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AUDIOVISUAL
Introdução
Frente às demais formas de produção de conteúdos, a produção audio-
visual apresenta um claro protagonismo, já que é capaz de proporcionar
aos mais diversos públicos uma experiência eminentemente completa e
acessível. O potencial de encantamento inerente à junção do áudio com
a imagem em movimento traz consigo também uma maior responsabi-
lidade do ponto de vista ético, já que seu potencial também é maior em
termos de exposição indesejada de pessoas e instituições.
Neste capítulo, você estudará aspectos éticos e seus limites na pro-
dução audiovisual, examinando o uso de subterfúgios jornalísticos para
a obtenção de informações e os marcos legais aplicados no Brasil.
Além disso, existem outros limites éticos que envolvem regras específicas
para cada área de atuação, devido a demandas específicas dos diferentes
campos da produção audiovisual brasileira. Entretanto, neste capítulo, va-
mos nos concentrar em alguns objetivos da produção audiovisual de caráter
jornalístico, com destaque para o papel social das grandes reportagens no
telejornalismo, que demandam uma produção e linguagem específicas, o
uso da câmera escondida e do off na reportagem investigativa e a legislação
e os limites éticos da produção audiovisual no Brasil, nesse caso, não nos
restringindo ao jornalismo.
A reportagem pode ser definida como um gênero textual jornalístico de
caráter predominantemente informativo e que possui uma maior liberdade
em relação à estrutura de produção que outros gêneros como a notícia, a nota
e a entrevista (MELO; ASSIS, 2016). Nessa modalidade, o jornalista dispõe
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Como forma de sintetizar o que seria uma grande reportagem, suas principais carac-
terísticas são:
predominância da narração — contação de histórias da vida real com início, meio,
fim e moral da história (COUTINHO, 2012);
humanização dos fatos abordados —possibilita narrativas baseadas em persona-
gens e suas realidades como forma de gerar identificação com os telespectadores/
usuários que consomem esses conteúdos;
contextualização — demanda um processo de checagem e apuração não apenas
da temática a ser trabalhada, mas também de seus antecedentes e implicações
para a construção da matéria;
liberdade — é possível ter novos formatos e modos de se abordar um conteúdo,
principalmente por ser um gênero que permite mais tempo de apuração e de
produção.
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Leitura recomendada
VIEIRA, G. Complexo de Clark Kent: são super-homens os jornalistas?. São Paulo: Summus,1991.
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