Anne frank o diário que comoveu o mundo Em junho de 1942 uma menina alemã ganhou em seu décimo terceiro aniversário um caderno axadrezado branco e vermelho. Dele fez seu primeiro e único diário, mais tarde reiniciado em outros dois cadernos de exercícios; em 1944 foi reescrito e revisado em mais 324 folhas avulsas de papel colorido, quando, já com quinze anos, esta menina veio a ser presa, deportada e morta num campo de concentração em Bergen-Belsen. Três anos depois este diário foi publicado como uma narrativa do Holocausto. “Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta. Mas pergunto-me: escreverei alguma vez coisa de importância? Virei a ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero-o de todo o meu coração! Ao escrever sei esclarecer tudo, os meus pensamentos, os meus ideais, as minhas fantasias!” anne frank trecho do diário QUINTA-FEIRA, 1º DE OUTUBRO DE 1942 Querida Kitty: Levei um susto terrível ontem. Às oito tocou a campainha, e eu já imaginava o pior. Já sabe o que quero dizer com isso. Mas disseram que deviam ter sido garotos, e eu me acalmei. Agora os dias passam num silêncio! Na cozinha do escritório trabalha um farmacêutico, o senhor Lewin, que está fazendo experiências para a firma. Conhece bem a casa toda, e temos receio de que entre no laboratório antigo. Estamos muito quietos. Quem, há três meses, teria adivinhado que a Anne, sempre tão agitada, teria que ficar tanto tempo quieta numa cadeira, sem falar? No dia 26, a senhora Van Daan fez aniversário. Não houve grande festa. Demos flores, uns presentinhos e um jantar melhor. É tradição o marido oferecer-lhe cravos vermelhos. Falando da senhora Van Daan, quero confessar uma coisa. As suas tentativas de flertar com meu pai me aborrecem do fundo do coração. Ela passa a mão no rosto e no cabelo dele e lhe mostra as suas “lindas” pernas. Tenta sempre que pode chamar a atenção do Pim sobre ela. O Pim não a acha bonita nem simpática e é indiferente às seduções dela. Não sou ciumenta, mas aquilo é duro de suportar. Já disse a ela sem rodeios que a mamãe não se porta assim com o senhor Van Daan. O Peter, às vezes, é engraçado. Nos divertimos colocando fantasias. Outro dia, ele apareceu num vestido muito apertado de sua mãe, com um chapéu na cabeça. Eu vesti o terno dele e pus a sua boina. Todo mundo morreu de rir e a gente se divertiu muito. Elli comprou saias para mim e para a Margot. São de má qualidade e muito caras. Ela nos arrumou lições de Taquigrafia por correspondência. No ano que vem seremos taquígrafos. Que bom a gente poder aprender esta espécie de código secreto. Sua Anne. Carolina maria de jesus Quarto do despejo: diário de uma favelada
Carolina era catadora de lixo e tinha pouca
instrução, mas era apaixonada pelas letras e lia com frequência. Moradora de uma favela em São Paulo, escrevia diários que contavam o seu dia a dia, até que foi descoberta por um jornalista que a apoio na publicação dos seus manuscritos. proposta de atividade
Em quatro grupos, vocês irão construir textos narrativos
“colaborativos”. Cada rodada um grupo será responsável por um parágrafo na estrutura do texto. E com base nos conhecimentos que estudamos e discutimos juntos sobre relatos. No final, teremos quatro narrativas que precisam ter coerência desde sua introdução até sua conclusão. Usem sua criatividade!