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Caro leitor(a)
Se você chegou até aqui, imagino que esteja infeliz no trabalho.
Talvez mais. Talvez menos.
Mas, a intensidade da sua insatisfação não importa.
Porque, meu objetivo é te ajudar a encontrar uma saída.
Eu poderia começar falando que 30, 60, 90% dos brasileiros estão
infelizes no trabalho. E que você não está sozinho, blá­blá­blá…
Ainda que sirva de consolo, eu penso que esse tipo de conversa rasa não
vai te ajudar.
Por isso, neste livro digital resolvi compartilhar algo mais prático.
Coisas que você pode fazer agora mesmo, para encontrar um caminho
que te faça acordar cedo, cheio de energia, disposição e vontade de
trabalhar.
Mas, eu preciso te contar uma coisa...
Este conteúdo é denso!!!
Eu fiz questão de dedicar vários dias escrevendo este material.
Porque nos próximos parágrafos você pode descobrir como encontrar a
felicidade, seja na sua atual profissão u em uma completamente nova.
Mais que isso, vou revelar alguns dos meus erros e acertos.
Espero que as minhas experiências pessoais, profissionais e como
treinador comportamental te ajudem a evitar as armadilhas que eu
encontrei pelo caminho.
Também, vou compartilhar algumas ferramentas que mais me ajudaram
a superar o desafio da infelicidade no trabalho.
Mas, eu preciso te alertar…
Como você vai ver, há mais coisas escondidas “debaixo do tapete da vida
profissional” do que a maioria das pessoas é capaz imaginar.
Você está pronto(a) para enfrentar este desafio? Então, vamos lá!!!

Jaime Figueiredo ­ http://www.jaimefigueiredo.com ­ prof@jaimefigueiredo.com ­ (66) 9.8407­9361


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INFELICIDADE NO TRABALHO, EMPREGO OU


PROFISSÃO?

Apesar da maioria das pessoas falarem que estão infelizes no trabalho,


eu prefiro separar os “tipos de infelicidade”.
Porque nos momentos que estamos emocionalmente afetados, é muito
fácil confundir as coisas, tomar decisões precipitadas e cometer erros
dos quais iremos nos arrepender no futuro.
Não se preocupe. Vamos falar mais sobre isso.
Por enquanto, eu preciso que você tenha clareza sobre cada um dos tipos
de infelicidade.

Infelicidade no emprego

Vamos definir como um lugar ruim para se trabalhar.


Talvez seja por causa do salário, das condições de trabalho, plano de
carreira, carga horária, um chefe ou colegas tóxicos, distância ou horário
de trabalho.
Se você analisar com mais cuidado, talvez veja que, no fundo, você gosta
do que faz. Apenas, não suporta mais passar 8 horas naquele ambiente,
com aquelas pessoas.
Isso aconteceu comigo quando trabalhei como professor numa
universidade particular.
Por algum tempo eu dei aula como professor temporário na
Universidade Federal.
Apesar da carga horária puxada, da burocracia e da costumeira
choradeira dos alunos por notas, eu adorava dar aulas.
Quando meu contrato acabou por força de lei, fui dar aulas em uma
universidade particular.
Foram apenas dois meses e eu não aguentava mais.

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Sempre que saía de casa para trabalhar, no meio do caminho, me batia


um desespero. E eu me perguntava:

“O que eu estou fazendo?”

Por ironia, isso sempre acontecia quando eu passava ao lado do


cemitério municipal. Acho que era um sinal…
Não aguentei muito tempo. Após uma discussão com um aluno
(cliente?), pedi as contas e saí sem dar aviso prévio. Eu só queria acabar
com aquela tortura.
Apesar do meu estado emocional disfuncional, sempre tive clareza que o
problema não era o trabalho em si e, muito menos, a minha profissão.
No meu caso, foi fácil discernir o tipo de infelicidade, pois eu tinha a
Universidade Federal como referência.
Mas, eu sei que muitas pessoas não têm a mesma sorte.
Por isso, é importante que faça um esforço para descobrir se a sua
infelicidade é apenas com o seu emprego atual.
Se for isso, trocar de emprego resolverá o seu problema.
Por outro lado, se a infelicidade é de outro tipo, você pode trocar de
emprego quantas vezes quiser que a maldita infelicidade laboral vai te
acompanhar.

Infelicidade com o tipo de trabalho

Eu vou pedir a sua permissão para redefinir o termo “Infelicidade do


Trabalho”.
Porque, em tudo que diz respeito a sentimentos, a clareza é muito
importante.
Vamos usar como exemplo um biólogo.

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Um biólogo pode trabalhar em diversas áreas e ambientes diferentes.


Por exemplo: laboratório de análises clínicas; pesquisador científico de
campo, laboratório ou teórico; indústria, agronegócio, biotecnologia,
professor, perito judicial, ONGs ambientais, consultoria e muitas outras.

Cada uma destas áreas de atuação possui características e atividades


diferentes.
Eu tenho amigos que só gostam de ir para campo (pesquisar a vida
selvagem nos rios, florestas e mares). Outros, detestam o campo, e só se
sentem felizes entre as quatro paredes de um laboratório.
Gostar ou não do trabalho, neste caso, não tem a ver com a profissão ou
o local de trabalho. Tem muito a ver com o gosto e o perfil
comportamental da pessoa.
E, nesta situação, basta buscar uma posição na qual você se sinta bem e
consiga realizar todo o seu potencial.
Às vezes, isso pode acontecer dentro da mesma empresa.
Outras vezes, vai exigir uma troca de emprego porque a empresa não
tem uma posição que atenda às suas necessidades.
Eu tive empresa por mais de 30 anos e cunhei uma frase que se tornou
épica:

“Não existem pessoas erradas ou ruins.


