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A construção do real no telejornalismo: do lugar de segurança ao lugar de


referência

Chapter · January 2007

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Alfredo Vizeu Pereira Junior João Carlos Correia


Federal University of Pernambuco Universidade da Beira Interior
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A construção do real no telejornalismo: do lugar de segurança ao lugar de
referência
Prof. Dr. Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior – PPGCOM/UFPE
Prof. Dr. João Carlos Correia – Universidade da Beira Interior, Covilhã - Portugal

Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir a hipótese de que o


telejornalismo representa um lugar de referência para os brasileiros muito semelhante
ao da família, dos amigos, da escola, da religião e do consumo. Com a finalidade de
apresentar um esboço teórico dessa proposta, o estudo está dividido em três
momentos: o telejornalismo como um lugar de construção do real, o conhecimento do
telejornalismo e a produção do conhecimento. Como pano de fundo dessa caminhada,
o que estamos apontando e indicando são algumas pistas, algumas considerações e
algumas provocações para a construção de uma epistemologia do telejornalismo.
Palavras-chave: Telejornalismo, cotidiano e lugar de referência

1. INTRODUÇÃO
Os brasileiros acreditam mais na mídia que no Governo. A informação,
resultado de um pesquisa da agência de notícias Reuters, da Rede Britânica BBC e
dos Media Centre Poll da Globescan realizada em dez países, mostra a centralidade e
importância da televisão na sociedade brasileira. Dentro desse contexto, o campo do
telejornalismo ocupa um lugar de destaque como a principal fonte de informação para
56% dos entrevistados é a televisão (BRASIL, 2006, p. 31).
Uma outra pesquisa publicada na revista Imprensa (MORAES,2006)sobre os
telejornais no Brasil também confirma o poder dos noticiários como fonte de
informação. 85% dos entrevistados, no primeiro trimestre de 2005, de grandes centros
urbanos, representando uma população de mais de 34 milhões de pessoas revelaram
que acompanham o dia a dia do País e do mundo pelos telejornais. A análise revela
que os resultados sobre a busca de notícias na tevê, mesmo em relação à classe
econômica, não apresenta resultados muito diferentes: 89% dos entrevistados das
classes A e B e 82% das classes C, D e E ligam a televisão para se informar através
dos telejornais.
Os estudos sobre esse fenômeno estão a exigir do mundo acadêmico, em
particular, dos pesquisadores um olhar mais atento e maiores investigações sobre os
telejornais de rede nacional, os noticiários regionais e locais que contribuem de uma
forma relevante para a construção de parte da realidade social da realidade brasileira
diariamente (BERGER;LUCKMANN,1995 ).
A agenda diária de cobertura dos fatos pelos telejornais influencia a agenda
pública. As conseqüências desse agendamento e do enquadramento dos
acontecimentos feito pelos noticiários sugerem que eles não só nos propõem sobre o
que é que devemos pensar, como também nos propõem como pensar (McCOMBS;
SHAW, 1993).

O objetivo deste trabalho é procurar estabelecer um quadro teórico mais


efetivo do estudo que apresentamos no ano passado, no III Encontro da Sociedade
Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), que trata das relações entre os
telejornais e o dia a dia das pessoas. Ao conceito provisório do telejornalismo como
um lugar de segurança nas sociedades complexas propomos o conceito de lugar de
referência (VIZEU, 2006).

Defendíamos que os telejornais funcionam como uma espécie de lugar de


segurança no mundo da vida (SCHTUZ, 2003) tendo por base que a televisão se
constitui num lugar de familiaridade e tranquilidade no dia a dia (SILVERSTONE,
1996) acabou se mostrando insuficiente para dar conta da relevância dos noticiários
como um lugar de mediação entre o mundo dos fatos, dos acontecimentos, ao longo
texto usamos essas duas expressões de forma indistinta, e a sociedade.

Ora se o cotidiano envolve tristezas, alegrias, ódios, afetos, tensões, conflitos,


segurança e insegurança, a proposição de um lugar de segurança em vez de permitir
que apresentássemos de uma forma coesa, coerente e clara a perspectiva teórica que
começávamos a desenvolver sobre a referencialidade do telejornalismo nas
sociedades complexas (MELLUCI, 2001) acabava dificultando a compreensão da
hipótese. Diante do desafio procuramos não fazer uma simples modificação semântica
na buscar de sermos melhor compreendidos, mas avançar no sentido de refletirmos,
aprofundarmos e apresentarmos um novo arcabouço da idéia de referência.

