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GRAMÁTICA

Pontuação

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Pontuação
Prof.ª Claudia Kozlowski

SUMÁRIO
Pontuação..................................................................................................3
Questões de Concurso..................................................................................5
Gabarito................................................................................................... 31
Gabarito Comentado.................................................................................. 32

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PONTUAÇÃO

Bem aluno(a), estamos na reta final e nosso último assunto está sempre pre-

sente em qualquer prova de Língua Portuguesa de qualquer banca examinadora –

Pontuação.

Nas provas da Fundação Carlos Chagas, o sinal de pontuação campeão de ocor-

rências é a vírgula.

Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da linguagem,

como a entoação da voz, os gestos e as expressões faciais para denotar dúvida,

hesitação, surpresa, incerteza etc.

Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a ter essa

incumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa indevidamente o em-

prego de vírgula a uma pausa da respiração. Isso não tem sentido. Se assim o fos-

se, tínhamos de colocar vírgula a cada palavra escrita. Ou você, por acaso, prende

a respiração ao escrever uma oração sem vírgulas?

Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto?

Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima, também se

digna a eliminar ambiguidades que poderiam surgir em um texto sem pontuação

ou a destacar certas palavras, expressões ou frases.

A pontuação depende da estrutura sintática da oração. Para começar, é interes-

sante notar que a ordem direta das orações é a seguinte:

SUJEITO – VERBO – COMPLEMENTOS VERBAIS – ADJUNTOS

Para colocar a oração nessa ordem direta, devemos partir do verbo, perguntan-

do a ele quem é o seu sujeito.

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A partir daí, sabendo o sujeito e o verbo, identificaremos os complementos ver-

bais (predicativos, objetos), que são os termos que complementam o sentido do

verbo.

Por “adjuntos”, entendem-se as condições em que a ação expressa pelo verbo

se estabelece – tempo, lugar, modo, intensidade, dúvida, negação. Essas circuns-

tâncias são apresentadas pelos advérbios. É lógico que, se uma dessas circunstân-

cias (como a de negação) estiver acompanhando um termo específico (por exem-

plo, um verbo), o advérbio irá se posicionar próximo ao esse termo, e não no fim

da oração (Eu não sairei daqui).

Os complementos, além de verbais, podem ser nominais, quando completam

o sentido de um nome: necessidade de carinho. Também aos nomes ligam-se ele-

mentos para restringi-los ou designá-los (adjuntos adnominais). Esses termos re-

gidos devem ficar próximos de seus termos regentes, onde quer que estejam (seja

no sujeito, seja no predicado).

Esses conceitos são fundamentais para compreendermos alguns casos de proi-

bição.

Os sinais de pontuação são: ponto, ponto e vírgula, vírgula, ponto de exclama-

ção, ponto de interrogação, travessão, parênteses, aspas, reticências.

Eles indicam entoação ou pausa. Nas palavras de Celso Cunha (Nova Gramá-

tica do Português Contemporâneo), “esta distinção, didaticamente cômoda, não

é, porém, rigorosa. Em geral, os sinais de pontuação indicam, ao mesmo tempo,

a pausa e a melodia”.

O sinal mais explorado em prova é, sem dúvida, a vírgula.

Vamos às questões.

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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (FCC/TRF 4/ANALISTA/2014) Quanto à pontuação, a frase inteiramente corre-

ta é:

a) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os humanistas

uma vez que, é nela, que se estabelecem não apenas as relações de sentido, mas

também o desafio de o leitor divisar e compartilhar, as escolhas produzidas pelo

escritor.

b) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os humanistas

uma vez que é nela, que se estabelecem não apenas as relações de sentido, mas

também o desafio, de o leitor divisar e compartilhar, as escolhas produzidas pelo

escritor.

c) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os humanistas,

uma vez que é nela que se estabelecem, não apenas as relações de sentido, mas

também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as escolhas produzidas pelo

escritor.

d) Para Edward Said a linguagem é o terreno, de onde partem os humanistas,

uma vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações de sentido mas,

também, o desafio de o leitor divisar, e compartilhar as escolhas produzidas pelo

escritor.

e) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os humanistas, uma

vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações de sentido, mas também

o desafio de o leitor divisar e compartilhar as escolhas produzidas pelo escritor.

2. (FCC/CMSP/PROCURADOR LEGISLATIVO/2014) Ao se modificar a redação da

frase, suprimindo-se a(s) vírgula(s), altera-se o sentido em:

a) Ainda assim, é difícil imaginar quem se sinta bem em qualquer lugar.

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b) Ele se dispôs, humildemente, a refletir melhor sobre o tema.

c) Fui ler um artigo de Edward Said, ontem, por considerá-lo uma autoridade no

assunto.

d) Há que se ter pena dos exilados, que sentem tanto desamparo longe da pátria.

e) Aceitei, com muito prazer, o convite para aquela palestra.

3. (FCC/TER-AP/TÉCNICO/2011) Decerto que em muitos casos o uso do véu é im-

posto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da mulher, mas basta uma

que o faça por vontade própria para que a lei resulte em violação de seus direitos.

Julgue a assertiva abaixo.

- Considerado o trecho acima, em seu contexto, é legítimo afirmar que a ausência

de vírgula após muitos casos constitui deslize do autor, pois, nesse específico con-

texto, ela é obrigatória.

4. (FCC/TRT 19/ANALISTA/2014) Analise a afirmação a seguir.

- Em “Ela consagra a vitória da razão abstrata, que é a instância suprema de toda

a cultura moderna, versada no rigor das matemáticas que passarão a reger os

sistemas de controle do tempo e do espaço.”, as vírgulas isolam um segmento ex-

plicativo.

5. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES/2017) Matt Walburn, representante

da Currys PC World, comentou que “o estudo reconhece o fato de que chega um

momento no qual apreciamos o conforto das nossas casas mais do que uma vida

social agitada”. (4º parágrafo)

A expressão entre vírgulas no trecho acima indica

a) resumo.

b) enumeração.

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c) distribuição.

d) explicação.

e) correção.

6. (FCC/DPE-RS/ANALISTA CONTÁBIL/2017)

[Uma espécie complicada]

O grande biólogo norte-americano Richard Dawkins acredita sem qualquer hesi-

tação na teoria de Darwin acerca da sobrevivência dos mais fortes e capazes e na

importância da adaptação a mutações fortuitas na evolução das outras espécies,

mas se declara contra a ideia do darwinismo social na evolução da sua própria es-

pécie. Aceitar o darwinismo social seria aceitar posições conservadoras em matéria

de política e economia, o que vai contra suas convicções progressistas.

Já os conservadores, que negam a teoria de Darwin sobre a origem e o desenvol-

vimento das espécies, pregam o darwinismo social sob vários nomes: liberalismo,

antidirigismo, antiassistencialismo etc. A sobrevivência, portanto, dos mais compe-

titivos e sortudos, como no universo neutro de Darwin.

Esquerda progressista e direita conservadora trocam incoerências. A direita abomi-

na a ideia de que o homem descende de animais inferiores, mas não tem problema

com a ideia de que ele deve seu progresso à ganância que tem em comum com

os chimpanzés. A esquerda aceita a ascendência de macacos e a evolução da sua

espécie, mas não quer outra coisa senão um planejamento inteligente, humanista,

para organizar a sua sociedade.

Progressistas costumam ser a favor do direito do aborto e contra a pena de morte.

Conservadores, que denunciam a interferência indevida do Estado na vida das pes-

soas, invocam a santidade da vida para que o Estado proíba o aborto, e geralmente

são a favor da pena de morte, a mais radical interferência possível do Estado na

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vida de alguém. Enfim, seja como for que chegamos a isto, somos uma espécie

complicada.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Ob-

jetiva, 2008, p. 163-164)

Analise a proposição abaixo.

- Considerando-se o contexto, mantêm-se a correção e o sentido de um segmento

do texto caso se venha a excluir as vírgulas em Já os conservadores, que negam a

teoria de Darwin (...), pregam o darwinismo social (2º parágrafo).

7. (FCC/PC-AP/AGENTE/2017)

O lugar-comum

O lugar-comum, ou chavão, nos faculta falar e pensar sem esforço. Ninguém é le-

vado a sério com ideias originais, que

desafiam nossa preguiça. Ouvem-se aqui e ali frases como esta, dita ainda ontem

por um político:

− Este país não fugirá de seu destino histórico!

O sucesso de tais tiradas é sempre infalível, embora os mais espertos possam des-

confiar que elas não querem dizer coisa

alguma. Pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um império que de-

saba ou uma barata esmagada.

(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Caderno H. Porto Alegre: Globo, 1973, p. 52)

Avalie a afirmação a seguir.

No segmento Ninguém é levado a sério com ideias originais, que desafiam nossa

preguiça, a exclusão da vírgula altera o sentido da frase.

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8. (FCC/ALEPE/ANALISTA/2014)

1. No século VI a.C., os primeiros filósofos gregos

preocuparam-se em conhecer os elementos constitutivos

das coisas. Eles investigaram a Natureza, à busca de um

princípio estável, comum a todos os seres, que

5. explicasse a sua origem e as suas transformações.

Físicos, como foram chamados por Aristóteles, esses

primeiros filósofos, de Tales a Anaxímenes, fundaram

uma tradição de estudo da Natureza, seguida e

aprofundada, entre outros, por Heráclito, Pitágoras,

10. Demócrito.

Na segunda metade do século V a.C., os Sofistas,

professores da juventude ateniense numa época d crise,

inspirados mais pelo interesse prático do que por uma

intenção teórica pura, debateram, entre outras ideias, o

15. Bem, a Virtude, o Belo, a Lei e a Justiça, formulando, a

respeito de seu conteúdo, teses ousadas e contraditórias.

Não obstante a falta de rigor e o propósito de confundir

os adversários, com a habilidade de raciocínio que os

notabilizou, os Sofistas tiveram o indiscutível mérito de

20. introduzir, no estudo da sociedade e da cultura, o ponto

de vista reflexivo-crítico que caracteriza a filosofia.

Mas seria preciso esperar por Sócrates (470-399

a.C.), misto de pedagogo e de filósofo, que procurou

definir os valores morais, as profissões, o governo e o

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25. comportamento social, para que esse ponto de vista se

insinuasse também na apreciação das artes. Sócrates,

que discorria sobre todos os assuntos humanos, entrou,

certa vez, no ateliê do pintor Parrásio, e a este perguntou

o que a Pintura poderia representar.

30. Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates, fez,

no seu diálogo A república, um confronto, que se tornou

decisivo pelas implicações filosóficas que encerra, entre

Arte e Realidade. Levando em conta o caráter

representativo da Pintura e da Escultura, o filósofo

35. concluía, nesse diálogo, não só que essas artes estão

muito abaixo da verdadeira Beleza que a inteligência

humana se destina a conhecer, como também que, em

comparação com os objetivos da ciência, é supérflua a

atividade daqueles que pintam e esculpem, pois o que

40. produzem é inconsistente e ilusório. Por outro lado,

Platão observa que a Poesia e a Música exercem

influência muito grande sobre os nossos estados de

ânimo, e que afetam, positiva ou negativamente, o

comportamento moral dos homens.

(Adaptado de: NUNES, Benedito. Introdução à filosofia

da arte. 4. ed., São Paulo: Ática, 1999, p. 7 e 8)

Analise a correção do que se afirma sobre o quarto parágrafo do texto.

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- (linhas 38 a 40) Em é supérflua a atividade daqueles que pintam e esculpem, pois

o que produzem é inconsistente e ilusório, a inclusão de uma vírgula após a palavra

pois preserva a correção gramatical do segmento.

9. (FCC/MANAUSPREV/TÉCNICO/2015) O primeiro... problema que as árvores pa-

recem propor-nos é o de nos conformarmos com a sua mudez. Desejaríamos que

falassem, como falam os animais, como falamos nós mesmos. Entretanto, elas e as

pedras reservam-se o privilégio do silêncio, num mundo em que todos os seres têm

pressa de se desnudar. Fiéis a si mesmas, decididas a guardar um silêncio que não

está à mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de uma composição

social que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta, fundada que está na

linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais íntimo pelo mais coletivo.

Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os

humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logra-

mos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo

à nossa domesticidade, consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo.

Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse artifício não nos ilude, não

incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo

até o quadro, parece vagamente aborrecê-la, e certas árvores de Van Gogh, na sua

crispação, têm algo de protesto.

De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através

da arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde

uma tapeçaria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico,

o criador da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da

Árvore. Vemos através desse documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca

de Munique, Paisagem com Caça, a árvore colossal domina todo o quadro, e a con-

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fusão de homens, cães e animal acuado constitui um incidente mínimo, decorativo.

Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana seduz mais o pin-

tor do que o fundo natural em que ela se desenvolve.