Apenas pessoas nos lugares errados”

E normalmente, após alguns segundos de silêncio, eu complementava


com outra frase:

“Às vezes, a minha empresa é o


lugar errado para a pessoa”

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Eu sei que dita assim, fora de contexto, essas frases podem parecer sem
sentido.
Mas, imagine um funcionário que está tendo um desempenho ruim e
que precisa ser demitido porque todas as tentativas de recuperação
deram errado.
Pensar que não existem pessoas erradas, mas sim pessoas nos lugares
errados, transforma fracasso em oportunidade.
Tanto para a empresa como para o funcionário.
Agora, a sua parte é pensar sobre o seu trabalho.
O trabalho em si é o motivo da sua infelicidade? Ou, você está no lugar
errado?
Você pode chegar a duas conclusões:
A primeira é que você até gosta do que faz, mas…
Se você usou a palavra “mas”, provavelmente é preciso fazer o que eu
chamo de “Redesign de Profissional”.
Por outro lado, se você chegar à conclusão de que nenhuma área te faz
feliz, chegou a hora de falarmos sobre profissão.

Infelicidade na Profissão

Quando eu me refiro à Infelicidade na Profissão, eu estou falando de


milhões de pessoas que escolheram uma profissão da maneira errada.
E, infelizmente, isso é mais comum do que imaginamos.
Isso acontece, na maioria das vezes, por pressão dos pais, da sociedade,
porque “dá dinheiro”, poder ou status.
Porém, algo que raramente essas pessoas fazem é pensar que terão de
conviver com essa profissão pelo resto de suas vidas.
Não é de se estranhar que tenhamos tantos médicos, advogados,
engenheiros, funcionários públicos e muitos outros profissionais, com
desempenho medíocre.
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São pessoas displicentes, estagnadas e muitas vezes amarguradas.


Trabalhar na profissão errada é igual a sapato apertado. A pessoa quer
acreditar que vai melhorar, mas só piora.
E a maioria dessas pessoas fecham os olhos para a verdadeira causa do
problema.
Não por serem obtusas, mas porque precisam pagar os boletos, criar os
filhos e dar sustentação emocional para a família.
Reconhecer a verdadeira razão para a infelicidade e mudar requer
coragem para enfrentar o julgamento dos familiares e da sociedade.
Mais que isso, é preciso calma, planejamento e criatividade.
A boa notícia é que existem maneiras de recomeçar sem precisar jogar
tudo que foi construído fora.
E nós vamos chegar lá…
Só que antes, é preciso aliviar a dor.

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QUANDO O TRABALHO SE TORNA INSUPORTÁVEL

Não é incomum ouvir alguém falar que não aguenta mais o trabalho.
Geralmente o sentimento que aflora é a vontade de largar tudo e sumir
no mundo.
Homens e mulheres sofrem com isso, todos os dias.
Nas mulheres a situação é agravada pelas normas sociais da
maternidade.
E, nos homens, pela cultura de provedor da família… Forte e inabalável.
Os sintomas são clássicos…
Sair da cama cedo se torna uma tarefa difícil, permeada por várias
“sonecas” do celular.
Uma vez de pé, o local de trabalho parece uma masmorra, onde o sujeito
será torturado por mais um dia.
A única motivação é pagar os boletos. Afinal, os boletos sempre vencem.
Bem… eu sei muito como é isso.
Depois de quase 30 anos trabalhando com informática, muitas vezes o
meu pensamento a caminho do trabalho era:

“Estou indo para a masmorra. A minha masmorra.


A masmorra que eu mesmo construí”.

Porque a minha masmorra?


Porque eu era o dono da empresa.
E isso só piorava as coisas. Porque além de não suportar mais o meu
trabalho, eu ainda me sentia culpado.
E por mais que eu quisesse fugir da masmorra, eu dependia dela para
criar meus filhos.

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Só consegui me libertar 10 anos depois, quando meus filhos já estavam


formados.
Depois que fechei minha masmorra (ops… empresa), passei 10 anos
evitando me envolver com a área de tecnologia da informação.
Se fosse preciso consertar ou configurar qualquer equipamento em
minha casa, eu seria capaz de pagar 5x mais caro só para não pôr a mão.
Levei mais 10 anos para aceitar trabalhar com tecnologia da informação
novamente.
E, mesmo assim, em uma sub­área completamente diferente, que é a
Gestão de Tráfego Pago para anúncios patrocinados.
Talvez por envolver várias áreas diferentes, como anúncios patrocinados
na internet, roteiros de vendas, copywriting e integrações ela seja…
digamos… mais palatável.
Mas, tudo tem seu lado bom.
O que aconteceu me proporcionou muitos aprendizados que, agora,
podem te ajudar.
E eu estou falando de vivência e não de teoria.

