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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”

Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes”


Habilitação Profissional de Técnico em Segurança do Trabalho

Segurança no Trabalho
Aquaviário

Tatuí-SP

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Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................................... 3
1.1 Responsabilidade dos armadores ...................................................................................................... 3
1.2 Responsabilidade dos trabalhadores................................................................................................. 3
2. Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo das Embarcações – GSSTB ...................... 4
2.1 Finalidade do GSSTB ........................................................................................................................... 5
2.2 Responsabilidades do GSSTB............................................................................................................ 5
3. Pesca comercial e industrial .................................................................................................................. 6
3.1 Disposições de segurança e saúde nos barcos ............................................................................... 7
4. Plataformas e Instalações de Apoio ......................................................................................................... 8
5. Segurança e Saúde no trabalho portuário .............................................................................................. 9
5.1 Proteção obrigatória contra acidentes para trabalhador portuário ..............................................11
5.2 EPIs para o trabalho portuário ..........................................................................................................12
6. Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador protuário - SESSTP ...................12
6.1 Dimensionamento mínimo do SESSTP ...........................................................................................13
6.2 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário (CPATP) ...................................14
6.3 Dimensionamento do CPATP ...........................................................................................................14
7. Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Portuário ...........................................................................15
8. Operações com cargas perigosas ..........................................................................................................18
8.1 Obrigações e Competências .............................................................................................................18
8.2 Sinalizações e Rotulagens ................................................................................................................19
8.3 Sistema de Classificação e Identificação de Cargas Perigosas ..................................................19
8.4 Armazenamento de Cargas Perigosas ............................................................................................21
8.5 Procedimentos Básicos em Caso de Acidentes ............................................................................22
8.6 Medidas de Controle...........................................................................................................................22
8.7 Operador Portuário .............................................................................................................................23
8.7.1 Responsabilidades do operador portuário .......................................................................23
9. Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO ...............................................................................................24
10. Seguranças nas operações de Contêineres .......................................................................................25
10.1 Padrões de Peso e Dimensões ......................................................................................................25
10.2 Tipo de Cargas que Transportam ..................................................................................................26
10.3 Equipamentos Especializados para a Movimentação de Contêineres ....................................27
10.4 Recomendações de Segurança na Movimentação de Contêineres.........................................28
11. Sinalização de segurança no trabalho portuário ................................................................................31
12. Condições de trabalho na construção, reparo e desmonte naval ...................................................32
13. Segurança e Saúde em plataformas de petróleo ..............................................................................35
13.1 Responsabilidade da empresa contratante ..................................................................................35
13.2 Direito dos Trabalhadores ...............................................................................................................36
13.3 Principais pontos da NR-37.............................................................................................................36
13.4 Programa de capacitação em segurança e saúde - PCSS........................................................37
13.5 Deslocamento de trabalhadores.....................................................................................................38
13.6 Condições de Vivência a Bordo......................................................................................................39
13.7 Sinalização de Segurança e Saúde ...............................................................................................39
13.8 Plano de Resposta a Emergências (PRE) ....................................................................................40
Bibliografia ......................................................................................................................................................42

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1. Introdução

Existem algumas profissões que exigem normas de saúde e segurança muito específicas, uma
vez que as condições de trabalho e atividades realizadas por esses trabalhadores também são
bastante particulares. Esse é o caso de quem trabalha a bordo de embarcações e plataformas –
os chamados trabalhadores aquaviários.

A Norma Regulamentadora que dá as diretrizes específicas para esse tipo de trabalho é a NR 30.
É ela que determina as boas práticas para o trabalho nessas condições, sendo essencial para
empresas e colaboradores que atuam em embarcações artesanais, comerciais e industriais de
pesca, plataformas e embarcações para o trabalho submerso.

1.1 Responsabilidade dos armadores

Armador é o nome dado à pessoa (que pode ser física ou jurídica) responsável pela embarcação,
que contrata os trabalhadores aquaviários. Dessa forma, a NR 30 determina quais são as
responsabilidades do armador em relação à saúde e segurança dos trabalhadores.

Em primeiro lugar, ele precisa conhecer a Norma e repassar as suas diretrizes e boas práticas a
todos os colaboradores. Além disso, é ele que arca com os custos relacionados à saúde e
segurança do trabalho – ou seja, à implementação do PCMSO – e controla os indicadores e as
estatísticas relacionadas a esses processos.

1.2 Responsabilidade dos trabalhadores

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Os trabalhadores também têm responsabilidades na NR 30, que incluem o cumprimento de todas
as definições relacionadas à saúde e segurança do trabalho e o uso correto de EPIs e EPCs,
assim como outros equipamentos e estruturas relacionados à proteção do time. Eles ainda devem
informar à equipe responsável, caso identifiquem qualquer tipo de problemas ou falha relacionado
à saúde e segurança do trabalho na embarcação.

2. Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo das Embarcações – GSSTB

GGSSTB é a sigla para o Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo das Embarcações. A
criação desta assembleia é obrigatória em qualquer embarcação que seja de bandeira nacional e
possua no mínimo 100 de Arqueação Bruta (A arqueação bruta AB ou GT, do inglês: gross
tonnage, é um valor adimensional relacionado com o volume interno total de um navio.).

Esse grupo deve contar com o apoio e suporte de serviços especializados em Saúde e Segurança
do trabalho e deve ser formado por:

 encarregado da segurança;

 chefe de máquinas;

 representante da seção de convés;

 responsável pela seção de saúde, se existente;

 representante da guarnição de máquinas.

Além disso, o GSSTB deve ser liderado pelo comandante da embarcação, e outros membros da
tripulação podem ser convidados a participar sempre que necessário. O objetivo desse grupo é
manter as boas práticas de saúde e segurança do trabalho, engajando todos os tripulantes nessa
tarefa. Além disso, ele pode realizar atividades e processos para melhorar o bem-estar na
embarcação e investigar a causa de acidentes, sugerindo mudanças.

Arqueação Bruta: indicador relacionado ao volume da embarcação, calculado da seguinte


forma:

AB = K1 x V

V = volume total da embarcação em m³

K1 = um valor entre 0,22 e 0,32, dependente do tamanho do navio e calculado da seguinte forma:

K1 = 0,2 + 0,02 log V


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2.1 Finalidade do GSSTB

Segundo o item 30.4.6 da Norma Regulamentadora de número 30, o Grupo de Segurança e


Saúde no Trabalho a Bordo das Embarcações tem como principal finalidade:

 manter procedimentos que visem à preservação da segurança e saúde no trabalho e do meio


ambiente, procurando atuar de forma preventiva;

 agregar esforços de toda a tripulação para que a embarcação possa ser considerada local
seguro de trabalho;

 contribuir para a melhoria das condições de trabalho e de bem-estar a bordo;

 recomendar modificações e receber sugestões técnicas que visem a garantia de segurança


dos trabalhos realizados a bordo;

 investigar, analisar e discutir as causas de acidentes do trabalho a bordo, divulgando o seu


resultado;

 adotar providências para que as empresas mantenham à disposição do GSSTB informações,


normas e recomendações atualizadas em matéria de prevenção de acidentes, doenças
relacionadas ao trabalho, enfermidades infectocontagiosas e outras de caráter médico-social.

As medidas citadas acima servem para atenuar os riscos presentes no ambiente de trabalho.
Assim, pode-se diminuir tanto os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, quanto os
problemas judiciais trabalhistas para a empresa.

Para que isso seja feito, o GSSTB deverá seguir uma série de padrões técnicos que irão colaborar
para a Segurança do Trabalho.

2.2 Responsabilidades do GSSTB

a) zelar pelo cumprimento a bordo das normas vigentes de segurança, saúde no trabalho e
preservação do meio ambiente;

b) avaliar se as medidas existentes a bordo para prevenção de acidentes e doenças relacionadas


ao trabalho são satisfatórias;
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c) sugerir procedimentos que contemplem medidas de segurança do trabalho, especialmente
quando se tratar de atividades que envolvam risco;

d) verificar o correto funcionamento dos sistemas e equipamentos de segurança e de salvatagem;

e) investigar, analisar e divulgar os acidentes ocorridos a bordo, com ou sem afastamento,


fazendo as recomendações necessárias para evitar a possível repetição dos mesmos;

f) preencher o quadro estatístico de acordo com o modelo constante no Quadro I anexo e elaborar
relatório encaminhando-os ao empregador;

g) participar do planejamento para a execução dos exercícios regulamentares de segurança, tais


como abandono, combate a incêndio, resgate em ambientes confinados, prevenção a poluição e
emergências em geral, avaliando os resultados e propondo medidas corretivas;

h) promover, a bordo, palestras e debates de caráter educativo, assim como a distribuição


publicações e/ou recursos audiovisuais relacionados com os propósitos do grupo;

i) identificar as necessidades de treinamento sobre segurança, saúde do trabalho e preservação


do meio ambiente;

j) quando da ocorrência de acidente de trabalho o GSSTB deve zelar pela emissão da CAT e
escrituração de termo de ocorrência no diário de bordo.

3. Pesca comercial e industrial

A pesca comercial é a atividade de captura de peixes e outros frutos do mar para gerar lucro,
principalmente entre as espécies selvagens. Fornece grande quantidade de alimentos ao redor do
mundo, mas aqueles que a praticam como indústria por vezes buscam peixes longe dos limites do
oceano, em condições adversas. Na grande escala também é conhecida como pesca industrial.

Visando a segurança deste trabalhador, foram estabelecidas disposições mínimas de segurança


e saúde no trabalho a bordo das embarcações de pesca comercial e industrial inscritas em órgão
da autoridade marítima e licenciadas pelo órgão de pesca competente.

