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Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Sobre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Prólogo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
#1 - AS CRIPTOMOEDAS NO BRASIL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
#2 - REGULAÇÃO NO MUNDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
ARTIGO:
Israel e o ambiente para uma emissão de uma criptomoeda soberana. . . . . . . . . . . . 12
ARTIGO:
Bitcoin e ativos digitais: a nave espacial
que sempre volta para buscar passageiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
ARTIGO:
A chegada do capital institucional e como Wall Street está se preparando. . . . . . . . . 32
#6 - AS POSSIBILIDADES DA BLOCKCHAIN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
APRESENTAÇÃO
Crypto para Adultos: O Guia foi produzido especialmente para ser uma referência do atual estágio das cripto-
moedas e ativos digitais no Brasil e no mundo. Pode ser lido tanto por quem já tem algum conhecimento da
área, quanto por quem está dando os primeiros passos no assunto.
Nós da Transfero Swiss AG acreditamos que as criptomoedas são uma realidade já presente e fazem parte de um
futuro inevitável. Cremos também que são uma ferramenta de independência do indivíduo, que pela primeira
vez na história pode ter ativos digitais escassos com características comparáveis ao ouro e metais preciosos e,
com isso, se proteger de ciclos econômicos, crises sistêmicas e até mesmo de governos autoritários.
Somos uma das empresas mais consolidadas nesse mercado, tendo lançado o primeiro gateway de criptomoe-
das do Brasil em 2015 sob a marca Bit.One. Com o DNA da inovação, nossa empresa foi pioneira na emissão de
cartões pré-pagos carregáveis em bitcoin em 2016 e hoje oferece ao público uma estrutura internacional de
negociação de criptomoedas. Com nossa expansão para a Suíça e Liechtenstein em 2017, nossa área de Gestão
de Criptoativos hoje se destaca pelos produtos de carteiras administradas, buscando obter rentabilidade por
meio de diferentes estratégias de investimento para nossos clientes.
O objetivo deste e-book é oferecer uma versão ampliada do conhecimento adquirido pela Transfero nessa
trajetória pelo mercado de criptomoedas. Ato contínuo, esperamos que esta seja a porta de entrada para um
mundo fascinante que já fez indivíduos, empresas e instituições financeiras do mundo todo reconhecerem essa
nova classe de ativos.
Atenciosamente,
Thiago César
CEO da Transfero Swiss AG
SOBRE
Transfero Swiss AG
PanoramaCrypto
Tal como dinheiro, o bitcoin é uma representação de valor. Por exemplo, se alguém faz
um trabalho para outra pessoa, ela recebe em troca dinheiro, que representa o valor
daquele trabalho feito. Esse dinheiro pode ser usado para ser trocado por um outro
bem ou serviço. E assim sucessivamente.
O bitcoin veio para inverter completamente essa lógica. Ao invés de ter sua confiança
baseada nos bancos centrais ou comerciais, a criptomoeda tem sua confiança baseada
em um consenso entre diversos computadores em uma rede, que mantém um regis-
tro público e imutável da quantidade de moedas emitidas, das transações e de seus
detentores. Isso nada mais é do que a blockchain, a tecnologia que está por trás das
criptomoedas. Falaremos disso mais à frente.
Desde então, muita água passou por debaixo da ponte. A partir de forks (bifurcações)
do bitcoin, muitas outras criptomoedas surgiram. A primeira delas foi a namecoin
(NMC), em circulação até hoje. A mais famosa das criptomoedas originada do fork
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do bitcoin, contudo, foi a litecoin, que ainda permanece como uma das maiores e ela
mesma tendo diversas bifurcações. A partir daí, outras foram surgindo, seja por meio
de forks do bitcoin, como a dash, seja como criação original, entre elas o ether (moeda
da Ethereum), monero, entre outras.
O fato é que hoje as criptomoedas são uma realidade inexorável. E elas estão no
momento imediatamente anterior a uma explosão consistente. Seja pela entrada do
capital institucional, seja pela adesão de instituições financeiras centenárias. Não é
preciso lembrar que há 30-40 anos, eram raros os estabelecimentos que aceitavam
cartão de crédito. E passávamos eles lá naquele carbono sem pensar na revolução
que viriam a ser.