Nunca jogue fora sua bagagem profissional

Quando passamos muito tempo infeliz no trabalho, é natural que


sejamos impactados emocionalmente. Em alguns casos, até meio
traumatizados.
Algo parecido com aquela pessoa que você não suporta nem mesmo
ouvir a voz.
Eu e minha esposa dizemos que “Pegamos ranço de Fulano”.
E, quando “pegamos ranço” de alguém ou algo, a única coisa que
enxergamos são os defeitos. Todo o restante é prontamente descartado
pelo nosso cérebro.
O problema de pegar ranço do trabalho ou da profissão é que acabamos

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jogando fora um patrimônio que é extremamente valioso para a


reconstrução de nossas carreiras.
Infelizmente, eu já vi isso acontecer com contadores, executivos e
vendedores.
Pessoas que tinham um talento monstruoso e que jogaram tudo fora por
ranço.
Por favor…
Não deixe isso acontecer.
Você é muito mais que seu título ou cargo.
Por exemplo, durante os muitos anos que atuei na área técnica de
informática eu desenvolvi uma enorme expertise técnica.
Eu conseguia resolver problemas complexos com rapidez e acurácia.
Mas, eu adquiri uma habilidade adicional.
Após gerenciar centenas de técnicos e milhares de clientes, eu
desenvolvi uma habilidade informal para liderança e negociação.
E foram essas habilidades que me permitiram gerenciar com maestria
milhões de reais em contratos entre a iniciativa privada e a UFMT.
O mais curioso é que não existe o cargo de gerente de projetos de
pesquisa científica dentro das universidades públicas.
Literalmente, o meu trabalho foi criado.
Porém, isso só foi possível porque, ao contrário da parte técnica, eu
nunca peguei ranço da liderança e da negociação.
Por isso, se você perceber que está pegando ranço, procure ajuda
profissional… e evite ouvir conselhos de amigos.
Seus amigos e familiares te amam e vão querer te apoiar.
O problema é que, na maioria das vezes, eles acabam intensificando o
sentimento de frustração e indignação.
Um profissional vai saber conduzir o processo sem agravar
desnecessariamente a situação.
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Eu sei que esse assunto é delicado e que talvez você tenha ficado um
pouco apreensivo com tudo que eu falei.
Mas, eu fiz questão de entrar neste assunto por uma boa razão.
O que eu vou te falar é a mais pura verdade, mas, pode te causar
ansiedade e sentimentos confusos.
Principalmente se neste momento, o diálogo interno que existe dentro
da sua cabeça, esteja falando para enfiar o pé no balde e desaparecer do
seu emprego.
Calma, antes de fechar este livro, deixe eu te contar o que eu aprendi
depois de anos tentando fazer a mudança dar certo...

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SE, AO INVÉS DE TENTAR SE ENCAIXAR, VOCÊ


CRIASSE O TRABALHO DOS SEUS SONHOS?
Sim… Eu sei que até parece conversa de palestrante motivacional.
Mas, antes de você saia correndo, me dê mais alguns minutos do seu
tempo.
Eu garanto que vai valer a pena.
Agora a pouco eu te contei sobre como eu juntei conhecimento
acadêmico de biologia com liderança e negociação para criar um cargo
único dentro da universidade.
Confesso que na época nada daquilo foi planejado. Na verdade, a ideia
nem foi minha. Foi de um amigo, que é professor e funcionário público
de carreira.
O meu mérito na história não foi a genialidade da ideia, mas o uso de
três habilidades adquiridas no meu trabalho anterior: liderança,
negociação e persistência.
Anote o que eu vou te falar:
“Os melhores trabalhos não são encontrados. São montados”.
Sim. São montados a partir de partes não obviamente relacionadas.
Isso pode soar estranho e desafiador, porque vivemos numa sociedade
rotulada.
Porém, nem sempre foi assim.
É só você pensar em Leonardo da Vinci, que era cientista, matemático,
engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico,
poeta e músico.
Conta a história que ele demorou para pintar a obra “Monalisa” porque
parou no meio, foi estudar ótica. Voltou para o estúdio e refez o
trabalho, incluindo novos recursos de perspectiva.
Mas, voltando ao nosso assunto…

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As maiores vantagens de criar ou montar o trabalho dos seus sonhos é


que:

1. A concorrência é extremamente baixa. Todo mundo


está procurando se especializar para concorrer aos mesmos
cargos, seja ele auxiliar administrativo, veterinário,
agrônomo, vendedor e tantos outros que já estão
“enlatados”;
2. É muito difícil outra pessoa copiar o seu trabalho,
porque ele foi construído a partir de um conjunto de
habilidades, competências e experiências pessoais únicas.

Pense um pouco.
Quantos biólogos possuem, ao mesmo tempo, habilidades de biologia,
ecologia, estatística, liderança, negociação, estratégia, redação científica
e comercial, administração, cultura de empresas privadas e públicas?
Vou lhe dizer: pouquíssimos.
E quanto mais rara é determinada coisa, mais valiosa ela se torna.
Essa é uma regra universal, tanto em nossa sociedade quanto na
natureza.
Agora que você já entendeu a ideia, vamos colocar isso em prática

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DESCUBRA SUAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS


VISÍVEIS E INVISÍVEIS
Todas as pessoas possuem habilidades e competências.
Algumas nós conhecemos muito bem.
Outras, sequer suspeitamos que temos.
A princípio, isso pode parecer estranho.
Afinal, estamos acostumados a pensar em habilidades e competências
como algo diretamente ligadas ao trabalho ou ao estudo formal.
Para ficar mais fácil de entender, vou te passar um roteiro prático para
encontrá­las.
O primeiro passo é você saber que possui dois tipos de habilidades e
competências.
Algumas estão diretamente ligadas a sua vida ou formação profissional.
Vamos chamá­las de Visíveis.
Essas são fáceis de perceber, pois estão ligadas aos cargos que
exercemos. Por exemplo, um engenheiro civil que entende muito de
cálculo estrutural para lajes suspensas.
Outras são tangenciais ou pessoais. Vamos chamá­las de Invisíveis.
São habilidades e competências que possuímos, mas não
necessariamente aparecem nos requisitos de emprego ou, quando
aparecem, são citadas de maneira abstrata.
Por exemplo, um personal trainer que tem a habilidade de fazer com
que os alunos não desistam dos programas de treinamento.
Eu as chamo de invisíveis porque algumas são coisas que fazemos tão
naturalmente que nem as percebemos como habilidades e
competências.
Normalmente, só as descobrimos quando alguém faz um elogio sincero.
Apesar da maioria das pessoas darem pouca importância às invisíveis,
não as subestime.