Por isso, a hipótese central deste trabalho é que o telejornalismo representa um


lugar de referência para os brasileiros muito semelhante ao da família, dos amigos, da
escola, da religião e do consumo (CANCLÍNI, 1995). Com a finalidade de apresentar
um esboço teórico dessa proposta, o estudo está dividido em três momentos: o
telejornalismo como um lugar de construção do real, o conhecimento do
telejornalismo e a produção do conhecimento. Como pano de fundo dessa caminhada,
o que estamos apontando e indicando são algumas pistas, algumas considerações e
algumas provocações para a construção de uma epistemologia do telejornalismo
(EKSTRÖM, 2005).

O modelo de que o jornalismo reproduz o real tal como ele, sendo uma
espécie de fotografia da realidade, já não encontra praticamente mais guarida nas
pesquisas desenvolvidas na área (TRAQUINA, 2004), (SCHUDSON, 2002) (PENA,
2005). O espaço em que essa visão de reprodução ainda se mantém de uma maneira
forte é nas redações das empresas de jornalísticas em função de dois mitos da prática
profissional, que não são a preocupação deste trabalho: a imparcialidade e a
objetividade, que permitiriam ao jornalista afirmar que o distanciamento dos fatos
garantia notícia ser o espelho da realidade (SCHUDSON, 1978).
O processo de produção da notícia é extremamente complexo e envolve desde

a captação, elaboração/redação/edição, uma audiência interativa. Envolve momentos

de contextualização e descontextualização dos fatos. É resultado da cultura

profissional, da organização do trabalho, dos processos produtivos, dos códigos

particulares(as regras de redação), da língua e das regras do campo das linguagens, da

enunciação jornalística e das práticas jornalísticas.

A nossa preocupação central é discutir e refletir o campo jornalístico como um

lugar relevante na construção social da realidade (VERÓN, 1995) campo jornalístico

como um lugar central na construção social da realidade. Como bem observou

Bourdieu (1997) os jornalistas refrataram a realidade ao cobrir os acontecimentos. Ou

seja, eles têm “óculos” especiais a partir dos quais vêem certas coisas e não outras:

“eles operam uma seleção e uma construção do que é selecionado” [grifo nosso],

(Bourdieu, 1997, p. 25) A notícia ao refratar a realidade constitui e é constituída por