Só que hoje as mudanças ocorrem muito mais rápido. E não é difícil pensar que as
criptomoedas estão exatamente naquele momento do cartão de crédito no papel
carbono, mas vão ser adotadas com muito mais rapidez. Existem sim alguns gargalos
a serem vencidos, mas elas caminham a passos largos para se consolidarem como
meios de pagamento e ativos de investimento, como o ouro. E vencerão aquelas que
resolverem da melhor forma o problema das pessoas - um meio de pagamento rápido
e seguro, com baixíssimos custos de transação e sem a necessidade de intermediários.
É o poder nas mãos dos cidadãos.
Nos próximos capítulos, veremos em que estágio de adoção elas estão no Brasil e no
mundo, algumas regulações ao redor do globo, inclusive a brasileira, e como a entrada
do capital institucional - fundos de pensão, endowment funds e outros - pode ser um
gatilho para destravar de vez essa nova classe de ativos que vai fazer parte da vida das
pessoas mais cedo ou mais tarde.
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MAUC RLY POT O 1
AS CRIPTOMOEDAS NO BRASIL
Mas alguns passos positivos já foram dados. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
emitiu dia 19 de setembro de 2018 um novo ofício circular relativo às criptomoedas
no Brasil. Nesse documento, a autarquia confirmava a possibilidade do investimento
indireto em criptoativos pelos fundos regulados pela instrução 555.
Vale lembrar que os fundos permanecem impedidos de investir em ativos não listados.
Contudo, podem investir em fundos no exterior que têm criptoativos em carteira.
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No entanto, essa não foi a primeira vez que a xerife do mercado de capitais brasileiro
se posiciona sobre as criptomoedas. O ofício circular de setembro se soma a outros
quatro tratando do assunto. Portanto, a CVM vem acompanhando o assunto e não
tem se omitido quando provocada a se posicionar.
O Congresso Nacional também está atento aos criptoativos. Tramita na Câmara dos
Deputados o projeto de lei 2060/2019, de autoria do deputado Áureo Ribeiro, do
Solidariedade (SD-RJ). O projeto visa regular o bitcoin e outras criptomoedas no país
e, diferentemente de uma proposta anterior, aborda somente o regime jurídico dos
criptoativos. Em outras palavras, o projeto de lei busca endereçar questões relativas à
regulação prudencial, lavagem de dinheiro e defesa do consumidor.
A justificativa ao projeto de lei mostra uma visão favorável aos criptoativos. Sobretu-
do ao pontuar que “segura, a tecnologia, quando fomentada em ambiente regulado,
constitui elemento instrumental à redução de fraudes nas relações comerciais, dada
a imutabilidade de sua cadeia de blocos de dados. Serve, ademais, por seu caráter
público, ao combate à lavagem de dinheiro e à corrupção, utilidade que se mostra
premente no atual contexto brasileiro”
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REGULAÇÃO NO MUNDO
As criptomoedas vêm ganhando mais espaço a cada dia. No entanto, ainda muito
restritas a uma minoria da população mundial, elas vêm despertando a atenção dos
governos nacionais. Alguns países já regulamentaram as criptomoedas e outros estão
em vias de fazê-lo. Vejamos alguns deles:
AMÉRICA DO NORTE
Nos Estados Unidos, país onde as criptomoedas estão cada vez mais próximas do
mercado financeiro tradicional, elas são tratadas como commodities. Com isto, é pos-
sível taxá-las e permitir que os estados da federação criem diferenciações legais de
maneira autônoma. As criptomoe-
das nos EUA estão sob diferentes
ALGUNS ESTADOS, COMO
aparatos legais estaduais. Alguns
A PENSILVÂNIA SÃO MAIS
estados, como a Pensilvânia são
ABERTAS AOS ATIVOS E mais abertas aos ativos e outros,
OUTROS, COMO NOVA YORK, como Nova York, são muito restri-
SÃO MUITO RESTRITIVOS E tivos e estão licenciando todas as
empresas que querem trabalhar
ESTÃO LICENCIANDO TODAS
nesse mercado.
AS EMPRESAS QUE QUEREM
TRABALHAR NESSE MERCADO
Já o vizinho de cima, Canadá, in-
clui as criptomoedas no PPSA (Personal Property Security Act). Isto impõe políticas
de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. A província de
Quebec tem uma das legislações mais restritivas do país.
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EUROPA
ÁSIA
Na Ásia, o Japão foi o pioneiro ao legalizar moedas digitais, reconhecendo como uma
forma legal de pagamento. Além disso, no final de 2018, o governo japonês deu au-
tonomia para que a JVCEA, Japan Virtual Currency Exchange Association, regulasse o
mercado interno de criptomoedas.
