poder introduzir as condi-
ções iniciais. Podemos então obter as soluções linearmente independentes.
Para obter y1 , suponhamos a0 = 1 e a1 = 0, logo a2n+1 = 0 de onde

1 3 4 5 6
y1 = 1 + x2 + x + x + ...
8 128 1024

Para obter y2 , suponhamos a0 = 0 e a1 = 1, logo a2n = 0 de onde

1 1 1 7
y2 = x + x 3 + x 5 + x + ...
6 30 140

A solução geral é y = C1 y1 + C2 y2 . Para as condições iniciais tem-se

1 1 3
y = 4y1 + y2 = 4 + x + x2 + x3 + x4 + . . .
2 6 32

retornando à variável t, como x = t − 1 segue que a solução é

1 1 3
y(t) = 4 + (t − 1) + (t − 1)2 + (t − 1)3 + (t − 1)4 + . . .
2 6 32

Exercício 3.5.7.
Resolver o PVI y ′′ − xy = 0; y(0) = 0, y ′ (0) = 1 mediante série de potências.
Solução.
[?]
146 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Exercício 3.5.8.
Resolver a equação diferencial 8x2 y ′′ +10xy ′ +(x−1)y = 0 pelo método de Frobenius.
Solução.

[?]pag197

Exercício 3.5.9.
Resolver a equação diferencial x2 y ′′ −x(x+3)y ′ +2x2 y = 0 pelo método de Frobenius.
Solução.

diferencial x2 y ′′ − x(x + 3)y ′ + 2x2 y = 0 pelo método de Frobenius.[?]pag199

Exercício 3.5.10.
Resolver a equação diferencial x2 y ′′ + (x2 − 2x)y ′ + 2y = 0 pelo método de Frobenius.
Solução.

x2 y ′′ (x2 − 2x)y ′ + 2y = 0 pelo método de Frobenius[?].

Exercício 3.5.11.
Resolver a equação diferencial 4xy ′′ + 2y ′ + y = 0 pelo método de Frobenius.
Solução.

O ponto x = 0 é um ponto singular e, portanto, não pode ser usado o método das
séries. Para determinar se x = 0 é ponto singular regular, calculamos

2x 1 x2
A = lim = B = lim =0
x→0 4x 2 x→0 4x

Podemos usar o método de Frobenius e a equação indicial é: 2r(r − 1) + r = 0 cujas


1
raízes são r = 0 e r = .
2
Com a primeira raiz r = 0 temos que


∞ ∑
∞ ∑

′ ′′
y= n
an x , y = n−1
nan x , y = n(n − 1)an xn−2
0 0 0

Substituindo na equação diferencial obtemos



[4n(n − 1)an xn−1 + 2nan xn−1 + an xn ] = 0
0

os dois primeiros somatórios podem ser escritos na forma



[4n(n + 1)an+1 + 2(n + 1)an+1 + an ]xn = 0
0
Christian José Quintana Pinedo 147

assim, a fórmula de recorrência é

4n(n + 1)an+1 + 2(n + 1)an+1 + an = 0

(−1)n
Supondo a0 = 1 tem-se an = a0 , logo a série de potências da primeira solução
(2n)!
particular é


(−1)n √
y1 (x) = = cos x
0
(2n)!

1
Usando a segunda raiz da equação indicial r = a série de potências da segunda
2
solução é:


∞ ∑

1 ∑

1
′ ′′
y= an x n+1/2
, y = (n + )an xn−1/2 , y = (n2 − )an xn−3/2
0 0
2 0
4

Substituindo na equação diferencial obtemos



[(4n2 − 1)an xn−1/2 + (2n + 1)an xn−1/2 + an xn+1/2 ] = 0
0

os soma dos termos n = 0 das duas primeiras séries é igual a zero e as três series podem
ser agrupadas na forma



[(4n2 + 8n + 3)an+1 + (2n + 3)an+1 + an ]xn+1/2 ] = 0
0

a fórmula de recorrência é

(2n + 2)(2n + 3)an+1 + an = 0

(−1)n
Supondo a0 = 1 obtém-se an = a0 , logo a série de potências da primeira
(2n + 1)!
solução particular é
∑∞
(−1)n √
y2 (x) = = sen x
0
(2n + 1)!
√ √
A solução geral é y(x) = C1 cos x + C2 sen x.

Exercício 3.5.12.
∫∞ 2
Exprima e−x dx como uma função gamma.
0
Solução.

Exercício 3.5.13.
148 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Usar o método de Frobenius para determinar a solução da equação de Bessel de ordem


s
x2 y ′′ + xy ′ + (x2 − s2 )y = 0

Solução.

[?]

Exercício 3.5.14.
Determine a solução da equação de Bessel de ordem zero x2 y ′′ + xy ′ + x2 y = 0.[?]
Solução.

Exercício 3.5.15.
A equação de Legendre de ordem α é: (1 − x2 )y ′′ − 2xy ′ + α(α + 1)y = 0; α > 1.
Mostrar que:
Solução.

1. Mostrar que as fórmulas de recorrência são:

(−1)n α(α − 2)(α − 4) · · · (α − 2n + 2)(α + 1)(α + 3) · · · (α + 2n − 1)


a2n = a0
(2n)!

(−1)n (α − 1)(α − 3) · · · (α − 2n + 1)(α + 2)(α + 4) · · · (α + 2n)


a2n+1 = a1
(2n + 1)!

2. As soluções linearmente independentes são


∞ ∑

y1 = a0 (−1)n a2n x2n e y2 = a1 (−1)n a2n+1 x2n+1
n=0 n=0

onde a2n e a2n+1 são as frações determinadas na parte primeira sem (−1)n .

3. Se α é um inteiro não negativo e par então a2n = 0 para 2n > k; mostrar que y1 é um
polinômio de grau k e y2 é uma série infinita. Se alpha é um inteiro não negativo e
ímpar então a2n+1 = 0 para 2n + 1 > k; mostrar que y2 é um polinômio de grau k e
y1 é uma série infinita.

4. É costume considerar a constante arbitrária (a0 ou a1 segundo seja o caso) de tal modo
(2n)!
que o coeficiente de xn no polinômioy1 ou y2 (segundo seja o caso) seja eé
2(n!)2
chamado de polinômios de Legendre Pn (x).Mostrar que


N
(−1)k (2n − 2k)! n
Pn (x) = xn−2k onde N = [| |]
k=0
2n k!(n − k)!(n − 2k)! 2
Christian José Quintana Pinedo 149

5. Determine os seis primeiros polinômios de Legendre.

Exercício 3.5.16.
A fórmula de Rodriguez para calcular o polinômio de Legendre de grau n é dada por

1 dn 2
Pn (x) = · (x − 1)n
n!2n dxn

Solução.

1. Mostrar que u = (x2 − 1)n satisfaz a equação diferencial (1 − x2 )u′ + 2nxu = 0.


Derivar ambos os lados para obter (1 − x2 ) + 2(n − 1)xu′ + 2nu = 0

2. Derivar sucessivamente, n vezes ambos lados da equação para obter

(1 − x2 )u(n+2) − 2xu(n+1) + n(n + 1)u(n) = 0

Considerar v = u(n) e verificar que v = Dn (1 − x2 )n e mostrar que v satisfaz a


equação de Legendre de ordem n

(2n)!
3. Mostre que o coeficiente de xn em v é
n!

Exercício 3.5.17.
A equação diferencial y ′′ − 2xy ′ + 2αy = 0 é chamada de equação de Hermite de
ordem α.
Solução.

1. Mostre que as duas soluções em série de potências são:



2n α(α − 2) · · · (α − 2n + 2)
y1 = 1 + (−1)n x2n
n=1



2n (α − 1)(α − 3) · · · (α − 2n + 1)
y2 = x + (−1)n x2n+1
n=1

2. Mostre que, se α é inteiro par, então y1 é um polinômio. Mostre que, se α é inteiro


ímpar, então y2 é um polinômio.

3. O polinômio desta segunda parte denota-se por Hn (x) e é chamado polinômio de


Hermite quando o coeficiente de xn seja 2n

4. Determine os seis primeiros polinômios de Hermite


150 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Exercício 3.5.18.
d s+1
Mostre que [x Js+1 (x)] = xs+1 Js (x) .
dx
Solução.

x2 y ′′ + x(x − 1)y ′ + (1 − x)y = 0 pelo método de Frobenius.[?]pag198


Capítulo 4

Transformada de Laplace

4.1 Existência da transformada de Laplace


Exercícios 4-1

Exercício 4.1.1. ∫ ∞
Determine para quais valores de s, a integral imprópria e−sx dx converge.
0
Solução.
∫ ∞
−sx 1 −sx m→∞ 1 1
Temos I = e dx = − e = − lim e−sm + .
0 s 0 s m→∞ s
1
Quando s > 0 temos I = converge. Quando s ≤ 0 temos I = +∞ diverge.
s
Exercício 4.1.2.
Mostre que se f (t) e g(t) são de ordem exponencial quando t → ∞, então f (t) · g(t)
e f (t) + g(t) também são de ordem exponencial quando t → ∞.
Solução.

• Como f (t) e g(t) são de ordem exponencial quando t → ∞, então Existem números
reais α, β, C1 > 0 e C2 > 0, tais que |f (t)| ≤ C1 eαt e |g(t)| ≤ C2 eβt , ∀ t ≥ 0, então

|f (t) · g(t)| ≤ |f (t)| · |g(t)| ≤ C1 eαt · C2 eβt = C1 C2 e(α+β)t , ∀t≥0

|f (t) · g(t)|
Disto temos que existe α + β > 0 tal que lim = 0.
t→∞ e(α+β)t
Portanto, f (t) · g(t) também é de ordem exponencial.

• Como f (t) e g(t) são de ordem exponencial quando t → ∞, então Existem números
reais α, β, C1 > 0 e C2 > 0, tais que |f (t)| ≤ C1 eαt e |g(t)| ≤ C2 eβt , ∀ t ≥ 0, então

|f (t) + g(t)| ≤ |f (t)| + |g(t)| ≤ C1 eαt + C2 eβt ≤ Ceγt , ∀ t ≥ 0, γ = max{α, β}

151
152 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

e C = max{C1 , C2 }.
|f (t) + g(t)|
Disto temos que existe γ > 0 tal que lim = 0.
t→∞ eγt
Portanto, f (t) + g(t) também é de ordem exponencial.

Exercício 4.1.3.
Determine uma função, F (t), que seja de ordem exponencial, e que f (t) = F ′ (t) não
seja de ordem exponencial. Construa uma função f que não seja de ordem exponencial,
porém cuja transformada de Laplace exista.
Solução.

Exercício 4.1.4.
Mostre que se f (t) e g(t) são de classe A, então f (t) · g(t) e f (t) + g(t) também são
de classe A.
Solução.

Sendo f (t) e g(t) são de classe A, logo elas são de ordem exponencial, pelo exercício
(4.1.2) temos que f (t) · g(t) e f (t) + g(t) também são de ordem exponencial.
Por outro lado, suponhamos que f (t) e g(t) sejam seccionalmente contínuas em A
tais que, para α, β ∈ A com α ̸= β, a função f seja somente descontínua em α e g seja
somente descontínua em β, logo existem f (β) , g(α) e os limites

lim f (x) = L1 , lim− f (x) = L2 e lim g(x) = M1 , lim− g(x) = M2 ⇒


x→α+ x→α x→β + x→β

lim [f (x) + g(x)] = L1 + g(α) ∈ R e lim [f (x) + g(x)] = L2 + g(α) ∈ R


x→α+ x→α−

lim [f (x) · g(x)] = L1 · g(α) ∈ R e lim [f (x) · g(x)] = L2 · g(α) ∈ R


x→α+ x→α−

também

lim [f (x) + g(x)] = f (β) + M1 ∈ R e lim [f (x) + g(x)] = f (β) + M2 ∈ R


x→β + x→β −

lim [f (x) · g(x)] = f (β) · M1 ) ∈ R e lim [f (x) · g(x)] = f (β) · M2 ∈ R


x→β + x→β −

Para o caso de existir mais pontos em A de descontinuidade, procedemos do mesmo


modo acima descrito, e cocluimos que f (t)·g(t) e f (t)+g(t) são seccionalmente contínuas
em A.
Christian José Quintana Pinedo 153

Portanto, se f (t) e g(t) são de classe A, então f (t) · g(t) e f (t) + g(t) também são
de classe A.