essa.
2. A ORGANIZAÇÃO DO MUNDO
A imagem que a mídia constrói da realidade é resultado de uma atividade
profissional de mediação vinculada a uma organização que se dedica basicamente a
interpretar a realidade social e mediar os que fazem parte do espetáculo mundano e o
público. Compartilhamos com a afirmação de Gomis (1991) e consideramos que a
mídia não só transmite, mas prepara e apresenta uma realidade dentro das normas e
das regras do campo jornalístico.
Como argumenta o autor, o que a mídia apresenta não é nem espelho nem
janela da realidade e não poderia ser de outra maneira, uma vez em ambos as
metáforas não são levadas em conta. No entanto, elas são essenciais para a mídia em
particular na produção da notícia. A linguagem permite “fazer presente” uma
diversidade de objetos que se acham ausentes do “aqui e agora”.
A mídia hoje é essencial para a vida em sociedade. Os telejornais cumprem
uma função de sistematizar, organizar, classificar e hierarquizar a realidade. Dessa
forma contribuem para uma organização do mundo circundante.
Fishman (1990, p. 51) diz que o mundo é burocraticamente organizado pelos
jornalistas. De certa forma é o que o editor-chefe de um telejornal faz todos os dias
quando organiza o espelho do jornal. Ou seja, a ordem de entrada das matérias que
vão ao ar num telejornal. Numa pesquisa que realizamos sobre a definição das
notícias num telejornal local observamos que a abertura do noticiário sempre era
como uma notícia de impacto do dia; e, no encerramento, as notícias mais leves
(eventos culturais, mostras, etc.), normalmente, encerravam o informativo televisivo
VIZEU, 2000).
Hall (2005) explica que na construção das notícias os jornalistas mobilizam
enquadramentos conhecidos e fazem alguns ajustes que fazem o velho e o banal
parecerem novos. Segundo o autor, as notícias já estão praticamente escritas antes dos
jornalistas sentarem nos terminais de computador das redações e redigirem suas
matérias.
Chandler (2005) lista alguns procedimentos no processo de produção da
notícia num telejornal que mostram que os fatos que vão virar notícias não só
selecionados, mas ativamente construídos. Ele observa que ao fim de uma entrevista
gravada são feitas imagens de detalhes da entrevista para serem utilizados na edição
da fala do entrevistado. O objetivo é ocultar o processo de edição procurando dar um
efeito de realidade para a matéria.
Tuchmann (1980) explica que os telejornais utilizam ângulos determinados na
produção das reportagens com enquadramentos que buscam conferir significados
sociais as relações espaciais. Uma imagem mais próxima procura enfatizar aspectos
mais dramáticos da matéria, ocorrendo o contrário quando a imagem é mais geral o
que procura transmitir uma espécie de reprodução da realidade, é como se essa
estivesse sendo mostrada de uma forma objetiva tal como é, produzindo um efeito de
real.
De acordo com a autora, nas práticas diárias os jornalistas fazem
enquadramentos das múltiplas realidades. Um exemplo disso é a tipificação dos
acontecimentos em notícias: duras (as factuais do dia. Ex: um acidente de ônibus
com mortos); leves (shows, peças de teatros, etc. que não precisam ir ao ar no
telejornal no dia em que foram gravadas porque não perdem atualidade) e as súbitas
(uma ruptura no cotidiano. Ex: acidente de avião).
Além dessas ainda há as notícias em desenvolvimento (notícias que vão
mudando ao longo do dia em função de novas informações. Ex: uma operação da
Polícia Federal para prender fraudadores da Receita Federal); e as notícias em
seqüência (há um calendário prévio dos acontecimentos. Ex: uma CPI normalmente
tem a agenda dos depoimentos da semana).
Tuchmann (1980) afirma que o enquadramento das notícias organiza a
realidade cotidiana e é parte importante dessa por causa do caráter público que é uma
característica essencial da notícia. Complementa afirmando que a notícia não só
define, redefine, constitui e reconstitui significados sociais; mas também define e
redefine, constitui e reconstitui maneiras de fazer coisas: os processos existentes e as
instituições.
Se a notícia televisiva contribui para a construção da realidade social, é
possível se afirmar que a informação noticiosa é uma forma de conhecimento. Mas,
que tipo de conhecimento? Esse é o segundo momento do nosso trabalho em que
procuramos construir um arcabouço teórico propondo que o telejornalismo é um lugar
de referência para homens e mulheres: o conhecimento do telejornalismo. Não há
notícia sem conhecimento.
Como afirma Van Dijk (2005, p.14): “Nada pode parecer tão trivial quanto a
tese de que sem conhecimento não haveria notícia alguma”. A afirmação,
aparentemente simples, revela a necessidade da discussão e da relevância do
Jornalismo como uma forma de conhecimento.
Um dos primeiros pesquisadores a trabalhar essa perspectiva foi Park (1972).
Com base no pensador William James, um dos principais representantes do
pragmatismo, movimento filosófico que exerceu profunda influência no pensamento
americano durante parte do século XX, existem dois tipos fundamentais de
conhecimento: o conhecimento de e o conhecimento acerca de.

Grosso modo, o autor explica que o conhecimento de é uma espécie de


conhecimento que adquirimos no curso dos nossos encontros pessoais e de primeira
mão do mundo que nos rodeia. Já o conhecimento acerca de é formal. É o
conhecimento que atingiu um certo grau de precisão e exatidão substituindo a
realidade concreta por idéias e as coisas por palavras.

Genro (1977) num interessante trabalho, fundamental para quem quer pensar o
jornalismo como uma forma social de conhecimento, apesar de reconhecer a
contribuição de a contribuição de Park, critica seus pressupostos teóricos afirmando
que ele não vai além da função orgânica da notícia e da atividade jornalística. No
entender dele, a postura assumida por Park é redutora porque supõe uma espécie de
senso comum isento das contradições internas, cuja função seria somente reproduzir e
reforçar as relações sociais vigentes, integrar os indivíduos na sociedade.

De acordo com Genro (1977), o conhecimento jornalístico constitui de fato um


gênero e não apenas um grau de abstração. Explica que o aspecto central desse gênero
de conhecimento é a apropriação do real pela via da singularidade, ou seja, pela
reconstituição da integridade de sua dimensão fenomênica. Nesse sentido, não se trata
simplesmente de conhecimento que faz as pessoas sentirem-se à vontade no mundo
que escolheram.

