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Geografia

Estrutura Fundiária
divisão da terra em propriedades, de acordo com o processo
histórico da área e com as leis de propriedade ditadas pelo Estado.
Sendo assim, não é possível realizar um estudo crítico e aprofundado
sobre a economia agrária brasileira sem analisar sua estrutura
fundiária, ou seja, a maneira como as terras são divididas em
propriedades: se são pequenas, grandes ou variadas, ou se são
terras privadas ou públicas.

As Bases da Estrutura Fundiária Brasileira


SESMARIAS (1530 - 1822) → o acesso às terras era concedido pelo
Estado português e esse acesso só era concedido com o intuito de
deixar as terras mais produtivas, destacou-se a Agroindústria
Canavieira (sistema de plantation).
→ as propriedades eram distribuídas de acordo com o poder
aquisitivo e o status social dos proprietários, o que contribuía para a
elitização da estrutura fundiária brasileira ←

Posse Livre Em Terras Devolutas (1822 - 1850) → terrenos pertencentes


ao Estado e que não possuíam valor de troca, apenas valor de uso a
quem quisesse cultivar e vender sua produção.

Lei de Terras (1850) → diante de uma nova conjuntura social e política,


advinda de uma sociedade cafeeira e da monarquia, uma nova
regulamentação fundiária foi adotada; estabelecia que todas as
terras devolutas somente poderiam ser adquiridas por meio da
compra (preferencialmente em leilões).
→ favoreceu as oligarquias (SP e MG) e dificultou o acesso aos
pequenos proprietários ←

Abolição da Escravidão (1888) → mesmo com a abolição e a entrada


do trabalho assalariado no campo, um grande contigente de
ex-escravizados não foi integrado à sociedade de classes, a
Imigração foi uma alternativa escolhida pelo Estado para as mãos de
obra.

Grande Depressão (1929) → subvalorização no preço do café.

Atualmente,
essa divisão no Brasil encontra-se de forma desigual, pois existe uma
grande disparidade quanto à distribuição de terras, uma vez que
uma restrita parcela da população detém um grande percentual das
áreas rurais do país, enquanto uma grande parcela tem pouca ou
nenhuma propriedade. O Brasil é um dos países com maiores
concentrações de terras do planeta e com os maiores latifundiários,
problema que se agrava à medida que os latifúndios improdutivos
não utilizam a terra com a finalidade de produzir e gerar empregos
no campo, intensificando o êxodo rural.

Estatuto da Terra de 1964


resultante da insatisfação no meio rural brasileiro e do temor do
governo e da elite conservadora do surgimento de uma revolução
camponesa, pois alguns anos antes ocorrera a Revolução Cubana e a
implantação da reforma agrária em vários outros países da América
Latina.
→ no Brasil, a luta pela reforma agrária existe desde 1950, com o
surgimento das Ligas Camponesas; várias propostas foram
discutidas pelos governos da época, todas negadas pelo Congresso
Nacional ←
as duas principais metas do Estatuto, eram: reforma agrária e
desenvolvimento da agricultura. Apenas a segunda meta foi
realmente batida, pois recebeu muita atenção do governo,
principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento capitalista ou
empresarial da agricultura. Por isso o Estatuto criou uma
regulamentação.
→ as propriedades rurais foram divididas em módulos rurais, fixados
para cada região do país com o objetivo de aproveitar o trabalho em
cada área ←
classificação dos imóveis rurais: minifúndio, empresa rural, latifúndio
por exploração e latifúndio por dimensão.

Lei Complementar de 1993


a modificação do Estatuto da Terra consistiu em uma lei que afirmava
a necessidade do cumprimento da função social da propriedade, que
inclui, além do conceito econômico de produtividade, o respeito ao
meio ambiente, à legislação trabalhista e ao bem-estar social, sob
pena de desapropriação por interesse social para fins de reforma
agrária.
as mudanças levaram em consideração:
● o tipo de exploração predominante no município;
● a renda obtida com a exploração predominante;
● outras explorações existentes no município que, embora não
predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da
área utilizada;
● o conceito de propriedade familiar.
classificação atual: minifúndio, pequena propriedade, média
propriedade e grande propriedade.
Concluindo,
mesmo após uma reformulação do Estatuto da Terra, o Brasil ainda
não conseguiu modificar a situação de sua estrutura fundiária
desigual.

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