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COORDENADOR DE LABORATÓRIO
1. Introdução
Um sistema de ar comprimido genérico pode ser basicamente representado por três partes:
geração, distribuição e uso final. A geração consiste em compressores acionados por motores
elétricos, controles para regular a quantidade de ar comprimido produzida e equipamentos de
tratamento que removem contaminantes desse ar.
A distribuição é responsável por transportar quantidades suficientes de ar limpo, seco, estável
e de pressão adequada. Após as etapas de geração e distribuição, existe uma gama muito extensa
de aplicações do uso final do ar comprimido, sendo possível citar: acionamento de ferramentas
em sistemas pneumáticos, acionamento mecânico e comando de válvulas em sistemas de
controle, jateamento, operações com sopro de ar, operações de inspeção, teste e limpeza, entre
outros.
Percebe-se que os componentes que de fato demandam a maior parte de energia elétrica para
o funcionamento de sistemas de compressão de ar são os compressores. Eles podem ser
definidos como estruturas mecânicas industriais destinadas, essencialmente, a elevar a energia
utilizável de gases, pelo aumento de sua pressão. Com relação ao princípio construtivo, esses
equipamentos podem ser classificados como Compressores de Deslocamento Positivo ou
Volumétricos e Compressores de Deslocamento Dinâmico
Nos Compressores de Deslocamento Positivo ou Volumétricos, a elevação de pressão é
conseguida através da redução do volume ocupado pelo gás. Inicialmente, certa quantidade de
gás é admitida no interior de uma câmara de compressão, que então é cerrada e sofre redução
de volume. Por fim, a câmara é aberta e o gás liberado para consumo. Trata-se, pois, de um
processo intermitente, no qual a compressão propriamente dita é efetuada em sistema fechado,
isto é, sem qualquer contato com a sucção e a descarga.
Referente aos Compressores de Deslocamento Dinâmico, há dois órgãos principais, a saber: o
impelidor e o difusor. O impelidor é um órgão rotativo munido de pás que transfere ao ar a
energia recebida de um acionador. Essa transferência de energia se faz em parte na forma
cinética e em outra parte na forma de entalpia. Posteriormente, o escoamento estabelecido no
impelidor é recebido por um órgão fixo denominado difusor, cuja função é promover a
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2. Objetivos
❖ Conhecer operação e funcionamento de um compressor a pistão.
❖ -Determinar os trabalhos e as eficiências de um compressor a pistão.
3. Equipes
Turma T01: 1 Equipe de 5 alunos para TP.
Turma T02: 3 Equipes de 5 alunos e 1 Equipes de 4 alunos para TP.
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4. Procedimento de Ensaio
Os procedimentos para o ensaio são os seguintes:
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5. Procedimento de Cálculo
Dados de Entrada:
A1 = 0,000581 m2 - Área na entrada da placa de orifício
A2 = 0,000123 m2 - Área da secção interna da placa de orifício
Cd = 0,61 - Coeficiente de descarga da placa de orifício
Rar = 287 J/kg.K - Constante do ar
Cv,ar = 718 J/kg.K - Calor específico a volume constante do ar
k = 1,4 - Relação de calores específicos
Vd = 0.00018 m3/volta - Volume deslocado