Com base no referencial teórico de Genro, Meditsch (1992) argumenta que o


conhecimento do jornalismo é diferente do conhecimento da ciência. Enquanto o
primeiro é o modo de conhecimento do mundo explicável, o segundo é o modo de
conhecimento do mundo sensível. A Ciência trabalha com hipóteses, enquanto o
Jornalismo trabalha com o universo das notícias que diz respeito às aparências do
mundo.

Uma pista para compreendermos o Jornalismo como um campo do


conhecimento, desenvolvida por alguns autores (MEDITSCH,2005) e (LIMA,2001),
é a apropriação da perspectiva conceitual da teoria ação de Freire (1987) para
pensarmos o conhecimento produzido pelo campo jornalístico. Entendemos que o
instrumental teórico proporcionado pelo autor permite trabalhar e refletir o Jornalismo
na sua essência. A referência do Jornalismo é a realidade, o mundo da vida, o
cotidiano de fatos, acontecimentos, de homens, de mulheres, de alegrias, de tristezas,
de afetos, de tensões, de conflitos e de paz.

3. O CONHECIMENTO DO TELEJORNALISMO

O contexto teórico do conhecimento do Jornalismo é o contexto da práxis. O


jornalismo precisa molhar-se pela realidade. Ou seja, não há contexto teórico
verdadeiro a não ser na união dialética com a prática, com o contexto concreto. No
contexto teórico buscamos tomar distância dos fatos; no prático, no concreto somos
sujeitos e objetos em relação ao objeto (FREIRE, 1987l).

Nas práticas diárias de produção da notícia é esse procedimento que os


jornalistas adotam o tempo todo, muitas vezes de forma inconsciente. No contexto
teórico de elaboração da informação, o repórter, o redator assumem o papel de
sujeitos cognoscentes da relação sujeito-objeto que se dá no contexto concreto para,
voltando a este, melhor atuar como sujeitos em relação ao objeto. Consideramos que
essa relação teoria/prática faz parte do método de apuração de uma matéria, de edição
e de apresentação. O método jornalístico tem que ser trabalhado com rigor (CORNU,
1999).

As informações essenciais não podem ser suprimidas. As notícias devem


trazer detalhes básicos para que possam ser compreendidas. As várias faces de um
acontecimento devem ser apresentadas. Na construção da notícia é preciso estar
sempre atento para que aspectos da realidade não sejam ocultados nem silenciados Os
textos têm que buscar uma objetividade possível, tomando-se cuidado em não alterar
textos e documentos.

A investigação é da essência do jornalismo porque diminui a possibilidade do


erro e do equívoco. Caso isso ocorra, ainda dentro das práticas jornalísticas, faz-se
necessário retificar a informação publicada que se revela inexata. No entanto, uma das
tarefas centrais do rigor do método, do conhecimento do Jornalismo, é evitar a
ambigüidade na informação. Outro aspecto importante no atual processo de produção
da notícia é sob a ditadura da audiência, da concorrência, precarizar a qualidade da
informação noticiosa (CORNU, 1999).

Por isso, como alerta Freire (1987) - e é importante nas práticas sociais do
jornalismo -, precisamos ir além da mera captação dos fatos buscando não só a
interdependência entre eles, mas também o que há entre as parcialidades constitutivas
da totalidade de cada um. Nesse sentido, o jornalismo necessita estabelecer uma
vigilância constante sobre a sua própria atividade.

Ainda dentro da perspectiva de Freire (1997) consideramos que a comparação


que o autor faz entre a ingenuidade e a criticidade pode contribuir para entendermos o
Conhecimento do Jornalismo - que trata dos acontecimentos do mundo, dos diversos
saberes, dos campos da experiência e do cotidiano. O autor esclarece que não há
diferença e nem distância entre a ingenuidade e a criticidade. Para Freire, entre o
saber da pura experiência e dos procedimentos metodicamente rigorosos ocorre uma
superação.

Freire (1997) argumenta que não acontece uma ruptura porque a curiosidade
ingênua, sem deixar de ser curiosidade, continuando a ser curiosidade se criticiza.
Continuando a explicação diz que ao criticizar-se, tornando-se curiosidade
epistemológica, metodicamente “rigorizando-se” na sua aproximação ao objeto,
conota seus achados de maior exatidão. A curiosidade metodicamente rigorosa do
método cognoscível se torna curiosidade epistemológica, mudando de qualidade, mas
não na essência.

