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Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

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PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - PGRSS
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Desembargador Getúlio de Moraes Oliveira


Presidente

Desembargadora Carmelita Indiano Americano do Brasil Dias


1ª Vice-Presidente

Desembargador Waldir Leôncio Júnior


2º Vice-Presidente

Desembargador Romeu Gonzaga Neiva


Corregedor

Celso de Oliveira e Sousa Neto


Secretário Geral

Dr. Glycon Cardoso


Secretário de Saúde

Dra. Cristiane Gonçalves Pimenta da Veiga Neves


Subsecretária de Serviços Odontológicos
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

Este Plano de Gestão de Resíduos de Serviço de Saúde foi


elaborado pelos seguintes servidores, nomeados pela Portaria
GPR n. 687 de 14 de maio de 2014:

• Cristiane Gonçalves Pimenta da Veiga Neves -


Presidente
• Leila Góis Araujo Von Heuss – Presidente substituta

Membros titulares:
• Maria Letícia Bucchianeri Pinheiro Peixoto –
SUDON/SESA;
• Joelma Leite Monteiro Fortes – SERENF/SESA;
• Sandra Pereira Carrijo - SESA;
• Adriana Moreira Tostes Ribeiro - COGESA;
• Rodrigo de Lima – SERTER/SEAP;

Membros substitutos
• Paulo Fernandes da Rocha - SESA;
• Fernanda Alves da Silva - SERENF;
• Claudio Pitella Portella - SESA;
• Ana Carolina Vasconcelos Auler - COGESA
• Sergio Roberto de Almeida Nunes – SERTER/SEAP
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PORTARIA GPR 674 DE 14 DE ABRIL DE 2014

Institui Comissão Multidisciplinar temporária para implantação do


Plano de Gestão dos Resíduos Sólidos de Saúde – PGRSS do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT.

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS


TERRITÓRIOS, em virtude de suas atribuições legais e do preconizado
no Planejamento Estratégico 2010-2016, tema Responsabilidade
Socioambiental,
RESOLVE:
Art. 1º Instituir Comissão Multidisciplinar temporária para realização
de estudos técnicos, levantamento de campo e elaboração do Plano
de Gestão dos Resíduos Sólidos de Saúde – PGRSS da Secretaria de
Saúde – SESA do TJDFT.
Art. 2º A Comissão Multidisciplinar temporária será composta por um
representante das seguintes unidades e seus substitutos:

I - médico representante da Secretaria de Saúde – SESA;

II - odontólogo representante da Subsecretaria de Serviços


Odontológicos – SUDON;

III - enfermeiro representante da Secretária de Saúde – SESA;

IV - servidor representante da Coordenação de Gestão Socioambiental


– COGESA;

V - servidor da Secretaria Predial – SEAP.

§ 1º A Comissão terá uma composição multidisciplinar de forma

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a garantir uma análise abrangente sobre legislação ambiental,


biossegurança, saúde laboral, prevenção e controle das diversas
dimensões da gestão de resíduos de saúde, em especial a Resolução
da Direção Colegiada – RDC 306, de 7 de dezembro de 2004, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, e Resolução 358,
de 29 de abril de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA.

§ 2º As unidades de lotação dos membros da Comissão deverão


observar a carga de trabalho atribuída a eles com vistas a integrar
suas atividades de rotina àquelas que decorrem da Comissão.
§ 3º A Comissão poderá, para atingir seus objetivos, solicitar a parti-
cipação de outros servidores com conhecimentos especializados para
a complementação dos trabalhos previstos.
Art. 3º Compete à Comissão Multidisciplinar temporária do PGRSS:

I - elaborar e implementar o PGRSS, adequado às características e


necessidades do TJDFT;

II - atender às normas e rotinas técnico-operacionais, visando à


prevenção e ao controle dos resíduos hospitalares;

III - indicar as necessidades de capacitação do quadro de funcionários


e profissionais do TJDFT;

IV - avaliar e sistematizar a disseminação das informações de


higienização e limpeza hospitalar;

V - elaborar relatório conclusivo da situação dos resíduos hospitalares


com os indicativos de atividades de saneamento das situações
irregulares e apresentá-lo à SESA e à Administração Superior;

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VI - elaborar relatório voltado à implantação e supervisão permanente


de normas e rotinas técnico-operacionais, visando à redução de
resíduos perigosos e da incidência de acidentes ocupacionais à saúde
pública e ao meio ambiente;

VII - indicar formas de gerenciamento de risco e prevenção de


acidentes advindos dos resíduos hospitalares;

VIII - subsidiar, com dados indicativos de demanda, a contratação de


empresa especializada na coleta, transporte, tratamento e destinação
final dos resíduos de saúde;
IX - buscar a interação e cooperação com a ação dos órgãos de gestão
do meio ambiente nas esferas distrital e federal, bem como fornecer,
prontamente, as informações solicitadas pelas autoridades compe-
tentes.
Art. 4º A Comissão reunir-se-á, no mínimo, semanalmente, pelo pra-
zo de 60 (sessenta) dias, garantida a representatividade das áreas
constantes no art. 2º.
Parágrafo único. A coordenação dos trabalhos da Comissão será exer-
cida pelo membro designado no inciso I do art. 2º e, na ausência dele,
pelo membro designado no inciso II.
Art. 5º A Comissão terá o prazo de 60 (sessenta) dias para concluir
seus trabalhos, prorrogável de acordo com a conveniência da SESA.
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Desembargador GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA
Presidente

Este texto não substitui o disponibilizado no DJ-e de 15/05/2014, Edição N. 88, FlS.
08/09. Data de Publicação:16/05/2014

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RETIFICAÇÃO

Na Portaria GPR N. 674, disponibilizada no DJ-e de 15/05/2014, que


institui Comissão Multidisciplinar temporária para implantação do
Plano de Gestão de Resíduos Sólidos de Saúde – PGRSS do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios - TJDFT, onde se lê: “DE
14 DE ABRIL DE 2014”, leia-se “ DE 14 DE MAIO DE 2014”.
Desembargador GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA
Presidente

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 10

a. Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

b. Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

c. Legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

d. Objetivos: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2. DEFINIÇÕES: 14

a) Estabelecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

b) Resíduos de serviços de saúde (RSS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

c) Plano de Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

d) Grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

e) Segregação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

f) Acondicionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

g) Identificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

h) Transporte Interno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

i) Armazenamento Temporário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

j) Tratamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

k) Armazenamento Externo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3. METODOLOGIA 26

4. DIAGNÓSTICO 28

4.1 Da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

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4.2 Da identificação e da quantificação dos resíduos de serviços de saúde . . . . . 31