Exercício 4.1.5.
Demonstrar que as funções dadas são de classe A, n ∈ N, k ∈ R.
Solução.

1. A função sen(kt) é contínua em R para qualquer k ∈ N, logo é seccionalmente contínua.


Por outro lado, |sen(kt)| ≤ 1 = Ceαt , ∀ t ≥ 0 e algúm α ∈ R logo sen(kt) é de
ordem exponencial.
Portanto, sen(kt) é de classe A.

2. A função cos(kt) é contínua em R para qualquer k ∈ N, logo é seccionalmente contínua.


Por outro lado, | cos(kt)| ≤ 1 = Ceαt , ∀ t ≥ 0 e algúm α ∈ R logo cos(kt) é de
ordem exponencial.
Portanto, cos(kt) é de classe A.

3. A função senh(kt) é contínua em R, logo é seccionalmente contínua. Por outro lado,


et − e−t 1

|senht| = ≤ [|et | + |e−t |] = C1 eαt + C2 eβt ≤ Ceγt , ∀t≥0
2 2

onde γ = max{|α|, |β|} e C = max{C1 , C2 }.

4. A função cosh(kt) é contínua em R, logo é seccionalmente contínua. Por outro lado,


et + e−t 1

| cosh t| = ≤ [|et | + |e−t |] = C1 eαt + C2 eβt ≤ Ceγt , ∀t≥0
2 2

onde γ = max{|α|, |β|} e C = max{C1 , C2 }.

5. A função tn é contínua em R para todo n ∈ N, logo é seccionalmente contínua.


Por outro lado, as funções tn , n ∈ N são de ordem exponencial, pois |tn | = |t|n ≤
ent se t ≥ 0. Portanto considerando α = n, C = 1 na definição é suficiente.

6. Sabemos que a função ekt é de classe A, pela parte 5. deste exercício a funções tn é
de classe A, pelo Exercício (4.1.4) temos que tn ekt também é de classe A.

7. Pela parte 1. e 5. deste exercício sabemos que as funções sen(kt) e tn são de classe
A, pelo Exercício (4.1.4) temos que tn sen(kt) também é de classe A.

8. Pela parte 2. e 5. deste exercício sabemos que as funções cos(kt) e tn são de classe
A, pelo Exercício (4.1.4) temos que tn cos(kt) também é de classe A.
154 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

9. Pela parte 3. e 5. deste exercício sabemos que as funções senh(kt) e tn são de classe
A, pelo Exercício (4.1.4) temos que tn senh(kt) também é de classe A.

10. Pela parte 4. e 5. deste exercício sabemos que as funções cosh(kt) e tn são de classe
A, pelo Exercício (4.1.4) temos que tn cosh(kt) também é de classe A.
sen(kt)
11.
t
1 − cos(kt)
12.
t
1 − e−t
13.
t
cos t − cosh t
14.
t

Exercício 4.1.6.
Determine a transformada de Laplace para as seguintes funções:
Solução.
{
1 se, t ≥ 0
1. Dado f (t) = Heaviside
0 se, t < 0
∫ ∞ ∫ ∞ ∞ 1
−st 1
L[f (t)] = f (t)e dt = 1 · e−st dt = − e−st =
0 0 s 0 s

2. g(t) = eαt f (t)


{
4 se, 0 < t < 1
3. Dado h(t) =
3 se, t > 1
∫ ∞ ∫ 1 ∫ ∞
−st −st
L[f (t)] = f (t)e dt = 4·e dt + 3 · e−st dt =
0 0 1

1 3 ∞ 1
4 3 4
L[f (t)] = − e−st − e−st = (1 − 4e−s ) + = (1 − e−s )
s 0 s 0 s s s
4
Portanto, L[f (t)] = (1 − e−s )
s
{
1 se, 0 < t < 2
4. φ(t) =
t se, t > 2
Christian José Quintana Pinedo 155
{
sen(2t) se, 0 < t < π
5. Dado ψ(t) =
0 se, t > π
∫ ∞ ∫ π ∫ ∞ ∫ π
−st −st −st
L[ψ(t)] = ψ(t)e dt = sen(2t) · e dt + 0·e dt = sen(2t) · e−st dt
0 0 π 0

∫ π π s ∫ π
−st 1 −st
sen(2t) · e dt = − cos(2t)e − e−st cos(2t)dt =
0 2 0 2 0
π s2 ∫ π
1 −sπ s −st
(1 − e ) − sen(2t)e + sen(2t) · e−st dt
2 4 0 4 0

2
L[ψ(t)] = (1 − e−sπ )
22 −s2



 0 se 0 < t < 1
6. Dado ϕ(t) = t se 1 < t < 2


0 se t > 2
∫ ∞ ∫ 1 ∫ 2 ∫ ∞
−st −st −st
L[ϕ(t)] = ϕ(t)e dt = 0·e dt + t·e dt + 0 · e−st dt =
0 0 1 2


t −st 2 1 2 −st 1 1 2 1
1
=− e + e dt = (e−s −2e−2s )− 2 e−st = (e−s −2e−2s )− 2 (e−2s −e−s )
s 1 s 1 s s 1 s s
1
Portanto, L[ϕ(t)] = (se−s − 2se−2s − e−2s + e−s )
s2
∫ ∞
7. f (t) = sen2t + cos 2t ⇒ L[f (t)] = e−st (sen2t + cos 2t)dt
0

∫ ∞ ∫ ∞
−st
L[f (t)] = e sen2tdt + e−st cos 2tdt
0 0

∞ 2 ∫ ∞ ∞ 2 ∫ ∞
1 −st −st 1 −st
L[f (t)] = − e sen2t + e cos 2tdt − e cos 2t − e−st sen2tdt
s 0 s 0 s 0 s 0
∫ ∫
2 ∞ −st 1 2 ∞ −st
L[f (t)] = e cos 2tdt + − e sen2tdt
s 0 s s 0
novamente por partes
[ ∫ ] [ ∫ ]
2 1 2 ∞ −st 1 2 2 ∞ −st
L[f (t)] = − e sen2tdt + − e cos 2tdt ⇒
s s s 0 s s s 0

2+s 4 s+2
L[f (t)] = 2
− 2 L[f (t)] ⇒ L[f (t)] =
s s s2 + 22
8. f (t) = (1 + e2t )2
156 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

∑5
(−1)i 5! (5−i)t −it
−t 5
9. f (t) = (e − e )
t
⇒ f (t) = e e ⇒
i=0
i!(5 − i)!

∑5 ∫ ∞ ∑5 ∫ ∞
(−1)i 5! −st (5−i)t −it (−1)i 5!
L[f (t)] = e (e e )dt = e−(s−5+2i)t dt =
i=0
i!(5 − i)! 0 i=0
i!(5 − i)! 0

[ ]
∑ e−(s−5+2i)t ∞
5
(−1)i 5!
L[f (t)] = − =
i=0
i!(5 − i)! (s − 5 + 2i) 0

1 5 10 10 5 1
L[f (t)] = − + − + −
s−5 s−3 s−1 s+1 s+3 s+5
10 30 20
L[f (t)] = 2 − 2 + 2
s −5 2 s −3 2 s − 12

10. f (t) = t2 − 2t + 2

11. f (t) = t3 + 4t2 + 4t

12. f (t) = (t − 2)3 (t + 2)

13. f (t) = te−at

14. f (t) = (t + 2)tet


1 1
15. f (t) = cosh2 at ⇒ f (t) = + cosh(2t)
2 2
∫ ∞ [1 ] ∫
−st 1 1 1 ∞ −st
L[f (t)] = e + cosh(2t) dt = + e cosh(2t)dt
0 2 2 2s 2 0

1 s
L[f (t)] = +
2s 2(s − 22 )
2

16. f (t) = eat senbt


sent
17. f (t) =
t
18. f (t) = sen2 2t

19. f (t) = tsent

20. f (t) =

Exercício 4.1.7.
Verifique as seguintes igualdades:
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 157

s+9
1. L[2e3t − e−3t ] = , s>3
s2 − 9
2 3 5
2. L[t2 − 3t + 5] = 3
− 2 + , s>0
s s s
s
3. L[cosh(kt)] = 2 , s > |k|
s − k2
∫ ∞ ∞ 1 ∫ ∞
−st e−st
L[cosh(kt)] = e cosh(kt)dt = − cosh(kt) + e−st senh(kt)dt
0 s 0 s 0
[ −st ∞ k ∫ ∞ ]
1 k e −st
L[cosh(kt)] = + − senh(kt) − e cosh(kt)dt , s > |k|
s s s 0 s 0
k2 1 s
(1 − )L[cosh(kt)] = ⇒ L[cosh(kt)] = , s > |k|
s 2 s s2 − k2
1 3 2 1
4. L[ t3 + t2 − 1] = 4 + 3 − , s>0
2 s s s
∫ ∞
1 1
L[ t3 + t2 − 1] = e−st ( t3 + t2 − 1)dt =
2 0 2

k
5. L[senh(kt)] = , s > |k|
s2 − k2
2(2s + 7)
6. L[e−4t + 3e−2t ] = , s > −2
(s + 2)(s + 4)

Exercício 4.1.8.
Aplicando propriedade da linearidade, achar a transformada de Laplace para as fun-
ções:
1. sen3 t 2. sen2 (kt) 3. sen(kt) cos(kt)
Solução.

Exercício 4.1.9.
b−a
Mostre que, L[e−at − e−bt ] = onde s > max{ −a, −b }
(s + a)(s + b)
Solução.
158 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Pela definição da transformada de Laplace, temos


∫ ∞ ∫ ∞
−at −bt −st −at −bt
L[e −e ]= e [e −e ]dt = [e−(s+a)t − e−(s+b)t ]dt =
0 0

Considerando s + a > 0 e s + b > 0 segue

1 −(s+a)t ∞ 1 −(s+b)t ∞ 1 1 b−a


=− e + e = − =
s+a 0 s+b 0 s+a s+b (s + a)(s + b)

b−a
Portanto, se s > max{ −a, −b }, temos L[e−at − e−bt ] = .
(s + a)(s + b)

Exercício 4.1.10.
Determine a transformada de Laplace para as seguintes funções f (t) e f ′ (t):
Solução.

1. f (t) = teαt cos(βt)

2. f (t) = senh3 t

3. f (t) = teαt sen(βt)

4. f (t) = isent + cos t

5. f (t) = senh3 t

6. f (t) = cosh tsent

7. f (t) = sent − t cos t

8. f (t) = e−t sen2 t

1
9. (cosh tsent + senht cos t)
2

Exercício 4.1.11.
Seja a ∈ R constante, mediante o cálculo da transformada da função f (t) = eiat , i2 =
−1, determine a transformada de Laplace para as funções senat e cos at.
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 159

Como i2 = −1, podemos supor i ∈ C como uma constante e pela definição da trans-
formada de Laplace, temos
∫ ∞ ∫ ∞ ∞
−st 1 1
L[f (t)] = e · e dt =
iat
e−(s−ai)t dt = − e−(s−ai)t =
0 0 s + ai 0 s + ai

Por outro lado


∫ ∞ ∫ ∞
−st
L[f (t)] = e · e dt =
iat
e−st (cos at + isenatdt = F (s) + iH(s)
0 0

Das duas igualdades

1 s + ia s a
F (s) + iH(s) = = 2 2
= 2 2
+i 2
s + ai s +a s +a s + a2

Igualando as partes reais e as partes imaginarias concluimos que

s a
F (s) = L[senat] = , H(s) = L[cos at] = , s>a
s2 + a2 s2 + a2

Exercício 4.1.12.
∫t
senτ
Determine a transformada de Laplace para a função “seno integral” f (t) = dτ
τ
0
Solução.

Exercício 4.1.13.
∫∞ [ ] ∫∞
f (t)
Mostre que, se L[f (t)]dt converge, então L = L[f (t)]ds.
t
p p
Solução.