Existe diferentes tipos de embarcações, variando o tamanho, a quantidade de trabalhadores, e os


riscos pertinentes ao trabalho executado em seu interior. Algumas definições importantes:

 Barco de pesca: é toda embarcação de bandeira brasileira utilizada para fins comerciais ou
industriais que exerça atividade de captura, conservação, beneficiamento, transformação ou
industrialização de seres vivos que têm na água o seu meio natural. É importante definir se a

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embarcação está dentros do quisitos legais das NRs pertinentes, seja a embarcação nova ou
já existente. Considera-se barco de pesca novo a embarcação cujos planos de construção
tenham sido aprovados pela autoridade marítima após a data de 29 de janeiro de 2008
quando entrou em vigor o anexo I da NR-30. Por outro lado, barco de pesca existente é toda
embarcação de pesca que não seja um barco de pesca novo.

 Trabalhador: é toda pessoa que exerce uma atividade profissional a bordo de um barco,
inclusive as que estão em período de formação e os aprendizes, exceto o pessoal de terra
que realize trabalhos a bordo e dos práticos.

 Pescador profissional: é a pessoa que exerce sua atividade a bordo, em todas as funções
devidamente habilitadas pela autoridade marítima brasileira, ainda que em período de
formação ou aperfeiçoamento, com exceção do prático e do pessoal de terra que realize
trabalhos não inerentes à atividade-fim.

 Armador: é a pessoa física ou jurídica que explora barcos próprios, afretados, arrendados ou
cedidos, dentro de qualquer modalidade prevista nas legislações nacional ou internacional,
ainda que esta não seja sua atividade principal.

 Patrão de pesca: é todo pescador devidamente habilitado para comandar um barco e


administrar as atividades de pesca, sendo responsável por sua operação.

É responsabilidade do armador, em caso de acidente a bordo em que haja morte ou


desaparecimento, lesão grave ou prejuízo material de grande monta, tomar providências para que
o patrão de pesca, além de cumprir as normas legais, elabore um relatório detalhado do ocorrido.

3.1 Disposições de segurança e saúde nos barcos

Os barcos de pesca novos, ou que sofreram reformas ou modificações importantes, devem

atender às disposições mínimas de segurança e saúde previstas no Apêndice I da NR-30. Sendo


barcos de pesca já existentes, devem ser cumpridas as disposições previstas no Apêndice II, da
mesma Norma Regulamentadora.

Cabe ao armador a inúmeras responsabilidade, no que se refere a ordem física e mecânica da


embarcação, tais como:

 zelar pela manutenção técnica dos barcos, de suas instalações e equipamentos, de forma a
eliminar o quanto antes os defeitos que possam afetar a segurança e saúde dos
trabalhadores;

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 tomar medidas para garantir a limpeza periódica dos barcos e do conjunto de instalações e
equipamentos, de modo a manter condições adequadas de higiene e segurança;

 manter a bordo dos barcos os meios de salvamento e de sobrevivência apropriados, em bom


estado de funcionamento e em quantidade suficiente, de acordo com as normas da
autoridade marítima;

 atender às disposições mínimas de segurança e saúde relativas aos meios de salvamento e


sobrevivência previstas na NR-30 e nas normas da autoridade marítima;

 fornecer os equipamentos de proteção individual necessários, quando não for possível evitar
ou diminuir suficientemente os riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores com meios
ou técnicas coletivas de proteção, de acordo com a Norma Regulamentadora n.º 6;

 garantir o aprovisionamento de víveres e água potável em quantidade suficiente, de acordo


com o número de pescadores profissionais e outros trabalhadores a bordo, a duração, a
natureza da viagem e as situações de emergência.

 custear a elaboração e implementação do Programa de Controle Médico e Saúde


Ocupacional - PCMSO dos pescadores, conforme disposto na NR n.º 7;

 suprir a embarcação dos meios necessários para o atendimento de primeiros socorros a


bordo e de livro de primeiros socorros e medicamentos, de acordo com o preconizado pelas
autoridades marítima e sanitária;

 tomar providências para que exista pelo menos um pescador profissional treinado no
atendimento de primeiros socorros para cada dez pescadores profissionais ou fração a bordo.

4. Plataformas e Instalações de Apoio

As Plataformas e instalações de apoio destinadas a exploração e produção e gás e petróleo


devem seguir os requisitos mínimos de segurança e saúde no trabalho para todos os
trabalhadores a bordo. As regras de segurança e saúde, exposto na NR-30, aplica-se as
plataformas nacionais e estrangeiras, devidamente autorizadas a operar em águas sob jurisdição
nacional.

Nas plataformas existentes ou afretadas ou em construção, de qualquer que seja a bandeira,


havendo necessidade de modificações estruturais incompatíveis tecnicamente com as áreas
disponíveis ou que possam influenciar na segurança da plataforma, deve ser apresentado, pelo

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Operador da Instalação, projeto técnico ou solução alternativa, com justificativa, para análise e
manifestação da autoridade competente.

Cabe ao Operador da plataforma, independente da bandeira, estando operando em águas


nacionais, tomar todas as providências afim de cumprir com as obrigações gerais, dispostas na
NR-30 em seu anexo II, garantindo a segurança de todos os trabalhadores que atuam na
plataforma. As obrigações gerais pertinentes ao Operador da plataforma são:

 cumprir e fazer cumprir o Anexo II da NR-30;

 interromper todo e qualquer tipo de atividade que exponha os trabalhadores a condições de


risco grave e iminente para a sua saúde e segurança no trabalho;

 fornecer às empresas contratadas as informações sobre os riscos potenciais existentes na


área da plataforma em que desenvolvem suas atividades;

 zelar pela segurança e saúde dos trabalhadores e de terceiros que estejam a bordo;

 prestar informações solicitadas pelos órgãos fiscalizadores;

 informar os trabalhadores sobre os riscos existentes no local de trabalho;

 fazer constar no contrato de serviços celebrados com outras empresas a obrigatoriedade do


cumprimento das medidas de segurança e saúde no trabalho previstas na NR-30 e seus
anexos;

 garantir, pelos meios usuais de transporte e sem ônus para o MTE, o acesso dos Auditores
Fiscais do Trabalho em serviço à plataforma, onde não houver concessionárias de serviço
público.

Todas essas obrigações devem ser atendidas para que o trabalhador se sinta seguro no
desempenho de suas funções.

É direito dos trabalhadores suspender sua tarefa, quando houver risco grave e iminente para a a
sua segurança e saúde ou para a de terceiros. Essa suspensão de tarefas deve ser informada ao
seu superior, fundamentada em conhecimentos adquiridos em treinamentos e experiências do seu
dia a dia para que este, tome todas as providências e medidas de correção adequadas evitando
acidentes na plataforma.

5. Segurança e Saúde no trabalho portuário

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Nos portos brasileiros, observam-se inconformidades no cumprimento dos regulamentos de saúde
e segurança do trabalhador portuário por parte dos segmentos atuantes na cadeia de produção do
setor. Esta conduta leva a um cenário de adoecimentos e outros eventos correlatos que atingem o
trabalhador portuário. A magnitude, as principais ocorrências e as causas dessa situação ainda
não são de domínio do poder público pelo fato de haver poucas informações disponíveis e
sistematizadas sobre as condições desses trabalhadores.

No sentido de dar ao trabalhador segurança e preservar a sua saúde, a Norma Regulamentadora


– NR 29, tem como principal objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças
profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições
possíveis de segurança e saúde no trabalho portuário.

As disposições contidas nessa norma aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações


tanto em bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades
nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro
ou fora do porto organizado.

Dentro dessa norma, existem as especificações que devem ser seguidas por todos os
trabalhadores.

Nas operações de atracação, desatracação e manobras de embarcações, devem ser adotadas


medidas de prevenção de acidentes, com cuidados especiais aos riscos de prensagem, batidas
contra e esforços excessivos dos trabalhadores. Todos os trabalhadores envolvidos nessas
operações devem fazer uso de coletes salva-vidas aprovados pela Diretoria de Portos e Costas –
DPC, dotados de fitas retroreflexivas.

As especificações de segurança, citadas na NR-29, trata sobre:

 A acessibilidade do trabalhado aos navios, seja escadas, rampas, ou outro meio devem
apresentar itens de segurança;

 O convés das embarcações devem estar limpos, sinalização em olhais, tubulações, escadas,
etc..., apresentar fluxo de mobilidade, estar preservado não contendo aberturas;

 Trabalho com máquinas, equipamentos, aparelhos de içar e acessórios de estivagem, ser


sempre operado por pessoas habilitadas;

 Cada porto organizado para atender a exigências de produtos perecíveis, a movimentação de


cargas aéreas, além de instalação portuária de uso privativo, deve dispor de um regulamento
próprio que discipline a rota de tráfego de veículos, equipamentos, ciclistas e pedestres, bem
como a movimentação de cargas no cais, plataformas, pátios, estacionamentos, armazéns e
demais espaços operacionais.

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 A segurança nas operações de guindastes e empilhadeiras quanto ao Lingamento e
deslingamento de cargas.

 Sobre as operações com contêineres, quanto a movimentação de carga e descarga, a


comunicação do trabalhador que estiver sobre o contêiner, etc...

 Segurança na estivagem de cargas.