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• Coeficiente da Politrópica
1
𝑛=
𝑇
𝑙𝑛 (𝑇2 )
1
1− 𝑃 +𝑃
𝑙𝑛 ( 2 𝑃 4 )
4
Sendo:
T1 - Temperatura do ar na entrada do compressor em K
T2 - Temperatura do ar na saída do compressor em K
P2 - Pressão no interior do reservatório em Pa
P4 - Pressão ambiente em Pa
Da prática 1, tem-se:
T1 = 20°C = 293,15 K
T2 = 114,25°C = 387,40 K
P2 = 300 kPa = 300 000 Pa
P4 = 101,325 kPa = 101 325 Pa
1 1
𝑛= =
𝑇 387,40
𝑙𝑛 (𝑇2 ) 𝑙𝑛 ( )
1 293,15
1− 1−
𝑃2 + 𝑃4 300000 + 101325
𝑙𝑛 ( 𝑃 ) 𝑙𝑛 ( )
4 101325
n = 1,254
𝑃4 +△ 𝑃1 𝑚3
𝜌3 = [ ]
𝑅𝑎𝑟 𝑇3 𝑘𝑔
Sendo:
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P4 - Pressão ambiente em Pa
P1 - Diferença de pressão na placa de orifício em Pa
Tem-se:
Onde:
T02 = 387,40 K (Prática 1)
P02 = 300 kPa = 300 000 Pa (Prática 1)
P03 = P1 = 40mmHg (CONSIDERADO) = 5332,9 Pa
1,4−1
5332,9 1,4
𝑇03 = 387,40 ∗ ( )
300000
T03 = 122,49 K
𝑃4 +△ 𝑃1 101325 + 5332,9
𝜌3 = =
𝑅𝑎𝑟 𝑇3 287 ∗ 122,49
ρ3 = 3,034 m³/kg
• Vazão Volumétrica de Ar
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1
2
2 △ 𝑃1 𝑚3
𝑉𝑎̇𝑟 = 𝐶𝑑 𝐴𝑡 [ ]
𝐴2 𝑠
𝜌3 ( 12 )
[ 𝐴2 ]
Sendo:
Cd - Coeficiente de descarga da placa igual a 0,61
A1 - Área na entrada da placa de orifício igual a 0,000581 m2
A2 - Área da secção interna da placa de orifício igual a 0,000123 m2
P1 - Diferença de pressão na placa de orifício em Pa
3 - Massa específica na entrada da placa de orifício em kg/m3
Tem-se:
1 1
2 2
2 △ 𝑃1 2 ∗ 5332,9
𝑉𝑎̇𝑟 = 𝐶𝑑 𝐴1 = 0,61 ∗ 0,000581 [ ]
𝐴12 0,000581²
𝜌 ( ) 3,034 ∗ ( )
[ 3 𝐴22 ] 0,000123²
𝑉𝑎̇𝑟 = 0,00445m³/s
• Vazão Mássica de Ar
̇ = 𝜌3 ∗ 𝑉𝑎̇𝑟
𝑚𝑎𝑟
Onde:
ρ3 = Massa específica na entrada da placa de orifício em kg/m³;
𝑉𝑎̇𝑟 = Vazão volumétrica de ar em m³/s.
̇ = 3,034 ∗ 0,00445
𝑚𝑎𝑟
𝑚𝑎𝑟
̇ = 0,0135 Kg/s
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• Trabalho Isotérmico
𝑷𝟐+ 𝑷𝟒
𝑾̇𝒊𝒔𝒐 = 𝒎̇ 𝒂𝒓 𝑹𝒂𝒓 𝑻𝟏 𝒍𝒏 ( ) 𝝆𝟑 𝑽̇𝒂𝒓 [𝑾]
𝑷𝟒
Sendo:
mar - Vazão mássica de ar em kg/s
Rar - Constante do ar igual a 287 J/kg.K
T1 - Temperatura do ar na entrada do compressor em K
P2 - Pressão no interior do reservatório em Pa
P4 - Pressão ambiente em Pa
𝒌−𝟏
( )
𝑷𝟐+ 𝑷𝟒 𝒌
𝑸̇𝒑𝒆𝒓𝒅𝒂𝒔 = 𝒎̇ 𝒂𝒓 𝑪𝑽 ,𝒂𝒓 [𝑻𝟏 ( ) − 𝑻𝟐 ] [𝑾]
𝑷𝟒
Sendo:
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• Eficiência Volumétrica
•
V ar
vol = n 7)
rpm
Vd
2 60
Sendo:
Var - Vazão volumétrica de ar em m3/s
Vd - Volume deslocado pelo compressor por volta em m3/volta
nrpm - Rotação do compressor em rpm
ndin - Rotação do motor elétrico / dinamômetro em rpm
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• Eficiência Mecânica
• • •
W eixo −W atr − Qperdas
m = • 8)
W eixo
Sendo:
Weixo - Potência de eixo em W
Watr - Potência de atrito em W
Qperdas - Perdas por transferência de calor em W
A potência de atrito pode ser aproximada com razoável segurança como cerca de 10% da
potência de eixo, através da equação:
𝑊̇𝑎𝑡𝑟 = 0,1𝑊̇𝑒𝑖𝑥𝑜 9)
• Para 1000 rpm:
𝑊̇𝑎𝑡𝑟 = 0,1 ∙ 17,645→ 𝑾̇𝒂𝒕𝒓 = 𝟏, 𝟕𝟔𝟓𝐖
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• Eficiência Isotérmica
•
W iso
iso = • 11)
W eixo m
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Sendo:
Wiso - Potência isotérmica em W
Weixo - Potência de eixo em W
m - Eficiência mecânica
Sendo:
Wiso - Potência isotérmica em W
Weixo - Potência de eixo em W
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6. Cálculos Realizados
7. Conclusões