Um pouco mais cautelosa, a Coréia do Sul legalizou o trader desde que siga as diretivas
de KYC (Know Your Customer), o que implica na ilegalidade para transações anônimas.
Exchanges e governo têm se aproximado para definir possíveis regras para o segmento.
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OCEANIA
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ISRAEL E O AMBIENTE
PARA A EMISSÃO DE
UMA CRIPTOMOEDA
SOBERANA
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Por outro lado, em muitos países da Europa é cada vez mais raro andar com dinheiro
vivo, o que favorece o ambiente para adoção das criptomoedas. Sobretudo com o ama-
durecimento da blockchain e sua aceitação como uma tecnologia eficiente e segura.
No Brasil, uma primeira iniciativa para estimular a adoção de criptomoedas como meio
de pagamento foi a criação do índice do bitcoin em reais. Dessa forma, comerciantes e
clientes têm a sua mão uma ferramenta para converter imediatamente mercadorias de
reais para bitcoins. Além disso, as exchanges brasileiras, por meio de suas associações
representativas, preparam iniciativas
para fazer disso uma realidade.
EM MUITOS PAÍSES DA
EUROPA É CADA VEZ
A Warp Exchange, por exemplo, desen- MAIS RARO ANDAR COM
volveu uma ferramenta que permite DINHEIRO VIVO, O QUE
localizar pontos de venda de produtos
FAVORECE O AMBIENTE
e serviços que aceitam bitcoin.
PARA ADOÇÃO DAS
CRIPTOMOEDAS
Além desse tipo de iniciativa, existem
outras pelo mundo, mais voltadas à tecnologia. Por exemplo, um ponto de pagamento
open source foi desenvolvido para aceitar transações utilizando a criptomoeda mo-
nero chamado Kasisto. A aplicação desenvolvida pelo programador germânico Timo
Uhlmann conseguiu processar pagamento em apenas 22 segundos durante os testes.
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Outra solução que veio do mercado foi a preCharge (PCPIe). A plataforma da empresa
permite que tanto comerciantes quanto consumidores validem suas identidades e
transações em tempo real. Além disso, a plataforma oferece uma wallet para bitcoins
e altcoins. Seus usuários recebem ainda um cartão de débito pelo qual podem sacar
dinheiro em caixas eletrônicos comuns e fazer compras.
Se, por um lado, os desafios técnicos aos poucos têm sido superados, de outro, questões
mercadológicas ainda precisam ser resolvidas. O bitcoin, por exemplo, a criptomoeda
mais popular, é muito volátil. Para se ter uma ideia, o ativo atingiu R$ 64 mil em 2017
e tempos depois caiu para níveis entre
A RESPOSTA É QUE ELAS R$ 14 mil e R$ 15 mil.
FACILITAM A CIRCULAÇÃO
DE MOEDA NUMA ECONOMIA Para tentar contornar essa situação
MUNDIAL TOTALMENTE foram criadas as stablecoins, que são
DESCENTRALIZADA criptomoedas atreladas a uma moeda
fiduciária, como o dólar, por exemplo.
Exemplos de stablecoins são o theter, USD coin, trueUSD e paxos. Alguém pode
perguntar por que criar stablecoins e não simplesmente usar as moedas fiduciárias
as quais estão atreladas. A resposta é que elas facilitam a circulação de moeda numa
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PA N O R A M A C R Y P T O
Atualmente há mais de 50 stablecoins no mercado crypto. Cada uma tem suas carac-
terísticas, mas todas funcionam mais ou menos do mesmo jeito. Elas têm garantias
de algum tipo e administram o fornecimento para ajudar a incentivar o mercado a
negociar a moeda a um valor estável. Embora possam ser complexas se olhadas de
perto, o objetivo de todas é ter um valor estável.
Há basicamente dois tipos de stablecoins. Elas podem ser lastreadas por ativos ou
terem um algoritmo que estabiliza seu valor. As que são lastreadas por ativos mantém
a proporção estável de um por um às moedas às quais estão atreladas. Por exemplo,
o tether é tokenizado em dólares, portanto possui um dólar para cada token emitido.
Ou seja, para cada token emitido, eles precisam ter um dólar na conta.
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PASSAGEIROS
Do lado dos que acreditavam no bitcoin e no futuro dos ativos digitais existia uma
espécie de ethos, uma identidade social formada em volta da tecnologia. De forma
simples, concebeu-se o conceito de que um ativo digital seria escasso e teria regras
de emissão, transação e segurança garantidas por um protocolo matemático imutá-
vel. Trocava-se a falibilidade do ser humano pela confiança na matemática. Vires in
numeris, frase em latim que significa “força em números”, era vista em fóruns, debates
e palestras da época. Fazer parte disso era como entrar em uma nave espacial que te
libertaria da caverna de Platão em termos econômicos. O preço? Para esse grupo não
restavam dúvidas: a nave espacial iria pra Lua, to the moon!
