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Segurança no Trabalho
Aquaviário
Tatuí-SP
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Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................................... 3
1.1 Responsabilidade dos armadores ...................................................................................................... 3
1.2 Responsabilidade dos trabalhadores................................................................................................. 3
2. Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo das Embarcações – GSSTB ...................... 4
2.1 Finalidade do GSSTB ........................................................................................................................... 5
2.2 Responsabilidades do GSSTB............................................................................................................ 5
3. Pesca comercial e industrial .................................................................................................................. 6
3.1 Disposições de segurança e saúde nos barcos ............................................................................... 7
4. Plataformas e Instalações de Apoio ......................................................................................................... 8
5. Segurança e Saúde no trabalho portuário .............................................................................................. 9
5.1 Proteção obrigatória contra acidentes para trabalhador portuário ..............................................11
5.2 EPIs para o trabalho portuário ..........................................................................................................12
6. Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador protuário - SESSTP ...................12
6.1 Dimensionamento mínimo do SESSTP ...........................................................................................13
6.2 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário (CPATP) ...................................14
6.3 Dimensionamento do CPATP ...........................................................................................................14
7. Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Portuário ...........................................................................15
8. Operações com cargas perigosas ..........................................................................................................18
8.1 Obrigações e Competências .............................................................................................................18
8.2 Sinalizações e Rotulagens ................................................................................................................19
8.3 Sistema de Classificação e Identificação de Cargas Perigosas ..................................................19
8.4 Armazenamento de Cargas Perigosas ............................................................................................21
8.5 Procedimentos Básicos em Caso de Acidentes ............................................................................22
8.6 Medidas de Controle...........................................................................................................................22
8.7 Operador Portuário .............................................................................................................................23
8.7.1 Responsabilidades do operador portuário .......................................................................23
9. Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO ...............................................................................................24
10. Seguranças nas operações de Contêineres .......................................................................................25
10.1 Padrões de Peso e Dimensões ......................................................................................................25
10.2 Tipo de Cargas que Transportam ..................................................................................................26
10.3 Equipamentos Especializados para a Movimentação de Contêineres ....................................27
10.4 Recomendações de Segurança na Movimentação de Contêineres.........................................28
11. Sinalização de segurança no trabalho portuário ................................................................................31
12. Condições de trabalho na construção, reparo e desmonte naval ...................................................32
13. Segurança e Saúde em plataformas de petróleo ..............................................................................35
13.1 Responsabilidade da empresa contratante ..................................................................................35
13.2 Direito dos Trabalhadores ...............................................................................................................36
13.3 Principais pontos da NR-37.............................................................................................................36
13.4 Programa de capacitação em segurança e saúde - PCSS........................................................37
13.5 Deslocamento de trabalhadores.....................................................................................................38
13.6 Condições de Vivência a Bordo......................................................................................................39
13.7 Sinalização de Segurança e Saúde ...............................................................................................39
13.8 Plano de Resposta a Emergências (PRE) ....................................................................................40
Bibliografia ......................................................................................................................................................42
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1. Introdução
Existem algumas profissões que exigem normas de saúde e segurança muito específicas, uma
vez que as condições de trabalho e atividades realizadas por esses trabalhadores também são
bastante particulares. Esse é o caso de quem trabalha a bordo de embarcações e plataformas –
os chamados trabalhadores aquaviários.
A Norma Regulamentadora que dá as diretrizes específicas para esse tipo de trabalho é a NR 30.
É ela que determina as boas práticas para o trabalho nessas condições, sendo essencial para
empresas e colaboradores que atuam em embarcações artesanais, comerciais e industriais de
pesca, plataformas e embarcações para o trabalho submerso.
Armador é o nome dado à pessoa (que pode ser física ou jurídica) responsável pela embarcação,
que contrata os trabalhadores aquaviários. Dessa forma, a NR 30 determina quais são as
responsabilidades do armador em relação à saúde e segurança dos trabalhadores.
Em primeiro lugar, ele precisa conhecer a Norma e repassar as suas diretrizes e boas práticas a
todos os colaboradores. Além disso, é ele que arca com os custos relacionados à saúde e
segurança do trabalho – ou seja, à implementação do PCMSO – e controla os indicadores e as
estatísticas relacionadas a esses processos.