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Entretanto a eficiência mecânica ser negativa pode ser explicada por vários fatores,
incluindo atrito interno, vazamento de gás e desgaste mecânico. O atrito interno ocorre entre as
partes móveis do compressor, como os pistões e cilindros, resultando em uma dissipação de energia
que não é convertida em trabalho útil. O vazamento de gás também pode contribuir para a perda de
eficiência mecânica, pois o gás que deveria ser comprimido escapa para o ambiente, reduzindo a
quantidade de trabalho realizado pelo compressor.
Figura 1 – Gráfico de Eficiencia Mecanica.
(Fonte: Autores)
Em relação à eficiência volumétrica, os resultados foi reduzindo à medida que a rotação aumentou.
No caso, poderá ser explicado pelo fato de que a eficiência volumétrica está relacionada à
capacidade do compressor de comprimir o volume de gás necessário para a aplicação, e quando a
rotação aumenta, o volume de gás que entra no compressor também aumenta, o que pode afetar a
eficiência volumétrica. Além disso, a redução da eficiência volumétrica pode estar relacionada ao
aumento do vazamento de gás, que pode ocorrer em rotações mais altas devido à pressão do gás
dentro do compressor e ao desgaste mecânico.
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(Fonte: Autores)
É importante acrescentar que maior potência de eixo obtida foi de 61,799W na máxima
rotação utilizada no laboratório, essa potência é a transferida para o eixo do compressor para
produzir o trabalho de compressão do gás. Durante o ensaio. Essa medida é importante para avaliar
a eficiência do compressor e para determinar o consumo de energia necessário para realizar o
trabalho de compressão. Uma potência de eixo mais alta indica que o compressor está realizando o
trabalho de compressão com maior eficiência, enquanto uma potência de eixo mais baixa indica
que o compressor está realizando o trabalho de compressão com menor eficiência, porém esta
consumindo mais energia. E esses fatores são imensamente relevantes ao escolher um coompressor
para uma determinada aplicação.
Em resumo, os resultados sugerem que o compressor estudado tem um desempenho
razoável em altas rotações, apresentando eficiência mecânica crescente e eficiência volumétrica em
melhoria. No entanto, a eficiência isotérmica negativa indica que o compressor pode não ser a
escolha ideal para aplicações que exigem alta eficiência de compressão, podemos concluir que a
eficiência isotérmica foi negativa e variou significativamente ao longo do aumento da rotação. Esse
resultado pode estar relacionado a perdas de calor e atrito, que afetaram negativamente a eficiência
do processo de compressão. Por outro lado, a eficiência mecânica apresentou um comportamento
positivo e crescente com o aumento da rotação, indicando que o compressor está trabalhando de
maneira mais eficiente do ponto de vista mecânico em altas rotações.
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8. Referencias Bibliográficas
[1] MORAN, Michael J. et al. Princípios de termodinâmica para engenharia. 7 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2013.
[2] ÇENGEL, Yunus A.; BOLES, Michael A. Termodinâmica. Porto Alegre: Bookman,
2013.
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