É dentro desse quadro que opera o conhecimento do jornalismo. Na produção


da notícia o jornalista trabalha constantemente dentro dessa perspectiva de superação.
Não é permitido ao jornalista que seja ingênuo na cobertura dos fatos. A tomada de
consciência (FREIRE, 2003) é o ponto de partida da sua atividade. Como é possível
dar conta da cobertura dos acontecimentos, da mediação entre eles e a sociedade, se
antes de construir a informação não conheço o objeto. É tomando consciência dele
que me dou conta do objeto, que é conhecido por mim.

A eficácia da atividade jornalística e o Conhecimento do Jornalismo estão


intimamente ligados ao que Freire (1995) colocava como a capacidade de abrir a
alma da cultura, de aprender a racionalidade da experiência por meio de caminhos
múltiplos, deixando-se molhar, ensopar das águas culturais e históricas dos
indivíduos envolvidos na experiência. É dimensão crítica do conhecimento
jornalístico, num imbricamento entre teoria e prática.

Há dois aspectos importantes do método Paulo Freire para pensarmos o


Jornalismo não só do ponto de vista metodológico, mas como uma forma de
conhecimento: a problematização e o diálogo, dois aspectos já anteriormente
apontados por Meditsch (2005) ao estudar as relações entre a mídia e Paulo Freire.

Ao abordar o papel da problematização na Educação na produção do


conhecimento, Freire (1987) defende que o conhecimento científico e a elaboração de
um pensamento rigoroso não podem prescindir de sua matriz problematizadora, a
apreensão de ambos não pode prescindir igualmente da problematização deve ser feita
em torno do próprio saber que o educando deve incorporar.

Como na Educação, acreditamos que a problematização também ocupa um


papel central no Jornalismo. Não é possível se falar em conhecimento do jornalismo
sem uma problematização constante das práticas jornalísticas, na função do
Jornalismo de informar. Um outro aspecto importante é a também centralidade do
diálogo nos processos jornalísticos de construção do real, o fazer jornalístico é um
estar em diálogo.

Nesse diálogo que o Jornalismo estabelece, com base nas pesquisas que
estamos desenvolvendo, em particular nos dois trabalhos que acompanhamos as
práticas diárias dos jornalistas na produção da notícia (VIZEU, 2000); (VIZEU,2006)
podemos observar e elencar cinco funções do conhecimento do Jornalismo: exotérica,
didática, de familiarização e de segurança.
A postura esotérica de outros campos, por exemplo, todo um instrumental
teórico e prático que só diz respeito as práticas médicas e do domínio da instituição
médica, resulta num discurso hermético, restrito a um grupo. A função do campo
jornalístico é tornar esse discurso compreensível para o grande público.

Diferentemente da natureza sacralizada do lugar de fala autorizado das outras


instituições, a cena sobre o fundo da qual se recortam os lugares de fala dos
enunciadores autorizados do discurso jornalístico é um lugar simbólico dessacralizado,
que tem como preocupação desegredizar, ou seja revelar a realidade (RODRIGUES,
1996)

4. A FUNÇÃO DIDÁTICA

A segunda função do Jornalismo como uma forma de Conhecimento é a


didática. Um exemplo disso são os manuais de jornalismo. Verón (1983 a) vê o
jornalista como um enunciador pedagógico, que pré-ordena o universo do discurso
visando o leitor, que procura orientar, responder-lhe às questões, em suma informar,
sempre guardando uma distância do objetivo dele.
Vilches (1989) observa que não se pode esquecer que o telejornal estabelece
com o espectador(audiência) uma relação pedagógica, pois ensina como se portar
diante do texto televisivo, com que atitude comunicativa e em que condições deve
aprender as características do gênero. Ou seja, operando de uma forma didática a
notícia faz uma mediação entre os diversos campos de conhecimento e o público.
Com base nas investigações e pesquisas que estamos fazendo até o presente
momento, retrabalhamos a questão do jornalismo como um lugar de segurança que
desmembrando em duas funções: a de segurança e a de familiarização. Refletimos e
avaliamos que a idéia de lugar de segurança, mais confundia os nossos propósitos de
tratar o jornalismo como um lugar de referência, conceito que entendemos dá uma
dimensão mais ampla ao Jornalismo como uma espécie de lugar de orientação nas
sociedades complexas que homens e mullheres recorrem para o bem e para o mal.