4.3. Dos prazos de coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

4.4. Das equipes de limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

4.5. Das visitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

5. DA RESPONSABILIDADE PELO RSS 40

5.1. DO CONTRATO DE COLETA DE RSS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

6. SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR 43

7. EDUCAÇÃO CONTINUADA 45

8. CONCLUSÃO 46

BIBLIOGRAFIA 48

Anexo 49

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1. INTRODUÇÃO

Embora a geração de resíduos oriundos das atividades humanas


faça parte da própria história do homem, somente a partir da segunda
metade do século XX, com os novos padrões de consumo da sociedade
industrial, é que isso vem crescendo em ritmo superior à capacidade de
absorção pela natureza. Aliado a isso, o avanço tecnológico das últimas
décadas, por um lado, possibilitou conquistas surpreendentes no campo
das ciências, por outro, contribuiu para o aumento da diversidade de pro-
dutos com componentes e materiais de difícil degradação e maior toxici-
dade.
Na medida em que o volume de resíduos nos depósitos cres-
ce ininterruptamente, aumentam os custos e surgem maiores dificul-
dades de áreas ambientalmente seguras disponíveis para recebê-los.
Com isso, faz-se necessária a minimização da geração, a partir de uma
segregação eficiente e métodos de tratamento que tenham como ob-
jetivo diminuir o volume dos resíduos a serem dispostos em solo, pro-
vendo proteção à saúde e ao meio ambiente.
Com o desenvolvimento do setor de serviços de saúde, surge a pro-
blemática relacionada aos seus resíduos, associada à potencialidade de ris-
cos à saúde e ao meio ambiente, como a contaminação do solo, da água e da
atmosfera, da proliferação de vetores e à saúde dos trabalhadores que têm
contato com esse tipo de resíduo.
Assim, a gestão de resíduos passou a ser condição indispensá-
vel para atingir o desenvolvimento sustentável e é uma necessidade
que requer a conscientização coletiva no que se refere às responsabili-
dades individuais. Em relação aos resíduos de saúde, todos os estabe-
lecimentos que os produzem são responsáveis por elaborar e implantar
o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).

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a. Apresentação

Este plano contempla o conjunto de operações desenvolvidas


na Secretaria de Saúde do TJDFT – SESA. Enquanto estabelecimento
de saúde, a SESA está organizada em Subsecretaria Médica, que inclui
o Serviço de Enfermagem, e em Subsecretaria de Serviços Odonto-
lógicos distribuídos na Sede do TJDFT e nos Postos de Serviços de
Saúde – PSS, localizados em 16 fóruns das regiões administrativas do
Distrito Federal.
As atividades desenvolvidas na SESA para a assistência à saú-
de consideram critérios técnicos de segregação, acondicionamento,
identificação, coleta interna, armazenamento temporário, tratamen-
to preliminar, armazenamento externo, coleta externa, tratamento
externo e disposição final dos resíduos gerados.
As atividades de saúde implicam riscos. Em atenção às pesso-
as que trabalham nos estabelecimentos de saúde, este plano contem-
pla a segurança ocupacional e capacitação dos profissionais das áreas
envolvidas e da limpeza.
Para a elaboração do plano, foram considerados todos os se-
tores da Secretaria de Saúde que geram resíduos de saúde, incluindo,
portanto, a Sede e os Postos de Serviços de Saúde.
A elaboração do Plano ficou sob a responsabilidade técnica de
uma Comissão, formada por representantes da Secretaria de Saúde
do TJDFT – SESA, da Subsecretaria de Serviços Odontológicos – SU-
DON, do Serviço de Enfermagem - SERENF, do Serviço de Gestão de
Contratos de Serviços Gerais – SERTER e da Coordenação de Gestão
Socioambiental – COGESA, nomeada pela Portaria GPR n. 674, de
14/04/2014.

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b. Justificativa

Durante o processo de assistência aos pacientes na Secreta-


ria de Saúde do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territó-
rios, diferentes materiais são utilizados, gerando diversos resíduos,
que podem ocasionar riscos ao meio ambiente, à saúde pública e
aos trabalhadores.
Este plano foi elaborado a fim de atender às normas da Agên-
cia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, e do Conselho Nacio-
nal do Meio Ambiente – CONAMA; para esclarecer os profissionais
de saúde e as equipes de limpeza, transporte interno e armazena-
mento, dos riscos associados às suas atividades; pela necessidade de
readequação do Contrato de coleta de RSS.

c. Legislação

• Lei n. 12.305/2010 – institui a Política Nacio-


nal de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem
como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos – incluindo os perigosos -, às respon-
sabilidades dos geradores e do poder público
e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
• RDC n. 306/2004 ANVISA – traz as normas
para a elaboração de um plano de gerencia-
mento de resíduos, destacando as orienta-
ções para o manejo dos resíduos. Preocupa-
-se principalmente com a prevenção de aci-
dentes e a preservação da saúde pública.

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• Resolução CONAMA n. 358/2005 – desta-


ca os procedimentos que se referem à dis-
posição final dos resíduos de serviços de
saúde, preocupando-se com os riscos ao
meio ambiente.
• Lei distrital n.4.352, de 30 de junho de 2009
– traz as providências a serem adotadas para
o gerenciamento de resíduos dos serviços
de saúde no âmbito do Distrito Federal, bem
como as penalidades aos infratores.

d. Objetivos:

• Reduzir riscos ao ambiente de trabalho e à


comunidade;
• Adequar as atividades desenvolvidas na SESA
às normas vigentes;
• Aperfeiçoar continuamente as medidas de
segurança e higiene no trabalho;
• Orientar a segregação adequada, de forma a
reduzir os custos de manejo dos resíduos e
incrementar a reciclagem;
• Capacitar permanentemente as equipes, re-
duzindo os acidentes de trabalho e infecções.
• Contribuir para que toda a comunidade
usufrua de um meio ambiente equilibrado
e saudável;
• Proteger a saúde e o meio ambiente;
• Avaliar os tipos e a quantidade de resíduos
visando a sua redução
• Diminuir a quantidade e a periculosidade dos
resíduos contaminantes;

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• Baixar os custos de gestão


• Substituir os materiais perigosos, sempre que
possível, por outros de menor periculosidade.

2. DEFINIÇÕES:

a) Estabelecimento: denominação dada a qualquer edificação


destinada à realização de atividades de prevenção, produção,
promoção, recuperação e pesquisa na área da saúde ou que
estejam a ela relacionadas.

b) Resíduos de serviços de saúde (RSS): são todos aqueles resul-


tantes de atividades exercidas nos serviços relacionados com o
atendimento à saúde humana ou animal que, por suas caracte-
rísticas, necessitam de processos diferenciados em seu manejo,
exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final.

c) Plano de Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde: conjunto de


procedimentos que devem ser adotados pelos estabelecimentos
médico-hospitalares com o objetivo de diminuir ou eliminar a pro-
dução de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados um enca-
minhamento seguro de forma eficiente, visando à proteção dos tra-
balhadores e à preservação da saúde pública e do meio ambiente.

d) Grupos :

• A – resíduos com a possível presença de agentes biológicos


(vírus, bactéria, fungos) que possam apresentar risco de in-
fecção.
a) A1

1. culturas e estoques de microrganismos; resídu-


os de fabricação de produtos biológicos, exceto os
hemoderivados; descarte de vacinas de microrga-

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nismos vivos ou atenuados; meios de cultura e ins-


trumentais utilizados para transferência, inoculação
ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de
manipulação genética;

2. resíduos resultantes da atenção à saúde de indiví-


duos ou animais, com suspeita ou certeza de contami-
nação biológica por agentes classe de risco 4, micror-
ganismos com relevância epidemiológica e risco de
disseminação ou causador de doença emergente que
se torne epidemiologicamente importante ou cujo
mecanismo de transmissão seja desconhecido;