 Segurança nos trabalhos de limpeza e manutenção nos portos e embarcações;

 Os trabalhos de recondicionamento de embalagens, nos quais haja risco de danos à saúde e


a integridade física dos trabalhadores;

 Operações com Cargas Perigosas, podendo essas cargas serem explosivas, gases
comprimidos ou liquefeitos, inflamáveis, oxidantes, venenosas, infecciosas, radioativas,
corrosivas ou poluentes, possam representar riscos aos trabalhadores e ao ambiente.

5.1 Proteção obrigatória contra acidentes para trabalhador portuário

A identificação dos fatores de risco no trabalho é a primeira fase de um conjunto de ações que
visam definir quais a ações deverão ser tomadas para o controle dos riscos nos locais de trabalho.
Após esta fase inicial de identificação dos riscos ações de controle devem ser implementadas,
seja pela eliminação do fator de risco (atuando na fonte), sua atenuação na trajetória ou atuando
no homem com a adoção de equipamento de proteção individual – EPI.

A NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário estabelece as medidas de segurança para


garantir a proteção contra acidentes e doenças profissionais dos trabalhadores envolvidos neste
tipo de atividade. O objetivo da NR é facilitar os primeiros socorros, promover a segurança do
trabalho e proporcionar boas condições de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

No trabalho portuário existe diversos setores que se dividem tanto em terra quanto a bordo. A
norma regulamentadora define a aplicabilidade aos trabalhadores a bordo ou em terra, assim
como aos que exercem atividades nos portos organizados e instalações portuárias e
retroportuárias.

Esse plano de ação, através de medidas de segurança e proteção coletiva, quando bem planejado
e executado, neutralizam ou eliminam, com eficácia, riscos no meio ambiente de trabalho.
Conveses limpos e desobstruídos, porões e agulheiros iluminados, faixa do cais sinalizada são
exemplos de proteção coletiva. No entanto, além destas medidas, torna-se de grande relevância
internalizar em todas pessoas que atuam nos portos a cultura de segurança no trabalho. De tal

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forma que, a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), não seja, apenas, mera
obrigação.

Os equipamentos de proteção têm como finalidade evitar que o trabalhador entre em


contato ou seja exposto aos riscos presentes no meio ambiente de trabalho. No que diz
respeito aos equipamentos de proteção individual, devem ser adequados ao risco,
estarem em perfeito estado de conservação e funcionamento e terem a devida
certificação mediante certificado de aprovação (CA) expedido pelo Ministério do Trabalho
e Emprego.

5.2 EPIs para o trabalho portuário

Neste ambiente de trabalho, encontramos diversos tipos de atividades realizadas pelos


trabalhadores. Cada atividade, exige um tipo de proteção adequada. Por isso, vamos
listar alguns EPIs que devem ser utilizados no trabalho em porto: Capacete de
Segurança;

Calçado de Segurança; Óculos de Segurança; Luvas de Segurança; Proteção


Respiratória; Protetor Auricular; Abafador de Ruídos; Respirador; Protetor Facial;
Vestimentas de Raspa para os soldadores; Vestimentas Especiais para eletricistas ou em
casos de manuseio de produtos químicos; Creme de Proteção.

O uso de EPI é importante, mas não é a solução para os problemas de segurança, pois
ele não elimina o risco, prometendo somente diminuir a lesão do trabalhador em caso de
acidente. A adoção do EPI só deve ser usada após a verificação de não haver outra
solução técnica que possa eliminar o risco do processo de trabalho. Ou então usá-lo
como uma medida complementar.

6. Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador protuário - SESSTP

É recomendada a criação de um único Serviço Especializado em Segurança e Saúde do


Trabalhador Portuário (SESSTP) em cada porto organizado ou nos terminais privativos que
utilizem mão-de-obra do OGMO. Esse procedimento irá facilitar o gerenciamento das questões de

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segurança e saúde no trabalho e evitarão as diferenças de procedimentos que podem ser criadas
entre os diversos terminais. Caso isso não seja possível, é importante que estes serviços tenham
um excelente entrosamento para que as ações de prevenção não sejam isoladas, criando
desinformação e insegurança.

Aos profissionais do SESSTP, compete aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e


de medicina do trabalho para que os empregadores possam cumprir suas responsabilidades de
realizar uma gestão do ambiente de trabalho que acarrete a redução ou eliminação dos riscos ali
existentes. O SESSTP também tem a responsabilidade de realizar visitas prévias em navios e
demais áreas de operação nos armazéns e cais ou inspeções periódicas nestes locais de
trabalho, sempre no intuito de detectar condições ou fatores de riscos que possam ser fontes de
acidentes. Quando for encontrada uma situação de risco, o operador portuário responsável pelo
local deverá ser notificado por escrito, ficando especificadas na notificação quais serão as ações a
serem realizadas para sanar o problema, inclusive indicando se o serviço deve ser paralisado.
Investigar todos os acidentes de trabalho, graves ou não, mantendo um banco de dados
estatísticos sobre os acidentes por terminal, por função e situação de risco que os causaram, para
que se possam aprimorar sempre os programas de eliminação e minimização de riscos no
trabalho.

6.1 Dimensionamento mínimo do SESSTP

Para dimensionar o SESSTP é necessário conhecer o número de trabalhadores expostos a riscos


nas operações portuárias. Para contabilizarmos o número total de trabalhadores em atividade no
porto, temos que calcular a média anual dos empregados por tempo indeterminado e a média
anual dos trabalhadores avulsos que são requisitados pelos operadores portuários. Portanto, não
é o número de trabalhadores que estão registrados ou cadastrados no OGMO que representa
este total, e sim a média dos que conseguem trabalhar ao longo do ano.

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6.2 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário (CPATP)

Instituída pela Norma Regulamentadora nº 29 (Segurança e Saúde no Trabalho Portuário), a


Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário (CPATP) passa a dispor sobre a
importância da participação dos trabalhadores portuários nas políticas e programas de controle e
prevenção de acidentes no ambiente de trabalho.

A representação dos trabalhadores, legitimada através de eleição, deve ser proporcional ao


número de participantes por atividade exercida no porto – estiva, conferência, conserto, vigia,
trabalho de bloco, capatazia ou arrumadores.

A CPATP se torna um importante instrumento que dá aos trabalhadores portuários a garantia de


que o ambiente de trabalho tem a segurança adequada para a realização das atividades e não
represente qualquer tipo de risco à vida. Assim, entre os principais objetivos e atribuições da
CPATP se destacam:

 estipular o interesse dos trabalhadores portuários quanto à importância das questões


relacionadas à segurança e saúde no ambiente de trabalho;

 realizar inspeções nas áreas portuárias, identificando possíveis fatores de riscos e sugerindo
medidas de prevenção ou solicitando que a SESSTP (Serviço Especializado em Segurança e
Saúde do Trabalhador Portuário) apresente uma solução técnica a ser analisada pela
comissão;

 participar das reuniões mensais, a fim de debater problemas de segurança, saúde e conforto
dos trabalhadores;

 participar de cursos de aperfeiçoamento em segurança e saúde oferecidos pelo Órgão Gestor


de Mão de Obra ou pela própria CPATP.

6.3 Dimensionamento do CPATP

O subitem 29.2.2.6 da norma regulamentadora nº 29, a composição da CPATP obedecerá a


critérios que garantam a representação das atividades portuárias com maior potencial de risco e

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ocorrência de acidentes, respeitado o dimensionamento mínimo do Quadro II da Norma
regulamentadora nº 29. Conforme a figura abaixo:

7. Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Portuário

Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que
são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade física, a saúde e a capacidade de trabalho do trabalhador.

Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um estado completo
de bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente na ausência de doença ou de
enfermidade.
A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da
integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas
do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
Segurança e higiene do trabalho são atividades interligadas que repercutem diretamente sobre a
continuidade da produção e sobre a moral dos empregados.
Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas,
empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer
instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas.

Com o objetivo de regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar
os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e
saúde no trabalho portuário, a NR 29 estabelece padrões de segurança perante os riscos
existentes aos trabalhadores portuários, tanto a bordo quanto em terra.

Dentro dessa norma, existem as especificações que devem ser seguidas por todos os
trabalhadores, em cada momento do trabalho portuário, desde a chegada do navio até a sua
partida. Veremos a seguir algumas dessas especificações:
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 Nas operações de atracação, desatracação e manobras de embarcações: devem ser
adotadas medidas de prevenção de acidentes, com cuidados especiais aos riscos de
prensagem, batidas contra e esforços excessivos dos trabalhadores.Todos os trabalhadores
envolvidos nessas operações devem fazer uso de coletes salva-vidas aprovados pela
Diretoria de Portos e Costas – DPC, dotados de fitas retroreflexivas.

 Acessos às embarcações: As escadas, rampas e demais acessos às embarcações devem


ser mantidas em bom estado de conservação e limpeza, sendo preservadas as
características das superfícies antiderrapantes. Devem dispor de balaustrada – guarda-corpos
de proteção contra quedas. A largura deverá ser adequada para que permita o trânsito seguro
para um único sentido de circulação, devendo ser guarnecidas com uma rede protetora, em
perfeito estado de conservação. Quanto as proibições, temos a colocação de extensões
elétricas nas estruturas e corrimões das escadas e rampas de acesso das embarcações, e o
acesso de trabalhadores às embarcações em equipamentos de guindar, exceto em
operações de resgate e salvamento ou quando forem utilizados cestos especiais de
transporte.

 Conveses: Devem estar sempre limpos e desobstruídos, dispondo de uma área de circulação
que permita o trânsito seguro dos trabalhadores. Quaisquer aberturas devem estar protegidas
de forma que impeçam a queda de pessoas ou objetos. Quando houver perigo de
escorregamento nas superfícies em suas imediações, devem ser empregados dispositivos ou
processo que tornem o piso antiderrapante. A sinalização deve ser mantidas nos olhais,
escadas, tubulações, aberturas e cantos vivos, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos
existentes. Quanto a circulação de pessoal no convés principal, será efetuada pelo lado do
mar, exceto por impossibilidade técnica ou operacional comprovada.