Exercício 4.1.14.
∫∞
sent π
Utilizar a exercício (4.1.13) para mostrar que dt =
t 2
0
Solução.
160 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Seja f (t) = sent, então pelo exercício (4.1.13) segue que

∫∞ ∫∞ ∫∞ ∞ π
sent 1
dt = L[sent]ds = ds = arctan t = −0
t s2 + 1 0 2
0 0 0

∫∞
sent π
Portanto, dt = .
t 2
0

Exercício 4.1.15.
Mostre que a função f (t) = 1/t2 não tem transformada de Laplace. Sugestão: Aplique
∫1
a definição da integral imprópria para mostrar que e−st f (t)dt não existe.
0
Solução.

Pela definição

[ ] ∫∞ ∫1 ∫∞
1 −st 1 −st 1 1
L 2 = e · 2 dt = e · 2 dt + e−st · 2 dt
t t t t
0 0 1

Integrando por partes


∫ ∫
−st 1 1
I= e 2
dt = − · e−st − se−st Lnt − s2 e−st · Lntdt]
t t

logo no intervalo [0, 1].

∫1 ∫1
−st 1 1 1
e · 2 dt = −[ · e−s + se−s Ln1] + lim [ · e−sa + se−sa Lna] − s2 e−st · Lntdt
t 1 a→0 a
0 0

∫1 ∫1
1 1
e−st · 2 dt = −e−s + lim [ + sLna] − s2 e−st · Lntdt = @
t a→0 a
0 0

A segunda integral
[ ] existe.
1
Portanto, L 2 não existe.
t
Christian José Quintana Pinedo 161

4.2 Transformada inversa de Laplace

Exercícios 4-2

Exercício 4.2.1.
Mostre que se f (t), f ′ (t), f ′′ (t), · · · , f (n−1) (t) são contínuas de ordem exponencial, e
f (n) (t) seccionalmente contínua em [0, ∞), então

L[f n (t)] = sn L[f (t)] − sn−1 f (0) − sn−2 f ′ (0) − · · · − sf (n−2) (0) − f (n−1) (0), s>0

Solução.

Mostraremos por indução matemática.


Suponhamos n = 1, como f (t) é de ∫ordem exponencial, e f ′ é seccionalmente contínua,

existe a seguinte integral L[f ′ (t)] = e−st f ′ (t)dt para s > 0.
0
Integrando por partes
∫ ∞ ∞ 1 ∫ ∞
−st 1 −st
L[f (t)] = e f (t)dt = − e f (t) + e−st f ′ (t)dt
0 s 0 s 0

ísto é
∫ ∞
1 1
L[f (t)] = e−st f (t)dt = f (0) + L[f ′ (t)] ⇒ L[f ′ (t)] = sL[f (t)] − f (0)
0 s s

Suponhamos que, para n = h seja verdadeira a igualdade a mostrar. Logo para


(h) ′
∫ = h + 1, sendo e f é seccionalmente contínua, existe a seguinte integral L[f (t)] =
n

e−st f (h+1) (t)dt para s > 0.
0
Integrando por partes
∫ ∫

−st (h) 1 −st (h) ∞ 1 ∞ −st (h+1)
L[f (h)
(t)] = e f (t)dt = − e f (t) + e f (t)dt
0 s 0 s 0

então L[f (h+1)(t) ] = sL[f (h) (t)] − f (h) (0), isto é


[ ]

h−1
L[f (h+1)(t) ] = s sh L[f (t)] − sh−k f (k−1) (0) − f (h) (0)
k=1


h
L[f (h+1)(t) ] = sh+1 L[f (t)] − sh−k f (k) (0)
k=0

Portanto a fórmula é verdadeira para todo n ∈ N.


162 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Exercício 4.2.2.
Calcular as transformadas de Laplace das funções f (t) = cos at e senat calculando a
transformada de Laplace da função h(t) = eiat , i2 = 1.[?]
Solução.

Exercício 4.2.3.
Seja n um inteiro positivo. Calcular a transformada de Laplace da função fn :
[0, ∞) −→ R dada por fn (t) = tn , para n = 0, 1, 2, . . ..
Solução.
∫ ∞
1
Para n = 0 temos f0 (t) = 1, logo L[f0 (t)] = e−st dt = , s > 0
∫ 0∞ s ∫
−st e−st t ∞ 1 ∞ −st
Para n = 1 temos f1 (t) = t, logo L[f1 (t)] = e tdt = − + e dt
0 s 0 s 0

e−st ∞ 1
L[f1 (t)] = − =
s2 0 s2
∫ ∞ ∫
−st 2 e−st t2 ∞ 2 ∞ −st
2
Para n = 2 temos f2 (t) = t , logo L[f2 (t)] = e t dt = − + e tdt
0 s 0 s 0
∫ ∞
2 2 2
L[f2 (t)] = e−st tdt = L[f1 (t)] = 3
s 0 s s
∫ ∫

−st 3 e−st t3 ∞ 3 ∞ −st 2
3
Para n = 3 temos f3 (t) = t , logo L[f3 (t)] = e t dt = − + e t dt
0 s 0 s 0
∫ ∞
3 3 3×2 3!
L[f3 (t)] = e−st t2 dt = L[f2 (t)] = 4
= 4
s 0 s s s
∫ ∞
h!
Suponhamos que para n = h seja L[fh (t)] = e−st th dt = h+1 , s > 0
∫ ∞ s ∫
1 −st h+1 ∞ h + 1 ∞ −st h
0
−st h+1
Para n = h+1 temos L[fh+1 (t)] = e t dt = − e t + e t dt
0 s 0 s 0

∫ ∞
h+1 h + 1 h!
L[fh+1 (t)] = e−st th+1 dt = L[fh (t)] = · h+1
0 s s s

n!
Portanto, L[fn (t)] = , s > 0, n = 0, 1, 2, . . .
sn+1
Exercício 4.2.4.
Christian José Quintana Pinedo 163

Usando a propriedade do deslocamento, determine uma função f (t) sabendo que sua
transformada de Laplace é
s−2
F (s) = 2
2s + 2s + 2
Solução.
[ ]
s−2 1 s−2
Temos F (s) = 2 = √ ⇒
2s + 2s + 2 2 (s + 1 )2 + ( 3 )2
[ 2 2
]
1 5
1 s+ 2
F (s) = √ − 2
√ − =
2 (s + 1 )2 + ( 3 )2 (s + 1 )2 + ( 3 )2
2 2 2 2
[ √ ]
1 s + 12 10 3
F (s) = √ − √ · 2
√ − =
2 (s + 1 )2 + ( 3 )2 2 3 (s + 1 )2 + ( 3 )2
2 2 2 2

Observando a Tabelas, usando o propriedade do deslocamento e o Teorema da Linea-


ridade vemos que a função cuja transformada de Laplace é F (s) é dada por
√ √
1 − 1 t[ ( 3 ) 10 ( 3 )]
f (t)) = e 2 cos t − √ sen t
2 2 2 3 2

Exercício 4.2.5.
Aplicando a transformada de Laplace da derivada, verificar que, se f (t) = t cos at
s2 − as
então L[f ](s) = 2
(s + a2 )2
Solução.

Seja f (t) = t cos at então f ′ (t) = cos at − tasenat ⇒ f ′′ (t) = −ta2 cos at − 2asenat

L[f ′′ (t)] = −a2 L[t cos at] − 2aL[senat]

s2 L[f (t)] − sf (0) − f ′ (0) = −a2 L[f (t)] − 2aL[senat]


a s2 − a2
(s2 + a2 )L[f (t)] = 1 − 2aL[senat] ⇒ (s2 + a2 )L[f (t)] = 1 − 2a =
s2 + a2 s2 + a2
s2 − as
Portanto, L[f ](s) = .
(s2 + a2 )2
Exercício 4.2.6.
Sem calcular a integral, determine as transformadas de laplace.
Solução.

1. Pela Propriedade 4.8 temos

[ ∫t ] 1 1 1 1 1 1
L e dx = L[et ] = ·
x
= = − , s>1
s s s−1 s(s − 1) s−1 s
0
164 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Outra solução
[ ∫t ] ∫∞ ∫ t
No caso de calcular as integrais temos: L ex dx = [ ex dx]e−st dt =
0 0 0

∫t ∞ 1 ∫∞
1 −st 1 1 1
= − [ e dx]e +
x
et e−st = = − , s>1
s 0 s s(s − 1) s−1 s
0 0

2. Pela Propriedade 4.8 temos

[ ∫t ] 1 1 s 1
L cos xdx = L[cos x] = · 2 2
= 2 , s>0
s s s +1 s + 12
0

Outra solução
[ ∫t ] ∫∞ ∫ t
No caso de calcular as integrais temos: L cos xdx = [ cos xdx]e−st dt =
0 0 0

∫t ∞ 1 ∞
1 1 1
=− [ cos xdx]e−st + [· (sent − s cos t)e−st ] = 2 , s>0
s 0 s 1−s 0 s + 12
0

[ ∫t ]
3. L senx cos(t − x)dx
0

[ ∫t ]
4. L xet−x
0

[ ∫t ]
−x
5. L e senxdx
0

[ ∫t ]
6. L t · senxdx
0

[ ∫t ]
7. L e−x dx
0

[ ∫t ]
8. L xsenxdx
0

[ ∫t ]
9. L t · xe−x dx
0
Christian José Quintana Pinedo 165

Exercício 4.2.7.
k k
Mostre que se 0 ≤ x < b ≤ ≤ 1 ou 0 ≤ ≤ b < x ≤ 1, então
n n

x n (1 − x)1− n ≤ e−2(x−b) b n (1 − b)1− n


k k 2 k k

Solução.
k k
x n (1 − x)1− n
≤ e−2(x−b) . Aplicando o logaritmo
2
A mostrar que k k
b (1 − b)
n
1− n

[ k k
]
x n (1 − x)1− n
F (x) = Ln k k − 2(x − b)2 ≤ 0, ⇒ F (b) = 0
b n (1 − b)1− n

Exercício 4.2.8.
Determine a transformada inversa de Laplace para as funções:

2s − 5 s e−s e−2s
1. 2. − −
2
s(s + s + 12) s4 + 4 s2 s2 − 1
s 5s + 3
3. 4.
s4 + 4 (s + 1)(s + 2)(s + 3)

p e−p e−2p 1
5. − − 6.
p4 + 4 p2 p2 − 1 s(s2 + 4)
Solução.