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Os trabalhadores também têm responsabilidades na NR 30, que incluem o cumprimento de todas
as definições relacionadas à saúde e segurança do trabalho e o uso correto de EPIs e EPCs,
assim como outros equipamentos e estruturas relacionados à proteção do time. Eles ainda devem
informar à equipe responsável, caso identifiquem qualquer tipo de problemas ou falha relacionado
à saúde e segurança do trabalho na embarcação.
GGSSTB é a sigla para o Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo das Embarcações. A
criação desta assembleia é obrigatória em qualquer embarcação que seja de bandeira nacional e
possua no mínimo 100 de Arqueação Bruta (A arqueação bruta AB ou GT, do inglês: gross
tonnage, é um valor adimensional relacionado com o volume interno total de um navio.).
Esse grupo deve contar com o apoio e suporte de serviços especializados em Saúde e Segurança
do trabalho e deve ser formado por:
encarregado da segurança;
chefe de máquinas;
Além disso, o GSSTB deve ser liderado pelo comandante da embarcação, e outros membros da
tripulação podem ser convidados a participar sempre que necessário. O objetivo desse grupo é
manter as boas práticas de saúde e segurança do trabalho, engajando todos os tripulantes nessa
tarefa. Além disso, ele pode realizar atividades e processos para melhorar o bem-estar na
embarcação e investigar a causa de acidentes, sugerindo mudanças.
AB = K1 x V
K1 = um valor entre 0,22 e 0,32, dependente do tamanho do navio e calculado da seguinte forma:
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2.1 Finalidade do GSSTB
agregar esforços de toda a tripulação para que a embarcação possa ser considerada local
seguro de trabalho;
As medidas citadas acima servem para atenuar os riscos presentes no ambiente de trabalho.
Assim, pode-se diminuir tanto os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, quanto os
problemas judiciais trabalhistas para a empresa.
Para que isso seja feito, o GSSTB deverá seguir uma série de padrões técnicos que irão colaborar
para a Segurança do Trabalho.
a) zelar pelo cumprimento a bordo das normas vigentes de segurança, saúde no trabalho e
preservação do meio ambiente;
f) preencher o quadro estatístico de acordo com o modelo constante no Quadro I anexo e elaborar
relatório encaminhando-os ao empregador;
j) quando da ocorrência de acidente de trabalho o GSSTB deve zelar pela emissão da CAT e
escrituração de termo de ocorrência no diário de bordo.
A pesca comercial é a atividade de captura de peixes e outros frutos do mar para gerar lucro,
principalmente entre as espécies selvagens. Fornece grande quantidade de alimentos ao redor do
mundo, mas aqueles que a praticam como indústria por vezes buscam peixes longe dos limites do
oceano, em condições adversas. Na grande escala também é conhecida como pesca industrial.
Barco de pesca: é toda embarcação de bandeira brasileira utilizada para fins comerciais ou
industriais que exerça atividade de captura, conservação, beneficiamento, transformação ou
industrialização de seres vivos que têm na água o seu meio natural. É importante definir se a
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embarcação está dentros do quisitos legais das NRs pertinentes, seja a embarcação nova ou
já existente. Considera-se barco de pesca novo a embarcação cujos planos de construção
tenham sido aprovados pela autoridade marítima após a data de 29 de janeiro de 2008
quando entrou em vigor o anexo I da NR-30. Por outro lado, barco de pesca existente é toda
embarcação de pesca que não seja um barco de pesca novo.
Trabalhador: é toda pessoa que exerce uma atividade profissional a bordo de um barco,
inclusive as que estão em período de formação e os aprendizes, exceto o pessoal de terra
que realize trabalhos a bordo e dos práticos.
Pescador profissional: é a pessoa que exerce sua atividade a bordo, em todas as funções
devidamente habilitadas pela autoridade marítima brasileira, ainda que em período de
formação ou aperfeiçoamento, com exceção do prático e do pessoal de terra que realize
trabalhos não inerentes à atividade-fim.
Armador: é a pessoa física ou jurídica que explora barcos próprios, afretados, arrendados ou
cedidos, dentro de qualquer modalidade prevista nas legislações nacional ou internacional,
ainda que esta não seja sua atividade principal.
zelar pela manutenção técnica dos barcos, de suas instalações e equipamentos, de forma a
eliminar o quanto antes os defeitos que possam afetar a segurança e saúde dos
trabalhadores;
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tomar medidas para garantir a limpeza periódica dos barcos e do conjunto de instalações e
equipamentos, de modo a manter condições adequadas de higiene e segurança;
fornecer os equipamentos de proteção individual necessários, quando não for possível evitar
ou diminuir suficientemente os riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores com meios
ou técnicas coletivas de proteção, de acordo com a Norma Regulamentadora n.º 6;
tomar providências para que exista pelo menos um pescador profissional treinado no
atendimento de primeiros socorros para cada dez pescadores profissionais ou fração a bordo.