O que será talvez um traço da arte moderna, assinalado por Apollinaire, ao escre-

ver: “Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cui-

dadosamente a reprodução de cenas naturais observadas ou reconstituídas pelo

estudo... Se o fim da pintura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos olhos,

hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente do proporcio-

nado pelo espetáculo das coisas naturais”. Renunciamos assim às árvores, ou nos

permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos, que elas, polidamente, se per-

mitem ignorar.

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. “A árvore e o homem”, em Pas-

seios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 7-8)

Atente para as frases abaixo sobre a pontuação do texto.

I – No segmento...genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título... (3º parágra-

fo), a vírgula pode ser corretamente suprimida, uma vez que é seguida da

conjunção aditiva “e”.

II – No segmento...nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo... (2º pará-

grafo), o ponto final pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula,

feita a alteração entre maiúscula e minúscula.

III – No segmento...seduz mais o pintor do que o fundo natural... (3º parágrafo),

o acréscimo de uma vírgula imediatamente após “pintor” acarretaria a sepa-

ração equivocada do verbo e seu complemento.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

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b) I.

c) I e II.

d) III.

e) II.

10. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA/2010) A pontuação está plenamente adequa-

da na seguinte frase:

a) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias, desempenharam, pelos

efeitos que geraram, um papel decisivo na configuração, não apenas da vida coti-

diana como da subjetividade mesma do homem contemporâneo.

b) Tanto o microprocessador como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo na configuração, não apenas, da vida cotidia-

na, como da subjetividade mesma, do homem contemporâneo.

c) Tanto o microprocessador como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo na configuração não apenas da vida cotidiana

como da subjetividade mesma do homem contemporâneo.

d) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo na configuração não apenas, da vida cotidiana,

como da subjetividade mesma do homem contemporâneo.

e) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo, na configuração não apenas da vida cotidiana,

como da subjetividade, mesma do homem contemporâneo.

11. (FCC/DPE-SP/OFICIAL/2015) A mensagem do poema está reescrita correta-

mente em prosa, em um único período, em:

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a) Quando se lembrou de que bicho é pai de bicho. O pai de Gregório Samsa jun-

tou-se ao filho, no lixo.

b) Quando se lembrou que bicho é pai de bicho; o pai de Gregório Samsa, juntou-

-se ao filho no lixo.

c) Quando se lembrou de que bicho é pai de bicho; o pai de Gregório Samsa jun-

tou-se, ao filho no lixo.

d) Quando se lembrou de que bicho é pai de bicho, o pai de Gregório Samsa jun-

tou-se ao filho no lixo.

e) Quando se lembrou que bicho é pai de bicho, o pai de Gregório Samsa, juntou-

-se ao filho, no lixo.

12. (FCC/DPE-RR/TÉCNICO/2015) Por volta de 1968, impressionado com a quan-

tidade de bois que Guimarães Rosa conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom

mineiro não ficaria chateado comigo se usasse um deles num poema cabuloso que

estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que

morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia

então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que

chegara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra

publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem,

mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de

colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um po-

ema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exa-

tamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria ca-

paz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo

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completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão

duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos

bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda

de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria

um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos

do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu cora-

ção, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de

resistência.

Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho

caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias

vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transfor-

mado em minha própria estrela.

(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasle-

tras.com.br. Acessado em: 29/10/2015)

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exa-

tamente isso o que eu queria... (3º parágrafo)

Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa para o trecho acima encontra-

-se em:

a) − Vamos! confesse − confesso: − Eu queria um boi perdido no asfalto... sei que

era, exatamente, isso o que eu queria.

b) − Vamos − confesse. − Confesso: eu queria um boi perdido no asfalto (sei que

era exatamente isso o que eu queria).

c) − Vamos, confesse! − Confesso: eu queria um boi perdido no asfalto... sei que

era exatamente isso o que eu queria.

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d) − Vamos: − Confesse. − Confesso: eu queria um boi − perdido no asfalto −; sei

que era exatamente isso o que eu queria.

e) − Vamos − confesse: confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto − sei que

era exatamente isso o que eu queria.

13. (FCC/DPE-RR/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2015) Considere as afirmações

acerca da pontuação no texto.

I – Quando entram em contato com as nossas células, eles causam danos e con-

tribuem para o aparecimento de doenças... − A vírgula nessa passagem pode

ser substituída por ponto final sem prejuízo da correção da frase.

II – Os radicais livres são compostos formados normalmente no nosso organismo

pela respiração. − Essa frase se mantém correta com o uso de vírgulas antes

e depois do termo sublinhado.

III – Duas dessas misturas − preparadas com camucamu, acerola, açaí, cajá, caju

e abacaxi − foram testadas em cobaias animais. − Os travessões podem ser

substituídos por parênteses sem prejuízo da correção da frase.

Está correto o que se afirma em

a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, apenas.

d) III, apenas.

e) I, II e III.

14. (FCC/TRT 20ª REGIÃO/TÉCNICO/2010) O Brasil é hoje um dos líderes mun-

diais do comércio agrícola, ocupando a primeira posição nos embarques de açúcar

e de carne bovina e a segunda, nas vendas de soja e de carnes de aves. Já era o

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maior exportador mundial de café, mas até há uns 20 anos a maior parte de sua

produção agropecuária era menos competitiva que a das principais potências pro-

dutoras. Esse quadro mudou, graças a um persistente esforço de modernização do

setor. Um levantamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) conta uma

parte dessa história, mostrando o aumento da presença brasileira nas exportações

globais ente 1999 e 2007. Uma história mais completa incluiria também um detalhe

ignorado pelos brasileiros mais jovens: o suprimento do mercado interno tornou-se

muito melhor quando o país se transformou numa potência exportadora e as crises

de abastecimento deixaram de ocorrer. Essa coincidência não ocorreu por acaso.

A prosperidade mundial e o ingresso de centenas de milhões de pessoas no mer-

cado de consumo, em grandes economias emergentes, favoreceram a expansão

do comércio de produtos agropecuários nas duas últimas décadas. Mas, apesar

das condições favoráveis criadas pela demanda em rápida expansão, houve uma

dura concorrência entre os grandes produtores. A competição foi distorcida pelos

subsídios e pelos mecanismos de proteção adotados no mundo rico e, em menor

proporção, em algumas economias emergentes.

A transformação do Brasil num dos líderes mundiais de exportação agropecuária

foi possibilitada por uma combinação de ações políticas e empresariais. Um dos

fatores mais importantes foi o trabalho das instituições de pesquisa, amplamente

reforçado a partir da criação da Embrapa, nos anos 70. A ocupação do cerrado por

agricultores provenientes de outras áreas – principalmente do Sul – intensificou-se

nessa mesma época.

Nos anos 80, rotulados por economistas como “década perdida”, a agropecuária

exibiu dinamismo e modernizou-se, graças ao investimento em novas tecnologias

e à adoção de melhores práticas de produção. O avanço tecnológico foi particular-

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mente notável, nessa época, na criação de gado de corte e na produção de aves.

Isso explica, em boa parte, o sucesso comercial dos dois setores nos anos seguin-

tes. Com o abandono do controle de preços, a transformação da agropecuária ace-

lerou-se nos anos 90 e o Brasil pôde firmar sua posição como grande exportador.

A magnitude da transformação fica evidente quando se observam os ganhos de

produtividade. As colheitas cresceram muito mais do que a área ocupada pelas la-

vouras. Aumentou a produção de carne bovina, indicando uma pecuária muito mais

eficiente. No setor de aves, o volume produzido expandiu-se consideravelmente.

Isso permitiu não só um grande avanço no mercado externo, mas também um

enorme aumento do consumo por habitante no mercado interno. Proteínas animais

tornaram-se muito baratas, refletindo-se nas condições de vida de milhões de bra-

sileiros.

(O Estado de S. Paulo, Notas & Informações, A3, 29 de novembro de 2009, com

adaptações)

O emprego dos dois-pontos no 1º parágrafo

a) impõe restrição ao sentido do que vem sendo afirmado.

b) assinala a intenção de haver diálogo com um possível leitor.

c) acentua a repetição de um mesmo dado, já informado.

d) destaca a informação obtida pela Organização Mundial do Comércio.

e) introduz segmento explicativo de uma expressão anterior.

15. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES/2017) O parque ainda conta com

infraestrutura: um café que serve lanches e tortas alemãs, uma loja de souvenir e

um espaço infantil. (último parágrafo)

Os dois-pontos no segmento acima introduzem concomitantemente as ideias de

a) enumeração e exemplificação.

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b) explicação e resumo.

c) explicação e distribuição.

d) distribuição e exemplificação.

e) especificação e resumo.

16. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES/2017) Minimundo é o nome do par-

que temático que é uma das atrações turísticas de Gramado, principal destino de

viagens pela Serra Gaúcha, em Rio Grande do Sul.

Lá o visitante pode ver miniaturas de castelos, barcos, ferrovias, estradas,

igrejas, cascatas, moinhos, casarios, carros e outros inúmeros detalhes, tudo

numa escala 24 vezes menor. Poderia até se pensar que é um parque mais apro-

priado para crianças, mas logo se percebe que encanta mais os adultos pela per-

feição e cenários realísticos do pequeno mundo aí representado.

Esse cenário auxilia, pois, a identificação de réplicas de lugares conhecidos da

Europa e do Brasil. São cerca de 140 construções, por enquanto, que retratam

tanto lugares atuais, como o Aeroporto de Bariloche da Argentina, como antigos

prédios da Alemanha, país de origem do seu fundador.

A história do Minimundo começa com a vontade de um pai e um avô de agra-

dar a duas crianças com um pequeno mundo de miniaturas no jardim diante do

seu hotel. Uma espécie de mundo de fantasia com uma casinha de bonecas, cas-

telos e ferrovias. Com o crescimento das crianças, o jardim evoluiu para um par-

que com novas miniaturas que virou atração para os hóspedes do hotel, e daí até

se tornar no que é, um dos roteiros de turistas e de excursões em visita a Grama-

do.

Todo esse sonho começou com a imigração, em 1952, da família alemã de

Otto Höpnner para o Brasil, fugindo à situação difícil da Alemanha pós-guerra.

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Fixou-se em Gramado e lá construiu o Hotel Ritta Höpnner, nome da sua esposa

brasileira, em 1958. Já o parque Minimundo foi inaugurado em 1983.

Boa parte das réplicas em miniaturas representam construções da Alemanha.

Nele residem cerca de 2.500 “habitantes”, distribuídos entre os mais variados

ambientes, que podem aumentar com a evolução das construções da minicidade.

O parque ainda conta com infraestrutura: um café que serve lanches e tortas ale-

mãs, uma loja de souvenir e um espaço infantil.

(Adaptado de: https://cronicasmacaenses.com)

No contexto do último parágrafo, a palavra habitantes, usada com aspas, re-

presenta

a) visitantes.

b) pessoas.

c) funcionários.

d) crianças.

e) bonecos.

17. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2017) Atenção: Para responder às questões de núme-

ros 17 e 18, leia o texto abaixo.

O gol plagiado

“Jogador quer direito autoral sobre seus gols.”

Esporte, 20 jan. 2000

“Prezados senhores: dirigindo-se a V.Sa., refiro-me à notícia segundo a qual

jogadores de futebol do Reino Unido, como Michael Owen e Ryan Giggs, querem

receber autorais pela exibição de seus gols na mídia. Não tenho o status desses

senhores – sou apenas um brasileiro que bate a sua bolinha nos fins de semana –

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mas desejo fazer uma grave denúncia: um dos jogadores citados (oportunamente

divulgarei o nome) simplesmente plagiou um gol feito por mim.

Provas? Basta comparar os tapes dos referidos gols. No meu caso, trata-se de

um trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas mesmo assim

é bastante nítido. Vê-se que, como eu, o referido jogador estava num campo de

futebol. Nos dois casos, a partida estava sendo disputada por times de 11 jogado-

res cada um. Nos dois casos havia uma bola, havia goleiros. Nos dois casos havia

um juiz. No meu caso, um juiz usando bermudões e chinelos – mas juiz, de qual-

quer maneira.

Isto, quanto aos aspectos gerais. Vamos agora aos detalhes. No vídeo do

jogador inglês, mostrado no mundo inteiro, vê-se que ele pega a bola na grande

área, domina-a, livra-se de um adversário e chuta no canto esquerdo, marcando,

é forçoso admitir, um belo tento, um gol que faz jus aos direitos autorais. No meu

vídeo – feito uma semana antes, é importante que se diga –, vê-se que eu pego

a bola na grande área, que a domino, que livro-me de um adversário e que chuto

forte no canto esquerdo, marcando um belo tento.

Conclusão: o jogador inglês me plagiou. Quero, portanto, metade do que ele

receber a título de direitos autorais. Se não for atendido em minha reivindicação

levarei a questão a juízo. Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto

com uma testemunha: o meu filho. Ele viu o jogo do começo ao fim e pode depor

a meu favor. É pena não ter mais testemunhas, mas, infelizmente, ele foi o único

espectador desse jogo. E irá comigo demandar justiça contra o plágio.”