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Os conselhos mais oferecidos em dezembro de 2013 eram: “Se eu fosse você, eu ven-
deria tudo. Coloca o dinheiro no bolso. Parabéns por ter acreditado”. Mas como bons
tripulantes da nave espacial, foram muitos os que seguraram suas posições em bitcoin
esperando chegar à Lua. Ironicamente, entretanto, vimos o preço cair de US$ 1.000
para US$ 400 em março de 2014, abrindo espaço para as mais diversas interpretações.
Os anos subsequentes reforçaram os posicionamentos dos céticos, com o bitcoin
amargando níveis de preço próximos a US$ 200 em 2015 e retornando para magros
US$ 500 em 2016. Para os não-tripulantes, tudo estava cristalino: “nós avisamos”. Do
outro lado, a visão dos apoiadores da tecnologia pregava paciência, a nave espacial
só havia retornado para buscar mais passageiros.
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PA N O R A M A C R Y P T O
A virada de ano de 2017 para 2018 foi uma reedição da escalada de 2013. O bitcoin atin-
giu seu pico máximo na fronteira dos US$ 20.000 e o mercado foi inundado por novas
corretoras, novos projetos de criptomoedas, consultorias e fundos, consolidando uma
aproximação séria do mercado financeiro formal com a indústria emergente dos ativos
digitais. O ecossistema aproveitou o influxo de capital para se tornar mais robusto, ain-
da bem, pois o movimento subsequente de março de 2018 até o presente momento foi
mais um teste de resiliência para os tripulantes da tecnologia: em abril, o preço do bit-
coin voltava para o
patamar de US$
7.000 e em dezem- COMO TODA CLASSE DE ATIVOS,
bro, US$ 3.500. CICLOS DE EXPANSÃO E CONTRAÇÃO
ESTÃO PRESENTES, MAS PARECEM
SER MUITO MAIS RÁPIDOS QUE EM
ATIVOS MAIS TRADICIONAIS COMO O
Lições podem ser
OURO OU A PRATA
tiradas quando
analisamos a jor-
nada do mercado de ativos digitais. Como toda classe de ativos, ciclos de expansão e
contração estão presentes, mas parecem ser muito mais rápidos que em ativos mais
tradicionais como o ouro ou a prata. Em termos de classificação de ativo, existem pa-
ralelos interessantes entre o próprio bitcoin e ativos anticíclicos e de oferta inelástica,
como os já citados ouro e prata. Para complementar, a iminência da aprovação de ETFs
baseados em bitcoin podem trazer a mesma valorização vista no ouro, conforme o
gráfico na página a seguir:
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Em síntese, o mercado de ativos digitais passa por uma fase semelhante ao período
de baixa de 2014-15, mas com potenciais de upside muito mais claros. No boom de
2013, na escalada dos US$ 100 aos US$ 1.000 em alguns meses, o sentimento era de
incerteza sobre o futuro dessa nova classe de ativos, com muitas suspeitas de bolha ou
histeria coletiva. Hoje, o grau de maturidade da indústria mudou. Players institucionais
já fizeram incursões no mundo dos ativos digitais, o ambiente regulatório está mais
consolidado e os players que sobreviveram aos ciclos de altas e baixas são hoje mais
sólidos do que nunca. Com preços nos níveis de agosto de 2017, não restam muitas
dúvidas: a nave espacial voltou para buscar novos passageiros. O destino? A Lua.
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Há muita especulação sobre qual é o país que tem o maior número de detentores de
criptomoedas. Não há consenso sobre isso. Alguns dizem que a maioria das moedas
“em circulação” ou mineradas estão em posse de grandes exchanges, fundos ou em-
presas de mineração. Conhecidos como baleias, esses agentes usariam sua posição
para influenciar o mercado a seu favor. No entanto, diante da descentralização do
bitcoin, é difícil que isso seja 100% verdade.
Mas ainda assim, há também muitos usuários que colocam seus países no mapa das
criptomoedas. Um estudo feito pela empresa de pesquisas e estatísticas Statista mostra
que há um grande número de usuários de criptomoedas pelo mundo. Vejamos alguns
destaques apresentados pelo estudo.