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Ambas são importantes na busca pela felicidade no trabalho.


Por isso, dedique tempo para trazê­las à sua consciência.
Fazendo seu inventário de habilidades e competências
Você vai precisar de algumas folhas de papel e caneta.
Comece anotando as suas habilidades e competências Visíveis, que estão
diretamente relacionadas a sua profissão.
Anote o máximo que conseguir.
Em seguida, classifique­as de acordo com o seu domínio do assunto,
colocando uma letra maiúscula ao lado de cada uma:

● A – Tenho elevado domínio.


● B – Tenho domínio mediano
● C – Tenho pouco domínio.

A ideia por trás da classificação não é focar apenas nas suas habilidades
e competências mais fortes, como a maioria dos treinadores
comportamentais falam.
É você saber o que já tem a sua disposição, ainda que precise de
aprimoramento.
Em outras palavras, não cometa o erro de restringir seus sonhos ao que
já domina ou está acostumado a fazer.
Agora, vem a parte das habilidades e competências Invisíveis.
E a lista é quase infinita…
Talvez você seja muito bom em escrever, falar em público, gravar vídeos,
cozinhar, pintar, se relacionar com desconhecidos, criar planos, assumir
a liderança, negociar, vender, fazer churrasco, organizar festas, …
E, talvez, você precise de ajuda de alguns amigos, colegas e familiares.
Porque, as habilidades e competências mais fortes, você sequer as
percebe como tal.
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São coisas que você faz tão naturalmente e sem esforço que nem parece
relevante.
Por exemplo, eu conheci um engenheiro civil que tinha uma habilidade
natural para se relacionar com pessoas.
Muito carismático, em poucos minutos ele conquistava a atenção e
admiração de qualquer estranho.
E agora, acredite se quiser…
Numa de nossas reuniões de Redesign Profissional, explorando
habilidades e competências Invisíveis, ele me falou que nunca havia
considerado seu carisma como uma qualidade.
Pelo contrário, ele achava que era uma falha de carácter. Que, de alguma
maneira, ele estava trapaceando nas entrevistas de emprego.
Portanto, perguntar para os familiares, amigos, colegas do trabalho é
uma boa maneira de descobrir habilidades e competências Invisíveis que
você tem, mas ainda desconhece.
Da mesma maneira que fez para as habilidades e competências visíveis,
crie sua lista das invisíveis e classifique cada uma delas.
Quando terminar as duas listas, deixe­as descansando por 2 ou 3 dias
para ativar a Procrastinação Criativa. À medida que for lembrando de
outras, vá anotando.
Enquanto isso, vamos falar um pouco sobre personalidade.

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QUAL SEU PERFIL COMPORTAMENTAL?

Ninguém duvida que as pessoas se comportem de maneira diferente


umas das outras.
Algumas são mais quietas e outras mais falantes.
Algumas tomam a frente e agem de maneira rápida e enérgica.
Enquanto outras são mais cautelosas e demoram mais para agir.
Apesar do senso comum preferir alguns tipos de personalidades, como
extrovertidos falantes para vendas, o que a ciência tem demonstrado é
diferente.
Não existe um perfil melhor que outro.
O problema é a pessoa agir em desarmonia com seu próprio perfil.
É possível um introvertido desenvolver habilidades para ser mais
sociável? Sim.
É possível sustentar uma rotina sob os holofotes com a mesma
intensidade que um extrovertido.
Por longos períodos, não.
A mente de um introvertido se cansa muito rapidamente com a
interação social e, para “recarregar as baterias”, precisa ficar sozinho.
Um extrovertido, por outro lado, gosta de interação social e “recarrega
as baterias” ficando com outras pessoas em ambientes barulhentos.
Apenas por curiosidade, há alguns anos os cientistas descobriram
porque os introvertidos cansam mais rapidamente com a interação
social do que os extrovertidos.
Usando técnicas de diagnóstico por imagem, os cientistas foram capazes
de observar que, no cérebro do introvertido, as informações sensoriais
percorrem muitas mais áreas cognitivas do que no cérebro de um
extrovertido.
Ou seja, o caminho mais longo dentro do cérebro requer mais esforço
mental.

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E voltando ao que mais nos interessa…


Se você conhece o seu perfil comportamental, consegue ajustar seu
trabalho para ser mais produtivo e sofrer menos desgaste mental e
emocional.
Como você já pode imaginar, muita da infelicidade no trabalho é
proveniente do desalinhamento entre o perfil comportamental da pessoa
e o modo como ela realiza as atividades.
Por isso, eu fiz questão de incluir neste artigo uma parte sobre perfis
comportamentais.

Perfis comportamentais da metodologia DISC


Existem várias metodologias para perfis comportamentais. Porém, uma
das mais conhecidas e confiáveis é a metodologia DISC, baseada nos
estudos do psicólogo e cientista William Moulton Marston.
A sigla D.I.S.C. é referência aos 4 perfis da metodologia, que são
Dominance (D), Influence (I), Steadiness (S) e Conscientiousness (C).
Pessoalmente, eu não gosto da tradução literal. Prefiro a adaptação da
Solidez.
Acredito que ela traduz melhor o sentido de cada um dos perfis.