 Trabalho com máquinas, equipamentos, aparelhos de içar e acessórios de estivagem:


somente pode operar máquinas e equipamentos o trabalhador habilitado e devidamente
identificado. A operação de empilhadeiras sobre as cargas estivadas que apresentem piso
irregular, ou sobre quartéis de madeira não é permitida. Em todo equipamento de
movimentação de carga deverá conter a sua capacidade máxima de carga e seu peso bruto.
Os equipamentos de guindar quando não utilizados devem ser desligados e fixados em
posição que não ofereça riscos aos trabalhadores e à operação portuária. Os equipamentos
em operação devem estar posicionados de forma que não ultrapassem outras áreas de
trabalho. Todo aparelho de içar deve ter afixado no interior de sua cabine tabela de carga que
possibilite ao operador o conhecimento da carga máxima em todas as suas condições de uso.
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 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais: Cada unidade
portuária, deve dispor de um regulamento próprio que discipline a rota de tráfego de veículos,
equipamentos, ciclistas e pedestres, bem como a movimentação de cargas no cais,
plataformas, pátios, estacionamentos, armazéns e demais espaços operacionais. Os produtos
perigosos não devem ser movimentadas com equipamentos inadequados que possam
danificá-las. A movimentação aérea de cargas deve ser necessariamente orientada por
sinaleiro devidamente habilitado. O sinaleiro deve receber treinamento do código de sinais de
mão nas operações de guindar.

 Lingamento e deslingamento de cargas: O operador de equipamento de guindar deve


certificar-se, de que os freios segurarão o peso a ser transportado. É proibido o transporte de
trabalhadores em empilhadeiras e similares, exceto em operações de resgate e salvamento.
É proibido o transporte de materiais soltos sobre a carga lingada.

 Operações com contêineres: Na movimentação de carga e descarga de contêiner é


obrigatório o uso de quadro posicionador, com dispositivo visual indicador da situação de
travamento. O trabalhador que estiver sobre o contêiner deve estar em comunicação visual e
utilizar-se de meios de rádio-comunicação com sinaleiro e o operador de guindaste. A
abertura de contêineres contendo cargas perigosas deve ser efetuada por trabalhador usando
EPI adequado ao risco. Quando houver em um mesmo contêiner, cargas perigosas e
produtos inócuos, prevalece à recomendação de utilização de EPI adequado à carga
perigosa. Os trabalhadores devem utilizar-se de uma haste guia, com a finalidade de
posicionar o contêiner quando o mesmo for descarregado sobre veículo.

 Segurança na estivagem de cargas: A carga deve ser estivada de forma que fique em
posição segura, sem perigo de tombar ou desmoronar sobre os trabalhadores no porão. A
iluminação de toda a área de operação deve ser adequada, adotando-se medidas para evitar
colisões e/ou atropelamento.

 Segurança nos trabalhos de limpeza e manutenção nos portos e embarcações: Na


limpeza de tanques de carga, óleo ou lastro de embarcações que contenham ou tenham
contido produtos tóxicos, corrosivos e/ou inflamáveis, é obrigatório:

a) a vistoria antecipada do local por pessoa responsável, com atenção especial no


monitoramento dos percentuais de oxigênio e de explosividade da mistura no ambiente;

17
b) o uso de exaustores, cujos dutos devem prolongar-se até o convés, para a eliminação de
resíduos tóxicos;

c) o trabalho ser realizado em dupla, portando o observador um cabo de arrasto conectado


ao executante;

d) o uso de aparelhos de iluminação e acessórios cujas especificações sejam adequadas à


área classificada;

e) não fumar ou portar objetos que produzam chamas, centelhas ou faíscas;

f) o uso de equipamentos de ar mandado ou autônomo em ambientes com ar rarefeito ou


impregnados por substâncias tóxicas;

g) depositar em recipientes adequados as estopas e trapos usados, com óleo, graxa,


solventes ou similares para serem retirados de bordo logo após o término do trabalho;

8. Operações com cargas perigosas

Cargas perigosas são quaisquer cargas que, por serem explosivas, como os gases comprimidos
ou liquefeitos, inflamáveis, oxidantes, venenosas, infecciosas, radioativas, corrosivas ou
poluentes, possam representar riscos aos trabalhadores, as instalações físicas e ao meio
ambiente em geral.

O termo cargas perigosas inclui também quaisquer receptáculos, tais como tanques portáteis,
embalagens, contentores intermediários para graneis (IBC) e contêineres-tanques que tenham
anteriormente contido cargas perigosas e estejam sem a devida limpeza e descontaminação que
anulem os seus efeitos prejudiciais.

É pré-requisito essencial para a segurança do transporte e do manuseio de Cargas Perigosas a


sua apropriada identificação, acondicionamento, etiquetagem, empacotamento e documentação.
Isso se aplica às operações na área do porto propriamente dita ou nas áreas de jurisdição do
mesmo.

8.1 Obrigações e Competências

18
Seja no porto público ou das instalações de uso privado, as Administrações Portuárias devem
adotar procedimentos de segurança que garantam o conhecimento de todas as cargas perigosas
a serem movimentadas nos terminais.

De posse das informações, os Operadores Portuários deverão tomar todas as providências


necessárias, de acordo com os procedimentos de segurança indicados pela legislação e pelo
terminal portuário, para que os serviços possam ser realizados com segurança.

Os produtos perigosos devem ser manejados com especial atenção, devendo o operador
portuário previamente informar às equipes de trabalho, ao OGMO, quando usar trabalhadores
avulsos, sobre os riscos existentes e os procedimentos de segurança a serem adotados. Deve
ainda colocar à disposição, em local próximo, todos os meios previstos no plano de controle de
emergência para a proteção dos trabalhadores e para i controle do vazamento do produto.

8.2 Sinalizações e Rotulagens

Todos os contêineres, embalagens e armazéns de estocagem de produtos perigosos devem ser


identificados com placas ou quadros que identifiquem a classe e a substância perigosa que neles
estão contidas. Todos os painéis devem ter tamanho adequado à distância para que sua
visualização seja fácil e também obedecer aos padrões simbólicos recomendados pelo anexo VI
da NR-29.

Painel de Segurança -Rótulo de Risco:

236= código numérico 2= nº classe ou


subclasse 1061= nº ONU 2.1= de risco

O nº ONU (1061) nos informa o produto


(metilamina anidra), classe de risco 2 ( gases inflamáveis ),

subclasse 2.1.

Estas informações são obtidas na Relação Numérica de Produtos Perigosos. O código numérico
das informações adicionais é o seguinte: 236= gás inflamável 2= gás 3= inflamável 6= tóxico

8.3 Sistema de Classificação e Identificação de Cargas Perigosas

19
A Organização Marítima Internacional (OMI), com a finalidade de facilitar a identificação, listou os
produtos ou artigos mais comumente transportados através de seu nome técnico. Cada nome
(propper shipping name) corresponde a um número que designa determinada substância ou
artigo, precedido das letras UN (United Nations) – Nações Unidas, por exemplo: UN 3356 –
gerador de oxigênio, químico.

A OMI/ONU classifica as cargas perigosas em nove classes distintas cujos números aparecem na
parte inferior dos rótulos de risco, de acordo também com a norma NBR 7500 da ABNT e
conforme o Anexo V da NR-29, cujas características analisamos a seguir:

 Classe 1 – Explosivos: Os produtos explosivos podem ser definidos


como toda substância sólida ou líquida (ou mistura de substâncias) que,
por si mesma, através de reação química, seja capaz de produzir gás a
temperatura, pressão e velocidade tais que possa causar danos à sua
volta. As áreas operacionais devem ser muito bem sinalizado, com
indicativo de proibido fumar e proibindo o acesso de pessoas que não
estejam trabalhando. A equipe de emergência deve ficar de plantão
durante todo o tempo.

 Classe 2 – Gases comprimidos, liquefeitos, dissolvidos sob pressão ou altamente


refrigerados: Podemos definir gás como toda substância que, a 50 graus Celsius, tem uma
pressão de vapor superior a 300 Kpa e é completamente gasoso a uma temperatura de 20
graus Celsius e a uma pressão de 101,3 Kpa=1000 N/m. Os gases podem
ser transportados sob diferentes aspectos físicos: Comprimido, liquefeito,
liquefeito refrigerado e em solução (comprimido dissolvido em um solvente).
Uma das características dos gases é uma grande taxa de expansão na
mudança de estado líquido para o gasoso, o que leva o produto a ocupar
volumes muito superiores aos que ele ocupava no recipiente.

 Classe 3 – Líquidos inflamáveis: As substâncias desta classe podem ser


definidas como líquidos, misturas de líquidos, ou líquidos contendo sólidos
em solução ou suspensão (como tintas, vernizes, lacas, etc.), que produzem
vapores inflamáveis a temperaturas de até 60,5 graus Celsius, em teste de
vaso fechado, ou até 65,6 graus Celsius em teste de vaso aberto. Os
líquidos são classificados como inflamáveis ou como combustíveis pelos seus pontos de
fulgor (flashpoint).

 Classe 4 – Sólidos inflamáveis: Esta classe abrange todos os sólidos que podem inflamar-
se facilmente na presença de uma fonte de ignição, em contato
com o ar ou com a água, e não atendem às características dos
20
explosivos. Devido a algumas características específicas, os produtos desta classe se
dividem em três subclasses: Sólidos Inflamáveis, Substâncias à combustão espontânea e
Substâncias que, em contato com a água emitem gases inflamáveis.