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Operador da Instalação, projeto técnico ou solução alternativa, com justificativa, para análise e
manifestação da autoridade competente.
zelar pela segurança e saúde dos trabalhadores e de terceiros que estejam a bordo;
garantir, pelos meios usuais de transporte e sem ônus para o MTE, o acesso dos Auditores
Fiscais do Trabalho em serviço à plataforma, onde não houver concessionárias de serviço
público.
Todas essas obrigações devem ser atendidas para que o trabalhador se sinta seguro no
desempenho de suas funções.
É direito dos trabalhadores suspender sua tarefa, quando houver risco grave e iminente para a a
sua segurança e saúde ou para a de terceiros. Essa suspensão de tarefas deve ser informada ao
seu superior, fundamentada em conhecimentos adquiridos em treinamentos e experiências do seu
dia a dia para que este, tome todas as providências e medidas de correção adequadas evitando
acidentes na plataforma.
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Nos portos brasileiros, observam-se inconformidades no cumprimento dos regulamentos de saúde
e segurança do trabalhador portuário por parte dos segmentos atuantes na cadeia de produção do
setor. Esta conduta leva a um cenário de adoecimentos e outros eventos correlatos que atingem o
trabalhador portuário. A magnitude, as principais ocorrências e as causas dessa situação ainda
não são de domínio do poder público pelo fato de haver poucas informações disponíveis e
sistematizadas sobre as condições desses trabalhadores.
Dentro dessa norma, existem as especificações que devem ser seguidas por todos os
trabalhadores.
A acessibilidade do trabalhado aos navios, seja escadas, rampas, ou outro meio devem
apresentar itens de segurança;
O convés das embarcações devem estar limpos, sinalização em olhais, tubulações, escadas,
etc..., apresentar fluxo de mobilidade, estar preservado não contendo aberturas;
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A segurança nas operações de guindastes e empilhadeiras quanto ao Lingamento e
deslingamento de cargas.
Operações com Cargas Perigosas, podendo essas cargas serem explosivas, gases
comprimidos ou liquefeitos, inflamáveis, oxidantes, venenosas, infecciosas, radioativas,
corrosivas ou poluentes, possam representar riscos aos trabalhadores e ao ambiente.
A identificação dos fatores de risco no trabalho é a primeira fase de um conjunto de ações que
visam definir quais a ações deverão ser tomadas para o controle dos riscos nos locais de trabalho.
Após esta fase inicial de identificação dos riscos ações de controle devem ser implementadas,
seja pela eliminação do fator de risco (atuando na fonte), sua atenuação na trajetória ou atuando
no homem com a adoção de equipamento de proteção individual – EPI.
No trabalho portuário existe diversos setores que se dividem tanto em terra quanto a bordo. A
norma regulamentadora define a aplicabilidade aos trabalhadores a bordo ou em terra, assim
como aos que exercem atividades nos portos organizados e instalações portuárias e
retroportuárias.
Esse plano de ação, através de medidas de segurança e proteção coletiva, quando bem planejado
e executado, neutralizam ou eliminam, com eficácia, riscos no meio ambiente de trabalho.
Conveses limpos e desobstruídos, porões e agulheiros iluminados, faixa do cais sinalizada são
exemplos de proteção coletiva. No entanto, além destas medidas, torna-se de grande relevância
internalizar em todas pessoas que atuam nos portos a cultura de segurança no trabalho. De tal
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forma que, a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), não seja, apenas, mera
obrigação.
O uso de EPI é importante, mas não é a solução para os problemas de segurança, pois
ele não elimina o risco, prometendo somente diminuir a lesão do trabalhador em caso de
acidente. A adoção do EPI só deve ser usada após a verificação de não haver outra
solução técnica que possa eliminar o risco do processo de trabalho. Ou então usá-lo
como uma medida complementar.