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Abaixo temos uma rápida descrição de cada um dos perfis, transcrito da


apostila de Formação em Análise Comportamental do Instituto
Brasileiro de Coaching:

Perfil comportamental Executor:


Um executor é uma pessoa ativa, otimista e dinâmica. Líder nato,
não tem medo de assumir riscos e de enfrentar desafios. É
trabalhador, tem uma enorme disposição física e demonstra
muita determinação e perseverança.
O que caracteriza este perfil é a força de vontade. Seu raciocínio
tende ao lógico/dedutivo e sua imaginação e juízo normalmente
são equilibrados. Aprecia desafios e os obstáculos o estimulam a
agir cada vez mais. Tem autonomia, independência e sabe se
impor aos demais. É autoconfiante e tem características de líder.
Pode ser autoritário e um tanto quanto inflexível. Acredita no seu
ponto de vista, por isso, “luta” pelas suas ideias. Tende primeiro a
executar, para depois pensar em como fazê­lo.
Para tarefas rápidas que necessitem de iniciativa e determinação,
o executor poderá ser a pessoa mais indicada, desde que ninguém
se coloque à sua frente, pois este certamente será atropelado por
esse perfil.

Perfil comportamental Comunicador:

Os comunicadores são extrovertidos, falantes, ativos e não


apreciam monotonias, mas se adaptam com facilidade. Esse tipo
de perfil tem facilidade na comunicação e passam de um assunto
a outro com rapidez, gostam de trabalhos que envolvam
movimentação e autonomia. Eles precisam do contato
interpessoal e de um ambiente harmonioso, entretanto, não
gostam de passar despercebidos.
É amigo de todos e atua melhor em equipe. É vaidoso e admira
sua projeção pessoal e social. É imaginativo e tem sentimento
artístico. Apresenta rapidez e agilidade em suas atitudes. Os
comunicadores são festivos, animados e descontraídos, gostam de
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viajar e sair, essas características os tornam mais sociáveis com


pessoas do mesmo grupo. São extremamente comunicativos e
alegres, e tendem a ser líderes.
Supondo que se consiga chamar a atenção do Comunicador para
se explicar sua tarefa, será sempre necessário monitorá­lo para
que não se desvie do objetivo.

Perfil comportamental Planejador:

Os planejadores são pessoas calmas, tranquilas, prudentes e


autocontroladas. Gostam de rotina e atuam em conformidade
com normas e regras estabelecidas, por isso sentem­se bem
quando estão acompanhadas de pessoas mais ativas e dinâmicas.
Decidem sem pressão e, frequentemente, com bom senso. São
flexíveis, seu caráter e ritmo são constantes e disciplinados. São
pacientes, observadores, passivos e tem boa memória, mas
podem carecer de aptidões criativas. Em situações emergenciais,
age com tranquilidade.
O planejador é introvertido, e tem uma tranquilidade singular
que lhe confere um perfil de fácil relacionamento, manso e bem
equilibrado. Este profissional planeja a melhor forma de executar
uma tarefa antes de iniciá­la. Após o início, o planejador seguirá
por conta própria até o fim.

Perfil comportamental Analista:

Características dos gênios, os analistas são preocupados, rígidos,


porém calmos. Seu comportamento com as pessoas é discreto e
tende­se a serem pessoas caladas e retraídas. Sua grande
desvantagem é serem pessimistas, porém possuem facilidades na
arte por serem mais sensíveis.
Agilidade, inteligência e intelectualidade. Tem habilidade com
tarefas detalhadas ou de improvisação rápida. Prefere atuar com
estímulo dos demais. Geralmente é o tipo de funcionário leal e
compromete­se com o trabalho.
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Gosta de “surpreender” e é sensível a críticas magoando­se com


certa facilidade. É intuitivo, curioso e tem inteligência verbal.
Observa as oportunidades e apresenta soluções momentâneas
para problemas urgentes. Por ser extremamente perfeccionista,
deve ser monitorado até o fim de uma atividade, devendo ser
constantemente estimulado para que vença a fase do pensar e do
fazer, necessitando de reforços de aprovação, pois sempre pensa
que seu trabalho está sempre imperfeito.

Como você pode ver, cada perfil tem um modo de se comportar que é
mais favorável.
O que significa que a causa da infelicidade no trabalho pode ser
decorrente de um desalinhamento entre o perfil da pessoa e o ambiente
de trabalho.
E, falando de ambiente, eu vou tomar a liberdade de fazer uma analogia
com um importante conceito da ecologia.

Até na natureza, os seres vivos precisam trabalhar dentro do


seu perfil para serem felizes
Na ecologia, a ciência que estuda a relação entre os organismos e o
ambiente, existe o conceito de nicho ecológico.
Este conceito diz que cada espécie possui um intervalo de condições no
qual ela consegue sobreviver e se reproduzir.
Contudo, devido a competição e predação, nem sempre o organismo
consegue viver nos lugares ideais.
Podemos dizer que ele tem que se contentar com o que tem disponível
no momento. Mas, isso tem um custo.
Olhando o gráfico abaixo, você pode perceber que um organismo
vivendo fora das suas condições ideais até pode sobreviver, mas não
conseguirá desenvolver seu máximo potencial.

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Na natureza isso significa crescimento mais lento e menor quantidade


de prole.
Ainda, em condições extremas por períodos longo, o organismo pode
adoecer e morrer.
Ou seja, trabalhar desalinhado com o seu perfil comportamental por
longos períodos, inevitavelmente vai causar infelicidade no trabalho.
O gráfico abaixo mostra como cada perfil se alinha com o ambiente e
características do trabalho.

Uma frase que eu sempre uso nos meus treinamentos e palestras é:

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"Quer torturar um Comunicador?


Coloque ele atrás de uma mesa na contabilidade."

O mesmo vale para qualquer outro perfil.


E agora que você já sabe disso, vamos dar o primeiro passo para evitar
esse problema.