ESTADOS UNIDOS
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ROMÊNIA
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REPÚBLICA TCHECA
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CHINA
As principais exchanges do país têm um dos maiores volumes de bitcoin sendo nego-
ciados diariamente. Além disso, há relatos de que cidadãos chineses se aproximaram
de usinas de produção de energia para lucrar com eletricidade barata e usá-la para
minerar bitcoins. No entanto, a restritiva regulação do país tende a afastar usuários
desses ativos. O ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Zhou Ping,
pediu a aceleração da padronização da tecnologia blockchain no país.
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ESPANHA
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POLÔNIA
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TURQUIA
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JAPÃO
O Japão é conhecido por ser um dos países mais pró-crypto no mundo. Afinal, le-
galmente é um dos poucos países que reconhece as criptomoedas como um meio
legítimo de pagamento. Por causa disso, há um grande número de bitcoins sendo
transacionados dentro e fora do país, com muitos japoneses optando por mantê-los
em carteira aguardando o potencial de valorização das criptomoedas.
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SUÍÇA
A Suíça sempre foi conhecida principalmente por seus bancos e instituições financeiras
de ponta. Mas o país também é um dos mais abertos às criptomoedas e à blockchain.
É na Suíça que está o Crypto Valley, em Zug, região que abriga um sem número de
empresas crypto e de blockchain. Além disso, os bancos começaram a abrir suas portas
para as criptomoedas, um movimento que encorajou muitos cidadãos a comprarem
esses ativos.
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COREIA DO SUL
A Coréia do Sul é outro país da Ásia que está impactando a cena do bitcoin. Com a
China um pouco mais fechada às criptomoedas, muitos têm escolhido a vizinha Coreia
do Sul para abrigarem suas operações comerciais. Com abertura para tecnologia, o
país abriga diversas exchanges e empresas crypto que atendem a uma população com
um interesse crescente em bitcoins e altcoins.
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Diversos novos negócios têm surgido com a aplicação da tecnologia ligada às crip-
tomoedas. Dentre eles, estão as plataformas de security tokens, as stablecoins e os
produtos criados por empresas tradicionais. Além disso, novos players – como insti-
tuições já estabelecidas em seus mercados core – estão adentrando nesse território.
Por isso mesmo, os criptoativos são cada vez mais impossíveis de serem ignorados.
Além disso, o bitcoin está se tornando uma classe de ativos investíveis, como ouro não
alocado. Com isso, tem o potencial de se tornar um repositório de valor nativamente
digital relevante. Além de ser uma alternativa às classes de ativos tradicionais.
A Ethereum, por sua vez, permitiu que as ofertas iniciais de moedas (ICO) fossem um
meio alternativo de levantar capital. Apesar de alguns ICOs terem se mostrado como
atividades fraudulentas e com falta de governança, representam uma inovação im-
portante.
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Além disso, diversas iniciativas em curso nos Estados Unidos apontam para a inevita-
bilidade do investimento institucional nas criptomoedas. Uma delas é a aguardada
liberação do ETF do bitcoin, com diversas solicitações tendo sido recusadas pela SEC.
Outra é a plataforma Bakkt, uma plataforma da NYSE para trading. Já a Nasdaq prepara
uma plataforma para negociação de futuros de bitcoins.
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A CHEGADA DO CAPITAL
INSTITUCIONAL E COMO
Apenas os dez maiores Endowment Funds de Universidades nos Estados Unidos ge-
rem em torno de 200 bilhões de dólares em patrimônio, o equivalente a todo o valor
de mercado de todos os ativos digitais em circulação. O maior deles, o fundo gerido
pela Universidade de Harvard, tem patrimônio total de aproximadamente 40 bilhões
de dólares. Para se ter uma ideia, apenas os patrimônios dos fundos de Harvard, Yale
e Stanford são suficientes para quase igualar todo o Market Cap – valor de mercado –
do bitcoin, de aproximadamente 100 bilhões de dólares. O impacto que apenas uma
fração dos patrimônios desses fundos poderia causar no mercado é sem precedentes.
Entretanto, não é só o tamanho desses fundos que chama a atenção do mercado, mas
também seu apetite para investimentos de risco.
Os Endowment Funds são parceiros de longa data como Limited Partners em diversos
fundos de investimento em Venture Capital nos EUA. Um caso emblemático é o in-
vestimento do Endowment de Stanford no fundo Accel IX, da gestora Accel Partners.
