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RESUMO
Dada as inúmeras opções oferecidas pelas empresas, os indivíduos
tornaram-se consumidores mais exigentes, forçando as marcas a encontrarem
novas formas de atrair os clientes. Nesse contexto, surgiram alguns métodos de
planejamento especiais para o ponto de venda, mais conhecido como o visual
merchandising. Através dessa estratégia as lojas proporcionam experiências
capazes de conectar os sentidos e as emoções das pessoas com as qualidades e
valores associados à marca. O presente estudo tem como objetivo a análise do
espaço comercial, discutindo o uso de técnicas aplicadas no projeto que possam
influenciar na decisão de compra do consumidor. Desse modo, foi adotada uma
abordagem qualitativa e exploratório-descritiva, por meio de pesquisas bibliográficas,
estudo de caso e questionários. Em vista disso, procurou-se relacionar esses
conceitos a realidade local, observando as estratégias aplicadas na loja Pitaya, em
São Luís, por meio da observação in loco. Nesse sentido, utilizou-se da experiência
sinestésica para analisar os elementos da organização dos espaços comerciais que
são utilizados para atrair os consumidores. Para complementação do estudo foi
aplicado um questionário com o intuito de investigar a visão dos consumidores
ludovicenses sobre essas estratégias. Espera-se que os resultados dessa pesquisa
possam auxiliar arquitetos e designers no planejamento de pontos de venda, além
de proporcionar mais conforto e satisfação para os clientes.
ABSTRACT
By knowing the countless options offered by companies, people become more
demanding consumers, forcing brands to find new ways to attract customers. As a
result, special planning methods emerged for the point of sale, such as Visual
Merchandising. Through this strategy, stores provide capable experiences to connect
people's senses and emotions with the associated qualities and values to the brand.
This study aims to analyze the commercial space, discussing the use of techniques
applied in the project that can influence the consumer's purchase decision. On a
whole, a qualitative and exploratory-descriptive approach was adopted to relate
these concepts to the local reality, by observing the strategies applied at the Pitaya
store, in São Luís-MA, through on-site observation. Accordingly, the synesthetic
experience was used to analyze the organization’s elements of commercial spaces
that are used to attract customers. Furthermore, a questionnaire was applied in order
to investigate the view of consumers that lived in São Luís about these strategies. It
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Cursando Especialização em Arquitetura, Design de Interiores e Iluminação (Instituto Navigare). Bacharel em
Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual do Maranhão. Arquiteta na Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária do Estado do Maranhão.
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is expected that the results of this project can help architects and designers to plan
local stores, in addition to providing more comfort and customers’ satisfaction.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Visual Merchandising na arquitetura comercial
Quando bem planejado, o ponto de venda funciona como uma estratégia que
diferencia e posiciona as marcas, proporcionando experiências para reforçar as
percepções sobre o produto e da qualidade do serviço prestado.
Neste sentido, Zorila (2002) afirma que os produtos de consumo frequente,
como alimentos e utensílios domésticos, foram convertidos em commodities e as
compras se tornaram uma tarefa tediosa na qual não se quer perder tempo.
Portanto, os estabelecimentos comerciais que oferecem estes tipos de produtos têm
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a necessidade de criar valor além da mera resolução da compra. Para isso, devem-
se gerar impressões na clientela por meio dos recursos para a criação de ambientes
no ponto de venda, gerando experiências que vinculem o cliente, estabelecendo
vínculos afetivos e emocionais. Esta estratégia é conhecida como Visual
Merchandising.
Para Wilson (apud JUNIOR 2014):
[...] merchandising é um conjunto de operações táticas efetuadas no ponto
de venda para colocar no mercado o produto ou serviço certo, no lugar
certo, na quantidade certa, no preço certo, com impacto visual adequado e
na exposição correta.
Por este motivo, Morgan (2011) defende que o design de loja se tornou
fundamental para alcançar o sucesso. Atualmente muitas marcas dedicam tanto
tempo e investimento nos projetos de suas lojas, quanto em suas coleções. Um
projeto de lojas deve reunir todos os elementos do visual merchandising: vitrines e
interiores, instalações, mobiliário, acessórios e iluminação.
Granado e Nogueira (2017) sustentam a ideia de que o espaço comercial se
tornou o principal meio de comunicação entre o consumidor e o produto, por esse
motivo é de extrema importância que o visual merchandising, arquitetura e design de
interiores trabalhem em conjunto para o desenvolvimento de um espaço comercial,
buscando estratégias comerciais bem sucedidas que fortaleçam a imagem da
marca.
[...] uma boa arquitetura comercial, deve antes de qualquer outas coisa ser
sedutora. Além da visão, outros sentidos estão diretamente relacionados à
satisfação e ao prazer, por este motivo, além de uma boa aparência, um
ambiente comercial deve proporcionar uma atmosfera de compra. Se por
um lado a visão é o sentido responsável por trazer para dentro da loja, o
cliente potencial, o olfato, o tato, a audição e o paladar influenciam
diretamente na sensação de bem estar do usuário do espaço, que por sua
vez, está relacionado com o tempo de permanência dentro do espaço e
proporcionalmente ao número de vendas. (JUNIOR, 2014, p.31)
Underhill (2009) acredita que as decisões são cada vez menos influenciadas
do lado de fora da loja e que grande parte de nossas decisões é tomada no
momento da compra. Ou seja, os consumidores são influenciados pelas informações
e impressões que adquirem dentro da loja. De acordo com ele, “os índices de
compras por impulsos já furaram o teto da loja. Mesmo grandes decisões estão
sendo tomadas in loco, no ambiente de vendas”.
