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santa-catarina-lanca-desafio-inclusivo-conte-uma-historia
a) No assunto do e-mail - Desafio Inclusivo da BPSC: "Conte uma história";
b) No corpo do e-mail : - Nome completo; Título da história;
c) A história em anexo, conforme as especificações do item 5.1.
bpscdesafioinclusivo@gmail.com - O prazo é até as 23h59 do dia 04 de outubro de 2020

Casa dos Livros

Aqui Jaz mil viagens!


Não é um relato de um acontecimento vivido, uma história inventada, é apenas uma visão
minha sobre uma Biblioteca, basicamente dicas.
Biblioteca foi chamada por vários nomes, nas diversas línguas e épocas : Library, Bibliotech e
Bibliômanos, Librarie, bibliothéque, Bibliothekai (designava prateleiras ou nichos) ou deveria ser
chamada Livrioteca ou Livroteca?
São formadas muitas vezes por doações, aquisições, herança, etc.
Existem referências bem antigas de biblioteca, como exemplo :
- Biblioteca de Ninive ou do Palácio de Assurbanipal, rei Assírio, na Babilônia, contém 22 mil
placas de argila e madeira, em escrita Cuneiforme, com a famosa Epopéia de Gilgamesh e o código
de Khammu-rabi ou Hamurabi, no século VII a.C.,
- Esla ou Ebla, na Síria. Escavações datam o local a 2.300 a.C., com 15 mil tabuletas de barro,
em escrita suméria, sugerem uma biblioteca.
- A de Pérgamo (noroeste da Ásia Menor), hoje Turquia, com os famosos pergaminhos
(pergamenous), pois foram proibidos de usar o Papiro.
- Alexandria, fundada no fim do século II a.C., no antigo Egito, guardando textos de Aristóteles.
- Roma, as Casas dos Saberes, em 112 a.C., no fórum de Trajano, única que sobreviveu após
a queda de Roma, planta de bibliotecas gêmeas e a fundada por Caius Asinius Pollio (39 a.C.) com
livros gregos e latinos..
- China, cujas estantes vão do chão, como escadas, até o teto
- Atenas, foi elaborada em 1825
- Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, fundado em 1837, e,
- e, por fim, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a maior da América Latina, cujo acervo
iniciou em 1808, com a chegada da Família Real no Brasil e criação em 1810.
Existem também bibliotecários famosos : Benjamin Franklin (1706 – 1790), Giácomo Casanova
(1725 – 1798), Henri La Fontaine (1854 – 1943), Mao Tsé Tung (1893 - 1976), Adelpha de
Figueiredo (1894 – 1966), uma das primeiras brasileiras, José Ephim Mindlin (1914 – 2020), José
Saramago (1922 – 2010). Existe até santo protetor : São Jerônimo – patrono dos leitores. Sêneca –
em Euthymia – dizia que a leitura “transmite” ou era o bem estar da alma.
Envolve o trabalho, antigamente de escribas, hoje de redatores, gráficos, editores e, por fim,
leitores, pois se não houver leitor, para que servem os livros. Hoje, com as tecnologias, será que os
livros impressos deixarão de existir, depois de tão longa data que são impressos, pois em 1450
Gutemberg criou a prensa com tipos móveis e a partir disso nos propiciou essa delícia que é a
possibilidade de leitura. Nos são apresentados nos mais diversos materiais, formatos, cores :
pergaminho, códice, eletrônicos, mas nada melhor que o papel ou palpável. É um enigma o prazer
da leitura. Fãs de livros impressos jamais abrirão mão do cheiro do papel, da tinta, do manuseio
folha a folha e sua textura, relevo da capa, em troca de um acervo digital. Embora possam coexistir,
sem competir, pois há amantes para as duas artes. Igual pintura e fotografia, teatro e filme, viagem
local e virtual, etc. Por isso que hoje se criam muitas coisas que chamam “retrô” (retrospectiva,
retorno ao passado, mas com jeito de futuro). Claro que, quantidade, rapidez de acesso,
visualização em vários formatos e línguas, facilitam a vida, mas ......
Qual a melhor hora para ler? Não existe horário para se saborear uma boa leitura, degustar as
