Atividade Direito do Agronegócio

3 - Como se deu a ocupação agrária no Brasil? Explique.

R: A ocupação das terras brasileiras se inicia no período da colonização do nosso país, neste
início as terras brasileiras eram de propriedade exclusivas da coroa portuguesa. Sua divisão
começa por meio das capitanias hereditárias, sendo a primeira medida da coroa portuguesa
dentro do assunto de divisão de terras em nosso território. Ordem do rei português D. João III,
em 1534, A América Portuguesa foi dividida em 15 faixas de terra, e a administração dessas
terras foi entregue aos donatários, Os donatários eram comerciantes e pessoas da pequena
nobreza de Portugal que tinham boa relação com a Coroa portuguesa. As capitanias existiram
no Brasil durante séculos, mas, a partir de 1548, uma nova forma de administrar o Brasil foi
criada. Essas propriedades serviam tanto para fins produtivos quanto para o estabelecimento
português no Brasil, garantindo assim domínio sobre o novo território.
Com a capitania surgiu o sistema de Sesmarias devendo ser uma propriedade produtiva e
também sendo passada por doação. Durante 28 anos não existiu nenhum instrumento qual
legislasse sobre a função de propriedade de terras no país e as terras devolutivas sendo as
propriedades abandonadas pelos donos nomeados pela coroa, também não pertencendo a
coroa, desta forma podendo ser ocupadas por qualquer um.
Em 1850 isso mudou, a única forma de se adquirir propriedades rurais era por meio da
compra. De acordo com a promulgação da lei de Terras, esta nova norma permitiu
proprietários ampliar suas terras da forma qual conhecemos por grilagem, falsificando
documentos para aumentarem suas áreas. Não havendo como adquirir novas terras as pessoas
acabavam se tornando assalariados de produtores rurais. A Lei de Terras representou um
marco na questão agrária brasileira por limitar a aquisição de terras a um determinado grupo

social e acentuar, dessa forma, as desigualdades no campo.

Após o meio do século XX com a revolução Verde, o governo tomou medidas que causaram
profundas mudanças no sistema agrário. A adoção do modelo produtivo do agronegócio,
intensivo em capitais e baseado na monocultura e nas grandes propriedades de terra, bem
como o avanço da fronteira agrícola para as regiões central e norte do Brasil aumentaram o
número de trabalhadores rurais desempregados, intensificaram o processo de concentração de
terras e suscitaram diversos conflitos violentos no campo. O quadro atual que pode ser visto
no país é derivado desse processo.
No Brasil atual possui alguns protagonistas na questão agrária, sendo eles: Estado, mercado,
latifundiários, agroindústrias, camponeses, pequenos e médios proprietários de terras,
comunidades tradicionais sendo esses indígenas e quilombolas, por fim movimentos sociais e
outras entidades.

4 - Cite e explique dois princípios de direito agrário.

R: Função social da Propriedade – se encontra no art. 5º da Constituição Federal inc. XXIII,

havendo em seu texto direitos fundamentais como assegurar uma vida digna, livre e
igualitária a todos cidadãos do país. Implementada pela primeira vez na CF em 1934, este
princípio determina que a propriedade urbana ou rural deverá, além de servir aos interesses do
proprietário, atender às necessidades e interesses da sociedade.  Também citada no art. 182 da
CF, focando em dizer sobre a função social da propriedade urbana, onde exercerá sua função
seguindo os critérios impostos por um plano diretor de cada município. Já no art. 186 detalha
características e funções quais devem ser seguidas por um proprietário de uma área rural para
cumprir suas funções, caso o mesmo não venha cumpri-las ocorre o risco de eventualmente
perder suas terras.
Justiça Social - este princípio visa no sentido de que as regras de direito agrário são voltadas
para atender a necessidade de justiça social nas relações no campo, combatendo a
desigualdade.