3. bolsas transfusionais contendo sangue ou he-


mocomponentes rejeitadas por contaminação ou
por má conservação, ou com prazo de validade ven-
cido, e aquelas oriundas de coleta incompleta;

4. sobras de amostras de laboratório contendo san-


gue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais re-
sultantes do processo de assistência à saúde, conten-
do sangue ou líquidos corpóreos na forma livre;

b) A2

1. carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros re-


síduos provenientes de animais submetidos a proces-
sos de experimentação com inoculação de microorga-
nismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de
animais suspeitos de serem portadores de microrga-
nismos de relevância epidemiológica e com risco de
disseminação, que foram submetidos ou não a estudo
anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica;

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c) A3

1. peças anatômicas (membros) do ser humano; pro-


duto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor
que 500 gramas ou estatura menor que 25 centíme-
tros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que
não tenham valor científico ou legal e não tenha havi-
do requisição pelo paciente ou familiares;

d) A4

1. kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisado-


res, quando descartados;

2. filtros de ar e gases aspirados de área contami-


nada; membrana filtrante de equipamento médico-
-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares;

3. sobras de amostras de laboratório e seus recipien-


tes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de
pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos
de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresen-
tem relevância epidemiológica e risco de dissemina-
ção, ou microrganismo causador de doença emergen-
te que se torne epidemiologicamente importante ou
cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou
com suspeita de contaminação com príons.

4. resíduos de tecido adiposo proveniente de lipo-


aspiração, lipoescultura ou outro procedimento de ci-
rurgia plástica que gere este tipo de resíduo;

5. recipientes e materiais resultantes do processo


de assistência à saúde, que não contenha sangue ou
líquidos corpóreos na forma livre;

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6. peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros re-


síduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou
de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação
diagnóstica;

7. carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resí-


duos provenientes de animais não submetidos a pro-
cessos de experimentação com inoculação de micro-
organismos, bem como suas forrações; e

8. bolsas transfusionais vazias ou com volume resi-


dual pós-transfusão.
e) A5

1. órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais per-


furocortantes ou escarificantes e demais materiais
resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou ani-
mais, com suspeita ou certeza de contaminação com
príons.

• B – resíduos contendo substâncias químicas que podem


apresentar risco à saúde ou ao meio ambiente, dependen-
do de suas características quanto à inflamabilidade, corro-
sividade e toxicidade.
1. As embalagens e materiais contaminados por re-
síduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao
meio ambiente devem ser tratados da mesma forma
que a substância que as contaminou.

2. A NBR 12808 da ABNT classifica estes resíduos


em subgrupos B1, B2 e B3 a saber, respectivamente:
B1- Rejeito radioativo(material radioativo ou contami-
nado, com radionuclídeos proveniente de laboratório

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de análises clínicas, serviço de medicina nuclear e ra-


dioterapia; B2- Resíduo farmacêutico( medicamento
vencido, contaminado, interditado ou não utilizado)
e B3- Resíduo químico perigoso( resíduo tóxico, cor-
rosivo, inflamável, explosivo, reativo, genotóxico ou
mutagênico, conforme NBR 10004).

• C – quaisquer materiais resultantes de atividades humanas


que contenham radionucleotídeos em quantidades supe-
riores aos limites de isenção especificados nas normas do
CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não pre-
vista.
• D – resíduos que não apresentem risco biológico, químico
ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser
equiparados aos resíduos domiciliares.
• E – materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como:
Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro,
brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas
de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas
e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro que-
brados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e
placas de Petri) e outros similares.

e) Segregação: consiste na separação dos resíduos no momento


e local de sua geração, de acordo com as características físicas,
químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.

f) Acondicionamento: consiste no ato de embalar os resíduos


segregados, em sacos ou recipientes que evitem e resistam às
ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de
acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de
cada tipo de resíduo.

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1. Os RSS infectantes ou especiais do grupo A4 de-


vem ser acondicionados em saco branco leitoso, que
deve ser substituído quando atingirem 2/3 da sua ca-
pacidade ou pelo menos uma vez a cada 24 horas e
identificados.

2. Os resíduos químicos líquidos devem ser acon-


dicionados em recipientes constituídos de material
compatível com o líquido armazenado, resistentes, rí-
gidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.
Devem ser identificados.

3. Os resíduos químicos sólidos devem ser acondi-


cionados em recipientes de material rígido, adequa-
dos para cada tipo de substância química, respeitadas
as suas características físico-químicas e seu estado fí-
sico, e identificados.

4. Os rejeitos radioativos sólidos devem ser acondi-


cionados em recipientes de material rígido, forrados in-
ternamente com saco plástico resistente e identificado.

5. Os rejeitos radioativos líquidos devem ser acon-


dicionados em frascos de até dois litros ou em bom-
bonas de material compatível com o líquido armaze-
nado, sempre que possível de plástico, resistentes,
rígidos e estanques, com a tampa rosqueada, vedan-
te, acomodados em bandejas de material inquebrá-
vel e com profundidade suficiente para conter, com
a devida margem de segurança, o volume total do
rejeito e identificados.

6. Para os resíduos recicláveis são admitidas outras


formas de segregação, acondicionamento e identifica-

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Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

ção dos recipientes destes, para fins de reciclagem, de


acordo com as características específicas e das rotinas
de cada serviço.

7. Os materiais perfurocortantes devem ser descar-


tados separadamente, no local de sua geração, ime-
diatamente após o uso ou necessidade de descarte,
em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura
e vazamento, com tampa, devidamente identificados,
atendendo aos parâmetros referenciados na norma
NBR 13853/97 da ABNT, sendo expressamente proi-
bido o esvaziamento desses recipientes para o seu
reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem
ser desprezadas juntamente com as seringas, quando
descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proce-
der à sua retirada manualmente. O armazenamento
temporário, o transporte interno e o armazenamento
externo destes resíduos podem ser feitos nos mesmos
recipientes utilizados para os resíduos infectantes.

Figura 1. – Caixa coletora de perfurocortante

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Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

g) Identificação: consiste no conjunto de medidas que permite o


reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos recipientes,
fornecendo informações ao correto manejo do RSS.

1. A identificação deve estar aposta nos sacos de


acondicionamento, nos recipientes de coleta inter-
na e externa, nos recipientes de transporte interno
e externo, e nos locais de armazenamento, em local
de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se
símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros
referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de
outras exigências relacionadas à identificação de con-
teúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos.

2. A identificação poderá ser feita por adesivos, des-


de que seja garantida a resistência destes aos proces-
sos normais de manuseio dos sacos e recipientes.

3. Grupo A - identificado pelo símbolo de substância


infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótu-
los de fundo branco, desenho e contornos pretos.

4. Grupo B - identificado através do símbolo de risco


associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com
discriminação de substância química e frases de risco.

5. Grupo E - identificado pelo símbolo de substância


infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com ró-
tulos de fundo branco, desenho e contornos pretos,
acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTAN-
TE, indicando o risco que apresenta o resíduo.