Alinhe seu trabalho com seu perfil para afugentar a


infelicidade no trabalho
Comece respondendo as seguintes perguntas:

● Dos 4 perfis, qual você acredita que é o mais predominante


em você?
● E qual é o segundo mais forte?
● De 0 a 10, o quanto a maneira que você trabalha se encaixa
no seu perfil comportamental?
● Você consegue identificar na maneira que trabalha hoje
pontos que causam estresse?
● Olhando para seus empregos, trabalhos ou atividades
anteriores, nas quais você se sentia estressado, ansioso ou
infeliz, você consegue identificar algo em comum?
● E nos empregos e trabalhos anteriores nos quais você se
sentia feliz e realizado, o que havia em comum?
● O que você poderia fazer para trabalhar mais alinhado com
seu perfil?

Para você entender melhor do que eu estou falando, vou usar a mim
mesmo como exemplo.
Uma das atividades que eu preciso realizar no meu trabalho é visitar
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potenciais clientes para vender meus serviços de estratégias de


marketing digital e gestão de tráfego pago para anúncios online.
Mas, meu perfil é planejador­analista.
Ou seja, eu não sou alguém que conversa fácil com desconhecidos (perfil
Comunicador) e, muito menos, alguém competitivo (perfil Executor).
O resultado é que o processo de vendas tradicional me causa estresse,
desgaste, péssimo desempenho e infelicidade.
Como eu superei o meu desafio?
Criando um processo de vendas ajustado ao meu perfil comportamental.
Ao invés de seguir o processo tradicional, eu faço uma estratégia de
construir relacionamento. Primeiro faço uma pesquisa sobre o cliente e
depois aplico as técnicas de SPIN selling.
Na prática, o meu processo de vendas se parece muito mais com uma
consultoria.
E uma consultoria se encaixa muito melhor no meu perfil Planejador­
Analista. Eu não me sinto vendendo. Me sinto contribuindo com a
minha expertise.
Resumindo, eu adaptei o trabalho ao meu perfil.

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INVESTIGUE A SUA LINHA DA VIDA

Ao longo de nossas vidas, realizamos muitas atividades.


Algumas nos causam sentimentos negativos, enquanto outras nos
trazem prazer e plenitude.
Independente se as atividades foram pessoais ou profissionais, elas
retratam as preferências de nossa personalidade.
Claro que nossas preferências e opiniões vão mudando à medida que
envelhecemos. Porém, a nossa essência permanece a mesma.
Ou seja, se na sua juventude você apreciava contribuir com os outros, é
bem provável que continue motivado a trabalhar em programas
comunitários ou ajudar os amigos e colegas.
Talvez você até se recrimine por ser um super­prestativo.
Seja qual for a sua história, a Linha da Vida sempre é uma fonte
riquíssima de autoconhecimento.
Por isso, vamos ver como investigar a Linha da Vida e transformar
nossas histórias em felicidade no trabalho.
O que é a Linha da Vida Pessoal e Profissional?
Eu conheci a Linha da Vida no livro Business Model You, de Tim Clark,
com a colaboração de Alexander Osterwalder e Yves Pigneur e logo me
apaixonei pela ferramenta.

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No gráfico você pode ver uma Linha da Vida bem simplificada, apenas
para facilitar o entendimento.
Provavelmente, a sua linha da vida será mais rica de informações e
insights.

Entendendo a ferramenta Linha da Vida


Pessoal e Profissional

O eixo horizontal representa o tempo. Ou melhor, a sua idade,


começando desde que você se lembra até os dias de hoje.
Os pontos (bolinhas) representam eventos da sua vida, tais como
formatura, um novo emprego ou promoção.
Também podem representar algum evento não profissional que tenha
sido marcante na sua vida, como participar de uma associação de
proteção aos animais, grupo na igreja ou mudança para outra cidade.
No eixo vertical, temos o seu nível de felicidade ou satisfação que está
associado àquele evento. Observe que para cima da linha horizontal o
evento causou felicidade. E, para baixo, infelicidade.
No gráfico de exemplo, “participei do coral da igreja” lhe proporcionou
sentimentos positivos.
Por outro lado, “terminei a faculdade” trouxe sentimentos negativos (sei
que parece estranho, mas, para muitos formandos, terminar a faculdade
significa enfrentar a frustração de conseguir um emprego).
Quando unimos os pontos, percebemos a vida como ela é para a maioria
das pessoas: cheia de altos e baixos.
O valor da Linha da Vida está em proporcionar uma visão clara e ampla
da sua vida e permitir entender o que nos traz felicidade ou infelicidade
no trabalho.
Ou seja, coisas que devemos buscar ou evitar se queremos ter satisfação
na vida. Tanto no âmbito profissional como pessoal.

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Criando a sua Linha da Vida Pessoal e Profissional

1. Registre os eventos altos e baixos

Partindo da esquerda (passado) para a direita (presente),


marque os pontos altos e baixos da sua vida. Registre mais
longe, no passado, que você consiga se lembrar.
Cada um desses pontos são eventos específicos da sua vida,
bons ou ruins, pessoais ou profissionais, que podem estar
relacionados ao trabalho, vida social, amor, estudo, busca
espiritual, ou quaisquer outras áreas da sua vida.
Estes eventos geralmente são fatos marcantes, que você se
lembra claramente e que, geralmente, estão associados a
sentimentos fortes.
Tente registrar de 15 a 20 eventos e, quando terminar, una os
pontos com uma linha.