Com este objetivo, os pontos-de-venda estão sendo transformados em
ambientes que simulam o dia-a-dia do público-alvo. Muitas lojas de artigos
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A ciência do consumo tem sido bastante explorada nos últimos anos, visando
entender o comportamento do consumidor, suas necessidades e desejos. Dessa
maneira, o ponto de venda deve ser o mais confortável possível para o cliente, pois
é o local que estabelece a linha tênue entre comprar e não comprar.
Zorila (2002) indica que a avaliação da experiência de compra pelos
consumidores não é regida apenas por aspectos puramente úteis, ou seja, adquirir
um produto ou conjunto de produtos necessários, mas também tende em avaliar
outros aspectos intangíveis e emocionais.
Dentre os recursos que o visual merchandising utiliza para que a experiência
de compra seja convidativa e prazerosa, destaca-se a aplicação dos cinco sentidos
humanos (visão, olfato, tato, audição e paladar).
A atmosfera refere-se ao design de um ambiente por meio de comunicações
visuais, iluminação, cores, música, aromas para estimular as respostas
emocionais e de percepção dos clientes que, ao final, poderão afetar seu
comportamento de compra. (BLESSA, 2015, p. 29)
tato; 4,5% pelo olfato; 11,0% pela audição e 83,0 % pela visão. Dessa maneira
constata-se que assim como os estímulos visuais, os outros sentidos também são
buscados pelas marcas para conquistar seu consumidor.
Segundo Underhill (2009) praticamente todas as compras planejadas ou não,
resultam de o freguês ver, tocar, cheirar ou provar algo que promete prazer. É pelo
apelo sensorial que o ser humano experimenta o mundo mediante aos cinco
sentidos e a experiência positiva aumenta sua confiabilidade frente às marcas.
Dessa maneira, arremetendo efeitos sinestésicos, as marcas têm o intuito de inovar
perante seus concorrentes e conquistar o consumidor.
2 METODOLOGIA
A marca Pitaya é uma loja feminina que tem como produto principal os
calçados requintados que, em sua maioria, são confeccionados com pedrarias.
O nome vem de uma fruta exótica altamente tropical pertencente à família
Cactaceae, ou seja, é gerada a partir de um cacto. A loja tem o fruto como conceito
e utiliza das cores, formatos e texturas para empregar no seu visual merchandising.
Para mais, a marca é lembrada pelo público alvo de diversas formas, através
das cores rosa e verde em tons claros, a presença do amadeirado e a utilização de
alguns artifícios como as luminárias de iluminação geral na cor preta relembrando as
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sementes da Pitaya além das imagens de cacto que referenciam a planta de onde
nasce a fruta. Essas características visuais fomentam uma lembrança afetiva que o
indivíduo levará consigo sobre a marca.
a) Gênero
Com base no gráfico 01, observa-se que 71% dos entrevistados são do sexo
feminino, deste modo conclui-se que as mulheres foram mais dispostas a responder
esse tipo de pesquisa.
SEXO
29%
71%
Masculino Feminino
b) Faixa etária
Observando o gráfico abaixo, observa-se que a maioria dos entrevistados
possuem de 21 à 30 anos de idade, o que implica dizer que são consumidores
jovens.
14
2%
23%
33%
6%
11%
25%
c) Faixa salarial
Através do gráfico abaixo, nota-se que a maioria dos entrevistados dizem
possuir uma renda de 1 a 3 salários mínimos, provavelmente devido aos
entrevistados serem em sua maioria jovens.
3%
18%
32%
47%
25%
4%
71%
24%
8%
68%
Outro aspecto analisado foi à cor no ponto de venda, dado que vários estudos
comprovam que elas são capazes de transmitir sensações de outros sentidos,
estabelecendo uma ligação sinestésica.
Farina (2006) afirma que as cores quentes proporcionam uma sensação de
proximidade, calor, densidade, opacidade e secura, além de serem estimulantes. Em
contrapartida, as cores frias aparentam estar mais distantes, leves, transparentes,
úmidas, aéreas e são calmantes.
Nesse contexto, analisando o gráfico 07, observamos que a maiorias dos
entrevistados (78%) acreditam que a cor presente no ponto de venda influencia com
que o cliente permaneça ou não por mais tempo na loja.
18%
5%
77%
17%
83%
Sim Não
28%
72%
Sim Não
Outros 42,0%
Mmartan 2,9%
Cacau Show 2,9%
C&A 3,4%
Boticário 17,1%
Melissa 31,7%
4 CONCLUSÃO
bem estipuladas que provoquem as sensações mais adequadas para cada ponto de
venda.
REFERÊNCIAS