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Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

Figura 2. - Símbolo substância tóxica Figura 3. - Símbolo figura radioativa

Figura 4. - Símbolo material reciclável Figura 5. - Símbolo de substância


infectante ou perfurocortante

h) Transporte Interno: consiste no translado dos resíduos dos


pontos de geração até o local destinado ao armazenamento
temporário ou armazenamento externo com a finalidade de
apresentação para a coleta.

1. O transporte interno de resíduos deve ser realiza-


do atendendo o roteiro previamente definido e em ho-
rários não coincidentes com a distribuição de roupas,

22
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de


maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito
separadamente de acordo com o grupo de resíduos e
em recipientes específicos de cada grupo de resíduos;

2. Os recipientes para transporte interno devem ser


constituídos de material rígido, lavável, impermeá-
vel, provido de tampa articulada ao próprio corpo do
equipamento, cantos e bordas arredondadas, e serem
identificados com o símbolo correspondente ao risco
dos resíduos neles contidos, de acordo com o RDC n.
306/2010 ANVISA. Devem ser providos de rodas reves-
tidas de material que reduza o ruído. Os recipientes
com mais de 400L de capacidade devem possuir válvu-
la de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos
de rodas deve observar os limites de carga permitidos
para o transporte pelos trabalhadores, conforme nor-
mas reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

Figura 6. - Modelo de carrinho usado para o transporte interno de RSS

23
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

i) Armazenamento Temporário: consiste na guarda temporária


dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em
local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta
dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os
pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para a co-
leta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário
com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória
a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento.

1. O armazenamento temporário poderá ser dispen-


sado nos casos em que a distância entre o ponto de
geração e o armazenamento externo justifiquem.

2. A sala para guarda de recipientes de transporte


interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas e
laváveis, sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos
recipientes coletores. Deve possuir ponto de ilumi-
nação artificial e área suficiente até a área de arma-
zenamento externo. Quando a sala for exclusiva para
o armazenamento de resíduos, deve ser identificada
como “SALA DE RESÍDUOS”.

3. A sala de armazenamento temporário deverá dis-


por de área exclusiva de no mínimo 2m² para armaze-
nar dois recipientes coletores para posterior translado
até a área de armazenamento externo.

4. No armazenamento temporário não é permitida a


retirada dos sacos de resíduos de dentro dos recipien-
tes ali estacionados.

5. Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser


coletados por período superior a 24 horas de seu arma-
zenamento, devem ser conservados sob refrigeração, e

24
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

quando possível serem submetidos a outro método de


conservação.

6. O Armazenamento de resíduos químicos deve


atender à NBR 12235 da ABNT.

j) Tratamento: processo que modifica as características físicas,


químicas ou biológicas dos resíduos, diminuindo ou eliminando
o risco de contaminação, de acidentes de trabalho ou de dano
ao meio ambiente. Pode ser preliminar ao armazenamento ex-
terno ou externo, após a coleta externa e antes da disposição fi-
nal. Alguns resíduos necessitam de tratamento, de acordo com
a sua classificação. São exemplos: os resíduos do grupo A1 e
A2; os resíduos do grupo B que apresentam risco à saúde ou ao
meio ambiente, quando não forem submetidos a processo de
reutilização, recuperação ou reciclagem; os resíduos perfuro-
cortantes contaminados com agente biológico Classe de Risco
4, microorganismos com relevância epidemiológica e risco de
disseminação ou causador de doença emergente que se torne
epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de trans-
missão seja desconhecido.

k) Armazenamento Externo: consiste na guarda dos recipientes de


resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambien-
te exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.

25
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

3. METODOLOGIA

Para o diagnóstico da situação atual, foram realizadas visitas


técnicas em alguns órgãos públicos, cujos PGRSS foram implementa-
dos há anos e são referência na execução eficiente dos RSS. Também
foram levantadas as legislações sobre o assunto.
Após visitas em setores específicos da Sede e em alguns PSS
– inclusos no grupo dos que apresentam maior estatística de produti-
vidade mensal – foi possível a comparação e o levantamento da real
situação do gerenciamento dos resíduos de saúde no TJDFT.
Nas visitas, foram verificados a composição do serviço, os re-
síduos gerados em cada área, as lixeiras disponíveis e a identificação
das mesmas, a disposição das caixas de perfurocortantes, o horário e
as condições de coleta pela equipe de limpeza, o uso de equipamen-
tos de proteção individual, o local e as condições do armazenamento
externo dos resíduos de saúde, o registro do peso dos resíduos e o dia
da coleta externa pela empresa contratada.
Também foi realizada uma pesquisa com profissionais de saúde
da SESA sobre o nível de capacitação em manejo dos resíduos de saúde.
O diagnóstico incluiu a vistoria dos locais de armazenamento
e a avaliação do contrato de coleta de RSS.

26
PLANO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - PRSS

GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO TJDFT Cronograma Recursos


Objetivos Metas Ação Áreas Responsáveis Conclusão Data R$ Pessoal
1.1.1. Definir os responsáveis pela geração de lixo
SESA, SUDON, SETER, COGESA OK mai/14 12
contaminante, pelo contrato vigente e pela área articuladora
1.1. Definir quais áreas terão mai/14
representantes na comissão 1.1.2. Promover reuniões com os setores para apresentar a
jun/14
ideia, o possível esquema de trabalho e o que é esperado de SESA, SUDON, SETER, COGESA OK 7
jul/14
cada área
ago/14
mai/14
1.2.1. Estudar documentações existentes: legislação,
SESA, SUDON, SETER, COGESA OK jun/14 6
relatórios PGRSS de outros órgãos
jul/14
1.2.2. Mapear todas as áreas envolvidas com resíduos
SESA, SUDON, SETER, COGESA OK mai/14 5
sólidos de saúde (RSS)
1. Formação da comissão
1.2.3.Proceder o levantamento de todas as atividades que
do PGRSS no TJDFT SESA, SUDON, SETER, COGESA OK jul/14 5
1.2. Realizar uma avaliação geram RSS
preliminar dos resíduos de saúde
jun/14
gerados pelo TJDFT 1.2.4. Visitar outros órgãos que já implantaram o PGRSS SESA, SUDON, COGESA OK 6
jul/14
1.2.5. Identificar os resíduos e classificá-los nos grupos SESA, SUDON, COGESA OK mai/14 2
1.2.6. Identificar que tipos de recipientes e de embalagens
SESA, SUDON, COGESA OK mai/14 3
que são utilizados para cada tipo de resíduo
1.2.7. Verificar se o dimensionamento da coleta está
SESA, SUDON, SETER, COGESA OK jul/ago/set /14 2
adequado ao volume gerado

1.3. Entregar o PGRSS à direção 1.3.1. Obter respaldo da direção superior SESA, SUDON, COGESA set/14 4
superior 1.3.2. Discutir com a direção todas as etapas do trabalho SESA, SUDON, COGESA set/14 5