palavras, se encantar com o texto, participar da aventura, ir a vários lugares, sem sair do lugar,
imaginar mil façanhas, isto se traduz ou resume na palavra : Livro. Alguns preferem pela manhã,
outros à tarde, e ainda, como eu, que prefere a tranqüilidade da noite.
As Bibliotecas, sejam públicas, privadas ou particulares, guardam estas maravilhas
encantadoras de mentes. Personagens povoam ou habitam cada peça. Um amigo leal. Desejo
incontido de adquirir cada vez mais livros. Lugar público, de leitura privada.
Uma biblioteca pode retratar o tipo de leitor que a freqüenta.
Seja na ficção, conto, poesia, prosa, antologia, romance, didático, histórico, técnico, cada qual
tem seu saber e seu sabor, suas qualidades e defeitos, só depende de quem lê. Não podemos ficar
só pela “visão dos outros”, temos que nos certificarmos por nós mesmos. Não podemos avaliar um
bom livro apenas pela sua capa. Ler, contar o que lê, se imaginar na história, ouvir o que leram. Virar
as páginas com cuidado, tratá-lo com carinho. Detesto rabiscar os livros e tenho pena dos que já
tiveram suas páginas rabiscadas, escritas, assinaladas, assinadas, “assassinadas”. Acho que os
autógrafos teriam que ser dados em folhas extras, que deveriam acompanhar os livros, para não
“manchar ou machucar” os livros.
Não sou um Júlio (o Verne), mas me imagino nas 20 mil letras submentinas (na mente. rs) ou
dando a volta ao mundo em 80 palavras.
Um título “chama” outro ao pesquisarmos numa estante. Os livros podem instigar certas
vontades, nos transportam para outros lugares, tempos, situações, emoções. Muitas vezes ou
pessoas agem de maneiras totalmente diferentes, com seus livros ou os que estão lendo. Uns só
lêem, outros lêem e pensam, outros vivem a história lida, outros ainda lêem e rabiscam palavras,
frases ou mesmo textos que, mais tarde, ao relerem, fazem refletir sobre sua própria vida, ou de
alguém conhecido ou situação vivida ou presenciada.
Existiram muitos livros proibidos, censurados (índex), excluídos, e muitos foram até queimados
durante alguns períodos da história, por algumas pessoas, pois achavam que podiam apresentar
algum perigo, sendo nocivos para a sociedade, por títulos, textos ou palavras que o “proibidor”
imaginava ter. Isso se encaixa numa palavra que gosto muito e faz todo sentido : hermenêutica.
Depende da opinião ou ponto de vista de cada um. Uma lástima. Tácito, no século I, disse –
“Cegueira dos que acreditam que ato arrogante pode extinguir a memória da posteridade”,
conseguiram fama duradoura para os inimigos. Ainda esperamos mentes mais sadias, que não
aniquilem o conhecimento dos anteriores ou dos seus conquistados”.
Cada “dono” organiza os livros ou biblioteca do seu jeito : por autor, assunto, ano, ordem
alfabética, nome, sobrenome, idioma, na vertical, horizontal, formato, gênero, título, infantis,
biografias, bibliografia, histórias reais, mais antigos, mais lidos, menos lidos, jamais lidos, serão
relidos, lidos várias vezes, coleções, mais caros, cor, grau de afeição, país ou continente, data
aquisição, publicação, prioridade de leitura, encadernação, série, os mais variados gostos. Na minha
biblioteca particular, criei : História geral, Brasil, Biografias, Genealogia, História de Santa Catarina,
História dos municípios, Literaturas, Outros. É prática interessante criar sumários ou resumos dos
livros que possuímos
Reordenar os livros não é tarefa fácil, pois “temos” que dar uma folheada em muitos, por causa
do assunto ou por fazer muito tempo que não o folheamos. A organização ou classificação também
tem influência pelo espaço para guardar. Quanto mais “crescem” a quantidade dos livros, mais se
procura uma maneira de classificá-los e realocá-los. A cada dia surgem novas publicações no
mercado, nos “forçando” a comprá-los ou simplesmente saborear umas folheadas do seu conteúdo,