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segurança e saúde no trabalho e evitarão as diferenças de procedimentos que podem ser criadas
entre os diversos terminais. Caso isso não seja possível, é importante que estes serviços tenham
um excelente entrosamento para que as ações de prevenção não sejam isoladas, criando
desinformação e insegurança.
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6.2 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário (CPATP)
realizar inspeções nas áreas portuárias, identificando possíveis fatores de riscos e sugerindo
medidas de prevenção ou solicitando que a SESSTP (Serviço Especializado em Segurança e
Saúde do Trabalhador Portuário) apresente uma solução técnica a ser analisada pela
comissão;
participar das reuniões mensais, a fim de debater problemas de segurança, saúde e conforto
dos trabalhadores;
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ocorrência de acidentes, respeitado o dimensionamento mínimo do Quadro II da Norma
regulamentadora nº 29. Conforme a figura abaixo:
Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que
são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade física, a saúde e a capacidade de trabalho do trabalhador.
Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um estado completo
de bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente na ausência de doença ou de
enfermidade.
A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da
integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas
do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
Segurança e higiene do trabalho são atividades interligadas que repercutem diretamente sobre a
continuidade da produção e sobre a moral dos empregados.
Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas,
empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer
instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas.
Com o objetivo de regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar
os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e
saúde no trabalho portuário, a NR 29 estabelece padrões de segurança perante os riscos
existentes aos trabalhadores portuários, tanto a bordo quanto em terra.
Dentro dessa norma, existem as especificações que devem ser seguidas por todos os
trabalhadores, em cada momento do trabalho portuário, desde a chegada do navio até a sua
partida. Veremos a seguir algumas dessas especificações:
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Nas operações de atracação, desatracação e manobras de embarcações: devem ser
adotadas medidas de prevenção de acidentes, com cuidados especiais aos riscos de
prensagem, batidas contra e esforços excessivos dos trabalhadores.Todos os trabalhadores
envolvidos nessas operações devem fazer uso de coletes salva-vidas aprovados pela
Diretoria de Portos e Costas – DPC, dotados de fitas retroreflexivas.
Conveses: Devem estar sempre limpos e desobstruídos, dispondo de uma área de circulação
que permita o trânsito seguro dos trabalhadores. Quaisquer aberturas devem estar protegidas
de forma que impeçam a queda de pessoas ou objetos. Quando houver perigo de
escorregamento nas superfícies em suas imediações, devem ser empregados dispositivos ou
processo que tornem o piso antiderrapante. A sinalização deve ser mantidas nos olhais,
escadas, tubulações, aberturas e cantos vivos, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos
existentes. Quanto a circulação de pessoal no convés principal, será efetuada pelo lado do
mar, exceto por impossibilidade técnica ou operacional comprovada.
Segurança na estivagem de cargas: A carga deve ser estivada de forma que fique em
posição segura, sem perigo de tombar ou desmoronar sobre os trabalhadores no porão. A
iluminação de toda a área de operação deve ser adequada, adotando-se medidas para evitar
colisões e/ou atropelamento.
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b) o uso de exaustores, cujos dutos devem prolongar-se até o convés, para a eliminação de
resíduos tóxicos;
Cargas perigosas são quaisquer cargas que, por serem explosivas, como os gases comprimidos
ou liquefeitos, inflamáveis, oxidantes, venenosas, infecciosas, radioativas, corrosivas ou
poluentes, possam representar riscos aos trabalhadores, as instalações físicas e ao meio
ambiente em geral.
O termo cargas perigosas inclui também quaisquer receptáculos, tais como tanques portáteis,
embalagens, contentores intermediários para graneis (IBC) e contêineres-tanques que tenham
anteriormente contido cargas perigosas e estejam sem a devida limpeza e descontaminação que
anulem os seus efeitos prejudiciais.
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Seja no porto público ou das instalações de uso privado, as Administrações Portuárias devem
adotar procedimentos de segurança que garantam o conhecimento de todas as cargas perigosas
a serem movimentadas nos terminais.
Os produtos perigosos devem ser manejados com especial atenção, devendo o operador
portuário previamente informar às equipes de trabalho, ao OGMO, quando usar trabalhadores
avulsos, sobre os riscos existentes e os procedimentos de segurança a serem adotados. Deve
ainda colocar à disposição, em local próximo, todos os meios previstos no plano de controle de
emergência para a proteção dos trabalhadores e para i controle do vazamento do produto.
subclasse 2.1.