2.1. Contratação de uma empresa 2.1.1. Readequar contrato COGESA, SUDON OK ago/2014 2
especializada 2.1.2. Realizar pregão SEMA out/nov/14 R$ 36.192,00 1
2.2.1. Educação permanente - cursos, banners informativos
COGESA, SUDON, SESA, ACS, SEIF nov/14 6
com orientações sobre o RSS
2.2. Alcançar 100% na implantação
2.2.2. Construir centrais de resíduos COB
do PGRSS
2.2.3. Comprar recipientes adequados com tampa e
SEMA out/14
acionamento por pedal e identificação específica
2.3.1. Segregação dos resíduos recicláveis e orgânicos no
SESA, SUDON ação continuada
2. Implantar o PGRSS no TJDFT momento da geração
2.3.2. Destinar os resíduos recicláveis às cooperativas de
2.3. Destinar corretamente todos COGESA ação continuada 2
catadores
os RSS gerado pelo TJDFT
2.3.3. Traçar os itinerários de coleta até o abrigo externo SESA. SUDON, SETER 3
2.3.4. Encaminhar de forma segura os resíduos gerados para
COGESA, SUDON ação continuada 2
a empresa especializada, mediante recibo
2.4.1. Capacitar equipe de saúde e limpeza quanto ao uso de
2.4. Diminuição dos acidentes de COGESA/SERTER ação continuada
EPI’s
trabalho
2.4.2. Fiscalizar SESA/SERTER/SUDON/COGESA ação continuada 2

Quadro 1.. - Cronograma de Ações da Comissão

27
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

4. DIAGNÓSTICO

A SESA possui um quantitativo de 52 médicos, 28 odontólo-


gos, 13 enfermeiros e 30 técnicos de enfermagem. Presta serviços
de natureza predominantemente ambulatorial e, eventualmente, de
urgência ou emergência. A Sede, localizada no Fórum de Brasília, pos-
sui 20 consultórios médicos, 11 consultórios odontológicos, três sa-
las de enfermagem (Acolhimento, Medicação e Procedimentos), uma
sala de eletrocardiograma, duas Centrais de Material e Esterilização
– CME, uma na Subsecretaria Médica e outra na Subsecretaria Odon-
tológica. No prédio do Palácio da Justiça, há 2 consultórios médicos,
uma sala de enfermagem e uma de eletrocardiograma.
Os PSS estão localizados nos seguintes fóruns: Taguatinga,
Ceilândia, Samambaia, Brazlândia, Santa Maria, Gama, Riacho Fundo,
Núcleo Bandeirante, Leal Fagundes, Guará, Mirabete, Fórum Verde,
Sobradinho, Planaltina, Paranoá, São Sebastião e possuem, em sua
maioria, um consultório médico, um consultório odontológico, uma
sala de enfermagem, uma sala para eletrocardiograma e uma CME.
A estatística de produtividade revela uma média mensal de
13.805 atendimentos (total anual de 165.660 no ano de 2014), com
destaque para os fóruns de Brasília (Sede), de Taguatinga, Leal Fagun-
des, de Ceilândia, de Samambaia, do Paranoá, do Gama e Mirabete.
Fonte dos dados: http://intranet2.tjdft.jus.br/gente-da-casa/nossa-saude/sesa/MEMANUAL2014.pdf/view

A Comissão encontrou o seguinte diagnóstico:


Situação no TJDFT:

 Necessidade de aperfeiçoamento de gestão do contrato de


coleta de RSS;
 A maioria dos recipientes para resíduos infectantes não são
adequados e não têm identificação específica, sendo a segre-
gação diferenciada apenas pela cor do saco;

28
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

 Acúmulo de resíduos odontológicos em armazenamento tem-


porário de forma improvisada na SUDON;
 Despreparo das equipes de limpeza (riscos à saúde e aciden-
tes de trabalho);
 Falta de local específico e sinalizado para o armazenamento
externo;
 No armazenamento externo, as bombonas não estavam em
local adequado (riscos de contaminação), inclusive dispostas
próximas ao armazenamento de gás, e ao lado da serralheria,
misturadas com restos de obra;

Figura 7. - Situação das docas do Bloco B em fevereiro/2014

 Quantitativo de resíduos de RSS não são mensurados;


 Tipos de resíduos não especificados;
 Na fase de início dos trabalhos da Comissão, foi elaborado um
novo contrato de coleta de RSS, tendo em vista a necessidade
de aperfeiçoamento do contrato em vigência, como a entrega
mensal de recibos com a quantidade coletada, entre outras
exigências que visam aprimorar a gestão e fiscalização. Para
os estudos da comissão, a empresa forneceu os dados quanti-
tativos de coleta conforme quadro abaixo:

29
PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - PGRSS DO TJDFT

PLANILHA DE RECOLHIMENTO DE RSS - EMPRESA BELFORT - TOTAL EM KG

FÓRUM/PRÉDIO Endereço JUNHO/14 JULHO/14 Total

Palácio da Justiça Blocos A,B,C e D Praça Municipal, Lote 01, Brasília-DF 123 89 212

Taguatinga Setor C Norte, Área Especial 23, Taguatinga-DF - 6,9 7

Ceilândia QNM 11, Área Especial nº. 01, Ceilândia-DF 12,3 12,78 25

Mirabete SRTVS – QD. 701 – Bloco N 6 8,15 14

Gama Setor Norte, Área Especial nº. 01, Quadra 01, Gama - DF 12,7 5,3 18

Santa Maria QR 211, Conjunto 01, Lote 01, Santa Maria-DF 3,1 0 3

Sobradinho Setor Admin. e Cultural, Qd Central, Lote F, Sobradinho-DF 5,21 4,2 9

Paranoá Quadra 03, Lote 02, Paranoá-DF - 10,65 11

Planaltina Av. WL2, Lote 420 – Setor Administrativo, Planaltina - DF - 6,48 6

Samambaia QR 302, Conjunto 01, Lote 01, Samambaia-DF 2,1 8,4 11

Núcleo Bandeirante AVENIDA CONTORNO - AREA ESPECIAL Nº. 13 - LOTE 15 - 7,81 8

Júlio Leal SMPAS – Trecho 03, Lotes 04 e 06 6,04 4,6 11

Brazlândia Rua 10, Lote 04, Setor Administrativo, Brazlândia-DF 6,6 1,59 8

São Sebastião Centro de Múltiplas Atividades – lote 04. 3,5 4,55 8

Vara da Infância e Juventude SGAN 909 Bloco C/D Asa Norte 3,7 11,66 15

Riacho Fundo SRIA II - QE 25, Conj. 02 - Lotes 02/03 - EPC; Guará II - - 0


TOTAL 184 (**) 182 (**)  
(recolhimento de RSS gerado no período de janeiro a abril/14) 528,72(*)
Quadro 2. - Modelo de carrinho usado para o transporte interno de RSS

(**)(Esclarecimentos do SERTER – Unidade executora do contrato)


Os valores estão expressos em quilos, pois foram pesados. A razão é 50 l = 6 kg; 200 litros – 25 kg. Ou seja, 528,72 kg = 4230 Litros.
(*) Quantitativo referente aos meses de janeiro a abril/14.
 Visando a redução dos quantitativos gerados e a gestão racional do contrato, é fundamental o acompanhamento da pesagem dos resíduos na fase
de coleta externa.