2. Descreva cada um dos eventos

Para cada evento da sua Linha da vida escreva uma ou duas


frases concisas relatando o que estava envolvido naquele
evento.
O propósito é investigar quais eram os interesses, habilidades,
competências e valores que estavam por trás do impacto do
evento.
Eu recomendo que você use verbos, como criar, montar,
coordenar, dentre outras palavras de ação.
Também tente capturar o contexto em que o evento aconteceu.
Porque, muitas vezes, é o ambiente e as circunstâncias que
fazem um evento ser marcante.
Por exemplo: sem saber direito como fazer, eu pesquisei,
escrevi, formatei um livro. Vendi 150 cópias online com
anúncios patrocinados que eu mesmo configurei.

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Ou, montei, treinei e liderei uma equipe técnica de alta


performance. Tive total autonomia para agir.

3. Descubra o ouro

Agora, vamos descobrir o que te faz feliz ou infeliz no trabalho


(ou em qualquer outra atividade).
Procure nas descrições dos eventos positivos as coisas que te
fizeram feliz.
● Que atividades estavam envolvidas?
● Que tipos de ações te deixam motivado e feliz?
● Em qual contexto ou circunstâncias os eventos
aconteceram?
● Havia coisas que você gostou tanto de fazer que faria até
de graça?
● Havia outras pessoas envolvidas? Como o envolvimento
delas contribuiu para a sua felicidade?
Da mesma maneira, procure nos eventos o que causou
infelicidade.
É só repetir as perguntas para os eventos negativos.

Outra possibilidade interessante é ver se, nos principais momentos de


transição de carreira, as decisões que você tomou causaram felicidade
ou infelicidade.
Ainda, se as decisões foram tomadas por você ou influenciadas por
terceiros.
Porque, não é incomum que a infelicidade no trabalho decorra de
decisões que tomamos por influência de familiares, amigos, dinheiro ou
pela sociedade em geral.
É o que os especialistas chamam de decisões baseadas no lócus de
controle externo.

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Lócus de controle interno e externo

A maioria dos especialistas em desenvolvimento humano acredita que a


felicidade profissional e pessoal está fortemente atrelada ao lócus de
controle.
Ter um lócus de controle interno elevado significa que você toma
decisões por si mesmo, ao invés de ser influenciado por outras pessoas.
Claro que ouvir a opinião dos outros pode ser importante e nos ajudar.
Mas, em algum momento precisamos parar de ouvir os outros, nos
voltar para dentro, refletir sobre nossos próprios interesses e valores e
tomar uma atitude consciente.
O problema é quando nossas decisões são decorrentes do lócus de
controle externo.
Na prática isso acontece quando a maioria das nossas decisões não são
verdadeiramente nossas. Fazemos porque alguém ou a sociedade falou
que era o certo.
Quem busca felicidade no trabalho precisa assumir o controle da própria
vida e é impossível fazer isso quando a opinião dos outros prevalece
sobre as nossas.
E, toda nossa conversa e as ferramentas que expliquei neste artigo tem
um motivo muito importante:
Aumentar seu nível de autoconhecimento para que você tome decisões
melhores por si mesmo.
Para que você troque o lócus de controle externo pelo lócus de controle
interno…
… e consiga criar o trabalho dos seus sonhos.

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QUER TER FELICIDADE NO TRABALHO?


ESQUEÇA OS RÓTULOS

Estamos caminhando para o final de nosso livro digital supremo que vai
te ajudar a superar a infelicidade no trabalho.
E, agora, eu preciso que você preste muita atenção.
Como eu já comentei, os melhores trabalhos do mundo não são
encontrados. Eles são montados.
Eu sei que essa afirmação pode parecer meio motivacional demais.
Por isso, deixe­me explicar melhor.

Somos seres que amamos encaixotar e rotular


Uma das habilidades cognitivas que possibilitou a espécie humana
sobrepujar as demais foi a capacidade de abstração.
Em outras palavras, somos a única espécie que consegue juntar coisas
semelhantes num grupo, atribuir um nome e usar esse nome para
pensar e se comunicar.
Vou dar um exemplo bem didático: táxi.
Quando você pensa na palavra táxi, imediatamente a sua mente abre
uma “gavetinha” e traz a sua consciência tudo que ela sabe sobre táxis.
Provavelmente você pensou num carro com cores diferenciadas, com um
luminoso em cima, um medidor chamado taxímetro, que recebeu uma
autorização da prefeitura, com um motorista que pode ser agradável ou
não, que vai cobrar caro para te levar de um lugar ao outro.
Por muitos anos os táxis dominaram o transporte individual de
passageiros e pouco fizeram para melhorar a qualidade dos serviços.
Até chegaram a criar associações e serviços de rádio­táxi. Mas, não
passou muito disso.
Até que alguém pensou no óbvio e criou o UBER.

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A ideia sempre foi óbvia e tecnicamente simples de implementar. Mas,


os taxistas estavam mentalmente aprisionados dentro de uma caixa
chamada “Sou taxista”.
A mesma história se repetiu com outras startups.
O Nubank simplificou o entendimento e controle das faturas do cartão
de crédito.
A AirBNB, a locação de quartos e imóveis por temporada.
No mercado de trabalho, não é muito diferente.
Nos acostumamos tanto a pensar nas profissões tradicionais que não
somos mais capazes de criar e recriar nossa vida profissional.

Qual a sua “prisão profissional?”