Estas informações são obtidas na Relação Numérica de Produtos Perigosos. O código numérico
das informações adicionais é o seguinte: 236= gás inflamável 2= gás 3= inflamável 6= tóxico
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A Organização Marítima Internacional (OMI), com a finalidade de facilitar a identificação, listou os
produtos ou artigos mais comumente transportados através de seu nome técnico. Cada nome
(propper shipping name) corresponde a um número que designa determinada substância ou
artigo, precedido das letras UN (United Nations) – Nações Unidas, por exemplo: UN 3356 –
gerador de oxigênio, químico.
A OMI/ONU classifica as cargas perigosas em nove classes distintas cujos números aparecem na
parte inferior dos rótulos de risco, de acordo também com a norma NBR 7500 da ABNT e
conforme o Anexo V da NR-29, cujas características analisamos a seguir:
Classe 4 – Sólidos inflamáveis: Esta classe abrange todos os sólidos que podem inflamar-
se facilmente na presença de uma fonte de ignição, em contato
com o ar ou com a água, e não atendem às características dos
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explosivos. Devido a algumas características específicas, os produtos desta classe se
dividem em três subclasses: Sólidos Inflamáveis, Substâncias à combustão espontânea e
Substâncias que, em contato com a água emitem gases inflamáveis.
Em caso de acidentes em que ocorra o derrame de produtos químicos, o primeiro cuidado que se
deve tomar é com relação à segurança das pessoas que estão no terminal e da equipe de
emergência. Daí é fundamental que todos os trabalhadores tenham informações do que fazer
nestes casos, evitando-se, assim, que pessoas despreparadas tenham contato com a substância
a ser contida. Pelo menos os responsáveis pela área devem adotar os seguintes procedimentos:
aproximar-se cuidadosamente;
manter-se sempre de costas para o vento, tomando como referência o ponto de vazamento;
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A área deve ser isolada imediatamente para evitar a entrada de curiosos. Nesta etapa, deve-se
controlar a situação de emergência, de forma a fazer cessar a fonte causadora ou as
conseqüências resultantes, como incêndios, contaminações, etc., contemplando as seguintes
medidas:
Evacuação de pessoas;
Estanqueídade do vazamento;
Abatimento de vapores;
Monitoramento ambiental;
As atividades do operador portuário estão sujeitas às normas estabelecidas pela Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (Antaq). É titular e responsável pela coordenação das operações
portuárias que efetuar.
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a administração do porto pelos danos culposamente causados à infraestrutura, às instalações
e ao equipamento de que a administração do porto seja titular, que se encontre a seu serviço
ou sob sua guarda;
o órgão local de gestão de mão de obra do trabalho avulso pelas contribuições não
recolhidas;
os órgãos competentes pelo recolhimento dos tributos incidentes sobre o trabalho portuário
avulso;
O OGMO é uma entidade civil de interesse público, sem fins lucrativos, que atua na habilitação e
capacitação dos trabalhadores portuários avulsos.
Criado pela Lei nº 8.630/93, o Órgão Gestor de Mão-de-Obra é uma de suas principais inovações.
Como desempenha o importante papel de requisição de mão-de-obra, sua criação foi bastante
combatida pelos sindicatos obreiros, que o viram como substituto de muitas atribuições que até o
advento da lei lhes eram próprias. Tem como incumbência principal administrar o fornecimento de
mão-de-obra do trabalhador portuário e do trabalhador avulso. Embora o OGMO não seja
considerado empregador, o seu papel é importantíssimo, pois a ele cabe gerenciar toda a mão de
obra avulsa, sendo responsável, entre outras, pelas seguintes tarefas:
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Arrecadação e repasse aos respectivos beneficiários dos valores devidos pelos operadores
portuários, relativos à remuneração do trabalhador portuário e aos correspondentes encargos
fiscais, sociais e previdenciários;
Aplicação, quando couber, das normas disciplinares previstas em lei, contrato ou convenção
coletiva celebrada;
A requisição de mão-de-obra, antes feita diretamente aos sindicatos, passa a ser solicitada
diretamente ao OGMO, a quem compete efetuar o controle rodiziário da escala diária de
trabalhadores avulsos. Nota-se, assim, um enfraquecimento do poder dos sindicatos, que
detinham o monopólio de escalação dos trabalhadores, o que, em alguns casos, gerava grandes
injustiças.