(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo, Global, 2013, p. 55)

Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma testemunha: o

meu filho. (4º parágrafo)

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Essa passagem está reescrita em um único período, sem prejuízo do senti-

do, em:

a) Estou seguro de que ganharei, ao contar além do vídeo, porém, com uma tes-

temunha: o meu filho.

b) Estou seguro de que ganharei, por contar, além do vídeo, com uma testemunha:

o meu filho.

c) Estou seguro de que ganharei, a fim de que, além do vídeo, conte com uma

testemunha: o meu filho.

d) Estou seguro de que ganharei, além do vídeo, o fato de contar com uma teste-

munha: o meu filho.

e) Estou seguro de que ganharei, contando, no entanto, além do vídeo, com uma

testemunha: o meu filho.

18. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2017) Uma interpretação correta a respeito do empre-

go da pontuação está em:

a) As vírgulas em... vê-se que ele pega a bola na grande área, domina-a, livra-se

de um adversário e chuta no canto esquerdo... (3º parágrafo) separam ações or-

denadas cronologicamente.

b) Os travessões em … trata-se de um trabalho amador – foi feito por meu filho, de

dez anos – mas mesmo assim é bastante nítido... (2º parágrafo) apresentam uma

síntese da informação imediatamente anterior.

c) Os parênteses em... um dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o

nome) simplesmente plagiou um gol feito por mim. (1º parágrafo) intercalam um

exemplo do que foi afirmado anteriormente.

d) Os dois-pontos em Conclusão: o jogador inglês me plagiou. (4º parágrafo) intro-

duzem uma expressão que contraria o que foi afirmado anteriormente.

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e) O sinal de interrogação em Provas? (2º parágrafo) sinaliza uma pergunta dirigi-

da aos leitores do texto para a qual o autor não tem resposta.

19. (FCC/DPE-RS/ANALISTA PROCESSUAL/2017) Está plenamente adequada a

pontuação do seguinte período:

a) O autor do texto considera, em certo momento, que a beleza de certas cenas,

naqueles velhos filmes clássicos, tornava fotogênica a miséria moral dos protago-

nistas.

b) Não é fácil, para os moradores do terceiro mundo admitir que, na velha Europa,

com aquele alto padrão de vida, existam os que sofrem tanto, de vazio interior.

c) Mais houvéssemos assistido mais teríamos gostado, daqueles velhos clássicos

do cinema europeu, sobretudo os de Bergman e Antonioni; nossos prediletos.

d) Chega a ser provocadora, a associação que o autor estabelece, entre morrer

de fome ou morrer de tédio, ao comparar, as razões de sofrimento dos europeus,

às dos povos mais pobres.

e) A vida na Suécia, à qual não faltam bons serviços sociais, e aceitável distribui-

ção de renda, teria inspirado cineastas como Bergman, cenas de quase inexplicável

sofrimento.

20. (FCC/ISS-SP/AUDITOR/2012) “Ocorreu em nossos países uma nova forma de

colonialismo, com a imposição de uma cultura alheia à própria da região. Cumpre

avaliar criticamente os elementos culturais alheios que se pretendam impor do ex-

terior. O desenvolvimento corresponde a uma matriz endógena, gerada em nossas

próprias sociedades, e que portanto não é possível importar.

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Precisamos levar sempre em conta os traços culturais que nos caracterizam,

que hão de alimentar a busca de soluções endógenas, que nem sempre têm por

que coincidir com as do mundo altamente industrializado.” 1

O que há de extraordinário nessa citação? Nada, exceto a data. Ela não foi

redigida no princípio do século XIX e sim no dia 29 de maio de 1993,

exatamente um mês antes da redação deste artigo. Trata-se de um documento

aprovado por vários intelectuais ibero-americanos, na Guatemala, como parte da

preparação da III Conferência de Cúpula da região, a realizar-se em Salvador, na

Bahia.

Conhecemos bem essa linguagem no Brasil. É o discurso do nacionalismo

cultural, que começou a ser balbuciado com os primeiros escritores nativistas,

e desde a independência não cessou, passando por vários avatares, com tons e

modulações diversas. Ao que parece, nada envelheceu nessas palavras. Quase

todos os brasileiros se orgulhariam de repeti-las, como se elas fossem novas e

matinais, como se fôssemos contemporâneos do grito do Ipiranga. Nesses 171

anos, o Brasil passou do Primeiro para o Segundo Reinado, da Monarquia para a

República Velha, desta para o Estado Novo, deste para a democracia, desta para

a ditadura militar, e desta para uma nova fase de democratização. Passamos do

regime servil para o trabalho livre − ou quase. De país essencialmente agrário

transitamos para a condição de país industrial, e sob alguns aspectos nos aproxi-

mamos da pós-modernidade. Só uma coisa não mudou: o nacionalismo cultural.

Continuamos repetindo, ritualmente, que a cultura brasileira (ou latino-america-

na) deve desfazer-se dos modelos importados e voltar-se para sua própria tradi-

ção cultural.

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1
Relato general de la “Cumbre Del pensamiento”, Antígua-Guatemala, pp.

88 e ss.

(Adaptado de Sergio Paulo Rouanet. “Elogio do incesto”. In: Mal-estar na mo-

dernidade: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 346-347)

Analise a correção da seguinte assertiva.

Ela não foi redigida no princípio do século XIX e sim no dia 29 de maio de

1993, a correlação entre as proposições ficaria mais evidente se houvesse uma

vírgula depois do e, uso também correto.

21. (FCC/BB/ESCRITURÁRIO/2013) O preço foi uma das mais revolucionárias cria-

ções de todos os tempos. Invenção sem dono. Melhor seria chamá-la de uma evo-

lução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à vida

em sociedade: sobreviveu a maneira mais eficiente que o homem encontrou para

alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica da ciência econômica.

Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento,

demitir um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar

uma árvore), ponderando custos e benefícios. É a soma dessas ações, feitas no

âmbito pessoal, que regula o custo e a disponibilidade de gravatas, apartamentos,

funcionários, viagens, filhos ou mesmo árvores.

Como diz o jornalista americano Eduardo Porter em O preço de todas as

coisas, “toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apre-

sentam diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios”. As consequências

dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são óbvias. Até as formas femininas

estão submetidas a uma virtual bolsa de valores, e o que se apresenta como grá-

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tis também tem seu preço – sem falar que a dinâmica da fixação de preços pode

falhar miseravelmente, como comprovam as bolhas financeiras.

(Giuliano Guandalini. Veja, 3 de agosto de 2011, com adaptações)

(comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, pou-

par para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore)

O segmento entre parênteses constitui

a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.

b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivencia-

das pelas pessoas.

c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referen-

tes à rotina diária das pessoas.

d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar infor-

mações alheias ao assunto abordado.

e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser toma-

das diariamente pelas pessoas.

22. (FCC/DEFENSORIA PÚBLICA-RS/ANALISTA/2013) Está plenamente adequada

a pontuação do seguinte período:

a) Crianças e poetas, acredita o autor, são capazes de olhar o mundo de modo

atento e criativo, como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele, por isso,

faces que, para a maioria de nós, permanecem ocultas.

b) Crianças e poetas acredita o autor, são capazes de olhar, o mundo, de modo

atento e criativo como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele por isso

faces que para a maioria de nós permanecem ocultas.

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c) Crianças e poetas − acredita o autor, são capazes de olhar o mundo de modo

atento, e criativo, como se o olhassem pela primeira vez revelando nele, por isso,

faces que para a maioria de nós permanecem ocultas.

d) Crianças e poetas, acredita o autor: são capazes de olhar o mundo de modo

atento e criativo, como se o olhassem, pela primeira vez revelando nele, por isso,

faces que para a maioria de nós, permanecem ocultas.

e) Crianças e poetas, acredita o autor, são capazes de olhar o mundo, de modo

atento e criativo, como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele por isso

faces que, para a maioria de nós permanecem ocultas.

23. (FCC/TRT 1ª REGIÃO/ANALISTA/2013) Está plenamente adequada a pontua-

ção do seguinte período:

a) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da linguagem, que por não haver dois

sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão os vocábulos de uma

língua, ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

b) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da linguagem que, por não haver

dois sinônimos perfeitos há que se empregar, com toda a precisão, os vocábulos de

uma língua ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

c) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da linguagem que, por não haver dois

sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão, os vocábulos de uma

língua ainda que, com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

d) Acredita-se, sobretudo, entre os estudiosos da linguagem, que, por não haver

dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão, os vocábulos de

uma língua, ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

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e) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da linguagem, que, por não haver

dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão os vocábulos de

uma língua, ainda que com isso se corra o risco de passar por pernóstico.

24. (FCC/TST/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Está plenamente adequada a pontua-

ção do seguinte período.

a) Tendo em vista, uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever

critérios de punição baseado na ideia de que, o sentimento da honra, quando esta

é ofendida torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

b) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever cri-

térios de punição, baseado na ideia de que, o sentimento da honra quando esta é

ofendida, torna-se mais intenso do que a sensação, provocada pelo castigo físico.

c) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera: rever

critérios de punição baseado na ideia de que o sentimento da honra, quando esta

é ofendida torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

d) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever cri-

térios de punição, baseado na ideia de que o sentimento da honra, quando esta é

ofendida, torna-se mais intenso do que a sensação provocada pelo castigo físico.

e) Tendo em vista, uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever cri-

térios de punição baseado na ideia, de que o sentimento da honra, quando esta é

ofendida, torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

25. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2013) Calendário maia que inspirou crença no fim do

mundo está em Dresden

A prova de que o mundo não vai acabar fica bem atrás de uma pesada porta

de metal dourada, pintada com hieróglifos. A porta leva do Museu do Livro direta-

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mente à sala do tesouro da Biblioteca Estatal e Universitária de Dresden. As pa-


redes são pintadas de preto, uma luz pálida dificulta a visão e um mistério parece
pairar no ar.
A sala guarda escritos seculares como, por exemplo, um cone de argila da
Suméria de quase 4 mil anos, um livro de orações hebraico e uma Missa em si
menor, de Johann Sebastian Bach. No meio do recinto, repousa o maior tesouro,
dentro de uma caixa de vidro: o mundialmente famoso calendário maia, compos-
to de uma tira de papel amate de 3,5 metros, dobrada em 39 folhas.
É uma boa notícia que haja um calendário como o da biblioteca de Dresden,
porque a maioria dos documentos da cultura maia foi destruída. “Quando os euro-
peus conquistaram o México, os deuses maias eram tão estranhos para eles que
o bispo Diego de Landa ordenou que todos os 5 mil livros maias fossem queima-
dos”, conta Thomas Bürger, diretor da biblioteca.
O calendário é originário do início do século 16, tendo sido produzido pouco
antes da conquista espanhola, embora os pesquisadores não tenham uma data-
ção mais precisa e não saibam a forma como o documento chegou da América
Latina para a Europa. Relatos dão conta de que o bibliotecário e capelão da corte
Christian Götze o descobriu em 1739, durante uma viagem de compras a Viena,
de onde o levou para a Biblioteca Real, em Dresden.
Somente cem anos depois, descobriu-se que o documento é um manuscrito
maia. O então diretor da biblioteca, Ernst Wilhelm Förstemann, conseguiu decifrar
grande parte da escrita histórica, marcando o dia 21 de dezembro de 2012 como
uma data importante. Nesse dia, começa um novo ciclo de 400 anos, o 14º bak-
tun. O tão falado apocalipse é, portanto, apenas uma das possíveis interpretações
dessa data. (Adaptado de Claudia Euen. CartaCapital, 20 de dezembro de 2012, http://www.
cartacapital.com.br/sociedade/calendariomaia-que-inspirou-crenca-no-fim-do-mundo-esta-em-

-dresden/)

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Sem prejuízo para o sentido e a correção, uma vírgula poderia ser colocada

imediatamente depois de

a) notícia, na frase É uma boa notícia que haja um calendário como o da biblioteca

de Dresden... (3º parágrafo).

b) conta, na frase Relatos dão conta de que o bibliotecário e capelão da corte

Christian Götze o descobriu em 1739... (4º parágrafo).

c) visão, na frase As paredes são pintadas de preto, uma luz pálida dificulta a visão

e um mistério parece pairar no ar (1º parágrafo).

d) saibam, na frase e não saibam a forma como o documento chegou da América

Latina para a Europa... (4º parágrafo).

e) ordenou, na frase os deuses maias eram tão estranhos para eles que o bispo

Diego de Landa ordenou que todos os 5 mil livros maias fossem queimados... (3º

parágrafo).

26. (FCC/SEFAZ SP/2013) Um carro comumente significa sucesso, um cigarro, au-

toafirmação; as praias oferecem um paraíso perdido, e as roupas de um estilista

definem a identidade.