 Classe 5 – Substâncias oxidantes; peróxidos orgânicos: As substâncias oxidantes são


aquelas que, não sendo necessariamente combustíveis, podem, em geral, por liberação de
oxigênio, causar a combustão de outros materiais ou
contribuir para isto.Os peróxidos orgânicos são passíveis de
decomposição exotérmica à temperatura normal ou a
temperaturas elevadas. A decomposição pode ser iniciada
por calor, contato com impurezas, ácidos, animais, metais
pesados, atrito ou impacto.

 Classe 6 - Substâncias Tóxicas; Substâncias Infectantes: As substâncias tóxicas


(venenosas) são aquelas capazes de provocar a morte, lesões graves ou danos à saúde
humana, se ingeridas, inaladas ou se entrarem em contato com a pele. As Substâncias
infectantes são aquelas que contêm
microorganismos viáveis, incluindo bactérias, vírus,
rikettsia, parasitas ou um recombinante híbrido ou
mutante, os quais provocam, ou há suspeita razoável

de que possam provocar, doenças em seres humanos ou em animais.

 Classe 7 – Materiais Radioativos: Fazem parte desta classe os materiais ou


produtos que emitem radiações ionizantes. Estes materiais sofrem
desintegrações atômicas, produzindo radiações alfa, beta e gama ou uma
mistura deles.

 Classe 8– Substâncias Corrosivas: São substâncias que apresentam altas taxas


de corrosão ao aço. Por conseguinte, podem provocar danos severos aos tecidos
humanos.

 Classe 9 – Substâncias perigosas diversas: Incluem-se nesta classe


as substâncias e artigos que durante o transporte apresentam um risco
não-abrangido por qualquer das outras classes.

8.4 Armazenamento de Cargas Perigosas


21
O armazenamento de produtos perigosos nas áreas portuárias e retroportuárias devem ser
limitados em volume e no tempo de estocagem. Os pátios devem ser construídos de acordo com
as características do produto a fim de conte-los em caso de avarias e vazamentos. O terminal
deve dispor de um Plano de Controle de Emergência – PCE para cada tipo de substância que for
operada ou estocadas em sua área. Equipes devem estar treinadas e terem os recursos
necessários para uma ação rápida em caso de acidentes. Se o acidente for a bordo o comandante
da embarcação deve estar preparado para as manobras de emergência.

Todos os operadores portuários devem estabelecer procedimentos para controle de emergências


que ocorram durante os trabalhos executados nos portos, terminais e retroáreas.

8.5 Procedimentos Básicos em Caso de Acidentes

Em caso de acidentes em que ocorra o derrame de produtos químicos, o primeiro cuidado que se
deve tomar é com relação à segurança das pessoas que estão no terminal e da equipe de
emergência. Daí é fundamental que todos os trabalhadores tenham informações do que fazer
nestes casos, evitando-se, assim, que pessoas despreparadas tenham contato com a substância
a ser contida. Pelo menos os responsáveis pela área devem adotar os seguintes procedimentos:

 aproximar-se cuidadosamente;

 manter-se sempre de costas para o vento, tomando como referência o ponto de vazamento;

 evitar contato com o produto (inalar, pisar ou tocar);

 identificar o produto; isolar o local com fitas e placas;

 acionar as equipes de emergência e comunicar ao SESSTP.

O resultado da operação da equipe de emergência depende da rapidez de seu acionamento, da


avaliação correta do problema e da disponibilidade dos recursos necessários para as medidas de
controle.

8.6 Medidas de Controle

22
A área deve ser isolada imediatamente para evitar a entrada de curiosos. Nesta etapa, deve-se
controlar a situação de emergência, de forma a fazer cessar a fonte causadora ou as
conseqüências resultantes, como incêndios, contaminações, etc., contemplando as seguintes
medidas:

 Evacuação de pessoas;

 Estanqueídade do vazamento;

 Contenção do produto vazado;

 Abatimento de vapores;

 Neutralização e/ou remoção de produtos;

 Prevenção ou combate de incêndios;

 Monitoramento ambiental;

 Recolhimento ou transbordo de cargas no caso de acidentes na operação de carga e


descarga de navios.

8.7 Operador Portuário

Operador portuário é a pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de


movimentação de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou
provenientes de transporte aquaviário, dentro da área de um porto organizado.

8.7.1 Responsabilidades do operador portuário

As atividades do operador portuário estão sujeitas às normas estabelecidas pela Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (Antaq). É titular e responsável pela coordenação das operações
portuárias que efetuar.

A atividade de movimentação de carga a bordo da embarcação deve ser executada de acordo


com a instrução de seu comandante ou de seus prepostos, responsáveis pela segurança da
embarcação nas atividades de arrumação ou retirada da carga, quanto à segurança da
embarcação. Além disso, o operador portuário responderá perante:

23
 a administração do porto pelos danos culposamente causados à infraestrutura, às instalações
e ao equipamento de que a administração do porto seja titular, que se encontre a seu serviço
ou sob sua guarda;

 o proprietário ou consignatário da mercadoria pelas perdas e danos que ocorrerem durante as


operações que realizar ou em decorrência delas;

 o armador pelas avarias ocorridas na embarcação ou na mercadoria dada a transporte;

 o trabalhador portuário pela remuneração dos serviços prestados e respectivos encargos;

 o órgão local de gestão de mão de obra do trabalho avulso pelas contribuições não
recolhidas;

 os órgãos competentes pelo recolhimento dos tributos incidentes sobre o trabalho portuário
avulso;

 a autoridade aduaneira pelas mercadorias sujeitas a controle aduaneiro, no período em que


lhe estejam confiadas ou quando tenha controle ou uso exclusivo de área onde se encontrem
depositadas ou devam transitar.

9. Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO

O OGMO é uma entidade civil de interesse público, sem fins lucrativos, que atua na habilitação e
capacitação dos trabalhadores portuários avulsos.

Criado pela Lei nº 8.630/93, o Órgão Gestor de Mão-de-Obra é uma de suas principais inovações.
Como desempenha o importante papel de requisição de mão-de-obra, sua criação foi bastante
combatida pelos sindicatos obreiros, que o viram como substituto de muitas atribuições que até o
advento da lei lhes eram próprias. Tem como incumbência principal administrar o fornecimento de
mão-de-obra do trabalhador portuário e do trabalhador avulso. Embora o OGMO não seja
considerado empregador, o seu papel é importantíssimo, pois a ele cabe gerenciar toda a mão de
obra avulsa, sendo responsável, entre outras, pelas seguintes tarefas:

 Organização do registro do trabalhador avulso;

 Organização do cadastro do trabalhador avulso;

 Expedição dos documentos de identificação dos trabalhadores incluídos no cadastro e no


registro;

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 Arrecadação e repasse aos respectivos beneficiários dos valores devidos pelos operadores
portuários, relativos à remuneração do trabalhador portuário e aos correspondentes encargos
fiscais, sociais e previdenciários;

 Aplicação, quando couber, das normas disciplinares previstas em lei, contrato ou convenção
coletiva celebrada;

 Zelo pelas normas de saúde, higiene e segurança no trabalho portuário avulso.

A requisição de mão-de-obra, antes feita diretamente aos sindicatos, passa a ser solicitada
diretamente ao OGMO, a quem compete efetuar o controle rodiziário da escala diária de
trabalhadores avulsos. Nota-se, assim, um enfraquecimento do poder dos sindicatos, que
detinham o monopólio de escalação dos trabalhadores, o que, em alguns casos, gerava grandes
injustiças.

10. Seguranças nas operações de Contêineres

A grande versatilidade, a segurança da mercadoria e a rapidez de embarque e desembarque são


características presentes nas operações com contêineres. Tais vantagens vêm aumentando a
frota mundial de navios especializados em contêineres, sendo esta uma tendência em todos os
portos do mundo no transporte intermodal. Basicamente o desenvolvimento da utilização do
contêiner se dá pela diminuição do tempo de operação dos navios nos portos, ser multimodal, isto
é ser facilmente transportado por via terrestre em caminhões e por trens. Isto significa menores
custos e maior lucro para os exportadores e importadores. A operação ótima de um terminal de
contêineres requer a utilização de equipamentos especialmente fabricados para sua
movimentação e transporte.

Os tipos de contêineres em uso atualmente podem ser classificados quanto à natureza da carga a
ser transportada e aos padrões de peso e medida.

10.1 Padrões de Peso e Dimensões

Para a universalização do uso dos contêineres, foram necessárias as publicações de normas para
padrões de contêineres. Coube a International Standard Organization – ISO, a tarefa de fazê-lo e
atualmente, com raras exceções, são determinações aceitas em todo o mundo.

25
Os tamanhos recomendados pela ISO são de 10, 20, 30 e 40 pés de comprimento. A altura foi
padronizada em 8 pés ou 8 pés e 6 polegadas. São fabricados também em 9 pés e 9 pés e 6
polegadas. Existem ainda em uso específico o de meia altura (half) de 4 pés.

Quanto ao peso os contêineres de 20 pés pesam aproximadamente 2,0 t e os de 40 pés pesam


3,5 t. A capacidade de carga útil (peso + carga) é de 24 e 30 toneladas respectivamente.

10.2 Tipo de Cargas que Transportam

 Unidades de Carga Geral (carga seca): É o tipo de


contêiner mais utilizado devido à sua grande flexibilidade
de acondicionamento de mercadorias, seja em formato
de pequenas unidades ou paletizadas.