Com o conceito de lugar de segurança também evitamos utilizar o conceito de


risco do sociólogo alemão Ulrich Beck (2002) cada vez mais usado para entender as
relações entre jornalismo e sociedade como foi o caso da pesquisa realizada por
Waisbord (2002) sobre a mídia nos Estados Unidos depois do 11 de Setembro .
Resumidamente, risco é enfoque moderno de previsão e controle das consequências
futuras da acção humana, as diversas consequências não desejadas da modernização
radicalizada. Tem como preocupação colonizar o futuro, um mapa cognitivo. O risco é
uma função da nova ordem global. Consideramos que o conceito de risco como o de
lugar de segurança, mais confunde do que explica o jornalismo como um lugar de
referência.
A partir de agora o lugar de segurança cede espaço as funções de segurança e
familiaridade. Uma investigação de Silverstone (1996) sobre a televisão e o cotidiano
oferece-nos interessantes pistas para a nossa caminhada na tentativa de discutirmos a
função de segurança no jornalismo.

Sem a preocupação de ser fiel a análise teórica de Silverstone interessa-nos


aqui o caminho aberto pelo autor para a construção da nossa hipótese discutindo os
conceitos de segurança ontológica e objeto transicional . Por isso, interessa-nos aqui
aproximá-los da idéia do telejornal como uma referência de estabilidade e segurança
para as pessoas no mundo que as cerca.

Giddens (2003) considera que as rotinas diárias desempenham um papel


central na sociedade. Por isso defende que a confiança na continuidade do mundo
objetivo e no tecido da atividade social depende de certas conexões especificáveis
entre os indivíduos e os contextos dos quais se movimenta no cotidiano.

A seguridade ontológica mostra a fé que a maior partes dos seres humanos tem
na continuidade de sua identidade própria e na “estabilidade” dos meios circundantes
de ação social e material. A crença na fidelidade das pessoas e das coisas, essencial a
noção de confiança, é fundamental para os sentimentos de segurança ontológica.

No que diz respeito ao telejornalismo poderíamos dizer que a forma como os


telejornais organizam o mundo procurando dar uma ordem o caos circundante
tornaria-o um lugar de segurança ontológica para as pessoas. Mais adiante voltaremos
a abordar com mais detalhes essa questão da segurança trabalhando-a de uma forma
integrada com os conceitos de objetos transicionais e espaço temporário de Winnicott
(1975).

Grosso modo, os objetos transicionais surgem numa fase posterior do


desenvolvimento do bebê depois da “mão na boca” e da “mão no genital”. Mais cedo
ou mais tarde surge uma tendência de manipulação dos objetos externos ao corpo que
Winiccott chama de “não-eu”. O autor comenta que esses objetos representam o seio
materno, no entanto, o que lhe interessa é mostrar que eles funcionam como uma
espécie de “lugar de tranqüilidade” para os bebês.
A televisão no cotidiano das pessoas representaria esse objeto transicional,
uma espécie de referência, de estabilidade, diante da violência, da insegurança e da
complexidade do cotidiano. Os telejornais funcionariam como uma janela para a
realidade, mostrando que o mundo circundante existe, está lá e tudo não se
transformou num caos, a vida segue a sua normalidade. É importante enfatizarmos
que estamos particularmente interessados em ressaltar o aspecto desenvolvido por
Winnicott que diz respeito ao objeto transicional como um objeto que dá segurança
ao homem e a mulher, sem a preocupação de aprofundarmos ou apresentarmos a
ampla análise de Winnicott sobre o tema.

Com as definições de segurança ontológica e objeto transicional entendemos


que as funções de segurança e de familiaridade ficam mais delineadas no jornalismo.
Trabalhando com os conceitos de segurança ontológica e de objeto transicional de
uma forma integrada e estabelecendo suas relações com o dia a dia das pessoas
podemos considerar, por exemplo, que as pessoas ao sentarem-se nos sofás de suas
casas ao final de um dia de trabalho procuram além de informar-se sobre o entorno
terem a segurança de que o mundo lá fora, apesar dos conflitos, das tensões, da falta
de emprego e da insegurança é um mundo no qual é possível de se viver. O noticiário
televisivo desempenharia o papel de um desses lugares de segurança.

A confiança, a crença e a segurança são centrais para a sobrevivência do


homem. Como observou Schutz (2003) ao falar da atitude natural dos homens e das
mulheres com relação ao mundo da vida. No dia a dia adotamos uma postura de
suspensão da dúvida em relação ao cotidiano. Ou seja, cremos que as coisas são como
estão evidenciadas na realidade. Isso não pode nos levar a raciocínio contrário, que as
pessoas não têm dúvidas com relação ao que observam e percebem no dia a dia.
Como uma forma de sobrevivência, elas suspendem a dúvida.
Vejamos um exemplo para deixar isso mais claro. De manhã pego meu carro e
vou para o trabalho. Ora, quando estou dirigindo não coloco em dúvida o tempo todo
se alguém que vêm com outro carro na minha direção vai bater em mim, se um
pedestre que está na calçada está com intenção vai se jogar na minha frente, etc. Ou
seja, tenho confiança em que as coisas são como são. Isso me dá segurança. Dentro
desse contexto, minha atitude com relação aos telejornais não é diferente: a forma
como ele é organizado, as notícias que se sucedem, o final com uma mensagem de
esperança, ou com uma matéria para cima, para levantar o ânimo deixam-me mais
confiante no mundo, mais informado sobre ele (CORREIA, 2005).