A frase em que se nota emprego de vírgula determinado pelo mesmo motivo

que definiu sua presença no segmento destacado acima é:

a) Suas ligações eram sempre frequentes, ainda que breves.

b) Se és feliz, escreve; se és infeliz, escreve também.

c) Os meus hábitos quietos, o bom humor e a idade, principalmente esta, me fa-

voreceram.

d) Ela perdeu o fiel companheiro; a menina, um pai amoroso.

e) Não é novo nada disto, nem eu estou aqui para dizer coisas novas.

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GABARITO

1. e 25. c

2. d 26. d

3. E

4. C

5. d

6. E

7. C

8. E

9. e

10. c

11. d

12. c

13. b

14. e

15. a

16. e

17. b

18. a

19. a

20. E

21. e

22. a

23. e

24. d

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GABARITO COMENTADO

1. (FCC/TRF 4/ANALISTA/2014) Quanto à pontuação, a frase inteiramente corre-

ta é:

a) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os humanistas

uma vez que, é nela, que se estabelecem não apenas as relações de sentido, mas

também o desafio de o leitor divisar e compartilhar, as escolhas produzidas pelo

escritor.

b) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os humanistas

uma vez que é nela, que se estabelecem não apenas as relações de sentido, mas

também o desafio, de o leitor divisar e compartilhar, as escolhas produzidas pelo

escritor.

c) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os humanistas,

uma vez que é nela que se estabelecem, não apenas as relações de sentido, mas

também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as escolhas produzidas pelo

escritor.

d) Para Edward Said a linguagem é o terreno, de onde partem os humanistas,

uma vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações de sentido mas,

também, o desafio de o leitor divisar, e compartilhar as escolhas produzidas pelo

escritor.

e) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os humanistas, uma

vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações de sentido, mas também

o desafio de o leitor divisar e compartilhar as escolhas produzidas pelo escritor.

Letra e.

Em questões como essa, veremos diversos casos de proibição no emprego de vír-

gulas.

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• A vírgula não pode separar o sujeito “a linguagem” da forma verbal “é”, como

ocorre nas opções A e C. Restam apenas três opções: b, d e e.

• Essa separação entre sujeito e predicado também não pode ocorrer na passa-

gem “o desafio de o leitor (sujeito) divisar e compartilhar as escolhas (predi-

cado)...”, por isso há erro na opção D. Restam apenas as opções b e e.

• Não pode a vírgula separar verbo de seu complemento, como acontece na

passagem da opção B em “... e compartilhar (verbo), as escolhas (objeto di-

reto)...”. Com isso, encontramos a resposta – letra e.

• A vírgula deve isolar o elemento “Para Edward Said” por ele estar deslocado

para o início do período, mas passa a ser facultativo seu emprego, pois o ter-

mo adverbial é curto e de fácil entendimento. Se fosse longo ou representado

em uma oração adverbial, aí, sim, a vírgula seria obrigatória.

• A expressão “mas também” forma um “bloco” e, por isso, não se admite uma

vírgula após o “mas”, como na opção D.

• Não há vírgula após “nela” (como apresentado na opção B), pois esse sinal

promove a separação da expressão de realce “é... que”: “uma vez que é nela

que se estabelecem...”. Note que poderíamos construir a oração sem mencio-

nar esses termos: “uma vez que nela se estabelecem...”. Por isso é chamada

de “expressão de realce”. Serve apenas para enfatizar alguns elementos da

construção.

• Outra vírgula “imprópria” é a que se encontra separando termo regente de

termo regido na opção B: “mas também o desafio (termo regente), de o leitor

(termo regido)...”.

• Por ser o primeiro elemento da série aditiva, não se emprega a vírgula antes

de “não apenas as relações de sentido” (opção C).

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• Dado seu valor restritivo, não se coloca vírgula antes da oração “de onde par-

tem os humanistas”, já que essa oração vem restringir o alcance da palavra

“terreno”.

Em relação ao último aspecto, vamos estudar os casos de pontuação em orações

adjetivas, a partir da próxima questão.

2. (FCC/CMSP/PROCURADOR LEGISLATIVO/2014) Ao se modificar a redação da

frase, suprimindo-se a(s) vírgula(s), altera-se o sentido em:

a) Ainda assim, é difícil imaginar quem se sinta bem em qualquer lugar.

b) Ele se dispôs, humildemente, a refletir melhor sobre o tema.

c) Fui ler um artigo de Edward Said, ontem, por considerá-lo uma autoridade no

assunto.

d) Há que se ter pena dos exilados, que sentem tanto desamparo longe da pátria.

e) Aceitei, com muito prazer, o convite para aquela palestra.

Letra d.

As orações subordinadas adjetivas podem ser:

• Restritivas – restringem o alcance do substantivo a que se refere; nesse

caso, não pode haver separação entre o termo regente (substantivo, prono-

me substantivo, oração substantiva) e a oração adjetiva, do mesmo modo

que não haveria vírgula entre um substantivo e o adjetivo correspondente

(blusa azul).

Então, em orações adjetivas restritivas, a vírgula é PROIBIDA!

• Explicativas – têm a função de explicar e, como qualquer elemento de natu-

reza explicativa, deve ficar entre vírgulas.

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Então, em orações adjetivas explicativas, a vírgula é OBRIGATÓRIA!

E em qual caso a vírgula é facultativa em orações adjetivas?

Resposta: NENHUM!

Ou a vírgula é proibida (orações adjetivas restritivas), ou a vírgula é obri-

gatória (orações adjetivas explicativas).

Das opções, a única em que ocorre uma oração adjetiva é a D: na construção origi-

nal, o papel da oração “que sentem tanto desamparo longe da pátria” tem o papel

de explicar o porquê de termos pena dos exilados. Essa oração tem função explica-

tiva e a vírgula é obrigatória.

Caso se promova a retirada do sinal de pontuação, a oração deixa de ser explicati-

va e passa a ser restritiva, ocorrendo mudança no alcance da oração subordinada

adjetiva. Agora, só devemos ter pena daqueles exilados “que sentem tanto desam-

paro longe da pátria”, ou seja, dos demais (os que não sentem tanto desamparo)

não devemos ter pena. Por promover mudança no sentido, essa é a resposta.

Nas demais opções, os elementos isolados por vírgulas têm papel adverbial e, por

serem de pouca monta, dispensam o sinal de pontuação. A retirada não promove

alteração semântica. Sobre esse ponto, veja a próxima questão.

3. (FCC/TER-AP/TÉCNICO/2011) Decerto que em muitos casos o uso do véu é im-

posto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da mulher, mas basta uma

que o faça por vontade própria para que a lei resulte em violação de seus direitos.

Julgue a assertiva abaixo.

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- Considerado o trecho acima, em seu contexto, é legítimo afirmar que a ausência

de vírgula após muitos casos constitui deslize do autor, pois, nesse específico con-

texto, ela é obrigatória.

Errado.

Expressões adverbiais, quando deslocadas, exigem o emprego da vírgula (duas, se

o termo estiver no meio da oração principal). Contudo, nas ocorrências “de advér-

bios de pouca monta”, como nos ensinam Celso Cunha e Lindley Cintra, os sinais de

pontuação são dispensáveis. Assim, a expressão adverbial “em muitos casos”, por

ser pequena e de fácil entendimento, foi deslocada para o início do período e não

houve necessidade do emprego das vírgulas, mas observe que, se empregássemos

os sinais de pontuações, deveriam ser DOIS, e não um, como sugere o examina-

dor: “Decerto que, em muitos casos, o uso do véu...”. Portanto, tal afirmação está

errada.

4. (FCC/TRT 19/ANALISTA/2014) Analise a afirmação a seguir.

- Em “Ela consagra a vitória da razão abstrata, que é a instância suprema de toda

a cultura moderna, versada no rigor das matemáticas que passarão a reger os

sistemas de controle do tempo e do espaço.”, as vírgulas isolam um segmento ex-

plicativo.

Certo.

A oração que se apresenta entre as vírgulas (duas, graças a Deus!) vem explicar o

sentido de “razão abstrata”, por isso está correta a afirmação.

A maior incidência de erros em questões que envolvem pontuação é o emprego de

apenas uma das duas vírgulas necessárias para o isolamento de termos destaca-

dos.

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5. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES/2017) Matt Walburn, representante

da Currys PC World, comentou que “o estudo reconhece o fato de que chega um

momento no qual apreciamos o conforto das nossas casas mais do que uma vida

social agitada”. (4º parágrafo)

A expressão entre vírgulas no trecho acima indica

a) resumo.

b) enumeração.

c) distribuição.

d) explicação.

e) correção.

Letra d.

Como vimos, as informações que têm função explicativa devem ficar isoladas por

vírgulas. É o caso de “representante da Currys PC World”, que serve para identificar

Matt Walburn.

6. (FCC/DPE-RS/ANALISTA CONTÁBIL/2017)

[Uma espécie complicada]

O grande biólogo norte-americano Richard Dawkins acredita sem qualquer hesi-

tação na teoria de Darwin acerca da sobrevivência dos mais fortes e capazes e na

importância da adaptação a mutações fortuitas na evolução das outras espécies,

mas se declara contra a ideia do darwinismo social na evolução da sua própria es-

pécie. Aceitar o darwinismo social seria aceitar posições conservadoras em matéria

de política e economia, o que vai contra suas convicções progressistas.

Já os conservadores, que negam a teoria de Darwin sobre a origem e o desenvol-

vimento das espécies, pregam o darwinismo social sob vários nomes: liberalismo,

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antidirigismo, antiassistencialismo etc. A sobrevivência, portanto, dos mais compe-

titivos e sortudos, como no universo neutro de Darwin.

Esquerda progressista e direita conservadora trocam incoerências. A direita abomi-

na a ideia de que o homem descende de animais inferiores, mas não tem problema

com a ideia de que ele deve seu progresso à ganância que tem em comum com

os chimpanzés. A esquerda aceita a ascendência de macacos e a evolução da sua

espécie, mas não quer outra coisa senão um planejamento inteligente, humanista,

para organizar a sua sociedade.

Progressistas costumam ser a favor do direito do aborto e contra a pena de morte.

Conservadores, que denunciam a interferência indevida do Estado na vida das pes-

soas, invocam a santidade da vida para que o Estado proíba o aborto, e geralmente

são a favor da pena de morte, a mais radical interferência possível do Estado na

vida de alguém. Enfim, seja como for que chegamos a isto, somos uma espécie

complicada.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Ob-

jetiva, 2008, p. 163-164)

Analise a proposição abaixo.

- Considerando-se o contexto, mantêm-se a correção e o sentido de um segmento

do texto caso se venha a excluir as vírgulas em Já os conservadores, que negam a

teoria de Darwin (...), pregam o darwinismo social (2º parágrafo).

Errado.

A oração “que negam a teoria de Darwin” tem valor explicativo e deve ser mantida

entre vírgulas. A retirada dos sinais de pontuação alteraria o sentido da construção.

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7. (FCC/PC-AP/AGENTE/2017)

O lugar-comum

O lugar-comum, ou chavão, nos faculta falar e pensar sem esforço. Ninguém é le-

vado a sério com ideias originais, que

desafiam nossa preguiça. Ouvem-se aqui e ali frases como esta, dita ainda ontem

por um político:

− Este país não fugirá de seu destino histórico!

O sucesso de tais tiradas é sempre infalível, embora os mais espertos possam des-

confiar que elas não querem dizer coisa

alguma. Pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um império que de-

saba ou uma barata esmagada.

(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Caderno H. Porto Alegre: Globo, 1973, p. 52)

Avalie a afirmação a seguir.

No segmento Ninguém é levado a sério com ideias originais, que desafiam nossa

preguiça, a exclusão da vírgula altera o sentido da frase.

Certo.

Mais uma vez, a pontuação em orações adjetivas é objeto de questão de prova.

Desta vez, o examinador afirma CORRETAMENTE que a exclusão da vírgula pro-

moveria mudança de sentido à frase, uma vez que a oração “que desafiam nossa

preguiça” deixaria de apresentar valor explicativo, passando a restritivo.

8. (FCC/ALEPE/ANALISTA/2014)

1. No século VI a.C., os primeiros filósofos gregos

preocuparam-se em conhecer os elementos constitutivos

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das coisas. Eles investigaram a Natureza, à busca de um

princípio estável, comum a todos os seres, que

5. explicasse a sua origem e as suas transformações.

Físicos, como foram chamados por Aristóteles, esses

primeiros filósofos, de Tales a Anaxímenes, fundaram

uma tradição de estudo da Natureza, seguida e

aprofundada, entre outros, por Heráclito, Pitágoras,

10. Demócrito.

Na segunda metade do século V a.C., os Sofistas,

professores da juventude ateniense numa época d crise,

inspirados mais pelo interesse prático do que por uma

intenção teórica pura, debateram, entre outras ideias, o

15. Bem, a Virtude, o Belo, a Lei e a Justiça, formulando, a

respeito de seu conteúdo, teses ousadas e contraditórias.

Não obstante a falta de rigor e o propósito de confundir

os adversários, com a habilidade de raciocínio que os

notabilizou, os Sofistas tiveram o indiscutível mérito de

20. introduzir, no estudo da sociedade e da cultura, o ponto

de vista reflexivo-crítico que caracteriza a filosofia.