 Unidades Tanques: É o contêiner destinado ao transporte


de granéis líquidos tais como: produtos químicos, derivados
de petróleo e gases comprimidos.

 Unidades Térmicas (Reefer Container):

É o contêiner empregado quando a carga exige


controle térmico, como no caso de produtos perecíveis:
carnes, frutas e peixes. O contêiner é chamado de
refrigerado quando possui sistemas próprios de
refrigeração, que pode ser mecânico ou criogênico
(quando se usam gases liquefeitos como nitrogênio e
dióxido de carbono).

 Unidades de Granéis; É o contêiner utilizado para transporte ou acondicionamento de


minérios, cereais, fertilizantes, entre outros granéis sólidos.

 Tipo Gaiola: É um tipo de contêiner especial destinado ao transporte de máquinas e


equipamentos pesados. Em geral, são desprovidos de superestrutura.

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 Contêiner Plataforma (Platform Flat ou Flat Rack): Contêiner de plataforma é constituído
unicamente de uma base dotada de dispositivos de canto, com comprimentos e largura
padronizados e se destina a cargas compridas como tubos de aço.

10.3 Equipamentos Especializados para a Movimentação de Contêineres

A movimentação de contêineres por equipamentos especializados é mais segura, pois elimina


vários fatores de riscos e diminui o número de trabalhadores na área de risco. Os equipamentos
utilizados são:

 Portêiner (Porta-contêiner): São guindastes de


pórtico que realizam o embarque e desembarque dos
contêineres através de spreader automático que se
acopla ao teto do contêiner.

 Transtêiner e Empilhadeiras: São equipamentos


especializados no empilhamento e arrumação de
contêineres nos pátios de armazenamento. Seu
movimento pode ser feito sobre trilhos (pórtico) ou sobre
rodas (van-carrier, empilhadeiras e stacker).

27
 Spreader: São acessórios de estivagem utilizados para o lingamento entre o guindaste e o
contêiner, também denominados de “Quadro Posicionador”. Eles podem ser automáticos,
semiautomáticos ou convencionais (de acoplamento manual).

10.4 Recomendações de Segurança na Movimentação de Contêineres

A seguir serão citadas as recomendações gerais de segurança no carregamento, movimentação,


empilhamento, armazenamento, fixação durante do transporte e na ovação e desova de
mercadorias.

 No Carregamento

 As operações de carregamento e descarregamento do contêiner por meio de equipamentos


devem ser feitas sem que sejam atingidos os esforços sobre o piso especificados na NBR
5960;

 Respeitar os limites de carga do contêiner;

 Respeitar a rotulagem quanto ao peso bruto e à existência de cargas perigosas;

 A massa bruta do contêiner não pode ser superior à especificada na NBR 5978;

 A carga deve ser colocada (ovada) no contêiner tão distribuída quanto possível, a fim de
serem evitados esforços concentrados;

 A carga deve ser colocada no contêiner de forma que o centro de gravidade fique situado tão
baixo e central quanto possível;

 Devem ser impedidos, através de fixações e bloqueios adequados, os movimentos da carga


no contêiner causados por acelerações ou inclinações normais de operação, que possam
causar danos.

 Na Movimentação

 Conhecer, através do manifesto, o conteúdo da carga a ser movimentada, constatando se é


ou não carga perigosa;

 Utilizar somente os quadros posicionadores recomendados e certificados;


28
 Jamais movimentar contêineres com trabalhadores sobre os mesmos;

 As portas e demais partes móveis do contêiner devem estar devidamente fixadas antes de
qualquer operação de movimentação;

 Antes de uma operação de içamento, elevar o contêiner até uma pequena altura, com
acelerações pouco maiores que as subseqüentes, para verificar a resistência aos esforços de
movimentação e às eventuais tendências de inclinação;

 A movimentação deve ser realizada sem choques ou acelerações intensas;

 A movimentação do contêiner só pode ser feita depois de verificada a liberação de todas as


fixações.

 Apoio, Empilhamento e Armazenamento.

 O apoio do contêiner sobre o solo deve ser realizado pelos quatro dispositivos de canto
inferiores. O solo deve ser plano, firme e drenado, sem saliências que possam causar danos;

 O apoio do contêiner sobre equipamentos de transporte terrestre deve ser feito apenas pelos
dispositivos de canto inferiores ou áreas de apoio de base;

 O empilhamento de contêineres deve ser feito apenas por superposição dos dispositivos de
canto.

 As áreas destinadas ao armazenamento dos contêineres devem ser delimitadas no solo


através de faixas amarelas.

 A circulação de pessoas a pé deverá ser restrita e, quando necessária, realizada com a


sinalização adequada;

 O sinaleiro, quando necessária sua presença, deverá portar vestuário colorido e colete
fosforescente. Sua presença poderá ser sinalizada por uma bandeira laranja (de dia) e por um
sinal luminoso intermitente (de noite);

 Contêineres vazios devem ser peados ou fixados um ao outro para evitar tombamentos por
efeito vela, em ocorrência de ventos fortes.

 Fixação Durante o Transporte:

 O contêiner deve ser fixado ao navio ou equipamento de transporte, de modo a evitar


qualquer deslocamento que possa causar dano, levando em conta as condições que podem
ser encontradas em cada modalidade de transporte.

29
 Os contêineres devem ser fixados, no mínimo, através de seus dispositivos de canto
inferiores.

 Os chassis porta-contêiner para caminhões devem respeitar as recomendações contidas na


NBR 7475/86 e dispor de travas ou encaixes de acoplamento nos quatro cantos;

 Outros chassis porta-contêiner poderão ser utilizados, desde que sua fixação garanta a
segurança do contêiner.

 No Acondicionamento de Mercadorias (Ovação)

 Planeje o acondicionamento;

 Respeite o limite de peso do contêiner;

 Evite concentração de peso (Kg/cm²), distribuindo a carga uniformemente no piso;

 Evite misturas de cargas incompatíveis;

 Isole as cargas das portas do contêiner.

 Esvaziamento dos contêineres (Desova).

 Verificar o conteúdo do contêiner, antes de fazer a abertura das portas;

 Havendo cargas perigosas, fazer procedimentos de acordo com a classe do produto;

 Havendo produtos inócuos e cargas perigosas no mesmo contêiner, prevalece o


procedimento para cargas perigosas;

 A abertura do contêiner deverá ser efetuada com os trabalhadores utilizando os EPI


recomendados para a classe do produto a ser movimentado, conforme recomendação do
SESSTP ou SESMT, com cautela protegendo-se atrás da porta do contêiner;

 Caso haja risco de presença de gases ou poeiras tóxicas, uma pessoa competente designada
pelo Operador Portuário ou OGMO deverá fazer a liberação da área para início do serviço;

 O operador de empilhadeira obedecerá ao mesmo procedimento de segurança adotado para


os outros trabalhadores;

 A desova deve ser realizada em local específico para esta operação e não estar em conflito
com outras atividades do porto.

 Nas inspeções dos contêineres

 Todo contêiner que necessite ser examinado deve ser retirado de sua pilha e levado a uma
zona reservada a este fim que disponha de meios de acesso seguro, tais como: plataformas,
escadas fixas, escadas tipo de avião;
30
 Para as inspeções periódicas nos terminais dos contêineres refrigerados (Reefer Container),
devem ser utilizados escadas tipo de avião para que o trabalhador tenha acesso às varias
alturas da pilha.

11. Sinalização de segurança no trabalho portuário

A sinalização de segurança nos locais de trabalho tem várias finalidades e deve ser uniformizada
para que as mensagens possam chegar às pessoas da forma mais rápida e objetiva possível, sem
necessidade de análise da instrução indicada. Para facilitar a compreensão da informação, são
utilizadas dimensões, cores, figuras padronizadas e letras. Deve-se evitar também o excesso de
sinalização. A portaria 3214/78, em sua Norma Regulamentadora NR-26 (Sinalização de
Segurança), fornece as principais diretrizes sobre as cores e rotulagens preventivas. São
indicadas ainda as normas NB – 26 e NB – 76 da ABNT. A sinalização pode ser vertical, horizontal
(no piso de armazéns ou ruas), sonora ou luminosa. Os sinais sonoros e luminosos serão
empregados nos veículos e guindastes, de forma a alertar os trabalhadores próximos de sua
movimentação. Os sinais horizontais devem indicar faixa de retenção de parada obrigatória de
veículos, faixa de segurança para pedestres em travessia de vias e áreas de trânsito em pátios e
armazéns. Os sinais de prevenção de acidentes verticais serão utilizados nos seguintes casos:

 Sinalização de Perigo: Para sinalizar perigos específicos. As placas


tem fundo branco, sobre o qual se insere um oval vermelho dentro de
um retângulo preto. Uma linha branca deve separar o perímetro externo
do oval vermelho do retângulo preto. A palavra ”PERIGO” deve ser
escrita em branco dentro do oval vermelho.

 Sinalização de Atenção: Para identificar possíveis situações de perigo


ou procedimentos incorretos. As placas compõem-se de um retângulo
preto sobre um fundo amarelo. A palavra “ATENÇÃO” deve ser escrita
em cor amarela, centrada no retângulo negro na parte superior. Na parte
inferior poderá ser escrita a mensagem que se quer ressaltar.

 Sinalização de Instrução de Segurança: Para dar instruções de


procedimentos de segurança do setor de trabalho ou do terminal
portuário. Constitui-se de um retângulo verde sobre fundo branco,
localizado na parte superior da área total do aviso. As letras são escritas
em branco sobre o retângulo verde. As mensagens na parte inferior
devem ser grafadas em letras pretas sobre fundo branco.