Os tipos de contêineres em uso atualmente podem ser classificados quanto à natureza da carga a
ser transportada e aos padrões de peso e medida.
Para a universalização do uso dos contêineres, foram necessárias as publicações de normas para
padrões de contêineres. Coube a International Standard Organization – ISO, a tarefa de fazê-lo e
atualmente, com raras exceções, são determinações aceitas em todo o mundo.
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Os tamanhos recomendados pela ISO são de 10, 20, 30 e 40 pés de comprimento. A altura foi
padronizada em 8 pés ou 8 pés e 6 polegadas. São fabricados também em 9 pés e 9 pés e 6
polegadas. Existem ainda em uso específico o de meia altura (half) de 4 pés.
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Contêiner Plataforma (Platform Flat ou Flat Rack): Contêiner de plataforma é constituído
unicamente de uma base dotada de dispositivos de canto, com comprimentos e largura
padronizados e se destina a cargas compridas como tubos de aço.
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Spreader: São acessórios de estivagem utilizados para o lingamento entre o guindaste e o
contêiner, também denominados de “Quadro Posicionador”. Eles podem ser automáticos,
semiautomáticos ou convencionais (de acoplamento manual).
No Carregamento
A massa bruta do contêiner não pode ser superior à especificada na NBR 5978;
A carga deve ser colocada (ovada) no contêiner tão distribuída quanto possível, a fim de
serem evitados esforços concentrados;
A carga deve ser colocada no contêiner de forma que o centro de gravidade fique situado tão
baixo e central quanto possível;
Na Movimentação
As portas e demais partes móveis do contêiner devem estar devidamente fixadas antes de
qualquer operação de movimentação;
Antes de uma operação de içamento, elevar o contêiner até uma pequena altura, com
acelerações pouco maiores que as subseqüentes, para verificar a resistência aos esforços de
movimentação e às eventuais tendências de inclinação;
O apoio do contêiner sobre o solo deve ser realizado pelos quatro dispositivos de canto
inferiores. O solo deve ser plano, firme e drenado, sem saliências que possam causar danos;
O apoio do contêiner sobre equipamentos de transporte terrestre deve ser feito apenas pelos
dispositivos de canto inferiores ou áreas de apoio de base;
O empilhamento de contêineres deve ser feito apenas por superposição dos dispositivos de
canto.
O sinaleiro, quando necessária sua presença, deverá portar vestuário colorido e colete
fosforescente. Sua presença poderá ser sinalizada por uma bandeira laranja (de dia) e por um
sinal luminoso intermitente (de noite);
Contêineres vazios devem ser peados ou fixados um ao outro para evitar tombamentos por
efeito vela, em ocorrência de ventos fortes.
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Os contêineres devem ser fixados, no mínimo, através de seus dispositivos de canto
inferiores.
Outros chassis porta-contêiner poderão ser utilizados, desde que sua fixação garanta a
segurança do contêiner.
Planeje o acondicionamento;
Caso haja risco de presença de gases ou poeiras tóxicas, uma pessoa competente designada
pelo Operador Portuário ou OGMO deverá fazer a liberação da área para início do serviço;
A desova deve ser realizada em local específico para esta operação e não estar em conflito
com outras atividades do porto.
Todo contêiner que necessite ser examinado deve ser retirado de sua pilha e levado a uma
zona reservada a este fim que disponha de meios de acesso seguro, tais como: plataformas,
escadas fixas, escadas tipo de avião;
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Para as inspeções periódicas nos terminais dos contêineres refrigerados (Reefer Container),
devem ser utilizados escadas tipo de avião para que o trabalhador tenha acesso às varias
alturas da pilha.
A sinalização de segurança nos locais de trabalho tem várias finalidades e deve ser uniformizada
para que as mensagens possam chegar às pessoas da forma mais rápida e objetiva possível, sem
necessidade de análise da instrução indicada. Para facilitar a compreensão da informação, são
utilizadas dimensões, cores, figuras padronizadas e letras. Deve-se evitar também o excesso de
sinalização. A portaria 3214/78, em sua Norma Regulamentadora NR-26 (Sinalização de
Segurança), fornece as principais diretrizes sobre as cores e rotulagens preventivas. São
indicadas ainda as normas NB – 26 e NB – 76 da ABNT. A sinalização pode ser vertical, horizontal
(no piso de armazéns ou ruas), sonora ou luminosa. Os sinais sonoros e luminosos serão
empregados nos veículos e guindastes, de forma a alertar os trabalhadores próximos de sua
movimentação. Os sinais horizontais devem indicar faixa de retenção de parada obrigatória de
veículos, faixa de segurança para pedestres em travessia de vias e áreas de trânsito em pátios e
armazéns. Os sinais de prevenção de acidentes verticais serão utilizados nos seguintes casos:
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Sinais Direcionais: São sinais que podem indicar saídas de emergências, escadas, entradas
ou vias seguras. O fundo deve ser branco e as flechas, também brancas, sobre um retângulo
preto.