Mas seria preciso esperar por Sócrates (470-399

a.C.), misto de pedagogo e de filósofo, que procurou

definir os valores morais, as profissões, o governo e o

25. comportamento social, para que esse ponto de vista se

insinuasse também na apreciação das artes. Sócrates,

que discorria sobre todos os assuntos humanos, entrou,

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certa vez, no ateliê do pintor Parrásio, e a este perguntou

o que a Pintura poderia representar.

30. Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates, fez,

no seu diálogo A república, um confronto, que se tornou

decisivo pelas implicações filosóficas que encerra, entre

Arte e Realidade. Levando em conta o caráter

representativo da Pintura e da Escultura, o filósofo

35. concluía, nesse diálogo, não só que essas artes estão

muito abaixo da verdadeira Beleza que a inteligência

humana se destina a conhecer, como também que, em

comparação com os objetivos da ciência, é supérflua a

atividade daqueles que pintam e esculpem, pois o que

40. produzem é inconsistente e ilusório. Por outro lado,

Platão observa que a Poesia e a Música exercem

influência muito grande sobre os nossos estados de

ânimo, e que afetam, positiva ou negativamente, o

comportamento moral dos homens.

(Adaptado de: NUNES, Benedito. Introdução à filosofia

da arte. 4. ed., São Paulo: Ática, 1999, p. 7 e 8)

Analise a correção do que se afirma sobre o quarto parágrafo do texto.

- (linhas 38 a 40) Em é supérflua a atividade daqueles que pintam e esculpem, pois

o que produzem é inconsistente e ilusório, a inclusão de uma vírgula após a palavra

pois preserva a correção gramatical do segmento.

Errado.

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Em relação ao emprego da vírgula com conjunções, devemos tomar cuidado, uma

vez que o valor da conjunção determina como será empregado o sinal de pontua-

ção.

No caso da conjunção POIS:

• se for CONCLUSIVA, equivalente a “portanto, logo”, a conjunção vem isolada

por vírgulas depois de pelo menos um dos termos da oração sindética:

“Não chegamos a consenso algum; será, pois, necessária a intervenção de um

árbitro.”

• se for EXPLICATIVA, equivalente a “porque”, a conjunção deve ser apresenta-

da logo no início da oração sindética, devendo-se empregar a vírgula imedia-

tamente antes da conjunção:

“Precisamos da ajuda de um árbitro, pois não chegamos a consenso algum.”

Como, na construção do texto, a conjunção tem valor explicativo, está correta a

pontuação empregada originalmente, não devendo ser incluída nenhuma outra na

passagem, por isso a afirmação está errada.

9. (FCC/MANAUSPREV/TÉCNICO/2015) O primeiro... problema que as árvores pa-

recem propor-nos é o de nos conformarmos com a sua mudez. Desejaríamos que

falassem, como falam os animais, como falamos nós mesmos. Entretanto, elas e as

pedras reservam-se o privilégio do silêncio, num mundo em que todos os seres têm

pressa de se desnudar. Fiéis a si mesmas, decididas a guardar um silêncio que não

está à mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de uma composição

social que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta, fundada que está na

linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais íntimo pelo mais coletivo.

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Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os

humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logra-

mos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo

à nossa domesticidade, consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo.

Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse artifício não nos ilude, não

incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo

até o quadro, parece vagamente aborrecê-la, e certas árvores de Van Gogh, na sua

crispação, têm algo de protesto.

De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através

da arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde

uma tapeçaria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico,

o criador da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da

Árvore. Vemos através desse documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca

de Munique, Paisagem com Caça, a árvore colossal domina todo o quadro, e a con-

fusão de homens, cães e animal acuado constitui um incidente mínimo, decorativo.

Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana seduz mais o pin-

tor do que o fundo natural em que ela se desenvolve.

O que será talvez um traço da arte moderna, assinalado por Apollinaire, ao escre-

ver: “Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cui-

dadosamente a reprodução de cenas naturais observadas ou reconstituídas pelo

estudo... Se o fim da pintura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos olhos,

hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente do proporcio-

nado pelo espetáculo das coisas naturais”. Renunciamos assim às árvores, ou nos

permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos, que elas, polidamente, se per-

mitem ignorar.

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(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. “A árvore e o homem”, em Pas-

seios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 7-8)

Atente para as frases abaixo sobre a pontuação do texto.

I – No segmento...genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título... (3º parágra-

fo), a vírgula pode ser corretamente suprimida, uma vez que é seguida da

conjunção aditiva “e”.

II – No segmento...nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo... (2º pará-

grafo), o ponto final pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula,

feita a alteração entre maiúscula e minúscula.

III – No segmento...seduz mais o pintor do que o fundo natural... (3º parágrafo),

o acréscimo de uma vírgula imediatamente após “pintor” acarretaria a sepa-

ração equivocada do verbo e seu complemento.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

b) I.

c) I e II.

d) III.

e) II.

Letra e.

Vamos analisar cada um dos itens.

I – Errado. Esse item explora o emprego da vírgula com a conjunção “e”.

Em regra, dispensa-se a vírgula antes da conjunção aditiva e. Somente é admitida

em situações especiais:

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• quando apresenta sujeitos diferentes e seu emprego tem por objetivo a

clareza textual;

• quando faz parte de uma figura de linguagem chamada polissíndeto (síndeto

significa elemento de ligação, como vimos na aula sobre Conjunções e Perí-

odos), o uso excessivo de vírgulas e de conjunções tem a função estilística

de fazer supor um fim que nunca chega – com isso, enfatiza-se cada oração

introduzida pela conjunção e.

Soneto da Fidelidade – Vinícius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Também por clareza textual, é possível uma vírgula anteceder a conjunção e mesmo

que as orações apresentem o mesmo sujeito. Verifica-se isso, por exemplo, quando

a primeira oração do período for tão extensa, que exija a retomada do sujeito.

De volta à questão, vamos relembrar a passagem em análise.

De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através

da arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde

uma tapeçaria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico,

o criador da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da

Árvore.

Vemos que a vírgula em análise tem a função de encerrar a intercalação da estru-

tura explicativa “o criador da árvore genealógica do sonho”, não devendo de forma

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alguma ser retirada, sob risco de incorrermos em erro de pontuação. O emprego do

sinal de pontuação, portanto, não tem nenhuma relação com a conjunção aditiva.

II – Certo. Agora, o examinador trata do emprego do ponto e vírgula.

Trata-se de uma pausa de duração suficiente para denotar que o período não se

encontra totalmente encerrado, mas que, também, não pertence à oração anterior.

Basicamente, usa-se o ponto e vírgula, a depender do contexto, para atribuir cla-

reza ao texto.

Na passagem “Não logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. En-

tão, incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade, consideramo-lo um elemento da

paisagem, e pintamo-lo.”, a substituição do ponto por um ponto e vírgula (com a

mudança da inicial maiúscula pela minúscula) é possível, uma vez que o tema a

seguir apresentado complementa o período anterior, encerrado pelo ponto.

III – Errado. Na passagem “e a aventura humana seduz mais o pintor do que o

fundo natural em que ela se desenvolve”, o emprego de uma vírgula após “pintor”

não provocaria erro, uma vez que estamos diante de uma estrutura de valor com-

parativo.

10. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA/2010) A pontuação está plenamente adequa-

da na seguinte frase:

a) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias, desempenharam, pelos

efeitos que geraram, um papel decisivo na configuração, não apenas da vida coti-

diana como da subjetividade mesma do homem contemporâneo.

b) Tanto o microprocessador como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo na configuração, não apenas, da vida cotidia-

na, como da subjetividade mesma, do homem contemporâneo.

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c) Tanto o microprocessador como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo na configuração não apenas da vida cotidiana

como da subjetividade mesma do homem contemporâneo.

d) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo na configuração não apenas, da vida cotidiana,

como da subjetividade mesma do homem contemporâneo.

e) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias desempenharam, pelos efei-

tos que geraram, um papel decisivo, na configuração não apenas da vida cotidiana,

como da subjetividade, mesma do homem contemporâneo.

Letra c.

Ótima questão, que apresenta elementos em uma série aditiva enfática, tais como

“não só... mas também” ou “tanto... como”. Por isso, apesar de mais antiga, sem-

pre é objeto de comentários nas turmas de exercícios.

Vejamos a lição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do Português

Contemporâneo, que versa sobre aspectos de concordância de sujeitos ligados por

conjunção comparativa, mas trata, indiretamente, de pontuação:

Quando dois sujeitos estão unidos por uma das conjunções comparativas como,

assim como, bem como e equivalentes, a concordância depende da interpretação

que dermos ao conjunto:

Assim, o verbo concordará:

a) Com o primeiro sujeito, se quisermos destacá-lo:

O nome, como o corpo, é nós também. (Vergílio Ferreira, Aparição, 20.)

O dólar, como a girafa, não existe. (Carlos Drummond de Andrade, Fala, Amen-

doeira, 89.)

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Neste caso, a conjunção conserva pleno o seu valor comparativo; e o segundo

termo vem enunciado entre pausas, que se marcam, na escrita, por vírgulas. [Nota

da professora: segundo os gramáticos, com vírgulas, a expressão assume

valor comparativo e não participa da relação de concordância entre sujeito

e verbo]

b) Com os dois englobadamente (isto é: o verbo irá para o plural), se os conside-

rarmos termos que se adicionam, que se reforçam, interpretação que normalmente

damos, por exemplo, a estruturas correlativas do tipo tanto... como:

É inútil acrescentar que tanto ele como eu esperamos que você nos dê sempre

notícias. (Ribeiro Couto, Cabocla, 202.)

[...] Entre os sujeitos não há pausa; logo não devem ser separados, na escrita,

por vírgula. De modo semelhante se comportam os sujeitos ligados por uma série

aditiva enfática (não só... mas [senão ou como] também): [Nota: Atenção para

essa observação - Cunha e Cintra destacam que, compondo um sujeito,

os termos não devem ser separados por vírgulas]

Qualquer se persuadirá de que não só nação mas também o príncipe estariam

pobres. (Alexandre Herculano, História de Portugal, III, 303.)

Foi nesse sentido a resposta da banca. Na opção considerada correta, os termos

que compõem o sujeito (Tanto o microprocessador como a fusão das mídias de-

sempenharam) não foram separados por vírgula.

Já na sequência, por não fazerem parte do sujeito, é admissível o emprego de vír-

gulas a separar os elementos de uma série de termos regidos: “um papel decisivo

na configuração [=termo regente] não apenas da vida cotidiana, [1º elemento

regido] como da subjetividade mesma do homem contemporâneo [2º elemento

regido]”.

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O examinador, contudo, optou por não usar esse sinal.

Note que a intercalação “pelos efeitos que geraram” (com vírgula nos dois extre-

mos - nada de vírgula “capenga”) não prejudica a relação sintática entre verbo

(DESEMPENHARAM) e seu complemento (“um papel decisivo...”).

11. (FCC/DPE-SP/OFICIAL/2015) A mensagem do poema está reescrita correta-

mente em prosa, em um único período, em:

a) Quando se lembrou de que bicho é pai de bicho. O pai de Gregório Samsa jun-

tou-se ao filho, no lixo.

b) Quando se lembrou que bicho é pai de bicho; o pai de Gregório Samsa, juntou-

-se ao filho no lixo.

c) Quando se lembrou de que bicho é pai de bicho; o pai de Gregório Samsa jun-

tou-se, ao filho no lixo.

d) Quando se lembrou de que bicho é pai de bicho, o pai de Gregório Samsa jun-

tou-se ao filho no lixo.

e) Quando se lembrou que bicho é pai de bicho, o pai de Gregório Samsa, juntou-

-se ao filho, no lixo.

Letra d.

Veremos, agora, vários casos de proibição no emprego dos sinais de pontuação.

A oração adverbial “Quando se lembrou de que bicho é pai de bicho”, deslocada

para o início do período, deve ser sucedida por uma vírgula, e não por um ponto,

que marca o fim do período, nem por um ponto e vírgula, que marca uma pausa

maior que a da vírgula, desnecessária à passagem. Assim, eliminamos as letras a,

b e c.

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A vírgula não pode separar elementos inseparáveis, como o sujeito e o predicado,

por isso eliminamos a letra e.

Por fim, a estrutura adverbial “no lixo” já se encontra no fim do período, sendo

desnecessária sua separação por uma vírgula (válida apenas no caso de destaque

pelo autor).

12. (FCC/DPE-RR/TÉCNICO/2015) Por volta de 1968, impressionado com a quan-

tidade de bois que Guimarães Rosa conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom

mineiro não ficaria chateado comigo se usasse um deles num poema cabuloso que

estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que

morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia

então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que

chegara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra

publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem,

mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de

colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um po-

ema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exa-

tamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria ca-

paz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo

completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão

duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos

bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda

de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria

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um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos

do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu cora-

ção, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de

resistência.

Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho

caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias

vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transfor-

mado em minha própria estrela.

(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasle-

tras.com.br. Acessado em: 29/10/2015)

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exa-

tamente isso o que eu queria... (3º parágrafo)

Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa para o trecho acima encontra-

-se em:

a) − Vamos! confesse − confesso: − Eu queria um boi perdido no asfalto... sei que

era, exatamente, isso o que eu queria.

b) − Vamos − confesse. − Confesso: eu queria um boi perdido no asfalto (sei que

era exatamente isso o que eu queria).

c) − Vamos, confesse! − Confesso: eu queria um boi perdido no asfalto... sei que

era exatamente isso o que eu queria.

d) − Vamos: − Confesse. − Confesso: eu queria um boi − perdido no asfalto −; sei

que era exatamente isso o que eu queria.

e) − Vamos − confesse: confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto − sei que

era exatamente isso o que eu queria.

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Letra c.

Notamos, na passagem “Vamos, confesse!”, uma ordem dada pelo autor a si mes-

mo, tanto que na sequência ele mesmo responde: “Confesso”. Assim, a única pon-

tuação possível naquela primeira passagem seria a vírgula entre as formas verbais,

com emprego do sinal de exclamação após o segundo verbo.

O emprego dos travessões simularia um diálogo que se desenvolve na própria

consciência do autor, sendo, portanto, possível.

Os travessões também são usados em substituição a parênteses, para assinalar

uma expressão intercalada.

Sobre o emprego desse sinal, cabe ressaltar que as bancas costumam sugerir tro-

cas. Lembre-se de que:

- onde havia parênteses, podemos empregar travessões (e vice-versa);

- onde havia parênteses ou travessões, podemos empregar vírgulas (sempre res-

peitando a clareza textual, é lógico – em períodos com outras vírgulas, melhor será

o emprego de outros sinais).

Contudo, as vírgulas se prestam a uma série de papéis (isola palavras denotativas,

indica deslocamento de orações etc.) que não podem ser exercidos pelos traves-

sões ou parênteses, portanto a recíproca não é verdadeira (onde há vírgulas, nem

sempre podemos usar travessões e parênteses...).

Para facilitar, veja o seguinte esquema:

TRAVESSÕES  PARÊNTESES  VÍRGULAS

PARÊNTESES  TRAVESSÕES  VÍRGULAS

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VÍRGULAS (*) TRAVESSÕES / PARÊNTESES (* só quando a estrutura des-

tacada apresentar valor explicativo ou acessório; em outros casos, não podemos

realizar essa substituição)

Por fim, o emprego das reticências, que servem para marcar:

- a interrupção de um pensamento ou hesitação em enunciá-lo, como na passagem

da opção C;

- em uma narrativa, certas inflexões de natureza emocional (alegria, tristeza, in-

decisão).

13. (FCC/DPE-RR/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2015) Considere as afirmações

acerca da pontuação no texto.

I – Quando entram em contato com as nossas células, eles causam danos e con-

tribuem para o aparecimento de doenças... − A vírgula nessa passagem pode

ser substituída por ponto final sem prejuízo da correção da frase.

II – Os radicais livres são compostos formados normalmente no nosso organismo

pela respiração. − Essa frase se mantém correta com o uso de vírgulas antes

e depois do termo sublinhado.

III – Duas dessas misturas − preparadas com camucamu, acerola, açaí, cajá, caju

e abacaxi − foram testadas em cobaias animais. − Os travessões podem ser

substituídos por parênteses sem prejuízo da correção da frase.

Está correto o que se afirma em

a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, apenas.

d) III, apenas.

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e) I, II e III.

Letra b.

I – Errado. Como vimos na questão anterior, não podemos substituir a vírgula por

um ponto no encerramento de uma oração subordinada adverbial deslocada, pois

promoveríamos o encerramento prematuro do período.

II – Certo. Por ser apenas um advérbio no interior da oração, poderíamos isolar

“normalmente” por vírgulas ou não empregar nenhum sinal. O que não pode é em-

pregar apenas UMA VÍRGULA.

III – Certo. A substituição dos travessões por parênteses não prejudica a passa-

gem, contudo não se recomenda o emprego de vírgulas, uma vez que já existe na

passagem o emprego de uma série delas isolando termos de uma enumeração.

14. (FCC/TRT 20ª REGIÃO/TÉCNICO/2010) O Brasil é hoje um dos líderes mun-

diais do comércio agrícola, ocupando a primeira posição nos embarques de açúcar

e de carne bovina e a segunda, nas vendas de soja e de carnes de aves. Já era o

maior exportador mundial de café, mas até há uns 20 anos a maior parte de sua

produção agropecuária era menos competitiva que a das principais potências pro-

dutoras. Esse quadro mudou, graças a um persistente esforço de modernização do

setor. Um levantamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) conta uma

parte dessa história, mostrando o aumento da presença brasileira nas exportações

globais ente 1999 e 2007. Uma história mais completa incluiria também um detalhe

ignorado pelos brasileiros mais jovens: o suprimento do mercado interno tornou-se

muito melhor quando o país se transformou numa potência exportadora e as crises

de abastecimento deixaram de ocorrer. Essa coincidência não ocorreu por acaso.

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A prosperidade mundial e o ingresso de centenas de milhões de pessoas no mer-

cado de consumo, em grandes economias emergentes, favoreceram a expansão

do comércio de produtos agropecuários nas duas últimas décadas. Mas, apesar

das condições favoráveis criadas pela demanda em rápida expansão, houve uma

dura concorrência entre os grandes produtores. A competição foi distorcida pelos

subsídios e pelos mecanismos de proteção adotados no mundo rico e, em menor

proporção, em algumas economias emergentes.

A transformação do Brasil num dos líderes mundiais de exportação agropecuária

foi possibilitada por uma combinação de ações políticas e empresariais. Um dos

fatores mais importantes foi o trabalho das instituições de pesquisa, amplamente

reforçado a partir da criação da Embrapa, nos anos 70. A ocupação do cerrado por

agricultores provenientes de outras áreas – principalmente do Sul – intensificou-se

nessa mesma época.

Nos anos 80, rotulados por economistas como “década perdida”, a agropecuária

exibiu dinamismo e modernizou-se, graças ao investimento em novas tecnologias

e à adoção de melhores práticas de produção. O avanço tecnológico foi particular-

mente notável, nessa época, na criação de gado de corte e na produção de aves.

Isso explica, em boa parte, o sucesso comercial dos dois setores nos anos seguin-

tes. Com o abandono do controle de preços, a transformação da agropecuária ace-

lerou-se nos anos 90 e o Brasil pôde firmar sua posição como grande exportador.

A magnitude da transformação fica evidente quando se observam os ganhos de

produtividade. As colheitas cresceram muito mais do que a área ocupada pelas la-

vouras. Aumentou a produção de carne bovina, indicando uma pecuária muito mais

eficiente. No setor de aves, o volume produzido expandiu-se consideravelmente.

Isso permitiu não só um grande avanço no mercado externo, mas também um

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enorme aumento do consumo por habitante no mercado interno. Proteínas animais

tornaram-se muito baratas, refletindo-se nas condições de vida de milhões de bra-

sileiros.

(O Estado de S. Paulo, Notas & Informações, A3, 29 de novembro de 2009, com

adaptações)

O emprego dos dois-pontos no 1º parágrafo

a) impõe restrição ao sentido do que vem sendo afirmado.

b) assinala a intenção de haver diálogo com um possível leitor.

c) acentua a repetição de um mesmo dado, já informado.

d) destaca a informação obtida pela Organização Mundial do Comércio.

e) introduz segmento explicativo de uma expressão anterior.

Letra e.

A passagem em comento é:

Uma história mais completa incluiria também um detalhe ignorado pelos brasileiros

mais jovens: o suprimento do mercado interno tornou-se muito melhor quando o

país se transformou numa potência exportadora e as crises de abastecimento dei-

xaram de ocorrer.

Após o sinal de dois-pontos, indica-se qual seria esse “detalhe ignorado pelos bra-

sileiros mais jovens”. Assim, o papel do sinal de pontuação é introduzir uma expli-

cação para uma informação apresentada na oração anterior.

15. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES/2017) O parque ainda conta com

infraestrutura: um café que serve lanches e tortas alemãs, uma loja de souvenir e

um espaço infantil. (último parágrafo)

Os dois-pontos no segmento acima introduzem concomitantemente as ideias de

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a) enumeração e exemplificação.

b) explicação e resumo.

c) explicação e distribuição.

d) distribuição e exemplificação.

e) especificação e resumo.

Letra a.

Note que, após o sinal de dois-pontos, o autor apresenta dois exemplos para o que

mencionou anteriormente (infraestrutura do parque). Por se tratar de alguns dos

itens, trata-se de exemplificação, em uma série enumerativa. Por isso, a resposta

certa é a opção A.

16. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES/2017) Minimundo é o nome do par-

que temático que é uma das atrações turísticas de Gramado, principal destino de

viagens pela Serra Gaúcha, em Rio Grande do Sul.

Lá o visitante pode ver miniaturas de castelos, barcos, ferrovias, estradas, igrejas,

cascatas, moinhos, casarios, carros e outros inúmeros detalhes, tudo numa esca-

la 24 vezes menor. Poderia até se pensar que é um parque mais apropriado para

crianças, mas logo se percebe que encanta mais os adultos pela perfeição e cená-

rios realísticos do pequeno mundo aí representado.

Esse cenário auxilia, pois, a identificação de réplicas de lugares conhecidos da Eu-

ropa e do Brasil. São cerca de 140 construções, por enquanto, que retratam tanto

lugares atuais, como o Aeroporto de Bariloche da Argentina, como antigos prédios

da Alemanha, país de origem do seu fundador.

A história do Minimundo começa com a vontade de um pai e um avô de agradar

a duas crianças com um pequeno mundo de miniaturas no jardim diante do seu

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hotel. Uma espécie de mundo de fantasia com uma casinha de bonecas, castelos e

ferrovias. Com o crescimento das crianças, o jardim evoluiu para um parque com

novas miniaturas que virou atração para os hóspedes do hotel, e daí até se tornar

no que é, um dos roteiros de turistas e de excursões em visita a Gramado.

Todo esse sonho começou com a imigração, em 1952, da família alemã de Otto

Höpnner para o Brasil, fugindo à situação difícil da Alemanha pós-guerra. Fixou-se

em Gramado e lá construiu o Hotel Ritta Höpnner, nome da sua esposa brasileira,

em 1958. Já o parque Minimundo foi inaugurado em 1983.

Boa parte das réplicas em miniaturas representam construções da Alemanha. Nele

residem cerca de 2.500 “habitantes”, distribuídos entre os mais variados ambien-

tes, que podem aumentar com a evolução das construções da minicidade. O parque

ainda conta com infraestrutura: um café que serve lanches e tortas alemãs, uma

loja de souvenir e um espaço infantil.

(Adaptado de: https://cronicasmacaenses.com)

No contexto do último parágrafo, a palavra habitantes, usada com aspas, repre-

senta

a) visitantes.

b) pessoas.

c) funcionários.

d) crianças.

e) bonecos.

Letra e.

Ah, vai, essa foi tranquila, não é? Aproveitando para tratar de “aspas”.

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Usam-se aspas para indicar uma citação, para destacar uma expressão ou pa-

lavra a que se queira dar relevo na construção, ou realçar ironicamente alguma

palavra ou expressão. Esses sinais também são usados no emprego da palavra em

um sentido diferente do usual.

Como não se tratava de “habitantes” no sentido literal (denotativo), mas de bo-

necos, o autor usou o sinal.

17. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2017) Atenção: Para responder às questões de núme-

ros 17 e 18, leia o texto abaixo.

O gol plagiado

“Jogador quer direito autoral sobre seus gols.”

Esporte, 20 jan. 2000

“Prezados senhores: dirigindo-se a V.Sa., refiro-me à notícia segundo a qual joga-

dores de futebol do Reino Unido, como Michael Owen e Ryan Giggs, querem receber

autorais pela exibição de seus gols na mídia. Não tenho o status desses senhores –

sou apenas um brasileiro que bate a sua bolinha nos fins de semana – mas desejo

fazer uma grave denúncia: um dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o

nome) simplesmente plagiou um gol feito por mim.

Provas? Basta comparar os tapes dos referidos gols. No meu caso, trata-se de um

trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas mesmo assim é bas-

tante nítido. Vê-se que, como eu, o referido jogador estava num campo de futebol.

Nos dois casos, a partida estava sendo disputada por times de 11 jogadores cada

um. Nos dois casos havia uma bola, havia goleiros. Nos dois casos havia um juiz.

No meu caso, um juiz usando bermudões e chinelos – mas juiz, de qualquer ma-

neira.