30
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

4.1 Da pesquisa

Pesquisa SESA e SUDON (¹):


 91% dos que responderam a pesquisa disseram haver lixeiras
separadas para lixo comum e contaminado
 87% sabem como separar o lixo
 64,5% dizem respeitar o correto descarte do lixo de acordo
com a sua destinação final no ambiente de trabalho
 68% têm interesse em participar de eventos de reciclagem
sobre o Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e
sobre a legislação vigente
 49% dizem não ter conhecimento sobre as regulamentações
da ANVISA e do CONAMA sobre o gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde
Obs.¹ - Total de respondentes: 31

4.2 Da identificação e da quantificação dos resíduos de serviços


de saúde do TJDFT

a) Resíduos gerados na Secretaria de Saúde do TJDFT


• Grupo A: No TJDFT são gerados apenas o A4
 recipientes e materiais resultantes do
processo de assistência à saúde, que não
contenha sangue ou líquidos corpóreos
na forma livre: gaze, luva, seringa, espa-
radrapo, micropore, ataduras, curativo
hidrololoide, lençol descartável de papel
ou TNT com líquidos corpóreos, aven-
tal, máscara cirúrgica, gorro, equipos do

31
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

soro, jaleco, algodão, fitas de glicemia


capilar, abaixador de língua, espéculo va-
ginal, escova endocervical, espátula de
Ayres, babadores, sugadores, matrizes,
tiras de lixa,
 peças anatômicas(órgãos e tecidos) e ou-
tros resíduos provenientes de procedimen-
tos cirúrgicos ou de estudos anátomo-pa-
tológicos ou de confirmação diagnóstica.

• Grupo B:
 Mercúrio dos termômetros e dos esfig-
momanômetros, eletrodo de prata (se-
gundo a NBR10004/2004 a prata é um
componente que confere periculosidade
ao resíduo), medicamentos vencidos, re-
veladores e fixadores radiográficos, pe-
lículas de chumbo, almágama de prata,
glutaraldeído, aventais de chumbo, flúor

• Grupo C:
 Não tem no TJDFT

• Grupo D:
 RECICLÁVEL: Papel, copo, embalagem de
papel grau cirúrgico, frasco do soro, em-
balagens de material/medicamento, fras-
co de detergente enzimático, frasco de
hipoclorito de sódio, frasco de álcool ma-
terial utilizado em anti-sepsia e hemosta-
sia de venóclises, equipo de soro e outros
similares não classificados como A1( RDC

32
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

306/ ANVISA e res. CONAMA 358/2005);


papel grau cirúrgico
 ORGÂNICO: Papel toalha, fita crepe, fitas
de autoclave, lençol descartável de papel
ou TNT (não contaminados por agentes
biológicos)
 PERIGOSO: pilha, bateria
 DOAÇÃO: Instrumental fora de uso

• Grupo E:
 Seringas, agulhas, fios de sutura, lance-
tas, lâminas para colposcopia , frascos de
anestésicos( de vidro), lâminas de bisturi

4.3. Dos prazos de coleta:

Nos consultórios médicos, odontológicos e de enfermagem, e


nos PSS os resíduos são coletados diariamente e destinados às bom-
bonas no armazenamento externo. Em alguns locais, a coleta interna
é realizada duas vezes ao dia.
O contrato com a empresa de coleta de RSS prevê recolhimen-
tos semanais em cada um dos prédios deste TJDFT.

4.4. Das equipes de limpeza:

As equipes de limpeza que atuam na SESA são designadas


para este fim pelo executor do respectivo contrato. É necessário ca-
pacitar frequentemente estas equipes, devido à rotatividade, em es-
pecial nos aspectos de biossegurança (vacinas, riscos, entre outros).

33
PLANO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - PRSS

Peso médio Freqüência Freqüência de Destinação Final


Grupos de Segregação e Transporte Armazen. Tratamento
Descrição estimado de coleta no coleta para (Empresa
resíduos acondicionamento interno externo externo
kg/ano gerador destinação final contratada)

Resíduo infectante ou Profissionais de Equipes de Empresa Incineração e


A diária semanal
biológico saúde limpeza contratada Aterro sanitário
Profissionais de Equipes de
B Resíduo químico diária semanal Empresa Aterro sanitário
saúde limpeza

C Rejeito Radioativo

Equipes de
D Resíduo comum Todos diária diária SLU Lixão (*)
limpeza
Resíduos Profissionais de Equipes de Quando cheio Empresa
E semanal
perfurocortantes saúde limpeza até 3/4 contratada

Quadro 3. – Quadro Modelo de Implementação do PGRSS no TJDFT


(*) No Distrito Federal, ainda não foi implantada a Política de Resíduos Sólidos, portanto o resíduo comum é levado para os aterros não controlados (lixões) nos quais os resíduos são expostos no solo
sem critério, ou coletados pelas cooperativas de catadores para reciclagem.
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

4.5. Das visitas

 FÓRUM JÚLIO FABBRINI MIRABETE:


1. Possui um consultório médico e um odontológico
2. A coleta é feita pela manhã
3. Amálgama, que contém mercúrio, não está sendo des-
cartado, sendo armazenado no posto de saúde do fórum:


Figura 8. - Mercúrio

4. As lixeiras para resíduo contaminado não têm tampa


nem pedal, sendo utilizado o cesto para “lixo seco”,
com o saco branco:


Figura 9. - Lixo contaminante

35
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

5. as bombonas são de 50 litros, e ficam na garagem,


com o MANIFESTO DE COLETA:

Figura 10. - Bombona 50 L Figura 11. - Manifesto de coleta

6. Mais fotos:

Figura 12. - Autoclave

Figura 13. - Caixa de Figura 14. - Carrinho


perfurocortante

36
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

 FÓRUM JOSÉ JÚLIO LEAL FAGUNDES


1. Possui dois consultórios médicos e um odontológico;
2. A coleta é feita duas vezes ao dia, no início e no final
da tarde;
3. Não fazem procedimentos nos consultórios, concen-
trando os resíduos infectantes na sala de enfermagem;
4. As lixeiras para resíduo contaminado não têm tampa
nem pedal, sendo utilizado o lixo “seco”, identificado
como lixo hospitalar, com o saco branco:

Figura 15. - Lixo

5. Conta com duas bombonas de 50 litros, que ficam no


estacionamento interno a céu aberto, onde qualquer
pessoa pode ter acesso:

Figura 16. - Bombonas

37
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

6. Mais fotos:

Figura 17. - Autoclave Figura 18. - Bancada

Figura 19. - Bancada Figura 20. - Caixa perfurocortante

Figura 21. - Revelador e fixador Figura 22. - Caixa de Revelação

38
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

 FÓRUM BRASÍLIA
1. Na Subsecretaria Médica, há lixeiras nos consultórios
médicos, nas salas de enfermagem e CME para resíduo
contaminado que não têm tampa nem pedal, sendo
utilizado o lixo “seco”, identificado como lixo hospita-
lar, com o saco branco. Outras lixeiras possuem tampa,
mas são inadequadas;
2. A coleta interna é feita duas vezes ao dia, no período da
manhã e no final da tarde ou conforme necessidade;
3. Durante a coleta, as equipes de limpeza não utilizam
os EPI’s fornecidos pela empresa contratada.
4. A SUDON possui cesto de resíduo de serviço de saúde
com pedal e tampa:

Figura 23. - Cesto com tampa e pedal da SODON

5. Expurgo da SUDON:

Figura 23. - Glutaraldeído e Figura 24. - Glutaraldeído vencidos


anestésicos vencidos no expurgo no expurgo da SUDON
da SUDON

39
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

5. DA RESPONSABILIDADE PELO RSS

Embora a responsabilidade direta pelos RSS seja dos estabele-


cimentos de serviços de saúde por serem os geradores, pelo princípio
da responsabilidade compartilhada, ela se estende a outros atores:
ao poder público e às empresas de coleta, tratamento e disposição
final. A Constituição Federal, em seu artigo 30, estabelece como com-
petência dos municípios “organizar e prestar, diretamente ou sob o
regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo de caráter essencial”.
A lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981),
no seu artigo 3º, e a Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), nos
artigos 54 e 56, responsabilizam administrativamente, civil e penal-
mente as pessoas físicas e jurídicas, autoras e co-autoras de condutas
ou atividades lesivas ao meio ambiente. Determina o art. 14., pará-
grafo primeiro, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, que
o poluidor é obrigado a indenizar ou reparar os danos causados ao
meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade, independen-
temente da existência de culpa. Na responsabilidade administrativa,
o gerador poderá vir a ser o único ator a reparar o dano, independen-
te da ação de outros atores na conduta que gerou o dano. Isto induz
o gestor a cercar-se de garantias para prováveis arregimentações dos
demais atores na cadeia de responsabilidades.
Deve o gerador precaver-se para, em caso de danos, fazer va-
ler a responsabilidade compartilhada com os demais atores, sejam
eles empresas ou órgãos públicos responsáveis pela coleta, tratamen-
to ou disposição final desses resíduos.
Na gestão de RSS, os estabelecimentos prestadores de ser-
viços de saúde podem contratar outros prestadores para realizar os

40
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

serviços de limpeza, coleta de resíduos, tratamento, disposição final


e comercialização de materiais recicláveis. Por isso, é importante ter à
disposição mecanismos que permitam verificar se os procedimentos
definidos e a conduta dos atores estão em sincronia com as leis. As
contratações devem exigir e garantir que as empresas cumpram as
legislações vigentes.
Ao assegurar o cumprimento das legislações por parte de em-
presas terceirizadas, o gerador tem como responsabilizá-los em caso
de irregularidades, tornando-os co-responsáveis no caso de danos
decorrentes da prestação destes serviços. Especialmente nos casos
de empresas que são contratadas para o tratamento dos resíduos, é
necessário exigir tanto a licença de operação como os documentos de
monitoramento ambiental previstos no licenciamento. A responsabi-
lidade do gerador perdura mesmo após a disposição final do resíduo,
posto que o destinatário, ao assumir a carga, solidariza-se com o gera-
dor e assim permanece enquanto possível a identificação do resíduo.

5.1. DO CONTRATO DE COLETA DE RSS

Pelo exposto acima, o contrato deve prever entre as obriga-


ções da contratada:
 apresentar a licença do IBRAM autorizando o transporte de
RSS dentro das vias públicas do Distrito Federal, conforme Lei
41, de 13 de setembro de 1989, alterada pela Lei 3.908, de 20
de outubro de 2006;
 coletar, transportar e tratar, semanalmente, os resíduos dos
serviços de saúde, e dar destino final às cinzas e/ou material
estéril dos resíduos;
 fornecer, em regime de comodato, os recipientes (contêineres
e/ou bombonas) com tampa vedada (rosqueada em caso de

41
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

resíduos líquidos), adequados e suficientes ao acondiciona-


mento e resistentes ao transporte sem derramamento; e con-
feccionados em material polietileno de alta densidade, reves-
tidos com saco plástico de volume compatível – suficientes
para a coleta e devidamente licenciados pelo INMETRO, de
acordo com a legislação vigente;
 prestar os serviços de coleta nos locais indicados pelo
CONTRATANTE, em veículos próprios e devidamente identi-
ficados, com capacidade de acondicionamento de resíduos;
 responsabilizar-se por danos causados a bens de proprie-
dade do CONTRATANTE ou de terceiros, e por qualquer
multa decorrente de dano ambiental e outras questões que
a CONTRATANTE vier a ser penalizada quando do despejo ir-
regular dos resíduos em locais diversos daqueles autorizados
ou permitidos pelos poderes públicos;
 reparar danos causados ao CONTRATANTE, em virtude de cul-
pa ou dolo de seus profissionais;
 fazer com que seus empregados se submetam aos regulamen-
tos de segurança do CONTRATANTE;
 fornecer equipamentos de proteção aos seus empregados;
 apresentar documento para atesto da execução dos serviços,
a cada coleta, incluindo a PESAGEM do quantitativo coletado,
para efeito de verificação e adequação do quantitativo dimen-
sionado do objeto, nos termos do Anexo II deste contrato;
 apresentar, mensalmente, certificado de tratamento dos re-
síduos e respectiva destinação final, com endereço da uni-
dade receptora;
 fornecer, em até 15 dias após a assinatura do contrato, docu-
mento da empresa com descrição resumida das medidas de
contenção da contaminação ambiental (garantia de não rom-

42
Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

pimento dos coletores) e de controle de exposição dos trabal-


hadores nas seguintes etapas do manejo dos resíduos de ser-
viços de saúde: carregamento e descarregamento dos veícu-
los, deslocamento nas vias públicas, higienização dos veículos
e equipamentos.

6. SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

a) Riscos de acidentes no manejo dos resíduos de serviços de


saúde

I. Risco Biológico: corte por perfurocortante, derra-


mamento e respingo de material contaminado com
resíduo biológico (sangue, secreções, urina, vômito)
que pode conter agentes patogênicos como vírus,
bactérias e fungos. O risco biológico pode ocorrer
durante a coleta interna, no transporte para o arma-
zenamento externo, durante a limpeza dos ambien-
tes. Podendo ser evitado: com treinamento, uso de
EPI’s, segregação e identificação corretas e condicio-
namento adequado.
II. Risco Químico: derramamento ou quebra de mate-
riais contendo substâncias químicas. Esse risco pode
ocorrer durante a coleta interna, no transporte para
o armazenamento externo, durante a limpeza dos
ambientes. Podendo ser evitado: com treinamen-
to, uso de EPI’s, segregação e identificação corretas,
solicitação de autorização do pessoal técnico para
descarte de qualquer resíduo das bancadas do labo-
ratório ou quando houver dúvidas.
III. Risco Físico / Ergonômico: levantamento e transpor-
te manual de peso, postura inadequada, movimen-

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Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

tos repetitivos e quedas durante a coleta interna, no


transporte para armazenamento externo e durante
a limpeza dos ambientes. Podendo ser evitado: Com
o uso de carrinho apropriado para o transporte, não
erguendo mais de 20 kg por vez, e não dobrando a
coluna antes de abaixar, mas flexionando os joelhos
com a coluna ereta.

b) Equipamentos de Proteção individual (EPI’s): são os elementos


de uso pessoal para proteger o profissional do contato com agen-
tes infecciosos e substâncias químicas no ambiente de trabalho,
como jalecos, aventais, botas, luvas, máscaras, óculos de prote-
ção, gorro, etc.