2s − 5
1.
s(s2 + s + 12)

s e−s e−2s
2. − −
s4 + 4 s2 s2 − 1
s
3.
s4 +4
166 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

5s + 3
4.
(s + 1)(s + 2)(s + 3)
Resposta f (t) = [−e−t + 7e−2t − 6e−3t ]u(t)
p e−p e−2p
5. − −
p4 + 4 p2 p2 − 1
1 1/4 (−1/4)s
6. Pelo método das frações parciais, obtemos 2
= + 2 .
s(s + 4) s s +4
[ ] [ ] [ ]
−1 1 1 −1 1 1 −1 s 1 1
Assim, L 2
= L − L 2
= − cos 2x.
s(s + 4) 4 s 4 s +4 4 4

Exercício 4.2.9.
Determine:
Solução.
[1]
1. L−1 4
s
[1 64 ]
2. L−1 2 − 5
s s
[( 3 1 )2 ]
3. L−1 − 3
s s
[1 1 ]
−1
4. L − + 1
s2 s − 2 s
[ 12s ]
−1
5. L
s2 + 9
[ 1 ]
−1
6. L
s2 + s − 6
[ s−5 ]
−1 √ √
7. L
(s + 5)(s − 5)
[ s ]
8. L−1
(s − 1)(s − 2)(s − 3)
[ s−2 ]
9. L−1 2 2
s (s + 4)
[ 1 ]
10. L−1 2
(s + 9)(s2 + 4)
[ 6s + 3 ]
11. L−1 2
(s + 1)(s2 + 4)
Christian José Quintana Pinedo 167
[ ]
12. L−1 1
s4 −16

Exercício 4.2.10.
Considere L[f ](s) = F (s), determine f (t).
Solução. 1.
2 1
Temos a transformada F (s) = + , é imediato que
s2 (s + 2)(s − 1) (s + 2)(s − 1)
1 1 1
= −
(s + 2)(s − 1) 3(s − 1) 3(s + 2)

2 A B C D
= + 2+ + ⇒
s2 (s + 2)(s − 1) s s s+2 s−1

2 = As(s + 2)(s − 1) + B(s + 2)(s − 1) + Cs2 (s − 1) + Ds2 (s + 2) ⇒ s=0⇒B=1


2 1 3
s=1⇒D= , s = −2 ⇒ C = − , s = −1 ⇒ A =
3 6 2
logo [ ] [ ]
3 1 1 2 1 1
F (s) = + − + + −
2s s2 6(s + 2) 3(s − 1) 3(s − 1) 3(s + 2)
3 1 1 1 3 1
F (s) = + 2− + ⇒ f (t) = + t − e−2t + et
2s s 2(s + 2) s − 1 2 2
3 1
Portanto, f (t) = + t − e−2t + et
2 2
Solução. 2..
3
Temos a transformada F (s) =
(s − 1)(s2 + 4)

ccc

Exercício 4.2.11.
a
Seja a constante, sabe-se que a transformada de Laplace de f (t) = senat é , s>
s2 + a2
s2 − a2
0 e a de g(t) = t cos at é , s > 0. Determine a transformada de Laplace de
(s2 + a2 )2
h(t) = senat − at cos at.
Solução.
168 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Temos que

L[h(t)] = L[senat − at cos at] = h(t) = L[senat] − aL[t cos at]

a s2 − a2 2a3
L[h(t)] = + a · =
s2 + a2 (s2 + a2 )2 (s2 + a2 )2
Exercício 4.2.12.
s+1
Determine a função cuja transformada de Laplace é .[?]
s2 (s
+ 2)3
, s >0 Solução.

Exercício 4.2.13.
s2 + 2
Determine a função cuja transformada de Laplace é .[?]
s(s2 + 2s + 2)
Solução.

Exercício 4.2.14.
[ 1 ]
Determine a função f (t), sabendo que L−1 Ln[1 + 2 ] = f (t).[?]
s
Solução.
1 {d 1} 1 { 1 ( 2 )}
Temos f (t) = − L−1 Ln[1 + 2 = − L−1 − =
t ds s t 1 + s12 s3

1 { s2 ( 2 )} 2 −1 { 1 }
f (t) = − L−1 − = L
t 1 + s2 s3 t s(s2 + 1)

2 ( −1 { 1 } { 1 } { 1 })
f (t) = AL + BL−1 + +CL−1
t s s−i s+i

2
f (t) = (A · 1 + Beit + Ce−it )
t
1 A B C
Do fato = + + então A = 1, B = 1/2 e C = −1/2, logo
s(s2 + 1) s s−i s+i

2 1 1 2
f (t) = (1 + (cos t + isent) − (cos t − isent)) = (1 − cos)
t 2 2 t
2
Portanto, f (t) = (1 − cos)
t
Christian José Quintana Pinedo 169

Exercício 4.2.15. Teorema de aproximação de Weierstrass.


Demonstrar que se f : [a, b] −→ R é uma função contínua, então para todo ϵ > 0,
existe um polinômio p(t) tal que |f (t) − p(t)| < ϵ, para todo t ∈ [a, b].
Demonstração.
1
Seja t = (1 − x)a + xb, então x = (t − a) e t ∈ [a, b] se e somente se x ∈ [0, 1].
b−a
Seja fˆ : [0, 1] −→ R definida por fˆ(x) = f ((1 − x)a + xb). Consideremos o polinômio de
Bernstein1


n
k ( 1 )
p̂(x) = fˆ( )xk (1 − x)n−k e p(t) = p̂ (t − a)
k=0
n b−a

Sabendo que
( ) ( )
∑ n ∑
n
n
xk (1 − x)n−k ≤ xk (1 − x)n−k = 1 (4.1)
k∈A
k k=0
k

para qualquer A ∈ {0, 1, 2, 3, · · · , }.


Por outro lado, como f é contínua, existe δ > 0 tal que

ϵ
|x − y| < δ ⇒ |f (x) − f (y)| < (4.2)
2
ϵ
Sejam b1 = x − δ, b2 = x + δ, M = max |f (x)| e n tal que 4M e−2δ
2n
< .
x∈[0,1] 2
Pela Propriedade (??)

k k
x n (1 − x)1− n ≤ e−2(x−b) b n (1 − b)1− n
k k 2 k k
b2 ≤ ≤ 1 ou o ≤ ≤ b1 ⇒ (4.3)
n n

Das relações (4.1), (4.2) e (4.3) tem-se


( ) ( )
∑ n ∑n
n k n
|fˆ(x) − p̂(x)| = fˆ(x) xk (1 − x)n−k − fˆ( ) xk (1 − x)n−k ≤
k n k
k=0 k=0

n ( )

≤ fˆ(x) − fˆ( ) n xk (1 − x)n−k ≤
k
n k
k=0

∑ ( )

ϵ
≤ + fˆ(x) − fˆ( ) n xk (1 − x)n−k
k
2 n k
k
| n −x|>δ

1
Sergey Natanovich Bernstein (1880 − 1968) foi um matemático ucraniano. Sua tese de doutorado,
defendida em 1904 na Sorbonne, resolveu o décimo-nono problema de Hilbert sobre a solução analítica
de equações diferenciais elípticas. Publicou diversos trabalhos em teoria da probabilidade, fundamentos
matemáticos da genética entre outros.
170 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
( ) ( )
ϵ ∑ n ∑ n
≤ + 2M xk (1 − x)n−k + 2M xk (1 − x)n−k
2 k k
k
n
≥b2 k
n
≤b1
( ) ( )
ϵ ∑ n ∑ n
≤ + 2M e−2δ n −2δ 2 n
2
bk2 (1 − b2 )
n−k
+ 2M e bk1 (1 − b1 )n−k
2 k k
n
k
≥b2 k
n
≤b1

ϵ
+ 4M e−2δ n ≤ ϵ
2

2
Christian José Quintana Pinedo 171

4.3 Aplicações

Exercícios 4-3

Exercício 4.3.1.
Qual é a tranformada de Laplace da função periódica mostrada na seguinte Figura (a)
?

f(t)
6
1

t-
T 2T 4T

-1
Solução.
F igura (a)
Observe que o período é 2T , além disso:
∫ 2T ∫ T ∫ 2T
−st −st
f (t)e dt = f (t)e dt + f (t)e−st dt
0 0 T

Isto ; e: ∫ ∫ ∫
2T T 2T
−st −st
f (t)e dt = e dt + (−1)e−st dt
0 0 T
∫ T 2T
e−st e−st
2T
−st 1
f (t)e dt = − = [(e−sT − 1) − (e−2sT ) − e−sT ]
0 −s 0 −s T −s
∫ 2T
−st 1 −2sT −sT 1 − (e−sT )2
f (t)e dt = [e − 2e + 1] =
0 s s
Sabe-se que se uma função f (t) é de período K, então a transformada de Laplace; e:
∫K
f (t)e−st dt
L[f (t)] = 0
1 − e−Ks

Substituindo nesta expressão:

(1 − e−sT )2
s (1 − e−sT )2 1 − e−sT 1 Ts
L[f (t)] = = = = tanh
1−e −2T s s(1 − e−2T s ) −sT
s(1 + e ) s 2
[ ]
1 Ts
Portanto, a gransformada pedida é L[f (t)] = tanh .
s 2
172 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Exercício 4.3.2.
∫t
Achar f (t) da seguinte igualdade f (t) + f (r)dr = 1.
0
Solução.

Resposta f (t) = e−t

Exercício 4.3.3.
2
Aplicar a Propriedade (??) para mostrar a fórmula de Duhamel

∫t
sL[f (t)]L[g(t)] = f (t)g(t) + f (x)g(t − x)dx
0

Solução.

Exercício 4.3.4.
Achar as transformadas de Laplace para as seguintes funções

1. (t − 1) · u(t − 1) 2. (t − 1)2 · u(t − 1) 3. (t − 1)u(t − π) · (cos t


π
4. t · u(t − 1) 5. t2 · u(t − 1) 6. (t − 1)u(t − ) · sent
2
1
7. et · u(t − ) 8. u(t − 1) · cosh t .
2

Solução.

Exercício 4.3.5.
Determine a transformada de Laplace para as funções:Solução.
2
Duhamel (1797 − 1872) matemático francês.
Christian José Quintana Pinedo 173
{ {
0 se 0 ≤ t < 1 sent se 0 ≤ t < π
1. f (t) = 2. f (t) =
(t − 1)2 se 1 ≤ t 0 se t ≥ π


 0 se 0 ≤ t < 1
3. f (t) = 2 se 1 ≤ t < 2 4. f (t) =


0 se t ≥ 2

Exercício 4.3.6.
{ 2
ket se t < B
Mostre que a função f (t) = admite transformada de laplace,
10M se t ≥ B
onde k, M e B são constantes.
Solução.

Pela definição da transformada de Laplace tem-se

∫∞ ∫B ∫∞
L[f (t)] = e−st f (t)dt = e−st · ke dt +
t2
e−st · 10M dt
0 0 B

∫B ∫R
−st+t2
L[f (t)] = k e dt + 10M lim e−st dt
R→∞
0 B

∫R ∫B
e−st dt + ke −s2 /4 2
= 10M lim et−s/2) dt
R→∞
B 0

O valor obtido assim, será finito e bem definido, sem importar quais grandes sejam
M , B ou k, para qualquer s > 0. A última integral, em verdade não podemos calcular
mediante funções elementares, não obstante podemos limitar assim. Seja m(s) = max(t −
s 2
) para 0 ≤ t ≤ B, então
2

∫B ∫B
t−s/2)2
e dt ≤ em(s) dt = em(s) B
0 0

Deste modo, a transformada de Laplace existe para qualquer s > 0.

Exercício 4.3.7.
2
Mostrar que não existe transformada de Laplace para a função f (t) = et , para nenhum
valor de s.
Solução.
174 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Pela definição da transformada de laplace, tem-se

∫+∞
e−st · et dt
t2 2
L[e ] =
0

2
Com efeito, desde que ev > ev em (1, +∞), então. se s > 0

∫+∞ ∫+∞ ∫+∞


t2
e−st · et dt = et −st dt = et −st+s /4 · e−s /4 dt
2 2 2 2 2
L[e ] =
1 0 0

∫+∞ ∫+∞
(t−s/2)2 −s2 /4 −s2 /4 2
= e ·e dt = e e(t−s/2) dt
0 0

Considerando v = t − s/2

∫+∞
t2 −s2 /4 2
L[e ] = e e(t−s/2) dt =
0

 
∫∞ ∫1 ∫+∞
 
= e−s ev dv = e−s
2 /4 2 2 /4 2 2
 ev dv + ev dv 
−s/2 −s/2 1
 1 
∫ ∫+∞ ∫+∞ ∫+∞
−s2 /4  v2
e dv  ≥ e
v2 −s −s
2 /4 2 2 /4
≥e e dv + e dv ≥ e
v
ev dv = ∞
0 1 1 1

Exercício 4.3.8. 
 tan t π
se 0 ≤ t <
Mostre que a função f (t) =
 0 π 2 não admite transformada de
se t ≥
2
laplace
Solução.

Suponhamos m(s) = minπ {e−st } = min{1, e−sπ/2 }, então como a função tangente
0≤t≤ 2
tem assíntota em π/2

∫+∞ ∫π/2 ∫π/2


f (t)e−st dt = tan t · e−st dt ≥ m(s) · tan tdt =
0 0 0

∫π/2 ∫R
= m(s) tan tdt = m(s) limπ tan tdt
R→ 2
0 0
Christian José Quintana Pinedo 175

= m(s) limπ [Ln(sec R) − Ln(sec 0)] = ∞


R→ 2

Exercício 4.3.9.
Resolver as seguintes equações diferenciais de pvi.
{ {
f ′′ (t) − f (t) = 1 f ′′ (t) + f (t) = 0
1. 2.
f (0) = 0, f ′ (0) = 1 f (0) = 1, f ′ (0) = 0
 
′′ ′

 f (t) + ωf (t) = 0 
 Lf (t) + Rf (t) = E
3. f (0) = A, f ′ (0) = 0 4. f (0) = 0

 

ω e A constantes L, R e E são constantes

Solução.