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Isto, quanto aos aspectos gerais. Vamos agora aos detalhes. No vídeo do jogador

inglês, mostrado no mundo inteiro, vê-se que ele pega a bola na grande área, do-

mina-a, livra-se de um adversário e chuta no canto esquerdo, marcando, é forçoso

admitir, um belo tento, um gol que faz jus aos direitos autorais. No meu vídeo –

feito uma semana antes, é importante que se diga –, vê-se que eu pego a bola na

grande área, que a domino, que livro-me de um adversário e que chuto forte no

canto esquerdo, marcando um belo tento.

Conclusão: o jogador inglês me plagiou. Quero, portanto, metade do que ele rece-

ber a título de direitos autorais. Se não for atendido em minha reivindicação levarei

a questão a juízo. Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma

testemunha: o meu filho. Ele viu o jogo do começo ao fim e pode depor a meu fa-

vor. É pena não ter mais testemunhas, mas, infelizmente, ele foi o único espectador

desse jogo. E irá comigo demandar justiça contra o plágio.”

(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo, Global, 2013, p. 55)

Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma testemunha: o meu

filho. (4º parágrafo)

Essa passagem está reescrita em um único período, sem prejuízo do sentido, em:

a) Estou seguro de que ganharei, ao contar além do vídeo, porém, com uma tes-

temunha: o meu filho.

b) Estou seguro de que ganharei, por contar, além do vídeo, com uma testemunha:

o meu filho.

c) Estou seguro de que ganharei, a fim de que, além do vídeo, conte com uma

testemunha: o meu filho.

d) Estou seguro de que ganharei, além do vídeo, o fato de contar com uma teste-

munha: o meu filho.

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e) Estou seguro de que ganharei, contando, no entanto, além do vídeo, com uma

testemunha: o meu filho.

Letra b.

Nessa questão, vamos analisar as opções e verificar os erros presentes nas que não

foram o gabarito, que podem abordar outros aspectos além de pontuação.

a) Ocorre truncamento com o emprego da conjunção “porém”, deslocada e fora de

contexto.

b) Nessa opção, a intercalação “além do vídeo” foi empregada corretamente entre

vírgulas e o sinal de dois-pontos apresenta um aposto explicativo para “testemu-

nha”. Sinais empregados de forma perfeita, tornando o texto coerente e correto.

Item certo.

c) O erro está no emprego da locução conjuntiva “a fim de que”, que prejudica a

compreensão da passagem.

d) Nessa opção, a construção está tão prejudicada que ocorre mudança do sentido

original. Segundo a nova escrita, o sujeito irá ganhar o vídeo e o fato de contar com

a testemunha.

e) A locução conjuntiva “no entanto” não se justifica, pois não há, originalmente,

essa ideia de oposição.

18. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2017) Uma interpretação correta a respeito do empre-

go da pontuação está em:

a) As vírgulas em... vê-se que ele pega a bola na grande área, domina-a, livra-se

de um adversário e chuta no canto esquerdo... (3º parágrafo) separam ações or-

denadas cronologicamente.

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b) Os travessões em … trata-se de um trabalho amador – foi feito por meu filho, de

dez anos – mas mesmo assim é bastante nítido... (2º parágrafo) apresentam uma

síntese da informação imediatamente anterior.

c) Os parênteses em... um dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o

nome) simplesmente plagiou um gol feito por mim. (1º parágrafo) intercalam um

exemplo do que foi afirmado anteriormente.

d) Os dois-pontos em Conclusão: o jogador inglês me plagiou. (4º parágrafo) intro-

duzem uma expressão que contraria o que foi afirmado anteriormente.

e) O sinal de interrogação em Provas? (2º parágrafo) sinaliza uma pergunta dirigi-

da aos leitores do texto para a qual o autor não tem resposta.

Letra a.

a) As vírgulas, de fato, isolam orações que indicam ações ocorridas de forma cro-

nologicamente ordenadas. Nota-se o avanço das ações até que o ápice do chute ao

gol aparece. Perfeito. Item certo.

b) A passagem entre vírgulas serve para introduzir um elemento explicativo para a

afirmação de que o trabalho seria amador: foi feito por seu filho de 10 anos. Não

se trata de síntese (resumo), mas de explicação.

c) Entre os parênteses, o autor impõe ao texto um suspense a respeito da autoria

do suposto plágio, por isso não se trata de um exemplo de qualquer coisa que seja.

d) Ao contrário do que afirma o examinador, não ocorre contradição, mas conclu-

são (síntese) de todo o exposto pelo texto.

e) A pergunta é apenas retórica, pois, logo em seguida, vem a explicação de que

o autor possui como “prova” apenas a gravação amadora feita por seu filho de

10 anos.

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19. (FCC/DPE-RS/ANALISTA PROCESSUAL/2017) Está plenamente adequada a

pontuação do seguinte período:

a) O autor do texto considera, em certo momento, que a beleza de certas cenas,

naqueles velhos filmes clássicos, tornava fotogênica a miséria moral dos protago-

nistas.

b) Não é fácil, para os moradores do terceiro mundo admitir que, na velha Europa,

com aquele alto padrão de vida, existam os que sofrem tanto, de vazio interior.

c) Mais houvéssemos assistido mais teríamos gostado, daqueles velhos clássicos

do cinema europeu, sobretudo os de Bergman e Antonioni; nossos prediletos.

d) Chega a ser provocadora, a associação que o autor estabelece, entre morrer

de fome ou morrer de tédio, ao comparar, as razões de sofrimento dos europeus,

às dos povos mais pobres.

e) A vida na Suécia, à qual não faltam bons serviços sociais, e aceitável distribui-

ção de renda, teria inspirado cineastas como Bergman, cenas de quase inexplicável

sofrimento.

Letra a.

Não sei você, mas eu sempre desconfio de questões que já apresentam a resposta

certa na primeira opção. Simplesmente não confio...rs...

Está tudo certo na construção da opção a. O elemento adverbial deslocado “em

certo momento” encontra-se entre vírgulas, da mesma forma que “naqueles velhos

filmes clássicos”.

b) Agora, ao contrário do que ocorre na opção a, a estrutura deslocada não teve

seu encerramento por vírgula corretamente indicado: “Não é fácil, para os mora-

dores do terceiro mundo, admitir...”. Com isso, a estrutura que atua como sujeito

(admitir que...) está incorretamente separada por uma vírgula do predicado (Não é

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fácil). Também não está correta a vírgula antes de “de vazio interior”, por se tratar

de construção de valor adverbial no fim do período, dispensando o sinal de pontu-

ação.

c) Por serem orações com ideias de proporção, há necessidade do emprego da vír-

gula após o encerramento da primeira oração do período (Mais houvéssemos assis-

tido, mais teríamos gostado). Além disso, a vírgula após “gostado” separa o verbo

em questão do seu complemento (daqueles velhos clássicos do cinema europeu).

Também não há justificativa para o emprego do sinal de ponto e vírgula antes de

“nossos prediletos”.

d) O que “chega a ser provocadora”? A resposta será o sujeito dessa construção

verbal e, por isso, não pode haver vírgula separando-os.

O mesmo ocorre entre o verbo COMPARAR e seus complementos (as razões...

às dos povos mais pobres). Antes disso, não há motivo para empregar a vírgula

após o verbo “estabelecer”.

e) Ainda que pairassem dúvidas sobre a regência em “à qual não faltam bons

serviços sociais”, a vírgula após “renda” separa indevidamente o sujeito composto

anteposto (cujos núcleos são “vida” e “distribuição”) da locução verbal “teria inspi-

rado”, ocorrendo, nessa passagem, erro de concordância verbal (flexão obrigatória

do verbo auxiliar: “teriam inspirado”.

20. (FCC/ISS-SP/AUDITOR/2012) “Ocorreu em nossos países uma nova forma de

colonialismo, com a imposição de uma cultura alheia à própria da região. Cumpre

avaliar criticamente os elementos culturais alheios que se pretendam impor do ex-

terior. O desenvolvimento corresponde a uma matriz endógena, gerada em nossas

próprias sociedades, e que portanto não é possível importar.

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Precisamos levar sempre em conta os traços culturais que nos caracterizam, que

hão de alimentar a busca de soluções endógenas, que nem sempre têm por que

coincidir com as do mundo altamente industrializado.” 1

O que há de extraordinário nessa citação? Nada, exceto a data. Ela não foi redigi-

da no princípio do século XIX e sim no dia 29 de maio de 1993, exatamente

um mês antes da redação deste artigo. Trata-se de um documento aprovado por

vários intelectuais ibero-americanos, na Guatemala, como parte da preparação da

III Conferência de Cúpula da região, a realizar-se em Salvador, na Bahia.

Conhecemos bem essa linguagem no Brasil. É o discurso do nacionalismo cultural,

que começou a ser balbuciado com os primeiros escritores nativistas, e desde a

independência não cessou, passando por vários avatares, com tons e modulações

diversas. Ao que parece, nada envelheceu nessas palavras. Quase todos os brasi-

leiros se orgulhariam de repeti-las, como se elas fossem novas e matinais, como se

fôssemos contemporâneos do grito do Ipiranga. Nesses 171 anos, o Brasil passou

do Primeiro para o Segundo Reinado, da Monarquia para a República Velha, desta

para o Estado Novo, deste para a democracia, desta para a ditadura militar, e desta

para uma nova fase de democratização. Passamos do regime servil para o trabalho

livre − ou quase. De país essencialmente agrário transitamos para a condição de

país industrial, e sob alguns aspectos nos aproximamos da pós-modernidade. Só

uma coisa não mudou: o nacionalismo cultural. Continuamos repetindo, ritualmen-

te, que a cultura brasileira (ou latino-americana) deve desfazer-se dos modelos

importados e voltar-se para sua própria tradição cultural.


1
Relato general de la “Cumbre Del pensamiento”, Antígua-Guatemala, pp. 88 e ss.

(Adaptado de Sergio Paulo Rouanet. “Elogio do incesto”. In: Mal-estar na moderni-

dade: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 346-347)

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Analise a correção da seguinte assertiva.

Ela não foi redigida no princípio do século XIX e sim no dia 29 de maio de 1993,

a correlação entre as proposições ficaria mais evidente se houvesse uma vírgula

depois do e, uso também correto.

Errado.

Quem melhor nos ensina sobre o emprego da vírgula com a estrutura “e sim” é

Celso Luft (“A Vírgula”, Editora Ática, 2ª edição, 2011):

“Se cabe vírgula, é à esquerda do ‘e’. Aliás, uma vírgula normal, essa que precede

as expressões adversativas. Assim: ‘Esse um não é numeral, e sim artigo.’. (...) E

sim, no caso, é uma unidade inseparável. Locução adversativa. As duas palavri-

nhas juntas – e somente juntas – significam ‘mas’: ‘Esse um não é numeral, mas

artigo’. Além do mais, experimente pronunciar a frase. Cabe pronunciar o sim en-

tre pausas? Não? Então, por que virgular?”

Aplicando esses ensinamentos, percebemos que o examinador propõe exatamente

o que nosso linguista condena – o emprego da vírgula DEPOIS do “e”, e não an-

tes dele.

21. (FCC/BB/ESCRITURÁRIO/2013) O preço foi uma das mais revolucionárias cria-

ções de todos os tempos. Invenção sem dono. Melhor seria chamá-la de uma evo-

lução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à vida

em sociedade: sobreviveu a maneira mais eficiente que o homem encontrou para

alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica da ciência econômica.

Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento,

demitir um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar

uma árvore), ponderando custos e benefícios. É a soma dessas ações, feitas no

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âmbito pessoal, que regula o custo e a disponibilidade de gravatas, apartamentos,

funcionários, viagens, filhos ou mesmo árvores.

Como diz o jornalista americano Eduardo Porter em O preço de todas as coisas,

“toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam

diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios”. As consequências dessa ati-

tude, mostra Porter, nem sempre são óbvias. Até as formas femininas estão sub-

metidas a uma virtual bolsa de valores, e o que se apresenta como grátis também

tem seu preço – sem falar que a dinâmica da fixação de preços pode falhar mise-

ravelmente, como comprovam as bolhas financeiras.

(Giuliano Guandalini. Veja, 3 de agosto de 2011, com adaptações)

(comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar

para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore)

O segmento entre parênteses constitui

a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.

b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivencia-

das pelas pessoas.

c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referen-

tes à rotina diária das pessoas.

d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar infor-

mações alheias ao assunto abordado.

e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser toma-

das diariamente pelas pessoas.

Letra e.

A função dos parênteses é apresentar uma sequência de elementos exemplificati-

vos a respeito do que se mencionou anteriormente: “tomamos decisões”.

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Assim, ainda que não seja exatamente uma “explicação”, mas uma exemplificação,

a única opção que poderia ser marcada seria a E, por mencionar que “enumera as

eventuais decisões que podem ser tomadas diariamente pelas pessoas”.

