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O pinhão é a semente de uma árvore bem brasileira: a Araucaria angustifolia.

Na verdade, o fruto do
pinheiro é a pinha, onde encontramos a semente, isto é, o pinhão. A arauária apresenta suas flores com
sexos separados em árvores diferentes e suas sementes são produzidas pela árvore do sexo feminino.

Esta semente foi a principal fonte de alimentação de algumas tribos indígenas do sul do Brasil. Muitos
animais também se alimentam desta semente, sendo os responsáveis pela plantação dos pinheirais. A
cotia, o esquilo (serelepe) e a gralha azul costumam carregar os pinhões a grandes distâncias e enterrá-
los no solo. Passado algum tempo as sementes acabam "esquecidas" e geram novas árvores. A relação
da gralha azul com o plantio das araucárias fez dela a ave símbolo do Paraná.

No Paraná, as araucárias eram tão abundantes que originaram até o nome da capital do Estado, Curitiba.
A palavra "curi" vem do tupi e significa pinheiro, já a palavra "tiba" significa miuto, abundância. Daí o
nome Curitiba ou muitos pinheiros.

A espécie não era encontrada apenas em Curitiba e região metropolitana: São José dos Pinhais,
Araucária e Pinhais. O Estado do Paraná, no século passado, era coberto por matas de araucárias, numa
área total de 80 mil km2. Atualmente esta área esta reduzida a apenas 4% da cobertura original. Hoje a
região de maior ocorrência de araucárias é a Centro-Sul e apenas para produção de mudas são utilizados
cerca de 8 mil quilos de pinhão.

A araucária apresenta madeira de cor branca, muito resistente e valorizada comercialmente. Devido à
qualidade excepcional dessa madeira, a espécie foi largamente explorada por madeireiros. No entanto,
devido à proteção ambiental, estas florestas começam a ser novamente formadas. O Paraná foi um dos
primeiros Estados a ter lei própria para proteger as florestas de araucárias (Lei n° 11.054, de 14 de
janeiro de 1995, disponível em http://www.pr.gov.br/iap).

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