Conseqüência desta função de segurança o Jornalismo como uma forma de


conhecimento tem necessária que procurar tornar o mundo menos hostil: é a função
de familiarização. O medo do diferente, do estranho é profundamente arraigado no ser
humano. É o resultado da ameaça de perdermos os referenciais, de perder o contato
com a continuidade do cotidiano que garante a segurança. “Quando a alteridade é
jogada sobre nós na forma de algo que não é exatamente como deveria ser, nós
instintivamente rejeitamos, porque ela ameaça a ordem estabelecida” (MOSCOVICI,
2003).

Podemos enunciar apropriando-nos de uma forma livre,com um olhar do


campo do Jornalismo, da perspectiva apresentada por Moscovici com relação às
representações sociais que o jornalismo, em particular o televisivo, funcionaria como
uma espécie de fábrica que tem como uma das suas preocupações tornar comum e
real algo que é incomum (não familiar), ou que nos dá um sentimento de não
familiaridade.

5. AS OPERAÇÕES/CONSTRUÇÕES DO TELEJORNALISMO

Finalmente chegamos ao nosso terceiro e último momento deste trabalho do


jornalismo como um lugar de que referência que á a produção do conhecimento no
jornalismo. Esse processo é realizado cotidianamente através de cinco
operações/construções jornalísticas numa releitura de cinco categorias que
apresentamos anteriormente mobilizadas pelos jornalistas no processo de produção da
notícia (VIZEU, 2005). Entendemos que essas categorias, muito mais que operadores
jornalísticos são na verdade complexas operações/construções nas quais o jornalismo
produz a construção do real: de atualidade, de objetividade, de interpelação, de
leitura e operadores didáticos.
Dentro dos limites deste trabalho faremos um resumo dessas categorias do
telejornalismo As operações/construções de atualidade: o jornalismo, em particular, o
gênero telejornal, é na essência o discurso da atualidade. Não da atualidade
cronológica, já que entre o momento do acontecimento do fato e a notícia temos um
interregno mediado pelo telejornal, mas da atualidade do noticiário televisivo.
Mesmo um evento transmitido ao vivo, em tempo real, se submete ao tempo e
à formatação do telejornal: há um recorte sobre a realidade (pelo plano da tomada,
pela forma de enquadramento, etc).O tempo do telejornal não é um tempo concreto,
não é o tempo do fato, mas um tempo formal, abstrato. Se o presente absoluto do fato
é impossível, não importa, o discurso se organizará sobre o presente da enunciação do
fato, este sim absoluto: o presente do próprio ato comunicativo Requena (1989).
As operações/construções de objetividade – estão intimamente relacionados
com os operadores anteriores uma vez que uma das principais preocupações do
jornalismo é tentar reproduzir o fato tal como ocorreu. É garantir que o que está sendo
relatado é verdadeiro: o culto da objetividade e da independência do jornalismo. A
separação entre comments (comentários, opiniões) e news (notícias) acabou
contribuindo para o mito da objetividade que até hoje é uma das bases do jornalismo
contemporâneo (SCHUDSON, 1980).
O jornalista, produtor do discurso realista, situa-se no mesmo plano do artista
realista que para Barthes (2000) nunca identifica a origem do seu discurso com a
realidade, mas, sempre e somente, tão longe, quanto se possa ir, com um real já
escrito, com um código prospectivo, ao longo do qual, a perder de vista, nada mais se
pode encontrar do que um conjunto de cópias.
Quando confrontado com seu conceito de verdade o jornalista reage como o
artista plástico que não faz mais nada do que citar o código supremo, fundado de todo
o real e que é a arte, de onde derivam as verdades e as evidências. Tal como o artista
plástico, o jornalista é infalível não pela segurança das suas perfomances, mas pela
autoridade da sua competência; é ele quem conhece o código, a origem, o fundamento,
e quem se assume, assim, como assegura, testemunha e autor da realidade.
Operações/construções de interpelação - o noticiário televisivo, em especial,
mostra-nos várias maneiras pelas quais a gramática da produção procura construir um
vínculo ativo com a recepção. Os telejornais analisados procuram estabelecer com
seus usuários determinadas ações que classificamos como ações de captura,
construídas semanticamente pelos jornalistas, que tratam de torná-los imaginariamente
presentes no interior do próprio telejornal.
Um dos exemplos é o uso do pronome pessoal nós que busca fazer da
audiência uma espécie de co-participante do telejornal. Isso é muito comum quando o
locutor/apresentador recorre ao: Nós vamos ver, Vamos conferir, etc. O telespectador é
convidado a assistir determinada notícia como se estivesse na sala da casa do
apresentador.
Operações/construções de leitura – no âmbito do discurso não podemos falar
em passividade da audiência, pois ela é acionada a efetuar percursos no interior desse
campo, fazendo elos associativos com base nos investimentos dos seus próprios
saberes e também na pressuposição de que a produção faz ao valer-se da noção de que
o coenunciador(telespectador) já sabe sobre aquilo que lhe é dito. O telejornal é uma
montagem de muitas vozes (FISKE, 1987).