22. (FCC/DEFENSORIA PÚBLICA-RS/ANALISTA/2013) Está plenamente adequada

a pontuação do seguinte período:

a) Crianças e poetas, acredita o autor, são capazes de olhar o mundo de modo

atento e criativo, como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele, por isso,

faces que, para a maioria de nós, permanecem ocultas.

b) Crianças e poetas acredita o autor, são capazes de olhar, o mundo, de modo

atento e criativo como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele por isso

faces que para a maioria de nós permanecem ocultas.

c) Crianças e poetas − acredita o autor, são capazes de olhar o mundo de modo

atento, e criativo, como se o olhassem pela primeira vez revelando nele, por isso,

faces que para a maioria de nós permanecem ocultas.

d) Crianças e poetas, acredita o autor: são capazes de olhar o mundo de modo

atento e criativo, como se o olhassem, pela primeira vez revelando nele, por isso,

faces que para a maioria de nós, permanecem ocultas.

e) Crianças e poetas, acredita o autor, são capazes de olhar o mundo, de modo

atento e criativo, como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele por isso

faces que, para a maioria de nós permanecem ocultas.

Letra a.

Não sei você, mas eu gosto desse tipo de questão de pontuação, porque vamos

analisando um item e, encontrando um sinal de pontuação mal colocado, já pode-

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mos eliminar aquela opção e outra que porventura apresente o mesmo erro. Va-

mos lá.

- A oração “acredita o autor” é uma oração intercalada (justaposta) e, por isso,

deve ser apresentada entre vírgulas. Assim, eliminamos as opções B, C e D. Só com

essa providência, já estamos com 50% de chances de ganhar o ponto. Ficamos

entre as opções A e E.

a) Crianças e poetas, acredita o autor, são capazes de olhar o mundo de modo

atento e criativo, como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele, por isso,

faces que, para a maioria de nós, permanecem ocultas.

Tudo certo na pontuação dessa opção. Vejamos, então, a opção E.

e) Crianças e poetas, acredita o autor, são capazes de olhar o mundo, de modo

atento e criativo, como se o olhassem pela primeira vez, revelando nele por isso

faces que, para a maioria de nós permanecem ocultas.

Note, agora, que a locução conclusiva “por isso” está deslocada para o meio da ora-

ção subordinada, motivo pelo qual deve obrigatoriamente ser isolada por vírgulas,

como ocorreu na opção A. Além disso, a vírgula que se apresenta após o pronome

relativo “que” introduz o segmento deslocado “para a maioria de nós”, devendo vir,

em seguida, outra vírgula, para encerrar esse deslocamento, o que não ocorreu.

Com isso, o pronome relativo, que é o sujeito da oração subordinada, foi separado

indevidamente do verbo “permanecer”. Em função desses erros, confirmamos a

resposta da banca.

23. (FCC/TRT 1ª REGIÃO/ANALISTA/2013) Está plenamente adequada a pontua-

ção do seguinte período:

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a) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da linguagem, que por não haver dois

sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão os vocábulos de uma

língua, ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

b) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da linguagem que, por não haver

dois sinônimos perfeitos há que se empregar, com toda a precisão, os vocábulos de

uma língua ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

c) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da linguagem que, por não haver dois

sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão, os vocábulos de uma

língua ainda que, com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

d) Acredita-se, sobretudo, entre os estudiosos da linguagem, que, por não haver

dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão, os vocábulos de

uma língua, ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico.

e) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da linguagem, que, por não haver

dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão os vocábulos de

uma língua, ainda que com isso se corra o risco de passar por pernóstico.

Letra e.

Vamos treinar mais um pouquinho esse tipo de questão, pois há grandes chances

de cair em sua prova.

O que devemos “procurar” na opção correta:

1 – A passagem intercalada “sobretudo entre os estudiosos da linguagem” deve ser

apresentada entre vírgulas (eliminamos as letras a, b, c e d);

2 – A oração reduzida “por haver dois sinônimos perfeitos” também deve estar

entre vírgulas, por estar descolada para o meio da oração subordinada (erro das

opções a e b);

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3 – A oração “ainda que com isso se corra o risco de passar por pernóstico” deve

ser antecedida por vírgula (erro presente também nas letras b e c).

Como a letra e está plenamente correta, para observar os demais erros das opções

eliminadas, basta que comparemos suas estruturas com a do gabarito.

24. (FCC/TST/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Está plenamente adequada a pontua-

ção do seguinte período.

a) Tendo em vista, uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever

critérios de punição baseado na ideia de que, o sentimento da honra, quando esta

é ofendida torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

b) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever cri-

térios de punição, baseado na ideia de que, o sentimento da honra quando esta é

ofendida, torna-se mais intenso do que a sensação, provocada pelo castigo físico.

c) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera: rever

critérios de punição baseado na ideia de que o sentimento da honra, quando esta

é ofendida torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

d) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever cri-

térios de punição, baseado na ideia de que o sentimento da honra, quando esta é

ofendida, torna-se mais intenso do que a sensação provocada pelo castigo físico.

e) Tendo em vista, uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever cri-

térios de punição baseado na ideia, de que o sentimento da honra, quando esta é

ofendida, torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

Letra d.

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A primeira oração (reduzida de gerúndio) “Tendo em vista uma melhor distribuição

da justiça” tem de estar totalmente antes da vírgula, uma vez que introduz o pe-

ríodo e se encontra deslocada para seu início. Por isso, eliminamos as letras a e e.

Em seguida, a estrutura admite duas análises: (1) o verbo CONSIDERAR faz parte

de uma locução verbal (considera rever) ou (2) vem acompanhado de seu comple-

mento direto (considera ISSO). Seja qual for a opção, não pode haver separação

por nenhum sinal de pontuação, o que nos leva a eliminar a letra c.

Na sequência, o substantivo “ideia” vem acompanhado de uma oração completiva

nominal (ideia de que o sentimento de honra...) e, mais uma vez, não pode haver

separação entre o termo regente e o termo regido. Assim, há erro nas letras a, b e

e. Nesse momento, chegamos à resposta da questão (letra d), a única inteiramente

correta.

Note que, corretamente nesta opção, a estrutura “quando esta é ofendida” se en-

contra entre vírgulas (duas!).

25. (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2013) Calendário maia que inspirou crença no fim do

mundo está em Dresden

A prova de que o mundo não vai acabar fica bem atrás de uma pesada porta

de metal dourada, pintada com hieróglifos. A porta leva do Museu do Livro direta-

mente à sala do tesouro da Biblioteca Estatal e Universitária de Dresden. As pa-

redes são pintadas de preto, uma luz pálida dificulta a visão e um mistério parece

pairar no ar.

A sala guarda escritos seculares como, por exemplo, um cone de argila da

Suméria de quase 4 mil anos, um livro de orações hebraico e uma Missa em si

menor, de Johann Sebastian Bach. No meio do recinto, repousa o maior tesouro,

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dentro de uma caixa de vidro: o mundialmente famoso calendário maia, compos-

to de uma tira de papel amate de 3,5 metros, dobrada em 39 folhas.

É uma boa notícia que haja um calendário como o da biblioteca de Dresden,

porque a maioria dos documentos da cultura maia foi destruída. “Quando os euro-

peus conquistaram o México, os deuses maias eram tão estranhos para eles que

o bispo Diego de Landa ordenou que todos os 5 mil livros maias fossem queima-

dos”, conta Thomas Bürger, diretor da biblioteca.

O calendário é originário do início do século 16, tendo sido produzido pouco

antes da conquista espanhola, embora os pesquisadores não tenham uma data-

ção mais precisa e não saibam a forma como o documento chegou da América

Latina para a Europa. Relatos dão conta de que o bibliotecário e capelão da corte

Christian Götze o descobriu em 1739, durante uma viagem de compras a Viena,

de onde o levou para a Biblioteca Real, em Dresden.

Somente cem anos depois, descobriu-se que o documento é um manuscrito

maia. O então diretor da biblioteca, Ernst Wilhelm Förstemann, conseguiu decifrar

grande parte da escrita histórica, marcando o dia 21 de dezembro de 2012 como

uma data importante. Nesse dia, começa um novo ciclo de 400 anos, o 14º bak-

tun. O tão falado apocalipse é, portanto, apenas uma das possíveis interpretações

dessa data.

(Adaptado de Claudia Euen. CartaCapital, 20 de dezembro de 2012, http://

www.cartacapital.com.br/sociedade/calendariomaia-que-inspirou-crenca-no-fim-

-do-mundo-esta-em-dresden/)

Sem prejuízo para o sentido e a correção, uma vírgula poderia ser colocada

imediatamente depois de

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a) notícia, na frase É uma boa notícia que haja um calendário como o da biblioteca

de Dresden... (3º parágrafo).

b) conta, na frase Relatos dão conta de que o bibliotecário e capelão da corte

Christian Götze o descobriu em 1739... (4º parágrafo).

c) visão, na frase As paredes são pintadas de preto, uma luz pálida dificulta a visão

e um mistério parece pairar no ar (1º parágrafo).

d) saibam, na frase e não saibam a forma como o documento chegou da América

Latina para a Europa... (4º parágrafo).

e) ordenou, na frase os deuses maias eram tão estranhos para eles que o bispo

Diego de Landa ordenou que todos os 5 mil livros maias fossem queimados... (3º

parágrafo).

Letra c.

Nem precisaríamos ler o texto para responder a essa questão. Basta analisar-

mos as proposições da banca. Vamos lá.

a) A vírgula após “notícia” provoca a separação entre o sujeito, apresentado na

forma oracional (“que haja um calendário...”), e o predicado (“É uma boa notícia”).

Para certificar-se disso, basta trocarmos a oração pela palavra ISSO: “É uma boa

notícia, ISSO” – Notou como a vírgula foi mal colocada?

b) Dessa vez, a vírgula após “conta” separaria o termo regente “conta” do termo

regido (“de que o bibliotecário...”).

c) Agora, temos um daqueles casos especiais em que a vírgula PODE ser empre-

gada antes da conjunção aditiva “e”, estudado logo no início da aula (por isso essa

questão ficou para o fim do curso, por ser uma espécie de revisão da aula de hoje).

Como são orações com sujeitos distintos, não há problema algum em empregar a

vírgula antes da conjunção. Mais ainda. Em alguns casos, é até recomendado fa-

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zer isso. Veja o seguinte exemplo: “O bandido agrediu a mãe e a filha chamou a

polícia.”. Sem a vírgula, o leitor desatento poderia achar que o bandido agrediu as

duas pessoas – a mãe e a filha – e, só mais adiante, é que se daria conta de que “a

filha” seria o sujeito da outra oração. Agora, com a vírgula antes da conjunção (que

é possível, já que as orações apresentam sujeitos distintos), a pausa deixaria clara

essa separação: “O bandido agrediu a mãe, e a filha chamou a polícia.”.

Essa proposição é válida, e essa é a resposta certa (viu a vírgula que coloquei

antes da conjunção “e” de propósito?...rs...)

d) Agora, a vírgula após “saibam” separa o verbo de seu complemento (“a forma”).

e) Mais uma vez, a vírgula separa verbo do complemento, sendo que, desta vez,

o complemento se apresenta na forma oracional (“que todos os 5 mil livros...”).

Essa foi uma ótima revisão dos casos de proibição do emprego da vírgula,

o que sempre cai em prova.

26. (FCC/SEFAZ SP/2013) Um carro comumente significa sucesso, um cigarro, au-

toafirmação; as praias oferecem um paraíso perdido, e as roupas de um estilista

definem a identidade.

A frase em que se nota emprego de vírgula determinado pelo mesmo motivo que

definiu sua presença no segmento destacado acima é:

a) Suas ligações eram sempre frequentes, ainda que breves.

b) Se és feliz, escreve; se és infeliz, escreve também.

c) Os meus hábitos quietos, o bom humor e a idade, principalmente esta, me fa-

voreceram.

d) Ela perdeu o fiel companheiro; a menina, um pai amoroso.

e) Não é novo nada disto, nem eu estou aqui para dizer coisas novas.

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Letra d.

O candidato deveria ser bastante perspicaz para notar que o examinador sublinhou

apenas o trecho “um cigarro, autoafirmação” e comparar essa passagem com a

anterior: “Um carro comumente significa sucesso”.

Ao perceber isso, vê que a vírgula na passagem em destaque serve para registrar

a omissão da palavra “significa”, uma situação especial em que usamos o sinal para

indicar a elipse de algum termo.

Então, vamos em busca da opção em que houve tal recurso. Isso ocorreu na opção

D: “Ela perdeu o fiel companheiro; a menina, um pai amoroso.”.

Mais difícil do que identificar a opção com o emprego da vírgula na omissão de

palavras foi reconhecer esse recurso no enunciado. Excelente questão de prova.

Parabéns à banca.

Encerramos aqui nosso curso completo de exercícios com questões da Fundação

Carlos Chagas. Desejo a você uma brilhante jornada, com desafios e incertezas que

só empregarão à conquista um sabor todo especial!

Dedicação e perseverança para alcançar o SUCESSO!

Grande abraço!

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