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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO - CURSO DE PEDAGOGIA


SOCIEDADE, CULTURA E INFÂNCIA
Professoras: Denise S. Araújo

Estudo do texto:
Cultura: o mundo que criamos para aprender a viver

1- Procure investigar quem é o autor do texto e escreva uma mini biografia do


autor.
Nasceu em 14 de abril de 1940 (idade 82 anos), Copacabana, Rio de Janeiro. Carlos Rodrigues
Brandão é psicólogo e mestre em Antropologia Social e doutor em Ciências Sociais. É professor
livre-docente pela Unicamp. Licenciado em psicologia e Psicólogo pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (1965); mestre em antropologia pela Universidade de Brasília
(1974). doutor em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (1980); livre docente em
antropologia do simbolismo pela Universidade Estadual de Campinas. Realizou pós-doutorado
na Universidade de Perugia e na Universidade de Santiago de Compostela. É "fellow" do St.
Edmund's College da Universidade de Cambridge. Atualmente é professor colaborador do
Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), professor colaborador do POSGEO da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) e professor visitante da Universidade Estadual de Goiás.

2- Como ele compreende a diferença entre os homens e os animais? E a


identidade do homem com a Natureza?
Quem, diferente dos animais, surgimos no mundo como uma espécie disposta a viver em todas
os ambientes do planeta e a comer de tudo o que seja digerível em nossos corpos. Somos
praticamente a única espécie onívorooportunista, e é assim que alguns paleontólogos nos
definem. Em princípio podemos e desejamos comer tudo o que encontramos. Mas com algumas
diferenças notáveis. Pois aprendemos com o passar dos anos a lidar com os seres da natureza,
transformados em dieta alimentar, não só como algo bom para comer, mas como alguma coisa
boa para pensar.
Que, não somos intrusos no Mundo ou uma fração da Natureza rebelde a ela. Somos a própria
múltipla e infinita experiência do mundo natural realizada como uma forma especial da Vida: a
vida humana. Da mesma maneira como boa parte dos animais, somos corpos dotados da
capacidade de reagirem ao ambiente em que vivem e onde reproduzem, enquanto isto é possível
a vida individual e coletiva de sua espécie.

3- Na visão do autor, porque os seres humanos são obrigados a aprender desde


que nascem e pela vida afora?
Cultura, uma palavra universal, mas um conceito científico nem sempre aceito por todos os que
tentam decifrar o que os meus processos e conteúdos querem significar, e que misteriosamente
existe tanto fora de nós, em qualquer dia de nosso cotidiano, quanto dentro de nós, seres
obrigados a aprender, desde crianças e pela vida afora, a compreender as suas várias gramáticas
e a “falar” as suas várias linguagens. Várias, porque bem sabemos que esta com que nós
escrevemos uns aos outros, em uma língua qualquer dentre as milhares que ainda habitam
nossos mundos, é apenas uma entre tantas outras.

4- Elabore um conceito de cultura em uma perspectiva socioantropológica.


Segue o link dos vídeos assistidos em aula para ajudar na elaboração do
conceito.

E-du[ca]ção:

A filosofia não contempla, não reflete, não


comunica, se bem que ela tenha de criar
conceitos para estas ações ou paixões.

(DELEUZE; GUATTARI, 1992)

A partir do princípio positivista defendido no Discurso do Método, Descartes, o qual


defende a importância da divisão das partes para entender o todo, fato que prevalece no
sistema educacional com suas Disciplinas, Grades curriculares, Matrizes e a dissecação
da escola desde o conhecimento. As áreas físicas em salas, assim como celas, cercada
por muros, assim como presídios1 representado pelo símbolo ( [ ). A Aluna/ o Aluno
seres que não possuem luz, são uma tabula rasa. A se curvar, sentar em filas ordenadas,
herança do autoritarismo pela educação napoleônica.

E, como a multiplicidade de leis fornece frequentemente


escusas ao vício – de maneira que um Estado é muito mais
bem organizado quando, embora possuindo muito poucas;
são elas estritamente cumpridas, julguei, por isso, que, em
lugar dessa grande quantidade de preceitos de que se
compõe a lógica, me bastariam os quatro seguintes, desde
que tomasse a firme e constante resolução de não deixar
de observá-los nenhuma só vez. O primeiro consistia em
nunca aceitar como verdadeira nenhuma coisa que eu não
conhecesse evidentemente como tal, isto é, em evitar, com
todo cuidado, a precipitação e a prevenção, só incluindo
nos meus juízos o que se apresentasse de modo tão claro e
distinto ao meu espírito, que eu não tivesse ocasião
alguma para dele duvidar. O segundo, em dividir cada uma
das dificuldades que devesse examinar em tantas partes
quanto possível e necessário para resolvê-las. O terceiro,
em conduzir por ordem os meus pensamentos, iniciando
pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para
1
A referência da concepção do presídio como instituição total e o panóptico, que a todes podem
observar e assim vigiar e punir (FOUCAULT, 1987).
chegar, aos poucos, gradativamente, ao conhecimento dos
mais compostos, e supondo também, naturalmente, uma
ordem de precedência de uns em relação aos outros. E o
quarto, em fazer, para cada caso, enumerações tão
completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de
não ter omitido nada. (DESCARTES, 2001, p. 32-33).

E-du[ca]ção, todavia, pode ser uma ferramenta de opressão. No entanto, não distante
podemos subvertê-la e ao invés de fazermos a leitura como uma junção de letras do
alfabeto de base semita, podemos entender como uma imagem. Textos são imagens.
(PILLAR, 1993, p. 77-86), assim como imagens são textos.

E-du[ca]ção

Referência:
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Trad. Bento Prado Jr. e
Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
DESCARTES, René. Discurso do método. Regras para a direção do espírito. Coleção
A Obra Prima de Cada Autor. – São Paulo: Martin Claret, 2001.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Editora
Vozes, 1987.
PILLAR, Analice Dutra. A leitura da imagem. Pesquisa em artes plásticas. 1993.

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