Exercício 4.3.10.
Resolver cada um dos pvis.

1. y ′ − 3y = e2t , y(0) = 1
Calculamos primeiramente a transformada de cada membro da equação diferencial
dada:
L[y ′ ] − 3L[y] = L[e2t ]

1
Dai, L[y ′ ] = sY (s) − y(0) = sY (s) − 1 e L[e2t ] = .
s−2
Resolvendo:
1
sY (s) − 1 − 3Y (s) =
s−2
s−1
Y (s) =
(s − 2)(s − 3)

Usando fracções parciais

s−1 A B
= +
(s − 2)(s − 3) s−2 s−3

o que implica s − 1 = A(s − 3) + B(s − 2).


Fazendo s = 2 e s = 3 na última equação concluímos que A = −1 e B = 2,
respectivamente.
Consequentemente
−1 2
Y (s) = + ⇒
s−2 s−3
176 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
[ ] [ ]
−1 −1 −1 2
y(t) = L + 2L
s−2 s−3

De onde, y(t) = −e−2t + 2e3t

2. y ′ + y = e−t , y(0) = 5
Aplicamos a Transformada de Laplace a esta EDO Linear para obter:

L[y ′ + y] = L[e−t ]

1
pelas propriedades enunciadas segue que L[y ′ + y] =
s+1
Usando a fórmula da transformada da derivada, obtemos

1 1 1 5
sY (s)y(0)+Y (s) = ⇒ sY (s)−5+Y (s) = ⇒ Y (s) = 2
+
s+1 s+1 (s + 1) s + 1

Aplicando a transformada inversa de Laplace a esta equação e observando na tabela


que
1 1
L[te−t = 2
e L[e−t =
(s + 1) s+1
obtemos a solução do PVI.
Portanto, y(t) = e−t + 5e−t .

3. y ′′ + y ′ − 2y = 2t; y(0) = 0, y ′ (0) = 1


Aplicamos a Transformada de Laplace a esta EDO Linear para obter:

L[y ′′ + y ′ − 2y] = L[2t]

pelas propriedades enunciadas segue que:

2
(s2 L[y] − sy(0) − y ′ (0)) + (sL[y] − y(0)) − 2L[y] = ⇒
s2

2 + s2 1 1 1 1 1
⇒ L[y] = = − − 2− · ⇒
s (s + s − 2)
2 2 s − 1 2s s 2 s+2
1 1
y(t) = et − − t − e−2t
2 2
4. Tem-se: y ′′ − 2y ′ + y = et + t; y(0) = 1, y ′ (0) = 0.
Aplicando a transformada de Laplace à equação y ′′ − 2y ′ + y = et + t; y(0) =
1, y ′ (0) = 0, tem-se

[ ] 1 1
L [y ′′ − 2y ′ + y] = L et + t ⇒ (s2 L[y]−s)−2(sL[y]−1)+L[y] = + 2 ⇒
s−1 s
Christian José Quintana Pinedo 177

1 1
(s − 1)2 L[y] = 2 + +
s−1 s

5. y ′′ + 2y ′ + 5y = 4e−t cos 2t; y(0) = 1, y ′ (0) = 0

6. y ′′ + 4y = t2 + 3et ;y(0) = 0, y ′ (0) = 2


2! 3
Temos L[y ′′ + 4y] = L[t2 + 3et ] = 3 + ⇒
s s−1
[ 2 ] 2! 3
s Y (s) − sy(0) − y ′ (0) + 4Y (s) = 3 +
s s−1

2! 3 2! 1 + 2s
(s2 + 4)Y (s) = + + s(0) + 2 ⇒ Y (s) = +
s3 s−1 + 4) (s − 1)(s2 + 4)
s3 (s2
a transformada da equação diferencial é

8
3s2 Y (s) − 3C1 s − 3C2 − 2sY (s) + 12C1 + 12Y (s) =
(s − 2)2 + 4

7. y ′′ − 2y ′ + y = tet + 4; y(0) = 1, y ′ (0) = 1

8. y ′′ − 2y ′ − 3y = 3te2t ; y(0) = 1, y ′ (0) = 0

9. y ′′ + 4y = 3sen2t; y(0) = 2, y ′ (0) = −1

10. y ′′ + 4y = et ; y(0) = 0, y ′ (0) = 0.

11. y ′′ − 2y ′ + y = e2t ; y(0) = 0, y ′ (0) = 0.

12. y ′′ + 2y ′ + 2y = et ; y(0) = 0, y ′ (0) = 0.


π √
13. y ′′ + y = 2t; , y ′ ( π4 ) = 2 − 2
y( π4 ) =
2
Aplicando transformada de Laplace

2
s2 L[y] − sy(0) − y ′ (0) + L[y] = ⇒
s2
1 1 s 1
L[y] = 2( 2
− 2 ) + y(0) · 2 + y ′ (0) · 2 ⇒
s s +1 s +1 s +1
y(t) = 2t + y(0) · cos t + [y ′ (0) − 2]sent (4.4)
178 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Em (4.4) √ √
π π 2 ′ 2 π
y( ) = 2 + y(0) · + [y (0) − 2] =
4 4 2 2 2
Derivando (4.4)
√ √
′ ′ ′ π 2 ′ 2 √
y (t) = 2−y(0)·sent+[y (0)−2] cos t ⇒ y ( ) = 2−y(0)· +[y (0)−2] = 2− 2
4 2 2

De onde y(0) = 1 e y ′ (0) = 1.


Portanto, y(t) = cos t − sent + 2t.

14. 3y ′′ − 12y ′ + 12y = 4e2x sen(2x), y(0) = C1 , y ′ (0) = C2 onde C1 e C2 cons-


tantes.
Temos

L[y] = Y (s), L[y ′ ] = sY (s) − y(0), L[y ′′ ] = s2 F (s) − sy(0) − y ′ (0)

2
L[e2x sen(2x)] =
(s − 2)2 + 4
a transformada da equação diferencial é

8
3s2 Y (s) − 3C1 s − 3C2 − 2sY (s) + 12C1 + 12Y (s) =
(s − 2)2 + 4

Esta equação é uma equação algébrica que pode ser simplificada, issolando Y (s) na
forma

3C1 s + 3C2 − 3C1 8


Y (s) = + ⇒
3s − 12s + 12
2 [(s − 2) + 4](3s2 − 12s + 12)
2

A B 2C D(s − 2)
Y (s) = + + +
s − 2 (s − 2) 2 (s − 2) + 4 (s − 2)2 + 4
2

2 1
onde calculando A, B, C e D obtém-se A = C1 , B = C2 − 2C1 + , C = − e
3 3
D = 0, assim
2
C1 C2 − 2C1 + 23 3
Y (s) = + −
s−2 (s − 2) 2 (s − 2)2 + 4

A transformada inversa de cada uma das fracções parciais identificamos usando as


transformadas calculadas em secções anteriores.
2x 1 2x
Portanto, f (t) = [(1 − 2x)y(0) + xy ′ (0) + − ]e .
3 3
15. y ′′ + 4y ′ + 13y = 2t + 3e−2t cos3t, y(0) = 0, y ′ (0) = −1
Christian José Quintana Pinedo 179

Exercício 4.3.11.
Resolver cada um dos pvis.

1. y ′′ − y = δ(t − 2π); y(0) = 0, y ′ (0) = 1

2. y ′′ + 2y ′ + 2y = cos t · δ(t − 3π); y(0) = 1, y ′ (0) = −1

3. y ′′ + y = δ(t − π) cos t; y(0) = 0, y ′ (0) = 1

4. y ′′ + 2y ′ = δ(t − 1); y(0) = 0, y ′ (0) = 1

5. y ′′ + 4y ′ + 5y = δ(t − 2π); y(0) = 0, y ′ (0) = 0

6. y ′′ + y = et δ(t − 2π); y(0) = 0, y ′ (0) = 0

7. y ′′ − 2y ′ = 1 + δ(t − 2); y(0) = 0, y ′ (0) = 1.

Solução.

1. y ′′ − y = δ(t − 2π); y(0) = 0, y ′ (0) = 1

Resposta y(t) = sent + sen(t − 2π)u(t − 2π)

2. y ′′ + 2y ′ + 2y = cos t · δ(t − 3π); y(0) = 1, y ′ (0) = −1

Resposta y(t) = e−t cos t − et−3π sen(t − 3π) · u(t − 3π)

3. y ′′ + y = δ(t − π) cos t; y(0) = 0, y ′ (0) = 1

Resposta y(t) = [1 + u(t − π)]sent

4. y ′′ + 2y ′ = δ(t − 1); y(0) = 0, y ′ (0) = 1

1 1 −2t 1 1
Resposta y(t) = − e + [ − e−2(t−1) ]u(t − 1)
2 2 2 2
180 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

5. y ′′ + 4y ′ + 5y = δ(t − 2π); y(0) = 0, y ′ (0) = 0

Resposta y(t) = e−2(t−2π) sent · u(t − 2π)

6. y ′′ + y = et δ(t − 2π); y(0) = 0, y ′ (0) = 0

Resposta y(t) = e2π sen(t − 2π) · u(t − 2π)

7. y ′′ − 2y ′ = 1 + δ(t − 2); y(0) = 0, y ′ (0) = 1.

3 3 1 1 1
Resposta y(t) = − + e2t − t − u(t − 2) + e2(t−2) u(t − 2)
4 4 2 2 2

Exercício 4.3.12.
Resolver o pvi


 0 se 0 ≤ t < 2
′′ ′
2y + 2y + 2y = 2 se 2 ≤ t < 10 ; y(0) = 0, y ′ (0) = 0


0 se t ≥ 10

Solução.

Exercício 4.3.13.
Determine a solução das seguintes equações de valores iniciais

1. y ′′ − 4y ′ + 4y = t3 e2t ; y(0) = y ′ (0) = 0.


Temos L[y ′′ ](s) − 4L[y ′ ](s) + 4L[y](s) = L[t3 e2t ](s)
Christian José Quintana Pinedo 181

3!
s2 F (s) − sy(0) − y ′ (0) − 4(sF (s) − y(0)) + 4F (s) =
(s − 2)4
3!
3! (s−2)4 3!
s F (s) − 4sF (s) + 4F (s) =
2
⇒ F (s) = =
(s − 2)4 s2− 4s + 4 (s − 2)6
3! 1 { 5! } 1 5 2t
y(t) = L−1 {F (s)} = L−1 { }= · L−1 = te
(s − 2)6 (4)(5) (s − 2)6 20

1 5 2t
Portanto, y= te
20

∫t
2. y ′ = 1 − sent − y(t)dy; y(0) = 0.
0

∫t
Temos L[y ′ ](s) = L[1](s) − L[sent](s) − L[ y(t)dy](s)
0

1 1 1
sF (s) − y(0) = − 2 2
− F (s)
s s +1 s

1 1 1
(s + ) · F (s) = − 2
s s s +1
1 s
F (s) = 2 − 2
s + 1 (s + 1)2
{ } { 1 } { s }
y(t) = L−1 F (s) = L−1 − L−1
s2 + 1 (s2 + 1)2
{ 1 s }
y(t) = sent − L−1 · = sent − sent ∗ cos t
s2 + 1 s2 + 1
∫t
y(t) = sent − senu · cos(t − u)du
0

∫t
y(t) = sent − senu(cos t cos u − sentsenu)du
0

∫t ∫t
y(t) = sent − cos t senu · cos udu − sent sen2 udu
0 0

1 1 1
y(t) = cos t · sen2 t − t · sent + sentsen2t
2 2 4

3. ty ′′ − y ′ = t2 ; y(0) = 0.
182 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Temos L[ty ′′ ](s) − L[y ′ ](s) = L[t2 ](s)

d 2!
(−1) L[y ′′ ](s) − (sF (s) − y(0)) = 3
ds s

d 2 2! d 2!
− [s F (s) − sy(0)) − y ′ (0)] − sF (s) = 3 ⇒ − s2 F (s) − sF (s) = 3
ds s ds s
2! 3 2
−(s2 F ′ (s) + 2sF (s)) − sF (s) = 3 ⇒ F ′ (s) + F (s) = − 5
s s s

2 C
Resolvendo esta equação linear de primeira ordem F (s) = 4
+ 3 ⇒
s s

2 −1 1 2t3 t2 C
y(t) = L−1 [F (s)] = L−1 [ ] + CL [ ] = +
s4 s3 3! 2!