com um desejo enorme de “adotá-los” e levar para casa, salvaguardá-lo, tratá-lo com o devido
respeito e carinho. Às vezes são lançadas novas coleções e adquirimos, pelo menos, o primeiro
volume, que já satisfaz um pouco o ego. O problema é que quanto mais temos, mais queremos. A
decisão do que “descartar ou não” vai de encontro ao gosto de cada indivíduo. O que parece não ser
interessante para mim, pode ser “extremamente” útil para outros. Eu, por exemplo, não gosto nada
que fale sobre política, mas “amo” história, biografia, genealogia.
Existiram os criativos, que escrito com suco de limão, que ao receber calor por baixo do papel,
queimava os contornos de onde foram riscados ou desenhadas as letras. Existem os que formam
pirâmides ou outras figuras, dando uma idéia de tridimensional.
Quanto às prateleiras, podem ser estantes abertas, armários fechados, baús ou caixotes,
escaninho. Pode-se criar cores nas prateleiras para organizar. Posso criar apelido para prateleiras.
Lionel Johnson criou estantes suspensas no teto, como lustres. Várias são tais sofisticações e
imaginação. Colunas de 4 lados, girando em torno de um eixo. Estantes tão altas que exigem
grandes escadas. Algumas até com rodas para se mover facilmente. Que podem conter cestos ou
depósitos. Estantes como armários grudados, também, que podem ser arrastadas, afastadas ou
juntas, na medida que se necessite. Painel móvel, madeira com furos onde posso adaptar a altura
das prateleiras.
É um prazer passear por entre as estantes cheias de livros, das mais diversas formas,
tamanhos, conteúdos, no silêncio do ambiente, mas que nos dizem tanto. Nos pedem apenas para
lê-los, e nos oferecem “tudo”. O conhecimento não consiste em só ler, ouvir, visualizar, etc, mas em
absorver a síntese (resumo) sobre o assunto “estudado” (tratado), e não o todo, só a parte que
interessa a cada um. Ler em voz alta, baixa ou com os olhos.
Contando que me proponha a ler, não importa o tipo de ambiente. O importante é estar
sossegado, sem nada que tire a atenção. Mas existem os mais criativos, construindo uma biblioteca
das mais diversas formas, cores, etc. : em forma de cérebro ou crânio, ou em forma de biliche
arredondado, onde cada leitor ocupa um andar, fino na largura, mas alto, com 2 andares. Poderia ter
a aparência de um livro aberto, deitado ou em pé. Estante ou mesa giratória. Prateleiras deslizantes.
Retangulares, cônicas, triangulares. Vários níveis de piso. Em forma de árvore genealógica. Ou que
move peças, igual lego, para mostrar prateleiras. Portas escorregam para cima ou baixo, Ora mostra
uma estante, ora outra. Como um cabideiro ou manequim, um mostruário em torre. Os livros
segurando as prateleiras. Treliça de metal que possa pendurar, com ganchos. Prateleiras presas por
corda. Cama de livros. Tipos ou folhas.
Para aproveitar o livro de maneiras diferentes, incentivar a leitura, poderíamos criar uma
brincadeira numa biblioteca : um labirinto, onde o leitor deveria vencer o desafio de encontrar o livro
desejado ou ofertado ou a leitura de um livro que “chama” ou referencia outro.
Alguns livros, muitas vezes ficam muito tempo sem serem abertos e quando o são novamente,
revelam outros mistérios não percebidos. Estantes altas ou profundas, ou baixas demais, livros
esquecidos. É um pecado.
Este prazer todo às vezes é prejudicado por vários fatores que os rodeiam : acidez, fragilidade,
fogo, fungo, traça. Exigem diversos cuidados. Cada qual com seu grau de conservação e
armazenamento.
Enfim, seja erudito, cético, bibliófilo, todos coligem “conhecimento”, formando seu compendio,
criando sua epifania, virando onívoros dos temas dos livros, numa fome esdrúxula pelo saber, mas
de uma maneira nada ilibada, não ligando para suas máculas e sem querelas, se tornando
simplesmente um pândego.