Figura 26. - Jalecos Figura 27. - Gorros Figura 28. - Luvas descartáveis

Figura 29. - Luvas Figura 30. - Óculos Figura 31. - Máscara


de proteção descartável

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7. EDUCAÇÃO CONTINUADA

O programa de educação continuada, previsto pela RDC AN-


VISA n. 306/2004, visa orientar, motivar, conscientizar e informar per-
manentemente a todos os envolvidos sobre os riscos e procedimentos
adequados de manejo, de acordo com os preceitos do gerenciamento
de resíduos. De acordo com a RDC, os serviços geradores de RSS de-
vem manter um programa de educação continuada, independente do
vínculo empregatício dos profissionais.
O sucesso do programa depende da participação consciente e
da cooperação de todo o pessoal envolvido no processo. Normalmen-
te, os profissionais envolvidos são: médicos, dentistas, enfermeiros,
auxiliares, pessoal de limpeza, coletores internos e externos, pessoal
de manutenção e serviços.
O programa deve ter em conta as constantes alterações no
quadro funcional e na própria logística dos estabelecimentos e a ne-
cessidade de que os conhecimentos adquiridos sejam reforçados pe-
riodicamente. O ideal é que o programa de educação seja ministrado
antes do início das atividades dos empregados, em periodicidade pre-
definida e sempre que ocorra mudança nas condições de exposição
dos trabalhadores aos agentes físicos, químicos e biológicos.
Nos programas de educação continuada há de se levar em
consideração que os profissionais que atuam no processo podem não
ter em sua formação noções sobre cuidados ambientais. Via de re-
gra, sua formação é específica, técnica e não proporciona o preparo
necessário para a busca de condições que propiciem a minimização
de riscos, tanto os que são inerentes à execução de suas atividades
quanto os que envolvem o meio ambiente.

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8. CONCLUSÃO

O gerenciamento de resíduos de saúde da SESA necessita de


melhorias no que diz respeito:
 À capacitação permanente dos profissionais envolvidos na as-
sistência à saúde;
 À aquisição de lixeiras suficientes, adequadas e identificadas
para a segregação dos tipos de resíduos infectantes (com tam-
pa, pedal e identificação para todos os consultórios e PSS);
 À designação e/ou construção de área adequada e exclusiva
para o armazenamento externo;
 À definição de responsabilidades dos representantes dos setores;
 À avaliação constante da eficácia do PGRSS;
 Monitoramento dos quantitativos gerados, visando a redução;
 Adequação dos valores contratados, e gestão apurada do contrato.

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8.1. DA AVALIAÇÃO DO PGRSS

Indicadores de Desempenho do PGRSS:


A fim de permitir a comparação da situação anterior e poste-
rior às intervenções e aperfeiçoamento contínuo do PGRSS, devem
ser estabelecidos os indicadores que permitam avaliar e controlar os
resultados alcançados com a implementação do Plano.
Considerando que ainda não foi publicada nenhuma norma
nacional ou internacional sobre indicadores para avaliação de desem-
penho ambiental de um estabelecimento de saúde, relaciona-se a se-
guir como sugestão do Ministério da Saúde, de diferentes categorias
de indicadores, que podem auxiliar o PGRSS deste Tribunal:

 Taxa de Pessoal com capacitação:


TPC = nº de servidores capacitados no período
total de servidores no mesmo período

 Taxa de acidentes de trabalho por RSS


TATR = nº de acidentes por RSS no período
total de acidentes no mesmo período

 Taxa de resíduos de serviços de saúde


TRSS = peso dos RSS no período
peso do total de resíduos no mesmo período

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Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRSS DO TJDFT

BIBLIOGRAFIA

ABNT. Resíduos de serviços de saúde. NBR-12.808. Rio de Janeiro: ABNT, 1993.


ABNT. Resíduos sólidos- Classificação. NBR-10.004. Rio de Janeiro: ABNT, 2ª
edição, 2004.
ANVISA. Agência nacional de vigilância sanitária. Regulamento técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde - RDC - 306/2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual
de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília: Ministério da
Saúde, 2006. 182 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de
Serviços de Saúde. Brasília, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva Projeto REFORSUS.
Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília – DF, 2001.
BRASIL. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei nº 12.305. Presidência da
República. Casa civil subchefia para assuntos jurídicos. Brasília, 02 de Agosto
de 2010.
BUSNELLO, Grasiele Fátima. Diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos
de serviços de saúde nas unidades básicas de saúde no município de Chapecó
– SC. Dissertação (Mestrado). Universidade Comunitária da Região de Chapecó,
2010. 163 páginas.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente – Brasil – Resolução n˚ 358/05.
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de
saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 29 de abril
de 2005.
COSTA, Elaine Cristina Lima da. Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde:
Manual básico de procedimentos. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2012.
MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. Atlas,
São Paulo, 65ª edição, 2010.

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Anexo

Boas práticas de PGRSS identificadas nas visitas a outros órgãos:

 Câmara dos Deputados

 Desde a implantação do PGRSS, há 10 anos, conseguiram


reduzir em 90% o total de resíduos hospitalares coletados,
sendo a maior redução no ano de implantação do plano;
 Já tiveram dois acidentes com perfurocortantes; um com
um catador, pois a caixa foi misturada com os resíduos da
reciclagem; e outro com uma servidora da limpeza que
amassou a caixa;
 Mesmo após 10 anos de plano, ainda enfrentam situações
de mau uso dos coletores; o que demonstra a necessidade
de sensibilização e capacitação frequente dos públicos;

 Supremo Tribunal Federal

 Utilizam 3 tipos de cestos, todos com pedal e tampa


(orgânico - saco preto; seco - saco azul e BRANCO COM
IDENTIFICAÇÃO DE RESÍDUO CONTAMINANTE)
 Fazem capacitação interna. Auxiliares têm metas de 10
horas/ano de curso que consta no contrato, mas a meta
do STF é de 15 horas/ano; Dentistas têm metas de 50
horas/ano.
 O PGRSS inclui a parte social:
• Recolhimento de pasta e escovas de dente, que são

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enviadas para a Terracycle (Brigada de saúde bucal


Colgate - www.terracycle.com.br) que para cada uni-
dade de resíduo enviada, receberá dois pontos Ter-
raCycle que equivalem a R$0,02 (1 ponto = R$0,01) e
poderão ser revertidos em doações para um entidade
sem fins lucrativos ou escola de sua escolha. (http://
www.terracycle.com.br/pt-BR/brigades/brigada-de-
-saude-bucal.html)
• Campanha adote 1 sorriso – Parceria com o SESC-DF
que leva ao STF unidade móvel para atender os tercei-
rizados. A consulta custa R$23,00, então os servidores
podem doar qualquer quantia para atender o maior
número de terceirizados. Em 2013, sem a arrecadação,
foram atendidos apenas 100. Em 2014, já conseguiram
arrecadar a quantia para atender 200.
 Os dentistas, auxiliares, estagiários e pessoal da limpeza
são incentivados a se vacinar (vacinação obrigatória área
de saúde).
 Conseguem manter a mesma equipe de auxiliares, o que
diminui os riscos de acidente. Nunca houve registro de
acidente com perfuro cortante.
 Fazem manutenção preventiva dos equipamentos odon-
tológicos 1 vez por mês, reduzindo a manutenção correti-
va e minimizando prejuízos.

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