2t3 t2 C
Portanto, y(t) = + .
3! 2!
4. ty ′′ + y = 0; y(0) = 0.
d
Temos L[ty ′′ ](s) + L[y](s) = L[t2 ](s) = 0 ⇒ (−1) L[y ′′ ](s) + F (s) =
ds

d 2 d 2
− [s F (s) − sy(0)) − y ′ (0)] + F (s) = 0 ⇒ − s F (s) + F (s) = 0
ds ds
( )
2s − 1
−s2 F ′ (s) − 2sF (s) + F (s) = 0 ⇒ ′
F (s) + F (s) = 0
s2

1
Resolvendo esta equação diferencial segue F (s) = 2
Ce−1/s , isto é
s
( )
1 1 1 1 1 1 1 (−1)n 1
F (s) = C 2 1 − · + · 2 − · 3 + ··· + · n + ···
s 1! s 2! s 3! s n! s

Portanto,
( )
−1 t 1 t2 1 t3 1 t4 (−1)n tn+1
y(t) = L [F (s)] = C − · + · − · + ··· + · + ···
1! 1! 2! 2! 3! 3! 4! n! (n + 1)!

5. y ′′ − 6y ′ + 9y = t2 e3t ; y(0) = 2, y ′ (0) = 6.

1
Resposta y(t) = 2e3t + · 2t4 e3t
4!
Christian José Quintana Pinedo 183

6. y ′′ − 2y ′ + y = et−1 ; y(1) = 0, y ′ (1) = 5.

Seja F (s) = L[f (t)](s), aplicando a transformada de Laplace a nossa equação temos

L[y ′′ ] − 2L[y ′ ] + L[y] = L[et−1 ]

e−1 5 e−1
s2 F (s) − 5 − 2sF (s) + F (s) = ⇒ F (s) = +
s−1 (s − 1)2 (s − 1)3
isto implica
1
F (s) = −

falta terminar

1
Resposta y(t) = 5(t − 1)et−1 + (t − 1)2 et−1
2

7. y ′′ + 4y ′ + 13y = 2t + 3e−2t cos(3t); y(0) = 0, y ′ (0) = −1

Seja F (s) = L[f (t)](s), aplicando a transformada de Laplace a nossa equação temos

L[y ′′ ] + 4L[y ′ ] + 13L[y] = 2L[t] + 3L[e−2t cos(3t)]

2 3(s + 2)
s2 F (s) + 1 + 4sF (s) + 13F (s) = 2
+
s (s + 2)2 + 9
isto implica

1 2 3(s + 2)
F (s) = − + 2 2 + 2
s2 + 4s + 13 s (s + 4s + 13) (s + 4s + 13)2

1 1 3
Por outro lado, = · , assim
s2 + 4s + 13 3 (s + 2)2 + 32

−1 1
L−1 [ ] = e−2t sen(3t)
s2 + 4s + 13 3

2 A B Cs + D 8
Ademais, = + + de onde A = , B =
s2 (s2 + 4s + 13) s s2 s2 + 4s + 13 169
2 8 6
,C= e D= , assim
13 169 169
2 8 2 8s + 6
= − + +
s2 (s2 + 4s + 13) 169s 13s2 169
184 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

2 8 2 8 −2t 10 2t
L−1 [ ]=− + t+ e cos(3t) − e sen(3t)
s2 (s2 + 4s + 13) 169 13 169 507

3(s + 2) 1 3
Finalmente, como = − , obtemos
(s2 + 4s + 13)2 3 (s + 2)2 + 32

3(s + 2) 1
L−1 [ ] = te−2t sen(3t)
(s2 + 4s + 13) 2 2

Portanto,

179 −2t 8 −2t 1 2 8


y(t) == e sen(3t) + e cos(3t) + te−2t sen(3t) t −
507 169 2 13 169

Exercício 4.3.14.
Determine f (t) para a seguintes equações integrais.

∫t ∫t
1. f (t) + f (x)dx = 1 2. f (t) + (t − x)f (x)dx = t
0 0
∫t ∫t
3. f (t) + 4 senxf (t − x)dx = 2t 4. f (t) = tet + xf (t − x)dx
0 0
∫ t ∫t
5. f (t) + f (x)dx = et 6. f (t) + f (x)dx = t
0 0

Solução.
∫t
1. f (t) + f (x)dx = 1
0

Resposta f (t) = e−t


∫t
2. f (t) + (t − x)f (x)dx = t
0

Resposta f (t) = sent


∫t
3. f (t) + 4 senxf (t − x)dx = 2t
0
Christian José Quintana Pinedo 185

∫t
4. f (t) = tet + xf (t − x)dx
0

1 1 3 1
Resposta f (t) = − e−t + et + tet + t2 et
8 8 4 4
∫t
5. f (t) + f (x)dx = et
0

1 1
Resposta f (t) = et + e−t
2 2
∫t
6. f (t) + f (x)dx = t
0

Resposta f (t) = 1 − e−t

Exercício 4.3.15.
Mostre as seguintes propriedades da convolução

1. f ∗g =g∗f 2. f ∗ (g ∗ h) = (f ∗ g) ∗ h
3. f ∗0=0 4. f ∗ (g + h) = f ∗ g + f ∗ h

5 f ∗ δ = f onde δ é a distribuição delta de Dirac.


Solução.

1.
186 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

2.

3.

4.

5.

Exercício 4.3.16.
Calcular cada convolução indicada

1. u2 (t) = (u ∗ u)(t) onde u = u(t) é a função degrau unitário.

2. un (t) = (u ∗ u ∗ . . . ∗ u)(t) (n-vezes).

3. f ∗g sendo f (t) = eat e g(t) = ebt .

4. f ∗g sendo f (t) = eat e u = u(t)

Solução.

1.

2.

3.

Exercício 4.3.17.
Seja y(t) a solução da equação de Bessel de ordem zero ty ′′ + y ′ + ty = 0, tal que
y(0) = 1 e y ′ (0) = 0. Mostre que
1
1. L[y(t)](s) = L[J0 (t)](s) = √
2
s +1
∫+∞
2. J0 (y)dy = 1
0

∫π
1 ∫π 1 · 3 · 5 · 7 · · · (2n − 1)
3. J0 (y) = cos(y cos t)dt. Sugestão cos2n ydy = π.
π 0 2 · 4 · 6 · · · (2n)
0
∫π
1 · 3 · 5 · 7 · · · (2n − 1)
Sugestão: cos2n xdx = π.
2 · 4 · 6 · 8 · · · (2n)
0
Christian José Quintana Pinedo 187

Solução.

1.

2.

3.

Exercício 4.3.18.
Usando a transformada de Laplace e convolução, resolva o problema de valores iniciais.
{
et se 0 ≤ t < π
y ′′ + 2y ′ + 2y = f (t) = , y(0) = 1, y ′ (0) = 0
et (1 + e−π ) se t ≥ π

Solução.
1 e−πt
Como f (t) = et + et−π u(t − π) ⇒ L[f (t)](s) =
+ .
s−1 s−1
Considerando Y (s) = L[f (t)](s) e aplicando a transformada de laplace à equação
obtém-se
1 e−pit
((s + 1)2 + 1)Y (s) = s + 2 + +
s−1 s−1
logo
s+2 1 1 −πs 1 1
Y (s) = + · + e ·
(s + 1)2 + 1 s − 1 (s + 1)2 + 1 s − 1 (s + 1)2 + 1
s+1 1 1 1 −πs 1 1
= + + · + e ·
(s + 1)2 + 1 (s + 1)2 + 1 s − 1 (s + 1)2 + 1 s − 1 (s + 1)2 + 1
= L[e−t cos t](s) + L[e−t sent](s) + L[et ∗ e−t cos t](s) + e−πs L[et ∗ e−t cos t](s)

= L[e−t cos t](s)+L[e−t sent](s)+L[et ∗e−t cos t](s)+L[[(et−πs aste−t+π sen(t−π)]u(t−π)](s)

e nossa solução é

y(t) = e−t cos t + et sent + et ∗ e−t sent + [et−π ∗ e−t+π sent]u(t − π)

e−t e−t
= e−t (cos t + sent) + [1 − cos t − 2sent] + [1 − sent − 2sent]u(t − π)
5 5
Exercício 4.3.19.
Usando a transformada de Laplace, verifique a igualdade

c b−a
eat ∗ ebt sen(ct) = [e at
− ebt
cos(ct)] + ebt sen(ct)
c2 + (b − a)2 c2 + (b − a)2
188 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Solução.
Seja f (t) = 2t + 3e−2t cos3t, de onde

2
F (s) = L[2t + 3e−2t cos3t] = + 3L[cos3t](s + 2) ⇒
s2

2 3(s + 2)
F (s) = 2
+
s (s + 2)2 + 9
Seja Y (s) = L[y(t)](s), de onde

L[y ′′ (t)](s) = sY (s) − y(0)s − y ′ (0) = s2 Y (0) + 1

L[4y ′ (t)](s) = 4[sY (s) − y(0)] = 4sY (s)

Logo, aplicando transformada de Laplace à equação inicial obtém-se

2 3(s + 2)
(s2 + 4s + 13)Y (s) + 1 = 2
+
s (s + 2)3 + 9

assim,
1 2 3(s + 2)
Y (s) = − + 2 +
(s + 2) + 9 s ((s + 2) + 9) ((s + 2)2 + 9)2
2 2

( 1 ) 1
−1
Por outro lado, como L − 2
(t) = − e−2t sen3t. Então como
(s + 2) + 9 3

2 As + B C(s + 2) + D
= +
s2 [(s 2
+ 2) + 9] s2 (s + 2)2 + 9

de onde obtemos os valores

8 2 8 10
A=− B= , C= , D=−
169 13 169 169

de onde
( 1 ) 8 2 8 −2t 10 −2t
L−1 − 2
(t) = − + t+ e cos 3t − e sen3t
(s + 2) + 9 169 13 169 169

Finalmente, como

3(s + 2) 3 d( 1 ) 1 d( 3 )
=− =−
((s + 2)2 + 9)2 2 ds (s + 2)2 + 9 2 ds (s + 2)2 + 9

temos que
( 3(s + 2) ) 1 −2t
L−1 (t) = te sen3t
[(s + 2)2 + 9]2 2
Christian José Quintana Pinedo 189

Portanto, de todos estes resultados tem-se a solução do pvi

8 2 8 179
y(t) = − + t + e−2t [ cos 3t − sen3t + tsen3t]
169 13 169 507
190 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

4.4 Tabela de Transformadas de Laplace


Transformada de Laplace elementares
1 k
1. L[1](s) = e L[k] = , s > 0, k constante
s s
n! Γ(n + 1)
2. L[tn ](s) = = , s > 0, n = 1, 2, 3, · · ·
sn+1 sn+1
1
3. L[eat ](s) = , s>a
s−a
k 2ks
4. L[senkt](s) = s>0 5. L[t · senkt](s) =
s2 + k2 (s2 + k 2 )2
2k(3s2 − k 2 ) 24k(s3 − k 2 s)
6. L[t2 · senkt](s) = 7. L[t3 · senkt](s) =
(s2 + k 2 )3 (s2 + k 2 )4
2 6
8. L[sen2 t](s) = 9. L[sen3 t](s) =
s(s2 + 4) (s2 + 1)(s2 + 9)
sent 1 sen3 t 1 s2 + 4
10. L[ ](s) = arctan 11. L[ ](s) = Ln( )
t s t 4 4
s s2 − k 2
12. L[cos kt](s) = s>0 13. L[t · cos kt](s) = s>k
s + k2
2 (s2 + k 2 )2
2s(s2 − 3k 2 ) 6(s4 − 6k 2 s2 + k 4 )
14. L[t2 ·cos kt](s) = 15. L[t3 ·cos kt](s) =
(s2 + k 2 )3 (s2 + k 2 )4
k s
16. L[senht](s) = , s > |k| 17. L[cosh t](s) = , s > |k|
s2 − k 2 s2 − k 2
n!
18. L[tn eat ](s) = , s > a, n = 1, 2, 3 · · ·
(s − a)n+1
19. L[eat f (t)](s) = F (s−a), s>a 20. L[f ′ (t)](s) = sF (s)−f (0), s>0
∫t 1 ∫∞
21. L[ f (u)du](s) = F (s) 22. L[ f (t)
t
](s) = F (r)dr
0 s s