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 Sinais Direcionais: São sinais que podem indicar saídas de emergências, escadas, entradas
ou vias seguras. O fundo deve ser branco e as flechas, também brancas, sobre um retângulo
preto.

 Sinais Informativos: São placas de mensagem de ordem geral


não citadas nos itens anteriores. São compostas por retângulos
azuis sobre fundo branco, localizados na parte superior da área total
do aviso. As letras são escritas em branco sobre o retângulo azul. Na
parte inferior, as mensagens devem ser incluídas com letras pretas
sobre fundo branco.

12. Condições de trabalho na construção, reparo e desmonte naval

As atividades de limpeza e manutenção dos portos e embarcações são realizadas pelos


trabalhadores de Bloco, assim definidas pela Lei 8630/93 ou por trabalhadores terceirizados. Os
serviços podem ser desde uma simples varrição de cais até o serviço de limpeza de tanques de
lastro das embarcações, batimento de ferrugem e pintura de cascos.

I - Trabalho em Locais confinados:

Na área portuária estes locais são comuns em tanques de lastro ou de combustíveis de navios e
embarcações, mas podem ocorrer também nos armazéns, silos ou em terminais que tenham
tanques de combustíveis. Podemos considerar como espaços confinados os agulheiros fechados,
do tipo escada australiana, em que a carga estivada produza gases ou poeiras que possam ser
tóxicos, inflamáveis ou que possam diminuir a concentração de oxigênio.

O SESSTP deve estabelecer normas internas sobre esse tipo de serviço, capacitando os
contramestres ou chefe das equipes de trabalhadores que adentrem estes locais para reconhecer
as situações de risco e realizarem a “Analise Preliminar de Riscos – APR”.

Ao detectarem o local confinado, os responsáveis pela operação devem solicitar o SESSTP uma
inspeção prévia para a liberação da área antes do início dos serviços. Esses locais deverão ser
devidamente sinalizados, sendo proibido o acesso ou a permanência de pessoas não autorizadas.

Há também, a necessidade do monitoramento da atmosfera. O SESSTP deverá fazer a medição


quantitativa de concentrações de gases no interior do espaço confinado antes da operação e
durante a realização do serviço. Tal procedimento permite detectar as alterações que ocorrem
durante a execução do serviço, bem como constatar a eliminação ou não da fonte dos agentes
agressivos.
32
Em locais confinados, a ventilação é condição essencial para que se possa realizar o serviço sem
risco. A ventilação pode ser classificada como: natural ou forçada(ventiladores, exaustores,et..).

Todo local confinado, em que haja insuficiência de oxigênio ou que propicie o desconforto térmico,
deve ser dotado de ventilação forçada. Caso os serviços nele realizados produzam poeiras e
gases, como na soldagem, recomenda-se o emprego de equipamentos de extração localizada.

II - Serviços de Pintura e Batimento de Ferrugens:

Os navios com o tempo vão envelhecendo e ficando desgastados com a exposição do metal à
água salgada, à atmosfera úmida, ao ataque de mariscos e micro-organismos marinhos. Assim,
para a conservação da embarcação, são necessários que sejam realizados, constantemente,
serviços de manutenção de seu casco, o que muitas vezes ocorre nos portos. Os serviços de
pintura e batimento de ferrugem são definidos pela Lei 8630/93 como uma atividade portuária
realizada pelos trabalhadores de bloco. Muitas vezes, esses serviços são realizados pelos
tripulantes dos navios, os marítimos.

Na atividade de batimento de ferrugem, devem-se usar óculos de segurança para proteger os


olhos da projeção de um corpo estranho. As lixadeiras elétricas devem dispor de coifas protetoras
e o operador deve utilizar protetores auriculares contra o ruído, que ultrapassa o limite de
tolerância. Quanto ao serviço de pintura, o maior risco ocorre quando são utilizadas pistolas ou
pulverização. Neste caso, o material a ser aplicado está diluído em solventes, o que aumenta a
concentração dispersa no ar. O serviço pode ser executado ao ar livre ou então em partes
internas. Neste último caso, o risco de intoxicações é maior.

III - Trabalhos com Diferença de Nível:

O trabalho em altura é o fator de risco que mais causa mortes e incapacidade permanente neste
tipo de serviço. O principal motivo é devido às improvisações adotadas no serviço pelos
responsáveis pelos serviços, operadores portuários ou empresas por não disporem de
equipamentos adequados para a sua realização. Por serem serviços considerados provisórios, já
que a embarcação fica pouco tempo no cais, não há investimentos em tecnologia adequada para
este fim. Assim, é comum na área dos portos a presença de andaimes suspensos com uso de
cordas e tábuas.

Apesar de ser uma prática comum, principalmente entre os marinheiros, a utilização destes
andaimes improvisados não é permitida pela NR-29. O OGMO e a autoridade portuária devem
exigir das empresas Operadoras Portuárias ou Tomadores de Serviço habilitados para a
realização deste tipo de serviço ou empresas terceirizadas, a posse de equipamentos modernos e
seguros, tais como andaimes simplesmente apoiados, suspensos mecânicos e a cadeira
suspensa.

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Os andaimes simples, têm sua estrutura de sustentação apoiada diretamente sobre uma
superfície (convés ou cobertas) independente da área que
está sendo trabalhada. Exemplos deste tipo de andaime são
aqueles apoiados sobre cavaletes ou em forma de torre. Nos
andaimes montados sobre cavaletes, deve-se atentar para o
fato de que a plataforma não pode ter largura inferior a 90 cm
e nem ficar acima de 2 m de altura.

Andaimes apoiados devem estar muitos bem fixados e com


estrutura equilibrada. Devese evitar trabalhar quando o balanço do
navio seja por problemas de maré, ventos ou movimento de
cargas, possa colocar em risco a estabilidade do andaime e dos

trabalhadores.

Quanto aos andaimes suspensos mecânicos podem ser de dois tipos: pesados ou leves. Eles são
compostos de vigas metálicas de sustentação, cabos de aço e estrutura de plataforma de
trabalho. Movimentam-se na vertical, mediante o uso de guinchos ou motores.

Andaime suspenso mecânico pesado Andaime suspenso mecânico leve

Quando o uso de andaimes suspensos mecânicos ou apoiados é inviável,


é permitido o uso de cadeiras suspensas. As cadeiras suspensas são
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constituídas de um assento de aço, projetado anatomicamente e presas a um cabo de aço. O
comando de subidas e descidas é feito através de um sistema de manivelas ou por guincho
elétrico.

Os andaimes devem sofrer severa inspeção antes de serem montados. As partes eventualmente
defeituosas devem ser substituídas e as partes móveis, lubrificadas. As empresas que locam ou
são proprietárias de andaimes metálicos devem possuir cópia do projeto, sua memória de cálculo
e a certificação de sua capacidade, com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) do projetista e da empresa fabricante.

13. Segurança e Saúde em plataformas de petróleo

Define-se como plataforma “a instalação ou estrutura de perfuração, produção, intervenção,


armazenamento ou transferência, fixa ou flutuante, destinada às atividades direta ou indiretamente
relacionadas com a pesquisa, exploração, produção ou armazenamento de óleo e/ou gás oriundos
do subsolo, das águas interiores ou do mar, inclusive da plataforma continental”. Este conceito
também se aplica as instalações de apoio e as unidades marítimas de manutenção.

A Norma Regulamentadora 37, em vigor desde 21 de dezembro de 2018, estabelece os requisitos


mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de
petróleo em operação em águas nacionais.

Deve-se destacar, ainda, que a norma não substitui outras disposições legais de segurança e
saúde no trabalho, nem contratos de trabalho. Assim, a NR-37 atua como um complemento às
outras normas, que ainda devem ser cumpridas.

13.1 Responsabilidade da empresa contratante

A operadora da plataforma Offshore é responsável por cumprir as medidas de segurança, saúde e


bem-estar no trabalho, tanto da NR-37 quanto das outras NRs aplicáveis.

Ela também é responsável pelo controle de acesso, permanência e desembarque de


trabalhadores na plataforma para prestação de serviços a bordo. Essas informações devem ser
arquivadas por pelo menos 12 meses.

Além disso, o acesso de trabalhadores à plataforma é proibido caso a cópia de seu Atestado de
Saúde Ocupacional (ASO) não esteja disponível a bordo ou caso ele esteja vencido/vencerá no
período de embarque.
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A operadora também deve assegurar que os trabalhadores (tanto locais quanto terceirizados)
participem dos treinamentos previstos na norma.

Também cabe a ela aprovar as ordens de serviço, permissões de trabalho e de entrada em


espaços confinados para trabalhadores terceirizados.

13.2 Direito dos Trabalhadores

De acordo com a NR-37, o trabalhador tem direito de interromper sua atividade ao notar alguma
evidência de risco grave e iminente para a segurança e saúde (sua ou de outras pessoas).

Nesses casos, ele deve informar imediatamente ao seu superior para que medidas adequadas
sejam tomadas.

O trabalhador também deve ser informado sobre os riscos nos ambientes de trabalho e convívio
que possam comprometer sua saúde e segurança.

Além disso, deve informar ao empregador e ao Ministério do Trabalho sobre qualquer risco
potencial que considere capaz de gerar um acidente maior nas instalações.

É direito do trabalhador receber treinamentos com base nas NRs vigentes para este trabalho, bem
como, é dever da operadora, ministrar esses treinamento.