Na área portuária estes locais são comuns em tanques de lastro ou de combustíveis de navios e
embarcações, mas podem ocorrer também nos armazéns, silos ou em terminais que tenham
tanques de combustíveis. Podemos considerar como espaços confinados os agulheiros fechados,
do tipo escada australiana, em que a carga estivada produza gases ou poeiras que possam ser
tóxicos, inflamáveis ou que possam diminuir a concentração de oxigênio.
O SESSTP deve estabelecer normas internas sobre esse tipo de serviço, capacitando os
contramestres ou chefe das equipes de trabalhadores que adentrem estes locais para reconhecer
as situações de risco e realizarem a “Analise Preliminar de Riscos – APR”.
Ao detectarem o local confinado, os responsáveis pela operação devem solicitar o SESSTP uma
inspeção prévia para a liberação da área antes do início dos serviços. Esses locais deverão ser
devidamente sinalizados, sendo proibido o acesso ou a permanência de pessoas não autorizadas.
Todo local confinado, em que haja insuficiência de oxigênio ou que propicie o desconforto térmico,
deve ser dotado de ventilação forçada. Caso os serviços nele realizados produzam poeiras e
gases, como na soldagem, recomenda-se o emprego de equipamentos de extração localizada.
Os navios com o tempo vão envelhecendo e ficando desgastados com a exposição do metal à
água salgada, à atmosfera úmida, ao ataque de mariscos e micro-organismos marinhos. Assim,
para a conservação da embarcação, são necessários que sejam realizados, constantemente,
serviços de manutenção de seu casco, o que muitas vezes ocorre nos portos. Os serviços de
pintura e batimento de ferrugem são definidos pela Lei 8630/93 como uma atividade portuária
realizada pelos trabalhadores de bloco. Muitas vezes, esses serviços são realizados pelos
tripulantes dos navios, os marítimos.
O trabalho em altura é o fator de risco que mais causa mortes e incapacidade permanente neste
tipo de serviço. O principal motivo é devido às improvisações adotadas no serviço pelos
responsáveis pelos serviços, operadores portuários ou empresas por não disporem de
equipamentos adequados para a sua realização. Por serem serviços considerados provisórios, já
que a embarcação fica pouco tempo no cais, não há investimentos em tecnologia adequada para
este fim. Assim, é comum na área dos portos a presença de andaimes suspensos com uso de
cordas e tábuas.
Apesar de ser uma prática comum, principalmente entre os marinheiros, a utilização destes
andaimes improvisados não é permitida pela NR-29. O OGMO e a autoridade portuária devem
exigir das empresas Operadoras Portuárias ou Tomadores de Serviço habilitados para a
realização deste tipo de serviço ou empresas terceirizadas, a posse de equipamentos modernos e
seguros, tais como andaimes simplesmente apoiados, suspensos mecânicos e a cadeira
suspensa.
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Os andaimes simples, têm sua estrutura de sustentação apoiada diretamente sobre uma
superfície (convés ou cobertas) independente da área que
está sendo trabalhada. Exemplos deste tipo de andaime são
aqueles apoiados sobre cavaletes ou em forma de torre. Nos
andaimes montados sobre cavaletes, deve-se atentar para o
fato de que a plataforma não pode ter largura inferior a 90 cm
e nem ficar acima de 2 m de altura.
trabalhadores.
Quanto aos andaimes suspensos mecânicos podem ser de dois tipos: pesados ou leves. Eles são
compostos de vigas metálicas de sustentação, cabos de aço e estrutura de plataforma de
trabalho. Movimentam-se na vertical, mediante o uso de guinchos ou motores.