23. L[f ( at )](s) = aF (as), s>a 24. L[δ(t − a)](s) = e−as , s>a

25. L[ua (t)f (t − a)](s) = e−as F (s), s>a


Christian José Quintana Pinedo 191

Transformada inversa de Laplace elementares


[ ] [ ]
−1 1 −1 k
1. L =1 e L = k, s > 0
s s
[ ] [ ]
−1 n! n −1 1 tn
2. L = t e L = , se s > 0
sn+1 sn+1 n!
[ ]
−1 1
3. L = eat , se s > a
s−a
[ ] [ ]
−1 k −1 1 senkt
4. L 2 2
= senkt e L 2 2
= s>0
s +k s +k k
[ ]
−1 s
5. L = cos kt, s > 0
s2 + k 2
[ ] [ ]
k 1 senhkt
6. L−1 2 = senht, e L−1 2 = , s>0
s −k 2 s −k 2 k
[ ]
−1 s
7. L = cosh kt, s > 0
s2 − k 2
[ ] [ ]
−1 n! at −1 1 tn e at
8. L = te e L = , s>a
(s − a)n+1 (s − a)n+1 n!
192 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015
Capítulo 5

Série e Transformada de Fourier

5.1 Série de Fourier


Exercícios 5-1

Exercício 5.1.1.
Mostre que se f é uma função periódica de período T , então: (1.) f (ax), a ̸= 0,
T x
é periódica de período ; (ii) f ( ), a ̸= 0, é periódica de período aT .
a a
Solução. 1.

Seja T ∗ o período de f (ax), de modo que f (ax) = f [a(x + T ∗ )] = f (ax + aT ∗ ).


Fazendo u = ax, obtemos f (u) = f (u + aT ∗ ).
Logo pela hipótese de que f é periódica de período T , concluímos que T = aT ∗ , de
T
onde T ∗ = .
a
Solução. (2.)
x x x ∗
Seja T ∗ o período de f ( ), de modo que f ( ) = f ( a1 [x + T ∗ ]) = f ( + Ta ).
a a a
x T∗
Fazendo u = , obtemos f (u) = f (u + ).
a a
T∗
Logo pela hipótese de que f é periódica de período T , concluímos que T = , donde
a
T ∗ = aT .

Exercício 5.1.2.
Determine o período para as seguintes funções

2πt
1. f (t) = 2sen(4t) 2. f (t) = sen(2t) + cos(3t − 2) 3. f (t) = sen( )
b−a
t
4. f (t) = −3 cos + 3 5. f (t) = tan(2t + 5) + cot(3t) 6.
3

Solução.

193
194 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

1 f (t) = 2sen(4t)

2 f (t) = sen(2t) + cos(3t − 2). Sabemos que a função cosseno tem domínio em todos
os números reais e é de período 2π, isto é cos(θ + 2πk) = cos θ para todo k ∈ Z.
Logo, podemos supor que

f (t + T ) = sen(2(t + T )) + cos(3(t + T ) − 2) = sen(2t) + cos(3t − 2) = f (t)

de onde 2T = 2πm e 3T = 2πn, para algum m, n ∈ Z.


2πm 2πn 2 m
De onde T = = ⇒ = , logo quando m = 2, tem-se que n = 3,
2 3 3 n
assim T = 2π.

Portanto, o período da função f (t) é 2π.

2πt 2π(t + T ) 2πt


3 f (t) = sen( ). Podemos supor que sen( ) = sen( ) de onde
b−a b−a b−a

T = 2π ⇒ T = (b − a).
b−a
Portanto, o período da função f (t) é (b − a).
t
4 f (t) = −3 cos +3
3
5 f (t) = tan(2t + 5) + cot(3t)

6 f (t) = 102 cos2 t. Podemos escrever f (t) = 102 ( 1+cos


2
2t
) isto é f (t) = 50(1 + cos 2t).

Supondo f (t + T ) = 50(1 + cos 2(t + T ) = 50(1 + cos 2t) de onde 2T = 2π ⇒


T = π.

Portanto, o período da função f (t) é π.

Exercício 5.1.3.
Determine se a função é par ou ímpar. Determine se a função é par ou ímpar.
{
x2 se − 1 < x < 0
1. x cos x 3. e|x| 4. f (x) =
{ −x se 0 ≤ x < 1
2

x+5 se − 2 < x < 0


2. x3 − 5x 5. 2|x| − 1 6. f (x) =
−x + 5 se 0 ≤ x < 2

Solução.

1. x cos x

2. e|x|
Christian José Quintana Pinedo 195
{
x2 se − 1 < x < 0
3. f (x) =
−x2 se 0 ≤ x < 1

4. x3 − 5x

5. 2|x| − 1
{
x+5 se − 2 < x < 0
6. f (x) =
−x + 5 se 0 ≤ x < 2

Exercício 5.1.4. [?]


1
Mostre que a função y = t3 sen , para t ̸= 0 e y(0) = 0 no intervalo [−π, π], é contínua
t
junto com sua primeira derivada, porém não satisfaz as condições de Dirichlet. É possível
desenvolver em série de Fourier no intervalo [−π, π]?
Solução.

Exercício 5.1.5. [?]


A função f (t) satisfaz a condição f (t + π) = −f (t). Demonstrar que todos os
coeficientes pares de Fourier são iguais a zero (a0 = a2 = b2 = a4 = b4 = . . . = 0).
Solução.

Exercício 5.1.6. [?]


A função f (t) satisfaz a condição f (t + π) = f (t). Demonstrar que todos os coefici-
entes ímpares de Fourier são iguais a zero.
Solução.
196 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Exercício 5.1.7. [?]


A função f (t) satisfaz as condições f (−t) = f (t) e f (t + π) = −f (t). Demonstrar
que
b1 = b2 = b3 = . . . = 0, a0 = a2 = a4 = . . . = 0

Solução.

Exercício 5.1.8.
A função f (t) satisfaz as condições:[?]

i) f (−t) = f (t) e f (t + π) = f (t)

ii) f (−t) = −f (t) e f (t + π) = f (t)

Quais do seus coeficientes de Fourier se reduzem a zero?


Solução.

Exercício 5.1.9. [?]


Desenvolver a função f (t) = −1 em série de Fourier no intervalo (−π, 0), e f (t) = 1
no intervalo (0, π).
Solução.

Exercício 5.1.10. [?]


π t
Desenvolver a função f (t) = − em série de senos no intervalo (0, π).
4 2
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 197

Exercício 5.1.11. [?]


π t
Desenvolver a função f (t) = − em série de cosenos no intervalo (0, π).
4 2
Solução.

Exercício 5.1.12. [?] pp490


Desenvolver a função f (t) = et em série de cosenos no intervalo (0, 1).
Solução.

Exercício 5.1.13. [?]


Desenvolver a função f (t) = t2 em série de Fourier:
1. No intervalo (−π, π) 2. No intervalo (0, 2π) intervalo (0, π).
Solução.

Exercício 5.1.14.
Sejam a > 0 e f : [0, a] −→ R tal que
 a
 0 se 0 ≤ t ≤
f (t) = a 2
 1 se <t≤a
2

Determine a série de Fourier da expansão par de f .


Solução.

∫a ∫a
1 1 1 a 1
a0 = f (t)dt = (a − ) = dt =
a a a 2 2
0 0

Se k ≥ 1, então

∫a
a1 kπt 2 kπt a 2 kπ
ak = cos( )dt = sen( ) = − sen( )
2a a kπ a a/2 kπ 2
a/2
198 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Logo

 0 se k = 2m
ak = 2sen((2m + 1)π/2) com m ∈ N
 − se k = 2m + 1
(2m + 1)π

 0 se k = 2m
= 2(−1) m com m ∈ N
 − se k = 2m + 1
(2m + 1)π

1 2∑2
+∞
Portanto, a extensão par de f é − cos((2m + 1)π/a).
2 π m=0 π
Exercício 5.1.15.
1 1 1
Mostre que o conjunto { √ , √ cos x, , √ cos x, . . . } é ortonormal em [−π, π]
2π π π
Solução.

Exercício 5.1.16.
Mostre que o conjunto dado é ortogonal no intervalo dado. Calcular a norma de cada
função no conjunto.
π
1. { senx. sen3x, sen5x, . . . }, [0, ]
2
π
2. { cos x. cos 3x, cos 5x, . . . }, [0, ]
2
3. { sen(nx), n = 1, 2, 3, . . . } [0, π]

4. { sen x, n = 1, 2, 3, . . . }, [0, p]
p

5. { 1, cos x, 1, 2, 3, . . . }
p
Solução.

Exercício 5.1.17.
{
0 se − π < x < 0
Desenvolver a função f (x) = em uma série de Fourier.
π−x se o ≤ x < π
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 199

Tem-se
∫π ∫0 ∫π
1 1 1 π
a0 = f (x)dx = 0dx + (π − x)dx =
π π π 2
−π −π 0

∫π ∫0 ∫π
1 1 1
an = f (x)dx = 0dx + (π − x) cos nxdx =
π π π
−π −π 0
 
∫π
1 sennx π 1 1 − (−1)n
= (π − x) + sennxdx =
π n 0 n n2 π
0

De modo análogo segue que

∫π
1 1
bn = (π − x)sennxdx =
π n
0

∞ [ ]
π ∑ 1 − (−1)n 1
Portanto, f (x) = + cos nx + sennx
4 n=1 n2 π n
Exercício 5.1.18. [?]
Utilizar a forma exponencial complexa do seno e cosseno, para escrever a função
f (x) = e−x , −π < x < π como uma série na forma complexa.
Solução.

Exercício 5.1.19.
Mostre que a série de Fourier de uma função:[?]
nπx
1. Par inclue somente a função cosseno; isto é não contêm termos da forma sen .
ρ
nπx
2. Ímpar inclue somente a função seno; isto é não contêm termos da forma cos .
ρ
Solução.

Exercício 5.1.20.
ssss
Solução.
200 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

5.2 Convergência da série de Fourier


Exercícios 5-2

Exercício 5.2.1.
{
0 se − π < x < − π2
Calcular a série de Fourier da Função f (x) = π
1 se 2
<x<π
Solução.
1 ∫π 3
Pela definição dos coeficientes de Fourier a0 = dx = e para n ≥ 1
π −π 2
2


∫π
sen(nx) π π sen(nx) 
(−1)(n−1)/2
se n é ímpar
an = cos(nx)dx = − = = nπ
nπ 2 nπ/2 
− π2
0 se n é par

Por outro lado



∫π  1
cos(nx) π π cos(nx) cos(nπ)  nπ se n é ímpar
bn = sen(nx)dx = − − = − =
nπ 2 nπ/2 nπ 

1
[1 − (−1)n/2 ] se n é par
− π2 nπ

Portanto a série de Fourier de f é

3 1∑ 1

+ [(−1)n−1 cos(x(n − 1) + sen(x(2n − 1)) − sen(x(4n − 2))]
4 π n=1 2n − 1

Exercício 5.2.2.
{
1 se 4 < x ≤ 5
Seja f : [4, 6] −→ R definida por f (x) = . Determine a série de
2 se 5 < x ≤ 6
Fourier de f (x).
Solução.
∫5 ∫6
Pela definição dos coeficientes de Fourier a0 = dx + dx = 3 e para n ≥ 1
4 5

∫5 ∫6
an = cos(nπ(x − 5))dx + 2 cos(nπ(x − 5))dx = 0
4 5

Por outro lado



∫5 ∫6  2 se n é ímpar
bn = sen(nπ(x − 5))dx + 2sen(nπ(x − 5))dx = nπ
 0 se n é par
4 5
Christian José Quintana Pinedo 201

Portanto a série de Fourier de f é

3 2∑ 1

+ sen[(2n − 1)π(x − 5)]
2 π n=1 2n − 1

Exercício 5.2.3.
Seja f (x) = 0 no intervalo −1 ≤ x < 0 e f (x) = 1 para 0 ≤ x ≤ 1. Determine a série
de Fourier de f no intervalo −1 ≤ x ≤ 1. [?]pp481.
Solução.