13.3 Principais pontos da NR-37

 A operadora da instalação deve protocolar a Declaração da Instalação Marítima (DIM) da


plataforma na Superintendência Regional do Trabalho correspondente à unidade da
federação onde irá operar a plataforma.

 Para as atividades de comissionamento, ampliação, modificação, manutenção e reparo naval,


descomissionamento e desmonte de plataformas, além do previsto na NR-34, devem-ser:

 Elaboradas as análises de riscos

 Implementadas, previamente, as recomendações das análises de riscos

 Emitidas as permissões de trabalho e permissões de entrada em espaços confinados, quando


couber

 Acompanhados periodicamente por profissional de segurança do trabalho (proporção de 2


operações simultâneas para cada profissional)

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 Toda documentação deve permanecer arquivada na plataforma por pelo menos cinco anos, a
não ser que mencionado algo contrário.

 A operadora deve disponibilizar a bordo uma cópia dos documentos atualizados comprovando
a capacitação, qualificação e habilitação dos trabalhadores (tanto próprios quanto
terceirizados).

13.4 Programa de capacitação em segurança e saúde - PCSS

A operadora deve implementar um programa de capacitação em segurança e saúde no trabalho


em plataforma, com emissão de certificado. Devem ser realizados nas modalidades:

 Orientações gerais de segurança da plataforma a cada embarque

 Treinamento antes do primeiro embarque

 Treinamento eventual

 Treinamento básico

 Treinamento avançado

 Reciclagens dos treinamentos

 Diálogo Diário de Segurança (DDS)

Além de estabelecer o PCSS, outras obrigações estão sobre as operadora e as empresas


prestadora de serviços a bordo, são elas:

 Possuir Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) em terra e


a bordo de cada plataforma.

 Dimensionar suas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes em Plataformas (CIPLAT),


por plataforma, obedecendo às regras nas NR 37 e 05, por ordem de prioridade.

 Elaborar seus Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), por plataforma, de


acordo com as regras das NR 37 e 09.

 Elaborar seus Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), por


plataforma, cumprindo as regras das NR 37 e 07.

 Adotar medidas que visem a promoção, proteção, recuperação e prevenção de agravos à


saúde de todos os seus trabalhadores a bordo.

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 Elaborar, documentar, implementar e divulgar as análises de riscos (qualitativas e
quantitativas) das instalações e processos. As mesmas devem ser revistas no máximo a cada
5 anos.

 Inspecionar as plataformas periodicamente, com enfoque na segurança e saúde no trabalho,


considerando os riscos das atividades e as operações desenvolvidas a bordo.

 Definir e implantar o plano de inspeção e manutenção dos equipamentos, instrumentos,


máquinas, sistemas e acessórios da plataforma. Nele deve especificar a estratégia adequada,
as normas técnicas nacionais, as recomendações dos fabricantes/fornecedores e as boas
práticas de engenharia aplicáveis.

 Priorizar a manutenção preventiva e preditiva para eliminar os riscos de causadores básicos


de possíveis não conformidades, falhas ou situações indesejadas.

 Elaborar, documentar, implementar, divulgar, manter atualizados e disponibilizar os


procedimentos operacionais realizados na plataforma para todos os trabalhadores envolvidos.

 Implementar continuamente, desde a fase de projeto, medidas para prevenir e controlar


vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões. Devem ser contemplados meios para
minimizar a ocorrência e mitigar suas consequências em caso de falhas na prevenção e
controle.

 Adotar medidas para proteger os trabalhadores contra os efeitos nocivos da radiação


ionizante.

 A partir dos cenários das análises de riscos, elaborar, implementar e disponibilizar a bordo o
Plano de Resposta a Emergência – PRE. Ele deve contemplar ações específicas a serem
adotadas na ocorrência de eventos que configurem situações de riscos grave e iminente à
segurança e à saúde dos trabalhadores.

 Capacitar os trabalhadores que tiverem suas atribuições alteradas pela revisão do PRE.

 Comunicar à Superintendência Regional do Trabalho(SRTb) da jurisdição da plataforma a


ocorrência de doenças ocupacionais, acidentes graves, fatais e demais incidentes.

13.5 Deslocamento de trabalhadores

Os deslocamentos até a plataforma, deve seguir determinações importantes que asseguram a


saúde e segurança dos trabalhadores. Para isto deve:

 Entre continente e plataforma ou entre plataformas não interligadas – por helicópteros.

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 Para plataforma flutuante em águas interiores – por escadas fixas da própria plataforma.

 Entre a unidade marítima de apoio adjacente e a plataforma – por passarela.

 Por meio de cesta – apenas em condições meteorológicas e oceanográficas ideais.

 Por lancha tipo surfer – apenas em plataformas fixas, dotadas de atracadouro com estrutura
projetada e fabricada para isso.

 A operadora deve assegurar áreas de vivência compostas por alojamentos, instalações


sanitárias, refeitório, cozinha, lavanderia, sala de recreação, sala de leitura, sala para o uso
de internet e outros serviços. Tudo isso em condições de segurança, saúde, conforto e
higiene e perfeito estado de funcionamento e conservação.

 A plataforma deve possuir sinalização de segurança e saúde no trabalho (conforme a NR-26),


com código de cores disponível em quadro de avisos na plataforma e legenda em inglês em
caso de trabalhadores estrangeiros.

 Os compartimentos para armazenamento interno de cargas perigosas devem acessar


diretamente a área aberta da plataforma, ser de uso exclusivo para esse fim e estarem a uma
distância segura das áreas de vivência, sala de controle, laboratórios, rotas de fuga, chamas,
faíscas e calor.

13.6 Condições de Vivência a Bordo

A operadora deve assegurar áreas de vivência compostas por alojamentos, instalações sanitárias,
refeitório, cozinha, lavanderia, sala de recreação, sala de leitura, sala para o uso da internet e
outros serviços, em condições de segurança, saúde, conforto, higiênico-sanitárias e perfeito
estado de funcionamento e conservação.

13.7 Sinalização de Segurança e Saúde

Para fins de atendimento à sinalização de segurança e saúde no trabalho aplica-se à plataforma a


NR-26 (Sinalização de Segurança), com as modificações conforme o descrito na NR-37.

O código de cores utilizado deve estar disponível em quadros de aviso da plataforma.

A plataforma com trabalhadores estrangeiros a bordo deve possuir as sinalizações de segurança


e saúde no trabalho escritas também no idioma inglês.

A utilização de cores na segurança do trabalho para identificar e advertir contra riscos deve
atender ao disposto na norma ABNT – NBR 7195 e alterações posteriores.

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13.8 Plano de Resposta a Emergências (PRE)

A operadora deve, a partir dos cenários das análises de riscos, elaborar, implementar e
disponibilizar a bordo o Plano de Resposta a Emergências (PRE), que contemple ações
específicas a serem adotadas na ocorrência de eventos que configurem situações de riscos grave
e iminente à segurança e à saúde dos trabalhadores.

É dever da operadora, também, capacitar os trabalhadores que tiverem suas atribuições alteradas
pela revisão do PRE.

O PRE deve ser elaborado considerando as características e a complexidade da plataforma e


contemplar, no mínimo, os seguintes tópicos:

 Identificação da plataforma e do responsável legal, designado pela operadora da instalação;

 Função do(s) responsável(eis) técnico(s), legalmente habilitado(s), pela sua elaboração e


revisão;

 Função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e implementação;

 Funções com os respectivos quantitativos;

 Estabelecimento dos cenários de emergências definidos com base nas análises de riscos e
legislação vigente, capazes de conduzir a plataforma a um estado de emergência;

 Procedimentos de resposta à emergência para cada cenário contemplado, incluindo resposta


a emergências médicas e demais cenários acidentais de helicópteros previstos na NORMAM
27;

 Descrição de equipamentos e materiais necessários para resposta a cada cenário


contemplado;

 Descrição dos meios de comunicação;

 Sistemas de detecção de fogo e gás;

 Sistemas de parada de emergência;

 Equipamentos e sistemas de combate a incêndio;

 Procedimentos para orientação de não residentes, quanto aos riscos existentes e como
proceder em situações de emergência;

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 Procedimento para acionamento de recursos e estruturas de resposta complementares e das
autoridades públicas;

 Procedimentos para comunicação do acidente;

 Cronograma, metodologia, registros e critérios para avaliação dos resultados dos exercícios
simulados;

 EPIs para combater incêndios, adentrar o fogo total e outros, de acordo com os riscos
descritos.

É louvável e elogiável a iniciativa de trazer maior disciplina, cautela e prevenção de saúde e


segurança ocupacional em atividades em Plataforma de Petróleo. Os dispositivos da NR-37
demonstram a clara intenção do Governo Federal de organizar os requisitos aplicáveis a esse
importante segmento da economia, sem apresentar inconsistências no que toca ao cumprimento
das demais normas ocupacionais aplicáveis ao setor. Vale ressaltar ainda que, dada as
peculiaridades operacionais do setor, o cumprimento de requisitos ocupacionais específicos
previstos na NR-37 deve ser compatibilizado, entre outras, com obrigações previstas na legislação
ambiental, em particular no que diz respeito ao armazenamento, manuseio e disposição de
substâncias perigosas e resíduos.

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Bibliografia

- Segurança e medicina do trabalho 82ª ed. - São Paulo. Atlas, 2019

- https://radioprotecanonapratica.com.br/nr-37/ - último acesso em 18/06/2020

- Segurança e Saúde no Trabalho Portuário - Manual Técnico da NR 29 / Antônio


Carlos Garcia Júnior (Organizador), Vitória, Fundacentro/ES, 2003.

- https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-30.pdf -
último acesso em 15/06/2020

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