Nos anos posteriores ao estouro da bolha das pontocom, que ocorreu no ano 2000, os
fundos VC tiveram grandes dificuldades para levantar capital dado os baixos retornos
dos fundos cujo vintage year – termo que referencia o ano em que este foi iniciado – se
deu imediatamente antes do crash. O Endowment de Stanford vinha investindo nos
fundos da Accel e, naquele momento, amargando retornos ruins após a desvalorização
das empresas de Internet.
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Não custa lembrar que boa parte das empresas que fizeram sucesso nos EUA nos últi-
mos 30 anos foram constituídas por alunos e ex-alunos dessas instituições. Mas o que
ainda impede estes fundos de investirem ainda mais nesta classe de ativos?
Algo que restringiu até o presente momento uma entrada mais acelerada deste capi-
tal é a carência de certas estruturas, jurídicas e em termos de processos e tecnologia,
capazes de trazer segurança para estes investimentos. Apesar da descentralização
proporcionada pela tecnologia Blockchain ser o seu principal fator de disrupção, a
sensibilidade em relação à segurança das chaves privadas que dão acesso aos ativos
é, ainda, um fator de risco importante. A boa notícia é que grandes players do merca-
do financeiro nos EUA têm se mobilizado para construir a base para esse movimento
de institucionalização. Nesse sentido, a entrada de Wall Street na cena não só cria as
bases para a entrada do capital institucional, bem como destrava para esta classe de
ativos os investimentos vindos da maior economia do mundo (EUA), que concentra
mais de um terço da riqueza mundial.
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AS POSSIBILIDADES DA BLOCKCHAIN
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A expectativa do mercado financeiro com relação a blockchain era tão grande que
empresas relacionadas à tecnologia tinham suas ações valorizadas instantaneamen-
te. Contudo, alguns casos ocorreram demonstrando que a expectativa do mercado
havia saído do controle. Um dos casos foi o da empresa Long Island Iced Tea, uma
fabricante de bebidas que mudou o seu nome para Long Blockchain Corp e teve suas
ações alavancadas imediatamente, sem possuir nenhuma relação com a tecnologia
blockchain, exceto pelo nome. Contudo, não foram apenas empresas pequenas que se
aproveitaram da reputação da blockchain. A Amazon lançou recentemente o Amazon
Managed Blockchain, um serviço centralizado que permite administrar uma blockchain
na nuvem. Segundo a análise dos profissionais de tecnologia, o serviço vai contra
todos os princípios da blockchain e parece ter sido desenvolvido apenas pelo market
em torno do produto.
NO BRASIL, ALGUNS
Por outro lado, outras empresas CARTÓRIOS JÁ COMEÇAM A
têm utilizado a tecnologia de forma UTILIZAR A TECNOLOGIA PARA
revolucionária. Na Espanha a plata-
SIMPLIFICAR PROCESSOS E
forma Energy Web Foundation está
DIMINUIR OS CUSTOS DAS
sendo utilizada para rastrear a ener-
gia renovável, desde sua produção OPERAÇÕES
até o seu consumo final. No Brasil,
alguns cartórios já começam a utilizar a tecnologia para simplificar processos e dimi-
nuir os custos das operações. Um dos pioneiros foi o Cartório Azevêdo Bastos em João
Pessoa. Contudo, a aplicação mais expressiva da blockchain na sociedade brasileira se
deu durante as eleições, com a plataforma Voto Legal. Essa plataforma tornava trans-
parente e facilmente auditável os gastos dos políticos em suas campanhas eleitorais.
O FUTURO DA BLOCKCHAIN
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No entanto, esse movimento foi além dos cidadãos e as instituições também têm bus-
cado formas descentralizadas de se relacionar umas com as outras. Além de garantir
a integridade dos dados, os sistemas baseados em DLT tem demonstrado serem efi-
cientes em diminuir custos e o tempo necessário para a execução de alguns processos.
Esse movimento tem se tornado expressivo principalmente nas transações financeiras
internacionais em que sistemas como o SWIFT têm sido substituídos por criptomoedas
ou por outros sistemas que utilizam DLT. A utilização de tecnologias descentralizadas
para transações internacionais ganhou tamanha força que o JP Morgan, um banco
cujo CEO critica abertamente as criptomoedas e a tecnologia blockchain, anunciou o
desenvolvimento da JPM Coin. Um sistema que utiliza a tecnologia blockchain para
transferência internacional entre o banco e outras instituições clientes.
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CONCLUSÃO
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Produção Editorial: Transfero Swiss AG/PanoramaCrypto
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