Eu não faço a menor ideia de qual é a sua profissão.
Talvez seja barbeiro, secretária, vendedor, biólogo, fisioterapeuta,
educador físico, técnicos de informática, dentre milhares de outras.
Mas, isso não importa muito.
As pessoas sofrem com a infelicidade no trabalho em todas as áreas e
remunerações.
E quando tentam encontrar uma saída, sempre fazem o mesmo…
… pensam na profissão, abrem a “gaveta mental” e retiram de lá
conceitos tradicionais do que devem procurar.
Ou, então, pensam que precisam jogar tudo fora e recomeçar do zero.
Porém, o que eu descobri é que:
O trabalho que vai nos trazer felicidade, na maioria das vezes, é
resultado de reunir o que já temos dentro de nós, de maneira diferente.
Quando eu criei o trabalho de “Gerente de Projetos Científicos” na
UFMT, eu não criei nada totalmente novo.
Eu simplesmente juntei biologia, gestão de empresas, negociação e
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relacionamento.
O meu trabalho, que não existia, se tornou rapidamente valioso para os
professores.
Porque, além de economizar tempo e reduzir o estresse, tornou os
projetos mais eficientes e econômicos.
Depois, passei a bola para minha esposa e segui em frente.
Então, faço um convite para você:
Deixe de lado, por enquanto, o que você acredita sobre seu trabalho e
profissão e se permita pensar diferente.
Liberte­se!
E recomece testando as suas ideias de trabalho sem rótulos e padrões
sociais.
Mas, como ter ideias autênticas e exclusivas?
Como testar essas ideias com segurança?
Vamos em frente que eu vou te contar como eu faço.

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MISSÃO RECOMEÇO: USE O QUE VOCÊ JÁ TEM

Por mais que este artigo não esgote o assunto (o que seria impossível), já
temos o suficiente para recomeçar.

● Levantamos habilidades e competências profissionais e pessoais.


● Vimos os Perfis Comportamentais
● Exploramos a Linha do Tempo Pessoal e Profissional
● E muitas outras coisas…

Ou seja, você já tem um acervo de informações que vão te possibilitar


“montar” o trabalho que te fará pular da cama cedo, empolgado e feliz.
A sua missão é reunir todos esses elementos e criar várias ideias novas.

Gerando muitas ideias


Para isso, aplique as técnicas de brainstorming.
Neste primeiro momento, não descarte nenhuma ideia, por mais
absurda que pareça.
Quanto mais ideias você tiver, maiores são as chances de encontrar uma
que seja promissora e que você se sinta realizado.
Eu recomendo anotar no mínimo 50 ideias.

Classificando as ideias
Quando terminar, comece a riscar as piores ideias. Aquelas que
realmente não fazem nenhum sentido.
Faça isso até que sobrem apenas 10 ideias.
Em seguida, coloque­as em ordem, da melhor para a pior.

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Considere para sua classificação os seguintes critérios:

● De 0 a 10, o quanto me sinto empolgado com essa ideia?


● Quanto tempo levarei para colocá­la em ação?
● Quanto terei que investir financeiramente para que ela se torne
realidade?
● Se tudo der errado, o que de pior pode acontecer?
● Se acontecer o pior, eu consigo me recuperar?

Testando suas ideias


Não é incomum que as pessoas se lancem de cabeça numa ideia e depois
se arrependam.
Na maioria das vezes, o que acontece é que a pessoa está tão empolgada
com a ideia que se esquece de investigar o lado ruim da atividade.
Por exemplo, abrir uma padaria pode parecer uma ideia maravilhosa.
Mas, muitas pessoas não se dão conta que depois de fechar as portas
terão que ficar até tarde limpando, guardando e arrumando as coisas.
Que no outro dia, terão que acordar às 4h da madrugada para fazer pão.
Todo o trabalho tem seu lado ruim.
Por isso, é importante que você teste as suas ideias em pequena escala.
E uma das maneiras de fazer isso com baixo risco é criar um P.M.V.

O Produto Mínimo Viável da sua nova ideia de profissão


O conceito da P.M.V é uma das ferramentas das metodologias ágeis de
desenvolvimento.
O objetivo da ferramenta é criar um protótipo com o mínimo de esforço,
tempo e investimento para testar se o produto terá aceitação pelo

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mercado.
Caso a aceitação seja negativa, ele é descartado e um novo produto é
criado e testado.
Caso seja positiva, o feedback dos usuários é usado para aprimorar o
produto.
Essas e muitas outras ferramentas de desenvolvimento de produtos e
serviços podem ser encontradas no livro “Value Proposition Design –
Como construir propostas de valor inovadoras” de Alex Osterwalder e
colaboradores.
A boa notícia é que podemos adaptar o conceito de P.M.V para testar
suas ideias de trabalho.
Além disso, pode ser uma oportunidade para melhorar sua ideia.
Mas, como você pode fazer isso com trabalho?
Eu tenho algumas sugestões…

• Arrumar um emprego de meio período ou fins de semana.


• Começar o negócio como hobby em casa
• Entrevistar pessoas que atuam na área e perguntar sobre os desafios e
problemas
• Trabalhar como voluntário em alguma instituição ou ONG.
• Conseguir um estágio.

O mais importante é nunca se jogar de cabeça em uma nova ideia.


Porque a última coisa que queremos é passar pela infelicidade no
trabalho novamente.

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ÚLTIMAS PALAVRAS E CONCLUSÃO


Este material é um primeiro passo para você se livrar do trabalho infeliz
que consome sua energia, disposição e motivação.
E com isso eu quero dizer que existem muitas outras coisas que podem
te ajudar a se realizar profissionalmente.
Infelizmente, é impossível incluir tudo num simples artigo de blog.
Mas, eu acredito, verdadeiramente, que se você aplicar o que leu neste
artigo, terá dado um passo enorme na direção de encontrar a felicidade
no trabalho.
E, caso você tenha interesse em receber mais materiais sobre o assunto,
se cadastre no meu site.
Terei o maior prazer em te avisar das novidades.
Abraços e Muita Paz, Força e Sucesso
Jaime Figueiredo

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