Os andaimes devem sofrer severa inspeção antes de serem montados. As partes eventualmente
defeituosas devem ser substituídas e as partes móveis, lubrificadas. As empresas que locam ou
são proprietárias de andaimes metálicos devem possuir cópia do projeto, sua memória de cálculo
e a certificação de sua capacidade, com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) do projetista e da empresa fabricante.
Deve-se destacar, ainda, que a norma não substitui outras disposições legais de segurança e
saúde no trabalho, nem contratos de trabalho. Assim, a NR-37 atua como um complemento às
outras normas, que ainda devem ser cumpridas.
Além disso, o acesso de trabalhadores à plataforma é proibido caso a cópia de seu Atestado de
Saúde Ocupacional (ASO) não esteja disponível a bordo ou caso ele esteja vencido/vencerá no
período de embarque.
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A operadora também deve assegurar que os trabalhadores (tanto locais quanto terceirizados)
participem dos treinamentos previstos na norma.
De acordo com a NR-37, o trabalhador tem direito de interromper sua atividade ao notar alguma
evidência de risco grave e iminente para a segurança e saúde (sua ou de outras pessoas).
Nesses casos, ele deve informar imediatamente ao seu superior para que medidas adequadas
sejam tomadas.
O trabalhador também deve ser informado sobre os riscos nos ambientes de trabalho e convívio
que possam comprometer sua saúde e segurança.
Além disso, deve informar ao empregador e ao Ministério do Trabalho sobre qualquer risco
potencial que considere capaz de gerar um acidente maior nas instalações.
É direito do trabalhador receber treinamentos com base nas NRs vigentes para este trabalho, bem
como, é dever da operadora, ministrar esses treinamento.
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Toda documentação deve permanecer arquivada na plataforma por pelo menos cinco anos, a
não ser que mencionado algo contrário.
A operadora deve disponibilizar a bordo uma cópia dos documentos atualizados comprovando
a capacitação, qualificação e habilitação dos trabalhadores (tanto próprios quanto
terceirizados).
Treinamento eventual
Treinamento básico
Treinamento avançado
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Elaborar, documentar, implementar e divulgar as análises de riscos (qualitativas e
quantitativas) das instalações e processos. As mesmas devem ser revistas no máximo a cada
5 anos.
A partir dos cenários das análises de riscos, elaborar, implementar e disponibilizar a bordo o
Plano de Resposta a Emergência – PRE. Ele deve contemplar ações específicas a serem
adotadas na ocorrência de eventos que configurem situações de riscos grave e iminente à
segurança e à saúde dos trabalhadores.
Capacitar os trabalhadores que tiverem suas atribuições alteradas pela revisão do PRE.
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Para plataforma flutuante em águas interiores – por escadas fixas da própria plataforma.
Por lancha tipo surfer – apenas em plataformas fixas, dotadas de atracadouro com estrutura
projetada e fabricada para isso.
A operadora deve assegurar áreas de vivência compostas por alojamentos, instalações sanitárias,
refeitório, cozinha, lavanderia, sala de recreação, sala de leitura, sala para o uso da internet e
outros serviços, em condições de segurança, saúde, conforto, higiênico-sanitárias e perfeito
estado de funcionamento e conservação.
A utilização de cores na segurança do trabalho para identificar e advertir contra riscos deve
atender ao disposto na norma ABNT – NBR 7195 e alterações posteriores.
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13.8 Plano de Resposta a Emergências (PRE)
A operadora deve, a partir dos cenários das análises de riscos, elaborar, implementar e
disponibilizar a bordo o Plano de Resposta a Emergências (PRE), que contemple ações
específicas a serem adotadas na ocorrência de eventos que configurem situações de riscos grave
e iminente à segurança e à saúde dos trabalhadores.
É dever da operadora, também, capacitar os trabalhadores que tiverem suas atribuições alteradas
pela revisão do PRE.
Estabelecimento dos cenários de emergências definidos com base nas análises de riscos e
legislação vigente, capazes de conduzir a plataforma a um estado de emergência;
Procedimentos para orientação de não residentes, quanto aos riscos existentes e como
proceder em situações de emergência;
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Procedimento para acionamento de recursos e estruturas de resposta complementares e das
autoridades públicas;
Cronograma, metodologia, registros e critérios para avaliação dos resultados dos exercícios
simulados;
EPIs para combater incêndios, adentrar o fogo total e outros, de acordo com os riscos
descritos.
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Bibliografia
- https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-30.pdf -
último acesso em 15/06/2020
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