Todos esses elementos são estruturados, organizados e trabalhados


permanentemente pelos discursos midiáticos aos quais eles são mais ou menos fiéis. O
texto de um telejornal é como um espaço imaginário onde são propostos múltiplos
espaços de participação à audiência; uma paisagem, de qualquer maneira, onde a
audiência pode escolher o seu caminho com mais ou menos liberdade.
Os operadores didáticos – os jornalistas, de uma maneira geral, têm uma
preocupação didática com relação à audiência. O Manual de Telejornalismo da Rede
Globo, por exemplo, assume um ar professoral ao explicar como o telespectador, a
audiência deve ser tratada. Segundo o Manual um dos grandes desafios do
telejornalismo é a tradução de informações técnicas, a apresentação de pacotes
econômicos, a decifração de termos financeiros, etc: “é preferível sermos tachados de
professorais por uma elite de escolarização a não sermos entendidos por uma massa
enorme de telespectadores comuns” (MANUAL DA GLOBO DE
TELEJORNALISMO, Central Globo de Jornalismo, 1986, p.23-24).

Para Fausto Neto (1991), os manuais contribuem para condicionar os


procedimentos de leitura do campo da recepção, estruturando-a, segundo certas regras.
Isto é, o leitor – ou no sentido mais geral, o receptor dos suportes de comunicação – é
alguém construído no próprio processo de produção jornalística.
É dentro desse contexto entendemos que é possível falar do telejornalismo
como um lugar de referência. Um exemplo prático do que estamos apresentando
foram à série de incidentes que aconteceram em São Paulo, a maior capital da América
Latina, de tanto a tanto desse ano.
Diante do que a mídia denominou de cultura de medo, a cidade e o Estado
reféns de uma facção criminosa a televisão funcionou como uma espécie de lugar de
referência para as pessoas buscarem informações e procurarem informações para
tentar entender o que estava ocorrendo. A audiência dos telejornais disparou.
Como observa Wolton (2004), os noticiários televisivos funcionaram um laço
social. Segundo o autor os laços primários que dizem respeito à família, à vizinhança,
à solidariedade de classe, à pertinência religiosa tornam-se cada vez mais distantes
resultando numa fragilidade nas relações entre a massa e o indivíduo, entre a massa e
as pessoas. É nessa ausência de um espaço sociocultural entre a experiência do
indivíduo e do coletivo que se situa o interesse pela televisão. Ela funcionaria como
um laço estruturante. O País se veria como uma Nação, como uma comunidade
imaginada (ANDERSON, 2005).

É o que de certa forma ocorre no País nas transmissões dos grandes eventos
midiáticos com a copa do mundo e as eleições. Os milhões de brasileiros e brasileiras
que acompanharam a cobertura pela televisão estabeleceram, de certa forma, uma
relação de pertencimento a uma comunidade, a uma Nação chamada Brasil. Eles
sabiam que naquele instante, em outras cidades, e em outros Estados, cidadãos que
eles provavelmente nunca encontrarão são brasileiros que nem ele. O telejornalismo
funcionaria como um lugar de referência. Ainda estamos trabalhando essa hipótese,
mas consideramos que outros e novos estudos podem contribuir para entendemos a
função do telejornalismo nas sociedades democráticas.

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