Bom garimpo e ótima leitura!

A escrita permanece, e a memória pode falhar, se apagar, se perder.


(versa volant, scripta manent)
Adágio latino

Léxico para simples conhecimento (Dicionário baseado em pesquisas no Google)

Amiúde - repetidas vezes, com frequência, a miúdo


Andrajuse - esfarrapada, maltrapilha
Antologia – coleção de trabalhos literários agrupados por temática, autoria ou período
Apócrifo - obra religiosa destituída de autoridade canônica ou mantida na clandestinidade
Ascetas - prática que visa ao desenvolvimento espiritual e renúncia ao prazer físico.
Bibliófilo - aquele que ama os livros. Arte de colecionar livros
Calígrafo - copista ou amanuense empregado para passar a limpo obras, documentos etc.
especialista em caligrafia ou praticante dessa arte de escrever elegantemente à mão.
Cânones - composição polifônica onde uma melodia é contrapontada a si mesma, várias partes
repetem a inicial, em tempos diferentes e é também um conjunto de regras sobre um assunto.
Cético - quele que não confia, duvida; descrente. questionamento para com o conhecimento, fatos,
opiniões ou crenças
Charakitar – numa tradução literal, escrivinhadores
Códice - pequena placa encerada, de marfim ou madeira, usada pelos antigos romanos para
escrever. conjunto dessas placas, articulado por dobradiças, constituindo uma espécie de livro,
por manuscritos. avanço do rolo de pergaminho
Coligir – agrupando, reunir em coleção,
Colofão - nos manuscritos e nos incunábulos medievais, nota final que fornece referências sobre a
obra e indicações relativas à sua autoria, transcrição, impressão, lugar e data de sua feitura. n
os livros atuais, inscrição final onde o tipógrafo indica a data e o lugar da feitura da obra
Compendio - resumo de uma teoria, ciência, doutrina. coleção concisa de informação
Crônica - narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa ou livros.
Cuneiforme – escrita feita com auxílio de objetos em formato de cunha
Dissuadir - convencer a mudar de ideia, a abdicar de uma decisão
Epifania - que expressa súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo
Epistemológica - teoria do conhecimento, a ciência que investiga a crença e o conhecimento,
procurando a natureza do saber científico e suas limitações
Erudito - instrução vasta e variada, adquirida sobretudo pela leitura e pelo estudo
Escaninho - Compartimento de pequeno tamanho, às vezes secreto, em caixas, cofres, gavetas,
armários etc. lugar oculto, recôndito; recanto
Escriba - profissional que copiava manuscritos ou escrevia textos ditados
Esdrúxula - Característica daquilo que se encontra fora das regras usuais ou comuns, causando
admiração e espanto.
Exegética - que se dedica à explanação e à interpretação de qualquer assunto.
Filólogos - estudioso ou conhecedor de filologia, estudo da linguagem em fontes históricas escritas,
incluindo literatura, história e linguística
Fornidas - abastecido; cheio; guarnecido. Resistente; encorpado; grosso. Robusto; corpulento; forte.
Gatujam – rabiscar, cobrir com ou fazer garatujas, desenhos ilegíveis ou rudimentares
Herege - quem professa doutrina contrária ao que foi estabelecido pela Igreja como dogma
Ilibado - não tocado; sem mancha; puro.
In fólios - nome que se dá, em editoração ao método de impressão no qual uma folha impressa é
depois dobrada ao meio, de modo que os cadernos tenham quatro páginas, duas de cada lado
Lombada - lado do livro ou revista onde fica a costura das folhas
Máculas - Mancha; nódoa de sujeira; sinal de impureza
Mnemônica - técnica de memorização poderosa existente desde os antigos gregos. São,
tipicamente, verbais, e utilizados para memorizar listas ou fórmulas
Onívoro - que come tudo ou de tudo
Palindrome - palavra, frase ou qualquer outra sequência de unidades que tenha a propriedade de
poder ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita
Pândego – pessoa alegre, engraçado, divertido
Oficina de leitura - para o despertar da importância da mesma na formação do cidadão
Querelam - Fazer um lamento; em que há lamúria ou aflição; queixar-se
Saprófita - designação em biologia, aos organismos, plantas, fungos e outros, que se alimentam de
substâncias normalmente provenientes de matéria orgânica em decomposição
Saral literário - evento em que as pessoas se encontram para se manifestarem artisticamente
Sátira - na literatura latina, composição livre e irônica contra instituições, costumes e ideias da
época. Composição poética que ridiculariza os vícios e as imperfeições
Sumário ou pinakes (grego) (ver partes de um livro) - enumeração das divisões, seções, capítulos e
outras partes do trabalho, seguindo a mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede
Temática - conjunto dos temas que caracterizam uma obra literária ou artística
Tênue - suave, pouco espesso; delgado, fino.
Tomo - divisão editorial de uma obra

Bibliografia

1.Manguel, Alberto – A biblioteca à noite


2. Google (dicionário)
3. http://muitomaisquelivros.blogspot.com/2016/03/35-bibliotecarios-famosos-incluindo.html
4. www.wikipédia.org

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