Exercício 5.2.4. [?]pp481.


Seja f (x) = 1 no intervalo −2 ≤ x < 0 e f (x) = x para 0 ≤ x ≤ 2. Determine a série
de Fourier de f no intervalo −2 ≤ x ≤ 2.
Solução.

Exercício 5.2.5. [?]pp483.


Achar a série de Fourier da função f (x) = cos2 x no intervalo [−π, π].
Solução.

Temos que f (x) é uma função par, logo f (x) · sen(nx) é ímpar, assim bn = 0 e

∫π ∫π
1 1 1 π
a0 = cos2 xdx = (1 + cos(2x)dx = x = 1
π 2π 2π −π
−π −π

por outro lado como f (x) é uma função par

∫π ∫π
2 2 2
an = cos x cos(nx)dx = [cos(nx) + cos(2x) cos(nx)]dx =
π 2π
0 0

∫π
2 1
an = [cos(nx) + [cos(2 + n)x + cos(2 − n)x]]dx =
2π 2
0
π
2 1 1 1
an = [ sen(nx) + sen(2 + n)x + sen(2 − n)x] =
2π n 2(n + 2) 2(2 − n) 0

Exercício 5.2.6.
Seja f (t) = cos(αt), −π < t < π, onde α é uma constante não inteira. Verificar
que, a partir de sua série de Fourier podemos obter
( )
π 1 1 1 1
= 2α − 2 + 2 − 2 + ···
senαπ 2α 2 α −1 α −2 2 α − 32

Solução.
202 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Temos que f (t) é uma função par, logo f (t) · sen(nt) é ímpar, assim bn = 0 e

∫π
1 2
a0 = cos(αt)dt = sen(απ)
π απ
−π

por outro lado como f (t) · cos(nt) é uma função par

∫π ∫π
2 1
an = cos(αt) cos(nt)dt = cos(α + n)t + cos(α − n)tdt =
π π
0 0

( ) ( )
1 sen(α + n)t sen(α − n)t
π 1 sen(α + n)π sen(α − n)π
an = + = +
π α+n α−n 0 π α+n α−n
( ) ( )
1 senαπ · cos nπ senαπ · cos nπ (−1)n senαπ 1 1
an = + = +
π α+n α−n π α+n α−n
2α(−1)n
então an = · senαπ. Logo a representação fica assim
(α2 − n2 )π

senαπ ∑ 2α(−1)n senαπ



f (t) = cos αt = + 2 − n2 )π
cos nt
απ n=1

( )
senαπ 1 ∑∞
(−1)n cos nt
f (t) = cos αt = + 2α
π α n=1
(α2 − n2 )

quando t = 0 obtemos
( )
2αsenαπ 1 ∑ (−1)n

f (0) = 1 = +
π 2α2 n=1 (α2 − n2 )
( )
π 1 ∑

(−1)n
Portanto, = 2α + .
senαπ 2α2 n=1 (α2 − n2 )

Exercício 5.2.7. [?]pp483


π
Seja f (t) = cos atsen(aπ), onde a não é número inteiro.
2a
1. Obtenha a série de Fourier de f no intervalo [−π, π].
π
2. Demonstrar que a série converge em x = π para cot(πa).
2a
3. Utilizar o resultado anterior, para obter o valor da soma da série

1 1 1
+ + + ...
12 − a2 22 − a2 32 − a2
Christian José Quintana Pinedo 203

Solução.

Exercício 5.2.8.
1. Encontrar a série de Fourier da função f (x) = x2 no intervalo −π ≤ x ≤
π.[?]pp483
2. Utilizar a identidade de Parseval para mostrar que[?]pp483

1 1 1 π4
+ + + . . . =
14 24 34 90

Solução.

Exercício 5.2.9.
Usando o desenvolvimento em série de Fourier para a função de período 1 dada por
f (t) = t onde 0 ≤ t < 1 e f (t + 1) = f (t) para todo t ∈ R, justificar a igualdade
∑∞
(−1)n+1 π ∑∞
1 π2
= . Utilizar a identidade de Parseval para deduzir que 2
= .
n=1
2n + 1 4 n=1
n 6
Solução.

Exercício 5.2.10.
Usando o desenvolvimento em série de Fourier para a função de período 2π dada por
f (t) = t2 onde −π ≤ t < π e f (t + 2π) = f (t) para todo t ∈ R, justificar a igualdade
∑∞
(−1)n+1 π2
2
= .
n=1
n 12
Solução.

Exercício 5.2.11.
Usando o desenvolvimento em série de Fourier para a função de período 2 dada por
f (t) = |t| onde −1 ≤ t ≤ 1 e f (t + 2π) = f (t) para todo t ∈ R, justificar a igualdade
∑∞
1 π2
= .
n=1
(2n − 1) 2 8
Solução.

Exercício 5.2.12.
Seja f : R −→ C uma função 2π-periódica e integrável em [−π, π] e definimos F (x) =
∫x
f (t)dt para todo x ∈ R. Mostre que a função G : R −→ C definida por G(x) =
0
F (x)−fˆ(0)x é 2π-periódica e expresse os coeficientes de Fourier em termos dos coeficientes
de f .
Solução.
204 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

5.3 Transformada de Fourier

Exercícios 5-3

Exercício 5.3.1.
Calcular a transformada de Fourier para as seguintes funções

 A

 (t + b) se − b ≤ t ≤ −a
 b−a
1. f (t) = A se − a ≤ t ≤ a



 A
(t − b) se a ≤ t ≤ b
{ a−b
A(t + 1) se − 1 ≤ t ≤ 0
2. f (t) =
 A(t − 4) se 0 ≤ t ≤ 4

 − A (t + 1) se − 3 ≤ t ≤ −1
3. f (t) = 2
 A
 − (t − 3) se 1 ≤ t ≤ 3
{ 2
cos(20t) se |t| ≤ π/5
4. f (t) =
0 se |t| > π/5

Solução.


 A

 (t + b) se − b ≤ t ≤ −a
 b−a
1. Tem-se f (t) = A se −a≤t≤a , logo



 A (t − b) se a ≤ t ≤ b
a−b

∂ 2f A
= [∂(t + b) − ∂(t + a) − ∂(t − a) + ∂(t − b)]
∂t2 b−a

A
iω 2 F (ω) = [eiωb − eiωa − e−iωa + e−iωb ]
b−a
A cos(aω) − cos(bω)
F (ω) = ·
b−a ω2
{
A(t + 1) se − 1 ≤ t ≤ 0
2. Tem-se f (t) =
A(t − 4) se 0 ≤ t ≤ 4

∂ 2f 1 1
2
= A[∂(t + 1) − ∂(t) + ∂(t − 4)]
∂t 4 4
Christian José Quintana Pinedo 205
 4 

( 1 1 )
= A ∂(t + 1) − ∂(t) + ∂(t − 4) e−iωt dt
4 4
−1
[ ]
1 1
iω F (ω) = A e − + e−4iω
2 iω
4 4
A iω 1 −4iω
F (ω) = [e + (e − 1)]
ω2 4



 − A (t + 1) se − 3 ≤ t ≤ −1
3. Tem-se f (t) = 2
 A
 − (t − 3) se 1 ≤ t ≤ 3
2

∂ 2f
= A[−∂(t + 3) + ∂(t + 1) − ∂(t − 3)]
∂t2

iω F (ω) == A (−∂(t + 3) + ∂(t + 1) − ∂(t − 3))e−iωt dt
2

A 3iω
iω 2 F (ω) = [e + eiω − e−iω + e−3iω
2
F (ω) = 2A[sen(3ω) + sen(ω)]

4. Tem-se f (t) = cos(20t) ∫


F (ω) = cos(20t)

{
cos(20t) se |t| ≤ π/5
5. Tem-se f (t) =
0 se |t| > π/5

∫π/5
eiωt dt = =
−π/5

Exercício 5.3.2.
Determine a transformada de Fourier para a função f (t) definida por:

e−αt se, t>0
f (t) =
0 se, t < 0.

onde α > 0.
Solução.
206 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Sabe-se que a fórmula da integral de Fourier é dada por:

∫+∞
F (ω) = F[f (t)] = f (t)e−iωt dt
−∞

Logo para nossa função tem-se:

∫+∞ ∫+∞ ∫+∞


−iωt −αt −iωt
F (ω) = f (t)e dt = e e dt = e−(α+iω)t dt
−∞ −∞ −∞

Pela definição da função f (t) tem-se que:

∫+∞
F (ω) = e−(α+iω)t dt
0

+∞
1
−(α+jω)t 1
De onde, F (ω) = e =
−(α + iω) 0 α + iω
1
Portanto, a transformada de Fourier de f (t) é F (ω) =
α + iω
Exercício 5.3.3. [?]
cos(πt)
Calcular a transformada de Fourier de f (t) = 3 .
t − t2 + 4t − 4
Solução.

Exercício 5.3.4.
Em cada caso, verificar que a transformada de Fourier é a função indicada[?]:
1
f (t) = e−t , então F[f ] = √ e−s /4
2 2
1.
2
{
e−t se 0 ≤ t 1
2. f (t) = , então F[f ] = √1
2π 1 + is
0 se t < 0

−a|t| 2 a
3. f (t) = e , a > 0, então F[f ] = · 2
π a + s2
{ √
k se |t| ≤ a 2 sen(as)
4. f (t) = , então F[f ] = ·
0 se |t| > a π s

1 2 −s
5. f (t) = , então F[f ] = ·e
1 + t2 π
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 207

Exercício 5.3.5.
A voltagem de entrada ao circuito RC, de duas fontes, que se mostra na Figura (5.1),
é a série infinita de Fourier:

vi (t) = 100 cos t + 10 cos 3t + cos 5t

Determine a resposta resultante vos (t) em estado estacionário.

Figura 5.1: circuito RC, de duas fontes

Solução.

Desde que a fonte é:


∫ t [ ]
1 1
vi (t) = Ri(t) + i(t)dt = R + i(t) (5.1)
C −∞ pC

a resposta é:
∫ t
1 1
vo (t) = i(t)dt = i(t) (5.2)
C −∞ pC

Dividendo o resultado (??) por (??), obtém-se:

1
vo (t) pC 1
= =
vi (t) 1 1 + pRC
R+
pC

Conseqüentemente, a resposta vo (t) e a entrada vi (t) estão relacionadas por

1
pC
vo (t) = vi (t) = H(p)vi (t) (5.3)
1
R+
pC

1
pC 1
onde H(p) = =
1 1 + pRC
R+
pC
208 Suplemento de Cálculo IV -21/05/2015

Por outro lado, a razão de fussores Vo /Vi a qualquer frequência angular w é:

Vo 1 1
= H(jω) = =√ /(− tan−1 ωRC) (5.4)
Vi 1 + jωRC 1 + (ωRC)2

Desde que ωo = 1, a razão dos fassores do n − simo armónico é:



Vo 1
= H(jnωo ) = H(jn) = √ /(− tan−1 nRC)
Vi n 1 + (ωnRC)2
Portanto, segundo o princípio de superposição segue que a resposta em estado estaci-
onario, vos (t), está dado por:
100 10
vos (t) = √ cos(t − tan−1 RC) + √ cos(3t − tan−1 3RC)+
1+R C 2 2 2
1 + 9R C 2
1
+√ cos(5t − tan−1 5RC)
1 + 25R2 C 2

Neste problema, H(jω) de (5.4), denomina-se função transferência de voltagem


Índice

Teorema
aproximação de Weierstrass, 169

209

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